MARÇO 2014 BOLETIM DE INFORMAÇÃO PAROQUIAL · CONSULTANDO A HISTÓRIA S.MIGUEL DA MAIA - Pág. 2...

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BOLETIM DE INFORMAÇÃO PAROQUIAL MARÇO 2014 ANO XXV - Nº 268 Preço avulso: 0,50 € PUBLICAÇÃO MENSAL http://www.paroquiadamaia.net [email protected] A página da Paróquia na Internete (http://www. paroquiadamaia.net) é de verdadeira utilidade para todos os que a frequentam, mas dum modo especial para os Paroquianos. Continua com uma grande quantidades de informação e, nestes últimos tempos, com algumas janelas a que se deram o nome de Notícias (Lar de Nazaré; Igrejas da Maia 360º; N.da Paróquia; N.da Igreja; da Diocese). Também traz alguns vídeos. Sentirá alegria navegar neste espaço que a Paróquia tem. Considero isto uma janela para ir até "às periferias", no dizer do Santo Padre Francisco e também para escutarmos os apelos do mundo, "os sinais dos tempos", como disse Jesus. Para que seja mais rica, em conteúdos e informações, seja participante com sugestões, perguntas... Envie para [email protected] ou [email protected]. Sinto que também assim fazendo concretizamos o convite de Jesus: "Ide por todo o mundo..." Todo o crente é chamado a viver, com alegria e esperança a sua missão no mundo e, se o não fizer, falha e a humanidade caminhará para o desastre . Pertence ao crente tomar parte na edificação deste mundo. Não pode andar alheio, deixando para os "outros" o que pode fazer, por não querer incómodo. A gestão social, o mundo da política, da ciência precisa de cristãos de fibra e de fé para que os valores apareçam e todos tirem proveito do mundo que a todos pertence, e que não só de quem se considera "elite" que se acha como única detentora de tudo. O mundo precisa de pessoas de valor em toda a linha. Se evangelizarmos o nosso pequeno mundo da família, da escola, da paróquia, cumpriremos o que é "ser sal da terra e luz do mundo", como Jesus disse aos seus discípulos e hoje nos diz a nós.. Ao receber este Jornal já está a viver um tempo especial que a todas as pessoas de boa vontade levará a rever passos andados, a sonhar com novos, a enveredar pelo caminho da conversão. A este tempo chamamos Quaresma. Que não seja um repetir sem vida, mas seja acolhida como novidade que vem de Deus..Será bom. Não a deixemos "passar ao lado". PDJ EDITORIAL A Paróquia da Maia saúda o nosso Bispo, D. António Francisco dos Santos. Desejamos-lhe as boas vindas. Pode contar connosco. Desde já, rezamos para que seja como o Bom Pastor. Aguardamo-lo com alegria e esperança. Conserve sempre um sorriso acolhedor, como é seu timbre , e é assim que o conhecemos. Recordámo-lo a celebrar nas nossas duas Igrejas. A Nossa Senhora do Bom Despacho e da Maia o encomendamos. Pedimos-lhe que abençoe esta nossa Paróquia da Maia

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BOLETIM DE INFORMAÇÃO PAROQUIAL MARÇO 2014ANO XXV - Nº 268 Preço avulso: 0,50 €

PUBLICAÇÃO MENSAL

http://www.paroquiadamaia.net [email protected]

A página da Paróquia na Internete (http://www.paroquiadamaia.net) é de verdadeira utilidade para todos os que a frequentam, mas dum modo especial para os Paroquianos. Continua com uma grande quantidades de informação e, nestes últimos tempos, com algumas janelas a que se deram o nome de Notícias (Lar de Nazaré; Igrejas da Maia 360º; N.da Paróquia; N.da Igreja; da Diocese). Também traz alguns vídeos. Sentirá alegria navegar neste espaço que a Paróquia tem. Considero isto uma janela para ir até "às periferias", no dizer do Santo Padre Francisco e também para escutarmos os apelos do mundo, "os sinais dos tempos", como disse Jesus.

Para que seja mais rica, em conteúdos e informações, seja participante com sugestões, perguntas... Envie para [email protected] ou [email protected].

Sinto que também assim fazendo concretizamos o convite de Jesus: "Ide por todo o mundo..." Todo o crente é chamado a viver, com alegria e esperança a sua missão no mundo e, se o não fizer, falha e a humanidade caminhará para o desastre .

Pertence ao crente tomar parte na edificação deste mundo. Não pode andar alheio, deixando para os "outros" o que pode fazer, por não querer incómodo.

A gestão social, o mundo da política, da ciência precisa de cristãos de fibra e de fé para que os valores apareçam e todos tirem proveito do mundo que a todos pertence, e que não só de quem se considera "elite" que se acha como única detentora de tudo.

O mundo precisa de pessoas de valor em toda a linha.Se evangelizarmos o nosso pequeno mundo da família,

da escola, da paróquia, cumpriremos o que é "ser sal da terra e luz do mundo", como Jesus disse aos seus discípulos e hoje nos diz a nós..

Ao receber este Jornal já está a viver um tempo especial que a todas as pessoas de boa vontade levará a rever passos andados, a sonhar com novos, a enveredar pelo caminho da conversão. A este tempo chamamos Quaresma. Que não seja um repetir sem vida, mas seja acolhida como novidade que vem de Deus..Será bom.

Não a deixemos "passar ao lado". PDJ

EDITORIAL

A Paróquia da Maia saúda o nosso Bispo, D. António Francisco dos Santos.

Desejamos-lhe as boas vindas. Pode contar connosco. Desde já, rezamos para que seja como o Bom Pastor. Aguardamo-lo com alegria e esperança. Conserve sempre um sorriso acolhedor, como é seu timbre , e é assim que o conhecemos.

Recordámo-lo a celebrar nas nossas duas Igrejas. A Nossa Senhora do Bom Despacho e da Maia o

encomendamos. Pedimos-lhe que abençoe esta nossa Paróquia da

Maia

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CONSULTANDO A HISTÓRIA

S.MIGUEL DA MAIA - Pág. 2

S. MIGUEL DA MAIA Proprietário e Editor

Paróquia da Maia

Director e

Chefe de RedacçãoP. Domingos Jorge

Colaboradores Ana Maria Ramos

Ângelo SoaresAntónio MatosArlindo CunhaCarlos CostaConceição Dores de CastroHenrique CarvalhoHigino CostaIdalina MeirelesJoão AidoJosé Carlos Teixeira José Manuel Dias CardosoLuís Sá FardilhaManuel MachadoMª Artur C. Araújo BarrosMª Fernanda Ol. RamosMaria Lúcia Dores de CastroMª Luísa C.M. TeixeiraMaria Teresa AlmeidaMário OliveiraPalmira SantosPaula Isabel Garcia Santos

CorrespondentesVários (eventuais)

ComposiçãoJosé Tomé

Tiragem - 1500 exemplares

Maria Artur

Ainda no âmbito das respostas da Paróquia de S. Miguel de Barreiros ao inquérito ordenado em 1758 pelo Marquês do Pombal - aa “Memórias Paroquiais” disponíveis no Portal do Arquivo Nacional Torre do Tombo em http://digitarq.dgarq.gov.pt/viewer?id=4239195 – continuamos a transcrição da secção III, que diz respei-to ao rio Leça. As questões 11 a 17 das Memórias Paroquiais eram as seguintes:

11. Se têm alguma virtude particular as suas águas.12. Se conserva sempre o mesmo nome, ou começa a ter diferente em algumas

partes, e como se chamam estas, ou se há memória que em outro tempo tivesse outro nome.

13. Se morre no mar, ou em outro rio, e como se chama este, e o sitio em que entra nele.

14. Se tem alguma cachoeira, represa, levada, ou açudes que lhe embaracem o ser navegável.

15. Se tem pontes de cantaria, ou de pau, quantas e em que sítio.16. Se tem moinhos, lagares de azeite, pisões, noras ou algum outro engenho.17. Se em algum tempo, ou no presente, se tirou ouro das suas areias.Vejamos agora as respostas fornecidas pelo

Pároco de Barreiros :“11 Nada

12 Sempre conserva o mesmo nome 13 Morre no Mar, e entra nelle no lugar de Matozinhos 14 Tem várias levadas e assudes 15 Tem duas pontes de pedra de cantaria hüa chamada de Barreiros, e outra cha-

mada da Azenha no sitio desta freguesia além de outras muntas nas mais freguesias por onde corre

16 Tem algüas, todas de moinhos de moer pam 17 Não consta que em tempo algum aparecesse ouro nas suas áreas”

AGENDA PARA O TEMPO DA QUARESMA E PÁSCOA

Março -Quarta-feira de Cinzas: 9h00 - Celebração no Santuário - imposição das cinzas 19h00 - Celebração na Igreja de NªSª da Maia - "Quinta-feira de Cinzas - Exposição e Adoração ao Santíssimo Sacramento - das 10h00 às 18h00 - Igreja de NªSª da Maia (das 17h00-18 - Oração Rogai -(Vocações) (Todas as outras quintas-feiras a Adoração é das 10h00 às 13h00)Sexta-feira (todas as Sextas da Quaresma ) Via Sacra -Og.NªSª da Maia- 21h00Domingo -(todos os Domingos da Quaresma) Adoração da Santíssimo Sacramento no Santuário, das 15h00 às 18h00.Abril- Domingo, dia 6 - 16h00 - Entrada Solene do Senhor Bispo do Porto- Quinta-feira, dia 10 - 21h00 - Celebração Penitencial (Confissões)-Ig. NªSª da Maia- Sábado, dia 12 - 19h00 - Cel. com a Catequese e Adultos - Bênção dos Ramos- Domingo, dia 13 - Domingo de Ramos: 9h00 - No Santuário- Bênção dos ramos 11h00 - Igreja de NªSª da Maia - Bênção dos ramos. 14h00 - PROCISSÃO DOS PASSOS 19H00- Celebração da Eucaristia - Igreja de NªSª da MaiaSEMANA SANTA- QUINTA-FEIRA SANTA - 21h30 - Celebração da Ceia do Senhor- SEXTA-FEIRA SANTA - 15H00 - Via Sacra na Rua - 21h30 - Celeb. da Paixão, Adoração da Cruz- SÁBADO SANTO - 21H30 - VIGÍLIA PASCAL- DOMINGO DE PÁSCOA: 08H00 - Celebração no Santuário; 09h15 - VISITA PASCAL 19H00 - Celebração Solene e Festiva com todas as Equipas Pascais- DOMINGO DA MISERICÓRDIA - Canonização dos Papas Beatos João XXIII e João Paulo II- Semana da Misericórdia - TERÇO - na Igreja de N.ª Sr.ª da Maia e Santuário - 21h30

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MOVIMENTO DEMOGRÁFICO

Equipa Paroquial Vocacional

Mês de FevereiroBAPTIZADOS

15 - Ana Afonso do Vale Moreira - Beatriz Santos Mendes 23 - Joana Miguel Soares Costa

ÓBITOS03 - Mª Filomena Martins Sampaio Ferreira (87 anos)07 - Manuel Gonçalves (88 anos) - Joaquim Almiro Almeida e Sousa (92 anos)08 - Maria Emília Garcia Lopes (91 anos)11 - António Correia Constantino Ferreira (61 anos)14 - Joaquim Ferreira dos Santos Gonçalves (63 anos)23 - José Maria Fiúza (83 anso)

Pró - VOCAÇÃO, por vocação

O nosso novo Bispo D. António Francisco

O Papa Francisco, seguramente guiado pelo Espírito que não falta a quem O invoca, nomeou o nosso Bispo.

Quer na saudação à diocese do Porto quer na despedida à diocese de Aveiro, D. António Francisco acentuouo carácter voca-cional – isto é, de chamamento de Deus e resposta livre do cha-mado – da sua missão episcopal. Senão vejamos alguns excertos:

«Não encontro outras palavras senão estas, ditas por Deus quando chamou Abraão: “Deixa a tua terra, a tua família e vai para a terra que eu te indicar”.

“Lembrei a Palavra de Deus ao Profeta Jeremias: “Irás aon-de Eu te enviar.”

Foi à voz de Deus e seguindo a Seu chamamento que sempre parti.

Desejar bom dia com este tempo tão mau que faz, não virá a propósito. E logo porque o bom dia não está só cá fora, mas também e sobretudo cá dentro. Podemos estar felizes cá por dentro com vendavais lá por fora. Claro que a todos desejo o bom dia lá de fora, mas desejo principalmente o bom dia cá de dentro. Que dentro de cada um de nós haja paz, haja saúde, haja harmonia, haja sonho, haja Deus. O Deus que me faz amar, que me faz compreender,

que me faz partilhar, que me faz chorar ou rir, que me faz perdoar. Temos todos dentro de nós um precioso motivo para nos

desejarmos e cantarmos um Bom Dia. Refiro-me ao bispo que Deus nos deu. Foi uma graça, ultrapassou a graça. É um privilégio. Valeu a pena esperar. Vai ser ele a dar-vos o Bom Dia no próximo encontro.

BOM DIA!

Uma entrevista de D.António FranciscoSem que o suspeitássemos, durante o

Ano Sacerdotal de 2010/2011 apresentámos o nosso Bispo à paróquia através de excertos duma entrevista que deu ao blogue do arci-prestado de Águeda.

Pela sua atualidade, aqui a retomamos:“Chamo-me António Francisco dos

Santos, sou natural duma paróquia do concelho de Cinfães, já no limite do dis-trito de Viseu e de janelas abertas para o

de Aveiro, que se chama Tendais. Ali nasci em 1948, ali vivi os primeiros dez anos de vida e frequentei a escola do 1º ciclo. A partir duma decisão assumida no final desse período, iniciei estudos no seminário de Resende e depois no de Lamego. Fiz o estágio pastoral no Alto Douro, em S. João da Pesqueira, e fui ordenado a 8 de Dezembro de 1972, sendo de imediato envia-do pelo meu Bispo a estudar Filosofia e Sociologia no Instituto Católico de Paris, onde me formei. Regressei à diocese, traba-lhei nos seminários, depois fui vigário-geral e foi nesse momen-to, em que trabalhava também numa paróquia da cidade como membro duma equipa sacerdotal, que o Papa João Paulo II me chamou a ser Bispo auxiliar de Braga donde, em 2006, o Papa Bento XVI me nomeou como Bispo de Aveiro.

Na minha família não havia tradição nem memória de al-guém ter sido sacerdote. Eu senti esse desejo, por viver no ambiente duma família cristã, mas que também foi despertan-do pelo contacto com um sacerdote natural da mesma terra, que manifestava um testemunho de vida e uma perspectiva de entrega a Deus e de serviço às pessoas que me fascinava; foi certamente aí que despontou e despertou o meu desejo de ser padre. A minha família não estava muito preparada para este género de decisão, até porque, como sou filho único, os

Muitas as dúvidas e grande o temor com que me defrontei ao ver as minhas limitações e fragilidades, perante a grandeza da missão. Todavia, senti que só conseguiria reencontrar a se-renidade de coração e a liberdade de espírito quando com a ajuda de Deus vencesse todos os receios e temores.

Levo comigo o modo próximo de ser e de viver, a alegria convicta da fé e o desejo fraterno de a todos olhar com os olhos de Deus, para a todos servir como Deus quer e ama.

Serei irmão e presença (…) e procurarei fazer caminho de bondade e de esperança na busca comum de um mundo melhor.

Quero ser apóstolo das Bem-Aventuranças nestes tempos difíceis que vivemos.»

Sendo pastor atento e com particular experiência na for-mação de novos sacerdotes e na pastoral vocacional, irá certa-mente pôr estes temas na ordem do dia das preocupações de toda a diocese.

meus Pais queriam que continuasse a estudar mas com ou-tro sentido. Não era seu desejo que eu fosse sacerdote, mas respeitaram a minha decisão, assumiram a minha opção e aju-daram a que eu pudesse livremente percorrer o caminho que tinha escolhido.

A minha preocupação foi ser um padre à maneira do cora-ção de Cristo Bom Pastor. Eu senti-me sempre um elo de liga-ção entre Deus, que ama o Seu Povo e este mundo que Ele quer salvar, e o Mundo que precisa desta ponte com o seu Deus.”

Sinto-me chamado por Deus, renovo diariamente esse chamamento e a resposta generosa que procurei dar-Lhe des-de o início, e sinto-me ao mesmo tempo acolhido por aqueles a quem sou enviado e com quem trabalho.”

“Grande parte da minha vida foi dedicada à formação de futuros sacerdotes. Diariamente dava graças a Deus pela ge-nerosidade que encontrava nos seminaristas e nas famílias que ajudavam a que surgissem vocações sacerdotais e pelos dons multiplicados em tanta gente cheia de talentos e de qualidades, a quem o Senhor chamou e que hoje são sacerdotes.”

“Como enviado às comunidades, sinto a presença de Deus nos sacerdotes e nos leigos, nas famílias, e vejo a alegria de es-tarmos em ambientes em que o anúncio do Evangelho chegou há muito tempo e em que a vida cristã continua a crescer.”

“Como lema da minha vida de bispo, propus a mim pró-prio e peço diariamente a Deus que seja apóstolo da bondade e protagonista das bem-aventuranças num mundo que quer ser melhor e diferente. Esta tem de ser a missão do Bispo, na celebração da Eucaristia, na comunhão com os sacerdotes, no trabalho com os seminários, na promoção vocacional para que crianças, jovens ou adultos sintam que é também para eles esta proposta de vida, uma proposta plena de realização e sentido.”

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CENTRO SOCIALOs nossos idosos estão muito preocupados com o estado caótico da sociedade

actual.Reconhecem-na mais tecnicista, mas menos civilizada.Se fosse civilizada, haveria mais tolerância e entendimento entre as pessoas, cuidava-

-se de quem mais precisasse, ninguém era dispensado de contribuir para o bem comum, vivia-se em paz. As autoridades só ambicionavam servir quem lhes fosse confiado, as leis nunca se sobrepunham à lei de Deus, a natureza seria respeitada em todas as suas vertentes. Não haveria sexo antes do casamento, nem tantos lares sem futuro, nem tan-tas infidelidades conjugais, nem tantos divórcios, nem tantos filhos órfãos de pais vivos. Não haveria violência doméstica, crimes passionais, suicídios. Os lares da terceira idade não seriam necessários, a saúde e a educação estariam ao alcance de todos.

Os próprios governos e sindicatos não estariam apenas ao serviço dos interesses partidários e da caça ao voto, mas somente ao serviço dos cidadãos.

Diz-se à boca cheia que o homem é livre, mas só há um modo de o ser: é quando ele não é escravo do pecado ... nem das dívidas.

A verdadeira liberdade não é fazer sempre o que se quer. É preciso saber dizer não aos nossos filhos quando os seus desejos, ou petições, são sinal de egoísmo, desperdício, ou desrespeito.

Respeitemos as fronteiras da liberdade que começam quando a nossa liberdade colide com a liberdade do outro.

É muito fácil dizer-mos que a Revolução de Abril trouxe a liberdade aos portugue-ses, mas liberdade não é poder dizer-se tudo que se quer sem educação nem respeito. Penso, muitas vezes, nesta quadra que escreveu o poeta algarvio, António Aleixo, de quem sou um grande fã,

«Para não fazeres ofensa E teres dias felizes, Não digas tudo o que pensas Mas pensa tudo o que dizes».Todos nós somos obra de Deus. Não fomos lançados ao mundo por acaso. Deus

criou-nos à Sua imagem e semelhança. Por isso só com Ele permaneceremos livres.Deus, feito homem igual a nós em Cristo, deixou-nos um mandamento: amemo-nos

uns aos outros como Ele nos amou. E para completar este mandamento, ainda nos ensinou o Pai Nosso " Pai nosso... seja feita a Vossa vontade assim na terra como no Céu... perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido». E, finalmente: « Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos de todo o mal».

Procuremos viver o Céu ainda na terra. Não é difícil. Só depende de nós.

LIVRO A LIVRO

Manuel Machado

Maria Teresa e Maria Fernanda

Esta chuva não nos deixa,O sol tarda a chegar…É melhor fazer de contaQue o dia é maravilhosoSem frio nem chuva a cairE um lindo sol a brilhar!

É melhor fazer de contaQue oiço o zumbir das abelhas,A alegria dos pardais,Crianças no parque a saltar…E, sob um belo céu azul,À sombra de grandes árvoresVelhinhos a conversar.

As crianças divertem-se:Olham os peixes no lagoExibindo suas cores,Olham seus pequenos rostosRefletidos na águaDaquele lago de encantoDebruado de flores.

É bom sentir ser criança,Ser criança e sonhar…É bom fazer de criançaE ao “faz de conta” brincar…

Ana Maria Ramos

Mais um brilhante livro do padre Vasco Pinto de Magalhães que nos ajudará certamente a uma vivência quaresmal que deverá culminar no Encontro (pessoal) com Jesus Ressuscitado.Nas cerca de 40 meditações que entrelaçam passagens do Evangelho de S. João com os Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loyola, somos acompanhados a aprofundar a nossa relação com Deus, a acreditar em Jesus Cristo e a aderir a Ele.

Trata-se de exercitar a vida espiritual, isto é, de “preparar e dispor a alma” para buscar e encontrar a vontade de Deus,

Entregar-se, Acolher e Comungar

FAZ DE CONTA…

em todas as coisas, todas as situações, todas as pessoas e relações; e assim reestruturar a própria vida.Aquele que viveu connosco alguns anos, ensinou uma mensagem de amor, formou uma comunidade e morreu na cruz, está vivo e continua atuante no meio dos seus discípulos. Jesus continua a chamar-nos, a convocar-nos e a enviar-nos. É nisto que acreditamos e é aqui que começa a vida cristã.É a relação com Ele que nos ressuscita, que nos dá uma vida nova, que nos dá comunhão. E a Ressurreição de Cristo tem de ser anunciada, assente na certeza de que a vida tem sentido e na vontade de viver com alegria e esperança o renascer do homem novo.

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EQUIPA PAROQUIAL DE PASTORAL FAMILIAR

Contactos:

917373873 - 229482390 229448287 - 917630347 229486634 - 969037943 966427043 - 229416209 - 916746491 - 965450809 962384918

A nível da Diocese houve , no dia 1 do corrente mês a JORNADA DIOCESANA DA FAMÍLIA, e alguns elementos da Equipa participaram. Em baixo, pode ler o que é Pastoral Familiar e, a seu devido tempo, vai haver algumas acções motivadoras para todas as famílias.

Sabem os elementos desta Equipa que têm um campo muito vasto na Pastoral paroquial, quanto é urgente e também quão difícil é este trabalho, pois esbarra contra a mentaluidade laicizante e lauicizada do nosso tempo. Vai procurar semear e manter acesa a chama e a Jesus encomenda o fruto.

www.paroquiadamaia.net; [email protected] - Navegue

E. P.P.FMaria Luísa e José Carlos Teixeira;Jorge Lopes; Lídia Mendes; David Barbosa; Maria Elizabete e Jorge Real; P. Domingos Jorge

CARTA DO PAPA FRANCISCO ÀS FAMÍLIASQueridas famílias,

Apresento-me à porta da vossa casa para vos falar de um acontecimento que vai realizar-se, como é sa-bido, no próximo mês de Outubro, no Vaticano: trata--se da Assembleia geral extraordinária do Sínodo dos Bispos, convocada para discutir o tema «Os desafios pastorais sobre a família no contexto da evangeliza-ção». Efectivamente, hoje, a Igreja é chamada a anunciar o Evangelho, enfrentando também as novas urgências pastorais que dizem respeito à família.

Este importante encontro envolve todo o Povo de Deus: Bispos, sacerdotes, pessoas consagradas e fiéis leigos das Igrejas particulares do mundo inteiro, que participam activamente, na sua preparação, com suges-tões concretas e com a ajuda indispensável da oração. O apoio da oração é muito necessário e significativo, especialmente da vossa parte, queridas famílias; na verdade, esta Assembleia sinodal é dedicada de modo especial a vós, à vossa vocação e missão na Igreja e na sociedade, aos problemas do matrimónio, da vida familiar, da educação dos filhos, e ao papel das famílias na missão da Igreja. Por isso, peço-vos para invocardes intensamente o Espírito Santo, a fim de que ilumine os Padres sinodais e os guie na sua exigente tarefa.

Como sabeis, a esta Assembleia sinodal extraordiná-ria, seguir-se-á – um ano depois – a Assembleia ordiná-ria, que desenvolverá o mesmo tema da família. E, neste mesmo contexto, realizar-se-á o Encontro Mundial das Famílias, na cidade de Filadélfia, em Setembro de 2015. Por isso, unamo-nos todos em oração para que a Igreja realize, através destes acontecimentos, um verdadeiro caminho de discernimento e adopte os meios pasto-rais adequados para ajudarem as famílias a enfrentar os desafios actuais com a luz e a força que provêm do Evangelho.

Estou a escrever-vos esta carta no dia em que se celebra a festa da Apresentação de Jesus no templo.

O evangelista Lucas conta que Nossa Senhora e São José, de acordo com a Lei de Moisés, levaram o Menino ao templo para oferecê-Lo ao Senhor e, nessa ocasião, duas pessoas idosas – Simeão e Ana –, movidas pelo

Espírito Santo, foram ter com eles e reconheceram em Jesus o Messias (cf. Lc 2, 22-38). Simeão tomou-O nos braços e agradeceu a Deus, porque tinha finalmente «visto» a salvação; Ana, apesar da sua idade avançada, encheu-se de novo vigor e pôs-se a falar a todos do Menino. É uma imagem bela: um casal de pais jovens e duas pessoas idosas, reunidos devido a Jesus. Verdadei-ramente Jesus faz com que as gerações se encontrem e unam! Ele é a fonte inesgotável daquele amor que vence todo o isolamento, toda a solidão, toda a tris-teza. No vosso caminho familiar, partilhais tantos mo-mentos belos: as refeições, o descanso, o trabalho em casa, a diversão, a oração, as viagens e as peregrinações, as acções de solidariedade... Todavia, se falta o amor, falta a alegria; e Jesus é quem nos dá o amor autêntico: oferece-nos a sua Palavra, que ilumina a nossa estrada; dá-nos o Pão de vida, que sustenta a labuta diária do nosso caminho.

Queridas famílias, a vossa oração pelo Sínodo dos Bispos será um tesouro precioso que enriquecerá a Igreja. Eu vo-la agradeço e peço que rezeis também por mim, para que possa servir o Povo de Deus na verdade e na caridade. A protecção da Bem-Aventu-rada Virgem Maria e de São José acompanhe sempre a todos vós e vos ajude a caminhar unidos no amor e no serviço recíproco. De coração invoco sobre cada família a bênção do Senhor.

Vaticano, 2 de Fevereiro – festa da Apresentação do Senhor – de 2014.

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S.MIGUEL DA MAIA - Pág. 6 Maria Luisa C. M. Teixeira

Ouvi com muito interesse, na Jornada Diocesa-na da Família, do dia um do passado mês de Feve-reiro, em Vilar, a exposição sobre o tema, a fé no coração da família, do sacerdote jesuíta José Fra-zão Correia. Toda a sua comunicação foi baseada no dom da fé que segundo ele, pelos afetos afeta toda a vida, justamente no mesmo sentido de todo o conteúdo do seu livro de título a fé vive de afeto. Este sacerdote prendeu-me de verdade a atenção durante toda a sua palestra, pois não obstante ser possuidor de um curriculum de elevados estudos no campo da filosofia e teologia, falou-nos com simplicidade e cativantemente sobre o que está na base da vida de cada pessoa, que a afeta em toda a sua existência e a define em muito do que é para si própria e na relação com os outros e o mundo, o afeto.

E como no próprio tema do seu livro, que já referi acima, ele conduziu-nos num raciocínio que nos demonstrou que, desde que nascemos o amor já nos marcava e marcará para sempre e assim se passa com a fé que vive de afeto.

Eu, na minha simplicidade de crente, mas por tudo aquilo que sinto no percurso de cristã que ao longo da vida fui fazendo, costumo dizer, com frequência, que a fé é uma questão de amor. E é com toda a convicção que o afirmo. Pois se, numa analise das minhas opções na minha prática religio-sa eu me detiver nas razões ou origens dessas op-ções eu vou sempre encontrar o amor, (ou o afeto como prefere chamar o sacerdote ao sentimento) que me deu a origem na vida e na fé e me faz pessoa igual e diferente simultaneamente, perante mim própria, os outros, o mundo e a existência com ou sem Deus.

Na minha história semelhante á de tanta gente, quem me iniciou no caminho da fé foram os meus pais. E por quê? Interrogo eu, nessa análise das origens ou razões. Encontro a resposta no amor

deles por mim, pelo qual, não só me deram a vida mas, amando-me, me transmitiram tudo aquilo em que acreditavam, o que para eles era importante e os fazia felizes. Nesse amor ouvi falar de Deus, de Jesus, do Evangelho, da Virgem Maria, aprendi a re-zar. Aprendi a relacionar-me com Aquele Jesus que para mim, também começou a fazer parte daquilo que eu era e portanto, Alguém de quem eu gostava já em criança.

E toda a vida se vai desenvolvendo, num cres-cimento natural em que nos ligamos ou despren-demos conforme gostamos ou não, conforme há ou não afeto, pelas pessoas e pelo próprio Deus ou Seu Filho Jesus. Esse sentimento em mim foi-se desenvolvendo á medida que cresci e, já capaz de tomar as minhas decisões, continuei a optar por ter Jesus presente cada vez mais na minha vida.

Fazendo as minhas opções por estar com Ele no meu dia a dia pela oração e no encontro mais im-portante da Fé, a Eucaristia, entre as inúmeras soli-citações da vida. Poderei, mesmo aqui, afirmar que a Eucaristia é uma experiência onde com sincero sentir eu digo que, a fé é uma questão de amor, pois, aquele encontro com Jesus é tão importante para a minha vida, que não é a forma como é cele-brada pelo sacerdote, ou a igreja, ou a participação da assembleia que me influenciam na certeza de saber que aquele é o mais importante momento para estar e receber Jesus. É onde se celebra o mistério do seu amor misericordioso por mim e por toda a humanidade. É o grande encontro de amor na fé.

Vivendo pois, nesta afetividade a fé, esta vivência transmite-se inevitável e naturalmente á família. E assim, como os meus pais procederam, assim pro-cedi com minhas filhas, levando-as á casa de Deus, rezando em família, e falando-lhes amorosamente de Deus, de Jesus, da Sua vida, da Sua mãe.

No desenrolar normal da vida, elas foram sen-tindo o afeto, o amor, na sua fé, que as conduziu também nas suas opções e pelas suas razões e ori-gens, e o mesmo já começa a ver-se surgir na gera-ção mais nova, seus filhos.

Confiantes de que somos gerados pelo amor de Deus ao abençoar a família pelo dom da criação, e pelo dom da fé que imprime na alma de cada membro da família, cada qual e todos juntos des-cobrimos pelo amor dos pais o amor a Deus, e a Seu Filho, Jesus. Desenvolvendo a fé pelo amor no coração de cada um, assim cresce a fé no coração da família de geração em geração.

A FÉ NO CORAÇÃO DA FAMILIA

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Fez-Se pobre, para nos enriquecer com a sua pobreza (cf. 2 Cor 8, 9)

Queridos irmãos e irmãs!

Por ocasião da Qua-resma, ofereço-vos algu-mas reflexões com a es-perança de que possam servir para o caminho

pessoal e comunitário de conversão. Como motivo inspirador to-mei a seguinte frase de São Paulo: «Conheceis bem a bondade de Nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, Se fez pobre por vós, para vos enriquecer com a sua pobreza» (2 Cor 8, 9). O Apóstolo escreve aos cristãos de Corinto encorajando-os a serem gene-rosos na ajuda aos fiéis de Jerusalém que passam necessidade. A nós, cristãos de hoje, que nos dizem estas palavras de São Paulo? Que nos diz, hoje, a nós, o convite à pobreza, a uma vida pobre em sentido evangélico?

A graça de CristoTais palavras dizem-nos, antes de mais nada, qual é o estilo de

Deus. Deus não Se revela através dos meios do poder e da riqueza do mundo, mas com os da fragilidade e da pobreza: «sendo rico, Se fez pobre por vós». Cristo, o Filho eterno de Deus, igual ao Pai em poder e glória, fez-Se pobre; desceu ao nosso meio, aproximou-Se de cada um de nós; despojou-Se, «esvaziou-Se», para Se tornar em tudo semelhante a nós (cf. Fil 2, 7; Heb 4, 15). A encarnação de Deus é um grande mistério. Mas, a razão de tudo isso é o amor divino: um amor que é graça, generosidade, desejo de proximidade, não hesitando em doar-Se e sacrificar-Se pelas suas amadas cria-turas. A caridade, o amor é partilhar, em tudo, a sorte do amado. O amor torna semelhante, cria igualdade, abate os muros e as distâncias. Foi o que Deus fez connosco. Na realidade, Jesus «tra-balhou com mãos humanas, pensou com uma inteligência humana, agiu com uma vontade humana, amou com um coração humano. Nascido da Virgem Maria, tornou-Se verdadeiramente um de nós, semelhante a nós em tudo, excepto no pecado» (Conc. Ecum. Vat. II, Const. past. Gaudium et spes, 22).

A finalidade de Jesus Se fazer pobre não foi a pobreza em si mesma, mas – como diz São Paulo – «para vos enriquecer com a sua pobreza». Não se trata dum jogo de palavras, duma frase sen-sacional. Pelo contrário, é uma síntese da lógica de Deus: a lógica do amor, a lógica da Encarnação e da Cruz. Deus não fez cair do alto a salvação sobre nós, como a esmola de quem dá parte do próprio supérfluo com piedade filantrópica. Não é assim o amor de Cristo! Quando Jesus desce às águas do Jordão e pede a João Baptista para O baptizar, não o faz porque tem necessidade de penitência, de conversão; mas fá-lo para se colocar no meio do povo necessitado de perdão, no meio de nós pecadores, e carre-gar sobre Si o peso dos nossos pecados. Este foi o caminho que Ele escolheu para nos consolar, salvar, libertar da nossa miséria. Faz impressão ouvir o Apóstolo dizer que fomos libertados, não por meio da riqueza de Cristo, mas por meio da sua pobreza. E todavia São Paulo conhece bem a «insondável riqueza de Cristo» (Ef 3, 8), «herdeiro de todas as coisas» (Heb 1, 2).

Em que consiste então esta pobreza com a qual Jesus nos liberta e torna ricos? É precisamente o seu modo de nos amar, o seu aproximar-Se de nós como fez o Bom Samaritano com o homem abandonado meio morto na berma da estrada (cf. Lc 10, 25-37). Aquilo que nos dá verdadeira liberdade, verdadeira salva-ção e verdadeira felicidade é o seu amor de compaixão, de ternura e de partilha. A pobreza de Cristo, que nos enriquece, é Ele fazer--Se carne, tomar sobre Si as nossas fraquezas, os nossos pecados, comunicando-nos a misericórdia infinita de Deus. A pobreza de Cristo é a maior riqueza: Jesus é rico de confiança ilimitada em Deus Pai, confiando-Se a Ele em todo o momento, procurando sempre e apenas a sua vontade e a sua glória. É rico como o é uma criança que se sente amada e ama os seus pais, não duvidando um momento sequer do seu amor e da sua ternura. A riqueza de Jesus é Ele ser o Filho: a sua relação única com o Pai é a prerro-gativa soberana deste Messias pobre. Quando Jesus nos convida a tomar sobre nós o seu «jugo suave» (cf. Mt 11, 30), convida-nos a

enriquecer-nos com esta sua «rica pobreza» e «pobre riqueza», a partilhar com Ele o seu Espírito filial e fraterno, a tornar-nos filhos no Filho, irmãos no Irmão Primogénito (cf.Rm 8, 29).

Foi dito que a única verdadeira tristeza é não ser santos (Léon Bloy); poder-se-ia dizer também que só há uma verdadeira miséria: é não viver como filhos de Deus e irmãos de Cristo.

O nosso testemunhoPoderíamos pensar que este «caminho» da pobreza fora o de

Jesus, mas não o nosso: nós, que viemos depois d'Ele, podemos salvar o mundo com meios humanos adequados. Isto não é ver-dade. Em cada época e lugar, Deus continua a salvar os homens e o mundo por meio da pobreza de Cristo, que Se faz pobre nos Sacramentos, na Palavra e na sua Igreja, que é um povo de pobres. A riqueza de Deus não pode passar através da nossa riqueza, mas sempre e apenas através da nossa pobreza, pessoal e comunitária, animada pelo Espírito de Cristo.

À imitação do nosso Mestre, nós, cristãos, somos chamados a ver as misérias dos irmãos, a tocá-las, a ocupar-nos delas e a tra-balhar concretamente para as aliviar. A miséria não coincide com a pobreza; a miséria é a pobreza sem confiança, sem solidariedade, sem esperança. Podemos distinguir três tipos de miséria: a miséria material, a miséria moral e a miséria espiritual. A miséria material é a que habitualmente designamos por pobreza e atinge todos aqueles que vivem numa condição indigna da pessoa humana: pri-vados dos direitos fundamentais e dos bens de primeira necessi-dade como o alimento, a água, as condições higiénicas, o trabalho, a possibilidade de progresso e de crescimento cultural. Perante esta miséria, a Igreja oferece o seu serviço, a sua diakonia, para ir ao encontro das necessidades e curar estas chagas que deturpam o rosto da humanidade. Nos pobres e nos últimos, vemos o rosto de Cristo; amando e ajudando os pobres, amamos e servimos Cristo. O nosso compromisso orienta-se também para fazer com que cessem no mundo as violações da dignidade humana, as dis-criminações e os abusos, que, em muitos casos, estão na origem da miséria. Quando o poder, o luxo e o dinheiro se tornam ídolos, acabam por se antepor à exigência duma distribuição equitativa das riquezas. Portanto, é necessário que as consciências se con-vertam à justiça, à igualdade, à sobriedade e à partilha.

Não menos preocupante é a miséria moral, que consiste em tornar-se escravo do vício e do pecado. Quantas famílias vivem na angústia, porque algum dos seus membros – frequentemente jovem – se deixou subjugar pelo álcool, pela droga, pelo jogo, pela pornografia! Quantas pessoas perderam o sentido da vida; sem perspectivas de futuro, perderam a esperança! E quantas pessoas se vêem constrangidas a tal miséria por condições sociais injustas, por falta de trabalho que as priva da dignidade de poderem trazer o pão para casa, por falta de igualdade nos direitos à educação e à saúde. Nestes casos, a miséria moral pode-se justamente chamar um suicídio incipiente. Esta forma de miséria, que é causa também de ruína económica, anda sempre associada com a miséria espiri-tual, que nos atinge quando nos afastamos de Deus e recusamos o seu amor. Se julgamos não ter necessidade de Deus, que em Cristo nos dá a mão, porque nos consideramos auto-suficientes, vamos a caminho da falência. O único que verdadeiramente salva e liberta é Deus.

O Evangelho é o verdadeiro antídoto contra a miséria espi-ritual: o cristão é chamado a levar a todo o ambiente o anúncio libertador de que existe o perdão do mal cometido, de que Deus é maior que o nosso pecado e nos ama gratuitamente e sempre, e de que estamos feitos para a comunhão e a vida eterna. O Senhor convida-nos a sermos jubilosos anunciadores desta mensagem de misericórdia e esperança. É bom experimentar a alegria de difundir esta boa nova, partilhar o tesouro que nos foi confiado para consolar os corações dilacerados e dar esperança a tantos irmãos e irmãs imersos na escuridão. Trata-se de seguir e imitar Jesus, que foi ao encontro dos pobres e dos pecadores como o pastor à procura da ovelha perdida, e fê-lo cheio de amor. Unidos a Ele, podemos corajosamente abrir novas vias de evangelização e promoção humana.

Queridos irmãos e irmãs, possa este tempo de Quaresma encontrar a Igreja inteira pronta e solícita para testemunhar, a quantos vivem na miséria material, moral e espiritual, a mensagem

MENSAGEM DO SANTO PADRE FRANCISCO PARA A QUARESMA DE 2014

Continua na Pág. 14

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O Bom SamaritanoApesar de já não ser estudante, imbuí-me recentemente

no seu meio para realizar algo que fazia parte dos meus desejos a concretizar: participar numa missão de voluntariado cristã. Tal como explicado no site desta iniciativa (http://www.missaopais.pt/),“A Missão País é um projeto de universitários que tem como objectivo levar Jesus às Universidades e evangelizar Portugal através do testemunho da Fé, do serviço e da caridade.”.“Desde a sua criação em 2003, a Missão País tem tido a graça de um crescimento exponencial (…), especialmente a partir de 2010 (…), onde o projeto ganhou uma dimensão significativa no mundo universitário português.”

Na edição deste ano,foram realizadas 30 Missões, estimando-se o envolvimento de cerca de 1400 jovens universitários. Com o lema “Vai e faz o mesmo”, extraído da parábola do Bom Samaritanodo Evangelho de São Lucas (Lc 10, 37), e inspirado na mensagem do Papa Francisco nas JMJ do Rio de Janeiro em 2013, esta iniciativa “impele-nos a praticar a caridade, a olhar pelos nossos irmãos, a ser jovens desinstalados e a sair à rua para Evangelizar!”.

Assim, inserido no grupo de 46 estudantes daMissão da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, e acompanhados pelo padre jesuíta António Trigueiros, entre os dias 6 e 13 de Fevereiro, o destino foi Vila Nova de Foz Côa, uma comunidade bem acolhedora. Os nossos dias, após um madrugador despertar, seguido de pequeno-almoço e da

oração da manhã, eram dedicados essencialmente ao apoio distribuído entre um Lar de Idosos e um centro de crianças inadaptadas. Em ambos, tal como um pouco por toda a Vila, apenas a “novidade” de ali estarmos, e de partilharmos o nosso tempo com os que ali se encontravam, já era motivo para uma grande alegria e satisfação. Era extraordinário como com um bocadinho de boa disposição, um sorriso, um pouco de companhia e algumas brincadeiras tornavam os dias daquelas pessoas mais felizes, acabando por espoletar uma relação fácil de afetividade, difícil de “quebrar” no término desta Missão. Ao final do dia, a partilha que fazíamos, em clima de oração, entre nós e com Jesus, era simplesmente aquilo que dava sentido a tudo o que ali íamos desenvolvendo, o cimento que permitia unir os blocos entre si de forma compacta. E muito mais poderia escrever sobre esta experiência, como a vigília de oração e a peça de teatro que preparamos para aquela comunidade, mas nesse caso o espaço neste Boletim tornar-se-ia muito curto.

A terminar, recordo um pensamento que o Padre Domingos costuma expressar várias vezes: “O pouco com Deus é muito. O muito sem Deus é pouco.”. De facto, apesar de se tratar de uma missão de voluntariado, penso que, de uma forma geral, todos sentimos que afinal aquilo que “demos” foi bem menor do que aquilo que tivemos oportunidade de “receber”. João Bessa

Decorreu, no dia 01/Fevereiro/2014, no Seminário do Bom Pastor, em Ermesinde, um encontro de acólitos das paróquias da região pastoral do Grande Porto. Porém, apenas compare-ceram dois grupos de acólitos: o nosso (com 4 elementos) e o da Areosa. Ao chegarmos, ficamos um pouco confusos, uma vez que que este encontro era direccionado para acólitos rapazes, com mais de 14 anos, e deparamo-nos com rapazes e raparigas com idades inferiores a 14 anos.

“Nada disto estava previsto”, disseram-nos, pois só o nos-so grupo se tinha inscrito previamente.Contudo,sentimo-nos privilegiados, pois fomos “atendidos”pessoalmente por um padre do seminário, usufruindo de toda a atenção.Esse padre explicou-nos como era a vida de seminarista, e fez-nos ver que eles eram pessoas normais e iguais a nós.De seguida fomos guiados numa visita às instalações, onde vimos alguns quartos, cozinha, biblioteca e sala de estar.

Depois fomos para uma sala onde ouvimos um pequeno testemunho de vida de um rapaz seminarista, para de seguida participarmos numa Eucaristia celebrada para todos os jovens que ali se encontram. Após esta celebração, fomos almoçar e conviver com elespara a sala de convívio, onde pudemos tam-bém jogar cartas. Por fim, como era fim-de-semana,os pais dos rapazes vieram buscá-los para eles o poderempassar com as suas famílias.E assim, fomos também embora simplesmente contentes com o acolhimento deles, e conscientes de que me-lhor recebidos não podíamoster sido. Foram nossos amigos como se já nos conhecessem.

Agradeço ao meu catequista, João Bessa, por este convite enriquecedor. Com razão, e como Jesus disse,"Vinde e vereis"!

Encontro de Acólitos do Grande Porto

Tiago Maranhão

Páscoa, a nossa Páscoa

Mais um ano passou. Contudo nós só nos apercebemos que o tempo passa quando as festas “habituais” de todos os anos se repetem. A Páscoa para muitos é a tradição dos ovinhos de chocolate e a comida tradicional. E dos coelhinhos que poem ovos…

A maioria das pessoas esquecem-se da verdadeira História por detrás desta festa.

Iniciamos há pouco a Quaresma, tempo dedicado à preparação para a grande celebração da Ressurreição do Senhor. Celebração que é e deve ser o grande motivo pelo qual festejamos. Entristece-nos, nós Cristãos, que grande parte da população não festeje/viva esta data no seu verdadeiro significado. Que nem se apercebam que ocorre a Quaresma, tempo de reflecção ,penitência, jejum e oração.

Mas, nós Cristãos, deveremos “marchar” contra a corrente.

Deste modo, usaremos este tempo da Quaresma para refletirmos nas nossas ações de todo este ano que passou e que nem demos pela noção de ter passado.

Peçamos para que as pessoas não se foquem nas tradições pagãs, mas sim no verdadeiro significado da nossa celebração: a Ressurreição do Senhor. Maria Lúcia

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Com São Daniel Comboni, que-remos viver a santidade missionária como experiência que implica uma dis-ponibilidade grande à conversão contí-nua que nos permita reconhecer quem é o autêntico protagonista da missão. Conversão que abre à hospitalidade, à generosidade, à alegria de poder parti-lhar aquilo que somos transformando--nos em irmãos, em pais e mães das pessoas a quem somos enviados.

Compartilhar a santidade de Com-boni significa aceitar um itinerário que conduz a caminhos assinalados pela cruz: esta implica a renúncia a tudo, o sacrifício, a solidão, o ir contra a cor-rente, o seguir uma lógica que não é a do mundo. Trata-se de entrar com humildade na lógica de Deus que é graça, oferta de si mesmo, acolhimen-to sempre pronto, serviço sem distin-ções: numa palavra, amor que se deixa sacrificar na cruz para vencer a morte e para que todos tenham a vida n’Ele.

Comboni santo é capaz de formu-lar toda esta experiência dizendo, com a simplicidade das palavras, mas ainda mais com o silêncio da sua consagra-ção à missão, que: “As obras de Deus nascem e crescem aos pés da cruz”.

A conclusão parece ser óbvia, não existe santidade missionária que não passe pelo caminho da cruz. Mais que todos, os filhos e filhas de São Daniel Comboni sabem que são chamados a trabalhar com entusiasmo para que o Evangelho e a Palavra de Vida, que se fez um de nós na pessoa de Jesus, en-contrem um espaço no coração dos homens e das mulheres do nosso tem-po.

Vivendo ou procurando cada dia fazer nossa a santidade de Comboni desejamos continuar com a sua obra evangelizadora consagrando todas as nossas energias, as nossas capacidades, a vida inteira, com a esperança de po-der fazer um dia nossa a experiência

que lhe permi-tiu dizer sem h e s i t a ç õ e s : “África ou mor-te”, exprimindo deste modo o seu total aban-dono à vontade de Deus na sua vida.

San t idade missionária que nos obriga a renunciar a nós mesmos para permitir ao Senhor que se manifeste atra-vés da nossa vida, transformando-nos em testemu-nhas que anunciam a vinda do Reino mais com a nossa vida do que com as nossas pregações, discursos e palavras. É a santidade que se vive na alegria de poder oferecer a única coisa que pos-suímos: toda a nossa vida.

Dez anos depois

Há dez anos, na vigília da celebra-ção da canonização, numa carta os su-periores da Família Comboniana subli-nharam o significado do acontecimento da canonização e afirmaram: “Podemos dizer que este momento foi acolhido nos nossos Institutos com alegria e esperança, porque foi lido como uma mensagem que Deus nos envia e que deve ser portan-to decifrado. Frases colhidas da boca de Combonianos e Combonianas falam-nos das sensações e expectativas presentes no ambiente: momento favorável para ‘es-cutar’ novamente Comboni, oportunidade para nos reapropriarmos das nossas raí-zes, do que é essencial e que conta, isto é, ser santos e capazes... Apelo a uma trans-formação pessoal e comunitária, em har-monia com o testemunho de santidade do Fundador. Ocasião para focalizar melhor

Santidade missionária

os objetivos da nossaação missionária e momento para revitalizar a animação missionária das Igrejas em que estamos presentes e trabalhamos...”

Os Missionários Combonianos de-sejam que as sua comunidades sejam autênticos cenáculos de vida espiritual, de vida comunitária e fraterna, em que Cristo é o centro dos nossos interes-ses e das nossas opções? A nossa vida quer falar aos outros da santidade que não tem nada a ver com a prática de espiritualismos vazios, nem com os discursos ideológicos, alérgicos a tudo aquilo que nos obriga a apresentar-nos como pessoas consagradas.

Que fazemos hoje da santidade de Comboni que a Igreja quis pôr como modelo para toda a Igreja, recordando que a missão vivida como ele o fez é caminho seguro de santificação? A ce-lebração deste décimo aniversário não poderia ser, e assim nos agradaria que fosse, uma ocasião para dar finalmente um impulso de qualidade às nossas vi-das, para continuar a crescer na expe-riência de santidade que tantos irmãos e irmãs nossos demonstraram ser pos-sível com o testemunho das suas vidas?

P. Enrique Sánchez G. MccjSuperior Geral - Missionários Combonianos

A SANTIDADE DE COMBONI DESAFIO À NOSSA SANTIDADE

79.ºCPM na Paróquia da Maia

Realizou-se no Centro Social e Paroquial João Paulo II, na Igreja N.ª Sr.ª Maia, o 79.º CPM da Vigara-ria da Maia.

Começou no dia 6 de Fevereiro, no Auditório e terminou no dia 27 de Feveiro com a celebração da Eucaristia na Igreja de Nossa Senhora da Maia.

No final houve Convívio.Todos os pares manifestaram grande contata-

mento, pela oportunidade que tiveram com estes encontros.

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A S M Ã O SHá autores que acreditam e afirmam que a verdadeira

inteligência está nas mãos. O que vale é o que se faz, seja bom ou mau. Costuma dizer-se que há pessoas que falam com as mãos.

Diz José Luís Martin Descalzo: “cada vez me convenço mais: a verdadeira inteligência está nas mãos”. O que vale é o que se faz, e não o que se diz que se faz”. Claro que o que se faz é sempre a consequência, o resultado do que de se pensa e depois se executa.

Gostava de ver, tocar, examinar as mãos de Miguel Ângelo, de El Greco, Ticiano, Luís de Camões, Santo Inácio de Loyola, as mãos de um lavrador, um picheleiro, um cozinheiro, ... Ana-tomicamente serão todas iguais ou parecidas, mas... gostava de perceber o que de facto as deve diferenciar. O inteligente não é o que tem sonhos ou projetos. Todos sonhamos e, mui-tas vezes, muito para além das nossas capacidades.

A pior obra é sempre aquela que não se faz. O que se faz, bem ou mal, fica feito. O que não se faz, não é feio nem bonito. Simplesmente não existe para que alguém o possa avaliar. Agora fazer coisas apenas com a língua... não custa nada, é fácil, dá muito jeito sobretudo aos charlatães, aos vendedores da banha da cobra!

Sempre acreditei (acredito) nas pessoas que fazem, e menos nas que falam e sonham, mas por aí se ficam. Mas o pior, o inaceitável, são os que não fazem nada, mas criticam tudo o que está ali mesmo à mão de semear.

Li algures numa pequena revista uma série de conse-lhos para, aparentemente, transformar o mundo. E depois

de ter dado muitos conselhos, apontava um, absolutamente imprescindível: “não critiques, não sonhes, faz alguma coisa!” desce à terra, vive conforme as tuas capacidades, os teus sonhos e anseios

É fácil estar-se descontente com a realidade, social, civil, religiosa. Não custa nada. Podemos facilmente sonhar planos

Dizia Fernando Pessoa: “tudo quanto fazemos na arte e na vida é cópia imperfeita do que pensamos fazer”. Mas a cópia mais imperfeita do que sonhamos algum dia fazer é... o que, de facto, nunca fizemos.

Sempre admirei as mãos dos artistas, sejam pintores, marceneiros, costureiras, músicos, artesãos, escritores, en-fermeiras, médicos ... Todos eles contribuem para a evolu-ção do mundo e para a variedade de escolhas que cada um pode fazer. Mas as mãos que mais admiro e que me comove apreciar são as mãos das mães a cuidar dos bébés, a acari-ciar, a embalar, a cuidar e acalmar o bébé que chora, como o adormece ...

As mãos são a parte do nosso corpo mais usada e que melhor abrange os momentos da nossa vida:

A mão acena, acaricia, aconchega, colhe, afaga, trabalha, cumprimenta, costura, consola, afasta, escreve, dá, limpa, decora, entrega, pinta, recebe, gesticula, levanta, pousa, abre, fecha, desenha, transporta, abana, toca música, empur-ra, reza, brinca, acomoda.

Creio nas mãos, sobretudo nas mãos que trabalham. Elas são a verdadeira inteligência humana.

Também faço parte da história…

Conceição Dores de Castro

No editorial deste Bip, com tiragem no mês de dezembro do ano passado, o Sr. P.e Domingos declarava, com orgulho – acredito – que este mesmo jornal entrava no seu vigésimo quinto ano de publicação. Teve o seu lançamento no dia oito de dezembro, dia tão querido para mim. E, bodas de prata não se comemoram todos os dias, nem se alcançam de qualquer maneira. Há um caminho a percorrer, há necessidade de crescer, há vontade de aprender, há percalços de que não gostamos, há alegrias vividas e há desilusões sofridas. Tudo isto faz amadurecer quem tem vontade de fazer caminho, avançar, evoluir. Este jornal, com a vontade do Sr. P.e Domingos e de um punhado de voluntários, tem corpo, alma e essência em cada mês. Foi amadurecendo e crescendo ao longo destes vinte e cinco anos. Ganhou cor, palavras novas. Imagens e fotografias preenchem as páginas e completam a informação escrita.

Este Bip é publicado no segundo domingo de cada mês. Tem a intenção de informar, formar e entreter os seus leitores. Com escrita simples e direta relata-se o que se vai fazendo nesta paróquia. Pintam-se também os reflexos do que se vai vivendo pelo mundo. Contam-se sonhos, vontades, projetos da paróquia e dos seus paroquianos. O Bip tem o apoio do sítio da paróquia, onde se torna fácil lê-lo em qualquer parte do mundo.

E, em cada mês, leva-se o Bip para a família, para os amigos e colegas de trabalho. Com alguma carolice também se distribui nos prédios. Já há quem esteja atento à caixa do correio para ler o Bip.

Os suplementos, com reportagens escrita e fotográfica, ajudam a viver os pontos fortes da paróquia. Destacam-se, pela sua importância, os suplementos que nos ilustram a Visita Pascal, o Presépio ao vivo e a festa de Nossa Senhora do Bom Despacho.

E, se falamos do Bip, aproveito para falar da minha participação mensal nas suas páginas. Foi um pouco por brincadeira que comecei a participação neste jornal. Tinha-me chegado às mãos, por intermédio do meu Jorge, um texto muito interessante. Apoiada à “boleia” de Gabriel Gárcia Márquez e

porque me sensibilizou muito, publiquei o seu texto com uma pequeníssima reflexão minha, em outubro de dois mil e um. Melhor dizendo, o Sr. P.e Domingos teve a bondade de o fazer. E, sempre por brincadeira, fui, nos meses subsequentes, enviando a minha participação. O Sr. P.e Domingos foi publicando os meus rabiscos. Neste seguimento, o nosso pároco, com a sua habitual subtileza, foi cobrando a minha participação, que se tornou regular desde esse outubro.

Hoje não é uma brincadeira. Creio que nunca o foi. Só o sentia, e sinto, como tal por não me achar capaz de rabiscar alguma coisa passível de ser publicado. Mas, mês após mês, o Sr. P.e Domingos espera a minha escrita. Com maior ou menor dificuldade em arranjar assunto, saem sempre palavras mais ou menos soltas que, no seu conjunto expressam o meu viver.

E eu declaro, com orgulho, que se quer humilde e, se assim me posso expressar, – também faço parte da história deste Bip, faço parte de treze anos da sua história! Escrevi, bem ou mal, desde outubro de dois mil e um, cerca de cento e cinquenta textos para este Bip. Faço-o sem intenção de me impor ou fazer valer as minhas ideias ou pensamentos. É apenas para dar algo de mim a este jornal e a todos quantos têm intenção de ler o que escrevo. Assim o declaro pelo gosto de contribuir para a construção deste Bip.

E é o momento para formular desejos: que este Bip cresça sempre e cada vez mais e vá ao encontro de todos quantos, com vontade, bondade e alguma curiosidade, o queiram ler! Que este Bip seja veículo de união entre os paroquianos. Que este Bip continue a ser lido além-fronteiras. Que este Bip seja anunciador de tudo o que se faz nesta paróquia. Que este Bip continue a encontrar voluntários que, mês a mês, o fazem nascer. Que este Bip continue a espelhar a força e vontade do nosso pároco, o Sr. P.e Domingos.

Parabéns BIP! Parabéns colaboradores do BIP! Parabéns Sr. P.e Domingos, diretor do BIP!

Mário Oliveira

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Escrevi recentemente neste

nosso Jornal um artigo sobre a cri-se política na Ucrânia, relatando a razão de ser das clivagens sócio--político-ideológicas entre pró-rus-sos e pró europeus. Terminei dizen-do que a União Europeia (U.E.) não tinha actualmente condições para integrar este País, mas tinha que ter com ele um relacionamento es-pecial de cooperação económico--comerciale de apoio financeiro ao seu desenvolvimento. Isso permi-tiria para já normalizar a situação política e, também com a ajuda do Fundo Monetário Internacional (FMI), estabilizar financeiramente o País. Num futuro mais propício, po-deriam então abrir-se negociações para a adesão, tal como sucedeu com a Polónia e todos os países do ex-bloco Soviético da Europa Cen-tral e Oriental que hoje integram a U.E.

Infelizmente a situação agravou--se a um ritmo alucinante, con-forme a comunicação social tem abundantemente noticiado. Depois de semanas de confrontos entre os pró-europeus e o governo pró--russo, este acabou por ceder após um banho de sangue que ceifou a vida a mais de 150 pessoas, e com o presidente VicktorYanukovitch a ser deposto pelo Parlamento e a ter de fugir para a Crimeia e de-pois, presume-se, para o território russo.

Foi na ressaca desta fuga que os confrontos de Kiev ameaçavam re-plicar-se na Crimeia. E como a po-pulação desta é maioritariamente de origem russa e pró-russa, o go-verno de Moscovo mandou invadir o território, com base no argumen-to de que estava apenas a proteger as suas populações.

Esta situação, que está longe de estar controlada, dá-me aso a fazer algumas considerações (e, sobre-

tudo, recordações) sobre a história recente da Europa.

A primeira é que a história da Crimeia (tal como, de resto, a da Ucrânia) é o reflexo da história de enorme instabilidade por que pas-sou a Europa Central ao longo dos séculos, tendo sido palco de guer-ras entre poderes que a disputavam, desde a França, Inglaterra, Império Otomano e Rússia, até à ocupação alemã que sofreu durante a Segun-da Guerra Mundial, a posterior in-tegração na Rússia Soviética e, em 1954, na também então Ucrânia So-viética.

A segunda consideração é que a ex-União Soviética, tal como to-dos os impérios, subjugou identida-des culturais e nações centenárias

à sua lógica de poder. Prova disso é que, quando esse poder da for-ça se desmoronou na ressaca da queda do Muro de Berlim e da Pe-restroika, os diferentes territórios que o integravam foram saindo um a um, retomando a sua identidade, tornando-se independentes: Armé-nia, Azerbeijão, Bielorrússia, Estónia, Geórgia,Letónia, LituâniaMoldávia ,Uzbequistão, e, naturalmente, a Ucrânia. E o mesmo aconteceu com a ex-Jugoslávia, também integrada à força pelo regime, também comu-nista, do Marechal Tito, tendo dado lugar a um considerável número de países que sempre tiveram uma identidade cultural própria.

Em terceiro lugar importa lem-brar uma atrocidade cometida pelo então regime soviético a seguir à Segunda Guerra, liderado por Jose-fEstaline, que foi a deportação em massa dos naturais da Crimeia – os

Tártaros – para territórios milhares de quilómetros a leste, designada-mente para trabalharem nas plan-tações de algodão do Uzbequistão. Daí quese assista agora ao argumen-to dos invasores de que estão a de-fender cidadãos russos! A memória dos homens é muito curta. Por isso convém ir lembrando a história, já que não faltam alguns activamente interessados em apaga-la!

A quarta consideração é a de que não restam duvidas de que a Rússia violou objectivamente o di-reito internacional. Como já tinha violado, com base no mesmo ar-gumento, quando em2008 invadiu a Geórgia, com base no mesmo argumento de defender os russos da Aabkázia e da Ossétia do Sul. E das duas uma: ou anexa a Crimeia ao seu território; ou promove a sua independência total da Ucrânia. Em qualquer dos casos a conclusão será a mesma, com ou sem guerra: o triunfo da força.

Finalmente, impõe-se sublinhar a evidência de que a paz é algo que está muito longe de estar consoli-dada na Europa, no nosso Conti-nente, quase que à nossa porta. Daí a importância da consolidação da União Europeia, que nasceu preci-samente com esse mesmo objec-tivo: consolidar a paz entre países e povos que anos antes se tinham guerreado mutuamente. Mas para poder contribuir efectivamente para essa paz em situações como esta da Ucrânia e Crimeia, precisa de criar uma verdadeira Política Ex-terna e de segurança Comum, que lhe permita actuar de forma rápida e eficaz na prevenção de conflitos.

AINDA A UCRÂNIAArlindo Cunha

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Caros DiocesanosEra tão imprevisível este chamamento que Deus ago-

ra me faz que não consegui balbuciar palavra, quando a decisão do Papa Francisco me foi comunicada.

Sei que é ao Santo Padre, como Bispo de Roma e Pas-tor Universal da Igreja, que compete dar Pastores a todas as Igrejas. Lembrei nesse momento a Palavra de Deus ao Profeta Jeremias: “Irás aonde Eu te enviar” (Jer 1,7).

Apesar desta palavra recorrente ao meu espírito e presente no meu coração, muitas as dúvidas e grande o temor com que me defrontei ao ver as minhas limita-ções e fragilidades, perante a grandeza da missão.

Interroguei-me dia e noite sobre o que posso eu levar de novo a uma Diocese habitada por tanta gente de bem e de valor e habituada a tão generosos servido-res como bispos, presbíteros, diáconos, consagrados e leigos.

À Diocese de Aveiro peço a compreensão para este meu gesto ao serviço da Igreja, que em nada significa, menos respeito ou menor amor. Aveiro sabe como sem-pre aqui me senti feliz como bispo e como é grande a dor da separação.

Todavia, senti que só conseguiria reencontrar a sere-nidade de coração e a liberdade de espírito, quando com a ajuda de Deus vencesse todos os receios e temores.

Levo comigo o modo próximo de ser e de viver, a alegria convicta da fé e o desejo fraterno de a todos olhar com os olhos de Deus, para a todos servir como Deus quer e ama.

IN MANUS TUAS é o lema episcopal que escolhi,

quando o Papa João Paulo II, me chamou a ser bispo au-xiliar de Braga e titular de Meinedo. Renovei este mes-mo compromisso diante do Papa Bento XVI quando me enviou para Aveiro. É com igual verdade que agora o afirmo diante do Papa Francisco. Este lema e os sen-timentos que ele exprime unem-me a Cristo e à Sua Cruz e colocam-me sob o olhar terno da Mãe de Jesus, Senhora da Assunção, nossa Mãe e Padroeira.

Saúdo, como irmão que sempre serei, o senhor Ad-ministrador Apostólico, D. Pio Alves, os senhores Bispos Auxiliares, D. António Taipa e D. João Lavrador, os senho-res Bispos Eméritos, os senhores Vigários Gerais, o Ca-bido da Catedral, os Sacerdotes, Seminários, Diáconos, Consagrados e Leigos.

Desde já afirmo a alegria de servir a grande comuni-dade humana da Diocese do Porto, com os seus eleitos e representantes autárquicos, as Autoridades Locais, as Universidades e Escolas, Instituições e Associações.

Quero dirigir uma palavra de muito afecto às crian-ças, aos jovens e às famílias.

Serei irmão e presença junto dos doentes, dos po-bres e dos que sofrem e com eles procurarei fazer ca-minho de bondade e de esperança na busca comum de um mundo melhor.

Quero ser apóstolo das Bem-Aventuranças nestes tempos difíceis que vivemos.

Sei que é grande a missão que agora me é confiada, mas vou com alegria e generosidade ao vosso encontro para amar a Deus e vos servir.

Alegra-me e conforta-me ser irmão convosco, tão belo é o teste-munho cristão da Igreja do Porto.

Que Deus me ajude e vos aben-çoe.

Abençoai-me, também vós, caros diocesanos.

Aveiro, 21 de Fevereiro de 2014+António Francisco dos Santos, Bispo Eleito do Porto

Mensagem à Diocese do Porto

Uma saudação fraterna. Depois da surpresa do desafio de Deus, esta é a hora de olhar em frente com serenidade e alegria. Saber agradecer é para mim o primeiro momento onde me habituei a aprender a semear o futuro com esperança.Obrigado, por isso, pela amizade de longe, espontânea desde os tempos comuns dos Seminários, consolidada em momentos que às Igrejas da Maia me levaram. Bem haja pela forma fraterna como me anuncia à Comunidade. Ao aplanar-me os caminhos está a ser uma bênção para mim.Neste momento de renovada e acrescida missão mais necessários são os Amigos e mais preciosos são os Irmãos. Assim o sinto e assim o vejo.Uma saudação de bênção e de alegria à Comunidade. Que Nossa Senhora da Maia e do Bom Despacho me abençoe.Dedicado e irmão:Aveiro, 4 de Março de 2014António Francisco

Caro Padre Domingos Jorge

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PROGRAMA PRELIMINAR DE VIAGEM ( resumido). Se ainda está interessado, informe-se na Paróquia.

DIA 24/04 (Qui.)- PORTO/LISBOA/ROMAComparência no aeroporto do Porto pelas 14h30, Chegada a Roma pelas 23h00DiA 25/04 (Sex.) - ROMA - Visitas váriaas.DIA 26/04. [Sab.] - ROMA - Visitas várias.DIA 27/04 (Dom.) - ROMA Dia destinado às cerimônias da Canonização de João Paulo 11 e João XXIII. DIA 28/04 ROMA DiA 29/04 (Ter.) - ROMA I ,JSBOA / PORTO

Quarto duplo (mínimo de 35 participantes) ........ 1.200,00 €Suplemento para Quarto Individual...........................250,00 €

Visitar a Polónia é um desejo que encontro em muitas pessoas que conheço.Ir à Polónia é visitar lugares que, se tornaram célebres a partir da Eleição do Papa João Paulo II, hoje Beato e que será Canonizado, no dia 27 de Abril.

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Paula Isabel

Vai algum tempoPus na terra uma sementeCobri, esperei.Fevereiro.

Mais à frenteGerminou esse grãoNasceu, cresceu.Março.

Por aliVagueava a primaveraAproximavam-se as avezinhasEvoluíam os seus ninhosEclodiam seus ovinhos.

E a planta!Crescia em direção ao céuPerseguia a luz do solAbria verde folhagemE outonou.

Invernou frio e chuvaA criançada aprendiaNovo fevereiro E a plantaAceitava enxertia.E enxertei-aDe haste coincidente.Bem amarrada de afetoE em terra fértil. Mergulhei-a.

Vi seus gomos abrolharemDistribuir varas e folhasE perfumadas floresAromatizando conviteÀs melívoras abelhasA colherem pólen e néctarAntes que o fruto absorvaDas folhas a clorofilaDo sol a coloração…

Enquanto a criança brincaÀ sombra de sua ramagemE quando as aves aninhamSuas posturas, seus filhosNos encantos da primaveraNo calor dos dias estios.

Colhi os frutos amadurecidosPelo verão escaldanteSem esquecer marçoA semente apodrecidaE o labor da naturezaQue transforma. Morte em vida.

Homenageio nestas tablilhas O pai que já foi frutoDa senda doutra sementeSenhor de março e do anoÉ árvore que floriuE nós, frutos que colheuNa desenvoltura da vidaPorque também frutificamosFrutos de humanidadeÁrvores que tanto amamosHistórias de tanta beleza!

Se a natureza se renova, sejamosDemograficamente positivos -Ponhamo-nos à prova!Precisa-se de mais pais……E de muitos mais filhos.

Eu sempre gostei mais das letras do que dos algarismos. Gosto mais das palavras do que dos números. Contudo, seria verdadeiramente imbecil se não percebesse a evidente importância dos números e do seu estudo na vida do Homem. Lembro-me que quando o meu filho estava no 5º ano, penso que logo nas primeiras aulas, a professora de Matemática deu à turma uma tarefa, para casa, com o título «Os números na minha vida». Os alunos tiveram assim de fazer o registo de situações tão variadas como o peso, a altura, o número da porta de casa, do telefone, do bilhete de identidade, o número de irmãos, a sua data de nascimento, a idade... Lembro-me também de ter pensado que, através daquela tarefa, a professora conseguiu, de forma simples, sublinhar a importância e a presença constante dos números na vida. A lista dos números da e na nossa vida pode ser tão longa e tão mais profunda quanto nós quisermos. Podemos mesmo excluir todas as senhas de acesso que necessitamos de memorizar ou guardamos naquele sítio que pensamos jamais esquecer mas, que afinal nunca conseguimos lembrar e, por isso, passamos a vida a solicitar novas palavras-passe, que esta continuará enorme.

Muito do desenvolvimento da Humanidade tem por base o conhecimento proporcionado pelos números e o seu uso nas ações do quotidiano. Mesmo nos tempos mais primitivos, o Homem tinha uma certa noção de número, pois já reconhecia quando tinha ou havia mais ou menos objectos, ou seja, tinha a noção de quantidade dada pelo número. Importa salientar que a par desta natural noção de quantidade, os números encerram em si, uma expressão simbólica, igualmente muito antiga.

Na Bíblia, creio que podemos dizer que, ao mesmo tempo que encontramos muitas situações em que a referência aos números apenas pretende traduzir quantidade, encontramos inúmeras outras em que os números estão carregados de simbolismo. Após um breve e ligeiro trabalho de pesquisa, faço aqui menção a alguns dos números de relevante significado simbólico que encontramos na Sagrada Escritura, como é o caso do número um, que faz uma clara alusão a único, a um só Deus, um só Pai, um só Corpo, um só Espírito. Todas estas referências apontam o número um para o âmbito do divino, ao passo que o número dois alude à dualidade existente no Homem e consequente divisão interior.

O número três exprime totalidade ou plenitude. Foram três as vezes que Pedro negou Cristo e essa foi a totalidade das vezes em que Lhe foi infiel, assim como foram três as tentações que Cristo sofreu na Sua vida. Três são também as pessoas que fazem parte da Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.

Sete é tido como um número perfeito e a tradição cristã assim o mantém. Sete são os Sacramentos, as virtudes e os dons do Espírito Santo.

O número doze é o número ligado à eleição, é o número da escolha. Foram doze as tribos eleitas de Israel e doze os discípulos de Jesus, isto é, os escolhidos por Si.

Quarenta é igualmente um número simbólico, representando a mudança, o estado de passagem, o tempo necessário de preparação. Quarenta dias e quarenta noites foi quanto durou o dilúvio. Quarenta foram os anos em que o Povo de Deus peregrinou no deserto. Jesus jejuou quarenta dias antes de dar início ao Seu ministério e a Sua ascensão acontece quarenta dias depois da Sua Ressurreição.

Descobrir o simbolismo dos números na Bíblia pode ser uma atividade interessante. Ainda mais quando precisamos das palavras para escrever sobre os números!!!

O Simbolismo dos números

Henrique António Carvalho

Tablinhas primaveris

evangélica, que se resume no anúncio do amor do Pai misericordioso, pronto a abraçar em Cristo toda a pessoa. E poderemos fazê-lo na medida em que estivermos configura-dos com Cristo, que Se fez pobre e nos enriqueceu com a sua pobreza. A Quaresma é um tempo propício para o despojamento; e far-nos-á bem questionar-nos acerca do que nos podemos privar a fim de ajudar e enriquecer a outros com a nossa pobreza. Não esqueçamos que a verdadeira pobreza dói: não seria válido um despojamento sem esta dimensão penitencial. Desconfio da esmola que não custa nem dói.

Pedimos a graça do Espírito Santo que nos permita ser «tidos por pobres, nós que enriquecemos a muitos; por nada tendo e, no entanto, tudo possuindo» (2 Cor 6, 10). Que Ele sustente estes nossos propósitos e reforce em nós a atenção e solicitude pela miséria humana, para nos tornarmos misericordiosos e agentes de misericórdia. Com estes votos, asseguro a minha oração para que cada crente e cada comunidade eclesial percorra frutuosamente o itinerário quaresmal, e peço--vos que rezeis por mim. Que o Senhor vos abençoe e Nossa Senhora vos guarde!

Vaticano, 26 de Dezembro de 2013

MENSAGEM DO SANTO PADRE FRANCISCO PARA A QUARESMA DE 2014Continuação da Pág 7

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ESTÁTUA DO BEATO JOÃO PAULO II Alguém ..........................................................................................................50,00 Transporte................................................................................17.678,00

Quem desejar fazer a sua dádiva (oferta) para o LAR DE NAZARÉ, por transferência bancária, pode fazê-lo usando o

NIB: 0045 1441 40240799373 19 Balcão da Caixa do Crédito Agrícola (Maia) ou en-

tregar nos Cartórios Paroquiais. A Obra é nossa .Após a transferência indique-nos o NIC para lhe passarmos o Recibo para apresentar na Decl. do IRS

IGREJAS DE Nª Sª DO BOM DESPACHO E DE Nª Sª DA MAIA

E OBRAS PAROQUIAISEm Fevereiro recebeu-se

PLANOMAIA

CENTRO SOCIAL E PAROQUIAL LAR DE NAZARÉ

OFERTAS -Fevereiro

Transporte............................................................. 341.308,24

Fevereiro - 2º Domingos 413,19; 3º Domingo 496,34; 4º Domingo 475,75; 1º Domingo de Março 698,13 ; Vários 307,28 Cofre INSMAIA - Santíssimo -33,25;Senhora da Maia 38,35; S. Miguel 6. 25; Obras 5,30; Sagrada Família (cartório Santuário) 20,09; Adelino e Olinda Santos 50,00.Cofre Santuário: S. Gonçalo e S. Francisco 0,50; Anjo da Guarda 15,00; S. Miguel e S. João 18,50; SS. Sacramento ;7,40;Obras 3,85; S.José e Menino Jesus de Praga 3,30; S.Lourenço e S.Sebastião 0,90;S. Roque, 5,40; Sagrado Coração de Jesus 15,50;NªSª do Bom Despacho (Sacristia) 179,00; Santuário 107,10;: Santa Teresinha e Santa Bárbara 1,80;Acção Social- 6,50;Santo António -6,70;Almas;19,60;Nossa Senhora de Fátima-49,20;NªSenhora da Assunção 9,90;

O LAR DE NAZARÉ As obras e a sua legalização estão quase no fim.

Agora a preocupação está em apetrechar o Lar com o fogão industrial; equipar a cozinha; mesas e cadeiras para a sala de estar de almoçar; equipar os gabinetes e consultório médico e enfermaria; auditório... A relação e o preço estão quase prontas. As fotos e desenhos serão apresentadas à Segurança Social para que dê o seu aval, fazermos os protocolos para Centro de Dia e Apoio Domiciliário e assim nos lançarmos à admissão de utentes, de técnicas e pessoal para os demais serviços.

Apesar de ainda devermos parte das obras feitas, não nos vamos deter, apesar das dores de cabeça. Aprendi em família que a palavra deve cumprir-se e dos meus pais recebi esse exemplo e tenho sido fiel a esta lição. Nestes anos, como Pároco na Maia, sempre cumpri, msmo que tenha recorrido à família. mas antes da Maia, fui responsável no Seminário do Bom Pastor, onde fui Professor e em muitos anos responsável de tudo o que ao Seminário dizia respeito. Não desbaratei mas administrei, pois o dinheiro é algo de sagrado.

Penso que não deveria haver ninguém, à frente das instituições da Igreja, capaz de levar à bancarrota, como é do conhecimento de muitos, mas ninguém os chama a dar contas da sua administração responsabilizando-os.

Todo o Paroquiano tem o direito a saber de tudo o que à paróquia diz respeito.

3279 - OFSJA................................................................................2.000,00 3280 - Alguém -M A -.....................................................................100,003281 - M. Lúcia......................................... .........................................10,003282 - Guido Ferreira da Silva.......................................................10,003283 - Alguém................. ...................................................................10,003284 - Rosa Pereira..........................................................................10,003285 - Brilhantina Moreira Garcês................................................50,003286 - Alguém....................................................................................20,003287 - Por Maria Joaquina Barros... ...............................................15,03288 - Alguém ..................................................................................... 20,003289 - M.G.M.C................................................................................. 50,003290 - M.P.M ...................................................................................... 50,003291 - Alguém .................................................................................. 10,003292 - Amigos Lar de Nazaré - Festa de Carnaval .................368,003293 - Adelino e Olinda Santos((Benguela)............................... 50.00 A Transportar .............................................................773,00

Tenho a agradecer a todas as pessoas de boa vontade e generosas que me têm ajudado: A Comissão Fabriqueira; Responsáveis de vários eventos para angariação de fundos (almoços no Solar; Tômbola; Feiras, Amigos do Lar de Nazaré...). Há muito que não se regista a letras com nome (porque prefere o silêncio, embora as somas apareçam), mas Deus regista tudo, nada lhe é alheio quando sai do coração.

Neste caminhar, não posso deixar de dizer que há da nossa gente quem se vanglorie jundo de quem não a conhece, pondo defeitos em muitos dos que trabalham e até não guardando respeito ao bom nome de muitos, e até eu não escapo...Pensam que dizendo mal dos outros se sentem justificados. Estão enganados. Peço a Deus perdão para essa gente "pois não sabem o que fazem".Irão acordar e não vai tardar. Não guardo ressentimento e perdoo.

Nada ficará encoberto...Sejamos todos dignos da nossa condição de cristãos,

irmãos e filhos de Deus. Quem é sério semeia a paz, a verdade e é justo nas

palavras e actos.É Jesus quem o diz: " Pelos frutos os conhecereis." A verdade liberta, a mentira aprisiona.Ouvi a um médico conhecido o segunte: "Deixe

lá, Padre Domingos. Fique a saber que "Há gente tão pobre que só tem dinheiro. Não conte com essa gente, quer na Maia, quer em Gemunde. Deus não falha e isso é que é o fundamental".

A confiança em Deus, em Nossa Senhora da Maia, do Bom Despacho, do Carmo, de Fátima aque juntei a partir de 1991 o Papa João Paulo II, a quem tanto devo, por isso irei a Roma à sua Canonização.

Valeu e vale a pena. Deus nunca nos abandona. As obras ficarão.

CONSIGNAÇÃO DE IRS Assinale campo 9 do anexo H (benefícios fiscais)

da sua declaração de IRS a favor do Centro Social e Paroquial da Maia. Esse gesto amigo não implica qualquer encargo pois não pagará mais impostos por isso, mas fará com que uma pequeníssima parte (apenas 0,5%) do IRS que pagarem ao Estado seja destinado a esta Obra Social NIPC 504003151

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S. MIGUEL DA MAIABOLETIM DE INFORMAÇÃO PAROQUIAL

ANO XXV Nº 268 2014 Publicação Mensal

PROPRIEDADE DA FÁBRICA DA IGREJA PAROQUIAL DA MAIADirector: Padre Domingos Jorge

Telef: 229448287 / 229414272 / 229418052Fax: 229442383 [email protected]

Registo na D.G.C.S. nº 116260Empr. Jorn./Editorial nº 216259http://www.paroquiadamaia.net

Impresso na Tipografia Lessa Largo Mogos, 157 - 4470 VERMOIM - MAIA

Telef. 229441603

Tiragem 1.500 exemplares

Luís Fardilha

Pela Cidade... POR UM ENSINO COM MAIS ALTERNATIVAS Um dos males que mais atin-

gem o nosso sistema de ensino é a rigidez do percurso que oferece aos estudantes. Depois da reforma Veiga Simão, iniciada ainda antes do 25 de Abril de 1974, o ensino “uni-ficado” impôs-se de tal forma que determinou o fim quase completo de formações cujo objectivo não fosse o de levar os alunos até à universidade. Apesar das inúmeras intervenções que foram feitas ao longo de 40 anos, não foi possível encontrar uma

forma de corrigir a falta de alternativas de cariz eminentemente profissionalizante para os alunos do ensino básico e secundário que a unificação” do ensino dos liceus com o ensino das esco-las comerciais ou industriais originou. Estas antigas formações curtas (4 anos de escola primária seguidos de 5 anos de ensino técnico) preparavam os estudantes para o exercício profissional em áreas de actividade dos domínios comercial ou industrial, que poderiam ser complementadas com uma formação de ensino médio, obtida nos institutos industriais ou comerciais.

A vantagem do sistema de ensino vigente antes de Abril de 74 era a possibilidade de obter uma qualificação académica para o exercício duma profissão até aos 15 anos ou uma es-pecialização de nível médio antes dos 18 anos. Disponibilizava profissionais qualificados para as empresas a custos comportáveis e numa idade que lhes permitia completarem a formação inicial que traziam de acordo com as suas necessidades e a cultura da empresa; por outro lado, peossibilitava aos estudantes que não se sentiam vocacionados para a frequência universitária o desenvolvimento duma carreira profissional a partir dos 15 ou 16 anos. O aspecto negativo deste desenho do sistema educa-tivo, que o “ensino unificado” pretendeu começar a combater, estava no facto de a opção pela frequência de uma das vias de ensino (liceal ou profissionalizante; universitário ou médio) não ser determinada, muitas vezes, pela vocação específica ou pelos interesses dos alunos, mas pelas possibilidades económicas das famílias de origem. Quem pertencia às classes mais altas fre-quentava os liceus e seguia para a universidade; quem pertencia a famílias pobres ou “remediadas” (como então se dizia), estava condenado às escolas comerciais ou industriais e, na melhor das hipóteses, a completar a sua formação nos institutos de ensino médio. Ou seja, o Estado não se preocupava em oferecer a todos as mesmas oportunidades de acesso à educação e ao exercício da plena liberdade na escolha da profissão.

Para pôr fim ao estigma social que andava associado às escolas comerciais e industriais, o governo optou por limitar as escolhas, oferecendo um único percurso (“unificado”) para todos os jovens em formação. Para agravar este estreitamento da oferta formativa de que enfermava, a reforma Veiga Simão foi apanhada pelo 25 de Abril quando ainda estava a começar a ser aplicada no terreno. Nesses anos quentes de agitação social permanente, não houve condições políticas nem disponibilidade mental para repensar a sério essa reforma, nem para criar uma outra proposta de sistema educativo alternativa que pudesse corresponder melhor à nova situação. De qualquer modo, acentuou-se a unicidade do percurso educativo, cuja lógica deveria levar todos os alunos até à licenciatura. Os antigos institutos e outros estabelecimentos de ensino médio, como as Escolas do Magistério Primário, transformaram-se em escolas superiores e passaram a conferir licenciaturas aos seus estudantes, cumprindo o desejo de se equipararem às universidades. Quanto ao ensino

profissionalizante (não superior), foi inicialmente esquecido; de-pois, as sucessivas iniciativas ensaiadas por diferentes ministros da educação para o restabelecer (desde o já desaparecido José Augusto Seabra até aos mais recentes) foram sempre falhando ou ficando aquém do pretendido. Continuamos, assim, a ter um sistema de ensino cuja lógica interna é a de fazer de todos os portugueses “doutores e engenheiros”. Como este não é um objectivo que corresponda aos anseios ou interesses da totalidade dos jovens, há um grande número de estudantes que deixam a escola sem uma formação específica verdadeiramente útil, que os habilite para o exercício duma profissão especializada.

Esta é uma daquelas situações em que a preocupação de combater um mal – a discriminação baseada na condição social de origem – acabou por criar um outro: um sistema educativo que não corresponde às necessidades da sociedade nem da população para as quais foi criado. O respeito pela igualdade de oportunidades não está em oferecer a todos um único e mesmo caminho. Todos somos iguais em direitos e dignidade, é certo e incontestável; mas também o é que todos somos diferentes: na personalidade, nas condições sociais e económicas de origem, nos objectivos e nos sonhos que temos para o nosso futuro. O que se espera do Estado é que crie as condições para que cada um possa desenvolver plenamente as aptidões próprias, sem estar limitado à partida pela falta de dinheiro ou por qualquer outro factor de exclusão social. O acesso à educação e a garantia da igualdade de oportunidades são deveres a que um estado democrático está obrigado.

Foi recentemente anunciada pelo Ministério de Educação a criação de formações curtas de 2 anos a ministrar pelos Ins-titutos Politécnicos, com o objectivo declarado de satisfazer as necessidades do tecido empresarial e de permitir aos jovens um acesso mais rápido ao mercado de trabalho. Ainda que possa vir a revelar-se positiva, não será esta medida a dar a resposta eficaz e de fundo à falta de diversidade na oferta educativa de nível não superior. É no ensino básico e secundário que é preciso intervir, através duma estratégia que envolva as escolas, as autarquias e os empresários locais, e que consiga oferecer aos alunos que não pretendem fazer formações longas e muito teóricas vias alternativas que lhes permitam obter formação profissionalizante específica e inserir-se rapidamente no mer-cado de emprego. Não é uma solução fácil de encontrar e ainda menos de concretizar, mas essa não pode ser uma razão para que continue a ser sucessivamente adiada.