Martinho Lutero
-
Upload
hebertucci -
Category
Spiritual
-
view
1.944 -
download
2
description
Transcript of Martinho Lutero
![Page 1: Martinho Lutero](https://reader031.fdocumentos.tips/reader031/viewer/2022020207/54a0168bac795924768b4b62/html5/thumbnails/1.jpg)
LUTEROLUTEROLUTEROLUTERO (DE (DE (DE (DE 1483 A 1483 A 1483 A 1483 A 1512)1512)1512)1512): UMA INTRODUÇÃO: UMA INTRODUÇÃO: UMA INTRODUÇÃO: UMA INTRODUÇÃO
Heber Ramos Bertucci
INTRODUÇÃO
1. Este mês de outubro é conhecido como o “mês da Reforma Protestante” que começou no dia 31 de outubro de 1517. Por isso farei neste texto uma síntese dos principais acontecimentos da vida do Reformador Martinho Lutero (1483-1546) entre 1483 até 1512.
I – NASCIMENTO, VIDA RELIGIOSA E ACADÊMICA 2. Nascimento e infância - Lutero nasceu em 10.11.1483 1 em Eisleben, na Sa-
xônia, no leste da Alemanha. 2 Ele era o segundo filho 3 de Hans e Margaretha Lutero. Hans, “um aldeão” 4 e “agricultor”, 5 era, na infância de Lutero, de parcos recursos, mas depois foi um sócio 6 e “proprietário de uma mina de cobre”. 7 Marga-retha “era muito religiosa e supersticiosa.” 8 Quando Hans melhorou de situação, ele deu a Lutero a melhor educação que podia. Vida religiosa - “O preparo religioso de
Lutero teve como base aquela piedade simples da família alemã na Idade Média, de mistu-
ra com a superstição característica da época medieval.” 9 Esse preparo incluía uma dis-ciplina rigorosa, 10 “... mas sem exageros, revelando alegria de viver.” 11 Vida acadê-mica - O estudo elementar de Lutero se deu em Mansfeld, 12 onde sua família havia se mudado em 1494, 13 e lá ele se mostrou um bom aluno. Dali ele foi “...
1 Cf.: Lutero. In: Russel N. CHAMPLIN. Enciclopédia de Bíblia teologia e filosofia. v. 3 (H - L), p. 926; Karl BIHLMEYER; Hermann TUECHLE. História da Igreja. v. 3: Idade Moderna, p. 23. 2 Cf.: Alderi S. de MATOS, Fundamentos da teologia histórica, p. 141. 3 Cf.: Lutero. In: Russel N. CHAMPLIN. Enciclopédia de Bíblia teologia e filosofia. v. 3 (H - L), p. 926. 4 Lutero. In: Ibid., p. 926. 5 Karl BIHLMEYER; Hermann TUECHLE. História da Igreja. v. 3: Idade Moderna, p. 23. 6 Cf.: Ibid., p. 23. 7 Alderi S. de MATOS, Fundamentos da teologia histórica, p. 141. 8 Ibid., p. 141. 9 Robert H. NICHOLS, História da Igreja cristã, p. 156. 10 Cf.: Alderi S. de MATOS, Fundamentos da teologia histórica, p. 141; Karl BIHLMEYER; Her-mann TUECHLE. História da Igreja. v. 3: Idade Moderna, p. 23. 11 Robert H. NICHOLS, História da Igreja cristã, p. 156. 12 Cf.: Karl BIHLMEYER; Hermann TUECHLE. História da Igreja. v. 3: Idade Moderna, p. 23. 13 Cf.: Wilhelm Wachholz. Martim Lutero, o pai. In: Revista Novolhar. Disponível em: http://www.novolhar.com.br/noticia_edicoes.php?id=5011. Acesso em: 02.10.09.
enviado às escolas de latim de Magdeburg (1497) e Eisenach (1498-1501).” 14 Hans que-ria que seu filho fosse advogado, e por isso, na primavera 15 (isto é, em abril) de 1501, 16 quando Lutero tinha 18 anos, ele o enviou à mais famosa universidade alemã, Erfurt, para estudar Direito 17 na Faculdade de Artes. 18 Lá o jovem levou 4 anos em estudos preliminares de sua futura carreira, realizando “... primeiramente,
os estudos filosóficos, tornando-se, em 1502, bacharel...” 19 em Artes, 20 curso que nas Universidades medievais “... correspondia às ‘Artes Liberais’ (Artes libero dignae);
isto é: Histórica, Retórica, Lógica, aritmética, Música, Astronomia e Geometria”. 21 Três anos depois, Lutero “... concluiu com sucesso seus exames de mestrado a 7 de janeiro de
1505”, 22 tornando-se mestre em Artes, 23 sendo, em sua vida acadêmica, “... mui-
to estudioso, orador fluente e polemista, gostava de música e era muito sociável.” 24 II – LUTERO: MONGE E ORDENAÇÃO SACERDOTAL
3. Vida monástica – “Depois de obter o grau de Mestre em Artes, Lutero começou a
estudar direito e a lecionar, ao mesmo tempo, na Faculdade de Artes.” 25 Mas, algo ines-perado ocorreu e mudou o curso de sua vida: “Em muitos fins de semana, ia a pé
[de Erfurt] até sua cidade natal. Numa tarde de verão, [em 2 de julho de 1505] 26 quase
foi atingido por um raio durante uma tempestade [o temporal em Stotternheim]. 27
14 Lutero. In: Russel N. CHAMPLIN. Enciclopédia de Bíblia teologia e filosofia. v. 3 (H - L), p. 926. 15 Cf.: Karl BIHLMEYER; Hermann TUECHLE. História da Igreja. v. 3: Idade Moderna, p. 23. 16 Cf.: Lutero. In: Russel N. CHAMPLIN. Enciclopédia de Bíblia teologia e filosofia. v. 3 (H - L), p. 926. 17 Cf.: Robert H. NICHOLS, História da Igreja cristã, p. 156. 18 Cf.: Bengt HÄGGLUND, História da teologia, p. 180. 19 Karl BIHLMEYER; Hermann TUECHLE. História da Igreja. v. 3: Idade Moderna, p. 23. 20 Cf.: Lutero. In: Russel N. CHAMPLIN. Enciclopédia de Bíblia teologia e filosofia. v. 3 (H - L), p. 926. 21 Hermisten COSTA, Raízes da teologia contemporânea, p. 47. 22 Bengt HÄGGLUND, História da teologia, p. 180. 23 Cf.: Lutero. In: Russel N. CHAMPLIN. Enciclopédia de Bíblia teologia e filosofia. v. 3 (H - L), p. 926. 24 Robert H. NICHOLS, História da Igreja cristã, p. 156. 25 Bengt HÄGGLUND, História da teologia, p. 180. 26 Cf.: Bengt HÄGGLUND, História da teologia, p. 180; Karl BIHLMEYER; Hermann TUECHLE. História da Igreja. v. 3: Idade Moderna, p. 24. 27 Cf.: Bengt HÄGGLUND, História da teologia, p. 180.
![Page 2: Martinho Lutero](https://reader031.fdocumentos.tips/reader031/viewer/2022020207/54a0168bac795924768b4b62/html5/thumbnails/2.jpg)
Tomado de pavor, invocou sua padroeira: ‘Santa Ana, proteja-me e me tornarei monge!’
Vendeu os livros de Direito e entrou para o mosteiro agostiniano de Erfurt [em julho de] 28 (1505).” 29 Essa decisão é claro não agradou ao seu pai e amigos. 30 Ordena-ção a sacerdote – Lutero prosseguiu seus estudos religiosos no mosteiro e foi or-denado sacerdote (padre) em 1507. 31
III – CRISES E VISÃO DA GRAÇA DE DEUS
4. É provável que Lutero não tenha entrado para o monastério apenas pelo livramento da morte descrito acima: “tal propósito, contudo, tinha certamente raízes
mais profundas, na ansiosa inquietude que havia tempo atormentava exageradamente o
jovem, ao pensamento do terrível juízo de Deus, e da necessidade suprema de se
salvar.” 32 Lutero “Tornou-se ansioso por sua salvação; como ele próprio dizia, duvidava
de si mesmo. Para um homem medieval, o caminho mais acertado para a salvação era o da
vida monástica. Esse caminho Lutero seguiu, sacrificando, por causa da salvação da sua
alma, tudo o que o mundo lhe podia oferecer.” 33 Essas crises espirituais levaram Lute-ro a não ter paz por achar que Deus não o aceitava e que ele estava debaixo da sua ira. 34 Ele “Buscava um Deus gracioso, mas só encontrava um Ser justiceiro e ira-
do.” 35 Queria encontrar méritos diante de Deus por suas próprias obras, assim como aprendera no mosteiro. Lá, Lutero aprendeu a crer na doutrina da Graça ensinada por um teólogo medieval chamado Guilherme de Occam (1285-1347). “Essa doutrina declarava que se alguém fizesse tudo o que estava a seu alcance, usando
seus próprios poderes (...) Deus então também lhe daria sua graça. (...) também supunha
que o homem podia, por seus próprios poderes naturais, amar a Deus sobre todas as coi-
sas.” 36 Por causa dessa compreensão, Lutero “Excedeu-se em jejuns, vigílias, fla-
gelações e procurava no seu confessor a absolvição para os mais leves pecados, até que
28 Cf.: Karl BIHLMEYER; Hermann TUECHLE. História da Igreja. v. 3: Idade Moderna, p. 24. 29 Alderi S. de MATOS, Fundamentos da teologia histórica, p. 141. 30 Cf.: Robert H. NICHOLS, História da Igreja cristã, p. 156. 31 Cf.: Bengt HÄGGLUND, História da teologia, p. 180; Lutero. In: Russel N. CHAMPLIN. Enci-clopédia de Bíblia teologia e filosofia. v. 3 (H - L), p. 926. 32 Karl BIHLMEYER; Hermann TUECHLE. História da Igreja. v. 3: Idade Moderna, p. 24. 33 Robert H. NICHOLS, História da Igreja cristã, p. 156. 34 Cf.: Alderi S. de MATOS, Fundamentos da teologia histórica, p. 141; Robert H. NICHOLS, His-tória da Igreja cristã, p. 156 – 157. 35 Alderi S. de MATOS, Fundamentos da teologia histórica, p. 141. 36 Bengt HÄGGLUND, História da teologia, p. 180-181.
o aconselharam a moderar a sua austeridade e confessar-se menos vezes.” 37 Foi isso que fez João Staupitz, o Vigário Geral da Ordem dos Agostinianos. Ele “... havia
sido influenciado pelos místicos alemães, procurou ajudá-lo e recomendou que ele medi-
tasse na cruz de Cristo.” 38 Esse conselho, juntamente com as inquietações já exis-tentes no coração de Lutero, o fizeram chegar à conclusão que os ensinos sobre a salvação adotados pela Igreja Medieval não eram bíblicos e que precisavam ser revistos.
III – A DOCÊNCIA E O ENSINO DAS ESCRITURAS
5. Outro conselho eficaz de Staupitz a Lutero foi o de trabalhar como profes-sor na Universidade de Wittenberg, organizada em 1502, pelo Eleitor Francisco, o Sábio. 39 Lutero foi para lá no outono de 1508 para ensinar ética e depois exegese bíblica. 40 Em 1509, volta a Erfurt, agora como professor. “Em 1510, Lutero foi envi-
ado a Roma para tratar da questão referente a uma disputa dentro da ordem agostiniana, e
ele, como muitos outros que peregrinaram a Roma na época, desiludiu-se com a degene-
rescência ali encontrada.” 41 No ano seguinte, em 1511, retornou a Wittenberg para continuar lecionando ali. 42 Durante esse período (1508-1511) Lutero se aprofun-dou ainda mais nos ensinos das Escrituras e do patrono de sua ordem, Agosti-nho. 43 Em 1512 torna-se doutor em Teologia em Wittenberg, e imediatamente “...
foi indicado como professor de estudos bíblicos, na Universidade de Wittenberg, havendo
dado aulas sobre Salmos (1513-15), Romanos (1515-16), Gálatas (1516-17) e Hebreus
(1517-18).” 44
Dado em Jandira, na Igreja Presbiteriana JMC, no dia 04 de outubro – Escola Bíblica Dominical – do ano 2009, ano de minha licenciatura.
37 Robert H. NICHOLS, História da Igreja cristã, p. 156 – 157. 38 Alderi S. de MATOS, Fundamentos da teologia histórica, p. 141. 39 Cf.: Bengt HÄGGLUND, História da teologia, p. 180. 40 Cf.: Karl BIHLMEYER; Hermann TUECHLE. História da Igreja. v. 3: Idade Moderna, p. 24. 41 Bengt HÄGGLUND, História da teologia, p. 180. 42 Cf.: Robert H. NICHOLS, História da Igreja cristã, p. 157. 43 Cf.: Ibid., p. 157; Karl BIHLMEYER; Hermann TUECHLE. História da Igreja. v. 3: Idade Moder-na, p. 24. 44 Alister E. MCGRATH, Teologia sistemática, histórica e filosófica: uma introdução à teologia cristã, p. 102.