Marco lógico como ferramenta de avaliação
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Sinopse CríticaWalner Mamede Jr
Autor(es) do texto originalLuciana MourãoPedro PM Meneses
Ano2012
TituloMarco Lógico como ferramenta de avaliação em TD&E (Cap. 2)
Fonte (Livro, revista, jornal)Medidas de avaliação em TD&E (ABBAD, Gardênia et al)
Editor(a)Artmed
LocalPOA
Páginas38-47
Objetivos- Discutir a relevância do Marco Lógico- Explicar os usos do Marco Lógico- Caracterizar o Marco Lógico- Detalhar o processo de avaliação em TD&E- Explicar a análise de risco considerando o contextoIdéias Principais
Há uma diversidade de modelos de avaliação em TD&E e o Marco Lógico é uma ferramenta eficiente, aplicável a qualquer nível e etapa de análise, deixando claro “o quê”, “quem”, “como”, “com o quê” e “sob que risco” avaliar. As origens do Marco Lógico assentam-se em uma agência assistencial estadunidense (United States Agency for International Development-USAID) nos finais dos anos 70 do séc XX, sendo o método amplamente adotado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) como exigência àqueles que pleiteassem seu apoio desde então. É imprescindível a associação do Marco Lógico a um modelo teórico que o sustente e oriente sua aplicação e a interpretação dos dados e das relações, a fim de que bem sintetize as informações sobre as estratégias e atividades instrucionais que se pretende avaliar ou mesmo que possa ser aplicado à etapa de avaliação de necessidades de treinamento, já no momento do planejamento, o que permite um adequado alinhamento estratégico das ações de TD&E em todas as suas fases e garante a própria avaliabilidade do programa. Assim, foge-se da convencional contratação de programas pré-formatados e da centralização das ações em um ou poucos indivíduos, bem como da redução da avaliação à mera coleta de dados sobre a reação dos partícipes ao curso. A aplicação do Marco Lógico exige profundo conhecimento do projeto a se avaliar e do contexto no qual se insere, sendo estruturado segundo duas lógicas, vertical (finalidade, objetivos, eventos e atividades, mutuamente dependentes e hierarquicamente organizados) e horizontal (indicadores, meios de verificação e suposições explicativas e de risco), e em três fases, Análise de Necessidades (ANT), Planejamento e Execução/Avaliação, com aplicação nos cinco níveis do Modelo de Hamblin e com indicadores (testes de conhecimento e habilidades, questionários de reação, medidores de impacto, índices de ocorrências...) específicos para cada nível.
Uma etapa importante na elaboração do Marco Lógico é a identificação das suposições de risco ao projeto, a fim de se possibilitar a prevenção de danos e a criação de alternativas, caso os riscos previstos ocorram. Para isso, é necessário que se construa, também, uma matriz de relevância do risco, na qual se estabeleça uma relação entre possibilidade e probabilidade de ocorrência do fato previsto, a fim de determinar sua relevância, bem como
a instituição de estratégias alternativas. A relevância de um fato é diretamente proporcional à sua probabilidade de ocorrência e ao dano potencial. Assim, o Marco Lógico é uma poderosa ferramenta de controle dos processos, fornecendo informações prévias sobre as variáveis intervenientes, os fatores controláveis e a possibilidade de avaliação do projeto (avaliabilidade), por criar condições de identificar, ‘a posteriori’ dados relativos ao seu desempenho.
De forma geral, a elaboração de um Marco Lógico exige a coleta de informações e dados documentais (normas, boletins, manuais, comunicados, materiais instrucionais, projeto pedagógico...), sendo às vezes necessária a coleta de depoimentos (entrevistas, grupos focais) ou aplicação de questionários (Delphi, Likert e outros), a fim de subsidiar a escrita de um documento orientador, o qual conterá a identificação e os fundamentos teóricos do programa, os aspectos históricos, políticos, sociais e econômicos que motivaram o surgimento do programa, a descrição do contexto atual no qual surgiu o problema que motivou a criação do programa, a explicitação dos objetivos gerais do programa, a correlação dos objetivos institucionais com os objetivos do programa e com os objetivos instrucionais, as estratégias de ação planejadas no sentido de se atingir os objetivos propostos e o método de avaliação (formativa e somativa) do programa com seus indicadores e meios de coleta e análise dos dados.
Apesar das vantagens inerentes ao Marco Lógico, algumas limitações se impõem, sendo a maior delas a necessidade de se elaborar uma matriz para cada programa de capacitação existente, pois ele desconsidera as relações existentes entre ações diferentes, ainda que com mesma finalidade. Outra limitação é a necessidade de elaborar mais de uma matriz quando se tratar de programas complexos e amplos que possuem mais de uma finalidade, sendo uma por finalidade.Considerações
A partir do texto lido, buscando aporte em outras literaturas, poderíamos estruturar uma matriz lógica geral da seguinte forma:
CONTEXTO PROBLEMA
PROPÓSITO
ESTRATÉGIAS DE AÇÃO
RESULTADOS
Planejamento
ANT
Finalidade
Objetivos II
Objetivos I
Eventos
Atividades
ANT
Indicadores
Indicadores
Indicadores
Indicadores
Avaliação
MeiosMeios
Somativa Formativa
Suposições
Meios Meios
Na estrutura sugerida, os “Objetivos I” referem-se a objetivos ou metas de ensino, ou seja, àquilo que os idealizadores pretendem realizar, estando relacionado com verbos que indicam as intenções do programa quanto aos seus produtos e ações (conscientizar, sensibilizar, provocar, mediar, apresentar, demonstrar, possibilitar, garantir, orientar, produzir, etc). Os resultados de tais objetivos sobre o aprendiz são, muitas vezes, de difícil aferição e podem estar comprometidos com sua formação ética, política e filosófica. Os “Objetivos II” referem-se a objetivos de aprendizagem, ou seja, àquilo que o programa espera que seja aprendido pelos partícipes e se manifeste como competência futura, estando relacionado com verbos que indicam uma ação observável e mensurável no aprendiz (que será capaz de executar, produzir, solucionar, comparar, relacionar, apresentar, caracterizar, demonstrar, identificar, discutir, descrever, justificar, analisar, modificar, responder, etc.). Deve-se ter claro que os verbos por si não são preditivos do tipo de objetivo, sendo necessário analisá-los à luz do contexto em que foram utilizados.