Marion Vaz - perse.com.br · PDF fileBeersheva´ Golan, Neguev e Eilat e na terra de ......
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Sobre a autora
Marion Vaz
Nasceu em 1962. É formada em Administração de
Empresas e fez cursos de Cultura Judaica e Hebraico.
Atualmente mora no Rio de Janeiro e administra o
blog Eretz Israel onde o leitor poderá acessar outras
informações sobre o Estado de Israel.
No site Point do Escritor a autora auxilia os novos
talentos da literatura brasileira.
Blog Eretz Israel
http://eretzisraelmv.blogspot.com.br/
Sugestões, críticas e comentários sobre o
conteúdo desta obra [email protected]
Direitos Autorais
Esta obra está registrada no Escritório de
Registros Autorais. Rio de Janeiro/RJ
É proibida a reprodução total ou parcial.
4
Esta obra é dedicada ao povo que pela força e
coragem venceu todas as aflições da vida e
conquistou a sua Terra Prometida.
A todos aqueles que nutrem um sentimento
especial pelo Estado de Israel e respeitam o povo
judaico e todos os seus costumes e tradições e
amam Jerusalém como a cidade que Deus
escolheu, para nela por o seu nome para sempre.
As minhas filhas Flavianne, Fernanda e Gabrielle
por respeitarem esse meu sentimento por Israel.
5
Introdução
As Riquezas da História
Judaica,
A Terra, a Fé e o Povo.
Perspectiva Através do
Tempo.
Jerusalém - Seu Significado
para Judeus, Cristãos e
Mulçumanos.
A Supremacia da Torah e
A Essência do Talmud
ISRAEL,
Uma Ameaça ou um Sinal?
Conflitos Árabe-Israelenses
Panorama Geográfico
Cidades
Israelidades
Herança Judaica
Festas e Costumes
Shabat
Conclusão
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Introdução
Eretz Israel é uma obra que tem por
finalidade mostrar, a história de um povo, trazer
a memória textos bíblicos, mas vai além de um
documentário. A obra é um desejo da autora, de
uma conscientização de que a existência do
Estado de Israel, seus costumes e suas tradições é
o cumprimento da Palavra de Deus. A história
relatada na Bíblia tem continuidade nos dias
atuais. Quando Deus chamou Avran para formar
um povo (Am Echad) ele declarou:
“Abençoarei os que te abençoarem e
amaldiçoarei os que te amaldiçoarem”
Gênesis 12.3.
Conhecer Israel, seus costumes e suas
tradições nos ajuda a conhecer o Deus de Israel e
seus propósitos para aquela nação. A obra
completa nosso sonho em relação a este povo,
que embora odiado por muitos, resiste ao
impacto das guerras e sobrevive da força que
embala a alma e alimenta os sonhos: “... Viver
em paz na terra de Sion e Jerusalém”.
É com tristeza que menciono o fato de que
durante anos, houve uma tentativa de apagar
Israel da história, transferindo suas bênçãos a
outros povos, anulando as promessas de Deus
para o seu povo. Mas não é isto que nos dá a
entender a Bíblia. O Deus da Aliança Eterna, o
7
El Berith, não muda. Os textos bíblicos revelam
o amor incomparável de Deus para com os Bney
Yaacov e nos desperta hoje para compreender
que precisamos apoiar esta nação.
Denegrir a imagem de Israel tem sido
uma meta alcançada por alguns em nossos dias,
ao fazerem uso do texto sagrado omitindo o
contexto histórico e social da época. Eretz Israel
quer mudar essa visão distorcida, que foi
alimentada no decorrer dos anos. Desejamos dar
a cada pessoa a opção de questionar qualquer
tipo de discurso, que venha deteriorar, desgastar
ou simplesmente diminuir a importância de
Israel, não só no contexto bíblico como na
História da humanidade.
Eretz Israel apresenta palavras hebraicas
para que o leitor possa associar o idioma ao povo
judeu. Traz também histórias de personagens
bíblicos que se tornaram símbolos de luta e
esperança. Acontecimentos históricos como o de
Massada. Opiniões de diferentes épocas, não por
falta de material, mas pelo conteúdo e pelo
impacto das informações. Um panorama
geográfico que possibilita comparações com o
período bíblico e os dias atuais e um capítulo
inteiro sobre cultura judaica.
Aquele que afirma ter uma comunhão com
Deus deve abençoar o povo que Ele escolheu. E
orar por Jerusalém. Pensamos muito na
8
Jerusalém Celestial e às vezes nos esquecemos
da terrena. Ficamos tão emocionados com
atitudes como a de Neemias, Davi, Salomão,
Jesus e outros personagens da Bíblia em relação
a esta cidade, mas quantos se dispõem a orar pela
paz em Jerusalém?
No século presente devemos respeitar as
diferenças e abolir toda e qualquer intolerância
religiosa. Desprendemo-nos das amarras que nos
separa da nação escolhida e apresentemos a Deus
uma oração, que resgate os sonhos de uma Terra
Prometida. Ensinemos nossos filhos e nossos
jovens a amar o povo de Israel, a respeitá-los e
acima de tudo ensinemos a veracidade dos textos
bíblicos.
Eu espero que Eretz Israel mude a sua
maneira de pensar.
A autora.
10
Capítulo 1
As Riquezas da História Judaica
A história do povo de Israel está
intimamente ligada ao seu Deus. O povo da
aliança como são chamados desde a antiguidade,
foi escolhido e separado pelo próprio Deus com
uma sublime missão. Um Deus que estabeleceu
um concerto perpétuo com o patriarca Abraão e
suas futuras gerações. Uma história que pode ser
lida no primeiro livro da Torah.
É a partir da escolha de um homem, que
encontramos um rico e surpreendente relato de
fé, onde o Eterno passou a ser conhecido pelo
nome de Todo Poderoso (El Shadday). Sob a
liderança de Moisés, os hebreus conheceriam a
Deus pelo nome de Senhor (Êxodo 6.3).
Um povo, uma terra, um Deus único, uma
aliança perpétua explicam o porquê dessa guerra
contínua em sobreviver, em permanecer no
cenário mundial como uma verdadeira e
imponente nação.
As riquezas da história judaica podem ser
extraídas de cada etapa, do desenvolvimento
espiritual, social e político, das características
mais puras de sua religião à coragem, a fé, a
obstinação e a determinação de um povo pelos
seus direitos, pela sua independência e pelo
11
desejo de viver em paz, em sua terra, de “Dan a
Beersheva” Golan, Neguev e Eilat e na terra de
Sion e Jerusalém.
Na história marcada por guerras, conflitos
internos e externos, sofrimentos contínuos no
decorrer dos tempos, conquistas e
desenvolvimentos, três grandes características se
interligam: A terra, a fé e o povo. Um marco
significativo para definir as convicções e o
legado do povo de Israel.
A Terra.
Um território localizado no Oriente Médio.
Praticamente uma ponte entre os três continentes:
Europa, Ásia e África. Um lugar carregado de
esplendor e simbolismo. O próprio Deus define
como “terra que emana leite e mel”. A expressão
terra de Canaã é usada mais de cem vezes na
Bíblia. Terra Prometida, a maneira como os
patriarcas: Abraão, Isaque e Jacó se referiam
quando peregrinaram por ela. Terra de Judá e
agora, Eretz Israel.
Montanhas, planícies, desertos áridos,
vales, planaltos rochosos e costas marítimas
marcam a diversidade topográfica de Israel. A
beleza das planícies contrastando com o cume
coberto de gelo perpétuo do monte Hermon, cujo
orvalho desce até os montes de Sião, como diz o
12
salmista (Sl 133). A grande variedade de flora e
de fauna se destaca no estreito território. Uma
região rica mencionada na Bíblia:
“Porque o Senhor teu Deus te põe numa terra
boa, terra de ribeiros de águas, de fontes e
abismos, que saem dos vales e das montanhas.
Terra de trigo e cevada, e de vinhedos e
figueiras e romeiras, terra de oliveiras,
Abundantes de azeite e mel”.
Devarim 8. 7-8
Terra marcada pelo misticismo de três
grandes religiões: Judaísmo, Cristianismo e
Islamismo. Aos milhares, peregrinos se
encontram nas cidades que fizeram história e
encontram no rio Jordão, no Yardenit, o retorno à
religião.
Por toda a terra, seja sob o sol e chuva, ou
sentindo a brisa fresca, ou o ar quente do deserto,
comprovam a veracidade dos escritos bíblicos e
de seus personagens.
Foi ali, na diminuta terra de Israel, que
aconteceram os maiores eventos da história da
humanidade através dos séculos.
13
A Fé
Shema Israel HaShem Eloheinu HaShem
Echad
“Ouve ó Israel, o Senhor nosso Deus é o único
Senhor”. Dt 6.4
Com essa oração, o judeu começa o seu
dia. A crença monoteísta foi ordenada pelo
próprio Criador, desde a época abrâmica. O El-
Berith separou um povo para proclamar a
existência de um Deus único. No meio de um
mundo pagão, o povo de Israel insistia na crença
que somente o Eterno era poderoso e real. Na
diversidade da crença dos povos da antiguidade,
só havia um único e verdadeiro Deus. No
decorrer da história Israel seria provado e na
maioria das vezes mal compreendido, porque cria
que havia um Deus e que ele era Um.
Na era patriarcal, as condições para
manter a fé eram estas: ”anda na minha presença
e sê perfeito” (Gn 17.1). Mas tarde, com Moisés,
surgiu a necessidade de uma adoração com
sacrifícios e sacerdotes. O local designado por
Deus era o Tabernáculo. Passo a passo, o povo
galgava os degraus de uma escada espiritual. As
constantes experiências definiram a mais pura e
mais nobre das religiões de toda a Antiguidade.
14
A relação do patriarca Abraão com Deus
encontra seu significado maior quando o Senhor
exige dele o sacrifício de seu filho Isaque – o
filho da promessa. O local escolhido foi o monte
Moriá. Ali, a fé de um homem foi posta a prova.
Pai e filho sobem ao monte, levando todos os
artigos necessários para a adoração: a lenha para
o fogo, o cutelo para imolação e o sacrifício vivo.
Em obediência, Isaque segue fielmente os rituais
sacrificais e deita-se sobre o altar. Abraão
levanta o cutelo para imolar o filho, mas é
impedido por uma voz que brada do céu.
Centenas de anos se passariam até a posse
da terra e para que a aliança retomasse seu
significado mais profundo e mais espiritual. A
circuncisão, B’rith-Milá, o sinal físico da aliança,
era obrigatório. A observância da Lei, os
sacrifícios de adoração caracterizavam a religião.
Mesmo em tempos sombrios, quando o povo se
esquecia do Senhor ou transferiam a adoração às
divindades dos povos circunvizinhos, a aliança
perpétua não perdia o seu valor. Através da fé
(emuná) e do retorno a Deus (teshuvá) o
relacionamento entre Deus e o seu povo tornava-
se possível.
Mas foi a construção do Templo em
Jerusalém que centralizou a religião. A cidade
tornou-se um lugar específico para onde se
convergiriam todas as tribos. Ainda hoje,
milhares de peregrinos, mobilizados pela fé,
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chegam de todas as partes do mundo para orar e
festejar em Jerusalém – a cidade onde Deus
colocou o seu nome para sempre (2 Rs 21.7).
Além da fé no Deus único, o povo de
Israel mantém a fé na vinda do Messias, do
“ungido do Senhor”. Durante séculos o povo
viveu sob o domínio de diversos Impérios. A
esperança – Hatikva – de um libertador e de que
Ele faria Israel triunfar sobre seus inimigos ao
estabelecer um reino de justiça, continuou como
chama acesa nos corações.
Surgiram muitas discussões sobre o
Mashiach, sobre sua natureza e personalidade,
como e quando seu reino seria estabelecido. O
advento é fielmente descrito nos Salmos e
Profetas: “De Sião virá o libertador”. A ideia de
um messias sofredor que tomasse sobre si as
aflições e o pecado dos homens, que oferecesse
sua vida para expiar os pecados, não foi aceita
pelo povo de Israel.
O conceito de Messias é sempre
relacionado à justiça, glória e triunfo. Essa é a
expectativa comum de geração em geração.
16
O Povo
A história bíblica nos presenteia com
personagens cheios de caráter, com gente forte
que depositou em Deus a sua confiança. Homens
como Abel, Noé, Abraão, Jacó, José, Moisés,
Josué, Gideão, Davi, Daniel, Jeremias e muitos
outros. Mulheres como Ana, Débora, Ester,
Sarai. Personagens cujas histórias se apresentam
com maior ou menor intensidade, mas que se
tornaram exemplos de uma vida de comunhão e
temor a Deus, e que surgem hoje em nossas
vidas, como modelos a serem seguidos.
Guiados por Moisés, o povo que saiu do
Egito caminhou pelo deserto em direção a Terra
Prometida. Ali se estabeleceram, criando um
vínculo com a terra (território). As linhas de
abertura da Declaração de Independência do
novo Estado de Israel (1948) consolidam a
existência de remanescentes na região, por todos
os períodos da História.
Impactados pelo ideal sionista, judeus de
todas as partes da Europa e do mundo, entraram
em Israel e fixaram residência por todo o país.
Vivendo sob constante ameaça terrorista,
ergueram os braços para construir uma nação.
Lutando contra as forças da natureza,
transformaram pântanos e lugares áridos em
áreas cultivadas. Surgiram os Kibutzim, os
Moshav.
17
Embora que, para os judeus do século
XXI, o termo “povo escolhido” ou “nação eleita”
tenha significado uma sucessão de angustias
através dos tempos, é o que ficou registrado nas
páginas da Bíblia.
Um povo classificado pelo próprio Deus
de gente obstinada! Mas um povo zeloso por
suas tradições e rituais que foram conservados
mesmo nos períodos mais críticos da história.
Muitos chegaram a pagar com a própria vida,
somente pelo fato de serem judeus. Ortodoxos,
conservadores ou reformistas, eles vivem hoje
em Israel, no Brasil e em comunidades
espalhadas por todo mundo lutando pela
liberdade de religião.
19
Capítulo 2
Perspectiva através do Tempo.
Os Patriarcas
Afirmamos que a história registrada no
livro de Gênesis no Primeiro Testamento dá
início à formação do povo hebreu. Tudo começa
com o patriarca Abrão (Avran), ele sai de sua
cidade de Ur dos Caldeus, na Mesopotâmia, em
direção à terra que ainda lhe seria revelada. Ao
tomar posse das promessas de Deus foi
abençoado e mais tarde se tornaria uma grande
nação. O encontro com Deus deve ter sido algo
extraordinário, que abalou a estrutura física e
emocional deste homem e o direcionou para uma
nova vida:
“Pela fé, Abrão sendo chamado, obedeceu e saiu
para um lugar que haveria de receber por
herança e saiu sem saber para onde iria”.
Hebreus 11.8
A terra da peregrinação chamava-se
Canaã, mais tarde, Israel. Isaque e Jacó herdeiros
da mesma promessa, mantém a mesma conduta
de fé e obediência. Num período de escassez de
alimento, Jacó e seus filhos emigraram para a
terra do Egito, onde José era governador. Após a
morte deste, seguiram-se anos de angústias e
20
perseguições. Os Bney Yaacov tornaram-se
escravos.
Moisés surge no cenário como um
libertador nomeado pelo próprio Deus. A
comunhão com o Criador tornar-se-ia algo
surpreendente. Depois de várias entrevistas com
Faraó e dez pragas que praticamente assolaram
os egípcios, o povo é liberado. Eles testemunham
a força do seu Deus e os milagres acontecem, um
após outro. A travessia pelo Mar Vermelho é um
momento histórico a ser lembrado de geração em
geração. E Moisés conduz o povo pelo deserto,
num período de quarenta anos.
O povo escravizado por quatrocentos anos
agora caminhava em direção à liberdade. Anos
que serviram para estruturar Israel tanto na esfera
religiosa como civil. As areias quentes do deserto
observam meninos se transformarem em homens
fortes e corajosos.
Os Dez Mandamentos e a Lei, recebidas
no monte Sinai, formam a base da religião
mosaica. O Tabernáculo é erguido. Sacerdotes,
sacrifícios e rezas são estabelecidos.
A peregrinação finalmente chega ao fim e
a Terra Prometida é admirada por Moisés do
monte Nebo. Ali ele morre e é enterrado.