MCH0020 DEPARTAMENTO DE ENSINO DA AERONÁUTICA … · Em 2008, o Instituto Tecnológico de...
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XVII Encontro de Iniciação Científica XIII Mostra de Pós-graduação
VII Seminário de Extensão IV Seminário de Docência Universitária
16 a 20 de outubro de 2012
INCLUSÃO VERDE: Ciência, Tecnologia e
Inovação para o Desenvolvimento Sustentável
MCH0020
DEPARTAMENTO DE ENSINO DA AERONÁUTICA ESTRUTURA, PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DOS CURSOS DE
FORMAÇÃO E ESTÁGIOS MINISTRADO
ANTONIO CARLOS DOS SANTOS QUEIROZ PROF. DR. FÁBIO RICCI
PROF. DRA. ELVIRA APARECIDA SIMÕES DE ARAÚJO [email protected]
MESTRADO - GESTÃO E DESENVOLVIMENTO REGIONAL UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ
ORIENTADOR(A) FABIO RICCI
UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ
DEPARTAMENTO DE ENSINO DA AERONÁUTICA: ESTRUTURA,
PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DOS CURSOS DE FORMAÇÃO E
ESTÁGIOS MINISTRADOS NO ÂMBITO DA ESCOLA DE ESPECIALISTAS
DE AERONÁUTICA.
Antonio Carlos dos Santos Queiroz1
Prof. Dr. Fábio Ricci2
Prof. Dra. Elvira Aparecida Simões de Araújo3
Resumo
Este trabalho apresenta a estrutura do Departamento de Ensino da Aeronáutica em
âmbito geral e especificamente apresenta o objetivo, metodologia, planejamento e
didática utilizada nos cursos de formação e estágios ministrados no âmbito da Escola de
Especialistas de Aeronáutica, considerada como a maior Instituição de Ensino Técnico
Especializado da América Latina. A referida organização de ensino está situada na
cidade de Guaratinguetá-SP. Além da análise de diversos gráficos, figuras, tabelas,
mapas e outros indicadores numéricos, serão mensuradas, através de embasamentos
científicos, as oportunidades oferecidas aos jovens em relação à sua inserção junto ao
mercado de trabalho a partir da Força Aérea Brasileira. O método empregado na
presente pesquisa é de natureza qualitativa, em virtude da interpretação dos fenômenos.
O objetivo é exploratório, em função da busca da exploração e do conhecimento das
características do referido fenômeno. Foi construído sob os delineamentos bibliográfico
e documental, tendo em vista que se procurará estudar o problema em pauta a partir de
referências teóricas publicadas em artigos, livros, dissertações e teses, bem como
também em regulamentos militares internos e documentos estatísticos e históricos.
Palavras-chave: Departamento de Ensino da Aeronáutica, Curso de Formação de
Sargentos, Estágio de Adaptação a Graduação de Sargentos, Escola de Especialistas de
Aeronáutica.
1 INTRODUÇÃO
O objeto de estudo do presente artigo é o de apresentar a estrutura do Departamento de
Ensino da Aeronáutica, englobando seu objetivo, metodologia, planejamento e didática
utilizada nos cursos de formação e estágios ministrados no âmbito da Escola de
Especialistas de Aeronáutica, situada na cidade de Guaratinguetá-SP. Apresentará ainda
as oportunidades oferecidas de Força Aérea Brasileira aos jovens que atualmente
encontram muitas dificuldades no ingresso ao mercado de trabalho, principalmente em
emprego Público. Reis e Camargo (2007) observam que a taxa de desemprego juvenil
tradicionalmente tem sido mais alta que a de adultos e idosos em todo o mundo.
Ao longo dos anos noventa, o Brasil viveu um período de aumento
sistemático da taxa de desemprego aberto. Este comportamento da taxa de
desemprego foi observado para todos os grupos etários. Entretanto, ele foi muito mais acentuado entre os trabalhadores mais jovens. Para os indivíduos
com idade entre 18 e 20 anos a taxa de desemprego aumentou cerca de 15
pontos percentuais entre 1990 e 2002, de acordo com dados da Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). No mesmo período, o
aumento da taxa de desemprego registrado para os indivíduos entre 24 e 59
anos foi de 4,6 pontos percentuais. (REIS & CAMARGO, 2007, p.494).
Dessa forma pode-se constatar que a falta de oportunidades de empregos aos
jovens é um dos grandes problemas de âmbito econômico nacional. “Após a
estabilização da inflação com o Plano Real em 1994, a taxa de desemprego dos jovens
no Brasil aumentou significativamente em relação aos adultos”. (FLORY, 2003, p.1).
Além dos diversos problemas gerados pela falta de emprego, existem ainda os de
ordem social, os quais afetam o próprio desenvolvimento econômico do país.
A falta de emprego é vista por muitos como um grave problema social que
vem afetando tanto economias desenvolvidas quanto em desenvolvimento.
Pode-se afirmar que o desemprego apresenta a falta de capacidade da
economia de um país em prover ocupação produtiva para todos aqueles que a
desejam. Nas últimas décadas, houve uma deterioração do mercado de
trabalho em todo mundo, com o aumento da taxa de desemprego e
diminuição da taxa de emprego (Korenman & Neumark, 1997 apud FLORY, 2003, p.15).
Diante das dificuldades apresentadas o Departamento de Ensino da Aeronáutica
oferece diversos cursos e estágios de adaptação com excelente nível de qualidade, os
quais garantem a possibilidade de uma carreira promissora.
As oportunidade existem e não são poucas. Basta disputar uma das duas mil
vagas abertas anualmente pelas escolas de ensino médio, técnico e superior
da Força Aérea Brasileira – FAB. Se somadas a essa oportunidades as cerca
de seis mil vagas oferecidas todos os anos pela FAB para o serviço militar,
esse número pode chegar a oito mil novas contratações. (REZENDE, 2011,
p.6).
Como soldados engajados, após o período de prestação do serviço militar, jovens
com 18 anos podem permanecer no serviço ativo como soldados por até seis anos, desde
que aprovados em concurso. É comum o alistado que se identifica com a profissão e
acaba ingressando em uma das escolas da Força Aérea, seguindo carreira.
A qualidade de ensino é outro ponto que chama a atenção para a carreira militar.
As escolas da Força Aérea Brasileira estão entre as mais bem avaliadas do país, o que já
significa a possibilidade de estar entre os melhores profissionais na área escolhida.
Em 2008, o Instituto Tecnológico de Aeronáutica – ITA foi considerado a
melhor instituição pública de ensino superior do Brasil, de acordo com o desempenho
obtido no Índice Geral de Cursos (IGC), do Ministério da Educação. No mesmo ano, a
Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAR) ficou entre as três melhores escolas
federais no país, segundo Exame Nacional de Ensino Médio (ENEM), que avaliou 20
mil estabelecimentos de ensino público e privado.
Em relação a concorrência, os concursos são bem disputados, a exemplo de
outras instituições de ensino civis, o que exige planejamento no estudo, dedicação e
empenho no trato com as disciplinas exigidas nos editais.
Em 2009, 13 mil adolescentes, com idades entre 14 e 17 anos, disputaram as
185 vagas oferecidas para a Escola Preparatória de Cadetes dos Ar – EPCAR,
média de 70 candidatos por vaga – comparável aos cursos mais concorridos
das principais universidades do país. (REZENDE, 2011, p.6).
O trabalho será de grande relevância a ciência tendo em vista que não existe
ainda publicação do referido objeto de estudo, de acordo com informação obtida junto
ao setor do banco de dados da Organização Militar de Ensino em questão.
Os jovens, tradicionalmente, ingressavam no mercado de trabalho de maneira
diferenciada, distinção que está relacionada ao segmento social ao qual
pertencem. Desse modo, os jovens pobres comumente entravam no mercado
de trabalho antes dos 16 anos, sem completar o período escolar obrigatório, e
eram admitidos nos segmentos pouco qualificados. Os jovens pertencentes aos segmentos médios normalmente concluíam o período escolar obrigatório
ou o ensino profissionalizante, ingressavam antes dos 20 anos de idade nos
postos intermediários da grande indústria e dos serviços, bem como no setor
público. (POCHMANN, 1998 apud SILVA, 2010, p. 246).
Os resultados apresentados através dos estudos realizados por Silva (2010)
apontam que as formas mais usuais de acesso ao emprego foram respectivamente:
- por intermédio de amigos;
- através de concurso público; e
- por intermédio da família.
Silva (2010) acentua inda que acessar um emprego por meio de concurso
público é uma via “aparentemente” democrática, porque, em princípio, está disponível a
todos, sem distinção de origem institucional, sexo e condição social.
2 ORGANIZAÇÃO DO ENSINO NO ÂMBITO DA AERONÁUTICA
O Ensino Militar é regulado em lei específica, admitida a equivalência de
estudos, de acordo com as normas fixadas pelos sistemas de ensino. Lei nº 9.394, de 20
de dezembro de 1996, conforme preconiza o artigo 83 da LDB.
Equivalência de Cursos Superiores no Ensino Militar aos cursos superiores de
graduação do Sistema Federal de Ensino. Portaria do Ministério da Educação, nº 3.672,
de 12 de novembro de 2004:
“Art. 1º - Os cursos superiores no ensino militar, ministrados no âmbito federal, serão declarados equivalentes aos cursos superiores de graduação do
Sistema Federal de Ensino de que trata o art. 16 da Lei nº 9.394, de 1996,
desde que observadas as diretrizes curriculares estabelecidas pelo Conselho
Nacional de Educação para cada curso.” (FILHO, 2009, p. 137)
Através da Portaria do Ministério da Educação nº 4.115, 30 novembro de 2005,
o Ministro de Estado da Educação resolve de acordo com o Art. 1º: Declarar equivalente o Curso Superior de Administração, ministrado pela
Academia da Força Aérea, no âmbito do Comando da Aeronáutica, do
Ministério da Defesa, ao curso superior de graduação de Administração do
sistema civil. (FERNANDO HADDAD, publicado no DOU 230, 01 dez 2005
– seção 1).
Em relação à disposição de equivalência de cursos militares em nível de pós-
graduação lato sensu, a Portaria Normativa Interministerial nº 18, de 13 de novembro de
2008, diante dos Ministros de Estado da Educação e da Defesa resolvem através do Art.
1º que os cursos de pós-graduação lato sensu ministrados nas instituições de ensino
militar são equivalentes aos cursos de pós-graduação lato sensu definidos na Resolução
nº 001/2001, da Câmara de Ensino Superior do Conselho Nacional de Educação.
2.1 Equivalência dos cursos técnicos militares
A partir de 2009 as especialidades do Curso de Formação de Sargentos (CFS)
ministrados pela Escola de Especialistas de Aeronáutica foram incluídas junto ao
Sistema de Informações da Educação Profissional e Tecnológica - SISTEC/MEC.
Através da Portaria Normativa Interministerial, nº 16, de 30 de outubro de 2008,
os Ministros de Estado da Educação e da Defesa, resolvem:
Art 1º Os cursos de educação profissional técnica de nível médio, ministrados
no âmbito da Marinha do Brasil e da Aeronáutica, constantes do Catálogo
Nacional de Cursos Técnicos de nível médio em assegurado sua plena
equivalência para fins de exercício profissional nos âmbitos militar e civil,
não sendo necessário nenhum procedimento adicional de convalidação de
atos escolares.
2.2 Regulamentação da Lei de Ensino, Decreto nº 1.838, de 20 de março de 1996
O Ensino na Aeronáutica compreende duas áreas denominadas:
Ensino Aeronáutico - visa qualificar e habilitar militares e civis para o exercício de
cargos e funções, promover o pleno desenvolvimento de seus integrantes e contribuir
para o diagnóstico e a solução de problemas característicos, bem como para a
consolidação da cultura aeronáutica.
Na fase de formação e profissionalização o curso o objetivo de qualificar e
habilitar, dentro de cada nível, os militares e civis para o exercício de cargos e funções,
inerentes aos postos, graduações e classes iniciais dos diversos quadros, especialidades
e categorias funcionais de pessoal.
Quadro 1 – Instituições de Ensino, Cursos de Formação e Estágios pertencentes à Força Aérea Brasileira
Categoria Instituição e Ensino Cursos / Estágios
Profissionalização
AFA - Academia da
Força Aérea Brasileira
CFOAV - Curso de Formação de Oficiais Aviadores
CFOINT - Curso de Formação de Oficiais Intendentes
CFOINT - Curso de Formação de Oficiais de Infantaria
de Aeronáutica
- FAAER – Curso de Administração, Faculdade de
Administração da Aeronáutica (Bacharel)
Centro de Instrução e
Adaptação da Aeronáutica
CFOE - Curso de Formação de Oficiais Especialistas
Curso de graduação: Tecnólogo
Instituto Tecnológico de
Aeronáutica
Graduação de Engenharia: Aeronáutica, Eletrônica,
Mecânica-Aeronáutica, Civil Aeronáutica e da
Computação.
EEAR – Escola de
Especialistas de
Aeronáutica
CFS – Curso de Formação de Sargentos
SERENS - Serviços
CFC - Curso de Formação de Cabos
CFT - Curso de Formação de Taifeiros
Regionais de Ensino CESD - Curso de Especialização de Soldados
Adaptação
CIAAR- Centro de
Instrução e Adaptação da
Aeronáutica
CAMAR - Estágio de Adaptação de Médicos CADAR - Estágio de Adaptação de Dentistas’’
CAFAR - Estágio de Adaptação de Farmacêuticos
EAOT - Estágio de Adaptação de Oficiais Temporários
EAOF - Estágio de Adaptação de Oficiais
EAOEAR - Estágio de Adaptação de Oficiais
Engenheiros
EIAC - Estágio de Instrução e Adaptação para Capelães
EEAR – Escola de
Especialistas de
Aeronáutica
EAGS – Estágio de Adaptação a Graduação de Sargentos
SERENS - Serviços
Regionais de Ensino
EAS - Estágio de Adaptação e Serviço
EAGTS - Estágio de Adaptação a Graduação de Terceiro Sargento
EAGST - Estágio de Adaptação a Graduação de Sargento
de Taifa
Fonte: Elaborado pelo autor.
Através do Centro de Instrução Especializada da Aeronáutica – CIEAR, o
Ensino Aeronáutico na Fase de Pós-Formação e Especialização tem por objetivo
qualificar e habilitar, dentro de cada nível, militares e civis da Aeronáutica para o
exercício de cargos e funções que requeiram conhecimentos, habilidades e atitudes
especializados, diferenciados ou aprofundados em relação àqueles ministrados na fase
de Formação.
A Aeronáutica oferece ainda os cursos de Aperfeiçoamento, que habilitam
oficiais e graduados para o exercício de cargos e funções que requeiram conhecimentos,
habilidades e atitudes. Os cursos de Aperfeiçoamento de Oficiais – CAP e o Curso de
Aperfeiçoamento de Sargentos – CAS são ministrados respectivamente na Universidade
da Força Aérea Brasileira – UNIFA e na Escola de Especialistas de Aeronáutica –
EEAR.
Na fase dos Altos Estudos, que compreende os Cursos de Comando e Estado-
Maior da Aeronáutica e de Política e Estratégias Aeroespaciais, os quais têm por
objetivo qualificar e habilitar oficiais superiores e civis assemelhados para o exercício
de cargos e funções que requeiram conhecimentos, habilidades e atitudes próprios do
nível de Estado-Maior, Comando, Direção e Alta Administração da Aeronáutica. Para
atingir a fase dos Altos Estudos o oficial é submetido a uma seleção, a qual é realizada
em cada turma. Após a aprovação no referido processo a Força Aérea disponibiliza o
Ensino Preparatório ao Exame de Seleção para o Curso de Comando e Estado-Maior.
Na fase da Pós-Graduação o objetivo é qualificar e habilitar oficiais e civis
assemelhados para o desenvolvimento de projetos e o exercício de cargos e funções que
requeiram conhecimentos, habilidades e atitudes específicos de alto nível. São
oferecidos MBA em Gestão de Processos – Logística – Ciência e Tecnologia, MBA em
Gestão Hospitalar, MBA em Gestão Institucional Estratégica. Através do Instituto
Tecnológico da Aeronáutica é ofertado os Cursos de Mestrado e Doutorado em
Aeronáutica e Mecânica, Infra-Estrutura Aeronáutica, Mecânica Aeronáutica,
Eletrônica, Computação e Física. É oferecido ainda o Mestrado pela Universidade da
Força Aérea Brasileira - UNIFA nas áreas de Ciências Aeroespaciais, destinado a
oficiais superiores que tenham concluído o Curso de Comando e Estado Maior e o
Mestrado em Recursos Humanos, destinado a instrutores, professores, militares ou civis
do Comando da Aeronáutica que desempenhem funções na área de recursos humanos.
Na Universidade da Força Aérea também é possível o Doutorado em Ciências
Aeroespaciais, destinado a oficiais, professores ou civis da Aeronáutica com atribuição
em pesquisa, planejamento ou gestão estratégica.
A Aeronáutica conta com o Ensino Auxiliar em duas modalidades:
Quadro 2 – Ensino Auxiliar da Aeronáutica
Modalidades Finalidade
Modalidade Profissional Proporciona qualificação técnico-profissional necessários à indústria aeronáutica, à aviação civil e à pesquisa e desenvolvimento
Modalidade Assistencial Proporciona ensino fundamental e médio a filhos e órfãos de militares e civis.
Fonte: Elaborado pelo autor.
2.3 Avaliação do Ensino na Aeronáutica
Procedimentos adotados na avaliação do ensino na Aeronáutica e seus documentos
normativos:
__________________________________________________________ Figura 1 – Procedimentos adotados na avaliação do ensino na Aeronáutica
Fonte: Banco de Dados da Divisão de Ensino da Aeronáutica
2.4 Avaliação
Segundo Castilho (2009) a avaliação é fazer um julgamento sobre resultados,
comparando o que foi obtido com o que se pretendia alcançar.
__________________________________________________________ Figura 2 – Ciclo do Planejamento do ensino na Aeronáutica
Fonte: Banco de Dados da Divisão de Ensino da Aeronáutica
Através da avaliação, pode-se determinar passo a passo o processo de ensino-
aprendizagem e verificar se os objetivos estão sendo ou não atingidos.
Ou seja, a avaliação determina a efetividade ou não do processo ensino-
aprendizagem. Ela envolve a coleta sistemática de dados, por meio dos quais se
determinam as mudanças que ocorreram no comportamento do aluno, em função dos
objetivos educacionais e em que medida essas mudanças ocorreram.
A avaliação no processo ensino-aprendizagem tem a importância de conhecer a
capacidade de aprendizagem dos alunos para poder ajudá-los a superar dificuldades e de
avaliar o próprio trabalho e a partir daí ter parâmetros para melhorá-lo.
O processo tem como características ser um processo contínuo e sistemático,
funcional, tendo em vista que os objetivos constituem o elemento norteador da
avaliação, orientadora, permitindo que os envolvidos no processo conheçam seus erros e
acertos, e integral, diante da analisa e julgamento de todas as dimensões do
comportamento.
Tem como funções conhecer os alunos, identificando as dificuldades de
aprendizagem, determinando se os objetivos propostos para o processo ensino-
aprendizagem foram ou não atingidos, aperfeiçoando o processo ensino-aprendizagem e
promovendo os alunos.
O Sistema de Avaliação na Aeronáutica é balizado na IMA 37-11 – Instrução do
Ministério da Aeronáutica, de 04 de janeiro de 1993 e na IMA 37-6 – Instrução do
Ministério da Aeronáutica, de 27 de agosto de 1998.
____________________________________________________________ Figura 3 – O Sistema de Avaliação, conforme o disposto na Instrução do Ministério da Aeronáutica.
Fonte: Banco de Dados da Divisão de Avaliação do Comando da Aeronáutica.
2.5 Avaliação do Corpo Discente
A avaliação do Corpo Discente da Aeronáutica objetiva coletar, processar e
interpretar informações ao longo do processo ensino-aprendizagem acerca do
aproveitamento do aluno nas Avaliações dos Domínios Cognitivo, Psicomotor e
Afetivo.
O teste é aplicado ao início do ano ou semestre letivo, ou no início de uma
unidade de ensino.
A Avaliação Formativa, em nível de controle constata se os objetivos
estabelecidos foram alcançados pelos alunos. Fornecem dados para aperfeiçoar o
processo ensino-aprendizagem. Deve ser aplicada durante o ano letivo, isto é, ao longo
do processo ensino- aprendizagem.
A Avaliação Somativa tem como objetivo classificar os resultados de
aprendizagem alcançados pelos alunos, de acordo com níveis de aproveitamento
estabelecidos. Deve ser aplicada ao final de um ano ou semestre letivo ou ao final de
uma unidade de ensino. A Aeronáutica utiliza como instrumentos de medida provas
objetivas, dissertativas e práticas.
Como Procedimentos Complementares utilizam-se a Crítica de verificação de
aprendizagem, Prova de Segunda-Chamada, Avaliação de alunos estrangeiros, Conselho
de Ensino, Prova de 2ª Época, Prova Final, Conselho de Aptidão, Critérios para a
indicação de instrutores, Aconselhamento e Orientação Psicopedagógica.
Em relação ao Domínio Afetivo são observadas as mudanças de comportamento
ocorridas no discente durante o processo ensino-aprendizagem, no que concerne a
interesses, Valores, e apreciações.
Quadro 3 – Tipos de erros de apreciação por parte dos avaliadores
Tipo Definição
Erro de Halo alguns avaliadores têm a tendência a deixar que sua impressão geral sobre
determinado avaliado interfira na apreciação do desempenho deste. Se a impressão
geral do avaliador sobre uma pessoa é boa, ele tende a apreciá-lo com benevolência.
Se, ao contrário, a impressão geral do observador sobre o indivíduo é ruim, ele tende
a avaliá-lo com excesso de rigor (estereotipia).
Erro de padrão Este erro ocorre quando o avaliador usa critérios pessoais para processar a avaliação.
Assim, quando o avaliador é muito exigente, tende a subestimar os avaliados e, por
outro lado, quando é muito benevolente, tende a superestimar.
Erro de
tendência central
O avaliador inexperiente teme atribuir notas baixas e prejudicar os seus avaliados ou
teme dar notas muito altas, por imaginar que tal procedimento poderá comprometer
sua imagem de avaliador. Assim, prefere usar sempre os valores medianos, pois, desta forma, sente-se protegido dos dois tipos de problemas que as marcações
extremadas poderiam lhe causar.
Erro lógico Ocorre quando o avaliador tende a dar apreciações semelhantes a características nem
sempre relacionadas. Ou seja, quando um fator que está sendo avaliado é confundido
com outro fator.
Fonte: Elaborado pelo autor
2.6 Avaliação da Instrução
Verificar se as atividades de ensino desenvolvidas propiciaram aos alunos o
alcance dos objetivos estabelecidos.
2.7 Avaliação do Docente
Conforme Saito (2011) tem por objetivo fornecer informações acerca da
qualidade dos esforços do docente no direcionamento da aprendizagem dos alunos. Tem
os seguintes indicadores diretos: observações sistemáticas, análise do planejamento feito
pelo docente, análise dos itens de testes, auto-avaliação. Em relação aos indicadores
Indiretos: tem-se resultados obtidos pelos alunos em avaliações da aprendizagem,
informações obtidas por meio da avaliação da instrução o docente deve ser comunicado
sobre os resultados acerca de seu desempenho;
Os resultados obtidos na avaliação do docente, com vistas ao seu
aperfeiçoamento, não devem ser utilizados com finalidade somativa (promoção,
admissão e/ou demissão)
2.8 Avaliação dos meios de avaliação
Procura identificar a adequação de todos os instrumentos utilizados pelo Setor de
Avaliação, para a coleta de dados nos campos sobre os quais incide a avaliação, bem
como a adequação da própria sistemática de emprego dos instrumentos de medida. São
adotados os seguintes procedimentos na coleta de dados: Estudos de validade e
fidedignidade dos instrumentos, Pesquisas de opinião, Análise dos pedidos de revisão
de graus, Análise dos itens que compõem as provas
2.9 Avaliação do Currículo
Coletam-se os dados acerca do trabalho desenvolvido pela Organização que
ministrou o curso/estágio, ou seja, sobre o planejamento de ensino e sua implementação.
É desenvolvida ao final de um curso/estágio.
Na avaliação do currículo são avaliados os aspectos tais como, carga horária,
adequação dos objetivos, perfil de relacionamento das disciplinas, adequação dos
métodos, técnicas e recursos audiovisuais, adequação das ementas, recursos materiais e
humanos, e sistemática de avaliação.
A validação curricular é a atividade desenvolvida por meio do acompanhamento
do desempenho dos egressos, que tem por objetivo verificar a adequação do currículo de
determinado Curso.
A avaliação é um processo de análise contínua do qual professor e aluno
participam como elementos fundamentais na construção do conhecimento.
Avaliar é mais do que alcançar um determinado objetivo, mas ao contrário, é
um momento de atitude reflexiva, tanto do professor como do aluno, onde não somente os métodos, mas também os objetivos são passíveis de revisão.
(FILHO, 2009, p. 23)
3 CICLO DE PLANEJAMENTO DE ENSINO ADOTADO PELO
DEPARTAMENTO DE ENSINO DA AERONÁUTICA
As variações apresentadas nos conceitos de planejamento não os tornam
mutuamente excludentes, mas sim, complementares entre si, porque
expressam, em última instância, uma preocupação única: a de que ações significativas sobre uma dada realidade sejam praticadas de forma
sistemática, a partir de uma visão clara da sua necessidade, dos seus objetivos
e ordenadas de modo a obter o máximo de resultados com o melhor uso de
recursos. (FILHO, 2009, p. 230)
O Departamento de Ensino da Aeronáutica oferta em seu âmbito militar os
seguintes cursos e estágios:
Quadro 4 – Cursos e Estágios ofertados pela Aeronáutica
Ord. Cursos
1. Cursos de Formação e de Carreira
2. Cursos de Pós-Formação
3. Cursos de Aperfeiçoamento
4. Curso de Comando e Estado-Maior
5. Curso de Política e Estratégia Aeroespaciais Cursos de Especialização
6. Estágios de Adaptação Fonte: Elaborado pelo autor
__________________________________________________________ Figura 4 – Ciclo de Planejamento de Ensino da Aeronáutica
Fonte: Banco de Dados da Divisão de Ensino da Aeronáutica
4 A ESCOLA DE ESPECIALISTAS DE AERONÁUTICA
Há setenta anos, dois meses após a criação do Ministério da Aeronáutica, nascia
a Escola de Especialistas de Aeronáutica, fruto da fusão das escolas de formação de
sargentos da Marinha e do Exército. Inicialmente localizada na Ponta do Galeão, a
EEAR formou a primeira turma em 1942, com apenas 32 integrantes. Com a entrada do
Brasil na Segunda Guerra Mundial, houve a necessidade de se acelerar a formação do
pessoal aeronavegantes, tendo sido criada em 1943, na cidade de São Paulo, a Escola
Técnica de Aviação – ETA.
Em 1950 com a fusão das escolas e a transferência da EEAR para a cidade de
Guaratinguetá, nas dependências da antiga Escola Prática de Agricultura. Edificada
pelas mãos dos visionários pioneiros que lançaram sementes no fértil solo do Vale do
Paraíba, e lapidada por gerações de discentes e docentes, produziu várias safras de bons
frutos, com determinação e idealismo, sem se desviar da essência de ensino.
Na atualidade, a Escola de Especialistas de Aeronáutica, pertencente ao
Departamento de Ensino da Força Aérea Brasileira, sendo considerada o maior
complexo de Ensino Técnico Especializado da América Latina, continua com suas
instalações no Vale do Paraíba, na cidade de Guaratinguetá-SP, a 176 km de São Paulo.
“A Escola de Especialistas de Aeronáutica tem por missão formar e aperfeiçoar
o Sargento Especialista da Força Aérea Brasileira”. (RAMOS, 2011, p.36).
Para cumprir sua missão a EEAR ministra, há 70 anos, o Curso de Formação de
Sargentos – CFS e há 12 anos, o Estágio de Adaptação à Graduação de Sargentos –
EAGS.
Oposto ao cenário de rejeição e contrariedade apresentado pelos cidadãos
Guaratinguetaense, no período em que ocorreu a transferência da Escola de
Especialistas de Aeronáutica para Guaratinguetá, atualmente a referida Escola é motivo
de orgulho a população de Guaratinguetá.
A EEAR, esse carinhoso “Berço dos Especialistas”, assim
denominado pelo seu então comandante, Brigadeiro do Ar Edilberto
Teles Sirotheau Correa, talvez tenha recebido esse nome pela sua
característica materna de acalentar e ensinar, confortar, treinar,
transformar jovens em dedicados homens e mulheres com valores patrióticos e imbuídos do desejo de bem servir nossa Nação.
Berço dos Especialistas, repouso das garças azuis, continue
cumprindo com plenitude de sabedoria sua nobre missão. Sentimo-
nos honrados e plenamente agradecidos pela oportunidade de
expressar nosso sentimento de orgulho e gratidão, e de comemorar
setenta anos dedicados à mais nobre missão – o Ensino. (RAMOS,
2011, p.3).
A Escola de Especialistas de Aeronáutica abre todos os anos 1,5 mil vagas para
jovens que já possuem diploma de nível técnico ou concluíram o ensino médio e
desejam cursar uma das especialidades oferecidas pela Força Aérea Brasileira – FAB,
em 27 diferentes áreas profissionais.
Durante o curso, o aluno recebe fardamento, assistência médica e odontológica,
auxílio para material escolar e uma ajuda de custo mensal, em dinheiro, denominada
soldo. Os estudantes passam a semana em regime de internato, com expectativa de
serem liberados às sextas-feiras, ao final da instrução diária.
Atualmente a Escola de Especialistas de Aeronáutica dispõe de um quadro de
docentes que conta com 46 professores civis e 227 Militares (Suboficiais e Sargentos),
distribuídos da seguinte forma:
Quadro 10: Professores Civis da EEAR.
Professores Civis
Disciplinas Quantidade de Professores por Disciplina
LINGUA PORTUGUES 13
MATEMÁTICA 03
FÍSICA 05
QUÍMICA 02
INGLÊS 10
DESENHO 01
EDUCAÇÃO FÍSICA 12
TOTAL 46
Fonte: Banco de Dados da Divisão de Ensino da EEAR.
Quadro 11: Instrutores Militares da EEAR.
Instrutores Militares (Suboficiais e Sargentos)
Disciplinas Quantidade de Instrutores por Instrução
Instrução Técnica Especializada 185
Instrução Militar 42
TOTAL 227
Fonte: Banco de Dados da Seção de Instrução Militar do Corpo de Alunos da EEAR.
A escola oferece dois tipos de oportunidades para quem busca uma profissão de
nível técnico na carreira militar: o Curso de Formação de Sargentos – CFS, com
duração de quatro semestres letivos e que corresponde ao ensino técnico; e o Estágio de
Adaptação à Graduação de Sargento – EAGS, para quem já tem diploma de curso
técnico, com duração de 24 semanas.
Em 1941, no primeiro concurso de admissão, apenas 34 candidatos
passaram na prova, apesar das 200 vagas oferecidas. De lá para cá, a
concorrência cresceu bastante, incentivada pela qualidade de ensino e pelas
oportunidades da profissão militar: a relação candidato-vaga chegou a 47,06
no ano de 2009, para ingresso no Curso de Formação de Sargentos – CFS,
mais do que o curso líder em concorrência na Universidade de São Paulo –
USP no mesmo ano – publicidade com 40,66. (REZENDE, 2011, p.16).
4.1 Especialidades oferecidas pelo Curso de Formação de Sargentos e pelo Estágio
de Adaptação a Graduação de Sargentos da Aeronáutica ministrados na Escola de
Especialistas de Aeronáutica – EEAR
Em determinada fase da vida os jovens passam por um período muito
complicado, ou seja, o momento da escolha da carreira profissional a seguir.
Quem já passou pelo momento da escolha da profissão sabe bem como é
difícil decidir. Existem tantos caminhos possíveis a seguir, sonhos a realizar e
desafios futuros a enfrentar. Para alguns, falta idade e maturidade para
escolher o melhor caminho rumo ao curso técnico ou de nível superior.
Outros, simplesmente, já alcançaram o diploma e querem um melhor posicionamento no mercado de trabalho, futuro mais estável e,
principalmente, crescimento dentro da carreira que abraçaram. (REZENDE,
2011, p.3)
Quadro 5 - Especialidades oferecidas pelo CFS e EAGS.
Administração – O especialista realiza serviços administrativos na área de secretaria, pessoal, material, finanças
em todo âmbito organizacional, em unidades operacionais, de logística, de saúde, de manutenção, de ensino e de pesquisa, dentre outras.
Controle de Tráfego Aéreo – No Brasil, o controle do espaço aéreo é integrado. Na área militar, o especialista atua na vigilância do território nacional e na coordenação do tráfego em operações militares, como as missões de
vigilância das fronteiras e de busca e resgate. Na aviação civil, coordena o tráfego de aeronaves, da decolagem ao pouso final no destino.
Cartografia – O profissional dessa área é o responsável pela confecção das cartas aeronáuticas, mapas utilizados pela aviação e que auxiliam os pilotos em vôos visuais e por instrumentos, dentre outras.
Comunicações – O técnico opera, no solo ou em vôo, sistemas e equipamentos de transmissão e recepção de dados e de voz. É responsável por aplicar as normas e procedimentos em vigor nas redes e sistemas de enlaces de telecomunicações fixas e móveis.
Desenho – O profissional realiza desenhos de plantas e projetos nas áreas de mecânica de aviação militar, engenharia civil de instalações arquitetônicas, além de levantamentos topográficos nas áreas administrativas e aeroportuárias.
Eletricidade e Instrumentos – O técnico é responsável pela operação e testes dos sistemas e dos instrumentos das
aeronaves, tais como: sistema elétrico, de navegação, de comunicação, radar, controle de tiro, sensores e similares. Atua ainda na manutenção preventiva e corretiva de componentes de aviões, helicópteros e de equipamentos de apoio.
Eletricidade – O especialista nessa área executa serviços de instalação e reparos de equipamentos e de linhas elétricas, de alta e baixa tensão. Também é responsável pela instalação e manutenção de equipamentos de iluminação de aeródromos.
Eletromecânica – O profissional coordena o recebimento, a transferência e a alienação de viaturas e de equipamentos de apoio de solo. É responsável pelos serviços de manutenção de veículos, de motores e de grupos-geradores.
Enfermagem – O técnico trabalha nas unidades de saúde da Força Aérea. São dez hospitais distribuídos pelo país,
além de postos médicos, que prestam serviço aos mais de 60 mil militares da ativa. A carreira é dividida em três subespecialidades: enfermagem, radiologia e laboratório.
Eletrônica – O especialista instala e cuida da manutenção de vitais equipamentos eletrônicos das aeronaves, além de
aparelhos de solo necessários para a aviação. Também é responsável por ajustar e aferir instrumentos eletrônicos de medida, além de elaborar e confeccionar circuitos impressos, dentre outras atividades.
Estrutura e Pintura – O profissional executa serviços de estrutura, pintura e de manipulação de plásticos e similares, tanto em aeronaves, quanto em seus componentes. Executa reparos, reforços e substituições de peças e elementos de estruturas, em metal, plásticos, de aeronaves e turbinas.
Equipamento de Vôo – O especialista executa serviços técnicos de manutenção e operação de equipamentos de vôo,
de segurança, de salvamento e de sobrevivência. Entre outras funções desse técnico, por exemplo, esta a dobragem e inspeção de paraquedas.
Fotointeligência – O técnico auxilia no planejamento de missões de reconhecimento aéreo e na preparação de
informações que auxiliam as unidades aéreas em operações militares. Em vôo, o especialista opera sensores de reconhecimento e equipamentos de processamento de imagens. A base de trabalho desse profissional é a análise de imagens.
Guarda e Segurança – O especialista dessa área realiza serviços de segurança das instalações, atividade de Política
da Aeronáutica, defesa de pontos sensíveis, participa de missões de busca e resgate, combate incêndios e ministra instrução a novos militares.
Informações Aeronáuticas – O profissional é responsável por todas as tarefas de prestação de serviço de
informações aeronáuticas, de acordo com normas e métodos recomendados pela Organização de Aviação Civil Internacional (OACI). Cale a ele coletar, selecionar e compilar dados necessários às atualizações de publicações de informações aeronáuticas.
Material Bélico – O Técnico dessa área atua no emprego de armamentos terrestres, na instrução de tiro com armas
portáteis, na preparação de estande de tiro e nos procedimentos de segurança necessários para essas ações. Realiza ainda a manutenção de diversos tipos de armamento, testa e, se necessário, substitui componentes.
Mecânica de Aeronaves – O especialista é responsável pela manutenção preventiva e corretiva de aeronaves militares, o que inclui a operação e testes de vários sistemas, dentre os quais: motores, hélice, comandos de vôo, hidráulico, pneumático, combustível, oxigênio, pressurização e ar condicionado.
Metalurgia – O profissional é encarregado dos serviços de usinagem, fabricação de peças mecânicas e reparos em acessórios aeronáuticos, como soldagem, metrologia e tratamento de materiais, dentre outras atividades.
Meteorologia – O técnico observa e descreve as condições meteorológicas para o planejamento das missões aéreas,
indispensáveis à segurança de vôo. O profissional trabalha em estações de observação, de radar meteorológico e de recepção de imagens de satélites.
Música – O profissional mantém uma tradição nas unidades militares da Força Aérea Brasileira: participa de treinamentos e formaturas e evoluções da banda de música. Os músicos executam hinos, marchas e canções que reproduzem e perpetuam as tradições militares.
Obras – O especialista executa serviços qualificados de engenharia civil e arquitetura, inclusive medição,
demarcação e mapeamento de terras. Entre as possibilidades de atuação está a participação em missões da Comissão de Aeroportos da Região Amazônica (COMARA), que, ao longo de cinco décadas, realizou mais de 70 obras na região Norte. Existem três subespecialidades: edificações, pavimentação e topografia.
Sistema de Informação – Atua na área de informática em diversas unidades da Força Aérea, operando e elaborando programas para computadores. O especialista fornece suporte de rede necessário à viabilização do desenvolvimento de sistemas aplicativos, dentre outras funções.
Suprimento – O especialista dessa área é responsável pelos serviços de suprimento técnico de material
aeronáutico, combustíveis e lubrificantes de aviação, dentre outros, além da atualização de publicações (documentação técnica) utilizadas no dia-a-dia e que auxiliam no funcionamento das unidades da Força Aérea.
Fonte: Elaborado pelo autor.
Quadro 6 – Padrões de desempenho, filosofia, finalidade e objetivo do CFS e do EAGS.
Padrões de
Desempenho
Conhecimentos a serem desenvolvidos nos cursos/estágios e atribuições a serem
exercidas pelo egresso no desempenho de suas funções após a conclusão do
curso/estágio.
Filosofia do
Curso e
Estágio
O Curso de Formação de Sargentos deverá proporcionar uma base humanística, filosófica, científica e tecnológica necessária ao desenvolvimento da cultura geral,
conscientizando-os da realidade em que irão atuar, assim como deverá proporcionar o
preparo físico, militar e especializado necessário a sua profissionalização. A formação
militar deve atender à concepção de preparar o Sargento Especialista para o combate,
seja atuando nas Unidades de Infantaria ou compondo as de Artilharia Antiaérea.
Finalidade
Formar Sargentos Especialistas de Aeronáutica nas diversas especialidades oferecidas
para desempenharem atividades técnicas e funcionais nas diversas Unidades da Força
Aérea Brasileira, dentro de todo o território nacional.
Objetivo
Proporcionar aos instruendos experiências de aprendizagem que os habilitem a
desempenhar as atividades de caráter militar geral, normalmente, atribuídas a um
Graduado da Aeronáutica, nos primeiros níveis da carreira.
Fonte: Elaborado pelo autor.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com a transferência da Escola de Especialistas de Aeronáutica para a cidade de
Guaratinguetá, nas dependências da antiga Escola Prática de Agricultura. Edificada
pelas mãos dos visionários pioneiros que lançaram sementes no fértil solo do Vale do
Paraíba, e lapidada por gerações de discentes e docentes, produziu várias safras de bons
frutos, com determinação e idealismo, sem se desviar da essência de ensino.
Assim como a educação visa à mudança de comportamento, a Escola de
Especialistas de Aeronáutica vem se adaptando às novas demandas, que muito diferem
daquelas dos pioneiros. Nesses setenta anos, as aeronaves e a infraestrutura
aeroportuária incorporaram novas tecnologias, obrigando as tripulações a uma visão
muito mais científica de voo, aliando habilidade ao conhecimento.
O tempo pode demonstrar que a vinda da EEAR para Guaratinguetá foi
realmente um dos mais importantes feitos deixados pelos pioneiros. Atualmente o povo
Guaratinguetaense orgulha-se em ter na terra das “Garças Brancas”, a Escola de
Especialistas de Aeronáutica, que muito tem contribuído para o desenvolvimento da
cidade, de seu povo e do País.
O trabalho apresentou também, em forma de dados reunidos em tabelas, toda a
estrutura organizacional da atual EEAR, seu pessoal, infraestrutura, estrutura de
formação e outros.
A pesquisa contribuiu ainda para que fosse divulgada a estrutura do
Departamento de Ensino da Aeronáutica, englobando seu objetivo, metodologia,
planejamento e didática utilizada no Curso de Formação de Sargentos e no Estágio de
Adaptação a Graduação de Sargentos ministrados no âmbito da Escola de Especialistas
de Aeronáutica.
Procurou-se no presente artigo destacar de forma explicativa informações
obtidas através das análises de quadros ilustrativos que condensaram os dados
apresentados em forma de gráficos, conforme dados obtidos pela fonte de pesquisas
estatísticas da Seção de Admissão e Seleção da Subdivisão de Concursos, Comando da
Aeronáutica e diversos setores da Escola de Especialistas de Aeronáutica.
Diante das análises ficou concluído que a confiabilidade e a veracidade dos
resultados alcançados durante a aplicação de exames de seleção durante os concursos
públicos, assim como também a qualidade do ensino oferecido pela Escola de
Especialistas de Aeronáutica tem sido um grande atrativo aos jovens. Vale ressaltar que
“até o ano de 2009, a Escola de Especialistas de Aeronáutica havia formado quase 63
mil sargentos.
O presente artigo abriu uma linha de estudos para futuros pesquisadores que
poderão, a partir deste estudo, aprofundar-se na obtenção de resultados mais
abrangentes através de amplas amostras em análises que reúnam dados cronológicos a
respeito do ensino da Aeronáutica, de forma especifica ao que tange os cursos de
formação e estágios ministrados no âmbito da Escola de Especialistas de Aeronáutica.
6 REFERÊNCIAS
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de Especialistas de Aeronáutica, Guaratinguetá, set. 2011.
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_______________. Banco de Dados Estatísticos: Seção de Instrução Militar do Corpo
de Alunos da EEAR. Escola de Especialistas de Aeronáutica, Guaratinguetá, set. 2011.
_______________. Banco de Dados Estatísticos: Setor de Infraestrutura e Engenharia
da EEAR. Escola de Especialistas de Aeronáutica, Guaratinguetá, set. 2011.
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de Especialistas de Aeronáutica, Guaratinguetá, set. 2011.
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