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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DE MATO GROSSO CÂMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE ENFERMAGEM MARAÍSA FERNANDA BENTO SOUZA PLANTAS MEDICINAIS COM POTENCIAL TERAPÊUTICO ANSIOLÍTICO NO BRASIL: UMA REVISÃO INTEGRATIVA Sinop MT 2019

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DE MATO GROSSO

CÂMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP

INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

CURSO DE ENFERMAGEM

MARAÍSA FERNANDA BENTO SOUZA

PLANTAS MEDICINAIS COM POTENCIAL TERAPÊUTICO ANSIOLÍTICO NO

BRASIL: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

Sinop – MT

2019

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MARAÍSA FERNANDA BENTO SOUZA

PLANTAS MEDICINAIS COM POTENCIAL TERAPÊUTICO ANSIOLÍTICO NO

BRASIL: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

Trabalho de Curso apresentado à Banca

Examinadora da Universidade Federal de

Mato Grosso para a obtenção do Grau de

Bacharel em Enfermagem, sob a orientação da

Prof. Dra. Pacífica Pinheiro Cavalcanti.

Sinop-MT

2019

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MARAÍSA FERNANDA BENTO SOUZA

PLANTAS MEDICINAIS COM POTENCIAL TERAPÊUTICO ANSIOLÍTICO NO

BRASIL: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

Esta monografia foi submetida à avaliação por Banca Examinadora para a obtenção do título

de:

Bacharel em enfermagem

___________________________________________

Coordenador do curso

Banca examinadora:

__________________________________

Presidente da banca

__________________________________

Examinador 1

__________________________________

Examinador 2

Sinop – MT

2019

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Aos meus queridos pais, com todo meu amor!

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por ter me dado forças para enfrentar tudo que

enfrentei e ter chegado até aqui. Sem Sua graça nada teria alcançado.

Sou imensamente grata aos meus pais Geneci Bento Souza e Antônio de Souza

Campos Neto, pois nunca mediram esforços para me ajudar. Em todos esses anos me

apoiaram, não tenho palavras para expressar todo o meu amor, carinho e gratidão a vocês.

Agradeço aos meus irmãos Marina Beatriz Bento Souza e Mateus Henrique Bento Souza,

pelo apoio, por me ajudarem quando precisei. Amo muito vocês.

Muito obrigada aos meus amigos, que mesmo de longe, sempre me incentivaram.

Mas especialmente à Alessandra Taís e Jéssica Orhana, pois desde o início da faculdade

sempre estiveram ao meu lado, em todos os momentos, me apoiando e incentivando.

Agradeço a vocês de todo meu coração.

Agradeço à Daniela Ferreira e Luciana Pelizari, pelo companheirismo, por terem

me apoiado e me ajudado em meus estudos sempre que precisei.

Agradeço ao meu namorado Wilian Markley pelo carinho, companheirismo e por me

ajudar nos momentos que mais precisei.

Muito obrigada à minha orientadora Pacífica Pinheiro Cavalcanti, pela dedicação e

compreensão, mesmo com todos os problemas pessoais. Muito obrigada.

À Universidade Federal de Mato Grosso - Câmpus de Sinop, professores e

colaboradores que proporcionaram minha formação profissional, em especial à minha banca

examinadora do Trabalho de Curso composta pela minha orientadora, Juliana Magnani e

Claudia Reis, muito obrigada por fazerem parte desse momento tão especial na minha vida.

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Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu

sou teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a

destra da minha justiça.

Isaías 41:10

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RESUMO

Desde os primórdios a humanidade utiliza plantas com algum fim terapêutico. As plantas

medicinais são usadas para tratamento e cura de diversas doenças, inclusive dos transtornos

mentais como depressão e ansiedade. A ansiedade vem se tornando um dos principais

problemas da atualidade. Os medicamentos usados atualmente são eficazes, porém

apresentam muitos efeitos adversos, nesse sentido, a população procura alternativas efetivas

com menos efeitos adversos. Objetivou-se nesse estudo analisar as evidências científicas

disponíveis na literatura sobre quais são as plantas medicinais com potencial terapêutico para

a ansiedade no Brasil. Trata-se de uma Revisão Integrativa da literatura. Os critérios de

inclusão foram: artigos originais disponíveis na íntegra; estudos primários; publicações nas

línguas inglesa, portuguesa e espanhola em qualquer período; pesquisas realizadas no Brasil.

Critérios para exclusão: artigos que estavam duplicados e revisões. Bases de dados utilizadas

foram: National Library of Medicine National Institutes of Health (PubMed), Scopus e Web

of Science, totalizando 41 artigos; após leitura a amostra final foi de 9 artigos. As plantas

testadas pelos pesquisadores foram Herissantia tiubae Brizicky, Davilla rugosa Poir,

Erythrina mulungu Benth, Passiflora alata Curtis e Passiflora edulis Sims, Citrus aurantium

Lineu, Citrus sinensis (L.) Osbeck, Trichilia catigua A. Juss., Bowdichia virgilioides Kunth,

Tropaeolum majus (L.) Kuntze e Croton conduplicatus Kunth. Através do estudo transversal

dos artigos, observou-se que o ano com mais publicações foi 2016 e 2018, com 2 artigos em

cada ano, o estado com mais publicações foi Rio Grande do Sul com 3 artigos, seguido do

Paraná com 2 artigos. O extrato mais utilizado foi o extrato hidroetanólico. Constatou-se que

a linhagem de camundongos Swiss e de ratos Wistar foram as mais usadas e a via de

administração dos extratos foi predominante por gavagem. O teste comportamental mais

utilizado foi o teste de labirinto em cruz elevado. Através das pesquisas todas as plantas foram

efetivas para a ansiedade, no entanto, apenas a Passiflora edulis, Passiflora alata e a

Erythrina mulungu já são usadas atualmente na forma de chás e fitoterápicos.

Descritores: Plantas Medicinais; Ansiedade; Medicamento Fitoterápico; Brasil.

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ABSTRACT

From the very beginning, humanity uses plants for some therapeutic purpose. Medicinal

plants are used to treat and cure various diseases, including mental disorders such as

depression and anxiety. Nowadays, anxiety has become one of the main problems. Currently

used drugs are effective, but it has many adverse effects, in that sense, the population seeks

effective alternatives with fewer effects. This study aimed to analyze the scientific evidence

available in the literature about medicinal plants with therapeutic potential for anxiety in

Brazil. It is an Integrative Review of the literature. The inclusion criteria were: full-text

original articles; primary studies; publications in the English, Portuguese and Spanish idioms

without a limit of publication date; carried out in Brazil. Exclusion criteria: articles that were

duplicates and revisions. Databases used were: National Library of Medicine National

Institutes of Health (PubMed), Scopus and Web of Science, totaling 41 articles; after reading

the final sample was 9 articles. Exclusion criteria: duplicate articles, and revisions. Databases

used were: US National Library of Medicine - National Institutes of Health (PubMed), Scopus

and Web of Science, totaling 41 articles; after reading the final sample was composed of nine

articles. The plants tested were Herissantia tiubae Brizicky, Davilla rugosa Poir, Erythrina

mulungu Benth, Passiflora alata Curtis and Passiflora edulis Sims, Citrus aurantium Lineu,

Citrus sinensis (L.) Osbeck, Trichilia catigua A. Juss., Bowdichia virgilioides Kunth,

Tropaeolum majus (L.) Kuntze and Croton conduplicatus Kunth. By the cross-sectional

study of articles, it was observed that the years with the most publications was 2016 and 2018,

with two articles each, being the Rio Grande do Sul the state with the most publications (three

articles), followed by Paraná with two articles. The hydroethanolic was the most used extract.

It was found that the Swiss mice and Wistar rats were the most used; and the administration

of the extracts through oral route - gavage, was predominant. Elevated cross maze was the

main behavioral test. Through the researches all plants were effective for anxiety, however,

only Passiflora edulis, Passiflora alata and Erythrina mulungu are already used in tea and

phytotherapeutic forms.

Descriptors: Medicinal Plants; Anxiety; Phytotherapeutic Medicines; Brazil.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Descritores utilizados na estratégia de busca dos artigos primários. ....................... 26

Figura 2. Fluxo da seleção dos estudos primários incluídos na revisão integrativa de acordo

com as bases de dados. ......................................................................................................... 27

Figura 3. Caracterização dos estudos incluídos na revisão. ................................................... 15

Figura 4. Herisantia tiubae. .................................................................................................. 17

Figura 5. Davilla rugosa Poiret. ............................................................................................ 17

Figura 6. Erythrina mulungu. ............................................................................................... 18

Figura 7. Passiflora edulis. ................................................................................................... 18

Figura 8. Passiflora alata. ..................................................................................................... 19

Figura 9. Citrus arantium L. ................................................................................................. 19

Figura 10. Citrus sinensis. .................................................................................................... 20

Figura 11. Trichilia catiguá. ................................................................................................. 20

Figura 12. Bowdichia virgilioides ........................................................................................ 21

Figura 13. Tropaeolum majus L. .......................................................................................... 21

Figura 14. Croton conduplicatus Kunth. ............................................................................... 22

Figura 15. Teste Labirinto em Cruz Elevado. ....................................................................... 27

Figura 16. Teste Campo Aberto............................................................................................ 27

Figura 17. Caixa do Teste Claro-Escuro. .............................................................................. 28

Figura 18. Teste Labirinto em T elevado. ............................................................................. 29

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1. Números de artigos publicados por ano. .............................................................. 15

Gráfico 2. Números de artigos publicados por estado. .......................................................... 16

Gráfico 3. Extratos usados nas pesquisas. ............................................................................. 22

Gráfico 4. Métodos de administração dos extratos nos estudos. ............................................ 25

Gráfico 5. Testes comportamentais utilizados nos estudos. ................................................... 26

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANVISA: Agência Nacional de Vigilância Sanitária

APA: American Psychiatric Association

CA: Teste Campo Aberto

CE: Teste Claro-Escuro

DSM 5: Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais

DZP: Diazepam

LCE: Teste Labirinto em Cruz Elevado

LTE: Teste Labirinto em T Elevado

MS: Ministério da Saúde

OMS: Organização Mundial da Saúde

PNPMF: Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos

PNPIC: Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares

PP: Teste Placa Perfurada

RI: Revisão Integrativa

SNC: Sistema Nervoso Central

SUS: Sistema Único de Saúde

TAG: Transtorno de Ansiedade Generalizada

UFMT: Universidade Federal de Mato Grosso

WHO: World Health Organization

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................... 15

2 OBJETIVOS ............................................................................................................... 17

2.1 OBJETIVO GERAL ..................................................................................................... 17

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................................ 17

3 REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................................... 18

3.1 PLANTAS MEDICINAIS ........................................................................................... 18

3.2 ANSIEDADE.............................................................................................................. 20

3.2.1 Sintomas ..................................................................................................................... 21

3.2.2 Etiologia ..................................................................................................................... 21

3.2.3 Tratamento .................................................................................................................. 23

3.3 O USO DAS PLANTAS MEDICINAIS NA ANSIEDADE ......................................... 23

4 DESCRIÇÃO METODOLÓGICA ............................................................................ 25

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................. 28

6 CONCLUSÃO ............................................................................................................. 30

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1 INTRODUÇÃO

Fitoterapia é uma ―terapêutica caracterizada pelo uso de plantas medicinais em suas

diferentes formas farmacêuticas, sem a utilização de substâncias ativas isoladas, ainda que de

origem vegetal‖. Desde os primórdios, a humanidade utiliza plantas com algum fim

terapêutico, fundamentada no acúmulo de informações por várias gerações. Durante milênios,

produtos de origem vegetal foram as bases para tratamento de diversas doenças (BRASIL,

2015).

O Brasil tem a maior variedade genética vegetal do mundo com aproximadamente

46.000 espécies, sendo que cerca de 40% é exclusiva do território brasileiro. Esse número

tende a crescer a cada ano, pois os botânicos identificam aproximadamente 250 novas

espécies por ano (FIORAVANTI, 2016).

Devido o destaque e à popularidade que as plantas medicinais vêm ganhando nos

últimos anos, principalmente nos países em desenvolvimento, a Organização Mundial de

Saúde (OMS) tem preparado uma série de resoluções com a finalidade de valorizar a

medicina tradicional. O Ministério da Saúde (MS) em parceria com órgãos governamentais e

não governamentais, elaborou importantes políticas para as áreas de plantas medicinais e

fitoterápicos: a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no

Sistema Único de Saúde (SUS) (2003/05) e mais recentemente, em 2005, criou a Política

Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF), com a finalidade de proporcionar

maior acesso e uso racional das plantas medicinais e dos fitoterápicos, com garantia,

segurança e eficácia aos usuários do SUS (BRASIL, 2006).

Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), as plantas medicinais

são plantas capazes de amenizar sintomas ou curar doenças e têm como legado o uso como

remédio em uma população. Habitualmente são utilizadas principalmente na forma de chás e

infusões. Já os fitoterápicos são medicamentos industrializados que são utilizados como

matéria prima exclusivamente as plantas medicinais, sendo caracterizado pelo estudo

científico dos seus efeitos e dos riscos de seu uso. O processo de industrialização padroniza a

quantidade e forma certa de ser usado, evita contaminações por micro-organismos e

substâncias estranhas e possui instruções sobre seu processamento, proporcionando uma

maior segurança em seu uso (BRASIL, 2014).

Como toda planta medicinal possui propriedades específicas, existem plantas que

podem ser usadas nos transtornos do Sistema Nervoso Central (SNC), como na depressão e

ansiedade. Atualmente existem algumas plantas que já são usadas na ansiedade como a

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Melissa officinalis L. (erva-cidreira), Cymbopogon citratus (capim-limão) e Rosmarinus

officinalis (alecrim), pois agem no SNC com ação calmante (PAGANI; SILVA, 2016).

Entre os transtornos psiquiátricos mais frequentes na população geral estão os

transtornos de ansiedade (SCHATZBERG; DEBATTISTA, 2017). Segundo Moura et al.

(2018), a ansiedade é tida como uma resposta natural do corpo frente a um estímulo que é

indispensável para a autopreservação, levando o indivíduo para o confronto da situação,

agindo com impulso e motivação a fim de preservá-lo. Porém, é considerada como patologia,

caso ela se manifeste de forma exacerbada e de prolongada duração sendo desproporcional ao

estímulo ansiogênico, afetando a vida diária do indivíduo e impossibilitando sua capacidade

de adaptação (CLAUDINO; CORDEIRO, 2016). Possivelmente a ansiedade é a disfunção

emocional que mais atinge a qualidade de vida do indivíduo, causando vários prejuízos no

âmbito social, acadêmico e funcional (MOURA et al., 2018).

Nos últimos anos, tem crescido o consumo de plantas medicinais pela população.

Além de ser uma alternativa econômica, a facilidade de acesso da população às plantas e aos

fitoterápicos e a crença de que o medicamento natural é inofensivo são fatores que têm

estimulado o consumo desse tipo de tratamento (GELATTI; OLIVEIRA; COLET, 2016).

As pesquisas objetivando a descoberta de novas substâncias ansiolíticas têm ganhado

impulso nos últimos anos, uma vez que a população procura alternativas com menos ou

nenhum efeito adverso. Atualmente, existe uma variedade de plantas medicinais no qual tem

sido avaliado o potencial terapêutico, direcionado por duas ciências, a etnobotânica e a

etnofarmacologia, que levam em consideração o conhecimento empírico da população a

respeito do potencial terapêutico das plantas (SOUSA; OLIVEIRA; CALOU, 2018).

Portanto, a realização desse trabalho se justifica em relação à relevância do tema no

cenário em que se encontra a saúde atualmente. A população busca alternativas aos

medicamentos industrializados, pois esses apresentam inúmeros efeitos adversos, muitas

vezes promovem o alívio da doença e não a cura, além de ser uma alternativa de alto custo.

Nesse sentido, viu-se a importância de fazer síntese e análise das pesquisas disponíveis

na literatura sobre quais plantas possuem potencial terapêutico ansiolítico no Brasil, pois

através dessas pesquisas primárias, futuramente essas plantas podem ser utilizadas

terapeuticamente de forma segura e eficaz como ansiolítica, apresentando menos efeitos

adversos, ou mesmo como fonte para medicamentos fitoterápicos, facilitando assim o acesso a

toda população.

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2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Analisar as evidências científicas disponíveis na literatura sobre quais são as plantas

medicinais com potencial terapêutico ansiolítico no Brasil.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Descrever os dados de identificação das publicações investigadas;

Identificar as famílias/espécies e uso terapêutico das plantas medicinais analisadas;

Caracterizar metodologia, amostra e local da realização das pesquisas.

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3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 PLANTAS MEDICINAIS

Desde os primórdios a humanidade utiliza plantas com algum fim terapêutico, sendo

utilizadas mesmo sem comprovação científica pelas mais diversas populações, estando

enraizada na cultura popular, permanecendo até os dias de hoje. O conhecimento em relação à

utilização das plantas foi sendo repassado oralmente através das gerações, se tornando um

recurso indispensável à população em geral (NÓBREGA et al., 2017).

Os primeiros registros sobre utilização de plantas estão nos papiros de Ebers e Edwin-

Smith, expostos no museu de Leipzig, na Alemanha, que apresenta fórmulas compostas de

aproximadamente 125 plantas e óleos essenciais, muitas delas conhecidas e usadas até os dias

de hoje como a canela, gergelim, açafrão, mostarda, sementes da papoula, entre outras. Há

milênios os sacerdotes egípcios já tinham grandes domínios da extração de compostos

vegetais, tinham noções básicas de farmacodinâmica e discernimento das propriedades

medicinais de algumas plantas, tanto que comumente era prescrito óleo essencial de mirra e

extrato da casca do salgueiro como anti-inflamatório (CORAZZA, 2015).

O Brasil possui grande potencial para o desenvolvimento dessa terapêutica, pois detém

da maior diversidade vegetal do mundo, uso de plantas medicinais vinculados ao

conhecimento tradicional e tecnologia para validar cientificamente esse conhecimento

(BRASIL, 2015).

O uso de plantas medicinais vai além de um recurso terapêutico. Algumas

comunidades usam também no meio religioso, como por exemplo, em terreiros de umbanda,

onde é comum o uso de certas plantas e suas partes, como as raízes, os caules, as flores e as

folhas em seus rituais religiosos (MEIRA, 2013). Também são utilizadas como opções de

alimento, em artesanatos, repelentes, construções e balizadores de rio (ROCHA, 2014).

Através das práticas populares sobre o uso e a eficácia de plantas medicinais, mantém-

se a prática do seu consumo por ser uma alternativa de baixo custo e eficaz, além de preservar

a manutenção das identidades culturais das comunidades (SANTOS et al., 2018).

As mulheres são as que mais fazem uso das plantas medicinais, e são as grandes

detentoras do conhecimento relacionado à preparação e transmissão dessa prática através das

gerações. A forma mais comum é o chá que pode ser preparado por infusão ou decocção

dependendo da parte da planta a ser usadas, mas também são utilizados por meio de

maceração, sumo, pomada, lambedor, suco, comprimido e in natura (LIMA, 2016). Porém, é

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importante ressaltar que muitas vezes é notável a falta de conhecimento em relação ao modo

de preparo de cada espécie medicinal, apenas seguindo a orientação de parentes e amigos

(SILVA; OLIVEIRA; VICENTE, 2018).

Nos últimos anos, tem crescido o consumo de plantas medicinais pela população.

Além de ser uma alternativa econômica, a facilidade de acesso da população às plantas e aos

fitoterápicos e a crença de que o medicamento natural é inofensivo são fatores que têm

estimulado o consumo desse tipo de tratamento (GELATTI; OLIVEIRA; COLET, 2016). Em

diversas cidades brasileiras existem legislações adequadas a partir de projetos municipais e

estaduais que oferecem serviços que incluem a produção e uso de plantas medicinais pelo

Sistema Único de Saúde (SUS) (BARRETO, 2011).

Grande parte da população usa a fitoterapia, pois os medicamentos sintéticos

apresentam elevado custo, tornando-os menos acessíveis, além de terem mais efeitos

colaterais ao organismo (SANTOS et al., 2018). Nesse sentido, as plantas medicinais são

utilizadas pela população como forma complementar ou mesmo como forma alternativa aos

medicamentos sintéticos mesmo naqueles usuários que tem acesso aos medicamentos e que

frequentam a Unidade de Saúde (MELO, 2018).

É necessário ressaltar, no entanto, que as plantas têm constituintes químicos que

possuem efeitos adversos. Em vista disso, podemos afirmar que o conceito ―se é natural não

faz mal‖ relacionado às plantas medicinais é um equívoco (VALGAS; OLIVEIRA, 2017;

SANTOS, 2016).

A população utiliza as plantas medicinais concomitantemente aos medicamentos

sintéticos, mesmo desconhecendo seus benefícios, riscos e contraindicações. Em vista disso,

entrou em debate o uso da fitoterapia na Atenção Básica, pois a comunidade utiliza de forma

indiscriminada, acreditando que, por serem naturais, não são prejudiciais à saúde,

independente da forma e quantidade utilizada (COLET et al., 2015).

Devido à crescente utilização irracional e indiscriminada das plantas medicinais pela

população, o Ministério da Saúde, por meio do Decreto Presidencial nº. 5.813, de 22 de junho

de 2006, aprovou a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF), para

oferecer subsídios aos profissionais de saúde quanto à orientação adequada sobre o uso das

plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos, com o objetivo de garantir, assim como

preconizado:

[...] A ampliação das opções terapêuticas aos usuários, com garantia de acesso a

plantas medicinais, fitoterápicos e serviços relacionados à fitoterapia, com

segurança, eficácia e qualidade, na perspectiva da integralidade da atenção à saúde,

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considerando o conhecimento tradicional sobre plantas medicinais (BRASIL, 2006.

p. 21).

Apesar de a indústria farmacêutica moderna propagar a cura de diversas doenças, o

uso das plantas para prevenção, tratamento e cura de doenças ainda é muito comum

atualmente, principalmente nas comunidades tradicionais e rurais, o que vem despertando o

interesse de pesquisadores em elaborar mais pesquisas voltadas a essa área (DAMACENO,

2017).

Atualmente, nota-se um grande interesse na descoberta de novos constituintes

químicos de plantas medicinais e um amplo avanço das investigações na fitoterapia, no intuito

de comprovar as propriedades terapêuticas que vem sendo utilizadas há milhares de anos.

Destaca-se, ainda, o interesse de grandes laboratórios em produzir medicamentos

fitoterápicos, devido sua eficácia e reduzido efeito adverso (SAAD, 2016).

3.2 ANSIEDADE

Ao longo dos anos as doenças mentais sofreram diversas modificações em relação à

definição, etiologia e tratamento. Na Grécia Antiga, era associada a causas divinas, porém,

desde essa época surgiram várias teorias na tentativa de compreender as patologias, como por

exemplo, no caso da melancolia, como descrita que era causada pela ―bílis negra‖ do fígado,

onde relacionava a doença com um desequilíbrio interno. Já na Idade Média, era relacionada a

espíritos malignos e possessões demoníacas, levando assim ao isolamento social do indivíduo

doente em ambientes fechados. Este manejo de verdadeira exclusão social e recriminação dos

doentes permaneceu durante séculos (CROCQ, 2015).

Segundo Moura et al. (2018), a ansiedade é tida como uma resposta natural do corpo

frente a um estímulo que é indispensável para a autopreservação, levando o indivíduo para o

confronto da situação, agindo com impulso e motivação a fim de preservá-lo. Porém, é

considerada como patologia, caso ela se manifeste de forma exacerbada e de prolongada

duração sendo desproporcional ao estímulo ansiogênico, afetando a vida diária do indivíduo e

impossibilitando sua capacidade de adaptação (CLAUDINO; CORDEIRO, 2016).

Possivelmente a ansiedade é a disfunção emocional que mais atinge a qualidade de vida do

indivíduo, causando vários prejuízos no âmbito social, acadêmico e funcional (MOURA et al.,

2018).

A ansiedade vem se tornando um dos principais problemas da atualidade e

possivelmente tem se intensificado pelas pressões sociais, econômicas e pelos avanços

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tecnológicos desenfreados (MOURA et al., 2018). O estilo de vida imposto atualmente pela

sociedade exige do indivíduo se adequar aos padrões e normas impostos, a qualquer custo. No

entanto, quando o indivíduo não consegue se adequar ao padrão atual, acaba gerando crises de

ansiedade variada (SOUSA; OLIVEIRA; CALOU, 2018).

3.2.1 Sintomas

Nos episódios de ansiedade, as várias reações do corpo como o despertar e alerta,

reflexos autonômicos, emoções negativas, secreção de corticosteroides e comportamentos de

defesa acontecem de forma antecipatória, independentemente dos estímulos externos (RANG

et al., 2016). Sendo assim, é correto afirmar que a ansiedade patológica está relacionada a

baixos níveis de qualidade de vida, como também com problemas educacionais, sociais e

ocupacionais (MOURA et al., 2018).

Atualmente edições e revisões do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos

Mentais (DSM 5) simplificou a relação dos sintomas em seis áreas: fadiga, tensão motora

(tremor, tensão e instabilidade), agitação, dificuldade de concentração, distúrbios do sono

(comumente insônia inicial) e irritabilidade (SCHATZBERG; DEBATTISTA, 2017).

3.2.2 Etiologia

Os transtornos de ansiedade têm uma etiologia primária, não podendo estar

correlacionados a outros transtornos psiquiátricos porventura presentes no paciente ou ao uso

de substâncias ou medicamentos (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2014). O

surgimento e desenvolvimento do Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) envolvem

elementos hereditários, individuais e ambientais (LEAHY, 2011). No entanto, é difícil

diagnosticar o TAG, pois a grande maioria dos adultos demonstra grande preocupação no seu

dia-a-dia. Nesse sentido, é necessária a avaliação minuciosa por parte do terapeuta (psicólogo)

para diagnosticá-lo corretamente (MARQUES; BORBA, 2016).

No DSM V estão listados os seguintes transtornos de ansiedade: transtorno de

ansiedade social (fobia social), fobia específica, transtorno obsessivo-compulsivo, transtorno

de ansiedade de separação, mutismo seletivo, agorafobia, transtorno de pânico, transtorno de

ansiedade generalizada, transtorno de ansiedade induzido por substância/medicamento,

transtorno de ansiedade devido a outra condição médica, outro transtorno de ansiedade

especificado e transtorno de ansiedade não especificado (APA, 2014).

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O TAG é caracterizado por uma apreensão demasiada e duradoura em relação a vários

fatos ou atividades. As crianças com esse transtorno propendem a se preocupar com o âmbito

escolar e suas atribuições, já os adultos habitualmente se preocupam com situações rotineiras

nos âmbitos da saúde, financeiro e do trabalho. Comumente as razões da preocupação podem

mudar no decorrer da patologia. O TAG é um dos transtornos psiquiátricos mais sub-

diagnosticados (APA, 2014). A idade média do início dos transtornos é 30 anos, no entanto, a

idade início se estende por um período muito amplo. Raramente o início dos transtornos

ocorre antes da adolescência (MOURA, 2018).

O TAG apresenta sintomas físicos relacionados à tensão muscular e hiperatividade

autonômica. Frequentemente é associado a transtornos psiquiátricos, principalmente pela

depressão. A doença afeta não apenas o indivíduo, mas toda a dinâmica familiar do paciente

(SADOCK, SADOCK; RUIZ, 2017).

Além da preocupação excessiva, no transtorno de ansiedade identificam-se também

características cognitivas que interferem no comportamento do indivíduo (MARQUES;

BORBA, 2016).

Dentre os transtornos mentais mais prevalentes no mundo encontram-se os transtornos

de ansiedade (12,6%/ano). Uma pesquisa multicêntrica envolvendo 6 países da Europa

avaliou a predomínio dos transtornos ansiosos ao longo da vida de 13,6%. Na pesquisa, as

fobias específicas foram as mais prevalentes (7,7%), seguidas pelo transtorno de ansiedade

generalizada (2,8%), fobia social (2,4%), transtorno de pânico (2,1%), estresse pós-traumático

(1,9%) e agorafobia (0,9%), constantemente com ocorrência maior no sexo feminino. Na

maioria das vezes, os primeiros sintomas aparecem por volta dos 20 anos de idade, com

evidências do segundo pico dos 45 aos 55 anos (MARTINS et al., 2016).

Os pacientes com transtornos de ansiedade muitas vezes resistem em admitir que

possuem algum tipo de transtorno mental. É importante o paciente aceitar que tem o

problema, para uma melhor aderência no tratamento. Nesse contexto, entra a psicoeducação

que esclarece o que é a doença, seus sintomas e tratamento, constituindo assim um passo

chave. Além do tratamento com psicofármacos, existe o tratamento não medicamentoso que

inclui a prática de exercícios físicos rotineiramente e a eliminação do uso de estimulantes, tais

como nicotina e cafeína (SADOCK; SADOCK; RUIZ, 2017).

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23

3.2.3 Tratamento

O tratamento dos transtornos de ansiedade envolve além de abordagens psicológicas, a

utilização de psicofármacos. Durante várias décadas o tratamento farmacológico utilizou

ansiolíticos/hipnóticos como os benzodiazepínicos e barbitúricos, que possuem muitos efeitos

adversos como a tolerância, dependência física e a amnésia. Porém, atualmente se utilizam

fármacos antidepressivos, antiepilépticos e antipsicóticos ou ainda agonistas dos receptores 5-

hidroxitriptamina (5-HT), não deixando de lado o uso dos benzodiazepínicos por possuírem

efeito imediato e usado como ―base de SOS‖, principalmente na ansiedade aguda e na insônia

(RANG et al., 2016).

Atualmente na abordagem psicológica a Terapia Cognitiva Comportamental é uma das

abordagens que mais crescem na psicologia, sendo uma das mais procuradas no mundo, pois

surge como alternativa ao uso de medicamentos uma vez que é mais tolerada pelos pacientes

por não possuírem efeitos colaterais (MOURA et al., 2018).

Apesar de atualmente existir tratamentos eficazes para a depressão e ansiedade, menos

da metade dos afetados no mundo (em muitos países, menos de 10%) tem acesso a esses

tratamentos. As barreiras para o atendimento efetivo incluem principalmente a falta de

recursos, estigma social associado a transtornos mentais e falta de profissionais de saúde

treinados (WHO, 2018).

3.3 O USO DAS PLANTAS MEDICINAIS NA ANSIEDADE

Atualmente, o emprego indiscriminado dos psicofármacos utilizados nos transtornos

de ansiedade (principalmente antidepressivos e benzodiazepínicos) tem crescido de forma

desenfreada. E com isso, os vários efeitos adversos decorrentes de seu uso, também tem se

disseminado, ademais, os psicofármacos saem mais onerosos aos cofres públicos do que os

fitoterápicos. Nesse sentido, o Estado incentiva a pesquisa com a utilização das plantas

medicinais (OMS, 2013).

A fitoterapia se apresenta como uma excelente alternativa ao uso dos medicamentos

sintéticos no tratamento de transtornos de ansiedade, pois muitos pacientes não toleram seus

efeitos adversos ou não apresentam nenhuma resposta aos tratamentos farmacológicos

convencionais. Muitos fitoterápicos possuem mecanismos de ação semelhantes aos

medicamentos sintéticos, com a vantagem de terem menos ou nenhum efeito adverso

(SOUZA, 2015).

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As pesquisas objetivando a descoberta de novas substâncias ansiolíticas têm ganhado

impulso nos últimos anos, uma vez a população procura alternativas com menos ou nenhum

efeito adverso. Atualmente existe uma variedade de plantas medicinais no qual tem sido

avaliado o potencial terapêutico, direcionado por duas ciências, a etnobotânica e a

etnofarmacologia, que levam em consideração o conhecimento empírico da população a

respeito do potencial terapêutico das plantas (SOUSA; OLIVEIRA; CALOU, 2018).

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4 DESCRIÇÃO METODOLÓGICA

Trata-se de uma revisão integrativa (RI) da literatura. Essa metodologia tem a

possibilidade de sistematizar o conhecimento científico. Portanto, ela pode ser considerada

uma ferramenta para o desenvolvimento da revisão da literatura no campo organizacional

(BOTELHO; CUNHA; MACEDO, 2011).

A RI possibilita a síntese e análise do conhecimento científico sobre um tema

pesquisado, além de possibilitar o acesso sobre os procedimentos empregados na elaboração

da revisão. Permite também que o pesquisador aproxime-se da problemática que deseja

analisar, traçando um panorama sobre a construção científica, de modo que ele conheça todo

o desenvolvimento do trabalho ao longo do estudo (BOTELHO; CUNHA; MACEDO, 2011).

Essa metodologia tem sido apontada como um instrumento válido da Prática Baseada

em Evidências, principalmente na conjuntura que se encontra a enfermagem brasileira

atualmente (SOUZA; SILVA; CARVALHO, 2009).

Para a construção da revisão, foi necessário percorrer as seguintes etapas: 1ª

elaboração da pergunta norteadora; 2ª busca ou amostragem na literatura; 3ª coleta de dados;

4ª análise crítica dos estudos incluídos; 5ª discussão dos resultados e 6ª apresentação da

revisão integrativa (SOUZA; SILVA; CARVALHO, 2009).

A elaboração deste tipo de revisão se inicia com a formulação de uma hipótese,

considerada por estudiosos como a etapa norteadora para a condução de uma revisão

integrativa bem elaborada (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2008). A questão que norteia a

presente pesquisa foi: Quais são as plantas medicinais com potencial terapêutico ansiolítico

no Brasil?

Com a questão definida, o próximo passo foi a definição dos descritores, que são de

grande relevância para a indexação, pois são organizados em estruturas hierárquicas,

facilitando a pesquisa e a posterior recuperação do artigo (BRANDAU; MONTEIRO;

BRAILE, 2005). Como estratégia de busca foi realizada o cruzamento dos descritores

“plants,medicinal”, “anxiety” e “Brazil”.

Os descritores utilizados na busca foram aplicados de acordo com as particularidades

de cada base de dados e obtidos por consulta nos Descritores de Ciências em Saúde (DECS) e

Medical Subject Headings (MeSH). A Figura 1 mostra os descritores utilizados nesse estudo,

sintetizando a forma como a busca foi realizada.

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Figura 1. Descritores utilizados na estratégia de busca dos artigos primários.

A segunda etapa foi a busca dos estudos primários realizada nas seguintes bases de

dados: National Library of Medicine National Institutes of Health (PubMed), Scopus e Web of

Science.

Os critérios utilizados para a inclusão dos estudos do presente trabalho foram: Artigos

originais disponíveis na íntegra; estudos primários realizados com ratos e camundongos;

publicações nas línguas inglesa, portuguesa e espanhola em qualquer período nas referidas

bases de dados; pesquisas realizadas no Brasil.

Os critérios para exclusão foram: artigos em forma de dissertações, teses, apostilas,

cartas e editoriais; artigos que estavam duplicados; estudos secundários, como as revisões,

sendo elas de literatura, integrativas ou sistemáticas e artigos que não responderam à pergunta

de investigação. A coleta foi realizada em outubro/novembro de 2018 e a análise dos artigos

selecionados foi realizada de forma independente.

Após etapa de busca, foi realizada uma leitura exploratória e seletiva dos títulos e

resumos, que corresponde a 4ª etapa. Posteriormente foi selecionado artigos para leitura na

íntegra conforme critérios de inclusão. Realizou-se um estudo transversal, por meio de

observação direta dos artigos encontrados. Dos 41 artigos encontrados, 9 foram selecionados

por estarem de acordo com os critérios de inclusão estabelecidos para produção do presente

estudo.

Os estudos incluídos na revisão estão apresentados na Figura 2.

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Figura 2. Fluxo da seleção dos estudos primários incluídos na revisão integrativa de acordo com as bases de

dados.

A pesquisa dos artigos nas bases de dados foi feita na Biblioteca da Universidade

Federal de Mato Grosso – Câmpus Sinop, pois disponibiliza mais artigos na íntegra.

No acesso às referidas bases de dados foram encontrados 8 artigos no PubMed, 17

artigos na Scopus e 16 artigos na Web of Science, totalizando 41 artigos. No PubMed foram

excluídos 4 artigos por não responderem à pergunta após leitura de título e resumo, 1 pela

população do estudo ser em humanos, resultando em 3 artigos; na Scopus, 5 foram excluídos

por não responderem à pergunta após a leitura do título e resumo, 3 por serem revisão, 3 por

estarem duplicados nas bases de dados e 3 pela população do estudo ser em humanos,

resultando em 3 artigos; na Web of Science, 8 foram excluídos por não responderem à

pergunta após a leitura de título e resumo, 2 por serem revisão, 1 por estar duplicado nas bases

de dados, 1 pela população de estudo ser peixes, 1 pela população do estudo ser em humanos,

resultando em 3 artigos. Resultando na amostra final de 9 artigos. Conforme está ilustrado na

Figura 2.

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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Esse estudo contou com uma amostra final de 9 artigos primários, dos quais foram

caracterizados levando em consideração o título, autores, Unidade Federativa, ano, base de

dados, objetivo, delineamento experimental e conclusão, conforme pode ser observado na

Figura 3.

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Figura 3. Caracterização dos estudos incluídos na revisão.

Título Autore

s

UF/

Ano

Base

de

dados

Objetivo Delineamento

experimental

Conclusão

1. Anti-asthmatic

and anxiolytic effects of

Herissantia tiubae, a Brazilian medicinal plant

Monteiro

, T. M; et

al.

PB/

2016

PubMed

1. Determinar se o

Herissantia tiubae tem

efeitos anti-inflamatórios e ansiolíticos em um modelo

murino de asma.

- Camundongos

BALB e ratos

Wistar. - Extrato de H.

tiubae.

- Teste do

labirinto em cruz

elevado.

- Teste da placa

perfurada.

O extrato de H.

tiubae possui

propriedades antiinflamatórias e

ansiolíticas no

modelo murino de

asma.

2. Hydroalcoholic

extract and fractions of

Davilla rugosa Poiret:

effects on spontaneous

motor activity and elevated plus-maze

behavior

Guaraldo

, L; et al.

SP/

2000

PubMed 2. Estudar os efeitos do

extrato hidroalcoólico e

fracções de Davilla rugosa

Poiret sobre a atividade

motora e ansiedade usando o campo aberto e o labirinto

em cruz elevado,

respectivamente.

- Ratos Wistar

machos adultos

- Extrato

hidroetanólico.

- Teste do campo aberto.

- Teste do

labirinto em cruz

elevado.

Um efeito ansiolítico

foi observado apenas

com o extrato

hidroalcoólico das

hastes.

3. Anxiolytic

Effects of Erythrinian

Alkaloids from Erythrina

mulungu

Júnior,

O. F.; et

al.

RS/

2007

PubMed 3. Avaliar os efeitos

ansiolíticos do extrato bruto

alcoólico aquoso de E.

mulungu e dos alcalóides

purificados usando o teste do

labirinto em T elevado.

- Camundongos

Swiss machos

- Extrato

hidroetanólico

- Teste do

Labirinto em T

Elevado.

- Teste campo

aberto

O tratamento agudo

com extrato bruto

atenuou respostas

relacionadas à

ansiedade em

camundongos

4. Comparative Pharmacological Study of

Hydroethanol Extracts of

Passiflora alata and

Passiflora edulis Leaves

Petry, R. D.; et al.

RS/ 1999

Scopus 4. Avaliar a atividade ansiolítica dos extratos

hidroetanólicos das folhas de

P. alata e P. edulis usando o

teste do labirinto em cruz

elevado.

- Ratos Wistar fêmeas adultas.

- Extratos

hidroetanólicos.

- Teste do

labirinto em cruz

elevado.

Os extratos apresentaram

atividade ansiolítica

em doses em torno de

50, 100 e 150mg / kg.

5. Citrus essential

oils inhalation by mice:

Behavioral testing, GCMS

plasma analysis,

corticosterone, and

melatonin levels evaluation

Wolffenb

üttel, A.

N.; et al.

RS/

2016

Scopus 5. Analisar os efeitos da

exposição prolongada dos

óleos essenciais de C.

aurantium e C. sinensis nos

seus efeitos sedativos,

ansiolíticos, antidepressivos e de estresse.

- Camundongos

albinos adultos do

sexo masculino.

- Óleo essencial

- Teste claro-

escuro - Teste campo

aberto.

A vaporização de

10% do óleo

essencial C. sinensis

apresentou efeitos

ansiolíticos e

sedativos.

6. Preclinical

evaluation of Trichilia

catigua extracts on the

central nervous system of

mice

Chassot

, J. M.;

et al.

PR/

2011

Scopus 6. Investigar os possíveis

efeitos antidepressivos,

ansiolíticos, motores e

cognitivos do extrato bruto e

fração acetato de etila de

Trichilia catigua.

- Camundongos

Swuiss machos.

- Extrato bruto e

fração acetato de

etila.

- Teste do

labirinto em cruz

elevado.

- Testte campo

aberto

Na dose de 800

mg/kg, aprsentou

efeitos ansiolíticos

em camundongos.

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7. Anxiolytic-like

effect of the extract from

Bowdichia virgilioides in

mice

Vieira, L.

F. A.; et

al.

AL/

2013

Web of

Science

7. Investigar o possível

efeito ansiolítico do extrato

de B. virgilioides após

tratamento agudo e

subcrônico em

camundongos.

- Camundongos

Swiss machos.

- Extrato aquoso

- Teste campo

aberto.

- Teste de

labirinto em cruz

elevado

O extrato aquoso da

casca do caule de tem

efeito ansiolítico

agudo e sub-crônico

sem comprometer a

atividade motora,

demonstrando uma

vantagem em relação

aos antidepressivos.

8. Hydroethanolic

extract of Tropaeolum

majus promotes anxiolytic effects on rats

Melo, A.

C.; et al.

PR/

2018

Web of

Science

8. Investigar as ações

farmacológicas centrais do

tratamento prolongado com um extrato hidroetanólico de

T. majus em ratos Wistar

machos nos modelos

comportamentais labirinto

em cruz elevado e placa

perfurada.

- Ratos Wistar

machos.

- Extrato hidroetanólico.

- Teste de

labirinto em cruz

elevado

- Teste placa

perfurada.

O extrato

hidroetanólico de T.

majus promove efeitos do tipo

ansiolítico quando

administrado

oralmente em ratos.

9. Neuropharmacolo

gical effects of essential

oil from the leaves of

Croton conduplicatus

Kunth and possible

mechanisms of action

involved

Júnior,

R. G. O.;

et al.

PE/

2018

Web of

Science

9. Descrever pela primeira

vez o potencial

neurofarmacológico do óleo

essencial obtido das folhas

de Croton conduplicatus em

modelos experimentais de

dor, ansiedade e insônia.

- Camundongos

Swiss machos

adultos.

- Óleo essencial

- Teste campo

aberto

- Teste do labirinto em cruz

elevado

Além de analgésico

natural, o estudo

sugere que o Óleo

Essencial apresenta

também atividade

antiliolítica e

sedativa, dependendo da dose utilizada.

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Os estudos foram publicados nos anos de 1999, 2000, 2007, 2011, 2013, 2016 e 2018,

todos em inglês. Os anos com mais publicações foram 2018 e 2016 com 2 artigos publicados

em cada ano, conforme evidencia o Gráfico 1.

Gráfico 1. Números de artigos publicados por ano.

Com relação ao local de realização dos estudos, todos foram realizados no Brasil,

conforme critério de inclusão do estudo, nos estados da Paraíba, São Paulo, Rio Grande do

Sul, Alagoas, Paraná e Pernambuco, com predominância das publicações no Rio Grande do

Sul, com 3 artigos publicados, seguido do Paraná com 2 artigos, de acordo com as ilustrações

do Gráfico 2.

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16

Gráfico 2. Números de artigos publicados por Estado-Brasil.

A localização geográfica da produção científica está diretamente ligada ao

desenvolvimento regional (SIDONE; HADDAD; MENA-CHALCO, 2016). É importante

ressaltar que em 2017 foi assinada uma portaria SES/RS 588/2017, que institui a Relação

Estadual de Plantas Medicinais de interesse do SUS no Rio Grande do Sul e listas

complementares. Essa portaria sucede a lei já existente Nº 12.560/2006, de 12 de julho de

2006, que instituiu a Política Intersetorial de Plantas Medicinais e Medicamentos

Fitoterápicos no estado do Rio Grande do Sul (PIPMF/RS). O objetivo dessa portaria é, além

de promover a pesquisa científica, o desenvolvimento tecnológico e a inovação, também

estimular o planejamento da produção agroecológica, a qualificação de toda a cadeia

produtiva e a comercialização de plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos (BRASIL,

2017).

As plantas testadas pelos pesquisadores foram Herissantia tiubae Brizicky, Davilla

rugosa Poir, Erythrina mulungu Benth, Passiflora alata Curtis e Passiflora edulis Sims,

Citrus aurantium Lineu, Citrus sinensis (L.) Osbeck, Trichilia catigua A. Juss., Bowdichia

virgilioides Kunth, Tropaeolum majus (L.) Kuntze e Croton conduplicatus Kunth.

A planta Herissantia tiubae Brizicky, também conhecida como 'mela-bode' ou 'lava-

prato', pertence à família Malvaceae, é nativa do Nordeste brasileiro, usada na medicina

popular para tratar gripe e febre (ALBUQUERQUE et al., 2007).

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Figura 4. Herisantia tiubae.

Fonte: Mercadante, 2012.

A planta Davilla rugosa Poir, pertence à família Dilleniaceae, é uma liana (trepadeira),

conhecida comumente como ‗cipó-caboclo‘ e ‗cipó-carijó‘, nativa da Mata Atlântica e de

outras regiões do Brasil. A planta é usada na medicina popular contra úlcera e orquite,

edemas, icterícias e afecções hepáticas, embora seja mais conhecida por sua fama de

estimulante e afrodisíaca. Suas folhas são usadas para inchaço, edemas e úlceras (MORS;

RIZZINI; PEREIRA, 2000; MARTINS et al., 2000).

Figura 5. Davilla rugosa Poir.

Fonte: Magela, 2015.

Erythrina mulungu Benth, pertence à família Fabaceae (Leguminosae), é uma planta

tipicamente brasileira. No Brasil, são encontradas cerca de 12 espécies de Erythrina, sendo

que a espécie E. mulungu é a mais utilizada para fins medicinais. Ocorre naturalmente no

Cerrado, Amazônia e Mata Atlântica, preferencialmente nas encostas e matas abertas. É

indicada nos quadros leves de ansiedade e insônia (SCHLEIER; QUIRINO; RAHME, 2016).

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Figura 6. Erythrina mulungu.

Fonte: Lopes, 2019.

A Passiflora, também conhecida como ‗maracujá‘ e ‗flor-da-paixão‘, pertence à

família Passifloraceae. Existem diversas espécies descritas na literatura como a P. edulis, P.

quadrangularis, P. macrocarpa, P. tuberosa e P. Alba (ITF, 2008). Passiflora edulis Sims,

também conhecida ‗maracujá‘, ‗maracujá-de-suco‘ e ‗maracujá-azedo‘, é espontânea na

América tropical e amplamente cultivada, especialmente no Nordeste do Brasil. Usada pela

ação calmante nos casos de ansiedade de origem nervosa e insônia (HARAGUCHI;

CARVALHO, 2010). A espécie Passiflora alata Curtis é conhecida popularmente como

‗maracujá-doce‘ e ‗maracujá-açú‘, é uma espécie nativa e endêmica do Brasil. São usadas as

folhas secas no tratamento da convalescência e como sedativo, ansiolítico, diurético e

analgésico (BRASIL, 2015).

Figura 7. Passiflora edulis.

Fonte: Paizan, 2013.

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Figura 8. Passiflora alata.

Fonte: Lopes, 2012.

Citrus aurantium Lineu, pertence à família Rutaceae, na medicina tradicional é usada

como aromática, amarga, digestiva, expectorante, diurética e hipotensora. Também utilizada

para indigestão flatulenta, diarreia, tosses intermitentes e cólicas de bebê. Ao chá das folhas

atribuem propriedades sudorífica, antigripal e espasmódica. O suco dos frutos é bebido como

remédio contra a albuminúria de mulheres grávidas (LOZENZI; MATOS, 2008). Citrus

sinensis (L.) Osbeck,, também conhecida como ‗laranja-doce‘, é usada na alimentação e é a

principal fonte de vitamina C, um importante componente da nutrição humana (QIANG XU

et al., 2013).

Figura 9. Citrus aurantium

Fonte: Cebeci, 2015.

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Figura 10. Citrus sinensis. Fonte: Manish, Mahesh, Somashekha, 2013.

Trichilia catigua A. Juss., pertence à família Meliaceae, é popularmente usada como

antiviral, anti-helmíntica, anti-inflamatória, antiparasitária, imunomoduladora, antiúlcera,

antirreumática, cicatrizante e antioxidante (LONGHINI, 2017).

Figura 11. Trichilia catigua.

Fonte: Kray, 2008.

Bowdichia virgilioides Kunth, pertence à família Fabaceae, popularmente suas

sementes são usadas principalmente no tratamento de artrite, reumatismo, mas também para

doenças de pele; sua casca é empregada como agente antidiabético e é utilizada para a cura no

tratamento tópico de inflamações (ALBUQUERQUE et al., 2007; HARAGUCHI;

CARVALHO, 2010).

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Figura 12. Bowdichia virgilioides

Fonte: Magela, 2016.

Tropaeolum majus (L.) Kuntze., pertence à família Tropaeolaceae, popularmente

conhecida no Brasil como ―chagas‖, ―capuchinha-de-flores-grandes‖, é nativa de regiões

montanhosas no México e Peru. É amplamente utilizada devido suas propriedades diuréticas e

anti-inflamatórias, afecções da pele como eczemas e psoríases, afecções pulmonares,

escorbuto e alimento nutritivo, aperiente, revigorante, tônica do pâncreas e da bile (ITF, 2008;

LOZENZI; MATOS, 2008).

Figura 13. Tropaeolum majus L.

Fonte: Silva, 2014.

Croton conduplicatus Kunth, pertence à família Euphorbiaceae, amplamente

conhecida como ―quebra-faca‖, é uma planta medicinal aromática brasileira. Na medicina

popular, suas folhas e cascas de caule são usadas como um analgésico natural para o

tratamento de dores de cabeça (JÚNIOR, 2018).

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Figura 14. Croton conduplicatus Kunth.

Fonte: APNE/CNIP (Sem data)

De todas as plantas citadas nesse trabalho, apenas a Passiflora edulis, Passiflora alata

e a Erythrina mulungu já são usadas popularmente para ansiedade. As demais eram usadas

para outros fins, porém testadas para a ansiedade, todas apresentaram efeito ansiolítico.

Guaraldo et al. (2000), Júnior et al. (2007), Petry et al. (1999) e Melo et al. (2018)

utilizaram extratos hidroetanólicos; Wolffenbüttel et al. (2016) e Júnior et al. (2018)

utilizaram óleos essenciais. Chassot et al. (2011) utilizou extrato hidroacetônico; Vieira et al.

(2013) usou extrato aquoso e Monteiro et al. (2016) não descreveu como foi realizada a

coleta, identificação do material nem a preparação dos extratos. O Gráfico 3 mostra os

extratos usados nas pesquisas.

Gráfico 3. Extratos usados nas pesquisas.

A população do estudo foi ratos e camundongos. Foram utilizados entre 55 e 273 ratos

e camundongos BALB, Swiss e Wistar, machos e fêmeas, de 7 semanas a 3 meses de idade,

peso corpóreo variando de 20-320g. Os animais foram mantidos em gaiolas de polipropileno,

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variando de 5 a 12 animais por gaiola, entre 22 ºC e 25 ºC de temperatura e artificialmente

iluminados 12/12-h ciclo claro-escuro com acesso livre a água e comida.

Júnior et al. (2007), Chassot et al. (2011), Vieira et al. (2013) e Júnior (2018)

utilizaram a linhagem de camundongos Swiss, que segundo Magalhães (2012), é o animal de

laboratório mais usado em pesquisas científicas na área biomédica. O camundongo foi

introduzido em pesquisas científicas com maior intensidade no início do século XX. Essa

introdução se deve ao fato de que os camundongos são de fácil aquisição, por serem

muito prolíferos, ter facilidade de manipulação, de pequeno tamanho, e ocuparem pouco

espaço.

Já os autores Monteiro et al. (2016), Guaraldo et al. (2000), Petry et al. (1999) e

Melo et al. (2018) utilizaram a linhagem de ratos Wistar, que segundo Santos (2002), é

muito utilizada em biotérios. Desde o século XX, estes animais eram utilizados em

pesquisas nutricionais, indicando que provavelmente foi a primeira espécie de mamífero

domesticada para fins científicos.

Somente Petry et al. (1999), utilizou os camundongos BALB mas também utilizaram a

espécie Wistar nessa pesquisa. Magalhães (2012) relata que a vantagem da espécie BALB

está na sua uniformidade genética, fazendo com que a resposta entre os animais seja

semelhante, possibilitando ao pesquisador utilização de menos animais experimentais,

atendendo desta forma as principais recomendações éticas no uso de animais em

pesquisa.

Apenas um dos autores, Wolffenbüttel et al. (2016), não relatou qual espécie

utilizou, apenas descreveu que foram ratos albinos adultos do sexo masculino.

Em muitos estudos o delineamento experimental estava incompleto, pois não

relataram o sexo do animal, e/ou idade, e/ou peso, e/ou quantos animais por gaiola,

deixando assim algumas informações incompletas.

Os roedores possuem diversas características que os seres humanos, como níveis

anatômicos, bioquímicos, moleculares e celulares. Também possuem funções cerebrais como

ansiedade, ritmos circadianos, fome, memória, agressão, comportamento sexual, dentre outros

(MEER; RABER, 2005).

Utilizar modelos animais para teste de ansiedade é muito conveniente como

ferramenta para a identificação de compostos ansiolíticos e dos aspectos envolvidos na

etiologia dos transtornos psiquiátricos (BARBOSA; LIMA, 2016). Estes modelos são de

grande relevância, uma vez que são elaborados na tentativa de replicar características e

sintomas de ansiedade experimentados pela espécie humana (BALEOTTI, 2017).

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Para provar as propriedades ansiolíticas das plantas medicinais são realizados testes de

ansiedade em modelos animais, ficando os animais expostos a estímulos internos e/ou

externos com a finalidade de causar ansiedade e comportamentos defensivos no animal.

Alguns dos modelos de testes podem mensurar mais o medo do que a ansiedade generalizada,

que é o que acontece com os seres humanos na ausência de estímulos específicos (RANG et

al., 2016).

Após a aclimatação, que é um período de adaptações que reduzem o estresse

fisiológico causado por novos cenários (MACHADO-MOREIRA et al., 2005), e para a

realização dos testes foram administrados os extratos ou óleos, o fármaco diazepam foi

utilizado como controle positivo, água mineral ou solução salina para controle negativo e

alguns estudos tiveram o grupo naive, que é um grupo que não sofre qualquer manipulação.

No entanto, Monteiro et al. (2016) não descreveu como foi realizada a coleta, a identificação

do material nem a forma de preparação dos extratos; Guaraldo et al. (2000) não teve controle

positivo, utilizando apenas o extrato e frações; a maioria dos estudos não descreveram a forma

como foi realizado o controle negativo. Sendo assim, em muitos estudos, o delineamento

experimental apresentava algumas lacunas.

O controle positivo é o grupo usado para comparação que usa o tratamento

convencional - padrão ouro e o controle negativo é o grupo usado para comparação que

recebe apenas placebo (AMATUZZI et al., 2006). Para o controle positivo 8 artigos

utilizaram o diazepam. Diazepam é o mais representativo fármaco do grupo das

benzodiazepinas, é amplamente utilizado no tratamento da ansiedade e outros distúrbios

físicos e psicológicos associados às mesmas (SILVA, 2013).

Em relação à administração dos extratos nos ratos e camundongos, Monteiro et al.

(2016), Guaraldo et al. (2000), Júnior et al. (2007), Chassot et al. (2011), Vieira et al. (2013) e

Melo et al. (2018), utilizaram a gavagem que é quando a substância é introduzida na cavidade

oral ou no aparelho digestório por meio de um tubo esofágico ou estomacal. Para a maioria

das espécies, um tubo flexível (ou agulha) com a ponta arredondada é introduzido na boca do

animal e gentilmente empurrado pelo esôfago até o estômago (BARROS, 2014).

Petry et al. (1999) e Júnior et al. (2018) administraram os extratos via intraperitoneal,

contrastando o que se encontra na literatura, pois a via intraperitoneal é normalmente a mais

utilizada na experimentação com roedores. A substância é injetada na cavidade peritoneal

entre os órgãos abdominais (BARROS, 2014). Somente Wolffenbüttel et al. (2016),

administrou através da inalação. Os métodos de administração do extratos podem ser

observados no Gráfico 4.

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Gráfico 4. Métodos de administração dos extratos nos estudos.

Após o tratamento, os ratos e camundongos foram submetidos aos testes

comportamentais. O Teste de Labirinto em Cruz Elevado (LCE) foi utilizado pelos autores

Monteiro et al. (2016), Guaraldo et al. (2000), Petry et al. (1999), Chassot et al. (2011), Vieira

et al. (2013), Melo et al. (2018) e Júnior et al. (2018). O Teste de Campo Aberto (CA) por

Guaraldo et al. (2000), Chassot et al. (2011), Vieira et al. (2013), Júnior et al. (2018), Júnior et

al. (2007), Wolffenbüttel et al. (2016). O Teste da Placa Perfurada (PP) foi utilizado por

Monteiro et al. (2016) e Melo et al. (2018). O Teste Claro-Escuro (CE) somente pelo autor

Wolffenbüttel et al. (2016) e o Júnior et al. (2007), utilizou o Teste Labirinto em T Elevado

(LTE).

Todos os estudos utilizaram dois testes, exceto Petry et al. (1999) que utilizou apenas

o LCE. O teste LCE e o teste CA foram os mais utilizados pelos pesquisadores. (Gráfico 5).

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Gráfico 5. Testes comportamentais utilizados nos estudos.

O teste LCE é o principal mecanismo de estudo em transtornos de ansiedade e em

comportamentos relacionados à ansiedade da atualidade, pois é um método de baixo custo, de

ampla divulgação no meio científico, de simples execução, capaz de traduzir em resultados

simples e de fácil aquisição dados úteis da prática clínica (PINTO et al., 2012).

Consiste em um equipamento de madeira, em forma de cruz, formado por dois braços

abertos (50 cm x 10 cm) e dois braços fechados (50 cm x 10 cm x 40 cm), com moldura de 10

mm de altura, distanciando a 50 cm do chão (AHMADALIPOUR et al., 2015). Ansiolíticos

aumentam o número de entradas nos braços abertos e o tempo gasto lá, e os fármacos

ansiogênicos diminuem o número de entradas e o tempo gasto nos braços abertos. Os braços

abertos e fechados são considerados para evocar a mesma unidade exploratória, portanto,

evitar os braços abertos é considerado como um resultado da indução de níveis mais elevados

de medo. Pensa-se que a aversão de camundongos para explorar os braços abertos do labirinto

é causada pelo medo de espaços abertos e elevados (MANSOURI et al., 2014).

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Figura 15. Teste Labirinto em Cruz Elevado.

Fonte: Arquivo pessoal

O Teste CA é primordial para investigar possíveis interferências na atividade

locomotora dos camundongos avaliados para que os outros testes possam ser realizados

adequadamente (BUDNI et al., 2013). O objetivo do teste é avaliar o comportamento

locomotor dos animais (PUNTEL, 2018). O mesmo consiste de um tipo de caixa circular com

58 cm de diâmetro e 50 cm de altura. O piso desse campo é dividido por duas linhas

concêntricas as quais são subdivididas por linhas radiais formando 12 quadrantes, sendo 4

centrais e 8 periféricos (LIMA, 2015).

Figura 16. Teste Campo Aberto.

Fonte: Arquivo pessoal

O Teste PP consiste em um tabuleiro medindo 40 cm x 40 cm e cercado por paredes

de 35 cm de altura. O tabuleiro conta com 16 furos de 3 cm de diâmetro, sendo 4 centrais e 12

periféricos, e está suspenso a 5 cm do chão (SOUZA, 2015).

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O animal é colocado individualmente no centro da placa perfurada. É contado o

número de vezes que o animal mergulha a cabeça nos furos da placa durante 5 minutos. Os

mergulhos são considerados válidos quando a cabeça abaixa pelo menos o suficiente para os

olhos estarem imersos no orifício. Se o animal diminuir o número de mergulhos de cabeça,

sugere atividade sedativa; se aumentar o número de mergulhos de cabeça sugere atividade

ansiolítica (ALMEIDA, 2006).

No Teste CE, usa-se uma caixa de transição claro-escuro que mede a ansiedade

incondicionada e comportamento exploratório em roedores (BOURIN; HASCOËT, 2003). O

aparato é feito de acrílico (45 X 27 X 27 cm) dividido em dois compartimentos. O

compartimento pequeno (18 X 27cm) é pintado de preto, enquanto que o maior (27 X 27cm) é

mantido incolor. O compartimento escuro é coberto com uma tampa de acrílico pintada de

preto e separada do compartimento claro por uma porta (7.5 X 7.5cm), localizada no nível do

solo, no meio da parede. Uma lâmpada incandescente de 60W é colocada a 40 cm acima do

centro do compartimento claro, conferindo uma forte iluminação (SALVIANO, 2013).

Utilizando o procedimento validado por Costall et al. (1989) para sensibilidade à

ansiedade, os camundongos são colocados no centro do compartimento claro, voltados com a

face para a porta e mantidos por 5 min para livre exploração. Quatro tipos de comportamento

dos animais são analisados: tempo de permanência nos compartimentos claro e escuro,

número de transições entre os compartimentos e número de comportamentos de espreitar. As

transições foram definidas como o número de vezes que o camundongo passou para o

compartimento oposto com todas as quatro patas e o comportamento de espreitar foi definido

quando apenas a cabeça e as patas dianteiras do animal no compartimento escuro passaram

para o compartimento claro, seguido de um recuo para o compartimento escuro.

Figura 17. Caixa do Teste Claro-Escuro.

Fonte: Bonther, (sem data)

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O Teste LTE foi desenvolvido a partir do Labirinto em Cruz Elevado, avalia 2 tipos de

comportamentos defensivos no mesmo animal: a esquiva inibitória e a fuga do braço aberto.

A esquiva inibitória estaria relacionada ao Transtorno de Ansiedade Generalizada, enquanto

que a fuga do braço aberto com o Transtorno do Pânico (GRAEFF et al., 1998; VIANA et al,

1997; TEIXEIRA et al., 2000; POLTRONIERE et al., 2003).

O equipamento consiste em 3 braços elevados do chão, sendo um desses braços

fechados com paredes laterais. Os ratos tem uma aversão inata por lugares abertos e elevados,

permanecendo por menos tempo nos braços abertos quando comparados ao braço fechado

(HANDLEY; MITHANI, 1984; PELLOW et a.l, 1985; TREIT et al., 1993; GRAEFF, 2004).

Figura 18. Teste Labirinto em T elevado.

Fonte: Dombrowski, 2005.

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6 CONCLUSÃO

Esses estudos são de suma importância, pois abrem um leque de oportunidades de

novas substâncias ansiolíticas, devido ao fato de que os fármacos usados atualmente para

tratamento dos transtornos de ansiedade apresentar muitos efeitos adversos, muitos pacientes

não conseguem aderir ao tratamento ou mesmo que consiga aderir, os efeitos adversos são

nítidos, muitas vezes comprometendo a qualidade de vida dos pacientes.

Das pesquisas realizadas apenas a Passiflora edulis, Passiflora alata e a Erythrina

mulungu já são usadas para a ansiedade, através de chás e fitoterápicos. Todas as outras são

utilizadas para outros fins terapêuticos, muitas sendo testadas pela primeira vez para a

ansiedade, apresentando efeito positivo, sendo necessário mais estudos, para que futuramente

possam ser utilizadas com segurança pela população, ou mesmo como fontes para produção

de fitoterápicos.

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