Módulo 1 – Centro de espetáculos e...
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Módulo 1 – Centro de espetáculos e residências
1.1. Foyer Principal
• Área comum de acesso central para visitantes-público cujas características permitam
o encaminhamento até à zona de receção, de forma intuitiva, e respetivas zonas de
programação, nomeadamente, teatro, café-concerto, Blackbox, etc.
• Deverá permitir uma franca articulação com a escola de dança e estruturar o acesso
futuro para a implementação da biblioteca. Este espaço e todos os outros de circula-
ção dos utentes, deverá garantir a acessibilidade a pessoas com mobilidade
condicionada e o bom funcionamento de um sistema de tratamento do ar. Esta área
deverá prever a existência de uma antecâmara entre o espaço interior e o espaço
exterior, e incluir um espaço de Receção.
• No exterior deve ser prevista uma área coberta que crie uma área de proteção para
os utentes face às condições climatéricas.
• De forma articulada com este espaço deverá prever-se uma Loja/livraria, uma área
aproximada de 30m2.
• A entrada de serviço deverá funcionar de forma complementar e de modo a evitar a
duplicação de funcionários e de infraestrutura. Deverá ser prevista uma entrada de
serviço com as valências de integração do controle de acessos; central de segurança;
central telefónica; etc., de modo a permitir uma gestão otimizada do edifício, evitando
a utilização das áreas comuns e públicas do edifício, quando estas se encontram fora
do seu período de utilização.
• Na área de atendimento e receção deverá ser prevista a infraestrutura para a instala-
ção de bilheteira e bengaleiro.
1.2. Sala Principal
A Sala Principal deve ter uma configuração do tipo sala contraposta, reunindo todos os
requisitos técnicos para a realização dos seguintes programas e atividades:
• Teatro (clássico, contemporâneo, performance, marionetas,);
• Dança (clássica, contemporânea, ballet…);
• Música (Clássica, sinfónica; câmara; pop; moderna/contemporânea; eletrónica,
Jazz, etc.);
• Cinema / Vídeo;
• Projetos transdisciplinares; Novo circo;
• Conferências, palestras e apresentações.
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Para a persecução destes objetivos estabelecem-se as seguintes características funcio-
nais e espaciais:
• Capacidade para um total máximo de 499 lugares, com balcão e ou frisas laterais
• A dimensão do palco deverá garantir as seguintes dimensões de referência: Boca
de Cena: Largura de 14 a 15m x Altura: 8m a 9m;
• Caixa de palco com Teia e falsa teia e varandas técnicas: Altura da Teia de 2 vezes
e meia a altura da boca de cena;
• Coxias laterais com aproximadamente 4m (não têm de ser de igual dimensão);
• Proscénio: 3m a 4m;
• Palco: profundidade de 13m a 14m;
• Sub-Palco: altura livre de 3m a 4m);
• Sistema de Quarteladas e meias Quarteladas de palco;
• Possibilidade de compartimentação da sala para redução da sala principal para
cerca de 60% - 40% da lotação; considerar ponto de localização da Régies nessa
configuração reduzida
• As áreas laterais do proscénio, devem poder acomodar monitores áudio de sub-gra-
ves, sem interferir com a circulação cénica entre sala e caixa de palco;
• A plateia deve comunicar por calha técnica com as Régies, com a caixa de palco e
com as galerias do teto;
• Deve ainda ser previsto um espaço técnico para régie de ensaios nos lugares cen-
trais da 1.ª fila da 2.ª Plateia;
• Criar um Fosso de orquestra que coincida com as primeiras filas da plateia; essa
área deverá ter plataforma que permite, na ausência de utilização do fosso que a
plateia fique em relação de cota de nível com o palco; deverá ser considerado sis-
tema e local para armazenamento das filas de cadeiras que são suprimidas para a
utilização do fosso de orquestra
• Os revestimentos da sala, relativamente aos seus acabamentos e cor, devem possi-
bilitar o mínimo de reflexão de luz;
• No teto, devido às galerias de iluminação frontal FOH a cor deverá ser o mais es-
cura possível;
• Nenhuma solução deve prejudicar a qualidade da projeção de imagem e/ou da ilu-
minação cénica;
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• A insuflação de ar do sistema de controlo de temperatura e humidade deve ser ao
nível dos pavimentos em pleno e com velocidades baixas (atenuadores acústicos) e
a extração ao nível do teto, também por questões de eficiência energética;
• Deve ser prestada particular atenção ao trânsito de massas de ar entre a sala e a
caixa de palco no sentido de evitar perturbações na estabilidade dos panejamentos
(pernas e bambolinas) de cena e na utilização de efeitos cénicos (tais como fumos
de máquinas dedicadas). O sistema de deteção de incêndios deve contemplar a uti-
lização destes dispositivos;
• Poderá, ainda, haver lugar para a realização de sessões de cinema pontuais. De
igual modo deverá permitir condições para a realização de conferências;
• A sala não deverá ter uma profundidade superior a 22m.
1.3. Cadeiras
Área Palco – +/- 374,00 m2
Área Plateia – +/- 450,00 m2
Área Laterais Balcão – +/- 150,00 m2
• Todas as cadeiras devem possuir braços e respetivas ilhargas (não existência de
parafusos visíveis na fixação das mesmas) e privilegiar o conforto/ergonomia (acento
e costa executados com várias camadas de espuma e diferentes densidades) e acús-
tica apropriada.
• O espaço por espectador terá como valor de referência 45cm na situação mais des-
favorável – Cadeira: 65cm prof. e 55cm entre eixos. O sistema de rebatimento deverá
ser de contra-peso.
• Todos os materiais devem ser de acordo com as leis vigentes, em termos de sua
resistência ao fogo (ignífugas).
• Prever iluminaria elétrica na cadeira, no início das filas e respetivo lettering de identi-
ficação (lugar e fila).
1.4. Café/Concerto
• Este espaço, com autonomia própria, deverá constituir uma mais-valia em termos de
rentabilidade funcional, espacial e de gestão, para além de funcionar como es-
paço/programa âncora do complexo cultural.
• Deverá prever-se um espaço de bar-cafetaria com refeições/café-concerto, o qual de-
verá ser estudado de forma a poder ser explorado por uma Entidade distinta daquela
que irá gerir o CECQ e prestar serviço aos alunos e docentes da escola de dança.
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• Deverá ter acesso interno e externo independentes, de forma a, de acordo com as
necessidades, poder ou não funcionar e encerrar autonomamente (deverá ter-se em
atenção a regulamentação específica para este espaço nomeadamente em termos de
WC e Balneários e circuitos/zonas de sujos e confeção, sem os quais não será elegí-
vel a respetiva licença própria).
• Este espaço, deverá possibilitar a valência de café-concerto, prevendo-se uma área
de atuação com: Largura de 8 a 10m x Profundidade de 8m (mínimo) x Altura aproxi-
mada de 5 a 6m na zona de Palco.
1.4.1. Copa/ Cozinha
• Deve ser prevista uma área para a preparação de refeições e tratamento de louça.
Deve prever um espaço de armazenamento e frio, copa, zona de lavagens e zona de
preparação, assim como, uma área de arrecadação, para guardar todos os materiais
e artigos necessários, com acesso o mais fácil e direto possível ao exterior.
• Deve possuir uma zona de atendimento e serviço em comunicação direta com o foyer.
• Definir a área em projeto, para uma lotação aproximada de 100 a 120 lugares senta-
dos com relação com o espaço exterior através de esplanada.
1.4.2. Instalações Sanitárias
Deverão ser criadas instalações sanitárias em número suficiente, de forma a satisfazer as
necessidades dos visitantes e dos funcionários, tendo em atenção a necessidade de criar
a sua separação por sexos, na zona da Cafetaria e que garanta a acessibilidade a pessoas
com mobilidade condicionada, bem como a instalação de fraldário nas instalações sanitá-
rias de ambos femininas e masculinas.
1.5. Áreas complementares à Sala Principal
1.5.1. Camarins
Com relação de proximidade ao palco e sistema de circulação apropriado (devem existir
camarins de ambos lados do palco, não necessariamente no mesmo número) deve ser
prevista uma área de camarins, constituída por 4 Coletivos (8+8+16+16 artistas); 3 Indivi-
duais/duplos e 1 de mudança rápida (junto do palco). As instalações sanitárias deverão
ser dimensionadas para uma resposta eficaz da utilização da sala.
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1.5.2. Régies
Deverão ser previstas as Régies de som e luz, no interior da sala de espetáculos (plateia),
de modo a permitir a configuração da Sala em 60% de ocupação (sistema de comparti-
mentação da sala).
1.5.3. Espaços de apoio técnico
• Deverá prever-se ainda as áreas técnicas de apoio, nomeadamente: oficina; arma-
zém de material (cénico – som; luz; Mecânica de Cena) com uma área máxima de
100,00 m2.
• Existem espaços específicos para áreas técnicas de Segurança e eletricidade: Cen-
tral Térmica (caldeira); Posto de Transformação; Gerador; QGBT
• As máquinas de Avac; Utas; bombas de calor; Chiller, etc. devem localizar-se na zona
exterior, ou nas coberturas, dependendo da zona para melhor otimização do sistema
e respetiva relação com o exterior/interior.
• A área deve ser em conformidade com os requisitos necessários e legislação em
vigor.
1.5.4. Cabinas de Tradução Simultânea
• São espaços dedicados a tradução simultânea, situados imediatamente atrás da úl-
tima fila do balcão, com capacidade para 2 utentes cada.
• Relaciona-se com a plateia através de janela de vidro, com as dimensões mínimas
de 1,2 m de altura por 1,8 m de largura;
• O pé direito mínimo deve ser de 2,4 metros. Será possível implementar em conjuntos
de dois, ou um conjunto de cada lado das Régies.
• A cota praticável do pavimento, em piso técnico, deve ser de modo a permitir que, em
posição sentada e a 1 m da janela, o tradutor possa visualizar toda a área do proscé-
nio.
• Os revestimentos devem ser acabados a negro mate com absorção acústica.
• O espaço poderá comunicar diretamente com a circulação técnica das Régies.
1.6. BlackBox
(14x16m Cena – 16x16m Público)
• Em termos de gestão-produção, bem como ao nível da oferta/procura, gestão finan-
ceira, e complementaridade é contemplada a criação de uma “Blackbox”. Esta
funcionará como um espaço direcionado para a criação (em articulação com a resi-
dência), mas também como espaço passível de ser usado como espaço de
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experimentação pela comunidade local em espetáculos nemos convencionais e mais
intimistas na relação com o público.
• A “Blackbox” em termos técnicos, confere-lhe uma outra “metamorfose”. Possibilita
uma articulação mais criativa e abrangente com os restantes espaços expositivos e
com a própria programação do CECQ, sendo claramente uma mais-valia para o Cen-
tro de Espetáculos.
• Uma sala com as características de área de cena total permite uma abordagem cé-
nica ampla em termos da relação do espetáculo/performance e o seu público, assim
como na utilização das novas tecnologias: vídeo, artes digitais, música, projetos trans-
disciplinares.
• Com este espaço o CECQ possuirá um espaço de programação para projetos de
experimentação e, consequentemente, para um público mais reduzido. Um espaço
para produções mais contemporâneas e de maior risco, assim como um espaço para
a produção de ateliers, produção de Workshops para crianças, adultos ou idosos (em
articulação com os estúdios de aulas e a sala principal). Este espaço será a principal
Sala de Ensaios pois permitirá trabalhar praticamente com as mesmas condições da
caixa de palco da Sala principal.
• O piso deve ser cuidadosamente estudado para a prática de dança. Nesse sentido,
deve-se optar por um piso não fixo ao chão que se movimenta nos dois sentidos da
sala, com uma elevada elasticidade (“neoprenes” colados aos duplos barrotes que
suportam o soalho-pinho de oregon).
• Nas paredes devem ser introduzidos espelhos para ensaio de Dança/Bailado, permi-
tindo a sua ocultação com cortinas acústicas de correr em calhas específicas para o
efeito.
• A sala é considerada como uma cena contínua, onde a implantação da área de atu-
ação e da Sala Principal é variável. Nesse sentido, a localização dos lugares para o
público deverá ter grande flexibilidade, deste modo, deve prever-se uma bancada re-
trátil para 220 lugares, assim como, para algumas outras tipologias, a utilização de
cadeiras montadas sobre praticáveis móveis manuais, que possibilitam várias combi-
nações e diferentes formas de organização.
• Este espaço permite uma mudança de posições, em termos de área de público e área
cénica. Tem também a possibilidade e caso o encenador o pretenda, de ter o público
em lados opostos, desenrolando-se a ação no centro da Blackbox.
• No teto existirá um piso técnico, constituído por estruturas, truss metálicos quadran-
gulares, ou varas duplas eletrificadas com dimmers de barra, motorizadas -
velocidade fixa (Os motores deverão ter um sistema que garanta que a sua
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velocidade de arranque e paragem sejam suaves. Esse sistema poderá ser com um
variador de frequência e respetiva resistência de “frenagem”), que abrange toda a
área da sala, onde são introduzidas peças de fixação, para suportar as que permitem
a suspensão de qualquer dispositivo de iluminação, assim como todos os dispositivos
de som. Caso se opte por estruturas TRUSS, com diferenciais/guinchos elétricos –
com classe de segurança D8+ (duplo travão) permitindo que a teia baixe inteira até
ao solo para a montagem do desenho de luz de uma forma bastante flexível e rápida.
Para maquinismos de cena pontuais colocar-se-ão alguns diferenciais elétricos, para
elevação/movimento de cenários, cortinas, cicloramas, adereços e sobretudo para
montagens das máquinas cénicas para teatro de rua.
• No teto poderão existir varandas de comando/trabalho para poder mudar os diferen-
ciais de posição e respetiva manutenção, assim como: focagem de luz, mudança de
cenário ou sistema de som. A mesma operação deverá também ser feita por equipa-
mento tipo “Genie” apropriada e ou andaime para teatro.
• Todos os componentes metálicos aplicados serão tratados por metalização e pintura
a preto sem brilho.
1.7. Arquitetura de Cena da Sala Principal
• Deve-se calcular ponderadamente as capacidades do equipamento, dentro e fora da
caixa de palco, equacionando a eficiência e respetiva eficácia em função dos espetá-
culos e produções programadas e outras atividades a desenvolver em prólogo de um
mínimo razoável de meios humanos a afetar a cada operação.
• Deverá ser necessário dotar o Centro de Educação e Cultura de Quarteira (CECQ)
de espaços de acolhimento, quer do público quer dos atores/músicos/bailarinos com
todas as instalações e equipamentos técnicos necessários à produção de espetácu-
los.
• Os princípios orientadores da Arquitetura de Cena da Sala Principal, pode resumir-se
nas seguintes estratégias:
- Privilegiar a implementação de infraestruturas, no sentido de permitir uma natural e
saudável expansão/atualização dos sistemas a considerar;
- Utilizar os mais altos padrões de qualidade e atualização tecnológica, ao nível das
instalações e dos equipamentos, no sentido de estabelecer padrões elevados para o
futuro desenvolvimento do edifício;
- Prestar uma atenção particular em viabilizar a maior flexibilidade possível na gestão
do parque de equipamentos a instalar, com os óbvios reflexos nos custos de
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exploração, sobretudo nível da manutenção e da mão de obra necessária ao seu bom
funcionamento.
1.7.1. Teia
• Num contexto cenotécnico contemporâneo os movimentos a efetuar em cena, bem
como a sua versatilidade, é da maior importância. A teia é constituída por uma estru-
tura metálica localizada a uma cota superior à cota do palco em duas vezes e meia a
altura da boca de cena.
• A teia deve cobrir integralmente toda a área de palco e bastidores exceto a área de
varandas, comunica diretamente com a circulação técnica da torre de cena, através
de ‘sound lock’.
• No cálculo estrutural deverão ser tidos em consideração os coeficientes de simulta-
neidade, as cargas dinâmicas e a degradação da força das varas pelos diversos
cabos de aço quando sujeitas a cargas uniformemente distribuídas
• O sistema de varas a projetar, deverá permitir uma rapidez de montagem ímpar, com-
parada com os sistemas tradicionais.
• Todos os equipamentos motorizados deverão ser controlados, por sistemas de co-
mando com características de performance compatíveis com as exigências atuais;
devem ser projetados motores de vara – em linha, acoplados na própria estrutura da
Teia, de velocidade variável e fixa.
1.7.2. Varandas
• Consideradas como o centro nevrálgico em termos cénicos, estas varandas são pas-
sarelas para manobra, do maquinista de cena, do equipamento suspenso; varas;
iluminação de cena e manutenção.
• O seu acesso é feito através de escadas que partem do nível do palco ou exterior-
mente através de caixa de escadas e elevador, até ao nível da varanda. Daqui se
controla a disposição das varas manuais.
• Por norma existem no mínimo dois níveis de varanda.
• As varandas dispõem-se lateralmente (fundo 1,5m x laterais 2,5m), permitindo a cir-
culação, tendo a largura útil necessária para as operações durante o espetáculo.
• Instalar, a zona dos dimmers, numa das áreas lateral das varandas, por questões de
otimização das ligações de cablagens às boxes e acesso aos dimmers. Permite ainda
a Iluminação lateral.
• O piso das varandas deve ser construído em gradil com modulação de 5 x 5 cm com
a carga admissível de 750Kg/m2.
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1.7.3. Palco
• Conceptualmente palco é a área de cena e não tem limites laterais definidos. A boca
de cena define a abertura da área de encenação.
• O palco será definido a partir das linhas de visão do espectador numa relação com a
área de cena, que deverá ser objeto de um cálculo de ângulos rigoroso a partir da
visão do espectador da 1ª fila. A altura do palco em relação à cota do espectador na
primeira fila, deverá se enquadrar entre os: 0,8m e 1m de altura.
• A dimensão do palco deverá garantir as seguintes dimensões de referência:
- Boca de Cena: Largura- 15m x altura: 8m a 9m
- Caixa de palco com Teia e falsa teia e varandas técnicas: Altura de 1 vez e meia a
altura da boca de cena
- Coxias laterais com 4 m (mínimo)
- Proscénio: 3 a 4m (mínimo)
- Palco: profundidade de 14m (mínimo)
- Com sistema de quarteladas (1,20x1,20m)
- SubPalco: altura livre de 3 a 4 m (mínimo) e piso deverá ser de tipo industrial auto
nivelado.
• A estrutura do palco, por norma é constituída por um soalho de Pinho de OREGON
de 40mm de espessura, montada sobre estruturas de barrotes, assente numa tela
elástica/tipo neopreno colada à laje. Os barrotes são espaçados entre si num reticu-
lado de 600x600mm, com a dimensão 160X50 mm.
• Propõe-se conjuntos de meias-quarteladas laterais e de fundo especificas para ilumi-
nação cénica lateral, criando um corredor de ligação de cablagens livre, no contorno
da área cénica do palco.
• Deverão ser previstas 2 varandas, teia e falsa-teia 2,10m livres no mínimo na caixa
de palco para manobra do equipamento suspenso, iluminação de cena e manuten-
ção.
• Relativamente ao acabamento das paredes do palco, bem como, todas as estruturas
cénicas ou ainda de outro tipo dentro da “Torre Cénica” deverão ser pintados na cor
preto mate. Relativamente ao piso do palco deverá ser escurecido com velatura de
cor “ébanos” 3 a 4 mãos depois do tratamento tapa poros e pintura ignífuga.
• Deve comunicar diretamente com as zonas de serviço, camarins, através de espaços
de ‘sound lock’.
• Deverá ser garantido um acesso ao exterior (porta de cargas e descargas: 3mx3,5m
aproximadamente, independente do acesso do público, devendo-se prever o acesso
de viaturas de maior porte, para o caso de montagem de cenários, transporte de
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instrumentos, etc. No caso de desnível de pisos, este deverá ser vencido por sistema
de elevador ou plataforma monta cargas.
• O palco deverá dispor de sistema de quarteladas.
• Deverá ser possível tirar uma fiada completa de quarteladas de forma fazer subir do
sub-palco um elemento de cenografia com, pelo menos, a largura total da boca de
cena.
• Deverá ainda ser possível abrir grandes áreas no piso palco, em duas ou mais fileiras
adjacentes, sem qualquer elemento estrutural a atravessar o vão.
• A modelação do palco deverá permitir o afundamento de cerca de 1m, em tida a área
das quartelada (utilização de formato “piscina”)
1.7.4. Sub-palco - Zonas Técnicas de Apoio ao Espetáculo
• Estas áreas deverão ser objeto de um estudo pormenorizado, pois consideramos in-
dispensável a existência de espaços de apoio, elementares ao nível da produção das
Artes do Espetáculo, tais como: oficina de sonoplastia, oficina de luminotecnia, arma-
zém de material técnico, Zona de manutenção e reparação técnica.
• Deverá ser projetado um monta-cargas com acesso ao palco, para melhor organiza-
ção e arrumos de todos os equipamentos de trabalho numa caixa cénica.
1.7.5. Coxias ou bastidores laterais
• São os espaços laterais da caixa cénica e tem a função de albergar os cenários que
entram e saem de cena – movimentações cénicas, espaço para organização de con-
trarregra, espaço para preparo e concentração do artista, espaço para impulso e
travamento dos movimentos dos bailarinos, espaço de direção interna da cena e con-
centração de técnicos operadores.
• A altura das coxias deve corresponder à altura da primeira varanda – sempre superior
altura. Boca de Cena.
1.7.6. Proscénio
• O avanço do palco sobre a sala, bem como a flexibilidade proposta para o proscénio
restabelece a continuidade entre a cena e a sala propondo-se o redescobrir da har-
monia e da comunhão que existia nos teatros clássicos.
• Em alguns casos a representação poderá ser feita contando com esta área, fazendo
este espaço parte integrante da sala, o que permite uma comunhão muito estreita
entre ambas, como se o próprio público fizesse parte do espetáculo.
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• Com este gesto pretendemos libertarmo-nos dos constrangimentos do teatro à itali-
ana e aproximarmo-nos da diversidade do teatro moderno; a representação poderá
ser feita apenas no proscénio, defronte do fundo de cena, fazendo este espaço parte
integrante da sala, ou seja, apesar de haver uma diferenciação clara de posições do
público e atores não deixa de existir uma comunhão muito estreita entre ambas, como
se o próprio público fizesse parte do espetáculo.
• Deve haver a possibilidade de acesso dos espectadores de ambos os lados ao palco.
• Na zona do teto do proscénio deve ser garantida a suspensão de iluminação e Som
de frente
1.7.7. Fosso de Orquestra
• O fosso de orquestra deverá ser equipado com uma plataforma motorizada tipo Spi-
rolift que permita três configurações (fosso, plateia avançada e palco avançado). A
plataforma deverá dispor de todos os diapositivos de segurança (sistema “safe edge”)
necessários para garantir não haver possibilidade de acidente, nomeadamente sen-
sores de segurança no perímetro da plataforma e nos bordos da parte coberta do
fosso.
• O fosso deverá ter a capacidade para 60 músicos;
• Prever as estantes e cadeiras para orquestra, iluminação e carros de transporte;
• O fosso de orquestra deverá ter pelo menos a largura de 17m com uma profundidade
de 4 a 5 m. A zona de fundo do fosso-área para a percussão, deverá ter aproximada-
mente 1,5 e 1,8m de profundidade, e 1,8m de altura;
• A plataforma elevatória com a profundidade aprox. de 3 a 4m, deverá ser capaz de
suportar cargas de aprox.750 Kg/m2;
• A plataforma terá posições de paragem às cotas de Palco, de fosso, prolongamento
de plateia e de sub-palco.
• Devem ainda prever-se todas as guardas de segurança necessárias e aplicáveis,
sendo fundamental projetar a sua montagem e desmontagem em menos de 30m,
com apenas 2 técnicos.
1.7.8. Concha Acústica
• O projeto da Concha acústica deverá garantir o seu perfeito funcionamento acústico
estético e mecânica.
• A sua suspensão e montagens deverá ser controlado por uma consola específica. A
suspensão deverá ser feita por motores de máxima segurança: d8+. Não impossibili-
tar o funcionamento de nenhuma vara do palco de Iluminação.
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• A montagem e desmontagem deverá ser o mais autónoma possível: simples e rápida.
• A iluminação para concerto deve ser integrada pelo que necessita de ser estudada e
projetada. Será fundamental executar todos os ensaios necessário ao seu desempe-
nho. Quando montada deverá ter acesso fácil a músicos e instrumentos, mesmo os
de maiores dimensões.
1.7.9. Visibilidade
Existem duas vertentes nesta problemática: o público e a cenotécnica. A conjugação
destes fatores permite uma utilização ótima e um grande conforto visual e esse equilibro
deve ser encontrado na solução proposta.
1.7.10. Plateia
• As cadeiras são colocadas desencontradas em relação à sequência das filas, ou seja,
o eixo das cadeiras de uma fila não coincide com o eixo da fila frontal ou posterior.
As circulações internas da plateia devem fugir do eixo central, pois, sendo o melhor
ângulo de visão do espectador é ideal que seja ocupado por cadeiras. O ideal são as
circulações laterais.
• Em termos acústicos é necessário definir o revestimento das paredes, forro, lambris,
tetos e chão numa combinação de materiais ora refletivos, ora absorventes. A forma
definida pela arquitetura deve colaborar com a acústica, ou seja, paredes laterais não
paralelas na íntegra.
• Será ainda de prever leds, com regulação de fluxo, marcadores de degraus, assim
como, iluminação lateral nas cadeiras com indicação da fila.
• Os revestimentos da plateia devem possibilitar o mínimo de reflexão de luz com es-
pecial incidência na zona do proscénio e galerias do teto.
• Deve ser possível a comunicação direta com o foyer através de espaços de ‘sound
lock’.
• Todos os lugares devem permitir a visibilidade de toda a área do proscénio e de pelo
menos 80% da área útil de representação.
1.7.11. Iluminação frontal no teto da sala – (foh)
• Estas galerias deverão ter acesso dedicado para pessoal, equipamento técnico. Será
o local de onde se executará a iluminação frontal, o seu posicionamento, próximo ao
palco, é definido pelo ângulo máximo e mínimo dos projetores em relação ao palco e
ao proscénio.
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• Para tal, deverá ser objeto de estudo específico a sua localização, assim como os
seus acessos e focagem dos projetores - com as devidas salvaguardas de condicio-
namento acústico e estético da sala.
• Estas pontes de luz deverão ter dimensões confortáveis para o técnico afinar a ilumi-
nação. Para o melhor posicionamento dos equipamentos, é interessante que o
comprimento da ponte de luz se prolongue por toda a extensão transversal da plateia.
• Estas varandas de serviço, sobre o forro da plateia interligando a 1-ª varanda da caixa
de palco com a zona de plateia, agiliza o trabalho do cenotécnico além de ser neces-
sária para manutenção de todos os equipamentos.
1.7.12. Camarins
• Comunicam diretamente com a circulação técnica da caixa de palco.
• Os camarins devem estar equipados com bancadas de caracterização dotadas de
espelhos e iluminação específica.
• Deve conter um espaço para guarda-roupa e charriots para os figurinos.
• Cada um deve conter uma casa de banho completa (lavatório, sanita e duche) sendo
o espaço da sanita independente.
1.7.13. Iluminação de cena
• Qualquer espaço deverá ser equipado com infraestruturas e equipamentos para ilu-
minação. Os espaços cénicos devem ser equipados com infraestruturas e
equipamento para iluminação, na medida da cabimentação ornamental possível, mas
qualitativamente e quantitativamente suficiente para comportar as atividades previs-
tas.
• O esquema para a iluminação cénica prevê, por norma, uma distribuição racional de
circuitos elétricos, tanto dimmers como diretos e DMX de forma a dar versatilidade ao
sistema, no sentido de proporcionar espetáculos de grande qualidade. Neste parâ-
metro, a política foi de dotar as salas das infraestruturas-boxes na sua máxima
utilização.
• Para cobrir todas as eventuais necessidades das diferentes utilizações, prevê-se a
aquisição de projetores de diferentes tipos que serão controlados por um órgão de
luz e respetivos dimmers.
• Para cobrir todas as eventuais necessidades das diferentes utilizações, deve prever-
se a aquisição de projetores de diferentes tipologias (PC; fresnel; projetores de ciclo-
rama; recorte; Pares; Leds; robótica; followspots – com lâmpadas, palas porta filtros
diafragmas, cabos, pegas/grampos, cabo de suporte de segurança) que serão
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controlados por um órgão de luz e respetivos dimmers. Deverão ser previstos carros
adequados para o transporte e armazenamento dos projetores de luz.
• Das infraestruturas, além de toda a cablagem, constam ainda as caixas para circuitos
e a eletrificação de varas. Deverão ser comtempladas conjuntos de extensões de
energia com vários comprimentos, para ligação dos projetores com as infraestruturas
previstas.
1.7.14. Régies
• A difusibilidade acústica e visibilidade do palco/cena têm de ser a mais perfeita pos-
sível, neste caso a sua localização é fundamental para o bom e possível
funcionamento do espetáculo. Deste modo a localização da régie a meio da sala, em
zona central, cumpre claramente com os requisitos técnicos necessários para uma
boa audição e visibilidade pretendida.
• Nesta posição o operador de luz e som deverão visualizar todo o “Arco do Proscénio”
o e toda a área útil de representação, preferencialmente deverá localizar-se em zona
aberta, sendo o teto o mesmo da sala.
1.7.15. Movimentações de cena
• Num contexto cenotécnico contemporâneo os movimentos a efetuar em cena, bem
como a sua versatilidade, são da maior importância.
• A repartição do sistema de suspensão em cena deve ter em conta a utilização con-
temporânea de uma teia.
• O sistema de suspensão para as varas será com varas manuais, e varas motorizadas.
• Todos os equipamentos motorizados serão controlados, separadamente entre siste-
mas de elevação, por sistemas de comando com características de performance
compatíveis com as exigências atuais.
• Ao nível dos movimentos na Teia deverá optar-se por varas motorizadas por uma
questão de estratégia económica de investimento face aos recursos humanos neces-
sários para as movimentações cénicas.
• A organização proposta é a sequência: Bambolina - Perna - Luz de Frente - Manual -
Cenário - Manual – Cenário - Contraluz, em módulos no sentido da profundidade do
palco.
• As carreiras terão uma modularidade de 300 mm entre eixos para a suspensão de
varas.
• O sistema de suspensão compreenderá:
14
- Suspensão da cortina de segurança corta-fogo; Painéis de isolamento acústico mo-
torizado – concha acústica;
- Varas motorizadas de velocidade variável (palco);
- Varas motorizadas de velocidade fixa (palco, plateia da Sala Principal e Sala Expe-
rimental);
- Varas motorizadas laterais (palco).
1.7.16. Sonorização de cena (áreas de público, técnicas, camarins e circulações)
Para a sonorização geral do edifício devem ser considerados os seguintes conteúdos:
• Avisos, anúncios e sinais de emergência;
• Escuta de cena;
• Ordens da direção de cena;
• Música e sons de ambiente e promoção.
• A distribuição destes conteúdos deverá assegurada a partir de um sistema a instalar
na receção, que permitirá, em cada momento, decidir qual a constituição do programa
a difundir por quatro zonas distintas.
• As fontes sonoras a utilizar serão bastante diversificadas de forma a responder às
necessidades específicas dos espaços a sonorizar e encontram-se referenciadas da
seguinte forma:
• Esquema para o som de cena, por norma, prevê uma distribuição de circuitos de sinal
racional de forma a que os técnicos de som possam compor e controlar o som de
espetáculos provenientes das múltiplas áreas artísticas e técnicas.
• Sistema de sonorização cénica destina-se à difusão e reprodução de sons proveni-
entes, quer de produções ao vivo, quer de suportes gravados magnéticos ou outros.
• Para cumprir este objetivo, o sistema eletroacústico será constituído por:
• Infraestrutura e cablagem, esquema de distribuição de boxes;
• Captação eletroacústica através de microfones de diversos tipos;
• Sistema de mistura na régie de microfones;
• Sistema de tratamento e equalização do som
• Leitores de CD, Suporte de CCDA/WAV/Mp3/AAC/AIFF a Reprodução a partir de uni-
dade de armazenamento USB; Reprodução digital a partir de IPOD ou IPHONE;
• Sistema de ampliação de som para monição (Backline);
• Colunas/Clusters de som para sonorização da Sala Principal e Café Concerto
• (Os sinais áudio deverão ser constituídos por uma instalação de sinal balanceado,
com pontos de suspensão rigg na roda teto da boca de cena para sistema de som
15
/PA do tipo line array, o equipamento de som a instalar deverá ser de montagem em
line array com 2 conjuntos de, cluster frontal);
• Controle através de mesas digitais e manuais para som de frente e de retorno;
• Conjunto de extensões tanto de sinal como de energia em quantidades adequadas e
vários comprimentos para a ligação de todos os equipamentos sonoros;
1.7.17. Projeção de imagem
• Em situações de passagem de cinema de autor, o CECQ não será dotado de um
sistema de vídeo digital de alta resolução (garantir os 4K). O sistema de áudio a utili-
zar será o sistema normal da sala.
• Para dar resposta às necessidades impostas nas apresentações quer em situações
cénicas, quer em situações de conferência prevê-se a instalação equipamentos mul-
timédia atualizados como, entre outros, vídeo projetores de alta luminosidade e alta
resolução gráfica.
• Cada vez mais as salas de teatro tentam ter múltiplas valências que lhes permitam a
rentabilização dos espaços e preenchimento de tempos e calendários.
• As conferências são ultimamente uma das vertentes que mais vão ocupando estes
espaços, sendo para isso necessária a existência de material técnico específico.
• É fundamental garantir conexão de sinal vídeo de alto débito entre o palco (zona de
apresentação), régie e projetor, nomeadamente para apresentações em diaporama,
tanto para projeção como monição de imagem.
• Deve também permitir o controlo das apresentações a partir da régie, através de con-
trolo do diaporama a partir do palco.
1.7.18. Sistema de captação e gravação de imagem de cena
• Conceber um sistema de câmaras robotizadas profissionais FULL HD/4K nas zonas
laterais da plateia e zona central/frontal fixas e uma câmara profissional broadcast de
operação amovível com respetivo tripé. Assim como, as respetivas mesas de con-
trolo, edição, gravação e backup.
• Deve prever sistema com capacidade para execução de streaming, sobretudo para
conferências.
1.7.19. Comunicações
• Ao nível da programação e produção de espectáculos num espaço teatral o Director
de Cena funciona como o catalisador dos acontecimentos em palco. Responsabiliza-
16
se pelo encaminhamento da informação para os vários sectores da estrutura de um
teatro, quer seja durante os ensaios, quer durante os espectáculos.
• Neste caso específico considerou-se que numa fase inicial a figura do Director de
Cena não existirá, projectando um sistema de comunicações básico de
funcionamento entre Palco-Régies-Teia- Bilheteira/Frente Casa e Camarins.
• Para tanto, optar-se-á pela adopção de um sistema (mesa de direcção de cena), Ring
Intercom (comunicação áudio Full duplex com Kit de head phones e microfone), rede
DMX (sinal de comando de equipamento de luzes), monição de vídeo (video show-
relay), telefone (se localizado em área cénica deverá estar equipado com sinal
luminoso e inibição de campainha), um sistema Chamada de Público e som ambiente
(public address) distribuído por todo o edifício e sistema de Artistas para monição de
som e chamadas para a zona dos camarins.
• Deve prever um sistema de intercomunicação técnica por wireless com possibilidade
de selecção de dois canais, e 8 postos individuais e capacidade para funcionamento
com os postos com fios do sistema de distribuição do Ring Intercom.
1.7.20. Circuito fechado de televisão (CCTV)
• Deverá ser considerada a instalação de um sistema de circuito fechado de televisão,
destinado a monitorizar os acessos exteriores e áreas públicas e corredores de serviço.
• O sistema deverá ser constituído por uma estação central de comando e controlo, a
implementar na Entrada de Artistas e Serviço (área de segurança). Será complementado
com as câmaras de vários tipos, adequadas aos locais de montagem.
• É fundamental articular/ligar com o controle da Mesa de direção de cena e régies.
1.7.21. Sistema de monição de vídeo
Deverá ser considerada a instalação de um sistema de monição de vídeo constituído por
camara móvel e camara fixa colocadas frontalmente para captação da Boca de Cena, liga-
das a sistema de gravação digital e interligação com sistema de modulação e amplificação
de sinal RF para difusão na rede de TV dos camarins e Foyers. Deverão ser previstos tele-
visores a colocar nos camarins de 22” e televisores para as entradas de sala e foyers de
42”.
1.7.22. Instalações e equipamentos de comunicações
• Será considerada uma rede de cablagem estruturada para comunicações de voz, dados
e imagem nas zonas do edifício destinadas à sala de espetáculos, café-concerto, régies,
17
salas de apoio, serviço educativo, camarins, foyer, área expositiva e áreas administrati-
vas/produção.
• Deverá ser considerado o fornecimento e instalação de equipamentos telefónicos, no-
meadamente:
- Fornecimento, ligação e programação da central telefónica do tipo digital;
- Fornecimento do sistema de alimentação elétrica, incluindo carregadores e baterias;
- Fornecimento e ligações do Repartidor Geral de Pares de Cobre;
- Fornecimento e ligações de telefones digitais de mesa.
• Deverá ser previsto um sistema de sinais de TV, com distribuição para a Sala Principal,
blackbox café-concerto, régie, salas de serviço educativo e áreas administrativas.
1.7.23. Acessórios cénicos
• Para o correto funcionamento dum palco é fundamental a existência de uma série de
equipamentos, acessórios e adereços mais ou menos básicos que respondam aos
requisites programáticos do CEQQ de forma a possibilitar espetáculos de diversas
áreas artísticas e técnicas.
• Estes serão nomeadamente cortinas, pernas e bambolinas (quer em veludo quer em
flanela; 350 grs/m2 pretas e ignífugas com bainha superior reforçada com gancho de
fixação e bainha inferior reforçada com corrente de pesos, para esticamento), ciclo-
rama (tela de P.V.C. branco, densidade 600 gr/m2, para projeção frontal e
retroprojeção, com costura superior com olhais de reforço e de suspensão de 200 em
200mm para suspensão e bainha inferior aberta nas extremas para enfiamento de
tubo de esticamento de tela), ciclorama, tule de cena (branco de algodão com 80
g/m2), cadeiras altas e baixas e estantes para orquestra, piano de concerto, escada
motorizada tipo “Genie”, pavimento de dança – linóleo (PVC, com espessura de 2
mm, reversível de cor preto/branco, M3- classificação de resistência ao fogo; Peso:
2,6 Kg/m2), fraldão, equipamento de som, tudo dimensionado para a escala do es-
paço.
• Quer para interior da sala, quer para o exterior serão previstos uma grande quanti-
dade de praticáveis (estruturas em alumínio e tampa de contraplacado marítimo, de
22mm, de dimensões 2mx1m, com nivelamento progressivo de 200mm em 200mm
até 1m, peso de 70 kg, e capaz de suportar uma carga útil de 750 kg/m2) para utili-
zação de cena: cenário; palco, níveis de altura para orquestra, coros ou músicos e
público.
18
1.8. Equipamento de mecânica de cena
Todos os materiais e equipamento cénico do projeto de Mecânica de Cena deverá ser
fornecido e instalado em conformidade com o “Code of Practice for the Theatre Industry”
da ABTT-Association of British Theatre Technicians e com o Dec. Reg. 34/95 - Regula-
mento das Condições Técnicas de Segurança dos Recintos de Espetáculos e
Divertimentos (REVOGADO PARCIALMENTE PELO DECRETO-LEI N.º 220/2008 DE 12
DE NOVEMBRO e DECRETO-LEI Nº 23/2014 DE 14 DE FEREVEIRO.), para além de
outras normalizações especificas, as quais serão enunciadas caso a caso, tais como:
• A adequação ao local quanto ao ambiente, utilização e modo de instalação;
• O serem ajustados à tensão, intensidade e tipo de corrente dos circuitos onde irão
ser instalados;
• Ter em atenção que os materiais metálicos, incluindo parafusos, devem possuir tra-
tamento contra corrosão, assim como, deverão ter marca de conformidade CE;
• Devem ser respeitadas as sobrecargas admissíveis e aplicar os coeficientes de se-
gurança definidos nas normas aplicáveis, nomeadamente para os equipamentos e
estruturas suspensos sobre a área de público e de cena;
• Que todos os tecidos e telas devem ser ignífugos, assim como, os elementos de fixa-
ção e suspensão de equipamentos de cena.
Os elevadores são construídos de acordo com as seguintes normas europeias:
• EN 292 - Safety of Machinery, basic concepts, general principles for design.
� Part 1: Basic therminology, methodology;
� Part 2: Techinical principles and specifications.
• EN 294 - Safety of Machinery, safety distances to prevent danger zones being reaches
by the upper limbs.
• EN 349 - Safety of Machinery, minimum distances to avoid crushing of parts of the
human body.
• EN 414 - Safety of Machinery: rules for draft or preparation standards.
• EN 418 - Safety of Machinery; emergency stop equipment; functional parts.
• EN 60 529 - Degrees of protection; protection of electrical equipment against contact,
foreiger bodies and water.
• EN 60 947 - Low voltage switchgear and controlgear; part 4-1, electromechanical con-
tactors and engine – starters.
• HD 419.2 - Low voltage switchgears and controlgear semiconductor contactors.
• IEC 364 - Electrical installations; part 4, Protection for safety; chapter 41; Protection
against electrical shock.
19
• IEC 364 - Electrical installations; part 4, Protection for safety; chapter 47; Application
protective measures for safety.
1.8.1. Caminhos de Cabos
• Os cabos deverão ser conduzidos através de caminhos e tubagens definidas no Pro-
jeto Geral de Eletricidade.
• Recomenda-se especial cuidado na instalação dos cabos de sinal áudio , nomea-
damente, não devem ser encaminhados junto a cabos de potênci a e devem ser
tomadas precauções para evitar interferências e respeitar as boas práticas de ins-
talação e implementação de bons níveis de EMC.
1.8.2. Materiais
• Relativamente à montagem das estruturas metálicas devem respeitar as normas em
vigor. Os perfis a instalar devem ser de aço, sem apresentar corrosão com picagem.
Todos os cortes e furos devem estar sem rebarbas e devidamente limpos. A solda-
gem nas ligações, será feita apenas como último recurso, de modo a garantir a
resistência das peças. O controlo deverá ser devidamente acompanhado e aprovado
pela fiscalização.
• Quanto às pinturas dos elementos metálicos não estruturais o procedimento será de
aplicar uma demão de subcapa, lixagem, betumagem e amassamento; duas demãos
de esmalte preto mate para acabamento (os rendimentos e diluições serão as indica-
das pelo fornecedor).
• Todos os tecidos e telas devem ser ignífugos, assim como todos os elementos de
fixação/suspensão de equipamentos de cena.
• Em termos de infraestruturas elétricas todas as cablagens serão do tipo Afumex de
modo a garantir a respetiva segurança contra incêndios. Todos os cabos deverão ser
encaminhados em esteiras metálicas (na caixa de palco pintadas de preto mate), blin-
dadas e com possibilidade de as visitar, de forma a garantir sempre que necessário
a respetiva manutenção ou retificação de avarias.
1.8.2.1. Fabricação e montagem das estruturas metálicas
Na estrutura metálica serão utilizados os seguintes materiais:
• Tubos - Aço F e 430 B segundo a norma portuguesa NP – 1729;
• Barras e chapas - Aço F e 360 B segundo a norma portuguesa NP – 1729;
• Cavilhões e chapas de olhal das peças de suspensão da estrutura da teia na
da falsa teia - Aço F e 510 B segundo a mesma norma;
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• Perfis com altura igual ou superiora 140mm - Aço F e 430 B segundo a mesma
norma;
• Perfis com altura inferior a 120mm - Aço F e 360 B segundo a mesma norma.
A fabricação e montagem das estruturas metálicas deverá respeitar todos os regu-
lamentos e normas em vigor e no mínimo as seguintes especificações:
• Os perfis a utilizar serão perfeitamente desempenados, sem variações de sec-
ção ou outras deficiências;
• Os cortes e furos dos perfis serão limpos e sem rebarbas;
• As soldaduras serão executadas por pessoal especializado, devidamente qua-
lificado e aceite pela fiscalização;
• O acabamento das soldaduras será feito com o maior cuidado para que estas
se apresentem bem limpas e uniformes. As soldaduras mal-executadas serão
rejeitadas e totalmente refeitas, até que se encontrem igualmente em boas con-
dições. Não poderão executar-se soldaduras com temperatura ambiental
inferior a 5°;
• Todos os elementos e acessórios serão devidamente decapados com grema-
lha de aço e sofrerão tratamento anticorrosivo (metalização por zincagem) com
recobrimento de 80 microns;
• Não será permitida a soldadura de peças que já tenham sofrido tratamento
anticorrosivo;
• Os furos e cortes feitos após o tratamento anticorrosivo serão tratados imedia-
tamente com material do tipo "Friazinc - R".
1.8.2.2. Zincagem por projeção
A superfície de todos os perfis metálicos a montar deverá ser tratada como segue:
• A espessura de recobrimento medir se á em superfícies representativas, em
que não surjam imperfeições causadas por furos, soldaduras, etc.;
• O recobrimento de espessura mínima de 80 microns, terá um peso mínimo de
550g/m2;
• A superfície de recobrimento ficará lisa e isenta de manchas, bolhas ou outras
deficiências. Serão apenas toleradas manchas de cor cinzenta escura, disper-
sas, com superfície não superior a 10mm ou outras pequenas deficiências
suficientemente dispostas para não prejudicarem o fim em vista nem o aspeto
de pormenor. Não serão, por conseguinte, permitidas manchas de ferrugem ou
21
quaisquer outras irregularidades que possam desprender se com facilidade, o
que dará origem ao aparecimento de pontos com recobrimento insuficiente;
• A camada de zinco será livre de poros observáveis à vista e de zonas onde se
verifique a formação de sais;
• A aderência ao zinco será verificada por dobragem duma barra em torno de um
mandril com diâmetro igual a cinco vezes a espessura daquela, sem desloca-
mento, ou pela ação de um martelo especial de ponta aguçada, que deverá
imprimir marcas bem definidas na camada de recobrimento, sem que esta se
destaque;
• Os elementos a metalizar serão previamente limpos a jato de gremalha de aço;
• Se as peças a zincar apresentarem ferrugem, escamas metálicas ou escória
de soldadura é conveniente proceder á sua limpeza com auxílio de martelo
raspador e escova;
• Será substituída toda e qualquer peça que, após a limpeza se mostre com ca-
vidades, reentrâncias ou outros defeitos.
1.8.2.3. Madeiras
• As madeiras a empregar serão da melhor qualidade e proveniência, não ardi-
das, sem nós, muito bem secas, isentas de caruncho e sem fendas, tendo as
dimensões indicadas em projeto e fornecidas de acordo com as necessidades
de execução da empreitada;
• Serão sem cernes, sem nós que comprometam o seu efeito estético ou as suas
qualidades de resistência, falhas ou fendas;
• Serão escolhidas de modo a que os pequenos defeitos não sejam muitos nem
se apresentem de grandes dimensões, nem em zonas das peças em que se
encontrem as maiores tensões;
• Será completamente seca e desempenada e com as fibras direitas, sendo exi-
gível para a de soalho a rigorosa uniformidade de dimensões;
• Para determinação da qualidade e de acordo com o fim a que se destinam,
seguir-se-á as NP 180 – Anomalias e defeitos da madeira e NP 987 – madeiras
serradas – medição de defeitos;
• Não serão admitidas rachas ou fendas que possam prejudicar a resistência da
peça, por simples apreciação à vista, sendo rejeitadas todas as peças que não
cumpram as especificações indicadas;
• As madeiras serão protegidas e armazenadas por forma a evitar o ataque de
humidade, fungos, carunchos ou outros fatores que a deteriorem;
22
• Os aglomerados deverão ter as faces duras e lisas, apresentar uma certa fle-
xibilidade, a tensão mínima de rotura a flexão de 5kg/mm2, admitindo-se uma
tolerância na espessura de +/- 1mm;
• Os pavimentos em madeira serão de réguas macheadas, pregadas com pre-
gos de aço aos sarrafos existentes no pavimento, previamente cravados para
este fim;
• Os sarrafos serão em madeira de pinho, cravados no pavimento com arga-
massa de cimento e areia ao traço 1:4 e incorporados com pregos de galeota,
para que a massa de cravação exerça aderência;
• Se nada em contrário for especificado, todas as madeiras de pinho serão pre-
viamente impregnadas em autoclave sob vácuo e pressão, pelo método de
célula cheia e de acordo com o prescrito pelas normas britânicas, com um pro-
duto de premunição à razão de 4kg de sais secos por m3 de madeira em
concentração de 2,5%, ou seja, com uma absorção de 160l/m3;
• A madeira apresentar-se-á com um máximo de 25% de humidade, com o al-
burne totalmente impregnado após o tratamento;
• Os contraplacados serão de 1ª qualidade, com faces duras e lisas e tolerância
de +/- 0,5mm na sua espessura total;
• As faces de contraplacado em madeira aparente, destinadas a ficar à cor na-
tural, deverão ser pelo menos da classe 5 da norma NFB 504;
• As faces de contraplacado destinadas a ficarem visíveis, mas pintadas serão
pelo menos: classe C-norma NFB 53-504;
• Os contraplacados sujeitos à ação dos agentes atmosféricos ou ambientes hú-
midos, terão a face exposta sem qualquer defeito suscetível de facilitar a
penetração de água ou provocar a alteração do seu aspeto.
1.9. Condicionamento Acústico
Um espaço para as Artes Cénicas tem exigências precisas no domínio da Acústica. Nesse
sentido será fundamental a existência de um especialista nesta área a colaborar com a
equipa projetista.
"A acústica é fundamental, é a razão que me detém efetivamente de atuar/representar
"fora" dum teatro (...) a qualidade de um teatro, acima de tudo, é aquela que possui a
relação ideal de equilíbrio entre a cena e a sala." 1
1 Patrice Chereau, "THEATRES"- Architecture Thematique, G.B., Editions du Moniteur, Pág. 20, Paris, 1989
23
"A primeira condição de um Teatro é de favorecer a relação entre os atores e o público,
essa relação depende de fatores muito precisos. Existe, obviamente, a visibilidade, mas
acima de tudo a acústica (...) a acústica é o fio invisível que estabelece a relação que relê
o interior da personagem e o interior do espectador”. 2
O conforto e qualidade acústica garantem a audição perfeita, adaptada às diversas utiliza-
ções de cada local/espaço. A sala de espetáculos corresponde às restrições de
dimensionamento e respeita os valores de certos parâmetros descritores da acústica in-
terna, níveis de ruído, índices de reverberação e vibrações.
1.9. 1. Requisitos acústicos
• O projeto de Condicionamento Acústico deverá ser desenvolvido de forma a dar
cumprimento à legislação em vigor, nomeadamente do Regulamento Geral do Ru-
ído (aprovado pelo DL 9/2007 de 17/01), e do Regulamento de Requisitos
Acústicos dos Edifícios (aprovado pelo DL 129/2002 de 17/05, com a nova reda-
ção dada pelo DL 96/2008 de 09/06). Dada a especificidade do edifício, para além
das exigências mínimas regulamentares, deverão ser consideras exigências téc-
nicas complementares devidamente justificadas, de modo a dotar o edifício de
condições de conforto acústico elevadas.
• No caso específico do estúdio de gravação, para além do muito elevado desem-
penho acústico, que também se aplica à Sala Principal e blackbox, deverá existir
uma grande pormenorização e a uma forte interação e compatibilização com as
restantes especialidades de projeto envolvidas e um posterior apertado controlo
do processo construtivo. Na sala de régie deverá ser prevista uma baixa reverbe-
ração em toda a gama audível, garantindo excelentes índices de inteligibilidade.
• Na sala de captação, deverá ser valorizada da vivacidade da sala, através do equi-
líbrio entre revestimentos de elevada absorção sonora e revestimentos refletores,
incluindo a aplicação de difusores acústicos. Entre a sala de régie e a sala de
captação deverá existir contacto visual direto e deverão garantir-se requisitos de
isolamento muito elevados, com DnT,w • 68 dB e L’nT,w • 30 dB. Entre os espaços
envolventes e as salas do estúdio os requisitos deverão ser ainda superiores aos
requisitos anteriores, podendo aceitar-se valores de DnT,w • 52 dB e L’nT,w • 35
dB entre circulações internas e as salas do estúdio. O nível de ruído residual, com
os equipamentos do edifício em funcionamento, deverá ser muito reduzido, com
LAeq • 25 dB(A), em ambas as salas do estúdio.
2 Peter BrooK, "THEATRES" Architecture Thematique, Gaelle Breton, Editions du Moniteur, Pág.18, Paris, 1989
24
• Este projeto de condicionamento acústico deverá ser desenvolvido sob quatro ver-
tentes: o isolamento a sons aéreos, quer entre espaços interiores, quer entre o
exterior e o interior dos edifícios; o isolamento de ruídos de percussão, transmiti-
dos por via sólida, provenientes essencialmente do interior do edifício; o
condicionamento acústico interior; e a minimização do ruído produzido por equi-
pamentos mecânicos do edifício.
1.9.2. Soluções gerais de condicionamento acústico
De forma a dar cumprimento aos requisitos acústicos, deverão ser propostas soluções
de condicionamento acústico adequadas e compatibilizadas com as restantes especi-
alidades de projeto. Para além do cumprimento dos requisitos de isolamento a sons
aéreos, isolamento a sons de percussão e de minimização da transmissão de ruído
produzido por equipamentos, quer para o interior do edifício, quer para a sua envol-
vente exterior, deverá ser dado destaque ao condicionamento acústico interior, em
particular na Sala principal, onde deverá ser estudada a forma interior mais adequada,
de modo a garantir um adequado conforto acústico em toda a área da sala. No caso da
Sala Principal e blackbox, o estudo deverá ser diferenciado em função de cada tipo de
ocupação e de utilização da sala, de forma a garantir uma reverberação adequada e
uma boa inteligibilidade da palavra em toda a sala.
Entre outras soluções, apontam-se de seguida algumas soluções gerais que podem
ser implementadas:
• Aplicação de superfícies refletoras e de superfícies difusoras posicionadas/orienta-
das de forma a favorecer as condições de propagação em todo o interior da sala
(palco, plateia e balcão – área total da blackbox);
• Aplicação de revestimentos fona absorventes em tetos e paredes em zonas espe-
cíficas;
• Reforço de isolamento sonoro de paredes e lajes e ou limitação da espessura mí-
nima destes elementos;
• Aplicação de revestimentos flexíveis ou rígidos de base flexível, em zonas com pos-
sibilidade de elevada percussão ao nível dos pavimentos;
• Utilização de caixilharias de elevada estanquidade com vidros duplos com panos de
diferente espessura;
• Utilização de portas acústicas, nos acessos às salas, de preferência com a criação
de zonas de entrada com elevada absorção sonora, nos acessos principais à sala;
• Tratamento acústico de zonas técnicas, sobretudo naquelas para onde se prevê a
instalação de equipamentos cuja produção de vibrações e/ou de ruído é
25
significativa, nomeadamente através da execução maciços de inércia flutuantes,
aplicação de apoios anti vibratórios na base dos equipamentos e/ou do revestimento
de paredes e/ou tetos com materiais fona absorventes. Para equipamentos a aplicar
no exterior deverão ser propostos elementos de proteção na envolvente dos equi-
pamentos.
No caso específico dos estúdios de gravação, entre outras soluções, podem conside-
rar-se as soluções gerais:
• Criação de uma envolvente de cada sala constituída por elementos pesados, com
reforço integral de isolamento através de elementos aligeirados rigidamente desli-
gados dos elementos pesados envolventes (segundo o conceito “box in box”).
• Os elementos de envolvente interior deverão anular o paralelismo entre superfícies,
em particular nas de menor absorção sonora e/ou sem difusão sonora.
• Aplicação de vão envidraçado entre a sala de captação e a régie, constituído por
caixilharia dupla fixa e não paralela e com absorção sonora no contorno, com solu-
ção que garanta um índice Rw não inferior a 56 dB.
• Aplicação de revestimentos interiores com características distintas de absorção, re-
flexão (reflexão especular) e de difusão (reflexão difusa), de forma a atingir os níveis
de desempenho exigidos.
• Aplicação de portas acústicas com um índice Rw • 46 dB, constituída por conjunto
porta mais aro, de duplo batente em todo o contorno, incluindo na soleira, e criação
de antecâmaras com elevada absorção sonora (“Soundlock”), no acesso a cada
sala.
• Condicionamento acústico e vibrático dos equipamentos de AVAC, de forma a ga-
rantir um LAeq • 25 dB(A) nas salas de captação e régie, com os equipamentos em
“normal” funcionamento.
Para além da descrição de soluções de condicionamento acústico deverá ser apresen-
tada uma pormenorização detalhada, bem como a sua localização no edifício, de forma
inequívoca.
1.10. Residências – apoio à criação
• O CECQ possui espaços de residência, de modo a garantir longos períodos de tra-
balho aos artistas, nomeadamente, para companhias de artes performativas (dança,
teatro, música, novo circo, multidisciplinares) de tudo mundo.
• Serão desenvolvidas novas criações, a par de um programa pedagógico que incluirá
a realização de ateliers, debates, formação tanto para público escolar, como para
profissionais da área, em estreita ligação com o trabalho do serviço educativo. Os
26
espetáculos criados e produzidos neste contexto serão apresentados e experimenta-
dos quer no seu interior, quer na praça exterior.
• Os quartos devem ser duplos ou para 4 pessoas (total de 5 quartos).
• O espaço deve prever zona de instalações sanitárias e de balneário/banhos, refeições
/zona de estar, cozinha e lavandaria.
• A localização da residência artística deverá permitir uma autonomia face ao exterior
por forma a ser compatível com uma utilização em horários diferenciados ao centro
de espetáculos.
• A articulação com a entrada de artistas na retaguarda das salas de espetáculo é a
opção preferencial pois permite através deste núcleo a proximidade a Blackbox que
será o espaço preferencial para os ensaios e a facilidade na gestão dos acessos.
1.11. Administração
• A gestão dos equipamentos desta natureza obriga a uma vasta equipa para poder
levar ao público qualquer projeto artístico e educacional que deve ser assegurada por
pessoal devidamente especializado e qualificado.
• Prevê-se que, a tempo inteiro, trabalhem neste centro até 20 pessoas excluindo os
recursos humanos na zona da Biblioteca e da Escola. Deverá, assim, o projeto dar
resposta à instalação dos postos de trabalho em causa (alguns em open-space) e
prever uma sala de reuniões, com ocupação até 15 pessoas.
• Área de gestão _ 1 posto
• Área de Direção Artística/Programação_ 1 posto
• Área do Serviço Educativo_ 4 postos
• Área de Produção_ 2 postos_ produção executiva
• Área de Direção Técnica_ 5 postos_ Diretor Técnico/Luminotécnico; Sonoplasta;
Multimédia/Direção de cena/ Maquinista de Cena; Técnicos de Palco.
• Área de manutenção e informática_ 2 postos
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