Maria brasileira

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Maria brasileira Coco Chanel Moda em Paris Street Style Diversidade

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Revista produzida para a disciplina Planejamento Gráfico da Universidade de Brasília | 2/2015 | Ana Flávia Castro | Bruna Rocha | Carol Martins | Emilly Behnke | Geovanna Gravia | Rachel Sabino

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Maria brasileira

Coco ChanelModa em Paris

Street StyleDiversidade

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A moda é universal. E disso a nossa equipe sempre teve certeza, desde o início da produção dessa revista. Sabemos que a moda pode ser discutida por todos, e que as roupas que aparecem nas passarelas não são necessariamente para serem utilizadas. Percebemos que a nossa proposta é ser a ponte entre as grandes marcas e o estilo das ruas. Traduzindo o que saí nas passarelas para o espaço urbano, queremos dar ferramentas para que cada uma encontre seu estilo. Nos vemos como aquela ponte de adaptação para vida real prática, moderna e corrida. Portanto, valo-rizamos a originalidade, a diversidade e por que não a naturalidade? A moda não precisa ser tão séria e metódica, afinal um pouco de graça sempre vai bem. E o que você pode esperar dessa edição é simplesmente: potencial. Com conteúdo exclusivamente autoral acompanhado de uma linguagem orgânica, queremos despertar o potencial fashion de cada mulher. Nos alimentamos de diversas influências culturais, ideias, humores, atitudes e, principalmente, da beleza natural que todas temos. Desde de todo o processo de idealizar a revista até a execução, foi tudo uma grande aventura, coisa que nos orgulha demais! Aqui abordamos o que mais nos identificamos, e acredite, tem espaço para tudo! Arte, consciência social, atualidades, design, entretenimento, e a funcionalidade que toda mu-lher contemporânea precisa. Ajudar as pessoas a encontrarem sua identidade é também um dos nossos objetivos. Então, te pedimos leitora, deixe a Maria Brasileira ser o que você precisa!

A redação.

Por Emilly Behnke

Rachel Sabino

Emilly Behnke Carol MartinsGeovanna Gravia

Ana Flávia CastroBruna Rocha

Editorial

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Fala-se deMúsica, Livros e FilmesPerfilCoco ChanelRoube o look Chanel modernaEnsaioDiversidadeCuide-se A dança e o fitness

Estilos UrbanosStreet Style de BrasíliaViagensParis ao alcanceAtualidades Empreendedorismo do século XXI: blogs de modaLiteraturaGritos de cor

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MúsicasAdoramos bandas femininas ainda mais quando as integrantes são super autênticas e estilosas! A dançante Bitch está entre as melhores, até a série Gossip Girl aderiu a música em sua trilha sonora.

Essa música definitivamente não sai de moda! Lançada em 1996 por uma das personalidades mais importantes do rock, Malcolm Mclaren, seu estou-rou na época a deixou legendária.

Fala-se de

The Plasticines

Por Geovanna Gravia

Deep in vogue

Paparazzi

O fenômeno começou em 2008 com o lançamento do disco The Fame. A música Paparazzi emplacou no mercado e também virou trilha sonora da série americana Gossip Girl.

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Livros

A editora de moda da edição norte-americana da revista Marie Claire e jurada do reality show Proj-ect Runway ensina jeitos de vestir em diferentes ocasiões com várias dicas de peças coringas.

As apresentadoras do What not to wear propõem um guia que ensina a valorizar tipo físico de cada mulher com conselhos para desenvolver estilos pessoais.

Por Geovanna Gravia

Cris Guerra: Moda intuitiva

A autora é vaguarda dos diários virtuais de look do Brasil. Ela usa a moda como forma de acentu-ar a individualidade dando destaque ao que real-mente é tendência: sua autoestima.

Nina Garcia: O livro Negro do Estilo

S. Constantine e T. Woodall: Esquadrão da moda

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Filmes

A comédia romântica embasada no bestseller de Sophie Kinsella retrata a realidade de Rebecca Bloomwood, uma jornalista especializada na área de finanças e compulsiva por compras.

Assim que a personagem Andrea Sachs consegue um emprego na revista de moda Runaway Mag-azine sua vida muda completamente. Trabalhar com Miranda Priestly não é tão simples como parece.

Com apenas 21 anos Yves assume a grife de alta costura fundada por Christian Dior. Depois de seu primeiro desfile, ele conhece Pierre Bergé. Os dois se associam a fim de criar uma nova grife.

Por Geovanna Gravia

Diabo veste prada

Os delírios de consumo de Becky Bloom

Yves Saint Laurent

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CDizem que a inspiração vem da dor. Se

olharmos para a vida de Coco Chanel, essa frase faz todo o sentido. Ela foi uma

mulher que revolucionou o modo das mulheres de se vestirem, conseguiu fazer sucesso em um ramo dominado por homens e construiu seu próprio im-pério. Chanel é a única estilista presente na lista das cem pessoas mais importantes da história do século XX pela revista Time. Mas nem tudo foi fácil e glamoroso para ela.

Gabrielle Bonheur Chanel nasceu em 19 de agosto de 1883 e teve uma infância pobre. Perdeu a mãe aos doze anos e o pai, um vendedor ambu-lante, abandonou ela e sua irmã em um orfanato. Lá, aprendeu sua maior paixão: a costura. Traba-lhava como costureira de dia e cantava em caba-rés à noite. Sua música preferida era “Qui qu’a vu Coco”, da qual gerou seu apelido.

Foi em uma dessas noites que conheceu Etien-

ne Balsan, sociealite herdeiro de uma fábrica de tecidos que fazia uniformes do exército. Coco e Balsan se tornaram amantes, e depois, grandes amigos. Eles moraram juntos por um tempo, e foi quando Chanel teve o primeiro contato com a alta classe francesa. Vestidos longos e rodados, espar-tilhos apertados e grandes chapéus. Era a Belle Épouque, com seus exageros e plumas.

Coco era contra qualquer roupa que a impe-disse de respirar e nunca entendeu porque as bur-guesas aceitavam se vestir daquela forma. Fazia suas próprias roupas a partir de roupas masculi-nas. Gostava de calças, camisas e chapéus. Entre as amigas de Balsan, ela se destacava. No meio de tantas joias, brilhos e plumas, ela se vestia como um homem. Mas uma coisa chamava a atenção das mulheres, seus chapéus. Ela começou a produzir alguns para as amigas, que gostavam da simplici-dade e elegância de suas peças.

entre taileurs e a liberdadeCoco Chanel:

Muito a frente de seu tempo, Coco Chanel usou a costura para trazer liberdade e praticidade para as mulheres do século XX

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Por Bruna Rocha

Perfil

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Foi nessa época que conheceu o amor da sua vida: Arthur Capel. Milionário inglês, Capel estava noivo de uma mulher da alta sociedade quando se conheceram. Teve que manter o casamento arran-jado, enquanto ele e Chanel se tornaram amantes. Ele acreditava que ela tinha algo de especial e que poderia fazer algo muito grande. Tanto foi que ajudou Coco investindo em seu primeiro negócio, uma loja de chapéus em Paris.

Não demorou muito para a fama de Chanel se espalhar pelas mulheres da alta sociedade. EM 1919, Capel morre em um acidente de carro, de-pois de dez anos de romance. Coco entra em uma tristeza profunda e mergulha de vez no trabalho. Ela teve outros romances durante a vida, mas nada tão grande como seu amor por Arthur.

Com a Primeira Guerra Mundial vem a escas-sez de tecidos. Coco é obrigada a improvisar e seu verdadeiro talento finalmente vem a tona. Ela di-minui a quantidade de tecido por peça, encurta as saias e liberta-se de vez do espartilho. Cria moda para as mulheres se sentirem livres e ativas.

Ao reinventar as vestimentas femininas, a nova mulher pós-guerra encontrou o que precisava: li-berdade. E o nome de Coco Chanel se espalhou pelo mundo. Depois das novas silhuetas vieram os tailler de jérsei – tecido até então usado apenas em roupas íntimas, sapatos bicolores com o calcanhar amostra, bolsa matelassada e de alças, blazers que não acompanhavam a calça, e seu famoso vestido pretinho básico.

Chanel foi a primeira celebridade a lançar um perfume, o emblemático Chanel nº 5. Depois dela, diversos famosos fizeram o mesmo e esse se tor-nou um novo ramo de vendas. Mas até hoje, seu primeiro perfume é o mais vendido do mundo. A estilista trabalhou até o último dia de sua vida e faleceu em 1971.

Milhares de pessoas assistiram seu funeral e levaram suas roupas como forma de homenagem. Forma de agradecer a essa mulher que enxergou a frente do seu tempo, que viu nas roupas, uma forma de se libertar, de mostrar a todas as mulhe-res que elas não precisavam se vestir para e pelos homens. Elas poderiam ser livres, simples e inde-pendentes, assim como ela foi.

Não é a aparência, é a essência. Não é o dinheiro, é a educação. Não é a roupa, é a classe.”“

Por dentro de

CHANEL

O perfume Chanel n º 5 foi o primeiro a ser relacionado a uma figura da moda e deu início a um novo nicho de pro-dutos. Até hoje, é o perfume mais vendido do mundo.

Documentário sobre a as-censão de Coco no mundo da moda. O filme mostra desde a sua infância, até a abertura da sua primeira loja, passando pelo grande amor da estilista.

Livro que registra em cerca de quatrocentas fotografias, retratos e desenhos, a traje-tória da maior personagem da moda de todos os tempos.

Bibliografia de Chanel em ca-pítulos temáticos sobre seu estilo, fama e talento. O livro pretende ensinar lições de vida, com comentários e ilus-trações.

Perfume Chanel nº 5 O Evangelho de Coco Chanel

Coco Antes de ChanelA Era Chanel

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ListrasTalvez a peça mais famo-sa Os tecidos mais comuns da Belle Epóque vinham em cores claras, em tons pas-tel. As estampas não eram muito utilizadas. Coco pe-gou o listrado emprestado dos pescadores e o trans-formou em um das estam-pas mais usadas no mundo.

Forever 21 R$69,90

Pretinho básicoTalvez a peça mais famosa de Coco, o pretinho básico está sempre em alta. Como a pró-pria já dizia: “Uma mulher precisa de apenas duas coi-sas na vida: um vestido pre-to e um homem que a ame.”

Renner R$99,90

TailleurSimbolo da liberdade das mulheres, o conjunto de saia e terninho fez com que elas pudessem estar bem vestidas e confortáveis ao mesmo tem-po. No iníco, a saia era longa e subiu aos poucos, chegando até a altura dos joelhos.

Renner R$199,90

ChanelModerna

Chanel nasceu no século pas-sado, mas as tendências que ela criou ainda estilo na moda. Quer copiar o look da estilista? Siga nossas dicas!

Por Bruna Rocha

Roube o look

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PérolasApesar de não gostar de se ves-tir como as mulheres de sua época, Chanel nunca perdeu seu femilidade. Ela adorava acessórios, como jóias e cha-péus, mas sua marca registra-da sempre foram as pérolas.

Renner R$39,90

Bolsa ChanelA famosa bolsa é o sonho de consumo de muitas mulheres ao redor do mundo. Na falta de uma Chanel, podemos investir em qualquer modelo de coro com alça de corrente, que dá com quase todo tipo de look.

Marisa R$89,90

Pied de pouleA estampa, que significa pé-de-galinha, ficou famosa no mun-do todo quando ela começou a usá-la em seus modelos. Ela é bastante utilizada em casacos, blusas e calças, e enriquece qualquer look.

Marisa R$39,90

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DI V E RSIDA DEOlhar-se no espelho e aceitar que a própria aparência é uma beleza singular. Esse é o primeiro passo para fugir de esteriótipos impostos

Quem disse que precisamos nos encaixar na estética imposta aos nossos cabe-

los, nossas peles, nossos corpos? Viver em uma sociedade em que as belezas

são tão esteriotipadas, não é fácil para aquelas que não se encaixam no atual

sistema. Mas, é possível! Com a força da diversidade podemos vencer esses li-

mites estipulados e mostrar que a beleza não é uma formatação unilateral, mas

que nossas singularidades representam os diversos rostos daquilo que é belo.

Por Carol Martins

Ensaio

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Direção Carol Martins

Foto Rachel Sabino

Modelo Sarah Bosque

Direção Carol Martins

Foto Geovanna Gravia

Modelo Mayumi Tominaga

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Direção Carol Martins

Foto Carol Martins

Modelo Rachel Sabino

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Direção Carol Martins

Foto Carol Martins

Modelo Júlia Vargas

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Direção Carol Martins

Foto Rachel Sabino

Modelo Larissa Batista

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Direção Carol Martins

Foto Rachel Sabino

Modelo Mayumi Tominaga

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A dança e o fitness: se exercitando com prazer

A nova tendência de atividades fitness

une dança e exercícios de academia. Essa

é para quem gosta de fugir do tradicional

Por Carol Martins

Cuide-se

N ão é de hoje que existem outras formas de manutenção da

saúde quanto a exercícios físicos. Muitas pessoas trocam a malhação tradicional pela academia de dança.

Atividade fitness e dança não são opostas, muito pelo contrário, a dança trabalha várias partes do corpo e produz praticamente os mesmos efeitos de exercícios direcionados, muitas vezes tornando-os mais eficientes.

Baseado nisso, a ex bailarina Betina Dantas criou uma nova modalidade que está em alta entre as mulheres, o ballet fitness une a técnica da dança aos exercícios fitness.

Uma aula de ballet fitness foca na repetição de movimentos, no tempo de isometria e na sustentação muscular dos exercícios.

Diferente da academia, a atividade não foca em uma área específica do corpo, na realidade, uma aula consegue trabalhar tudo.

A modalidade mistura aeróbio com anaeróbio, traz força e consciência corporal e, ao mesmo tempo, tem a leveza e a graciosidade do ballet.

Os principais benefícios do ballet fitness são: gasto calórico elevado, melhora na postura e alinhamento corporal, aumento de força e resistência muscular, além de cardiovascular. Traz também desenvolvimento da flexibilidade e coordenação motora.

É recomendável que se faça a modalidade 3 vezes por semana, segundo Betina Dantas: “Neste ritmo, certamente é possível substituir a musculação pelo ballet fitness, sem precisar de uma atividade complementar”.

Não há restrições para quem se interessar pelo ballet fitness, qualquer pessoa pode fazer, conhecendo ou não as técnicas do ballet clássico.

Quem tem problemas no joelho precisa atentar-se quanto a forma de realização de alguns exercícios, para não machucar-se. No entanto, um acompanhamento mais atencioso da professora durante as aulas e de seu ortopedista resolve isso.

Nada mais atrapalhará o início dessa jornada divertida, saudável e incrível!

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Significa “festa” e surgiu no Caribe, nas ilhas de Guadalupee Martinica. No Brasil, a dança possui vários estilos e ganhou os brasileiros pela sua semelhança com a lambada. Trabalha habi-lidades como força, ritmo, agilidade, equilíbrio e flexibilidade. Além disso, manifesta a sensualidade, o que melhora a autoes-tima dos praticantes. Essa atividade pode ser feita por pessoas de qualquer idade.

Para queimar: 600 calorias por hora Para se divertir: Certeza - Nelson Freitas

É uma dança latina que mistura samba, salsa, merengue e mambo. Presente em mais de 150 países, ela é muito utilizada nas acade-mias na prática fitness, já que promove o condicionamento físico de modo geral. Entre os benefícios estão o fortalecimento da muscula-tura corporal, elevada queima calórica, melhora da postura e ajuda a prevenir lesões durante atividades corriqueiras.

Para queimar: 1000 calorias por horaPara se divertir: Mara - DJ Dale Play

+ Dicas de dança fitness

Associado à casas noturnas e ao strip-tease, o pole dance possui hoje outras vertentes: fitness, que trabalha determinados grupos muscu-lares para deixar o corpo em forma, e artístico, que o lado acrobáti-co e é incorporado em espetáculos de performance e circo. Essa dan-ça desperta a feminilidade e melhora a timidez. Além de tonificar bíceps, abdome, glúteos e a musculatura de região pélvica, aumenta o equilíbrio, resistência e até melhora a respiração.

Para queimar: 350 a 400 calorias por horaPara se divertir: Let´s Make It Baby - Bon Jovi

Por Bruna Rocha

Zouk

Zum

baPole Dance

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treet Style: moda prática e social

O Street Style surgiu como a manifestação es-pontânea, no início do século XX, de divulgar as mulheres que possuíam um estilo notá-

vel. A moda como representação da sociedade ex-pressa a forma de vida dos indivíduos, de maneira que evolui e se adequa às particularidades de cada realidade. Nos últimos anos,, com a difusão dos avanços tecnológicos, o acesso às tendências ficou

mais democrático, permitindo a inserção dos in-divíduos na construção da moda tirando o foco das passarelas para a aplicação destas no cotidiano.

O poder de ditar a moda, antes exclusivo dos estilistas de alta costura, foi ampliado principal-mente com o advento da tecnologia. A grande diversidade de conteúdo permite que as pessoas tenham mais acesso às diversas manifestações de

Street Style

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SPor Ana Flávia Castro e Carol Martins

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estilo e incluam suas particularidades nestas. A partir disso, a moda passou a ser mais colabo-rativa e democrática, independentemente de seu preço.

O Street Style é uma tendência que atualmente está em alta no universo da moda. Ele foca no indi-víduo, diferente da moda das passarelas que tem a função de revelar tendências, busca entender como as roupas são reflexo da personalidade de cada pessoa. É um fenômeno que modifica o sujeito de maior importância, ao invés das marcas controla-rem o que o ser humano veste, a forma que ele age e o que ele faz; na realidade, o street style marca o indivíduo como responsável e protagonista de sua

própria identidade e, desta maneira, como aquilo que se veste é, simplesmente, uma extensão daqui-lo que se é, e da imagem que se deseja transmitir.

Assim como um reflexo de personalidade, a moda é um reflexo da construção da sociedade na qual os indivíduos estão inseridos. Um importante aspecto na definição de Street Style é a aplicação do que é representado nas passarelas, tornando as tendências de moda mais acessíveis. Além disso, quando se fala em estilo de rua, é necessário lem-brar que ele está totalmente ligado a praticidade. Segundo uma matéria no site da revista Fashion Foward, a moda feminina acompanhou o avanço no papel social da mulher, que passou a preencher

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Fotografia por:

Carol MartinsBruna Rocha

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um espaço no mercado de trabalho, trazendo a necessidade de se utilizar saias mais curtas, por exemplo, aumentando a praticidade.

Isso também abriu caminho para outras inova-ções na moda, as primeiras calças utilizadas pela estilista Coco Chanel são um grande marco. Ela lançou a tendência e foi acompanhada por outras fashionistas, pós Primeira Guerra Mundial, como as atrizes Greta Garbo e Marlene Dietrich, consi-deradas ícones de moda da época.

Diante disso, percebe-se outro aspecto que o street style trouxe, mostrando que a moda não é só estética, mas também exerce função social. O fato de mulheres usarem calça, no início do século XX, uma época em que os valores se mostravam tradicionais e que a mulher era desvalorizada, demonstra que a sociedade estava em curso de mudança. Por isso, a moda pode ser identifica-da como um agente determinante para a luta de igualdade entre sexos e para o emponderamento feminino. As mulheres se apresentam como indi-víduos ativos e não mais passivos e dominados.

O Street Style propõe a união de todo um universo cultural, social e econômico. Não limi-ta o estilo à tendências impostas, mas traz uma facilidade para que cada um crie a expressão de seu eu, naquilo que está usando. O Street Style universaliza a possibilidade de criação da própria identidade, baseada em si mesmo e não em outros.

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PARISao alcance

Viagens

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Paris: sinônimo de luxo, glamour e riqueza. Uma cidade em que todo canto tem estilo e em toda esquina, uma história. E por falar em estilo, não é que as francesas capricham nos looks? Só de andar nas ruas percebi que elas adoram se pro-duzir no frio. Mas como se vestir bem em uma das cidades mais caras e requintadas do mundo? Como turista, resolvi aceitar o desafio de observar e recriar looks inspirados no estilo de vida parisiense sem gastar nada. Afinal, em via-gem que se economiza na mala, se abusa na criatividade.

Por Rachel Sabino

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Pelas ruas francesas, os looks all-black não têm erro. Eles são sem dúvida os mais práticos e dá para repetir sem neura: é só mudar os acessórios que já vira outro look! Como eu amo colete de pele falsa, quis compor um look monocromático que dá destaque apenas para a bota e para óculos. Misturar texturas também é válido quando se tem peças de uma cor só. O look fica diferen-ciado e à la Olivia Palermo!

les rues françaisesBoho Chic

Black Fur

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As cores escuras são as mais fáceis de trabalhar e compor, mas em vez de all-black optei pelo preto, vinho e marrom. Quando se tem peças muito parecidas em cor, é válido investir em peças-chave para tornar no look mais interes-sante. Na ocasião, o óculos e o chapéu se destacam e deixam o look mais personalizado.Dica: batons escuros ou com cores vibrantes sempre dei-xam o visual diferente. Se não gostar de usar muitos acessó-rios, invista na maquiagem!

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coma com estiloParis também é estilosa na comida. Confira as dicas de três restaurantes imperdíveis:

LE PAIN QUOTIDIEN: A famosa brasserie já tem sua franquia em São Paulo, mas fazer um brunch na original francesa é outra coisa. A Le Pain está em vários bairros de Paris e tem muitas opções de pães, sucos, café, doces, além de ofere-cer refeições sem glúten e sem leite. Decorada em madeira marfim e com os cardápios em quadro negro, a padaria é rústica e aconchegante. Mas se quiser ir lá, chegue cedo! A casa sempre está cheia. Preço médio: 20 euros por pessoa.

www.lepainquotidien.fr

CAFÉ KLEBER: Já imaginou tomar um café acompanhado de uma tar-te tatin onde grandes filósofos franceses costumavam comer? O Café Kleber é uma ótima opção para qualquer hora do dia. E mais: a refeição fica ainda mais apetitosa e, digamos, francesa, se feita na varanda do restaurante. Como quase todos os cafés parisienses, as cadeiras vi-radas para a rua compõem com as mesas redondas e pequenas: um costume de comer vendo a vida de Paris passar. Preço médio: 30 euros por pessoa.4 Place du Trocadéro et du 11 Novembre, 75116 +33 1 47 27 86 65www.cafekleber.fr

LE TRESOR: localizado no tradicionalíssimo bairro Marais, o restaurante é uma ótima pedida para quem aprecia um cardá-pio contemporâneo francês. Com pratos deliciosos e atendi-mento impecável, o local reflete aconchego e elegância. Não é uma pechincha, mas um prato dá tranquilamente para duas pessoas. E sem dúvida: o melhor magret de canard, o famo-so peito de pato, é de lá. Preço médio: 25 euros por pessoa.

9, Rue du Trésor, 75004+33 1 42 71 35 17

www.restaurantletresor.com

Café da manhã

Almoço

Jantar

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Há quem diga que blogueiras de moda não têm um trabalho de ver-dade. Há quem não se conforme

com o rio de dinheiro que ganham apenas fazendo vídeos, looks do dia e aparições públicas. Mas já parou para pensar como elas movimentam o mercado da moda?

A resposta é simples: elas entendem a relação entre o consumo e a era digi-tal. Até os anos 60, a moda era reserva-da a uma parcela mais rica da sociedade, à elite, e hoje ela já está ao alcance de todos. Isso aconteceu a partir do século XX, quando a moda se democratizou pe-los meios de comunicação – incluem-se jornais, revistas e televisão –, o que per-mitiu, assim, a ampliação do mercado e o aumento do consumo. A internet, ape-sar de ser algo bem mais recente – com sua expansão mundial aproximada em 1990 –, já se revela hoje como algo im-prescindível para muitas pessoas. Seu al-cance faz do século XXI a chamada era digital, ou “sociedade da informação”.Mas o que as blogueiras têm a ver com tudo isso? É como se elas tivessem uni-do o útil ao agradável. O necessário ao indispensável. O consumo às mídias. Se-gundo a Associação Brasileira de Indús-tria Têxtil (ABIT), o Brasil gera uma pro-dução de 6,4 bilhões de peças por ano. Além disso, o acesso à internet no país em 2008 foi avaliado em 43 milhões de internautas, sendo que, em 2007, o nú-mero estimado de blogs no mundo atin-

gia 170 milhões, destes 5,9 milhões bra-sileiros. Já que a maioria das pessoas têm acesso à internet, 80% dos internautas brasileiros acessam blogs e a demanda no mercado da moda é intensa, por que não trabalhar em cima disso? É exatamente o que as blogueiras mais reconhecidas no Brasil – e no mundo – estão fazendo. Como funciona

Por meio de vários posts semanais em suas páginas na internet, as bloguei-ras de moda estão, literalmente, ditan-do moda. O alcance das publicações faz com que suas leitoras queiram adquirir as peças que elas usam e experimentar produtos que indicam. A partir dessa relação mútua entre blogueiras e leito-ras – principalmente via comentários nos blogs e em outras mídias – empre-sas de renome no mercado da moda têm percebido a influência dessas mulhe-res na sociedade e têm feito disso uma estratégia de marketing. As blogueiras se tornaram de fato líderes de opinião e grandes empresas já reconhecem que, para manter uma comunicação eficaz com o seu público, elas precisam saber como os meios digitais e a interatividade podem ajudar a construir ou tornar a re-putação de uma marca ainda mais forte.

Não é à toa que várias lojas têm usa-do blogueiras como voz e imagem de suas campanhas publicitárias. Camila Coutinho, por exemplo, do blog Garotas

Estúpidas – um dos mais populares do Brasil –, assinou uma coleção de sapatos e bolsas para loja Corello, em 2012. Essa mesma loja, no ano anterior, apostou em outras cinco blogueiras para sua campa-nha de Inverno, incluindo a própria Ca-mila. O resultado não poderia ter sido diferente: as leitoras e fãs foram atrás dos produtos exclusivos, a marca vendeu mais do que o esperado e ainda ganhou reconhecimento. Lelê Saddi, empresária e blogueira, disse: “É o momento dos blo-gs. As marcas estão percebendo o poder das blogueiras. Temos o poder de vender as coisas. É impressionante: a gente co-loca no blog, vende; fala, vende; o que a gente usa, vende”, em entrevista ao programa GNT Fashion, do canal GNT.

E o salário?Ser blogueiro pode ser sim uma pro-

fissão. Mesmo que baseada em imagem pública e vaidade, é uma carreira que demanda tempo, paciência, atualização e, pasmem: muito espaço na conta ban-cária. Já teve curiosidade de saber qual o salário de uma blogueira de moda? Para se ter um ideia, as blogueiras do Sul e do Sudeste – que costumam ter mais segui-dores em suas mídias sociais – chegam a cobrar R$ 5 mil por um post no Facebook, R$ 4 mil por postagens no Instagram e R$ 6 mil por vídeos personalizados no YouTube, fora campanhas publicitárias

Por Rachel SabinoBLOGS DE MODA:

empreendedorismo do século XXI

Atualidades

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e anúncios na página inicial de seus blogs. De acordo com o portal FFW Fashion Forward, fontes indicam que blogueiras como Camila Coelho podem cobrar até R$ 40 mil por presença em desfiles, em eventos como o São Paulo Fashion Week. No final do evento, Ca-mila chega a faturar R$ 320 mil. Hele-na Bordon, blogueira e filha de Donata Meirelles, Diretora de Estilo da Vogue, ganha por volta de R$ 15 mil por apari-ção. Os valores não são oficiais, mas de acordo com a pesquisa do portal podem ser uma estimativa de quanto elas ga-nham em apenas uma semana de moda.

Sendo oficiais ou não, o fato é que essa profissão do século XXI é pra lá de promissora. E desejada, tal-vez. Porque, convenhamos, se nada der certo: viremos todos blogueiros.

as blogueiras mais influentes no Brasil

Camila Coelho3,5 milhões de seguidoreswww.camilacoelho.com

Camila Coutinho1,6 milhão de seguidores

www.garotasestupidas.com

Lala Rudge1,2 milhão de seguidores

www.lalarudge.com.br

Thássia Naves1,9 milhão de seguidoreswww.blogdathassia.com.br

6 passos para virar

blogueira1. Escolha um nicho Não são só os blogs de moda que dão resultado. Escolha uma área de atuação que você se identifica e invista em conteú-do, em dedicação, em tempo.

2. Decida se quer viver do blogQuer ter o blog como uma pro-fissão ou só como um hobby? O tanto de investimento que você dará a ele dirá os resultados que você vai ter. Se quiser ter um blog profissional, invista em um bom layout, em interação com os lei-tores, fácil acesso aos links den-tro do site, conteúdo atualizado e marketing – anúncios podem ser uma porta aberta para come-çar a ganhar dinheiro na internet.

3. Compre um domínioAlém de dar um toque mais pro-fissional ao blog, será bem vis-to por quem atua na mesma área e até pelos próprios leito-res. Sem dúvidas, um domínio próprio dá credibilidade ao site!

4. Faça contatosConhecer pessoas é um gran-de passo para obter suces-so no blog. Relacione-se com pessoas do mesmo nicho que você e compartilhe experiên- cias. Novos contatos podem virar futuras parcerias – pense nisso!

5. Crie outras mídias O blog tem grande chance de cres-cer por si só, mas outras mídias sociais podem ajudar também. Um perfil no Instagram e uma página no Facebook são ótimas opções de divulgação. Invista em fotos de qualidade e posts bem escritos. A linguagem visual aqui é fundamental – vá com tudo!

6. Seja você mesma Seu site deve refletir sua perso-nalidade. Quanto mais autêntica e verdadeira você for, mais suces-so você vai ter. Invista em assun-tos atuais que atraiam leitores e dê um toque de personalida-de. Seja você mesma – sempre!

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Literatura

“Hoje meu dia não está bom, e ainda não me maquiei” ela disse. E o que se percebe, mais do que o cansaço em sua voz, é a esperança de que depois de um pouco de cor as coisas melhorem. Seu efeito é subjetivo, mas não há como negar: um batom muda tudo.

Não serve só para dar cor, tão pouco é só vaidade. Para cada uma representa algo, uma luta, um suspiro, um grito. Do carmim mais es-curo ao nude mais delicado. É o grito silencioso numa sociedade surda. Ela usa por si e para si, para fazer parte de uma luta por nós e para nós.

Quebramos estereótipos quando buscamos uma tal equidade tan-tas vezes confundida por igualdade. Ao nos juntar nos fortalecemos, provando que de sexo fraco não temos nada. Mais do que liberdade, igualdade e fraternidade, só lembrados em tempos de tragédia, quere-mos também diversidade, e que o motivo dessa luta não seja esquecido mas sim memorizado.

Não é uma fachada que impomos, é um escudo que vestimos. É charme de Ana, o sopro de vida no rosto de Clara. É o bem-me-quer e o quero-me-bem de Maria, a confiança de Ângela, a fagulha do fogo feminista de Helena. E não há simplicidade ou incerteza que se identi-fique no batom borrado de Clarice.

Gritos de corPor Emilly Behnke

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