Margarida Carvalho de Barros - Repositório Abertoé responsável por cerca de 90% destas neoplasias...

43
2015/2016 Margarida Carvalho de Barros Tabaco e a patologia neoplásica pulmonar março, 2016

Transcript of Margarida Carvalho de Barros - Repositório Abertoé responsável por cerca de 90% destas neoplasias...

Page 1: Margarida Carvalho de Barros - Repositório Abertoé responsável por cerca de 90% destas neoplasias e a cessação tabágica é a estratégia preventiva mais eficaz. Os fumadores

2015/2016

Margarida Carvalho de Barros

Tabaco e a patologia neoplásica pulmonar

março, 2016

Page 2: Margarida Carvalho de Barros - Repositório Abertoé responsável por cerca de 90% destas neoplasias e a cessação tabágica é a estratégia preventiva mais eficaz. Os fumadores

Mestrado Integrado em Medicina

Área: Pneumologia

Tipologia: Monografia

Trabalho efetuado sob a Orientação de:

Doutor Henrique José Correia Queiroga

Trabalho organizado de acordo com as normas da revista:

Arquivos de Medicina

Margarida Carvalho de Barros

Tabaco e a patologia neoplásica pulmonar

março, 2016

Page 3: Margarida Carvalho de Barros - Repositório Abertoé responsável por cerca de 90% destas neoplasias e a cessação tabágica é a estratégia preventiva mais eficaz. Os fumadores

Projeto de Opção do 6º ano - DECLARAÇÃO DE INTEGRIDADE

Eu, Margarida Carvalho de Barros, abaixo assinado, nº mecanográfico 201001325, estudante do 6º

ano do Ciclo de Estudos Integrado em Medicina, na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto,

declaro ter atuado com absoluta integridade na elaboração deste projeto de opção.

Neste sentido, confirmo que NÃO incorri em plágio (ato pelo qual um indivíduo, mesmo por omissão,

assume a autoria de um determinado trabalho intelectual, ou partes dele). Mais declaro que todas as

frases que retirei de trabalhos anteriores pertencentes a outros autores, foram referenciadas, ou

redigidas com novas palavras, tendo colocado, neste caso, a citação da fonte bibliográfica.

Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, ___/___/______

Assinatura conforme cartão de identificação:

________________________________________________

Page 4: Margarida Carvalho de Barros - Repositório Abertoé responsável por cerca de 90% destas neoplasias e a cessação tabágica é a estratégia preventiva mais eficaz. Os fumadores

Projecto de Opção do 6º ano – DECLARAÇÃO DE REPRODUÇÃO

NOME

Margarida Carvalho de Barros

NÚMERO DE ESTUDANTE DATA DE CONCLUSÃO

201001325

DESIGNAÇÃO DA ÁREA DO PROJECTO

Pneumologia

TÍTULO DISSERTAÇÃO/MONOGRAFIA (riscar o que não interessa)

Tabaco e a patologia neoplásica pulmonar

ORIENTADOR

Doutor Henrique José Correia Queiroga

COORIENTADOR (se aplicável)

Não aplicável

ASSINALE APENAS UMA DAS OPÇÕES:

É AUTORIZADA A REPRODUÇÃO INTEGRAL DESTE TRABALHO APENAS PARA EFEITOS DE INVESTIGAÇÃO,

MEDIANTE DECLARAÇÃO ESCRITA DO INTERESSADO, QUE A TAL SE COMPROMETE.

É AUTORIZADA A REPRODUÇÃO PARCIAL DESTE TRABALHO (INDICAR, CASO TAL SEJA NECESSÁRIO, Nº

MÁXIMO DE PÁGINAS, ILUSTRAÇÕES, GRÁFICOS, ETC.) APENAS PARA EFEITOS DE INVESTIGAÇÃO, MEDIANTE

DECLARAÇÃO ESCRITA DO INTERESSADO, QUE A TAL SE COMPROMETE.

DE ACORDO COM A LEGISLAÇÃO EM VIGOR, (INDICAR, CASO TAL SEJA NECESSÁRIO, Nº MÁXIMO DE PÁGINAS,

ILUSTRAÇÕES, GRÁFICOS, ETC.) NÃO É PERMITIDA A REPRODUÇÃO DE QUALQUER PARTE DESTE TRABALHO.

Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, ___/___/______

Assinatura conforme cartão de identificação: ______________________________________________

Page 5: Margarida Carvalho de Barros - Repositório Abertoé responsável por cerca de 90% destas neoplasias e a cessação tabágica é a estratégia preventiva mais eficaz. Os fumadores

1

Tabaco e a patologia neoplásica pulmonar

Tobacco and the neoplasms of the Lung

Margarida Barros1, Henrique Queiroga2,3

1Aluna do sexto ano da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Porto, Portugal

2Assistente Hospitalar Sénior de Pneumologia, Hospital São João, Porto, Portugal

3Professor Auxiliar do Departamento de Medicina, Faculdade de Medicina da Universidade

do Porto, Porto, Portugal

Contagem de palavras:

Resumo – 177 palavras; Abstract – 151 palavras; Texto principal – 4791 palavras

Correspondência para:

Margarida Carvalho de Barros

Faculdade de Medicina da Universidade do Porto

Alameda Prof. Hernâni Monteiro 4200 – 319 Porto, Portugal

Telemóvel: +351916266152

Correio eletrónico: [email protected]

Page 6: Margarida Carvalho de Barros - Repositório Abertoé responsável por cerca de 90% destas neoplasias e a cessação tabágica é a estratégia preventiva mais eficaz. Os fumadores

2

Resumo

O cancro do pulmão é globalmente a principal causa de morte por neoplasia, sendo o

cancro que mais afeta o sexo masculino em Portugal. Além disso, constitui a neoplasia onde

é possível evitar um maior número de mortes prematuras: o tabaco, um fator de risco major,

é responsável por cerca de 90% destas neoplasias e a cessação tabágica é a estratégia

preventiva mais eficaz. Os fumadores têm cerca de 12 a 15 vezes mais risco de desenvolver

cancro do pulmão.

Este trabalho pretende rever a evolução de conhecimento quanto à relação entre o

tabaco e o cancro do pulmão, os carcinogéneos nele contidos, as alterações genéticas por

eles provocadas, os tipos histológicos mais comuns de neoplasia pulmonar e a importância

da cessação tabágica.

Uma vez que o consumo do tabaco continua muito prevalente em ambos os sexos e

que este é reconhecido como o principal fator de risco para desenvolvimento de cancro do

pulmão, é crucial continuar a realçar os seus inúmeros malefícios e a desenvolver estratégias

mais eficazes para a prevenção e cessação do seu consumo.

Palavras-chave: Tabaco • cancro do pulmão • carcinogéneos do tabaco e mutações •

histologia • cessação tabágica.

Page 7: Margarida Carvalho de Barros - Repositório Abertoé responsável por cerca de 90% destas neoplasias e a cessação tabágica é a estratégia preventiva mais eficaz. Os fumadores

3

Abstract

Lung cancer is the main oncological cause of death worldwide, being the most common

cancer among men in Portugal. In addition, it stands as the neoplasia where more premature

deaths are preventable: tobacco, a major risk factor, is responsible for approximately 90% of

these cancers and smoking cessation is the most effective preventive strategy. Smokers have

12 to 15 times more risk of developing lung cancer, compared to non-smokers.

This report aims at reviewing the evolution of knowledge regarding the relationship

between tobacco and lung cancer, its carcinogens and the genetic alterations they can cause,

the main histologic types of lung cancer and the relevance of smoking cessation.

As smoking remains a very prevalent addiction and since it is now established as the

main risk factor underpinning lung cancer development, it is crucial to continue to underline its

numerous harmful effects and to improve strategies to prevent and end tobacco consumption.

Keywords: Tobacco • lung cancer • tobacco carcinogens and DNA adduts • histology •

tobacco cessation.

Page 8: Margarida Carvalho de Barros - Repositório Abertoé responsável por cerca de 90% destas neoplasias e a cessação tabágica é a estratégia preventiva mais eficaz. Os fumadores

4

Introdução

O tabaco começou a ser usado há mais de 10.000 anos para fins medicinais e

religiosos sendo fumado há pelo menos 2000 anos(1). Em Portugal existem cerca de 22,1%

de fumadores (30.1% do sexo masculino e 14,8% do sexo feminino)(2).

O tabaco é responsável por cerca de 90% dos cancros do pulmão(3–6), sendo de

referir que os indivíduos fumadores têm um risco de desenvolver cancro pulmonar de 12 a 15

vezes superior aos não fumadores(6,7). Este risco acrescido diminui nos indivíduos que

deixam de fumar, mas mantém-se superior ao dos indivíduos que nunca fumaram(8). Para

além disso, é considerado a causa mais evitável de cancro pulmonar, sendo responsável por

cerca de 12% das mortes oncológicas, nos indivíduos com idade superior a 30 anos, em todo

o mundo(4,7,9,10).

O fumo do cigarro, ao ser uma combinação de substância aditiva (nicotina) e

carcinogéneos que lesam os tecidos suscetíveis, destaca-se de outros produtos tóxicos,

tornando-se, deste modo, uma causa isolada e muito importante de morte por cancro(4,11).

Se não existissem outras causas associadas, o tabaco seria responsável por cerca de 24%

das mortes nos fumadores do sexo masculino e cerca de 11% das mortes nos fumadores do

sexo feminino(4).

Em relação às mortes oncológicas atribuídas ao cancro do pulmão estima-se que

correspondam a 19,3% nos homens e 8,0% nas mulheres em Portugal(2). Considerando

ambos os sexos, Portugal apresenta uma incidência de cancro do pulmão de 20,2% e 15,7%

de mortalidade associada(12). Contudo, Portugal não faz parte dos vinte países europeus

com maior incidência e mortalidade por cancro do pulmão, sendo a Hungria o país com maior

taxa de incidência (51,6%) e de mortalidade (66,6%), considerando ambos os sexos(12).

Foi por volta de 1948/1950 que começou a haver uma preocupação em tentar perceber

o porquê do aumento da prevalência do cancro do pulmão, tendo sido colocadas duas

hipóteses: 1) poluição ambiental; 2) influência do tabaco; - tendo-se chegado à conclusão que

o tabagismo era o fator de risco mais responsável(13). De mencionar que foi durante a

Page 9: Margarida Carvalho de Barros - Repositório Abertoé responsável por cerca de 90% destas neoplasias e a cessação tabágica é a estratégia preventiva mais eficaz. Os fumadores

5

primeira metade do século XX que se observou uma subida do consumo de tabaco,

principalmente sob a forma de cigarros, que se acompanhou de aumento das mortes por

cancro pulmonar, sendo que o pico máximo de consumo de cigarros nos USA (United States

of America) se deu por volta do ano 1964(14). A partir dessa altura a prevalência de fumadores

começou a diminuir, fenómeno que coincidiu com a época em que vários estudos

demonstraram o papel do tabaco como fator de risco causal para o desenvolvimento de

carcinoma do pulmão(8,14).

Atualmente cerca de 70 carcinogéneos foram identificados no fumo do tabaco, de

destacar compostos como os PAH (polycyclic aromatic hydrocarbons), nomeadamente o BaP

(PAH benzo[a]pyrene), nitrosaminas específicas do tabaco, como a NNK (4-

(methylnitrosamino)-1-(3-pyridyl)-1-butanone) e a NNN (N´­nitrosonornicotine) como sendo os

compostos com maior potencial carcinogéneo(9,15–17). A acumulação destes componentes,

resultante da exposição crónica ao fumo do tabaco, leva à ocorrência de dano no ADN (ácido

desoxirribonucleico), conduzindo a uma errada codificação dos genes envolvidos na

regulação do crescimento celular e, eventualmente, ao desenvolvimento de neoplasia(18–20).

De destacar a ocorrência de mutações nas regiões codificadoras do gene supressor tumoral

P53 e RB1 (retinoblastoma 1), do oncogene KRAS (Kirsten rat sarcoma viral oncogene

homolog) e do EGFR (epidermal growth factor receptor) e a ocorrência de polimorfismos

genéticos nas enzimas do citocromo P450, como estando associadas ao cancro

pulmonar(5,8,17,21).

Atualmente o tipo histológico mais comummente encontrado em fumadores, assim

como em não fumadores, é o adenocarcinoma(3,7,8).

A Organização Mundial de Saúde estima que em 2030 o tabaco poderá ainda ser

responsável por cerca de 8 milhões de morte por ano em todo o mundo, sendo que a grande

maioria ocorrerá nos países em desenvolvimento(22).

É conhecido o erro histórico do início do consumo do tabaco pela humanidade, oxalá

possamos ver algum dia o seu fim definitivo, é por isso, primordial continuar a visar políticas

eficazes que possam levar à eliminação tabágica(14).

Page 10: Margarida Carvalho de Barros - Repositório Abertoé responsável por cerca de 90% destas neoplasias e a cessação tabágica é a estratégia preventiva mais eficaz. Os fumadores

6

Métodos

Foi efetuada em agosto de 2015 uma pesquisa de artigos na base de dados da

Pubmed utilizando os termos: “(tobacco OR smoking) AND (lung cancer)” tendo sido obtidos

19310 artigos, ordenados por relevância. Procedeu-se à leitura dos abstracts dos quarenta

artigos mais relevantes. Através do background recolhido desenvolveram-se várias query’s

adequadas para os temas a abordar: “(tobacco OR smoking) AND (lung cancer) AND (history

OR evolution OR changing)”; “(tobacco OR smoking) AND (lung cancer) AND (carcinogens

OR smoke carcinogens OR tobacco carcinogens OR smoke tobacco carcinogens)”; “(tobacco

OR smoking) AND (lung cancer) AND (DNA adducts OR DNA OR mutations)”; “(tobacco OR

smoking) AND (lung cancer) AND (squamous cell carcinoma OR small cells carcinoma OR

adenocarcinoma)”; “(tobacco OR smoking) AND (lung cancer) AND (tobacco cessation)”.

Foram selecionados vinte artigos de cada query sendo excluídos os artigos que não

estivessem redigidos em língua portuguesa ou inglesa e não se mostrassem pertinentes para

o trabalho.

Foi também realizada uma revisão das referências bibliográficas dos artigos

selecionados, com inclusão dos artigos mais relevantes.

Page 11: Margarida Carvalho de Barros - Repositório Abertoé responsável por cerca de 90% destas neoplasias e a cessação tabágica é a estratégia preventiva mais eficaz. Os fumadores

7

Evolução do conhecimento: tabaco como fator de risco causal do cancro do pulmão

O tabaco foi introduzido na Europa, no final do século XV, pelos exploradores

espanhóis que regressavam da América. O seu uso foi de tal modo generalizado que, no final

do século XIX, a grande maioria dos homens europeus eram fumadores(23). Inicialmente, o

consumo era feito sob a forma de cachimbo e charuto, mas com o aumento do marketing e

da publicidade, rapidamente os cigarros se tornaram a forma predominante. Em 1930

verificou-se um aumento do consumo de cigarros na mulher, aumento esse coincidente com

os movimentos de emancipação social deste género(23).

A partir da década de 50 no século XX aumentou o interesse científico em descobrir

qual o papel do tabaco no cancro do pulmão, uma vez que se tornou evidente uma possível

relação entre a globalização do tabaco, nomeadamente sobre a forma de cigarros, e o

aumento da prevalência deste tipo de cancro(13,24).

Inicialmente, colocaram-se como hipóteses causais a influência do tabaco ou da

poluição ambiental(13). O envolvimento ocupacional também poderia estar implicado mas,

como apenas está presente num limitado grupo de pessoas, não se torna uma causalidade

dominante, isto é, a exposição ocupacional não é equiparável em ambos os sexos nem em

toda a população(13). No que diz respeito à poluição ambiental, é notório um aumento da

mortalidade por esta neoplasia nas zonas mais urbanas, nomeadamente pelos carcinogéneos

presentes no fumo do carvão e do escape dos veículos. Contudo, a influência deste fator é

difícil de investigar, não se tendo conseguido explicar o aumento da mortalidade nos grupos

especialmente expostos nem, por outro lado, os casos de carcinoma em zonas menos

poluídas(13). Em conclusão, admite-se que a poluição ambiental tem algum impacto no

desenvolvimento da doença pulmonar neoplásica embora contribuindo de forma

menor(7,13,23). Em relação ao tabaco, foram desenvolvidos inquéritos com o objetivo de

comparar a história e os hábitos tabágicos em indivíduos com cancro do pulmão e em

indivíduos saudáveis. Foram ainda realizados sete estudos com menor número de casos e

Page 12: Margarida Carvalho de Barros - Repositório Abertoé responsável por cerca de 90% destas neoplasias e a cessação tabágica é a estratégia preventiva mais eficaz. Os fumadores

8

controlos anteriormente a 1950 (o primeiro realizado por Müller em 1939 com 86 caso e 86

controlos), tendo os resultados sugerido a existência de uma relação causal(13,24).

Vários foram os estudos realizados com o objetivo de comprovar que o aumento do

cancro do pulmão não era meramente circunstancial (por exemplo pela evolução e difusão

dos meios de diagnóstico), mas sim real e provocado pelo tabaco, tendo sido de primordial

importância para esta temática os estudos epidemiológicos realizados em 1950 por Doll e Hill

em Inglaterra e por Wynder e Graham nos USA, que demonstraram a existência dessa

relação(24–26). Doll e Hill selecionaram casos de doentes com neoplasia pulmonar e

controlos sem essa patologia e desenharam o estudo cuidadosamente considerando vários

possíveis confundidores como a idade, o sexo, residência em zonas rurais ou urbanas, história

ocupacional, classe social, exposição à poluição ambiental e outros possíveis víeis como o do

entrevistador, diagnóstico e história detalhada dos hábitos tabágicos com tempo de início,

dose, tipo de inalação e utilização de cigarros, cachimbo ou charuto(24). Estes estudos

demonstraram que estávamos perante um fator de risco causal e letal – o tabaco(24,26).

Todavia, este novo conhecimento não foi prontamente aceite por todos os estudiosos,

sendo de mencionar nomes como Berkson e Fisher, que foram importantes para a

controvérsia gerada em torno dos resultados(24). Uma das críticas, desde logo colocada

referia-se ao facto do estudo ser um caso-controlo, pois torna-se difícil a obtenção dos

controlos ideais. Para além disso, questionava-se que na recolha da história tabágica pudesse

existir alguma influência por parte do investigador(24).

Para confirmarem os seus resultados e responderem às críticas levantadas, Doll e Hill

desenvolveram em 1954 um estudo de cohort. Foram estudados indivíduos fumadores e não

fumadores para se avaliar prospectivamente qual o grupo que iria desenvolver cancro do

pulmão. Tendo sido extrapolados os seguintes resultados: 1) associação entre fumar e

desenvolvimento de cancro do pulmão, mais forte com cigarros do que cachimbos ou

charutos; 2) associação mais forte com o aumento da dose sendo que esta variação tem

importância na determinação no tipo histológico; 3) ex-fumadores têm taxas de mortalidade

inferiores às dos fumadores ativos(13,24). Também Hammond e Horn realizaram um estudo

Page 13: Margarida Carvalho de Barros - Repositório Abertoé responsável por cerca de 90% destas neoplasias e a cessação tabágica é a estratégia preventiva mais eficaz. Os fumadores

9

de cohort cujos resultados coincidiram com os supracitados. É de referir, que ambas as

investigações contribuíram para a associação entre o consumo de tabaco e o risco de doença

coronária, adicionando ao estudo de Framingham, realizado em 1950, que tinha demonstrado

uma associação entre fumar e o aumento do risco cardiovascular, aterosclerótico, de angina

e outras doenças cardíacas fatais(24).

Concluindo, o resultado de todas estas investigações, levou à inclusão do tabaco na

lista de fatores de risco a controlar, nomeadamente na prevenção oncológica(24).

A indústria tabaqueira, para tentar contornar os efeitos que os estudos sobre o tabaco

estavam a ter na população, tomou várias medidas visando contrariar e negar a todo o custo

as evidências da letalidade do tabaco de modo a puder continuar a publicitar os seus

produtos(26). Uma das primeiras medidas implementadas foi a introdução dos cigarros light

com filtro que tentava iludir o público com a ideia de um cigarro limpo(7,14,25,27). Para além

disso, as companhias investiram avultados recursos económicos em investigações sobre o

tabaco para tentar contrariar os resultados dos estudos ou, pelo menos, manter o assunto em

discussão e continuar a gerar controvérsia(27). Promoveram ainda campanhas contra

associações anti tabaco, aceitaram algumas das imposições da comissão federal do comércio

(como a colocação nos rótulos dos maços de cigarro das quantidades de nicotina e alcatrão)

e promoveram publicidade a aliciar o consumo como meio de atingir uma vida social, física e

emocional mais completa e bem sucedida(27). Algumas das ações mais reprováveis

praticadas pela indústria englobaram atitudes desonestas de fraude e manipulação de

jornalistas, investigadores e políticos, acrescentado ao facto de já ser conhecedora dos

malefícios do tabaco(25,26).

O pico de prevalência de fumadores nos USA ocorreu em 1964, tendo-se verificado

posteriormente uma mudança nas atitudes e na opinião pública relativamente ao uso do

tabaco o que originou o declínio da taxa de fumadores do sexo masculino, coincidindo com a

publicação do 1964 Surgeon General’s Report sobre tabaco e saúde, tendo em conta a

promoção e prevenção da saúde pública(14,15,25). Este relatório foi um marco fundamental

na aceitação dos efeitos negativos provocados pelo tabaco pela generalidade da

Page 14: Margarida Carvalho de Barros - Repositório Abertoé responsável por cerca de 90% destas neoplasias e a cessação tabágica é a estratégia preventiva mais eficaz. Os fumadores

10

população(1). No entanto, atualmente, apesar do declínio e estabilização do número de

fumadores masculinos, em alguns países desenvolvidos está a verificar-se um número

crescente de fumadores no sexo feminino(23,28). Nos países em desenvolvimento, pelo

contrário, o consumo de tabaco continua a aumentar em ambos os sexos(7,10).

Carcinogéneos presentes no tabaco: mutações e outras alterações

Alguns estudos sugerem que as alterações provocadas pelo fumo do tabaco nas

células do epitélio respiratório (brônquios, bronquíolos e alvéolos) podem ser responsáveis

por todos os tipos de neoplasias pulmonares: carcinoma de pequenas células (CPPC),

carcinoma epidermóide, adenocarcinoma e carcinoma de grandes células(4,8,29,30). Estima-

se que por cada 15 cigarros fumados possa ocorrer uma mutação genética(8).

Quando um indivíduo está exposto ao fumo do tabaco ocorrem alterações nas células

causadas pelos carcinogéneos, nomeadamente através da ligação covalente a regiões

nucleófílicas do ADN de metabolitos ativados, que facilitam a transformação de um epitélio

brônquico num epitélio com características de malignidade(8,15,19). Contudo, apenas cerca

de 10% a 20% dos fumadores vão desenvolver cancro pulmonar durante a vida. O que sugere

que outros fatores, independentes dos hábitos tabágicos, estão envolvidos na alteração do

metabolismo carcinogéneo, tais como polimorfismos genéticos, idade, história prévia de

neoplasia, história familiar de cancro pulmonar e exposição ocupacional (como a inalação de

asbestos), que podem justificar o aparecimento de neoplasia também em não

fumadores(6,8,20,30,31). Isto significa que os indivíduos que apresentam uma história

idêntica de consumo de tabaco têm riscos diferentes de desenvolver cancro pulmonar de

acordo com o background genético e ambiental que cada um apresenta(5,20). Os

polimorfismos genéticos são, normalmente, variações de um único nucleotídeo - SNPs (single

nucleotide polymorphisms) - que podem originar proteínas com função diminuída, alteração

no processamento pós-transcricional ou alterações dos seus níveis de expressão. Todavia,

Page 15: Margarida Carvalho de Barros - Repositório Abertoé responsável por cerca de 90% destas neoplasias e a cessação tabágica é a estratégia preventiva mais eficaz. Os fumadores

11

apesar de surgirem numa frequência de cerca de 1% na população geral, estes polimorfismos

costumam ter uma penetrância baixa e serem silenciosos na ausência de exposição(5).

Em 1948/50 foram descritos cerca de 100 componentes no fumo do tabaco sendo que

cinco seriam responsáveis pelo desenvolvimento de cancro em animais de laboratório. No

entanto, na atualidade, já foram identificados pela agência internacional de investigação do

cancro (IARC) 70 carcinogéneos, entre as cerca de 8000 substâncias presentes no

tabaco(13,15,32). Para além dos carcinogéneos, um grande número de componentes

citotóxicos (como a acroleína) existem no tabaco(4,16). Na manufatura do tabaco são

utilizados aditivos, como por exemplo o mentol, que foi usado como meio publicitário, aliciando

um maior consumo nos jovens ao criar um sabor mais agradável(16). De referir que alguns

aditivos usados no tabaco, têm por si só potencial tóxico, que ao sofrerem combustão, podem

surgir substâncias mutagénicas e carcinogéneas(16).

De destacar os seguintes carcinogéneos e substâncias tóxicas (Tabela 1): PAH,

aminas aromáticas, nitrosaminas específicas do tabaco, hidrocarbonetos voláteis e outras

variedades de componentes orgânicos e inorgânicos(9,11,15–17,30,32,33). Em relação às

nitrosaminas, há que salientar a NNK e a NNN como sendo os carcinogéneos mais potentes

e abundantes no fumo do tabaco(5,9,17,30). Estes componentes vão interagir com

macromoléculas celulares causando alterações proteicas, peroxidação lipídica e modificações

no ADN, levando a alterações severas da função celular, nomeadamente, no que diz respeito

ao controlo do crescimento celular(16).

O NNK é um composto apenas encontrado nos produtos com tabaco, capaz de induzir

cancro do pulmão, independentemente da via de administração(4,30). Por sua vez, o NNN é

produzido durante a cura, envelhecimento e queima do tabaco(4). Ambos são considerados

pela IARC como carcinogéneos humanos e ocorrem virtualmente em todos os produtos

comerciais com tabaco. Contudo, a concentração destas substâncias varia muito nos

diferentes cigarros existentes no mercado, pois depende da forma como o tabaco é produzido,

cultivado, manufaturado e curado(4). O grupo dos PAH consiste num conjunto de químicos

que existem comummente no ambiente e também no fumo do cigarro, sendo de referir que o

Page 16: Margarida Carvalho de Barros - Repositório Abertoé responsável por cerca de 90% destas neoplasias e a cessação tabágica é a estratégia preventiva mais eficaz. Os fumadores

12

BaP foi o primeiro carcinogéneo a ser detetado(4,30). Por sua vez, os compostos orgânicos

voláteis estão presentes no fumo do tabaco em quantidades muito superiores (100 a 1000

vezes) comparativamente ao NNK e PAH, sendo que o benzeno, o 1,3-butadieno e o óxido

de etileno foram considerados pela IARC como carcinogéneos humanos(4).

O mecanismo de ação principal destes metabolitos, ativados muitas das vezes pela

enzima do citocromo P450, consiste na ativação e adição de adutos ao ADN, levando a uma

errada codificação de genes envolvidos no crescimento celular que, se não forem

prontamente corrigidos pelos mecanismos de reparação do ADN, criam mutações

permanentes que podem levar a uma proliferação não controlada e, em última instância, ao

desenvolvimento de cancro pulmonar(15,17–19,21,30). A formação de adutos de ADN, ocorre

geralmente nas bases adenina e guanina. Levam ao desenvolvimento de mutações nos genes

supressores tumorais (mais comummente P53) e também nos oncogenes (como por exemplo

o KRAS e o EGFR)(9,21). Aproximadamente 40 a 60% dos cancro do pulmão não-pequenas

células (CPNPC) apresentam mutações no gene P53, estando intimamente relacionado com

a exposição ao tabaco, de tal modo que o espectro e tipo desta mutação varia com os hábitos

tabágicos do indivíduo, ou seja, a frequência de transição Guanina → Adenina é maior nos

não fumadores e a transversão Guanina → Timina é mais frequente nos fumadores

pesados(21,34).

Como é evidente, a existência de polimorfismos genéticos nas enzimas do citocromo

P450, envolvidas na ativação (CYP1A1, CYP3A4) e detoxificação (GSTs - glutathione-S-

transferases e NATs - N-acetil-transferases) dos carcinogéneos também estão implicados na

suscetibilidade ao cancro(5,9).

Existem certos compostos que têm a capacidade de se ligar diretamente a recetores

celulares sem que seja necessário uma ativação dos seus metabolitos, como é o caso das

nitrosaminas específicas do tabaco e da nicotina, que levam ao aumento da proliferação

celular, à diminuição da apoptose, ao aumento da angiogénese e à migração e invasão de

células tumorais(9,18,21,30). A nicotina, substância pela qual o tabaco é considerado um

produto aditivo, não é um carcinogéneo(4,9,21,30). Contudo, a ativação da subunidade α7 do

Page 17: Margarida Carvalho de Barros - Repositório Abertoé responsável por cerca de 90% destas neoplasias e a cessação tabágica é a estratégia preventiva mais eficaz. Os fumadores

13

recetor colinérgico nicotínico, pelas nitrosaminas e NNN, leva a uma sobrexpressão de

proteínas envolvidas na diminuição da apoptose e no aumento de mecanismos pró

angiogénicos(5,9,35). Para além disso, o fumo do cigarro pode ainda contribuir para a

inflamação, para o dano oxidativo e para a metilação de genes promotores que, por sua vez,

podem levar à inativação de genes supressores tumorais e amplificar os mecanismos

envolvidos na génese tumoral(15,19,21,36).

É de referir que para determinar a toxicidade e o local de ação dos componentes do

fumo do tabaco, é preciso ter em conta, a sua distribuição entre a fase de partículas e a fase

gasosa, o padrão de deposição e a capacidade de remoção desses produtos(16). Por

exemplo, a fase de partículas contém mais de 80% dos constituintes do fumo do tabaco sendo

os PAH praticamente exclusivos desta fase. O monóxido de carbono, por sua vez, é o gás

mais prevalente na fase gasosa(16).

Concluindo, é percetível a importância de um eficaz mecanismo de reparação do ADN

para evitar a ocorrência de mutações permanentes, visto que no tabaco (fumado ou não)

existem inúmeros tóxicos, carcinogéneos, co-carcinogéneos e promotores tumorais, que

podem estar envolvidos na errada codificação do ADN. Acresce, ainda, o facto da nicotina,

ser o motor para a contínua exposição a estas substâncias(21,30).

Tipos histológicos

Tanto em fumadores ativos como em ex-fumadores e até em não fumadores pode

ocorrer o desenvolvimento de qualquer tipo histológico de cancro pulmonar(8). Normalmente

subdivide-se os tipos histológicos em dois grandes grupos CPPC e CPNPC. Este último

engloba o adenocarcinoma, o carcinoma epidermóide e o carcinoma de grandes células(8).

A distinção entre estes dois grandes grupos é de extrema relevância clínica, uma vez

que apresentam prognóstico e tratamento diferentes. Um exemplo disso é a terapia alvo

específica para as mutações do EGFR e para a translocação do ALK (anaplastic lymphoma

kinase) nos pacientes com determinados subtipos de CPNPC(8,18,28,37,38). As mutações

Page 18: Margarida Carvalho de Barros - Repositório Abertoé responsável por cerca de 90% destas neoplasias e a cessação tabágica é a estratégia preventiva mais eficaz. Os fumadores

14

no gene EGFR são observadas preferencialmente num subgrupo de doentes com CPNPC,

nomeadamente: sexo feminino, etnia asiática, não fumadores (<100 cigarros em toda a vida)

ou ex-fumadores ligeiros (há pelo menos 15 anos e com uma história de consumo de

≤10maços/ano) e com adenocarcinoma(7,8,34,39–41). Os rearranjos no gene ALK também

são mais comummente encontrados no adenocarcinoma, não fumadores ou fumadores

ligeiros (história de consumo de <10 maços/ano) e em doentes mais jovens(34,40,42,43).

O tratamento com inibidores da tirosinase cínase contra o EGFR (erlotinib, gefitinib e

afatinib(44)) ou o ALK (crizotinib) produzem claros benefícios na sobrevida dos doentes,

apesar de serem úteis em apenas 10% e 5%, respetivamente, dos pacientes com

CPNPC(18,28,34).

É notório que existe um predomínio do tipo histológico adenocarcinoma nos indivíduos

não fumadores ou fumadores ligeiros, no sexo feminino e em idades mais jovens (menos de

60 anos). O adenocarcinoma apresenta mais frequentemente mutação do EGFR, do ALK e

do KRAS(7,8,34,37,38). Em relação à mutação do KRAS de referir que está mais associada

a fumadores, ao sexo masculino, tem pior prognóstico e não responde aos inibidores da

tirosina cínase(41,45).

Embora até à década de 80 do século XX fosse visível um predomínio do carcinoma

epidermóide e do CPPC relacionado com o consumo de tabaco, atualmente, o

adenocarcinoma é o mais frequente(3,8,28,38,46). Essa mudança poderá ser justificada pela

diminuição do consumo, alterações dos hábitos tabágicos, com a mudança da composição do

cigarro, alteração da idade dos fumadores e outras possíveis causas como a dieta e fatores

ambientais(3,8). Concomitantemente, observou-se ainda uma descida da prevalência do

CPPC e do carcinoma epidermóide(3,7,8,28). De salientar a temática dos cigarros light, que

surgiram inicialmente como um meio publicitário da indústria tabaqueira, mas condicionou a

mudança muito marcada nos hábitos tabágicos, correspondendo a cerca de 6% do consumo

em 1950 comparativamente aos 87% em 1975(3,7,27). Este tipo de cigarros apresentam

menor teor em nicotina e alcatrão(27). Contudo, ao diminuir o teor de nicotina o fumador tenta

compensar com inalações mais profundas e frequentes conduzindo a um efeito falacioso de

Page 19: Margarida Carvalho de Barros - Repositório Abertoé responsável por cerca de 90% destas neoplasias e a cessação tabágica é a estratégia preventiva mais eficaz. Os fumadores

15

benefício em relação aos cigarros não light, isto é, levando a uma maior inalação de nicotina

e de gases nocivos, como as aminas aromáticas, N-nitrosaminas, aldeídos voláteis e

PAH(3,7,14,27,46). Este tipo de cigarros causa mais alterações no pulmão periférico onde

surgem a maioria dos adenocarcinomas(3).

O carcinoma epidermóide é atualmente o segundo subtipo do CPNPC e está

profundamente associado ao tabagismo (sobretudo em fumadores com elevados consumos),

ao sexo masculino; apresenta pior prognóstico e raramente tem alvos moleculares específicos

aos quais se pode aplicar uma terapia alvo específica(33,37,47). Entretanto este tipo

histológico está associado 81% das vezes a mutações no gene P53(17).

Em relação ao CPPC, tumor altamente agressivo (com uma sobrevida aos 5 anos

menor que 5%)(38), associado ao tabagismo e mais de 90% apresentam mutação do gene

supressor tumoral P53 e do RB1 (retinoblastoma)(8).

Cessação tabágica

A cessação tabágica constitui um dos principais mecanismos para a redução do

desenvolvimento de cancro do pulmão, tendo benefício nos indivíduos fumadores sem

neoplasia conhecida, de qualquer faixa etária, e também nos indivíduos já com o

diagnóstico(8,30,48,49). Atualmente pensa-se que se o consumo for cessado antes dos 40

anos de idade, nos indivíduos sem doença conhecida, o risco de mortalidade associado ao

tabaco reduz 90%(8,48). Tendo em conta esses pressupostos, em 1980 implementou-se a

proibição do ato de fumar em determinados locais públicos(25). Mais tarde, através da

convenção quadro da Organização Mundial de Saúde para o Controlo do Tabaco foram

criadas medidas, que entre outras, englobaram o aumento das taxas nos cigarros, a criação

de rótulos com informações dos malefícios de fumar, a construção de políticas que visaram a

um aumento de espaços livres de fumo(14).

Iniciar a cessação tabágica, mesmo após o diagnóstico de neoplasia, tem implicações

na qualidade de vida, no aumento da sobrevida, na melhoria da função pulmonar, na

Page 20: Margarida Carvalho de Barros - Repositório Abertoé responsável por cerca de 90% destas neoplasias e a cessação tabágica é a estratégia preventiva mais eficaz. Os fumadores

16

diminuição do risco de cancro secundário, na melhoria do sistema imunológico, no aumento

da eficácia dos agentes quimioterápicos assim como na redução de complicações

cirúrgicas(8,18,29,35,48,50). Deste modo, devem ser criados protocolos de suporte de

cessação tabágica para os doentes com cancro, os quais devem ser implementados com rigor

de modo a aumentarem o sucesso terapêutico e evitarem as recaídas(51). A mensagem

transmitida aos portadores de neoplasia deve consistir na apresentação dos benefícios que

podem alcançar se deixarem de fumar e não tanto dos malefícios que podem ocorrer se não

o fizerem(48).

O US Public Health Service's (PHS) Clinical Practice Guideline, Treating Tobacco Use

and Dependence (guidelines do PHS) defende a adoção do modelo dos 5A’s para encorajar

a cessação tabágica: A1 “Ask”, A2 “Advise”, A3 “Assess”, A4 “Assist” e A5 “Arrange” (Tabela

2); tornando deste modo os conselhos dos médicos mais eficientes(48,52,53). As guidelines

do PHS ainda aconselham que pelo menos o A1, A2 e A3 sejam realizados em todos os

fumadores independentemente de estes demonstrarem ou não vontade em cessar os

consumos(48).

Subsistem razões que nos levam a pensar que existem características em

determinados fumadores que dificultam a cessação tabágica e aumentam o risco de recaída:

idade avançada, nível socioeconómico baixo, patologia psiquiátrica associada, dependência

de álcool ou outras substâncias aditivas, níveis superiores de dependência à nicotina com

sintomas de abstinência mais marcados, menos motivação e confiança para a tarefa de deixar

de fumar(18,22,51).

A nicotina é a substância responsável pela dependência ao tabaco e atualmente sabe-

se que existem variações genéticas na subunidade do gene codificante do recetor colinérgico

nicotínico α5 no cromossoma 15 (gene cluster CHRNA5-CHRNA3-CHRNB4) que estão

associadas a um risco aumentado de sensibilidade e dependência à nicotina, possibilidade

de serem fumadores pesados e incapacidade para deixarem o consumo(9,15,54–56).

Contudo, a expressão deste risco genético varia de acordo com diversos fatores, como o uso

de farmacoterapia, influências ambientais e outras doenças relacionadas com o tabaco(54).

Page 21: Margarida Carvalho de Barros - Repositório Abertoé responsável por cerca de 90% destas neoplasias e a cessação tabágica é a estratégia preventiva mais eficaz. Os fumadores

17

Deste modo, estão a ser desenvolvidas novas estratégias terapêuticas dirigidas para uma

cessação tabágica mais eficaz. Um exemplo destas terapêuticas alvo é novo agonista parcial

seletivo de alta afinidade para o recetor colinérgico α3β4 - o AT-1001 - que pode vir a

representar um avanço para a cessação tabágica, diminuindo a necessidade de procura de

nicotina(55).

Contrariamente às subunidades α4β2 do recetor colinérgico que são expressas

globalmente no sistema nervoso central (onde atua o agonista parcial vareniclina)(32), as

subunidades α3β4 encontram-se mais limitadas a determinadas áreas cerebrais,

fundamentalmente no núcleo interpeduncular e no núcleo habenular medial, áreas essas

recentemente relacionadas com vários aspetos de dependência à nicotina(55).

É fundamental uma boa coordenação de suporte entre o médico e o doente para

ocorrer sucesso terapêutico. Para tal deve ser adotado o uso simultâneo de terapias

comportamentais (terapias motivacionais, apoio social, minimização do sentimento de culpa

do paciente, seguimento contínuo e valorização das conquistas realizadas durante o

tratamento), a par dos tratamentos medicamentos(8,11,18,51,53). O doente pode escolher

deixar de fumar de forma repentina ou ir reduzindo a dose progressivamente(8). Como

fármacos de primeira linha existem: vareniclina, bupropiona(18) e terapia de substituição de

nicotina; e como segunda linha: clonidina, nortriptilina e cistina(8,32,35,53). A terapêutica com

substitutos de nicotina tem vantagem em relação ao tabaco visto não conter a variedade de

carcinogéneos existentes neste último(35). No futuro, a cistina poderá vir a ser uma mais valia

para os fumadores dos países em desenvolvimento, como uma alternativa aos atuais

fármacos existentes de custo elevado(57). Deve-se tentar alcançar uma terapia ótima

individualizada, sendo que, nos fumadores pesados, podem ser necessárias combinações de

terapias de substituição de nicotina de curta e longa duração ou associação de terapia de

substituição de nicotina com bupropiona(18). Não se deve descorar o seguimento do

tratamento, uma vez que os pacientes têm tendência a deixar a terapia medicamentosa muito

precocemente(18).

Page 22: Margarida Carvalho de Barros - Repositório Abertoé responsável por cerca de 90% destas neoplasias e a cessação tabágica é a estratégia preventiva mais eficaz. Os fumadores

18

O acompanhamento continuado destes pacientes é muito importante, dado que a

exposição crónica à nicotina pode induzir adaptações persistentes, quer a nível celular quer

a nível molecular, que fundamentam os sintomas de abstinência e que podem conduzir à

recaída, mesmo após muitos anos de abstinência(55).

A cessação tabágica com recurso a fármacos e aconselhamento médico é uma das

intervenções com maior custo-efetividade existentes em medicina(57).

Page 23: Margarida Carvalho de Barros - Repositório Abertoé responsável por cerca de 90% destas neoplasias e a cessação tabágica é a estratégia preventiva mais eficaz. Os fumadores

19

Conclusão

Apesar da informação estar cada vez mais ao alcance de todos, e de ser do

conhecimento geral que o tabaco é fator de risco major para cancro do pulmão assim como

para outras neoplasias (via aérea superior, esófago, estômago, bexiga, útero, coloretal e

leucemia mielóide aguda) e outras patologias não malignas (doenças cardiovasculares,

doença pulmonar obstrutiva crónica, asma, doenças intersticiais pulmonares, infeções

pulmonares como tuberculose e alterações no desenvolvimento pré-natal), e apesar de serem

conhecidos pelo menos setenta carcinogéneos presentes no fumo do tabaco, a prevalência

de fumadores continua a ser elevada, existindo cerca de 1 bilião de pessoas fumadoras em

todo mundo. Deste modo, o consumo do tabaco e a neoplasia pulmonar associada continua

a ser um problema de saúde pública.

É importante não descorar o papel do fumador como motor para problemas na sua

própria saúde, mas também na saúde daqueles que o rodeiam, uma vez que existem cada

vez mais evidências que demonstram a influência negativa do fumo passivo (secondhand

smoke).

É necessário continuar a criar novas políticas e legislações de controlo do tabaco como

as implementadas em janeiro de 2016 em Portugal (ainda não em vigor) que já visam, por

exemplo, a proibição total do consumo do tabaco em todos os espaços públicos acabando

com os espaços ditos “reservados para fumadores”.

Nunca será em demasia a persistência continuada na divulgação dos malefícios do

tabaco e na ajuda aos indivíduos que pretendem deixar o consumo, tanto com educação

comportamental, como também com estratégias farmacológicas. Mais que a cessação

tabágica, isto é, reduzindo o número de fumadores ativos, acho que seria primordial, levar à

eliminação tabágica primária, aumentando o número de indivíduos que nunca fumaram.

É de extrema importância travar esta grande exposição voluntária a conjuntos de

substâncias químicas e carcinogénicas que provocam desenvolvimento de neoplasia

pulmonar e têm consequências nefastas em termos de mortalidade.

Page 24: Margarida Carvalho de Barros - Repositório Abertoé responsável por cerca de 90% destas neoplasias e a cessação tabágica é a estratégia preventiva mais eficaz. Os fumadores

20

Referências

1. Hanafin J, Clancy L. History of Tobacco Production and Use. In: Loddenkemper R, Kreuter

M, editors. The Tobacco Epidemic. 2nd ed. S. Karger AG; 2015. p. 1–18.

2. World Health Organization. Who global report: Cancer countries profiles. 2014.

3. Sucena M, Fernandes G, Queiroga H, Hespanhol V. Cancro do pulmão – O que mudou

em duas décadas. Rev Port Pneumol. Elsevier; 2005;11(2):135–54.

4. Yuan J-M, Butler LM, Stepanov I, Hecht SS. Urinary tobacco smoke-constituent

biomarkers for assessing risk of lung cancer. Cancer Res. 2014 Jan 15;74(2):401–11.

5. Ravindran Ankathil. Tobacco, Genetic Susceptibility and Lung Cancer. Tob Use Insights.

2010;3:1.

6. Cai X, Sheng J, Tang C, Nandakumar V, Ye H, Ji H, et al. Frequent mutations in EGFR,

KRAS and TP53 genes in human lung cancer tumors detected by ion torrent DNA

sequencing. PLoS One. 2014;9(4):16.

7. Dresler C. The changing epidemic of lung cancer and occupational and environmental risk

factors. Thorac Surg Clin. 2013;23(2):113–22.

8. Leora Horn, Christine M. Lovly DHJ. Neoplasms of the Lung. In: Harrison’s Principles of

Internal Medicine. 19th ed. United States: McGraw-Hill; 2015. p. 3000.

9. Tonini G, D’Onofrio L, Dell’Aquila E, Pezzuto A. New molecular insights in tobacco-

induced lung cancer. Future Oncol. 2013 May;9(5):649–55.

10. Mackay J, Schluger N. Global Tobacco Epidemic. In: Loddenkemper R, Kreuter M, editors.

The Tobacco Epidemic. 2nd ed. S. Karger AG; 2015. p. 19–26.

11. Leon ME, Peruga A, Mcneill A, Kralikova E, Guha N, Minozzi S, et al. European Code

Against Cancer, 4th edition : Tobacco and cancer. Cancer Epidemiol. 2015;39 Suppl

1:S20–33.

12. Ferlay J, Soerjomataram I, Ervik M, Dikshit R, Eser S, Mathers C, Rebelo M, Parkin DM,

Forman D, Bray, F. GLOBOCAN 2012 v1.0, Cancer Incidence and Mortality Worldwide:

IARC CancerBase No. 11. Lyon, France: International Agency for Research on Cancer;

Page 25: Margarida Carvalho de Barros - Repositório Abertoé responsável por cerca de 90% destas neoplasias e a cessação tabágica é a estratégia preventiva mais eficaz. Os fumadores

21

2013.

13. Hill AB. Tobacco Smoking and Cancer of the Lung: Statement of the [British] Medical

Research Council. Lancet. 1957 Mar 1;8(2):66–8.

14. Cummings KM, Proctor RN. The changing public image of smoking in the United States:

1964-2014. Cancer Epidemiol Biomarkers Prev. 2014;23(1):32–6.

15. Hecht SS, Szabo E. Fifty years of tobacco carcinogenesis research: from mechanisms to

early detection and prevention of lung cancer. Cancer Prev Res (Phila). 2014 Jan;7(1):1–

8.

16. Wiebel FJ. Chemistry and Primary Toxicity of Tobacco and Tobacco Smoke. In:

Loddenkemper R, Kreuter M, editors. The Tobacco Epidemic. 2nd ed. S. Karger AG; 2015.

p. 37–46.

17. Gibbons DL, Byers LA, Kurie JM. Smoking, p53 mutation, and lung cancer. Mol Cancer

Res. 2014;12(1):3–13.

18. Warren GW, Ward KD. Integration of tobacco cessation services into multidisciplinary lung

cancer care : rationale , state of the art , and future directions. Transl lung cancer Res.

2015;4(19):339–52.

19. Barnoya J, Monzon JC. Cardiovascular and Other (Except Respiratory) Disorders Related

to Smoking Tobacco. In: Loddenkemper R, Kreuter M, editors. The Tobacco Epidemic.

2nd ed. S. Karger AG; 2015. p. 85–96.

20. Zhang R, Chu M, Zhao Y, Wu C, Guo H, Shi Y, et al. A genome-wide gene-environment

interaction analysis for tobacco smoke and lung cancer susceptibility. Carcinogenesis.

2014 Jul;35(7):1528–35.

21. Hecht SS. Lung carcinogenesis by tobacco smoke. Int J Cancer. 2012 Dec

15;131(12):2724–32.

22. Ditre JW, Zale EL, Brandon TH. Patterns and Predictors of Smoking Cessation. In:

Loddenkemper R, Kreuter M, editors. The Tobacco Epidemic. 2nd ed. S. Karger AG; 2015.

p. 210–8.

23. Lortet-Tieulent J, Renteria E, Sharp L, Weiderpass E, Comber H, Baas P, et al.

Page 26: Margarida Carvalho de Barros - Repositório Abertoé responsável por cerca de 90% destas neoplasias e a cessação tabágica é a estratégia preventiva mais eficaz. Os fumadores

22

Convergence of decreasing male and increasing female incidence rates in major tobacco-

related cancers in Europe in 1988–2010. Eur J Cancer. Elsevier Ltd; 2015;51(9):1144–63.

24. White C. Research on smoking and lung cancer: a landmark in the history of chronic

disease epidemiology. Yale J Biol Med. 1990;63(1):29–46.

25. Hall W. Cigarette Century: the Rise, Fall and Deadly Persistence of the Product that

Defined America. Tob Control. BMJ Group; 2007 Oct 1;16(5):360–360.

26. Daube M. Golden Holocaust: Origins of the Cigarette Catastrophe and the Case for

Abolition. Australian and New Zealand Journal of Public Health. 2012 Oct 2;497–497.

27. Pepples E. Industry Response to Cigarette/Health Controversy. Counc Tob Res. 1976;9.

28. Hespanhol V, Parente B, Araújo A., Cunha J, Fernandes A., Figueiredo MM, et al. Cancro

do pulmão no norte de Portugal: Um estudode base hospitalar. Rev Port Pneumol.

2013;19(6):245–51.

29. Andreas S, Rittmeyer A, Hinterthaner M, Huber RM. Smoking Cessation in Lung Cancer

— Achievable and Effective. Dtsch Arztebl Int. 2013;110(43):719–24.

30. Hecht SS. Tobacco carcinogens, their biomarkers and tobacco-induced cancer. Nat Rev

Cancer. 2003 Oct;3(10):733–44.

31. Hippisley-Cox J, Coupland C. Identifying patients with suspected lung cancer in primary

care: derivation and validation of an algorithm. Br J Gen Pract. 2011 Nov;61(592):e715–

23.

32. Clancy L. Reducing Lung Cancer and Other Tobacco-Related Cancers in Europe:

Smoking Cessation Is the Key. Oncologist. 2014;19(1):16–20.

33. Okamoto T, Suzuki Y, Fujishita T, Kitahara H, Shimamatsu S, Kohno M, et al. The

prognostic impact of the amount of tobacco smoking in non-small cell lung cancer-

Differences between adenocarcinoma and squamous cell carcinoma. Lung cancer.

Elsevier Ireland Ltd; 2014;85(2):125–30.

34. Lee YJ, Kim JH, Kim SK, Ha SJ, Mok TS, Mitsudomi T, et al. Lung cancer in never

smokers: Change of a mindset in the molecular era. Lung Cancer. Elsevier Ireland Ltd;

2011;72(1):9–15.

Page 27: Margarida Carvalho de Barros - Repositório Abertoé responsável por cerca de 90% destas neoplasias e a cessação tabágica é a estratégia preventiva mais eficaz. Os fumadores

23

35. Schaal C, Chellappan SP. Nicotine-mediated cell proliferation and tumor progression in

smoking-related cancers. Mol Cancer Res. 2014 Jan;12(1):14–23.

36. Yu Y, Liu H, Zheng S, Ding Z, Chen Z, Jin W, et al. Gender susceptibility for cigarette

smoking-attributable lung cancer: a systematic review and meta-analysis. Lung Cancer.

Elsevier Ireland Ltd; 2014;85(3):351–60.

37. Comprehensive genomic characterization of squamous cell lung cancers. Nature. 2012

Sep 27;489(7417):519–25.

38. Fan Z, Schraeder R. The changing pathology of lung cancer. Surg Oncol Clin N Am. 2011

Oct;20(4):637–53.

39. Riely GJ, Politi KA, Miller VA, Pao W. Update on epidermal growth factor receptor

mutations in non-small cell lung cancer. Clin Cancer Res. 2006 Dec 15;12(24):7232–41.

40. Mitsudomi T. Molecular epidemiology of lung cancer and geographic variations with

special reference to EGFR mutations. Transl lung cancer Res. 2014 Aug;3(4):205–11.

41. Bircan S, Baloglu H, Kucukodaci Z, Bircan A. EGFR and KRAS mutations in Turkish non-

small cell lung cancer patients: A pilot study. Med Oncol. 2014;31(8):8.

42. Wong DW-S, Leung EL-H, So KK-T, Tam IY-S, Sihoe AD-L, Cheng L-C, et al. The EML4-

ALK fusion gene is involved in various histologic types of lung cancers from nonsmokers

with wild-type EGFR and KRAS. Cancer. 2009 Apr 15;115(8):1723–33.

43. Shaw AT, Yeap BY, Mino-Kenudson M, Digumarthy SR, Costa DB, Heist RS, et al. Clinical

features and outcome of patients with non-small-cell lung cancer who harbor EML4-ALK.

J Clin Oncol. 2009 Sep 10;27(26):4247–53.

44. Heigener DF, Schumann C, Sebastian M, Sadjadian P, Stehle I, Märten A, et al. Afatinib

in Non-Small Cell Lung Cancer Harboring Uncommon EGFR Mutations Pretreated With

Reversible EGFR Inhibitors. Oncologist. 2015;20(10):1167–74.

45. Li S, Li L, Zhu Y, Huang C, Qin Y, Liu H, et al. Coexistence of EGFR with KRAS, or BRAF,

or PIK3CA somatic mutations in lung cancer: a comprehensive mutation profiling from

5125 Chinese cohorts. Br J Cancer. 2014;110(11):2812–20.

46. Medenica M, Medenica M, Bojović O, Soldatović I, Durutović I. Changing trends in

Page 28: Margarida Carvalho de Barros - Repositório Abertoé responsável por cerca de 90% destas neoplasias e a cessação tabágica é a estratégia preventiva mais eficaz. Os fumadores

24

incidence of lung cancer by histological type in Montenegro. Srp Arh Celok Lek. 2014

Jan;142(1-2):23–8.

47. Kim HS, Mitsudomi T, Soo RA, Cho BC. Personalized therapy on the horizon for

squamous cell carcinoma of the lung. Lung Cancer. 2013 Jun;80(3):249–55.

48. Toll BA, Rojewski AM, Duncan LR, Latimer-Cheung AE, Fucito LM, Boyer JL, et al.

“Quitting smoking will benefit your health”: The evolution of clinician messaging to

encourage tobacco cessation. Clin Cancer Res. 2014;20(2):301–9.

49. Crispo A, Brennan P, Jöckel K-H, Schaffrath-Rosario A, Wichmann H-E, Nyberg F, et al.

The cumulative risk of lung cancer among current, ex- and never-smokers in European

men. Br J Cancer. 2004 Oct 4;91(7):1280–6.

50. Dobson Amato K a., Hyland A, Reed R, Mahoney MC, Marshall J, Giovino G, et al.

Tobacco Cessation May Improve Lung Cancer Patient Survival. J Thorac Oncol.

2015;10(7):1014–9.

51. Warren GW, Marshall JR, Cummings KM, Toll B, Gritz ER, Hutson A, et al. Practice

patterns and perceptions of thoracic oncology providers on tobacco use and cessation in

cancer patients. J Thorac Oncol. 2013 May;8(5):543–8.

52. Panda R, Srivastava S, Persai D, Mathur MR, Modi B, Dave P, et al. Preparedness of

frontline health workers for tobacco cessation: An exploratory study from two states of

India. J Fam Med Prim care. 2015 Jan;4(3):298–304.

53. Maher Karam-Hage, Paul M. Cinciripini ERG. Tobacco Use and Cessation for Cancer

Survivors: An Overview for Clinicians. CA Cancer J Clin. 2014;64(4):272–90.

54. Chen L-S, Hung RJ, Baker T, Horton A, Culverhouse R, Saccone N, et al. CHRNA5 risk

variant predicts delayed smoking cessation and earlier lung cancer diagnosis--a meta-

analysis. J Natl Cancer Inst. 2015 May;107(5).

55. Zaveri NT, Rollema H, Swan GE. Nicotine Dependence. In: Loddenkemper R, Kreuter M,

editors. The Tobacco Epidemic. 2nd ed. S. Karger AG; 2015. p. 47–57.

56. Berrettini W, Yuan X, Tozzi F, Song K, Francks C, Chilcoat H, et al. Alpha-5/alpha-3

nicotinic receptor subunit alleles increase risk for heavy smoking. Mol Psychiatry. 2008

Page 29: Margarida Carvalho de Barros - Repositório Abertoé responsável por cerca de 90% destas neoplasias e a cessação tabágica é a estratégia preventiva mais eficaz. Os fumadores

25

Apr;13(4):368–73.

57. Tønnesen P. Pharmacotherapy: Nicotine Replacement Therapy and Other Drugs in

Smoking Cessation (Including Vaccination). In: Loddenkemper R, Kreuter M, editors. The

Tobacco Epidemic. 2nd ed. S. Karger AG; 2015. p. 229–42.

Page 30: Margarida Carvalho de Barros - Repositório Abertoé responsável por cerca de 90% destas neoplasias e a cessação tabágica é a estratégia preventiva mais eficaz. Os fumadores

26

Tabelas:

Tabela 1: constituintes principais do fumo do tabaco

Nitrosaminas específicas do

tabaco

NNN* NNK*

PAH BaP* Fenantereno

Aminas aromáticas 2-Toluidina*

4-Aminobifenil*

2-Naftilamina*

Compostos orgânicos voláteis Acroleína

1,3-Butadieno*

Croton-aldeído

Benzeno*

Isoprene*

Óxido de etileno*

Metais

Arsênico

Chumbo

Polônio-210*

Cádmio*

Crômio

Selênio

Compostos / gases inorgânicos Nitrogénio

Óxido Nítrico

Oxigénio

Óxido de carbono (CO,

CO2)

Alcalóides Nicotina

*Constituintes do fumo do tabaco considerados como carcinogéneos pela agência

internacional de investigação do cancro (IARC).

Abreviaturas: NNK (4-(methylnitrosamino)-1-(3-pyridyl)-1-butanone); NNN

(N´­nitrosonornicotine); PAH (polycyclic aromatic hydrocarbons); BaP (benzo[a]pyrene).

Page 31: Margarida Carvalho de Barros - Repositório Abertoé responsável por cerca de 90% destas neoplasias e a cessação tabágica é a estratégia preventiva mais eficaz. Os fumadores

27

Tabela 2: Modelo dos 5 A’s para encorajar a cessação tabágica

A1 “Ask”

Perguntar ao doente sobre os hábitos de consumo, tanto os atuais como os

passados.

A2 “Advise”

Aconselhar o utente a deixar de fumar. Ouvir e não julgar.

A3 “Assess”

Perceber a vontade do paciente para deixar o consumo.

A4 “Assist”

Assistir o utente durante todo o percurso da cessação tabágica.

A5 “Arrange”

Programar o seguimento ou referenciar para programas de suporte de cessação

tabágica.

Page 32: Margarida Carvalho de Barros - Repositório Abertoé responsável por cerca de 90% destas neoplasias e a cessação tabágica é a estratégia preventiva mais eficaz. Os fumadores

28

Conflito de interesses

Os autores declaram não existir conflitos de interesse.

Page 33: Margarida Carvalho de Barros - Repositório Abertoé responsável por cerca de 90% destas neoplasias e a cessação tabágica é a estratégia preventiva mais eficaz. Os fumadores

Agradecimentos

Agradeço ao Doutor Henrique José Correia Queiroga, orientador desta monografia, a

disponibilidade e rigor científico demonstrados ao longo da elaboração deste trabalho.

Agradeço aos meus pais e irmã por me terem dado apoio incondicional e não me

deixarem cair em desânimo face às adversidades encontradas durante a elaboração deste

projeto.

Agradeço ao Filipe pelo contínuo apoio, incentivo e ajuda na realização desta

monografia e por todas as lamentações que teve de suportar sucessivamente sem cessar.

Não posso deixar de guardar algumas palavras especiais para a Inês Monteiro que

me ajudou na correção e enriquecimento deste trabalho.

Uma última gratidão a todos aqueles que, de alguma forma, foram importantes para

a conclusão desta jornada.

Page 34: Margarida Carvalho de Barros - Repositório Abertoé responsável por cerca de 90% destas neoplasias e a cessação tabágica é a estratégia preventiva mais eficaz. Os fumadores

Anexos

Normas da revista Arquivos de Medicina:

Instruções para autores

Page 35: Margarida Carvalho de Barros - Repositório Abertoé responsável por cerca de 90% destas neoplasias e a cessação tabágica é a estratégia preventiva mais eficaz. Os fumadores

15/02/2016 Instruções para Autores

http://arquivosdemedicina.org/arquivosdemedicina/index.php/pt/autores/submeter-artigo/normas-de-publicacao 1/9

Os ARQUIVOS DE MEDICINA publicam investigação original nas diferente áreas da medicina, favorecendo ainvestigação de qualidade, particularmente a que descreva a realidade nacional.

Todos os manuscritos são avaliados por membros do corpo editorial e a publicação dos artigos de investigaçãooriginal, casos clínicos ou séries de casos que forem considerados adequados fica dependente do parecer técnicode revisores externos. Os revisores podem propor, por escrito, alterações de conteúdo ou de forma ao(s) autor(es),condicionando a publicação do artigo à sua efectivação.

Será mencionada a avaliação por revisores externos no final dos artigos, quando aplicável.

Apesar dos editores e dos revisores desenvolverem os esforços necessários para assegurar a qualidade técnica ecientífica dos manuscritos publicados, a responsabilidade final do conteúdo das publicações é dos autores.

Todos os artigos publicados passam a ser propriedade dos ARQUIVOS DE MEDICINA. Uma vez aceites, osmanuscritos não podem ser publicados numa forma semelhante noutros locais, em nenhuma lingua, sem oconsentimento dos ARQUIVOS DE MEDICINA.

Apenas serão avaliados manuscritos contendo material original que não estejam ainda publicados, na íntegra ouem parte (incluindo tabelas e figuras), e que não estejam a ser submetidos para publicação noutros locais. Estarestrição não se aplica a notas de imprensa ou a resumos publicados no âmbito de reuniões científicas. Quandoexistem publicações semelhantes à que é submetida ou quando existirem dúvidas relativamente ao cumprimentodos critérios acima mencionados estas devem ser anexadas ao manuscrito em submissão.

Antes de submeter um manuscrito aos ARQUIVOS DE MEDICINA os autores têm que assegurar todas asautorizações necessárias para a publicação do material submetido.

De acordo com uma avaliação efectuada sobre o material apresentado à revista os editores dos ARQUIVOS DEMEDICINA prevêem publicar aproximadamente 30% dos manuscritos submetidos, sendo que cerca de 25% serãoprovavelmente rejeitados pelos editores no primeiro mês após a recepção sem avaliação externa.

Forma e preparação de manuscritos

TIPOLOGIA DOS ARTIGOS PUBLICADOS NOS ARQUIVOS DE MEDICINAArtigos de investigação original

Resultados de investigação original, qualitativa ou quantitativa.

O texto deve ser limitado a 2000 palavras, excluindo referências e tabelas, e organizado emintrodução, métodos, resultados e discussão, com um máximo de 4 tabelas e/ou figuras (total).

Todos os artigos de investigação original devem apresentar resumos estruturados em inglês (UK),com um máximo de 250 palavras cada.

Publicações breves

Resultados preliminares ou achados novos podem ser objecto de publicações breves.

O texto deve ser limitado a 1000 palavras, excluindo referências e tabelas, e organizado emintrodução, métodos, resultados e discussão, com um máximo de 2 tabelas e/ou figuras (total) e até10 referências.

As publicações breves devem apresentar resumos estruturados em inglês (UK), com um máximo de250 palavras cada.

Artigos de revisão

Artigos de revisão sobre temas das diferentes áreas da medicina e dirigidos aos profissionais desaúde, particularmente com impacto na sua prática.

Page 36: Margarida Carvalho de Barros - Repositório Abertoé responsável por cerca de 90% destas neoplasias e a cessação tabágica é a estratégia preventiva mais eficaz. Os fumadores

15/02/2016 Instruções para Autores

http://arquivosdemedicina.org/arquivosdemedicina/index.php/pt/autores/submeter-artigo/normas-de-publicacao 2/9

Os ARQUIVOS DE MEDICINA publicam essencialmente artigos de revisão solicitados peloseditores. Contudo, também serão avaliados artigos de revisão submetidos sem solicitação prévia,preferencialmente revisões quantitativas (Meta-análise).

O texto deve ser limitado a 5000 palavras, excluindo referências e tabelas, e apresentar um máximode 5 tabelas e/ou figuras (total). As revisões quantitativas devem ser organizadas em introdução,métodos, resultados e discussão.

As revisões devem apresentar resumos não estruturados em inglês (UK), com um máximo de 250palavras cada, devendo ser estruturados no caso das revisões quantitativas.

Comentários

Comentários, ensaios, análises críticas ou declarações de posição acerca de tópicos de interesse naárea da saúde, designadamente políticas de saúde e educação médica.

O texto deve ser limitado a 900 palavras, excluindo referências e tabelas, e incluir no máximo umatabela ou figura.

Os comentários não devem apresentar resumos.

Casos clínicos

Os ARQUIVOS DE MEDICINA transcrevem casos publicamente apresentados trimestralmente pelosmédicos do Hospital de S. João numa selecção acordada com o corpo editorial da revista. Noentanto é bem vinda a descrição de casos clínicos verdadeiramente exemplares, profundamenteestudados e discutidos. O texto deve ser limitado a 1200 palavras, excluindo referências e tabelas,com um máximo de 2 tabelas e/ou figuras (total).

Os casos clínicos devem apresentar resumos não estruturados em inglês (UK), com um máximo de120 palavras cada.

Séries de casos

Descrições de séries de casos, tanto numa perspectiva de tratamento estatístico como de reflexãosobre uma experência particular de diagnóstico, tratamento ou prognóstico.

O texto deve ser limitado a 1200 palavras, excluindo referências e tabelas, organizado emintrodução, métodos, resultados e discussão, com um máximo de 2 tabelas e/ou figuras (total).

As séries de casos devem apresentar resumos estruturados em inglês (UK), com um máximo de 250palavras cada.

Cartas ao editor

Comentários sucintos a artigos publicados nos ARQUIVOS DE MEDICINA ou relatando de formamuito objectiva os resultados de observação clínica ou investigação original que não justifiquem umtratamento mais elaborado.

O texto deve ser limitado a 400 palavras, excluindo referências e tabelas, e incluir no máximo umatabela ou figura e até 5 referências.

As cartas ao editor não devem apresentar resumos.

Revisões de livros ou software

Revisões críticas de livros, software ou sítios da internet.

O texto deve ser limitado a 600 palavras, sem tabelas nem figuras, com um máximo de 3referências, incluindo a do objecto da revisão.

As revisões de livros ou software não devem apresentar resumos.

Page 37: Margarida Carvalho de Barros - Repositório Abertoé responsável por cerca de 90% destas neoplasias e a cessação tabágica é a estratégia preventiva mais eficaz. Os fumadores

15/02/2016 Instruções para Autores

http://arquivosdemedicina.org/arquivosdemedicina/index.php/pt/autores/submeter-artigo/normas-de-publicacao 3/9

FORMATAÇÃO DOS MANUSCRITOSA formatação dos artigos submetidos para publicação nos ARQUIVOS DE MEDICINA deve seguiros “Uniform Requirements for Manuscripts Submitted to Biomedical Journals”.

Todo o manuscrito, incluindo referências, tabelas e legendas de figuras, deve ser redigido a doisespaços, com letra a 11 pontos, e justificado.

Aconselha-se a utilização das letras Times, Times New Roman, Courier, Helvetica, Arial, e Symbolpara caracteres especiais.

Devem ser numeradas todas as páginas, incluindo a página do título.

Devem ser apresentadas margens com 2,5 cm em todo o manuscrito.

Devem ser inseridas quebras de página entre cada secção.

Não devem ser inseridos cabeçalhos nem rodapés.

Deve ser evitada a utilização não técnica de termos estatísticos como aleatório, normal, significativo,correlação e amostra.

Apenas será efectuada a reprodução de citações, tabelas ou ilustrações de fontes sujeitas a direitosde autor com citação completa da fonte e com autorizações do detentor dos direitos de autor.

Unidades de medida

Devem ser utilizadas as unidades de medida do Sistema Internacional (SI), mas os editores podemsolicitar a apresentação de outras unidades não pertencentes ao SI.

Abreviaturas

Devem ser evitados acrónimos e abreviaturas, especialmente no título e nos resumos. Quando fornecessária a sua utilização devem ser definidos na primeira vez que são mencionados no texto etambém nos resumos e em cada tabela e figura, excepto no caso das unidades de medida.

Nomes de medicamentos

Deve ser utilizada a Designação Comum Internacional (DCI) de fármacos em vez de nomescomerciais de medicamentos. Quando forem utilizadas marcas registadas na investigação, pode sermencionado o nome do medicamento e o nome do laboratório entre parêntesis.

Página do título

Na primeira página do manuscrito deve constar:

1. o título (conciso e descritivo);2. um título abreviado (com um máximo de 40 caracteres, incluindo espaços);3. os nomes dos autores, incluindo o primeiro nome (não incluir graus académicos ou títulos

honoríficos);4. a filiação institucional de cada autor no momento em que o trabalho foi realizado;5. o nome e contactos do autor que deverá receber a correspondência, incluindo endereço,

telefone, fax e e-mail;6. os agradecimentos, incluindo fontes de financiamento, bolsas de estudo e colaboradores que

não cumpram critérios para autoria;7. contagens de palavras separadamente para cada um dos resumos e para o texto principal

(não incluindo referências, tabelas ou figuras)

Autoria

Page 38: Margarida Carvalho de Barros - Repositório Abertoé responsável por cerca de 90% destas neoplasias e a cessação tabágica é a estratégia preventiva mais eficaz. Os fumadores

15/02/2016 Instruções para Autores

http://arquivosdemedicina.org/arquivosdemedicina/index.php/pt/autores/submeter-artigo/normas-de-publicacao 4/9

Como referido nos “Uniform Requirements for Manuscripts Submitted to Biomedical Journals.”, aautoria requer uma contribuição substancial para:

1. concepção e desenho do estudo, ou obtenção dos dados, ou análise e interpretação dosdados;

2. redacção do manuscrito ou revisão crítica do seu conteúdo intelectual.3. aprovação final da versão submetida para publicação.

A obtenção de financiamento, a recolha de dados ou a supervisão geral do grupo de trabalho, por sisó, não justificam autoria.

É necessário especificar na carta de apresentação o contributo de cada autor para o trabalho. Estainformação será publicada.

Exemplo: José Silva concebeu os estudo e supervisionou todos os aspectos da sua implementação.António Silva colaborou na concepção do estudo e efectuou a análise dos dados. Manuel Silvaefectuou a recolha de dados e colaborou na sua análise. Todos os autores contribuiram para ainterpretação dos resultados e revisão dos rascunhos do manuscrito.

Nos manuscritos assinados por mais de 6 autores (3 autores no caso das cartas ao editor), tem queser explicitada a razão de uma autoria tão alargada.

É necessária a aprovação de todos os autores, por escrito, de quaisquer modificações da autoria doartigo após a sua submissão.

Agradecimentos

Devem ser mencionados na secção de agradecimentos os colaboradores que contribuíramsubstancialmente para o trabalho mas que não cumpram os critérios para autoria, especificando oseu contributo, bem como as fontes de financiamento, incluindo bolsas de estudo.

Resumos

Os resumos de artigos de investigação original, publicações breves, revisões quantitativas e séries decasos devem ser estruturados (introdução, métodos, resultados e conclusões) e apresentar conteúdosemelhante ao do manuscrito.

Os resumos de manuscritos não estruturados (revisões não quantitativas e casos clínicos) tambémnão devem ser estruturados.

Nos resumos não devem ser utilizadas referências e as abreviaturas devem ser limitadas ao mínimo.

Palavras-chave

Devem ser indicadas até seis palavras chave, em inglês (UK), nas páginas dos resumos,preferencialmente em concordância com o Medical Subject Headings (MeSH) utilizado no IndexMedicus. Nos manuscritos que não apresentam resumos as palavras chave devem ser apresentadasno final do manuscrito.

Introdução

Deve mencionar os objectivos do trabalho e a justificação para a sua realização.

Nesta secção apenas devem ser efectuadas as referências indispensáveis para justificar os objectivosdo estudo.

Métodos

Nesta secção devem descrever-se:

1. a amostra em estudo;2. a localização do estudo no tempo e no espaço;

Page 39: Margarida Carvalho de Barros - Repositório Abertoé responsável por cerca de 90% destas neoplasias e a cessação tabágica é a estratégia preventiva mais eficaz. Os fumadores

15/02/2016 Instruções para Autores

http://arquivosdemedicina.org/arquivosdemedicina/index.php/pt/autores/submeter-artigo/normas-de-publicacao 5/9

3. os métodos de recolha de dados;4. análise dos dados.

As considerações éticas devem ser efectuadas no final desta secção.

Análise dos dados

Os métodos estatísticos devem ser descritos com o detalhe suficiente para que possa ser possívelreproduzir os resultados apresentados.

Sempre que possível deve ser quantificada a imprecisão das estimativas apresentadas,designadamente através da apresentação de intervalos de confiança. Deve evitar-se uma utilizaçãoexcessiva de testes de hipóteses, com o uso de valores de P, que não fornecem informaçãoquantitativa importante.

Deve ser mencionado o software utilizado na análise dos dados.

Considerações éticas e consentimento informado

Os autores devem assegurar que todas as investigações envolvendo seres humanos foram aprovadaspor comissões de ética das instituições em que a investigação tenha sido desenvolvida, de acordocom a Declaração de Helsínquia da Associação Médica Mundial (www.wma.net).

Na secção de métodos do manuscrito deve ser mencionada esta aprovação e a obtenção deconsentimento informado, quando aplicável.

Resultados

Os resultados devem ser apresentados, no texto, tabelas e figuras, seguindo uma sequência lógica.

Não deve ser fornecida informação em duplicado no texto e nas tabelas ou figuras, bastandodescrever a principais observações referidas nas tabelas ou figuras.

Independentemente da limitação do número de figuras propostos para cada tipo de artigo, só devemser apresentados gráficos quando da sua utilização resultarem claros benefícios para a compreensãodos resultados.

Apresentação de dados numéricos

A precisão numérica utilizada na apresentação dos resultados não deve ser superior à permitidapelos instrumentos de avaliação.

Para variáveis quantitativas as medidas apresentadas não deverão ter mais do que uma casadecimal do que os dados brutos.

As proporções devem ser apresentadas com apenas uma casa decimal e no caso de amostraspequenas não devem ser apresentadas casas decimais.

Os valores de estatísticas teste, como t ou ?2, e os coeficientes de correlação devem serapresentados com um máximo de duas casas decimais.

Os valores de P devem ser apresentados com um ou dois algarismos significativos e nunca na formade P=NS, P<0,05 ou P>0,05, na medida em a informação contida no valor de P pode serimportante. Nos casos em que o valor de P é muito pequeno (inferior a 0,0001), pode apresentar-secomo P<0,0001.

Tabelas e Figuras

As tabelas devem surgir após as referências. As figuras devem surgir após as tabelas.

Devem ser mencionadas no texto todas as tabelas e figuras, numeradas (numeração árabeseparadamente para tabelas e figuras) de acordo com a ordem em que são discutidas no texto.

Page 40: Margarida Carvalho de Barros - Repositório Abertoé responsável por cerca de 90% destas neoplasias e a cessação tabágica é a estratégia preventiva mais eficaz. Os fumadores

15/02/2016 Instruções para Autores

http://arquivosdemedicina.org/arquivosdemedicina/index.php/pt/autores/submeter-artigo/normas-de-publicacao 6/9

Cada tabela ou figura deve ser acompanhada de um título e notas explicativas (ex. definições deabreviaturas) de modo a serem compreendidas e interpretadas sem recurso ao texto do manuscrito.

Para as notas explicativas das tabelas ou figuras devem ser utilizados os seguintes símbolos, nestamesma sequência:

*, †, ‡, §, ||, ¶, **, ††, ‡‡

Cada tabela ou figura deve ser apresentada em páginas separadas, juntamente com o título e asnotas explicativas.

Nas tabelas devem ser utilizadas apenas linhas horizontais.

As figuras, incluindo gráficos, mapas, ilustrações, fotografias ou outros materiais devem ser criadasem computador ou produzidas profissionalmente.

As figuras devem incluir legendas.

Os símbolos, setas ou letras devem contrastar com o fundo de fotografias ou ilustrações.

A dimensão das figuras é habitualmente reduzida à largura de uma coluna, pelo que as figures e otexto que as acompanha devem ser facilmente legíveis após redução.

Na primeira submissão do manuscrito não devem ser enviados originais de fotografias, ilustrações ououtros materiais como películas de raios-X. As figuras, criadas em computador ou convertidas emformato electrónico após digitalização devem ser inseridas no ficheiro do manuscrito.

Uma vez que a impressão final será a preto e branco ou em tons de cinzento, os gráficos nãodeverão ter cores. Gráficos a três dimensões apenas serão aceites em situações excepcionais.

A resolução de imagens a preto e branco deve ser de pelo menos 1200 dpi e a de imagens com tonsde cinzento ou a cores deve ser de pelo menos 300 dpi.

As legendas, símbolos, setas ou letras devem ser inseridas no ficheiro da imagem das fotografias ouilustrações.

Os custos da publicação das figuras a cores serão suportados pelos autores.

Em caso de aceitação do manuscrito, serão solicitadas as figuras nos formatos mais adequados paraa produção da revista.

Discussão

Na discussão não deve ser repetida detalhadamente a informação fornecida na secção dosresultados, mas devem ser discutidas as limitações do estudo, a relação dos resultados obtidos como observado noutras investigações e devem ser evidenciados os aspectos inovadores do estudo e asconclusões que deles resultam.

É importante que as conclusões estejam de acordo com os objectivos do estudo, mas devem serevitadas afirmações e conclusões que não sejam completamente apoiadas pelos resultados dainvestigação em causa.

Referências

As referências devem ser listadas após o texto principal, numeradas consecutivamente de acordocom a ordem da sua citação. Os números das referências devem ser apresentados entre parentesis.Não deve ser utilizado software para numeração automática das referências.

Pode ser encontrada nos “Uniform Requirements for Manuscripts Submitted to Biomedical Journals”uma descrição pormenorizada do formato dos diferentes tipos de referências, de que se acrescentamalguns exemplos:

Page 41: Margarida Carvalho de Barros - Repositório Abertoé responsável por cerca de 90% destas neoplasias e a cessação tabágica é a estratégia preventiva mais eficaz. Os fumadores

15/02/2016 Instruções para Autores

http://arquivosdemedicina.org/arquivosdemedicina/index.php/pt/autores/submeter-artigo/normas-de-publicacao 7/9

1. Artigo

Vega KJ, Pina I, Krevsky B. Heart transplantation is associatedwith an increase risk forpancreatobiliary disease. Ann Intern Med 1996;124:980-3.

2. Artigo com Organização como Autor

The Cardiac Society of Australia and New Zealand. Clinicalexercise stresstesting.safety and performance guidelines. Med J Aust 1996; 64:282-4.

3. Artigo publicado em Volume com Suplemento

Shen HM, Zhang QF. Risk assessment of nickel carcinogenicityand occupational lungcancer. Environ Health Perspect 1994; 102 Suppl 1:275-82.

4. Artigo publicado em Número com Suplemento

Payne DK, Sullivan MD, Massie MJ. Women's psychologicalreactions to breast cancer.Semin Oncol 1996;23 (1 Suppl 2):89-97.

5. Livro

Ringsven MK, Bond D. Gerontology and leadership skills fornurses. 2nd ed. Albany(NY): Delmar Publishers;1996.

6. Livro (Editor(s) como Autor(es))

Norman IJ, Redfern SJ, editores. Mental health care for elderlypeople. New York:Churchill Livingstone;1996.

7. Livro (Organização como Autor e Editor)

Institute of medicine (US). Looking at the future of the Medicaidprogram. Washington:The Institute;1992.

8. Capítulo de Livro

Phillips SJ, Whisnant JP. Hypertension and stroke. In: LaraghJH, Brenner BM, editors.Hypertension: pathophysiology, diagnosis, and management. 2nd ed. New York: RavenPress;1995. p. 465-78.

9. Artigo em Formato Electrónico

Morse SS. Factors in the emergence of infectious diseases.Emerg Infect Dis [serialonline] 1995 Jan-Mar [cited 1996 Jun 5]; 1 (1): [24 screens]. Disponível em:URL: http://www.cdc.gov/ ncidod/EID/eid.htm

Devem ser utilizados os nomes abreviados das publicações, de acordo com o adoptado pelo IndexMedicus. Uma lista de publicações pode ser obtida em http://www.nlm.nih.gov.

Deve ser evitada a citação de resumos e comunicações pessoais.

Os autores devem verificar se todas as referências estão de acordo com os documentos originais.

Anexos

Material muito extenso para a publicação com o manuscrito, designadamente tabelas muito extensasou instrumentos de recolha de dados, poderá ser solicitado aos autores para que seja fornecido apedido dos interessados.

CONFLITOS DE INTERESSEOs autores de qualquer manuscrito submetido devem revelar no momento da submissão a existência de conflitosde interesse ou declarar a sua inexistência.

Page 42: Margarida Carvalho de Barros - Repositório Abertoé responsável por cerca de 90% destas neoplasias e a cessação tabágica é a estratégia preventiva mais eficaz. Os fumadores

15/02/2016 Instruções para Autores

http://arquivosdemedicina.org/arquivosdemedicina/index.php/pt/autores/submeter-artigo/normas-de-publicacao 8/9

Essa informação será mantida confidencial durante a revisão do manuscrito pelos avaliadores externos e nãoinfluenciará a decisão editorial mas será publicada se o artigo for aceite.

AUTORIZAÇÕESAntes de submeter um manuscrito aos ARQUIVOS DE MEDICINA os autores devem ter em sua posse osseguintes documentos que poderão ser solicitados pelo corpo editorial:

- consentimento informado de cada participante;

- consentimento informado de cada indivíduo presente emfotografias, mesmo quando forem efectuadas tentativasde ocultar a respectiva identidade;

- transferência de direitos de autor de imagens ou ilustrações;

- autorizações para utilização de material previamente publicado;

- autorizações dos colaboradores mencionados na secção deagradecimentos.

SUBMISSÃO DE MANUSCRITOSOs manuscritos submetidos aos ARQUIVOS DE MEDICINA devem ser preparados de acordo comas recomendações acima indicadas e devem ser acompanhados de uma carta de apresentação.

Carta de apresentação

Deve incluir a seguinte informação:

1. Título completo do manuscrito;2. Nomes dos autores com especificação do contributo de cada um para o manuscrito;3. Justificação de um número elevado de autores, quando aplicável4. Tipo de artigo, de acordo com a classificação dos ARQUIVOS DE MEDICINA;5. Fontes de financiamento, incluindo bolsas;6. Revelação de conflitos de interesse ou declaração da sua ausência;7. Declaração de que o manuscrito não foi ainda publicado, na íntegra ou em parte, e que

nenhuma versão do manuscrito está a ser avaliada por outra revista;8. Declaração de que todos os autores aprovaram a versão do manuscrito que está a ser

submetida;9. Assinatura de todos os autores.

É dada preferência à submissão dos manuscritos por e-mail ( [email protected]).

O manuscrito e a carta de apresentação devem, neste caso, ser enviados em ficheiros separados emformato word. Deve ser enviada por fax (225074379) uma cópia da carta de apresentação assinadapor todos os autores.

Se não for possível efectuar a submissão por e-mail esta pode ser efectuada por correio para oseguinte endereço:

ARQUIVOS DE MEDICINAFaculdade de Medicina do PortoAlameda Prof. Hernâni Monteiro4200 – 319 Porto, Portugal

Os manuscritos devem, então, ser submetidos em triplicado (1 original impresso apenas numa daspáginas e 2 cópias com impressão frente e verso), acompanhados da carta de apresentação.

Os manuscritos rejeitados ou o material que os acompanha não serão devolvidos, excepto quando

Page 43: Margarida Carvalho de Barros - Repositório Abertoé responsável por cerca de 90% destas neoplasias e a cessação tabágica é a estratégia preventiva mais eficaz. Os fumadores

15/02/2016 Instruções para Autores

http://arquivosdemedicina.org/arquivosdemedicina/index.php/pt/autores/submeter-artigo/normas-de-publicacao 9/9

expressamente solicitado no momento da submissão.

CORRECÇÃO DOS MANUSCRITOSA aceitação dos manuscritos relativamente aos quais forem solicitadas alterações fica condicionada àsua realização.

A versão corrigida do manuscrito deve ser enviada com as alterações sublinhadas para facilitar a suaverificação e deve ser acompanhada duma carta respondendo a cada um dos comentáriosefectuados.

Os manuscritos só poderão ser considerados aceites após confirmação das alterações solicitadas.

MANUSCRITOS ACEITESUma vez comunicada a aceitação dos manuscritos, deve ser enviada a sua versão final em ficheirode Word ©, formatada de acordo com as instruções acima indicadas.

No momento da aceitação os autores serão informados acerca do formato em que devem serenviadas as figuras.

A revisão das provas deve ser efectuada e aprovada por todos os autores dentro de três dias úteis.Nesta fase apenas se aceitam modificações que decorram da correcção de gralhas

Deve ser enviada uma declaração de transferência de direitos de autor para os ARQUIVOS DEMEDICINA, assinada por todos os autores, juntamente com as provas corrigidas.