Maturação psiconeurológica ARRUMAR

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para o funcionamento do sistema motor é necessário a coordenação.

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Maturao psiconeurolgicaA evoluo da motricidade profundamente complexa, muito mais do que parece, mesmo nas formas mais automatizadas, pois funciona desde o feto, numa estreita relao com o sistema de necessidades, e est a certos reflexos primitivos e arcaicos que traduzem a fenomenologia da sua satisfao diria FONSECA, 1998 p.162.Maturao psiconeurolgicaPara o funcionamento do sistema motor necessrio a coordenao de vrios componentes neurais e musculares de uma maneira altamente integrada e diferenciada. Para que um movimento ocorra com sucesso o crebro precisa ter condies de perceber o movimento em cada uma das suas etapas. O movimento e o seu fim so uma unidade, e desde a motricidade fetal at a maturidade plena, passando pelo momento do parto e pelas sucessivas evolues, o movimento sempre projetado face a satisfao de uma necessidade relacional FONSECA 1998 p.163.Gessel: estudou as proliferaes dos aspectos motores. Concluiu que o prprio movimento que liberta o estado catico de inconscincia absoluta, caracterstico do momento do nascimento.Minkowski: a evoluo motora , essencialmente, a evoluo nervosa. Em cada idade o movimento toma caractersticas profundamente significativas, como processo maturativo.Jackson apud Fonseca, 1998 levantou o problema de que as funes neuropsicomotoras so o resultado de uma evoluo hierarquizada, evoluo que ser a passagem: do mais organizado ao menos organizado, do mais simples ao mais complexo, e do mais automtico ao mais voluntrio. Os centros superiores so ao menos organizados, os mais complexos e os mais voluntrios;Piaget: considera que a motricidade interfere na inteligncia antes da aquisio da linguagem. A inteligncia verbal ou reflexiva repousa numa inteligncia sensrio-motora ou prtica, que por seu lado se apoio nos hbitos e associaes adquiridas para as recombinar. A realizao do movimento leva assimilao, que se torna elemento de compreenso prtica e ao mesmo tempo compreenso da ao.Distrbios psicomotores MEUR e STAES 1989 p.271. Perturbaes motoras - debilidade intelectual que se traduz, na criana, por atraso no nvel motor, ou problema de ordem psicolgica, ex.: crianas superprotegidas no tm vontade de aprender.2. Grandes dficits motores - sintoma: hemiplegia. em geral relacionadas ao nascimento.3. Perturbaes do equilbrio a criana cai com regularidade, choca-se contra outras pessoas, anda com os ps afastados, corre com o tronco para frente. Sintomas obj.: teste de ROMBERG: criana sentada, ps juntos, se o corpo inclinar lentamente, podemos diagnosticar.Causas: Motoras: problemas no vestbulo da orelha interna ou no cerebelo Psicolgica: criana com ausncia de confiana em si mesma.4. Perturbaes da coordenao: ausncia de gestos harmnicos; desajeitada mesa; habilidades manuais inadequadas.Sintomas objetivos: Discronometria: atraso no desencadeamento do movimento e em sua parada; Dismetria: no localizao do movimento; Assinergia: deficincia de coordenao entre os diversos componentes musculares dos movimentos. Adiadococinesia: dificuldade de executar rapidamente movimentos alternados.Causas: Perturbaes vestibulares ou cerebelosas. Perturbaes da sensibilidade superficial ou profunda. Perturbaes psicolgicas ou afetivas: a criana no se concentra em seu trabalho, fica ansiosa, insegura.5. Perturbaes da sensibilidade a criana no faz o mesmo gesto que lhe demonstramos, exceto diante de um espelho; deixa cair objetos que segura.Sintomas objetivos: pode-se descobrir na criana a dificuldade ou a impossibilidade: de manter uma posio, quando os olhos esto fechados. de perceber um movimento com os olhos fechados. Perturbaes da sensibilidade superficial e profunda: a criana no consegue localizar uma sensao ttil. no consegue reconhecer uma forma geomtrica ou uma letra desenhada em sua mo. no consegue reconhecer um objeto em sua mo. Causas: frequentemente de ordem motora e neurolgica.Perturbaes intelectuais o atraso intelectual A debilidade pode ser leve, moderada ou profunda. As realizaes da criana so de uma idade inferior sua idade real. Causas: neonatais, alcoolismo, molstias (encefalite, meningite, hemorragia cerebral)Outras perturbaes: Perturbaes do esquema corporal Perturbaes da lateralidade Perturbaes da estrutura espacial Perturbaes do grafismo Gerontomotricidade De uma imaturidade caracterstica, o ser humano caminha para a maturidade, vencendo vrios obstculos e integrando vrias aquisies que so essenciais para lidar com as realidade existentes, culminando posteriormente numa desmaturidade declinativa na terceira idade FONSECA, 1998 p.344.Psicomotricidade Gerontomotricidade

A senescncia, como anttese da adaptao e da evoluo, implica uma complexa rede de mudanas desintegradoras e progressivas; A deteriorao seletiva ocorre em diferentes ritmos e em diferentes zonas do crebro; A doena de Alzheimer progressiva e raramente responde ao tratamento. O empobrecimento neuronal causado pelo tempo conduz a um declnio funcional irremedivel no envelhecimento normal. Perturbaes da memria imediata e de mdio termo; Desintegrao neuropsicolgica: discriminao figura-fundo; Diminuio no processamento da informao auditiva; Perda na discriminao ttilo-quinestsico: capacidade de discriminao de presso, forma e textura; Inteligncia: cristalizada Modificaes afetivas: solido, isolamento, etc. Pseudodemncia: perturbaes na linguagem, na motricidade e na percepo, etc. Desorganizao e desincronizao motora: perda da memria falta de iniciativa, etc. Disfunes e desintegraes que variam de indivduo para indivduo, mas seguindo sempre um processo de involuo universal. No fim da vida est a morte, como focou Engels. Envelhecemos como vivemos e merecemos, e o processo de envelhecimento natural pr-programado geneticamente, inicia-se muito antes da terceira idade, designao esta introduzida por Huet FONSECA, 1998 p.349Avaliaes Qualitativas e quantitativas L. PICQ e P. VAYER (1985) Toda ao educativa necessita inicialmente da observao que implicar na avaliao. Observao: considerao das aes e dos comportamentos da criana. Vlida enquanto se observa os fenmenos como eles ocorrem, semquerer modific-los. Avaliao: julgamento que o observador faz do que ele observa.Ora, um julgamento uma comparao em relao a alguma coisa. necessrio, ento considerar que se esta alguma coisa o que esperamos, o julgamento torna-se um julgamento de valor PICQ e VAYER (1985, p233).Avaliaes Qualitativas e quantitativas I. O conhecimento da criana Histria e meio ambiente: aceitar a criana como ela conhecendo sua histria. Questionrio preenchido pelos pais ou pelo profissional durante a entrevista: forma simples para conhecer a histria da criana.A criana vista pelos outros (diferentes testes): Observaes mdicas informaes sobre acidentes ocorridos no momento do nascimento, ou desde a primeira infncia.Observaes psicolgicas uso de alguns critrios que sero uma referncia e tambm uma forma de conhecimento: Testes de nvel mental. Teste de nvel escolar Exames de desenvolvimento e do comportamento psicossocial. Como a criana v a si mesma: o prprio desenho: aplicao do testes da figura humana de Goodenough. Observao do desenvolvimento e do comportamento psicomotor: evitar prender-se descrio das dificuldades particulares ou as competncias escolares, buscando observar as capacidades gerais. O exame psicomotor Realizado com a criana na sala de trabalho, usando materiais preparados anteriormente (folha de prova, cronmetro, bolas, elstico, etc.)Observao da mdia e grande infncia (6 -11 anos): prova dos testes de Ozeretski: Coordenao dinmica das mos. Coordenao dinmica geral Equilbrio (controle postural Controle segmentrio controle do prprio corpo). Organizao espacial (orientao direita-esquerda).Avaliaes qualitativas e quantitativas De acordo com Picq e Vayer (1988) a educao psicomotora procura as tcnicas mais eficazes, cujo objetivo o de obter uma melhora progressiva no comportamento geral da criana.Devem ser trabalhadas as seguintes funes: A conscincia do prprio corpo; Domnio do equilbrio; O controle e a eficcia das diversas coordenaes globais e parciais; O controle da inibio voluntria e da respirao; A organizao do esquema corporal e a orientao no espao; A estruturao espao-temporal correta e maiores possibilidades de adaptao ao mundo exterior. Avaliao de Picq Vayer (1985) - Dirigido s crianas de idade escolar, com diferentes tipos de inadaptao debilidade mental, deficincias sensoriais; inadaptaes motoras, sensoriais e psico afetivas. Dar nfase ao trabalho com: Percepo e controle do prprio corpo; Regulao de condutas motoras; Adaptaes perceptivo-motoras.Prtica psicomotora Espao psicomotor: local amplo para os exerccios psicomotores e reservado para os exerccios sentados, com mesa e cadeiras adaptadas estatura da criana. Para crianas com menos de 5 anos, se possvel, um tapete para a execuo de determinados exerccios sensoriomotores no cho. Ambiente alegre, exclusivo para s reeducaes psicomotoras, decorado com trabalhos e desenhos das crianas.Material a ser utilizado nas avaliaes e sesses Material clssico: Escada fixada na parede Bancos sueco de duas ou trs alturas Espelhos ortopdicos Plinto Barras de equilbrio independentes Bastes e varinhasObjetos da reeducao psicomotora: Bancos: eles so banco, poltrona, mesa, etc. Blocos vazios Blocos de madeira compactos ou furados Placas Cilindros de Picq (meio-cilindro de madeira separado em duas partes por uma linha pintada transversalmente. Bastes e varinhas Respirador de Plent Bolas com lastros ou bolas pesadas do dimetro das bolas comuns. Bolas normais ou grandes de cores variadas Bales de gs de cores variadas Bolas mdias (13cm de dimetro) cores variadas Bolas de plstico (leves) Bolas pequenas (de malabarismo) vrias cores, sendo 3 ou 4 de cada cor Tamborins, ctaras, tringulos] quadros colocados na altura da criana Papis de todos os formatos Giz, lpis, caneta hidrogrfica... Pintura a gua e pincel, pintura com os dedos Contas grandes de madeira Cubos de madeira de vrias cores 2,5 x 2,5 cm. Cubos de madeira de 1 x 1 cm em vrias cores Elstico para saltar Quadrado de espuma Metrnomo, tamborins Psicomotricidade na sua essncia no s a chave da sobrevivncia, como se observa no animal e na espcie humana mas , igualmente, a chave da criao cultural. Em sntese, a primeira e ltima manifestao da inteligncia. A psicomotricidade, em termos filogenticos, e ontogeneticos, portanto, um passado de vrios milhes de anos, porm uma histria restrita de apenas cem anos FONSECA (2004 p.11).