Matemática e Ensino

4
O que é a matemática? A definição da Matemática depende do conhecimento adquirido no decorrer da caminhada estudantil de cada pessoa em questão. Pessoas com pouca formação imaginam que a Matemática se delimita a somas e multiplicações. Uma pessoa cujo conhecimento se delimita ao curso secundário imagina que a Matemática é cálculo numérico e que esse pode hoje em dia ser feito por máquinas e computadores. Uma outra definição a Matemática seria intitulá-la como uma técnica útil e necessária para se efetuar: contagens, medidas, manipulação entre os números e suas operações, fabricação de equipamentos (eletrônicos,bélicos,etc),construções e modelos matemáticos ou científicos. Esta é a interpretação mais comum proveniente ao modo que é vista nas suas aplicações. De um outro ponto de vista mais poético e artístico, a Matemática é intitulada como sendo uma arte que reflete beleza, exuberância em sua forma, chamada Matemática pura. A Matemática pura constrói belíssimas teorias que podem ou não ter aplicações práticas. Ainda assim podemos pensar na Matemática como uma filosofia tentando explicar de forma conceitual o espaço e o tempo. Mas, tal interpretação como filosofia fica corrompida ao momento em que se pensa na Matemática como ciência, no sentido de que ela se alicerça de um conjunto ordenado de conhecimentos, estabelecendo assim um ramo do conhecimento humano. E o que pensar sobre a Matemática aplicada? Na maioria das vezes tendemos a confundir o limite entre essa e a sua aplicação, um exemplo a ser dado seria na Física Matemática. A matemática é vista como uma ferramenta primordial nas ciências exatas e dita por muitos como algo que tem a serventia de nos fornecer respostas precisas, contudo, houve a necessidade de complementá-la com a probabilidade e a estatística, isso fica comprovado se observarmos o caminhar da matemática desde o século passado. Fica claro então, o porque se necessitou de complementação da matemática, pois, foi sendo usada como uma ferramenta a trabalhar nos modelos da mecânica quântica e da relatividade. Portanto, a Matemática pura sofreu mudanças e desenvolveu-se diversas vezes estimulada pelas suas aplicações. E finalmente, ao raciocinarmos mais um pouco a respeito do que é a matemática, concluiremos que trata-se de uma linguagem utilizada por quase todas as ciências, sendo elas exatas ou não. Por que se deve ensinar a matemática? E a quem se deve ensinar a matemática? A Matemática é um conteúdo importante na essência de todo cidadão atuante e crítico na sociedade. Em um mundo cada vez mais globalizado é necessário que este cidadão seja estimulado e consequentemente consiga desenvolver inteligências que contribuam para resolução de problemas, aprenda a lidar com informações numéricas para tomar decisões, saiba fazer inferências, opine sobre assuntos diversos e desenvolva outras capacidades como a comunicação e trabalho em grupo. Com toda certeza, em qualquer atividade o indivíduo irá se deparar com várias situações onde terá que compreender, saber utilizar e reconstruir conceitos e procedimentos matemáticos. Baseando-se na importância que a matemática exerce sobre o intelecto do individuo, o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) configura-se em dois princípios: uma compreensão conceitual transdisciplinar e a adoção do conceito de inteligências múltiplas, confirmado por Nilson José Machado (consultor que participou da elaboração do ENEM). Também houve mudanças nos PCN (Manuais Escolares), observando-se nestes uma forma diferente de se ver a matemática, enquanto disciplina na escola

description

O que é a Matemática ? Por que se deve ensinar a Matemática? E a quem se deve ensinar?

Transcript of Matemática e Ensino

  • O que a matemtica?

    A definio da Matemtica depende do conhecimento adquirido no decorrer da caminhada

    estudantil de cada pessoa em questo. Pessoas com pouca formao imaginam que a Matemtica se

    delimita a somas e multiplicaes. Uma pessoa cujo conhecimento se delimita ao curso secundrio

    imagina que a Matemtica clculo numrico e que esse pode hoje em dia ser feito por mquinas e

    computadores. Uma outra definio a Matemtica seria intitul-la como uma tcnica til e

    necessria para se efetuar: contagens, medidas, manipulao entre os nmeros e suas operaes,

    fabricao de equipamentos (eletrnicos,blicos,etc),construes e modelos matemticos ou

    cientficos. Esta a interpretao mais comum proveniente ao modo que vista nas suas aplicaes.

    De um outro ponto de vista mais potico e artstico, a Matemtica intitulada como sendo uma arte

    que reflete beleza, exuberncia em sua forma, chamada Matemtica pura. A Matemtica pura

    constri belssimas teorias que podem ou no ter aplicaes prticas. Ainda assim podemos pensar

    na Matemtica como uma filosofia tentando explicar de forma conceitual o espao e o tempo. Mas,

    tal interpretao como filosofia fica corrompida ao momento em que se pensa na Matemtica como

    cincia, no sentido de que ela se alicera de um conjunto ordenado de conhecimentos,

    estabelecendo assim um ramo do conhecimento humano. E o que pensar sobre a Matemtica

    aplicada? Na maioria das vezes tendemos a confundir o limite entre essa e a sua aplicao, um

    exemplo a ser dado seria na Fsica Matemtica.

    A matemtica vista como uma ferramenta primordial nas cincias exatas e dita por muitos como

    algo que tem a serventia de nos fornecer respostas precisas, contudo, houve a necessidade de

    complement-la com a probabilidade e a estatstica, isso fica comprovado se observarmos o

    caminhar da matemtica desde o sculo passado. Fica claro ento, o porque se necessitou de

    complementao da matemtica, pois, foi sendo usada como uma ferramenta a trabalhar nos

    modelos da mecnica quntica e da relatividade. Portanto, a Matemtica pura sofreu mudanas e

    desenvolveu-se diversas vezes estimulada pelas suas aplicaes.

    E finalmente, ao raciocinarmos mais um pouco a respeito do que a matemtica, concluiremos que

    trata-se de uma linguagem utilizada por quase todas as cincias, sendo elas exatas ou no.

    Por que se deve ensinar a matemtica? E a quem se deve ensinar a matemtica?

    A Matemtica um contedo importante na essncia de todo cidado atuante e crtico na

    sociedade. Em um mundo cada vez mais globalizado necessrio que este cidado seja estimulado e

    consequentemente consiga desenvolver inteligncias que contribuam para resoluo de problemas,

    aprenda a lidar com informaes numricas para tomar decises, saiba fazer inferncias, opine

    sobre assuntos diversos e desenvolva outras capacidades como a comunicao e trabalho em grupo.

    Com toda certeza, em qualquer atividade o indivduo ir se deparar com vrias situaes onde ter

    que compreender, saber utilizar e reconstruir conceitos e procedimentos matemticos. Baseando-se

    na importncia que a matemtica exerce sobre o intelecto do individuo, o ENEM (Exame Nacional do

    Ensino Mdio) configura-se em dois princpios: uma compreenso conceitual transdisciplinar e a

    adoo do conceito de inteligncias mltiplas, confirmado por Nilson Jos Machado (consultor que

    participou da elaborao do ENEM). Tambm houve mudanas nos PCN (Manuais Escolares),

    observando-se nestes uma forma diferente de se ver a matemtica, enquanto disciplina na escola

  • bsica. Tendo os PCN dado tal abertura, abriu-se condies para se estimular as inteligncias

    mltiplas nessa disciplina, pois, antes das tais mudanas s era possvel ver um teatro na aula de

    portugus, uma pesquisa cientfica nas aulas de cincias, um debate em Histria, um desenho em

    Artes e assim por diante.

    A teoria das inteligncias mltiplas foi pesquisada e desenvolvida pelo psiclogo e neurologista

    norte-americano Howard Gardner. Depois de muito pesquisar sobre a inteligncia humana, concluiu

    que o crebro do homem detm oito tipos de inteligncia sendo que a maioria dos indivduos possui

    apenas uma ou duas inteligncias desenvolvidas, isso explica porque uma pessoa tem maior

    facilidade na escrita e outra em msica. Podamos dar tambm o exemplo daqueles que tm maior

    facilidade em clculos matemticos e outros na expresso artstica. E o que seria a inteligncia?

    Segundo Gardner a inteligncia a capacidade para resolver problemas novos com eficincia e

    originalidade. um agregado, ou capacidade global do individuo para agir intencionalmente, para

    pensar racionalmente e para ter, eficazmente, relaes com seu ambiente. O termo inteligncia

    envolve a capacidade inata para aprender, a capacidade para pensar de modo abstrato, a vivacidade

    mental, o raciocnio seguro, o equilbrio emocional e a capacidade de adaptao. As inteligncias

    pesquisadas e desenvolvidas por Gardner so: Lgica, lingustica, corporal, naturalista, intrapessoal,

    interpessoal, espacial, musical. Pessoas que desenvolvem a inteligncia lgica possuem grande

    facilidade para dar explicaes a problemas utilizando-se de frmulas e nmeros e ainda

    comumente fazem contas de cabea rapidamente. A inteligncia lingustica a capacidade elevada

    que o indivduo tem de utilizao da lngua para se comunicar e expressar. Estes indivduos so bons

    oradores e comunicadores, tendo uma grande capacidade de aprendizado de novos idiomas. A

    inteligncia naturalista se bem desenvolvida no indivduo o torna capaz de analisar e compreender

    de uma melhor forma os fenmenos da natureza (climticos, astrnomos, qumicos e fsicos). E por

    ltimo a inteligncia Espacial, esta quando bem trabalhada e desenvolvida torna o indivduo mais

    habilidoso em interpretar e reconhecer fenmenos que envolvam movimentos e posicionamentos

    de objetos. Podemos dar como exemplo um jogador de futebol habilidoso (Romrio), pois continha

    entre as suas caractersticas conseguir facilmente observar, analisar e atuar com relao ao

    movimento da pelota (bola).

    Nmeros e raciocnio lgico so algo que satisfaz particularmente a pessoas que possuem uma

    inteligncia lgico-matemtica bem desenvolvida. Pessoas assim, se caracterizam pelo gostar e

    tambm competncia na interpretao e categorizao dos fatos e das informaes, ao calcular e

    raciocinar logicamente na busca de explicaes para todos os tipos de problemas. Estas pessoas

    sentem-se desafiadas quando deparadas com problemas que envolvam raciocnio, que procuram

    resolver tais problemas de forma metdica e com uma incrvel persistncia. Conseguem se divertir

    resolvendo quebra-cabeas de revistas e jornais.

    Como ns professores/educadores poderamos contribuir para os alunos/crianas/jovens no

    desenvolvimento desta inteligncia? A meu ver existem vrios recursos e atividades que podem

    estimular a inteligncia lgico matemtica e que, por conseguinte, os professores/educadores

    podem utilizar com os seus alunos/educandos (e tambm com eles prprios).Cito aqui algumas

    atividades como os puzzles, jogos, computador, materiais manipulativos, categorizao de fatos e de

    informao, analogias, pesquisa, experincias laboratoriais, mnemnicas, mapas ideias.

  • Seguindo os princpios dos estudos de Gardner, chego a concluso de que no h pessoa mais ou

    menos inteligente, existem sim vrios tipos de inteligncias a serem trabalhadas e desenvolvidas, o

    importante fazer tais descobertas e saber desenvolve-las em cada pessoa da forma mais indicada.

    Fica a cargo dos educadores identificar, compreender e usar estmulos apropriados as diversas

    inteligncias em nossos alunos, um dos princpios de Gardner justamente atender diversidade,

    ou seja, demonstrar que todos tem a capacidade de aprendizado e desenvolvimento de diferentes

    habilidades, uma vez que suas inteligncias sejam individualmente estimuladas, pois sendo mltiplas

    as inteligncias, de igual forma o aprendizado.

    Um professor de matemtica deve discernir a melhor forma de desenvolver o conhecimento de um

    aluno que possua uma inteligncia lingustica mais acentuada, por exemplo. Se o aluno tem

    facilidade com a leitura e escrita possvel explorar estes recursos na aula de matemtica para que

    ele tenha melhor aprendizado com um nvel menor de dificuldade.

    Podemos implementar neste cenrio como aliado dos professores no aprendizado da matemtica,

    as tecnologias como sendo uma forma mais simples para sistematizar a aplicao das ideias de

    Gardner na sala de aula. Os games e as plataformas adaptativas, por exemplo, disponibilizam

    inmeras possibilidades para que o professor elabore exerccios personalizados aos planos de aula,

    monitorando o desenvolvimento dos alunos em cada atividade planejada. Realmente fato que a

    inteligncia se aloja no crebro, mas o contexto utilizado pelo professor e que ir desenvolver e

    facilitar a aprendizagem do aluno.

  • Curiosidades

    Personalidade com inteligncia lgico-matemtica

    Diz a histria que Albert Einstein comeou desde muito cedo a ter que enfrentar obstculos, sendo

    um deles o autoritarismo da escola alem e os preconceitos raciais da poca. Demonstrava desde

    cedo aptido para as actividades individuais como a construo de castelos com pequenas peas de

    madeira, aos sete anos brilhantemente compreendeu o teorema de Pitgoras. Porm, tinha grandes

    dificuldades nas atividades onde lhe eram cobradas a capacidade de memorizar como a histria e

    geografia, levando os familiares a desconfiarem que ele sofria de algum tipo de dislexia.

    De sua infncia e adolescncia quase no havia lembranas por represso de seus professores, tanto

    na escola primria, quanto no ginsio.

    Um professor o julgou, chegando a dizer que Einstein jamais serviria para alguma coisa.

    Era um aluno que apresentava exemplar desempenho em fsica e matemtica, sendo que aos seus

    15 anos decide entrar para a Universidade, onde reprovado nas disciplinas de zoologia, lnguas

    modernas e botnica.

    Assim, aos 16 anos ele entra para a escola Cantonal e comea a formular perguntas que nem seus

    professores sabiam responder. Nesse caso, podemos considerar Einstein burro por no apresentar

    um bom desempenho em algumas matrias escolares?

    Apesar de toda sua inteligncia foi excludo por muitos professores que no sabiam proporcionar-lhe

    atividades relativas ao seu desempenho. No adiantava eles tentarem fazer Einstein decorar um

    texto, pois ele no tinha habilidade bem desenvolvida para tal.