Material 7 Ano Feudalismo

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I Orientação para o Professor – História – 7. o ano – 1. o Bimestre APRESENTAÇÃO “A Idade Média não é nem o buraco negro da história ocidental nem o paraíso perdido. É preciso renunciar ao mito tenebroso tanto quanto ao conto de fadas.” Jérôme Baschet Apesar dos esforços dos historiadores, a Idade Média ainda é vista pelo senso comum como época de atraso econômico e cultural; longo intervalo entre a Antiguidade e o Renascimento, época de barbárie e obscu- rantismo. Ao mesmo tempo e de forma ambígua, castelos, cavaleiros, torneios e grandes catedrais produzem uma imagem idealizada dos tempos medievais. Estudar esse período histórico em suas especificidades contribui para matizar essas visões e ressaltar sua singularidade. Este bimestre, o aluno irá estudar a formação e as principais características do feudalismo europeu, o Império Bizantino, a emergência do mundo islâmico e a expansão da cristandade com as Cruzadas. Por fim, ele será também apresentado às transformações econômicas e sociais ocorridas na Baixa Idade Média, assunto que terá continuidade no bimestre posterior que aprofunda a discussão sobre a desarticulação do sistema feudal e o surgimento do capitalismo. É certo que medievalistas seguidores de Jacques le Goff, renomado historiador francês especializado nesse período, propõe a existência de uma “longa Idade Média”, para além do século XV. Esta iria do final do Império Romano até a Revolução Industrial. Essa expansão dos limites tradicionais da Idade Média traz vantagens para análise de aspectos característicos dos tempos medievais, tais como a preponderância da Igreja face à laicização do século XVIII, por exemplo, inserindo-os na perspectiva historiográfica da “longa duração”. Entretanto, essa discussão produzida no meio acadêmico não invalidou, pelo menos por enquanto, a manutenção dos recortes estabelecidos no século XVII que dividem a história humana desde então em Antiguidade, Idade Média e Tempos Mo- dernos, acrescidos depois de Idade Con- temporânea. ORIENTANDO O TRABALHO EM CLASSE AULA 1 Origem histórica de Constantinopla, loca- lização geográfica e importância econômica. O Império de Justiniano: grande obra legislativa. Movimentos religiosos bizantinos: Igreja Católica Ortodoxa. AULA 2 A introdução aos estudos medievais e a instalação das bases feudais na Europa cons- tituem os temas centrais desta aula. AULAS 3 e 4 Bases para a implantação do feudalismo na Europa. Fatores da crise do Império Roma- no. Fatores de influência dos povos vizinhos ao Império. Invasões vikings e magiares assolam a Europa a partir do século VIII. AULA 5 Questões de poder e política no feuda- lismo. Contratos e relações feudo-vassálicas. AULAS 6 e 7 Uma verdadeira sociedade feudo-clerical. Investidura leiga – simonia nicolaísmo. Movimento de Cluny e o Colégio dos Cardeais. Heresias medievais. AULA 8 As origens da expressão “Idade das Trevas”. Papel e função da Igreja na educação – escolas paroquiais e palatinas. Mosteiros e os copistas medievais. Grandes catedrais medievais – estilo gó- tico e românico. AULA 9 As transformações socioeconômicas advindas do período da Baixa Idade Média são temas em destaque nesta aula. AULAS 10 e 11 Arábia, no período anterior ao profeta Maomé. Beduínos do deserto e coraixitas nas cidades. Meca e sua função religiosa, peregri- nações. Maomé e as bases do islamismo. Estado teocrático, expansão religiosa e militar. AULA 12 Nesta aula salientaremos o movimento das Cruzadas e suas determinações religiosas e econômicas. AULA 13 A comparação entre os povos estudados ao longo do bimestre permitirá que o aluno estabe- leça diferenças, semelhanças e fixe conceitos. AULA 14 A resolução desse “caça palavras” constitui-se em uma atividade lúdica com características de revisão bimestral. ATIVIDADE OPCIONAL 1 Ao trabalhar com o texto: Os nobres cavaleiros medievais, o aluno entrará em contato com uma cerimônia do tempo medieval: o ritual de sagração de um cavaleiro. ATIVIDADE OPCIONAL 2 Sob a orientação do professor, a classe deverá construir uma maquete, representando o espaço feudal. O trabalho poderá ser individual ou desenvolvido em pequenos grupos. ORIENTANDO O TRABALHO EM CASA TAREFA 1 Atividade em que o aluno deverá ima- ginar-se morando em Istambul, na Turquia. Deverá escrever uma carta ao seu melhor amigo que ficou no Brasil, descrevendo a cidade que outrora foi denominada Cons- tantinopla, sede do Império Bizantino. O aluno deverá ser orientado a pesquisar e a utilizar os textos dessa aula. TAREFA 2 Após uma leitura do texto complementar “Idade Média, Castelos e Cavaleiros”, o aluno deverá fazer uma representação visual do tempo medieval. TAREFAS 3 e 4 Após a leitura e análise do texto proposto, o aluno deverá dar continuidade à história, finalizando-a. TAREFA 5 Atividade em que o aluno irá revisar os principais conceitos trabalhados nessa aula.

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I

Orientação para o Professor – História – 7.o ano – 1.o Bimestre

APRESENTAÇÃO

“A Idade Média não é nem o buraco negroda história ocidental nem o paraíso perdido.É preciso renunciar ao mito tenebroso tanto

quanto ao conto de fadas.”Jérôme Baschet

Apesar dos esforços dos historiadores, aIdade Média ainda é vista pelo senso comumcomo época de atraso econômico e cultural;longo intervalo entre a Antiguidade e oRenascimento, época de barbárie e obscu -rantismo. Ao mesmo tempo e de formaambígua, castelos, cavaleiros, torneios egrandes catedrais produzem uma imagemidealizada dos tempos medievais. Estudar esseperíodo histórico em suas especificidadescontribui para matizar essas visões e ressaltarsua singularidade.

Este bimestre, o aluno irá estudar aformação e as principais características dofeudalismo europeu, o Império Bizantino, aemergência do mundo islâmico e a expansãoda cristandade com as Cruzadas. Por fim, eleserá também apresentado às transformaçõeseconômicas e sociais ocorridas na Baixa IdadeMédia, assunto que terá continuidade nobimestre posterior que aprofunda a discussãosobre a desarticulação do sistema feudal e osurgimento do capitalismo.

É certo que medievalistas seguidores deJacques le Goff, renomado historiador francêsespecializado nesse período, propõe aexistência de uma “longa Idade Média”, paraalém do século XV. Esta iria do final doImpério Romano até a Revolução Industrial.Essa expansão dos limites tradicionais daIdade Média traz vantagens para análise deaspectos característicos dos tempos medievais,tais como a preponderância da Igreja face àlaicização do século XVIII, por exemplo,inserindo-os na perspectiva historiográfica da“longa duração”. Entretanto, essa discussãoproduzida no meio acadêmico não invalidou,pelo menos por enquanto, a manutenção dosrecortes estabelecidos no século XVII quedividem a história humana desde então emAntiguidade, Idade Média e Tempos Mo -dernos, acrescidos depois de Idade Con -temporânea.

ORIENTANDO O TRABALHO EM CLASSE

AULA 1

Origem histórica de Constantinopla, loca -li zação geográfica e importância econômi ca. OImpério de Justiniano: grande obra legislativa.

Movimentos religiosos bizantinos: IgrejaCatólica Ortodoxa.

AULA 2

A introdução aos estudos medievais e ainstalação das bases feudais na Europa cons -tituem os temas centrais desta aula.

AULAS 3 e 4

Bases para a implantação do feudalismona Europa. Fatores da crise do Império Ro ma -no. Fatores de influência dos povos vizinhosao Império.

Invasões vikings e magiares assolam aEuropa a partir do século VIII.

AULA 5

Questões de poder e política no feuda -lismo. Contratos e relações feudo-vassálicas.

AULAS 6 e 7

Uma verdadeira sociedade feudo-clerical.Investidura leiga – simonia – nicolaísmo.Movimento de Cluny e o Colégio dos

Cardeais.Heresias medievais.

AULA 8

As origens da expressão “Idade das Trevas”.Papel e função da Igreja na educação –

escolas paroquiais e palatinas.Mosteiros e os copistas medievais.Grandes catedrais medievais – estilo gó -

tico e românico.

AULA 9

As transformações socioeconômicasadvindas do período da Baixa Idade Média sãotemas em destaque nesta aula.

AULAS 10 e 11

Arábia, no período anterior ao profetaMaomé. Beduínos do deserto e coraixitas nascidades. Meca e sua função religiosa, peregri -nações. Maomé e as bases do islamismo.Estado teocrático, expansão religiosa e militar.

AULA 12

Nesta aula salientaremos o movimentodas Cruzadas e suas determinações religiosas eeconômicas.

AULA 13

A comparação entre os povos estudados aolongo do bimestre permitirá que o aluno estabe -leça diferenças, semelhanças e fixe conceitos.

AULA 14

A resolução desse “caça palavras”constitui-se em uma atividade lúdica comcaracterísticas de revisão bimestral.

ATIVIDADE OPCIONAL 1

Ao trabalhar com o texto: Os nobrescavaleiros medievais, o aluno entrará emcontato com uma cerimônia do tempomedieval: o ritual de sagração de um cavaleiro.

ATIVIDADE OPCIONAL 2

Sob a orientação do professor, a classedeverá construir uma maquete, representando oespaço feudal. O trabalho poderá ser individualou desenvolvido em pequenos grupos.

ORIENTANDO O TRABALHO EM CASA

TAREFA 1

Atividade em que o aluno deverá ima -ginar-se morando em Istambul, na Turquia.Deverá escrever uma carta ao seu melhoramigo que ficou no Brasil, descre vendo acidade que outrora foi denominada Cons -tantinopla, sede do Império Bizantino. O alunodeverá ser orientado a pesquisar e a uti lizar ostextos dessa aula.

TAREFA 2

Após uma leitura do texto complementar“Idade Média, Castelos e Cavaleiros”, o alunodeverá fazer uma representação visual dotempo medieval.

TAREFAS 3 e 4

Após a leitura e análise do texto proposto,o aluno deverá dar continuidade à história,finalizando-a.

TAREFA 5

Atividade em que o aluno irá revisar osprincipais conceitos trabalhados nessa aula.

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TAREFAS 6 e 7

O aluno deverá escolher uma das formasde religiosidade elencadas no exercício e pes -quisá-la, considerando a questão da tolerânciareligiosa.

É interessante o professor recolocar essatemática, em breve discussão, durante a cor -reção.

TAREFA 8

O objetivo da tarefa é levar o aluno aperceber a presença na atualidade de umfenômeno cultural originado na Idade Médiaque foi trazido para o Brasil pelo colonizadoreuropeu. Trata-se de uma oportunidade para oprofessor refletir com os alunos acerca dasdiferentes temporalidades existentes noproces so histórico que se revelam neste caso,da permanência no presente de resquícioscultu rais do passado, ainda que com novascaracte rís ticas. É importante ressaltar que nãose trata do mesmo fenômeno já que a ação dotempo nele produziu modificação e seusignificado no período atual deve ser buscadono contexto histórico existente hoje.

TAREFA 9

Atividade de fixação de conceitos traba -lha dos em sala de aula.

TAREFAS 10 e 11

O aluno deverá ser orientado a pesquisarem diferentes tipos de fontes sobre o conflitoárabe-israelense, considerando a disputa sobrea cidade de Jerusalém. Em seguida, deverárecortar e colar uma matéria jornalística so breessa questão e escrever um breve resumo.

TAREFA 12

Atividade de fixação de conceitos a partirda resolução das grades da palavra-cruzada.

TAREFA 13

I. Exercício de fixação em que o alunodeverá relacionar as colunas, colorindo osretângulos de acordo com a legendaproposta.

II. O aluno irá elaborar uma redação a partirda questão proposta nesse exercício. Aleitura das aulas anteriores,principalmente os textos relacionados aocotidiano do tempo medieval, constituiuimportante subsídio ao trabalho do aluno.

TAREFA 14

Ao resolver a bateria de testes, o alunoestará revisando os principais conceitostrabalhados ao longo desse bimestre.

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1. IntroduçãoNo ano de 476, o líder germânico Odoacro tirou

Rômulo Augusto, último imperador romano, do poder. Erao fim do Império Romano do Ocidente. Mas, você poderáperguntar: o que aconteceu com a porção oriental doImpério Romano?

Com a constante pressão dos povos “bárbaros” e odeclínio do Império Romano do Ocidente, a porção orientalpassou por um processo de reorganização interna, dandoorigem ao Império Bizantino, que perseguia o objetivo dereconstruir o Império Romano.

Aula

1Império Bizantino, o poder que vem do OrienteData: _____/_____/_____

Gravura mostrandoConstantinopla como

uma fortalezainatingível.

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2. César Flavius Justinianus – um imperadorEsse imponente nome romano designou um dos mais importantes períodos da história bizantina, o reinado de

Justiniano, que, ao lado de sua mulher, Teodora, esteve no poder entre os anos de 527 e 565.Justiniano e seu governo representavam uma tentativa de restaurar as bases do Antigo Império Romano, por meio

do expansionismo e das guerras. Ao longo do século VI, Constantinopla detinha o controle sobre as mercadorias quecirculavam entre Ocidente e Oriente, no Mar Mediterrâneo. A moeda de ouro bizantina – a numisma – era utilizada nocomércio entre todos os povos da região.

Vamos trabalhar com mapa?

A partir da leitura comparativa dos dois mapas utilizados nesta aula, caracterize o expansionismo bizantino no séculoVI.

O governo do imperador Justiniano, século VI, corresponde ao período da máxima expansão do Império Bizantino. O imperador

aumentou a taxa de impostos para financiar as guerras contra outros povos.

Neste exercício, o aluno deverá observar a expansão territorial desse império por meio da comparação dos dois mapas.

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MosaicoBizantinorepresentandoa imperatrizTeodora.

Justiniano ampliou seu poder para as questõesreligiosas do Império. Ele nomeava o patriarca –principal autoridade eclesiástica –, que passava a exercertambém função política. A essa participação doimperador na religião denominamos cesaropapismo.

3. Uma importante legislaçãoUma das grandes contribuições desse período foi no

campo da legislação. Um grupo de estudiosos das leis,junto com o imperador, criou o Corpus Juris Civilis(Corpo do Direito Civil), que adaptava o Antigo DireitoRomano às necessidades bizantinas. Mais tarde, esseconjunto de leis ampliou-se a todo o Ocidente.

Leia com muita atenção o documento histórico,desta página que é a introdução de uma obra legis la tivadenominada Institutas, uma grande síntese do DireitoCivil destinada à aprendizagem dos estudantes, eresponda ao que se pede:

4. A revolta bizantina

Mosaico bizantino representando o imperador Justiniano.

Em 532, a cidade de Constantinopla era cenário deviolentas batalhas que reivindicavam a saída deJustiniano do poder.

A população estava profundamente insatisfeita com apolítica do imperador e de seus generais, pois ocorreram:

• o aumento de impostos para financiar guerras econquistas;

• problemas religiosos que estavam dividindo aunidade da Igreja Católica no império.

A revolta, denominada Nika, iniciou-se em umhipódromo, onde a população, aos gritos de “NIKÉ” (vi -tória em grego), exigia que o imperador deixasse o poder.

Justiniano pensou em abdicar, mas Teodora, a im -pera triz, impediu-o. A Revolta Nika foi violentamentere primida pelo general Belisário, que degolou os líderesno hipódromo de Constantinopla.

1. A quem o imperador está se dirigindo?Aos jovens que estudavam as leis.

2. Segundo o texto, qual a importância das leis?

Manter um Estado forte e organizado, tanto em períodos

de guerra ou de paz.

Você sabia?A imperatriz Teodora exerceu grande influência no

governo de Justiniano e foi considerada uma das figuras mais importantes do Império Bizantino. A imperatriz era filha de um domador de ursos, portanto de origem social humilde.

––––––––––––––––––––––––––––––– ––––––-––––––––––––––––––––Introdução às Institutas

“O imperador César Flavius Justinianus – vencedor dosalamanos, godos, francos e vândalos; religioso, glorioso,vitorioso, triunfante, sempre augusto – saúda aos jovensestudantes das leis.

Para que o Estado seja bem governado tanto na guerracomo na paz, a majestade imperial deve apoiar-se nasarmas e nas leis.

Com muito cuidado e dedicação, e, com a graça de Deustodo-poderoso, nós iremos cumprir esta dupla tarefa.”

Prefacio a Las Instituciones citado em: MONTERO, Severiano (Org.).Historia de las Civilizaciones. Madri, Akal Edicio nes, p.122.

DOCUMENTO

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5. O Império Bizantino chega aofim

O povo bizantino festejou, em 565, a morte deJustiniano. Esperava-se uma nova era, sem guerras e commenores taxas de impostos.

Porém, os sucessores políticos do imperador enfren -tavam problemas político-econômicos, os cidadãos nãoobtiveram uma melhoria na qualidade de vida e a regiãobizantina perdeu, gradualmente, o seu esplendor inicial.

Em 1054, Constantinopla rompeu com o Vaticano, oque deu origem à Igreja Católica Ortodoxa, chamada pormuitos de Igreja Católica Ortodoxa Grega.

Em 1453, os turcos otomanos invadiram Constan -tinopla, colocando fim ao antigo Império Romano doOriente.

Você sabia?

Mosaico é uma manifestação artística típica da cultura bizantina. É uma técnica em que são formadas imagens a partir da combinação e junção de milhares de pedrinhas ou vidros coloridos.

Degolar = ato de cortar a cabeça.Eslavos = povos indo-europeus que deram origem aosatuais russos, poloneses, búlgaros, tchecos, sérvios,ucranianos e outros.Reivindicar = pedir, exigir.Sucumbe = submete-se, cai em derrota.

V O C A B U L Á R I O

––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––O legado de Bizâncio

“O Império Bizantino, de maneira geral, era grego e bastante consciente disso, na língua, literatura, teologia e culto, masromano no Direito, organização militar, diplomacia, política fiscal, concepção da supremacia do Estado. (...)

Contudo, é indispensável acrescer a essa análise o cristianismo. (...) A tradição cris tã tinha sua personalidade, não podendoser considerada apenas um apêndice da cul tura clássica. (...) O Império Bizantino foi a fusão da tradição helenística com atradi ção romana realizada através do cristianismo.

Por isso mesmo é que Bizâncio se diferenciava do Ocidente [na Idade Média], onde a tradição helenística era fraca e oselementos latinos e germânicos é que foram fundi dos pelo cristianismo para formar o que se chama de civilização ocidental cristã.

Bizâncio pôde exercer poderosa influência (…) O Ocidente (…) deve-lhe vários pontos de apoio de seu progresso cultural ematerial (…).

No entanto, os grandes beneficiados pelo papel histórico civilizador do Império Bizantino foram os povos eslavos da EuropaOriental. Eles foram cristianizados por missionários bizantinos e junto com a religião puderam receber noções de governo,princípios de direito, elementos de cultura intelectual e artística. O próprio alfabeto eslavo (…) foi um instrumento criado pelosmonges bizantinos (…).

O desaparecimento do Império Bizantino diante dos turcos não pôs fim à sua civili zação. A Rússia (…) proclamou-se suaherdeira e continuadora. (…) Moscou era, decla radamente, a sucessora de Constantinopla, como essa o fora de Roma...”

(FRANCO JR., Hilário e ANDRADE Filho, Ruy de Oliveira. O Império Bizantino. 2ª ed. São Paulo, Brasiliense, pp. 92-95, 1987.)

TEXTO COMPLEMENTAR

Para saber mais sobre o assunto, acesse o PORTAL OBJETIVO (www.portal.objetivo.br) e, em “localizar”, digite HIST7F101

No Objetivo

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1. Introdução

Enquanto o Oriente, apesar das guerras, mantinha certaunidade e algum desenvolvimento comercial, no Ocidente,entre os séculos V e XV, estrutura-se na Europa umamentalidade medieval que se assentava sobre as seguintesbases:

• herança cultural greco-romana;• padrão civilizatório dos povos “bárbaros”;• religião cristã.

Por tratar-se de um período histórico bastante longo– mil anos de tempo medieval –, utiliza-se para fins deestudo a seguinte divisão:

Castelo Medieval de Ponferrada. Monumento Histórico Artístico.www.fuenterrebolo.com/heraldica-piedra/ponferrada.htmlacessado em: 06//12/08.

2. Uma nova ordem na Europa

Você consegue construir uma imagem desse tempomedieval? Leia com atenção esse pequeno texto:

“Escudeiro serve seu cavaleiro à mesa.” In: Campanhas Sagradas – Time Life,Abril Livros, p. 24.

Baixa Idade MédiaSéculos do X ao XV – período de enfraquecimento edeclínio das relações feudais. A Europa ensaia osprimeiros passos em direção ao capitalismo.

Alta Idade MédiaSéculos do V ao X – momento histórico dodesenvolvimento e fortalecimento de relaçõesfeudais.

Aula

2Conhecendo o tempo medievalData: _____/_____/_____

––––––––––––––––––––––––––––––– ––––––-––––––––––––––––––––Idade Média, castelos e cavaleiros

“Falar em feudalismo implica falar de castelos,cavaleiros, senhores feudais, vassalos, cruzadas erebeliões. Implica falar da guerra e do exercício do poderatravés da ‘lei do mais forte’ — além de falar de heróis,cavaleiros de armaduras reluzentes empenhados em salvaros fracos e oprimidos ou resgatar donzelas de castelosencantados e salvá-las de… dragões.

Na verdade, para compreender a cultura e a sociedadefeudal, é preciso desvendar as íntimas relações entre aguerra e o poder. É necessário compreender como guer -reiros puderam impor-se a uma sociedade que sofreuseguidas transformações e dominá-la por quase mil anos.”

(REZENDE Filho, Cyro de B. Guerra e Poder na Sociedade Feudal. São Paulo, Ed. Ática, p.3, 1998.)

TEXTO COMPLEMENTAR

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6

“Guerra Medieval na Europa Ocidental”. In: Campanhas Sagradas – Op. Cit.,p. 24.

No feudalismo, a grande maioria das pessoas viviano campo e era obrigada a pagar tributos ou prestarobrigações aos senhores das terras.

Servos trabalhando na terra – ilustração de um manuscrito do século XII.

Vamos entender melhor?Com ple te o quadro abaixo:

Caça, diversão apreciada pela nobreza feudal. In: Campanhas Sagradas – Op.cit., p. 23.

Você sabia?

As casas em que viviam os servos eram extrema-mente simples, de madeira com telhado de palha e chão de terra. Em caso de guerra ou de perigo iminente, os servos refugiavam-se no castelo feudal.

Senhores feudais: Proprietários dos feudos

Servos: Trabalhavam na propriedade senhorial

Feudo: Grande extensão de terra – propriedade senhorial

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Page 11: Material 7 Ano Feudalismo

7

Trabalhando com texto

––––––––––––––––––––––––––––––– ––––––-––––––––––––––––––––Transformação dos padrões culturais

“Com a queda do Império Romano, desapareceu osistema de ensino, bem como a cultura clássica greco-romana, pois as necessidades impostas pelas novassociedades em formação colocavam diferentes questões,interesses, visão de vida e de mundo, preocupações estéticase literárias. Mas, mesmo deixando de existir, sua influênciafoi marcante na formação da civilização medieval.

Um grande número de historiadores dispensa poucaatenção à cultura intelectual da Alta Idade Média,considerando-a como a Idade das Trevas, na qual só teriaocorrido regressão e atraso. É inegável que ela sofreu umgolpe irreparável com as guerras e a instabilidadeeconômica, política e social, derivada do processo demigração dos povos germânicos.

Com o fortalecimento da Igreja nos primeiros séculos daIdade Média, será ela a responsável pela educação e pelacultura intelectual de quase toda a Europa. Isso de certaforma foi-lhe imposto pela necessidade da formação eeducação do clero, pelo estudo e desenvolvimento dadoutrina, pelas preo cupações filosóficas e teológicas, pelasquestões colocadas pela conversão e evangelização dospovos chamados pagãos. Ao utilizar o latim como sualíngua oficial, auxiliou na preservação de parte da culturaantiga, ao mesmo tempo em que con tava com uminstrumento eficiente para enfrentar as grandes diferençaslinguísticas dos germanos. Ao impor o latim a todos os seusmembros, ela conseguiu um meio de comu nicação paraintegrar falantes dos mais variados idiomas.”

(OLIVEIRA PAIS, Marco Antônio de. A Formação da Europa / AAlta Idade Média. São Paulo, Atual Editora, p.8, 1994.)

TEXTO COMPLEMENTAR

1. Por que razão a Alta Idade Média é considerada,por muitos historiadores, como Idade das Trevas?

Em função da pouca atenção dispensada por muitos histo-

riadores à produção cultural da Idade Média, e da compara-

ção com a cultura greco-romana.

2. Em que medida a Igreja se relaciona com aEducação na Idade Média?

A Igreja tinha o monopólio sobre o saber na Idade Média.

Em muitas regiões da Europa, apenas os religiosos sabiam ler

e escrever.

Clero = a instituição religiosa, Igreja.Cruzadas = expedições organizadas na Europa com oobjetivo de libertar a cidade de Jerusalém, invadida pelosmuçulmanos.Iminente = que ameaça acontecer em breve.Incursão = invasão militar, entrada, penetração.Pagãos = relativo aos povos que não são cristãos.Regressão = volta ao passado, ao tempo.Teológicas = relativas ao estudo da religião.Tributos = impostos.Vassalos = aqueles que dependiam, que estavamsubordinados a um senhor feudal, em um vínculo dejuramento de fidelidade e homenagens.

V O C A B U L Á R I O

Para saber mais sobre o assunto, acesse o PORTAL

OBJETIVO (www.portal.objetivo.br) e, em “localizar”,digite HIST7F102

No Objetivo

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1. Introdução

Os reinos bárbaros no século VI.

Aulas3e 4

Os caminhos da ruralização –origens do feudalismoData: _____/_____/_____

Entre os séculos V e VII, os invasores germânicosorganizaram Estados centralizados – reinos bárbaros –nos quais fizeram a fusão de seu padrão civilizatório comas tradições político-administrativas romanas.

Esses povos lutaram entre si quando da definição deseus territórios e fronteiras e, posteriormente, nomomento das invasões de grupos asiáticos e do extremo-norte europeu. Observe a afirmação do historiadorfrancês George Duby:

A onda de violência que atingiu o sul da Europa, apartir do século V, não era apenas externa. No interior dasociedade romana, havia segmentos de despossuídos efamintos que praticavam saques e pilhagens.

Você estudou anteriormente que, em resposta a essaonda de banditismo, os romanos se refugiaram nas vilas.

Em função do grande contingente que passou a pro -curar a segurança das grandes propriedades rurais, cri ou-se uma lei no Império Romano que impedia a saída dedeterminados funcionários administrativos das cidades.

A mão-de-obra nessas grandes propriedades ruraisnão seria mais escrava. O trabalhador ganharia uma outraconfiguração. Surgiu, então, durante a crise do ImpérioRo ma no, a instituição do colonato.

1. No que consistiam as vilas romanas?

Grandes propriedades rurais; locais de refúgio de grande par-

cela da população romana.

“Os reinos nascidos dessas grandes migraçõeseram civilizações de guerra e agressões.”

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2. O que é feudalismo? A partir do século VIII, uma nova onda de invasões

atingiu violentamente o centro-sul europeu:• os muçulmanos dominaram a Península Ibérica e

controlaram o comércio no Mar Mediterrâneo;• os normandos ou viquingues, originários da

Sué cia, Noruega e Dinamarca, excelentes navegadores eguer reiros, tomaram de assalto cidades europeias;

• os magiares ou húngaros, grupos tradicional -mente nômades, fizeram incursões bélicas pela Europa.

Essa nova onda de invasões levou os europeus a sefecharem em palácios e fortalezas. Grandes castelosforam construídos e, ao seu redor, passaram a viver aspopulações camponesas.

As bases para o feudalismo estavam, desde então,definitivamente traçadas.

Castelo feudal na França.

Estudos medievalistas demonstram que, em torno doano 1000, o feudalismo estava com suas bases conso -lidadas no território europeu. Os caminhos desse sistemafeudal foram traçados ao longo da ruralização dasatividades econômicas européias, após a crise final doImpério Romano do Ocidente. No século X, a palavrafeudo passou a designar grandes extensões de terra, naEu ropa Ocidental.

3. Uma sociedade que não admitiamudanças

Trabalho servil.

A sociedade feudal é denominada estamental, poisfundamenta-se em três grandes estamentos: servos,nobres e clero.

Você conhece o significado da palavra estamento? Apartir da explicação de seu professor, responda:

O senhor feudal tinha a posse da terra – dono doscampos e do castelo –, detinha o poder político, militar ejudiciário dentro do seu feudo.

Os servos tinham obrigação de cuidar da terra.Presos à terra, entregavam-lhe parte de tudo o queproduziam e davam-lhe certo período de trabalhogratuito.

Havia ainda outros grupos sociais. Observe o quadroque se segue:

Você sabia?

Grandes muralhas de pedra protegiam os maiores e mais ricos castelos feudais. Em caso de invasão ou ataque, eram atiradas do alto dessas muralhas pedras ou breu fervendo.

Estamento: camada social definida pela sua origem de

nascimento, com raríssima mobilidade social.

Entende-se por feudalismo o sistema político,econômico, social e cultural constituído pela posseda terra e por uma relação de dependência entresuseranos e vassalos, que caracterizou a Europadurante a Idade Média.

2. Caracterize o regime do colonato.

Os camponeses trabalhavam em um pedaço de terra e davam

metade do que produziam ao proprietário.

9

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Page 14: Material 7 Ano Feudalismo

10

Trabalho na Idade Média – Pomar.

4. Obrigações servisEntre os senhores feudais e os servos estabeleciam-se

relações de obrigação. Aos servos cabia uma série deobrigações, isto é, compromissos devidos e prestados aoseu senhor, em troca do uso de uma gleba de terra. Aosenhor cabia proteger o feudo e tudo que nele estivesse.

Vamos entender melhor! Observe atentamente oquadro:

VilõesHomens livres, historicamente liga -dos às vilas romanas, eram pequenosproprietários de terra que se coloca -vam sob a proteção de um senhor.

Em pequeno número no início dofeudalismo, apresentavam-se comoum legado do Império Romano.Foram, aos poucos, desaparecendo.

Escravos

Fiscalizavam a cobrança dos impos tose o trabalho dos servos. Eram pessoasda confiança do senhor feudal.

Ministe -riais

Você sabia?Em muitos feudos os servos organizavam-se em comunidades aldeãs, definidas por vínculos pessoais. Eles compartilhavam áreas comuns onde podiam caçar, pescar, coletar frutas e mel e recolher lenha.

Quando da morte de um servo, suafamília pagava um tributo ao senhorfeudal para continuar a viver nasterras do feudo.

Mão-morta

Pagamentos que os servos efetuavamao utilizar bens do senhor feudal:fornos, moinho, lagar.

Banali-dades

Parte da produção do servo entregueao senhor feudal. Geralmente, ametade de tudo o que foi produzido.

Talha

Dias da semana nos quais o servotrabalhava na propriedade do senhorfeudal. Geralmente, dois ou três diaspor semana.

Corveia

––––––––––––––––––––––––––––––– ––––––-––––––––––––––––––––O que é a servidão?

“A servidão, um estado tão velho quanto o sistema feudal,amarrava um ser humano e todos seus descendentes a umapropriedade agrícola. Estabelecendo laços com a terra e não comum determinado proprietário, não era igual à escravidão, masenvolvia quase as mesmas restrições. Embora jamais aceitassem debom grado o estatuto de servo, os camponeses que não possuíamterra e estavam famintos, ou viam suas vidas ameaçadas por bandosde assaltantes, não tinham alternativa senão entregar sua liberdadea um nobre. O servo ganhava proteção e um pedaço de terra paraseu uso e, em troca, ficava devendo ao senhor determinados serviços.

A natureza e o número dessas obrigações variavam muito depropriedade para propriedade. Os servos de uma herdadepertencente ao bispo de Mâcon, na Borgonha, por exemplo, deviam:arar a terra, fornecendo os animais de tração para tanto; trabalharnos vinhedos; cortar e transportar o feno; fazer as colheitas;debulhar os grãos; e cuidar das matas que eram usadas como fontede com bustível e pastagem para os porcos. As camponesas tinhamsuas obrigações específicas, que incluíam cuidar da cozinha dosenhor, fiar a lã e fabricar cerveja e manteiga.

No tempo que sobrava dessas tarefas, os servos eram livrespara trabalhar o terreno que o senhor lhes concedera. Mas, sevendessem verduras de sua horta no mercado, o senhor exigia umaparte do lucro. Ele esperava que sua gente usasse sua padaria eseu moinho e que pagasse regiamente por esse privilégio.

A população servil da Europa atingiria seu ápice no séculoXIII, mas o século XII, assistiu a um afastamento temporário dosistema. Às vezes os servos conseguiam comprar logo sualiberdade; com mais frequência, tinham permissão para fornecermercadorias ou dinheiro ao senhor, em vez de serviços.”

(História em Revista, Campanhas Sagradas. Time Life – Abril Livros, RJ, p.28, 1994.)

TEXTO COMPLEMENTAR

Aldeãs = relativo a aldeias.Bélicas = relativo a guerras.Breu = substância sólida obtida como resultado dadestilação dos alcatrões de petróleo, de hulha, de madeiraou outras matérias orgânicas.Configuração = forma, figura, aspecto.Gleba = pequeno pedaço ou porção de terra.Lagar = espécie de tanque onde se espremem ou sereduzem a líquido certos frutos, especialmente as uvas.Nômade = sem moradia fixa.Regiamente = relativo a régio, real, dignamente.Viquingue = bárbaro escandinavo que atacava a Europa dosséculos VIII ao X, chamado de vikingr em nórdico.

V O C A B U L Á R I O

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Page 15: Material 7 Ano Feudalismo

1. IntroduçãoDurante muito tempo, a economia do sistema feudal

foi caracterizada como sendo amonetária, isto é, semcirculação de moedas e mercadorias.

Pesquisas sobre a História Medieval adquirem,atualmente, um caráter de maior abrangência ao analisaros mil anos do período feudal à luz de vários e diferen -ciados aspectos. Observe o comentário do medie valistabrasileiro Hilário Franco Júnior:

“A economia feudal era agrária, mas nãoexclusivamente. Havia um comércio local e um comérciointernacional, ainda que precário. Neste comérciointernacional, os judeus desempenhavam um papelfundamental.”

O trabalho servil naeconomia feudal.

As relações econômicas do período medieval podemser assim estabelecidas:

• A base da economia feudal era a agricultura,existindo simultaneamente uma pequena pecuária eeventuais trocas comerciais;

• Sem dúvida alguma, existiam elementos de econo -mia autossuficiente, de subsistência, dentro dos feudos;

• Moedas circulavam na Europa, ainda que de formamuito reduzida.

Reprodução de um feudo. Detalhe do castelo e campos cultiváveis.

Os domínios territoriais de um senhor feudalconsistiam em três grandes partes:

Mansode

reserva

Bosques, pastagens, áreas onde fica -vam os fornos, moinhos e lagares.Lugares reservados ao senhor, que osservos podiam utilizar mediante opagamento da banalidade.

Também chamado de tenência, era opequeno pedaço ou gleba de terra queos servos recebiam para cultivar.

Mansoservil

Mansosenhorial

Conjunto de construções fortificadasonde se situavam o castelo feudal, ofici -nas, estábulos, pomar e cava lariça.

Você sabia?

“O comércio a que se dedicavam os judeus era de especiarias e tecidos finos. Por intermédio deles as igrejas adquiriam o incenso, indispensável à cele-bração dos ofícios divinos, e ricos quadros que os tesouros das catedrais conservam, até a presente data, em valiosíssimas exposições.”

PIRENNE, Henri. História Econômica e Social da Idade Média. São Paulo,

Mestre Jou, 1968, p.17.

11

Aula

5Não há senhor sem terra,não há terra sem senhor feudalData: _____/_____/_____

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Page 16: Material 7 Ano Feudalismo

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2. Senhor feudal, um exercíciode poder

O modo de vida da nobreza feudal.

As relações políticas no sistema feudal caracteriza vam-se pela descentralização administrativa. O senhor feudaltinha plenos poderes e autonomia dentro de suas ter ras. Oterritório europeu transformou-se em um grande mosaicode propriedades feudais.

O desenvolvimento histórico do feudalismo trouxe agra dual diminuição do poder do rei que foi tornando-sesimbólico.

O rei concede terras a um vassalo. Relações políticas medievais.

3. E surgem contratos feudo-vassálicos

A concessão de um feudo era feita através de umacerimônia especial, que envolvia rituais simbólicos eobri ga ções recíprocas entre:

• suserano: aquele que concedia a terra – o rei erao suserano absoluto.

• vassalo: aquele que recebia a terra.

Ficava, então, estabelecida uma relação devassalagem, ou feudo-vassálica, que definia adependência e a fidelidade do vassalo para com osuserano.

O contrato simbólico estabelecia que o vassalo deviatambém prestar serviço militar e ajuda financeira se osuserano necessitasse.

Quanto ao suserano, cumpria-lhe garantir ao vassaloa posse do feudo, dar-lhe proteção e auxílio, respeitá-lo enão lhe tirar o feudo sem razão.

Trabalhando com textoA partir da análise deste texto, reflita e responda:

Você sabia?

Alguns povos bárbaros concediam pequenos lotes de terra para que pessoas da confiança do rei neles cul-tivassem. Era o beneficium. Acredita-se que essa prática se espalhou pelo território europeu e conso-lidou as bases do feudalismo.

––––––––––––––––––––––––––––––– ––––––-––––––––––––––––––––Reciprocidade de um pacto

O contrato vassalo–senhor feudal baseava-se em desi -gualdade–igualdade–reciprocidade. O vassalo ajoelhava-se diante do senhor e reconhecia seu desamparo esubmissão, entregando-se aos serviços do senhor.

Depois ficavam em pé, um frente ao outro, para ojuramento de fidelidade e sobretudo para o “osculum”, obeijo, indicativo de serem pessoas iguais.

O contrato de concessão do feudo estava selado, umpacto em que ficava estabelecida e determinada areciprocidade.

(Adaptado de: LE GOFF, Jacques. Para um Novo Conceito de Idade Média. Lisboa, Editorial Estampa, 1979.)

TEXTO COMPLEMENTAR

C1_7°Ano_Historia_Prof_2011 20/07/10 08:32 Página 12

Page 17: Material 7 Ano Feudalismo

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1. Como você entende as palavras “desigualdade”,“igualdade” e “reciprocidade”, usadas no texto?

Desigualdade – momento em que o vassalo ajoelhado colocava-

se à serviço do seu senhor.

Igualdade – frente à frente, vassalo e senhor feudal fazem o

juramento de fidelidade.

Reciprocidade – define-se a partir do contrato que estabelecia

os direitos e deveres entre um senhor feudal e seu vassalo.

2. Jacques Le Goff nos diz que o “osculum” selava opacto de concessão de terras vassálicas. Vocêconhece outros gestos ou práticas indicativas deque foi firmado um acordo ou contrato nos temposatuais?

O aluno poderá considerar o aperto de mão, a assinatura em

um documento e os registros em cartório.

3. Como você define as bases do contrato feudo-vassálico?

Como um conjunto de direitos e deveres entre um senhor feu -

dal e seu vassalo. Uma relação de dependência e fidelidade.

4. Defina as funções:• suserano:

Senhor feudal que concedia um pedaço de terra a um vassalo.

• vassalo:

Recebe um lote de terra do senhor feudal. O vassalo deveria

prestar serviço militar e ajudar financeiramente caso o senhor

feudal necessitasse.

––––––––––––––––––––––––––––––– ––––––-––––––––––––––––––––Obrigações feudo-vassálicas

“As obrigações recíprocas entre senhor feudal e vassaloforam definidas em princípios dos século XI pelo bispoFulbert de Chartres: ‘Aquele que jura fidelidade ao seusenhor deve ter sempre presente na memória seis palavras:são e salvo, seguro, honesto, útil, fácil, possível. São e salvo,para que não cause qualquer prejuízo ao corpo do seu senhor.Seguro, para que não prejudique o seu senhor divulgando osseus segredos ou dos castelos que garantem sua segurança.Honesto, para que não prejudique os direitos de justiça do seusenhor ou outras prerrogativas que interessem à honra quepode pretender. Útil, para que não cause prejuízo aos bens doseu senhor. Fácil e possível, para que não torne difícil ao seusenhor o bem que este poderia facilmente fazer e para quenão torne impossível o que teria sido possível ao seu senhor.Mas não é assim que ele merece o seu feudo, pois não bastaabster-se de fazer o mal, é preciso fazer o bem. Importa, porconsequência, que, sob os seis aspectos que acabam de serindicados, o vassalo forneça fielmente ao seu senhor conselhoe ajuda, se quiser parecer digno do seu benefício e realizar afidelidade que jurou. O senhor deve igualmente, em todosestes domínios, fazer o mesmo àquele que lhe jurou fidelidade.Se não o fizer, será com razão acusado de má-fé. Da mesmaforma que o vassalo que falta aos seus deveres pela ação oupor simples consentimento, o senhor também seria culpadode perfídia e de perjúrio.’”

(Citado em: FRANCO Júnior, Hilário. Feudalismo – uma sociedade religiosa, guerreira e camponesa.

São Paulo, Ed. Moderna, p.34)

TEXTO COMPLEMENTAR

Abster-se = deixar de fazer.Concessão = doação.Consentimento = concordância.Perfídia = deslealdade, traição.Perjúrio = juramento falso, mentira.Prerrogativas = privilégios, regalias, vantagens.

V O C A B U L Á R I O

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Page 18: Material 7 Ano Feudalismo

14

1. Introdução

A Igreja constituiu-se em uma das mais importantesinstituições da Idade Média. Definia práticas e padrões decomportamento na Europa, influenciando posterior mentetodo o mundo ocidental.

Você certamente irá lembrar-se das origens docristianismo. Observe atentamente o mapa abaixo everifique a expansão da religião cristã.

Expansão do cristianismo.

O cristianismo tornou-se religião oficial do ImpérioRomano em 390, por um ato do Imperador Teodósio. Apartir de então, o antigo Patriarca de Roma passou a serdenominado Papa – o pai de todos os cristãos –,considerado sucessor legítimo de São Pedro e repre sen -tante imediato de Cristo na Terra.

Em sua origem, a religião cristã pregava a justiçasocial e a igualdade entre os homens, porém ao longo desua história ela passará por grandes transformações. Noséculo V, Santo Agostinho escreveu que “todo cristão, nomomento de sua morte, deve deixar para a Igreja a partede um filho, a título de herança.”

A Igreja passou a acumular bens e riquezas.Aumentaram os rituais e as festas religiosas. Um clérigoteria de realizar todas as celebrações cristãs.

Batismo de São Paulo. Mosaico – Palermo – Itália.

2. Igreja, “uma grande senhorafeudal”

A Igreja representava a principal instituição for mal -mente organizada na Idade Média. Penetrando em todosos setores e organizações feudais, tinha sob seu manto ocontrole de uma parcela significativa da populaçãoeuropeia.

Nos primórdios da Idade Média, a Igreja Católicapassou por uma divisão hierárquica:

• Alto clero: religiosos que viviam em contato diretocom a nobreza, tendo acesso direto ao poder político.

Você sabia?

No século V, o batismo de crianças foi instituído como um dos sacramentos cristãos. Já no século XI, a Igreja impôs a seus religiosos o celibato e a proibição de relacionamentos sexuais.

Aulas6e 7

Um poder acima de senhores e servos: a Igreja medievalData: _____/_____/_____

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Page 19: Material 7 Ano Feudalismo

• Baixo clero: religiosos que viviam junto àsparóquias camponesas.

O poder crescente do alto clero e os abusoscometidos pelos religiosos levaram cronistas medievaisa chamar a Igreja de “A Grande Senhora Feudal”.

Leia o texto abaixo e responda às questões:

Crucifixo decorado com cinco cenas do Antigo Testamento. Nele era guardada uma

lasca de madeira, supostamente da cruz de Cristo.

Formaliza-se uma oposição àIgreja feudalOs religiosos que viviam em paróquias e junto à

população compunham o chamado clero secular. Erambispos, arcebispos, cardeais e padres que estavam cadavez mais distantes dos princípios fundamentais docristianismo.

O clero secular submetia-se à autoridade de nobrese senhores feudais que, com a investidura leiga, tinhampo der de indicar e nomear pessoas para os mais altoscargos eclesiásticos.

A oposição formal aos abusos da Igreja CatólicaMedieval dá-se em 529, quando da fundação da ordemreligiosa dos beneditinos por Bento de Núrsia (SãoBento). Homem conhecido entre os camponeses por suavida de eremita e por seus milagres, fundou um mosteirona Itália, onde organizou uma ordem eclesiástica baseadano isolamento do clero e em práticas como a castidade, aobediência e o voto de pobreza. Os monges beneditinosdeveriam abrigar os peregrinos e ocupar-se dos pobres edo ensino.

Até o século X, os mosteiros dos beneditinos eram,praticamente, os únicos da Europa Ocidental.Posteriormente surgiram novas ordens religiosas queincentivavam também a prática da caridade e da pobreza,e a busca de uma sociedade mais justa. Domingos deGusmão criou a ordem dos dominicanos e Francisco deAssis, filho de um rico mercador, fundou a ordem dosfranciscanos.

Em função da reforma proposta pelo movimentobeneditino, surge o clero regular.

1. Grife no texto as três “ordens” medievais.

2. Por que o clero se constitui efetivamente na ordemmais importante da sociedade medieval?

Devido à importância da Igreja na sociedade medieval sendo sua

instituição dominante. O clero, além de poder espiritual,

tinha também grande poder econômico.

15

––––––––––––––––––––––––––––––– ––––––-––––––––––––––––––––Distorções religiosas

Evidentemente, é sob uma forma sensivelmentediferente – o que não tem nada de anormal – que asociedade medieval pensa a si própria. Para tal finalidade,os dominantes tinham elaborado o esquema de três ordens,estabelecendo no seio da sociedade uma divisão funcionalentre “aqueles que oram” (oratores), quer dizer, osclérigos, “aqueles que combatem” (belatores), reservandoaos militares uma atividade guerreira que era inicialmenteo atributo de todos os homens livres, e “aqueles quetrabalham” (laboratores), ou seja, todos os demais. Se acomplementariedade das três ordens – em que cada umadelas é considerada indispensável às duas outras e neces -sária ao bom funcionamento do corpo social – prevalecentede início, logo ela se combina com uma clara hierarquiaestabelecida entre elas (...) Evidentemente, o modelo dastrês ordens não é uma descrição da realidade social; é umaconstrução ideológica em conformidade com “o imagináriodo feudalismo” (George Duby). Em todo caso, ela seconcretiza, embora tardiamente, na organiza ção em ordensseparadas da assembleia dos Estados que a monarquiafrancesa convoca em caso de necessidade entre 1484 e1789. Enfim, mesmo sendo suscetível de servir aos inte res -ses da realeza, o esquema trifuncional da sociedade remetea uma visão dominada pelo clero, que continua sendo, atéo fim do Antigo Regime, a primeira ordem da socie dade. Defato, se se pôde identificar a aristocracia como classedominante do sistema feudal, essa constatação permaneceinsuficiente, pois a ideologia do feudalismo põe a igreja.

BASCHET, Jérôme – A civilização feudal. Do ano mil à colonização da América.

São Paulo, Globo, 2006, p. 166.

TEXTO COMPLEMENTAR

C1_7°Ano_Historia_Prof_2011 26/07/11 11:29 Página 15

Page 20: Material 7 Ano Feudalismo

16

No início do século X, instala-se ao norte da Françao Mosteiro de Cluny que, nos dois séculos seguintes,deu origem a mais de mil abadias por todo o Ocidente.

Restaurar os valores essenciais do cristianismo eneutralizar a influência dos nobres nas questõesreligiosas estavam na base do movimento religioso quesurge a partir de Cluny.

Fundador da ordem dos beneditinos, São Bento pregava uma vida sem luxo ecasta aos religiosos.

O papa Nicolau II, sob influência do movimento deCluny, estabelece novas bases para a Igreja, com acriação do Colégio de Cardeais, que propunha:

Gregório VII – Primeiro papa nomeado pelo Colégio de Cardeais.

4. Heresias medievais

Jesus e os pães. Mosaico – Igreja São Apolinário – Ravena.

Observa-se, a partir do século XIII, um número cadavez maior de heréticos, pessoas que questionavam osdogmas da Igreja Católica e os abusos cometidos pelosreligiosos no período feudal.

Em 1231, o papa Gregório IX instituiu o Tribunal daInqui sição, um órgão que tinha a função de julgar oshereges. O inquisidor, líder desse tribunal, espalhava te morpelas punições que impunha aos acusados: exco mu nhão,açoites, confisco de bens e até a morte na fogueira. A Inqui -sição era também chamada de Tribunal do Santo Ofício.

• o fim da investidura leiga;• a nomeação do papa pelo Colégio de Cardeais;• a criação do celibato clerical;• o fim da simonia.

Clero regular: Formado por monges que estudavam as

sagradas escrituras, surge em oposição aos abusos do clero

secular.

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Page 21: Material 7 Ano Feudalismo

Trabalhando com textoA partir da leitura do texto, responda às seguintes

questões:

1. Qual era a finalidade das Assembleias de Paz?

Presididas pelo bispo, reuniam clérigos, senhores e burgueses

que, sobre as relíquias, prestavam juramento de respeitar as

regras estabelecidas.

2. O que era a Paz de Deus?

Um movimento criado pela igreja em fins do século X, que

tentava obter de guerreiros o juramento de, durante batalhas,

respeitar os religiosos e os senhores, bem como os seus bens.

O não cumprimento da Paz de Deus implicava punições espi-

rituais.

Você sabia?

“Na sociedade feudal, baseada nos laços de fidelidade entre senhor e vassalo, o ato mais desprezível era a traição, cujo protótipo fora o Beijo de Judas, traidor de Cristo, o Senhor dos senhores.”

(FRANCO JÚNIOR, Hilário. O ano 1000,O ano 1000, Tempo de Medo ou de Tempo de Medo ou de EsperanEsperança?.a?. São Paulo, Companhia das Letras, p. 59, 1999.)

17

Abadias = mosteiros.Burguês = relativo à burguesia, classe social que surge nofinal da Idade Média, resultante do comércio.Clérigo = religioso, pessoa que recebeu a ordenação reli giosa.Dízimo = imposto que consistia no pagamento, à Igreja ouà nobreza, da décima parte dos produtos da terra colhidosou das criações.Excomunhão = condenação; afastar alguém da comunhãoda Igreja.Heréticos = o mesmo que herege, aquele que se coloca deforma contrária à ideologia religiosa.Primórdios = início, no começo.Protótipo = original, primeiro modelo ou exemplar.Relíquias = nome dado aos objetos que pertenceram a umsanto ou que tiveram contato com seu corpo; o que resta docorpo dos santos.Vigília = estado de quem se encontra desperto durante a noite.

V O C A B U L Á R I O

O Nome da Rosa – direção de Jean Jacques Annaud –baseado no livro de Umberto Eco.

V Í D E O

––––––––––––––––––––––––––––––– ––––––-––––––––––––––––––––O clero regular

“A ação do clero secular, sem dúvida alguma,contribuiu amplamente para introduzir entre os leigos,cavaleiros ou bur gueses, outra concepção da religião,outra vida espi ritual; impôs, de qualquer maneira,costumes menos bru tais. As terras da Igreja são reputadascomo lugares de paz. As “sauvetés”, aldeias fundadas pelosabades, delimitadas por cruzes, beneficiam-se tambémdesse direito de asilo. Desde 989, o Concílio de Charrouxcondenou formalmente a guerra privada e as pilhagens.Essa condenação, de início espiritual, acompanha-se aseguir por severas medi das de policiamento: no Concílio deBourges, em 1038, foi armada uma liga para a paz, servidapor uma força capaz de castigar os culpados. Assim,multiplicam-se, primeira mente na França, posteriormenteem todo o Ocidente, as Assembleias de Paz, presididas pelobispo, reunindo cléri gos, senhores e burgueses, onde cadaqual presta um jura mento sobre as relíquias de respeitar asregras estabele cidas. Esses juramentos de paz, o primeirodos quais foi tal vez o exigido pelo bispo de Beauvais em1023, compre endem todos os mesmos compromissos:proibição de atacar os sacerdotes ou seus bens, de assaltaros camponeses, os mercadores, seu gado, de incendiar ascasas, de cortar as vinhas. Com a Paz de Deus e a Trégua deDeus (proibição de combate de sexta-feira a domingo), a Igrejaimpõe ao cavaleiro outro gênero de vida, uma novamentalidade. Os cavaleiros, postos a serviço de Deus, formamuma ordem no sentido religioso do termo. Desta atitude mentale desta consciência coletiva dão testemunho o ritual dacerimônia de sagração, o dia em que o jovem recebe suasprimeiras armas; cerimônia que, com a longa vigília de armas,em preces na capela do castelo, lembra vários ritos daordenação dos clérigos.”

(HEERS, Jacques. História Medieval. Op. cit., p. 104.)

TEXTO COMPLEMENTAR

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Page 22: Material 7 Ano Feudalismo

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1. Introdução

Durante muito tempo a Idade Média esteve associadaà imagem de Idade das Trevas. Dez séculos de ausênciade cor e luz. Mil anos de pequena produção cultural naEuropa Ocidental. Esse antigo conceito é reforçado pelaexpressão inglesa “dark age”, atribuída ao feudalismo.

Além de extremamente religioso e temente às leis daIgreja, o homem medieval possuía poucas informaçõessobre o mundo exterior, além do espaço feudal. Asviagens eram raras e o conhecimento geográficolimitado.

Nesta aula vamos procurar desfazer esses mitos.Estudos medievalistas recentes pincelam cores ao cenáriofeudal. Enxergando além das trevas, iremos observar umprisma multifacetado de cores, os múltiplos aspectosque compõem o tempo medieval.

Copistas trabalhando em três línguas: grego, latim e árabe – Palermo – Itália.

2. A Igreja controla os saberes

Mosteiros ou abadias foram, ao longo da IdadeMédia, importantes centros de preservação cultural.Dedicando-se a uma vida monástica, os abadestransformaram-se em copistas, transcrevendo obrasclássicas e manuscritos greco-romanos. Era um trabalhoartístico, paciente e delicado como suas iluminuras.

Monge escrevendo – iluminura do século XII.

Poucos livros circulavam na Europa medieval. Aviolência das invasões viquingues e magiares trouxe,além da devastação, o desaparecimento de muitosmanuscritos da Antiguidade. Lembre-se de que os livroseram produzidos à mão. A imprensa é uma invençãoposterior, que surgiu no século XVI.

A Igreja Católica, detinha o monopólio sobre o sabere a produção cultural na Idade Média. Em muitas regiõesda Europa feudal, apenas os clérigos sabiam ler eescrever.

Um conjunto de valores surgiu da relação entre aIgreja e a cultura medieval. Damos a ele o nome deteocentrismo. Atente para a explicação de seu professore complete:

Aula

8Produção cultural na Idade MédiaData: _____/_____/_____

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Page 23: Material 7 Ano Feudalismo

Teólogo do século XII, Hugode São Vítor faz uma preleçãoaos estudantes.

Teocentrismo é a visão de mundo na qual Deus é o centro de

tudo, de todos os interesses.

Você sabia?No tempo medieval, em função do controle eclesiástico, a principal obra literária era a Bíblia, e o latim era a língua cujo conhecimento que determinava o grau de cultura de uma pessoa.

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Trabalhando com texto

––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––A Igreja feudal e a Educação

“A maioria (dos homens da idade média) não sabe ler nem escrever (...) A situação torna-se diferenciada quando se observam as classes privilegiadas: nobreza e clero.As relações de vassalagem retiram dos nobres e religiosos a necessidade de trabalhar para a subsistência.Desse modo, em muitas extensões senhoriais de terra, surgem escolas palatinas, voltadas exclusivamente para o ensino dos

filhos do senhor e de seu cavaleiro.Em alguns domínios religiosos os clérigos organizam escolas paroquiais.A Igreja e, notadamente, os mosteiros convertem-se nos principais focos de cultura da época. Através da função cultural

(centrada em mosteiros e escolas) e da função espiritual (nas paróquias e catedrais), a Igreja converteu-se na instituição quegarantia o sistema social estabelecido.

Em algumas escolas os alunos escrevem sobre a terra com um pedaço de carvão vegetal.O professor ou mestre recebe seu pagamento em dinheiro ou em víveres, das mãos de um senhor.Os livros praticamente não existem, e nas paróquias mais pobres, nem os professores sabem ler.”

MONTERO, Severiano (Org.). Historia de las Civilizaciones. Madri, Akal Ediciones, p. 138.

TEXTO COMPLEMENTAR

1. Como era a vida dos camponeses na Idade Média,de acordo com o texto?

O aluno irá relatar a vida dos camponeses, segundo sua com-

preensão do texto.

2. Como surgiram as escolas palatinas?

Junto aos castelos feudais, voltadas ao ensino dos filhos do se-

nhor e de seu cavaleiro.

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Page 24: Material 7 Ano Feudalismo

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4. Como é caracterizada no texto a vida de umprofessor medieval?

Uma vida bastante modesta. O professor, muitas vezes recebia

seu salário em forma de alimentos, das mãos do senhor feudal.

3. Qual o papel da Igreja na produção culturalmedieval?

Controle e monopólio sobre o saber. Censura à produção cul-

tural pela ameaça de excomunhão e acusação de pecado.

3. Um tempo de grandes cate -drais

Durante a Idade Média, tivemos a construção degrandes catedrais que testemunham a importância dareligião nessa época.

Observe atentamente as ilustrações, referentes aosdois grandes estilos arquitetônicos da Idade Média:românico e gótico.

Catedral de São Ciriaco – fachada externa – Ancona – Itália. Arte românica.

A História de Cristo – A Criação dos Pássaros.Catedral de Palermo. Arte românica.

A Oração no Horto.Catedral de São Marco – Veneza – Itália. Arte gótica.

Caracte-rísticas

• originariamente ligado a gruposreligiosos;

• aplicação de abóbadas aostemplos religiosos;

• sólidas construções: mosteiros,pontes, castelos feudais;

• arquitetura austera com pequenaluminosidade;

• a decoração das igrejas baseia-se,fundamentalmente, em ensina -mentos da fé cristã;

• a planta das igrejas tinha a formade cruz.

Período Séculos XI – XII

Estilo Românico

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Page 25: Material 7 Ano Feudalismo

Arte gótica: Vitral da Catedralde Chartres – século XII.

21

• surge vinculado à nascente burguesia que aplica capitaisem grandes construções;

• abóbadas em ogiva ou arqueadas;

• construções arquitetônicas mais leves e elegantes;

• colocação de grandes janelas com vitrais coloridos;

• profunda luminosidade;

• surgem pináculos e grandes torres.

Características

Séculos XII – XVPeríodo

GóticoEstilo

O estilo gótico representou o movimento de transformação da sociedade europeia no final da Idade Média. As novasconcepções arquitetônicas revelavam o gosto pelo requinte e a busca de luminosidade, decorrentes do contato entre ouniverso cristão europeu e as civilizações orientais.

Arte gótica: Catedral de Santa Maria Del Fiore– Giolto – Florença – Itália.

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Page 26: Material 7 Ano Feudalismo

22

Arte gótica: Palácio dos Doges – Veneza – Itália.

Fonte na Praça Perugia – Itália – Nicola e Giovanni Pisano – 1278.

Arte Gótica: Basílica de São Francisco Assis – Itália – em: ARGAN, GiulioCarlo. Storia dell’arte italiana – 1977, p. 313.

Você sabia?

As pessoas que na Idade Média dedicavam-se à pesquisa e combinação de substâncias eram chamadas alquimistas. Eles buscavam a “pedra filosofal” que converteria todos os metais em ouro, e um elixir que prolongaria a vida.

––––––––––––––––––––––––––––––– ––––––-––––––––––––––––––––Como eram construídas as catedrais?

“As catedrais que ainda existem são quase todas depedra. Mas no início, nas regiões pobres, com muitasflorestas, as igrejas eram feitas de madeira: ainda restamalgumas, magníficas, na Escandinávia, ou no sul daPolônia.

Na Idade Média, as catedrais são os monumentos maisdecorados. Particularmente, há um aspecto que desapareceu,ou que não vemos mais, quando olhamos as catedrais hoje emdia: elas eram pintadas, portanto, cheias de cores. Nadecoração entravam também tapeçarias, afrescos (pinturasfeitas diretamente sobre as paredes de gesso), esculturas. Oslugares mais ornamentados com esculturas eram, no interior,os capitéis (o alto) das colunas e, no exterior, o pórtico, aentrada principal. A forma ou o estilo dessas esculturasevoluiu muito. Ainda uma palavra sobre o interior dascatedrais: próximo à entrada, temos geralmente, um“batistério”, ou seja, uma bacia de pedra situada numpequeno espaço à parte; era preenchida com água benta, nomomento do batismo. Esse batistério é quase semprericamente decorado. Por quê? Porque o batismo é o“sacramento”, a cerimônia mais importante da região cristã.As pessoas nascem judias ou muçulmanas, mas não nascemcristãs: elas se tornam cristãs, pela água do batismo que éjogada na testa do recém-chegado, seja ele bebê ou adulto.”

LE GOFF, Jacques. A Idade Média explicada aos meus filhos. RJ, AGIR,2007, pp. 46 - 47.

TEXTO COMPLEMENTAR

Abóbada = cobertura encurvada; qualquer coisa queapresenta forma de teto arqueado.Empírica = baseada em experiências.Iluminuras = arte em antigos manuscritos, letras iniciaisornamentadas em cores vivas, ouro ou prata.Monástica = diz-se de uma vida solitária, reclusa.Multifacetado = com muitas, inúmeras faces.Paroquiais = referentes a paróquias, igrejas.Pináculos = o ponto mais alto de uma torre ou edifício;cume.Preleção = discurso ou conferência didática.Prisma = cristal com duas faces planas, inclinadas, quedecompõem a luz.Subsistência = para o consumo próprio.

V O C A B U L Á R I O

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1. Introdução

Muralhas de Ávila – séculos XI e XII.

Em aulas anteriores, você estudou que a Idade Médiaé historicamente dividida em dois grandes momentos:Alta e Baixa Idade Média.

Verificando se você aprendeu. Caracterize essesperíodos históricos:

Pois bem, são diversas as condições que conduziramao declínio do sistema feudal. Em torno do século XI,cessaram as invasões viquingues e magiares à Europa. Asgrandes propriedades senhoriais viviam um momento deestabilidade político-econômica.

A partir do século IX, verifica-se um aumento,bastante significativo, na produção de cereais,provocando uma mudança nos hábitos alimentares.Proteínas entram em maior quantidade na dieta daspopulações camponesas.

Observa-se a partir do século X um aumentosignificativo da população na Europa medieval. Porém, aprodução agrícola não acompanhou o crescimentopopulacional.

Os feudos mostravam-se incapazes de garantir asobrevivência de todos os seus membros. Faltavaalimento – grãos e cereais – para os servos.

2. A sociedade passa portransformações

Busca por novas áreas férteis.

Dentro do espaço feudal, surge um segmento socialque não tem assegurados os direitos mais elementares desobrevivência, que se constitui na população marginali -zada dos feudos.

Qual o significado histórico da palavra margina -lizada, atribuída a essas pessoas despossuídas de bens?Responda no espaço abaixo.

Significa estar à margem do sistema de relações feudais, fora

da dinâmica dos feudos.

Baixa Idade Média: Período de enfraquecimento e declí-

nio das relações feudais.

Alta Idade Média: Momento histórico do desenvolvimen-

to e fortalecimento das relações feudais.

Aula

9A caminho de uma nova ordemData: _____/_____/_____

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Page 28: Material 7 Ano Feudalismo

24

O direito à primogenitude, que assegurava a herançada propriedade feudal para o filho mais velho, trouxe umnovo grupo de marginalizados.

Muitos dos jovens sem herança não conseguiamcolocar-se aos serviços e sob a proteção de um outrosenhor feudal. Não conseguiam estabelecer contratosvassálicos.

Ao longo do século XI, esse contingente, que passa aviver às margens da sociedade medieval, tem umcrescimento significativo. Sobrevivendo incialmente desaques, guerras e violências no espaço feudal, iráposteriormente embarcar na aventura sagrada dasCruzadas… Mas isso é assunto para depois.

Camponeses atacando cavaleiro no século XV – Biblioteca Nacional de Paris.

A necessidade de aumentar a produção agrícola e abusca de novas terras para o cultivo conduziram a umprocesso de arroteamento de terras na Baixa IdadeMédia.

Novas terras arroteadas.

Áreas de pântanos são drenadas e florestasdesmatadas. Com o arroteamento verifica-se um aumentono espaço de produção feudal. Nos locais onde a terranão era fértil, desenvolveram-se atividades pecuárias.

3. Mudando técnicas e mentali -dades

O historiador francês George Duby afirma que aevolução das técnicas se relaciona à necessidade deaumentar, em terras arroteadas e semeadas, o cultivo decereais. Um grande marco nessa direção foi a difusão daforja na aldeia: os camponeses passaram a construirseus utensílios e a não depender mais das oficinassenhoriais.

Arrotear significa transformar terras antes incultasem áreas apropriadas à agricultura.

Você sabia?

Os mortos, o diabo, as aparições, as almas penadas, os fantasmas, os maus espíritos e as doenças misteriosas faziam parte do imaginário do homem medieval, que procurava libertar-se desses pesadelos através da prática dos feiticeiros, de rituais de curandeiras, de ervas mágicas e benzedeiras.Os feiticeiros exorcizavam as casas pedindo saúde e fortuna aos seus moradores.

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Page 29: Material 7 Ano Feudalismo

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O cavalo e a charrua foram importantes progressos técnicos na agriculturamedieval.

Trabalhando com textoA partir de uma leitura atenta, responda às questões:

1. Em que medida o uso do cavalo relaciona-se auma melhoria na produção agrícola?

O cavalo tem a vantagem de trabalhar mais depressa e de mul-

tiplicar a capacidade de arar o solo, ocorrendo melhores co-

lheitas.

2. Caracterize um novo instrumento agrícola naIdade Média, a charrua.

Tipo de arado mais eficiente por penetrar profundamente no

solo, revolvendo-o e aumentando sua fertilidade.

3. Como pode ser explicada a irregularidade dascolheitas no período feudal?

Insuficiência dos processos agrários, dos adubos e estrumes,

pela fragilidade das plantas cultivadas, ainda muito vulnerá-

veis nos climas europeus.

4. No que consistia a técnica da rotação trienal doscampos?

Rodízio de terras, pelo qual se faz uma alternância de cultivo

(cereais, leguminosas) em uma mesma área, impedindo que

ela se esgote. A cada ano, enquanto um dos campos perma-

necia em repouso, servindo de pasto para o gado, os outros

dois eram cultivados, cada qual com um produto.

––––––––––––––––––––––––––––––– ––––––-––––––––––––––––––––A importância do cavalo e da charrua

“Nos campos medievais, o cavalo tem a vantagem detrabalhar mais depressa e de multiplicar a capacidade dearar o solo, a fim de se obterem melhores colheitas. Oscamponeses já realizavam o trabalho em três campos, comintervalos regulares para enterrar o resto da grama e daservas que cresciam após a colheita, e preparar o solo parareceber as novas sementes. Graças ao cavalo, foi possívelarar o solo até seis ou sete vezes nos melhores campos, a fimde despedaçar e revolver a terra de forma mais eficiente.

Assim, o uso da charrua e do cavalo assinalam umaespécie de último aperfeiçoamento na história das práticasagrárias do Ocidente medieval. A sua utilização foi muitomelhor em terrenos mais ricos, em que foi introduzida atécnica de rotação trienal. Dessa forma, o homem já nãoprocurava somente cultivar novos solos, mas aumentar os seusrendimentos sobre uma terra já conquistada há muito tempo.

No conjunto, os rendimentos dessa época ainda erampequenos. Nas boas terras e nos anos de melhorescolheitas, para cada semente que nascia colhiam-se apenassete ou oito grãos de cereais.

A essa mediocridade vem juntar-se a dramáticairregularidade das colheitas comprometidas ou arruinadaspelas geadas ou pelas chuvas prolongadas. Esta situaçãodifícil explica-se pela insuficiência dos processos agrários,dos adubos e dos estrumes, pela fragilidade das plantascultivadas, ainda muito vulneráveis nos climas europeus.”

(Adaptado de: HEERS, Jacques. História Medieval.Rio de Janeiro, Difel, 1977.)

TEXTO COMPLEMENTAR

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26

As mudanças ocorreram também em outras direções.Nobres e senhores passaram a não querer mais a vidaisolada e autossuficiente de suas grandes propriedades deterra. Começaram a se interessar por objetos de luxo, sedasda China, óleos aromáticos orientais, tapetes persas eobjetos de marfim da África.

Transformou-se, de maneira bastante gradual, aantiga sociedade de camponeses, guerreiros e religiosos.A Europa caminhou em direção às atividades comerciais,às trocas monetárias e ao trabalho assalariado.

Exercício de ClasseJunte-se com seu colega ao lado, leia o texto

complementar desta página e responda com ele asseguintes questões.

1. O que seriam as “práticas pagãs” citadas no texto?

Os cristãos consideravam pagãos costumes e atitudes nas festas

que eram praticadas por povos que não eram cristãos. Essas

práticas eram consideradas muitas vezes superstições.

2. Aponte práticas nas festas que tenham origem“pagã” e que foram incorporadas pelo cristianismo.

O aluno poderá citar o uso do pinheiro de Natal, o 1.º de janeiro,

o carnaval, entre outros.

3. Sublinhe no texto as práticas pagãs que ele cita.

4. Formule uma ou mais hipóteses para tentarexplicar o porquê do cristianismo ter incorporadopráticas pagãs.

Respostas pessoal do aluno.

Você sabia?

Muitas das festas religiosas cristãs foram adaptadas de comemorações das antigas tribos germânicas. Esses povos comemoravam a chegada de uma nova estação com um pinheiro enfeitado. O cristianismo inspirou-se nessa festa para comemorar o nascimento do Menino Jesus.

––––––––––––––––––––––––––––––– ––––––-––––––––––––––––––––Sobrevivência de práticas pagãs

“Com efeito, são mais ou menos constantes as queixasdos bispos e dos clérigos sobre a manutenção das práticaspagãs, no mínimo até o século X […]. Um conjunto depráticas privadas assim se mantém quase intacto e durantemais de cinco séculos, sem levar em conta festas públicaspagãs como a de 1.o de janeiro, que sobreviveu durantemuito tempo. A angústia do futuro perpetua as tradições dapredição romana ou germânica. Uma gralha que voa àesquerda, cantando, anuncia a um viajante que tudocorrerá bem. Grãos de cevada que, jogados nas cinzasquentes da lareira, põem-se a saltar no ar significam umgrande perigo. O estudo atento dos espirros ou dosexcrementos dos cavalos ou dos bois permite prever, graçasàs emanações de suas forças, se o dia será bom ou mau. Apredição pode recorrer até à evocação dos mortos.”

(ROUCHE, Michel. Alta Idade Média Ocidental. In: ARIES, Philippe &DUBY, Georges, dir.; VEYNE, Paul, org. História da vida privada; do

Império Romano ao ano mil. Trad. Hildegard Feist. São Paulo,Companhia das Letras, 1990 v. I, p. 502).

TEXTO COMPLEMENTAR

Despossuídas = que perdeu a posse, sem bens.Emanações = procedência, exalação, odor.Evocação = ação de chamar, fazer aparecer por meio deexor cis mo, trazer à lembrança.Exorcizar = expulsar maus espíritos ou demônios; ato deretirar de um local forças do mal.Forja = oficina de ferreiro, fundição.Predição = ato ou ação de anunciar por antecipação, deprever o que há de vir.

V O C A B U L Á R I O

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Page 31: Material 7 Ano Feudalismo

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1. IntroduçãoA Arábia é uma península da Ásia Ocidental, nas

proximidades da África. Acredita-se que a ocupaçãoinicial dessa região foi feita por povos de origem semita,organizados em tribos nômades ou sedentárias,independentes entre si.

Vamos trabalhar com mapa?

Península Arábica

Observe atentamente o mapa e verifique os limites daPenínsula Arábica. Complete o quadro:

A partir da fixação dos povos semitas, a PenínsulaArábica constitui duas porções geográficas. Obser ve oquadro:

Você sabia?

(ARMSTRONG, Karen. Maomé, uma biografia. SP, Companhia das Letras, 2002, pp. 78-79)

"Os coraixitas estabeleceram-se em Meca no final do século V. Dedicaram-se à atividade comercial, combinando-a com a criação de animais. Meca ficava no lugar ideal para empreendimentos a longo prazo, pois estava localizada no cruzamento das duas principais rotas comerciais da Arábia. O grupo coraixita obteve grande sucesso e garantiu a segurança da cidade fazendo alianças com as tribos beduínas. Os nômades do deserto eram melhores soldados, e em troca de ajuda militar, tinham participação no comércio de Meca.

Norte = Palestina

Sul: Oceano Índico

Leste: Golfo Pérsico

Oeste: Mar Vermelho

1. Qual o significado da palavra península?

Porção de terra cercada de água por todos os lados, menos

um, pelo qual se liga a outra terra.

Arábia continental

• Meca, Medina e Iêmen:principais núcleos urbanos.

• Rota de caravanascomer ciais.

• Regiões do Golfo Pérsicoe sul da Arábia: fornece -do ras de artigos de luxo eespeciarias.

• Coraixitas: grupo de ricose poderosos mercadores.

Arábia desértica

• Beduínos: tribos nôma desdo deserto.

• Comércio itinerante, ca -ra vanas que trans por tavammercadorias.

• Pequena agricultura e cul -tivo de tâmaras nos oásis.

• Criação de camelos, cava losárabes, ovelhas e cabri tos.

Aulas10e

11

Do deserto surge um império – mundo árabeData: _____/_____/_____

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2. Na cidade religiosa de Meca,nasce o profeta de AláOs árabes, em sua origem histórica, eram politeístas

e deificavam as pedras do deserto e árvores que cir -cundavam os oásis, que julgavam habitadas por espíritos.

A cidade de Meca representava o mais importantecentro religioso e comercial da Península Arábica. Umtemplo sagrado, Caaba, abrigava aproximadamente 360ídolos de pedra.

No centro da mesquita de Meca, a Caaba: responsável pela peregrinação demilhares de fiéis.

Nesse santuário sagrado, havia um enorme monolito,denominado Pedra Negra, que os árabes acreditavamhaver sido enviado dos céus.

Em Meca, por volta de 570, nasceu um menino denome Muhammad, que ficou órfão com poucos anos devida. Na idade adulta, fez-se condutor de camelos eempreendeu várias viagens, inclusive à Palestina, ondeentrou em contato com o cristianismo e o judaísmo.

Vamos conhecer um pouco da história de vida do

profeta Muhammad, ou Maomé, que alterou os ca mi -nhos do mundo árabe. Leia o texto complementar abaixo.

Página do Alcorão.

Trabalhando com texto

Você sabia?

O cenário religioso de Meca compunha-se também de uma fonte sagrada, chamada Zen-zen, e de um vale onde os fiéis apedrejavam o demônio.

––––––––––––––––––––––––––––––– ––––––-––––––––––––––––––––O profeta de Alá

“Na cidade de Meca, importante centro comercial daArábia no século VI, nasceu Muhammad ou Maomé. Poucose sabe sobre sua infância e juventude. Sendo caravaneiro,tinha contato frequente com judeus e cristãos, dos quaisrecebeu influência religiosa. Casou-se com Khadija, umarica viúva. Apesar dessa união lhe proporcionarestabilidade financeira, esse não foi um casamento deconveniência: Maomé deu grande parte dos lucros aospobres e fez sua própria família levar uma vida frugal.Apesar da austeridade, esse deve ter sido um lar feliz.Khadija deu a Maomé pelo menos seis filhos: dois homensque morreram ainda bebês e quatro mulheres.

Conta a tradição islâmica que Maomé, certo dia, teve avisão do anjo Gabriel, que lhe anunciou as bases de umanova religião monoteísta. Maomé tornou-se, a partir deentão, o profeta de Alá. Inicialmente, Maomé divulgou osnovos preceitos religiosos entre parentes e amigos. Porém,suas pregações não agradaram aos coraixitas, quelucravam muito com as peregrinações a Meca e com ocomércio religioso politeísta. Ameaçados, os coraixitasplanejaram o assassinato de Maomé. Avisado, ele fugiupara Yatreb, no ano de 622, num episódio denominadoHégira que determinou o início do calendário muçulmano.A cidade de Yatreb passou a chamar-se Medina-en-Nabi (ACidade do Profeta), mais conhecida como Medina. Maomépassa a difundir a importância da expansão do islamismo,o Jihad, palavra árabe que significa ‘esforço’”.

Adaptado de: Armstrong, Karen. Op. Cit.

TEXTO COMPLEMENTAR

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Page 33: Material 7 Ano Feudalismo

29

Em 630, Maomé retornou a Meca, levando consigotri bos beduínas do deserto. Os ricos comerciantes,coraixitas, propuseram um acordo político, e Maomécriou as bases do Islã que significa submissão a Deus,único e onipotente.

Até 632, quando de sua morte, Maomé viveu na cida -de de Medina, onde sistematizou as bases religiosas do is -lamis mo em um livro chamado Alcorão. Posterior mente,os fa miliares de Maomé escreveram a Suna, obra que com -pleta as ideias religiosas e práticas de vida desse profeta.

3. Bases religiosas do isla mismoA religião islâmica é monoteísta, e Alá só existe em

natureza divina. Os fiéis não podem representá-lo pormeio de formas vivas.

Maomé é considerado, dentro dos preceitos islâ -micos, o último e principal profeta após Moisés e JesusCristo. A pregação de Maomé rece beu influência dasreligiões católica e judaica. Os fiéis muçulmanosacreditam em anjos, no juízo final e no paraíso.

Os preceitos religiosos islâmicos incluem:• cinco orações diárias; • jejum no mês de Ramadã;• incentivar a caridade;• visitar Meca pelo menos uma vez na vida.

Domo da Rocha, em Jerusalém, de onde Maomé teria ascendido ao céu.

1. Qual a importância histórica da Hégira?

Fuga de Maomé para Medina ante a ameaça dos coraixitas.

Esse fato marca o início do calendário muçulmano.

2. No que consiste o Jihad?

A palavra jihad para os muçulmanos significa “esforço” e

tem sido usada para caracterizar a expansão do islamismo.

––––––––––––––––––––––––––––––– ––––––-––––––––––––––––––––O islamismo no Brasil

“Segundo estimativa da Assembleia Mundial da Juven tudeIslâmica, o número de muçulmanos no território brasileirochegou, em 2005, à casa de 1,5 milhão. Uma cifra bastantemodesta, se considerarmos que existem no país presumíveis 100milhões de católicos e 45 milhões de adeptos do candomblé e daumbanda. Não devemos deduzir, porém, que a influênciamuçulmana em nossa formação nacional tenha sido inexpressiva.Dos arabismos incor po rados à própria língua portuguesa,passando pela estrutura arquitetônica das edificações coloniais,até determinadas formas assumidas pela música nordestina,numerosos foram os traços culturais que o Islã legou ao Brasil.

Um fato pouco conhecido por nossos estudantes de história éque muitos escravos trazidos ao Brasil professavam a religião deMuhammad. E que esses africanos islamizados protagonizaramuma das mais dramáticas rebeliões do período escravista, aRevolta dos Malês. O movimento eclodiu na cidade de Salvador,Bahia, na noite de 24 para 25 de janeiro de 1835. (…)

(…) A revolta ocorreu quando os africanos islamizados, agrande maioria pertencente à nação nagô (a palavra “malê” éuma corruptela de imalê, que significa muçulmano em iorubá),celebravam o mês do Ramadan, dedicado ao jejum e àintensificação da conexão espiritual. Envolveu aproximadamenteseiscentas pessoas (cujo percentual na população de Salvador daépoca equivale ao de 20 mil pessoas na população de hoje). Eterminou com a morte de cerca de setenta rebeldes, dez de seusadversários, vários feridos e centenas de presos. O fim daescravidão africana era a motivação central do movimento, mas,(…), não há certeza de que a consciência dos rebeldes houvesseevoluído ao ponto de vislumbrar a construção de uma sociedadetotalmente sem escravos.”

ARANTES, José Tadeu. O maior perigo do islão: não conhecê-lo. SP,Editora Terceiro Nome. 2005, pp. 81-83.

TEXTO COMPLEMENTAR

4. A expansão do Império ÁrabeApós a morte de Maomé em 632, os califas –

sucessores do profeta na direção do governo árabe –deram início a uma política expansionista, conquistandoa Síria, Damasco, Bizâncio e Jerusalém.

Fixada a capital em Damasco, o Império Árabecaminhou em direção ao norte da África, submetendo aspopulações nativas ao islamismo, que passaram a serchamadas de mouros. No ano de 711, avançou em

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Expansionismo islâmico.

direção à Península Ibérica, dando início a um longo período de dominação islâmica na região. Em 732, Carlos Martel– líder político da Gália – impediu a penetração árabe no território que hoje corresponde à França.

A expansão islâmica, orientada para o Oriente e o Ocidente, foi uma das mais rápidas e fulminantes da História, durante a Idade Média.

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Page 35: Material 7 Ano Feudalismo

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Deificar = tornar divino, adorar.Monolito = bloco único de pedra.Nômade = errante, sem moradia fixa.Preceitos = ensinamentos, doutrinas.Ramadã = nono mês do calendário muçulmano.Sedentário = que tem habitação ou moradia fixa.Semita = grupo originário da Ásia Ocidental e que com preende os hebreus, assírios, aramaicos, fenícios e árabes.Teocrático = forma de governo em que a autoridade, ema nada dos deuses ou de Deus, é exercida por seus re pre sentantes naTerra.

V O C A B U L Á R I O

Para saber mais sobre o assunto, acesse o PORTAL OBJETIVO (www.portal.objetivo.br) e, em “localizar”, digite HIST7F103

No Objetivo

–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– –––––––––––––––––––––––––––Islamismo e Cristianismo na África

“Desde o ano 100 havia cristãos em Alexandria, no Egito; e no século IV o evangelho era pregado na Núbia, que se ligava tanto

ao Egito, pelo rio Nilo, como à Palestina, pelo mar Vermelho. Na Etiópia, ao sul da Núbia, o cristianismo, chegou principalmente

pelo mar Vermelho e resistiu à constante pressão que o islamismo exerceu sobre ele.

Essas regiões eram habitadas por povos oriundos da península Arábica, misturados com população originárias do continente

africano. Foi pelos portos do mar Vermelho e pelo de Suez que tanto os cristãos como os árabes penetraram no continente africano,

mantendo com ele relações duradouras. A partir de 660, os seguidores de Maomé conquistaram povos ao leste e a oeste da península

Arábica levando consigo o islamismo, religião que seria cada vez mais importante na África.

Os habitantes do norte da África, onde hoje se localizam a Líbia, a Tunísia, a Argélia e o Marrocos, eram conhecidos como

berberes e sofreram forte influência árabe desde o século VII. Mas berbere também é o nome dado a uma variedade de povos

nômades, que viviam na região do deserto, que criavam camelos e conheciam os oásis e os poços de água, como os azeneguedes e

tuaregues. No vale do rio Nilo e em algumas terras férteis próximas à costa, agricultores se fixaram em torno de aldeias ou cidades

maiores. O pastoreio e o comércio eram as atividades de muitos. Na costa do Mediterrâneo estavam os portos por onde passavam

as mercadorias trazidas pelas caravanas que transitavam pelo deserto do Saara e pelo Sael.

O camelo facilitou a comunicação através do deserto e sustentou um comércio que uniu o Sael ao norte da África e ao

Mediterrâneo. Daí as cargas ainda seguiam para a Península Arábica e para o mar Vermelho, por terra e por mar.

Os comerciantes tuaregues ligavam toda a região do Sael, no passado também conhecidos como Sudão – em árabe Bilad al-

Sudan (que quer dizer terra de negros) –, ao norte islamizado da África. Eles foram os principais difusores do islã por toda essa

região que corresponde mais ou menos aos atuais países do Sudão, Chade, Níger, Mali, Burquina Faso, Mauritânia e Saara

Ocidental. Foi aí que se formaram os antigos impérios da Gana (séculos VI a XIII), Mali (século XIII a XVII) e Songai (XVII a

XVIII).”

SOUZA, Marina de Melo, op. cit., p. 14.

TEXTO COMPLEMENTAR

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1. IntroduçãoDo final do século XI até o século XIII houve um

importante movimento de expansão da cristandade: asCruzadas. Com a intenção de conter o avanço dosmuçulmanos e difundir a fé cristã, milhares de pessoas sedirigiram para o Oriente Médio. Houve também ummovimento de expansão para a Europa Oriental e para aPenínsula Ibérica, da qual os muçulmanos foramexpulsos na Guerra de Reconquista. Entretanto, nestaaula vamos nos concentrar no estudo dos choques entrecristãos e muçulmanos na Terra Santa.

A tomada de Jerusalém pelos cristãos.

2. Por que surgiram as Cruzadas?Após o período de intranquilidade causada pelas

invasões, a Europa vinha assistindo a um crescimentopopulacional significativo. E isso causava muitosproblemas. Vários nobres estavam ficando sem terra.Como na sociedade feudal as terras ficavam para osprimogênitos, para que não houvesse divisão daspropriedades e rompimentos nas relações de vassalagem,aqueles que haviam nascido depois ficavam despossuídosde bens imobiliários.

Os servos também estavam sendo afetados. Vinhamperdendo sua posição no campo em razão dafragmentação das terras e do aumento das dificuldades desobrevivência. Muitos saíam em busca de novos locais detrabalho nas cidades que começavam a crescer, passandoa dedicar-se a atividades artesanais e mercantis. Outros seencaminhavam para o banditismo ou viviam de formamiserável.

As Cruzadas devem ser entendidas nesse contextohistórico como uma tentativa de solução para diferentessetores da sociedade. Funcionavam como forma de aliviaras tensões sociais na medida em que ofereciam umaalternativa para aqueles que se viam sem lugar numasociedade em mudança.

Você sabia?

O termo "cruzada” não era usado durante a Idade Mé-dia, tendo sido criado depois. Conforme nos conta o historiador Hilário Franco Jr., "os textos medievais falam geralmente em 'peregrinação', 'guerra santa', 'expedição da Cruz' e 'passagem'. A expressão 'Cruza-da', quando surgiu, derivava do fato de seus participan-tes considerarem-se 'soldados de Cristo marcados com o sinal da cruz' e por causa disso usarem uma cruz bor-dada na roupa”.

FRANCO Jr., Hilário. As Cruzadas. Guerra Santa entre Ocidente e Oriente. São Paulo, Moderna, 1999, p. 5.

Aula

12A aventura sagrada das CruzadasData: _____/_____/_____

––––––––––––––––––––––––––––––– ––––––-––––––––––––––––––––Os soldados da cruz

“Embora o equipamento militar dos cruzados não fossemais avançado que o dos muçulmanos, uma proporçãomaior das forças cristãs estava protegida por armaduras.Os elmos de ferro e as túnicas de malha usados pelamaioria dos cavaleiros europeus eram semelhantes aos dosnormandos do século anterior, mas seus escudos em formade pipa eram maiores. Lutavam com lança e espada,deixando o arco e flecha para a infantaria, que usa umaarmadura de homem pobre, feita de couro endurecido ouchifre. Entre os aliados cristãos dos cruzados estavam osarmênios, cavaleiros cujo equipamento refletia influênciasbizantinas e islâmicas. A armadura completa de cota demalha vinha da cavalaria pesada bizantina, enquanto asbotas macias e sem esporas eram copiadas dos turcos.”

(História em Revista. Campanhas Sagradas. Abril Livros, RJ, Op. cit., p. 79, 1994.)

TEXTO COMPLEMENTAR

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33

Vários motivos concorriam para que as pessoas seintegrassem às Cruzadas. Os nobres despossuídos iampara o Oriente com o objetivo de conseguir feudos. Oscamponeses miseráveis possivelmente iam em busca deum sentido para sua existência. Interesses comerciaismoviam os mercadores que começavam a aparecer.Cidades italianas, como Gênova e Veneza, que vinham seaproximando comercialmente do Oriente Médio erompendo o monopólio comercial dos muçulmanos emalguns pontos do Mediterrâneo, ajudaram no financia -mento das Cruzadas para conseguir vantagenscomerciais.

Entretanto, as razões econômicas não dão conta deexplicar um fenômeno tão complexo. Os cruzados eramimbuídos de um profundo sentimento religioso. Areligião na Idade Média tinha um papel essencial, comojá vimos em outras aulas. O homem medieval sentianecessidade de expressar seu sentimento religioso pormeio de peregrinações para venerar lugares e relíquiassagradas. Consideravam-se relíquias sagradas partes doscorpos dos santos e objetos que haviam pertencido a eles.

As Cruzadas tinham ao mesmo tempo um caráterreligioso e guerreiro, pois tratava-se de combater pelasarmas os infiéis e ampliar a fé cristã (os infiéisrepresentavam o mal). De acordo com a mentalidade daépoca, os cruzados se reconheciam como guerreiros dosenhor, como se o mundo fosse um grande feudo quedeveria ser defendido por eles. A missão dos cruzadosseria, com uma Guerra Santa, recuperar os territóriosdominados pelos infiéis (muçulmanos, no caso) e restituí-los à cristandade. Em troca, os participantes dasCruzadas recebiam o perdão dos seus pecados – asindulgências.

3. Rumo ao Oriente

O papa Urbano II, que convocou a Primeira Cruzada à Terra Santa, recebeuma carta do patriarca de Constantinopla pedindo ajuda aos cristãos.

Quando foi organizada a Primeira Cruzada paralibertar Jerusalém, os muçulmanos já estavam na cidadehavia muito tempo, desde 638. No entanto, após ainvasão dos turcos na região, em 1071, os problemas coma cristandade se intensificaram. Jerusalém era umimportante destino para os peregrinos, que podiam alivisitar o Santo Sepulcro e percorrer locais por ondeCristo havia passado. As peregrinações estavam ficandocada vez mais difíceis e o domínio muçulmano na Terra

Você sabia?

Acreditava-se que as relíquias tinham caráter sagrado e poder miraculoso, por isso eram tão prestigiadas. Conta-nos um historiador que devido a isso “elas eram procuradas, compradas, roubadas. Por volta do ano mil, os camponeses da Itália central pensaram em matar São Romualdo para se apoderarem de seus ossos santos. No começo do século XIII, enquanto Santa Isabel da Hungria não era enterrada, a multidão cortou seu cabe-lo, unhas e partes do corpo, além de rasgar sua roupa, para obter assim as sempre desejadas relíquias”.

(FRANCO JÚNIOR., Hilário. A Idade Média e o Nascimento do Ocidente. São Paulo, Brasiliense, p. 167, 1986.)

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Santa causava cada vez mais apreensão. Ao papatambém interessava tentar unificar a Igreja Católica doOcidente com a Igreja Ortodoxa, que tinha sua capital emConstantinopla. Esse ramo da religião cristã estavaseparado da Igreja Católica Romana desde 1054.

Após um discurso inflamado do papa, no qual defen -dia a organização da cristandade para libertar Jerusalémdos infiéis, criou-se a Primeira Cruzada, que partiu em1096 rumo ao Oriente. Organizada pela nobreza feudal,dela participaram membros de todos os grupos da socie -dade. Após inúmeras dificuldades no trajeto, chegaramem 1099 a Jerusalém e ocuparam a cidade com grandeferocidade. Segundo relatos da época, perseguiram emataram os muçulmanos com extrema crueldade.

A invasão da Terra Santa deu origem a quatro estadoscristãos no Oriente Médio: o reino de Jerusalém, oprincipado de Antióquia e os condados de Edessa e

Trípoli. Esses reinos se mantiveram em poder doscristãos por quase dois séculos, até serem retomadospelos turcos. Durante esse período foram organizadasoutras Cruzadas, que foram oito no total. Com exceçãoda primeira, as outras não tiveram sucesso. A partir daQuarta Cruzada (1202-1204), os motivos econômicospassaram a ficar mais fortes e evidentes. Nessa Cruzada,financiada pela cidade de Veneza, saqueou-se Constan -tinopla. Com ela, também, abriu-se caminho para que osmercadores venezianos conseguissem o monopólio docomércio das especiarias orientais.

Apesar da presença de interesses econômicos, asrazões religiosas e o espírito apaixonado de combaterpela fé ainda sobreviviam. Prova disso é o surgimentoespontâneo de uma Cruzada de caráter popular,conhecida como a “Cruzada das Crianças” (1212). Sobreisso, leia o texto complementar desta aula.

––––––––––––––––––––––––––––––– ––––––-––––––––––––––––––––A Cruzada das Crianças

“Apesar de tudo, o verdadeiro espírito das Cruzadasainda não morrera, como fica claro com a chamadaCruzada das Crianças, movimento espontâneo, popular.Seus participantes não não eram apenas pessoas de poucaidade, pois “criança”, na linguagem da época, designavanão somente uma faixa etária, como também “gentesimples e pobre”, geralmente camponeses dependentes.

Essa Cruzada foi na verdade um duplo movimento, cadaum deles sem relação com o outro, mas ambossignificativamente saídos das duas regiões mais povoadasda época. Da região de Colônia, na Alemanha –estimulados por Nicolau, um profeta popular que tiverauma visão anunciando a libertação do Santo Sepulcro –,partiram cerca de 20 mil miseráveis sem recursos eorganização para alcançar sua meta. Muitos desistiram oumorreram no caminho. Milhares de outros chegaram aGênova, de onde comerciantes inescrupulosos os levaramao Oriente, mas como escravos.

Da região de Vendôme, na França, saíram por volta de30 mil “crianças” lideradas por outro profeta, Estêvão, queafirmava ter recebido uma carta de Cristo (como se contaratambém de Pedro, o Eremita) designando-as para libertarseu túmulo dos infiéis. Elas se dirigiram para Marselha, deonde pretendiam embarcar para a Terra Santa. Semdinheiro para pagar o transporte, foram levadas para oEgito e vendidas como escravos.”

(FRANCO JÚNIOR, Hilário. As Cruzadas, Guerra Santaentre Ocidente e Oriente. SP, Moderna, pp. 42-49, 1999.)

TEXTO COMPLEMENTAR 4. Quais os efeitos das Cruzadas?

Quando os cristãos integravam-se às Cruzadas, em direção à Terra Santa,realizavam suas orações.

As Cruzadas, no conjunto, não foram um sucesso.Seus objetivos de aliviar as tensões e os problemas devi -dos ao crescimento populacional não foram alcançados.A união da cristandade sob a autoridade de Roma tam bémnão. A própria Igreja se viu desacreditada com esse fracasso.

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Page 39: Material 7 Ano Feudalismo

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As Cruzadas, na verdade, produziram efeitos emoutras direções. Tiveram um papel importante noprocesso de desintegração do feudalismo. Reabriram oscontatos econômicos e a circulação de produtos entre oOcidente e o Oriente, contribuindo com isso, junto aoutros fatores, para a expansão das atividadescomerciais. Veneza e Gênova romperam com omonopólio muçul mano do comércio oriental e passarama enviar produtos europeus em troca de mercadorias quefaltavam na Europa, como especiarias, anil, cera, algodão,açúcar, entre outras. To mando parte no aquecimento dasatividades comerciais, as Cruzadas também concorrerampara ativar a economia monetária.

O movimento das Cruzadas também teve outrosefei tos. Acelerou o afrouxamento dos laços de servidão een fra queceu a nobreza, abrindo caminho para ocrescimento da burguesia.

Discutindo a HistóriaNesta aula você estudou as Cruzadas. Esse

movimento é um exemplo de que muitas vezes aexplicação para os acontecimentos históricos combinadiversos aspectos. Neste caso, o fenômeno das Cruzadassó pode ser explicado tendo em vista motivoseconômicos e também religiosos. Vamos separá-los?

• Escreva sobre os efeitos das Cruzadas.

Reabertura do Mar Mediterrâneo e retorno dos contatos cul-

turais e comerciais entre o Ocidente e o Oriente. Houve o au-

mento de circulação de pessoas e riquezas na Europa. Renas-

cimento comercial e urbano.

• Razões econômicas

Pobres despossuídos iam para o Oriente com o objetivo de con-

seguir feudos.

A população marginalizada dos feudos ia em busca de rique-

zas orientais.

• Razões religiosas

Peregrinações para venerar lugares e relíquias sagradas.

Tentativa de libertar Jerusalém, que estava sob o domínio mu-

çulmano.

Cota = armadura de couro retorcido ou malha de ferro.Elmo = armadura antiga para a cabeça; espécie de capacete.Imbuídos = impregnados, repletos.Inescrupulosos = sem escrúpulos, sem sentido moral, comfalta de zelo ou consciência. Miraculoso = extraordinário, assombroso; que é devido aum milagre.Península Ibérica = formada por Portugal e Espanha.Peregrinação = viagem feita a um lugar de devoção;romaria.Venerar = respeitar, acatar, reverenciar, render culto aalguma coisa.

V O C A B U L Á R I O

Para saber mais sobre o assunto, acesse o PORTAL

OBJETIVO (www.portal.objetivo.br) e, em “localizar”,digite HIST7F104

No Objetivo

C1_7oA_Historia_Prof_2010 30.11.09 15:23 Página 35

Page 40: Material 7 Ano Feudalismo

36

Vamos elaborar um quadro comparativo? Trabalhe em pequenos grupos ou junto a seu professor.

A cidade de Constantinopla, tambémchamada de Nova Roma,

recebeu enorme influência da cultura e religião romana.

Porém, a língua falada nessa região era ogrego.

Descobriram a bebida feita do fruto docafeeiro. Com os

hindus, aprenderam a produziraçúcar a partir da cana.

Destaquesou

curiosidades

Religião católica enquantoherança do Império Romano.

No século XI, Bizâncio rompeucom o Vaticano, criando a Igreja

Católica Ortodoxa.

Monoteísta, crença em Alá comoúnico Deus.

Maomé é considerado o principal profeta de Alá.

Organizaçãoreligiosa

Constituiu um grande centro comercial para onde

convergiam produtos emercadorias orientais, depois

repassados para o Ocidente europeu.

Intenso comércio, com produtosorientais e especiarias, nas cidades de Meca,

Medina e Iêmen.

Organizaçãoeconômica

Organização imperial na qual o líder político era também

o líder religioso.

Estado teocrático, no islamismo o líder político

é considerado representantedireto de Alá.

Organizaçãopolítica

Entre os Mares Negro e Mediterrâneo, próximo à Grécia,

constituindo um verdadeiro elo de comunicação

entre Ocidente e Oriente.

Península da Ásia Ocidental,nas proximidades da África.

Localizaçãogeográfica

ImpérioBizantino

ImpérioÁrabe

Civilizações

Aula

13Revisitando povos e civilizaçõesData: _____/_____/_____

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Page 41: Material 7 Ano Feudalismo

37

Complete os espaços após cada afirmação. Em seguida procure as palavras no quadro abaixo. Vale usar lápis de cor!

Aula

14 RevisãoData: _____/_____/_____

YUTEOYWLEUSEVMUZSACAMDOZSOCD

DIZSAMECAWSMMAEOLAFEITMRI

MSX

BAASIPITEOSUGBDCLTZSGISEOSTY

EOPSAWDIZXELMEUSERGATCILAIYC

KRSOOGAYSXZUPATBIOYLMIRILPLE

EMURPHNDASYCBASLCMMIANTNSAWU

MITINQALNMXSCISAI–SVEFNSVPUQ

ELNEAUARÍLXOKSNUOOSSALEADORL

ABCTTMDUUTOSAEACQÃYIISCBLRVA

SDMSSSTMDRTELUHIDMSASAOMPATT

AYOOLUXZEIUMRGZQASOCRBEI

MSNN

LXSMICEOBÁRBAROSAPCIÚVTNÉEGE

AAIASSEMASVXUUZQASICNBXILCNM

HOBYSPISVZSOGBTILOTIEATPAHWA

LHMIJXEÍZOXTWMRXZDÓNDSSUSMBT

AQUCORSAVICRNSBBAAGUOZTTUORS

VIITEMALOLONIALADOVCTIBIRMKE

TBCOYOMOZILALERIPNCSNIUXELCR

MIIANQACOMXUCOSAIASSEFASJXUQ

BCFPITAIIASHEREDIIARBASAYPAS

PLEVIONNPAHFSBBASNCAZXIUEOQE

DANSAOORSARIOSTOMINISTERIAIS

YUEEODWLEUSEVMUMMTBXIPHNSTPJ

SIBTEUACOLONIALADSVCOIBI

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MEASIEITLASIBERQCUZAGUTEOZTY

MEAPSFOVLNSYGBHIDJSAEASMPLTY

C1_7oA_Historia_Prof_2010 27.10.09 16:48 Página 37

Page 42: Material 7 Ano Feudalismo

38

1. Em seu reinado o Império Bizantino atingiu seumomento mais importante: ____________________

2. Quando o imperador de Bizâncio coloca a Igreja sobseu controle ele institui o: _____________________

3. Tribos nômades que vivam na região desértica daArábia: ____________________________________

4. Cidade que representava o centro religioso ecomercial da Arábia: _________________________

5. Grandes propriedades rurais onde os romanospassaram a viver no momento da crise final doImpério: ___________________________________

6. A grande extensão de terra que caracteriza todo otempo medieval: ____________________________

7. Pessoas da confiança do senhor feudal quefiscalizavam a cobrança dos impostos e o trabalhodos servos: _________________________________

8. Na sociedade feudal prevalecem três grandesestamentos: servos, senhores feudais e clero – emfunção disso ela é denominada: _________________

9. Imposto pago pelo servo ao tomar posse da terra, emsubstituição a seu pai falecido: _________________

10. Algumas tribos germânicas concediam títulos de terraem troca de favores ou serviços prestados: ____________________________________________________

11. Beijo que selava o pacto de concessão de terrasvassálicas: _________________________________

12. Religioso que fundou a ordem dos Beneditinos: _______________________________________________

13. A recusa do celibato pelos religiosos:_____________

14. Classe social que surgiu na Baixa Idade Média com ocomércio:__________________________________

15. Visão de mundo medieval que colocava Deus comocentro de todos os interesses: __________________

16. Centros de preservação cultural durante a IdadeMédia: ____________________________________

17. Cidade sagrada que os cristãos europeus queriamlibertar, utilizando as Cruzadas:_________________

18. Estilo de arte e arquitetura caracterizado porgrandiosas construções, muita luminosidade e janelascom vitrais coloridos: ________________________

BEDUÍNAS

MECA

VILAS

FEUDO

MINISTERIAIS

ESTAMENTAL

MÃO-MORTA

BENEFICIUM

CESAROPAPISMO

JUSTINIANO

OSCULUM

BENTO DE NÚRSIA

NICOLAÍSMO

BURGUESIA

TEOCENTRISMO

MOSTEIROS

JERUSALÉM

GÓTICO

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Page 43: Material 7 Ano Feudalismo

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Atividade Opcional 1Data: _____/_____/_____

Os nobres cavaleiros medievais

Investidura de um cavaleiro feudal – desenho de um manuscrito do início doséculo XIII.

Durante o século XII, período de fortalecimento dasrelações feudais, o guerreiro medieval assumiu grandeimportância transformando-se no cavaleiro couraçado,dando origem a um significativo grupo social da BaixaIdade Média. Sua educação incluía, além do preparo paraa guerra, a observância a regras e rituais que os tornavammerecedores de pertencer à ordem da cavalaria. Do seutreino como escudeiro até a sagração a cavaleiro, suasqualidades deveriam ser aprimoradas. Valorizavam-se,além de atributos como força física, a habilidade com asarmas, coragem e lealdade a seus líderes. O idealcavalheiresco incluía, ainda, sentimentos como honra,dever e espírito cristão.

Um escudeiro deveria cuidar das armas e dos cavalosde seu cavaleiro, ajudar a vestir a armadura e passar-lhea espada. Aprendia as boas maneiras ao servir seucavaleiro à mesa e sua preparação envolvia também amúsica, a dança e a composição de versos quedescreviam as vitórias em batalhas e amores, muitasvezes impossíveis.

Em lendas e poemas medievais, os cavaleiros sãosempre apresentados como figuras heroicas ou míticas.Valentes, guerreiros, defendiam os senhores e seusgrandes castelos feudais.

Vamos conhecer o cerimonial de sagração de umcavaleiro medieval?

Armas e combates. O Cavaleiro Medieval.

––––––––––––––––––––––––––––––– ––––––-––––––––––––––––––––A sagração

“Para se tornarem cavaleiros, não bastava aosguerreiros terem completado seu treinamento militar. Erapreciso que todos — futuros reis, príncipes, filhos danobreza, herdeiros de feudos ou filhos mais jovens dossenhores – se submetessem ao ritual solene que lhes abriaas portas da cavalaria. Tratava-se de uma cerimôniasemelhante à celebração de um sacramento, embora aIgreja nunca lhe tenha concedido tal caráter.

Entre os 18 e os 20 anos e após ter completado seutempo de aprendizado como escudeiro na casa de umsenhor poderoso, o jovem se preparava para receber o graude cavaleiro. Passava a noite anterior à sagração emvigília, velando suas armas e imerso em oração. Na manhãdo grande dia, banhava-se. O banho tinha um significadosolene, simbolizando seu segundo nascimento: onascimento como cavaleiro, uma data que nunca maisesqueceria. A seguir, numa celebração frequentementecoletiva, ele colocava a armadura e recebia a espada,instrumento e símbolo de seu trabalho, das mãos docavaleiro com quem tinha feito seu aprendizado.

A cerimônia terminava com um grande banquete, em quetodos se confraternizavam como iguais, membros de umanobre, exclusiva e poderosa confraria.”

Rezende Filho, Cyro de B. Op. cit, p. 36

TEXTO COMPLEMENTAR

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Page 44: Material 7 Ano Feudalismo

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I – Trabalhando com o textoLeia o texto sobre a sagração de um cavaleiro e responda: 4. Como terminava a cerimônia de sagração de um

cavaleiro medieval?

A cerimônia terminava com um grande banquete, em que

todos se confraternizavam como iguais, membros da ordem

da cavalaria medieval. Depois da cerimônia, muitas vezes, o

jovem saía montado em seu cavalo e distribuia presentes aos

assistentes.

5. Por que razão muitas lendas e poemas medievaisapresentam os cavaleiros como figuras míticas?

Os cavaleiros medievais são geralmente descritos como

heróis, valentes guerreiros que defendiam os senhores e seus

grandes castelos feudais.

1. Como era a educação de um cavaleiro medieval?

Sua educação incluía, além do preparo para a guerra, a

coragem e a lealdade a seus líderes. O jovem também deveria

estar familiarizado com as regras e os rituais da ordem da

cavalaria.

2. Caracterize o aprendizado de um escudeiro.

O jovem deveria cuidar das armas e do cavalo de seu cavaleiro,

ajudá-lo a vestir a armadura a passar-lhe a espada.

Aprendia as boas maneiras ao servir seu cavaleiro à mesa.

3. A cerimônia de sagração de um cavaleiro estavarevestida de alguns símbolos. Escreva a significaçãodo(a):a) banho:

Simbolizava o segundo nascimento do jovem: seu nascimento

como cavaleiro, uma data que nunca mais seria esquecida.

b) espada:

O jovem a recebia das mãos do cavaleiro com quem tinha feito

o aprendizado. Era o símbolo e instrumento de seu trabalho.

II – Após compreender o signi -ficado da cerimônia de sa -gração do cavaleiro medievalvocê pode representá-lo parasua classe.

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Page 45: Material 7 Ano Feudalismo

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Representação de uma propriedade feudal inglesa – Montes Cozwold – retirado de: Campanhas Sagradas – Op. Cit. – pp. 30-31.

Ao longo desse bimestre você estudou o tempo medieval. Percebeu que nos séculos iniciais desse extenso períodohistórico houve a formação do feudalismo. Tomou contato com as formas de viver, produzir e pensar durante a existênciado sistema feudal.

Você conheceu o feudo – grande propriedade senhorial – em torno do qual se estabeleciam as relações medievais.Vamos representar visualmente o espaço de um feudo?A proposta de trabalho é a construção de uma maquete, cujos materiais utilizados podem ser de diferentes tipos,

inclusive sucata.Vale a pena pesquisar e organizar um evento cultural, com a exposição de todos os trabalhos da classe.

Bom trabalho!

Atividade Opcional 2Data: _____/_____/_____

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Page 46: Material 7 Ano Feudalismo

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Page 47: Material 7 Ano Feudalismo

Você agora é um jovem estudante do 7.º ano e está morando na cidade de Istambul, na Turquia. Seus pais foramfazer um trabalho na embaixada brasileira neste país, e o seu melhor amigo ficou no Brasil.

Você irá escrever uma carta ao seu grande amigo, descrevendo a vida e o cenário histórico que está diante de seusolhos.

Lembre-se: Istambul é o nome atual de Constan tinopla.

Orientação: Vale pesquisar!

43

Data: _____/_____/_____ Nome: ____________________________________ Sala: _____

Tarefa Aula 1História

O aluno deverá escrever um texto sobre a parte da história de Istambul que revele seu passado bizantino. Poderá contar um pouco

dessa história a partir de um local de atração turística.

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Page 48: Material 7 Ano Feudalismo

44

Qual a imagem que você faz do tempo medieval? Represente-a por um desenho, no espaço abaixo.Vale lembrar: a leitura do Texto Complementar “Idade Média, Castelos e Cavaleiros” é um importante subsídio.

Data: _____/_____/_____ Nome: ____________________________________ Sala: _____

Tarefa Aula 2História

O aluno apresentará um desenho. Pode ser um elemento com vários aspectos da Idade Média, ou escolher um de seus elementosmais característicos. O importante é que o desenho seja representativo da época medieval.

C1_7oA_Historia_Prof_2010 27.10.09 16:48 Página 44

Page 49: Material 7 Ano Feudalismo

45

Análise de texto

Leia atentamente o texto e responda às questões:

— Mais três dias e acaba a colheita — diz o pai. —Sorte que ela foi boa este ano. Depois vamos debulhar otrigo e guardar os grãos no silo, antes que venham o frioe a chuva.

— Queira Deus que não tenhamos nenhumaepidemia! — responde a mãe. — Com o celeiro cheio,não vamos passar fome neste inverno. Sabem que mais?Bem que a gente podia trocar uns dois sacos de trigo poruma porção de toucinho fresco com os nossos vizinhos.Que acham?

As crianças vibram de alegria com a ideia. Na IdadeMédia, a vida dos camponeses era muito dura e comeruma porção de carne era um acontecimento especial.

Os camponeses que tinham suas próprias terras, queeram poucos, trocavam seus produtos com os vizinhos ouno mercado da cidade, pois eram escassas as moedas decobre, prata e ouro, sobretudo estas últimas, de que osnobres sempre se apropriavam.

Os outros camponeses, que não possuíam terraspróprias, eram chamados servos da gleba. As colheitas eos frutos que eles obtinham pertenciam ao nobre docastelo ou ao abade do mosteiro.

Os servos eram obrigados a viver em cabanas, pertodos campos em que trabalhavam, de onde não podiamsair sem autorização do nobre.

— Que vida triste essa que nossos pais levam — dizo menino.

— E a nossa? Quando crescermos vamos ser servosiguaizinhos a eles!

— Eu não! Quando crescer vou fugir daqui, vouprocurar um canto onde ninguém me conheça e vou serlivre!

— Foi o que fez o filho do vizinho. Só que os cães dossoldados do barão seguiram o rastro dele. Os sentinelaso pegaram, bateram nele e o trancaram numa masmorrado castelo. Sabe-se lá quando vai sair!

In: Viajando através da História – A Idade Média. Adaptação de Nicolau Sevcenko.

São Paulo, Ed. Scipione, 1990, pp. 4-6.

1. Quais as diferenças entre os campo -neses e os servos da gleba?

Em número reduzido, os camponeses tinham suas próprias

terras.

Os servos da gleba não tinham a propriedade da terra e

representavam a maioria dos trabalhadores de um feudo.

2. Como era a vida de um servo da gleba?

Os servos eram obrigados a viver em cabanas perto dos

campos em que trabalhavam, de onde não podiam sair sem

autorização do nobre.

Data: _____/_____/_____ Nome: ____________________________________ Sala: _____

Tarefa Aulas 3 e 4História

C1_7oA_Historia_Prof_2010 01.12.09 13:08 Página 45

Page 50: Material 7 Ano Feudalismo

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3. Agora você é o escritor. Dê continuidade à história, finalizando-a.

O aluno deverá continuar a história considerando os seguintes personagens:

• Dois servos da gleba. Um que foge e está em uma masmorra. Outro que já sabe que não será outra coisa na vida a não ser um servo.

• Além deles, existem os soldados do barão.

• Um dos personagens permanece trabalhando e realizando suas atividades cotidianas. Quais são elas?

• O outro personagem está preso em uma masmorra. O aluno terá várias possibilidades: descrever a masmorra, sua localização, o

modo de fugir.

• E o barão e seus soldados, o que eles fazem?

• E sobre o prisineiro? O que será decidido sobre esse personagem?

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Page 51: Material 7 Ano Feudalismo

47

Revendo e fixando conceitos.

1. Complete corretamente os quadros, ca -rac terizando:

2. Desafio histórico:

3. Responda corretamente a questão:

4. Caracterize os domínios territoriais deum senhor feudal.

Manso senhorial, conjunto de construção fortificada onde se

situara o castelo feudal. Manso servil, pequeno pedaço de

terra que os servos recebiam para cultivar. Manso de reserva,

as terras comuns: bosques, pastagens, áreas dos moinhos,

lagares e fornos.

O que era o beneficium?

Pequenos lotes de terra que alguns povos bárbaros concediam

a pessoas de confiança para que cultivassem a terra.

O rei é também um suserano? Justifique sua resposta.

Pode-se dizer que sim, na medida em que o desenvolvimento

histórico do feudalismo evidencia a gradual diminuição do

poder do rei, que passa a exercer controle em seu domínio de

terra.

• Relação Feudo-vassálica = Concessão de terras feu-

dais de um suserano para um vassalo. Estabelecem-se con-

tratos vassálicos baseados em relações de fidelidade e depen-

dência do vassalo para com seu suserano.

• Política Feudal = Caracterizada pela descentralização

administrativa. O senhor feudal tem plenos poderes e auto-

nomia dentro de suas terras.

• Economia Feudal = Tem por base a agricultura, existin-

do simultaneamente uma pequena pecuária e eventuais tro-

cas comerciais.

Data: _____/_____/_____ Nome: ____________________________________ Sala: _____

Tarefa Aula 5História

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Page 52: Material 7 Ano Feudalismo

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Você é o historiador: minipesquisa

Tema: “A tolerância religiosa”

Questão atualíssima, a tolerância religiosa refere-se ao respeito que nós, cidadãos, devemos ter com toda e qualquerforma de religiosidade.

Você deverá pesquisar sobre uma determinada religião, por exemplo:– Catolicismo– Protestantismo– Presbiterianismo– Judaísmo– Espiritismo– Kardecismo– Umbanda– Candomblé– Budismo– Igrejas adventistasetc.

Orientações:– pesquise em livros, enciclopédias ou na Internet;– entreviste algumas pessoas ou converse com elas sobre o tema em questão;– ao final de seu trabalho, indique a bibliografia.

Data: _____/_____/_____ Nome: ____________________________________ Sala: _____

Tarefa Aulas 6 e 7História

O aluno deverá registrar as conclusões de sua pesquisa, levando em consideração os seguintes pontos:

• O tema proposto.

• Escrever sobre a tolerância religiosa: ela existe ou não e por quê?

• Dar exemplos retirados da pesquisa e das entrevistas.

C1_7oA_Historia_Prof_2010 01.12.09 13:08 Página 48

Page 53: Material 7 Ano Feudalismo

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Data: _____/_____/_____ Nome: ____________________________________ Sala: _____

Tarefa Aula 8História

1. Quem são os mouros, personagens da cavalhada?

Na cavalhada, os mouros representam os árabes que invadiram e dominaram a Península Ibérica durante sete séculos.

2. Em que época do ano acontecem as cavalhadas no Brasil?

Após a festa do Divino Espírito Santo, cinquenta dias após a Páscoa.

3. Quais são os personagens envolvidos na representação das cavalhadas?

De um lado os cavaleiros cristãos, trajandos vestes em cor azul. De outro lado os mouros, vestidos em cor vermelha ou encarnado.

Todos os integrantes da cavalhada apresentam-se com adereços e figurinos ricos em detalhes e cores.

4. Como termina a representação da cavalhada?

Ao final de três dias de festividades, os cavaleiros cristãos vencem os mouros que convertem-se ao cristianismo.

5. Em que locais do Brasil ainda encontramos cavalhadas?

Podemos observar essa manifestação cultural nas regiões sul, sudeste e centro-oeste do país. A cidade de Pirenópolis, em Goiás, destaca-se

por apresentar uma das mais representativas festividades de cavalhada no Brasil.

Cavalhada é uma manifestação cultural portuguesa originária de torneios medievais, onde cavaleiros exibiam-sereproduzindo lutas entre cristãos e mouros, por ocasião de festas populares. Essas representações foram denominadaspor Mário de Andrade de danças dramáticas.

Os primeiros registros de cavalhada no Brasil remontam ao século XVII, tendo sido introduzida pelos coloni -zadores portugueses.

Vamos saber mais sobre o assunto!Pesquise em livros ou na internet. Coloque a fonte bibliográfica e se for um site, não se esqueça de colocar a data

do acesso.

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Data: _____/_____/_____ Nome: ____________________________________ Sala: _____

Tarefa Aula 9História

Leia as frases abaixo e assinale as que forem verdadeiras com V. Assinale com F as que estiverem erradas e use oespaço correspondente para corrigi-las.

1. A Alta Idade Média é o período de crise das relações feudais.

F – Momento de desenvolvimento das relações feudais.

2. Observa-se a partir do século X um aumento significativo da população na Europa medieval, e aprodução agrícola – principalmente de grãos – acompanhou esse crescimento populacional.

F – A produção agrícola não acompanhou o crescimento populacional europeu nesse período histórico.

3. O uso da charrua e do cavalo assinala um grande avanço nas práticas agrícolas da Europa medieval.

V

4. O arroteamento de terras trouxe novas áreas de produção agrícola para os feudos.

V

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Page 55: Material 7 Ano Feudalismo

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Uma das grandes questões políticas do final do século XX é o conflito entre árabes e israelenses. Pesquise, conversecom seus pais e professores e responda:

2. Pesquise em jornais ou revistas uma notícia sobre a crise do Oriente Médio, cole-a nesse espaço e, em seguida,escreva um breve resumo da matéria. Não se esqueça de colocar o nome e a data da publicação que você utilizou.

1. Por que razão a cidade de Jerusalém é um dos principais pontos de disputa entre esses dois povos?

Jerusalém é a cidade sagrada onde convivem mesquitas árabes com sinagogas israelitas. Ambos os povos pretendem a posse dessa cidade

para torná-la a sede administrativa e religiosa de seu país.

Data: _____/_____/_____ Nome: ____________________________________ Sala: _____

Tarefa Aulas 10 e 11História

A crise do Oriente Médio pode ser explicada pelo conflito entre árabes e israelenses. Trata-se de um conflito do nosso tempo, quejá persiste desde a década de 1960 até o início do século XXI. Sendo assim, os jornais e revistas sempre noticiam algo sobre esseconflito.

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Page 56: Material 7 Ano Feudalismo

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Vamos resolver a cruzadinha!

1. Símbolo bordado que os cruzados usavam em suas roupas.

2. Visitações a lugares sagrados para venerar relíquias.

3. Cidade que a Primeira Cruzada pretendia libertar.

4. Cidade italiana que financiou a Quarta Cruzada.

5. Papa que convocou a Primeira Cruzada.

6. Os participantes das Cruzadas recebiam em troca do perdão dos pecados.

7. Povos que ocuparam Jerusalém desde o ano de 638.

8. Condado cristão fundado no Oriente Médio.

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Data: _____/_____/_____ Nome: ____________________________________ Sala: _____

Tarefa Aula 12História

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I - Fixando conceitos

Pinte os retângulos de acordo com a legenda.

12

3

Medinaama -relo

Constantinoplaazul

Sudãoama -relo

Maoméama -relo

azul

azul

azul

ama-relo

ama -relo

azul

ama-relo

azul

ama-relo

azul

ama-relo

12

3

PatriarcaCesaropapismoNova RomaInstitutasMosaicosNumismaConstantinopla

Império Bizantino

BeduínosMaoméSudãoMedinaGuerra SantaHégiraOásisCoraixitas

Império Árabe

RESOLUÇÃO:

Império Bizantino

Império Árabe

Numisma

Mosaicos

Institutas

Coraixitas

Oásis

Nova Roma

Hégira

Cesaropapismo

Guerra Santa

Patriarca

Beduínos

Data: _____/_____/_____ Nome: ____________________________________ Sala: _____

Tarefa Aula 13História

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Você deve responder essa questão em forma de uma redação. Dê um título para seu texto

Bom trabalho!

II – Como as pessoas viviam no Feudalismo Europeu?

O aluno deverá redigir um pequeno texto considerando os seguintes aspectos do feudalismo europeu:

• A função de cada grupo social da Idade Média;

• Como eles se relacionavam entre si;

• A agricultura - cultivo dos campos;

• A cavalaria medieval;

• A Igreja e o controle sobre o saber;

• As grandes construções e a transmissão da cultura.

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Vamos resolver os testes!

1. Sobre a importância da obra legislativacriada pelo imperador Justiniano, a únicaafirmação incorreta é:

a) Criação do Corpus Juris Civilis.b) Adaptação e revisão do antigo Direito Romano.c) Criação das Institutas.d) Não possuir nenhuma relação com o antigo

Direito Romano.e) Base para o futuro Direito Internacional.Resposta: D

2. A Europa, entre os séculos V e X,assistiu ao momen to histórico dodesenvolvimento e fortalecimento das

relações feudais, a esse período denominamosa) Baixa Idade Média. b) Tempo Servil.c) Feudo. d) Alta Idade Média.e) Vassalos.Resposta: D

3. Os domínios territoriais de um senhorfeudal eram muito grandes. Ao conjunto deconstrução fortificadas onde se situavam o

castelo feudal, oficinas, estábulos, pomar e cavalariadenominamosa) Manso Senhorial. b) Manso Servil.c) Feudo. d) Manso de Reserva.e) Cantos do Senhor.Resposta: A

4. Obrigação de o servo trabalhar, dois outrês dias da semana, na propriedadesenhorial:

a) Corveia b) Talha c) Banalidaded) Tostão de Pedro e) Mão-MortaResposta: A

5. No século X foi criado na França omovimento do Mosteiro de Cluny quedefendia a restauração dos valores

essenciais do cristanismo e o fim da influência dosnobres nas questões religiosas. As discussões dessemovimento possibilitaram a instalação do Colégiode Cardeais que propunha

a) o fim da investidura leiga.b) a nomeação do Papa pelo Colégio de Cardeais.c) a criação do celibato clerical.d) o fim da simonia.e) todas as alternativas estão corretas.Resposta: E

6. Grupos de pessoas que passavam acriticar os abusos cometidos pela IgrejaCatólica feudal:

a) hereges. b) infiéis. c) católicos.d) protestantes. e) evangélicos.Resposta: A

7. Nutrido por um forte sentimentoreligio so, o homem medieval fazia peregri -nações a lugares sagrados. Essa é a justifi -

cativa religiosa do movimento denominadoa) Cruzadas. b) Cavalarias. c) Zigurates.d) Êxodo. e) Cisma.Resposta: A

8. A burguesia, enquanto segmento socialque surge historicamente no final da IdadeMédia, relaciona-se

a) ao desenvolvimento das cidades.b) ao movimento das Cruzadas.c) ao desenvolvimento comercial.d) às fortificações denominadas burgos.e) todas as alternativas estão corretas.Resposta: E

9. Tribos nômades do deserto da Arábiaque se dedicavam a um comércioitinerante:

a) Coraixitas. b) Califas. c) Sultão.d) Beduínos. e) Oásis.Resposta: D

10. O Jihad, proposto pela religião islâmi -ca, consiste em

a) não levar a outros povos a crença em Alá.b) negar os ensinamentos de Maomé.c) levar a Hégira ao mundo.d) tentativas de converter os povos à crença em Alá.e) jejuar no mês de Ramadã.Resposta: D

Data: _____/_____/_____ Nome: ____________________________________ Sala: _____

Tarefa Aula 14História

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Para uso do professor

ARIÈS, Philippe e DUBY, George (dir.); VEYNE, Paul(org.). História da vida privada, do império ao ano1000. Tradução: Hildegard Feist, volume I, SãoPaulo, Companhia das Letras, 1990.

BASCHET, Jérôme. A civilização feudal. Do ano mil àcolonização da América. São Paulo, Globo, 2006.

DUBY, Georges. As três ordens ou o imaginário dofeudalismo. Lisboa, Estampa, 1982.

____. Guerreiros e camponeses. Lisboa, Estampa, 1980.

FRANCO JÚNIOR, Hilário. Feudalismo, uma sociedadereligiosa, guerreira e camponesa. São Paulo,Moderna, 1999.

____. O ano 1000, tempo de medo ou de esperança? SãoPaulo, Companhia das Letras, Coleção Virando Séculos,1999.

GANSHOF, F. L. Que é o feudalismo? Lisboa, Publica -ções Europa, América, 1976.

HEERS, Jacques, História medieval. RJ/SP, Difel, 1977.

LE GOFF, Jacques. Para um novo conceito de IdadeMédia. Lisboa, Estampa, 1979.

OLIVEIRA PAIS, Marco Antonio de. A formação daEuropa, a Alta Idade Média. São Paulo, AtualEditora, 1994.

REZENDE FILHO, Cyro de Barros. Guerra e poder nasociedade feudal. São Paulo, Editora Ática, 1998.

Leituras para o professor

– Cocanha, a história de um país imaginário, HilárioFranco Júnior, Companhia das Letras, 1998.

– História do cerco de Lisboa, José Saramago,Companhia das Letras, 1998.

Para uso do aluno

CLÉMENT, Catherine. A viagem de Théo, romance dasreligiões. São Paulo, Companhia das Letrinhas.

KERVIN, Rosalind, Aladim e outros contos de “As mil euma noites”. São Paulo, Companhia das Letrinhas.

LE GOFF, Jacques. A Idade Média explicada aos meusfilhos. Rio de Janeiro, Agir, 2007.

MIRANDE, Jacqueline. Contos e lendas dos cavaleirosda Távola Redonda. São Paulo, Companhia dasLetrinhas.

PHILIP, Neil. Robin Hood e o príncipe dos ladrões, sualenda e sua história. São Paulo, Companhia dasLetrinhas.

Bibliografia complementar

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