Martini Sueli Usina de Sao Valentim

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    Usina Hidreltrica de So Valentim1

    Sueli Martini

    O municpio de Santa Rita do Passa Quatro est situado na regio nordeste do

    Estado de So Paulo, na linha de contato da Depresso Perifrica com o Planalto Ocidental

    Paulista. A regio formada de vales e serras, com destaque para a Serra de Santa Rita, e

    cortada por vrios rios, tais como o Claro, Passa Quatro, Sucuri, Bebedouro e Mogi-Gua.

    A topografia propicia a formao de diversas quedas e cachoeiras, entre elas as de Trs

    Quedas, Cascata, dos ndios e de So Valentim. uma regio de invernos secos e clima

    quente, amenizado por ventos suaves e constantes, devido altitude de 760 metros.

    A cidade de Santa Rita do Passa Quatro desenvolveu-se ao redor da capela de Santa

    Rita de Cssia, prxima ao crrego do Passa Quatro, rea pertencente ao distrito de So

    Simo. Sua fundao data de 1860, e em 1886 foi obtida a emancipao poltico-

    administrativa, tornando-se comarca em 1892 e cidade em 1894. Em 1950, foi decretada

    Estncia Climtica.

    Teve sua melhor fase de desenvolvimento com a expanso da cultura do caf. Hoje,

    possui cerca de 25.000 habitantes. Suas principais atividades econmicas so a fruticultura,

    a indstria pecuria e o artesanato. Na rea cultural, o Museu Histrico e Pedaggico

    Zequinha de Abreu, instalado na antiga estao da estrada de ferro, oferece recursos para a

    pesquisa. O patrimnio ambiental urbano, bem conservado, tem casares remanescentes da

    expanso cafeeira na regio.

    Pioneirismo da eletricidade na regio: a Usina de Trs Quedas

    Santa Rita do Passa Quatro foi uma das poucas cidades do Estado de So Paulo a

    dispor, no final do sculo passado, de iluminao pblica por eletricidade. A usina que

    iluminava a cidade era a de Trs Quedas, e estava situada a jusante de 3 saltos existentes no

    crrego do Passa Quatro, cujas terras pertenciam ao Stio Boa Vista, de propriedade de Jos

    Alves de Villa Real.

    1 Verso levemente alterada no texto e nas ilustraes do artigo: MARTINI, Sueli. Usina de So Valentim. Memria Energia, So Paulo, n. 26, jan.-ag. 1999. Artigo publicado in HISTRIA & ENERGIA. Patrimnio Arquitetnico da Fundao Patrimnio Histrico da Energia de So Paulo. 2 Ed. So Paulo: Fundao Patrimnio Histrico da Energia de So Paulo, 2000. n. 8. 76 p. anual.

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    Em 1895, Joo Batista de Carvalho Andrade pede licena a Villa Real para instalar

    em suas terras, no local das 3 quedas, uma pequena usina hidreltrica. A licena foi obtida,

    obrigando-se Joo Batista a fornecer gratuitamente luz eltrica casa de morada e ao

    terreiro de caf do Stio Boa Vista. Nesse mesmo ano a Cmara Municipal de Santa Rita

    firmou contrato com Joo Batista de Carvalho Andrade para fornecimento de iluminao

    pblica e particular para a cidade. Em 1897 a usina foi comprada por Ernesto Richter e

    Domingos Faro e em 1899 Ernesto Richter tornou-se seu nico proprietrio.

    H uma referncia sobre a usina Trs Quedas em um livro de Carlos Alberto Del

    Bell Belluz, Santa Rita do Passa Quatro: Imagens da poca do Caf, p. 43:

    ... a cidade era iluminada por 180 lmpadas e, na iluminao particular, havia 300, sendo a fora motora fornecida pelo Ribeiro Passa Quatro, cujas guas eram represadas nas fazendas de Theofhilo Fidelis de Paulo e Antnio Vieira de Andrade Palma. O empresrio responsvel, Ernesto Richter, assinara contrato com a Cmara por 15 anos, em julho de 1897.

    Em 1906 a Cmara Municipal comprou a usina, municipalizando a distribuio de

    energia eltrica na cidade, e em 1912 vendeu-a Companhia Fora e Luz So Valentim.

    Hoje, desta usina, restam as runas da casa de mquinas e da pequena barragem. O canal

    adutor foi aterrado e atualmente um passeio por onde se pode caminhar e chegar a uma

    escadaria de aproximadamente 250 degraus at as runas da casa de mquinas. Este

    patrimnio pertence atualmente Cia. Energtica de So Paulo - Cesp, e um dos atrativos

    tursticos da cidade de Santa Rita do Passa Quatro.

    A Usina de So Valentim

    A usina de So Valentim, a segunda usina a fornecer energia eltrica Santa Rita do

    Passa Quatro e regio, foi construda pela Companhia Fora e Luz So Valentim. Formada

    em 6 de novembro de 1909 como sociedade annima, seu incorporador foi o Visconde de

    So Valentim, que tambm foi seu primeiro presidente, tendo como diretores Victor de

    Souza Meirelles e Eduardo Martinelli.

    A Companhia foi criada com um capital de 400 contos de reis, dividido em aes de

    200.000 reis cada uma. Se propunha a servir a indstria agrcola ou fabril imprimindo

    movimentos as mquinas de qualquer espcie nelas empregada, tais como de beneficiar

    caf, engenhos de acar ou moagem de cereais, teares, moer sementes oleaginosas, etc.,

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    etc. e a fornecer iluminao aos municpios ou povoaes em qualquer raio em seu alcance,

    podendo este ser dezenas de quilmetros, s fazendas, suas casas, terrenos, etc., trao de

    carros para carros ou passageiros, etc.2

    Uma das primeiras providncias efetuadas pela companhia foi a compra do salto de

    Rio Claro, hoje denominado salto de So Valentim, no rio Claro, e dos terrenos adjacentes,

    que pertenciam Fazenda So Valentim, propriedade esta do coronel Valentim Jos da

    Silveira Lopes, filho do Visconde de So Valentim. As obras de construo da usina foram

    iniciadas logo aps a assinatura do contrato, em 19 de abril de 1910, com a Empresa

    Bromberg, Hacker e Cia., firma fornecedora dos equipamentos eltricos.

    A rea de concesso prevista foi apresentada Assemblia Geral Ordinria de 8 de

    novembro de 1910, e no primeiro ato social lemos:

    j conhecido o grande raio de ao da Companhia e que ela estar brevemente habilitada com sua instalao hydroelctrica para servir com suas linhas numa extenso de territrio superior a 70 quilmetros quadrados, incluindo as intermedirias de servio de particulares, que teem pedido o fornecimento de energia elctrica e illuminao para mais de 30 fazendas e fbricas disseminadas nos Municpios de Santa Rita, Santa Cruz da Estrella, Palmeiras, Porto Ferreira e Pirassununga.3

    O primeiro contrato foi assinado com o municpio de Santa Cruz das Palmeiras,

    para iluminao da cidade e servio de energia eltrica e iluminao nas diversas fbricas e

    fazendas, por um perodo de 20 anos. O segundo com Porto Ferreira, depois Pirassununga,

    Santa Rita e Tamba, sucessivamente.

    A Companhia Luz e Fora So Valentim adquiriu em 1912 a usina Trs Quedas,

    que fornecia energia e iluminao pblica para a cidade de Santa Rita e fazendas vizinhas;

    substituindo, em 1914, todas as lmpadas da iluminao pblica, que eram de 32 velas, por

    outras de 50 velas, de filamento metlico.

    Em 1923 a Companhia Prada de Eletricidade comprou a concesso da Cia. Fora e

    Luz So Valentim. Em 1943 a Cia. Fora Luz de So Valentim foi incorporada, juntamente

    com a Companhia Luz e Fora de Uberlndia e a Empresa Fora e Luz de Araguari S.A.,

    Companhia Prada de Eletricidade. Nesta poca Agostinho Prada era presidente da

    2 Companhia Fora e Luz de So Valentim S/A. Estatutos da Companhia Fora e Luz de So Valentim Sociedade Anonyma. Palmeiras: 8 nov. 1909. 3 CESP. Municpio de Santa Rita do Passa Quatro. So Paulo: Setor de Manuteno Patrimonial; APPM, ago. 1991,

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    Companhia Prada e, juntamente com Remo Prada, tornou-se diretor das companhias acima

    incorporadas.

    At 1966, a energia gerada pela Usina de So Valentim era complementada por

    duas usinas termeltricas situadas em Porto Ferreira, uma a diesel, com dois geradores de

    800 KW cada, e outra trmica, denominada So Sebastio, com um gerador de 1.200 KW.

    Essas usinas termeltricas foram desativadas com a entrada em operao da Subestao

    138,0/13,8 kV em Porto Ferreira , do sistema da Companhia Hidroeltrica do Rio Pardo -

    CHERP. Com isso, o fornecimento de energia regio atendida pela usina de So Valentim

    ficou garantida, pois a subestao 138,0 kV abastecia, atravs de uma linha de 16,0 kV, um

    transformador de 16,0/8,0 kV instalado na casa de mquinas, ligado em paralelo energia

    gerada pela usina.

    Em outubro de 1973, a Companhia Energtica de So Paulo - Cesp encampou a rea

    de concesso da ento Companhia Prada de Eletricidade. Em 1976, a usina foi desativada

    devido entrada em funcionamento da Subestao 138,0/13,8 kV de Tamba, da Cesp.

    Esse fornecimento liberou o sistema de 22,0 kV que alimentava a cidade de Santa Rita do

    Passa Quatro.

    Em 1998 a CESP doou a usina de So Valentim Fundao Patrimnio Histrico

    da Energia de So Paulo.

    s Margens do Rio Claro

    A usina de So Valentim ocupa uma rea de aproximadamente 60 hectares. Foi

    implantada margem esquerda do Rio Claro, aproveitando o desnvel de 75 metros da

    cachoeira de So Valentim, utilizando dois reservatrios de pequeno porte. A rea cortada

    pela estrada municipal que liga Santa Rita do Passa Quatro a Porto Ferreira. De um lado

    esto os dois reservatrios e suas respectivas barragens, de outro as estruturas hidrulicas, a

    casa de mquinas, os edifcios residenciais e de apoio.

    O primeiro reservatrio est localizado a 164 metros da casa de mquinas e sua rea

    de 10.500 m2; o segundo, localizado a 1 km a montante do primeiro, possui uma rea

    aproximada de 525.600 m2.

    As duas barragens so do tipo gravidade e construdas em concreto, com

    contrafortes. A primeira mede 80 metros de comprimento, seu vertedouro de superfcie tem

    25 metros de extenso e contm 7 vos com aproximadamente 3 metros de largura. Possui

    tambm 3 sifes e uma comporta de fundo de 2X2 metros, acionada manualmente atravs

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    de sistema de engrenagens. A segunda barragem mede 50 m de comprimento, possui

    vertedouro de superfcie medindo 17, 50 metros de comprimento e formado por 5 vos

    livres, cada vo medindo 3 m de largura. A altura mxima da barragem, no centro, de 6

    metros. Nesta barragem a prefeitura de Santa Rita do Passa Quatro faz a captao de gua

    para abastecimento da cidade.

    O canal adutor, a cu aberto, inicia-se a partir da comporta de fundo da primeira

    barragem. Construdo em alvenaria de pedra argamassada, tem suas laterais superiores

    arrematadas por tijolos. Seu comprimento de 68,90 metros, largura de 2,45 metros e altura

    de 2,50 metros. Neste canal h uma pequena comporta de limpeza com 1x2 metros,

    acionada manualmente atravs de engrenagens.

    A tubulao forada, um duto de chapas de ferro, medindo 96 metros de

    comprimento, inicia-se aps o canal de aduo, na mesma altura do incio da queda dgua,

    e vai at a casa de mquinas.

    Um dos acessos casa de mquinas feito por uma escadaria de tijolos, composta

    de 352 degraus e mais 9,40 metros de passarela cimentada. Em toda sua extenso existe

    uma mureta de pedras e uma canaleta cimentada para o escoamento das guas pluviais.

    Quando a usina estava em funcionamento havia um outro acesso, uma pequena estrada para

    passagem de veculos, em terras particulares.

    A casa de mquinas, construda muito prxima ao rio, tem ao fundo a cachoeira de

    So Valentim. Seu partido arquitetnico muito semelhante ao de outras pequenas centrais

    hidreltricas do incio do sculo, cumprindo o programa de necessidades que lhes so

    inerentes: abrigar os equipamentos de gerao de energia. A planta retangular, com

    embasamento de pedras e paredes em alvenaria de tijolos, telhado de duas guas com

    estrutura metlica, vigamento de madeira, cobertura de zinco, forro de madeira e piso de

    cermica. As empenas apresentam frontes escalonados na parte superior e platibandas nas

    laterais. As envasaduras possuem caixilharia de ferro do tipo basculante e vergas em arco

    pleno. H somente uma porta de acesso voltada para um pequeno ptio em frente ao

    edifcio.

    O canal de fuga, integrado ao embasamento da casa de mquinas, est hoje

    obstrudo pelo assoreamento das pedras do rio. Existe uma derivao subterrnea deste

    canal, construda em concreto, medindo 39 metros de comprimento e 1,20 metros de altura

    e de largura.

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    A casa de mquinas abriga duas unidades geradoras: duas turbinas do tipo Francis,

    horizontais, marca J. M. Voith, de 1000 HP e 750 rpm; os geradores so da marca Siemens

    Schuckert Werke, 850 kVA, 8500 volts, 50 Hz, 55,8 A e 600 rpm, com excitatriz de 65 V

    acopladas diretamente ao eixo.

    O painel de comando, em mrmore branco, sinalizava o funcionamento dos dois

    transformadores existentes de 850 kVA cada e a sada dos trs alimentadores de 22 kV,

    respectivamente: Santa Rita, Porto Ferreira e linha Jacirendi, que alimentava tambm Santa

    Cruz das Palmeiras e Tamba. Ao lado do painel de comando esto instalados os

    disjuntores, os transformadores de potncia e de corrente, as chaves seccionadoras e o corta

    circuitos, e todo o sistema de proteo e aterramento.

    As residncias e os edifcios de apoio esto distribudos entre a parte alta, junto

    estrada municipal e primeira barragem, e a parte baixa, prximas casa de mquinas. Na

    parte baixa, prximo s margens do rio e integradas vegetao, esto trs residncias,

    duas geminadas e uma unifamiliar. A ligao entre esses edifcios feita atravs de um

    pequeno caminho cercado por bambus, o que torna o local muito agradvel. Possuem

    plantas retangulares, embasamento de pedras e paredes de alvenaria de tijolos, cobertura de

    telhas francesas, forro de madeira, piso assoalhado de cermica e cimentado. Ambas

    possuem varandas externas.

    Na parte alta, contgua estrada e prxima barragem, em um grande gramado,

    juntamente com rvores frutferas e parte de estruturas hidrulicas, esto duas casas

    geminadas, uma antiga casa de rdio amador e uma garagem. As casas geminadas possuem

    planta retangular, telhado de quatro guas, cobertura de telhas francesas, forro de madeira,

    piso assoalhado e de cermica. Cada uma delas possui trs dormitrios, sala, cozinha,

    banheiro interno e varanda. Das varandas pode-se avistar toda a represa, a barragem e as

    corredeiras do rio.

    Cada edifcio apresenta uma tipologia arquitetnica diferente, com construes dos

    anos 10 aos anos 40 e, apesar de estarem dispersas na rea, mostram uma unidade entre si.

    Um patrimnio histrico volta comunidade

    A terra roxa favoreceu o cultivo do caf, o caf trouxe a ferrovia, a ferrovia a

    modernidade, possibilitando o transporte de equipamentos pesados atravs dos trilhos que

    chegavam at a cidade de Santa Rita do Passa Quatro.

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    A geomorfologia da regio, a geografia e a topografia permitiram que a tecnologia

    do homem, transportada atravs dos trilhos da estrada de ferro, utilizasse os potenciais

    naturais da regio para instalar logo abaixo da Queda do Rio Claro, hoje Cachoeira de So

    Valentim, uma usina geradora de eletricidade.

    Mantendo suas caractersticas originais bsicas, tanto na parte construtiva como na

    parte de seus equipamentos, a usina de So Valentim o testemunho de uma poca, de uma

    tecnologia utilizada contemporaneamente na Europa, Estados Unidos e Canad e de uma

    tcnica construtiva em que a mo-de-obra dos imigrantes da regio tambm se fez

    presente.

    A Fundao Patrimnio Histrico da Energia de So Paulo est elaborando estudos

    que visam viabilizar a gerao de energia e disponibilizar as reas envoltrias da usina para

    fruio pblica, onde o visitante ter a oportunidade de conhecer um parque voltado ao

    estudo da energia, sua produo e utilizao racional. O ncleo museolgico ali instalado

    contar um pouco da histria da tecnologia que impulsionou o desenvolvimento da regio,

    atravs do maquinrio utilizado nas usinas, de exposies peridicas e de consulta

    informatizada documentao da FPHESP na capital de So Paulo.

    FICHA RESUMO

    Nome: Usina de So Valentim

    Funo: Usina geradora hidreltrica

    Localizao: Cachoeira de So Valentim, rio Claro, afluente do Mogi-Gua, a 8 km do

    centro do municpio de Santa Rita do Passa Quatro, Estado de So Paulo

    Desnvel aproveitvel: 75 metros

    Construo: Companhia Luz e Fora So Valentim

    Incio da operao: 1911

    Capacidade instalada: 1 450 kW

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    Reservatrio: dois reservatrios de pequeno porte. O primeiro, situado a 164 metros da

    casa de mquinas, ocupa uma rea de aproximadamente 10.500 m, o segundo, distando 1

    km montante do primeiro, ocupa uma rea de 525.600 m.

    Barragem: duas, do tipo gravidade e construdas em concreto. A primeira, prxima

    casa de mquinas, mede 80 metros de comprimento, e possui vertedouros de superfcie com

    25 metros de extenso. Esses vertedouros contm 7 vos com aproximadamente 3 metros

    de largura. Possui 3 sifes e uma comporta de fundo de 2 x 2 metros, acionada

    manualmente por sistema de engrenagem. A segunda, a montante da primeira, mede 90

    metros de comprimento, o vertedouro de superfcie mede 17,50 metros de comprimento,

    composto de 5 vos livres de 3 metros de largura. Possui duas comportas de fundo de 1 x 2

    metros, acionadas manualmente atravs de sistema de engrenagens.

    Canal adutor: em alvenaria de pedras rejuntadas com argamassa, medindo 68,90 metros

    de comprimento, 2,45 metros de largura e 2,50 metros de altura. Neste canal foi construda

    uma comporta de fundo, para limpeza, com 1,00 x 2,00 metros de altura, que acionada

    manualmente atravs de engrenagens.

    Duto forado: Um tubo de chapas de ferro de de espessura, medindo 95 metros de

    comprimento e 0,80 metros de dimetro.

    Casa de Mquinas: Edifcio de planta retangular (16,50 x 10,40), embasamento de pedras

    e parede em alvenaria de tijolos, telhado de duas guas com estrutura metlica e cobertura

    de telhas de zinco, forro de madeira e piso de cermica. O p direito tem 7,00 metros de

    altura. Envasaduras em arco pleno. Possui uma nica porta e oito janelas de 2 x 0,70 m.

    Abriga duas turbinas tipo Francis, horizontal, J.M. Voit, Heidenhein modelo 1910, 1000

    HP, n 3857 e modelo 1911, 1000 HP, n 4471; e dois geradores Siemens Schkert Werk,

    modelo WJO n 295313N 850 kVA, 600 rpm e modelo WJD n 472314N 850 kWA,

    600 rpm.

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    Canal de fuga: Tem sua sada sob a casa de mquinas, em forma de arco. Existe uma

    derivao desse canal, seguindo pelo lado esquerdo do rio, construda em concreto, com 39

    metros comprimento e 0,30 metros de espessura, largura e altura de 1,20 metros.

    Outros edifcios: 5 residncias (1 unifamiliar e duas geminadas), 1 garagem e 1 depsito.

    Estado atual: desativada.

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    SUELI MARTINI arquiteta.

    BIBLIOGRAFIA

    BARBATANA, Osvaldo. Remanso da saudade. Santa Rita do Passa Quatro: 1985. BELLUZ, Carlos Alberto Del Bell. Santa Rita do Passa Quatro: imagens do caf. Campinas: Cartograf, 1991. CESP. Usina hidroeltrica de So Valentim: municpio de Santa Rita do Passa Quatro. Rio Claro: 1991. 24 p. (Srie Divulgao e Informao, 137). CESP. Avaliao tcnica de pequenas centrais hidroeltricas. So Paulo: 1993. CESP. Situao do parque gerador das Pequenas Centrais Hidreltricas : PCHs da CESP. So Paulo: 1986 GONSO, Jos. Histria de Santa Rita do Passa Quatro. So Paulo: Azevedo de Paula e Barbuio. Santa Rita do Passa Quatro: Empreendimentos S/C, 1993. SEADE. Santa Rita do Passa Quatro. Capturado em nov. 1998. Online. Disponvel na Internet http://www.seade.gov.br

    Companhia Prada de Eletricidade. Ata da Assemblia Geral Extraordinria realizada em 31 de maio de 1943.

    Companhia Fora e Luz So Valentim. Estatutos da Companhia Fora e Luz So Valentim. Palmeiras: 8 nov 1909.

    BIANCHINI, Pedro Antonio. A luz Distante. O Santarritense (jornal). Santa Rita do Passa Quatro: 17 abr. 99; 24 abr. 99.

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    Companhia Fora e Luz So Valentim. Documentos Legais da Constituio da Companhia Fora e Luz So Valentim. Santa Rita do Passa Quatro, Junta Comercial do Estado de So Paulo, n. 1146, 26 nov. 1909.