MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO VIDRO -...

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C2LAB Laboratório de Construção da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto Prof. Nuno Lacerda Lopes [email protected] MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO VIDRO G 10 Cynthia Darrigo Vidal Federica Tartarelli Rafael Massucato de Almeida

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C2LAB Laboratório de Construção da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto Prof. Nuno Lacerda Lopes [email protected]

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO

VIDRO G 10 Cynthia Darrigo Vidal Federica Tartarelli Rafael Massucato de Almeida

ABSTRACT O vidro surgiu, devido a necessidade de haver um material que pudesse vedar o edifício e ao mesmo tempo permitir a entrada de luz, e o contato visual com o seu exterior. Foi sem dúvida um material que revolucionou a construção civil, desde os tempos mais antigos até os dias atuais assim como o modo de pensar e fazer arquitectura. Tivemos grandes arquitectos como Le Corbusier e Mies Van der Rohe que aproveitaram as características do vidro para transformar os espaços em seus edifícios. Nos dias atuais temos grandes arquitectos como Peter Zhumthor que trabalham muito bem a questão do material, chamando a atenção para uma de suas obras a Kunsthaus de Bregenz (KUB), um museu construído na Austría, feito todo em vidro, e com um carater muito simbólico.

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ABSTRAC

01 Enquadramento Histórico, Origem e Cronologia Em milhares de anos de construção o homem está a procura de um material que revele transparência, rigidez, e um custo acessível para ser utilizado na sociedade como vedação para edifícios.

A descoberta do vidro se deu início a 4000 anos atrás quando no mediterrâneo houve a fusão de sílica das cinzas com alcalinas.

Em 1500 a.C já haviam vasos moldados de vidro no Egito, e estas técnicas se espalharam na área moderna de Veneza e Hall na Áustria.

Dois mil anos se passaram e as técnicas para manipular o novo material melhoraram fazendo possível a criação de vidros finos e fortes o suficiente para serem usados como janelas. Este primeiro passo abriu uma nova porta para a arquitetura, novos conceitos começaram a surgir e havia uma nova linguagem a ser explorada, era possível obter luz através de uma vedação.

Painéis de 500mm por 700mm foram encontrados em Pompéia, e também em Roma o vidro era usado pelos patrícios para construção de estufas para cultivar vegetais fora de sua época.

Com o passar do tempo as técnicas para constituir o vidro foram sendo aperfeiçoadas de forma que alguns aditivos foram inseridos na composição para que a areia fosse derretida mais rápida.

O vidro além de sua função de abertura e entrada de luz também passou a ter a função de ornamentação, como exemplo a primeira igreja onde foi encontrado a Igreja Constantine próxima a Roma, onde suas janelas eram coloridas.

As igrejas góticas do norte da Europa foram classificadas a primeira arquitetura da idade do vidro. O vidro teve uma presença significativa nas igrejas e uma evolução em relação as cores e a sua espessura e a forma como ele era aplicado nas estruturas das igrejas.

O próximo passo na historia do vidro foi sua revelação na Inglaterra, ele gerou uma nova clientela interessada no novo material e uma nova morfologia arquitetônica, como exemplo temos o Hardwick Hall (1), próximo a Mansfield (1590-7) e a Mansão Worsop.

Em 1561-66 foi construída nos Países Baixos a Câmara Municipal, um prédio publico que possui janelas enormes e uma estrutura de pedra, a predominância da área de vidro na estrutura de pedra demonstra uma vontade de luz para o

interior do edifício e também a sua afinidade com a arquitetura inglesa.

Com a fabricação do vidro se espalhando pela Europa ouve um crescimento na qualidade e sofisticação do material, havendo também uma popularização do material para classes menos ricas fazerem o uso do mesmo.

Nos século XVI o vidro havia ainda sua forma em painel e em cilindro, porem as técnicas para realizar era muito mais eficientes. Em 1676 o governo Frances investiu na iniciativa de fabricação de um vidro mais forte, fino, e polido.

Em resultado do investimento Frances se obteve as placas de vidro que foram muito usadas no Palácio de Versalhes, que é uma versão francesa das casas inglesas dos Smythson.

Em 1700 já haviam 12 tipos diferentes de vidro para serem aplicados nas construções, e com o passar do tempo as janelas necessitavam alem de receber luz através do vidro, obter uma abertura, isso exigiu novas invenções de formatos de janela, foi quando surgiu a janela deslizante, e o norte da Europa passou a obter grandes aberturas com vidros fortes em suas construções.

Existem dois projetos que foram os mais significantes na historia que foram Palácio de Cristal Paxton(2) e a Palm House (1845-8)(3) e tomaram lugar na Inglaterra.

Após a realização destes dois projetos houveram 15 anos de mudança na composição do vidro para estabelecer cada vez mais um vidro com transparência e qualidade.

Em 1855 foi construído o Palais de l’Industrie em Paris que possuía a cobertura inteiramente de vidro.

Com o desenvolvimento das ferrovias começaram a ser construídos muitos galpões ferroviários com vedações de vidro.

Em 1889 Paris surpreende novamente com a construção do Palais des machines que possuía uma estrutura diferente do Palácio de Cristal pois, no Palácio de Cristal havia uma repetição estrutural e no tamanho das placas de vidro.

Uma nova morfologia de combinação do vidro com estrutura metálica começa a surgir, uma combinação do ferro e do aço, isso gerou um novo conceito de fachada onde a estrutura das aberturas era metálica e não de pedra, as áreas que onde apareceram edifícios com esta morfologia foi na Europa e na America do Norte.

Em Chicago durante os anos de 1870-1880 os edifícios mostraram cada vez mais painéis maiores de vidro ocupando uma proporção maior na fachada dos edifícios.

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1 - Hardwick Hall, Mansfield, 1590-7

2 - Palácio de Cristal Paxton

3 - Palm House

1 – Casa Tugendhat, 1928-30

3 – Vila Savoye

2 – Pavilhão de Barcelona

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02 Cultura e Contexto No contexto cultural e na atualidade o vidro começa a obter um novo conceito e uma nova forma de aplicação nas fachadas. No inicio do século XX houve uma revolução na arte e cultura, com novas invenções de trens e motores de carros mostrou um novo modo de viver do homem moderno, e isso refletiu na arquitetura e na forma de viver das pessoas. Surgiram arquitetos como Walter Gropius e Mies van der Rohe, que apresentaram projetos que usavam e ousavam do material.

Mies Van der Rohe mostrou muito bem a nova atitude do uso do vidro na Europa com Casa Tugendhat (1)(1928-30) e o Pavilhao de Barcelona (2)mostraram um espaço com fluxo corrente e uma conversa com exterior usando o vidro.

Le Corbusier com a Villa Savoye(3) mostrou uma plasticidade diferente do vidro usando as janelas como se fossem fotos e uma geometria pura.

Em 1931 a construção de Maison Dalsace, Maison de Verre (4)por Pierre Chareau estava pronta, e com um excelente design desenvolvido, com placas metálicas perfuradas e caixas de escadas metálicas ele usou de uma tecnologia avançada em seu projeto.

Na torre de administração Johnson and Son(5), Frank Lloyd Wright usou uma tecnologia com um tubo de borosilicado criando uma transparência incrível.Wright explica que a luz entra neste edificio onde a cornija costumava ser. Toda a estrutura do edificio é de concreto armado.

Com novos produtos no mercado o vidro se transforma em parte do novo cenário arquitetônico que surgiu durante os séculos, a idéia de janela como uma foto que foi otimizada por Mies Van der Rohe e Le Corbusier se tornou um novo vocabulário na arquitetura. A construção do pavilhão de Cristal em Chicago em 1934 trouxe um pouco da arquitetura que estava por vir. É importante considerar o vidro na arquitetura moderna e ver como a evolução deste material trouxe benefícios na arquitetura, tanto os estudos físicos químicos e experimentos que foram feitos ao longo de séculos são a importantes e devem ser relevantes na historia do vidro.

4 – Maison de Verre, 1931

5 – Torre de administração Johnson and Son

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Modos de Aplicação O vidro tem diversas funções as construções, em sua maioria ele serve como vedação das aberturas das janelas, pois o material possui uma característica de transparência que o possibilita diversas funções, sua transparência gera uma fachada diferenciada nas edificações e por sua vez pode ser usado apenas como ornamentação alem de reduzir o uso de luz artificial no edifício.

Como o vidro é um material que absorve o calor da luz e leva esta para dentro do edifício o seu uso em excesso na fachada ou na cobertura(1) pode afetar as condições térmicas do edifício, sendo assim a sua aplicação é diferenciada em todos lugares do mudo, em lugares muito quentes a sua utilização fica limitada e em lugares onde é muito frio o seu uso passa a ser maior.

A sua utilização não se limita apenas em janelas, fachadas e coberturas, o vidro também aparece em elementos no interior dos edifícios, como por exemplo em portas(2), guarda corpo(3) e escadas(4).

1 – Fachada e cobertura de vidro

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2 – Porta de vidro

4 – Escada de Vidro

3 – Guarda-corpo

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04 Peter Zumthor

Peter Zumthor nasceu no 26 de abril do 1943 em Basileia, Suíça.

O pai dele foi marceneiro e por causa do pai ele aprendeu a arte da carpintaria.

Nos anos 60 Zumthor estudou na Kunstgewerbeschule da cidade dele e no Pratt Institute de Nova York.

Em 1968 foi arcquitecto para o departemento de preservação dos monumentos do Cantão do Graubünden. Por isso ele trabalhou muito na reabilitação dos edificios históricos. Este trabalho permetiu ao arquitecto conhecer muitos aspectos técnicos dos materiais e as qualidades deles. Esta experiência de trabalho foi muito significativa para a arquitectura dele porque ele põe muita atenção para as qualidades sensoriais e tátil dos espacos e dos materiais.

Ele trabalhou também como professor no Southern California Institute or Architecture de Los Angeles, na Technische Universität de Monaco, na Harvard Graduate School of Designe e na Accademia di architettura de Mendrisio.

Agora ele trabalha no seu atelier, que foi fundado no 1979 em Haldenstein, Alemanha.

O trabalho de ensino é muito importante para este arquitecto. De facto ele escreveu algumas obras teoricas sobra a arquitectura: “Pensar arquitectura”e “Atmosferas”.

O primeiro livro fala dos processos projectuais de Zumthor. Ele explica a importância dos materias no projecto arquitectônico e a essencialidade deles porque têm cheiros e qualidades acústicas. Neste livro ele fala sobre a relação entre o projecto e o sítio e sobre a importância dos motivos inspiradores que podem ser a música, o teatro, a arte, as

peliculas e, sobretudo, as lembranças do passado e das arquitecturas que ele viveu na infância.

O livro “Atmosferas” é uma obra muito poética de 9 capitulos que explicam como ele consegue a criar as atmosferas(espaços) nos edifícios dele. Ele fala da importância, para as pessoas que projecta edifícios, de lembrar-se de todos os lugares em que eles estiveram e das sensações que estes lugares passavam para eles. Porque um arquitecto que sabe observar bem pode tentar recriar nos seus projectos as atmosferas(espaços) do que ele gostou no passado.

Todo o trabalho teórico do arquitecto reflecte-se no trabalho projectual. Peter Zumthor é realmente capaz de realizar estas atmosferas. De facto ele ganhou muitos prêmios de arquitectura. Entres eles estão o Carlsberg Architecture Prize no 1998, para a Kunsthaus de Bregenz na Austria e para as Terme de Vals na Suiça, e o Pritzker Architecture Prize no 2009, que é considerado o prêmio Nobel da arquitectura.

Atualmente Peter Zumthor está trabalhando em um projecto para um novo edifício para o Los Angeles County Museum of Art

OBRAS MAIS IMPORTANTES:

▪ 1983 Elementary school Churwalden, Churwalden,

Graubünden, Switzerland. ▪ 1983 House Räth, Haldenstein, Graubünden,

Switzerland. ▪ 1986 Shelters for Roman archaeological site, Chur,

Graubünden, Switzerland. ▪ 1986 Atelier Zumthor, Haldenstein, Graubünden,

Switzerland. ▪ 1989 Saint Benedict Chapel, Sumvitg, Graubünden,

Switzerland. ▪ 1990 Art Museum Chur, Graubünden, Switzerland. ▪ 1993 Residential home for the elderly, Masans,

Chur, Graubünden, Switzerland. ▪ 1994 Gugalun House, Versam, Graubünden,

Switzerland. ▪ 1996 Spittelhof housing, Biel-Benken, Basel,

Switzerland. ▪ 1996 Therme Vals, Vals, Graubünden, Switzerland. ▪ 1997 Art Museum Bregenz, Bregenz, Vorarlberg,

Austria. ▪ 1997 Topography of Terror, International Exhibition

and Documentation Centre, Berlin, Germany, partly built, abandoned, demolished in 2004.

▪ 1997-2000 Swiss Pavilion EXPO2000, Hannover, Germany.

▪ 1997 Villa in Küsnacht am Zürichsee Küsnacht, Switzerland.

▪ 1997 Lichtforum Zumtobel Staff, Zürich, Switzerland. ▪ 1999 Cloud Rock Wilderness Lodge Moab. ▪ 2007 Bruder Jlaus Kapelle ▪ 2007 Kolumba – Erzbischöfliches Diözesanmuseum,

Cologne (Köln), Germany.

05 Kunsthaus de Bregenz A Kunsthaus de Bregenz (KUB) é un museu de arte contemporânea que fica perto do lago de Costanza, na Austria, este edifício foi projectado pelo arquitecto Peter Zumthor. O museu é uma arquitectura em vidro e betão que, a noite, parece uma lâmpada porque a luz artificial do interior ilumina o exterior e durante o dia o museu é iluminado através da luz exterior. O sitio desta arquitectura foi escolhido pelo arquitecto pela luz, pois a luz que reflete no lago é muito adequada para a iluminação das obras de arte, e pela posição o museu cria uma relação com a cidade. Peter Zumthor decidiu projecatar dois edificios diferentes para obter uma praça entre eles em um dos edifícios funciona o museu e no outro funciona o núcleo administrativo. A praça entre os dois edifícios não se abre para o lago, mas para a cidade pois ela tem um caráter mais cívico pois no lado direito estão alguns edificios jurídicos. Após a construção do museu a praça tornou-se a praça principal da cidade. Os materiais utilizado pelo arcquitecto no edifício são principalmente o vidro e o betão armado. O betão armado é utilizado na estrutura do edifício nas paredes, nos pisos do térreo, 1°, 2° e 3° andar e p ara as lajes. Nas paredes encontram-se embutidas as instalações de água, electricidade e de climatização. Os canos das instalações de climatização ficam nas paredes e nas lajes e são ligados as bombas geotérmicas. O projecto tem também instalações para a luz artificial que são colocadas sobre o tectos, estas instalações têm sensor para a luz natural que regulam todos os dias a intensidade da luz artificial no interior do edifício com relação a luminosidade exterior. O arquitecto escolheu o betão para as paredes do interior porque a cor desse material não relete a luz e assim não atrapalha a vizualização das obras de arte. Segundo o arquitecto as paredes mudam conforme a obra exposta. O vidro não tem só função de revestimento, mas também é utilizado no interior para os tectos e como parede nos pisos subterrâneos. O exterior do edifício é revestido por placas da mesma dimensão, de vidro laminado. O mesmo vidro é utilizado no interior do edifício para o forro e nas faces internas do edifício é utilizado vidro duplo. O vidro do revestimento externo não foi furado ou cortado para ser montado ele esta apoiado sobre quatro grampos de metal que compõe o módulo de revestimento das fachadas. Os painéis de revestimento permitem a passagem da luz e do ar que contribue na climatização. Assim o edifício tem dois sistemas estruturais diferentes: as paredes em betão seguram as lajes e uma estrutura em metal segura o vidro do revestimento externo.

O arquitecto escolhe o vidro como material principal do projecto porque quer enfrentar o tema da luz, ele quer que a luz crie os espaços, por isso projecta algumas soluções para valorizar a entrada de luz no edifício. O forro é construido em vidro a dois metros da laje para ajudar a difundir a luz no interior do edifício e as lajes são chanfradas nas suas laterais para fazer entrar luz no espaço existente entre a laje e o forro. A área de exposição em cada piso é de 464m² e é limitada por três paredes grossas tendo 72 centímetros de espessura. No lado sul, a parede é mais alta para luz forte que vem desse lado enquanto que a parede do lado norte mais baixa para possibilitar maior entrada de luz. Estas paredes escondem o sistema das escadas e dos elevadores e criam um percurso espositivo em forma de espiral do rés-de-chão até o piso mais alto.

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06 Um Corte Construtivo Nos cortes do museu Kunsthaus de Bregenz se pode ver como Peter Zumthor trabalhou a luz. De facto os cortes mostram como a luz pode entrar no edificio através da fachada e como as lajes chanfradas ajudam na entrada dela. Nestes cortes se pode observar, também, como a luz penetra entre o rés-de-chão para a iluminação do primeiro piso subterâneo e como se propaga entre este piso atraves dos tijolos de vidro que costituem as paredes deste piso. Estes tectos mostram também o trabalho do arquitecto sobre a luz porque escondem as instalações da luz artificial.

O corte mostra também a estrutura que segura a parede em vidro, esta é constituído por vários elementos pré-fabricados em aço com comprimento de 27 metros, altura de 4,5 metros e profundidade de 0,9. No corte podemos ver como esta estrutura segura-se no chão e ao edifício só para descarregar as cargas do vento.

O corte explica qual é a estratificação do revestimento interior que é formado de painéis em betão, isolamento em lã de rocha, vidro duplo e proteção solar, e explica, também, a estratificação do revestimento exterior: painéis em vidro apoiado sobre prateleiras. No corte se pode ver que o espaço entre estes dois revestimentos permite ser um percurso e tem espaços técnicos e uteis para a limpeza do edifício como elevadores e passerelas.

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PORMENOR 1 1 painel em vidro laminado , 2 x 10 mm, vidro float extra claro mais quatro camadas de PVB de 0.375 mm. O vidro é jateado no lado exterior. 2 rufo metálico, espessura 1 mm 3 membrana betuminosa impermeabilizante, 4+4 mm 4 isolamento térmico de lã de rocha, espessura 16 cm 5 laje em betão, espessura 30 cm

PORMENOR 2 1 painel em vidro laminado, 2 x 10 mm, vidro float extraclaro mais quatro camadas de PVB de 0.375 mm. O vidro é jateado no lado exterior 2 vidro duplo: vidro float laminado 2 x 6 mm, câmara de ar que contém gás kripton, espessura 12 mm e vidro float extraclaro 6 mm 3 estrutura em aço cromado 4 sistema de fixação dos painéis 5 isolamento térmico de lã de rocha, espessura 16 cm 6 tecto em vidro jateado no lado exterior 7 sistema de iluminação artificial

PORMENOR 3 1 painel em vidro laminado , 2 x 10 mm, vidro float extra claro mais quatro camadas de PVB de 0.375 mm. O vidro é jateado no lado exterior. 2 estrutura de aço cromado tear de aço cromado 3 sistema de encaixe dos painéis sistema de segurança dos painéis

1- Vidro temperado

2 - Vidro laminado

3 - Vidro Duplo

5 - Vidro de controle solar

6 - Vidro auto limpante

4 - Vidro serigrafado

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07 Aspectos Técnicos do Vidro A aplicação do vidro na construção civil tem aumentado cada vez mais, assim como o desenvolvimento e aprimoramento de novas tecnologias para esse material. Os vidros utilizados nas construções variam conforme as necessidades de cada projecto, e geralmente estão sujeitos a várias exigências como, permitir o contato visual com o exterior, ser resistente ao fogo, resistir a accção do vento, a rotura por choque térmico, isolamento sonoro, isolamento térmico e o controlo da transmissão de radiação solar. Vidro Float: O vidro float é um vidro plano transparente, incolor ou colorido, com espessura uniforme e massa homogênea. É o vidro ideal para aplicações que exijam perfeita visibilidade, pois não apresenta distorção óptica, e possui alta transmissão de luz. É o vidro base para a fabricação de outros tipos de vidro como o temperado, laminado, curvo, jateado e outros. Vidro temperado: O vidro temperado (1) é o vidro float submetido a que consiste no aquecimento lentamente desse vidro até uma temperatura de cerca de 700ºC e depois o resfriado bruscamente. Este choque térmico causa ao vidro várias tensões internas fazendo aumentar cinco vezes a sua resistência mecânica, e suportando variações de temperatura de até 200ºC. Esse vidro é considerado um vidro de segurança, pois em caso de rotura ele se fragmenta em vários pedaços muito pequenos, o que diminui o risco de causar ferimentos em pessoas. O vidro temperado é um vidro autoportante, isto é, pode fechar vãos, suportado apenas com ferragens em suas bordas, fixadas por pressão em recortes ou furos e também é o único vidro que pode ser utilizado em peça única, sem caixilhos, para a produção de portas e janelas. Devido ao processo de tempera, o vidro deve ser cortado e furado nas medidas conforme o projecto pois após ser temperado fica impossível de realizar esse processo. Vidro Laminado: O vidro laminado (2) é composto por duas ou mais lâminas de vidro que são unidos por uma película intermediária de PVB (Polivinil-Butiral). Esse vidro reduz a entrada de ruídos externos e também protege da entrada dos raios ultravioletas, pois o PVB barra 99,6% dos raios UV. O vidro laminado também é considerado um vidro de segurança devida ao PVB, pois após a rotura do vidro os fragmentos ficam presos na película, evitando assim acidentes, essa película possui alta resistência elástica, absorvendo o impacto de objetos que provoquem a rotura do vidro, essa característica garante que o vão fique fechado até que seja providenciada a substituição do vidro danificado.

Vidros Duplos ou Insulado: Os vidros duplos(3) são constituídos por duas placas de vidro, separadas por uma camada de ar ou outro gás. Esse sistema garante boa visibilidade e é um ótimo isolante térmico e acústico. Sempre no interior dos vidros há um hidrossecante que impede a formação de vapor d’água e o embaçamento do vidro. Os vidros duplos também permitem combinar vidros com propriedades diferentes, como por exemplo usando um vidro temperado na sua face exterior e um vidro laminado na parte interior. Vidro serigrafado: O vidro serigrafado(4) é o vidro float ou o vidro temperado que recebe uma camada de tinta vitrificante (esmalte cerâmico)depois esse vidro passa por um forno de têmpera onde os pigmentos cerâmicos passam a fazer parte dele. Ao final do processo, obtém-se um vidro temperado com textura extremamente resistente, inclusive ao atrito com metais pontiagudos. Esse tipo de vidro é muito usado na decoração de ambientes e nas fachadas para controle de iluminação. Vidro de controle solar: O vidro de controle solar (5) tem a função de reduzir a entrada de calor no interior dos ambientes além de produzir um controle na entrada de luz nas edificações. É muito usado nas fachadas de edifícios. Vidro Auto-limpante: O vidro auto-limpante possui em sua composição dióxido de titânio que transforma a superfície do vidro em uma superfície que atraia a água que escorre sobre a superfície do vidro retirando a sujeira que estava contida nele. Esse vidro deve ser aplicado sempre nas partes externas da edificação. Vidro com anti-reflexo: Esse vidro impede a reflexão da luz, permitindo assim que independente da luz o observador consiga visualizar através dele. Esse vidro é freqüentemente usado em vitrines, museus, joalherias, e locais de exposições. Vidro com baixo emissivo: Este vidro não permite a troca de calor do ambiente interno com o externo, e quando usado com o vidro duplo isola até 5 vezes mais comparado ao vidro float. Este vidro é muito usado na construção civil, em fachadas ou tectos de vidro.

08 Pormenores 3D Fachada de vidro: O revestimento de vidro da fachada é como uma camisa que veste o edifício e dá unidade a ele. O vidro é fixado em uma estrutura metálica, essa que depois é fixada no edifício. O vidro não tem nenhum furo, ele é preso por quatro presilhas com borracha.

Módulo da fachada

Detalhe da fixação

Reprodução do módulo na fachada

Esquema de montagem

Suporte do vidro

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Forro de vidro: O vidro do forro assim como o vidro da fachada não é furado, ele é apoiado em uma chapa de aço, sustentada por cabos de aço que se prendem na laje do edifício. O forro de vidro tem como princípio esconder as instalações, e permitir a entrada de luz natural no interior do edifício.

Módulo do forro

Detalhe da fixação

Reprodução do módulo no forro

Elo de encaixe

Suporte do vidro

09 Referências de Catálogo e Marcas Vidromax/Maxividro: Estabelecida desde 1989, a Vidromax e a Maxividro são empresas de transformação, distribuição e montagem de vidro com elevada preponderância no mercado do vidro para a construção em Portugal. Os principais produtos comercializados são: vidro temperado, vidro laminado, vidro duplo, vidro de isolamento térmico e acústico, vidro anti-fogo, vidro a prova de balas, vidro curvo, vidro serigrafado.

Endereço: Zona industrial de Viadores, Apartado 69, 3050-901, Medalha, Portugal Tel: +351 231 947 500 Fax: +351 231 947 508/9 Site: www.vidromax.pt E-mail: [email protected]

Sapa Portugal:

É uma empresa que fornecedora de janelas, portas, fachadas envidraçadas, e placas fotovoltaicas para a produção de energia através da luz solar.

Sede: Sapa Portugal, S.A. Endereço: Zona Industrial da Abrunheira, Edifício 2, 1ºA 2710-089 Sintra – Portuga Tel:+351 219 252 600 Fax: +351 219 252 699 Site: www.sapabuildingsystem.pt E-mail: [email protected]

Divilux – Divisão de Espaço, LDA:

A empresa foi fundada em 1990, e dedica-se a fabricação de divisórias de vidro, o que permite isolar o ambiente acusticamente mas ainda assim permitir a integração dele no espaço.

Endereço: Zona Industrial Giesteira norte – Estrada nacional 333 – Apartado 22 CP 3754-909 Agueda – Portugal Tel: +351 – 234 664 000/288 Fax: +351 – 234 645 608 e-mail: [email protected] site: www.divilux.pt Veka: Veka é um grupo familiar alemão especializado no desenvolvimento, produção e comercialização de sistemas de perfis de PVC para portas, janelas e persianas.

VEKA Iberica, S.A.U.

Polígono Industrial Villalonquéjar C/ Lopez Bravo nº 58 Aptdo. de correos 147 E-09080 Burgos Telefon: 0034 947 473020 Telefax: 0034 947 473021 Saint-Gobain-Glass-Portugal: Um empresa do grupo Saint Gobain, que produz uma grande variedade de vidros que vão desde vidros utilizados em decoração como portas de armários até vidros de controle solar, acústico e auto-limpantes.

Saint-Gobain Glass Portugal, Vidro Plano S.A EN 10 - Apartado 1713 2691-652 Santa Iria de Azoia Tel: +351 21 953 4600 Fax: +351 21 953 4642

Schüco:

A Schüco é um líder mundial em edifícios energeticamente eficientes, conduzida pela sua competência em tecnologia solar e de fachadas.

A Schüco não fornece apenas a tecnologia de janelas e fachadas mais recente e soluções solares eficientes, calor solar e energia solar. É também um contacto valioso para arquitectos, fabricantes, instaladores solares, promotores, investidores e clientes. O objectivo é fornecer soluções personalizadas para todos os sectores de mercado, desde casas particulares até projectos industriais. Com uma vasta gama de produtos fabricados a partir de materiais de elevada qualidade e sistemas que vão ao encontro das maiores exigências em termos de eficiência energética, segurança, conforto e design, comprometida com os mais altos padrões de qualidade.

Schüco International, KG Sucursal Portugal Av. D. João II Lote 1.02.2.2 - C RC / Dto Edifício Nascente - Parque das Nações 1990 - 095 Lisboa Tel.: (00 351) 21 893 30 00 Fax: (00 351) 21 893 30 09 Internet: www.schueco.pt Email: [email protected]

SCHOTT:

SCHOTT é um grupo tecnológico internacional com representação em todos os importantes mercados mundiais. A SCHOTT trabalha, com vários tipos de vidro, como: vidro anti-reflexo, colorido, resistente ao fogo, espelhados e de controle solar.

SCHOTT Ibérica, S.A. División Comercial C/. Pi i Gibert, 1 – 25 E-08930 Sant Adria de Besòs (Barcelona) Tel: +34 932 28 32 00 Fax: +34 932 28 32 60 [email protected]

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10 Bibliografia e outras Referências

Livros:

Michael Wigginton, Glass in Architecture. Barbara Stec, Conversazioni con Peter Zumthor, in "Casabella" n. 719, febbraio 2004, pp. 6-13. Chiara Baglione, Peter Zumthor. Costruire la memoria. Conversazione con Peter . Zumthor 1997-2006, in "Casabella" n. 1, Dic. 2004/Gen. 2005, pp. 72-81, 163-164. Peter Zumthor: le cose e le parole, in "Casabella" n. 747, sett. 2006, pp. 56-67, 91-92. Peter Zumthor, Pensare architettura, Electa, Firenze 200Peter Zumthor, Atmosfere. Ambienti architettonici. Le cose che ci circondano. Electa, Milano, 2007. Peter Zumthor. Museo di arte a Bregenz, in "Area" n. 44, maggio-luglio 1999, pp. 24-30 AA.VV., Peter Zumthor Kunsthaus Bregenz, HATJE CANTZ VERLAG GMBH &, 2008

Periódicos:

Revista Tectonica Vidro, nº10 Revista Tectonica Iluminación (II), nº 26, Abril de 2008 Revista Arquitectura 21, nº 7, Outubro de 2009 Revista Arquitectura e Vida nº 94, Junho de 2008 Revista Arquitectura e Vida nº 96, Setembro de 2008

Sites:

www.vidromax.pt www.schoot.com/architecture www.sapabuildngsystem.com/pt www.divilux.pt www.veka.es/pt www.schuco.pt www.climalit.pt pt.saint-gobain-glass.com/b2c www.divinalvidros.com.br www.sunguardglass.com www.cebrace.com.br www.kunsthaus-bregenz.at www.glassec.com.br www.construlink.com

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Edições 2010/2011 FAUP