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MATERIAL DIDÁTICO _ OAC-PDE- 2007 AUTOR: CLAIR LIMA VASCONCELOS ESTABELECIMENTO: CHAGAS, C E P E FUNDAMENTAL E MÉDIO. ENSINO: ENSINO MÉDIO DISCIPLINA: LÍNGUA PORTUGUESA /LITERATURA CONTEÚDO ESTRUTURANTE: DISCURSO ENQUANTO PRÁTICA SOCIAL CONTEÚDO ESPECÍFICO: LITERATURA PARANAENSE PALAVRAS CHAVE: LITERATURA PARANAENSE, ESCRITORES, OBRAS, GÊNERO, HISTÓRIA URBANA. OAC: PDE - 2007 - PROBLEMATIZAÇÂO DO CONTEÚDO Chamada para o relato Quem são? Quantos são os escritores paranaenses? O que se pode revelar sobre o imaginário social desses autores? RELATO: Pensar em trabalhar a partir do imaginário social dos nossos escritores levando os alunos a investigar o que temos, foi o que fluiu na procura de novos significados para entender melhor a evolução cultural da nossa gente, e o espaço em que vivemos. Essa necessidade de buscar o conhecimento do que é nosso, pode ser sanada em parte pela Literatura Paranaense. Escritores e obras focalizam o espaço paranaense. As vozes dos sujeitos dos textos da

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MATERIAL DIDÁTICO _ OAC-PDE- 2007

AUTOR: CLAIR LIMA VASCONCELOS

ESTABELECIMENTO: CHAGAS, C E P E FUNDAMENTAL E MÉDIO.

ENSINO: ENSINO MÉDIO

DISCIPLINA: LÍNGUA PORTUGUESA /LITERATURA

CONTEÚDO ESTRUTURANTE: DISCURSO ENQUANTO PRÁTICA SOCIAL

CONTEÚDO ESPECÍFICO: LITERATURA PARANAENSE

PALAVRAS CHAVE: LITERATURA PARANAENSE, ESCRITORES,

OBRAS, GÊNERO, HISTÓRIA URBANA.

OAC: PDE - 2007

- PROBLEMATIZAÇÂO DO CONTEÚDO

Chamada para o relato

Quem são?

Quantos são os escritores paranaenses?

O que se pode revelar sobre o imaginário social desses autores?

RELATO:

Pensar em trabalhar a partir do imaginário social dos nossos escritores levando os alunos a investigar o que temos, foi o que fluiu na procura de novos significados para entender melhor a evolução cultural da nossa gente, e o espaço em que vivemos. Essa necessidade de buscar o conhecimento do que é nosso, pode ser sanada em parte pela Literatura Paranaense. Escritores e obras focalizam o espaço paranaense. As vozes dos sujeitos dos textos da

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Literatura paranaense mostram cenas urbanas nos discursos. Há uma linha de confluência em parte das obras de todos os escritores pesquisados. São características que partem do significado real e que pelo caráter discursivo dos sujeitos, presentes nas obras literárias podem desencadear a emancipação dos leitores, e a valorização do espaço paranaense. A busca pelo conhecimento da nossa Literatura ficou comprovada com um trabalho sobre a poeta Helena Kolody. Um grupo preparou no Data show uma apresentação que começava com poemas dela. Foi algo que despertou emoção. Eis um fragmento: " Ela tinha um jeito simples de ver a vida. Aceitar o que não pode ser mudado, e talvez a melhor maneira de ter paz no coração".

Era isso que se conhecia dela... No recurso “sítios” deste OAC há espaços dedicados à poeta Helena Kolody. E chama a atenção as manifestações de carinho que os alunos demonstram quando lêem seus poemas. Pela identificação dela com o espaço e natureza do Paraná. Assim há que se falar mais vezes nela. Um exemplo de poema retirado do trabalho:

"Sempre cheguei tarde/ou cedo demais/não vi a felicidade acontecer/nunca floresceram em minha primavera/ as rosas que sonhei colher/mas sempre os passarinhos cantaram e fizeram ninhos pelos beirais do meu viver"(...).

Como não se enternecer?

- E quanto a Dalton Trevisan? Não se pode deixá-lo de lado. Os contos de Daltom oportunizam a discussão sobre os discursos e os vários caminhos, que se pode trilhar ao ler sua obra. Em "Uma vela para Dario", há todo o poder de construir uma personagem multifacetada, onde os silêncios do texto dizem muito. É considerado o maior contista brasileiro. Com o fazer Literário, mesclado de marcas como a ironia fina, o jogo das elipses e dramas do cotidiano. E o que é importante nesse olhar para Dalton Trevisan é reconhecer seu estilo, que busca chocar para que se faça essa reflexão. É gratificante transmitir essa experiência de ter estudado as obras dele durante um ano, e comprovar que o seu discurso por vezes sarcástico é uma marca lingüística que nos revela muitas incógnitas sobre ficção e o real. Minha paixão pela Literatura paranaense fez com que eu levantasse dados, desde a revista Joaquim do tempo de Dalton escritor jovem, aos registros de agora com os livros de contos. Pode-se apreciar o lirismo de antes e a ironia atual crítica voraz, marca enriquecedora de suas obras. Esse viés de leitura de seus poemas, A Revista Joaquim, o Jornal Nicolau, devem ser mostrado e discutido em sala de aula. Outro escritor jovem é o prof. Miguel Sanches Neto. Dele tem-se vez por outra, a agradável surpresa de ter em mãos, reportagens dos escritores paranaenses, através do Caderno G, da Gazeta do Povo; cuidadosamente registrados por Irineo Neto. Os textos de Miguel mostram que a Curitiba de Dalton é o seu mundo, e suas personagens representam o universo interior da marginalidade social, hostilidade com o mundo e a crítica ao patriarcado, o grotesco, o herói pícaro; do cotidiano. Há também uma diferenciação homem - mulher. Na vertente concretista e poesia moderna temos Paulo Leminski. Faz uma leitura da poesia utilizando Concretismo crítico. É dele o fragmento:

"Quem me dera um mapa do tesouro/que me leve a um velho baú/cheio de mapas do tesouro".

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Também temos Domingos Pellegrini Jr., ficcionista do "uomo qualumpe", o do tipo - pioneiro do norte paranaense, herói obscuro e anônimo da epopéia coletiva, em que se revelava a inteira medida do homem. No site Terra Vermelha, as obras de Domingos Pellegrini encontram-se numa trilogia: “Terra Vermelha-obra/Sítio terra Vermelha/Notícias da chácara” - obras com um desdobramento da colonização do norte paranaense, sendo contado através da ficção. No portal “diaadiaeducacao” foi publicado o artigo; Domingos Pellegrini Jr. Entre as trilhas da Terra Vermelha e a Rede"www.sitioterravermelha.com"marcas da memória e identidade paranaense. É mais uma contribuição para que possamos conhecê-lo.

Representando a Literatura feminina paranaense além de Helena Kolody, Adélia Wollner, Regina Benitez, Greta Benitez e Alice Ruiz temos Luci Colin, poeta de Curitiba, doutora em Letras, nove livros publicados. Recebeu premiações em Concursos de Literatura. É Professora e doutora em Letras, atuando na UFPR. E através da Internet nossos alunos indicam os escritores paranaenses, os músicos, os artistas e os pintores do Paraná. Há dados sobre ela em: “ www.secrel.com.br/rkamita.html/haicai”.

É isso que nós professores precisamos fazer, pesquisar com dedicação sobre o conteúdo. Criar seminários, pesquisas na Web e trocar idéias sobre o conhecimento que queremos repassar para nossos alunos. Pesquisar a Literatura Paranaense além de mostrar a contemplação artística de nossos escritores, nos envolve-nos pelo viés da formação da identidade e do sentimento de paranismo, pois os espaços focalizados nas obras são do Paraná. O PDE traz a possibilidade de dedicar-se à pesquisa e fazer esse repasse. E através da Internet nossos alunos indicam os escritores paranaenses, os músicos, os artistas e os pintores do Paraná. Tudo o que se pode dizer para chamar a atenção para o espaço onde vivemos, é uma questão de valorização, de crescimento do ser humano construindo o perfil do povo paranaense bem como sua memória.

Referências Bibliográficas:

www.secrel.com.br/rkamita.html/haicai.

SAWEIS, Marilda. Introdução a Literatura Paranaense. Três Momentos.

SEVECENKO, Nicolau. A Literatura como missão: Tensões sexuais e Criação Cultural na primeira República. Brasiliense. 1985

2-INVESTIGAÇÃO INTERDISCIPLINAR

Para entender o Estilo Contemporâneo há que se buscar na memória o início de nossa literatura. Ver o momento decisivo em que esta se organizou como sistema, para ir formando-se como Tradição literária. Este equivale à produção Decadentista (1893)-Simbolista; Cenáculo em 1895, de Dario Velozo - do Instituto Neo- Pictagórico. Os Simbolistas tinham uma questão mal resolvida com o Parnasianismo. Nesta época ocorre uma revolução Impressionista e

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uma revolução das Artes e da Pintura. A ciência prometeu muito ao homem. Rejeitam o Convencionalismo. O Simbolismo implicava numa linguagem que já não era transparente, pois os poetas viviam numa torre de Marfim, alienados. Eram na maioria abolicionistas, com uma visão excêntrica e desencanto do mundo. A vida material não observou e não observará todos os espíritos. O ideal quer dizer vida. A arte pela Arte não significa nada. Emiliano David Perneta nasceu em Sítio dos Pinhais em 03/01/1866 e morreu em Curitiba em 19/01/1921. Fundou o Centro de Artes Andrade Muricy do Paraná. Participou da literatura revolucionária. Era querido e simpático a todos. Já ROCHA POMBO 1857/1933 ficou nacionalmente conhecido como historiador e filólogo. Colocava em suas obras sua ideologia de Sustentação. Foi um forte anarquista no Paraná. NESTOR VÏTOR, poeta paranense era Neo-espiritualista, teve como mestres Spinoza, Bergson e Farias Brito, brasileiro.Tudo nas suas obras transformava-se num eterno devir, sempre voltava à tradição. Também registra-se Silveira Neto: Luar de Inverno. O Jornal Nicolau e a Revista Joaquim de Dalton Trevisan, fica sob o signo do Parnasianismo, mas também cultivou um certo veio Simbolista na poesia. "Joaquim" dedicada a todos os “Joaquins”, que na vida real são os brasileiros e Nicolau a todos os polacos. Com Dalton surge o conto paranaense e segundo alguns críticos:-" Ele é o maior contista do Brasil. com estilo seco, irônico. A literatura da década de 50 alimentava ambições de amplas perspectivas; universalista das coisas, dos homens, e do mundo. Na Revista Joaquim a intenção era gritar contra as idéias da província. Seus fundadores foram: Dalton Tevisan, Erasmo Pilotto e Otávio Walger, com ilustrações de Poty Lazzarotto, Guido Viaro, Di Cavalcanti e Cândido Portinari. Dalton Trevisan, universo-espaço-Curitiba. Temática: Subversalidade - o universo onde se encontram os tipos marginalizados. As vozes mostram a ideologia dos tipos masculinos para que estes sejam criticados. segundo Bosi : O gosto do essencial.

Desta forma reconhecemos a difusão de alguns escritores paranaenses através de livros didáticos, em especial Dalton Trevisan - o maior contista de todos os tempos, pelo seu estilo seco , com uma tendência a fina ironia. Associado a ele temos: Cristovão Tezza, apesar de ser natural de Santa Catarina, escreve do Paraná para o Paraná. Indico aos professores um artigo que Tezza escreveu sobre Bakhtin explorando a teoria sobre a interdiscursividade ou dialogismo, a polifonia e a relação entre as vozes do texto e o processo de interlocução ( disponível no Google sob o titulo: Cristovão Tezza e o dialogismo. Também merecem registro Paulo Leminski, Alice Ruiz, Estrela Leminski, Luci Collin, Helena Kolody, Domingos Pellegrini Jr.(com obras que traçam a caminhada histórica da colonização de Londrina); Marília Cubota; Nara de Souza; Fernando Gobronski; Greta Benitz etc. Helena Kolody merece atenção (com o seu fazer poético -o haicai - poema síntese, de origem japonesa). Também Nestor Vítor, Emiliano Perneta, Rocha Pombo, Dario Veloso, etc. Há também os que fazem parte do universo cultural das cidades e só são conhecidos nos bairros onde residem. São talentos que não foram descobertos e que precisam de novos olhares para se fazerem conhecidos. É o momento de se trabalhar em sala de aula a pesquisa sobre os escritores e poetas da cidade onde se mora. Antônio Cândido fala da importância desse olhar do escritor sobre o espaço urbano. A história urbana em contato com a tradição, o passado, o contraponto sobre a vida presente, os jogos e as cenas de exposição, que se identificam a partir do séc. XVIII. O processo de

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urbanização transforma o perfil e as ecologias urbanas, bem como as experiências de seus habitantes. Nas falas de Cândido as vivências dos habitantes das cidades mudam com a o crescimento das cidades e a urbanização. Na Literatura paranaense um traço comum a todos os nossos escritores fica evidente, quando se constata que independente dos gêneros que escrevem, sempre nos deparamos com criações que falam sobre as cidades onde viveram ou vivem nossos autores. São poemas, contos, romances, crônicas que servem para investigar a relação cidadão cidade-nação na Literatura paranaense (CÂNDIDO). Assim torna-se importante visitar as Academias de Letras dos municípios para que se conheça mais sobre o imaginário urbano. Há também uma vertente feminina e feminista surgindo nos espaços da mídia e que merece investigação. Assim, eis o que costuma ler e ouvir dos professores de Língua Portuguesa:-É preciso conhecer melhor e divulgar a "PRATA DA CASA NA LITERATURA PARANAENSE".

3- PERSPECTIVA INTERDISCIPLINAR

Escolhi a Arte e a História para estabelecer relações de diálogo com a Literatura paranaense, pois num âmbito geral pode-se afirmar que são irmãs gêmeas, tanto que dependendo do olhar há o desdobramento deste conhecimento, para que o outro se instale. A Arte capta através da observação, e flui nos meios artísticos paranaenses a relação dialógica da multiplicidade de leituras e conhecimentos. A música completa a Literatura. Toma-se um exemplo na música " Bicho do Paraná". Esta melodia une ritmo e tom do espaço da natureza do Paraná. A letra traz em seu discurso a memória e identidade do povo desse espaço. E precisamos analisar o discurso artístico para entender fatos da realidade mostrados através da pintura, música, poesia etc. T. Adorno (Teórico da Comunicação) acrescenta reflexões através de seus estudos, que são oportunos e reflexivos sobre essa teoria. Essas envolvem o homem e tudo que gira ao seu redor como elementos que produzem comunicabilidade. Assim pode-se associar Literatura, às Artes Plásticas, à arte musical, à escultura, à dramaturgia, porque são espécies de criação que fluem através do sentimento e diálogo interior e depois se socializam para o universo. Na leitura crítica das tragédias, da morte e do sofrimento nos perguntamos: - Existe beleza na dor? E na Literatura encontramos resposta: - Sim, quando retratada através da arte , ultrapassa as barreiras do tempo, comove, e direciona a várias leituras. Esse viés está presente na leitura das obras de Dalton Trevisan. As gravuras de Potty Lazarotto ilustram as obras de Dalton Trevisan e de muitos escritores do Brasil inteiro. São belas e bastante críticas. Captam o sentimento dos seres humanos . A ironia fina com a qual ele dá voz a suas personagens mostra o lado dos sentimentos humanos, do real X ficcional possível nas camadas mais simples da sociedade. O que se pode trabalhar formando ganchos interdisciplinares é a análise do discurso e dos

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gêneros textuais. Na leitura dos diversos gêneros literários faz-se necessário ler as obras antes de enfocá-las na sala de aula, para que se possa enriquecê-la com outros discursos. Através do discurso histórico:- Que fatos históricos estão presentes nas narrativas dos autores paranaenses. Toma-se como exemplo Domingos Pellegrini em sua obra "Terra Vermelha". Há fatos que envolvem a imigração e a emigração na ocupação do Paraná pelas diversas etnias; e em "Mez da Gripe " de Valêncio Xavier, num estilo jornalístico , com colagens dos fatos históricos a arte literária une temática histórica da gripe espanhola e a mortalidade, que esta provocou em Curitiba. E assim sucessivamente, cada criação tem seu imaginário social calcado no real. Há que se fazer correlações sobre os aspectos sociais, econômicos, psicológicos, físicos, geográficos, lingüísticos etc.

4-- CONTEXTUALIZANDO

Quando se fala em diversidade étnica do Paraná, logo se acrescenta que aqui no Paraná a pluralidade cultural concentra muita riqueza. E toda essa grande família está presente no imaginário da nossa Literatura. É preciso conscientização dessa cultura produzida em meio à diversidade, para que todos cresçam com formas diferentes de viver e transformem de forma harmônica nosso espaço Paraná. Nas obras dos escritores paranaenses existe essa ideologia, pois todos os gêneros trabalham com a atmosfera comum, procurando respeitar a diversidade e ao mesmo tempo construindo a identidade cultural e o comportamento social das pessoas que aqui vivem. nosso estado. Rogéria Holtz, cantora paranaense, aliada da arte literária, pois canta as letras produzidas pela escritora curitibana Alice Ruiz, nos fala que o escritor russo Leon Tolstói afirmou: -Se alguém quer ser universal tem que cantar, poetizar a própria aldeia. "É a coisa mais brasileira que existe, esse costume de cantar o seu estado". Por isso há entre nós essa preocupação em direcionar os estudos sobre a literatura local, assim produz-se vídeos, CDs, livros, textos, obras, pesquisas e releituras em torno do potencial que nesta abordagem reflete a literatura paranaense. E nas buscas desse espaço Paraná e suas produções, encontra-se o escritor Carlos Zatti, que fala da importância do sentimento do paranismo. Já Dalton Trevisan constrói seu imaginário ficcional em torno de Curitiba: "Em Busca da Curitiba Perdida", (desfaz o mito de uma cidade premiada, tornando-a mais humana, real, com todos os problemas que a maioria das cidades grandes possuem). Nas obras de Domingos Pellegrini o pano de fundo é Londrina desde a colonização com a obra: "Terra Vermelha", até o hoje com as crônicas . Tomo como exemplo o livro de crônicas "Ladrão que rouba ladrão". Em uma das crônicas desse livro, encontra-se a narração de "Cinco Continentes" -Cinco crianças de cinco etnias diferenciadas conhecem-se e tornam-se amigos. Nos finais de semana fazem comidas típicas de seus países de origem. Cada um deles revela as características da cultura de sua gente. Esta narrativa curta é uma realidade do nosso cotidiano. Outro escritor radicado no Paraná por isso, considerado paranaense é Cristóvão Tezza. Ele que revela fatos de sua cidade em: "Uma Noite em Curitiba". Em recente entrevista para a RPC. Cristóvão fala que sua obra é auto-confessional. Segundo o autor a estrutura confessional é um modo de entrar no mundo, com uma linguagem específica. Já Miguel Sanches

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Neto debruça-se sobre Ponta Grossa para criar. Naici Vasconcelos de Souza, araponguense, poeta , autora de livros de poesia reconstruiu toda a história de Arapongas e sua colonização no livro" Pioneiros de Arapongas; Semeadores do Progresso" . E assim por diante vê-se uma linha temática que une as obras dos paranaenses. Hoje essas informações estão disponíveis em vários sites e Blogs na Web. A literatura contemporânea do micro espaço venceu as barreiras do desconhecimento. A internet possibilita a inteiração com contatos via e-mail, comentários, artigos notícias, entrevistas e contatos diretos com os autores, etc. A necessidade de conhecermos tudo o que nos cerca está presente na nossa literatura, pois ela apresenta" Caminhos que levam a Confluência".

4.1- CONTEXTUALIZANDO

Refletindo sobre o imaginário literário paranaense e fazendo uma junção com as Diretrizes Curriculares no que diz respeito à literatura e sobre a leitura literária, sente-se a necessidade de aliar todos os questionamentos que fluem à pesquisa de obras e autores paranaenses. Analisar junto com os alunos o discurso das vozes presentes nas criações dos nossos escritores. Salientar as marcas lingüísticas presentes. Fundamentar esses estudos comparando-os com os nossos autores brasileiros mais conhecidos: José de Alencar, Machado de Assis, Gonçalves Dias, Rachel de Queiroz, Lygia Fagundes Teles, enfim buscar obras que apresentam pontos de encontro em suas diegése, bem como contrapontos para tecer comparações. Partindo do trabalho com a literatura local, o conhecimento e identidade do que está mais próximo é importante, pois provoca discussões e interesses interagindo com a criação artística dos nossos escritores nacionais, e estrangeiros. É uma leitura que parte do micro espaço para o macro. Considerando os questionamentos dos alunos, professores, pais e pessoas da comunidade sobre a literatura paranaense sentem-se sempre a interpelação: Qual o motivo pelo qual não se divulgam as poesias, os romances, os contos e crônicas de escritores daqui? E há uma cobrança mais acentuada sobre o papel das mulheres na Literatura paranaense, pelas mulheres da escola? Esse discurso já gera um espaço em meu trabalho de intervenção. O porquê das mulheres não serem citadas e por que há maior interesse em conhecê-las somente pelas pessoas do mesmo gênero? Onde estão nossas escritoras? – Elas existem? - Por que somente agora nos últimos anos é que estamos tendo contato com a obra de Helena Kolody, Paulo Leminski e Dalton Trevisan. Diante desses momentos de pura reflexão é que surge a proposta: Como Trabalhar a Literatura Paranaense com os alunos do Ensino Médio? Já que é no Ensino Médio que se fala mais abertamente em discussões provocadas pela literatura, então: de que forma pode trabalhar a leitura literária das obras paranaenses com meus alunos do ensino Médio? – Através das pesquisas fica claro que se pode trabalhar a literatura de duas formas. Na primeira é tratada dentro de um contexto histórico, a relação obra-autor é importante, assim como a leitura de críticas. Numa leitura de Flusser, este caminho leva à curiosidade. Esta é a abordagem mais tradicional.

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Na segunda, o texto literário é tomado como fonte de partida para vários questionamentos. O principal é a especulação. O texto será um elemento provocador que compõe certa simpatia entre professor X alunos.

É a partir dessa preocupação que começa essa jornada de estudos, e registros da Literatura Paranaense.

Literatura Paranaense sob o domínio da história urbana

A literatura paranaense é em sua maioria composta pelo gênero breve. Temos contistas, poetas, cronistas, haicais. É a presença do gênero urbano (contrário ao regionalismo), que flui de forma mais facilitada pela internet. As preferências ficam por conta dos leitores, que detem um olhar interessado no discurso desses escritores, que são fortemente influenciados pelo comportamento social do habitante das cidades paranaenses. Há um conflito de diálogos de gerações: o homem mais velho marcado pela participação política e a geração do homem mais novo, pelo esgotamento de utopias, pela idéia final do sistema político. O Paraná era representado por Nestor Vítor, Dario Veloso, Emiliano Perneta, Dalton Trevisan. A contemporaneidade marca as cidades paranaenses como laboratório para as criações literárias. Nos anos 70 houve uma esteira e um direcionamento para retratar os problemas gerados pela urbanização. Hoje através da internet podemos conhecer melhor os escritores paranaenses contemporâneos Domingos Pellegrini, Miguel Sanches Neto, Regina Benitez, Greta Benitez, Luci Collin, Helena Kolody, Cristóvão Tezza, Paulo Leminski, Alice Ruiz, Estrela Leminski que aparecem na mídia com freqüência. Há uma variedade de artigos científicos que mostram novos olhares sobre os escritores contemporâneos.

As possibilidades de múltiplas leituras despertam curiosidades nos leitores. Os que antes não gostavam de ler porque o livro exige maior aprofundamento e clareza, agora devoram os textos da internet. Desse fato decorrem duas constatações: um fator positivo pelo aspecto facilitador da leitura dos clássicos, que são disponibilizados na mídia e pelo acesso rápido e estético visual de agrado do público leitor. Estes são em grande parte jovens que percorrem os sites atrás de novos olhares sobre as obras literárias. O aspecto negativo mostra muitas criações literárias de consumo sem qualidade estética, e com muito plágio. Mas a literatura paranaense desperta atenção, e torna-se objeto de estudo, pois os gêneros aqui cultivados são próprios da contemporaneidade e destacam-se pelas marcas literárias de cada autor.

A literatura daqui volta-se para a cidade porque esta não é só um espaço geográfico – mas a visão de mundo enraizada. A presença de Adélia Maria Wollner (poesia e contos), Dalton Trevisan (poesia, romance e contos), Luci Collin (poesia e contos), Regina Benitez, (contos), Greta Benitez (poesia), Miguel Sanches Neto (poesia, contos, crônicas, romances, crítico literário), Mirian Paglia Costa (poesia), Lais Miranda (poesia), Paulo Leminski (poesia, romances), Alice Ruiz (poesia e contos), Estrela Leminski (poesia), Reinoldo Atem (poeta), Marília Kubota (poesia), Janice da Silveira (contos e crônicas). A imagem com o poema de Domingos Pellegrini sobreposto reforça a o efeito da

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sensibilidade que nos comove, quando deparamos com essa linguagem poética.

Fonte:

Clair Lima Vasconcelos Imagem criada para o GTR –Pa raná Literário

PDE-2007

5-SITIOS

5.1-TÍTULO DO SÍTIO: EDIVAL PERRINI

DISPONÍVEL EM : (end. Web) : <http://edivalperrini.com.br>

ACESSADO EM : DEZ. 2007

Escritor paranaense. Criou e participado grupo “Encontrovérsia” de estudo e Crítica Literária desde 1980. Os poetas do Encontrovérsia reúnem-se em Curitiba para interlocução, estudo e investigação da Poesia. Neste sítio temos a oportunidade de conhecer um pouco dessas obras.O escritor Edival Perrini escreveu o livro "Fandangos do Paraná: Olhares em junção com o fotógrafo Carlos Roberto Zanella de Aguiar, "O Macaxeira". O livro é um tesouro fotográfico,um documentário cultural.O que o sítio traz de importante para esta pesquisa é o discurso de Edival Perrini sobre a identidade do estado do Paraná. Considera-o diferente de outras regiões brasileiras, por ser uma identidade em construção. Pela vocação de ser passagem, pela colonização tropeira, pelo sincretismo de sua gente. O Paraná tem um pouco de tudo, característica plural, de fácil dispersão. O próprio nome “Paraná” vem do Tupi e significa “parecido com o mar” ou rio veloz. O sítio é um espaço aberto aos visitantes, e através de contato pode-se conhecer melhor os poemas, a vida e a doçura deste escritor que atende a quem fizer contato enviando seus livros.É uma oportunidade para conhecer esse trabalho faz parte da Literatura paranaense Contemporânea.

5.2--TÍTULO DO SÍTIO: LUCI COLLIN

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DISPONÍVEL EM : (end. Web) : <http://www.germinaliteratura.com.br>

ACESSADO EM : JAN. 2008

Neste sítio encontramos obras de autores paranaenses dentre os quais a escritora Luci Collin .

Luci Collin tem trabalhos em forma de prosa e de verso. Graduada nos Cursos Superiores de Piano, Letras e Percussão, é mestre em Letras e doutoranda na USP. Possui sete livros publicados (poesia e contos) e já teve cinco textos dramáticos encenados. Recebeu diversas premiações em concursos de literatura no Brasil e nos EUA, dentre eles a “Editor’s Choice Award” concedido pela The National Library of Poetry (1997) e a Distinguished Membership pela International Society of Poets (2000).A relação de com a linguagem é muito espontânea, liberal, rítmica, primitiva até. Os contos aparecem de maneira diferente, com vozes diferentes, técnicas diferentes. Gosta de explorar o estranhamento, as combinações ambíguas entre as palavras, os duplos sentidos. A linguagem desestabilizadora pode nos levar à reflexão e ao desconforto que embora doloroso tende a ser benéfica em profundidade de leitura. Gosta de poesia e prosa. Acha que a poesia exige mais do escritor pela concisão que a forma determina.

Foto:http://www.germinaliteratura.com.br/xcruzadas_jun2005.html

5.3- TÍTULO DO SÍTIO: MIGUEL SANCHES NETO

DISPONÍVEL EM : (end. Web) : <http://www.miguelsanchesneto.com.br>

ACESSADO EM : DEZ. 2007

O escritor Miguel Sanches Neto valoriza as novidades. A poesia do autor revela um forte desejo de modernidade.

O imaginário social de suas obras mostra sujeitos que vivem na periferia com projetos sociais definidos. O binômio da poesia local é modernidade e brevidade. Os haicais abrasileirados tornaram-se tradição. O haicai chegou até nós pela influência dos grandes centros. Paulo Leminski consagrou a imagem da poesia moderna, breve entre as gerações mais jovens. Segue-lhe A poeta Alice Ruiz com quem foi casado. Os poetas modernos também romperam com

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a tradição do poema ligeiro e essencialmente poético. Miguel Sanches Neto fala de tempo e espaço em poemas que se confundem com crônicas. Com o rápido crescimento de Curitiba os olhares dos grandes poetas voltam-se para a metrópole. Mas os poetas que ainda estão dando-se a conhecer sentem a necessidade de voltar-se para as pequenas cidades, os valores do interior, o memorialismo, o verbo espontâneo. O olhar de Miguel recorta pessoas simples, atento aos dramas humanos, sem máscaras, sem afetações.

5.4-- TÍTULO DO SÍTIO: YOU TUBE

DISPONÍVEL EM: (end. Web): <http://www.youtube.com/watch?062pH0F8>

ACESSADO EM: JAN. 2008

Está disponível em vídeos no you tube várias apresentações da poeta. Um deles envolve os haikais e as músicas de autoria da poeta Alice Ruiz. Em outro desses vídeos Zélia Duncam e Alzira Espíndola interpretam a música “É só Começar” gravado na apresentação ao SESC em SP em 23/09/2007. A professora Mara Alice Silva Costa dá sua contribuição ao GTR- Paraná Literário. Fala da importância de ter participado de uma oficina de haikais com a poeta Alice Ruiz em Maringá em 10/10/2005. A poesia japonesa haikai é encantadora. Concentra a simplicidade e a presença da natureza dá leveza aos versos. Na revista mnemozine nº3 há um caderno especial sobre a poeta sob o título: “Alice Ruiz, a vida como obra de arte”, de autoria de Ana Carolina Arruda de Toledo.

Mais detalhes em http://www.cronópios.com.br/mnemozine

Sons e Vídeos

CATEGORIA: VÍDEO ( X)

TÍTULO: A BABEL DA LUZ

DIREÇÃO: Back, Silvio

PRODUTORA:Usina de Kyno

DURAÇÃO: 00:10

LOCAL DA PUBLICAÇÃO: Rio de Janeiro

ANO:1992 H

DISPONÍVEL EM: http://www.cinemateca.gov.br

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É um curta-metragem que apresenta a biografia de Helena Kolody. É um auto-retrato da poeta Helena Kolody. Helena Kolody (1912-2004), a consagrada poetisa do Paraná, inaugurou em 1941 a série de mulheres haicaístas do país. Aos 80 anos sensibilizava ao declamar seus poemas. São espelhos de suas angústias, enquanto aventura lingüística. Foi dona de uma biografia interminável, porque afinal o poema continua a própria vida. Em diferentes nuances de luz, com enquadramento, sempre sentada numa cadeira antiga. As imagens são intercaladas com poemas visuais.Ao final a poeta canta uma música do folclore da Ucrânia.Dona de uma enorme coleção de adjetivos-virtudes, palavras-emblemas, atribuídos a ela pelo povo paranaense, Helena deixou uma obra, que na qualidade lembra outra grande poeta: Cecília Meirelles. O amor que ela conquistou pelos poemas, pelos livros, juntou-se à lira de sua poesia feita de canções à vida, da solidariedade, da natureza e a inquietude da condição humana. Alguns haicais de Helena Kolody: Arco-íris Arco-íris no céu. Está sorrindo o menino Que há pouco chorou. Prisão Puseste a gaiola Suspensa dum ramo em flor, Num dia de sol. Vitória Íntima Como a penumbra da noite, A meditação desceu em seu olhar E acendeu dentro de mim a lâmpada serena.

Fonte: http://www.kakinet.com/caqui/kolody

E em: A poesia de Helena Kolody: A busca do essencial.

CRUZ, Antônio Donizeti. Unioeste;

http://www.ucm.es/info/especulo;

[email protected]

CATEGORIA: VÍDEO ( X)

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TÍTULO: A VIDA E A OBRA DE PAULO LEMINSKI

DIREÇÃO: João Knijik

PRODUTORA:

DURAÇÃO: 10:50

LOCAL DA PUBLICAÇÃO: YOU TUBE

ANO: 2005

DISPONÍVEL EM: http://www.youtube.watch?AXZ

"Os poetas são amados por milhões. Eles dizem coisas que os povos querem que sejam ditas".Paulo Leminski era um escritor sedento de conhecimento. Amava as palavras. Para ele a poesia era uma espécie de santidade da linguagem. Além de poeta Paulo Leminski era poeta e tradutor. (traduziu para o espanhol e o inglês trechos de sua obra Catatau, o qual foi traduzido na íntegra para o espanhol). Filho de Mestiço de polaco com negra, Paulo Leminski nasceu na cidade de Curitiba, Paraná, em 24 de agosto de 1944. Desde os 18 anos, aproximadamente, esteve envolvido com a literatura, participando de congressos e concursos em todo o Brasil. Casou-se com a consagrada poetisa Alice Ruiz, com quem teve duas filhas. Além de poeta e compositor e letrista, teve músicas gravadas por Caetano Veloso, Paulinho Boca de Cantor, A Cor do Som e Moraes Moreira. Paulo Leminski morreu em 07 de junho de 1989

Conhecido por sua personalidade polêmica, provocadora, colecionou apelidos como:cachorro louco, poeta provocador, agitador de mil baratos, samurai futurista, Rimbaud curitibano com físico de judoca, discípulo zen de Bashô, Vampiro-mais-que-vampiro de Curitiba, caipira cabotino, polilingüe paroquiano cósmico, caboclo polaco-paranense. Suas influências declaradas foram a contracultura dos anos 60, o concretismo ("a loucura que representou toda uma época, a ampliação dos espaços da imaginação, e das possibilidades de novo dizer, de novo sentir, de novo e mais expressar". Para Paulo Leminski , a poesia é a erotização da linguagem, o princípio de prazer na linguagem"."Poesia é um ato de amor entre o poeta e a linguagem". Daí a idéia de grito associada à poesia, que aparece em 'Um metro de grito", "O par que me parece", "Passe a expressão", e "Distâncias mínimas": o desabafo, o orgasmo, o produto dessa relação de amor. A voz poética despreza quem defende a poesia de impulso, de improviso, mas garante que continua a cometê-la. "Despropósito geral" é o despropósito de escrever obras-primas, como resultado de uma estranha luta e muito abuso, quando na verdade sua poesia é eco de toda a escrita do mundo. Em "Um metro de grito", Leminski metaforiza o comércio poético perguntando: "quanto me dão / por minhas idéias?" A recepção da poesia é algo enganosa, "coisas que eu vendo a metro / eles me compram aos quilos", afinal para que serve a arte, para que se consomem filmes, livros, discos? Diante da postura dos intelectuais brasileiros de defesa comiserada da poesia, que, segundo eles, é injustiçada pelo grande público, que não a consome, Leminski dizia que poesia não é feita para vender.

Fonte: http://www.resumodelivros.com.br/paulo-leminski- acessado em 10/02/2008.

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7- Imagens

As imagens do poema de Helena kolody, em meio às flores simbolizam a natureza sempre presente em seus poemas. Os livros de Literatura paranaense dentro de um baú significam um tesouro a se descobrir. E Paulo Leminski poeta paranaense foi quem inspirou a imagem do baú. Ele fala através do poema:

"Quem me dera um baú do tesouro

Cheio de tesouros"

Para saber mais sobre Paulo Leminski:http://pauloleminski.hpg.ig.com.br

8-PROPOSTA DE ATIVIDADES:

TÍTULO: OFICINA DE LITERATURA PARANAENSE

No trabalho com a Literatura sempre se dá mais ênfase na Literatura brasileira. E para que o conhecimento se instale faz-se pesquisas, trabalhos em grupo, apresentação de vídeos, etc. Partindo da valorização dos nossos escritores, o mesmo se fará com a produção literária paranaense.

Num primeiro momento é importante que professor selecione e busque fontes da Literatura Paranaense, e provoque a curiosidade do aluno l comentando romances, contos e poemas. Após ir com os alunos na biblioteca, para fazer levantamento das obras de autores paranaenses que existem lá.

Propor pesquisas na Internet, na biblioteca da Universidade, Biblioteca Municipal, sobre as biografias, contos romances, poemas, livros teóricos, artigos, trabalhos, vídeos, músicas, pintores, cartunistas. Fazer uma coleta de material para este estudo. Para desenvolver este conteúdo dividir a turma em grupos. Cada grupo ficará responsável por um autor. E vai apresentar tudo o que conseguir sobre ele, criando métodos e recursos inovadores. É importante que nossos alunos leiam obras, poemas, contos, crônicas e façam análise literária sobre as características, temática preferidas do autor, tipo de linguagem, espaço focalizado, o tempo da narrativa ou da poesia, comparar com o tempo do agora, bem como estudos sobre o perfil das personagens e a

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avaliação da obra em diversos discursos encontrados nas produções paranaenses. O corpus, a temática desenvolvida, a formação discursiva e a formação ideológica desenvolvida pelos sujeitos das obras paranaenses são aspectos relevantes da análise do discurso a serem trabalhados através da discussão com a Literatura paranaense.

Todos estes ângulos precisam ser discutidos com os alunos com exemplos de outras obras que o professor já tenha lido. É importante também que uma obra fique como trabalho de leitura para o professor, que será o primeiro a apresentar dados da sua pesquisa. Este método faz com que os alunos encarem com responsabilidade o conhecimento e o valor que deve ser dedicado à literatura do nosso espaço Paraná. Ao mesmo tempo expande-se um trabalho de leitura, análise, variação de gêneros literários e cria-se um referencial teórico na escola que deve ser deixado na biblioteca. Um mural no espaço que chame a atenção dos alunos com os trabalhos escritos: poesias, resenhas das obras literárias, comentários críticos das temáticas das obras, comparativos entre autores paranaenses e outros escritores da Literatura Portuguesa e Brasileira, textos dissertativos que trabalhem o tema de um autor paranaense, fazendo intertextualidade com uma música ou filme; ex: Canção do Exílio de Gonçalves Dias e Canção do Exílio de Dalton Trevisan, os poemas de Helena Kolody em comparação com os de Mário Quintana que tem a mesma característica: a natureza. E "Uma Vela para Dario", conto de Dalton Trevisan e o filme : " A Hora da Estrela", baseada na obra de Clarice Lispector. Conhecer nossa literatura é resgatar as nossas raízes.

Trabalho em grupo

1- AUTORES PARANAENSES

2- OBRAS DA LITERATURA PARANAENSE: DIÁLOGOS COM A LITERATURA BRASILEIRA E MUNDIAL

3- O PORQUÊ DA INFLUÊNCIA URBANA NA LITERATURA PARANAENSE.

4- CONHECIMENTO DO IMAGINÁRIO SOCIAL DOS AUTORES PARANAENSES.

5- POESIA PARANAENSE E GÊNERO

6- LITERATURA PARANAENSE E A PREDOMINÂNCIA DAS NARRATIVAS CURTAS E URBANAS.

7- LITERATURA PARANAENSE: PONTOS DE CONFLUÊNCIA

8- A INTERTEXTUALIDADE COMO MECANISMO ENRIQUECEDOR EM DALTON TREVISAN.

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09-DOMINGOS PELLEGRINI: DAS TRILHAS À REDE: MARCAS DA TERRA VERMELHA

10- O UNIVERSO FEMININO LITERÁRIO PARANAENSE

11- A LITERATURA PARANAENSE TRAZ ESTIMULOS À LEITURA E PROVOCA A VONTADE DE SERMOS ESCRITORES. Agora o escritor é você.

Fazer a pesquisa considerando aspectos culturais, psicológicos, sociais tipos físicos das personagens, espaço das obras, tempo, mensagens percebidas através das obras, conceitos de conhecimento literário e artístico etc. Confeccionar a Pasta da Literatura Paranaense e deixar um exemplar na biblioteca da escola.

Apresentação para a turma.

Abertura para críticas e discussões.

9-SUGESTÃO DE LEITURA

9.1-

CATEGORIA: Revista

SOBRENOME: MACHADO

NOME: Eduardo Pereira

TÍTULO DO ARTIGO: Caminhos da Literatura: Alicerce para a leitura

TÍTULO DA REVISTA: LÍNGUAS E LETRAS

LOCAL DA PUBLICAÇÃO: Cascavel

VOLUME OU TOMO: 8

FASCÍCULO: 14

PÁGINA INICIAL: 237

PÁGINA FINAL: 246

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DISPONÍVEL EM: http://www.unioeste.br

DATA DA PUBLICAÇÃO: Jan 2007

COMENTÁRIOS

Sempre buscamos o novo; mas se o conhecimento está revestido com nova roupagem, porque continuam aplicando critérios antigos, que, por vezes, não fazem parte da realidade contemporânea dos educandos. Ao retratar a realidade do ensino de Literatura, deparamo-nos com uma triste realidade norteada dificuldade em ensinar Literatura, além das já mencionadas, pode estar, também, na desatualização do profissional da área, que na sua função de mediador do conhecimento não provoca de forma desafiadora a interação entre o aluno e o mundo da leitura/literatura. Dessa forma, o educador não diversifica seus métodos, uma vez que não por dificuldades a serem vencidas – iniciando com a formação do profissional e a quebra de seus (pré)conceitos e, por fim, mas não menos importante, considerando o perfil do aluno, suas vivências, seu contexto e suas (des)motivações.

Portanto, ao receber os alunos para a aula de Literatura, o professor deve, como tarefa primordial, estabelecer dentro de sua sala de aula uma interatividade, de tal forma que possa aguçar o interesse desses jovens aprendizes pela leitura, já que vivemos em um mundo onde a televisão, o videogame, o computador e o shopping center estão cada vez mais conquistando espaço dentre os afazeres diários da criança, do adolescente e até mesmo do adulto, tornando a concorrência perante a leitura, cada vez mais acirrada.

9-SUGESTÃO DE LEITURA

9.1-

CATEGORIA: LivroI

SOBRENOME: Tezza

NOME: Cristovão

TÍTULO DO LIVRO: O Filho Eterno

EDIÇÃO: 1

LOCAL DA PUBLICAÇÃO: Rio de Janeiro

EDITORA: Record

DISPONÍVEL EM: < http://www.cristovaotezza.com.br>

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ANO DA PUBLICAÇÃO: 2007

Cristovão Tezza (foto), conceituado escritor brasileiro contemporâneos, acaba de publicar seu novo livro. Intitulado “O Filho Eterno” (editora Record, 224 pág., R$ 28,90). A obra é um corajoso relato autobiográfico narrado em terceira pessoa.

Já muito comentado pelo público e com excelentes críticas veiculadas na imprensa, os textos abordam desde o momento em que o protagonista está prestes a ter seu primeiro filho, até o instante em que ele pergunta ao médico, dentro do hospital, sobre a saúde da criança. O resultado é um relato instigante, que faz o leitor se emocionar com os detalhes e a seqüência descrita neste romance.

www colunasparanashop.com.br,

CATEGORIA : LivroI

SOBRENOME: SIDEKUN

NOME: Antônio

TÍTULO DO LIVRO: Alteridade e Multiculturalismo

EDIÇÃO: 1

LOCAL DA PUBLICAÇÃO: Ijuí-RS

EDITORA: Unijuí

DISPONÍVEL EM: < http://www.unijui.tche.br/unijui/editora/

ANO DA PUBLICAÇÃO: 2003

COMENTÁRIOS

Busca-se um novo referencial para definir cultura. No diálogo das diferentes culturas dá-se a ética do reconhecimento, da alteridade. A construção da identidade para o sociólogo Manuel Castells –é o processo de construção da

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identidade “da” e “ nas” cidades. Os líderes políticos tendem a impor sua identidade pessoal, desintegrando toda uma cultura identitária. Buscar uma Literatura que encontre pontos que identifique o estado do Paraná é quase impossível. Podemos identificar a nossa literatura paranaense no reconhecimento das diferentes etnias. Nosso imaginário social coletivo está permeado de tensões culturais, sociais, políticas e econômicas. Como a literatura tem na recepção o ponto de chegada, as transformações ocorrem após entrarem em confronto entre idéias do autor x recepção do leitor. A nova ideologia formada é o resultado do despertar da sensibilidade, de se ver no lugar dos sujeitos ficcionais, de ver o que esse sujeito vê. Aceitar um comportamento. Ou rejeitá-lo. Criar novos conhecimentos e comportamentos que não estavam nos padrões e modelos de antes. Esse livro é um instrumento de apoio para entender a Literatura e a sociedade paranaense.

9.3-

CATEGORIA : INTERNET

SOBRENOME: BENITEZ

NOME: Greta

TÍTULO DO Site: Greta Benitez por mim mesmo a própria

EDIÇÃO: 1

LOCAL DA PUBLICAÇÃO: Ijuí-RS

EDITORA: Unijuí

DISPONÍVEL EM: < http://www.geocities.com/gretabenitez

ACESSADO EM: Jan. 2008

Comentários

Essa sugestão de leitura é do professor José Arturo Miranda Batalha. Participante do GTR Literário - Literatura paranaense faz sua pesquisa sobre a escritora Greta Benitez.

"Nossa literatura, paranaense, está calcada no amadurecimento que se deu no meio urbano”. Não que haja apenas um viés literário, o urbano; mas prevalece pela acentuada urbanização do país e em conseqüência do Paraná.

Sua poesia e sua prosa estão empapadas de urbanidade no sentido das experiências pessoais ou de cidadã: “Sou uma garota assim, com idéias meio bizarras. Minha poesia é fotográfica, visual. Combinações inusitadas de objetos e cores traduzidas em palavras de uma forma rimada... Um dos meus

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objetivos na poesia é tentar escrever sobre o que todos conhecemos( ou talvez não) de uma maneira original. E de alguma forma, usar essa liberdade que as palavras propiciam para criar diferentes atmosferas e falar um pouco do meu mundo urbano, das minhas ruas estreitas, dos marinheiros, das mulheres impossíveis e outros cenários e criaturas que me habitam.” ( http://www.geocities.com/gretabenitez/pormim.html)

(... Essas estranhas mulheres da cidade Mulher-dama Dominatrix Mulheres do norte Mulheres que eram homens Mulheres sabem a verdade Essas estranhas mulheres de cidade). (http://www.geocities.com/gretabenitez/essase.html)

Greta é Jornalista, pós-graduada em Marketing, Curitibana, também onde reside. Mãe escritora e pai jornalista.

A escritora não fala em Curitiba, mas seu “ chão” literário é urbano, lembra a classe média, seja na sua futilidade , seja nas suas dores e perplexidades, ironias quanto aos seus valores ou situações; imobilidades ou “ soluções” arranjadas pela sobrevivência moral e mental.

“A música é fundamental na minha vida, pela carga de emoção que traz. Tanto a sensualidade do blues... Adoro saber que sempre haverá um novo (pode ser até antigo, mas que eu ainda não conheça) disco, um novo poeta, um novo pintor a ser descoberto.” (http://www.geocities.com/gretabenitez/pormim.html).

Seguindo a vertente do nosso grupo de estudo, penso que Greta Benitez é uma figura literária atual, representante de uma classe média ilustrada e que compõe a cidade como o lugar onde se vive, onde as paixões ocorrem e onde as frustrações e realizações abundam. O imaginário de Greta Benitez está no lirismo, no sentimento baseado nas percepções temporais e existenciais.

A sua poesia urbana, ode às mulheres. A sensualidade notada e valorizada. Sua poética desde o olhar feminino joga com a música, não a dos pagodes ou o que está no ar, mas a francesa, a americana, a que acompanha um vinho. Claro, sua escrita não é a do “politicamente correto” , porém a do certo “marginal” e “ fatídico” , como nos exemplos encontrados no site da escritora.

10- DESTAQUES

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TÍTULO: O FILHO ETERNO

FONTE: Revista Veja- Edição 2002; 22/08/2007

TEXTO:

Pai Anti-herói é o nome do artigo da Revista Veja que traz uma crítica sobre o livro do escritor Cristovão Tezza.

Radicado no Paraná, considerado escritor paranaense lança o livro "O Filho eterno " definido pelos editores como um livro corajoso. Ali ele conta as dificuldades de ter e criar um filho com síndrome de Down. O livro comove e choca. Numa linguagem simples emocionada ele narra através da ficção, uma história que é um romance autobiográfico. O livro suscita a discussão da inclusão. Apesar de ser um autor catarinense, Cristóvão Tezza radicado no Paraná apresenta a obra abrindo o seu coração como pai. Em um dado momento ele fala: "... A vergonha! A vergonha! - Ele dirá depois- é uma das mais poderosas máquinas de enquadramento social que existem". O fato de ter um filho especial é uma clara noção de que ele fracassou como homem, o que procria. E para nós professores, o livro cai como uma luva. O tema inclusão traz a reflexão do que a sociedade espera de nós. Quantos pais de crianças especiais procuram a escola pública para incluir seus filhos. E a direção, os professores adiantam que a escola e seus educadores não sabem lidar com o ensino adequado para o portador de necessidades especiais. A criança com o problema de uma anomalia que a vida já fez diferente do padrão normal, acaba sendo rejeitada pela escola pública que sua família contribui para que se mantenha a serviço da sociedade. O que nós precisamos fazer para resolver uma questão delicada como essa é nunca rejeitar o nosso aluno diferente, mas abrir as portas para que comece a socializar-se e com naturalidade os colegas irão interagindo, a escola buscará alternativas e possibilidades para que esse aluno tenha progresso dentro da sua limitação. Não podemos avaliar o aluno portador de necessidades especiais da mesma forma que avaliamos os alunos que tem um padrão de normalidade. E se precisar que a professora ajude que seja muito auxiliado, porque para o aluno conta as conquistas que ele consegue. E essa avaliação, observadora, reflexiva é que se deve fazer. A seriedade desse trabalho de inclusão tem suporte legal onde é assegurado todos os direitos de adaptação conforme as limitações, progressão e trabalho. Está na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional a descrição dos artigos que asseguram esse direito. Nós precisamos ver além das paredes da sala de aula e dos muros escolares os pais que precisam da nossa competência que num primeiro momento vai ser afetivo-social. E depois criar-se-á mecanismos de encontrar o melhor canal pelo qual o aluno especial se desenvolve. Podemos ser humanizadores. Eis o destaque desta temática. A partir de uma obra literária iniciamos a construção de uma cultura da inclusão ou ficar num esquema de perfeição. O que os professores podem fazer para que a escola pública efetive a inclusão? No site www.cristovaotezza.com.br encontram-se críticas de jornalistas, escritores, blogs, os quais falam com serenidade sobre a obra.

11- NOTÍCIAS

CATEGORIA : Jornal on-line

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TÍTULO DA NOTÍCIA: Capitão da PM entra para a Academia da Cultura de Curitiba

Nome do jornal; Diplomacia e Negócios

DISPONÍVEL EM: < http://www.diplomaciaenegocios.com.br>

ACESSADO EM: JAN. 2008

O livro de contos “Manuscritos de Sangue”, lançado na Bienal do Livro este ano, contribuiu para que o policial fosse convidado a ocupar uma cadeira na Academia.

A Academia de Cultura de Curitiba (ACCUR) empossou o capitão da Polícia Militar do Paraná, Waldick Garrett, 32 anos, que é escritor e tem várias obras literárias publicadas no Brasil e em outros países. Garrett foi convidado a ocupar uma cadeira na Academia depois de uma longa análise do seu currículo e da sua produção literária.

“Garrett tem um estilo próprio que merece não apenas ser divulgado, mas também reconhecido. Precisamos valorizar os escritores e artistas paranaenses e inseri-los no contexto nacional como gente da nossa terra”, disse o presidente da ACCUR, João Darcy Ruggeri. Segundo ele, idoneidade moral comprovada e qualidade cultural são alguns dos requisitos básicos para assumir uma cadeira na ACCUR.

O membro da Academia Paranaense de Letras, coronel Antônio Celso Mendes, será o padrinho de Garrett. Mendes, que é escritor, tem um longo currículo reverenciado por grandes escritores e artistas nacionais.

Accur - A Academia é uma instituição composta por mais de duzentos acadêmicos, entre artistas plásticos, filósofos, cantores, músicos, trovadores, poetas e historiadores. Seus integrantes trabalham para a divulgação da cultura e o incentivo ao desenvolvimento das artes na capital. “Nós abrimos as portas da Academia para os artistas entrarem e dizemos: caminhem” ! Existem muitos artistas na capital que não foram descobertos e o nosso objetivo é incentivá-los a continuar, com participações em eventos e mostras culturais.

Manuscritos - O capitão da Polícia Militar do Paraná, Waldick Garrett, lançou nacionalmente seu primeiro livro este ano, durante a XIX Bienal Internacional do Livro, em São Paulo. O lançamento nacional de “Manuscritos de Sangue – 13 contos de suspense, mistério e horror” aconteceu no estande da Editora Novo Século, conhecida por apresentar bons autores de terror e suspense ao público e que, agora, aposta no sucesso da fórmula adotada pelo escritor paranaense. Sua primeira edição está sendo vendida em 1.500 pontos

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espalhados por todo o país.

O suspense e o mistério são temas que Garrett foi buscar na Inglaterra, nas obras do escritor bretão Algernon Blackwood (1869-1951), considerado por muitos como o mestre do gênero do terror, a quem o escritor dedica o primeiro conto de seu livro, “O Canto Esquerdo”.

Mais um escritor que surge na contemporaneidade. O gênero suspense agrada os leitores mais jovens por despertarem a atenção

LEIA CONTO DO AUTOR:

http://www.diplomaciaenegocios.com.br/ntc.asp?Cod=1011

11.2- Notícia

Morre, aos 60 anos, o escritor e jornalista Manoel Carlos Karam

Morreu, na madrugada deste sábado (1), de câncer no pulmão, no Hospital Nossa Senhora das Graças, em Curitiba, o escritor e jornalista Manoel Carlos Karam, 60 anos .

Karam era catarinense de Rio do Sul, e vivia em Curitiba desde a década de 60. Cursou jornalismo na Pontifícia Universidade Católica, publicou sete romances, vencendo o prêmio Cruz e Souza de Literatura, em 1995, com a obra Cebola. Também escreveu 20 peças teatrais. Como jornalista, trabalhou na RPC TV, nos jornais o Estado do Paraná, Tribuna do Paraná e na prefeitura de Curitiba. No velório, os amigos lembraram da importância de Karam para a cultura curitibana e da perda para a sociedade. “O seu texto conseguia reproduzir a essência do curitibano. A sua passagem deixou amigos e admiradores, num percurso pontilhado de amizades”.

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Para conhecer obras do autor que é considerado paranaense, por aqui viver desde a década de 70

Acesse: http://rascunho.rpc.com.br

12-RECURSO PARANÁ:

LITERATURA PARANAENSE MARCA PRESENÇA NA MÍDIA

Literatura Paranaense sob o domínio da história urbana

O Paraná tem uma literatura que auxilia na composição de sua identidade.A literatura paranaense é em sua maioria composta pelo gênero breve, marcado pela contemporaneidade. Temos contistas, poetas, cronistas, haicais. É a presença do gênero urbano (contrário ao regionalismo), que flui de forma mais facilitada pela internet. As preferências ficam por conta dos leitores, que detém um olhar interessado no discurso desses escritores. Os escritores do Paraná são fortemente influenciados pelo comportamento social do habitante das cidades paranaenses. Há um conflito de diálogos de gerações: o homem mais velho marcado pela participação política e a geração do homem mais novo, pelo esgotamento de utopias, pela idéia final do sistema político. O Paraná era representado por Nestor Vítor, Dario Veloso, Emiliano Perneta, Dalton Trevisan. A modernidade marca as cidades paranaenses como laboratório para as criações literárias. Nos anos 70 houve uma esteira e um direcionamento para retratar os problemas gerados pela urbanização. Hoje através da internet podemos conhecer melhor os escritores paranaenses contemporâneos: Domingos Pellegrini, Miguel Sanches Neto, Regina Benitez, Greta Benitez, Luci Collin, Helena Kolody, Cristóvão Tezza, Paulo Leminski, Alice Ruiz, Estrela Leminski que aparecem na mídia paranaense com freqüência. Há uma variedade de artigos científicos que mostram novos olhares sobre os escritores contemporâneos. A SEEC tem um sitio voltado para a cultura e literatura paranaense. Esse espaço disponibiliza a nós professores o conhecimento de escritores paranaenses, músicos, tradutores, críticos literários, cuja linguagem leva à reflexão sobre o espaço paranaense da capital oa interior . As possibilidades de múltiplas leituras despertam curiosidades nos leitores. Os que antes não gostavam de ler porque o livro exige maior aprofundamento e clareza, agora tem diante de si blogs coloridos, que falam de autores novos, compondo a nova tendência de escritores da mídia numa linguagem cheia de imagens e efeitos. Desse fato decorrem duas constatações: um fator positivo pelo aspecto facilitador da leitura dos clássicos, que são disponibilizados na mídia e pelo acesso rápido e estético visual de agrado do público leitor. Estes são em grande parte jovens que percorrem os sites atrás de novos olhares sobre as obras literárias. O aspecto negativo mostra muitas criações literárias de consumo sem qualidade estética, e com muito plágio. Mas a literatura paranaense desperta atenção,e torna-se objeto de estudo, pois os gêneros aqui cultivados são próprios da contemporaneidade e destacam-se pelas marcas literárias de cada autor. A literatura daqui volta-se para a cidade porque esta não é só um espaço geográfico – mas a visão de mundo enraizada. A

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presença de Adélia Maria Wollner (poesia e contos), Dalton Trevisan (poesia, romance e contos), Luci Collin (poesia e contos), Regina Benitez, (contos), Greta Benitez (poesia), Miguel Sanches Neto (poesia, contos, crônicas, romances, crítico literário), Mirian Paglia Costa (poesia), Lais Miranda (poesia), Paulo Leminski (poesia, romances), Alice Ruiz (poesia e contos), Estrela Leminski (poesia), Reinoldo Atem (poeta), Marília Kubota (poesia), Janice da Silveira (contos e crônicas).