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Análise Conceitos e Exercícios Resolvidos Maria Emília Fialho de Sousa • Orlando Gomes ECONÓMICA Análise Económica EDIÇÕES SÍLABO 3ª Edição Revista e Corrigida

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Análise

Conceitos

e Exercícios Resolvidos

ECONÓMICA

Análise

Conceitos

e Exercícios Resolvidos

Maria Emília Fialho de Sousa • Orlando Gomes

ECONÓMICA

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EDIÇÕES SÍLABO

Com cinco capítulos, e escrita numa linguagem acessí-

vel, esta obra assume-se como uma ferramenta de trabalho

para todos os interessados em aceder aos fundamentos

básicos da ciência económica. A exposição dos conceitos

fundamentais de Microeconomia e Macroeconomia é acom-

panhada por um vasto conjunto de exercícios com as respec-

tivas resoluções.

Esta obra é particularmente adequada ao desenvolvi-

mento de unidades curriculares de Economia em cursos

noutras áreas de conhecimento (nomeadamente nas áreas

das ciências sociais e da comunicação).

MARIA EMÍLIA FIALHO DE SOUSA foi professora de Economia e vice-presidente do Conselho

Directivo na Escola Superior de Comunicação Social do Instituto Politécnico de Lisboa, tendo

também leccionado Microeconomia e Macroeconomia na Escola Superior de Gestão do Insti-

tuto Politécnico de Santarém, onde também desempenhou o cargo de vogal da respectiva

Comissão Instaladora. É licenciada em Economia pelo Instituto Superior de Economia e Gestão

da Universidade Técnica de Lisboa. Desempenhou funções em empresas do sector privado

nacional como assessora na área de Gestão de Cobranças e como chefe de serviços financeiros.

ORLANDO GOMES é professor de Economia no Instituto Politécnico de Lisboa – Instituto Supe-

rior de Contabilidade e Administração de Lisboa (ISCAL). Licenciado em Economia, mestre em

Economia Monetária e Financeira pelo Instituto Superior de Economia e Gestão da Universi-

dade Técnica de Lisboa (ISEG-UTL) e doutorado em Economia pelo Instituto Superior de Ciên-

cias do Trabalho e da Empresa (ISCTE). Autor de múltiplos estudos publicados em concei-

tuadas revistas científicas internacionais, os seus principais interesses de investigação relacio-

nam-se com a macroeconomia, o crescimento económico, a política monetária e a modeli-

zação dinâmica dos fenómenos económicos em geral.

3ª EdiçãoRevista e Corrigida

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ANÁLISE ECONÓMICA

Conceitos e Exercícios Resolvidos

MARIA EMÍLIA FIALHO DE SOUSA

ORLANDO GOMES

EDIÇÕES SÍLABO

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É expressamente proibido reproduzir, no todo ou em parte, sob qualquer

forma ou meio, NOMEADAMENTE FOTOCÓPIA, esta obra. As transgressões

serão passíveis das penalizações previstas na legislação em vigor.

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Editor: Manuel Robalo

FICHA TÉCNICA:

Título: Análise Económica – Conceitos e Exercícios Resolvidos Autores: Maria Emília Fialho de Sousa, Orlando Gomes Edições Sílabo, Lda. Revisão dos textos: Sara Ramos Pinto Capa: Pedro Mota

2ª Edição Lisboa, 2011 Impressão e acabamentos: Europress, Lda. Depósito Legal: 331268/11 ISBN: 978-972-618-648-9

EDIÇÕES SÍLABO, LDA.

R. Cidade de Manchester, 2 1170-100 Lisboa Tel.: 218130345 Fax: 218166719 e-mail: [email protected] www.silabo.pt

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Índice

NOTA PRÉVIA E AGRADECIMENTOS 9

Parte I

Microeconomia

Capítulo 1 – Procura e Oferta nos Mercados

1. Procura, oferta e equilíbrio de mercado 13 2. Excedente do consumidor e excedente do produtor 19 3. Deslocações ao longo da curva da procura e deslocações

da curva da procura 20 4. Deslocações ao longo da curva da oferta e deslocações

da curva da oferta 23 5. Procura-preço cruzada 26 6. Elasticidade procura-preço 30

Exercícios teóricos 39

Resolução 45 Exercícios práticos 83 Resolução 89

Capítulo 2 – Custos, Maximização do Lucro e Estruturas de Mercado 1. Custos e receitas 111 2. Mercados 117 3. Maximização do Lucro em Concorrência Perfeita 120 4. Maximização do Lucro em Monopólio 122

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Exercícios teóricos 125 Resolução 129 Exercícios práticos 141 Resolução 145

Parte II

Macroeconomia

Capítulo 3 – Contabilidade Nacional 1. Contabilização do valor da produção 159 2. Índices de preços. produto a preços correntes

e produto a preços constantes 165

Exercícios teóricos 167 Resolução 169 Exercícios práticos 175 Resolução 181

Capítulo 4 – Modelo do Multiplicador Keynesiano 1. Determinação do rendimento num modelo de dois agentes

(famílias e empresas) 190 2. Determinação do rendimento num modelo de três agentes

(intervenção do estado) 196 3. Determinação do rendimento num modelo de quatro agentes

(relações exteriores) 199

Exercícios teóricos 201 Resolução 205 Exercícios práticos 221 Resolução 231

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Capítulo 5 – Inflação, Desemprego e Balança de Pagamentos 1. Inflação 254 2. Desemprego 256 3. A estrutura da balança de pagamentos 261

Exercícios teóricos 263 Resolução 265

SUGESTÕES DE LEITURA 271

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Nota prévia e agradecimentos

A presente obra constitui uma compilação dos exercícios de testes e exames da

disciplina de Análise Económica realizados ao longo dos últimos anos na Escola

Superior de Comunicação Social do Instituto Politécnico de Lisboa. A disciplina é

comum aos vários cursos da escola (Audiovisual e Multimédia, Jornalismo, Publici-

dade e Marketing e Relações Públicas e Comunicação Empresarial).

O livro pretende ser uma ferramenta de trabalho acessível à generalidade dos

cursos nos quais se requer a apresentação dos fundamentos básicos da ciência

económica, quer ao nível da microeconomia, quer no que concerne à macroecono-

mia (nomeadamente, aqueles cursos que se encontram nas áreas das ciências

sociais e da comunicação).

São apresentados cinco capítulos: o primeiro relaciona-se com o mecanismo

básico de procura e oferta e pretende explicar que a formação de preços em dado

mercado é resultado da interacção das forças em confronto. Um segundo capítulo,

ainda na área da microeconomia, prossegue a temática anterior tomando duas

direcções: primeiro, olha-se para dentro da empresa, nomeadamente para a sua

estrutura de custos e para a forma como ela deverá proceder no sentido de maximi-

zar o lucro ponderando custos e receitas; em segundo lugar, descrevem-se as prin-

cipais estruturas de mercado, no sentido de argumentar que o comportamento

óptimo da empresa está condicionado pelos níveis de concorrência/concentração no

mercado.

O terceiro capítulo, já integrado na parte da macroeconomia, apresenta os prin-

cipais agregados macroeconómicos, estabelecendo as identidades e definições

fundamentais da contabilidade nacional; ainda neste capítulo, faz-se referência à

distinção fundamental entre avaliação de agregados macroeconómicos em termos

nominais e em termos reais. O capítulo quatro destina-se à apresentação do modelo

do multiplicador Keynesiano, o qual pretende explicar, recorrendo a algumas equa-

ções de comportamento baseadas em pressupostos razoáveis sobre o funciona-

mento do sistema económico, o modo como a economia é capaz de gerar rendi-

mento em função de estímulos em componentes da despesa ou de variáveis sob o

controlo das autoridades públicas. Por fim, o Capítulo 5 acrescenta algumas notas

sobre temas macroeconómicos relevantes, em concreto sobre inflação, desemprego

e relações económicas com o exterior.

Cada um dos capítulos contém uma breve apresentação de conceitos e um con-

junto de exercícios teóricos e práticos (à excepção do Capítulo 5 onde os exercícios

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são apenas teóricos). Todos os exercícios são acompanhados pela respectiva reso-

lução.

A colectânea de exercícios que se apresenta ganha forma com a consolidação

da disciplina ao longo dos anos em que foi leccionada, primeiro na Escola Superior

de Gestão do Instituto Politécnico de Santarém (entre 1987 e 2000) e, a partir de

2000, na Escola Superior de Comunicação Social do Instituto Politécnico de Lisboa.

Por esta razão, é devido um agradecimento a todos aqueles que, de modo mais

directo, participaram na leccionação desta disciplina: José Manuel Mendes da Silva,

José Carlos Nunes, Francisco Pereira e Alexandra Machás.

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Parte I Microeconomia

A microeconomia estuda o comportamento individual dos agentes económicos, nomeadamente consumidores (famílias) e produtores (empresas), bem como a forma como as suas decisões se inter-relacionam para determinar os preços relati-vos dos bens e serviços e dos factores produtivos, as quanti-dades compradas e vendidas e os níveis relativos de produção desses mesmos bens e serviços. O conceito central da microe-conomia é o conceito de MERCADO.

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Capítulo 1

Procura e Oferta nos Mercados

1. Procura, oferta e equilíbrio de mercado

O mercado pode ser definido como um espaço abstracto onde se encontram a

procura e a oferta do conjunto dos agentes económicos, cujos objectivos contraditó-

rios se harmonizam, temporariamente, tendo por base os preços e as respectivas

quantidades de transacção. Há um mercado para cada bem com uma oferta e uma

procura específicas para esse mesmo bem.

A curva da procura é a curva (D ) que relaciona o preço de cada unidade de um

bem com a quantidade desse mesmo bem que os consumidores estão dispostos a

adquirir.

De acordo com a «lei da procura decrescente» esta curva tem, normalmente,

uma inclinação negativa dado que, quanto mais baixo for o preço, maior será a

quantidade que os consumidores estão dispostos a adquirir (inversamente, quanto

mais alto for o preço, menor será a quantidade que os consumidores estão dispostos

a comprar).

A curva da procura está representada na Figura 1.1.

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14 A N Á L I S E E C O N Ó M I C A

Figura 1.1

2P

1P

1Q 2Q

xP

DxQ

�2 1P PCom e �2 1Q Q

Poder-se-á pensar em excepções à lei da procura, no entanto estas constituem

um afastamento aos princípios básicos da racionalidade que regem o comporta-

mento dos agentes económicos. Por exemplo, poderá ser o que acontece para

determinados bens de luxo, muitas vezes ligados à procura ostentação, em que

quanto mais alto for o preço mais unidades do bem os consumidores estão dispostos

a adquirir. Neste caso, a curva da procura terá uma inclinação positiva.

Algebricamente, a curva da procura representa-se do seguinte modo:

DQ x a b Px , a, b > 0.

Observe-se que a curva representada é linear, mas geralmente, na realidade,

não necessita de o ser. A propriedade principal que se assume é o declive negativo.

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P R O C U R A E O F E R T A N O S M E R C A D O S 15

A curva da oferta é a curva (S ) que ilustra a relação existente entre o preço de

um bem e a quantidade desse bem que as empresas (produtores) estão dispostas a

colocar no mercado para venda. É razoável admitir-se que quanto maior for o preço,

maior será a quantidade do bem que as empresas estão dispostas a oferecer (Figura

1.2).

Figura 1.2

2 1P P� 2 1Q Q�Com e

2P

1P

1Q 2Q

xP

SxQ

S

Representação algébrica da curva da oferta:

SQ x c d Px , d > 0.

Tal como a curva da procura, a representação linear tem apenas o propósito de

simplificar a análise.

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16 A N Á L I S E E C O N Ó M I C A

Ponto de equilíbrio e o seu significado

O ponto de equilíbrio indica que para o respectivo preço (PE ), a quantidade que

os consumidores estão dispostos a adquirir é exactamente igual à quantidade

que as empresas estão dispostas a vender (QE ) (Figura 1.3).

Figura 1.3

S

D

EQ

P

Q

EP

E

Analiticamente, o ponto de equilíbrio (preço e quantidade) é encontrado a partir

da condição:

D Sx xQ Q .

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Excesso de procura

Fixando-se um preço P1, inferior ao preço de equilíbrio, a quantidade que os

consumidores estão dispostos a adquirir, 1DQ , é superior à quantidade que os

produtores estão dispostos a oferecer 1SQ , verificando-se, assim, uma situação

de desequilíbrio no mercado caracterizada por um excesso de procura (Figura

1.4).

Figura 1.4

S

D

P

Q

1P

1SQ 1

DQ

Excessode procura

O excesso de procura corresponde a 1 1D SQ Q .

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Excesso de oferta

Fixando-se um preço P2, superior ao preço de equilíbrio, a quantidade que os

produtores estão dispostos a vender, 2SQ , é superior à que os consumidores

estão dispostos a comprar, 2DQ verificando-se, assim, uma situação de dese-

quilíbrio no mercado caracterizada por um excesso de oferta (Figura 1.5).

Figura 1.5

S

D

P

Q

Excessode oferta

2P

2SQ2

DQ

O excesso de oferta corresponde a 2 2S DQ Q .

Excessos de oferta e de procura não tendem a permanecer em condições de

livre funcionamento dos mercados: a concorrência entre produtores leva a que o

equilíbrio seja atingido.

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P R O C U R A E O F E R T A N O S M E R C A D O S 19

2. Excedente do consumidor e excedente do produtor

Figura 1.6

S

D

P

Q

1P

2P

EQ

EP

A

B

A área do triângulo A na Figura 1.6 representa o valor do excedente do consu-

midor que se pode definir como a diferença entre aquilo que os consumidores estão

dispostos a pagar para ter um bem (a um preço mais elevado P1) e aquilo que efec-

tivamente pagam por esse mesmo bem (o preço de equilíbrio PE ).

A área do triângulo B representa o valor do excedente do produtor que se pode

definir como a diferença entre o que as empresas recebem pelo facto de venderem o

seu bem ao preço de equilíbrio PE, e o que estariam dispostas a receber ao vende-

rem esse mesmo bem a um preço inferior P2.

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3. Deslocações ao longo da curva da procura e deslocações da curva da procura

Deslocações ao longo da curva da procura

Sempre que se verificar uma variação do preço de um determinado bem, a

quantidade procurada desse mesmo bem altera-se no sentido inverso da varia-

ção verificada no preço, daí a inclinação negativa da curva da procura. Essas

alterações do preço provocam deslocações ao longo da citada curva (Figura

1.7).

Figura 1.7

P

Q

A

B

D

De A para B verificou-se um deslocamento ao longo da curva da procura. O

preço diminuiu e a quantidade procurada aumentou, mantendo-se constantes todos

os outros factores que podem influenciar a relação entre preço e quantidade procu-

rada do bem (condição ceteris paribus).

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P R O C U R A E O F E R T A N O S M E R C A D O S 21

Deslocações da curva da procura

Verificam-se deslocações da curva da procura se ocorrerem perturbações em

quaisquer terceiros factores que influenciam a relação entre quantidade procu-

rada e preço (Figura 1.8).

Figura 1.8

D �

D

2DQ1

DQ xQ

1P

xP

A curva da procura deslocou-se de D para D’, o que significa que, para o mesmo

preço P1, os consumidores passaram a comprar mais unidades do bem; a quanti-

dade procurada passou de Q1 para Q2. Esta deslocação para cima e para a direita

significa um aumento da procura a qual se deve, por exemplo, a:

1. Um aumento dos rendimentos dos consumidores;

2. Um subsídio ao consumo;

3. Aumento do preço de um bem sucedâneo ou substituto;1

4. Diminuição do preço de um bem complementar;2

5. Publicidade (a qual estimula uma maior preferência do conjunto de consumi-

dores pelo bem no mercado);

(1) Ver definição de bem substituto na secção 1.5.

(2) Ver definição de bem complementar na secção 1.5.

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6. Expectativas de aumento futuro do preço (procura-se mais hoje, para evitar

procurar a um preço maior no futuro).

Consideremos o caso oposto (Figura 1.9):

Figura 1.9

D �

D

1DQ2

DQ xQ

1P

xP

Neste segundo caso a curva desloca-se para baixo e para a esquerda, o que

representa uma diminuição da procura de D para D’. Para o mesmo preço P1, os

consumidores estão dispostos a comprar menos unidades do bem; isto porque, por

exemplo:

1. Se verificou uma diminuição dos rendimentos dos consumidores;

2. Foi implementado um imposto ao consumo do bem;

3. Diminuiu o preço de um bem sucedâneo ou substituto;

4. Aumentou o preço de um bem complementar;

5. O bem passou de moda (isto é, a preferência pelo bem reduziu-se);

6. Tratando-se de um bem inferior e passando os consumidores a ter maiores

rendimentos, a procura do bem diminui (um bem inferior é aquele cuja procura

é substituída pela procura de bens de maior qualidade em função de um

aumento do rendimento; por exemplo, o hambúrguer pode ser considerado

um bem inferior em relação ao bife);

7. Expectativas de redução do preço do bem no futuro (reduz-se a procura hoje).

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4. Deslocações ao longo da curva da oferta e deslocações da curva da oferta

De modo paralelo ao que foi referido a propósito da curva da procura, é igual-

mente relevante distinguir entre deslocações ao longo da curva da oferta e desloca-

ções da oferta.

Deslocações ao longo da curva da oferta

Sempre que se verificar uma variação do preço de um determinado bem, a

quantidade oferecida pelos produtores desse mesmo bem altera-se no sentido

directo da variação verificada no preço, o que justifica a inclinação positiva da

curva da oferta. Estas alterações do preço provocam deslocações ao longo da

referida curva (Figura 1.10).

Figura 1.10

P

Q

A

B

S

De A para B verificou-se uma deslocação ao longo da curva da oferta. O preço

diminuiu e a quantidade oferecida também diminuiu, mantendo-se constantes todos

os outros factores que dão origem à representação gráfica da referida curva (condi-

ção ceteris paribus).

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Deslocações ao longo da curva da oferta

Verificam-se deslocações da curva da oferta se ocorrerem perturbações em

quaisquer terceiros factores que influenciam a relação entre quantidade ofere-

cida e preço (Figura 1.11).

Figura 1.11

SS �

1Q 2Q Q

1P

P

A curva da oferta deslocou-se de S para S’ o que significa que, para o mesmo

preço P1, os produtores estão dispostos a oferecer mais unidades do bem: a quanti-

dade oferecida passa de Q1 para Q2. Esta deslocação para baixo e para a direita

significa um aumento da oferta e é devida a, por exemplo:

1. Diminuição dos custos de produção;

2. Atribuição de um subsídio à produção;

3. Aumento do número de empresas a produzir o bem;

4. Aperfeiçoamento tecnológico.

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Análise

Conceitos

e Exercícios Resolvidos

ECONÓMICA

Análise

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e Exercícios Resolvidos

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fundamentais de Microeconomia e Macroeconomia é acom-

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noutras áreas de conhecimento (nomeadamente nas áreas

das ciências sociais e da comunicação).

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da Universidade Técnica de Lisboa. Desempenhou funções em empresas do sector privado

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Economia Monetária e Financeira pelo Instituto Superior de Economia e Gestão da Universi-

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zação dinâmica dos fenómenos económicos em geral.

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