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Inovação Tecnológica em apoio a Sustentabilidade Marcos Brivio da Costa Rio de Janeiro Dezembro de 2012

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Inovação Tecnológica em apoio a Sustentabilidade

Marcos Brivio da Costa

Rio de Janeiro

Dezembro de 2012

Marcos Brivio da Costa

Aluno do Curso de Engenharia de Produção

Matrícula: 0823800043

Inovação Tecnológica em apoio a Sustentabilidade

Trabalho de Conclusão de Curso, TCC,

apresentado ao Curso de Graduação em Engenharia de

Produção, da UEZO como parte dos requisitos para a

obtenção do grau de Engenheiro de Produção, sob a

orientação da Profª Roberta Gaidzinski.

Rio de Janeiro

Dezembro de 2012

ii

iii

C837 Costa, Marcos Brivio da.

Inovação tecnológica em apoio a sustentabilidade

/ Marcos Brivio da Costa. — 2012. 81 f.; 30 cm.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em

Engenharia de Produção)— Centro Universitário

Estadual da Zona oeste, Rio de Janeiro, 2012.

Bibliografia: f. 64-66.

1. inovação. 2. ecoeficiência.

3. produção mais limpa. 4. energia. I. Título.

CDD 658.406 3

iv

RESUMO

Depois de mais de 200 anos de industrialização e com uma alta taxa de crescimento

vegetativo, torna-se necessário rever os processos utilizados na produção, assim como a

forma de consumo de itens para satisfazer as necessidades humanas. Tecnologias devem

ser implementadas com a utilização de uma produção mais limpa como a aplicação

contínua de uma estratégia ambiental integrada a processos, produtos e serviços para

aumentar a eficiência e reduzir os riscos para os seres humanos e o meio ambiente. Uma

indústria sustentável deve manter o equilíbrio entre os aspectos sociais, econômicos e

ambientais. Ações voltadas para a melhoria nos processos como redução do consumo de

matérias-primas poluentes, redução do consumo de água e energia, tratamento de rejeitos e

efluentes tornam-se cada vez mais necessárias para que ocorra a sustentabilidade. Através

de investimentos governamentais em inovações de produtos e processos produtivos, as

indústrias buscam a ecoficiência com a adoção de uma produção mais limpa. Em relação

ao setor elétrico, busca-se a sustentabilidade principalmente por meio do aumento da

eficiência energética. A energia elétrica é a mais usada no processo industrial atualmente,

porém, outras formas de energia (renováveis e não renováveis) podem ser utilizadas para

gerar energia elétrica. O trabalho apresenta os esforços empreendidos por instituições

privadas e governamentais realizados para melhorar a matriz energética brasileira, bem

como os efeitos dos programas de sustentabilidade e inovação lançados nos últimos anos

na sustentabilidade empresarial. O trabalho também analisa aspectos relacionados à prática

da política de sustentabilidade pelas empresas nacionais com base na legislação ambiental

vigente.

Palavras-chave: inovação, ecoeficiência, produção mais limpa, energia.

v

ABSTRACT

After more than 200 years of industrialization and a high rate of vegetative growth, it is

necessary to review the processes used in the production, as well as the form of

consumption items to satisfy human needs. Technologies should be implemented with the

use of cleaner production as the continuous application of an integrated environmental

strategy to processes, products and services to increase efficiency and reduce risks to

humans and the environment. A sustainable industry must maintain a balance between the

social, economic and environmental. Actions aimed at improving processes and reducing

the consumption of polluting raw materials, reduce the consumption of water and energy,

treatment of waste and effluents become increasingly necessary for sustainability to occur.

Through government investment in innovation of products and production processes,

industries seek ecoficiência with the adoption of cleaner production. Regarding the

electricity sector, seeks to sustainability mainly through increased energy efficiency.

Electricity is the most used in industrial process currently, however, other forms of energy

(renewable and nonrenewable) can be used to generate electricity. The paper presents the

efforts made by government and private institutions made to improve the Brazilian energy

matrix, and the effects of innovation and sustainability programs launched in recent years

in corporate sustainability. The paper also examines issues related to the practice of

sustainability policy by domestic companies based on environmental regulations.

Keywords: innovation, eco-efficiency, cleaner production, energy.

vi

Sumá rio

1 Introdução....................................................................................................................... 1 2 Objetivos ........................................................................................................................ 3 3 Fundamentação Teórica e Revisão Bibliográfica........................................................... 4

3.1 Desenvolvimento Sustentável e Iniciativa Economia Verde .................................. 4 3.2 Produção mais Limpa ............................................................................................. 4

3.3 Ecoeficiência ........................................................................................................... 6 3.4 Eventos Relacionados com o Desenvolvimento sustentável .................................. 7 3.5 Principais Poluentes e Legislação Ambiental ......................................................... 9 3.6 Protocolos Internacionais ...................................................................................... 11

3.7 Certificação de Sistemas de Gestão Ambiental .................................................... 12

4 Inovação ....................................................................................................................... 14

4.1 Inovações de produto ............................................................................................ 15 4.2 Inovações de processo .......................................................................................... 15

4.3 Inovações organizacionais .................................................................................... 16 4.4 Inovações de marketing ........................................................................................ 16

4.5 PATENTES .......................................................................................................... 17 4.6 Programas de financiamento voltados à inovação ................................................ 18

4.6.1 Programas de Financiamento FINEP ............................................................ 18

4.6.2 Programas de Financiamento CNPq .............................................................. 22 4.6.3 Programas de Financiamento BNDES .......................................................... 24

4.7 Panorama brasileiro da Inovação .......................................................................... 25

4.7.1 PINTEC ......................................................................................................... 26 4.7.2 Sondagem da Inovação - ABDI ..................................................................... 34

5 Setor elétrico Brasileiro e Inovação Tecnológica ........................................................ 36 6 Panorama do setor elétrico no Brasil............................................................................ 36

7 Busca de pedidos de patentes do setor elétrico ............................................................ 44

7.1 Base de dados Derwent ......................................................................................... 44

7.1.1 No Mundo ...................................................................................................... 44 7.1.2 No Brasil ........................................................................................................ 46

vii

7.1.3 Base de dados INPI ....................................................................................... 55

8 Exemplo de Empresas inovadoras sustentáveis ........................................................... 58

8.1 Posto Ecoeficiente da Ipiranga ............................................................................. 58 8.2 Eletronuclear ......................................................................................................... 60

9 Conclusão ..................................................................................................................... 61 10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 64

Anexos ................................................................................................................................. 67

Tabela I - Fontes, características e efeitos dos principais poluentes da atmosfera .......... 67

Tabela II – Estatísticas do Cadastro Central de Empresas 2010 ...................................... 68 Tabela III-A – Resumo pesquisa PINTEC – IBGE ......................................................... 69

Tabela III-B – Resumo pesquisa PINTEC – IBGE ......................................................... 70 Tabela III-C – Resumo pesquisa PINTEC – IBGE ......................................................... 71 Tabela III-D – Resumo pesquisa PINTEC – IBGE ......................................................... 72

Listá de Figurás

Figura 1: Programas da FINEP, suas finalidades e seus públicos ....................................... 22

Figura 2: Recursos investidos em bolsas CNPq e CAPES (em R$ milhões correntes) ...... 23

Figura 3: Linhas de Financiamentos do BNDES suas finalidades e públicos ..................... 25

Figura 4: Evolução da Inovação por atividades econômicas no Brasil ............................... 27

Figura 5: Inovações que geram redução de matéria prima por grau de impacto ................. 29

Figura 6: Inovações que geram redução de consumo de energia por grau de impacto ....... 30

Figura 7: Inovações que geram redução de consumo de água por grau de impacto ........... 31

Figura 8: Inovações que geram redução do impacto ambiental e/ou aspectos ligados a

saúde e segurança por grau de impacto ............................................................................... 32

viii

Figura 9: Evolução das unidades fabris que implementaram inovações (Fonte: Pintec) .... 34

Figura 10: Percentual de empresas industriais com mais de 500 pessoas ocupadas que

inovaram - 2010/2012 .......................................................................................................... 35

Figura 11: Oferta interna de Energia elétrica por fonte – 2011 – Fonte BEN2012 ............. 39

Figura 12: Potencial eólico do Brasil - Fonte: Goldemberg e Lucon (2007) ...................... 43

Figura 13: Esquema de ligação contida na Patente PI013242-3 A2 .................................... 52

Figura 14: Torre estrutural mencioada na patente BRPI0610803 A2 ................................. 53

Figura 15: Diagrama da Patente PI1104840-9 A2 .............................................................. 55

Figura 16: Busca por patentes no setor elétrico no INPI (07/12/2012) ............................... 57

Figura 17: Reultado da Pesquisa no Site do INPI para as Palavras Energia e Eólica ......... 57

Figura 18: Aproveitamento da iluminação natural para ambientes internos ....................... 59

Figura 19: Coleta seletiva de lixo ........................................................................................ 60

Figura 20: Uso do adubo gerado a partir de resíduos da Eletronuclear ............................... 61

ix

Listá de Tábelás

Tabela 1: Razões pelas quais empresas não adotam um modelo PML ................................. 6

Tabela 2: Principais Acontecimentos Relacionados com o Desenvolvimento Sustentável .. 7

Tabela 3: Histórico das certificações concedidas por Estado da Federação........................ 13

Tabela 4: Histórico das certificações Estado da Federação ................................................. 14

Tabela 5: Classificação do porte das empresas do BNDES (a partir de 05 de março de

2010) .................................................................................................................................... 18

Tabela 6: CHAMADA PÚBLICA MCT/FINEP - CT-ENERG - ENERGIA ELÉTRICA -

01/2009 ................................................................................................................................ 20

Tabela 7: Total de Indústrias por setores participantes da Pintec ........................................ 26

Tabela 8: Evolução da Inovação por atividades econômicas de 1998 a 2008 ..................... 27

Tabela 9: Esforço inovador para Redução do consumo de matéria prima .......................... 29

Tabela 10: Esforço Inovador para Redução do consumo de Energia .................................. 30

Tabela 11: Esforço Inovador para Redução de consumo de água ....................................... 31

Tabela 12: Esforço Inovador para Redução do impacto ambiental e/ou aspectos ligados a

saúde e segurança ................................................................................................................ 31

Tabela 13: Unidades Fabris que implementaram inovações com alta importância no

impacto causado .................................................................................................................. 33

Tabela 14: Percentual de empresas industriais com mais de 500 pessoas ocupadas que

inovaram - 2010/2012 .......................................................................................................... 35

Tabela 15: Empreendimentos Geradores de Energia Elétrica no Brasil ............................. 38

Tabela 16: Produção de energia primária em percentual no período de 2002 a 2011 ......... 40

x

Tabela 17: Empreendimentos geradores de energia elétrica por Fonte de energia primária

............................................................................................................................................. 41

Tabela 18: Impactos Socioambientais da Geração de Energia Elétrica .............................. 43

Tabela 19: Dez maiores depositantes do Mundo ................................................................. 45

Tabela 20: Dez inventores que mais participaram de projetos patenteados no mundo ....... 45

Tabela 21: Patentes depositadas divididas por área de conhecimento ................................ 46

Tabela 22: Dez organizações que mais depositaram patentes, tendo o Brasil como possível

depositante ........................................................................................................................... 47

Tabela 23: Dez inventores que mais participaram de projetos com depósito de patente no

Brasil .................................................................................................................................... 48

Tabela 24: Pedidos de patentes dividos por área de conhecimento ..................................... 48

Tabela 25: As 10 maiores depositantes de patentes no setor elétrico, tendo o Brasil como

país depositante ................................................................................................................... 49

Tabela 26: Dez inventores com maior participação em patentes no setor elétrico, tendo o

Brasil como país depositante ............................................................................................... 50

Tabela 27: Pedidos de patentes dividos por área de conhecimento, tendo o Brasil como

principal depositante ............................................................................................................ 50

Tabela 29: Patentes de invenções para aproveitamento da energia eólica depositadas em

2010 e 2011 ......................................................................................................................... 58

xi

“Sustentabilidade não é só uma forma melhor de fabricar,

mas sim também uma forma melhor de consumir”.

1 Introdução

Com a crescente população mundial a demanda de bens de consumo e bens

duráveis vem aumentando em um ritmo nunca antes visto. É necessário utilizar os insumos

produtivos de forma a tirar melhor proveito deles em uma época que até a agricultura é

contra o meio ambiente.

Atualmente é preciso enfrentar os problemas econômicos sem causar problemas

ambientais. Nosso modelo econômico atual fomenta o consumo desenfreado sem levar em

consideração os problemas de escassez de recursos produtivos. O sistema produtivo de

uma nação deve ser regido pelas três perguntas básicas da economia:

O que e quanto produzir?

Como produzir?

Para quem produzir?

Além disso, é necessário, também, avaliar esta tríade e incluir novos componentes

neste conceito, acrescentando a ideia de preservação ambiental, são eles:

Que quantidade de recursos naturais pode ser consumida?

Como os resíduos industriais podem-se ser devolvidos à natureza?

Quando se promove o desenvolvimento de uma região através da instalação de um

polo industrial, deve-se ter em mente os danos causados ao ecossistema local. O número de

problemas gerados pode ser muito superior ao número de soluções, por este motivo deve-

se avaliar também o impacto ambiental. Estes novos polos devem seguir o novo conceito

de ecoeficiencia. De acordo com Bjorn Stigson, presidente da World Business Council

Sustainable Development – WBCSD, as empresas precisam torna-se eco-eficientes. Bjorn

Stigson, também, defini eco-eficiência da seguinte forma:

A combinação dos objetivos de excelência empresarial e excelência ambiental

criando uma ligação através do qual o comportamento das empresas pode apoiar

o desenvolvimento sustentável.

(http://www.wbcsd.org)

2

Os modelos atuais de processos produtivos apresentam, em geral, altos custos de

implantação o que cria a necessidade de grandes fábricas que produzam uma grande

quantidade de produtos para que os resultados financeiros sejam satisfatórios. Existe uma

redução do custo quando o volume de produção aumenta. Outro fator que cria este efeito é

a localização de empresas fornecedoras junto a seus clientes. Essa centralização confere

velocidade nas transações, além de reduzir os custos com logística. Mas é necessário

atentar para matriz energética local. É necessário saber se o local pode fornecer insumos

para geração de energia, nas formas demandadas, para abastecimento de todo

desenvolvimento sem degradar o ambiente.

No caso de urbanização em áreas inicialmente rurais, a centralização de indústrias

se estende além da deposição de resíduos, muitas vezes sem tratamento algum, em

córregos e riachos. Além disso, existe também o problema da escassez da mão de obra que

será suprida por profissionais vindos de outras regiões. Este êxodo causa um aumento na

população local.

O evento migratório causa um aumento da população local já no início da

construção. A infraestrutura da região, até então em moldes rurais, não suporta este

aumento populacional que na maioria das vezes não é temporário. Os serviços públicos,

tais como fornecimento de água, luz, saúde e ensino, são os primeiro a sentir este aumento.

Neste primeiro momento é evidente o aumento do custo de vida, principalmente no que

tange a moradia e alimentação. Contudo o maior vilão pode residir embaixo do solo. Em

regiões rurais, geralmente não existem sistemas de tratamento de efluentes que atendam as

necessidades demandadas pela crescente população e isso gera uma degradação ambiental

muito grande mesmo antes das novas indústrias começarem definitivamente a funcionar.

Por outro lado temos o aumento natural da população, segundo o economista inglês

Malthus (1978, apud in Dias 2009) o poder populacional é infinitamente maior que o da

Terra para produzir a subsistência do homem, ou seja, o aumento populacional se dá em

proporções que dentro de pouco tempo pode levar os recursos naturais ao esgotamento.

Uma indústria sustentável deve manter o equilíbrio entre os aspectos sociais,

econômicos e ambientais, mas não é só a indústria que deve ter preocupações ambientais, o

3

governo também deve zelar pelo meio ambiente investindo em desenvolvimento

tecnológico.

Após entrar em operação, a indústria além de resíduos sólidos e efluentes eliminam,

também, partículas em suspensão e gases que percorrem um enorme caminho antes de

serem depositados na natureza. Os processos produtivos atualmente emitem diversos tipos

de poluentes, sejam materiais processados ou rejeitos diversos que sem um tratamento

adequado voltam para a natureza. De acordo com políticas verdes internacionais, o

investimento em desenvolvimento de novas formas de produzir é necessário para criar

processos mais limpos e mais eficientes e, assim, gerar menos resíduos. Os recursos

necessários para este investimentos podem ser adquiridos em programas de

financiamentos, junto a entidades financeiras públicas e privada, destinadas à inovação,

previsto pela Lei 6.938/81.

Outro aspecto importante no crescimento industrial consiste no consumo de

energia. Por se de mais fácil utilização, a energia elétrica tornou-se uma das principais

formas de energia utilizada na indústria. Praticamente todas as outras formas de energia

podem ser usadas para gerar energia elétrica, sendo assim, a matriz energética é um

aspecto importante neste estudo.

2 Objetivos

Este trabalho tem como objetivo verificar aspectos relacionados à prática da

política de sustentabilidade pelas empresas nacionais com base na legislação ambiental

vigente. Outro objetivo do trabalho consiste em verificar os efeitos dos programas de

sustentabilidade e inovação lançados nos últimos anos no país (por meio de linhas de

financiamentos destinados principalmente à inovação tecnológica) na sustentabilidade

empresarial. Ainda em relação inovação tecnológica, o trabalho pretende avaliar o cenário

brasileiro e mundial da sustentabilidade em um setor estratégico atualmente, setor elétrico.

Para tal, foram analisados o quantitativo de patentes depositados nos últimos anos com o

objetivo de redução no impacto ambiental com a redução do consumo de energia elétrica.

4

3 Fundamentação Teórica e Revisão Bibliográfica

O homem, dotado de inteligência, pode alterar o curso de sua história e evoluir. Entre

erros e acertos, ele tem evoluído e esta evolução tem causado danos ao meio ambiente que

pode levar à destruição do ecossistema e o homem à extinção. De acordo com Dias (2009)

nos últimos 300 anos o desenvolvimento tecnológico foi inigualável, mas estas tecnologias

são um tanto imaturas no que tange a preservação do planeta. O conceito de

desenvolvimento sustentável e economia verde surgiram no século XX na década de 1960,

aproximadamente 250 anos após o processo de industrialização que ocorreu no final do

século XVIII.

3.1 Desenvolvimento Sustentável e Iniciativa Economia Verde

No ano de 1987, a ex-premiê da Noruega, Gro Harlem Brundtland, que criou o

conceito de Desenvolvimento Sustentável, o qual tem o seguinte enunciado: que atenda às

necessidades das gerações presentes sem comprometer a habilidade das gerações futuras de

suprirem suas próprias necessidades. Este conceito foi assumido oficialmente em 1992, na

eco-92 (Rio + 0), em substituição ao termo eco desenvolvimento.

Em 2008, foi lançada a Iniciativa Economia Verde – IEV – do Programa das Nações

Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Esta iniciativa resulta na melhoria do bem-estar

humano e da igualdade social, ao mesmo tempo em que reduz significativamente os riscos

ambientais e a escassez ecológica.

Principais características da IEV:

Pouco intensiva em carbono;

Eficiente no uso de recursos naturais; e

Socialmente inclusiva.

3.2 Produção mais Limpa

Em 1990, o PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) definiu

o termo Produção mais limpa (PML) como a aplicação contínua de uma estratégia

ambiental integrada a processos, produtos e serviços para aumentar a eficiência e reduzir

5

os riscos para os seres humanos e oa meio ambiente. A produção mais limpa tem como

premissas:

A Eficiência de Produção - por meio da otimização do uso produtivo dos recursos

naturais (materias-primas, energia, água) em todas as fases do ciclo de produção;

A Gestão Ambiental - através da minimização dos impactos negativos dos sistemas

de produção industrial sobre a natureza e o meio ambiente;

O desenvolvimento humano - através da minimização de riscos para as pessoas e

comunidades e do apoio ao desenvolvimento.

Para Nascimento (2008) PML consiste em uma proposta para representar o sistema

de produção industrial que considere:

A sustentabilidade de fontes renováveis de matérias primas;

A redução do consumo de água e energia;

A prevenção de geração de resíduos tóxicos e perigosos na fonte de produção;

A reutilização e reaproveitamento de materiais por reciclagem de maneira atóxica e

energia-eficiente;

A geração de produtos de vida útil longa, seguros e atóxicos, para o homem e o

ambiente natural;

A reciclagem (na planta industrial ou fora dela).

Ele também propõe a metodologia 5 R’s:

Reduzir;

Reutilizar;

Reciclar;

Reprojetar (produzir de forma que o produto dure mais, que não gere lixo); e

Rejeitar (não adquirir o lixo, reduzindo o consumo. Este é o “R” mais difícil, pois

implica e mudanças de comportamento mais profundas).

6

3.3 Ecoeficiência

O WBCSD (World Business Council for Sustainable Development - Conselho

Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável) definiu que a ecoeficiência é

alcançada mediante a entrega de produtos a preços competitivos e serviços que satisfaçam

as necessidades humanas e contribuam para a qualidade de vida, ao mesmo tempo em que

reduza, progressivamente, os impactos ecológicos e a intensidade do uso de recursos ao

longo de seu ciclo de vida para um nível de, pelo menos, em conformidade com a

capacidade estimada da Terra de repô-lo. Resumindo, manifesta a preocupação com a

criação de mais produtos com menos recursos.

Dias (2009) expõe que a estratégia de produção mais limpa se completa com a

adoção da filosofia da ecoficiência. De acordo com PNUMA (apud in Dias 2009, p. 129)

existem várias razões políticas, financeiras e técnicas que levam diversas organizações a

não adotarem um modelo de PML. Algumas das principais razões são mostradas na Tabela

1.

Tabela 1: Razões pelas quais empresas não adotam um modelo PML

Fonte: Dias, 2009

Razões pelas quais não se adota a PML %

Politica(60%) Resistência burocrática 20

Tendências Conservadoras 10

Legislação descoordenada 10

Sensacionalismo dos meios de Comunicação de Massa 10

Ignorância do Público/Falta de Informações 10

Subsídio para Disposição 10

Escassez de Fundos 10

Financeiras(30%) Vinculados à indústria de resíduos 10

Falta de informações centralizadas confiáveis 05

Técnicas (10%) Falta de apoio ao aplicar minimização dos resíduos às necessidades

individuais

05

Total 100

7

O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) iniciou em janeiro de 2011

um programa piloto de Patentes Verdes, cujo objetivo é reduzir pela metade o tempo de

espera do registro de patentes, que atualmente leva de quatro a cinco anos, que apresentem

tecnologias limpas. Neste programa são consideradas patentes verdes as tecnologias

referentes a energias alternativas, transportes, conservação de energia, gerenciamento de

resíduos e agricultura e as que reduzam os efeitos das mudanças climáticas globais.

3.4 Eventos Relacionados com o Desenvolvimento sustentável

Uma série de eventos internacionais desencadeou a necessidade de mudar o curso

do desenvolvimento tecnológico. De acordo com a Associação de Empresas de Portugal

(AEP) em sua publicação Boas Práticas de Desenvolvimento Sustentável os

principaiseventos são demonstrados na Tabela 2.

Tabela 2: Principais Acontecimentos Relacionados com o Desenvolvimento Sustentável

Ano Evento Descrição

1957 Estudo do americano Roger

Revelle

Mostrou que as emissões de afetavam a temperatura,

porém o alerta só interessa a uns poucos cientistas.

1962 Livro Primavera Silenciosa de

Rachel Carson

Marca o inicio do movimento ambientalista e expõe o uso

indiscriminado de inseticidas.

1968

Fundação do Clube de Roma Organização informal que promove o entendimento dos

componentes variados que formam o sistema global.

Conferência da UNESCO sobre

a conservação e o uso racional

dos recursos da biosfera (París)

Foram lançadas as bases para a criação do Programa: Homem

e a Biosfera (MAB)

1971 Criação do Programa MAB Alerta para a conservação e uso racional dos recursos da

biosfera e para melhoria da relação homem / meio ambiente

1972

Clube de Roma Apresenta o

Livro: Os limites do

Crescimento

Previa uma escassez catastrófica dos recursos naturais e uma

contaminação a níveis perigosos em 100 anos

Conferência das Nações Unidas

sobre o Ambiente e

Desenvolvimento Humano

(Estocolmo, Suécia)

A primeira manifestação dos governos e de todo o mundo com

as consequências da economia sobre o meio ambiente. Teve

como resultado a criação do Programa da Nações Unidas so-

bre o Meio Ambiente (PNUMA).

Programa das Nações Unidas

para o Ambiente (UNEP)

Criado na sequência da Primeira Conferência das Nações

Unidas sobre Ambiente e Desenvolvimento deu início à

primeira agência mundial dedicada ao ambiente.

1980 I Estratégia Mundial para a

Conservação

A IUCN, com a colaboração do PNUMA e do World Wildlife

Fund (WWF), adopta um plano de longo prazo para conservar

os recursos biológicos do planeta. No documento aparece pela

primeira vez o conceito de “desenvolvimento sustentável”

1983

A ONU forma a Comissão

Mundial para o Meio Ambiente

e o Desenvolvimento

(CMMAD)

Presidida pelo Primeira Ministra da Noruega, Go Harlem

Brundtland, tinha como objectivo examinar as relações entre o

meio ambiente e o desenvolvimento e apresentar propostas

viáveis.

8

Ano Evento Descrição

1987 Publicação do Livro “Nosso

Futuro Comum” de CMMAD

Vincula estreitamente economia e ecologia e estabelece o eixo

em torno do qual se deve discutir o desenvolvimento,

formalizando o conceito de desenvolvimento sustentável.

1988 Painel Intergovernamental para

as alterações Climáticas (IPCC)

Criado pelas Nações Unidas e a Organização Meteorológica

Mundial, o IPCC interpreta e atualiza os dados de

investigação cientifica produzida no mundo. Em cada cinco

anos publica e divulga os seus relatórios de avaliação, que

constituem a maior referência internacional sobre o tema.

1991

II Estratégia Mundial para a

Conservação: “Cuidando da

Terra”

Elaborado pela IUCN em conjunto com PNUMA e WWF este

documento foi baseado na informação Brundtland e preconiza

o reforço dos níveis políticos e sociais para a construção de

uma sociedade mais sustentável.

1992

Conferência das Nações Unidas

e Desenvolvimento ou Eco 92

(Rio de Janeiro)

O mais importante fórum mundial já realizado. Abordou

novas perspectivas globais e de integração da questão ambien-

tal planetária e definiu mais concretamente o modelo de

desenvolvimento sustentável.

1997

Rio+5 (Nova York) Teve como objetivo analisar a implementação do Programa

Agenda 21, aprovado na Conferência Eco92.

Assinatura do Protocolo de

Quioto

Os países signatários acordaram em estabelecer uma redução

de pelo menos 5,2% dos gases de efeito de estufa até 2012

(face ás emissões de 1990) por parte dos países desenvolvidos.

2000 I Fórum Mundial de âmbito

Ministerial (Malmo, Suécia)

Aprovação da Declaração de Malmo, que examina as novas

questões ambientais para o século XXI e adota compromissos

que visam contribuir mais efetivamente para o

desenvolvimento sustentável.

2002

Cimeira Mundial sobre o

Desenvolvimento Sustentável -

Rio + 10 (Johannesburgo)

Procurou examinar o andamento das metas estabelecidas pela

Conferência Eco92 e reforçou o compromisso dos Estados

com princípios do Desenvolvimento Sustentável.

2007

Relatório do Painel

Intergovernamental sobre

Mudança Climática (IPCC)

Previu as consequências desastrosas do aquecimento global

até 2100, caso o homem nada faça para o impedir.

Al Gore e IPCC ganham Nobel

da Paz

Al Gore e a organização, presidida pelo indiano Rajendra

Pachauri, receberam o prémio pela luta na preservação do

meio ambiente e a divulgação do conhecimento sobre as

mudanças climáticas e os seus efeitos no planeta.

20091

Acordo de Copenhague

Convenção sobre Mudança

Climática das Nações Unidas

(UNFCCC, na sigla em inglês).

Realizada em Copenhague Dinamarca pela ONU com a

presença de 120 chefes de Estado e de Governo tratou sobre as

mudanças climáticas. Substituição do Protocolo de Kyoto

20122

Conferência das Nações Unidas

e Desenvolvimento - Rio + 20

(Rio de Janeiro)

Realizada, após vinte anos da realização da Conferência das

Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento

(Rio-92), contribuiu para definir a agenda do desenvolvimento

sustentável para as próximas décadas.

1 Roney Rezende Rangel - Professor Ensino Superior - Diretoria de Ciências Gerenciais- Disciplina: Avaliação de

Meio Ambiente Universidade Nove de Julho – UNINOVE

2 Site oficial da Rio + 20 - http://www.rio20.gov.br/sobre_a_rio_mais_20

9

3.5 Principais Poluentes e Legislação Ambiental

A Lei 6.938, de 31 de agosto de 1981, Art. 3º, conceitua poluição como:

A degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que

direta ou indiretamente a) prejudiquem a saúde, a segurança, e o

bem-estar da população; b) criem condições adversas às

atividades sociais e econômicas; c) afetem desfavoravelmente a

biota; d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio

ambiente; e e) lancem matérias ou energia em desacordo com os

padrões ambientais estabelecidos.

De acordo com a “Organisation de Coopération et de Développement

Économiques” (OCDE) (apud in Relatório Anual da Qualidade do Ar do Estado do Rio de

Janeiro - 2009), a poluição atmosférica pode ser definida como a introdução de substâncias

ou energias que ocasionem consequências prejudiciais aos recursos biológicos e

ecossistemas colocando, ainda, em risco a saúde humana.

Os canais poluentes são:

Efluentes Domésticos;

Efluentes Industriais;

Resíduos Sólidos industriais;

Resíduos Sólidos Domésticos;

A Resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA 03, de 28 de

junho de 1990, define como poluente atmosférico qualquer forma de matéria ou energia

com intensidade e em quantidade, concentração, tempo ou características em desacordo

com os níveis estabelecidos, e que tornem ou possam tornar o ar:

Impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde;

Inconveniente ao bem estar público;

Danoso aos materiais, à fauna e à flora;

Prejudicial à segurança, ao uso e ao gozo da propriedade e às atividades

normais da comunidade.

10

Os poluentes podem ser classificados de acordo com sua origem em duas

categorias:

Primários: aqueles emitidos diretamente pelas fontes de emissão.

Secundários: São aqueles formados pela reação química entre dois ou mais

poluentes primários ou entre estes e outro componente natural.

São considerados poluentes particulados: as névoas de compostos inorgânicos e

orgânicos sólidos, com diâmetro aerodinâmico equivalente inferior a 100 mm, e que

permaneçam em suspensão, por um período mais longo quanto menores forem às

partículas.

A determinação da qualidade do ar está restrita a um grupo de poluentes, quer por

sua maior frequência de ocorrência, quer pelos efeitos adversos que causam ao meio

ambiente. São eles: dióxido de enxofre ( ), partículas totais em suspensão (PTS),

partículas inaláveis (PI), monóxido de carbono (CO), oxidantes fotoquímicos expressos

como ozônio ( ), hidrocarbonetos totais (HC) e óxidos de nitrogênio ( ). As

principais características, fontes emissoras, efeitos gerais sobre a saúde e efeitos gerais ao

meio ambiente são mostrado na Tabela I do Anexo.

A lei 6.938, de 31 de agosto de 1981, regulamentada pelo decreto 99.274 de 6 de

junho de 1990, estabelece a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e seus

mecanismos de formulação e aplicação; Constitui o Sistema Nacional de Meio Ambiente

(Sisnama) e institui o Cadastro de Defesa Ambiental.

A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivos:

Compatibilização do desenvolvimento econômico social com a preservação da

qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico;

Definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e ao

equilíbrio ecológico, atendendo aos interesses da União, dos Estados, do

Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;

Estabelecimento de critérios e padrões da qualidade ambiental e de normas

relativas ao uso e manejo de recursos ambientais;

11

Desenvolvimento de pesquisas e de tecnologia s nacionais orientadas para o uso

racional de recursos ambientais;

Difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de dados e

informações ambientais e à formação de uma consciência pública sobre a

necessidade de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico;

Preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas á sua utilização

racional e disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do

equilíbrio ecológico propício à vida;

Imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar

os danos causados, e ao usuário, de contribuição pela utilização de recursos

ambientais com fins econômicos.

Uma das principais ferramentas da Política Nacional de Meio Ambiente é o

Cadastro Técnico Federal (CTF) de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras

de recursos ambientais. O CTF tem por objetivo mapear os processos industriais e

caracterizar poluentes emitidos por eles fornecendo um plano de substituição por processos

mais limpos.

3.6 Protocolos Internacionais

O protocolo de Montreal, do qual o Brasil é signatário, prevê a eliminação de

prática comercial de substâncias destruidoras da camada de ozônio (SDOs). Os SDOs

controlados por este protocolo são: Clorofluorcarbono, Halon, Metilclorofórmio,

Tetracloreto de Carbono, Brometo de Metila, Hidroclorofluorcarbono.

O Brasil também faz parte do Acordo de Copenhague Convenção sobre Mudança

Climática das Nações Unidas (UNFCCC, sigla em inglês), celebrado, pela ONU com a

presença de 120 chefes de Estado e de Governo, o qual discutiu as mudanças climáticas em

substituição ao Protocolo de Kyoto.

Após a Conferência de Estocolmo em 1972, o governo brasileiro tomou algumas

medidas de controle dos impactos no meio ambiente causado pelo ritmo acelerado de

industrialização e, consequente aumento da população urbana (Dias 2009). Foram criados

os primeiros órgãos de controle ambiental, tais como a Secretaria de Meio Ambiente

12

(SEMA), a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB) em São Paulo

e o Conselho Estadual de Proteção Ambiental (CEPRAM) na Bahia.

3.7 Certificação de Sistemas de Gestão Ambiental

Embora exista um aumento da conscientização ambiental, ainda são poucas as

empresas que buscam a certificação um Sistema de Gestão Ambiental, SGA.

De acordo com Dias (2009) a gestão ambiental consiste no principal instrumento

para a obtenção do desenvolvimento sustentável. Atualmente, grandes organizações

compradoras de algum insumo produtivo vêm, de maneira indireta, forçando seus

fornecedores a manter algum tipo de gestão ambiental. No Brasil, a norma que rege o

sistema de gestão ambiental é a ISO 14001.

A Associação de Brasileira de Normas Técnicas – ABNT – representante brasileira

da Organização Internacional para Padronização (ISO do Inglês – International

Organization for Standartization) mantém o conjunto de normas ISO 14000 que tem por

finalidade estabelecer um padrão internacional de gestão ambiental.

O INMETRO mantém o histórico das certificações concedidas por estado da

Federação. Esta certificação depende de ações continuas para sua manutenção, por este

motivo, muitas empresas não conseguem manter-se certificadas. A Tabela 3 mostra uma

comparação entre o número de certificações e o número de unidades de negócio por Estado

(Estados que não há emissão de certificados foram omitidos). Os dados mostram que o

número de empresas que possuem Sistema de Gestão Ambiental certificado ainda é muito

pequeno. A Tabela I do anexo mostra a estatística do cadastro central de empresas no ano

de 2010 (número de unidades por estado e por setor econômico).

13

Tabela 3: Histórico das certificações concedidas por Estado da Federação

Estados

Total de

Certificações por

Estado3

Total de Unidades

de Negócio por

Estado4

ALAGOAS 2 39.917

AMAZONAS 9 36.422

BAHIA 20 264.383

CEARÁ 6 160.443

ESPÍRITO SANTO 2 105.623

GOIÁS 11 165.946

MARANHÃO 1 70.171

MATO GROSSO 2 86.476

MATO GROSSO DO SUL 4 64.478

MINAS GERAIS 21 606.256

PARÁ 1 76.081

PARANÁ 77 429.071

PERNAMBUCO 8 140.833

PIAUÍ 1 46.640

RIO DE JANEIRO 23 412.022

RIO GRANDE DO NORTE 4 59.131

RIO GRANDE DO SUL 18 491.584

SANTA CATARINA 49 290.034

SÃO PAULO 266 1.730.667

TOCANTINS 1 26.126

A Tabela 4 apresenta a comparação entre as certificações concedidas (empresas que

obtêm a certificação) e as certificações válidas (empresas que cumprem todas as exigências

para manutenção do certificado).

3 Fonte: INMETRO – Relatório de Certificações concedidas por Estado – 29/08/2012

4 Fonte: IBGE – Cadastro de Empresas por Estado – Censo 2010

14

Tabela 4: Histórico das certificações Estado da Federação

Estados da Federação Concedidas Válidas

ALAGOAS 2 1

AMAZONAS 9 4

BAHIA 20 10

CEARÁ 6 5

ESPÍRITO SANTO 2 1

GOIÁS 11 4

MARANHÃO 1 1

MATO GROSSO 2 0

MATO GROSSO DO SUL 4 3

MINAS GERAIS 21 6

PARÁ 1 1

PARANÁ 77 39

PERNAMBUCO 8 7

PIAUÍ 1 0

RIO DE JANEIRO 23 12

RIO GRANDE DO NORTE 4 2

RIO GRANDE DO SUL 18 8

SANTA CATARINA 49 26

SÃO PAULO 266 121

TOCANTINS 1 1

Fonte: INMETRO - Relatório de Certificações Válidas por Estado – 29/08/2012

4 Inovação

A Lei 10.973 de 2 de dezembro de 2004, que ficou conhecida como Lei da

inovação, estabelece medidas de incentivo à inovação e à pesquisa científica e tecnológica

no ambiente produtivo, com vistas à capacitação e ao alcance da autonomia tecnológica e

ao desenvolvimento industrial do País. Dentre estas medidas está a criação de agências de

fomento que têm o objetivo de financiar ações que visem a estimular e promover o

desenvolvimento da ciência, da tecnologia e da inovação. Nela também são diferenciadas

criação e inovação, sendo considerada criação qualquer invenção, modelo de utilidade,

desenho industrial, programa de computador, topografia de circuito integrado, nova forma

de cultivar ou forma de cultivar essencialmente derivada e qualquer outro desenvolvimento

tecnológico que acarrete ou possa acarretar o surgimento de novo produto, processo ou

aperfeiçoamento incremental, obtida por um ou mais criadores. Inovação consiste na

introdução de novidade ou aperfeiçoamento no ambiente produtivo ou social que resulte

em novos produtos, processos ou serviços.

15

O Manual de Oslo, traduzido em 2004 sob a responsabilidade da FINEP —

Financiadora de Estudos e Projetos, é a principal fonte internacional de diretrizes para

coleta e uso de dados sobre atividades inovadoras da indústria define inovação como:

Uma inovação é a implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou

significativamente melhorado, ou um processo, ou um novo método de

marketing, ou um novo método organizacional nas práticas de negócios, na

organização do local de trabalho ou nas relações externas.

Ainda de acordo com Manual de Oslo, em sua 3ª edição, existem quatro tipos de

inovações que encerram um amplo conjunto de mudanças nas atividades das empresas:

inovações de produto, inovações de processo, inovações organizacionais e inovações de

marketing.

4.1 Inovações de produto

Este tipo de inovação abrange desde a mudança ainda na fase de projeto até uma

simples mudança na forma ou finalidade de uso do produto. A simples combinação de um

ou mais produtos para obter-se uma nova utilidade para o conjunto é considerada uma

inovação.

Uma inovação de produto é a introdução de um bem ou serviço novo ou

significativamente melhorado no que concerne a suas características ou usos

previstos. Incluem-se melhoramentos significativos em especificações técnicas,

componentes e materiais, softwares incorporados, facilidade de uso ou outras

características funcionais.

Manual de Oslo 3ª edição

4.2 Inovações de processo

Este tipo de inovação não resulta necessariamente em um novo produto, mas sim

em uma nova maneira de produzir um produto, já existente no mercado, de forma mais

eficiente. A inovação de processo pode ocorrer concomitantemente com a inovação de

produto.

Uma inovação de processo é a implementação de um método de produção

ou distribuição novo ou significativamente melhorado. Incluem-se mudanças

significativas em técnicas, equipamentos e/ou softwares.

Manual de Oslo 3ª edição

16

4.3 Inovações organizacionais

Mudança do modelo organizacional que resulte em aumento do desempenho da

empresa através da redução de custo administrativo e implementação de novas práticas de

negócios que compreendam a implementação novos procedimentos, rotinas e métodos para

condução do negócio são exemplos de inovações organizacionais.

Uma inovação organizacional é a implementação de um novo método

organizacional nas práticas de negócios da empresa, na organização do seu local

de trabalho ou em suas relações externas.

Manual de Oslo 3ª edição

4.4 Inovações de marketing

O esforço voltado para melhor atender o cliente ou para abrir novos mercados e

mudança na apresentação do produto são exemplos de inovações de marketing.

Uma inovação de marketing é a implementação de um novo método de

marketing com mudanças significativas na concepção do produto ou em sua

embalagem, no posicionamento do produto, em sua promoção ou na fixação de

preços.

Manual de Oslo 3ª edição

A inovação de marketing pode ser ainda dividida em:

Inovação de marketing em Design – O produto é redesenhado total ou

parcialmente;

Inovação de marketing em Embalagem – O recipiente, onde o produto é

armazenado, é melhorado;

Inovação de marketing em Posicionamento do Produto – A introdução do produto

em novos canais de vendas;

Inovação de marketing de Promoção de Produtos – Uso de novos conceitos para

promover produtos ou serviços.

17

4.5 PATENTES

Patente é um título de propriedade temporário outorgado pelo Estado, por força de

lei, que confere ao seu titular, ou seus sucessores, o direito de impedir terceiros, sem o seu

consentimento, de produzir, usar, colocar a venda, vender ou importar produto objeto de

sua patente e/ou processo ou produto obtido diretamente por processo por ele patenteado.

A concessão da patente é um ato administrativo declarativo, ao se reconhecer o

direito do titular, e atributivo (constitutivo), sendo necessário o requerimento da patente e o

seu trâmite junto à administração pública.

As principais características da patente são:

Propriedade limitada temporalmente – Diferentemente de outros sistemas de

propriedade, a validade limitada a um determinado período de tempo, permite que após o

transcurso desse período a patente caia em domínio público, estando apta para ser usada

por toda a sociedade, incentivando o inventor a prosseguir na pesquisa de

aperfeiçoamentos, buscando evitar a superação por seus concorrentes.

Interesse público na divulgação da informação contida no pedido de patente – O

interesse público fica preservado na divulgação da informação, permitindo à sociedade o

livre acesso ao conhecimento da matéria objeto da patente. Dessa forma, os concorrentes

do inventor podem desenvolver suas pesquisas a partir de um estágio mais avançado do

conhecimento, promovendo, assim, o desenvolvimento tecnológico do país.

A patente é válida apenas nos países onde foi requerida e concedida a sua proteção.

Cada país é soberano para conceder ou não a patente independentemente da decisão em

outros países sobre pedidos de patentes correspondentes (art. 4° bis da “Convenção da

União de Paris para Proteção da Propriedade Industrial” – CUP, promulgada através dos

decretos nº 75.572, de 8 de abril de 1975 e nº 635, de 21 de agosto de 1992).

Entende-se por país de origem aquele país onde pela primeira vez foi requerida a

patente. Em geral, o país onde se realiza a invenção é aquele onde primeiramente é

requerida a patente. Quando o interessado deposita um pedido de patente ele passa a

usufruir uma expectativa de direito. O direito exclusivo do titular nasce apenas com a

18

concessão da patente, formalizada pela expedição do documento intitulado Carta-Patente.

Só a partir da concessão, o titular poderá impedir que terceiros não autorizados por ele

deixem de fazer as atividades que lhe são privativas, sob pena de sanções civil e penal, de

acordo com as prerrogativas e limitações previstas na legislação.

4.6 Programas de financiamento voltados à inovação

Pode-se considerar que no Brasil, não há falta de recursos para se inovar.

Especialistas chegam a afirmar que faltam bons projetos, não recursos (Grizendi 2011). Na

atualidade, os financiamentos mais difundidos e que apresentam maiores vantagens são os

voltados para inovação. Os programas são classificados com base no tamanho da empresa,

de acordo com a Tabela 5.

Tabela 5: Classificação do porte das empresas do BNDES (a partir de 05 de março de 2010)

4.6.1 Programas de Financiamento FINEP

4.6.1.1 CT-ENERG - Fundo Setorial de Energia5

Fundo é destinado a financiar programas e projetos na área de energia,

especialmente na área de eficiência energética. A ênfase consiste na articulação entre os

gastos diretos das empresas em P&D e a definição de um programa abrangente para

5 http://www.finep.gov.br/pagina.asp?pag=30.34.10 Última atualização: 28/06/2012

19

enfrentar os desafios de longo prazo no setor, tais como fontes alternativas de energia com

menores custos e melhor qualidade e redução do desperdício, além de estimular o aumento

da competitividade da tecnologia industrial nacional.

A fonte de Financiamento 0,75% a 1% sobre o faturamento líquido de empresas

concessionárias de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica.

O Público Alvo de recursos do CT-ENERG são as seguintes:

Instituições de pesquisa e desenvolvimento nacionais e reconhecidas pelo

Ministério da Ciência e Tecnologia - MCT;

Instituições de ensino superior credenciadas junto ao Ministério da Educação -

MEC.

Empresas públicas ou privadas devem ser sempre estimuladas a participar técnica e

financeiramente da execução dos projetos apoiados pelo CT-ENERG, especialmente

demandando o desenvolvimento científico e tecnológico de novos produtos, processos e

serviços às universidades e centros de pesquisa. Nesses casos, as empresas ou grupo de

empresas podem ser signatários dos convênios e, para tanto, devem manifestar o interesse

na parceria com as universidades ou centros de pesquisa e definir formalmente a

contrapartida técnica e financeira.

Dependendo da natureza do problema a ser analisado, do nível de conhecimento

sobre o problema e da capacidade instalada no país, as atividades desenvolvidas através do

CT-ENERG podem se dar através de programas e/ou projetos executados de maneira

individual ou cooperativa entre empresas e institutos de pesquisa.

Dentre os mecanismos cooperativos, pode-se recorrer a:

Programas Mobilizadores - um conjunto articulado de projetos de pesquisa aplicada

e de engenharia com o objetivo de desenvolver a tecnologia de um produto,

processo ou sistema;

Redes Cooperativas - são redes que proporcionam a realização de forma integrada

de ações no âmbito de um determinado tema, evitando duplicidade e pulverização

de iniciativas;

20

Plataformas Tecnológicas - espaço no qual diversos agentes interessados da

sociedade (governo, empresas e academia) reúnem-se para identificar os problemas

relacionados com gargalos tecnológicos e definir estratégias e ações para o avanço

tecnológico referentes a uma determinada questão de relevância reconhecida.

A Tabela 6 mostra o resultado da última chamada pública em 2009.

Tabela 6: Chamada Pública MCT/FINEP - CT-ENERG – Energia elétrica - 01/2009

Fonte: FINEP – Resultado edital 01/2009

REF. EXECUTOR UF Título do Projeto

Valor

Recomendado

+ Bolsas (em

1973/09ASSOCIAÇÃO DO LABORATÓRIO DE SISTEMAS

INTEGRÁVEIS TECNOLÓGICOSSP

SISTEMA EM REDE INTELIGENTE DE SENSORES PARA

MONITORAMENTO ON-LINE DE ESTADO DE TRANSFORMADORES E 676.545,88

1974/09UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO

SULRS

DESENVOLVIMENTO DE MATERIAIS ALTERNATIVOS APLICADO EM

GERADOR EÓLICO DE PEQUENO PORTE ATÉ 10KW1.110.172,72

1975/09INSTITUTO DE TECNOLOGIA PARA O

DESENVOLVIMENTOPR

REGULADOR DE ESPAÇAMENTO DE FASES DE REDES DE

DISTRIBUIÇÃO DE BAIXA TENSÃO788.813,00

1977/09FUNDAÇÃO CPQD CENTRO DE PESQUISA E

DESENVOLVIMENTO EM TELECOMUNICAÇÕESSP

CONFIABILIDADE METROLÓGICA DE SOFTWARES RESIDENTES EM

MEDIDORES E DE SISTEMAS DISTRIBUÍDOS DE MEDIÇÃO DE ENERGIA

ELÉTRICA

1.193.979,80

1978/09 UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - DEE CE SISTEMA PARA ILUMINAÇÃO PÚBLICA UTILIZANDO LEDS DE 913.455,84

1979/09INSTITUTO ALBERTO LUIZ COIMBRA DE PÓS-

GRADUAÇÃO E PESQUISA - UFRJRJ

SISTEMA SUPERVISÓRIO, DE AUTOMAÇÃO E CONTROLE PARA

USINAS MARINHA E EÓLICA596.109,88

1986/09 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS SPFIBRAS MICRO-ESTRUTURADAS PARA SENSORIAMENTO ÓPTICO DE

PARÂMETROS ELÉTRICOS1.465.019,54

1988/09 INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS - UNB DF AVALIAÇÃO E GESTÃO DO ASSOREAMENTO DE RESERVATÓRIOS 1.535.310,18

1991/09 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ PAAPLICAÇÃO DO PROCESSO GMAW/FCAW COM ADIÇÃO DE ARAME

FRIO EM REPAROS DE FALHAS DE CAVITAÇÃO EM TURBINAS 1.702.059,52

2000/09 UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ MG

DESENVOLVIMENTO DE INSTRUMENTAÇÃO EMPREGANDO

ESPECTROSCOPIA NIR PARA O MONITORAMENTO DE GASES LIVRES E

DISSOLVIDOS EM ÓLEO ISOLANTE DE TRANSFORMADORES

852.850,00

2002/09 FACULDADE DE TECNOLOGIA - FUB DF

DESENVOLVIMENTO DE UM ABSORVEDOR DINÂMICO DE VIBRAÇÃO

DO TIPO "STOCKBRIDGE" BASEADO NO COMPORTAMENTO

PSEUDOELÁSTICO DAS LIGAS COMMEMÓRIA DE FORMA

1.021.127,32

2005/09 UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS ALCENTRO DE DESENVOLVIMENTO, PRODUÇÃO DE PROTÓTIPOS E

SUPORTE EMPRESARIAL NA CONVERSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA1.082.139,00

2010/09FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO

CARLOSSP

UTILIZAÇÃO DE LIGA DE ALUMÍNIO AERONÁUTICA RECICLADA PARA

FABRICAÇÃO DE PRODUTOS/COMPONENTES LIGADOS A

DISTRIBUIÇÃO E TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

1.319.244,32

2017/09 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA SC

UNIDADE ESTRATÉGICA DE SUPORTE À OPERAÇÃO DE DESPACHO DE

CARGA DE LINHAS DE TRANSMISSÃO NACIONAIS BASEADA EM

DADOS AMBIENTAIS EM TEMPO ATUAL

1.452.052,32

2027/09 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE RSSISTEMA AVANÇADO DE SUPERVISÃO, INSPEÇÃO E DIAGNÓSTICO DE

SISTEMAS ELÉTRICOS: GERAÇÃO, TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO751.468,36

2033/09 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA SCDESENVOLVIMENTO DE MÉTODOS E TECNOLOGIAS PARA A REDE DE

ENERGIA ELÉTRICA DO FUTURO1.375.546,78

Total 17.835.894,46

21

4.6.1.2 Outros Programas FINEP

Programa Juro Zero: financiamento reembolsável a juro zero para projetos de

inovação, endereçado a micro e pequenas empresas, atualmente operando somente

nos estados da Bahia, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco e Santa Catarina;

Programa Subvenção Econômica: financiamento não reembolsável para projetos de

inovação, nacional, com áreas e temas induzidos, baseados nas prioridades da PDP

– Política de Desenvolvimento Produtivo, operado nacionalmente;

Programa PRIME: financiamento não reembolsável para estruturação de

empreendimentos de base tecnológica (negócios), endereçado a micro e pequenas

empresas nascentes, operado em parcerias com Incubadoras Âncoras, em diversos

estados brasileiros;

Programa PAPPE Subvenção/Integração: financiamento não reembolsável para

projetos de inovação, com áreas e temas induzidos, baseados nas prioridades das

políticas nacionais e regionais, operado em parceria com as FAP‘s - Fundações de

Apoio a Pesquisa estaduais, em diversos estados brasileiros;

Programa Inova Brasil: financiamento reembolsável a juros reduzidos para projetos

de inovação, nacional, endereçado a médias e grandes empresas, operado

nacionalmente;

A Figura 1 mostra, de forma resumida, outros programas da FINEP suas finalidades

e seus públicos alvos.

22

Figura 1: Programas da FINEP, suas finalidades e seus públicos

4.6.2 Programas de Financiamento CNPq

O Programa RHAE - Recursos Humanos em Áreas Estratégicas consiste em um

programa do CNPq de financiamento não-reembolsável, de apoio às atividades de pesquisa

tecnológica e de inovação, por meio da inserção de mestres ou doutores, em empresas na

forma de pagamento de bolsas a pesquisadores participantes de projetos de inovação nas

empresas, endereçados a micro, pequena e média empresa, operado diretamente por ele, de

abrangência nacional.

A seleção dos projetos é feita através de chamada publica. O projeto submetido

deve estar alinhado com os objetivos do Plano de Ação de Ciência, Tecnologia e Inovação

para o Desenvolvimento Nacional (Plano CTI 2007-2010, disponível em

http://www.mct.gov.br), e as prioridades da PDP - Política de Desenvolvimento Produtivo,

definidas em cada chamada pública.

23

O desenvolvimento do projeto de inovação deve ter duração máxima de 30 meses e

requerer atividades de P&D internas na empresa que se apoiem em pesquisadores

contratados como bolsistas, podendo estes ter a titulação de bacharel, mestre ou doutor,

sendo que cada grupo, necessariamente, deve ter um mestre ou doutor.

O valor máximo apoiado por projeto na forma de bolsas foi de R$ 300.000,00

(trezentos mil reais) no último edital de 2009/2010. A Figura 2 apresenta os investimentos

realizados pelo CNPq nos últimos 10 anos no programa RHAE.

Figura 2: Recursos investidos em bolsas CNPq e CAPES (em R$ milhões correntes)

Fontes: CNPq; SIAFI; LOA 2010

De acordo com os últimos resultados disponíveis no site do CNPq6 o Centro de

Pesquisas de Energia Elétrica (CEPEL), cujo principal objetivo consiste em desenvolver

6 Disponível em http://www.mct.gov.br/upd_blob/0211/211012.pdf

24

tecnologia avançada em equipamentos e sistemas elétricos no país contou com cerca de R$

670 milhões no período de 2007 a 2010.

4.6.3 Programas de Financiamento BNDES

A Figura 3 mostra as principais Linhas que são descritas a seguir:

Linha Capital Inovador (Foco na Empresa): financiamento reembolsável, com foco na

empresa, a taxas de juros atraentes, de abrangência nacional, para apoio a empresa em seus

esforços inovativos, tanto em investimentos tangíveis quanto em intangíveis, incluindo a

implementação de centro de pesquisa e desenvolvimento, para empresa de qualquer porte;

Linha Inovação Tecnológica (Foco no Projeto): financiamento reembolsável, com foco

no projeto, a taxas de juros atraentes, de abrangência nacional, para apoio a projeto de

inovação tecnológica, pelo menos para o mercado nacional, e que envolva risco

tecnológico, para empresa de qualquer porte.

Linha Inovação Produção: financiamento reembolsável a taxas de juros atraentes, de

abrangência nacional, para apoio a projeto de inovação, incluindo a modernização da

capacidade produtiva necessária à absorção dos resultados do processo de pesquisa e

desenvolvimento da inovação, para empresa de qualquer porte;

Programa PSI (Programa de Sustentação do Investimento) – Inovação:

financiamento reembolsável, de abrangência nacional, para apoio a empresa no

desenvolvimento de capacidade para empreender atividades inovativas em caráter

sistemático, ou a projeto de inovação de natureza tecnológica que envolva risco

tecnológico e oportunidades de mercado, para empresa de qualquer porte.

Fundo Tecnológico - FUNTEC: financiamento não reembolsável, de abrangência

nacional, para projetos de inovação, com áreas e temas induzidos, em conformidade com

os Programas e Políticas Públicas do Governo Federal, para Instituição Tecnológica - IT,

tendo uma empresa necessariamente como interveniente participante do projeto;

25

Figura 3: Linhas de Financiamentos do BNDES suas finalidades e públicos

4.7 Panorama brasileiro da Inovação

No Brasil existem duas principais pesquisas voltadas à inovação tecnológica. Uma

destas pesquisas é mantida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com

apoio da Financiadora de Estudos e Projetos – FINEP – e recebe a denominação de

Pesquisa de Inovação Tecnológica – PINTEC7. A outra pesquisa é a sondagem da inovação

mantida pela Associação Brasileira de desenvolvimento Industrial (ABDI). Com

periodicidade trimestral, a sondagem da inovação aponta o esforço de inovação de

empresas com mais de 500 empregados.

7Os resultados da PINTEC2008 foram divulgados em outubro de 2010. Uma nova pesquisa foi realizada em

2011, porém com previsão de divulgação em 2013.

26

4.7.1 PINTEC

A Tabela 7 mostra o quantitativo de empresas dos setores de atividades industriais

de transformação participantes da pesquisa no período de 1998 a 2008. A última pesquisa

realizada no período 2008 a 2012 somente será divulgada em 2013. Os dados estão

separados por atividades econômicas de acordo com a Classificação Nacional de

Atividades Econômicas – CNAE 1.0. As indústrias de transformação representam a

maioria das atividades industriais. Setores tais como fabricação de produtos alimentícios e

bebidas, confecção de artigos do vestuário e acessórios e Fabricação de móveis e indústrias

diversas apresentam destaque no que tange a unidades empresariais.

Tabela 7: Total de Indústrias por setores participantes da Pintec

2000 2003 2005 2008

Indúst r ias de t ransf ormação 2 2 4 0 1 2 7 6 2 1 2 9 9 51 3 8 3 6 2

Fabricação de produtos alimentícios e bebidas 3 024 3 563 3 771 4 792

Fabricação de produtos do fumo 18 13 18 16

Fabricação de produtos têxteis 900 1 111 1 382 1 443

Confecção de art igos do vestuário e acessórios 2 334 3 782 3 403 5 382

Preparação de couros e fabricação de artefatos de couro,

art igos de viagem e calçados 1 112 1 143 1 490 1 881

Fabricação de produtos de madeira 664 1 609 1 440 1 237

Fabricação de celulose, papel e produtos de papel 334 490 565 753

Edição, impressão e reprodução de gravações 1 109 1 080 1 451 1 911

Fabricação de coque, ref ino de petróleo, elaboração de

combustíveis nucleares e produção de álcool 65 64 103 113

Fabricação de produtos químicos 1 393 1 529 1 900 2 218

Fabricação de art igos de borracha e plást ico 1 678 1 828 1 806 2 342

Fabricação de produtos de minerais não-metálicos 1 262 1 331 1 558 2 628

M etalurgia básica 395 473 676 661

Fabricação de produtos de metal 1 889 2 453 2 668 4 006

Fabricação de máquinas e equipamentos 1 744 2 354 2 282 3 201

Fabricação de máquinas para escritório e equipamentos de

informática 109 143 146 119

Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos 699 699 865 962

Fabricação de material eletrônico e de aparelhos e

equipamentos de comunicações 338 348 367 355

Fabricação de equipamentos de instrumentação médico-

hospitalares, instrumentos de precisão e ópt icos,

equipamentos para automação industrial, cronômetros e

relógios 416 384 627 657

Fabricação e montagem de veículos automotores, reboques

e carrocerias 638 772 819 1 083

Fabricação de outros equipamentos de transporte 175 145 205 214

Fabricação de móveis e indústrias diversas 2 088 2 264 2 304 2 332

Reciclagem 16 43 106 55

Atividades das indústrias de transformaçãoTotal Total Total Total

27

A evolução do cenário da inovação no Brasil no período de 1998 à 2008 pode ser

vista na Tabela 8 e na Figura 4.

Tabela 8: Evolução da Inovação por atividades econômicas de 1998 a 2008

A análise dos dados na Figura 4 mostra que 57% das empresas prestadoras de

serviços implementaram produto e/ou processo novo ou substancialmente aprimorado no

período 2003 a 2005. Uma redução de 9% foi observada para este setor no período

seguinte (2005 – 2008). A atividade indústria de transformação tem mantido seu percentual

de inovação entre 30% e 40%. A indústria extrativista foi a que apresentou o menor

percentual inovador, porém de forma estável durante todo o período analisado.

Figura 4: Evolução da Inovação por atividades econômicas no Brasil

Inovou TotalInovador

(%)Inovou Total

Inovador

(%)Inovou Total

Inovador

(%)Inovou Total

Inovador

(%)

22698 72005 32% 28036 84262 33% 32796 95301 34% 41210 107605 38%

297 1729 17% 415 1888 22% 427 1849 23% 491 2076 24%

22401 70277 32% 27621 82374 34% 29951 89205 34% 38362 100612 38%

2418 4246 57% 2357 4917 48%

Total

Indústrias de transformação

Serviços

Indústrias extrativas

Atividade

Pintec 1998 - 2000 Pintec 2000 - 2003 pintec 2003 - 2005 pintec 2005 - 2008

28

As implementações inovadoras realizadas foram divididas em três graus de

importância de acordo com o impacto causado:

Alta – muito importante no impacto causado;

Média – importante no impacto causado; e

Baixa e sem relevância – pouco importante ou não relevante.

Os dados considerados relevantes para demonstrar como a inovação pode

transformar o modelo industrial moderno em um ambiente produtivo ecoeficiente através

da produção mais limpa foram:

Redução da Matéria prima – Implementação de nova técnica de produção que

reduza a necessidade de insumos tangíveis seja por redução do desperdício ou

reformulação do projeto do produto.

Redução do Consumo de Energia – Inovação tecnológica que resulte em menor

necessidade de consumo de energia seja por melhoria no processo produtivo para

evitar desperdício ou uso de energias renováveis.

Redução do Consumo de água – Melhoria do sistema produtivo que permite que os

mesmos bens e serviços sejam realizados com menor consumo de água. Essa

melhoria pode ser através de técnicas de reuso de água ou pela mudança no

processo de fabricação.

Redução do impacto ambiental e em aspectos ligados a saúde e segurança –

Melhoria que reduz o impacto ambiental seja por tratamentos de efluentes ou pela

eliminação do uso de emissores de poluentes.

A Tabela 9 mostra o quantitativo de empresas, por atividades, que têm buscado

inovar com o objetivo de reduzir o consumo de matéria prima. A Figura 5 mostra o

aumento da quantidade de empresas com esforço inovador para redução do consumo de

matéria prima.

29

Tabela 9: Esforço inovador para Redução do consumo de matéria prima

Figura 5: Inovações que geram redução de matéria prima por grau de impacto

A Tabela 10 e a Figura 6 mostram o esforço empreendido pelas organizações em

inovar reduzindo o consumo de energia.

Alta Média Baixa Alta Média Baixa Alta Média Baixa Alta Média Baixa

Total 1 807 3 415 17 475 1 365 2 330 24 338 2 584 3 501 26 710 4 284 5 465 27 990

Indústrias extrativas 29 57 212 55 35 324 52 49 326 94 20 377

Indústrias de transformação 1 779 3 358 17 264 1 310 2 296 24 014 2 472 3 384 24 095 4 190 5 444 27 614

Serviços 60 69 2 290

Redução do consumo de matéria-primaAtividades das

indústrias extrativas

e de

transformação

1998 - 2000 2000 - 2003 2003 - 2005 2005 - 2008

30

Tabela 10: Esforço Inovador para Redução do consumo de Energia

Figura 6: Inovações que geram redução de consumo de energia por grau de impacto

A Tabela 11 e a Figura 7 mostram o quantitativo de empresas com esforço de

inovação voltado para a redução do consumo de água. Este dado começou a ser

monitorado na segunda pesquisa no período 2000 a 2003.

Alta Média Baixa Alta Média Baixa Alta Média Baixa Alta Média Baixa

Total 1 933 3 446 17 318 1 204 2 060 24 769 1 643 3 400 27 753 3 949 5 161 28 632

Indústrias extrativas 28 54 215 15 7 393 23 48 356 101 61 330

Indústrias de transformação 1 905 3 393 17 102 1 189 2 054 24 376 1 580 3 263 25 107 3 848 5 101 28 301

Serviços 39 89 2 290

Redução do consumo de energia Atividades das

indústrias extrativas

e de

transformação

1998 - 2000 2000 - 2003 2003 - 2005 2005 - 2008

31

Tabela 11: Esforço Inovador para Redução de consumo de água

Figura 7: Inovações que geram redução de consumo de água por grau de impacto

A Tabela 12 e a Figura 8 apresentam a quantidade de empresas com esforço de

inovação voltado para a redução do impacto ambiental e/ou em aspectos voltados para

saúde e segurança.

Tabela 12: Esforço Inovador para Redução do impacto ambiental e/ou aspectos ligados a saúde e segurança

Alta Média Baixa Alta Média Baixa Alta Média Baixa Alta Média Baixa

Total - - - 564 639 26 830 884 1 271 30 641 1 925 2 656 33 161

Indústrias extrativas - - - 32 1 382 13 32 382 28 11 452

Indústrias de transformação - - - 532 638 26 448 867 1 237 27 847 1 896 2 644 32 710

Serviços - - - 4 2 2 412

Redução do consumo de águaAtividades das

indústrias extrativas

e de

transformação

1998 - 2000 2000 - 2003 2003 - 2005 2005 - 2008

Alta Média Baixa Alta Média Baixa Alta Média Baixa Alta Média Baixa

Total 5 466 4 383 12 848 6 370 3 898 17 765 6 395 3 992 22 408 14 417 9 630 29 938

Indústrias extrativas 167 47 83 143 96 177 163 35 229 280 36 258

Indústrias de transformação 5 299 4 336 12 765 6 228 3 802 17 589 6 154 3 921 19 876 13 763 9 394 27 481

Serviços 78 37 2 303 374 199 2 199

Redução do impacto ambiental e/ou em aspectos ligados à saúde e segurançaAtividades das

indústrias extrativas

e de

transformação

1998 - 2000 2000 - 2003 2003 - 2005 2005 - 2008

32

Figura 8: Inovações que geram redução do impacto ambiental e/ou aspectos ligados a saúde e segurança por grau de

impacto

Os resultados da pesquisa sugerem, de uma forma geral, um maior número de

inovações voltado para a redução do impacto ambiental e/ou aspectos ligados à saúde e

segurança. A pesquisa realizada no ano de 2000, revelou que o setor de Fabricação de

coque, refino de petróleo, elaboração de combustíveis nucleares e produção de álcool

apresentou 39% de unidades fabris implementando inovações com esta intenção. Este

número foi reduzido para cerca de 36% no ano de 2008.

De acordo com os resultados da primeira pesquisa (PINTEC 2000), os setores que

mais inovaram para redução de consumo de matéria prima foram os de Metalurgia Básica

com 15% das unidades fabris executaram implementações com alta relevância seguida

pelo Setor de Fabricação de produtos de Madeira com 14% das unidades. Na pesquisa

realizada no ano de 2008, o setor de metalurgia básica apresentou 17% de unidades fabris,

ou seja, apresentou um crescimento de cerca de 2% no período de oito anos enquanto o

número de unidades fabris do setor de Fabricação de produtos de Madeira apresentou um

decréscimo de 11%.

Quanto à redução do consumo de energia elétrica, os setores que mais se

destacaram na pesquisa realizada no ano de 2000 foram Setor de fabricação de

equipamentos de transporte com 15% de unidades e o setor de Metalurgia Básica (14% de

33

unidades). Ambas apresentaram queda na implementação de inovações com a finalidade de

reduzir o consumo de energia elétrica dentro do período coberto pelas pesquisas,

apresentando redução de respectivamente, 10% e 5%.

Implementações inovadoras com a intenção de reduzir o consumo de água

passaram a ser monitoradas a partir da pesquisa realizada no ano de 2003. O Setor com

maior número de unidades que implementaram inovações foi o de Fabricação de coque,

refino de petróleo, elaboração de combustíveis nucleares e produção de álcool com 10 %

da unidades em 2003, apresentando redução de 9% no ano de 2008.

A Tabela 13 mostra a quantidade (%) das unidades fabris que implementaram

inovações com alta importância no impacto causado. A Figura 9 monstra o aumento do

número de unidades que apresentaram inovações no período total da pesquisa. As Tabelas

III-A, III-B, III-C e III-D do Anexo apresentam o resultado global da pesquisa, incluindo

os dados com média e baixa importância no impacto causado, na pesquisa PINTEC

realizada nos anos de 2000, 2003, 2005 e 2008, respectivamente.

Tabela 13: Unidades Fabris que implementaram inovações com alta importância no impacto causado

Total

Alta % Alta % Alta % Alta %

Pintec 2000 22 401 1 779 8 1 905 9 5 299 24

Pintec 2003 27 621 1 310 5 1 189 4 532 2 6 228 23

Pintec 2005 29 951 2 472 8 1 580 5 867 3 6 154 21

Pintec 2008 38 362 4 190 11 3 848 10 1 896 5 13 763 36

Atividades das

indústrias de

transformação

Redução do

consumo

de matéria-prima

Redução do

consumo

de energia

Redução do

consumo de água

Redução do impacto

ambiental e em

aspectos ligados à

34

Figura 9: Evolução das unidades fabris que implementaram inovações (Fonte: Pintec)

4.7.2 Sondagem da Inovação - ABDI

Outra pesquisa é mantida pela Agência Nacional de Desenvolvimento Industrial –

ABDI – vinculada ao Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior –

MDIC – que promove trimestralmente, desde 2010, a Sondagem de Inovação com o

objetivo de acompanhar a evolução da inovação tecnológica industrial. A pesquisa é

realizada com empresas com mais de 500 (quinhentos) empregados, e tem como objetivo

levantar informações sobre o esforço e as inovações tecnológicas efetivamente realizadas

no trimestre, além da intenção e motivação de inovar para o trimestre seguinte.

Os seguintes indicadores são utilizados pela sondagem:

Inovação de produto – alterações significativas no produto. Ela ainda pode ser:

o De Produto para Empresa – Produto já existente no mercado que a empresa

passou a produzir.

o De Produto para Mercado – Produto ainda não existente no mercado.

Inovação de processo - alterações significativas na forma de se produzir. Ela ainda

pode ser para:

o De Processo para Empresa – Processo já existente em outras organizações

implantado na empresa.

35

o De Processo para Mercado – Nenhuma outra organização pratica esta forma

de produção.

A análise da Tabela 14 e da Figura 10 revela que nos dois primeiros trimestres de

2010 foram apurados os maiores índices de inovação nas indústrias de transformação com

mais de 500 empregados. O índice empresas inovadores sofreu uma queda de cerca de

16,9% no primeiro trimestre de 2012 em relação ao primeiro trimestre de 2010. Este

resultado mostrou que as empresas têm encontrado dificuldades em inovar.

Tabela 14: Percentual de empresas industriais com mais de 500 pessoas ocupadas que inovaram - 2010/2012

Figura 10: Percentual de empresas industriais com mais de 500 pessoas ocupadas que inovaram - 2010/2012

2012

1º trim -

2010

2º trim -

2010

3º trim -

2010

4º trim -

2010

1º trim -

2011

2º trim -

2011

3º trim -

2011

4º trim -

2011

1º trim -

2012

Inovadoras de produto ou

processo 71,4% 71,5% 67,7% 61,6% 62,1% 54,4% 54,2% 54,5% 54,4%

De produto 52,4% 57,0% 53,3% 48,4% 46,3% 40,3% 42,8% 42,4% 43,1%

Produto novo para empresa 48,5% 23,9% 47,8% 44,6% 43,4% 37,4% 40,9% 37,4% 39,4%

Produto novo para o mercado

nacional 18,1% 18,1% 24,4% 18,4% 20,4% 18,0% 16,8% 18,3% 15,5%

De processo 55,2% 50,8% 51,9% 45,8% 46,0% 38,2% 37,1% 36,4% 37,2%

Processo novo para a empresa 48,6% 45,1% 47,1% 41,5% 43,4% 34,3% 33,3% 32,1% 33,7%

Processo novo para o mercado

nacional 24,8% 15,5% 18,2% 15,5% 13,0% 12,5% 11,7% 11,6% 9,4%

20112010

Percentual de empresas

Fonte: Sondagem de Inovação 1º trimestre de 2012

Fonte: Sondagem de Inovação 1º trimestre de 2012

36

5 Setor elétrico Brasileiro e Inovação Tecnológica

De acordo com o relatório da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), no período de

2006 a 2010 foi observado um aumento no consumo de energia elétrica de 11,31%, quase

duas vezes maior que o crescimento da população no período. As projeções para o ano de

2011 indicaram que a expansão chegaria a cerca de 17%, elevando o consumo para 2.494

kWh/hab.

Com o crescente número de novas tecnologias, é imprescindível que o

fornecimento de energia, sobretudo elétrica, para abastecer leve em consideração novas

formas de produzir eletricidade. Os centros de produção cada vez mais automatizados

demandam cada vez maior volume de energia. Diversas tarefas outrora feitas à mão agora

são executadas através de equipamentos que aumentam a eficiência da linha produtiva,

mas que também aumentam a demanda por energia. Este fato torna o setor elétrico um

setor estratégico na atualidade e alvo de inovações, principalmente, no que tange a sua

geração a partir de energias renováveis. Por este motivo, neste trabalho serão focadas as

pesquisas em inovação no setor elétrico brasileiro e mundial. Um panorama do setor

elétrico no Brasil será apresentado no item 6. Em seguida, serão apresentados os resultados

da pesquisa realizada para o levantamento de inovações no setor de energia elétrica, e em

particular, de energia eólica.

6 Panorama do setor elétrico no Brasil

Entre as formas de energia utilizadas nos processos industriais, a energia elétrica é

que possui o uso mais extenso. Praticamente todas as outras formas de energia são

utilizadas para gerar energia elétrica. Os tipos de empreendimentos de geração de energia

elétrica presente no Brasil são:

Usina Hidrelétrica de Energia (UHE), Central Geradora Hidrelétrica (CGH) e

Pequena Central Hidrelétrica (PCH) – Estes tipos de geradoras utilizam como fonte de

energia primária os potenciais hidráulicos, sendo que CGH utilizam um potencial acima de

1000kW e geram até 30.000kW, enquanto a PCH, que não precisão de autorização do

poder cedente, apenas podem utilizar potenciais iguais ou inferiores a este valor. Os

37

empreendimento capazes de gerar acima de 30.000 kW são chamados de Usinas

Hidroelétricas.

Central Geradora Undi-Elétrica (CGU) – Utiliza como fonte de energia primária a

forças das mares, ou seja, a energia potencial das ondas. Trata-se de um tipo ainda não

muito explorado no Brasil.

Geradora Eolielétrica (EOL) – Gera eletricidade utilizando como fonte de energia

primária a força dos ventos.

Central Geradora Solar Fotovotaica (SOL) Usina Fotovoltaica (UFV) – Utilizam

células fotovoltaicas que são elementos em estado sólido capazes de transforma a luz solar

em energia elétrica.

Usina Termelétrica de Energia (UTE) e Usina Termonuclear (UTN) – as UTE geram

energia elétrica a partir da energia térmica provinda de bagaço de diversos tipos de plantas,

restos de madeiras, óleos combustíveis diversos, gás natural ou carvão natural. Já as UTN

usam a energia térmica gerada pela fissão nuclear de combustíveis nucleares, tal com

urânio enriquecido.

O Brasil possui no total de 2.679 empreendimentos geradores de energia elétrica,

gerando um total de 119.420.477 kW de potência e está prevista para os próximos anos

uma adição de 27.943.800 kW proveniente de 180 empreendimentos já em construção e

20.924.892 kW de 558 empreendimentos já outorgados mostrados na Tabela 15.

38

Tabela 15: Empreendimentos Geradores de Energia Elétrica no Brasil

Além da produção interna, o Brasil importa 8.170.000 kW para suprir sua demanda

interna por energia elétrica.

Pode-se observar que o Brasil apresenta uma matriz de geração elétrica de origem

predominantemente renovável, sendo que a geração interna hidráulica responde por 74,0%

da oferta. Somando as importações, que essencialmente também são de origem renovável,

pode-se afirmar que 89% da eletricidade no Brasil é originada de fontes renováveis (BEN,

2012). A Figura 14 mostra a oferta interna de energia por fonte.

Quantidade

Potência

Outorgada

(kW)

Potência

Fiscalizada

(kW)

% Quantidade

Potência

Outorgada

(kW)

%Quantidad

e

Potência

Outorgada

(kW)

%

CGH 388 230.278 228.648 0,19 1 848 0 58 39.146 0,19

CGU - - - 0 - - 0 1 50 0

EOL 80 1.769.028 1.667.032 1,4 77 1.896.196 6,79 214 5.989.343 28,62

PCH 424 4.179.578 4.123.894 3,45 50 557.337 1,99 129 1.792.210 8,56

UFV 8 5.494 1.494 0 0 0

UHE 201 81.951.826 78.978.614 66,13 12 18.282.400 65,43 15 3.149.442 15,05

UTE 1.576 33.702.933 32.413.788 27,14 39 5.857.019 20,96 141 9.954.701 47,57

UTN 2 1.990.000 2.007.000 1,68 1 1.350.000 4,83 0

Total 2.679 123.829.137 119.420.470 100 180 27.943.800 100 558 20.924.892 100

Fonte: http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/capacidadebrasil/capacidadebrasil.asp

Em operação Em construção Outorgados

Os valores de porcentagem são referentes a Potência Fiscalizada. A Potência Outorgada é igual a considerada no Ato de

Outorga. A Potência Fiscalizada é igual a considerada a partir da operação comercial da primeira unidade geradora.

Tipo

39

Figura 11: Oferta interna de Energia elétrica por fonte – 2011 – Fonte BEN2012

Bronzatti e Iarozinski Neto (2008) afirmam que a demanda energética de um país

está fortemente correlacionada com sua atividade econômica, ou seja, o Produto Interno

Bruto. A medida desta correlação é dada através da intensidade energética do país.

BEN (2012) mostra que do lado do consumo, o setor residencial apresentou

crescimento de 4,4%. O setor industrial apresentou aumento de 3,0% no consumo elétrico

no biênio 2011-2010, explicado pelo crescimento da produção física em algumas

atividades energo-intensivas. Os demais setores – público, agropecuário, comercial e

transportes – quando analisados em bloco apresentaram variação positiva de 6,4% em

relação ao ano anterior. O setor energético apresentou redução de 12,9%. Em 2011, com

acréscimo de aproximadamente 5 GW, a capacidade instalada das centrais de geração de

energia elétrica do Brasil alcançou 117.135 MW, na soma das centrais de serviço público e

autoprodutoras.

Como não é possível gerar energia elétrica a partir do nada, é necessária outra fonte

de energia primária para que se possa produzi-la. As fontes de energia primária são

classificadas como renováveis, que podem ser reposta pela natureza em tempo menor que

seu consumo e não renováveis, que cujo tempo de reposição é muito maior do o tempo de

40

seu consumo (Goldemberg e Lucon, 2007). A Tabela 16, mostra o percentual de produção

de cada energia primaria, verifica-se que a mais de 50% da utilizada ainda provém de

fontes não renováveis.

Tabela 16: Produção de energia primária em percentual no período de 2002 a 2011

Fonte: BEN, 2012

No Brasil, as fontes de energia primária utilizadas no processo de produção de

energia elétrica são dispostas na Tabela 17 com as respectivas potências geradas.

41

N.° de Usinas (kW) N.° de Usinas (kW)

 Hidro 1.013 83.331.156 65,3 1.013 83.331.156 65,3

Natural 105 11.550.013 9,05

Processo 40 1.831.683 1,44

Óleo Diesel 938 3.391.862 2,66

Óleo Residual 34 3.936.311 3,09

Bagaço de Cana 358 8.027.644 6,29

Licor Negro 14 1.235.643 0,97

Madeira 44 378.035 0,3

Biogás 20 78.182 0,06

Casca de Arroz 8 32.608 0,03

 Nuclear 2 2.007.000 1,57 2 2.007.000 1,57

 Carvão Mineral Carvão Mineral 10 1.944.054 1,52 10 1.944.054 1,52

 Eólica 80 1.667.032 1,31 80 1.667.032 1,31

Paraguai 5.650.000 5,46

Argentina 2.250.000 2,17

Venezuela 200.000 0,19

Uruguai 70.000 0,07

2.676 127.587.068 100 2.676 127.587.068 100Total

 Biomassa

444 9.752.112 7,64

Importação 8.170.000 6,4

 Gás145 13.381.696 10,5

 Petróleo972 7.328.173 5,74

Empreendimentos em Operação

Tipo

Capacidade Instalada

%

Total

%

Tabela 17: Empreendimentos geradores de energia elétrica por Fonte de energia primária

Fonte: ANEL

Ainda pouco explorada, o Brasil possui um grande potencial de energia eólica. De

acordo com Bronzatti e Iarozinski Neto (2008) existe um enorme potencial nas fontes

renováveis, como a Energia Eólica e Solar. Em relação à energia eólica, segundo estudo do

Centro de Referência para Energia Solar e Eólica – CRESESB/CEPEL, o Brasil possui um

potencial de 143 GW. Parte desse potencial pode ser aproveitado comercialmente nos

litorais do Nordeste, Sudeste e Sul do país.

Em maio de 2012, a diretoria do BNDES aprovou financiamento de R$ 358

milhões para quatro parques eólicos em Trairi, no Ceará. Os empreendimentos compõem o

Projeto Trairi, que terá potência instalada total de 115,4 MW e entrará em operação em

janeiro de 2013. Os recursos do BNDES representam 68,4% do investimento total do

projeto. Do financiamento, R$ 1,8 milhão será destinado a programas sociais para o

desenvolvimento sustentável do território no entorno dos parques, a fim de contribuir para

a redução das emissões de gases de efeito estufa por MWh gerado no sistema interligado.

Os quatro parques contarão com 50 aerogeradores produzidos no País pela Siemens Ltda.

42

O financiamento a investimentos em energia eólica no BNDES tem crescido nos

últimos anos, refletindo a prioridade do Banco em apoiar empreendimentos em energia

renovável. Em 2008, as aprovações para projetos no setor foram de R$ 257 milhões; em

2009, aumentaram para R$ 1,2 bilhão, mantendo-se na mesma faixa em 2010. No ano

passado, os projetos de geração eólica aprovados pelo BNDES somaram R$ 3,4 bilhões. A

Figura 12 mostra o potencial eólico brasileiro.

43

Figura 12: Potencial eólico do Brasil - Fonte: Goldemberg e Lucon (2007)

Embora a geração de energia elétrica a partir de energias renováveis seja

considerada limpa, Goldemberg e Lucon(2007) apontam que todos estes tipos de

empreendimentos apresentam impactos socioambientais. Estes impactos são apresentados

na Tabela 18.

Tabela 18: Impactos Socioambientais da Geração de Energia Elétrica

Fonte: Goldemberg e Lucon, 2007

Fontes Impactos Socioambientais

Emissão de Gases do Efeito Estufa

Emissão de Material Particulado

Emissão de Óxido de Enxofre

Emissão de Óxido de Nitrogênio

Alagamento para Construção de Barragens

Alteração nos Regimes dos Rios a Jusante

Assoreamento a Montante da Barragem

Barreiras à Migração dos Peixes

Proliferação de Algas

Perda de Patrimônio Histórico, Arqueológico e Turístico

Remoção de Populações Locais

Perda de Biodiversidade

Poluição Atmosférica

Mortandade de Peixes

Contaminação de Aquíferos Freáticos

Poluição Sonora

Poluição Estética

Morte de Pássaros

Energia Solar Acúmulo de Resíduos Tóxicos no Ambiente

Interferência na Fauna e Flora Locais

Conflitos com o Turismo

Risco de Acidentes

Incertezas no Gerenciamento dos Resíduos

Perigo da Proliferação de Armas Atômicas

PCH´s

Energia Nuclear

Termoeletricidade

Hidreletricidade

Bioeletricidade

Energia Eólica

44

7 Busca de pedidos de patentes do setor elétrico

Foi realizada uma pesquisa com o objetivo de verificar o panorama atual do

patenteamento no setor elétrico. A referida pesquisa foi feita com a utilização de duas

bases de dados de patentes, denominadas Derwent e INPI.

O Derwent consiste na base de dados de patentes internacional mais completa e

atualizada disponível. Seu acesso se dá por meio do portal Periódicos CAPES. A base de

dados possui especialistas em cada área do conhecimento que reescrevem o resumo/título

de cada patente para alimentar frequentemente seu banco de dados. Os documentos

originais referentes a cada patente pesquisada também ficam disponíveis em meio

eletrônico. A busca apresenta os pedidos de patentes realizados até o mês de junho de

2010, já que o período de sigilo de 18 meses (anterior à data da pesquisa) de cada pedido

deve ser respeitado. A busca foi realizada nas datas de 30/11/12 e 07/12/2012.

A busca nas duas bases de dados consultadas foi relacionada principalmente a

pedidos de depósito de patentes visando à redução do impacto ambiental por meio da

redução do consumo energia elétrica. O resultado desta busca mostrou que a redução do

consumo de energia elétrica, principalmente, provinda de geração a partir de energias não

renováveis tem sido uma preocupação global.

7.1 Base de dados Derwent

7.1.1 No Mundo

A busca foi feita com a utilização das seguintes palavras chaves: Elétrica (Eletric),

Ambiental ou meio ambiente (Environmental or environment), impacto ou redução (impact

or reducion). Foram encontrados 3.636 registros. A Tabela 19 apresenta os dez maiores

depositantes no mundo.

45

Tabela 19: Dez maiores depositantes do Mundo

Fonte: Derwent

A tabela 20 mostra os 10 inventores que mais participaram de projetos que geraram

patentes envolvendo energia elétrica. A Tabela 21 mostra as patentes depositadas divididas

por área de conhecimento.

Tabela 20: Dez inventores que mais participaram de projetos patenteados no mundo

Fonte: Derwent

46

Tabela 21: Patentes depositadas divididas por área de conhecimento

Fonte: Derwent

7.1.2 No Brasil

A busca foi feita com a utilização das seguintes palavras chaves: Elétrica (Eletric),

Ambiental ou meio ambiente (Environmental or environment), impacto ou redução (impact

or reducion), adicionada a sigla BR (Brasil), sendo encontrados 25.051 registros. A

Tabela 22 mostra as dez organizações que mais depositaram patentes incluindo o Brasil

como um dos possíveis países de depósito.

47

Tabela 22: Dez organizações que mais depositaram patentes, tendo o Brasil como possível depositante

Fonte Derwent

A Tabela 23 mostra os 10 inventores que tiveram grande participação nos projetos

que primam pela redução do impacto ambiental e que geraram depósito de patente. A

Tabela 24 mostra os pedidos de patentes, para a mesma pesquisa, dividas por área de

conhecimento.

48

Tabela 23: Dez inventores que mais participaram de projetos com depósito de patente no Brasil

Fonte Derwent

Tabela 24: Pedidos de patentes dividos por área de conhecimento

Fonte Derwent

Uma nova busca foi feita com a utilização das mesmas palavras chaves da pesquisa

anterior: Elétrica (Eletric), Ambiental ou meio ambiente (Environmental or environment),

impacto ou redução (impact or reducion), sigla BR (Brasil), mas considerando apenas os

49

pedidos que contemplam o Brasil como principal país depositante. Foram encontrados 703

registros. A Tabela 25 mostra os resultados com os dez maiores depositantes.

Tabela 25: As 10 maiores depositantes de patentes no setor elétrico, tendo o Brasil como país depositante

Fonte Derwent

A Tabela 26 mostra o resultado da busca para os dez maiores inventores, e a Tabela

27 apresenta os pedidos de patentes, para a mesma pesquisa, dividas por área de

conhecimento.

50

Tabela 26: Dez inventores com maior participação em patentes no setor elétrico, tendo o Brasil como país depositante

Fonte Derwent

Tabela 27: Pedidos de patentes dividos por área de conhecimento, tendo o Brasil como principal depositante

Fonte Derwent

Uma nova pesquisa foi realizada com o objetivo de analisar o panorama do setor de

energia eólica no Brasil, ou seja, o número de pedidos de patentes com a utilização de

energia eólica inseridos no número total de pedidos depositados apresentados na busca

51

anterior (703 registros). Para esta busca, as seguintes palavras chaves foram utilizadas:

elétrico (eletric*), ambiente (environment*), sigla BR* e impacto ou energia (impact* or

energy), redução (reduction) e Energia eólica (wind energy). Neste caso, somente nove

patentes foram encontradas na pesquisa. Em seguida, um estudo destas patentes foi

realizado para obter informações a respeito dos principais projetos voltados para geração

de energia eólica no Brasil. Um resumo de três destas patentes encontra-se descrito a

seguir.

Depósito de Patente: PI0113242-3 A2

Título da Patente: INSTALAÇÃO DE ENERGIA EÓLICA

Depositada em 10/08/2001 pelo próprio inventor Aloys Wobben, de origem alemã,

diz respeito a uma usina de energia eólica, que compreende, pelo menos, dois retificadores

e dois inversores. O objetivo da invenção é limitar os danos provocados por falha dos

componentes da usina de energia eólica, permitindo ainda o uso de componentes padrões.

Como a energia eólica não é constante, as diversas paradas e partidas da usina aumenta o

risco de danos aos seus componentes, e afim de eliminar este dano a usina de energia

eólica compreende, pelo menos, dois dispositivos de partida (121, 122, 123, 124) cada um

com, pelo menos, um enrolamento de estator (1211, 1212) e, pelo menos, dois

transformadores (181, 182, 183, 184). A Figura 13 mostra o esquema de ligação dos

componentes.

52

Figura 13: Esquema de ligação contida na Patente PI013242-3 A2

Depósito de Patente número: BRPI0610803 A2

Título da Patente: TORRE ESTRUTURAL

Inventada por Todd Andersen e Tracy Livingston, foi depositada em 12/05/2006

por Tracy Livingston, de origem Norte Americana, diz respeito a uma torre estrutural

capaz de resistir a ventos de grande velocidade. Uma usina eólica deve ser colocada a uma

altura onde a energia eólica possua grande potencial e desta forma o seu suporte deve,

também, resistir a força dos ventos. A Figura 14 mostra o esquema desta torre.

53

Figura 14: Torre estrutural mencioada na patente BRPI0610803 A2

Depósito de Patente número: PI1104840-9 A2

Título da patente: TURBINA EOLICA MULTI-GERADORA DE ENERGIA ELÉTRICA

Inventada por MARCELO MONTEIRO DE BARROS (BR/SP) e depositada em

25/11/2011 pelo próprio inventor, de origem brasileira, diz respeito a uma turbina cujo

objetivo consiste na geração de energia elétrica por meio da força aerodinâmica ou

54

hidrodinâmica. É constituída por: uma turbina dupla geradora de energia elétrica, que

contêm dois conjuntos de campos eletromagnéticos distintos pára a geração de energia, um

localizado no raio externo (1) e o outro localizado no raio interno da turbina (2), este dois

conjuntos geradores são ligado pelas pás (3) que tem ângulo variável para controlar a

velocidade angular da turbina (rad/s). No perímetro externo da hélice da turbina há uma

engrenagem cônica (19) ligada a um eixo rotativo com ou sem cardan (20) localizada no

centro da caixa (5) da turbina, que aciona, por meio de um sistema de embreagem (caixa de

câmbio) (7), o sistema de transmissão de redução (23) acoplado ao terceiro conjunto

gerador (22), acionado quando as condições ambientes ultrapassarem um determinado

valor de potencial aero e hidrodinâmico. A turbina pe fixada pela caixa externa (5) em uma

base giratória (12 e 13) que está acoplada a um poste ou torre de fixação (16). A energia

gerada, a retificação, soma de potências, armazenagem e a distribuição, assim como o

acionamento do terceiro conjunto gerador são gerenciados pela CPU de controle (24). O

equipamento é posicionado pelo leme (14) na direção do vento. A turbina eólica pode

também funcionar somente com as pás construídas de forma passiva (sem geradores) e

transferirem o torque de rotação somente através de um eixo que se conectará a uma

transmissão que levará a rotação a uma velocidade ideal para um gerador de qualquer tipo

ou número de pólos. A chamada "Nacele" (31) (que é o compartimento onde se encontra a

maioria dos componentes necessários para a geração da energia) pode estar sob a água,

sobre a água em caso de sistemas offshore, sob o solo ou sobre o solo em caso de sistemas

onshore. As turbinas sub aquáticas (34) geram energia em correntes de rios, correntes

marítimas e das marés. Podem ser instaladas na estrutura da torre ou separadas. A Figura

15 mostra o diagrama esquemático da patente.

55

Figura 15: Diagrama da Patente PI1104840-9 A2

7.1.3 Base de dados INPI

Criado em 1970, o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), vinculada

ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), tem a missão

de:

56

A missão do INPI é promover o uso do sistema de propriedade intelectual como

instrumento de capacitação e competitividade, estimulando a inovação a fim de

alavancar o desenvolvimento tecnológico, econômico e social brasileiro.8

O INPI é responsável pelo aperfeiçoamento, disseminação e gestão do sistema

brasileiro de concessão e garantia de direitos de propriedade intelectual para a indústria.

Entre os serviços do INPI, estão os registros de marcas, desenhos industriais,

indicações geográficas, programas de computador e topografias de circuitos, as concessões

de patentes e as averbações de contratos de franquia e das distintas modalidades de

transferência de tecnologia. Na economia do conhecimento, estes direitos se transformam

em diferenciais competitivos, estimulando o surgimento constante de novas identidades e

soluções técnicas.

O mecanismo de busca usa palavras chaves combinadas para pesquisar no título ou

no resumo da patente. Uma busca realizada em 07/12/2012 com as palavras chaves

redução, energia ou meio ambiente revelou a existência de 20.603 patentes depositas como

pode ser observado na Figura 16.

8 Site do INPI: www.inpi.gov.br

57

Figura 16: Busca por patentes no setor elétrico no INPI (07/12/2012)

Foi realizada uma busca na base de dados do INPI com os mesmos termos da

pesquisa anterior, acrescidos do termo energia eólica. Foram encontrados 284 processos

distribuídos em 15 páginas, como pode ser observada na Figura 17 e na Tabela 27.

Figura 17: Reultado da Pesquisa no Site do INPI para as Palavras Energia e Eólica

58

Processo Depósito Título

PI1104840-9 25/11/2011 TURBINA EOLICA MULTI-GERADORA DE ENERGIA ELETRICA

PI1104839-5 25/11/2011 TURBINA EOLICA DE ENERGIA PARA VEICULOS ELETRICOS E HIBRIDOS

PI1104101-3 04/08/2011 GERADOR DE ENERGIA EOLICA EM PLATAFORMA NA BASE DA CAPTAÇAO DOS VENTOS

PI1101291-9 23/03/2011MAQUINA ELETRICA ROTATIVA, METODO DE FABRICAÇAO DE UMA MAQUINA ELETRICA ROTATIVA, SISTEMA GERADOR

DE ENERGIA EOLICA

PI1100019-8 10/02/2011 INSTALAÇAO DE ENERGIA EOLICA, E , METODO DE CONTROLE DE INSTALAÇAO DE ENERGIA EOLICA

BR 11 2012 017802 4 19/01/2011 TURBINA EOLICA E METODO PARA GERAR ENERGIA ELETRICA A PARTIR DE ENERGIA EOLICA

PI1007488-0 25/11/2010 METODO E UNIDADE DE CONTROLE DE SAIDA PARA UMA INSTALAÇAO DE ENERGIA EOLICA

BR 11 2012 011644 4 15/11/2010 USINA DE ENERGIA EOLICA PARA A PRODUÇAO DE ENERGIA ELETRICA, E METODO DE CONSTRUÇAO RELACIONADO

BR 11 2012 010687 2 03/11/2010 ELEVADOR, USO DE UM QUADRO DE COMANDO, E, INSTALAÇAO DE ENERGIA EOLICA

PI1005378-6 29/10/2010SISTEMA DE CONTROLE DE GERADOR DE ENERGIA EOLICA, ESTAÇAO EOLICA E METODO PARA O CONTROLE DO

GERADOR DE NERGIA EOLICA.

BR 11 2012 011582 0 25/10/2010 GERADOR DE ENERGIA EOLICA COM CIRCUITO DE ESFRIAMENTO INTERNO

BR 11 2012 009551 0 25/10/2010 CILINDRO DA TORRE DE ENERGIA E PLANTA DE ENERGIA EOLICA PARA GERAÇAO DE ENERGIA ELETRICAEOLICA

BR 11 2012 008663 4 12/10/2010

PROCESSO PARA PRODUZIR UMA PARTE DE CONCRETO PRE-FABRICADA DE SEGMENTO DE TORRE DE UMA TORRE DE

UMA INSTALAÇAO DE ENERGIA EOLICA, PARTE DE CONCRETO PRE-FABRICADA DE SEGMENTO DE TORRE, COBERTURA

DE COFRAGEM, UNIDADE DE COFRAGEM PARA PRODUZIR UMA PARTE DE CONCRETO PRE-FABRICADA DE SEGMENTO DE

TORRE DE UMA TORRE DE UMA INSTALAÇAO DE ENERGIA EOLICA, USO DE UMA RESINA DE BAIXA VISCOSIDADE, E,

INSTALAÇAO DE ENERGIA EOLICA POR UMA TORRE.

BR 11 2012 005691 3 30/08/2010

INSTALAÇAO DE ENERGIA EOLICA OU HIDRAULICA PARA GERAÇAO DE ENERIA COM PELO MENOS UMA HELICE E PELO

MENOS UM GERADOR, QUE ABRANGE UM ROTOR NO MINIMO UM ESTATOR E PELO MENOS EM CIRCUITO MAGNETICO

QUE PRODUZ UM FLUXO MAGNETICO

PI1011484-0 23/08/2010 TURBONA EOLICA PARA GERAÇAO DE ENERGIA EOLICA.

BR 11 2012 003145 7 17/08/2010

APARELHO DE CARREGAMENTO PARA O CARREGAMENTO DE DISPOSITIVO DE ARMAZENAMENTO ELETRICOS DE

VEICULOS ELETRICOS, INSTALAÇAO DE ENERGIA EOLICA, ESTAÇAO DE ABASTECIMENTO ELETRICA, USO DE UMA

UNIDADE DE ALIMENTAÇAO DE UMA INSTALAÇAO DE ENERGIA EOLICA,E, METODO PARA O CONTROLE DE UMA

APARELHO DE CARREGAMENTO.

PI1014223-1 23/06/2010

METODOS PARA DETECÇAO DE VARIAVEIS ELETRICAS DE UMA REDE DE CA TRIFASICA, E PARA ALIMENTAÇAO DE

ENERGIA ELETRICA EM UMA REDE DE CA ELETRICA, DISPOSITIVOS DE MEDIÇAO PARA DETECÇAO DE VARIAVEIS

ELETRICAS DE UMA REDE DE CA ELETRICA DE TRES FASES, E DE ALIMENTAÇAO PARA ALIMENTAÇAO DE ENERGIA

ELETRICA EM UMA REDE DE CA, E, INSTALAÇAO DE ENERGIA EOLICA

PI1001960-0 16/06/2010

ESTAÇAO MOVEL DE TRATAMENTO DE AGUA COMPACTA ACIONADA

POR ENERGIA SOLAR, ENERGIAELETRICA, ENERGIA EOLICA, ENERGIA AUTOMOTIVA, ENERGIA DE GERADOR, OU COM A

COMBINAÇAO DESTAS ENERGIAS

PI1002081-0 09/06/2010 SISTEMA DE GERAÇAO DE ENERGIA POR FORÇA EOLICA E RELATIVO METODO DE CONTROLE

PI1004895-2 28/05/2010 APARELHO E METODO DE MONITORAMENTO E CONTROLE E USINA DE ENERGIA EOLICA EQUIPADA COM OS MESMOS.

PI1011656-7 25/05/2010 INSTALAÇAO DE GERAÇAO DE ENERGIA, ESPECIALMENTE INSTALAÇAO DE FORÇA EOLICA

PI1006512-1 29/04/2010 SISTEMA DE POTENCIA EOLICA PARA A GERAÇAO DE ENERGIA ELETRICA

PI1009904-2 20/04/2010"INSTALAÇAO DE GERAÇAO DE ENERGIA ELETRICA ACIONADA COM NUMERO DE ROTAÇOES VARIAVEL COM

FREQUENCIA DE SAIDA CONSTANTE, ESPECIALMENTE UMA INSTALAÇAO DE ENERGIA EOLICA."

PI1009908-5 20/04/2010 "INSTALAÇAO GERADORA DE ENERGIA, ESPECIALMENTE INSTALAÇAO DE ENERGIA EOLICA."

PI1013737-8 20/04/2010INSTALAÇAO DE GERAÇAO DE ENERGIA ELETRICA ACIONADA COM VELOCIDADE DE ROTAÇOES VARIAVEL COM

FREQUENCIA DE SAIDA CONSTANTE, ESPECIALMENTE UMA INSTALAÇAO DE ENERGIA EOLICA.

PI1013314-3 13/04/2010

PA DE ROTOR OU ELEMENTO DE PA DE ROTOR PARA UMA INSTALAÇAO DE ENERGIA EOLICA, INSTALAÇAO DE

ENERGIA EOLICA, PROCESSO PARA A PRODUÇAO DE UMA PA DE ROTOR OU ELEMENTO DE PA DE ROTOR, E, PROCESSO

DE REPARO PARA UM ELEMENTO DE PA DE ROTOR DE UMA INSTALAÇAO DE ENERGIA EOLICA

PI1009815-1 25/03/2010 USINA DE PRODUÇAO DE ENERGIA, EM PARTICULAR ESTAÇAO DE ENERGIA EOLICA.

PI1013786-6 25/03/2010 USINA DE PRODUCAO DE ENERGIA, EM PARTCULAR UMA ESTACAO DE ENERGIA EOLICA

PI1000009-7 12/02/2010TERMINAL PORTATIL PARA UM GERADOR DE TURBINA EOLICA, GERADORES DE TURBINA EOLICA, E, AREA DE

ENERGIA EOLICA

Tabela 28: Patentes de invenções para aproveitamento da energia eólica depositadas em 2010 e 2011

Fonte: INPI – pesquisa realizada via internet em 01/12/2012

8 Exemplo de Empresas inovadoras sustentáveis

8.1 Posto Ecoeficiente da Ipiranga

O primeiro Posto Ecoeficiente Ipiranga do Brasil foi inaugurado em 2009, em Porto

Alegre, RS. O Projeto Posto Ecoeficiente recebeu, no fim do ano 2009, o Prêmio Nacional

de Conservação e Uso Racional de Energia na categoria Edificações. Esta premiação foi

instituída pelo Ministério de Minas e Energia no ano de 1993, sendo coordenada

atualmente pela Eletrobrás, por intermédio do Programa Nacional de Conservação de

Energia Elétrica (Procel), e pela Petrobras, por meio do Programa Nacional da

Racionalização do Uso dos Derivados do Petróleo e do Gás Natural (Conpet).

59

O Projeto Posto Ecoeficiente Ipiranga, tem como objetivo adequar as instalações do

posto de abastecimento a uma postura de preservação dos recursos

naturais, baseado nos seguintes pontos:

Gestão de Energia

o Uso de lâmpadas e luminárias mais eficientes.

o Utilização de luz natural do dia.

o Aquecimento da água através de luz solar.

A Figura 18 mostra o ambiente destinado a loja de conveniência no posto Ipiranga

com máximo aproveitamento da luz do dia, o que favorece o redução do consumo de

energia elétrica destinada a iluminação do interior da loja.

Figura 18: Aproveitamento da iluminação natural para ambientes internos

Gestão de Resíduos

o Redução, Reutilização e Reciclagem dos recursos envolvidos em todas as

fases do negócio.

A Figura 19 mostra a coleta do lixo de forma separada, ou seja seletiva, para

facilitar a reciclagem.

60

Figura 19: Coleta seletiva de lixo

Gestão de água

o Torneira e chuveiros com fechamento automático.

o Aproveitamento da água da chuva.

o Reuso da água da lavagem.

Gestão de Material

o Tinta a base de água.

o Madeira certificada.

o Sistemas construtivos Steel Framing e Single Deck que tornam a obra mais

rápida e mais limpa.

8.2 Eletronuclear

A Eletronuclear é a responsável legal por todos os resíduos que produz e

acompanha, através de relatórios mensais, o destino correto de todo esse material. Toda a

movimentação é acompanhada pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), através de um

sistema on-line de controle de resíduos, desde sua origem até sua destinação final.

As áreas verdes da central nuclear e das vilas residenciais são responsáveis por um

outro tipo de resíduo. Todos os dias, um grande volume de galhos, folhas e troncos

resultante da poda de árvores e da conservação dos 672.450 m2 dos jardins e canteiros é

recolhido. Esse material – que seguia anteriormente para o aterro municipal de Angra dos

Reis – passou, desde 2005, a ser encaminhado à central de compostagem situada na Vila

Residencial de Mambucaba.

61

Depois de triturado em máquinas especiais, ele é disposto em montes até se

transformar em adubo orgânico (húmus), que é distribuído gratuitamente aos moradores da

região. Em 2009, foram produzidos cerca de 650 m³ de húmus, volume equivalente ao de

mais de cem caminhões do tipo basculante. A Figura 20 mostra uma Plantação que utiliza

o fertilizante gerado dos resíduos.

Figura 20: Uso do adubo gerado a partir de resíduos da Eletronuclear

9 Conclusão

A solução para a geração do desenvolvimento econômico aliada a menores

impactos ambientais negativos encontra-se principalmente na melhoria dos processos

produtivos e no uso consciente de recursos ambientais. Atualmente, muitos processos

produtivos fazem uso de substâncias que emitem poluentes nocivos ao meio ambiente, e

principalmente, a camada de ozônio. Ações voltadas para a melhoria nos processos como

redução do consumo de matérias-primas poluentes, substituição destas matérias-primas por

outras menos agressivas ao meio ambiente, redução do consumo de água e de energia,

além de tratamento de rejeitos e efluentes tornam-se cada vez mais necessárias para que

ocorra de fato a sustentabilidade. A inovação tecnológica (de processo, de produto e

62

organizacional) surge neste cenário como uma importante ferramenta no auxílio ao

desenvolvimento econômico e sustentável.

Programas de incentivo à inovação tecnológica sustentável lançados pelo governo

por meio de agências de fomento como FINEP, ou órgãos como o CNPq e o BNDES

mostra algum esforço governamental em auxiliar as empresas no processo de inovação. No

entanto, a preocupação das empresas em inovar ainda parece muito pequena no Brasil.

Mesmo para as empresas que conseguiram captar recursos dos referidos programas para a

inovação tecnológica, não existem dados ou relatórios que revelem o destino de cada

pesquisa.

Outro indicador que mostra a preocupação das empresas brasileiras com a

sustentabilidade consiste na manutenção de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA).

Dados publicados em pesquisas realizadas pelo INMETRO revelam que o número de

empresas que mantêm este Sistema de Gestão Ambiental ainda é muito baixo no Brasil.

Pesquisa denominada como PINTEC (Pesquisa de Inovação Tecnológica),

realizada pelo IBGE com o apoio da FINEP mostra que, de um modo geral, a maior parte

das inovações tecnológicas das empresas possuem impacto mínimo (baixo) na redução de

consumo de matéria-prima, de água, de energia elétrica e do impacto ambiental e em

aspectos ligados à saúde e segurança. Levantamento do IBGE mostra que existem recursos

disponíveis na forma de editais lançados pelo governo, porém não existem idéias para o

aproveitamento destes recursos como afirma Grizendi (2011).

A energia elétrica consiste em um recurso largamente utilizado no meio industrial e

urbano, o que torna o setor de geração de energia elétrica um setor estratégico atualmente.

Apesar do grande investimento em novas fontes renováveis de energia primária por parte

da iniciativa privada e do governo, dados revelam que ainda existem diversos problemas a

serem resolvidos. A necessidade de um processo mais limpo na produção de energia

elétrica torna-se essencial para melhoria da qualidade de vida, principalmente nos grandes

centros urbanos. Devido a todos estes fatores, o setor elétrico foi escolhido como foco para

a pesquisa. Como também não existem dados disponíveis na literatura sobre os resultados

dos programas de inovação voltados para o setor elétrico, foi realizada uma pesquisa que

consistiu em buscas em bases de dados de patentes nacionais e internacionais com o

63

objetivo de verificar o panorama da inovação tecnológica no setor elétrico brasileiro e

mundial. Os resultados destas buscas revelou que a maioria de patentes do setor de energia

depositados no Brasil é de origem estrangeira, depositadas por empresas multinacionais.

Dentro do setor elétrico, a energia eólica, alvo dos principais programas atuais de

financiamento do BNDES, consiste em uma das fontes de geração de energia elétrica mais

promissora. Desde o ano de 2010, o BNDES tem financiado vários projetos de parques

para aproveitamento da energia eólica, principalmente na Região Nordeste onde a

geografia para este tipo de empreendimento é mais favorável. Patentes depositadas no

Brasil nesta área apresentam sistemas para o aperfeiçoamento das turbinas existentes para

reduzir os ruídos e as mortes de pássaros para um melhor aproveitamento na geração de

energia elétrica, assim como outros sistemas para a melhoria da eficiência das instalações

de energia eólica, incluindo o aperfeiçoamento da torre suporte para todo o conjunto.

64

10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABDI.-Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial-Sondagem de Inovação

: Boletim do Terceiro Trimestre de 2010. , 2010. Resumo executivo. Disponível em:

<http://www.abdi.com.br/Estudo/3tri2010.pdf>. Acesso em: 12 nov. 2012.

AEP - ASSOCIAÇÃO EMPRESARIAL DE PORTUGAL. Manual de boas práticas para o

desenvolvimento sustentável em pme. , 2012. Disponível em:

<http://futurcompet.aeportugal.pt/Documentation/BoasPraticas_DesenvolvimentoSustenta

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67

Anexos

Tabela I - Fontes, características e efeitos dos principais poluentes da atmosfera

68

Tabela II – Estatísticas do Cadastro Central de Empresas 2010

AL AM BA CE ES GO MA MT MS MG PA PR PE PI RJ RN RS SC SP TO

Agricultura, pecuária, produção

florestal, pesca e aquicultura250 191 2.873 1.193 736 2.167 829 2.194 1.932 7.089 1.173 4.201 1.066 449 1.016 652 2.973 2.125 89.921 483

Administração pública, defesa e

seguridade social301 314 1.097 608 336 898 571 530 390 2.538 489 1.318 792 624 912 462 1.694 1.014 3.125 360

Água, esgoto, atividades de gestão

de resíduos e descontaminação64 125 455 315 255 357 154 243 155 1.505 174 1.056 287 99 721 275 1.180 921 3.191 41

Alojamento e alimentação 2.148 1.695 14.083 6.934 6.430 8.254 2.238 4.767 3.465 37.288 2.739 25.547 6.815 1.594 26.120 3.220 28.168 19.720 116.139 1.138

Artes, cultura, esporte e

recreação345 324 3.002 1.441 1.214 1.459 478 680 808 7.538 575 4.433 1.448 363 7.977 645 7.615 4.666 18.570 166

Atividades administrativas e

serviços complementares2.237 1.991 16.343 8.546 8.475 9.852 2.503 3.690 3.430 40.724 3.465 27.216 10.246 1.571 48.996 3.483 36.269 19.058 145.897 904

Atividades financeiras, de seguros

e serviços relacionados554 467 3.180 1.718 1.694 2.361 778 1.236 1.022 9.133 955 7.122 2.119 529 10.851 1.138 8.451 4.342 42.279 347

Atividades imobiliárias 177 149 1.559 1.007 771 1.080 262 422 449 4.235 256 3.695 776 144 4.708 633 4.064 3.684 17.737 133

Atividades profissionais,

científicas e técnicas1.028 1.296 8.358 4.058 4.908 5.566 1.658 3.120 2.481 26.412 2.144 17.347 4.467 921 25.415 1.781 19.872 11.176 89.088 1.031

Comércio, reparação de veículos

automotores e motocicletas21.650 17.768 133.469 84.481 45.761 83.673 39.210 42.690 30.458 269.030 38.454 195.215 67.786 25.098 148.248 28.120 215.436 116.025 683.337 13.897

Construção 1.021 1.620 8.119 4.523 4.057 5.140 2.285 2.992 1.947 17.620 2.702 15.136 4.028 1.103 14.037 2.760 16.796 10.531 56.119 996

Educação 1.698 923 9.776 4.728 2.774 5.034 2.818 1.806 1.391 17.649 2.848 8.231 6.153 1.679 12.996 2.207 9.752 4.932 34.596 679

Eletricidade e gás 40 115 131 134 135 129 74 142 145 256 204 184 152 33 494 64 524 331 914 114

Indústrias de transformação 2.150 2.541 15.525 15.013 9.273 16.478 3.198 7.585 4.190 57.067 5.219 43.330 12.889 2.865 24.962 4.285 54.712 41.042 129.387 1.531

Indústrias extrativas 39 62 777 274 1.109 559 125 350 136 3.399 233 696 175 84 1.144 359 1.213 564 1.613 117

Informação e comunicação 456 520 3.360 1.918 1.747 2.571 723 1.380 1.187 12.603 883 9.090 2.202 491 16.418 716 9.806 5.810 74.416 308

Organismos internacionais e

outras instituições

extraterritoriais

0 3 3 - - 3 - 2 2 10 2 9 5 1 30 - 17 3 62 -

Outras atividades de serviços 3.431 3.662 25.084 17.290 8.443 9.414 8.938 5.861 5.416 46.659 9.168 31.022 12.077 6.368 39.973 5.428 35.579 22.302 101.373 2.377

Saúde humana e serviços sociais 766 903 9.262 2.867 3.248 3.689 1.670 1.945 1.769 17.467 1.872 11.311 3.472 1.650 15.427 1.442 11.456 5.949 44.243 572

Transporte, armazenagem e

correio1.562 1.753 7.927 3.395 4.257 7.262 1.659 4.841 3.705 28.034 2.526 22.912 3.878 974 11.577 1.461 26.007 15.839 78.660 932

Total de Unidades de

Atividades Econômicas39.917 36.422 264.383 160.443 105.623 165.946 70.171 86.476 64.478 606.256 76.081 429.071 140.833 46.640 412.022 59.131 491.584 290.034 1.730.667 26.126

NÚMERO DE UNIDADES PO R ESTADOSETO R ECO NÔ MICO

Fonte: IBGE - CEMPRE 2010

69

Tabela III-A – Resumo pesquisa PINTEC – IBGE

Alta % Média % Baixa % Alta % Média % Baixa % Alta % Média % Baixa %

Total 22 401 1 779 8 3 358 15 17 264 77 1 905 9 3 393 15 17 102 76 5 299 24 4 336 19 12 765 57

Fabricação de produtos

alimentícios e bebidas 3 024 124 4 349 12 2 552 84 278 9 334 11 2 413 80 760 25 432 14 1 833 61

Fabricação de produtos do

fumo 18 1 6 1 8 15 86 - - 3 14 15 86 4 25 2 14 11 61

Fabricação de produtos

têxteis 900 28 3 108 12 764 85 85 9 176 20 639 71 181 20 151 17 569 63

Confecção de artigos do

vestuário e acessórios 2 334 290 12 369 16 1 675 72 203 9 313 13 1 818 78 168 7 302 13 1 864 80

Preparação de couros e

fabricação de artefatos de

couro, artigos de viagem e

calçados 1 112 80 7 133 12 898 81 114 10 113 10 885 80 304 27 166 15 642 58

Fabricação de produtos de

madeira 664 90 14 120 18 453 68 52 8 132 20 480 72 213 32 281 42 169 26

Fabricação de celulose,

papel e produtos de papel 334 34 10 46 14 254 76 18 5 36 11 281 84 75 22 47 14 212 63

Edição, impressão e

reprodução de gravações 1 109 105 9 108 10 896 81 74 7 142 13 892 80 122 11 259 23 729 66

Fabricação de coque,

refino de petróleo,

elaboração de combustíveis

nucleares e produção de

álcool 65 8 12 2 3 55 84 6 9 14 21 46 70 25 39 16 25 23 36

Fabricação de produtos

químicos 1 393 92 7 190 14 1 112 80 121 9 181 13 1 092 78 403 29 295 21 695 50

Fabricação de artigos de

borracha e plástico 1 678 164 10 249 15 1 266 75 134 8 388 23 1 156 69 424 25 270 16 984 59

Fabricação de produtos de

minerais não-metálicos 1 262 138 11 173 14 951 75 169 13 180 14 913 72 359 28 202 16 701 56

Metalurgia básica 395 60 15 47 12 288 73 55 14 28 7 313 79 128 32 62 16 205 52

Fabricação de produtos de

metal 1 889 113 6 231 12 1 545 82 135 7 375 20 1 379 73 535 28 397 21 957 51

Fabricação de máquinas e

equipamentos 1 744 118 7 370 21 1 256 72 185 11 205 12 1 354 78 389 22 254 15 1 102 63

Fabricação de máquinas

para escritório e

equipamentos de informática 109 6 6 16 15 86 79 - - 21 19 88 81 16 15 5 4 88 81

Fabricação de máquinas,

aparelhos e materiais

elétricos 699 31 4 167 24 500 72 71 10 95 14 532 76 208 30 192 27 299 43

Fabricação de material

eletrônico e de aparelhos e

equipamentos de

comunicações 338 53 16 47 14 238 70 27 8 55 16 256 76 61 18 69 20 208 62 Fabricação de

equipamentos de

instrumentação médico-

hospitalares, instrumentos

de precisão e ópticos,

equipamentos para

automação industrial, 416 22 5 79 19 314 76 12 3 47 11 357 86 100 24 43 10 273 66

Fabricação e montagem

de veículos automotores,

reboques e carrocerias 638 63 10 121 19 455 71 43 7 156 24 439 69 207 32 134 21 297 47

Fabricação de outros

equipamentos de transporte 175 5 3 26 15 143 82 27 15 9 5 139 80 28 16 47 27 100 57

Fabricação de móveis e

indústrias diversas 2 088 155 7 402 19 1 532 73 97 5 388 19 1 604 77 577 28 712 34 800 38

Reciclagem 16 - - 2 14 14 88 - - 4 26 12 76 13 84 - - 3 19

Continua

Redução do impacto ambiental e em

aspectos ligados à saúde e

segurança

Atividades das

indústrias de

transformaçãoTotal

Redução do consumo

de matéria-prima

Empresas que implementaram inovações (Fonte Pintec 2000)

Redução do consumo

de energia

Fonte: Pintec 2000

70

Tabela III-B – Resumo pesquisa PINTEC – IBGE

Alta % Média % Baixa % Alta % Média % Baixa % Alta % Média % Baixa % Alta % Média % Baixa %

Total 27 621 1 310 5 2 296 8 24 014 87 1 189 4 2 054 7 24 376 88 532 2 638 2 26 448 96 6 228 23 3 802 14 17 589 64

Fabricação de produtos

alimentícios e bebidas 3 563 149 4 338 9 3 077 86 180 5 322 9 3 061 86 83 2 216 6 3 264 92 839 24 524 15 2 200 62

Fabricação de produtos do

fumo 13 3 20 - - 11 80 1 9 - - 12 91 - - - - 13 - 5 36 1 8 7 56

Fabricação de produtos

têxteis 1 111 73 7 104 9 934 84 114 10 70 6 926 83 7 1 38 3 1 065 96 175 16 169 15 767 69

Confecção de artigos do

vestuário e acessórios 3 782 207 5 198 5 3 376 89 135 4 174 5 3 473 92 9 7 3 766 - 514 14 324 9 2 943 78

Preparação de couros e

fabricação de artefatos de

couro, artigos de viagem e

calçados 1 143 33 3 41 4 1 069 94 55 5 30 3 1 059 93 5 2 1 136 99 187 16 173 15 783 69

Fabricação de produtos de

madeira 1 609 92 6 184 11 1 333 83 70 4 82 5 1 456 91 3 18 1 1 587 99 446 28 180 11 982 61

Fabricação de celulose,

papel e produtos de papel 490 46 9 68 14 376 77 42 9 23 5 424 87 12 3 13 3 464 95 132 27 39 8 318 65

Edição, impressão e

reprodução de gravações 1 080 4 133 12 943 87 12 1 23 2 1 045 97 - - 2 1 078 - 161 15 95 9 825 76

Fabricação de coque,

refino de petróleo,

elaboração de combustíveis

nucleares e produção de 64 3 4 8 12 53 84 9 14 7 11 48 76 7 12 6 10 50 78 20 31 17 27 27 42

Fabricação de produtos

químicos 1 529 89 6 119 8 1 321 86 36 2 162 11 1 332 87 37 2 61 4 1 431 94 473 31 160 10 896 59

Fabricação de artigos de

borracha e plástico 1 828 91 5 117 6 1 620 89 48 3 159 9 1 621 89 42 2 77 4 1 709 94 618 34 272 15 939 51

Fabricação de produtos de

minerais não-metálicos 1 331 78 6 93 7 1 160 87 55 4 53 4 1 222 92 48 4 20 2 1 263 95 341 26 192 14 798 60

Metalurgia básica 473 13 3 53 11 407 86 17 4 23 5 433 92 15 3 26 5 432 91 138 29 82 17 253 54

Fabricação de produtos de

metal 2 453 87 4 313 13 2 053 84 124 5 323 13 2 006 82 131 5 28 1 2 294 93 637 26 519 21 1 297 53

Fabricação de máquinas e

equipamentos 2 354 98 4 106 5 2 148 91 113 5 231 10 2 008 85 45 2 67 3 2 239 95 556 24 399 17 1 396 59

Fabricação de máquinas

para escritório e

equipamentos de informática 143 - - 10 7 134 93 3 2 2 1 138 97 - - 2 1 141 99 10 7 20 14 113 79

Fabricação de máquinas,

aparelhos e materiais 699 27 4 61 9 612 88 29 4 32 5 638 91 32 5 12 2 655 94 187 27 84 12 428 61

Fabricação de material

eletrônico e de aparelhos e

equipamentos de 348 11 3 38 11 299 86 2 1 20 6 326 94 - - 1 347 - 32 9 24 7 292 84 Fabricação de

equipamentos de

instrumentação médico-

hospitalares, instrumentos

de precisão e ópticos,

equipamentos para

automação industrial, 384 6 2 68 18 309 81 1 86 23 296 77 - - 3 1 381 99 34 9 22 6 327 85

Fabricação e montagem

de veículos automotores,

reboques e carrocerias 772 53 7 91 12 629 81 12 2 65 8 695 90 27 3 19 2 726 94 142 18 141 18 490 63

Fabricação de outros

equipamentos de transporte 145 18 13 9 6 118 81 3 2 9 6 133 92 - - 3 2 142 98 34 24 17 12 93 64

Fabricação de móveis e

indústrias diversas 2 264 130 6 144 6 1 990 88 129 6 156 7 1 979 87 28 1 16 1 2 220 98 518 23 343 15 1 403 62

Reciclagem 43 - - - - 43 100 - - - - 43 100 - - 2 - - 43 100 28 65 3 8 12 27

Redução do impacto ambiental e em

aspectos ligados à saúde e segurança

Empresas que implementaram inovações (Fonte Pintec 2003)

Continua

Total

Redução do consumo

de matéria-prima

Redução do consumo

de energia

Redução do consumo (Inicio 2003)

de água

Atividades das

indústrias de

transformação

Fonte: Pintec 2003

Fonte: Pintec 2003

71

Tabela III-C – Resumo pesquisa PINTEC – IBGE

Alta % Média % Baixa % Alta % Média % Baixa % Alta % Média % Baixa % Alta % Média % Baixa %

Total 29 951 2 472 8 3 384 11 24 095 80 1 580 5 3 263 11 25 107 84 867 3 1 237 4 27 847 93 6 154 21 3 921 13 19 876 66

Fabricação de produtos

alimentícios e bebidas 3 771 306 8 284 8 3 181 84 303 8 373 10 3 095 82 95 3 326 9 3 350 89 767 20 526 14 2 477 66

Fabricação de produtos do

fumo 18 3 19 2 11 12 69 3 17 2 12 12 71 3 17 - - 15 83 8 43 4 20 6 37

Fabricação de produtos

têxteis 1 382 84 6 100 7 1 198 87 143 10 95 7 1 144 83 49 4 51 4 1 282 93 239 17 238 17 904 65

Confecção de artigos do

vestuário e acessórios 3 403 436 13 440 13 2 527 74 80 2 362 11 2 961 87 35 1 15 3 353 99 302 9 285 8 2 816 83

Preparação de couros e

fabricação de artefatos de

couro, artigos de viagem e

calçados 1 490 53 4 161 11 1 276 86 47 3 75 5 1 367 92 31 2 20 1 1 438 97 329 22 77 5 1 083 73

Fabricação de produtos de

madeira 1 440 81 6 73 5 1 287 89 27 2 84 6 1 329 92 8 1 8 1 1 424 99 279 19 134 9 1 026 71

Fabricação de celulose,

papel e produtos de papel 565 17 3 46 8 501 89 20 4 59 11 485 86 8 1 27 5 530 94 66 12 58 10 441 78

Edição, impressão e

reprodução de gravações 1 451 103 7 182 13 1 165 80 99 7 131 9 1 220 84 76 5 34 2 1 340 92 198 14 207 14 1 046 72

Fabricação de coque,

refino de petróleo,

elaboração de combustíveis

nucleares e produção de 103 13 12 10 9 81 78 11 11 19 18 73 71 10 10 12 11 81 79 42 41 15 14 47 45

Fabricação de produtos

químicos 1 900 90 5 199 10 1 611 85 104 5 273 14 1 523 80 102 5 118 6 1 680 88 699 37 195 10 1 005 53

Fabricação de artigos de

borracha e plástico 1 806 94 5 165 9 1 547 86 105 6 147 8 1 554 86 23 1 59 3 1 724 95 365 20 177 10 1 265 70

Fabricação de produtos de

minerais não-metálicos 1 558 109 7 254 16 1 194 77 80 5 357 23 1 120 72 84 5 100 6 1 373 88 436 28 260 17 862 55

Metalurgia básica 676 44 7 49 7 584 86 72 11 70 10 535 79 63 9 10 1 603 89 194 29 107 16 375 55

Fabricação de produtos de

metal 2 668 256 10 225 8 2 187 82 120 4 310 12 2 238 84 81 3 138 5 2 449 92 449 17 495 19 1 724 65

Fabricação de máquinas e

equipamentos 2 282 203 9 303 13 1 776 78 117 5 328 14 1 837 81 48 2 89 4 2 146 94 508 22 327 14 1 446 63

Fabricação de máquinas

para escritório e

equipamentos de informática 146 10 7 11 8 124 85 13 9 10 7 124 85 8 6 1 1 136 93 21 15 2 1 123 84

Fabricação de máquinas,

aparelhos e materiais 865 71 8 116 13 678 78 84 10 85 10 695 80 7 1 8 1 850 98 128 15 137 16 599 69

Fabricação de material

eletrônico e de aparelhos e

equipamentos de 367 10 3 74 20 283 77 6 2 44 12 316 86 1 25 7 340 93 65 18 33 9 268 73

Fabricação de

equipamentos de

instrumentação médico-

hospitalares, instrumentos

de precisão e ópticos,

equipamentos para

automação industrial, 627 111 18 81 13 434 69 17 3 109 17 501 80 4 1 85 14 538 86 157 25 82 13 388 62

Fabricação e montagem

de veículos automotores,

reboques e carrocerias 819 88 11 136 17 596 73 36 4 129 16 654 80 78 9 76 9 666 81 231 28 153 19 435 53

Fabricação de outros

equipamentos de transporte 205 32 15 29 14 145 71 6 3 33 16 166 81 7 3 10 5 188 92 32 16 44 21 129 63

Fabricação de móveis e

indústrias diversas 2 304 259 11 415 18 1 630 71 88 4 167 7 2 049 89 18 1 24 1 2 262 98 588 26 360 16 1 356 59

Reciclagem 106 - - 28 26 78 74 - - 1 1 105 99 27 26 1 1 78 74 47 44 3 3 56 53

Empresas que implementaram inovações (Fonte Pintec 2005)

Continua

Redução do consumo

de energia

Redução do consumo

de matéria-prima

Redução do consumo

de água

Redução do impacto ambiental e em

aspectos ligados à saúde e segurançaTotal

Atividades das

indústrias de

transformação

Fonte: Pintec 2005

72

Tabela III-D – Resumo pesquisa PINTEC – IBGE

Alta % Média % Baixa % Alta % Média % Baixa % Alta % Média % Baixa % Alta % Média % Baixa %

Total 38 362 4 190 11 5 444 14 27 614 72 3 848 10 5 101 13 28 301 74 1 896 5 2 644 7 32 710 85 13 763 36 9 394 24 27 481 72

Fabricação de produtos

alimentícios e bebidas 4 792 419 9 749 16 3 623 76 520 11 564 12 3 707 77 258 5 281 6 4 253 89 1 498 31 1 482 31 3 830 80

Fabricação de produtos do

fumo 16 1 6 2 15 13 79 1 6 4 22 12 72 1 6 4 24 11 70 11 70 3 20 4 24

Fabricação de produtos

têxteis 1 443 86 6 160 11 1 197 83 60 4 240 17 1 142 79 86 6 81 6 1 276 88 304 21 341 24 1 097 76

Confecção de artigos do

vestuário e acessórios 5 382 688 13 668 12 4 026 75 574 11 480 9 4 328 80 127 2 212 4 5 043 94 1 469 27 846 16 4 597 85

Preparação de couros e

fabricação de artefatos de

couro, artigos de viagem e

calçados 1 881 288 15 151 8 1 440 77 82 4 241 13 1 559 83 64 3 44 2 1 773 94 493 26 519 28 1 235 66

Fabricação de produtos de

madeira 1 237 133 11 108 9 996 81 61 5 145 12 1 031 83 39 3 88 7 1 110 90 494 40 467 38 725 59

Fabricação de celulose,

papel e produtos de papel 753 98 13 143 19 511 68 38 5 224 30 491 65 55 7 70 9 628 83 209 28 206 27 534 71

Edição, impressão e

reprodução de gravações 1 911 214 11 168 9 473 25 138 7 77 4 640 33 53 3 53 3 748 39 663 35 368 19 1 390 73

Fabricação de coque,

refino de petróleo,

elaboração de combustíveis

nucleares e produção de 113 5 5 10 9 98 87 7 7 6 6 100 88 10 9 6 6 96 85 36 32 27 23 79 70

Fabricação de produtos

químicos 2 218 216 10 200 9 1 801 81 188 8 421 19 1 609 73 211 10 250 11 1 757 79 1 086 49 537 24 1 127 51

Fabricação de artigos de

borracha e plástico 2 342 290 12 380 16 1 672 71 425 18 447 19 1 471 63 263 11 249 11 1 830 78 980 42 427 18 1 704 73

Fabricação de produtos de

minerais não-metálicos 2 628 193 7 425 16 2 009 76 423 16 349 13 1 856 71 44 2 233 9 2 351 89 1 065 41 894 34 1 641 62

Metalurgia básica 661 113 17 105 16 443 67 33 5 69 10 560 85 17 2 39 6 605 92 200 30 248 38 311 47

Fabricação de produtos de

metal 4 006 534 13 479 12 2 993 75 448 11 855 21 2 703 67 190 5 297 7 3 519 88 1 651 41 872 22 3 006 75

Fabricação de máquinas e

equipamentos 3 201 265 8 580 18 2 356 74 235 7 362 11 2 604 81 88 3 270 8 2 842 89 1 230 38 806 25 2 358 74

Fabricação de máquinas

para escritório e

equipamentos de informática 119 9 8 15 13 95 80 4 3 35 29 80 67 2 2 9 8 108 91 47 40 17 14 77 64

Fabricação de máquinas,

aparelhos e materiais 962 96 10 174 18 692 72 108 11 84 9 771 80 67 7 43 4 852 89 349 36 191 20 747 78

Fabricação de material

eletrônico e de aparelhos e

equipamentos de 355 36 10 75 21 245 69 19 5 22 6 314 88 14 4 15 4 326 92 80 23 37 11 279 78

Fabricação de

equipamentos de

instrumentação médico-

hospitalares, instrumentos

de precisão e ópticos,

equipamentos para

automação industrial, 657 64 10 208 32 386 59 78 12 150 23 430 65 59 9 92 14 506 77 260 40 150 23 463 70

Fabricação e montagem

de veículos automotores,

reboques e carrocerias 1 083 106 10 183 17 794 73 102 9 91 8 890 82 102 9 42 4 939 87 460 42 337 31 663 61

Fabricação de outros

equipamentos de transporte 214 15 7 33 16 165 77 20 10 14 6 180 84 14 6 6 3 194 91 73 34 31 15 147 69

Fabricação de móveis e

indústrias diversas 2 332 320 14 427 18 1 586 68 286 12 223 10 1 824 78 133 6 259 11 1 939 83 1 079 46 563 24 1 446 62

Reciclagem 55 25 45 25 46 21 39

Total

Atividades das

indústrias de

transformação

Redução do consumo

de matéria-prima

Redução do consumo

de energia

Redução do consumo

de água

Redução do impacto ambiental e/ou

em aspectos ligados à saúde e

segurança

Empresas que implementaram inovações (Fonte Pintec 2008)

Fonte: Pintec 2008