Mdc joao grilo_ua2
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Universidade Nova de Lisboa
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas
Mestrado de Gestão de Sistemas de E-learning
Metodologias de Desenvolvimento Curricular
Análise crítica de uma Oficina de
Formação online
Professor: Carlos Reis Marques
Mestrando: João Carlos Inácio Grilo
Sintra, 26 de Março de 2011
Esta actividade vem fazer uma reflexão sobre a criação de um curso de B-learning
tornado necessário pela observação das avaliações de formandos e solicitado por uma
entidade, e que desta forma pretendo partilhar com o Docente da cadeira de
Metodologias do desenvolvimento curricular, Doutor Carlos Reis marques.
Como formador no domínio C12 (área de tecnologias e computadores) na formação de
docentes, desenvolvo oficinas de formação por B-learning, maioritariamente no
domínio da plataforma Moodle e utilização de quadros interactivos. Encontro-me a
desenvolver este pipo de oficinas a par com a minha actividade lectiva.
Foi-me solicitado pela associação de Educativa para o Desenvolvimento da Criatividade
o desenvolvimento de um curso que vem dar resposta a necessidades criadas por uma
situação provocada pela colocação de quadros interactivos nas salas de aulas das
escolas. A acção é denominada "Utilização de quadros interactivos multimédia no
processo de Ensino aprendizagem das línguas”.
As acções de formação a pessoal docente estão enquadradas numa lógica de aprender ao
longo da vida, como no Processo de Bolonha, e vêm responder a situações de
necessidade muito específicas sentidas pelos docentes. Neste caso verifica-se que a
necessidade de desenvolvimento do currículo responde a um estímulo anterior à criação
do próprio curso, e não a uma imposição superior ou mesmo ao desenvolvimento de um
curso baseado nos conhecimentos de um docente. Neste caso, e ainda seguindo as
orientações da Unidade de Aprendizagem2, o formando realiza as suas aprendizagens
baseando-se em dois pressupostos: a sua necessidade de desenvolvimentos de
competências baseada numa vivência anteriormente sentida, e a aplicação futura dessas
mesmas competências.
Os formandos estão informados que devem possuir um computador portátil com ligação
à internet para o bom funcionamento das sessões da oficina, bem como para permitir a
instalação do programa em que irão desenvolver as competências.
Nas escolas do ensino básico e secundário foram instalados quadros interactivos mas
não foram dadas aos docentes indicações acerca do seu funcionamento, pelo que esta
oficina de formação vem abordar, em 50 horas de trabalho (25 em sessões presenciais e
online, mais 25 horas de trabalho autónomo), algumas competências essenciais para a
utilização dos quadros interactivos em contexto de sala de aula, sendo o meu domínio
relacionado com a especificidade do ensino da língua portuguesa e línguas estrangeiras.
O contexto da formação é simples: após uma sessão inicial presencial, onde se aborda o
funcionamento do programa que se irá utilizar, (Activinspire, desenvolvido pela
companhia americana Promethean e que é oferecido como shareware e dada a licença
aos professores que estão numa escola
que tenha adquirido o quadro), e que cria
ficheiros baseados num quadro flipchart
interactivo, grosso modo, uma mistura de
Powerpoint com Paint e Dreaweaver,
mas que sendo bastante simples é muito
eficaz em sala de aula.
O formando irá passar a desenvolver a sua própria aprendizagem com a ferramenta dada
(o programa). Numa analogia simples, é dado ao formando a ferramenta e o apoio
necessário para que ele possa criar uma Objecto de Aprendizagem que sirva os seus
propósitos, mas todo o material que irá trabalhar (multimédia, imagens, sons, contexto
pedagógico) é da responsabilidade do formando. No meu caso, como formador, o que
faço é, através do fórum, indicar orientações e respostas a dúvidas relacionadas com o
software ou sobre a aplicabilidade de algumas situações em contexto pedagógico, ou
seja, baseado na minha experiência pessoal como professor de línguas, se determinado
exercício será aplicável num determinado contexto.
A oficina desenvolvida através de b-leaning, assenta num sistema POOPOOP (sendo o
P para presencial e o O para sessão online), num esquema que segue o seguinte padrão:
Sendo o meio de comunicação e partilha de informação uma disciplina na plataforma
Moodle que está preparada para uma turma com o número de formandos que será entre
os 15 e os 20, como a indicada abaixo.
Sessão1
(presencial)
Abordagem ao programa Activinspire
• Desenvolvimento de actividades de experimentação das potencialidades do programa.
Sessão 2
(online)
• Desenvolvimento de actividades de integração de elementos num flipchart
Sessão 3
(online)
• Desenvolvimento de actividades de interactividade entre professor e aluno
sessão 4
(Presencial)
• Desenvolvimento da planificação de uma abordagem a uma unidade curricular através do activinspire
Sessão 5
(Online)
• Desenvolvimento da unidade curricular
Sessão 6
(online)
• Envio do LO o para apreciação (opcional)
Sessão 7
(presencial)
• Apresentação da unidade curricular as colegas e auto-avaliação
O trabalho dos formandos é apoiado por um tutorial desenvolvido pelos formadores
deste centro onde estão colocados dezenas de vídeos com situações explicativas de
várias actividades que os formandos querem desenvolver, e que assim têm acesso a
estas (por exemplo: Como colocar um vídeo, como desenvolver uma actividade
interactiva, como editar texto, etc…). Desta forma estão sempre apoiados, não
precisando de ajuda suplementar na vertente tecnológica da formação.
Para o apoio individualizado existem três fóruns de apoio e partilha entre formandos e
formador, num grupo alargado de entreajuda: o Fórum de acompanhamento dos seus
projectos, o Fórum sala (para conversa informais) e o Fórum de sessão, apenas acessível
durante a sessão online.
Ao formando é solicitado que desenvolva três trabalhos de experimentação das
funcionalidades do programa (experimentação, integração de elementos e
interactividade) um trabalho de planificação de um objecto de aprendizagem, baseado
em numa bibliografia e outros dados, e o desenvolvimento do próprio objecto de
aprendizagem que constitui a avaliação final da Oficina. Todos estes trabalhos são
comentados pelo formador, que dá indicações e orientações para o futuro, numa
perspectiva de incentivo e estímulo positivo muito apreciado pelos docentes.
A aplicação deste tipo de oficina alerta para alguns factores que se deverá ter em conta
para a aplicação e desenvolvimento de futuros currículos ou pequenos cursos online:
1º A maioria dos formandos não tem formação em Moodle, o que implica que estejam a
fazer simultaneamente dois cursos: o de Moodle e o do objecto da acção propriamente
dito. Num futuro, esta situação começará a dissipar-se, mas no presente é um grave
problema, especialmente no contexto de formandos com menos competências ao nível
dos sistemas interactivos de comunicação.
2º Não existe propriamente uma cultura de auto-formação, especialmente junto dos
indivíduos com mais idade, que preferem que lhes seja dado o trabalho pronto a
desenvolver. É difícil lidar com as situações em que o formando não procura o seu
próprio conhecimento.
3º Há dificuldades na apropriação conhecimentos na criação de material multimédia,
que poderia ser resolvida com uma cultura de auto-desenvolvimento pessoal que não se
encontra facilmente.
Provavelmente as novas gerações não venham a sofrer destes problemas, criados pela
frequência de um sistema de ensino baseado nos conhecimentos do docente.
João Carlos Inácio Grilo
Março 2011