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Módulo 1 – Centro de espetáculos e residências 1.1. Foyer Principal Área comum de acesso central para visitantes-público cujas características permitam o encaminhamento até à zona de receção, de forma intuitiva, e respetivas zonas de programação, nomeadamente, teatro, café-concerto, Blackbox, etc. Deverá permitir uma franca articulação com a escola de dança e estruturar o acesso futuro para a implementação da biblioteca. Este espaço e todos os outros de circula- ção dos utentes, deverá garantir a acessibilidade a pessoas com mobilidade condicionada e o bom funcionamento de um sistema de tratamento do ar. Esta área deverá prever a existência de uma antecâmara entre o espaço interior e o espaço exterior, e incluir um espaço de Receção. No exterior deve ser prevista uma área coberta que crie uma área de proteção para os utentes face às condições climatéricas. De forma articulada com este espaço deverá prever-se uma Loja/livraria, uma área aproximada de 30m2. A entrada de serviço deverá funcionar de forma complementar e de modo a evitar a duplicação de funcionários e de infraestrutura. Deverá ser prevista uma entrada de serviço com as valências de integração do controle de acessos; central de segurança; central telefónica; etc., de modo a permitir uma gestão otimizada do edifício, evitando a utilização das áreas comuns e públicas do edifício, quando estas se encontram fora do seu período de utilização. Na área de atendimento e receção deverá ser prevista a infraestrutura para a instala- ção de bilheteira e bengaleiro. 1.2. Sala Principal A Sala Principal deve ter uma configuração do tipo sala contraposta, reunindo todos os requisitos técnicos para a realização dos seguintes programas e atividades: Teatro (clássico, contemporâneo, performance, marionetas,); Dança (clássica, contemporânea, ballet…); Música (Clássica, sinfónica; câmara; pop; moderna/contemporânea; eletrónica, Jazz, etc.); Cinema / Vídeo; Projetos transdisciplinares; Novo circo; Conferências, palestras e apresentações.

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Módulo 1 – Centro de espetáculos e residências

1.1. Foyer Principal

• Área comum de acesso central para visitantes-público cujas características permitam

o encaminhamento até à zona de receção, de forma intuitiva, e respetivas zonas de

programação, nomeadamente, teatro, café-concerto, Blackbox, etc.

• Deverá permitir uma franca articulação com a escola de dança e estruturar o acesso

futuro para a implementação da biblioteca. Este espaço e todos os outros de circula-

ção dos utentes, deverá garantir a acessibilidade a pessoas com mobilidade

condicionada e o bom funcionamento de um sistema de tratamento do ar. Esta área

deverá prever a existência de uma antecâmara entre o espaço interior e o espaço

exterior, e incluir um espaço de Receção.

• No exterior deve ser prevista uma área coberta que crie uma área de proteção para

os utentes face às condições climatéricas.

• De forma articulada com este espaço deverá prever-se uma Loja/livraria, uma área

aproximada de 30m2.

• A entrada de serviço deverá funcionar de forma complementar e de modo a evitar a

duplicação de funcionários e de infraestrutura. Deverá ser prevista uma entrada de

serviço com as valências de integração do controle de acessos; central de segurança;

central telefónica; etc., de modo a permitir uma gestão otimizada do edifício, evitando

a utilização das áreas comuns e públicas do edifício, quando estas se encontram fora

do seu período de utilização.

• Na área de atendimento e receção deverá ser prevista a infraestrutura para a instala-

ção de bilheteira e bengaleiro.

1.2. Sala Principal

A Sala Principal deve ter uma configuração do tipo sala contraposta, reunindo todos os

requisitos técnicos para a realização dos seguintes programas e atividades:

• Teatro (clássico, contemporâneo, performance, marionetas,);

• Dança (clássica, contemporânea, ballet…);

• Música (Clássica, sinfónica; câmara; pop; moderna/contemporânea; eletrónica,

Jazz, etc.);

• Cinema / Vídeo;

• Projetos transdisciplinares; Novo circo;

• Conferências, palestras e apresentações.

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Para a persecução destes objetivos estabelecem-se as seguintes características funcio-

nais e espaciais:

• Capacidade para um total máximo de 499 lugares, com balcão e ou frisas laterais

• A dimensão do palco deverá garantir as seguintes dimensões de referência: Boca

de Cena: Largura de 14 a 15m x Altura: 8m a 9m;

• Caixa de palco com Teia e falsa teia e varandas técnicas: Altura da Teia de 2 vezes

e meia a altura da boca de cena;

• Coxias laterais com aproximadamente 4m (não têm de ser de igual dimensão);

• Proscénio: 3m a 4m;

• Palco: profundidade de 13m a 14m;

• Sub-Palco: altura livre de 3m a 4m);

• Sistema de Quarteladas e meias Quarteladas de palco;

• Possibilidade de compartimentação da sala para redução da sala principal para

cerca de 60% - 40% da lotação; considerar ponto de localização da Régies nessa

configuração reduzida

• As áreas laterais do proscénio, devem poder acomodar monitores áudio de sub-gra-

ves, sem interferir com a circulação cénica entre sala e caixa de palco;

• A plateia deve comunicar por calha técnica com as Régies, com a caixa de palco e

com as galerias do teto;

• Deve ainda ser previsto um espaço técnico para régie de ensaios nos lugares cen-

trais da 1.ª fila da 2.ª Plateia;

• Criar um Fosso de orquestra que coincida com as primeiras filas da plateia; essa

área deverá ter plataforma que permite, na ausência de utilização do fosso que a

plateia fique em relação de cota de nível com o palco; deverá ser considerado sis-

tema e local para armazenamento das filas de cadeiras que são suprimidas para a

utilização do fosso de orquestra

• Os revestimentos da sala, relativamente aos seus acabamentos e cor, devem possi-

bilitar o mínimo de reflexão de luz;

• No teto, devido às galerias de iluminação frontal FOH a cor deverá ser o mais es-

cura possível;

• Nenhuma solução deve prejudicar a qualidade da projeção de imagem e/ou da ilu-

minação cénica;

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• A insuflação de ar do sistema de controlo de temperatura e humidade deve ser ao

nível dos pavimentos em pleno e com velocidades baixas (atenuadores acústicos) e

a extração ao nível do teto, também por questões de eficiência energética;

• Deve ser prestada particular atenção ao trânsito de massas de ar entre a sala e a

caixa de palco no sentido de evitar perturbações na estabilidade dos panejamentos

(pernas e bambolinas) de cena e na utilização de efeitos cénicos (tais como fumos

de máquinas dedicadas). O sistema de deteção de incêndios deve contemplar a uti-

lização destes dispositivos;

• Poderá, ainda, haver lugar para a realização de sessões de cinema pontuais. De

igual modo deverá permitir condições para a realização de conferências;

• A sala não deverá ter uma profundidade superior a 22m.

1.3. Cadeiras

Área Palco – +/- 374,00 m2

Área Plateia – +/- 450,00 m2

Área Laterais Balcão – +/- 150,00 m2

• Todas as cadeiras devem possuir braços e respetivas ilhargas (não existência de

parafusos visíveis na fixação das mesmas) e privilegiar o conforto/ergonomia (acento

e costa executados com várias camadas de espuma e diferentes densidades) e acús-

tica apropriada.

• O espaço por espectador terá como valor de referência 45cm na situação mais des-

favorável – Cadeira: 65cm prof. e 55cm entre eixos. O sistema de rebatimento deverá

ser de contra-peso.

• Todos os materiais devem ser de acordo com as leis vigentes, em termos de sua

resistência ao fogo (ignífugas).

• Prever iluminaria elétrica na cadeira, no início das filas e respetivo lettering de identi-

ficação (lugar e fila).

1.4. Café/Concerto

• Este espaço, com autonomia própria, deverá constituir uma mais-valia em termos de

rentabilidade funcional, espacial e de gestão, para além de funcionar como es-

paço/programa âncora do complexo cultural.

• Deverá prever-se um espaço de bar-cafetaria com refeições/café-concerto, o qual de-

verá ser estudado de forma a poder ser explorado por uma Entidade distinta daquela

que irá gerir o CECQ e prestar serviço aos alunos e docentes da escola de dança.

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• Deverá ter acesso interno e externo independentes, de forma a, de acordo com as

necessidades, poder ou não funcionar e encerrar autonomamente (deverá ter-se em

atenção a regulamentação específica para este espaço nomeadamente em termos de

WC e Balneários e circuitos/zonas de sujos e confeção, sem os quais não será elegí-

vel a respetiva licença própria).

• Este espaço, deverá possibilitar a valência de café-concerto, prevendo-se uma área

de atuação com: Largura de 8 a 10m x Profundidade de 8m (mínimo) x Altura aproxi-

mada de 5 a 6m na zona de Palco.

1.4.1. Copa/ Cozinha

• Deve ser prevista uma área para a preparação de refeições e tratamento de louça.

Deve prever um espaço de armazenamento e frio, copa, zona de lavagens e zona de

preparação, assim como, uma área de arrecadação, para guardar todos os materiais

e artigos necessários, com acesso o mais fácil e direto possível ao exterior.

• Deve possuir uma zona de atendimento e serviço em comunicação direta com o foyer.

• Definir a área em projeto, para uma lotação aproximada de 100 a 120 lugares senta-

dos com relação com o espaço exterior através de esplanada.

1.4.2. Instalações Sanitárias

Deverão ser criadas instalações sanitárias em número suficiente, de forma a satisfazer as

necessidades dos visitantes e dos funcionários, tendo em atenção a necessidade de criar

a sua separação por sexos, na zona da Cafetaria e que garanta a acessibilidade a pessoas

com mobilidade condicionada, bem como a instalação de fraldário nas instalações sanitá-

rias de ambos femininas e masculinas.

1.5. Áreas complementares à Sala Principal

1.5.1. Camarins

Com relação de proximidade ao palco e sistema de circulação apropriado (devem existir

camarins de ambos lados do palco, não necessariamente no mesmo número) deve ser

prevista uma área de camarins, constituída por 4 Coletivos (8+8+16+16 artistas); 3 Indivi-

duais/duplos e 1 de mudança rápida (junto do palco). As instalações sanitárias deverão

ser dimensionadas para uma resposta eficaz da utilização da sala.

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1.5.2. Régies

Deverão ser previstas as Régies de som e luz, no interior da sala de espetáculos (plateia),

de modo a permitir a configuração da Sala em 60% de ocupação (sistema de comparti-

mentação da sala).

1.5.3. Espaços de apoio técnico

• Deverá prever-se ainda as áreas técnicas de apoio, nomeadamente: oficina; arma-

zém de material (cénico – som; luz; Mecânica de Cena) com uma área máxima de

100,00 m2.

• Existem espaços específicos para áreas técnicas de Segurança e eletricidade: Cen-

tral Térmica (caldeira); Posto de Transformação; Gerador; QGBT

• As máquinas de Avac; Utas; bombas de calor; Chiller, etc. devem localizar-se na zona

exterior, ou nas coberturas, dependendo da zona para melhor otimização do sistema

e respetiva relação com o exterior/interior.

• A área deve ser em conformidade com os requisitos necessários e legislação em

vigor.

1.5.4. Cabinas de Tradução Simultânea

• São espaços dedicados a tradução simultânea, situados imediatamente atrás da úl-

tima fila do balcão, com capacidade para 2 utentes cada.

• Relaciona-se com a plateia através de janela de vidro, com as dimensões mínimas

de 1,2 m de altura por 1,8 m de largura;

• O pé direito mínimo deve ser de 2,4 metros. Será possível implementar em conjuntos

de dois, ou um conjunto de cada lado das Régies.

• A cota praticável do pavimento, em piso técnico, deve ser de modo a permitir que, em

posição sentada e a 1 m da janela, o tradutor possa visualizar toda a área do proscé-

nio.

• Os revestimentos devem ser acabados a negro mate com absorção acústica.

• O espaço poderá comunicar diretamente com a circulação técnica das Régies.

1.6. BlackBox

(14x16m Cena – 16x16m Público)

• Em termos de gestão-produção, bem como ao nível da oferta/procura, gestão finan-

ceira, e complementaridade é contemplada a criação de uma “Blackbox”. Esta

funcionará como um espaço direcionado para a criação (em articulação com a resi-

dência), mas também como espaço passível de ser usado como espaço de

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experimentação pela comunidade local em espetáculos nemos convencionais e mais

intimistas na relação com o público.

• A “Blackbox” em termos técnicos, confere-lhe uma outra “metamorfose”. Possibilita

uma articulação mais criativa e abrangente com os restantes espaços expositivos e

com a própria programação do CECQ, sendo claramente uma mais-valia para o Cen-

tro de Espetáculos.

• Uma sala com as características de área de cena total permite uma abordagem cé-

nica ampla em termos da relação do espetáculo/performance e o seu público, assim

como na utilização das novas tecnologias: vídeo, artes digitais, música, projetos trans-

disciplinares.

• Com este espaço o CECQ possuirá um espaço de programação para projetos de

experimentação e, consequentemente, para um público mais reduzido. Um espaço

para produções mais contemporâneas e de maior risco, assim como um espaço para

a produção de ateliers, produção de Workshops para crianças, adultos ou idosos (em

articulação com os estúdios de aulas e a sala principal). Este espaço será a principal

Sala de Ensaios pois permitirá trabalhar praticamente com as mesmas condições da

caixa de palco da Sala principal.

• O piso deve ser cuidadosamente estudado para a prática de dança. Nesse sentido,

deve-se optar por um piso não fixo ao chão que se movimenta nos dois sentidos da

sala, com uma elevada elasticidade (“neoprenes” colados aos duplos barrotes que

suportam o soalho-pinho de oregon).

• Nas paredes devem ser introduzidos espelhos para ensaio de Dança/Bailado, permi-

tindo a sua ocultação com cortinas acústicas de correr em calhas específicas para o

efeito.

• A sala é considerada como uma cena contínua, onde a implantação da área de atu-

ação e da Sala Principal é variável. Nesse sentido, a localização dos lugares para o

público deverá ter grande flexibilidade, deste modo, deve prever-se uma bancada re-

trátil para 220 lugares, assim como, para algumas outras tipologias, a utilização de

cadeiras montadas sobre praticáveis móveis manuais, que possibilitam várias combi-

nações e diferentes formas de organização.

• Este espaço permite uma mudança de posições, em termos de área de público e área

cénica. Tem também a possibilidade e caso o encenador o pretenda, de ter o público

em lados opostos, desenrolando-se a ação no centro da Blackbox.

• No teto existirá um piso técnico, constituído por estruturas, truss metálicos quadran-

gulares, ou varas duplas eletrificadas com dimmers de barra, motorizadas -

velocidade fixa (Os motores deverão ter um sistema que garanta que a sua

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velocidade de arranque e paragem sejam suaves. Esse sistema poderá ser com um

variador de frequência e respetiva resistência de “frenagem”), que abrange toda a

área da sala, onde são introduzidas peças de fixação, para suportar as que permitem

a suspensão de qualquer dispositivo de iluminação, assim como todos os dispositivos

de som. Caso se opte por estruturas TRUSS, com diferenciais/guinchos elétricos –

com classe de segurança D8+ (duplo travão) permitindo que a teia baixe inteira até

ao solo para a montagem do desenho de luz de uma forma bastante flexível e rápida.

Para maquinismos de cena pontuais colocar-se-ão alguns diferenciais elétricos, para

elevação/movimento de cenários, cortinas, cicloramas, adereços e sobretudo para

montagens das máquinas cénicas para teatro de rua.

• No teto poderão existir varandas de comando/trabalho para poder mudar os diferen-

ciais de posição e respetiva manutenção, assim como: focagem de luz, mudança de

cenário ou sistema de som. A mesma operação deverá também ser feita por equipa-

mento tipo “Genie” apropriada e ou andaime para teatro.

• Todos os componentes metálicos aplicados serão tratados por metalização e pintura

a preto sem brilho.

1.7. Arquitetura de Cena da Sala Principal

• Deve-se calcular ponderadamente as capacidades do equipamento, dentro e fora da

caixa de palco, equacionando a eficiência e respetiva eficácia em função dos espetá-

culos e produções programadas e outras atividades a desenvolver em prólogo de um

mínimo razoável de meios humanos a afetar a cada operação.

• Deverá ser necessário dotar o Centro de Educação e Cultura de Quarteira (CECQ)

de espaços de acolhimento, quer do público quer dos atores/músicos/bailarinos com

todas as instalações e equipamentos técnicos necessários à produção de espetácu-

los.

• Os princípios orientadores da Arquitetura de Cena da Sala Principal, pode resumir-se

nas seguintes estratégias:

- Privilegiar a implementação de infraestruturas, no sentido de permitir uma natural e

saudável expansão/atualização dos sistemas a considerar;

- Utilizar os mais altos padrões de qualidade e atualização tecnológica, ao nível das

instalações e dos equipamentos, no sentido de estabelecer padrões elevados para o

futuro desenvolvimento do edifício;

- Prestar uma atenção particular em viabilizar a maior flexibilidade possível na gestão

do parque de equipamentos a instalar, com os óbvios reflexos nos custos de

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exploração, sobretudo nível da manutenção e da mão de obra necessária ao seu bom

funcionamento.

1.7.1. Teia

• Num contexto cenotécnico contemporâneo os movimentos a efetuar em cena, bem

como a sua versatilidade, é da maior importância. A teia é constituída por uma estru-

tura metálica localizada a uma cota superior à cota do palco em duas vezes e meia a

altura da boca de cena.

• A teia deve cobrir integralmente toda a área de palco e bastidores exceto a área de

varandas, comunica diretamente com a circulação técnica da torre de cena, através

de ‘sound lock’.

• No cálculo estrutural deverão ser tidos em consideração os coeficientes de simulta-

neidade, as cargas dinâmicas e a degradação da força das varas pelos diversos

cabos de aço quando sujeitas a cargas uniformemente distribuídas

• O sistema de varas a projetar, deverá permitir uma rapidez de montagem ímpar, com-

parada com os sistemas tradicionais.

• Todos os equipamentos motorizados deverão ser controlados, por sistemas de co-

mando com características de performance compatíveis com as exigências atuais;

devem ser projetados motores de vara – em linha, acoplados na própria estrutura da

Teia, de velocidade variável e fixa.

1.7.2. Varandas

• Consideradas como o centro nevrálgico em termos cénicos, estas varandas são pas-

sarelas para manobra, do maquinista de cena, do equipamento suspenso; varas;

iluminação de cena e manutenção.

• O seu acesso é feito através de escadas que partem do nível do palco ou exterior-

mente através de caixa de escadas e elevador, até ao nível da varanda. Daqui se

controla a disposição das varas manuais.

• Por norma existem no mínimo dois níveis de varanda.

• As varandas dispõem-se lateralmente (fundo 1,5m x laterais 2,5m), permitindo a cir-

culação, tendo a largura útil necessária para as operações durante o espetáculo.

• Instalar, a zona dos dimmers, numa das áreas lateral das varandas, por questões de

otimização das ligações de cablagens às boxes e acesso aos dimmers. Permite ainda

a Iluminação lateral.

• O piso das varandas deve ser construído em gradil com modulação de 5 x 5 cm com

a carga admissível de 750Kg/m2.

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1.7.3. Palco

• Conceptualmente palco é a área de cena e não tem limites laterais definidos. A boca

de cena define a abertura da área de encenação.

• O palco será definido a partir das linhas de visão do espectador numa relação com a

área de cena, que deverá ser objeto de um cálculo de ângulos rigoroso a partir da

visão do espectador da 1ª fila. A altura do palco em relação à cota do espectador na

primeira fila, deverá se enquadrar entre os: 0,8m e 1m de altura.

• A dimensão do palco deverá garantir as seguintes dimensões de referência:

- Boca de Cena: Largura- 15m x altura: 8m a 9m

- Caixa de palco com Teia e falsa teia e varandas técnicas: Altura de 1 vez e meia a

altura da boca de cena

- Coxias laterais com 4 m (mínimo)

- Proscénio: 3 a 4m (mínimo)

- Palco: profundidade de 14m (mínimo)

- Com sistema de quarteladas (1,20x1,20m)

- SubPalco: altura livre de 3 a 4 m (mínimo) e piso deverá ser de tipo industrial auto

nivelado.

• A estrutura do palco, por norma é constituída por um soalho de Pinho de OREGON

de 40mm de espessura, montada sobre estruturas de barrotes, assente numa tela

elástica/tipo neopreno colada à laje. Os barrotes são espaçados entre si num reticu-

lado de 600x600mm, com a dimensão 160X50 mm.

• Propõe-se conjuntos de meias-quarteladas laterais e de fundo especificas para ilumi-

nação cénica lateral, criando um corredor de ligação de cablagens livre, no contorno

da área cénica do palco.

• Deverão ser previstas 2 varandas, teia e falsa-teia 2,10m livres no mínimo na caixa

de palco para manobra do equipamento suspenso, iluminação de cena e manuten-

ção.

• Relativamente ao acabamento das paredes do palco, bem como, todas as estruturas

cénicas ou ainda de outro tipo dentro da “Torre Cénica” deverão ser pintados na cor

preto mate. Relativamente ao piso do palco deverá ser escurecido com velatura de

cor “ébanos” 3 a 4 mãos depois do tratamento tapa poros e pintura ignífuga.

• Deve comunicar diretamente com as zonas de serviço, camarins, através de espaços

de ‘sound lock’.

• Deverá ser garantido um acesso ao exterior (porta de cargas e descargas: 3mx3,5m

aproximadamente, independente do acesso do público, devendo-se prever o acesso

de viaturas de maior porte, para o caso de montagem de cenários, transporte de

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instrumentos, etc. No caso de desnível de pisos, este deverá ser vencido por sistema

de elevador ou plataforma monta cargas.

• O palco deverá dispor de sistema de quarteladas.

• Deverá ser possível tirar uma fiada completa de quarteladas de forma fazer subir do

sub-palco um elemento de cenografia com, pelo menos, a largura total da boca de

cena.

• Deverá ainda ser possível abrir grandes áreas no piso palco, em duas ou mais fileiras

adjacentes, sem qualquer elemento estrutural a atravessar o vão.

• A modelação do palco deverá permitir o afundamento de cerca de 1m, em tida a área

das quartelada (utilização de formato “piscina”)

1.7.4. Sub-palco - Zonas Técnicas de Apoio ao Espetáculo

• Estas áreas deverão ser objeto de um estudo pormenorizado, pois consideramos in-

dispensável a existência de espaços de apoio, elementares ao nível da produção das

Artes do Espetáculo, tais como: oficina de sonoplastia, oficina de luminotecnia, arma-

zém de material técnico, Zona de manutenção e reparação técnica.

• Deverá ser projetado um monta-cargas com acesso ao palco, para melhor organiza-

ção e arrumos de todos os equipamentos de trabalho numa caixa cénica.

1.7.5. Coxias ou bastidores laterais

• São os espaços laterais da caixa cénica e tem a função de albergar os cenários que

entram e saem de cena – movimentações cénicas, espaço para organização de con-

trarregra, espaço para preparo e concentração do artista, espaço para impulso e

travamento dos movimentos dos bailarinos, espaço de direção interna da cena e con-

centração de técnicos operadores.

• A altura das coxias deve corresponder à altura da primeira varanda – sempre superior

altura. Boca de Cena.

1.7.6. Proscénio

• O avanço do palco sobre a sala, bem como a flexibilidade proposta para o proscénio

restabelece a continuidade entre a cena e a sala propondo-se o redescobrir da har-

monia e da comunhão que existia nos teatros clássicos.

• Em alguns casos a representação poderá ser feita contando com esta área, fazendo

este espaço parte integrante da sala, o que permite uma comunhão muito estreita

entre ambas, como se o próprio público fizesse parte do espetáculo.

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• Com este gesto pretendemos libertarmo-nos dos constrangimentos do teatro à itali-

ana e aproximarmo-nos da diversidade do teatro moderno; a representação poderá

ser feita apenas no proscénio, defronte do fundo de cena, fazendo este espaço parte

integrante da sala, ou seja, apesar de haver uma diferenciação clara de posições do

público e atores não deixa de existir uma comunhão muito estreita entre ambas, como

se o próprio público fizesse parte do espetáculo.

• Deve haver a possibilidade de acesso dos espectadores de ambos os lados ao palco.

• Na zona do teto do proscénio deve ser garantida a suspensão de iluminação e Som

de frente

1.7.7. Fosso de Orquestra

• O fosso de orquestra deverá ser equipado com uma plataforma motorizada tipo Spi-

rolift que permita três configurações (fosso, plateia avançada e palco avançado). A

plataforma deverá dispor de todos os diapositivos de segurança (sistema “safe edge”)

necessários para garantir não haver possibilidade de acidente, nomeadamente sen-

sores de segurança no perímetro da plataforma e nos bordos da parte coberta do

fosso.

• O fosso deverá ter a capacidade para 60 músicos;

• Prever as estantes e cadeiras para orquestra, iluminação e carros de transporte;

• O fosso de orquestra deverá ter pelo menos a largura de 17m com uma profundidade

de 4 a 5 m. A zona de fundo do fosso-área para a percussão, deverá ter aproximada-

mente 1,5 e 1,8m de profundidade, e 1,8m de altura;

• A plataforma elevatória com a profundidade aprox. de 3 a 4m, deverá ser capaz de

suportar cargas de aprox.750 Kg/m2;

• A plataforma terá posições de paragem às cotas de Palco, de fosso, prolongamento

de plateia e de sub-palco.

• Devem ainda prever-se todas as guardas de segurança necessárias e aplicáveis,

sendo fundamental projetar a sua montagem e desmontagem em menos de 30m,

com apenas 2 técnicos.

1.7.8. Concha Acústica

• O projeto da Concha acústica deverá garantir o seu perfeito funcionamento acústico

estético e mecânica.

• A sua suspensão e montagens deverá ser controlado por uma consola específica. A

suspensão deverá ser feita por motores de máxima segurança: d8+. Não impossibili-

tar o funcionamento de nenhuma vara do palco de Iluminação.

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• A montagem e desmontagem deverá ser o mais autónoma possível: simples e rápida.

• A iluminação para concerto deve ser integrada pelo que necessita de ser estudada e

projetada. Será fundamental executar todos os ensaios necessário ao seu desempe-

nho. Quando montada deverá ter acesso fácil a músicos e instrumentos, mesmo os

de maiores dimensões.

1.7.9. Visibilidade

Existem duas vertentes nesta problemática: o público e a cenotécnica. A conjugação

destes fatores permite uma utilização ótima e um grande conforto visual e esse equilibro

deve ser encontrado na solução proposta.

1.7.10. Plateia

• As cadeiras são colocadas desencontradas em relação à sequência das filas, ou seja,

o eixo das cadeiras de uma fila não coincide com o eixo da fila frontal ou posterior.

As circulações internas da plateia devem fugir do eixo central, pois, sendo o melhor

ângulo de visão do espectador é ideal que seja ocupado por cadeiras. O ideal são as

circulações laterais.

• Em termos acústicos é necessário definir o revestimento das paredes, forro, lambris,

tetos e chão numa combinação de materiais ora refletivos, ora absorventes. A forma

definida pela arquitetura deve colaborar com a acústica, ou seja, paredes laterais não

paralelas na íntegra.

• Será ainda de prever leds, com regulação de fluxo, marcadores de degraus, assim

como, iluminação lateral nas cadeiras com indicação da fila.

• Os revestimentos da plateia devem possibilitar o mínimo de reflexão de luz com es-

pecial incidência na zona do proscénio e galerias do teto.

• Deve ser possível a comunicação direta com o foyer através de espaços de ‘sound

lock’.

• Todos os lugares devem permitir a visibilidade de toda a área do proscénio e de pelo

menos 80% da área útil de representação.

1.7.11. Iluminação frontal no teto da sala – (foh)

• Estas galerias deverão ter acesso dedicado para pessoal, equipamento técnico. Será

o local de onde se executará a iluminação frontal, o seu posicionamento, próximo ao

palco, é definido pelo ângulo máximo e mínimo dos projetores em relação ao palco e

ao proscénio.

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• Para tal, deverá ser objeto de estudo específico a sua localização, assim como os

seus acessos e focagem dos projetores - com as devidas salvaguardas de condicio-

namento acústico e estético da sala.

• Estas pontes de luz deverão ter dimensões confortáveis para o técnico afinar a ilumi-

nação. Para o melhor posicionamento dos equipamentos, é interessante que o

comprimento da ponte de luz se prolongue por toda a extensão transversal da plateia.

• Estas varandas de serviço, sobre o forro da plateia interligando a 1-ª varanda da caixa

de palco com a zona de plateia, agiliza o trabalho do cenotécnico além de ser neces-

sária para manutenção de todos os equipamentos.

1.7.12. Camarins

• Comunicam diretamente com a circulação técnica da caixa de palco.

• Os camarins devem estar equipados com bancadas de caracterização dotadas de

espelhos e iluminação específica.

• Deve conter um espaço para guarda-roupa e charriots para os figurinos.

• Cada um deve conter uma casa de banho completa (lavatório, sanita e duche) sendo

o espaço da sanita independente.

1.7.13. Iluminação de cena

• Qualquer espaço deverá ser equipado com infraestruturas e equipamentos para ilu-

minação. Os espaços cénicos devem ser equipados com infraestruturas e

equipamento para iluminação, na medida da cabimentação ornamental possível, mas

qualitativamente e quantitativamente suficiente para comportar as atividades previs-

tas.

• O esquema para a iluminação cénica prevê, por norma, uma distribuição racional de

circuitos elétricos, tanto dimmers como diretos e DMX de forma a dar versatilidade ao

sistema, no sentido de proporcionar espetáculos de grande qualidade. Neste parâ-

metro, a política foi de dotar as salas das infraestruturas-boxes na sua máxima

utilização.

• Para cobrir todas as eventuais necessidades das diferentes utilizações, prevê-se a

aquisição de projetores de diferentes tipos que serão controlados por um órgão de

luz e respetivos dimmers.

• Para cobrir todas as eventuais necessidades das diferentes utilizações, deve prever-

se a aquisição de projetores de diferentes tipologias (PC; fresnel; projetores de ciclo-

rama; recorte; Pares; Leds; robótica; followspots – com lâmpadas, palas porta filtros

diafragmas, cabos, pegas/grampos, cabo de suporte de segurança) que serão

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controlados por um órgão de luz e respetivos dimmers. Deverão ser previstos carros

adequados para o transporte e armazenamento dos projetores de luz.

• Das infraestruturas, além de toda a cablagem, constam ainda as caixas para circuitos

e a eletrificação de varas. Deverão ser comtempladas conjuntos de extensões de

energia com vários comprimentos, para ligação dos projetores com as infraestruturas

previstas.

1.7.14. Régies

• A difusibilidade acústica e visibilidade do palco/cena têm de ser a mais perfeita pos-

sível, neste caso a sua localização é fundamental para o bom e possível

funcionamento do espetáculo. Deste modo a localização da régie a meio da sala, em

zona central, cumpre claramente com os requisitos técnicos necessários para uma

boa audição e visibilidade pretendida.

• Nesta posição o operador de luz e som deverão visualizar todo o “Arco do Proscénio”

o e toda a área útil de representação, preferencialmente deverá localizar-se em zona

aberta, sendo o teto o mesmo da sala.

1.7.15. Movimentações de cena

• Num contexto cenotécnico contemporâneo os movimentos a efetuar em cena, bem

como a sua versatilidade, são da maior importância.

• A repartição do sistema de suspensão em cena deve ter em conta a utilização con-

temporânea de uma teia.

• O sistema de suspensão para as varas será com varas manuais, e varas motorizadas.

• Todos os equipamentos motorizados serão controlados, separadamente entre siste-

mas de elevação, por sistemas de comando com características de performance

compatíveis com as exigências atuais.

• Ao nível dos movimentos na Teia deverá optar-se por varas motorizadas por uma

questão de estratégia económica de investimento face aos recursos humanos neces-

sários para as movimentações cénicas.

• A organização proposta é a sequência: Bambolina - Perna - Luz de Frente - Manual -

Cenário - Manual – Cenário - Contraluz, em módulos no sentido da profundidade do

palco.

• As carreiras terão uma modularidade de 300 mm entre eixos para a suspensão de

varas.

• O sistema de suspensão compreenderá:

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- Suspensão da cortina de segurança corta-fogo; Painéis de isolamento acústico mo-

torizado – concha acústica;

- Varas motorizadas de velocidade variável (palco);

- Varas motorizadas de velocidade fixa (palco, plateia da Sala Principal e Sala Expe-

rimental);

- Varas motorizadas laterais (palco).

1.7.16. Sonorização de cena (áreas de público, técnicas, camarins e circulações)

Para a sonorização geral do edifício devem ser considerados os seguintes conteúdos:

• Avisos, anúncios e sinais de emergência;

• Escuta de cena;

• Ordens da direção de cena;

• Música e sons de ambiente e promoção.

• A distribuição destes conteúdos deverá assegurada a partir de um sistema a instalar

na receção, que permitirá, em cada momento, decidir qual a constituição do programa

a difundir por quatro zonas distintas.

• As fontes sonoras a utilizar serão bastante diversificadas de forma a responder às

necessidades específicas dos espaços a sonorizar e encontram-se referenciadas da

seguinte forma:

• Esquema para o som de cena, por norma, prevê uma distribuição de circuitos de sinal

racional de forma a que os técnicos de som possam compor e controlar o som de

espetáculos provenientes das múltiplas áreas artísticas e técnicas.

• Sistema de sonorização cénica destina-se à difusão e reprodução de sons proveni-

entes, quer de produções ao vivo, quer de suportes gravados magnéticos ou outros.

• Para cumprir este objetivo, o sistema eletroacústico será constituído por:

• Infraestrutura e cablagem, esquema de distribuição de boxes;

• Captação eletroacústica através de microfones de diversos tipos;

• Sistema de mistura na régie de microfones;

• Sistema de tratamento e equalização do som

• Leitores de CD, Suporte de CCDA/WAV/Mp3/AAC/AIFF a Reprodução a partir de uni-

dade de armazenamento USB; Reprodução digital a partir de IPOD ou IPHONE;

• Sistema de ampliação de som para monição (Backline);

• Colunas/Clusters de som para sonorização da Sala Principal e Café Concerto

• (Os sinais áudio deverão ser constituídos por uma instalação de sinal balanceado,

com pontos de suspensão rigg na roda teto da boca de cena para sistema de som

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/PA do tipo line array, o equipamento de som a instalar deverá ser de montagem em

line array com 2 conjuntos de, cluster frontal);

• Controle através de mesas digitais e manuais para som de frente e de retorno;

• Conjunto de extensões tanto de sinal como de energia em quantidades adequadas e

vários comprimentos para a ligação de todos os equipamentos sonoros;

1.7.17. Projeção de imagem

• Em situações de passagem de cinema de autor, o CECQ não será dotado de um

sistema de vídeo digital de alta resolução (garantir os 4K). O sistema de áudio a utili-

zar será o sistema normal da sala.

• Para dar resposta às necessidades impostas nas apresentações quer em situações

cénicas, quer em situações de conferência prevê-se a instalação equipamentos mul-

timédia atualizados como, entre outros, vídeo projetores de alta luminosidade e alta

resolução gráfica.

• Cada vez mais as salas de teatro tentam ter múltiplas valências que lhes permitam a

rentabilização dos espaços e preenchimento de tempos e calendários.

• As conferências são ultimamente uma das vertentes que mais vão ocupando estes

espaços, sendo para isso necessária a existência de material técnico específico.

• É fundamental garantir conexão de sinal vídeo de alto débito entre o palco (zona de

apresentação), régie e projetor, nomeadamente para apresentações em diaporama,

tanto para projeção como monição de imagem.

• Deve também permitir o controlo das apresentações a partir da régie, através de con-

trolo do diaporama a partir do palco.

1.7.18. Sistema de captação e gravação de imagem de cena

• Conceber um sistema de câmaras robotizadas profissionais FULL HD/4K nas zonas

laterais da plateia e zona central/frontal fixas e uma câmara profissional broadcast de

operação amovível com respetivo tripé. Assim como, as respetivas mesas de con-

trolo, edição, gravação e backup.

• Deve prever sistema com capacidade para execução de streaming, sobretudo para

conferências.

1.7.19. Comunicações

• Ao nível da programação e produção de espectáculos num espaço teatral o Director

de Cena funciona como o catalisador dos acontecimentos em palco. Responsabiliza-

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se pelo encaminhamento da informação para os vários sectores da estrutura de um

teatro, quer seja durante os ensaios, quer durante os espectáculos.

• Neste caso específico considerou-se que numa fase inicial a figura do Director de

Cena não existirá, projectando um sistema de comunicações básico de

funcionamento entre Palco-Régies-Teia- Bilheteira/Frente Casa e Camarins.

• Para tanto, optar-se-á pela adopção de um sistema (mesa de direcção de cena), Ring

Intercom (comunicação áudio Full duplex com Kit de head phones e microfone), rede

DMX (sinal de comando de equipamento de luzes), monição de vídeo (video show-

relay), telefone (se localizado em área cénica deverá estar equipado com sinal

luminoso e inibição de campainha), um sistema Chamada de Público e som ambiente

(public address) distribuído por todo o edifício e sistema de Artistas para monição de

som e chamadas para a zona dos camarins.

• Deve prever um sistema de intercomunicação técnica por wireless com possibilidade

de selecção de dois canais, e 8 postos individuais e capacidade para funcionamento

com os postos com fios do sistema de distribuição do Ring Intercom.

1.7.20. Circuito fechado de televisão (CCTV)

• Deverá ser considerada a instalação de um sistema de circuito fechado de televisão,

destinado a monitorizar os acessos exteriores e áreas públicas e corredores de serviço.

• O sistema deverá ser constituído por uma estação central de comando e controlo, a

implementar na Entrada de Artistas e Serviço (área de segurança). Será complementado

com as câmaras de vários tipos, adequadas aos locais de montagem.

• É fundamental articular/ligar com o controle da Mesa de direção de cena e régies.

1.7.21. Sistema de monição de vídeo

Deverá ser considerada a instalação de um sistema de monição de vídeo constituído por

camara móvel e camara fixa colocadas frontalmente para captação da Boca de Cena, liga-

das a sistema de gravação digital e interligação com sistema de modulação e amplificação

de sinal RF para difusão na rede de TV dos camarins e Foyers. Deverão ser previstos tele-

visores a colocar nos camarins de 22” e televisores para as entradas de sala e foyers de

42”.

1.7.22. Instalações e equipamentos de comunicações

• Será considerada uma rede de cablagem estruturada para comunicações de voz, dados

e imagem nas zonas do edifício destinadas à sala de espetáculos, café-concerto, régies,

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salas de apoio, serviço educativo, camarins, foyer, área expositiva e áreas administrati-

vas/produção.

• Deverá ser considerado o fornecimento e instalação de equipamentos telefónicos, no-

meadamente:

- Fornecimento, ligação e programação da central telefónica do tipo digital;

- Fornecimento do sistema de alimentação elétrica, incluindo carregadores e baterias;

- Fornecimento e ligações do Repartidor Geral de Pares de Cobre;

- Fornecimento e ligações de telefones digitais de mesa.

• Deverá ser previsto um sistema de sinais de TV, com distribuição para a Sala Principal,

blackbox café-concerto, régie, salas de serviço educativo e áreas administrativas.

1.7.23. Acessórios cénicos

• Para o correto funcionamento dum palco é fundamental a existência de uma série de

equipamentos, acessórios e adereços mais ou menos básicos que respondam aos

requisites programáticos do CEQQ de forma a possibilitar espetáculos de diversas

áreas artísticas e técnicas.

• Estes serão nomeadamente cortinas, pernas e bambolinas (quer em veludo quer em

flanela; 350 grs/m2 pretas e ignífugas com bainha superior reforçada com gancho de

fixação e bainha inferior reforçada com corrente de pesos, para esticamento), ciclo-

rama (tela de P.V.C. branco, densidade 600 gr/m2, para projeção frontal e

retroprojeção, com costura superior com olhais de reforço e de suspensão de 200 em

200mm para suspensão e bainha inferior aberta nas extremas para enfiamento de

tubo de esticamento de tela), ciclorama, tule de cena (branco de algodão com 80

g/m2), cadeiras altas e baixas e estantes para orquestra, piano de concerto, escada

motorizada tipo “Genie”, pavimento de dança – linóleo (PVC, com espessura de 2

mm, reversível de cor preto/branco, M3- classificação de resistência ao fogo; Peso:

2,6 Kg/m2), fraldão, equipamento de som, tudo dimensionado para a escala do es-

paço.

• Quer para interior da sala, quer para o exterior serão previstos uma grande quanti-

dade de praticáveis (estruturas em alumínio e tampa de contraplacado marítimo, de

22mm, de dimensões 2mx1m, com nivelamento progressivo de 200mm em 200mm

até 1m, peso de 70 kg, e capaz de suportar uma carga útil de 750 kg/m2) para utili-

zação de cena: cenário; palco, níveis de altura para orquestra, coros ou músicos e

público.

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1.8. Equipamento de mecânica de cena

Todos os materiais e equipamento cénico do projeto de Mecânica de Cena deverá ser

fornecido e instalado em conformidade com o “Code of Practice for the Theatre Industry”

da ABTT-Association of British Theatre Technicians e com o Dec. Reg. 34/95 - Regula-

mento das Condições Técnicas de Segurança dos Recintos de Espetáculos e

Divertimentos (REVOGADO PARCIALMENTE PELO DECRETO-LEI N.º 220/2008 DE 12

DE NOVEMBRO e DECRETO-LEI Nº 23/2014 DE 14 DE FEREVEIRO.), para além de

outras normalizações especificas, as quais serão enunciadas caso a caso, tais como:

• A adequação ao local quanto ao ambiente, utilização e modo de instalação;

• O serem ajustados à tensão, intensidade e tipo de corrente dos circuitos onde irão

ser instalados;

• Ter em atenção que os materiais metálicos, incluindo parafusos, devem possuir tra-

tamento contra corrosão, assim como, deverão ter marca de conformidade CE;

• Devem ser respeitadas as sobrecargas admissíveis e aplicar os coeficientes de se-

gurança definidos nas normas aplicáveis, nomeadamente para os equipamentos e

estruturas suspensos sobre a área de público e de cena;

• Que todos os tecidos e telas devem ser ignífugos, assim como, os elementos de fixa-

ção e suspensão de equipamentos de cena.

Os elevadores são construídos de acordo com as seguintes normas europeias:

• EN 292 - Safety of Machinery, basic concepts, general principles for design.

� Part 1: Basic therminology, methodology;

� Part 2: Techinical principles and specifications.

• EN 294 - Safety of Machinery, safety distances to prevent danger zones being reaches

by the upper limbs.

• EN 349 - Safety of Machinery, minimum distances to avoid crushing of parts of the

human body.

• EN 414 - Safety of Machinery: rules for draft or preparation standards.

• EN 418 - Safety of Machinery; emergency stop equipment; functional parts.

• EN 60 529 - Degrees of protection; protection of electrical equipment against contact,

foreiger bodies and water.

• EN 60 947 - Low voltage switchgear and controlgear; part 4-1, electromechanical con-

tactors and engine – starters.

• HD 419.2 - Low voltage switchgears and controlgear semiconductor contactors.

• IEC 364 - Electrical installations; part 4, Protection for safety; chapter 41; Protection

against electrical shock.

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• IEC 364 - Electrical installations; part 4, Protection for safety; chapter 47; Application

protective measures for safety.

1.8.1. Caminhos de Cabos

• Os cabos deverão ser conduzidos através de caminhos e tubagens definidas no Pro-

jeto Geral de Eletricidade.

• Recomenda-se especial cuidado na instalação dos cabos de sinal áudio , nomea-

damente, não devem ser encaminhados junto a cabos de potênci a e devem ser

tomadas precauções para evitar interferências e respeitar as boas práticas de ins-

talação e implementação de bons níveis de EMC.

1.8.2. Materiais

• Relativamente à montagem das estruturas metálicas devem respeitar as normas em

vigor. Os perfis a instalar devem ser de aço, sem apresentar corrosão com picagem.

Todos os cortes e furos devem estar sem rebarbas e devidamente limpos. A solda-

gem nas ligações, será feita apenas como último recurso, de modo a garantir a

resistência das peças. O controlo deverá ser devidamente acompanhado e aprovado

pela fiscalização.

• Quanto às pinturas dos elementos metálicos não estruturais o procedimento será de

aplicar uma demão de subcapa, lixagem, betumagem e amassamento; duas demãos

de esmalte preto mate para acabamento (os rendimentos e diluições serão as indica-

das pelo fornecedor).

• Todos os tecidos e telas devem ser ignífugos, assim como todos os elementos de

fixação/suspensão de equipamentos de cena.

• Em termos de infraestruturas elétricas todas as cablagens serão do tipo Afumex de

modo a garantir a respetiva segurança contra incêndios. Todos os cabos deverão ser

encaminhados em esteiras metálicas (na caixa de palco pintadas de preto mate), blin-

dadas e com possibilidade de as visitar, de forma a garantir sempre que necessário

a respetiva manutenção ou retificação de avarias.

1.8.2.1. Fabricação e montagem das estruturas metálicas

Na estrutura metálica serão utilizados os seguintes materiais:

• Tubos - Aço F e 430 B segundo a norma portuguesa NP – 1729;

• Barras e chapas - Aço F e 360 B segundo a norma portuguesa NP – 1729;

• Cavilhões e chapas de olhal das peças de suspensão da estrutura da teia na

da falsa teia - Aço F e 510 B segundo a mesma norma;

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• Perfis com altura igual ou superiora 140mm - Aço F e 430 B segundo a mesma

norma;

• Perfis com altura inferior a 120mm - Aço F e 360 B segundo a mesma norma.

A fabricação e montagem das estruturas metálicas deverá respeitar todos os regu-

lamentos e normas em vigor e no mínimo as seguintes especificações:

• Os perfis a utilizar serão perfeitamente desempenados, sem variações de sec-

ção ou outras deficiências;

• Os cortes e furos dos perfis serão limpos e sem rebarbas;

• As soldaduras serão executadas por pessoal especializado, devidamente qua-

lificado e aceite pela fiscalização;

• O acabamento das soldaduras será feito com o maior cuidado para que estas

se apresentem bem limpas e uniformes. As soldaduras mal-executadas serão

rejeitadas e totalmente refeitas, até que se encontrem igualmente em boas con-

dições. Não poderão executar-se soldaduras com temperatura ambiental

inferior a 5°;

• Todos os elementos e acessórios serão devidamente decapados com grema-

lha de aço e sofrerão tratamento anticorrosivo (metalização por zincagem) com

recobrimento de 80 microns;

• Não será permitida a soldadura de peças que já tenham sofrido tratamento

anticorrosivo;

• Os furos e cortes feitos após o tratamento anticorrosivo serão tratados imedia-

tamente com material do tipo "Friazinc - R".

1.8.2.2. Zincagem por projeção

A superfície de todos os perfis metálicos a montar deverá ser tratada como segue:

• A espessura de recobrimento medir se á em superfícies representativas, em

que não surjam imperfeições causadas por furos, soldaduras, etc.;

• O recobrimento de espessura mínima de 80 microns, terá um peso mínimo de

550g/m2;

• A superfície de recobrimento ficará lisa e isenta de manchas, bolhas ou outras

deficiências. Serão apenas toleradas manchas de cor cinzenta escura, disper-

sas, com superfície não superior a 10mm ou outras pequenas deficiências

suficientemente dispostas para não prejudicarem o fim em vista nem o aspeto

de pormenor. Não serão, por conseguinte, permitidas manchas de ferrugem ou

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quaisquer outras irregularidades que possam desprender se com facilidade, o

que dará origem ao aparecimento de pontos com recobrimento insuficiente;

• A camada de zinco será livre de poros observáveis à vista e de zonas onde se

verifique a formação de sais;

• A aderência ao zinco será verificada por dobragem duma barra em torno de um

mandril com diâmetro igual a cinco vezes a espessura daquela, sem desloca-

mento, ou pela ação de um martelo especial de ponta aguçada, que deverá

imprimir marcas bem definidas na camada de recobrimento, sem que esta se

destaque;

• Os elementos a metalizar serão previamente limpos a jato de gremalha de aço;

• Se as peças a zincar apresentarem ferrugem, escamas metálicas ou escória

de soldadura é conveniente proceder á sua limpeza com auxílio de martelo

raspador e escova;

• Será substituída toda e qualquer peça que, após a limpeza se mostre com ca-

vidades, reentrâncias ou outros defeitos.

1.8.2.3. Madeiras

• As madeiras a empregar serão da melhor qualidade e proveniência, não ardi-

das, sem nós, muito bem secas, isentas de caruncho e sem fendas, tendo as

dimensões indicadas em projeto e fornecidas de acordo com as necessidades

de execução da empreitada;

• Serão sem cernes, sem nós que comprometam o seu efeito estético ou as suas

qualidades de resistência, falhas ou fendas;

• Serão escolhidas de modo a que os pequenos defeitos não sejam muitos nem

se apresentem de grandes dimensões, nem em zonas das peças em que se

encontrem as maiores tensões;

• Será completamente seca e desempenada e com as fibras direitas, sendo exi-

gível para a de soalho a rigorosa uniformidade de dimensões;

• Para determinação da qualidade e de acordo com o fim a que se destinam,

seguir-se-á as NP 180 – Anomalias e defeitos da madeira e NP 987 – madeiras

serradas – medição de defeitos;

• Não serão admitidas rachas ou fendas que possam prejudicar a resistência da

peça, por simples apreciação à vista, sendo rejeitadas todas as peças que não

cumpram as especificações indicadas;

• As madeiras serão protegidas e armazenadas por forma a evitar o ataque de

humidade, fungos, carunchos ou outros fatores que a deteriorem;

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• Os aglomerados deverão ter as faces duras e lisas, apresentar uma certa fle-

xibilidade, a tensão mínima de rotura a flexão de 5kg/mm2, admitindo-se uma

tolerância na espessura de +/- 1mm;

• Os pavimentos em madeira serão de réguas macheadas, pregadas com pre-

gos de aço aos sarrafos existentes no pavimento, previamente cravados para

este fim;

• Os sarrafos serão em madeira de pinho, cravados no pavimento com arga-

massa de cimento e areia ao traço 1:4 e incorporados com pregos de galeota,

para que a massa de cravação exerça aderência;

• Se nada em contrário for especificado, todas as madeiras de pinho serão pre-

viamente impregnadas em autoclave sob vácuo e pressão, pelo método de

célula cheia e de acordo com o prescrito pelas normas britânicas, com um pro-

duto de premunição à razão de 4kg de sais secos por m3 de madeira em

concentração de 2,5%, ou seja, com uma absorção de 160l/m3;

• A madeira apresentar-se-á com um máximo de 25% de humidade, com o al-

burne totalmente impregnado após o tratamento;

• Os contraplacados serão de 1ª qualidade, com faces duras e lisas e tolerância

de +/- 0,5mm na sua espessura total;

• As faces de contraplacado em madeira aparente, destinadas a ficar à cor na-

tural, deverão ser pelo menos da classe 5 da norma NFB 504;

• As faces de contraplacado destinadas a ficarem visíveis, mas pintadas serão

pelo menos: classe C-norma NFB 53-504;

• Os contraplacados sujeitos à ação dos agentes atmosféricos ou ambientes hú-

midos, terão a face exposta sem qualquer defeito suscetível de facilitar a

penetração de água ou provocar a alteração do seu aspeto.

1.9. Condicionamento Acústico

Um espaço para as Artes Cénicas tem exigências precisas no domínio da Acústica. Nesse

sentido será fundamental a existência de um especialista nesta área a colaborar com a

equipa projetista.

"A acústica é fundamental, é a razão que me detém efetivamente de atuar/representar

"fora" dum teatro (...) a qualidade de um teatro, acima de tudo, é aquela que possui a

relação ideal de equilíbrio entre a cena e a sala." 1

1 Patrice Chereau, "THEATRES"- Architecture Thematique, G.B., Editions du Moniteur, Pág. 20, Paris, 1989

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"A primeira condição de um Teatro é de favorecer a relação entre os atores e o público,

essa relação depende de fatores muito precisos. Existe, obviamente, a visibilidade, mas

acima de tudo a acústica (...) a acústica é o fio invisível que estabelece a relação que relê

o interior da personagem e o interior do espectador”. 2

O conforto e qualidade acústica garantem a audição perfeita, adaptada às diversas utiliza-

ções de cada local/espaço. A sala de espetáculos corresponde às restrições de

dimensionamento e respeita os valores de certos parâmetros descritores da acústica in-

terna, níveis de ruído, índices de reverberação e vibrações.

1.9. 1. Requisitos acústicos

• O projeto de Condicionamento Acústico deverá ser desenvolvido de forma a dar

cumprimento à legislação em vigor, nomeadamente do Regulamento Geral do Ru-

ído (aprovado pelo DL 9/2007 de 17/01), e do Regulamento de Requisitos

Acústicos dos Edifícios (aprovado pelo DL 129/2002 de 17/05, com a nova reda-

ção dada pelo DL 96/2008 de 09/06). Dada a especificidade do edifício, para além

das exigências mínimas regulamentares, deverão ser consideras exigências téc-

nicas complementares devidamente justificadas, de modo a dotar o edifício de

condições de conforto acústico elevadas.

• No caso específico do estúdio de gravação, para além do muito elevado desem-

penho acústico, que também se aplica à Sala Principal e blackbox, deverá existir

uma grande pormenorização e a uma forte interação e compatibilização com as

restantes especialidades de projeto envolvidas e um posterior apertado controlo

do processo construtivo. Na sala de régie deverá ser prevista uma baixa reverbe-

ração em toda a gama audível, garantindo excelentes índices de inteligibilidade.

• Na sala de captação, deverá ser valorizada da vivacidade da sala, através do equi-

líbrio entre revestimentos de elevada absorção sonora e revestimentos refletores,

incluindo a aplicação de difusores acústicos. Entre a sala de régie e a sala de

captação deverá existir contacto visual direto e deverão garantir-se requisitos de

isolamento muito elevados, com DnT,w • 68 dB e L’nT,w • 30 dB. Entre os espaços

envolventes e as salas do estúdio os requisitos deverão ser ainda superiores aos

requisitos anteriores, podendo aceitar-se valores de DnT,w • 52 dB e L’nT,w • 35

dB entre circulações internas e as salas do estúdio. O nível de ruído residual, com

os equipamentos do edifício em funcionamento, deverá ser muito reduzido, com

LAeq • 25 dB(A), em ambas as salas do estúdio.

2 Peter BrooK, "THEATRES" Architecture Thematique, Gaelle Breton, Editions du Moniteur, Pág.18, Paris, 1989

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• Este projeto de condicionamento acústico deverá ser desenvolvido sob quatro ver-

tentes: o isolamento a sons aéreos, quer entre espaços interiores, quer entre o

exterior e o interior dos edifícios; o isolamento de ruídos de percussão, transmiti-

dos por via sólida, provenientes essencialmente do interior do edifício; o

condicionamento acústico interior; e a minimização do ruído produzido por equi-

pamentos mecânicos do edifício.

1.9.2. Soluções gerais de condicionamento acústico

De forma a dar cumprimento aos requisitos acústicos, deverão ser propostas soluções

de condicionamento acústico adequadas e compatibilizadas com as restantes especi-

alidades de projeto. Para além do cumprimento dos requisitos de isolamento a sons

aéreos, isolamento a sons de percussão e de minimização da transmissão de ruído

produzido por equipamentos, quer para o interior do edifício, quer para a sua envol-

vente exterior, deverá ser dado destaque ao condicionamento acústico interior, em

particular na Sala principal, onde deverá ser estudada a forma interior mais adequada,

de modo a garantir um adequado conforto acústico em toda a área da sala. No caso da

Sala Principal e blackbox, o estudo deverá ser diferenciado em função de cada tipo de

ocupação e de utilização da sala, de forma a garantir uma reverberação adequada e

uma boa inteligibilidade da palavra em toda a sala.

Entre outras soluções, apontam-se de seguida algumas soluções gerais que podem

ser implementadas:

• Aplicação de superfícies refletoras e de superfícies difusoras posicionadas/orienta-

das de forma a favorecer as condições de propagação em todo o interior da sala

(palco, plateia e balcão – área total da blackbox);

• Aplicação de revestimentos fona absorventes em tetos e paredes em zonas espe-

cíficas;

• Reforço de isolamento sonoro de paredes e lajes e ou limitação da espessura mí-

nima destes elementos;

• Aplicação de revestimentos flexíveis ou rígidos de base flexível, em zonas com pos-

sibilidade de elevada percussão ao nível dos pavimentos;

• Utilização de caixilharias de elevada estanquidade com vidros duplos com panos de

diferente espessura;

• Utilização de portas acústicas, nos acessos às salas, de preferência com a criação

de zonas de entrada com elevada absorção sonora, nos acessos principais à sala;

• Tratamento acústico de zonas técnicas, sobretudo naquelas para onde se prevê a

instalação de equipamentos cuja produção de vibrações e/ou de ruído é

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significativa, nomeadamente através da execução maciços de inércia flutuantes,

aplicação de apoios anti vibratórios na base dos equipamentos e/ou do revestimento

de paredes e/ou tetos com materiais fona absorventes. Para equipamentos a aplicar

no exterior deverão ser propostos elementos de proteção na envolvente dos equi-

pamentos.

No caso específico dos estúdios de gravação, entre outras soluções, podem conside-

rar-se as soluções gerais:

• Criação de uma envolvente de cada sala constituída por elementos pesados, com

reforço integral de isolamento através de elementos aligeirados rigidamente desli-

gados dos elementos pesados envolventes (segundo o conceito “box in box”).

• Os elementos de envolvente interior deverão anular o paralelismo entre superfícies,

em particular nas de menor absorção sonora e/ou sem difusão sonora.

• Aplicação de vão envidraçado entre a sala de captação e a régie, constituído por

caixilharia dupla fixa e não paralela e com absorção sonora no contorno, com solu-

ção que garanta um índice Rw não inferior a 56 dB.

• Aplicação de revestimentos interiores com características distintas de absorção, re-

flexão (reflexão especular) e de difusão (reflexão difusa), de forma a atingir os níveis

de desempenho exigidos.

• Aplicação de portas acústicas com um índice Rw • 46 dB, constituída por conjunto

porta mais aro, de duplo batente em todo o contorno, incluindo na soleira, e criação

de antecâmaras com elevada absorção sonora (“Soundlock”), no acesso a cada

sala.

• Condicionamento acústico e vibrático dos equipamentos de AVAC, de forma a ga-

rantir um LAeq • 25 dB(A) nas salas de captação e régie, com os equipamentos em

“normal” funcionamento.

Para além da descrição de soluções de condicionamento acústico deverá ser apresen-

tada uma pormenorização detalhada, bem como a sua localização no edifício, de forma

inequívoca.

1.10. Residências – apoio à criação

• O CECQ possui espaços de residência, de modo a garantir longos períodos de tra-

balho aos artistas, nomeadamente, para companhias de artes performativas (dança,

teatro, música, novo circo, multidisciplinares) de tudo mundo.

• Serão desenvolvidas novas criações, a par de um programa pedagógico que incluirá

a realização de ateliers, debates, formação tanto para público escolar, como para

profissionais da área, em estreita ligação com o trabalho do serviço educativo. Os

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espetáculos criados e produzidos neste contexto serão apresentados e experimenta-

dos quer no seu interior, quer na praça exterior.

• Os quartos devem ser duplos ou para 4 pessoas (total de 5 quartos).

• O espaço deve prever zona de instalações sanitárias e de balneário/banhos, refeições

/zona de estar, cozinha e lavandaria.

• A localização da residência artística deverá permitir uma autonomia face ao exterior

por forma a ser compatível com uma utilização em horários diferenciados ao centro

de espetáculos.

• A articulação com a entrada de artistas na retaguarda das salas de espetáculo é a

opção preferencial pois permite através deste núcleo a proximidade a Blackbox que

será o espaço preferencial para os ensaios e a facilidade na gestão dos acessos.

1.11. Administração

• A gestão dos equipamentos desta natureza obriga a uma vasta equipa para poder

levar ao público qualquer projeto artístico e educacional que deve ser assegurada por

pessoal devidamente especializado e qualificado.

• Prevê-se que, a tempo inteiro, trabalhem neste centro até 20 pessoas excluindo os

recursos humanos na zona da Biblioteca e da Escola. Deverá, assim, o projeto dar

resposta à instalação dos postos de trabalho em causa (alguns em open-space) e

prever uma sala de reuniões, com ocupação até 15 pessoas.

• Área de gestão _ 1 posto

• Área de Direção Artística/Programação_ 1 posto

• Área do Serviço Educativo_ 4 postos

• Área de Produção_ 2 postos_ produção executiva

• Área de Direção Técnica_ 5 postos_ Diretor Técnico/Luminotécnico; Sonoplasta;

Multimédia/Direção de cena/ Maquinista de Cena; Técnicos de Palco.

• Área de manutenção e informática_ 2 postos

• Área da Comunicação_ 3 a 4 postos_ Designer; Relações Públicas e Frente casa;

Comunicação / Marketing / Mecenato / Amigos / Alugueres / Redes Sociais e Site.