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Curso EaD – Quem Mexeu no Nosso Currículo?
Considerações teórico-práticas sobre a BNCC
Coordenação:
Equipes dos DPPPE e DEF e
Profa. Dra. Meire Cristina dos
Santos Dangió
Módulo II
10 horas
A conversa neste módulo será sobre:
competências, capacidades e habilidades
Olá cursista, senta que lá vem história!!!
Ou por outra, temos muitos assuntos para prosear!!!
E não será apenas “um dedo” de prosa, pois os
conteúdos a serem abordados exigirão estudo,
reflexão e discussão com nossos pares.
Fonte:https://www.google.com/search?q=habilidades+e+compet%C3%AAncias&rlz=1C1GCEA
Qual a diferença entre...
COMPETÊNCIAS, CAPACIDADES E HABILIDADES?
Por que a necessidade do estudo sobre competências,
capacidades e habilidades?
Porque a BNCC traz em sua base teórica os termos
competências e habilidades.
Enquanto que o nosso currículo trabalha com o
conceito de desenvolvimento de capacidades.
Fonte:https://www.google.com/search?rlz=1C1GCE
A_enBR791BR791&biw=1366&bih=657&tbm
Para começar, perguntamos:
competência e capacidade são sinônimos?
O que você acha?
Fonte:https://www.google.com/search?rlz=1C1GCEA_enBR791BR791&biw=1366&bih=608&tbm=isch&sa=1
&ei=2PlaXZ6xBpfE5OUPzueSyAU&q=compet%C3%AAncias+e+capacidades
Se buscarmos no dicionário as suas
definições, teremos:
CAPACIDADE: particularidade de capaz; competência:
possui capacidade para/de administrar a escola; aptidão
(física, mental ou intelectual) de uma pessoa; perícia:
ele tem capacidade para aprender muitas coisas.
COMPETÊNCIA: capacidade decorrente de profundo
conhecimento que alguém tem sobre um assunto:
recorrer à competência de um especialista; capacidade
de fazer alguma coisa; aptidão; conjunto de habilidades,
saberes, conhecimentos.
Fonte: Dicionário Online de Português
Link: https://www.dicio.com.br
Está difícil diferenciá-las, não é
mesmo???
Talvez a diferença não esteja no significado em si, mas no
uso que fazemos delas.
A discussão aqui não é apenas linguística, mas
eminentemente teórica e ideológica.
“Na realidade, não são palavras
o que pronunciamos ou
escutamos, mas verdades ou
mentiras, coisas boas ou más,
importantes ou triviais,
agradáveis ou desagradáveis,
etc. A palavra está sempre
carregada de um conteúdo
ideológico ou vivencial
(BAKHTIN, 2010, p. 98-99)”.
Artista: Frida Baranek (fridabaranek.com) - A obra pertence à
série Uncertain Relations, baseada no princípio da incerteza de
Heisenberg.
Fonte: https://casacor.abril.com.br/arte/arte-por-todos-os-lados-nacasacor-
miami-2017/
Para podermos
discernir sobre o
uso dessas palavras
na área da educação
e compreendermos
o nosso Currículo
em sua relação com
a BNCC, traremos
para a discussão
teóricos que nos
ajudarão na nossa
tomada de
consciência e na
ampliação de
nossos
conhecimentos.
A tirinha acima apresenta o poder que a mídia exerce sobre as
pessoas, criando a ideologia e a cultura de massa, valiosas
para a organização da sociedade capitalista.
A representação simbólica, que o homem constrói do mundo,
e a produção e reprodução material da sociedade são
elementos significativos para se entender a dinâmica da
cultura e da ideologia na vida social.
Fonte:https://www.portaldovestibulando.com/2014/09/industria-cultural-questoes-
de.html
Se admitirmos que a linguagem não é meramente
um “representante” da “realidade”, e se admitirmos
que as palavras são ferramentas das quais
dispomos para responder ao mundo, então não
seria distante admitir que a linguagem é uma forma
de vida, expressa em vários
jogos de linguagem, em várias e distintas
formas de interagir com os estímulos do mundo
em que vivemos (BENDASSOLLI, 2000, p. 66).
Dessa forma, podemos pensar: se termos como “aprendizagem constante”;
“aquisição de competências e conhecimento”; “competitividade”; “enfrentamento
do mercado de trabalho”, entre tantos outros, são plausíveis, ou seja, são
“verdadeiros” (no sentido de que os autorizamos como regras ou normas de
comportamentos induzidos e valorizados, seja como “necessários”, “reais” ou
“corretos”), é porque eles visam a certos propósitos, instituem uma dada
forma de vida, articulam um certo jogo de linguagem – e tudo isso tem
implicações imediatas sobre como nos comportamos, sobre como admitimos os
outros, sobre como achamos que deve ser nossa vida e nossas relações
mútuas (Idem, p. 66).
Retirantes – Portinari - 1944
A flexibilização do trabalho e dos mercados, o viés neoliberal e a caracterização de uma
sociedade pós-industrial, não são termos isolados, desligados daquele jogo de
linguagem que deu origem ao vocabulário das habilidades e da competência
(ambos agindo um sobre o outro). Este último não teria a força que tem exceto se
atendesse a certos propósitos, e não seria absurdo dizer que tais propósitos são, entre
muitos outros, os seguintes:
-incrementar a produtividade do trabalho, ou seja, qualificar pessoas para
desempenharem várias funções ao mesmo tempo, arcando com várias competências.
-fazer o indivíduo gerir responsabilidades privadas pela condução de sua própria vida
profissional. Isso implica no seguinte: o indivíduo tem de bancar os custos de sua
formação profissional; ele tem de avaliar-se periodicamente para ver se está adequado
às regras e exigências que o mercado demanda dele (BENDASSOLLI, 2000, p.68).
Artista plástico Silvio Alvarez
Ele recorta, uma a uma, imagens de revistas ou
folhetos publicitários para criar um mundo todo
seu, mágico e surreal.
O nosso tempo é constituído por nossas
ações que são efetivadas sob o viés
ideológico da sociedade na qual estamos
inseridos.
Para além das questões linguísticas e de acordo com as
considerações anteriores a noção de competência
insere-se nas demandas do mercado neoliberal flexível
e organizado.
“Em suma, a “pedagogia das competências” apresenta-se como outra face
da pedagogia do “aprender a aprender”, cujo objetivo é dotar os indivíduos
de comportamentos flexíveis que lhes permitam ajustar-se às condições
de uma sociedade em que as próprias necessidades de
sobrevivência não estão garantidas. Sua satisfação deixou de ser um
compromisso coletivo, ficando sob responsabilidade dos próprios sujeitos
que, segundo a raiz etimológica dessa palavra, se encontram subjugados
à “mão invisível do mercado” (SAVIANI, 2013, p. 436)”.
No campo educacional, apresenta-se como uma
pedagogia do “aprender a aprender”.
A partir das reflexões colocadas até aqui,
partiremos para o segundo bloco de slides que
abordará questões importantes sobre o lema
“aprender a aprender”.
Isso está ficando complicado demais...
Fonte:https://www.google.com/search?rlz=1C1GCEA_enBR791BR791&biw
=1366&bih=608&tbm=isch&sa=1&ei=mxlbXfblD_3Y5OUPucCtkAU&q=charl
es+chapiln
Referências
BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem. trad. Michel Lahud & Yara Frateschi Vieira. 14 ed.
São Paulo: HUCITEC, 2010.
BENDASSOLLI, P. F. O vocabulário da habilidade e da competência: algumas considerações
neopragmáticas. In: Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, 2000/2001, vol. 3/4, pp. 65-
76.
SAVIANI, D. História das Ideias Pedagógicas no Brasil, 4ª ed. Campinas, SP: Autores Associados,
2013.