março 2014 | ano 2 | nº 5| SBN investe em ... · minam a qualidade da formação, aviltam a...

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hoje março 2014 | ano 2 | nº 5| www.sbn.com.br SBN investe em Planejamento Estratégico ÂNGELO MACHADO | O Mestre das palavras e das ciências CÂMARA TÉCNICA | A construção de um diálogo com o MS LIVROS | Como um neurocirurgião pode ser livreiro?

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hojemarço 2014 | ano 2 | nº 5| www.sbn.com.br

SBN investe em Planejamento Estratégico

Ângelo Machado | O Mestre das palavras e das ciências

cÂMara Técnica | A construção de um diálogo com o MS

liVroS | Como um neurocirurgião pode ser livreiro?

Expediente

Presidente: Sebastião Gusmão

Vice-presidente: Jair Raso

Secretário geral: Aluízio Augusto Arantes Junior

Tesoureira: Marise Augusto Fernandes Audi

1º Secretário: Carlos Batista Alves de Souza Filho

Secretário executivo: José Carlos Esteves Veiga

Secretaria Geral:

Rua dos Otoni, 909 - Sala 408 - CEP: 30150-270

Belo Horizonte/MG - Tel.: (31) 3658-3235

Email: [email protected]

Secretaria Permanente:

Rua Abílio Soares, 233 - cj. 143 - Paraíso

CEP 04005-001 - São Paulo/SP

Tel.: (11) 3051-6075 - Email: [email protected]

Reportagem, Redação e Edição: VFazitto

Comunicação e Consultoria Ltda.

Jornalista responsável: Vilma Fazito -

1988/MT JP

Reportagem e Edição: Marina Rodrigues

1900/MT JP

Site: www.vfazitto.com.br

Índice desta edição: • Planejamento estratégico – pg 04

• Câmara Técnica – pg 06

• Quando Setembro Vier – pg 08

• Sócio estudante – pg 09

• Ângelo Machado – pg 11

• Gervásio Teles – pg 12

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Médico é mesmo um profissional diferente. Quem duvida, basta ler a tra-jetória de dois grandes médicos nesta edição do SBN Hoje: Ângelo Machado e Gervásio Telles.

Ângelo Machado, professor de ana-tomia, é também um dos grandes es-critores de literatura infanto-juvenil brasileira, além de dramaturgo de su-cesso. Lança agora a terceira edição de seu clássico livro de neuroanatomia, obra obrigatória de todos interessados em neurociências.

Gervásio se desdobra entre duas grandes paixões: a neurocirurgia fun-cional e a paixão pelos livros. Ele conta à SBN Hoje como faz para administrar uma das maiores redes de livrarias do país e, com igual zelo e sucesso, se de-dicar à neurocirurgia.

MENSAGEM DO PRESIDENTE

A SBN nasceu do desejo dos pio-neiros da especialidade no Brasil de trocarem experiências e desenvolver o ensino da especialidade. Agora, novos desafios se impõem e uma das princi-pais missões da SBN é a de defender os interesses dos neurocirurgiões brasi-leiros.

Para ser representativa, a SBN deve entender o universo de atuação de seus profissionais, jovens ou experientes, que atuam em situações e ambientes

EDITORIAL

diversos, como universidades, clínicas, hospitais públicos e privados.

Além disso, é necessário compreen-der profundamente os fatores que in-terferem no exercício profissional e nas relações do trabalho com as principais fontes pagadoras.

Tudo isso sem perder de vista o mo-tivo maior de sua fundação, pautada na disseminação do conhecimento e da técnica, alicerçados nos sólidos pilares da ética.

Em nossa gestão nos compromete-mos a completar o esforço conjunto das diretorias que nos precederam para a elaboração do Planejamento Estraté-gico de ações de nossa Sociedade.

Com a participação e apoio do Conselho Deliberativo nosso objetivo é tornar a SBN cada vez mais compe-tente e profissional na defesa de nossa especialidade.

Com intuito de se aproximar dos futuros neurocirurgiões, a SBN lança nova forma de associação: sócio estu-dante. Estudantes de Medicina de todo país poderão se vincular à SBN e des-frutar de todo conteúdo didático de seu site.

Nossa reportagem de capa é sobre o projeto de planejamento estratégico para a SBN, fruto do trabalho conti-nuado de várias diretorias. Ferramenta indispensável de grandes empresas o planejamento estratégico irá facilitar e tornar mais profissional a gestão da SBN.

Por fim, Dr. Veiga nos fala dos avan-ços e dificuldades no trabalho desta di-retoria no Ministério da Saúde, através da Câmara Técnica.

Jair Raso

Sua colaboração será fundamental, pois certamente o planejamento es-tratégico tem como principal objetivo defender melhor seus interesses. Não deixe de participar.

Sebastião Gusmão

O planejamento

estratégico tem

como principal

objetivo defender

melhor seus

interesses

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A proposta é o crescimento e a perenidade e será a pauta principal da próxima reunião do Conselho Deliberativo com todos os ex-presidentes da SBN.

O texto abaixo é da Comissão de Planejamento Estratégico.

A SBN assumiu posição capaz de influenciar profundamen-

te nossas vidas e a partir da sua força interferir como salvaguarda do nosso modo de perceber a neu-rocirurgia, definindo o perfil dos neurocirurgiões que atuam no país, representando-nos e prestando ser-viços à nossa comunidade. Deve atuar de forma corporativa na de-fesa dos interesses dos neurocirur-giões e dos enfermos, essência da atividade neurocirúrgica.Com este escopo, precisa ser re-presentativa do universo dos neu-rocirurgiões, dos experientes e dos jovens, dos que atuam nas grandes universidades e dos que atendem na periferia. Que demandas se apresentam no dia a dia dos que operam nos hospitais brasileiros? É imperativo que entenda o impacto

Planejamento Estratégico

SBN investe em Planejamento Estratégico

da interferência sobre o exercício da nossa atividade imposta pelos agentes pagadores. E que dizer das imposições governamentais que minam a qualidade da formação, aviltam a remuneração, rompem com princípios éticos e a lei? Cabe refletir, reconhecer as nossas intenções como indivíduo e grupo, quais as bases que nos fundamen-tam e nos regerão em um mundo em transformação.Necessitamos análise, planejamen-to e estrutura organizacional que viabilizem os interesses da nossa classe.A Diretoria da SBN, comprometi-da com estas preocupações, junto com esforço do Conselho Delibe-rativo iniciou a elaboração de um Planejamento Estratégico para ações da SBN com os olhos nos

próximos anos, com o objetivo de compor ações dotadas de estraté-gias, orçamento e os responsáveis para plena execução dos objetivos.Neste momento, a Comissão de Planejamento Estratégico, após contrato de empresa de consul-toria, se ocupa com a estrutura-ção da metodologia de trabalho e identificação de macro objetivos contextualizados com os agentes que interferem na atividade neu-rocirúrgica. Cabe a cada um estar atento, re-fletir e se manifestar para que este trabalho represente o interesse do conjunto, respondendo o questio-nário que representará as deman-das e as sugestões de cada um.O objetivo é tornar a SBN ainda mais representativa das necessida-des dos neurocirurgiões.

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Planejamento Estratégico

Gustavo Martins, MSc

Sob o ponto de vista da estratégia organizacional, o planejamento es-tratégico tem representado, nas últi-mas décadas, uma das mais virtuosas formas de estabelecer um convívio saudável com as inúmeras, rápidas e descontínuas mudanças no cenário de negócios do mundo contempo-râneo. Alinhado ao modelo de governança corporativa, trata-se da principal tecnologia gerencial utilizada pela alta administração para desenhar e governar o futuro da instituição. Estratégia empresarial é o conjunto dos grandes propósitos, dos objeti-vos, das metas, das políticas e dos planos para concretizar uma situa-ção futura desejada, considerando as oportunidades oferecidas pelo ambiente e os recursos da organi-zação. Planejamento Estratégico é o pro-cesso no qual a organização se mobiliza para atingir o sucesso e construir o seu futuro, por meio de um comportamento pro-ativo, considerando seu ambiente atual e futuro. Levando em consideração o pro-pósito institucional, os interesses e necessidades das partes interessa-das e as principais macrotendências ambientais, o planejamento estra-tégico tem como principal objetivo buscar um entendimento entre as lideranças da instituição sobre o fu-turo da organização. Na obra “Alice no país das mara-vilhas”, existe uma passagem que possibilita uma profunda reflexão sobre a temática da estratégia no

âmbito organizacional. Alice está perdida, e de repente, vê no alto da árvore um gato. Ela olha para ele lá em cima e se inicia o seguinte diálogo:Alice:“Você pode me ajudar?” Gato: “Sim, pois não.” Alice: “Para onde vai essa estrada?”Gato: “Para onde você quer ir?”Alice: “Eu não sei, estou perdida.”Gato: “Para quem não sabe para onde vai, qualquer caminho serve.” Em um mundo globalizado e total-mente conectado a passagem acima descrita torna-se muito mais com-plexa, pois além da hipótese de não

saber o caminho a seguir, temos a nossa disposição infinitas possibi-lidades. É neste contexto que o planeja-mento estratégico vem contribuin-do para o crescimento e perenidade de inúmeras organizações. A partir de estudos, análises e discussões or-ganizadas, esta técnica possibilita o entendimento e o alinhamento da organização em prol do propósito institucional.

Saiba maisLinks dos textos completos: Aqui e aqui

O objetivo é tornar a SBN

ainda mais representativa

das necessidades dos

neurocirurgiões.

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Comissão de Planejamento Estratégico da SBN

Luiz Carlos de Alencastro Sebastião GusmãoJosé Carlos Esteves VeigaModesto CerioneJorge Kraemer Samuel Zymberg Ronald Fiuza

Alice no País das Maravilhas

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José Carlos Esteves VeigaSecretário Executivo SBN

O empenho da SBN em prol de melhores condições de trabalho e remuneração justa para o neuro-cirurgião que atende e depende do SUS remonta há várias décadas. Os presidentes e suas diretorias se su-cederam na busca de entendimen-to e diálogo com o Ministério da Saúde (MS). Lembro-me do XX Congresso Brasileiro de Neu-rocirurgia realizado em Belo Horizonte, em 1994, e presi-dido pelo Dr. Carlos Batista Alves de Souza, que propiciou discussão profícua com o MS, suscitando a revisão da tabela de procedimentos e a adequa-ção dos honorários médicos. Sabidamente, vivenciamos po-líticas de saúde distintas em vários governos e passamos por várias crises econômicas e até bloqueio financeiro. As portarias foram ocorren-do em sequência, sem jamais atender plenamente o que consideramos condições sa-tisfatórias e dignas de atendi-mento e justa remuneração. Em 07 de julho de 2005, o MS publicou, no Diário Ofi-cial da União (DOU), a por-taria Nº 1.161, que instituiu a Política Nacional de Atenção

Câmara técnica em neurologia/neurocirurgia: o longo caminho

até o estado atual

Câmara Técnica

ao Portador de Doença Neurológi-ca, com a intenção de ser implanta-da em todas as unidades federadas. Tal medida foi adotada em de-corrência da magnitude social das doenças neurológicas/neurocirúr-gicas na população brasileira e suas consequências, considerando-se a elevada prevalência de indivíduos com sequelas de doenças compro-metendo o sistema nervoso e a ele-vada taxa de mortalidade.

Tornava-se evidente a necessidade de estruturar uma rede de serviços regionalizada e hierarquizada, que estabelecesse uma linha de cuida-dos integrais no manejo das princi-pais causas das doenças do sistema nervoso, com vistas a minimizar o dano da doença, melhorar o aces-so dos pacientes ao atendimento especializado em neurologia/neu-rocirurgia e melhorar o acesso do paciente à neurocirurgia.

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Membros da Câmara Técnica Neurologia/Neurocirurgia. Da esquerda para direita: Luiz Henrique Martins Castro, Modesto Cerioni, José Carlos Esteves Veiga, Elias Rabahi e José Guilherme Mendes Pereira Caldas

Câmara Técnica

Entretanto, os colegas neurocirur-giões devem atentar para o seguin-te fato: desde que foram criadas as normas de classificação, credencia-mento e habilitação de unidade de assistência de alta complexidade em neurocirurgia e centros de re-ferência de alta complexidade, na tentativa de estabelecer atendimen-to e planejamento regional hierar-quizado, estamos atrelados e condi-cionados ao credenciamento pelos gestores de saúde. Deste modo, a abertura de qualquer unidade de assistência de alta complexidade em neurocirurgia deverá ser prece-dida de consulta ao Gestor do SUS, em níveis municipal e estadual, so-bre as normas vigentes, a necessida-de de sua criação e a possibilidade de credenciamento e habilitação. Deve-se definir, também, como será a forma de recebimento dos honorários médicos. Cabe ao gestor a opção de paga-mento dos honorários diretamente ao médico ou pagamento do valor global ao hospital, para que este re-passe ao médico, conforme legisla-ção em vigor. Se o gestor optar pelo pagamento direto ao profissional, diz-se então que a forma de pa-gamento é com cessão de crédito. Neste caso, o CPF do médico de-

verá ser informado para apurar os valores para ele. Porém, se o gestor optar pelo pagamento dos honorá-rios do médico direto ao estabele-cimento (sistema CNES), para que este efetue o pagamento ao mé-dico, diz-se então que a forma de pagamento é sem cessão de crédito. Nesta situação, os valores referen-tes aos honorários são apurados no CNES do estabelecimento. No sistema de captação de dados da internação é informado se os valores devem ser apurados para o estabelecimento (CNES) ou para o médico (CPF). Porém, é na re-alização do processamento da in-ternação hospitalar que o gestor confirma, ou não, admitir a desvin-culação dos honorários para pessoa física do médico. Ou seja, mesmo que o estabelecimento informe que os valores dos honorários devam ser apurados no CPF do médico, não será aceito se o gestor não con-cordar. Assim, certifique-se de que forma está sendo conduzido em sua região. Foram muitas as tentativas de ne-gociação por parte da SBN e fo-ram várias as interrupções pelos órgãos governamentais. Conforme já divulgado anteriormente, em setembro de 2013 a Câmara Téc-

nica foi reativada após ter ficado inativa desde novembro de 2010. Nesta reabertura, houve a partici-pação direta de nosso presidente, Sebastião Gusmão, junto ao Dr. Helvécio, Secretário de Atenção à Saúde (SAS/MS), e ao Dr. Fogo-lin, Coordenador Geral de Média e Alta Complexidade do Depto. de Atenção Especializada do MS (CGMAC/DAE/SAS). Desde en-tão, temos atuado nas reuniões da Câmara Técnica de Neurologia/Neurocirurgia, discutindo a tabela de procedimentos e sua adequação à tabela de OPMes. Os colegas têm sido convocados, te-mos recebido várias sugestões pelo site e os departamentos de subespe-cialidades da SBN têm participado em nosso auxílio. Acreditamos que o trabalho ora desenvolvido trará benefícios. Na negociação com o MS, estamos cumprindo nosso pa-pel.

Tornava-se evidente a

necessidade de estruturar uma

rede de serviços regionalizada e hierarquizada

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ANUNCIE CONOSCO

hoje

Luis Alencar Biurrum BorbaPresidente XXX Congresso Brasileiro de Neurocirurgia

De 13 a 18 de setembro de 2014, Curitiba sediará o XXX Congres-so Brasileiro de Neurocirurgia, o maior congresso da América Lati-na. Terá uma programação densa, sendo dois dias de pré-congresso e quatro dias de congresso, com-posto por mais de 200 palestran-tes nacionais e 30 palestrantes in-ternacionais, com a expectativa de receber, aproximadamente, 2 mil participantes.Durante o pré-congresso, nos dias 13 e 14, contaremos com alguns cursos importantes, como “Abor-dagens Cirúrgicas aos Meningio-mas”, por Ossama Al Mefty, e o “Simpósio AOSpine: Conceitos Atuais em Tumores da Coluna Ver-tebral e Medula Espinhal”. Os ou-tros cursos e suas programações já estão disponíveis para consulta no site do evento: www.neurocirur-gia2014.com.br .Na sequência do evento, entre os dias 15 e 18, serão abordados em simpósios e seminários temas im-portantes da neurocirurgia em co-luna, tumores, vascular, pediatria, funcional, nervo periférico e trau-ma. Sessões interativas e uma sala especial para sessões de vídeos em HD complementarão as atividades.As conferências magistrais serão realizadas dentro do maior teatro do Paraná, certamente um dos mo-mentos de grande impacto do con-gresso. Contará com os mais reno-mados neurocirurgiões mundiais, mostrando ali toda a sua habilidade,

Quando setembro vierXXX Congresso Brasileiro de Neurocirurgia

tática e truques para tratar patolo-gias das mais diversas subespeciali-dades, como Ali F Krisht, Arnold Menezes, Ennio Chiocca, Evandro de Oliveira, Ferderick Boop, Gre-gor Antononis, Malcolm Bullock, Michael Lawton, Ossama Al-Mefty, Ziya Goskalan, entre outrosEsse evento é uma oportunidade de atualização profissional e de apri-moramento da formação do neu-rocirurgião brasileiro. E a comissão científica está empenhada em fazer dele um grande congresso!

Sessões interativas e uma sala especial para sessões de vídeos em

HD complementarão as atividades.

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Luis Alencar Biurrum Borba

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Todo aluno de Medicina do Brasil pode agora ser Sócio Estudante da SBN.A decisão, segundo o presidente da Sociedade, Sebastião Gusmão, é uma resposta à solicitação de vários estudantes da área e vai permitir acesso amplo aos periódicos e ví-deos especiais de cirurgias e aulas postados no site da SBN. E mais: dá descontos nas inscrições para congressos da Sociedade.O coordenador nacional dessa cate-goria é o estudante de medicina do 6º período Galileu Chagas Louren-ço. Ele é também o coordenador, na UFMG, da Neuroliga de MG e representante discente na Congre-gação da Faculdade pelo Diretório Acadêmico Alfredo Balena.Para ele, essa é uma oportunidade única de expandir os horizontes, de fomentar o estudo e a pesquisa na área. Entusiasmado com a ideia, Galileu ainda lista outras possibili-dades que o acesso vai permitir: co-nhecer e se entrosar na classe e nas entidades médicas em geral; as ligas tornarem-se conhecidas, atuantes e representativas; e ainda o incentivo a uma visão geral da profissão, tan-

SBN cria a categoria de Sócio Estudante de Medicina

Sócio Estudante

to para quem quer, ou não, seguir a carreira de neurocirurgião. A proposta, agora, é divulgar a novidade para todo o país. No Fa-cebook, já foi criado um perfil da Neuroliga SBN. É por ele também que Galileu pretende informar e conquistar sócios para a categoria.

Como ser sócio Para ser sócio, será preciso provi-denciar uma declaração da Facul-dade de Medicina na qual o acadê-mico está matriculado e pagar uma taxa de R$ 50,00 por semestre.O passo a passo para ter todas as informações já está no site da SBN.

Essa é uma oportunidade única de expandir os

horizontes, de fomentar o estudo e a pesquisa

na área

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Galileu Chagas Lourenço

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A MopiMutawaTopimbaMucheduwa e Pinu-NuÉ com essa dedicató-

ria que o neuroanatomis ta, pesquisador, ambien-talista, escritor e drama-turgo Ângelo Machado inicia o livro infanto--juvenil “O Velho da Montanha – Uma Aven-tura Amazônica”. A obra ganhou o Prêmio Jabuti em l993 e deu a maior emoção ao cultuado au-tor. Os nomes citados na dedicatória são dos pequenos índios que o ajudaram na pesquisa quando estava na região.

Mas antes de se tornar dramatur-go, Ângelo Machado foi professor de neuroanatomia na UFMG. Suas aulas gravadas por alunos viraram “apostilas”. O professor Ângelo, atento às deman-das dos alunos por fontes de pesquisa e estudo, resolveu reunir essas apostilas

Especial

em livro. Daí surgiu a primeira edição do livro “Neuroanatomia Funcional”. A obra se tornou cult entre os acadêmicos de Medicina e chega agora à terceira edi-ção. Dessa vez, ele divide a autoria com a filha e neurologista infantil, Lucia Ma-chado Haertel. O lançamento foi no dia 12 de fevereiro, na Academia Mineira de Medicina, em Belo Horizonte.

O prefácio foi escrito pelo neuro-cirurgião Gilberto Belisário Campos. O livro tem 344 páginas, 207 figuras, sendo 30 coloridas. São 32 capítulos, sendo o último um atlas de secções do cérebro. Constam também imagens de ressonância magnética e de tratografia, moderna técnica de neuroimagem que permite visualizar os grandes feixes de fi-bras nervosas do cérebro de maneira não invasiva. Nessa 3ª edição são apresenta-das funções de várias partes do cérebro que não eram conhecidas quando foi feita a 2ª edição, resultado do extraor-dinário avanço da neurociência nas últi-mas duas décadas.

“Neuroanatomia Funcional” tem como público-alvo os estudantes de graduação em Medicina, Psicologia, Fi-sioterapia, Terapia Ocupacional e Fono-audiologia.

Ângelo Machado tem ainda uma outra paixão: as libélulas. Ainda estu-dante ele conheceu o padre entomó-

logo Francisco Silvério Pereira, que o introduziu no estudo dos insetos e com quem participou de várias expedições à Amazônia. Em 1952, sob a orientação do professor Newton Dias dos Santos, do Museu Nacional, iniciou seus estu-dos sobre os insetos da ordem Odonata (libélulas), assunto sobre o qual publi-cou seu primeiro artigo científico em 1953. Sua coleção hoje tem cerca de 1100 espécies.

O Patinho FeioÂngelo Machado não nasceu neu-

roanatomista, pesquisador e ambienta-lista: se fez nessas especialidades. Mas nasceu um contador de histórias. Suas aulas e seus livros científicos não são um amontoado de dados e informações: são contos.... científicos. E essa vocação de contador de histórias levou Ângelo aos palcos por meio dos famosos Shows da Medicina. Junto com o também médi-co Jota Dângelo, escreveu vários textos para esses espetáculos teatrais dirigidos e encenados pelos estudantes da Faculda-de de Medicina da UFMG.

Daí a escrever textos teatrais irôni-cos e livros para o público infanto--juvenil foi uma consequência lógi-ca. Já são 38 obras. Outras duas estão a caminho: “Cris-tóvão e os Grandes Descobrimentos” e a “Patinha Feia”. Cristóvão é um personagem que vai surpreender os lei-tores. E por que a “Patinha Feia”? Bem humorado – traço marcante da perso-nalidade de Ângelo -, ele responde: “É uma releitura do clássico ‘O Patinho Feio’ sem a conotação do bulling que permeia a narrativa. Para uma persona-gem feminina é mais fácil se transformar e se tornar bela”.

Uma resposta refinada, bem no esti-lo do múltiplo Ângelo Machado.

O Mestre das Palavras

Libélulas: outra paixão do escritor

O neuroanatomista, ambientalista e escritor Ângelo Machado

Capa da 3ª edição do livro Neurologia Funcional

Muito Além da Neurocirurgia

Uma história sem fim

Em seu consultório particular em Belo Horizonte, onde deu a entrevista para a SBN Hoje, Gervásio está rodea-do de lembranças de suas viagens pelo mundo afora: estátuas, jarras e bone-cos. Livros médicos estão também em estantes ao alcance da mão. Polido e reservado, fala sobre sua infância e da casa da família em Dores do Indaiá, onde cresceu cercado por livros e po-esia. A mãe é escritora e professora e o pai era fazendeiro. Um fazendeiro-poe-ta. Ambos conseguiram passar para os filhos o gosto pela leitura. Um gosto que seria, no futuro, a fonte de renda das novas gerações da família. Mas essa história a gente conta daqui a pouco.

Parte 1: a descobertaA casa da família tinha outra parti-

cularidade: era ao lado de um hospital. Aos olhos do menino, os homens vesti-dos de branco se tornaram seus heróis e foram responsáveis por fomentar o so-nho da infância que, anos mais tarde, se consolidaria na carreira médica.

A opção pela neurocirurgia nasceu durante as aulas de neuroanatomia. O

Gervásio Teles Cardoso de Carvalho é neurocirurgião há 32 anos. Ele se formou em 1981, pela Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, e é o único médico entre os 14 irmãos.

futuro médico especializado em neu-rocirurgia funcional em Toronto, no Canadá, se encantou com a perfeição das estruturas do cérebro, seus feixes nervosos, suas seções. E percebeu que sua habilidade estava em descobrir e crescer nessa área. E continua encan-tado com o que faz: durante a entre-vista, mostrou no celular as imagens de uma cirurgia feita pela manhã na Santa Casa de BH, onde trabalha, para a re-tirada de um tumor cerebral em uma paciente de 52 anos. Logo depois, o mesmo celular toca e alguém informa que a paciente está bem e respondendo ao tratamento. Apesar de contido, ele transparece a satisfação do bem-sucedi-do procedimento.

E a SBN Hoje pergunta: que con-selho daria aos jovens neurocirurgiões?

Gervásio é enfático ao dizer: “Tra-tem seus pacientes como se eles fossem seus parentes. Tratem com profissiona-lismo, com respeito, dedicação, hones-tidade e empenho”. E essa é uma das lições que o também professor Gervá-

sio passa para seus alunos da Faculdade de Ciências Médicas. Segundo ele, ser bom médico é preciso investir 50% em estudo e 50% no relacionamento com o paciente.

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O médico Gervásio entre os colegas da Santa Casa...

Um dos livros da mãe

Parte 2: o livreiroGervásio, seus filhos Maíra e Gus-

tavo, 12 irmãos e vários sobrinhos integram o grupo que é proprietário e gerenciador da Livraria Leitura, em-preendimento que completará 50 lojas este ano no Brasil. Algumas delas estão em São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia. Mas tem loja, por exemplo, em Porto Velho. Na capital mineira, a recém--inaugurada é no Cine Brasil, bem no centro da cidade.

A história da Leitura começou na Galeria Ouvidor, há 47 anos. Um ir-mão e um primo fundaram a livraria que, naquela época, se chamava LE: L do primo Lúcio e E do irmão Emídio. Dois anos depois de inaugurada, Ger-vásio começou a trabalhar na livraria. E na função de livreiro já são 45 anos.

Passar de uma função para a outra faz parte da rotina. E tem hora marca-da: até às l5h de todas as quintas-feiras, ele é o Dr. Gervásio. Na hora seguinte, ele vai para a sede da empresa. Em feve-

Muito Além da Neurocirurgiareiro, mês da volta às aulas, a dedicação é total. Tira férias do consultório e pas-sa em torno de 12 horas na administra-ção da empresa.

Parte 3: o leitor“Deus vem, guia a gente por uma

légua, depois larga. A vida é assim”. A frase do livro “Grande Sertão: Vere-das”, de Guimarães Rosa, está separada em uma pasta no computador do mé-dico, junto com outras de vários livros. Ele também adora ler. Não consegue dormir sem pelo menos uma hora de leitura. E a lista dos autores é grande. Guimarães Rosa está entre os preferi-dos. Lê clássicos como “Madame Bova-ry”, de Gustave Flaubert, e best-sellers nacionais e estrangeiros. Para ele, é uma forma de se viver várias histórias.

Gervásio não é adepto do livro ele-trônico. Gosta de ter o livro na mão. E se existe um texto interessante na Internet, imprime para ler. Sua opção nos remete a um texto publicado na edição 89 da revista “Piauí”, escrito

pelo ensaísta e professor de filosofia da USP, Lorenzo Mammì: “É leviano dizer que uma biblioteca inteira cabe num iPad. O que cabe são textos, não livros. Na telinha, o livro não tem capa ou aparência própria. Ele está em lu-

gar nenhum. A escrita, nela, é sempre fragmento. ...talvez por isso que não consegui-mos renunciar ao livro: não queremos dispensar a iden-tidade espiritual e material que ele promete há milênios. Carregar o pensamento nas mãos, fazer com que ocupe um lugar específico: é isso que o livro permite, e talvez por isso as livrarias não desa-pareceram.”

Com certeza, o livreiro concorda com cada palavra. E o sucesso do seu empreen-dimento confirma.

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O livro de poesias escritas pelo pai

...e o livreiro Gervásio entre as estantes de seu empreendimento

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