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DIAGNÓSTICO Dentofacial Mario Vedovello Filho e colaboradores

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DIAGNÓSTICODentofacial

Mario Vedovello Filhoe colaboradores

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SUMÁRIO

Apresentação 18

Aspectos JurídicosCAPÍTULO 01 20

Análise de ModelosCAPÍTULO 04 88

42Exame Geral e IntrabucalCAPÍTULO 02

60CAPÍTULO 03 Análise Facial

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146Interpretação RadiográficaCAPÍTULO 05

164CAPÍTULO 06 Radiografia Mão e Punho

186CAPÍTULO 07 Maturação das Vértebras Cervicais

e sua Correlação com a Idade Óssea

206CAPÍTULO 08 Tomografia Computadorizada

216CAPÍTULO 09 Software de Análise de Modelos

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Análise FacialCAPÍTULO 03

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OO planejamento e tratamento ortodôntico devem aliar correção da maloclusão, equilíbrio da função articular, saúde periodontal e estabilidade, com a melhora da es-tética facial e do sorriso (Suguino et al. 1996; Cabrera; Cabrera, 2004). Os modelos de estudo, a cefalometria e a análise facial avaliados conjuntamente fornecem sub-sídios necessários para um diagnóstico bem sucedido, visto que a maloclusão diagnosticada nos modelos e exame clínico deverá ser tratada diferentemente, depen-dendo das características faciais de cada paciente. As características faciais podem ser determinantes na deci-são por um tratamento ortodôntico cirúrgico, ortopédico ortodôntico, ou somente ortodôntico. Mesmo dentro da terapia ortodôntica e/ou ortopédica, certos movimentos devem ser evitados ou indicados de acordo com o tipo facial do paciente.

É, portanto, de fundamental importância que o ortodon-tista consiga obter a correção da maloclusão, evitando alterações faciais indesejadas e proporcionando um melhora estética facial. Dessa forma, este capítulo vem descrever as grandezas e proporções mais utilizadas na análise facial em vista frontal e de perfil, além da ava-liação do sorriso (Arnett; Bergamn, 1993a; Arnett; Ber-

gamn, 1993b; Cabrera; Cabrera, 2004; Capelozza Filho, 2004; Peck; Peck, 1970; Reis et al., 2006; Reis, 2007; Reis, 2008; Suguino et al., 1996).

ANÁLISE FACIAL

Na análise facial, a primeira preocupação deve ser quanto ao posicionamento adequado do paciente. A posição na-tural de cabeça (PNC), relação cêntrica (RC) e postura labial relaxada são recomendadas por Arnett e Bergman (1993) para a realização de uma avaliação facial adequada, sendo a avaliação clínica fundamental, visto que as fotografias e as radiografias podem ser tomadas de forma a posicionar o paciente de forma artificial. Alterações no posicionamento da cabeça podem agravar ou reduzir uma característica fa-cial como, por exemplo, a maloclusão de Classe II.

A classificação mais utilizada de tipos faciais avalia visual-mente o formato da face em norma frontal e lateral quanto à sua proporção entre altura e largura, sendo esta classi-ficação dividida em três tipos faciais (Cabrera; Cabrera, 2004): dolicofacial – face longa e estreita; mesofacial – equilíbrio entre altura e largura facial; e braquifacial – face curta e larga (Figuras 1 A-F e 2 A-F).

ANÁLISE FACIALAUTORA

SILVIA AMÉLIA S. VEDOVELLO

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DIAGNÓSTICODentofacial

Fig. 1 A-F – Exemplos de faces femininas dos três tipos faciais: braquifacial, meso-facial e dolicofacial respectivamente.

FIG.1A

FIG.1D

FIG.1B

FIG.1E

FIG.1C

FIG.1F

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ANÁLISE FACIAL

Fig. 2 A-F – Exemplos de faces masculinas dos três tipos faciais:

braquifacial, mesofacial e dolicofacial respectivamente.

FIG.2A

FIG.2D

FIG.2B

FIG.2E

FIG.2C

FIG.2F

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DIAGNÓSTICODentofacial

NORMA FRONTAL

Forma do Contorno

Ao restringir nossa análise para norma frontal, a forma do contorno pode ser precisamente avaliada pela mensu-ração da largura bigoníaca, da largura bizigomática e da altura facial. A largura bizigomática é aproximadamente 30% maior que a bigoníaca em pacientes mesofaciais, sendo esta diferença menor em pacientes braquifaciais e maior em dolicofaciais.

A proporção entre a altura e largura da face nos permite classificá-las como braquifacial, mesofacial e dolicofacial ou, ainda, artisticamente como largas ou estreitas, curtas ou longas, redondas ou ovais, quadradas ou retangula-res (Figura 3 A-F). Para Arnett e Bergman (1993), a impor-tância em avaliar tais dimensões está relacionada ao cui-dado ortodôntico e/ou cirúrgico necessário para corrigir a maloclusão, cujo foco é sempre melhorar o equilíbrio facial. Por exemplo, deve-se evitar extrusão de molares em pacientes verticais com perfil convexo, visto que esta movimentação dentária provocará uma rotação da man-díbula no sentido horário, aumentando a altura do terço inferior, além de tornar o perfil mais convexo.

Fig. 3 A-F – Avaliação do contorno facial em norma frontal de pacientes

braquifacial, mesofacial e dolicofacial respectivamente.

FIG.3A

FIG.3D

FIG.3B

FIG.3E

FIG.3C

FIG.3F

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ANÁLISE FACIAL

SIMETRIA FACIAL

Para avaliar a simetria facial, traça-se a Linha Horizontal Verdadeira, também conhecida como Linha da Visão, que passa pelo centro das pupilas. Traça-se, em segui-da, a Linha Vertical Verdadeira que divide a face em duas partes e cruza perpendicularmente a Linha da Visão. Dessa forma, observam-se proporções de tamanho da linha mediana às estruturas laterais (Figura 4 A-F).

A simetria facial total é exceção na face, sendo que a maioria dos indivíduos apresenta uma assimetria consi-derada normal, pois estas são imperceptíveis. As gran-des assimetrias concentram-se na região de nariz e mento. Um cuidado especial deve ser dado às assime-trias mandibulares, que exigem um diagnóstico específi-co que inclui as linhas médias dos dentes.

Fig. 4 A-F – Faces simétricas avaliadas pelas proporções de tamanho da linha mediana (vertical verdadeira) às estru-

turas laterais.

FIG.4A

FIG.4D

FIG.4B

FIG.4E

FIG.4C

FIG.4F

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DIAGNÓSTICODentofacial

Além da Linha Horizontal Verdadeira e da Linha Vertical Verdadeira, linhas adicionais são também utilizadas para avaliação da simetria frontal, dentre as quais podemos citar (Suguino et al., 1996) (Figuras 5 A-F a 7 A-D):

• Linha intercantal: é traçada perpendicularmente à Linha Horizontal Verdadeira, tocando o canto mesial do olho;

• Linha pupilar: é traçada perpendicularmente à Linha Ho-rizontal Verdadeira, tocando a porção mesial da pupila;

• Linha ocular: é traçada perpendicularmente à Linha Horizontal Verdadeira, tocando a porção distal do olho.

Numa face simétrica e proporcional, a largura da base nasal coincide com a distância intercantal, e a largura da boca coincide com a distância interpupilar. Também encontraremos um equilíbrio na largura ocular direita e esquerda (distância entre a linha cantal e a linha ocular distal) e a largura nasal.

Fig. 5 A-F – Faces proporcionais em que a largura da base nasal coincide

com a distância intercantal, e a largura da boca coincide com a distância

interpupilar.

FIG.5A

FIG.5D

FIG.5B

FIG.5E

FIG.5C

FIG.5F

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ANÁLISE FACIAL

Fig. 6 A-F – Faces proporcionais em que há equilíbrio da largura ocular

direita e esquerda (distância entre a linha cantal e a linha ocular distal) e da

largura nasal.

FIG.6A

FIG.6D

FIG.6B

FIG.6E

FIG.6C

FIG.6F

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DIAGNÓSTICODentofacial

Fig. 7 A-D – Faces com largura ocular direita e esquerda e largura da boca proporcionais, contudo, apresentando largura nasal aumentada.

FIG.7A

FIG.7C

FIG.7B

FIG7D

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ANÁLISE FACIAL

ABERTURA FACIAL

Outra forma de avaliar o contorno da face, ou seja, se é mais larga e curta ou mais longa e mais estrei-ta, é por meio da abertura facial, que é determinada pelo ângulo de abertura facial, o qual é forma-do pelas linhas direita e esquerda que se estendem da porção mais distal das órbitas, conectando a união dos lábios superior e inferior até a o mento na linha média. Em pacientes mesofaciais, este ângu-lo apresenta o valor de 45°± 5°. Valores maiores, portanto, indicam uma face mais larga ou quadrada, e valores menores uma face mais longa ou estreita (Figura 8 A-F).

Fig. 8A-F – Abertura facial em diferentes tipos faciais.

FIG.8A

FIG.8D

FIG.8B

FIG.8E

FIG.8C

FIG.8F

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DIAGNÓSTICODentofacial

TERÇOS FACIAIS

Os terços faciais devem ser proporcionais entre si. Se-gundo Arnett; Bergman (1993) devem medir de 55 a 65mm de comprimento cada um. Essa medição deve ser realizada preferencialmente no próprio paciente com um compasso de ponta seca ou um paquímetro digital, para não sofrer distorção. Ou então avaliada por meio das proporções, sendo cada terço facial 1/3 do outro.

TERÇO SUPERIOR

O terço superior vai da linha de inserção capilar às so-brancelhas e sua forma é altamente variável. Nesta área podem ser avaliadas: anormalidades na configuração geral, simetria da calvária, áreas temporal, frontal e de sobrancelhas, bem como anormalidades associadas às síndromes craniofaciais.

TERÇO MÉDIO

O terço médio estende-se da glabela ao ponto sub-nasal, onde são avaliadas a eminência malar, a borda infraorbital, as áreas paranasais e as orelhas: simetria, nível e projeção.

TERÇO INFERIOR

O terço inferior é conhecidamente a área de atuação do ortodontista. Abrange a área entre o ponto subnasal e o ponto mentoniano (Figura 9 A-F). Quando existe uma boa estética facial, o comprimento vertical normal do terço in-ferior da face deve ser igual ao terço médio. Além disso, a proporção da distância vertical do subnasal ao estômio do lábio superior, e deste ao tecido mole do mento é de aproximadamente 1:2 (Figuras 10 A-F e 11 A-F). No terço inferior são avaliados mento, ângulo mandibular, lábios, o comprimento dos lábios superior e inferior, o espaço interlabial, o incisivo superior em relação ao lábio e o nível de exposição labial ao sorrir.

O mento tem sua morfologia e forma avaliadas, bem como sua relação vertical e a simetria. O ângulo mandi-bular pode ser normal, deficiente ou excessivo. Ambos têm relação direta com o padrão de crescimento facial. Na figura 12 A-F observa-se um exemplo de assimetria facial gerada por torcicolo congênito.

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ANÁLISE FACIAL

Fig. 9 A-F – Terços faciais proporcionais em diferentes tipos faciais.

FIG.9A

FIG.9D

FIG.9B

FIG.9E

FIG.9C

FIG.9F

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DIAGNÓSTICODentofacial

Fig. 10 A-F – Proporção da distância vertical do subnasal ao estômio do lábio superior, e deste ao tecido mole do mento de aproximadamente 1:2.

FIG.10A

FIG.10D

FIG.10B

FIG.10E

FIG.10C

FIG.10F

1/3 1/3 1/3

2/3 2/3 2/3

1/31/3 1/3

2/32/3 2/3

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ANÁLISE FACIAL

FIG.11CFIG.11B

Fig. 11 A-F – Terços faciais propor-cionais mas com suave alteração na

proporção da distância vertical do subnasal ao estômio do lábio superior, e

deste ao tecido mole do mento.

FIG.11A

FIG.11D FIG.11E FIG.11F

1/31/3 1/3

2/32/3 2/3

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DIAGNÓSTICODentofacial

Fig. 12 A-F – Assimetria facial, terço facial inferior aumentado gerado por torcicolo congênito.

FIG.12A

FIG.12D

FIG.12B FIG.12C

FIG.12E FIG.12F

1/3

2/3

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ANÁLISE FACIAL

AVALIAÇÃO DO TERÇO INFERIOR

Comprimento dos Lábios e Espaço Interlabial

Os lábios devem ser avaliados em sua totalidade, sendo medidos independentemente numa posição relaxada. De acordo com Arnett & Bergman (1993), o lábio superior é medido do ponto subnasal ao ponto mais inferior do lábio superior, com medida normal entre 19 e 22mm, e o lábio inferior, do ponto mais superior do lábio inferior ao ponto mentoniano, com valor entre 38 a 44mm (Figura 13 A,B). Avalia-se, também, o espaço interlabial que, numa situ-ação de normalidade, deve apresentar de 1 a 5mm na

posição de repouso. Muitas vezes, se o espaço interlabial está aumentado, pode-se estar diante de uma situação de protrusão mandibular (Figura 14).

No sorriso, ¾ de altura da coroa para 2 mm de gengiva devem ser expostos, sendo um pouco mais nas mulheres que nos homens. Quando existe uma exposição maior da gengiva, as causas mais prováveis são: lábio superior cur-to, excesso maxilar vertical, coroa clínica curta ou elevação labial excessiva ao sorrir (Figuras 15 A,B a 17 A-E).

Fig. 13 A,B – Mensuração do compri-mento do lábio superior e inferior.

Fig. 14 – Mensuração do espaço interlabial.FIG.13A FIG.13B

Comp. lábio superior Comp. lábio superior

Comp. lábio superiorComp. lábio superior

Distância interlabial

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Fig. 17 A-C – Sorriso gengival, expondo mais de 2 mm de gengiva.

Fig. 16 A-E – Sorriso médio, dentro da normalidade, expondo ¾ de altura da coroa para 2 mm de gengiva.

Fig. 15 A,B – Sorriso baixo, expondo menos que ¾ dos incisivos.

FIG.16AFIG.15A

FIG.17AFIG.16D

FIG.16BFIG.15B

FIG.17BFIG.16E

FIG.16C

FIG.17C

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