mas só depois de um rapaz que estava mesmo ao meu lado ... · E o calor começou a apertar… já...

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Trail de Portalegre os 50KM Sexta-feira, dia 19 de maio, eu, o Pedro, o Arlindo Deus e o João Cunha, partimos para Portalegre tendo chegado mesmo na hora da partida dos 100 km para apoiar os atletas. Seguimos para o pavilhão onde nos foi disponibilizado o chão-duro, a minha primeira experiência. Posso dizer que dormimas só depois de um rapaz que estava mesmo ao meu lado ter parado de ressonar… por isso devo ter descansado pouco mais de 3 horitas… Acordámos as 6h para entrar nos autocarros às 7h, e lá fomos nós para a partida que iria ser a meio da prova dos 100 km. Da partida ao primeiro abastecimento (1 km) foi sempre a subir… e eu fiz o favor de ter chutado num calhau (que não tem outro nome) contra o meu pé esquerdo e ter ficado lesionada logo ao início da prova… mas disse não é um pé inchado que me vai impedir de fazer os meus primeiros 50 km.

Transcript of mas só depois de um rapaz que estava mesmo ao meu lado ... · E o calor começou a apertar… já...

Trail de Portalegre – os 50KM

Sexta-feira, dia 19 de maio, eu, o Pedro, o Arlindo Deus e o João Cunha, partimos para Portalegre tendo

chegado mesmo na hora da partida dos 100 km para apoiar os atletas.

Seguimos para o pavilhão onde nos foi disponibilizado o chão-duro, a minha primeira experiência. Posso

dizer que dormi… mas só depois de um rapaz que estava mesmo ao meu lado ter parado de ressonar… por

isso devo ter descansado pouco mais de 3 horitas…

Acordámos as 6h para entrar nos autocarros às 7h, e lá fomos nós para a partida que iria ser a meio da

prova dos 100 km.

Da partida ao primeiro abastecimento (1 km) foi sempre a subir… e eu fiz o favor de ter chutado num

calhau (que não tem outro nome) contra o meu pé esquerdo e ter ficado lesionada logo ao início da

prova… mas disse “não é um pé inchado que me vai impedir de fazer os meus primeiros 50 km”.

Tínhamos o próximo abastecimento daqui a10 km, fomos correndo, subindo, subindo… encontrei pessoal

dos 100 km que me disseram “vai mais devagar, tens muitos km para fazer e a subida para o Marvão é

complicada e a descida é em estrada romana, faz doer os pés”, disse ao Pedro; resposta: lá estás tu com

desculpas, vá, vá, vamos a correr…”.

Fizemos a subida de mão dada pois eu já não aguentava do pé… parava, ajeitava o ténis e a meia… só via

o pé cada vez mais inchado.

Finalmente chegámos ao abastecimento, sem água, super cansada, mas a vista do castelo era uma

maravilha…

Fui logo ter com os bombeiros… gelo no pé, sentei-me e quando me levantei nem conseguia pôr o pé no

chão, não sei se foi melhor a emenda que o soneto… mas enfim… segue porque para a frente é que é

caminho… e lá fomos nós mais 15 km de Marvão a Castelo de Vide… e então lá veio a descida do Castelo

de Marvão em estrada romana… malditos calhaus!

E o calor começou a apertar… já íamos com 3h30 e 20 km feitos… nunca pensei…

Foram subidas, trilhos, estradão, tudo ao sol… um calor abrasador, só mesmo à sombra e esta a fugir de

nós.

Antes de chegarmos a Castelo de Vide encontrámos um “abastecimento” da equipa de Portalegre que

perguntaram pelo Pedro Cordas, “ai que bela mini que eu bebi, soube que nem ginja”... e lá seguimos

para a subida ao castelo… e não é que o abastecimento era do outro lado da vila; ainda tivemos de subir

as escadinhas até ao castelo, descer, voltar a subir… no caminho passava por pessoal dos 100 km que

diziam “não havia necessidade destas subidas”.

Descansei mais um pouco mas não havia gelo para pôr no pé… e já não conseguia correr… Mas fiz o

percurso a caminhar a “alta velocidade”.

No meio do percurso passamos por uma casa onde uma Sra. muito simpática nos oferece água da fonte e

num tanque uma forma de “tomar uma banhoca”; foi ouro sobre azul; já tinha as mãos inchadas, tive de

tirar as perneiras porque os joelhos estavam o dobro do tamanho… foi uma santa aquela Sra. e todos nós

aproveitámos…

E fomos para mais uma corridinha, à velocidade que o pé permitia, claro!

A partir daqui os abastecimentos já foram mais próximos… e só diziam é já ali, falta pouco…

No ultimo abastecimento faltavam +/- 8 km. A Sra. da Organização pergunta-me se é para ficar, e eu na

minha ingenuidade perguntei porquê e ela “então já viu como tem o pé?”; resposta, se vim ate aqui não

vou desistir agora… vou chegar ao fim.

E lá fui eu… sempre a “andar à velocidade do pé” com um bocado de gelo dentro da meia que me haviam

dado no abastecimento.

Mas quando cheguei perto da meta e vi o campo de atletismo lá em baixo, parece que as forças vieram

não sei de onde e lá fui a correr ate ao campo puxada pelo meu Marido, que desde já quero agradecer

pela ajuda nas subidas e o apoio que me deu pois sem ele tenho a certeza que não teria chegado ao fim.

Obrigada.

E lá está! Acima das minhas expectativas fiz 9h38 quando pensei fazer no mínimo 12h.

Parabéns ao nosso colega Arlindo Deus que ficou em primeiro do seu escalão com 6h40 e Parabéns ao

nosso colega João Cunha pelos seus 25 km.