Módulo II - Aula 4 Educação on line - EaD...

22
Módulo II - Aula 4 Educação on line

Transcript of Módulo II - Aula 4 Educação on line - EaD...

Módulo II - Aula 4 Educação on line

Nova relação com o saber

A partir do século XIX, com a ampliação do mundo, com a progressiva descoberta de sua diversidade, com o crescimento cada vez mais rápido dos conhecimentos científicos e técnicos, o projeto de domínio do saber por um indivíduo ou um pequeno grupo tornou-se cada vez mais ilusório. É hoje evidente, tangível para todos, que o conhecimento passou definitivamente para o lado do não-totalizável, do indominável (LEVY,1999).

No ciberespaço, o saber não pode mais ser concebido como algo abstrato ou transcendente. Está se tornando cada vez mais evidente (e até tangível em tempo real) uma comunicação direta, interativa, via correio digital, fórum eletrônico, ou outras formas de comunicação por mundos virtuais (KLEIS, 2001).

2

Nova relação com o saber

Tecnologias intelectuais favorecem novas formas de acesso à informação, como: navegação hipertextual, caça de informações por meio de motores de procura, agentes de software, exploração contextual por mapas dinâmicos de dados, novos estilos de raciocínio e conhecimento, tais como a simulação, uma verdadeira industrialização da experiência de pensamento, que não pertence nem à dedução lógica, nem à indução a partir da experiência.

Como essas tecnologias intelectuais, sobretudo as memórias dinâmicas, são objetivadas em documentos numéricos (digitais) ou em softwares disponíveis em rede (ou de fácil reprodução e transferência), elas podem ser partilhadas entre um grande número de indivíduos, incrementando, assim, o potencial de inteligência coletiva dos grupos humanos.

World Wide Web propagou-se como pólvora entre os usuários da Internet para tornar-se, em poucos anos, um dos principais eixos de desenvolvimento do ciberespaço. Talvez isso não expresse mais do que uma tendência provisória. Mas, pelos links que ela lança para o resto da rede, pelos cruzamentos ou as bifurcações que propõe, constitui-se também numa seleção organizadora, um agente estruturante, uma filtragem desse ambiente.

Na web, tudo está no mesmo plano e tudo está diferenciado. Suas páginas expressam as idéias, os desejos, os saberes, as ofertas de transação de pessoas e grupos. Atrás do grande hipertexto está borbulhando a multidão e suas relações.

3

EaD - Educação a Distância

Na sociedade do conhecimento, o desenvolvimento científico e tecnológico vem criando nos educadores a necessidade de adotar modelos de ensino que atendam as profundas mudanças que afetam a sociedade neste início de milênio, em que a crescente perspectiva de diversificar os espaços educacionais revela um aprendizado sem fronteiras.

Em relação às universidades, a Educação a Distância possibilita a discussão e também ações para a melhoria da qualidade dos cursos oferecidos no mundo inteiro, integrando-os com o setor produtivo. Assim, a Educação a Distância pode ser considerada como uma alternativa para democratizar o acesso à educação e distribuir o conhecimento localizado, ainda, em alguns centros de excelência.

4

EaD - Educação a Distância

Na educação tradicional, professor e alunos encontram-se na sala de aula numa mesma hora e lugar. Na Educação a Distância, professores e alunos estão separados geograficamente e, algumas vezes, também temporariamente, pois são introduzidos no processo, meios de comunicação artificiais.

A utilização da Educação a Distância , é por sinal, bastante antiga: muitos autores comentam que teve início em 1881, na Universidade de Chicago, a qual oferecia um curso de hebraico por correspondência. Dessa época em diante, tal método de ensino foi se aprimorando por meio do emprego de diversas ferramentas pedagógicas, que dependiam de alguns fatores como, por exemplo: as características dos alunos e dos professores, do tipo de curso ministrado, da distribuição geográfica entre escola e alunos, da tecnologia disponível e da relação custo-benefício.

5

Na EaD os professores e alunos podem estar separados no tempo. Em relação a isso, são duas as categorias de Educação a Distância:

momentos síncronos – requerem a participação simultânea de estudantes e docentes;

momentos assíncronos – não exigem a participação simultânea de estudantes e docentes.

Os participantes têm maior liberdade de escolha quanto ao local, hora e material de estudo, podendo selecionar os mais adequados às suas necessidades. São mais flexíveis que os momentos síncronos.

6

Novas Tecnologias de informação permitem e facilitam novas formas de interação com conteúdos, agora passíveis de serem organizados e estruturados de modo não linear, navegáveis, oferecendo ao educando diversas opções de caminhos que poderão ser percorridos de acordo com seus interesses ou necessidades específicos.

Novas tecnologias de comunicação permitem e facilitam também novas formas de interação entre pessoas. As pessoas interagem por meio da integração e combinação de três tipos de comunicação:

- de um para muitos, típica dos sistemas de rádio e televisão;

- de um para um, típica dos sistemas postal e de telefonia;

- de muitos para muitos, sem dúvida o grande recurso oferecido especificamente pela comunicação mediada por computador.

7

A combinação e integração dessas formas de interação e desses tipos de comunicação em ambientes on-line com finalidades educacionais resultam numa nova experiência com o tempo e com o espaço que precisa ser levada em consideração por uma pedagogia on-line. Uma nova temporalidade, multissíncrona, e um novo espaço, puramente comunicacional, relacional, não-físico, virtual - o chamado ciberespaço - oferecem potencialidades e limitações que devem ser compreendidas, analisadas, avaliadas e levadas em conta quando da formulação de programas e projetos educacionais em rede.

A experiência da formação de comunidades virtuais e, especialmente no contexto educacional, a formação de comunidades virtuais de aprendizagem colaborativa, nelas, pessoas interagem umas com as outras segundo objetivos comuns de aprendizagem, compartilhando, analisando e avaliando informações, apoiando-se mutuamente na construção do conhecimento, aplicando uma inteligência coletiva, somando competências e compensando limitações com potencialidades (SENAI, 2000).

8

Conhecendo as mídias

Material impresso: a Educação a Distância utilizava, no início, exclusivamente a mídia impressa. Mesmo com a evolução de meios com mais recursos de comunicação e interação, o livro, o artigo, a apostila e o texto ainda são fundamentais na educação, tanto a distância como presencial.

Televisão e o vídeo: o emprego pedagógico destes meios pode motivar mais educandos e educadores, oferecendo outras visões sobre os temas trabalhados pelo curso.

Teleconferência: trata-se de um programa de televisão transmitido ao vivo, no qual os espectadores interagem com os participantes do estúdio fazendo perguntas e intervenções por telefone, fax ou correio eletrônico. O educador fica em um estúdio de televisão e fala ao vivo, em tempo real, para a audiência.

9

Videoconferência é uma modalidade da TV interativa, pois tanto emissor quanto receptor da mensagem interagem em tempo real, utilizando dados de áudio e vídeo. A videoconferência é o meio que mais se aproxima da situação presencial, permitindo a interação entre alunos e professor - mesmo que distantes geograficamente.

Internet/web é a Educação a Distância mediada pelo computador e pela Internet tem sido amplamente utilizada nos mais variados níveis educacionais em várias partes do mundo, principalmente no Canadá, Austrália, Estados Unidos e Israel. A Internet também permite a busca de informações praticamente em tempo real.

10

Benefícios da EaD

- Atendimento imediato ou quase imediato ao educando e participante, não importa o lugar do mundo em que estejam sediados. O emprego de materiais didáticos impressos e a multimídia, associados com um bom acompanhamento ao aluno, permitirá diferentes soluções educativas. Podem estar disponíveis a qualquer tempo.

- Quebra da barreira da distância geográfica. Um país com dimensões continentais como o Brasil pode fazer com que a educação atinja todos os pontos, por mais remotos que sejam.

- Estrutura não linear, pelo uso de hipertexto, permitindo que os próprios alunos escolham suas sequencias de aprendizado.

11

Universo conectado

A Comunidade de Aprendizagem Conectada é uma visão de um ambiente mais rico de aprendizado, onde todos os alunos têm acesso a um computador e informação on-line. Cada aluno pode seguir um caminho individual, mais adequado às suas próprias necessidades. O aprendizado ocorre através de uma interação contínua e dinâmica entre alunos, educadores, pais e a comunidade em geral.

A Comunidade de Aprendizagem Conectada é um ambiente interligado no qual as conexões em rede fornecem uma interação dinâmica dentro e entre escolas, e entre a escola, o lar e a comunidade, de recursos de aprendizado disponíveis via Internet, abrangendo ligações com bibliotecas e museus, para citar só algumas possibilidades.

12

Numa Comunidade de Aprendizagem Conectada os pais têm uma ligação maior com a escola de seus filhos. Podem rever on line as lições de casa, saber mais sobre as atividades da escola e se comunicar com mais facilidade e frequência com professores via teleconferências ou email.

"Os desafios para implementar a visão de uma Comunidade de Aprendizagem Conectada são grandes, mas as recompensas potenciais para todos são tão significativas e abrangentes que precisamos trabalhar juntos para concretizar as oportunidades ímpares desta visão (adaptado do depoimento de Bill Gates em The Connected Learning Community).

13

O computador na sala de aula

As Tecnologias da Informação e Comunicação devem ser entendidas como mais um recurso a ser integrado ao projeto pedagógico das escolas. Elas não substituem o professor na sala de aula. Seu propósito é enriquecer a metodologia empregada, como mais uma ferramenta para o professor.

O software educacional é entendido como a categoria utilizada no contexto da educação e do ensino. Neste conceito incluem-se, também, os softwares utilizados nos processos administrativos escolares. Para uma classificação mais diferenciada, utiliza-se a nomenclatura de software Educativo ou Programa Educativo por Computador, abrangendo aqueles cujo objetivo é auxiliar os processos de ensino e aprendizagem e que foram desenvolvidos com o propósito de levar o aluno a construir determinado conhecimento específico de um conteúdo didático.

14

Veja algumas categorias

CAI (Computer Assisted Instrucion/ Instrução Assistida por Computador) - foram os primeiros softwares desenvolvidos para educação e, portanto, com uma estrutura ainda muito similar ao processo presencial tradicional. As atividades são apresentadas de modo encadeado, linear, numa seqüência rígida de conteúdos.

Tutoriais - são programas que disponibilizam on-line o acesso do usuário ao conteúdo didático. Buscam reduzir a passividade do aluno, propondo questões às quais ele deve reagir ou responder.

Simulação - substitui experimentos reais, porque realizá-los de verdade pode ser muito caro, perigoso ou até mesmo impossível. Muito utilizada para desenvolver atividades para a compreensão de fenômenos e comprovação de leis da física, biologia e química. Também muito empregada em cursos de capacitação (pilotagem de aviões, transportes de risco, mergulho, área médica e etc.).

Jogos educacionais - esses softwares utilizam a estrutura do jogo com fins didáticos. Possuem regras e objetivos bem específicos, predefinidos, como num jogo. Nesse processo de complexidade crescente de tentar atingir os objetivos do jogo, que os conhecimentos são elaborados. Muito interativos, os jogos propiciam uma aprendizagem criativa e prazerosa. Também são largamente utilizados em capacitação de executivos (OLIVEIRA, 2001; SCLIAR, 1999).

15

O papel do aluno

Morgan (1995) apresenta quatro tipos de intervenção que um ambiente de aprendizagem a distância deveria proporcionar, tendo como objetivo facilitar aos estudantes uma abordagem profunda:

um contexto motivacional positivo; um alto grau de atividade dos alunos; interação entre eles; e uma base de conhecimentos bem

estruturada de onde eles possam partir.

Os estudantes podem se sentir motivados quando as atividades de aprendizagem são relevantes para eles como, por exemplo, quando necessitam buscar o conhecimento para a construção de um projeto, ou para resolução de problemas de sua prática. Este tipo de atividade pode gerar um sentimento maior de apropriação (ownerslzip) do ensino e aprendizagem, além de encorajá-los à reflexão e ajudá-los a construírem seus próprios significados. Todas essas atividades levam diretamente à necessidade de encorajar a interação com os outros. 16

O papel do tutor

O ato educativo é entendido como um momento de construção de conhecimento, de intercâmbio de experiências e criação de novas formas de participação. Superar estes modelos é enfrentar diferentes desafios teóricos, conceituais e principalmente os relacionados à prática educativa de um de seus atores principais, o tutor.

Analisando o significado da palavra, tutor aquele que tutela. Aquele que protege, difunde, ampara, confere proteção, dependência e sujeição. Importante ressaltar que essas características não fazem parte do perfil de um profissional de um ambiente de aprendizagem que busca a potencialização do ato educativo dentro de uma ação participativa, criativa, relacional e principalmente reflexiva. Neste contexto, é necessário repensar o perfil desse profissional, a fim de que possa superar as características próprias de modelos autoritários.

17

Um modelo de aprendizagem construtivista deverá contar com profissionais que facilitem a plena ação de sujeitos, com liberdade para perseguirem seus próprios interesses no processo de ensino e aprendizagem e para assumirem seus papéis nas diferentes pautas de interação social.

Gutierrez (1994) assinala, seis qualidades indispensáveis a esse profissional:

possuir clara concepção da aprendizagem;

estabelecer relações empáticas com seus interlocutores;

sentir o alternativo;

partilhar sentido;

constituir uma forte instância de personalização; e

facilitar a construção de conhecimento.

18

Usos da tecnologia

Alunos precisam interagir inteligente e objetivamente com textos, sons, imagens, animações e vídeos por meio de CDs curriculares, softwares, locais da Internet e materiais produzidos por eles mesmos. Devem ter a habilidade de representar um conceito ou ideia com o auxílio das mídias, apresentando dados e explorando conceitos curriculares. O objetivo maior é preparar os alunos para usar tecnologia para trabalhar com os colegas, especialistas e outros para então resolver problemas, planejar, compartilhar habilidades e criar documentos e apresentações.

19

Conceito - precisam saber utilizar o Sistema Operacional Windows (e outros também, se possível, como Linux). Necessitam ser capazes de utilizar o ambiente de rede, arquivos, atalhos de teclado, impressão, aplicações compartilhadas e resolução de problemas de hardware e software, pelo menos em nível básico.

Ferramentas de produtividade - todo aluno deveria conhecer o básico de digitação, edição de textos, bancos de dados e planilhas eletrônicas.

Ferramentas para decisão e resolução de problemas - estas são as tecnologias pelas quais os jovens se interessam naturalmente, como multimídia, editoração eletrônica, artes, mídias digitais, áudio e vídeo.

Ferramentas de comunicação - os alunos precisam saber pesquisar e obter informação por meio de mídias eletrônicas e a Internet de forma crítica.

20

Existem cinco habilidades práticas que todo aluno deve desenvolver para usar tecnologia com bons resultados (MORGAN, 2007).

21

Questões sociais, éticas e humanas É extremamente importante que os alunos aprendam a usar a tecnologia com responsabilidade, demonstrem respeito pela privacidade dos dados e do ambiente de trabalho dos colegas. Que desenvolvam sua criatividade, compreendam leis de direitos autorais, tratem o hardware e o software com o devido cuidado e respeito, usem conteúdo e linguagem apropriados quando se comunicam, sabendo distinguir a informação ética da antiética e lembrem-se sempre de empregar antivírus (MORGAN, 2008).

Nesta aula você aprendeu sobre Educação a Distância: a nova relação com o saber, o que é a EaD e a que se propõe.

Aprendeu que na EaD podemos ter diversos tipos de mídias como: material impresso, televisão e áudio, teleconferência, videoconferência, Internet e seus benefícios. Que apesar dos desafios de implementar uma Comunidade de Aprendizagem Conectada as recompensas são significativas e abrangentes.

Estudou ainda o papel do aluno e do tutor em EaD e que o aluno deve desenvolver o uso e as habilidades em relação às informações e tecnologias objetivamente.

Agora verificaremos a aprendizagem por meio de um Quiz, disponibilizado na sequência. Basta responder à algumas questões.

Bom estudo!

Prof. Wagner

22

Como coloca Druker (1995): A tecnologia em si é menos importante do que as mudanças que ela provoca na substância, no conteúdo e não foco do ensino na escola. São essas mudanças que realmente importam e elas são eficazes mesmo que as mudanças na tecnologia do aprendizado sejam mínimas.

Você finalizou a quarta aula deste módulo.