Material do cursinho

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Momento lúdico Durante a Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918) e a Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945), alguns países trocaram mensagens secretas. Para que elas ficassem ocultas do inimigo, foi necessário inventar diferentes códigos. O texto abaixo, tirado de um livro de aventura, é também uma mensagem secreta. Leia e decifre o código, depois responda as questões propostas ORIENO MIT ROP SADI DNOCSE SAT SIPELAT IVMEG ASN EMAMU OÃR ARTNOC NE OÃNES “SIAEREC EDSOÃRG REOM A RAPOHNEGNE” OÁTSE EDNO RAGU LONZIRAN ORETEM MEDOP OÃN OTIPER MEDOP OÃ NSETOX IPSIOD SOESA NOJ OIT A literatura e a correspondência Todas as cartas de amor Fernando Pessoa Todas as cartas de amor são Ridículas. Não seriam carta de amor se não fossem Ridículas. Também escrevi em meu tempo cartas de amor, Como as outras, Ridículas. As cartas de amor, se há amor, Têm de ser ridículas. Mas, afinal, Só as criaturas que nunca escreveram Cartas de amor É que são Ridículas. Quem dera no tempo em que escrevia Sem dar por isso Cartas de amor Ridículas. A verdade é que hoje As minhas memórias Dessas cartas de amor É que são Ridículas

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Momento lúdico

Durante a Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918) e a Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945), alguns países trocaram mensagens secretas. Para que elas ficassem ocultas do inimigo, foi necessário inventar diferentes códigos. O texto abaixo, tirado de um livro de aventura, é também uma mensagem secreta.

Leia e decifre o código, depois responda as questões propostas

ORIENO MIT ROP SADI DNOCSE SAT SIPELAT IVMEG ASN EMAMU OÃR ARTNOC NE OÃNES “SIAEREC EDSOÃRG REOM A RAPOHNEGNE” OÁTSE EDNO RAGU LONZIRAN ORETEM MEDOP OÃN OTIPER MEDOP OÃ NSETOX IPSIOD SOESA NOJ OIT

A literatura e a correspondência

Todas as cartas de amor

Fernando Pessoa

Todas as cartas de amor sãoRidículas.Não seriam carta de amor se não fossemRidículas.Também escrevi em meu tempo cartas de amor,Como as outras,Ridículas.As cartas de amor, se há amor,Têm de ser ridículas.Mas, afinal,Só as criaturas que nunca escreveramCartas de amorÉ que sãoRidículas.Quem dera no tempo em que escreviaSem dar por issoCartas de amorRidículas.A verdade é que hojeAs minhas memóriasDessas cartas de amorÉ que sãoRidículas

(Todas as palavras esdrúxulas, Como os sentimentos esdrúxulos,São naturalmenteRidículas)

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Interpretação

1. Qual é a temática (assunto) do texto?2. A linguagem do texto abordado é culta-formal ou coloquial-informal? Justifique

com elementos do texto.3. O texto é literário ou não-literário?4. Que palavra do trecho “Todas as cartas de amor são/Ridículas” pretende torná-

lo incontestável?5. O eu lírico fala baseado em sua experiência? Em que verso ele afirma isso?6. Segundo o eu lírico que fato faz com que, necessariamente, as cartas de amor se

tornem ridículas?7. A 1ª estrofe do poema de Fernando Pessoa deixa claro o seu conteúdo:

desdenhar das cartas de amor. Essa afirmação é verdadeira?8. Lendo a 6ª estrofe, pode-se afirma que o eu lírico está casado ou solteiro ou

separado? Justifique.

Intertextualidade

Pode-se definir a intertextualidade como sendo um "diálogo" entre textos. Esse diálogo pressupõe um universo cultural muito amplo e complexo, pois implica a identificação e o reconhecimento de remissões a obras ou a trechos mais ou menos conhecidos.

Dependendo da situação, a intertextualidade tem funções diferentes que dependem dos textos/contextos em que ela é inserida.

Evidentemente, o fenômeno da intertextualidade está ligado ao "conhecimento do mundo", que deve ser compartilhado, ou seja, comum ao produtor e ao receptor de textos.

O diálogo pode ocorrer em diversas áreas do conhecimento, não se restringindo única e exclusivamente a textos literários.

Na pintura tem-se, por exemplo, o quadro do pintor barroco italiano Caravaggio e a fotografia da americana Cindy Sherman, na qual quem posa é ela mesma.

O quadro de Caravaggio foi pintado no final do século XVI, já o trabalho fotográfico de Cindy Sherman foi produzido quase quatrocentos anos mais tarde.

Na foto, Sherman cria o mesmo ambiente e a mesma atmosfera sensual da pintura, reunindo um conjunto de elementos: a coroa de flores na cabeça, o contraste entre claro e escuro, a sensualidade do ombro nu etc.

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A foto de Sherman é uma recriação do quadro de Caravaggio e, portanto, é um tipo de intertextualidade na pintura.

Na publicidade, por exemplo, em um dos anúncios do Bombril, o ator se veste e se posiciona como se fosse a Mona Lisa de Leonardo da Vinci e cujo slogan era "Mon Bijou deixa sua roupa uma perfeita obra-prima".

Esse enunciado sugere ao leitor que o produto anunciado deixa a roupa bem macia e mais perfumada, ou seja, uma verdadeira obra-prima (se referindo ao quadro de Da Vinci).

Nesse caso pode-se dizer que a intertextualidade assume a função de não só persuadir o leitor como também de difundir a cultura, uma vez que se trata de uma relação com a arte (pintura, escultura, literatura etc).

Intertextualidade é a relação entre dois textos caracterizada por um citar o outro.

Paráfrase

Paráfrase consiste em reescrever com suas palavras as ideias centrais de um texto.

Consiste em um excelente exercício de redação, uma vez que desenvolve o poder de síntese, clareza e precisão vocabular.

A paráfrase mantém o sentido do texto original.

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Paráfrase representa uma reescritura do texto original com novas palavras sem que o sentido do mesmo seja modificado.

Assim, a paráfrase é uma reprodução da idéia do autor com as palavras do discente (aluno), utilizando-se de sinônimos, inversões de períodos, etc. Trata-se de reescrever o texto original com as palavras do aluno, mas sem alterar o sentido.

O autor da paráfrase deve demonstrar que entendeu claramente a idéia do texto. Além disso, são exigências de uma boa paráfrase:

1. Utilizar a mesma ordem de idéias que aparece no texto original.

2. Não omitir nenhuma informação essencial.

3. Não fazer qualquer comentário acerca do que se diz no texto original.

4. Utilizar construções que não sejam uma simples repetição daquelas que estão no original e, sempre que possível, um vocabulário também diferente

COMPREENDENDO E PRATICANDO A PARÁFRASE:

Texto Original:

PARA ONDE?Assim dá para organizar bolsa de apostas: qual será , afinal, o destino de Fernandinho Beira-Mar? Os advogados do traficante tentam, no STJ, anular a decisão do Ministério da Justiça e garantir sua volta para Bangu 1 Mas o ministro da Justiça, embora afirme que Beira –Mar não permanecerá mais do que trinta dias preso em São Paulo, garante que ele não voltará para o Rio e nem será transferido para o Acre.

(Jornal Zero Hora, março de 2003)

PARÁFRASE:

PARA ONDE?

Dessa forma é possível organizar bolão de apostas: qual deverá ser, finalmente, o destino de Fernandinho Beira-Mar? Os advogados do traficante buscam, no STJ, a anulação da decisão do Ministério da Justiça, o que garantiria seu retorno a Bangu 1. Porém, o ministro da Justiça, apesar de afirmar que Beira-Mar permanecerá no máximo 30 dias preso em São Paulo, assegura que o detento não retornará para o Rio e também não será transferido para o Acre.

Conforme você pode perceber nos textos acima, a PARÁFRASE é uma atividade de REFORMULAÇÃO de partes ou da totalidade de um texto . É um mecanismo sintático que cria alternativas de expressão para um mesmo conteúdo.

Há várias maneiras de elaborar paráfrases e transformar um enunciado “ A “ em um enunciado “ B”. Observe os exemplos a seguir:

Exemplo 1: Pegue o pano e enxugue a louça.

Pegue o pano e seque a louça.

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Explicação: O verbo "enxugar "foi trocado por seu sinônimo "secar". Essa é uma transformação que utiliza sinônimos.

Exemplo 2 :

As filhas do gerente do banco foram convidadas para a festa de formatura.

As moças mais bonitas do meu bairro foram convidadas para a festa de formatura.

Explicação: "As filhas do gerente do banco" e "As moças mais bonitas do meu bairro" não são necessariamente expressões sinônimas, mas, num determinado contexto , referem-se às mesmas pessoas.

Exemplo 3: A mãe contou a história ao filho.A história, ao filho, a mãe contou.

Explicação: Os termos da oração são simplesmente deslocados de lugar, sem que haja necessidade de alterar a construção verbal . ( processo de inversão de elementos )

Paródia

A Paródia é uma imitação, na maioria das vezes cômica, de uma composição literária, (também existem paródias de filmes e músicas), sendo portanto, uma imitação que geralmente possui efeito cômico, utilizando a ironia e o deboche.

Ela geralmente é parecida com a obra de origem, e quase sempre tem sentidos diferentes.

Na literatura a paródia é um processo de intertextualização , com a finalidade de desconstruir ou reconstruir um texto.

A paródia surge a partir de uma nova interpretação, da recriação de uma obra já existente e, em geral, consagrada.

Seu objetivo é adaptar a obra original a um novo contexto, passando diferentes versões para um lado mais despojado, e aproveitando o sucesso da obra original para passar um pouco de alegria. A paródia pode ter intertextualidade.

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As variedades lingüísticas

CHOPIS CENTISEu “di” um beijo nelaE chamei pra passear.

A gente fomos no shoppingPra “mode” a gente lanchar.

Comi uns bicho estranho, com um tal de gergelim.Até que “tava” gostoso, mas eu prefiro

aipim.Quanta gente,Quanta alegria,

A minha felicidade é um crediário nasCasas Bahia.

Esse tal Chopis Centis é muito legalzinho.Pra levar a namorada e dar uns

“rolezinho”,Quando eu estou no trabalho,

Não vejo a hora de descer dos andaime.Pra pegar um cinema, ver Schwarzneger

E também o Van Damme.(Dinho e Júlio Rasec, encarte CD Mamonas Assassinas, 1995.)

1. Nessa música, o grupo intencionalmente explora uma variante lingüística. Para isso, cria uma personagem que teria determinadas características de fala. No terceiro verso, temos uma construção que está em desacordo com a norma culta. Identifique-a e reescreva-a em língua culta.

2. Pouco sabemos sobre a pessoa que fala nessa música, mas, por algumas pistas do texto, podemosimaginar. Na sua opinião, qual deve ser:

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a) o grau de escolaridade dela? c) a classe social a que ela pertence?b) a profissão? d) os filmes a que normalmente ela assiste?

3. No 3o. verso da 3a. estrofe, é empregada uma gíria: “uns rolezinho”. Imagine o sentido dessa expressão, a partir do contexto.

4. Existem alguns termos na letra da música que também podem nos dar pistas sobre a origem da pessoa que fala na música: “mode” e “aipim”. Em que região do país esses termos são popularmente empregados?

À MODA CAIPIRAPara a Sonia Junqueira, pela parceria e amizade.U musquitu ca mutucanum cumbina.U musquitu pulai a mutuca impina.U patu ca patanum afina.U patu comi gramai a pata qué coisa fina.U gatu cum u ratuvivi numa eterna luita.U ratu vai cumê queiju,vem um gatu i insurta.U galu ca galinhanum pareci casadu.

A galinha vai atrais delii u galu sarta di ladu.U pavão ca pavoamais pareci muléqui.A pavoa passa réivae eli só abri u léqui.U macacu ca macacanum pareci qui si ama:ela pedi um abraçu,ele dá uma banana…Eu mais ocê cumbinaqui dá gostu di vê:eu iscrevu essas poesiai ocê cuida di lê…(Cantos de encantamento. BeloHorizonte: Formato, 1996. p. 22.)

1. Ao escrever esse poema, o autor não obedeceu às regras ortográficas da língua portuguesa.

a) Por que o autor escreveu o texto desse modo? b) Qual é o dialeto que o autor usou para escrever o poema?

2. Compare as palavras abaixo. As da coluna da esquerda estão escritas de acordo com as regras ortográficas, e as da coluna da direita estão escritas conforme aparecem no poema.

mosquito musquitupato paturato ratu

a) Quais dessas palavras lembram mais o nosso jeito de falar?

b) Conclua: Nosso jeito de falar sempre corresponde ao modo como as palavras são escritas?

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Presada Cenhora,

Quero candidatarme pra o lugar de auçiliar de iscritório que vi no jornau. Eu teclo muito de pressa con um dedo e fasso contas ben.

Axo que sou bom ao tefone em bora seija uma peçoa sem muito extudo.

O meu salario tá aberto há discução pra que a senhora possa ver o que mi pode pagar e a Cenhora axar qui eu meresso.

Pósso comessar imediatamente. Agradessido em avanso pela sua resposta.

Cinceramente,

José Machado Valente

PS : Como o meu currico é muinto piqueno, abaicho tem 1 foto minha.

Foto censurada

Resposta da selecionadora:

Querido José Machado,

O emprego é seu. Nós temos correção automática no word. Compareça já amanhã.

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Figuras de linguagem

Definição: também chamadas de figuras de estilo, são recursos especiais de que se vale quem fala ou quem escreve, para comunicar à expressão mais força, intensidade e beleza.

São 3 tipos:

Figuras de palavras (tropos - desvio) Figuras de construção (sintaxe) Figuras de pensamento

FIGURAS DE PALAVRAS

Metáfora: comparação mental entre dois seres ou fatosTio José é uma fera. Paulo é um poste.

Comparação: identificação de elementos a partir de características comuns, destacando semelhanças, traços comuns.Tio José é bravo como uma fera. Paulo é alto como um poste.

Antítese/paradoxo: oposição, antônimo, ideias contrastantes no primeiro caso; no segundo por ideias absurdas.A tristeza de uns é a alegria de outros. Amo-te assim: meio odiosamente.

Catacrese: metáfora forçada, já desgastada pelo uso. O nome diz significa abuso.Pé da mesa, aterrissar em alto mar.

Metonímia/sinédoque: relação de sentido e a associação de ideias provocam a substituição de um termo por outro.Estou vendo o filme de Spielberg. (autor pela obra)Os aviões semeavam a morte. (causa: bombas, efeito: morte)A terra inteira chorou a morte de João Paulo II. (continente pelo conteúdo)Ele é um bom garfo. (instrumento pela pessoa)

Eufemismo: atenuação de ideia desagradável por uma mais suave.Ir para o Reino de Deus. Faltar com a verdade (chamar de mentiroso)Pessoa problemática (neurótica) Mal incurável (AIDS)Apropriar-se (roubar) Amigo do alheio (ladrão) Deixar o mundo dos vivos (morrer)

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Perífrase/antonomásia: designar um ser através de uma característica que o tenho celebrizado.A capital da República. A cidade-luz. O rei dos animais. Ouro negro.Cidade maravilhosa.

Sinestesia: transferência de percepções da esfera de um sentido para a de outro, do que resulta uma fusão de impressões sensoriais de grande poder sugestivo, ou seja, na utilização simultânea de alguns dos cinco sentidos.Sons noturnos. Perfumes macios. Fresca musica da brisa Agora, o cheiro áspero das flores.

Hipérbole: exagerar uma ideia para obter maior impacto em sua expressão.Ele chorou um rio de lágrimas. Eu estou morrendo de fome.

Ironia: inverter o sentido de uma afirmação visando a ridicularizarão da ideia.RC é o melhor governador do universo.

Prosopopéia/personificação: personificação ou animismo de seres que não são humanos.Milho foi o grande vilão da temporada.A solidão é fera, solidão devora, é amiga das horas, prima e irmã do tempo.

FIGURAS DE CONSTRUÇÃO

Polissíndeto: repetição de uma conjunção no inicio ou meio da oração.Trabalha, e temia, e lima, e sofre, e sua.

Assíndeto: ausência de conectivos, conjunções.O mosquito pernilongo/trança as pernas, faz um M,/depois, treme, treme, treme,faz um O bastante oblongo,/faz um S.

Hipérbato/inversão: inversão da ordem direta dos termos da oração a fim de dar destaque.Justo ela diz que é, mas eu não acho que não.Ouviram do Ipiranga as margens plácidas de um povo heróico o brado retumbante.As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado retumbante de um povo heróico.

Elipse: termo oculto facilmente identificável.Fomos à tarde, chegamos à noite. (nós)/ De dia, me lava roupa/ De noite, me beija a boca. (ela)

Zeugma: omissão de um termo já enunciado anteriormente.Todo dia ela faz tudo sempre igual,/Me acorda às 6 horas da manhã,/ Me sorri um sorriso pontual/ E me beija com a boca de hortelã.(zeugma: todo dia)

Anáfora: repetição de uma palavra no inicio da frase ou de versos.Já fui loura. Já fui morena.

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Já fui Margarida e Beatriz,Já fui Maria e Madalena.

Anacoluto: abandonar um termo solto na frase. A memória, é em nós que ela existe,É como um inventário de coisas.A filha dele, a mãe era muito mais alta e mais encorpada.

Pleonasmo: repetição de um termo para reforçar seu significado.A mim resta-me a independência para chorar.Foi o que eu vi com meus próprios olhos.Obs. Cuidado para não virar vício de linguagem, como descer para baixo, subir para cima.Gradação/clímax: enumeração de palavras de forma organizada, de modo a provocar um clímax.Tudo na casa era cinza, nebuloso, assustador. Foi um tímido, um frouxo, um covarde.

Apóstrofe: evocação ou interpelação enfática de pessoas ou seres.Santa Virgem Maria, vós que sois mãe do canto e do dia, dá-nos a luz do luar.Oh! Deus. Onde estás que não respondes...

Silepse: concordância ideológica e não com os termos da frase. São de três tipos:

Gênero: Vossa Excelência está ansiosa. (feminino) Número: A família inteira aplaudiram cada palavra dita pelo padre. Pessoa: Alegres, tolerantes, bonachões: todos em Taitara éramos assim

antigamente, antes da chegada de tio Baltazar.

Reiteração: retificar uma afirmação anteriorÉ uma jóia, ou melhor, uma preciosidade, esse quadro.

Paradoxo/oxímoro: usar intencionalmente um contra-senso.Valentia covarde assaltar e matar pessoas indefesas.

FIGURAS DE PENSAMENTO

Aliteração: repetição de uma consoanteO rato roeu a roupa do rei de Roma e a rainha com raiva rasgou o resto.

Assonância: repetição de um som vocálico.A linha feminina é carimá/ moqueca, pititinga, caruru...

Onomatopéia: representação de certos sons, produzidos por animais ou coisas, ou mesmo de certos sons humanosO tic tac do relógio me incomoda.A abelha faz zum zum.

VÍCIOS DE LINGUAGEM

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São incorreções e defeitos na língua falada ou escrita. Originam-se do descaso ou do despreparo lingüístico de quem se expressa. Os principais são:

Ambiguidade: duplo sentidoVi Célia passando com sua irmã.

Barbarismo: palavras erradas, relativamente a pronúncia, forma ou significaçãoCidadões, Fazem dez anos...

Cacofonia: som desagradável ou palavra de sentido ridículo e torpe, resultantes da contigüidade de certos vocábulos na frase.A boca dela. Mande-me já isso. Nunca Brito vinha aqui. A dis-puta...

Estrangeirismo: uso de palavras, expressões ou construções próprias de línguas estrangeiras (galicismo, francesismo etc.)Menu/ lady/ Office-boy

Hiato: seqüência antifônica de vogais.Andréia irá ainda hoje ao oculista.

Colisão: sucessão desagradável de consoantes iguais ou idênticas.O que se sabe sobre o sabre, viaja já, aqui caem cacos

Eco: concorrência de palavras que tem a mesma terminação.A flor tem odor e frescor. Com medo, Alfredo ocultou-se no arvoredo.

Pleonasmo: redundância, presença de palavras supérfluas na frase.Entrar pra dentro, sair pra fora, brisa matinal da manhã.

Linguagem denotativa: sentido real: O muro é de pedra.

“Uma sociedade extremamente organizada, que não possui nenhum tipo de liderança. Parece impossível? Não no mundo das formigas. Pertencentes ao grupo de insetos sociais, elas vivem em colônias. Dentro do ninho, as tarefas são divididas entre as castas e cada uma cumpre seu papel.A maioria das formigas em uma colônia é formada por fêmeas, reprodutoras (rainhas) e não reprodutoras (operárias). Essas últimas fazem o trabalho pesado: constroem o ninho, coletam comida e água, limpam, alimentam machos, larvas, e em alguns casos a rainha, e protegem o formigueiro. Em certas espécies, as soldados diferem-se das operárias comuns por terem partes do corpo maiores, principalmente cabeça e mandíbulas.”(Juliana Tiraboschi, As poderosas da terra, Galileu, jan/2007)

Linguagem conotativa: sentido figurado: João tem um coração de pedra.

Eu vejo um avião no céuQue vai pra onde você moraEu sinto a toda hora

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Essa coceira, este calorEu acho que senteiNo formigueiro do amor(Herbert Vianna)

Linguagem literária X Linguagem não-literária

Linguagem não-literária Linguagem literária1. Anoitece. A mão da noite embrulha os

horizontes. ( Silva Alvarenga)2. Aos cinqüenta anos, inesperadamente apaixonei-me de novo.

Na curva perigosa dos cinqüenta / derrapei neste amor. ( Carlos Drummond de Andrade)

Identifique o tipo de linguagem (literária ou não-literária) nos fragmentos abaixo:

Conto de todas as cores

Mario Quintana

Eu escrevi um conto azul, vários até. Mas este é um conto de todas as cores. Porque era uma vez um menino azul, uma menina verde, um negrinho dourado e um cachorro com todos os tons e entretons do arco-íris.

Até que apareceu uma Comissão de Doutores – os quais, por mais que esfregassem os nossos quatro amigos, viram que não adiantava. E perguntaram se aquilo era de nascença ou se...

- Mas nós não nascemos – interrompeu o cachorro. – Nós fomos inventados!

(QUINTANA, Mário. A vaca e o hipogrifo. 3 ed. Porto Alegre, L&PM, 1979. p.34.)

EFEITO ESTUFA

Aquecimento global está chegando a um ponto crítico, dizem pesquisas.Dois novos estudos, publicados no início de 2005, alertam para agravamento do efeito estufa. Cientistas ingleses e norte-americanos advertem que problema está chegando a um ponto crítico de não-retorno e que apenas o Protocolo de Quioto será insuficiente para reverter quadro atual.

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Coesão e Coerência

Coerência e coesão textuais são dois conceitos importantes para uma melhor compreensão do texto e para a melhor escrita de trabalhos de redação de qualquer área.

Na construção de um texto, assim como na fala, usamos mecanismos para garantir ao interlocutor a compreensão do que se lê / diz.

Esses mecanismos lingüísticos que estabelecem a conectividade e a retomada do que foi escrito / dito são os referentes textuais e buscam garantir a coesão textual para que haja coerência, não só entre os elementos que compõem a oração, como também entre a seqüência de orações dentro do texto.

A coesão trata basicamente das articulações gramaticais existentes entre as palavras, as orações e frases para garantir uma boa sequenciação de eventos.

A coerência, por sua vez, aborda a relação lógica entre ideias, situações ou acontecimentos, apoiando-se, por vezes, em mecanismos formais, de natureza gramatical ou lexical, e no conhecimento compartilhado entro os usuários da língua.Pode-se dizer que o conceito de coerência está ligado ao conteúdo, ou seja, está no sentido constituído pelo leitor.

Um texto incoerente é o que carece de sentido ou o apresenta de forma contraditória. Muitas vezes essa incoerência é resultado do mau uso daqueles elementos de coesão textual. Na organização de períodos e de parágrafos, um erro no emprego dos mecanismos gramaticais e lexicais prejudica o entendimento do texto. Construído com os elementos corretos, confere-se a ele uma unidade formal.

Uma das propriedades que distingue um texto de um amontoado de palavras ou frases é o relacionamento existente entre si. De que trata, então, a coesão textual? Da ligação, da relação, da conexão entre as palavras de um texto, através de elementos formais, que assinalam o vínculo entre os seus componentes.

Uma das modalidades de coesão é a remissão. E a coesão pode desempenhar a função de (re)ativação do referente. A reativação do referente no texto é realizada por meio da referenciação anafórica ou catafórica, formando-se cadeias coesivas mais ou menos longas.

A remissão anafórica (para trás) realiza-se por meio de pronomes pessoais de 3ª pessoa (retos e oblíquos) e os demais pronomes; também por numerais, advérbios e artigos.

Exemplo: André e Pedro são fanáticos torcedores de futebol. Apesar disso, são diferentes. Este não briga com quem torce para outro time; aquele o faz.

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Explicação: O termo isso retoma o predicado são fanáticos torcedores de futebol; este recupera a palavra Pedro; aquele , o termo André; o faz, o predicado briga com quem torce para o outro time – são anafóricos.

A remissão catafórica (para a frente) realiza-se preferencialmente através de pronomes demonstrativos ou indefinidos neutros, ou de nomes genéricos, mas também por meio das demais espécies de pronomes, de advérbios e de numerais.

Exemplo: Qualquer que tivesse sido seu trabalho anterior, ele o abandonara, mudara de profissão e passara pesadamente a ensinar no curso primário: era tudo o que sabíamos dele, o professor, gordo e silencioso, de ombros contraídos.

Explicação: O pronome possessivo seu e o pronome pessoal reto ele antecipam a expressão o professor – são catafóricos.

De que trata a coerência textual ? Da relação que se estabelece entre as diversas partes do texto, criando uma unidade de sentido. Está, portanto, ligada ao entendimento, à possibilidade de interpretação daquilo que se ouve ou lê. (Núcleo de estudos para a Paz e Direitos Humanos, UnB in: Introdução Crítica ao Direito, com adaptações)

Redação Incoerente

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Exemplo de um texto incoerente: Está redação foi feita pelo aluno Rodrigo Longo do Colégio Dom Bosco, no dia 20/04/04. Viva a educação brasileira!

O vestibular é muito polêmico, e agora o governo resolveu fazer cotas para negros e prá quem veio de escola pulblica.

No caso dos negros,é injusto, já que 50% dos negros nascem pretos, e a metade não. Mas isso ficaria indeciso, pois existem pessoas como o Maicon Jecksson que násceram pretas e não brancas, então pode- se alegar que um loiro têm descendência afro-africana, bem como os orientais.

Logo, podemos dar cotas aos alcólatras, pois estes seguem o exemplo do Presidente. Mas para evitar a complicação do vestibular o ideal seria o sorteio de

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vagas, assim só os sortudos conseguiriam entrar na faculdade, ou seja, além de um profissional competente, o cara iria ser um profissional de sorte.

É uma pouca vergonha o sistema de cotas, porque os homossexuais seriam desfavorecidos perante ao curso superior, novamente mais um motivo para o Presidente ser bêbado. E não são todas as pessoas que tem oportunidade de estudar em uma boa escola como o COLÉGIO DOM BOSCO.

Todavia, a metodologia do vestibular é totalmente ineficiente e fálico, pois se descobrirem vida em outros planetas o conceitos dos concursos ' Miss Universo' teriam de ser repensados.Desejo a todos uma boa viagem.

** O texto só auxilia na nitidez da redação, não modifica nem interfere no conteúdo da mesma.**

Exemplo de falta de coesão.

Coesão: plano do texto, das palavras, a ligação entre as frases.

A Joana não estuda nesta Escola.Ela não sabe qual é a Escola mais antiga da cidade.Esta Escola tem um jardim.A Escola não tem laboratório de línguas.

O Paulo estuda Inglês.A Elisa vai todas as tardes trabalhar no Instituto. A Sandra teve 16 valores no teste de Matemática.Todos os meus filhos são estudiosos

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Ex. Assinale a opção em que a estrutura sugerida para preenchimento da lacuna correspondente provoca defeito de coesão e incoerência nos sentidos do texto.

A violência no País há muito ultrapassou todos os limites. ___1___ dados recentes mostram o Brasil como um dos países mais violentos do mundo, levando-se em conta o risco de morte por homicídio.

Em 1980, tínhamos uma média de, aproximadamente, doze homicídios por cem mil habitantes. ___2___, nas duas décadas seguintes, o grau de violência intencional aumentou, chegando a mais do que o dobro do índice verificado em 1980 – 121,6% –, ___3___, ao final dos anos 90 foi superado o patamar de 25 homicídios por cem mil habitantes. ___4___, o PIB por pessoa em idade de trabalho decresceu 26,4%, isto é, em média, a cada queda de 1% do PIB a violência crescia mais do que 5% entre os anos 1980 e 1990. 

Estudos do Banco Interamericano de Desenvolvimento mostram que os custos da violência consumiram, apenas no setor saúde, 1,9% do PIB entre 1996 e 1997. ___5___ a vitimização letal se distribui de forma desigual: são, sobretudo, os jovens pobres e negros, do sexo masculino, entre 15 e 24 anos, que têm pago com a própria vida o preço da escalada da violência no Brasil.

(Adaptado de http:// www.brasil.gov.br/acoes.htm)

a) 1 – Tanto é assim que b) 2 – Lamentavelmente c) 3 – ou seja d) 4 – Simultaneamente e) 5 – Se bem que

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Coerência: plano das ideias, a ligação das ideias no texto

É resultante da não-contradição entre os diversos segmentos textuais que devem estar encadeados logicamente.

As árvores estão plantadas no deserto,

A árvore está grávida,

Tipos de linguagem

Coloquial – informal – não padrão: a linguagem da fala, sem regras.

Exemplo de uma pessoa falando ao juiz (RJ)

Doutor, o patuá é o seguinte: depois de um gelo na coitadinha, resolvi esquinar e caçar uma outra cabrocha que se preparasse a marmita e amarrotasse o meu linha no sabão. Quando bordejava pelas visas, abasteci a caveira e troquei por centavos um embrulhador. Quando então vi as novas do embrulhador, plantado com um poste bem na quebrada da rua, veio um paraquedas se abrindo, eu dei a dica, ela bolou, eu fiz a pista, colei; colei, solei, ela aí bronquiou, eu chutei, bronquiou mas foi na despista, porque, muito vivaldina, tinha se adernado e visto que o cargueiro estava lhe comboiando. Morando na jogada, o Zezinho aqui ficou ao largo e viu quando o cargueiro jogou a amarração dando a maior sugesta na recortada. Manobrei e procurei ingrupir o pagante, mas sem esperar recebi um cataplum no pé do ouvido. Aí dei-lhe um bico com o pisante na altura da dobradiça uma muqueada não moradores e taquei-lhe os dois pés na caixa de mudança pondo-o por terra. Ele se coçou, sacou a maquinae queimou duas espoletas. Papai, muito esperto, virou pulga e fez a dunquerque, pois o vermelho não combina com a cor do meu linho.

Culta-formal – padrão: a linguagem da escrita, com regras determinadas na gramática,aceita na sociedade como a padrão.

Variação lingüística: variação que uma língua apresenta, de acordo com:

a) Social: Agrupa alguns fatores de diversidade: o nível sócio-econômico, determinado pelo meio social onde vive um indivíduo; o grau de educação; a

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idade e o gênero. A variação social não compromete a compreensão entre indivíduos, como poderia acontecer na variação regional; o uso de certas variantes pode indicar qual o nível sócio-econômico de uma pessoa, e há a possibilidade de alguém oriundo de um grupo menos favorecido atingir o padrão de maior prestígio.

b) Regional: Trata das diferentes formas de pronúncia, vocabulário e estrutura sintática entre regiões. Dentro de uma comunidade mais ampla, formam-se comunidades lingüísticas menores em torno de centros polarizadores da cultura, política e economia, que acabam por definir os padrões lingüísticos utilizados na região de sua influência. As diferenças lingüísticas entre as regiões são graduais, nem sempre coincidindo com as fronteiras geográficas,ou seja,pessoas que moram em outras regiões tem formas diferentes de falar e cada região tem seu devido sotaque.

c) Etária: é um fenômeno de linguagem especial usada por certos grupos sociais pertencentes a uma classe ou a uma profissão em que se usa uma palavra não convencional para designar outras palavras formais da língua com intuito de fazer segredo, humor ou distinguir o grupo dos demais criando uma linguagem própria: o jargão ou gíria. É empregada por jovens e adultos de diferentes classes sociais, e observa-se que seu uso cresce entre os meios de comunicação de massa. Trata-se de um fenômeno sociolingüístico.

d) História: Acontece ao longo de um determinado período de tempo, pode ser identificada ao se comparar dois estados de uma língua. O processo de mudança é gradual: uma variante inicialmente utilizada por um grupo restrito de falantes passa a ser adotada por indivíduos socioeconomicamente mais expressivos. A forma antiga permanece ainda entre as gerações mais velhas, período em que as duas variantes convivem; porém com o tempo a nova variante torna-se normal na fala, e finalmente consagra-se pelo uso na modalidade escrita. As mudanças podem ser de grafia ou de significado.

O texto de humor que se segue foi veiculado na Internet no ano de 2003. Leia e responda as questões propostas.

Assaltante nordestino

- Ei, bichin... Isso é um assalto... Arriba os braços e num se bula nem faça muganga... Arrebola o dinheiro no mato e não faça pantim se não enfio a peixeira no teu bucho e boto teu fato pra fora! Perdao, meu Padim Ciço, mas é que eu tô com uma fome da mulestia.

Assaltante mineiro

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- Ô sô, prestenção... Isso é um assarto, uai... Levanta os braço e fica quetim quesse trem na minha mão tá cheio de bala... Mió passá logo os trocado que eu num to bão hoje. Vai andando, uai! Tá esperando o quê, uai!!!

Assaltante gaúcho

- O, guri, ficas atento... Bah, isso é um assalto... Levantas os braços e te aquietas, tchê! Não tentes nada e cuidado que esse facão corta uma barbaridade, tchê. Passa as pilas pra cá! E te manda a la cria, senão o quarenta e quatro fala.

Assaltante carioca

- Seguinte, bicho... Tu te deu mal. Isso é um assalto. Passa a grana e levanta os braços, rapá... Não fica de bobeira que eu atiro bem pra *%#@+&%#@ Vai andando e, se olhar pra trás, vira presunto...

Assaltante baiano

- Ô, meu rei... (longa pausa) Isso é um assalto... (longa pausa) Levanta os braços, mas não se avexe não... (longa pausa). Se num quiser nem precisa levantar, pra num ficar cansado... Vai passando a grana, bem devagarinho... (longa pausa). Num repare se o berro está sem bala, mas é pra não ficar muito pesado... Não esquenta, meu irmãozinho (longa pausa). Vou deixar teus documentos na encruzilhada...

Assaltante paulista

- Orra, meu... Isso é um assalto, meu... Alevanta os braços, meu... Passa a grana logo, meu... Mas rápido, meu, que eu ainda preciso pegar a bilheteria aberta pra comprar o ingresso do jogo do Corinthians, meu... Pô, se manda, meu...

1. O texto retrata várias cenas de assalto, cada uma delas situada em um Estado ou região diferente do país. A fala do assaltante tem sempre o mesmo conteúdo, enquanto o uso da linguagem e o modo como o assalto é conduzido mudam de uma situação para outra. Identifique, em casa uma das cenas, duas palavras ou expressões próprias do:

a) nordestino b) mineiro c) gaúcho

d) carioca e) baiano f) paulista

2. Além da linguagem, o texto também revela comportamentos ou hábitos que supostamente caracterizam o povo de diferentes Estados ou regiões. O que caracteriza, por exemplo:

a) o nordestino b) o baiano c) paulista

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Gêneros literários

Lírico: sentimento, da emoção.Épico: feito heróico ou fato históricoDramático: encenação

Linguagem verbal: é aquela em que se usa palavras, textos, frases.

Linguagem não-verbal: é aquela que se usa fotos, gráficos, mapas, sinais, etc.

Funções da linguagem

Emotiva: emoção Apelativa: apelo Poética: poesia Referencial: passa-se a informação, sem emoção Fática: testa-se o canal na conversa Metalingüística: o dicionário

Interpretação de texto

1. Em relação à charge acima, pode-se inferir que

I. O texto verbal apresenta aspectos que se opõem entre si e partilham da construção do sentido do texto, como um todo.II. O autor incorpora explicitamente uma intertextualidade da linguagem popular.III. O leitor deve atribuir um único sentido para o enunciado “a coisa tá ficando preta”.IV. A temática sugere ao leitor um posicionamento crítico sobre as mudanças no planeta Terra.

Está (ão) CORRETA(S) apenas a(s) proposição (ões)

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a) III e IV b) I, II e III c) I, II e IV d) II e) I e III

Leia o texto, a seguir, e responda à questão abaixo.

Discurso e discussãoHá r para discursoMas discussão, não

(discurso épronunciamento

e debate é discussão):“O discurso do prefeito

causou muita discussão” [...]

Janduhi Dantas, In: Revista Educação, nov, 2005, p. 61.

2. Da estrofe acima, pode-se afirmar que:

I - A função predominante do texto é a metalingüística, tendo em vista que está centralizada no código.II - As aspas nos dois últimos versos registram a fala do narrador de forma direta.III - O enunciado grafado entre parênteses apresenta idéias conceituais sobre “discurso e debate”.IV - Os termos “discurso e discussão” têm sentido equivalentes.

Analise as proposições, acima, e marque a(s) verdadeira(s).

Está(ão) CORRETA(S), apenas:

a) III e IV b) II c) II, III e IV d) I, II e III e) I e III

3. Leia o texto e responda:“Aprendi com meu filho

de dez anosQue a poesia é a

descobertaDas coisas que nunca vi”

Oswald de Andrade

As funções de linguagem predominante no texto são:

a) Referencial e emotiva b) Fática e conativa c) Poética e metalingüísticad) Fática e referencial e) Conativa e poética

Leia o texto abaixo e responda“A professora do Bocão está corrigindo o dever de casa.

Aí, balança a cabeça, olha para o Bocão e diz:– Não sei como uma pessoa só, consegue cometer tantos erros.

E o Bocão explica:

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– Não foi uma pessoa só, professora. Papai me ajudou.”

(ZIRALDO, Alves Pinto. Rolando de rir. O livro das gargalhadas do MeninoMaluquinho. São Paulo: Melhoramentos, 2001. p. 20)

4. Em relação ao texto acima, pode-se concluir que

I. há predominância da função metalingüística.II. as falas dos interlocutores se sucedem sem a presença do narrador.III. a comicidade do texto se dá em razão da interpretação literal de“Bocão”.

Analise as proposições e marque a alternativa conveniente.

a) Apenas II e III estão corretas. b) Apenas I e II estão corretas. c) Apenas I e III estão corretas. d) Apenas III está correta. e) I, II e III estão corretas.

Quinze anos.

Imaginava eu que nessa idade as meninas morenas e loiras sonham sempre com longas festas, onde sempre aparece um cara que, além de tocar uma baita bateria, consegue um equipamento de luz negra, e tem um conjunto que faz um som da pesada, ou então chega com duas caixas e um amplificador, e tudo fica muito louco até o momento solene da valsa, com as meninas portando velas acesas e os rapazes com flores, enfim, a zorra dos quinze anos que os pais curtem com tremor dentro do peito, isso quando não se cotizam para o grande baile das debutantes, rigorosamente lindas, apresentadas geralmente por um compenetrado colunista social ou por um artista que, como anunciamos ao distinto público, acedeu ao convite da cidade, mesmo tendo de abandonar compromissos profissionais já assumidos, como a filmagem dos vinte últimos capítulos da novela em que é personagem principal.

Quinze anos.

Onde terei errado na minha função de pai?

Pois a menina de quinze anos, que carreguei no colo e que admirei através do vidro da maternidade na noite de novembro em que a lâmpada cor-de-rosa se acendeu, recusa com um sorriso provocador qualquer coisa que lembre essa festa de aniversário, e apenas me deposita um beijo na minha testa, como se esse gesto bastasse para ela provar que acaba de completar quinze anos.

Não sei onde foi buscar esse despojamento e essa indiferença pela vaidade frágil que dura o tempo do spray no ar. Chego a me atemorizar. Penso que, por desleixo ou falta de prática, falhei nalgum ponto – e criei a filha de um operário, de um ferroviário, de um lutador de boxe que perdeu por pontos, de um balconista das Casas Pernambucanas, de um lanterninha de cinema, ou – para pensar o pior – criei a filha de um mero cronista da Cidade.

Que Deus me perdoe se falhei. E que Deus me abençoe se minha filha de quinze anos pensa exatamente como deve pensar uma garota morena de quinze anos, sem os cacoetes e sem os falsetes que nós, os adultos, gostamos de

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emprestar a essa idade própria das decisões pessoais, quando se aprende a usar o dom – hoje raro e falsificado – chamado: a liberdade de ser.

DIAFÉRIA, Lourenço. In: NOVAES, C. E. et alii. Para gostar de ler. São Paulo: Ática, 1981. (Vol. 7 - Crônicas)

1. A propósito da expressão “como anunciamos ao distinto público”, inserida no segundo parágrafo, considere as afirmativas abaixo e indique o que é verdadeiro (V) e o que é falso (F).

( ) Ela confirma a originalidade estilística do autor.( ) Por sua padronização, ela critica o convencionalismo de certos eventos sociais.( ) Ela reflete o prestígio de uma cerimônia em que a essência vale mais do que a aparência.

A alternativa correspondente à seqüência correta é:

a) VVF b)VFFc) FVF d)VFV e)FVV

2. NÃO se verifica o registro coloquial da linguagem em:

a) “... longas festas, onde sempre aparece um cara...”.b) “... além de tocar uma baita bateria, consegue um equipamento de luz negra...”.c) “... e tem um conjunto que faz um som da pesada...”.d) “... e tudo fica muito louco até o momento solene da valsa...”.e) “... quando não se cotizam para o grande baile das debutantes...”.

3. O despojamento e a indiferença da menina

a) explicam-se por sua humildade social.b) atemorizam sinceramente o seu pai.c) confirmam as falhas na sua educação.d) constituem sinais de liberdade interior.e) atestam-lhe o desajuste psicológico.

4. Sobre o pai-cronista, afirma-se que ele

I. curtia com tremor a zorra dos quinze anos.II. enganou-se ao generalizar sua impressão sobre os quinze anos.

III. está correto ao reconhecer seu desleixo e falta de prática.

Das afirmações acima, está(ão) correta(s)

a) apenas I. b)apenas II. c)apenas III.d)I e III. e)II e III.

5. No trecho: “ ... e tudo fica muito louco até o momento solene da valsa...”, o melhor sinônimo para o termo sublinhado é:

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a)religioso. b) confuso. c)despojado. d) pomposo. e)sombrio.

Tipos de texto

O texto é uma mensagem: uma passagem falada ou escrita que forma um todo significativo independentemente da sua extensão.

Os tipos de texto são: Narrativos, Descritivos, Informativos, Argumentativos, Injuntivos e poéticos.

Narrativo: relata fatos e acontecimentos verossímeis (verdadeiros) ou inverossímeis (ficção), situados no tempo.

Não existe texto puramente narrativo. Quando dizemos “A mulher se aproximou da penteadeira e pegou o estojo de maquiagem”, fazemos também uma descrição. O mesmo não ocorre com texto puramente descritivo: ”O jardim é retangular, com muitas rosas e cravos”.

Tem-se:

Personagens: protagonista (mocinho), antagonista (vilão – pode ser também uma situação) e coadjuvantes (secundários);

Tempo: cronológico (pode ser contado no relógio) e psicológico (tem-se uma ideia)

Enredo: a síntese da historia;

Espaço: local em que se passa o enredo.

Descritivo: representa-se objetos e personagens que participam do texto narrativo. Na verdade, contar uma historia é mesclar narrações e descrições.

Informativo: transmite conhecimentos, esclarece determinado assunto, encontramos em obras cientificas, enciclopédias, manuais escolares, guias turísticos, relatórios técnicos, notícias, etc.

O Texto Informativo deve ter uma linguagem objetiva e não se confunde com os textos de natureza artística ou literária. É o texto da imprensa, do professor, dos relatórios, técnicos ou científicos. Analisa um fenômeno ou uma teoria, prestando-se ao uso didático.

Argumentativo: procura convencer ao se defender uma tese (ideia) com argumentos.

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O Texto Argumentativo procura convencer, propondo ou impondo ao receptor uma interpretação particular de quem o produz. Por isso mesmo, visa defender uma tese ou rejeitá-la.

O texto argumentativo não se confunde com os textos informativos, pois nestes os fatos e idéias não são geralmente expostos com o objetivo de convencer o receptor.

Em geral, o desenvolvimento de uma argumentação comporta três etapas:

Uma tese, que enuncia o ponto de vista que será objeto de demonstração; Os argumentos, elementos abstratos geralmente apresentados em ordem

crescente de importância e que justificam a tese; E as provas que sustentam os argumentos e que devem ser elementos

concretos(fatos ocorridos, depoimentos ou citações de intelectuais reconhecidos, fatos históricos e etc.).

Injuntivo: é usado para convencer alguém, apelando.

A palavra injunção significa ordem formal, imposição, exigência.Uma das formas verbais do texto injuntivo e o imperativo.Os textos injuntivos exemplificam o uso da linguagem em sua função apelativa (ou conativa).

Poético: a construção da mensagem é o objetivo principal ao se valorizar sons, ritmos, e sentidos.

Podemos encontrar textos poéticos narrativos, descritivos, informativos e até com passagens ou objetivos injuntivos, como algumas mensagens publicitárias.

Leia o texto abaixo e responda as questões:

TEXTO I

1. Na tira lida, o que o menino forte está fazendo com o Cebolinha?

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( ) Procura brigar com Cebolinha por motivo desconhecido.( ) Procura fazer com que Cebolinha estude com ele sobre artes marciais.

2. O que a imagem do menino maior nos indica sobre ele? (Observe o desenho – não verbal e verbal)

( ) Que a coroa indica que ele é o mais forte, o maioral, o rei do lugar.( ) Que ele é bom de amizade, pois tem uma coroa que simboliza isso.

3. O menino maior está segurando o Cebolinha pela gola da camiseta. No primeiro quadrinho, a fala e o rosto do Cebolinha nos encaminha para um possível final. Qual?

( ) Cebolinha vai enfrentar o outro menino.( ) Cebolinha não quer brigar com o menino.

4. Na fala: “Me coloca no chão, senão vai ver só o que eu faço!”, que sentido tem essa frase?( ) Me coloca no chão, caso contrario vai ver só o que eu faço!”.( ) Me coloca no chão, somente você vai ver só o que eu faço!”.

5. O final da tira quebra a expectativa do leitor. Por quê?( ) Porque Cebolinha dá uma surra no garoto maior.

( ) Porque Cebolinha faz xixi nas calças, ao invés de enfrentar o garoto maior.

6. Essa tirinha usa que tipo de linguagem?( ) Linguagem verbal ( ) Linguagem não verbal ( ) Linguagem verbal e não verbal ( ) Nenhuma delas

7. Quem está simbolizando a fraqueza?( ) Cebolinha que fez xixi nas calças.( ) O garoto maior, porque está em vantagem no tamanho.

8. Na fala: “Me coloca no chão, senão vai ver só o que eu faço!”, é exemplo de linguagem culta-formal ou coloquial-informal?

9. Qual a função da linguagem presente no texto?

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10. O que Calvin está fazendo?________________________________________________________

11. No 1º quadrinho, por que Calvin reclama da comida? _______________________________________________________________

12. O pai usa o universo infantil dos desenhos televisivos. Que tipo de desenho ele usa como exemplo para convencer Calvin a jantar? ______________________

13. A mãe de Calvin concordou ou não com a atitude do pai de Calvin? Justifique. ________________________________________________________________

14. O gênero literário do texto de Calvin é:

( ) Gênero Lírico, pois mostra o sentimento dos pais em relação a alimentação de Calvin.( ) Gênero Épico, pois mostra os pais inventando fatos históricos para Calvin se alimentar. ( ) Gênero Dramático, pois mostra uma encenação dos pais para Calvin se alimentar.

15. As funções da linguagem presentes no texto são:

( ) Referencial/ Poética ( ) Apelativa/ Fática ( ) Fática/ Poética ( ) Metalinguística/Apelativa

16. Há uma intertextualidade no texto, qual é?

17. A variedade lingüística usada no texto é culta-formal ou coloquial-informal?

18. Leia o texto abaixo e responda

A linguagemna ponta da línguatão fácil de falare de entender.A linguagem

na superfície estrelada de letras,sabe lá o que quer dizer?

Professor Carlos Góis, ele e quem sabe,e vai desmatando

o amazonas de minha ignorância.Figuras de gramática, esquipáticas,

atropelam-me, aturdem-me, sequestram-me. Já esqueci a língua em que comia,

em que pedia para ir lá fora,em que levava e dava pontapé,

a língua, breve língua entrecortadado namoro com a priminha.

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O português são dois; o outro, mistério.

Carlos Drummond de Andrade. Esquecer para lembrar. Rio de Janeiro: José Olympio, 1979.

19. Explorando a função emotiva da linguagem, o poeta expressa o contraste (diferença) entre marcas de variação de usos da linguagem em:

a) culta-formal (situações formais) e coloquial-informal (situação da fala no dia a dia).b) diferentes regiões do país.c) escolas distintas.d) textos técnicos e poéticos.e) diferentes épocas.

Leia o texto abaixo e veja a relação da linguagem verbal com a não verbal, marcando a figura em que há essa relação.

Não só de aspectos físicos se constitui a cultura de um povo. Há muito mais, contido nas tradições, no folclore, nos saberes, nas línguas, nas festas e em diversos outros aspectos e manifestações transmitidos oral ou gestualmente, recriados coletivamente e modificados ao longo do tempo. A essa porção intangível (que não se atinge) da herança cultural dos povos dá-se o nome de patrimônio cultural imaterial.

Internet: <www.unesco.org.br>.

Qual das figuras abaixo retrata o patrimônio imaterial (imaginário, popular) da cultura de um povo?

a) Cristo Redentor b) Pelourinho

c) Bumba meu boi d) Cataratas do Iguaçu

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e) Esfinge de Gisé

Com base na propaganda reproduzida abaixo, responda as questões abaixo:

O Ministério da Saúde adverte:

Crianças começam a fumar ao verem os adultos fumando

27. Considerando-se isso que o Ministério da Saúde afirma, pode-se concluir:

A) Existem adultos que compram cigarros em estoque.B) Não se deve dar cigarro a quem não sabe tragar.C) Existem adultos que dão maus exemplos a crianças.D) Não se deve forçar um menor de idade a fumar.

28. A propaganda sugere que é comum crianças

A) fumarem menos de um maço por dia.B) tentarem imitar os fumantes adultos.C) adquirirem o vício antes da fase ideal.D) incentivarem os pais a largar o vício.

29. A ausência do artigo AS diante do substantivo CRIANÇAS possibilita que o leitor conclua o seguinte:

A) Nem toda criança dá início ao hábito de fumar.B) Criança fuma sem autorização do responsável.C) Nem toda criança continua fumando após tornar-se adulta.D) Criança ansiosa começa a fumar mais cedo que as outras.

30. Assim como o ato de ADVERTIR é denominado ADVERTÊNCIA, o ato de

A) descuidar é denominado descuidado.B) benzer é denominado benzedeira.C) capacitar é denominado capacidade.D) perceber é denominado percepção.

31. Equivale ao sentido de AO VEREM:

A) sempre que vêem.B) quando vêem.C) tanto quanto vêem.

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D) conquanto vêem.Com base no texto seguinte, responda as questões abaixo:

QUANDO CHEGA A HORA DE DECIDIR O FUTURODr. Luiz Albert Py

Um período dramático na vida de quase todos os jovens começa quando se coloca a questão da escolha da profissão. São raros os que têm certeza do que querem fazer na vida, do que pretendem ser [...] Os que já estão se preparando para cursar faculdade se perguntam qual seria a melhor escolha e como saber o que decidir. Antigamente, os pais procuravam interferir, tentando conseguir que os filhos preenchessem seus próprios sonhos, principalmente quando não realizados. Os pais viam os filhos como fonte de satisfação para seus antigos desejos.

Atualmente, isso é mais raro: a maioria das pessoas sabe a importância de deixar que o outro faça a escolha por si mesmo.

A grande dúvida é se a escolha deve ser feita a partir de um desejo ou vocação, ou se é melhor escolher uma atividade que tenha bom mercado de trabalho; escolher com o coração, ou com a cabeça. Acho que o fato de se ter facilidade para algum tipo de trabalho não deve ser decisivo, a não ser que tal facilidade proporcione alegria e satisfação. Também não acredito na vantagem de a escolha ser feita visando-se ao ganho de dinheiro. Creio que melhor é se escolher uma profissão como se escolhe um amor: com o coração. Quando trabalhamos naquilo de que gostamos, é mais fácil fazermos bem feito. Quando trabalhamos bem, a perspectiva de ganharmos dinheiro com o que fazemos é maior. Fazer aquilo de que se gosta e bem feito é fonte de alegria e felicidade.

Disponível em: <http://www.nlnp.net/index.html>. Acesso em: 02 fev. 2009. [Adaptado]

32. A idéia central do texto é:

A) Prefere-se atividade que tenha mais tradição no mercado de trabalho.B) Muito jovem acha que, na vida, é mais fácil optar por um curso profissionalizante.C) Deve-se escolher uma profissão com o coração, assim como se escolhe um amor.D) Quem executa bem seu trabalho ganha dinheiro com muita facilidade.

33. Estabelecendo-se uma relação entre o título e o texto, DECIDIR O FUTURO significa

A) optar por uma profissão. B) acatar sugestões de pessoas experientes.C) escolher sem hesitação. D) atender a constantes apelos dos parentes.

34. Com base no texto, pode-se afirmar:

A) Trabalhar naquilo que dá prazer traz vantagens para os pais e para os filhos.B) Os pais, antes, conseguiam que os filhos tomassem decisões mais acertadas.C) Os jovens mais seguros do que querem fazer na vida são os pré-vestibulandos.

Page 33: Material do cursinho

D) Hoje, os pais já interferem menos nas escolhas profissionais de seus filhos.

35. Segundo o texto,

A) a alegria e a felicidade resultam do dinheiro que se consegue com a profissão.B) é importante, nos dias atuais, que ainda se consulte alguém sobre qual a melhor escolha.C) a facilidade para o desenvolvimento de um trabalho é garantia de satisfação profissional.D) era mais comum, há algum tempo, que pais tentassem projetar-se nos filhos.

36. No texto, é sinônimo de DIFÍCIL:

A) grande (linha 9).B) dramático (linha 1).C) feito (linha 16).D) maior (linha 15).

Leia o período abaixo para responder às questões 37 e38.“São raros os que têm certeza do que querem fazer na vida, do que pretendem ser [...]”

37. Ter certeza de é o mesmo queA) estar disposto. C) estar convicto.B) estar disponível. D) estar concentrado.

38. Se o período fosse reescrito no singular, mantendo-se o presente do indicativo, as formas verbais sublinhadas passariam a:A) É – tem – quer – pretendeB) É – têm – quer – pretendeC) É – teria – queria – pretendaD) É – teve – queria – pretenda

39. Seria correta a substituição da palavra QUASE (linha 1) pela palavra

A) praticamente. C) particularmente.B) precisamente. D) persistentemente.

40. Na linha 3, a palavra PARA exprime

A) esforço. C) estudo.B) preparo. D) propósito.

41. Na linha 3, a palavra sublinhada indica que os jovens fazem a pergunta

A) àqueles em quem eles realmente confiam.B) a eles mesmos.C) àqueles que desejam entrar na faculdade.D) a seus familiares.

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42. Nas linhas 5 e 6, as palavras sublinhadas referem-se aos

A) sonhos. C) pais.B) filhos. D) desejos.

Retrato

Eu não tinha este rosto de hoje,assim calmo, assim triste, assim magro,

nem estes olhos tão vazios,nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,tão paradas e frias e mortas;

eu não tinha este coraçãoque nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança,tão simples, tão certa, tão fácil:– Em que espelho ficou perdida

a minha face?

(MEIRELES, Cecília. Retrato. In: _____. Os melhores poemas de Cecília Meireles. Seleção de Maria Fernanda. 11 ed. São Paulo: Global, 1999, p. 13).

4. No poema Retrato, a passagem do tempo é vista pelo eu lírico com:

a) Tranqüilidade / saudosismo c) Ansiedade / aceitação b) Alegria / surpresa d) Insatisfação / tristeza e) Indiferença / surpresa

5. Com base na leitura do texto II, analise as afirmativas abaixo:

I. O poema retoma a visão de tempo explorada pelos barrocos, que se angustiavam diante da efemeridade das coisas do mundo.

II. O poema resgata a visão de tempo explorada pelos árcades, em que o eu lírico procura viver intensamente o tempo presente.

III. O poema retrata a angústia do eu lírico diante apenas das mudanças físicas causadas pela passagem do tempo, tal como fizera a estética barroca.

Está(ão) correta(s) apenas:

a) II e III b)II c) III d)I e II e)I

6. Leia os versos abaixo.

“Eu não dei por esta mudança, tão simples, tão certa, tão fácil:”

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Quanto à repetição do termo destacado nesses versos, pode-se afirmar:

I.Constitui recurso estilístico que enfatiza as características da mudança constatada pelo eu lírico.

II.Trata-se de uma repetição usada somente para assegurar a mesma contagem de sílaba dos versos.

III.Compreende um mecanismo de reforço das características daquela mudança (simples, certa e fácil), apresentadas sob a forma de antítese.

Está(ão) correta(s) apenas:

a)I e III b)II c)III d)I e)II e III

1. Observe a figura abaixo e responda o que se pede

Pintura rupestre da Toca do Pajaú – PI. Internet: <www.betocelli.com>.

A pintura rupestre acima, que é um patrimônio cultural brasileiro, expressaa) o conflito entre os povos indígenas e os europeus durante o processo de colonização do Brasil.b) a organização social e política de um povo indígena e a hierarquia entre seus membros.c) aspectos da vida cotidiana de grupos que viveram durante a chamada pré-história do Brasil.d) os rituais que envolvem sacrifícios de grandes dinossauros atualmente extintos.e) a constante guerra entre diferentes grupos paleoíndios da América durante o período colonial.

52. Leia os textos abaixo e responda:

AntigamenteAcontecia o indivíduo apanhar constipação; ficando perrengue, mandava o próprio chamar o doutor e, depois, ir à botica para aviar a receita, de cápsulas ou

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pílulas fedorentas. Doença nefasta era a phtísica, feia era o gálico. Antigamente, os sobrados tinham assombrações, os meninos, lombrigas (...)

Carlos Drummond de Andrade. Poesia completa e prosa.Rio de Janeiro: Companhia José Aguilar, p. 1.184.

O texto acima está escrito em linguagem de uma época passada. Observe uma outra versão, em linguagem atual.

AntigamenteAcontecia o indivíduo apanhar um resfriado; ficando mal, mandava o próprio chamar o doutor e, depois, ir à farmácia para aviar a receita, de cápsulas ou pílulas fedorentas. Doença nefasta era a tuberculose, feia era a sífilis. Antigamente, os sobrados tinham assombrações, os meninos, vermes (...)

Comparando-se esses dois textos, verifica-se que, na segunda versão, houve mudanças relativas a

a) vocabulário. b) construções sintáticas. c) pontuação.

CARTA-POEMA

Manuel Bandeira

Excelentíssimo PrefeitoSenhor Hildebrando de Góis,Permiti que, rendido o preito

A que fazeis jus por quem sois,Um poeta já sexagenário,

Que não tem outra aspiraçãoSenão viver de seu salário

Na sua limpa solidão,[...]

Que imundície! Tripas de peixe,Cascas de fruta e ovo, papéis...Não é natural que me queixe?Meu Prefeito, vinde e vereis!

Quando chove, o chão vira lama:São atoleiros, lodaçais,

Que disputam a palma à famaDas velhas maremas letais!

[...]Mandai calçar a via pública

Que, sendo um vasto lagamar,Faz a vergonha da RepúblicaJunto à Avenida Beira-Mar!

Page 37: Material do cursinho

53 .O texto, acima, tem função da linguagem:

a) referencial. b) poética. c) emotiva d) apelativa.e) metalingüística.

54. O uso de somente símbolos, imagens, gráficos, figuras e etc. fazem parte da linguagem: (1 ponto)

( ) Verbal ( ) Não verbal ( ) Verbal e não verbal

55. O texto acima Carta-poema, de Manuel Bandeira, é exemplo de que tipo de linguagem: (1 ponto)

( ) Verbal ( ) Não verbal ( ) Verbal e não verbal

56.O gênero literário do texto é: (1 ponto)

( ) Gênero Lírico, pois mostra o sentimento do eu lírico sobre o funcionário público.( ) Gênero Épico, pois mostra o eu lírico inventando fatos históricos sobre o funcionário público. ( ) Gênero Dramático, pois mostra uma encenação do eu lírico sobre o funcionário público.

57. A figura abaixo é parte de uma campanha publicitária, que usa a linguagem não verbal.

NEM SEMPRE É O CRIMINOSOQUEM VAI PARAR ATRÁS DAS GRADES

Com Ciência Ambiental, n.o 10, abr./2007.

Page 38: Material do cursinho

Essa campanha publicitária relaciona-se diretamente com a qual afirmação?

a) O comércio ilícito (ilegal) da fauna silvestre, atividade de grande impacto, é uma ameaça para a biodiversidade nacional.b) A manutenção do mico-leão-dourado em jaula é a medida que garante a preservação dessa espécie animal.c) O Brasil, primeiro país a eliminar o tráfico do mico-leão-dourado, garantiu a preservação dessa espécie.d) O aumento da biodiversidade em outros países depende do comércio ilegal da fauna silvestre brasileira.e) O tráfico de animais silvestres é benéfico para a preservação das espécies, pois garante-lhes a sobrevivência.

Leia o texto seguinte e responda às questões de 47 a 50.

16 Novembro, 2007 / Tirinha 406: Mafalda (http://clubedamafalda.blogspot.com/2007)

47. Sobre os quadrinhos é correto afirmar, exceto a alternativa

A) Há uma crítica à submissão feminina, ao passo que se levanta a bandeira do uso das tecnologias como meio de libertação de práticas tradicionais atribuídas à mulher.B) Há um discurso contraditório de uma das personagens dos quadrinhos, à medida que o uso da tecnologia defendido por ela só reforça padrões tradicionais.C) Ao usar a expressão “Tem razão”, subentendesse que a personagem Mafalda tem um posicionamento reativo.D) Pode-se inferir do texto que as novas gerações repetem as ações de gerações passadas.

Page 39: Material do cursinho

E) A linguagem não-verbal não contribui para o entendimento do texto que, na fala única de uma das personagens, deixa claro um comportamento pós-moderno.

48. Quanto à estrutura sintática da frase expressa no primeiro quadrinho “Tem razão, Mafalda”, é correto afirmar

A) Possui um sujeito simples: Mafalda. B) Possui uma oração sem sujeito com o verbo impessoal - tem.C) Possui um sujeito simples “oculto”: você. D) Possui um sujeito indeterminado.E) Possui um sujeito simples: razão.

49. Sobre as frases “Tem razão, Mafalda. Não posso ser como nossas mães, que se conformavam...”, é correto afirmar

A) O termo “que” pode ser classificado como conjunção integrante e retoma a palavra“mães”.B) Ao se fazer uso do pronome oblíquo átono “se”, temos um caso de ênclise.C) Em “que se conformavam”, o termo “que” exerce a função sintática de sujeito da oração.D) No trecho destacado em negrito, existem apenas duas orações.E) O termo “não” é acentuado porque é um monossílabo tônico terminado em “o”.

50. A frase “Portanto, não vou cair na mediocridade” pode ser substituída por qual das alternativas abaixo, sem alteração de sentido?

A) Entretanto, não vou cair na mediocridade... B) Logo, não vou cair na mediocridade...C) Porém, não vou cair na mediocridade... D) Contudo, não vou cair na mediocridade...E) Todavia, não vou cair na mediocridade..

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Trovadorismo

Definição: trovador é o poeta que musicaliza a poesia nas cortes.

A língua utilizada pelos trovadores era o galego-português, uma mistura de espanhol (castelhano) com português.

Início: 1189/1198: surge com a Cantiga da Ribeirinha, de Paio Soares de Taveirós.

Contexto Histórico

1308 – Fundação da Universidade de Coimbra.

1415 – Conquista de Ceuta.

1420 – Início da Expansão marítima. Descoberta da Ilha da Madeira.

1453 – Os turcos conquistam Constantinopla (capital do Império Romano do Oriente). Fim da Idade Media.

1482 – Diogo Cão descobre a foz do Zaire.

1487 – Bartolomeu Dias dobra o Cabo da Boa Esperança.

1492 – Colombo descobre a América.

1498 – Vasco da Gama descobre o caminho marítimo para as Índias.

A hierarquia da sociedade feudal: clero, nobreza e povo (vilões, semi-servos e escravos)

O espírito da época é o TEOCÊNTRICO (Deus como o centro do Universo).

As Cantigas eram as primeiras produções literárias da época e se dividiam em 4:

Cantigas de Amor: eu lírico é masculino que sofre por amor. Cantigas de Amigo: eu lírico é feminino que sofre por amor. Cantigas de Escárnio: ataque satírico indireto, não citando o nome da pessoa. Cantigas de Maldizer: ataque satírico direto, citando o nome da pessoa.

Os artistas dessa época eram:

Trovador: pessoa culta, fidalga que escrevia e musicalizava sua poesia sem receber nada em troca.

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Segrel: fidalgo decaído, que levava o jogral para se apresentar nas cortes, castelos.

Jogral: saltimbanco (palhaço) que leva sua apresentação a corte Menestrel: músico ligado a determinada corte.

Produção literária

A primeira escola literária galego-portuguesa foi representada pelo trovadorismo, onde suas cantigas foram organizadas pelos cancioneiros, que eram divididos em: 

Cancioneiro da Ajuda ou do Real Colégio dos Nobres Cancioneiro da Vaticana Cancioneiro da Biblioteca Nacional de Lisboa ou Collocci-Brancuti Cantigas de Santa Maria. Novelas de cavalaria Crônicões Hagiografias Livros de linhagem (nobiliários)

Os cancioneiros:

Como vimos, existiam três tipos de cancioneiros, eles eram classificados de acordo com a qualidade e quantidade de suas cantigas. 

Vejamos cada um deles:• O cancioneiro da Ajuda

• O Cancioneiro da Vaticana

• Cancioneiro da biblioteca nacional

Com 310 cantigas, quase todas de amor. Esse é o mais velho cancioneiro, reunido no reinado de D. Afonso III. É o único que remota a época trovadoresca.

Com 1.205 cantigas de variados autores, mas todas com as quatro modalidades (amor, amigo, escárnio e maldizer), incluindo 138 cantigas de D. Diniz, que era considerado o Rei-Trovador.

Com 1.647 cantigas de todas as modalidades. O Cancioneiro também é chamado de Calocci-Brancutti em homenagem aos seus dois possuidores italianos.

Os cancioneiros não são coleções de poesia lusa, mas de poesia peninsular na língua galego-portuguesa. 

Trovadores – Jograis – Segréis – Menestréis

Em ordem decrescente era constituída a hierarquia dos poetas-músicos medievais e que era de bastante importância social e artística.

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1. Trovadores: são poetas nobres, cultos criadores de cantigas e textos. 

2. Jogral: são poetas humildes, eles também eram compositores de cantigas. 

3. Segrel: estabelecia uma classe intermediária entre o trovador e o jogral. É importante lembrarmos que o segrel existiu somente na escola galego portuguesa. Eles eram da pequena nobreza, que reproduzia suas próprias composições. 

4. Menestrel: era o nome que os músicos da corte passaram a ser chamado no século XIV, quando o nome jogral passou a ser desagradavelmente usado para chamar os bobos.

As cantigas de amor

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Nas cantigas de amor o homem se refere à sua amada como sendo uma figura idealizada, distante.

O poeta fica na posição de fiel vassalo, fica as ordens de sua senhora, dama da corte, onde esse amor é considerado como um objeto de sonho, ou seja, impossível, que está longe. Esta cantiga teve origem no sul da França, apresentando um eu – lírico é masculino e também sofredor. Nas cantigas de amor o poeta chama sua amada de senhor, pois naquela época, todas as palavras que terminavam com “or”, em galego-português não tinham feminino, portanto ele dizia “minha senhor”, ele cantava a dor de amar, onde está sempre acometido da “coita”. Essa palavra (coita)é muito usada nessas cantigas, ela significa sofrimento por amor.

Page 44: Material do cursinho

 Cantiga da Ribeirinha, de Paio Soares de Taveirós

1- No mundo non me sei parelha, 2- Mentre me for como me vai, 3- Cá já moiro por vós, e - ai!

4- Mia senhor branca e vermelha. 5- Queredes que vos retraya

6- Quando vos eu vi em saya! 7- Mau dia me levantei,

8- Que vos enton non vi fea! 9- E, mia senhor, desdaqueldi, ai!

10- Me foi a mi mui mal, 11- E vós, filha de don Paai

12- Moniz, e bem vos semelha 13- Dhaver eu por vós guarvaia, 14- Pois eu, mia senhor, dalfaia

15- Nunca de vós houve nem hei 16- Valia dua correa.

As cantigas de amigo

Essa cantiga tem sua origem popular, são marcadas pela literatura oral, ou seja, paralelismo, refrão, reiterações e estribilho, onde isso são recursospróprios do

texto que servem para serem cantados e que propiciam facilitação de memorização. Nas cantidas populares, ainda são usasos esses recursos. 

Essa cantiga teve origem na Península Ibérica, ela apresenta um eu-lírico feminino, pore´m com um autor masculino, ele canta seu amor pelo seu amigo,

em um ambiente mais natural, em grande parte, faz um diálogo com a suas amigas ou com a sua mãe. Na cantiga de amigo, a figura feminina é de uma jovem que começa a amar, lembrando as vezes da ausencia do amado, ou

cantando a sua alegria por um encontro com ele. Essa cantiga pode mostrar também a tristeza da mulher, pelo fato do seu amado ter ido para a guerra. 

Essa cantiga é de amigo, e mostra que a mulher espera ansiosamente pelo amigo, visa bastante às ondas do mar de Vigo e sobre o regresso de seu amado.

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Humanismo

O Humanismo foi um grande movimento intelectual, moral e religioso iniciado em fins do século XV e todo o século XVI, que buscava uma humanidade melhor, pois os idealizadores propunham um ideal de paz e sabedoria, através do aperfeiçoamento das qualidades intelectuais e morais dos homens.

Contexto Histórico

1448 – Gutenberg inventa a tipografia.

1453 – Constantinopla cai nas mãos dos turcos.

1481 – A Inquisição é instaurada na Espanha.

1500 – Pedro Álvares Cabral chega ao Brasil.

1531 – Henrique VIII rompe com o papa e funda a igreja anglicana.

1536 – Paulo III estabelece oficialmente a Inquisição em Portugal.

O misticismo medieval perde força, e o TEOCENTRISMO dá lugar ao ANTROPOCENTRISMO (o homem como o centro do universo).

O maior artista: Gil Vicente

A área dele era o teatro. Foi contemporâneo de Michelangelo, Nicolau Copérnico, Leonardo da Vinci, Nicolau Maquiavel, etc.

Começou com a peça Monologo de um vaqueiro – O auto da visitação, encenado na câmara real de d. Maria de Castela, por ocasião do nascimento de d. João III, filho de d. Manuel.

Tipos de peças de Gil Vicente: mistérios, milagres e moralidades.

Outras peças: Auto da barca do inferno; Farsa de Inês Pereira, Auto da Índia, O juiz da Beira, etc.

Novelas de Cavalaria: ciclo arturiano é o mais importante.

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Classicismo

É combinado com o Renascimento, em que se há uma transformação política, econômica e cultural nos séculos XV e XVI.

Exalta-se a natureza, a cultura greco-romana, a razão é maior que a emoção.

Características

Imitação dos autores greco-latinos. Preocupação com a forma. Uso da mitologia greco-latina. Idealismo

Autores

Luis Vaz de Camões – o principal Francisco Sá de Miranda Bernadim Ribeiro Antonio Ferreira

Camões escreveu Os lusíadas, com 10 cantos, versos decassílabos, 1102 estrofes, cuja divisão é:

Proposição Invocação Dedicatória Narração Epílogo

Quinhentismo

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Literatura dos anos de 1500, em que se tem como base principal a Carta, de Pero Vaz de Caminha.

Ela é a certidão de nascimento do Brasil e nela é visto o deslumbramento do europeu com a nova terra, como também seus equívocos e as reais intenções do colonizador.

Há nesse período dois tipos de literatura:

Informativa ou dos cronistas (ou viajantes); Dos jesuítas.

Literatura Informativa

Existem vários textos que falam da vinda dos europeus ao Brasil, são eles:

Tratado da Terra do Brasil; Historia da Província de Santa Cruz a que vulgarmente chamamos Brasil; Tratado descritivo do Brasil; Diálogos das grandezas do Brasil.

Literatura dos Jesuítas

Pe. José de Anchieta – o maior nome da catequese no Brasil.

Escreveu cartas, sermões, poesias e peças teatrais, utilizando-se do latim, do tupi e do português em suas obras quase sempre de inspiração missionária.

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10.Após a leitura dos textos I e II, verifica-se que Murilo Mendes ironiza a exaltação da terra feita por Caminha. Essa ironia é traduzida claramente pelo(s) verso(s):

a) Tão fértil eu nunca vi. d)A terra é mui graciosa,Diamantes tem à vontade,

.........................................

b) No dia seguinte nasce/ Bengala de castão de oiro e)No chão espeta um caniço,Quanto aos bichos, tem-nos muitos,

.........................................

c)Tem goiabas, melancias,Banana que nem chuchu.

TEXTO IFragmento da Carta de PeroVaz de Caminha

TEXTO IICarta de Pero VazMurilo Mendes

“... a terra em si, é muito boa de ares, tão frios e temperados, como os de Entre-Douro e Minho, porque, neste tempo de agora, assim os achávamos como os de lá. Águas são muitas e infindas. De tal maneira é graciosa que, querendo aproveitá-la dar-se-á nela tudo por bem das águas que tem”.

A terra é mui graciosa,Tão fértil eu nunca vi.A gente vai passear,No chão espeta um caniço,No dia seguinte nasceBengala de castão de oiro.Tem goiabas, melancias,Banana que nem chuchu.Quanto aos bichos, tem-nos

muitos,De plumagens mui vistosas.Tem macaco até demais.Diamantes tem à vontade,Esmeralda é para os trouxas.Reforçai, Senhor, a arca,Cruzados não faltarão,Vossa perna encanareis,Salvo o devido respeito.Ficarei muito saudosoSe for embora daqui.

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TEXTO III

(Texto extraído da revista Rivista. Edição Zero. Fortaleza: Editora RISO, s/d, p. 55).

12.A intertextualidade é a relação que ocorre entre dois ou mais textos. Essa relação pode dar-se em forma de paráfrase ou de paródia. O corpo do Texto III é uma paráfrase da Carta de Caminha pois,

I.apesar da leve mudança no estilo, confirma a visão de Caminha sobre a terra descoberta.II.faz críticas explícitas ao aspecto ufanista da Carta.III.mantém o mesmo olhar positivo de Caminha sobre o futuro da terra brasileira.IV.embora escrita no mesmo estilo, critica de modo disfarçado a visão de Caminha sobre a terra descoberta.

Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s):

a)I, II e III. b)I e III. c)I. d)II e IV. e)III e IV.

13.No texto III, levando-se em conta a norma culta da língua, verifica-se ERRO em:

a) “... um número sem fim de animais...”b) “Ainda não haviam louras, nem surfistas, nem mulatas...”c) “Árvores gigantescas e multidões de palmeiras formavam o imenso verde da futura bandeira.”d) “Era assim o Brasil de Cabral, já quinhentos anos passados.”e) “..., quando for a vez desses meninos?”

14.A respeito da manchete: CABRAL DESCOBRE O CAMINHO DAS ÍNDIAS, é correto afirmar que o autor pretendia

a) dizer que havia muitas índias na terra descoberta.

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b) dizer que Cabral descobriu o caminho que o levaria para as Índias.c) usar a homonímia para causar um efeito humorístico.d) explorar a sinonímia das palavras.e) usar a paronímia a fim de confundir o leitor.

15.Com base nos textos I, II e III, verifica-se que

I.o elogio à natureza brasileira é observado em todos os textos.II.o texto III expressa uma preocupação com o meio ambiente, que não existe nos textos I e II.III.os textos II e III são paródias do texto I.IV.o texto II é o que menos faz uso do registro popular da linguagem.

Estão corretas as afirmativas:

a)apenas I e III. c) apenasIeII.b)apenas II, III e IV. d)apenas II e III.e)todas.

7. Sobre a relação entre os jesuítas e os índios, o eu-lírico do texto II

I. critica o processo de catequização adotado pelos jesuítas.II. apresenta uma oposição entre o mártir e o selvagem.III. defende radicalmente a preservação dos costumes indígenas.

Está(ão) correta(s):

a) apenas I d) apenas II e IIIb) apenas II e) I, II e IIIc) apenas III

8. Quanto ao uso da linguagem figurada, é INCORRETO afirmar que o texto II

a) caracteriza os índios como parte da natureza selvagem.b) revela, através de comparações com elementos da natureza, uma concepção negativa da fé cristã.c) estabelece uma relação de comparação entre os jesuítas e as águias, valorizando os feitos daqueles.d) compara o vento da fé com o tufão.e) representa os jesuítas como mártires, propagadores da fé no novo mundo.

9. A metonímia é a figura de linguagem que consiste em substituir uma palavra por outra, em vista de uma relação de proximidade de sentidos que há entre elas. Considerando-se esse conceito, verifica-se que as expressões “pó da catequese” (estrofe 2) “estranho pé” (estrofe 3) e

“mesma cruz” (estrofe 7) podem ser substituídas, respectivamente, por

a) águias / jesuíta / sol c) palavra de Deus / jesuíta / solb) águias / indígena / cristianismo d) palavra de Deus / indígena / cristianismoe) palavra de Deus / jesuíta / cristianismo

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Barroco

Início em 1601, com a obra Prosopopéia, de Bento Teixeira. A religiosidade ainda estava muito forte. A Reforma Protestante e a Contra-Reforma estavam se organizando.

O homem vivia em constante tensão por ora querer viver a vida santa ou ora querer viver a vida profana. A Inquisição fazia seu papel de controladora da moral católica. O índex librorum prohibitorum estava em vigência.

Características

Culto do contraste (uso de antíteses – oposição) Consciência da transitoriedade da vida Gosto pela grandiosidade Cultismo (jogo de palavras) Conceptismo (jogo de ideias) Frases interrogativas

Autores

Gregório de Mattos (Boca do inferno);Escreveu poesias lírico-amorosas; religiosa e satírica.

Bento Teixeira

Manuel Botelho de Oliveira

Padre Antonio VieiraDefendia os negros e os índios, como também os cristãos novos (judeus convertidos ao catolicismo). Sofreu perseguição pela Inquisição.Sua obra está dividida em cartas, profecias e sermões. Os Sermões são os mais importantes, dentre eles o Sermão da Sexagésima – que fala sobre a arte de pregar e ensinar.

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TEXTO

Sermão vigésimo sétimo

Os senhores poucos, os escravos muitos; os senhores rompendo galas, os escravos despidos e nus; os senhores banqueteando, os escravos perecendo à fome; os senhores nadando em ouro e prata, os escravos carregados de ferros; os senhores tratando-os como brutos, os escravos adorando-os e temendo-os como deuses; os senhores em pé apontando para o açoite, como estátuas da soberba e da tirania, os escravos prostrados com as mãos atadas atrás como imagens vilíssimas da servidão e espetáculos da extrema miséria.

(VIEIRA, Pe. Antônio. Sermão vigésimo sétimo. In: AMORA, Antônio Soares, org. Sermões, 2 ed. São Paulo, Cultrix, 1981, p. 58.)

7. No texto, verificam-se os seguintes traços do barroco:

I.a presença de um grande número de antíteses.II.a predominância dos aspectos denotativos da linguagem.

III.a utilização do recurso da hipérbole para melhor traduzir o sofrimento dos escravos.

IV.o envolvimento político do jesuíta.

Estão corretas apenas as afirmativas:

a)I e II. b)III e IV. c)II e III. d)I e IV. e)I e III.

8. O trecho a seguir vincula-se ao conceptismo barroco:

“Sendo, pois, certo que a palavra divina não pode deixar de frutificar por parte de Deus, segue-se que ou é por falta do pregador ou por falta dos ouvintes. Por qual será? (...) Os ouvintes ou são maus ou são bons; se são bons, faz neles grande fruto a palavra de Deus; se são maus, ainda que não faça fruto, faz efeito. (...) a palavra de Deus é tão fecunda, que nos bons faz muito fruto e é tão eficaz que nos maus, ainda que não faça fruto, faz efeito; lançada nos espinhos não frutificou, mas nasceu até nos espinhos; lançada nas pedras não frutificou, mas nasceu até nas pedras.” (Padre Antônio Vieira. Sermão da Sexagésima).

Nesse trecho, NÃO ocorre o (a)

a) elogio da natureza para justificar um ideal pagão de vida.b) uso de estruturas oracionais que enfatizam as relações de causa, condição e

conseqüência.

Page 54: Material do cursinho

c) apelo à repetição de palavras e idéias.d) progressão gradual do raciocínio, com vistas ao convencimento do ouvinte ou

leitor.e) uso de antíteses e metáforas.

Arcadismo

Início em 1768 com o livro Obras Poéticas, de Claudio Manuel da Costa.

A religião dá lugar à razão, o homem vive no Século das Luzes, diferente do anterior, que era o das Trevas.

Começa a Revolução Industrial na Inglaterra; surgem os Iluministas, organiza-se a grande Enciclopédia, com 35 volumes. A Revolução Francesa estaria prestes a acontecer, cujo lema era liberdade, igualdade e fraternidade.

Características

Imitação dos clássicos;

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Bucolismo;

Pastoralismo;

Idealização do amor e da mulher;

Uso de pseudônimos (falsos nomes);

Uso de frases latinas: carpe diem, fugere urbem, inutilia truncat, etc

Autores

Claudio Manuel da Costa (Glauceste Saturnio)

Tomás Antônio Gonzaga (Dirceu)

Escreveu Cartas Chilenas e Marília de Dirceu

José Basílio da Gama (Termindo Simpílio)Escreveu O Uraguai.

Frei José de Santa Rita DurãoEscreveu Caramuru.

Súplica por uma árvore.

Cecília Meireles.

Um dia, um professor comovido falava-me de árvores. Se avô conhecera Andersen, esse pequeno deus que encantou para sempre a infância, todas as infâncias,

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com suas maravilhosas historias. Mas, além de conhecer Andersen, o avô desse comovido professor legara a seus descendentes uma recordação extremamente terna: ao sentir que se aproximava o fim de sua vida, pediu que o transportassem aos lugares amados, onde brincara em menino, para abraçar e beijar as árvores daquele mundo antigo – mundo de sonho, pureza, poesia – povoado de crianças, ramos, flores, pássaros... O professor comovido transportava-se a esse tempo de ternura, pensava nesse avô tão sensível, e continuava a participar, com ele, dessa cordialidade geral, desse agradecido amor à Natureza que, em silêncio, nos rodeia com a sua proteção, mesmo obscura e enigmática.

Lembrei-me de tudo isso ao contemplar uma árvore que não conheço, e cujo tronco há quinze dias se encontra ferido, lascado pelo choque de um táxi desgovernado. Segundo os técnicos, se não for socorrida, essa árvore deverá morrer dentro em breve: pois a pancada que a atingiu afetou-a na profundidade de sua vida.

Meireles, Cecília. Suplica por uma árvore. In: O que se diz e o que se entende. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1980, p. 63.

1. Embora fique melhor onde está, pois atrai o leitor, o primeiro parágrafo poderia vir depois do segundo, se obedecesse à lógica dos acontecimentos. Por que?

2. O que a paisagem campestre representa para o cronista?

3. Que objeto urbano contribui, no segundo parágrafo, para o contraste entre o campo e a cidade?

4. Que semelhanças há entre o avô, o professor e a cronista?

INTERTEXTUALIDADE

Leia o poema seguinte, de Cláudio Manuel da Costa:

Aquele adore as roupas de alto preço,

Um siga a ostentação, outro a vaidade;

Todos se enganam com igual excesso.

Eu não chamo a isto felicidade:

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Ao campo me recolho, e reconheço,

Que não há maior bem que a soledade.

Soledade: lugares ermos, desertos.

Que elemento comum podemos encontrar nestes versos, escritos no século XVIII, quando comparados ao texto de Cecília Meireles?