Matemática e Ensino
-
Upload
juscelinowanderson -
Category
Documents
-
view
212 -
download
0
description
Transcript of Matemática e Ensino
-
O que a matemtica?
A definio da Matemtica depende do conhecimento adquirido no decorrer da caminhada
estudantil de cada pessoa em questo. Pessoas com pouca formao imaginam que a Matemtica se
delimita a somas e multiplicaes. Uma pessoa cujo conhecimento se delimita ao curso secundrio
imagina que a Matemtica clculo numrico e que esse pode hoje em dia ser feito por mquinas e
computadores. Uma outra definio a Matemtica seria intitul-la como uma tcnica til e
necessria para se efetuar: contagens, medidas, manipulao entre os nmeros e suas operaes,
fabricao de equipamentos (eletrnicos,blicos,etc),construes e modelos matemticos ou
cientficos. Esta a interpretao mais comum proveniente ao modo que vista nas suas aplicaes.
De um outro ponto de vista mais potico e artstico, a Matemtica intitulada como sendo uma arte
que reflete beleza, exuberncia em sua forma, chamada Matemtica pura. A Matemtica pura
constri belssimas teorias que podem ou no ter aplicaes prticas. Ainda assim podemos pensar
na Matemtica como uma filosofia tentando explicar de forma conceitual o espao e o tempo. Mas,
tal interpretao como filosofia fica corrompida ao momento em que se pensa na Matemtica como
cincia, no sentido de que ela se alicera de um conjunto ordenado de conhecimentos,
estabelecendo assim um ramo do conhecimento humano. E o que pensar sobre a Matemtica
aplicada? Na maioria das vezes tendemos a confundir o limite entre essa e a sua aplicao, um
exemplo a ser dado seria na Fsica Matemtica.
A matemtica vista como uma ferramenta primordial nas cincias exatas e dita por muitos como
algo que tem a serventia de nos fornecer respostas precisas, contudo, houve a necessidade de
complement-la com a probabilidade e a estatstica, isso fica comprovado se observarmos o
caminhar da matemtica desde o sculo passado. Fica claro ento, o porque se necessitou de
complementao da matemtica, pois, foi sendo usada como uma ferramenta a trabalhar nos
modelos da mecnica quntica e da relatividade. Portanto, a Matemtica pura sofreu mudanas e
desenvolveu-se diversas vezes estimulada pelas suas aplicaes.
E finalmente, ao raciocinarmos mais um pouco a respeito do que a matemtica, concluiremos que
trata-se de uma linguagem utilizada por quase todas as cincias, sendo elas exatas ou no.
Por que se deve ensinar a matemtica? E a quem se deve ensinar a matemtica?
A Matemtica um contedo importante na essncia de todo cidado atuante e crtico na
sociedade. Em um mundo cada vez mais globalizado necessrio que este cidado seja estimulado e
consequentemente consiga desenvolver inteligncias que contribuam para resoluo de problemas,
aprenda a lidar com informaes numricas para tomar decises, saiba fazer inferncias, opine
sobre assuntos diversos e desenvolva outras capacidades como a comunicao e trabalho em grupo.
Com toda certeza, em qualquer atividade o indivduo ir se deparar com vrias situaes onde ter
que compreender, saber utilizar e reconstruir conceitos e procedimentos matemticos. Baseando-se
na importncia que a matemtica exerce sobre o intelecto do individuo, o ENEM (Exame Nacional do
Ensino Mdio) configura-se em dois princpios: uma compreenso conceitual transdisciplinar e a
adoo do conceito de inteligncias mltiplas, confirmado por Nilson Jos Machado (consultor que
participou da elaborao do ENEM). Tambm houve mudanas nos PCN (Manuais Escolares),
observando-se nestes uma forma diferente de se ver a matemtica, enquanto disciplina na escola
-
bsica. Tendo os PCN dado tal abertura, abriu-se condies para se estimular as inteligncias
mltiplas nessa disciplina, pois, antes das tais mudanas s era possvel ver um teatro na aula de
portugus, uma pesquisa cientfica nas aulas de cincias, um debate em Histria, um desenho em
Artes e assim por diante.
A teoria das inteligncias mltiplas foi pesquisada e desenvolvida pelo psiclogo e neurologista
norte-americano Howard Gardner. Depois de muito pesquisar sobre a inteligncia humana, concluiu
que o crebro do homem detm oito tipos de inteligncia sendo que a maioria dos indivduos possui
apenas uma ou duas inteligncias desenvolvidas, isso explica porque uma pessoa tem maior
facilidade na escrita e outra em msica. Podamos dar tambm o exemplo daqueles que tm maior
facilidade em clculos matemticos e outros na expresso artstica. E o que seria a inteligncia?
Segundo Gardner a inteligncia a capacidade para resolver problemas novos com eficincia e
originalidade. um agregado, ou capacidade global do individuo para agir intencionalmente, para
pensar racionalmente e para ter, eficazmente, relaes com seu ambiente. O termo inteligncia
envolve a capacidade inata para aprender, a capacidade para pensar de modo abstrato, a vivacidade
mental, o raciocnio seguro, o equilbrio emocional e a capacidade de adaptao. As inteligncias
pesquisadas e desenvolvidas por Gardner so: Lgica, lingustica, corporal, naturalista, intrapessoal,
interpessoal, espacial, musical. Pessoas que desenvolvem a inteligncia lgica possuem grande
facilidade para dar explicaes a problemas utilizando-se de frmulas e nmeros e ainda
comumente fazem contas de cabea rapidamente. A inteligncia lingustica a capacidade elevada
que o indivduo tem de utilizao da lngua para se comunicar e expressar. Estes indivduos so bons
oradores e comunicadores, tendo uma grande capacidade de aprendizado de novos idiomas. A
inteligncia naturalista se bem desenvolvida no indivduo o torna capaz de analisar e compreender
de uma melhor forma os fenmenos da natureza (climticos, astrnomos, qumicos e fsicos). E por
ltimo a inteligncia Espacial, esta quando bem trabalhada e desenvolvida torna o indivduo mais
habilidoso em interpretar e reconhecer fenmenos que envolvam movimentos e posicionamentos
de objetos. Podemos dar como exemplo um jogador de futebol habilidoso (Romrio), pois continha
entre as suas caractersticas conseguir facilmente observar, analisar e atuar com relao ao
movimento da pelota (bola).
Nmeros e raciocnio lgico so algo que satisfaz particularmente a pessoas que possuem uma
inteligncia lgico-matemtica bem desenvolvida. Pessoas assim, se caracterizam pelo gostar e
tambm competncia na interpretao e categorizao dos fatos e das informaes, ao calcular e
raciocinar logicamente na busca de explicaes para todos os tipos de problemas. Estas pessoas
sentem-se desafiadas quando deparadas com problemas que envolvam raciocnio, que procuram
resolver tais problemas de forma metdica e com uma incrvel persistncia. Conseguem se divertir
resolvendo quebra-cabeas de revistas e jornais.
Como ns professores/educadores poderamos contribuir para os alunos/crianas/jovens no
desenvolvimento desta inteligncia? A meu ver existem vrios recursos e atividades que podem
estimular a inteligncia lgico matemtica e que, por conseguinte, os professores/educadores
podem utilizar com os seus alunos/educandos (e tambm com eles prprios).Cito aqui algumas
atividades como os puzzles, jogos, computador, materiais manipulativos, categorizao de fatos e de
informao, analogias, pesquisa, experincias laboratoriais, mnemnicas, mapas ideias.
-
Seguindo os princpios dos estudos de Gardner, chego a concluso de que no h pessoa mais ou
menos inteligente, existem sim vrios tipos de inteligncias a serem trabalhadas e desenvolvidas, o
importante fazer tais descobertas e saber desenvolve-las em cada pessoa da forma mais indicada.
Fica a cargo dos educadores identificar, compreender e usar estmulos apropriados as diversas
inteligncias em nossos alunos, um dos princpios de Gardner justamente atender diversidade,
ou seja, demonstrar que todos tem a capacidade de aprendizado e desenvolvimento de diferentes
habilidades, uma vez que suas inteligncias sejam individualmente estimuladas, pois sendo mltiplas
as inteligncias, de igual forma o aprendizado.
Um professor de matemtica deve discernir a melhor forma de desenvolver o conhecimento de um
aluno que possua uma inteligncia lingustica mais acentuada, por exemplo. Se o aluno tem
facilidade com a leitura e escrita possvel explorar estes recursos na aula de matemtica para que
ele tenha melhor aprendizado com um nvel menor de dificuldade.
Podemos implementar neste cenrio como aliado dos professores no aprendizado da matemtica,
as tecnologias como sendo uma forma mais simples para sistematizar a aplicao das ideias de
Gardner na sala de aula. Os games e as plataformas adaptativas, por exemplo, disponibilizam
inmeras possibilidades para que o professor elabore exerccios personalizados aos planos de aula,
monitorando o desenvolvimento dos alunos em cada atividade planejada. Realmente fato que a
inteligncia se aloja no crebro, mas o contexto utilizado pelo professor e que ir desenvolver e
facilitar a aprendizagem do aluno.
-
Curiosidades
Personalidade com inteligncia lgico-matemtica
Diz a histria que Albert Einstein comeou desde muito cedo a ter que enfrentar obstculos, sendo
um deles o autoritarismo da escola alem e os preconceitos raciais da poca. Demonstrava desde
cedo aptido para as actividades individuais como a construo de castelos com pequenas peas de
madeira, aos sete anos brilhantemente compreendeu o teorema de Pitgoras. Porm, tinha grandes
dificuldades nas atividades onde lhe eram cobradas a capacidade de memorizar como a histria e
geografia, levando os familiares a desconfiarem que ele sofria de algum tipo de dislexia.
De sua infncia e adolescncia quase no havia lembranas por represso de seus professores, tanto
na escola primria, quanto no ginsio.
Um professor o julgou, chegando a dizer que Einstein jamais serviria para alguma coisa.
Era um aluno que apresentava exemplar desempenho em fsica e matemtica, sendo que aos seus
15 anos decide entrar para a Universidade, onde reprovado nas disciplinas de zoologia, lnguas
modernas e botnica.
Assim, aos 16 anos ele entra para a escola Cantonal e comea a formular perguntas que nem seus
professores sabiam responder. Nesse caso, podemos considerar Einstein burro por no apresentar
um bom desempenho em algumas matrias escolares?
Apesar de toda sua inteligncia foi excludo por muitos professores que no sabiam proporcionar-lhe
atividades relativas ao seu desempenho. No adiantava eles tentarem fazer Einstein decorar um
texto, pois ele no tinha habilidade bem desenvolvida para tal.