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  • Materno infantil

    ,

    Pr Natal

    Aps confirmada o diagnostico o profissional deve acolher essa gestante e informar sobre:

    O carto da gestante, devidamente identificado e preenchido, com o nome da unidade

    hospitalar de referncia para ela e o nmero do telefone; se necessrio, essa informao deve ser atualizada;

    As solicitaes dos exames complementares, segundo o protocolo;

    Recomendao de vacinas e vitaminas;

    Recomendao sobre atividades profissionais e fsicas na gravidez;

    Orientaes diversas sobre atividades educativas, visitas domiciliares, visita maternidade de referncia e demais programas.

    Consultas do pr natal.

    Os retornos pr-natais devem ser adaptados s necessidades de cada caso. O calendrio deve seguir o roteiro apresentado a seguir, com a realizao de pelo menos seis consultas, distribudas ao longo da gravidez, a primeira delas sendo iniciada o mais precocemente possvel (at a 12 semana), segundo as diretrizes preconizadas pelo Ministrio da Sade.

    Algumas situaes que podem representar risco e, portanto, necessidade de consulta com especialista e encaminhamento ao pr-natal de alto risco esto descritas a seguir.

    Caractersticas pessoais e sociodemogrficas:

    Altura menor que 1,45 m.

    Baixa escolaridade (menos de 5 anos de estudo regular).

  • Condies ambientais desfavorveis, como vulnerabilidade social.

    Dependncia de drogas lcitas ou ilcitas.

    Transtorno mental.

    Idade menor que 15 e maior que 35 anos. Ocupao: esforo fsico excessivo, carga horria extensa, rotatividade de horrio,exposio a agentes fsicos, qumicos e biolgicos, nveis altos de estresse. Peso menor que 45 kg ou maior que 75 kg. Situao afetiva conflituosa. Suporte familiar ou social inadequado. No aceitao da gravidez, principalmente em se tratando de adolescente. Violncia domstica. Antecedentes obsttricos

    Abortamento habitual.

    Cirurgia uterina anterior.

    Esterilidade/infertilidade.

    Intervalo inter partal menor que 2 anos ou maior que 5 anos.

    Macrossomia fetal.

    Morte perinatal explicada ou inexplicada.

    Nuliparidade e multiparidade.

    Pr-eclmpsia/eclmpsia.

    Recm-nascido com restrio de crescimento, pr-termo ou malformado.

    Sndromes hemorrgicas.

    Morbidades

    Aneurismas.

    Aterosclerose.

    Alteraes osteoarticulares de interesse obsttrico.

    Cncer.

    Cardiopatias.

    Doenas autoimunes (lpus eritematoso sistmico, outras colagenoses).

    Doenas inflamatrias intestinais crnicas.

    Endocrinopatias (especialmente diabetes mellitus).

    Epilepsia.

    Ginecopatias (malformao uterina, miomatose, tumores anexiais e outras).

    Hemopatias.

    Hipertenso arterial classificar em leve, moderada ou grave e/ou fazendo uso de anti-hipertensivo.

  • Infeco urinria.

    Nefropatias.

    Pneumopatias.

    Portadoras de doenas infecciosas (hepatites, toxoplasmose, infeco pelo HIV, sfilis

    e outras DST).

    Trauma.

    Tromboembolismo.

    Doenas obsttricas na gravidez atual

    Amniorrexe prematura. Desvio quanto ao crescimento uterino, nmero de fetos e volume de lquido amnitico. Ganho ponderal inadequado. Hidropsia fetal. Malformaes fetais. bito fetal. Sndromes hemorrgicas. Sndromes hipertensivas. Trabalho de parto prematuro e gravidez prolongada.

    Na consulta:

    Exame fsico Geral: determinao do peso e da altura; medida da presso arterial (tcnica adequada, ver procedimento tcnico no Captulo6, item 6.3); inspeo da pele e das mucosas; palpao da tireoide e de todo o pescoo, regio cervical e axilar (pesquisa de ndulosou outras anormalidades); ausculta cardiopulmonar; exame do abdmen; exame dos membros inferiores; pesquisa de edema (face, tronco, membros).

    Especfico (gineco-obsttrico): exame clnico das mamas. Durante a gestao e a amamentao, podem ser identificadasalteraes, que devem seguir conduta especfica. Realizar orientaespara o aleitamento materno em diferentes momentos educativos, principalmente

  • se for adolescente. Nos casos em que a amamentao estiver contraindicada (portadorasde HIV/HTLV), orientar a mulher quanto inibio da lactao (mecnicae/ou qumica) e para a disponibilizao de frmula infantil; palpao obsttrica e, principalmente no 3 trimestre, identificao da situao eapresentao fetal; medida da altura uterina; ausculta dos batimentos cardacos fetais (com Sonar Doppler, possvel aps 12semanas); inspeo dos genitais externos; exame especular e toque vaginal essa etapa do exame fsico pode ser realizadana consulta de retorno, considerando o contexto clnico e o desejo da mulher; o exame fsico das adolescentes deve seguir as orientaes do manual de Sadeintegral de adolescentes e jovens: orientaes para a organizao de servios desade; deve ser completo, valorizando os aspectos ticos e a privacidade. No casode adolescente de sexo oposto ao do examinador, recomenda-se a presena deacompanhante ou outro profissional de sade na sala.

    Exames

    Grupo sanguneo e fator Rh.

    Sorologia para sfilis (VDRL); repetir entre 28-30 semanas. Glicemia em jejum repetir entre 28-30 semanas; em gestantes sem fator de riscopara diabetes e se o resultado da primeira glicemia for menor que 85 mg/dL, ver rastreamento de diabetes no Captulo 9, item 9.5. Teste Oral de Tolerncia Glicose (TOTG 75g, 2h) para os casos triados com fator

  • de risco para diabetes gestacional presente e/ou com glicemia de jejum inicial maiorou igual a 85mg/dL, ver rastreamento de diabetes no Captulo 9, item 9.5. Exame sumrio de urina (Tipo I). Urocultura com antibiograma para o diagnstico de bacteriria assintomtica repetirentre 28-30 semanas. Sorologia anti-HIV repetir entre 28-30 semanas.

    Sorologia para toxoplasmose, IgG e IgM repetir trimestralmente se for IgG noreagente. Sorologia para hepatite B (HBSAg). Proto parasitolgico de fezes. Colpocitologia onctica muitas mulheres frequentam os servios de sade apenaspara o pr-natal. Assim, imprescindvel que, nessa oportunidade, seja realizado esseexame, que pode ser feito em qualquer trimestre, sem a coleta endocervical. Bacterioscopia da secreo vaginal avaliao de perfil bacteriolgico do contedovaginal por critrio de Nugent, indicada para pacientes com antecedente de prematuridade,possibilitando a deteco e o tratamento precoce da vaginose bacteriana,idealmente antes da 20 semana. Se a bacterioscopia estiver indisponvel, pode-serealizar um diagnstico presumido, atravs do exame especular, pela positividade depelo menos trs dos quatro critrios de Ansel: 1) corrimento branco acinzentado; 2)medida do pH > 4.5 com fita apropriada aplicada a 2-3 cm do introito vaginal, na paredelateral da vagina; 3) liberao de aminas com odor de peixe no teste com hidrxidode potssio a 10% adicionado a uma amostra do contedo vaginal; 4) visualizao declue cells microscopia.

    Ultrassonografia obsttrica a ultrassonografia (USG) um recurso til na assistnciapr-natal, mas as decises teraputicas devem ser baseadas no raciocnio clnico.Caso a gestante inicie o pr-natal precocemente, o primeiro ultrassom pode ser realizadoentre 10-13 semanas para avaliao de translucncia nucal, como rastreamentopara cromossomo patias. O segundo exame, ou na eventualidade de que apenas umseja factvel ou esteja disponvel, deve ser realizado entre 20-24 semanas, pois nessapoca a biometria fetal indica com relativa preciso a idade gestacional e possibilitaavaliao morfolgica fetal. Ultrassonografias adicionais devem ser solicitadas, dependendoda suspeita clnica. Cultura especfica com coleta anovaginal do estreptococo do grupo B entre 35-37semanas, quando possvel.

  • Plano de consultas de retorno

    A) Reviso da ficha de acompanhamento pr-natal Anamnese/interrogatrio complementar. Atualizao do calendrio vacinal. Solicitao de outros exames complementares, se necessrio. Atualizao do carto da gestante e do pronturio da paciente.

    B) Monitoramento Clculo e anotao da idade gestacional. Queixas, verificando dvidas da paciente e dos familiares. Estado geral. Peso, calculando o ndice de massa corporal (IMC anotar no grfico, avaliar o estadonutricional, segundo curva especfica). Presso arterial Pesquisa de edema. Palpao obsttrica e medida da altura uterina (anotar no grfico, avaliar desvios,segundo curva especfica). Avaliao dos resultados de exames laboratoriais adicionais e instituio de condutasespecficas. Ausculta dos batimentos cardacos fetais. Monitoramento da vitalidade fetal, baseando-se nas informaes clnicas que podemindicar a evoluo da gravidez e aplicando-se, se indicado, propedutica complementar.

    Entre os mtodos que podem ser adotados, est a avaliao dos movimentosfetais percebidos pela mulher e/ou detectados no exame obsttrico. O nmero mnimo preconizado pelo Ministrio da Sade para todas as gestantes deseis consultas, com incio o mais precocemente possvel, sendo assim distribudas:

    Uma no 1 trimestre (at a 12 semana), duas no 2 trimestre e trs no 3 trimestre; Considerando o risco perinatal e as intercorrncias clnico obsttricas, mais comunsno 3 trimestre, imprescindvel que sejam realizadas consultas at a 40 semana degestao; gestantes cujo trabalho de parto no se inicie at a 41 devem se encaminhadas maternidade de referncia para a interrupo da gravidez;

    MTODOS PARA CLCULO DA IDADE GESTACIONAL (IG) E DADATA PROVV EL DO PARTO (DPP)

    Clculo da idade gestacional

  • Objetivo: estimar a durao da gravidez / idade do feto.Os mtodos para essa estimativa dependem da data da ltima menstruao (DUM),que corresponde ao primeiro dia de sangramento do ltimo perodo menstrual referidopela mulher.A) Quando a data da ltima menstruao conhecida e de certeza o mtodo para se calcular a idade gestacional em mulheres com ciclos menstruaisregulares, que no esto amamentando nem fazendo uso de mtodos anticoncepcionaishormonais. Uso do calendrio: somar o nmero de dias do intervalo entre a DUM e a data daconsulta, dividindo o total por sete (resultado em semanas). Uso de disco (gesto grama): colocar a seta sobre o dia e o ms correspondentes aoprimeiro dia da ltima menstruao e observar o

    B) Quando a data da ltima menstruao desconhecida, mas se conhece o perodo do ms em que ela ocorreu. Se o perodo foi no incio, meio ou fim do ms, considerar como DUM os dias 5, 15 e 25, respectivamente. Proceder, ento, utilizao de um dos mtodos descritos anteriormente.

    C) Quando a data e o perodo da ltima menstruao so desconhecidos

    Quando a data e o perodo do ms no forem conhecidos, a idade gestacional e a dataprovvel do parto sero, inicialmente, determinadas por aproximao, basicamentepela medida da altura do fundo do tero e pelo toque vaginal, alm da informaosobre a data de incio dos movimentos fetais, que ocorrem habitualmente entre 16 e20 semanas.

    Pode-se utilizar a altura uterina mais o toque vaginal, considerando os seguintes parmetros:

    at a 6 semana no ocorre alterao do tamanho uterino; na 8 semana o tero corresponde ao dobro do tamanho normal; na 10 semana o tero corresponde a trs vezes o tamanho habitual; na 12 semana ele ocupa a pelve de modo que palpvel na snfise pbica; na 16 semana o fundo uterino encontra-se entre a snfise pbica e a cicatriz umbilical; na 20 semana o fundo do tero encontra-se na altura da cicatriz umbilical; a partir da 20 semana existe relao direta entre as semanas da gestao e a medida da altura uterina. Porm, esse parmetro torna-se menos fiel a partir da 32 semana de idade gestacional.

    Lembrar que o exame de ultrassonografia obsttrica pode ser um excelente meio deconfirmao da idade gestacional, sobretudo quando realizado precocemente durantea gravidez.

  • Clculo da data provvel do parto

    Objetivo: estimar o perodo provvel para o nascimento. Calcula-se a data provvel do parto levando-se em considerao a durao mdia dagestao normal (280 dias, ou 40 semanas a partir da DUM), mediante a utilizaode calendrio. Com o disco (gesto grama), colocar a seta sobre o dia e o ms correspondentes ao primeiro dia da ltima menstruao e observar a seta na data (dia e ms) indicada como data provvel do parto. Outra forma de clculo somar 7 dias ao primeiro dia da ltima menstruao e subtrair 3 meses ao ms em que ocorreu a ltima menstruao (ou adicionar 9 meses, se corresponder aos meses de janeiro a maro) Regra de Negele. Nos casos em que o nmero de dias encontrado for maior do que o nmero de dias do ms, passar os dias excedentes para o ms seguinte, adicionando 1 ao final do clculo do ms. Quando a DUM no for conhecida, proceder de forma anloga utilizando a idade gestacional estimada no exame ultrassonogrfico mais precoce disponvel.

    DPP exerccio

    Funo do tcnico de enfermagem

    Realiza curativos, retirada de pontos de inciso cirrgica e outros pequenos procedimentossegundo a rotina da unidade.

    Deve realizar a visita purpera na 1 semana aps alta hospitalar, avaliar a evoluoda inciso cirrgica, orientar sobre o aleitamento, fissuras nas mamas e triagemneonatal. Afere a presso arterial, o peso e a altura e, se necessrio, outros dados vitais,como temperatura e pulso da gestante, registrando essas informaes no cartoda gestante. Pode acompanhar a consulta de pr-natal e puerprio, auxiliando segundo a rotinada unidade. Fornece medicaes e administra vacinas ou outros medicamentos injetveis comreceita mdica.

  • Participa ativamente das atividades educativas da unidade, aproveitando tambm ocontato com a mulher e seus familiares para informar sobre os cuidados de sade.

    Imunizao

    Recomenda-se a atualizao do calendrio vacinal: Vacina dupla adulto (ttano e difteria). Vacina contra a hepatite B (vacina recombinante) para no vacinadas anteriormente. Vacina com vrus vivo atenuado (trplice viral: sarampo, caxumba e rubola) deve serrealizada de preferncia at 30 dias antes da gestao.

    Aleitamento

    Objetivo: fornecer orientao mulher e familiares sobre o preparo das mamas e a tcnicado aleitamento materno, a fim de criar oportunidade para valorizar o mtodo, favorecera adeso e prevenir obstculos para a amamentao.Conhecer os aspectos relacionados prtica do aleitamento materno fator fundamentalpara colaborar para que me e criana possam vivenciar a amamentao de formaefetiva e tranquila, recebendo do profissional as orientaes necessrias e adequadaspara seu xito.Considerando que a mulher passa por longo perodo de gestao at que possa concretamente amamentar seu filho, entende-se que o preparo para a amamentao deva ser iniciado ainda no perodo de gravidez.

    Vantagens da amamentaoPara a mulher: Fortalece o vnculo afetivo. Favorece a involuo uterina e reduz o risco de hemorragia.

  • Contribui para o retorno ao peso normal. Contribui para o aumento do intervalo entre gestaes.

    Para a criana: um alimento completo, que no necessita de nenhum acrscimo at os 6 mesesde idade. Facilita a eliminao de mecnio e diminui a incidncia de ictercia. Protege contra infeces. Aumenta o vnculo afetivo. Diminui as chances de desenvolvimento de alergias.Para a famlia e a sociedade: limpo, pronto e na temperatura adequada. Diminui as internaes e seus custos. gratuito.

    Manejo da amamentao

    O sucesso do aleitamento materno est relacionado ao adequado conhecimento quanto posio da me e do beb e pega da regio mamilo areolar. Posio: importante respeitar a escolha da mulher, pois ela dever se sentir confortvel e relaxada. Desse modo, a amamentao pode acontecer nas posies sentada, deitada ou em p. O posicionamento da criana deve ser orientado no sentido de garantir o alinhamento do corpo de forma a manter a barriga da criana junto ao corpo da me e, assim, facilitar a coordenao da respirao, suco e deglutio.

  • Pega: a pega correta acontece quando o posicionamento adequado e permite que a criana abra a boca de forma a conseguir abocanhar quase toda, ou toda, a regio mamilo areolar. Desse modo, possvel garantir a retirada adequada de leite do peito, o que proporciona conforto para a mulher e possibilita o adequado crescimento e desenvolvimento da criana.

    Fisiologia da amamentao

    O incio da lactao se d com a produo de leite, que ocorre nos alvolos das glndulas mamrias. O leite sai dos alvolos e caminha at o mamilo atravs dos ductos lactferos. ,A prolactina aumenta homogeneamente durante a gravidez, e aumentado aps o parto e durante a lactao. A prolactina inibida pela presena do estrognio e da progesterona, ao final do trabalho de parto h queda no nvel desses hormnios possibilitando o aumento da prolactina e, assim, o incio da produo do leite.A suco do recm nascido o responsvel pela secreo de prolactina. Isso acontece porque quando o beb faz suco nos mamilos, estimula o hipotlamo a secretar fator liberador da prolactina, mantendo seus nveis e, consequentemente, a produo do leite. Essa produo s reduzir ou estancar completamente se a me no amamentar seu filho.

    A suco do mamilo tambm estimular a produo de ocitocina pela hipfise anterior. Esse hormnio desempenha importante papel na lactao, pois ele o responsvel pela ejeo ou descida do leite dos alvolos mamrios aos mamilos. Isso ocorre porque a ocitocina secretada pela hipfise cai na corrente sangunea e ir promover a contrao da musculatura lisa ao redor dos alvolos, promovendo a descida do leite at os mamilos.O leite s produzido aps o primeiro dia, sendo a secreo das primeiras horas aps o parto o colostro, lquido aquoso, amarelado, que contm anticorpos maternos que iro proteger o beb ao longo da sua vida extrauterina.

  • Preparo das mamas para o aleitamento

    Avaliar as mamas na consulta de pr-natal. Orientar a gestante a usar suti durante a gestao. Recomendar banhos de sol nas mamas por 15 minutos, at 10 horas da manh ouaps as 16 horas, ou banhos de luz com lmpadas de 40 watts, a cerca de um palmode distncia. Esclarecer que o uso de sabes, cremes ou pomadas no mamilo deve ser evitado. Orientar que a expresso do peito (ou ordenha) durante a gestao para a retiradado colostro est contraindicada. importante identificar os conhecimentos, as crenas e as atitudes que a gestante possui em relao amamentao, que tipo de experincia tem ou se j vivenciou alguma vez a amamentao. importante tambm oferecer s gestantes oportunidades de troca de experincias, por meio de reunies de grupo que objetivem informar as vantagens e o manejo para facilitar a amamentao.

    Tipos de complicaes que podem ocorrer:

    Dor no mamilo ao amamentar: A amamentao deve ser uma prtica prazerosa para a me e o beb, a partir do momento que a me sente dor necessrio avaliar quais os fatores que possam estar prejudicando a prtica em ser realizada adequadamente.

  • Muitas vezes a me possui muita sensibilidade na regio areolar, por isso to importante o preparo dos mamilos durante a gestao atravs de exerccios, dos banhos de sol para fortalecer o local, a utilizao do prprio colostro para massagear e hidratar a arola e mudanas mais frequentes de posio ao amamentar para evitar leses e fissuras.

    Ductos Lactferos bloqueados: O bloqueio dos ductos lactferos (canais por onde o leite enviado) ocorre quando h obstruo dos ductos devido ao leite materno acumulado quando a mama no foi esvaziada de forma adequada. H dois tipos de situaes que causam esse bloqueio dos ductos, na primeira temos a presena de um ndulo inchado na mama que inflama o tecido ao seu redor e pressiona os ductos resultando em um bloqueio parcial ou total. A rea ao redor do ndulo fica bastante sensvel e dolorida. Na segunda situao ocorre a real obstruo dos ductos e que geralmente ocorre logo nas primeiras semanas aps o incio do aleitamento. Caso no seja devidamente tratado, o bloqueio dos ductos pode ser o estgio inicial para o desenvolvimento de uma mastite. O tratamento consiste na retirada manualmente do leite atravs da ordenha, aumento da frequncia de mamadas, deixar com que o beb sugue a mama completamente at esvazi-la sempre que possvel, massagem, cuidados adequados com a integridade da pele do mamilo e arola, posicionamento e pega adequados na hora da amamentao. O uso de medicaes analgsicas s deve ser realizado aps avaliao mdica.

  • Mama ingurgitada: O ingurgitamento mamrio ocorre quando h um aumento na vascularizao e congesto das mamas devido ao acmulo de leite humano. O ingurgitamento caracteriza-se por edema e sensibilidade e pode ocorrer s na regio da arola ou na mama inteira. A aparncia da mama fica volumosa e edemaciada, pele brilhante e possivelmente avermelhada. Quando ocorre o processo de ingurgitamento a criana fica impossibilitada de ter uma boa pega e de sugar de forma adequada o leite e com isso mamar corretamente, o que resulta em uma amamentao dolorosa para a me e difcil para o beb, causando frustrao em ambos.

    MastiteA mastite a inflamao da mama que acomete os ductos mamrios, canais por onde o leite passa at a sada pelo mamilo. mais frequente no primeiro ms do nascimento do beb mas pode ocorrer em qualquer fase da amamentao.Sintomas da mastiteOs sintomas da mastite so: Febre alta, acima dos 38,5 C; Calafrios; Mama inchada e dolorida; Leite empedrado.Estes sintomas ocorrem em apenas uma mama de cada vez, mas mulheres que j tiveram mastite antes tm maiores chances de desenvolver uma nova.

    Causas da mastiteAs causas da mastite podem ser: Agravamento do ingurgitamento mamrio; Penetrao de bactrias nas mamas devido as rachaduras nos mamilos decorrentes da amamentao.

    Tratamento para mastiteO tratamento para mastite pode ser feito com o uso de analgsicos e com o correto esvaziamento da mama, mas em alguns casos o mdico poder receitar o uso de antibiticos. Muito cuidado ao colocar compressa morna porque pode fazer uma queimadura no local e piorar a mastite. importante continuar amamentando mesmo com mastite, pois o beb no ser afetado e apesar da dor, isto fundamental para o sucesso do tratamento. Se no conseguir dar de mamar, retire todo o leite com uma bombinha e depois d para o beb.

  • Contra indicao da amamentao

    So raras as situaes, tanto maternas quanto neonatais, que contraindicam a amamentao. Entre as maternas, encontram-se as mulheres com cncer de mama que foram tratadas ou esto em tratamento, mulheres HIV+ ou HTLV+, mulheres com distrbios graves da conscincia ou do comportamento. As causas neonatais que podem contraindicar a amamentao so, na maioria, transitrias e incluem alteraes da conscincia de qualquer natureza e prematuridade. So poucas as medicaes que contraindicam a amamentao. Nenhuma medicao deve ser utilizada, sem orientao mdica, pela purpera que est amamentando. Na eventualidade da medicao utilizada ser classificada como de uso criterioso ou contraindicada durante a amamentao, o procedimento de escolha optar por alternativas teraputicas e no suspender o aleitamento.

    Mulheres portadoras do HIV/HTLV contra-indicao para o aleitamento

    O risco de transmisso do HIV pelo leite materno elevado. A transmisso ocorre tanto pelas mes sintomticas quanto pelas assintomticas. O risco de transmisso do HTLV1 e 2 (vrus linfo trfico humano de clulas T) pela amamentao varivel e bastante alto, sendo mais preocupante pelo HTLV1. H referncias que apontam para risco de 13% a 22%. Quanto mais tempo a criana mama, maior ser a chance de ela ser infectada. Assim, as gestantes HIV+ e HTLV+ devero ser orientadas para no amamentar. Quando, por falta de informao, o aleitamento materno tiver sido iniciado, torna-se necessrio orientar a me para suspender a amamentao o mais rapidamente possvel, mesmo em mulheres em uso de terapia antirretroviral. Aps o parto, a lactao dever ser inibida mecanicamente (enfaixamento das mamas ou uso de suti apertado) e deve-se considerar o uso de inibidores de lactao, como a cabergolina (1 g via oral em dose nica), respeitando-se suas contraindicaes. A amamentao cruzada aleitamento da criana por outra nutriz est formalmente contraindicada. A criana dever ser alimentada com frmula infantil durante os 6 primeiros meses de vida, necessitando posteriormente de introduo de outros alimentos, conforme orientao do Guia Prtico de Preparo de Alimentos para Crianas Menores de 12 Meses que no Podem Ser Amamentadas. Para mais informaes sobre esse assunto, consultar o documento de consenso Recomendaes.

    Sobre o HTLV O HTLV um retrovrus da mesma famlia do HIV, que infecta a clula T humana, um tipo de linfcito importante para o sistema de defesa do organismo. Ele foi isolado, em 1980, no portador de um tipo raro de leucemia e mais prevalente em certas regies geogrficas especficas, como o Japo, Caribe e alguns pases africanos. No Brasil, representa um problema de sade pblica, apesar de o nmero de pessoas infectadas ser proporcionalmente baixo, se consideramos as dimenses e a populao do pas.

  • Existem dois tipos desse vrus: o HTLV-I e o HTLV-II. O primeiro est associado a doenas graves neurolgicas degenerativas (paraparesia espstica tropical) e hematolgicas, como a leucemia e o linfoma de clulas T humana do adulto (ATL). Polimiosites, poliartrites, uvetes e dermatites so enfermidades que parecem relacionadas com esse tipo de vrus. Quanto ao segundo tipo, ainda no foi plenamente esclarecida sua ligao com alguma patologia determinada. Da mesma forma que o HIV, o HTLV transmitido por via sexual (relaes sexuais desprotegidas), nas transfuses de sangue, pelo uso compartilhado de seringas e agulhas e da me para o filho durante a gestao, o aleitamento e no momento do parto.

    Assistncia ao puerprio

    Recomenda-se uma visita domiciliar na 1 semana aps a alta do beb. Caso o RN tenha sido classificado como de risco, essa visita dever acontecer nos primeiros 3 dias aps a alta. O retorno da mulher e do recm-nascido ao servio de sade, de 7 a 10 dias aps o parto, deve ser incentivado desde o pr-natal, na maternidade e pelos agentes comunitrios de sade na visita domiciliar.

    Objetivos: Avaliar o estado de sade da mulher e do recm-nascido. Orientar e apoiar a famlia para a amamentao. Orientar os cuidados bsicos com o recm-nascido. Avaliar a interao da me com o recm-nascido. Identificar situaes de risco ou intercorrncias e conduzi-las. Orientar o planejamento familiar.

    Uma vez que boa parte das situaes de morbidade e mortalidade materna e neonatal acontece na 1 semana aps o parto, o retorno da mulher e do recm-nascido ao servio de sade deve acontecer logo nesse perodo. Os profissionais e os servios devem estar atentos e preparados para aproveitar a oportunidade de contato com a mulher e o recm nascido na 1 semana aps o parto para instituir todo o cuidado previsto para a Primeira Semana de Sade Integral.

    Perguntar como se sente e indagar sobre:

    Aleitamento frequncia das mamadas (dia e noite), dificuldades na amamentao, satisfao do RN com as mamadas, condies das mamas;

    Alimentao, sono, atividades;

    Dor, fluxo vaginal, sangramento, queixas urinrias, febre;

    Planejamento familiar desejo de ter mais filhos, desejo de usar mtodo contraceptivo, mtodos j utilizados, mtodo de preferncia, valorizando a consulta pr-concepcional e desestimulando intervalo intergestacional inferior a 6 meses;

    Condies psicoemocionais estado de humor, preocupaes, desnimo, fadiga, entre outros, estando alerta para quadros de depresso ou de blues puerperal

  • Condies sociais (pessoas de apoio, enxoval do beb, condies para atendimento a necessidades bsicas).

    Avaliao clnico ginecolgica:

    Verificar dados vitais.

    Avaliar o estado psquico da mulher.

    Observar estado geral pele, mucosas, presena de edema, cicatriz (parto normal com episiotomia ou lacerao/cesrea) e membros inferiores.

    Examinar mamas, verificando a presena de ingurgitamento, sinais inflamatrios, infecciosos ou cicatrizes que dificultem a amamentao.

    Examinar abdmen, verificando a condio do tero e se h dor palpao.

    Examinar perneo e genitais externos (verificar sinais de infeco, presena e caractersticas de lquios).

    Retirar os pontos da cicatriz cirrgica, quando necessrio, e orientar sobre os cuidados locais. (Enfermeiro)

    Verificar possveis intercorrncias alteraes emocionais, hipertenso, febre, dor em baixo-ventre ou nas mamas, presena de corrimento com odor ftido,. No caso de deteco de alguma dessas alteraes, solicitar avaliao mdica imediata, se o atendimento estiver sendo feito por outro profissional da equipe.

    Observar formao do vnculo entre me e filho. Observar e avaliar a mamada para garantia do adequado posicionamento e pega da arola. O posicionamento errado do beb, alm de dificultar a suco, comprometendo a quantidade de leite ingerido, uma das causas mais frequentes de problemas nos mamilos. Em caso de ingurgitamento mamrio, mais comum entre o 3 e o 5 dia ps-parto, orientar quanto ordenha manual, armazenamento e doao do leite excedente a um Banco de Leite Humano (caso haja na regio). Identificar problemas/necessidades da mulher e do recm-nascido, com base na avaliao realizada.

    Consulta puerperal (entre 42-60 dias)

    Caso j tenham comparecido s aes da Primeira Semana de Sade Integral, a mulher e o recm-nascido devero passar por avaliao de suas condies de sade: registro das alteraes; investigao e registro da amamentao; retorno da menstruao e atividade sexual; realizao das aes educativas e conduo das possveis intercorrncias.

    Aes necessrias na consulta puerperal:

    Escutar a mulher, verificando como se sente, suas possveis queixas e esclarecendo dvidas.

    Realizar avaliao clnico-ginecolgica, incluindo exame das mamas.

    Avaliar o aleitamento.

  • Orientar sobre: higiene, alimentao, atividades fsicas;atividade sexual, informando sobre preveno de DST/Aids; cuidado com as mamas, reforando a orientao sobre o aleitamento (e considerando a situao das mulheres que no puderem amamentar); cuidados com o recm-nascido; direitos da mulher (direitos reprodutivos, sociais e trabalhistas); expectativas reprodutivas, considerando a evoluo da gestao e eventuais complicaes associadas.

    Orientar sobre planejamento familiar e uso de mtodo contraceptivo, se for o caso:

    informao geral sobre os mtodos que podem ser utilizados no ps-parto;

    disponibilizao do mtodo escolhido pela mulher com instrues para seu uso e para o seguimento.

    Tratar possveis intercorrncias.

    Atividade sexual no puerprio

    O interesse sexual pode diminuir no perodo ps-parto; no entanto, cerca de 80% das purperas retornam atividade sexual em at 6 semanas iniciais do puerprio. A atrofia vaginal, frequentemente observada nesse perodo, pode ser a causa do desconforto e at da sinusorragia (sangramento durante as relaes sexuais) na poca puerperal, que podem diminuir de intensidade ou desaparecerem aps a aplicao de lubrificantes ou de estrgeno tpico. Essa conduta, porm, exige exame ginecolgico prvio, para segurana diagnstica.