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MINISTRIO DE PLANEJAMENTO, ORAMENTO E COORDENAO FUNDAO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATSTICAIBGEDIRETORIA DE GEOCINCIAS DIVISO DE GEOCINCIAS DA BAHIA

ZONEAMENTO GEOAMBIENTAL DO ESTADO DO MARANHO

DIRETRIZES GERAIS PARA A ORDENAO TERRITORIAL

MANUEL LAMARTIN MONTES (Supervisor de Projeto)

Salvador 1997

Presidente do IBGE Srgio Besserman Viana Diretor da Diretoria de Geocincias - DCG Guido Gelli Chefe do Departamento de Recursos Naturais - DERNA Celso Jos Monteiro Filho Chefe da Primeira Diviso de Geocincias do Nordeste DIGEO1/NE.1 Roberval Matos Rocha Chefe do Servio de Estudos Ambientais DIGEO1/NE.1 SE.02 Helge Henriette Sokolonski

EQUIPE TCNICA SUPERVISOR

Manuel Lamartin MontesAUTORES

Regina Coeli Ribeiro da Costa - Gegrafa Manuel Lamartin Montes - Gelogo Glailson Barreto Silva Engo - Agrnomo Enas Gis da Fonseca - Gelogo Roberto Paulo Orlandi - Engo Florestal Eugnio Antonio de Lima - Gelogo Antonio Lcio Bentes da Fonseca - Gegrafo COLABORAO Helge Henriette Sokolonski - Eng. Agrnomo

APOIO TCNICO

Diviso de Pesquisa - DERE/NE.3 - DIPEQ/MA Equipe de Informtica do Setor de Tratamento Grfico da DIGEO/NE.1-ST.21 Equipe de Cartografia do Servio de Geodsia e Cartografia da DIGEO 1/NE.1SE.1/ST.11

Normatizao Bibliogrfica Maria Ivany Cardoso de Lima - Bibliotecria

SUMRIO APRESENTAO 1- INTRODUO.............................................................................................2- METODOLOGIA 2.1- CONCEPES BSICAS.............................................................................. 2.2- PROCEDIMENTOS........................................................................................ 3- CARACTERIZAO SCIO-ECONMICA 3.1- CACTERIZAO GERAL DA REA.......................................................... 3.2- OCUPAO DO ESPAO MARANHENSE- breve histrico....................... 3.3- CONDIES DE EDUCAO..................................................................... 3.4- INDSTRIA.................................................................................................... 3.5- ECONOMIA.................................................................................................... 3.6- SANEAMENTO BSICO.............................................................................. 3.7- COMUNIDADES INDGENAS..................................................................... 3.8- USO DA TERRA............................................................................................. 3.9- TURISMO........................................................................................................

4 - RECURSOS HDRICOS4.1 - RECURSOS HDRICOS SUPERFICIAIS..................................................... 4.2 - RECURSOS HDRICOS SUBTERRNEOS................................................ 4.3 - SITUAO ATUAL DOS RECURSOS HDRICOS....................................

5 - ZONEAMENTO GEOAMBIENTAL5.1 - CONDICIONANTES MORFOESTRUTURAIS............................................ 5.2 - REGIES E SISTEMAS NATURAIS............................................................

6 - BIBLIOGRAFIA........................................................................................... ILUSTRAESMAPA 01- GEOAMBIENTAL ( em anexo) FIGURAS FIG. 01- LOCALIZAO DA REA................................................................ FIG. 02- ROTEIRO METODOLGICO............................................................ FIG. 03- BACIAS HIDROGRFICAS DO MARANHO.................................. FIG. 04- DESCARGAS MDIAS MENSAIS DO RIO MEARIM E AFLUENTES - m 3/s (I)...................................................................................... FIG. 05- DESCARGAS MDIAS MENSAIS DO RIO MEARIM E AFLUENTES - m3/s (II)..................................................................................... FIG. 06- DESCARGAS MDIAS MENSAIS DO RIO ITAPECURU E AFLUENTES - m3/s (I)..................................................................................

FIG. 07- DESCARGAS MDIAS MENSAIS DO RIO ITAPECURU E AFLUENTES - m3/s (II)................................................................................. FIG. 08- ESBOO MORFOESTRUTURAL...................................................... TABELAS TAB. 01- POPULAO RESIDENTE POR MICRORREGIO E SITUAO DE DOMICLIO PARA OS ANOS DE 1980/1990.......................... TAB. 02- POPULAO RESIDENTE POR SEXO E PERCENTUAL DE CRESCIMENTO PARA O PERODO 1991/1996........................ TAB. 03 -POPULAO ALFABETIZADA DE 5 ANOS OU MAIS POR SITUAO DE DOMICLIO E FAIXA ETRIA - 1991................ TAB. 04- ALFABETIZAO POR CLASSE DE IDADE PARA O 1O PERIDO ESCOLAR (ENSINO BSICO) - 1991..................... TAB. 05- BACIA DO MEARIM - DESCARGAS MDIAS MENSAIS (m3/s) TAB. 06- BACIA DO ITAPECURU - DESCARGAS MDIAS MENSAIS (m3/s) - PERODO 1972 - 1983......................................................... TAB. 07- BACIA DO ITAPECURU - DESCARGAS MDIAS ANUAIS (m3/s) - PERODO 1972 - 1983......................................................... TAB. 08 - CARACTERSTICAS HIDROGEOLGICAS DOS AQFEROS. QUADRO QUADRO 01- POTENCIAL GEOAMBIENTAL...............................................

APRESENTAO

A realizao destes estudos obedeceu ao plano de trabalho do IBGE no campo das Geocincias, dando continuidade pesquisa que resultou nos Subsdios ao Zoneamento Ecolgico-Econmico da Bacia do rio Itapecuru - MA. Os estudos tiveram como objetivos a identificao dos fatos fundamentais para delimitar as unidades que compem a estrutura espacial da rea; delimitao dos sistemas naturais e a identificao e correlao das potencialidades e limitaes inerentes a esses sistemas. Os resultados so apresentados nesse documento e atravs do Mapa na escala de 1:1.000.000, onde esto cartografados os sistemas

Geoambiental naturais.

1 - INTRODUO

O Estado do Maranho situa-se na Regio Nordeste do Brasil (Fig. 01), entre as coordenadas de 0101 a 1021 lat. S e 4148 a 4840 long. W. Abrange uma rea de 329.555,8 km, limitando-se a norte com o Oceano Atlntico, a leste com o Piau, a sul e sudoeste com o Tocantins e a noroeste com o Par. A rea em estudo drenada por parte de duas bacias hidrogrficas importantes como a do Parnaba a leste e a do Tocantins a sudoeste, alm da bacia do Gurupi no noroeste. Outras bacias hidrogrficas como as dos rios Mearim e Itapecuru so importantes para o sistema hdrico da rea, j que ambas esto contidas nos limites do Maranho. Esses rios drenam os terrenos da Bacia Sedimentar do Parnaba, compostos principalmente pelas seqncias de arenitos, siltitos, folhelhos e argilitos, onde a ocorrncia de falhas e fraturas direciona o curso dos mesmos. Nesses terrenos foram esculpidos os chapades do sul do Estado, recobertos por Latossolos, os tabuleiros e planaltos dissecados na parte central, onde dominam os Latossolos e Podzlicos, a superfcie rebaixada na parte norte onde ocorrem os Plintossolos e as plancies com Gleissolos, Solos de Mangues, Areias Quartzosas e Dunas. Este Estado situa-se numa zona de transio dos climas semi-ridos do interior do Nordeste para os midos equatoriais da Amaznia, o que refletido nas formaes vegetais que transicionam da Savana (Cerrado) no sul, para as Florestas Estacionais no centro e na parte leste, e para a Floresta Ombrfila no noroeste do Estado. O Estado do Maranho abrange cinco Mesorregies Geogrficas: Norte Maranhense, Oeste Maranhanse, Centro Maranhense, Leste Maranhense e Sul Maranhense que se encontram subdivididas em 21 Microrregies Geogrficas, compreendendo um total de 217 municpios. O censo de 1991 registra uma populao residente de 4.930.253 habitantes, com uma densidade populacional da ordem de 14,96hab./km.

2- METODOLOGIA

2.1 - CONCEPES BSICAS

Os estudos realizados no Estado do Maranho basearam-se no enfoque holstico-sistmico, que conduz ao conhecimento das relaes de interdependncia existentes entre os componentes geoambientais que integram esta rea. Estes componentes que formam os sistemas naturais, funcionam harmonicamente atravs de trocas de energias, de modo que qualquer modificao introduzida em um deles reflete-se direta ou indiretamente nos demais, perturbando o equilbrio do conjunto. Essas modificaes podem ter causas naturais mas em geral so provocadas pelo homem atravs da degradao da vegetao, dos solos, do relevo e da poluio das guas e do ar, causando graves danos ao ambiente. Vistos por essa tica, os estudos ora efetuados descartam a abordagem meramente setorial, que enfatiza cada componente individualmente, seja a rocha, o relevo, o solo, o clima, a vegetao e o prprio homem, detendo-se na anlise integrada e em correlaes guiadas pelos princpios da interdisciplinaridade.

2.2 - PROCEDIMENTOS

Os estudos tiveram como meta a identificao dos sistemas naturais definidos de acordo com seus atributos e propriedades que exprimem suas potencialidades e limitaes. A execuo dos trabalhos seguiu o roteiro metodolgico apresentado na figura 02, que engloba uma srie de procedimentos agrupados em fases sucessivas. Os resultados obtidos nessas fases foram checados em campo. Na primeira fase partiu-se do conhecimento dos dados e informaes bsicas dos atributos e propriedades dos componentes ambientais, atravs dos estudos geolgicos, geomorfolgicos, pedolgicos, climticos, da vegetao, na escala de 1:250.000, e dos indicadores scio-econmicos, refletidos nas formas de ocupao e uso do solo. A segunda fase do trabalho constou da identificao da estrutura e da dinmica dos espaos diferenciados para a definio dos Sistemas Naturais. Para tanto, partiu-se da compartimentao morfoestrutural, relacionando-se as litoestruturas com as feies do relevo e da rede de drenagem. A anlise das interrelaes dos solos e dos modelados permitiu a delimitao das associaes morfopedolgicas contidas nos compartimentos morfoestruturais e grupadas segundo as relaes de causa e efeito.

Essas snteses interdisciplinares permitiram a compartimentao de 28 sistemas naturais identificados pelas semelhanas de seus componentes fsicos e biticos. Essas unidades foram grupadas em cinco regies definidas pelas caractersticas fitoclimticas regionais. Por sua vez, os sistemas naturais encerram unidades elementares de anlise denominadas geofcies que traduzem as particularidades dos modelados e dos solos. Os sistemas naturais, atravs de seus geofcies, foram avaliados pela sua vulnerabilidade, baseando-se na proposta de Tricart (1977) que classificou os meios em Estveis, Intergrades e fortemente Instveis. Foram definidos seis graus de vulnerabilidade: muito baixa ( meios estveis), baixa e moderada ( meios intergrades ou em transio), alta e muito alta (meios instveis) e crtica (meios fortemente instveis). Os estudos foram baseados nos fatores de erodibilidade usando-se como atributos as caractersticas das rochas, do relevo, dos solos e os processos morfogenticos. A intensidade erosiva teve como indicadores a capacidade de proteo da cobertura vegetal e as condies climticas regionais.

3- CARACTERIZAO SCIO-ECONMICA

3.1 - CARACTERIZAO

GERAL E DEMOGRFICA

O Estado do Maranho, com uma superfcie de 329.555,8 km2, a segunda unidade territorial do Nordeste em rea. A densidade demogrfica, entretanto, muito baixa para os padres nordestinos (14,96 hab/km2), s superando a do Piau. Apesar de ser enquadrado na Regio Nordeste, caracterizada pelo clima semi-rido, o Estado, em sua maioria, dominado pela vegetao de floresta, refletindo uma transio entre o nordeste semi-rido e a Amaznia mida. Esta localizao transicional contribui para a gerao de condies ambientais e scioeconmicas peculiares, atualmente em fase de transformao em decorrncia do desenvolvimento tardio implantado na regio e que vem gerando impactos ambientais e sociais. A criao pelo IBGE, em 1995, do Projeto Subsdios ao Zoneamento Ecolgico-Econmico do Estado do Maranho visava justamente avaliar essas transformaes e procurar alternativas de desenvolvimento dentro de padres sustentveis. Apesar de inconclusos, os resultados obtidos pelo projeto j demonstraram a elevada vulnerabilidade natural de boa parte do territrio. A diviso poltica do estado registrava 136 municpios, muitos dos quais j no contavam com as mnimas condies de gerenciamento e administrao territorial. No satisfeitos, os polticos promoveram recentemente uma farra s custas do errio pblico, emancipando mais 81 municpios, na sua quase totalidade, sem as mnimas condies de sobrevivncia econmica. O censo demogrfico de 1991 indicou uma populao de 4.930.253 habitantes para o Estado do Maranho, sendo que 2.957.832 (59,99%) residiam na rea rural e 1.972.4218 (40,01%) na rea urbana (Tab. 01). Esta relao destoante em relao aos outros estados nordestinos, cujo processo de urbanizao j concentra nas reas urbanas a maior parte da populao. A Mesorregio do Norte Maranhense a que apresenta maior populao absoluta com 1.785.526 habitantes, correspondentes a 36,22% do Estado e, igualmente, com a mais elevada densidade demogrfica (34,68 hab./km2). A Mesorregio do Sul Maranhense alm de ser a de menor populao com 223.325 habitantes, tambm a de menor densidade demogrfica (3,34 hab./km2). Entretanto, foi a Mesorregio do Oeste Maranhense que apresentou na onzena de 80 91 a maior taxa de crescimento (42,63%). Isto reflete-se pela ocupao da fronteira agrcola, pela industrializao e desenvolvimento alavancado pela Estrada de Ferro Carajs. Das Microrregies do Estado, a Aglomerao Urbana de So Lus a que apresenta maior populao, com 820.137 habitantes e densidade demogrfica de 572 hab./km2. A populao do Estado apresenta um perfil nitidamente jovem com 63,39% da populao tendo menos de 25 anos e 81,1% com menos de 40 anos. Este indicador sinaliza a necessidade de ateno especial questo educacional e gerao de

empregos nveis compatveis com a entrada deste contingente no mercado de trabalho. Os dados preliminares do Censo Demogrfico de 196 indicam uma populao residente de 5.218.442 habitantes para o Estado do Maranho, sendo esta populao constituda de 2.590.445 homens e 2.627.997 mulheres. A taxa de crescimento populacional para o perodo 1991/1996 apresenta-se da ordem de 5,84%, que eqivale a 1,16% ao ano, sendo a taxa de crescimento para homens de 5,86% e para mulheres de 5,82% (Tab. 2). A densidade demogrfica apresenta-se da ordem de 15,83 hab./Km2.

3.2 - A OCUPAO DO ESPAO MARANHENSE - BREVE HISTRICO

No governo de Juscelino Kubitscheck foi criado, ao final de 56, o Grupo de Trabalho para o Desenvolvimento do Nordeste (GTDN), coordenado por Celso Furtado, cujos resultados foram revelados no incio de 1959 atravs do relatrio intitulado Uma Poltica de Desenvolvimento Econmico para o Nordeste. Uma recomendao deste relatrio era a ocupao do Maranho como alternativa de diminuir as presses das regies nordestinas castigadas pela estiagem. A abertura da rodovia Belm-Braslia, no final da dcada de 50, foi o primeiro instrumento para que as migraes atingissem o Oeste do Maranho e o Sul do Par. A partir de 1960 outros eixos rodovirios complementam o fluxo migratrio de leste para oeste. A ocupao recomendada pelo GTDN no levava em conta a fragilidade natural do Estado do Maranho, apesar disto, as frentes avanaram rapidamente, causando transformaes ambientais e quebrando as estruturas sociais e econmicas pr existentes. O avano da atividade pastoril predominante, normalmente sendo acompanhada da atividade madeireira que explora as centenrias reservas florestais do Mearim, Pindar, Tocantins e Gurupi. O processo de ocupao inicia-se por posseiros, logo seguidos por grileiros que impem um dos mais violentos e sanguinrios processos de incorporao e desbravamento de reas florestais. Grandes fazendas voltadas explorao pecuria foram implantadas custa de incentivos fiscais. Desta forma despontam na regio latifndios pertencentes a grandes empresas, grandes proprietrios individuais e pequenos proprietrios. A luta pela propriedade exercida normalmente pelo confronto com antigos ocupantes, incluindo fazendeiros tradicionais, posseiros e ndios. Esta dinmica de ocupao d origem a muitos povoados, vrios dos quais tornar-se-iam mais tarde sedes municipais. O resultado desse processo de ocupao pode ser verificado percorrendo-se a BR-222, entre Aailndia e Santa Ins. A rodovia acompanha a margem direita do rio Pindar, cortando a mdia bacia deste rio e a Ferrovia Carajs. O percurso suficiente para evidenciar a fragilidade dos ambientes desta rea, tendo como conseqncia o assoreamento que vem acometendo as nascentes dos tributrios do rio Pindar. Devido alta vulnerabilidade do ambiente, os cortes de estradas vm sofrendo monumentais processos de eroso, com desbarrancamentos de taludes,

voorocas na estrada, queda de material na pista de rolamento, etc. Santa Luzia, povoado criado em 1951 e transformado em municpio em 1959, um exemplo desse processo de colonizao. A ocupao da regio s ganharia impulso na dcada de 70 com a expanso da fronteira agrcola para os vales do Pindar, Buriticupu e Caru, inicialmente ocupados por lavradores oriundos de outras partes do Maranho e dos estados vizinhos. Nesse mesmo perodo a grilagem se instalaria na regio, sendo famoso o grilo da Fazenda Pindar. A COMARCO, criada no incio da dcada de 70 pelo governo estadual, recebeu terras alienadas do estado objetivando a execuo de projetos de colonizao, ordenao das ocupaes existentes e localizao de mdios e grandes projetos agropecurios. As aes discriminatrias promovidas pelo governo para legalizar as grandes glebas foram utilizadas como um meio de excluso dos posseiros que por no terem acesso aos jornais e aos editoriais, s tomavam conhecimento quando um juiz promovia seu despejo. Da rea de 200.000 hectares reservada pela COMARCO para assentamento de pequenos agricultores, menos de 80.000 foram entregues, sendo o resto ocupado por grandes empresas ou grileiros. A rea destinada colonizao situa-se em meio das reas de grandes empresas, porm em reas secas, normalmente situadas nas partes mais elevadas. Buriticupu o exemplo tpico dessa situao, onde muitas famlias tiveram que abandonar seus lotes. Recentemente transformado em municpio, o antigo povoado um aglomerado de casas de madeira, distribudas sem nenhuma organizao urbanstica, com as ruas empoeiradas que se transformam em lamaais na poca de chuva. O estado de pobreza da populao facilmente percebido, provocando uma acentuada desestruturao social que atinge principalmente os jovens. Constitui-se numa regio com elevada tenso social, tendo inclusive ocorrido diversas mortes em conflito de terra no ano de 1996. O assentamento conhecido como Terceira Vicinal, situado a sudeste de Buriticupu foi criado em 1974, quando 87 colonos receberam lotes de 25 hectares e a promessa nunca cumprida, da construo de uma casa. O objetivo inicial era a produo de culturas de subsistncia. O capim est tomando conta do projeto e mais da metade dos assentados j abandonou suas terras em decorrncia da falta de apoio. Muitos nunca receberam o ttulo de propriedade, enquanto a falta de gua e energia nos lotes so problemas bsicos, agravados pelas condies de relevo muito dissecado que limita a atividade agrcola, alimentando a mobilidade da populao que normalmente acaba migrando para as cidades e contribuindo para a manuteno de um clima de permanente tenso social. O projeto Colone outro exemplo do abandono da reforma agrria na regio. Concebido para ser um dos maiores projetos de assentamento do mundo, utilizando inclusive tecnologia israelense, o projeto ocupa mais de 1.000.000 de hectares, com 15.000 famlias assistidas, j tendo sido titulados mais de 2.000 lotes, encontrando-se outro tanto em processo de titulao. Decorrente de um convnio com o Banco Mundial, o projeto foi quase completamente desmantelado na administrao Collor, existindo atualmente at plantaes de maconha no mesmo.

3.3 - CONDIES DE EDUCAO

O ndice de analfabetismo do Maranho um dos principais entraves ao desenvolvimento do Estado. Segundo os dados censitrios de 1991, 48,77% da populao com mais de 5 anos de idade era analfabeta (Tab.03). A populao encontrada na faixa etria prpria ao ensino fundamental, ou seja, a 1 etapa do ensino de primeiro grau, apresenta um pequeno contingente alfabetizado e encontra-se representada por 903.078 indivduos, que corresponde a 21.5% da populao do Estado (Tab.04). Dessa populao, apenas 22,15% encontra-se alfabetizada, o que corresponde a 4,76% da populao total do Estado e 9,29% do total da populao alfabetizada. A imensido do Maranho aumenta as dificuldades para a soluo desta problemtica. O enfrentamento desta crise s pode ser feito com determinao, deciso e competncia. Os levantamentos de campo registraram uma situao deprimente em boa parte dos municpios em relao aos salrios dos professores.

3.4 - INDSTRIA

Embora a maior parte da populao maranhense ainda retire o seu sustento das atividades primrias, principalmente da agricultura e pecuria, nota-se uma tentativa de industrializao do estado decorrente, principalmente, dos investimentos feitos na Estrada de Ferro Carajs, incluindo as instalaes porturias e as siderrgicas instaladas no Distrito Industrial de Aailndia, alm das metalrgicas de alumnio de So Lus. Esta tradio industrial maranhense vem atravessando sculos. Em 1895, s o Estado de Minas Gerais registrava mais estabelecimentos fabris que o Maranho, enquanto So Paulo ocupava o modesto sexto lugar. A indstria txtil despontava no s em So Lus, mas tambm em Cod e em Caxias, onde imponentes construes ainda marcam esse ureo perodo. A partir de 1910, no resistindo concorrncia do centro-sul que comeava a industrializar-se, o estado entrou em declnio gradativo, culminando com o fechamento, na dcada de 50, de fbricas que ainda continuavam a sobreviver. A construo do porto de Itaqui, na segunda metade da dcada de 60, aliada ao suprimento energtico, criaram as condies de infra-estrutura necessria ao desenvolvimento industrial do estado. O distrito industrial de So Lus conta com 43 empresas que oferecem 9.000 empregos diretos e 2.000 indiretos. Nele esto instaladas as fbricas de alumina e alumnio da Alumar, alm das cervejarias Brahma e Antrtica e outras empresas de diversos ramos da indstria. O complexo porturio de So Lus integrado pelo terminal de minrio da Companhia Vale do Rio Doce, na Ponta da Madeira, com capacidade para navios de at 360.000 toneladas, pelo terminal do Consrcio Alumar, com capacidade para navios de 40 mil toneladas, pelo Porto de Itaqui com capacidade para navios de at 75.000 toneladas e pelo terminal de granis da CVRD/CODOMAR com

capacidade para navios de at 180.000 toneladas. Este complexo responsvel por cerca de 55% da movimentao dos portos do Norte/Nordeste. O Estado em 1995 consumiu 7.412.997 Mwh de energia eltrica, caracterizando-se como o segundo consumidor de energia da regio, atrs da Bahia. Nesse mesmo ano exportou 671.631.000 dlares, o que eqivale a 16% das exportaes do Nordeste, ficando em segundo lugar, s perdendo para a Bahia.

3.5 - ECONOMIA

O PIB per capita do estado em 1995 ficou em torno de U$ 1507,2 representando uma variao anual de 3,2%. A participao do PIB a custo de fatores para 1995 ficou em torno de R$ 8.472.503.293, situando-se abaixo da Bahia, Pernambuco e Cear na Regio Nordeste e representando 8,9% do PIB regional. A taxa mdia anual de crescimento do PIB per capita foi de : 1970 a 1980 - 6,2% 1980 a 1990 - 5,0% 1990 a 1995 - 1,4% Esta relao demonstra um freio na economia do estado na dcada de 90 que pode ser atribuda s dificuldades estruturais e aos efeitos do plano de estabilizao econmica. Nos anos 94 e 95 o Maranho conseguiu o melhor ndice de ocupao de mo-de-obra do Nordeste.

3.6 - SANEAMENTO

BSICO

Abastecimento de gua A captao e distribuio de gua no Estado do Maranho de responsabilidade da Companhia de gua e Esgotos do Maranho e da Fundao Nacional de Sade - Servio Autnomo de gua e Esgotos. Esta distribuio atinge a maioria das sedes municipais e aglomerados rurais, sendo a captao proveniente de poos, rios ou audes. Em termos gerais, chama a ateno o nvel de qualidade ainda mantido pelos servios que permitem grande parte da populao, o acesso gua tratada. A maioria das reas onde a captao feita de poos, prescinde de tratamento, devido potabilidade da gua estar enquadrada nos padres recomendveis ao consumo humano. A demanda insatisfeita, entretanto, comum e agravada pelo crescimento desordenado, principalmente, das pequenas cidades, onde o processo de urbanizao ocorre de forma mais acelerada. Um exemplo de demanda insatisfeita a cidade de Imperatriz, onde apesar da enorme reserva hdrica do rio Tocantins, a insuficincia da rede de distribuio no permite o atendimento de toda a populao, principalmente da periferia.

Esgotamento Sanitrio Ao contrrio do abastecimento de gua, o esgotamento sanitrio crtico em todo o Estado do Maranho. Em quase sua totalidade os municpios no contam com sistema de esgotamento sanitrio, restringindo-se a fossas sanitrias e esgotamento para as ruas das guas servidas que correm livremente em busca do crrego mais prximo. Nas cidades maiores como Imperatriz, Cod e Caxias, os esgotos so canalizados para os cursos dgua principais. Nesta ltima cidade, a populao j apelidou de vala da vergonha a uma galeria que conduz os esgotos In natura para o rio Itapecuru inclusive dejetos sanitrios. No existem sistemas de tratamento de esgotos no Estado.

3.7- COMUNIDADES INDGENAS

Em 1612, quando da chegada da colonizao europia a So Lus, estimava-se a populao indgena no Estado em cerca de 250.000 indivduos. Atualmente essa populao foi reduzida a 12.000 pessoas que podem ser agrupadas em nove povos divididos em dois troncos lingisticos: Os Tupi - Guarani (Guajajara, Tamb, Urubu-Kaapor e Guaj) e os Timbira (Kanela, Krikati e Gavio). Alm destes existem ainda vinte ndios Guarani, localizados na reserva indgena Pindar. Um quadro sinptico da populao indgena do Maranho mostra o seguinte resultado: Tupi - Guarani Tenetehara - Guajajara 9.000 Tamb 170 Urubu - Kaapor 600 Guaj 200 Guarani 20 Timbiras Kanela - Apiniekra 300 Rankokamekra 1.000 Krikati 400 Gavio 330 Timbira de Geralda 50 Total 12.070 A questo indgena em todo o Estado do Maranho esbarra em dois pontos fundamentais: a falta de uma poltica indgena a nvel nacional e o desmantelamento dos diversos rgos executivos da unio que faz com que a legislao no seja cumprida, com a freqente invaso e explorao dos recursos naturais, muitas vezes, executada com a colaborao dos prprios ndios. A preservao dos costumes das diversas etnias diante da influncia do modo de vida da populao envolvente, torna-se cada vez mais difcil. A atrao das comunidades indgenas pelo asfalto e, consequentemente, pelo contato cada vez maior com o branco, pode ser comprovada pela quantidade de aldeias recentemente

criadas margem das estradas que ligam as cidades de Arame e Graja, na reserva Araribia. Da mesma forma, inmeras aldeias Guajajaras situam-se as margens da estrada Graja - Barra do Corda. Este comportamento representa uma mudana marcante do padro comportamental das populaes indgenas que no conhecem civilizaes urbanas em seu habitat natural. A metamorfose destas comunidades abrange tambm a satisfao das necessidades bsicas mnimas, principalmente a alimentar. A caa, pesca e extrativismo que eram os principais meios de obteno de alimentos, vo ficando a cada dia mais difceis, em virtude das mudanas impostas a natureza pelos colonizadores, extinguindo as florestas e, por conseqncia a caa e a pesca que supriam as necessidades bsicas das comunidades. Em decorrncia a fome passou a ser o principal problema das comunidades indgenas maranhenses. A produo e comercializao da maconha em diversas reservas, constitui-se numa forma de sobrevivncia para algumas comunidades, embora parte da produo atribuda aos ndios seja produzida por brancos que vivem nas proximidades das reservas ou dentro das mesmas. Introduzida nas reservas por negros, no sculo passado, a maconha passou a ser usada nas diversas manifestaes culturais Guajajaras. Estima-se uma produo em torno de 5 toneladas do entorpecente nas reas indgenas, que corresponde a 70% da produo do Estado, ocupando o segundo lugar dentre os estados produtores, logo atrs de Pernambuco. A produo e comercializao da maconha pelos Guajajaras cria uma situao extremamente delicada para a FUNAI, que exerce a tutoria legal dos ndios e responsvel pela manuteno da ordem e pelo cumprimento das leis nacionais nas reservas, pela sociedade, para que as comunidades indgenas possam continuar sobrevivendo. A sobrevivncia das comunidades indgenas que hoje se encontra ameaada no Maranho, depende da imediata formao e educao dos membros dessas comunidades, com capacidade para absorver e difundir os mecanismos de sobrevivncia frente presso colonizadora. A aplicao de tcnicas agrcolas que permitam substituir o atual sistema rudimentar de implantao de roas, dever ser uma tarefa prioritria nesta luta pela sobrevivncia , e dever levar em conta a necessidade de melhoria dos produtos alimentares oferecidos ao grupo e a formao de excedentes que permitam adquirir produtos para atender s necessidades da comunidade.

3.8 - USO

DA TERRA

A grande maioria do espao rural do Estado do Maranho encontrase ocupado com atividades agropecurias e pecurias ficando as atividades agrcolas localizadas ao sul do Estado com a instalao de grandes projetos agrcolas com o plantio de soja e arroz.

As atividades agropecurias desenvolvem-se desde o municpio de Rosrio, na regio de influncia de So Lus, at o sul do estado, este tipo de atividade desenvolve-se em diversos nveis, porm h o predomnio dos grandes projetos como as fazendas Tiracanga, que se encontram desenvolvendo atividades em mais de trs municpios na regio norte do Estado. Na regio de Imperatriz h o predomnio da pecuria em sistema de criao semi-intensivo, com grandes fazendas destinadas ao criatrio de gado melhorado, A crise por que vem passando a pecuria vem provocando o amortecimento dessa atividade e outra atividade, o reflorestamento, j comea a se desenhar na regio. Na regio de Aailndia h o predomnio de atividades agropecurias e da silvicultura. O sistema de retirada de madeira foi total na faixa de dezenas de quilmetros que margeia o rio Tocantins. Com o fim da matria prima, as inmeras serrarias e indstrias madeireiras que funcionam em Imperatriz paralisaram suas atividades ou se transferiram para Aailndia, Amarante do Maranho, Buriticupu ou outro local nas proximidades das reservas madeireiras que continuam sendo exploradas de forma indiscriminada. Este avano da frente madeireira vai deixando para traz pequenos povoados, caracteristicamente apresentando pequenas casas de madeira e uma completa desestrutura em termos sociais e econmicos. Em Amarante, a explorao de madeira tinha sido suspensa, no perodo em que se realizava o presente trabalho, por ordem da FUNAI, j que hoje a explorao est se dando em reservas indgenas. A regio de Balsas constitui-se numa das mais promissoras fronteiras agrcolas do pas, em virtude dos vastos chapades que permitem a agricultura mecanizada e do clima favorvel ao desenvolvimento de granferas e cerealferas. A agricultura de manejo modernizado caracteriza-se pelo uso intensivo de capital, atravs da utilizao de equipamento pesado, aplicao intensiva de insumos como fertilizantes e corretivos de solo, dentro de padres tecnolgicos compatveis com as exigncias de nveis de elevada produtividade e qualidade suficiente para atender ao exigente mercado internacional. A soja a granfera predominante na regio. A produtividade est em torno de 2.700Kg por hectare e comercializada em Balsas e aps transportada para Aailndia. Grandes projetos a exemplo das Fazendas Nova Holanda e Batavo encontram-se em instalao na regio O municpio de Tasso Fragoso o maior produtor de gros em rea de sequeiro no Maranho, porm vem sendo prejudicado pela inexistncia de posto fiscal, ficando a arrecadao sobre a produo desse municpio com Balsas, que considerada a capital da soja no Maranho. O Programa Nipo-Brasileiro para o Desenvolvimento dos Cerrados (PRODECER III) o mais ambicioso projeto em implantao na regio e provavelmente no Estado do Maranho. Localiza-se na margem esquerda do rio das Balsas, na divisa com o Estado do Tocantins, a 200km de Balsas, englobando uma

rea de 40.000 hectares dos quais 20.000 sero cultivados e os restantes mantidos como reserva. A pecuria tambm se mantm como uma atividade importante no municpio de Balsas. Seguindo a BR-230 em direo a Carolina observa-se uma regio dominada pela pecuria intensiva, intercalada com o cultivo modernizado de gros. Os pastos neste local so extremamente bem cuidados. As reas situadas no litoral encontram exploradas com atividades extrativas, nos mangues (cata de mariscos e crustceos), e desenvolvimento de atividades pecurias com espcies rsticas como o gado bubalino nas demais reas, inclusive sujeitas a alagamentos. As fazendas camaroneiras que chegaram a se instalar no municpio de Rosrio, nas reas prximas baa de S. Jos sofreram uma queda havendo praticamente o desaparecimento desta atividade. A atividade extrativa do babau, embora economicamente no seja uma atividade lucrativa, apresenta-se com elevada importncia social porque se constitui numa renda alternativa para a populao de baixa renda de todo o Estado, j que esta cultura se desenvolve em toda a rea de predomnio de vegetao secundria existente. Existem ainda outras atividades se desenvolvendo no Estado, porm espacialmente so atividades localizadas como a minerao e a explorao da canade-acar.

3.9 - TURISMO

E LAZER

O lazer que at a algum tempo atrs era considerado como uma simples forma de diverso, vem adquirindo maior relevncia pela comprovao de sua importncia para o equilbrio psicossocial. O Estado do Maranho apresenta vrios locais destinados ao lazer da populao. Em So Lus o turismo facilitado pelas condies de acomodao e acesso, e alm de suas praias que se estendem pelo municpio de So Jos do Ribamar, destaca-se o casario da poca colonial. J a beleza do conjunto arquitetnico da cidade de Alcntara e seu artesanato, tem atrado a ateno de turistas do Estado e de todo o pas. Na rea litornea, alm das praias e dos passeios de barco pelos manguezais, o visitante tem a oportunidade de conhecer os Lenis Maranhenses, com a beleza de suas dunas e lagoas de guas escuras. Os demais municpios do Estado apresentam como atrao turstica o ciclo de festas religiosas, as praias fluviais, e os rios das diversas regies constituem-se indubitavelmente em uma das formas de lazer mais utilizadas pelas populaes locais.

No municpio de Rosrio, o Forte do Calvrio, apesar de representar uma fase urea da conquista do Itapecuru, encontra-se em runas e em completo abandono. A restaurao dessas runas e a criao de uma infra-estrutura mnima de atendimento, onde o visitante possa saborear os crustceos e mariscos da regio e desfrutar do clima tranqilo da cidade, por certo atrairo visitantes da capital, gerando mercado de trabalho para a populao. No leste do Estado, Caxias sem sombra de dvida o municpio com maior potencial turstico. A proximidade de Teresina, cidade sem muitas condies de lazer cria um mercado potencial para o desenvolvimento do turismo regional. Localizada s margens da BR-316, rodovia que liga Teresina a So Lus refora esse potencial. Alm desse fator Caxias possui diversos atrativos tursticos, como o Morro de Alecrim, onde, alm de uma vista panormica da rea, encontram-se runas do forte onde se efetuou a resistncia dos balaios, as runas do quartel general das foras de Duque de Caxias e o Balnerio Veneza. O municpio de Carolina, a sudoeste do Estado, apresenta potencial para tornar-se um municpio turstico, principalmente na poca do meio de ano, perodo seco, quando o rio Tocantins mostra diversas praias, alm de existirem na regio diversos pontos pitorescos como os balnerios da Pedra Cada e do Ribeiro das Lajes, as cachoeiras do Prata e do Itapicuru, entre outros.

4. RECURSOS HDRICOS4.1 RECURSOS HDRICOS SUPERFICIAIS

O Maranho , dos Estados Nordestinos, o que menos se identifica com a caracterstica maior dessa regio: a escassez de recursos hdricos. Com efeito, o Maranho detentor de uma invejvel rede hidrogrfica, com, pelo menos, dez bacias perenes, podendo ser individualizadas as seguintes bacias hidrogrficas: Gurupi, Turiau, Maracaum-Troma, Uru-Pericum-Aur, Mearim, Itapecuru, Tocantins, Parnaba, Munim e pequenas bacias do norte ( Fig. 3 ). Cinco so as vertentes hidrogrficas principais do Maranho: a Chapada das Mangabeiras, a Chapada do Azeito, Serra das Crueiras, Serra do Gurupi e Serra do Tiracambu. A malha hidrogrfica maranhense inicia-se com o rio Gurupi, formado pela unio dos rios Aailndia e Itinga. O primeiro, provindo da regio a norte de Alfredo Lisboa, na serra do Gurupi, tem como principal afluente o rio Pequi. O rio Itinga desgua no rio Gurupi prximo a Cajuapara e estabelece durante um percurso de quase 50 km o limite com o Estado do Par. A serra do Tiracambu constitui o principal divisor dguas da bacia do rio Gurupi, estabelecendo o limite com as bacias do Pindar e Turiau, sendo responsvel pelos maiores afluentes maranhenses, destacando-se os rios Surubim, Tucamandiua, Cajuapara, Panem, Apar e Jararaca .No baixo curso, ao cortar os metamorfitos do Grupo Gurupi e os gnaisses e migmatitos do Complexo Maracaum, o rio Gurupi corre sobre um leito rochoso com vrias cachoeiras, como: Lavadeira, Madalena, Jacurecoaga, CanindAu, Maria Suprema, Itapera, Mamuira, Maguari, Omelar e Algibeira. Aps cumprir um percurso de mais de 400 km, onde desde a confluncia com o rio Itinga constitui a linha limtrofe entre os Estados do Par e do Maranho, desgua no Oceano Atlntico, na baa de Gurupi. As bacias hidrogrficas do Turiau, Maracaum-Troma e UruPericum-Aur, renem, alm desses cursos principais, rios de curtos trajetos, porm bastante caudalosos e piscosos, como o Iririmirim, o Iriau, o Negra Velha, o Anajatuba, o Cabelo da Velha, o Licond, o Arapiranga e o Cururupu, que apresentam caractersticas amaznicas e desguam numa costa de inmeras rias. Todos esses rios vivem sob constante influncia das mars - que influenciam at o ritmo de vida da populao - e apresentam, prximo a foz, grandes larguras e so orlados pela exuberante vegetao de mangue. O rio Tocantins, que banha a regio sudoeste, recebe no Maranho alguns afluentes de porte, como os rios Manuel Alves Grande, Farinha, Gameleira, gua Boa, Lajeado, da Posse e Bananal. So notveis as vrias cachoeiras e corredeiras que tornam essa regio uma das de maior beleza cnica do Estado e de indiscutvel potencial para o turismo. So dignas de registro, as cachoeiras do Itapicuru ( no rio homnimo, 20 km a sudeste de Carolina ), Pedra Cada e as mais surpreendentes delas: a do Prata e a do Romo - duas cachoeiras magnficas no rio Farinha, com mais de 30m de altura. No rio Tocantins, entre Porto Franco e

Imperatriz, podem ser mencionadas as de Saco Grande, da Corda, Santo Antnio e So Domingos. Toda a rede hidrogrfica das pores leste e sudeste do Maranho pertence bacia do rio Parnaba, cujo curso estabelece o limite com o Estado do Piau. Integram-se os afluentes e subafluentes da margem esquerda, entre os quais destaca-se como o de mais longo curso e maior caudal o rio das Balsas, que nasce na Chapada das Mangabeiras, na fronteira com o Estado de Tocantins. A bacia hidrogrfica do rio Mearim possui uma rea de aproximadamente 96.000 km2, se considerados o rio Pindar, que desgua a apenas 20 km de sua foz e o Graja, que flui para o Mearim atravs do canal de Rig, j no Golfo Maranhense. O rio Mearim provm da serra da Menina, prximo a Fortaleza dos Nogueiras, a 650 m de altitude, sob a denominao de ribeiro gua Boa. Assume, durante longo trajeto, direo sudoeste-nordeste, at proximidades de Esperantinpolis, onde, aps receber o afluente Flores, direciona-se para norte, persistindo mais ou menos neste rumo at desembocar na baa de So Marcos, entre So Lus e Alcntara, depois de percorrer mais de 930 km. O alto Mearim possui uma bacia modesta, com pequena contribuio de seus afluentes, como os ribeires Bem Aceito, da Barra, Prata, Brejo, gua Boa, Midubim, Poo e dos Ovos, que apresentam descargas reduzidas e so, em sua maioria, intermitentes. O prprio rio Mearim e seus afluentes s comeam a ter maior volume dgua aps 160 km de percurso ao receberem a contribuio de afluentes perenes. Neste trecho, destacam-se os rios Corda e Enjeitado. O rio Corda ou Capim, com uma bacia hidrogrfica 4700 km2, o mais importante tributrio do alto curso. Nasce nas vertentes da serra Branca, a cerca de 450 m de altitude e, com suas guas lmpidas e rpidas, percorre aproximados 240 km at confluir com o rio Mearim, em Barra do Corda. No mdio Mearim, entre Barra do Corda e Porto Seco das Mulatas, as larguras so variveis, desde 40 m em Barra do Corda at 90 m em Bacabal. O baixo Mearim estende-se desde Porto Seco das Mulatas at a foz, na baa de So Marcos, onde se bifurca em dois braos que contornam a ilha dos Caranguejos, sendo sua maior caracterstica neste trecho a meandricidade. A partir de Arari, no Golfo Maranhense, suas margens tornam-se alagadias e pantanosas. A extenso da propagao das mars se estende a mais de 200 km, sendo responsvel pelo alargamento do rio. O rio Pindar coleta as contribuies de afluentes provindos das serras do Gurupi e Tiracambu. Nasce a leste de Montes Altos e tem como principais afluentes os rios Buriticupu, Negro, Paragominas, Zutiua, Timbira, gua Preta e Santa Rita. Suas descargas sofrem pronunciadas variaes entre os perodos chuvoso e seco, decaindo para 30,2 m3/s no trimestre setembro-outubro-novembro e atingindo 493,7 m3/s no trimestre maro-abril-maio, em Pindar-Mirim. O rio Graja o mais extenso curso dgua da bacia do Mearim. Provm da serra da Cinta, no extremo sudoeste do Estado e desloca-se em sentido sudoeste-nordeste, drenando a poro central da bacia do Mearim. Sua descarga mdia, ao passar em Graja, de 32 m3/s, atingindo 131 m3/s em Aratoi Grande, no baixo curso. As variaes fluviais sazonais do rio Mearim e seus afluentes ocorrem em ritmo mais ou menos freqente. As cheias acontecem geralmente nos

mesmos perodos do ano ( Tab.5 ). O Mearim possui um regime hidrolgico simples, com duas estaes bem definidas: a das guas mximas - cheias - que vo de fevereiro a maio e a das mnimas - estiagens ou vazantes - que se prolongam de agosto a novembro ( Figs.4 e 5 ). Em direo ao baixo curso, ocorrem pequenas mudanas nesses perodos, com certo retardo do perodo chuvoso. Segundo os dados dos postos fluviomtricos existentes no Mearim (Faz. Remanso, Osrio, Barra do Corda, Santa Vitria, Pedreiras e Bacabal ) as mdias mensais das cotas fluviomtricas variam de 0,18 m a 11,81 m, verificando-se as mximas geralmente em maro/abril e as mnimas em setembro/outubro. As mais altas cheias verificam-se, tanto em Barra do Corda como em Bacabal, no ms de abril. A mxima mensal verificada em Barra do Corda foi de 5,42 m, em 1985, e a mnima de 1,01 m, em 1983. Em Bacabal, no baixo curso, onde os efeitos das cheias so muito mais pronunciados, esses valores atingiram 9,86 m e 1,74 m, nos anos referidos. As descargas mensais totais variaram, no perodo 1964/1983, no posto de Barra do Corda, de 31,4 m3/s ( setembro/83 ) a 322 m3/s ( maro/74 ). Em Bacabal, no perodo 1976/1983, a mnima observada foi de 38,6 m3/s, em setembro de 1983 e a mxima de 337 m3/s, em maro de 1980. O rio Itapecuru nasce a sul do Estado, no sistema formado pelas serras de Crueiras, Itapecuru e Alpercatas, a cerca de 530 m de altitude. A superfcie total de sua bacia hidrogrfica de aproximadamente 52.970 km2. Partindo de suas nascentes, corre inicialmente na direo oeste-leste at Vrzea do Cerco, onde toma rumo norte at a barra do rio Alpercatas. Deste ponto em diante, muda de direo para nordeste, persistindo at encontrar o rio Correntes, onde, subitamente, inflete para noroeste. Nas proximidades de Caxias assume direo geral nor-noroeste. Desgua na baa do Arraial, a sudeste da ilha de So Lus, atravs de dois braos denominados Tucha e Moj. Os principais afluentes pela margem direita so os rios Correntes, Pirapemas e Itapecuruzinho e os riachos Seco, do Ouro, Gameleira, Cachimbo e Guariba. Pela margem esquerda, destacam-se os rios Alpercatas, Peritor, Pucum, Codozinho, dos Porcos e Igarap Grande, alm dos riachos So Felinho, da Prata e dos Cocos. O controle de toda a rede de drenagem da bacia do rio Itapecuru feito atravs de 14 postos fluviomtricos, controlados pelo DNAEE, sendo metade no rio principal e outra metade em seus principais afluentes ( Tabs. 6 e 7 ). Na regio do Itapecuru a dominncia do regime fluvial tropical, explicado pela existncia de uma estao de guas abundantes, de fevereiro a maio, e outra de guas escassas, de agosto a novembro. As transformaes chuva/deflvio se efetuam com maior rendimento na alta bacia, em funo da maior regularidade das precipitaes e da presena de sedimentos mais porosos e permeveis. Na mdia e baixa bacia, a ocorrncia de sedimentos impermeveis compromete a realimentao dos aqferos, acentuando as diferenas entre vazes extremas ( Figs. 6 e 7 ). Decorre um perodo crtico, onde ocorrem pronunciadas diferenas no deflvio entre as estaes seca e chuvosa. Na poca de depleo as descargas de base dos pequenos riachos atingem os seus mnimos e a maioria deles seca.

O rio Itapecuru tem seus primeiros registros a partir da estao fluviomtrica de Mirador. Neste posto, o rio apresenta uma vazo mdia anual de 17,7 m3/s. Na estao de Colinas, situada 60 km a jusante da anterior, as descargas mdias apresentam um incremento surpreendente, em virtude da contribuio do rio Alpercatas, que conta com uma vazo mdia de 33,8 m3/s. Na estao de Caxias, que abrange uma rea de drenagem de 32.700 km2, o rio Itapecuru apresenta uma vazo mdia anual de 74,7 m3/s. Neste ponto, denota-se uma grande discrepncia entre as vazes mnima ( mdia de 41,6 m3/s no trimestre mais seco ) e mxima ( mdia de 132,3 m3/s no trimestre mais chuvoso ). Em Cod, a vazo mdia anual atinge 103 m3/s, sendo a mdia das mxima de 529 m3/s e a mdia das mnimas de 41,3 m3/s. Em Cantanhede, ltima estao fluviomtrica do rio Itapecuru, a vazo mdia atinge 209 m3/s, sendo a mxima registrada de 2020 m3/s, em maio de 1974, e a mnima de 36,0 m3/s, em novembro de 1972. O rio Munim nasce nos tabuleiros da Formao Barreiras, a nordeste de Caxias, na poro extremo-leste do Estado do Maranho. Tem como principais afluentes os rios Muqum, Iguara, Preto, Mocambo, Prata, Pirangi, Costa e Santana e desgua na baa de So Jos, entre Axix e Icatu, aps um percurso de mais de 320 km. Bastante assoreado, sofre as conseqncias dos desmatamentos e do uso indiscriminado do solo, que tornam suas guas escassas e turvas, s adquirindo maior volume no baixo curso, j prximo costa. As pequenas bacias do norte renem rios de pequeno trajeto, a maior parte deles perenes, entre os quais destacam-se o Preguias, o Barro Duro, o Piri, o Mapari, o Grande, o Negro, o Formiga, o Carrapato, o Axu, o da Ribeira e o Coqueiro. Algumas dessas artrias fluviais constituem micro-bacias endorricas e no possuem escoamento at o mar, desembocando em lagoas ou dissipando-se nas areias dos Lenis Maranhenses. Outros rios menores dispem-se, sem nenhuma estruturao, com padres de drenagem indefinidos, em funo da intensa atividade dunria, caracterizando bacias tipicamente arricas.

4.2 RECURSOS HDRICOS SUBTERRNEOS

O Estado do Maranho est quase totalmente includo na Bacia Sedimentar do Parnaba, considerada uma das mais importantes provncias hidrogeolgicas do pas. A estrutura tectnica da bacia em geral simples, devido a atitude monoclinal das camadas, que mergulham suavemente das bordas para o interior. O pacote de sedimentos da bacia alcana uma espessura de 3000 metros, dos quais 2550 so de idade paleozica e os restantes 450 metros, mesozica. Por se tratar de uma rea de rochas quase exclusivamente sedimentares, o Estado do Maranho apresenta possibilidades promissoras de armazenamento e explorao de guas subterrneas. Acima do embasamento cristalino, que constitui o fundo impermevel geral de toda a bacia, desenvolvem-se trs principais aqferos: Serra Grande, Cabeas e Poti-Piau. Os dois primeiros so aqferos em carga, postos em confinamento, respectivamente, pelas formaes semi-permeveis Pimenteiras e

Long, que funcionam como aquitards. Repousando sobre a seqncia anterior, seguese outro conjunto hidrogeolgico composto, principalmente, pelos aqferos Sambaba, Motuca, Corda, Graja e Itapecuru, separados, entre si, por aquitards constitudos pelas formaes Pedra de Fogo, Pastos Bons, Cod e derrames baslticos. A srie termina com os aqferos da Formao Barreiras e sedimentos do Quaternrio ( dunas e aluvies ). As formaes Serra Grande, Pimenteiras e Long, por s ocorrerem em subsuperfcie e a grandes profundidades, no foram abordadas no presente estudo. Com base nas espessuras dos pacotes sedimentares, podem ser individualizadas trs principais zonas de captao de gua subterrnea ( Tab. 8 ): Zona 1: Captao em profundidades superiores a 1000 metros. Zona de explorao dos aqferos Sambaba e Poti-Piau, de caractersticas litolgicas predominantemente arenosas, com amplas reas de realimentao em suas zonas aflorantes. Previso de vazes acima de 100 m3/h. Explorao recomendada para empreendimentos de maior vulto populacional, industrial ou de irrigao. Zona 2: Captao dos aqferos Corda, Graja e Itapecuru, que ocupam mais de 50% da rea. Constituem aqferos livres a subconfinados, em geral satisfatrios para atender pequenos empreendimentos, com poos de at 250 metros de profundidade e vazes entre 5 e 20 m3/h. rea recomendvel para explorao de gua subterrnea para abastecimento pblico, pequena irrigao, pequena e mdia indstria, pecuria e servios em geral. Zona 3: Captao dos aqferos da Formao Barreiras e sedimentos do Quaternrio. Na Formao Barreiras, poos com profundidades mdias de 80 metros chegam a produzir 100 m3/h. Os sedimentos do Quaternrio so representados principalmente por dunas e aluvies, altamente porosos e permeveis. Recomendveis para explorao de gua subterrnea como suporte a empreendimentos de baixo e mdio porte. O aqfero Cabeas ocorre em subsuperfcie, de forma contnua, sob toda a rea, com espessuras em torno de 100 metros e uma profundidade em alguns locais superior a 1500 metros. formado essencialmente por arenitos porosos e permeveis, constituindo-se em um excelente reservatrio de gua subterrnea. O aqfero Poti-Piau dominante na poro sul da rea, onde em vrios locais recoberto pela Formao Pedra de Fogo, formando extensos chapades de topo plano, com bordas intensamente dissecadas. Hidrogeologicamente, as formaes Poti e Piau constituem uma nica unidade aqfera, no havendo entre elas unidade impermevel que as separe hidraulicamente. Apresentam uma espessura mdia, respectivamente, da ordem de 200 metros e 280 metros, representando, portanto, um pacote sedimentar de grande importncia hidrogeolgica. A Formao Pedra de Fogo consiste litologicamente de siltitos e folhelhos arroxeados, micceos, arenitos muito finos e freqentes lentes de silexitos. Ocorre no extremo-sul da rea, desde Carolina at a regio sul de Alto Parnaba,

aparecendo com destaque na Serra do Penitente. Sua litologia peltica torna-a uma unidade de fraco potencial hidrogeolgico. A Formao Motuca dispe-se segundo uma faixa irregular, desde a cidade de Carolina at So Flix de Balsas. Possui reduzido potencial hidrogeolgico, em funo do domnio de siltitos argilosos, folhelhos e arenitos muito finos. explorada principalmente por poos manuais ( 10 a 15 m ) que atingem apenas o lenol mais superficial. O aqfero Sambaba aflora quase continuamente na poro sudoeste do Estado do Maranho e caracteriza-se por seu relevo aplanado, onde se desenvolvem extenso areais, com notveis morros-testemunhos, de topos planos e escarpas abruptas, geralmente capeados por camadas baslticas. Apresenta-se como uma unidade promissora para explorao de gua subterrnea. A sua espessura mdia situa-se em torno de 300 metros e constitui um pacote sedimentar de elevada expresso como reservatrio hdrico, em funo de suas caractersticas de boa poropermeabilidade, decorrente de sua litologia predominantemente arenosa ( arenitos finos a mdios, bem selecionados ). A Formao Pastos Bons aflora principalmente nos vales dos rios Itapecuru ( entre Vrzea do Cerco e Fortuna ) e Balseiros ( entre Paraibano e a barra do rio Correntes ). Rene arenitos finos, argilosos e siltosos, com intercalaes de folhelhos. Essas caractersticas determinam um aqfero de baixa produtividade. O aqfero Corda constitui-se litologicamente de arenitos finos a mdios, amarronzados e arroxeados, quartzosos, com nveis argilosos e eventuais intercalaes de siltitos e folhelhos. Esse aqfero apresenta-se como alternativa vivel de explorao de gua subterrnea em toda poro centro-leste da rea, sobretudo, considerando-se que as formaes Itapecuru e Cod, que lhe sobrepe, muitas vezes no produzem vazes satisfatrias, alm do mais, outros sistemas aqferos mais importantes como o Poti-Piau e o Cabeas encontram-se a profundidades economicamente inviveis. Os poos que explotam esse aqfero jurssico apresentam profundidades mdias da ordem de 150 m e chegam a atingir at 480 m - funo das condies topogrficas. O nvel esttico mdio da ordem de 25 m e as vazes oscilam entre 10 e 20 m3/h. O aqfero Graja aflora na poro centro-sul e centro-oriental da rea, geralmente em forma de chapadas e mesetas arenosas de pequeno destaque topogrfico. Sua litologia constituda por arenitos rseos, cremes e esbranquiados, finos a mdios, com intercalaes de siltitos, argilitos e clsticos grosseiros. Hidrogeologicamente, apresenta potencial fraco a mdio. O aqfero Itapecuru litologicamente formado por arenitos finos a muito finos, predominantemente argilosos, esbranquiados, avermelhados e cremes, com nveis slticos e argilosos, e grosseiros na base. A recarga desse aqfero realizada, principalmente, atravs de infiltrao direta das precipitaes pluviomtricas e pelos rios que o drenam. Apesar da grande rea de ocorrncia, essa alimentao , em parte, prejudicada pelo desenvolvimento de horizontes plnticos, que constituem verdadeiras barreiras hidrogeolgicas, fazendo com que o movimento

descendente das guas infiltradas seja inibido. Por outro lado, o intenso desmatamento contribui tambm para um menor tempo de permanncia das guas precipitadas pela atmosfera no solo, acelerando os processos erosivos e provocando um maior escoamento superficial. , sem dvida, o aqfero mais explorado do Maranho, sobretudo em So Lus e So Jos de Ribamar, que captam suas guas subterrneas com poos de profundidades que variam , em mdia, entre 30 e 100 m e vazes de 5 a 12 m3/h, chegando, excepcionalmente, a atingir mais de 40 m3/h. Em funo de sua constituio predominantemente peltica, o aqfero Itapecuru pode ser classificado como de potencial fraco a mdio, chegando, em muitos casos, a ser desprezado para explorar-se aqferos mais profundos, como o Corda e o Sambaba, ao pretender-se obter melhores vazes. O aqfero Barreiras constitudo por clsticos finos a grosseiros, heterogneos, mal consolidados e rene arenitos mdios a conglomerticos, siltitos e argilas de cores variegadas. Constitui um sistema aqfero livre, descontnuo, heterogneo e de boa poro-permeabilidade. Acha-se influenciado pelas feies topogrficas do terreno, sendo suas guas comumente drenadas para locais mais baixos, onde o lenol subterrneo aflora, dando origens a fontes ou surgncias, que em alguns casos correspondem s nascenas de pequenos crregos ou aumentam o caudal de rios, que constituem os principais exutrios desse aqfero. Representa uma unidade geohdrica bastante promissora captao de gua subterrnea, onde os horizontes produtores so determinados pelos pacotes arenticos e conglomerticos. Trata-se de um aqfero de potencial hidrogeolgico mdio a alto, podendo comumente produzir vazes de at 100 m3/h, sendo sua profundidade mdia de explorao 60-80 metros. As aluvies ocupam, principalmente, as calhas de drenagem dos grandes rios da rea, como o Mearim, o Itapecuru, o Graja e o Pindar. Apresentam excelente porosidade e permeabilidade e boas perspectivas hidrogeolgicas, sobretudo voltadas para poos rasos e que visem modestas demandas, para o atendimento a pequenos aglomerados populacionais e fazendas. A leste do Golfo Maranhense, ocorrem amplos areais com formao de dunas, constituindo os Lenis Maranhenses, que se estendem at a baa de Tutia, ocupando uma rea de 1500 km2, com dunas de at 50 m de altura, entremeadas de lagoas. Com as chuvas que caem no incio do ano, afloram os lenis freticos nas partes mais baixas, formando lagoas de gua doce, algumas com mais de 100 m de extenso. Na poca da estiagem, de julho a dezembro, a maior parte dessas lagoas seca e apenas os rios e lagoas maiores resistem. Com a chegada do novo ciclo de chuvas, as lagoas voltam a ser abundantes, embora, muitas vezes, em lugares e com contornos diferentes, devido grande movimentao dessas areias, provocada pelo vento, que j soterrou vilas e at um aeroporto, em 1979, na cidade de Tutia e ameaa invadir trechos da cidade de Barreirinhas.

4.3 - SITUAO ATUAL DOS RECURSOS HDRICOS

O Maranho, o mais amaznico dos estados nordestino, inclusive com parte de seu territrio pertencente Amaznia Legal - e isto sinnimo de abundncia de recursos hdricos superficiais - vem sofrendo, ao longo dos ltimos anos, perdas considerveis desses recursos. Rios como o Mearim, o Itapecuru e o Pindar, outrora piscosos e caudalosos, so hoje, praticamente, estreis e atravessados, em certos trechos, a p nos meses de vero. Alguns rios menores, como o Zutiua, o Codozinho e o Pirapemas chegaram a cortar recentemente. O transporte fluvial, uma das antigas tradies do Estado, tornou-se praticamente invivel, tal o assoreamento que hoje ocorre. Os vales do Mearim e do Itapecuru, segundo depoimento de antigos moradores ribeirinhos, foram como que encolhendo, merc da fora brutal das queimadas e desmatamentos, que exauriram os solos, desagregando-os e tornando-os mais vulnerveis ao impacto pluvial. Associado a esse processo, ocorre, conjuntamente uma reduo dos recursos hdricos subterrneos medida em que a retirada da vegetao favorece o escoamento superficial, inibindo o armazenamento de gua subterrnea e sua posterior retransmisso aos cursos dgua. Apesar de ter seu territrio quase todo includo num dos mais expressivos mananciais de gua subterrnea do pas, de importncia fundamental a preservao e conservao dos recursos hdricos, com especial ateno aos chapades do sul do Estado, onde se origina boa parte da drenagem maranhense.

5 - ZONEAMENTO GEOAMBIENTAL

5.1- CONDICIONANTES MORFOESTRUTURAIS A anlise dos condicionantes morfoestruturais importante como base para a compartimentao dos sistemas naturais. Esta compartimentao baseouse na interrelao dos fatores geolgicos e geomorfolgicos, considerando-se o arranjo litoestrutural que compreende a orientao e o direcionamento das lineaes estruturais dos pacotes rochosos, com a relao dos padres e hierarquia da drenagem com a litoestrutura, bem como a forma e o posicionamento altimtrico dos modelados e a natureza das formaes superficiais. Esta anlise permitiu, no Estado do Maranho, a identificao de trs domnios onde os fatos geomorfolgicos se organizam de acordo com os aspectos amplos da geologia, como as provncias estruturais, e eventualmente se relacionam predominncia de uma litologia especfica como o caso dos depsitos inconsolidados do Quaternrio. Os domnios morfoestruturais foram subdivididos em compartimentos definidos pela influncia da natureza das litologias, os traos estruturais, a disposio e as feies tpicas do modelado e da rede de drenagem (Fig. 08). Domnio I - Faixas de Dobramentos Pr-Cambrianos Ocorre no noroeste do Estado, no mdio e baixo rio Gurupi, e constitudo pelas litologias pr-cambrianas dobradas e falhadas onde predominam os gnaisses, migmatitos, xistos, rochas granticas e metassedimentos que compem o complexo, os grupos e formaes da rea. Subdivide-se em dois compartimentos ( Fig. 08). a) Corresponde s colinas e cristas dispostas, preferencialmente na direo NO-SE, talhadas nos gnaises e migmatitos do Complexo Maracaum, nos xistos da Formao Santa Luzia e nos metassedimnetos do Grupo Gurupi. A presena de falhamentos em blocos aliados litologia originaram inmeras cachoeiras no leito do rio Gurupi. b) Os processos erosivos que agiram sobre a rea fizeram com que as influncias das rochas intrusivas e extrusivas da Formao Troma no se refletissem intensamente no relevo que caracterizado por colinas e lombas suaves e planos rampeados em direo aos rios principais. Domnio II - Bacia Sedimentar do Rio Parnaba e Coberturas Plio-Pleistocnicas Este domnio abrange quase toda a rea estudada. As diferenciaes litoestruturais que a ocorrem e que se refletem no relevo, permitiram a identificao de 19 compartimentos (Fig. 08).

a) No sul da rea ocorre, em pequena extenso, os arenitos da Formao Urucuia que compem a vertente norte da Chapada das Mangabeiras que mais expressiva em terras baianas. b) Nas cabeceiras do rio Parnaba, os arenitos da Formao Sambaba com intruses incipientes de basalto da Formao Mosquito, originaram rampas em direo aos rios principais. c) As Coberturas Detrticas-Laterticas que recobrem os arenitos, argilitos e siltitos da Formao Pedra de Fogo originaram as Chapadas do Alto Parnaba (Serra do Penitente). A ocorrncia de silexitos mantm as escarpas que limitam as chapadas. d) A instalao da drenagem no alto curso do rio Parnaba exps os arenitos subordinados a siltitos, argilitos e folhelhos da Formao Piau, formando vos pedimentados. e) os processos erosivos agindo sobre os arenitos, argilitos e siltitos da Formao Pedra de Fogo mais os folhelhos, siltitos e calcrios da Formao Motuca e os siltitos, argilitos e folhelhos da Formao Piau originaram planos irregulares que se estendem do rio Tocantins a oeste, acompanhando o rio Sereno, at o rio Parnaba a leste, margeando este e tambm, a drenagem do rio das Balsas. f) Na parte sudoeste ocorrem planos talhados sobre os arenitos da Formao Sambaba, intercalados por relevos residuais sustentados por fcies mais resistente do arenito e pelas intruses de basalto da Formao Mosquito em subsuperfcie. g) Entre Fortaleza dos Nogueiras e Porto Franco ocorrem planos talhados sobre os basaltos da Formao Mosquito e os arenitos da Formao Sambaba; localmente verificam-se Coberturas Detrticas-Laterticas. h) Contornando os Chapades da alta bacia do rio Itapecuru a eroso exps os arenitos da Formao Sambaba, originando relevos em posio altimtrica inferior aos Chapades. A instalao da drenagem do alto Itapecuru, nestas litologias, originou vales amplos, pedimentados. i) Na parte central da rea estudada ocorrem os arenitos friveis da Formao Graja e Coberturas Detriticas-Laterticas, originando a Chapada de Barra do Corda, mantida pela presena de nveis de concrees ferruginosas. j) A ocorrncia de litologias das Formaes Cod, Corda e Itapecuru - arenitos argilosos, siltitos, folhelhos, margas e calcrios originaram os planos, lombas e colinas da Depresso de Imperatriz. l) Trata-se dos Chapades da alta bacia do rio Itapecuru onde domina uma Cobertura Detrtica-Latertica de espessura varivel, chegando a 20 m, sustentada por camada latertica contnua com espessura de at 4 m.

m) A drenagem utilizando-se de zonas de fraqueza de direo sulnorte, dissecou os conglomerados basais e arenitos argilosos da Formao Pastos Bons e abriu vales amplos, dissecados em colinas; em alguns trechos das encostas que limitam os chapades dos vales, h ocorrncia de diabsio na forma de soleiras e diques da Formao Sardinha. n) Na mdia bacia do Itapecuru ocorrem os tabuleiros sobre cobertura areno-argilosa inconsolidada que chega a 20 m de espessura. O entalhe da drenagem, obedecendo s direes estruturais NW-SE e NE-SW, exps os arenitos da Formao Corda, que afloram nos vales. o) A oeste de Caxias, os arenitos avermelhados da Formao Motuca e os arenitos argilosos da Formao Corda permitiram a elaborao de uma superfcie plana em cotas altimtricas inferiores aos relevos circundantes. p) Na parte central do Maranho destaca-se numa faixa de direo norte-sul, um planalto que dissecou em morros e colinas a seqncia inferior da Formao Itapecuru, onde predomina uma seqncia oxidante de siltitos e argilitos avermelhados. A drenagem exps em alguns trechos, os folhelhos fossilferos por vezes calcferos da Formao Cod. q) A ao erosiva sobre coberturas detrticas-lateritcas que recobrem a Formao Itapecuru originou um planalto dissecado que vai do rio Gurupi ao rio Graja. A drenagem principal est orientada na direo SW-NE e N-S. r) A seqncia superior da Formao Itapecuru representada por arenitos argilosos oxidados com intercalaes de argilitos e siltitos argilosos, possibilitou a elaborao de uma superfcie plana dissecada em alguns trechos em lombas e colinas. Esta superfcie que contorna a Baixada Maranhense, estende-se para oeste at o rio Gurupi. s) Nas proximidades do litoral norte do Estado, estendendo-se at a ilha de So Lus, destacam-se baixos plats, dissecados em lombas e colinas, talhados em Coberturas Detrticas-Laterticas que recobrem a Formao Itapecuru. t) A Formao Barreiras que ocorre na parte nordeste composta a, por sedimentos pouco consolidados, constitudos de arenitos slticos-argilosos mal selecionados com nveis conglomerticos, correspondendo a topos planos entalhados pela drenagem que abriu vales alargados e dissecados em lombas.

Domnio Quaternrios

III

-

Depsitos

Sedimentares

Inconsolidados

Dispem-se ao longo da costa e sua identidade litolgica refletida no relevo, permitiu sua identificao. composto por dois compartimentos (Fig. 08).

a) Corresponde aos depsitos flvio-marinhos e s aluvies holocnicas que compem as reas inundadas e/ou sujeitas a inundaes da Baixada Maranhense e as plancies flvio-marinhas com mangues que ocorrem ao longo da linha de costa e na foz dos rios principais. b) Os sedimentos que ocorrem entre a baa de So Jos e a foz do Parnaba so representados pelos depsitos elicos que compem as geraes de dunas dessa rea, e pela cobertura de areias quartzosas bem selecionadas caracterizada por depsitos de origem marinha que recobrem um relevo plano.

5.2 - REGIES E SISTEMAS NATURAIS

No Estado do Maranho foram identificadas cinco regies definidas pelas similaridades dos condicionantes regionais: bioclimticos, geolgicos e geomorfolgicos. Essas regies englobam 28 sistemas naturais identificados pela convergncia das semelhanas dos seus componentes fsicos e biticos e de suas dinmicas. Esses sistemas encerram unidades elementares de anlise denominadas geofcies, que traduzem as particularidades do relevo e dos solos, descritos no quadro 01. Essas regies, sistemas naturais e geofcies esto cartografados no Mapa Geoambiental em anexo. A- Plancies e Tabuleiro na Regio das Formaes Pioneiras. Posicionada na parte norte do Estado, nas proximidades do litoral, esta regio est inserida no domnio das Formaes Pioneiras submetidas a um clima mido. Corresponde s reas planas em cotas altimtricas que variam de 0 a 50m, talhadas sobre os depsitos sedimentares inconsolidados quaternrios. Abrange trs sistemas naturais. Plancies Litorneas (1) Compreendem trs geofcies (quadro 01) e correspondem s reas planas, em cotas altimtricas que no ultrapassam os 10m, resultantes da acumulao flvio-marinha. Essas reas acham-se muito recortadas por canais, formando ilhas, constitudas por sedimentos quaternrios inconsolidados onde dominam os Solos de Mangue. Em alguns trechos do litoral ocidental, ocorrem reas inundadas com solos hidromrficos representados pelos Gleissolos. J na poro oriental, ocorrem dunas parcialmente fixadas pela vegetao em meio s reas de mangue. Nessa unidade predominam os ambientes instveis com vulnerabilidade aos processos erosivos muito alta. O clima regional mido com pluviosidade anual em torno de 2.000 mm, e domina uma vegetao de Formaes Pioneiras Flvio-Marinhas e Marinhas. Nesse sistema a principal atividade a pesca e a cata de mariscos.

Tabuleiros do Lenis Maranhenses (2) Esta unidade apresenta cinco geofcies (quadro 01) e caracteriza-se por uma rea plana com altitudes em torno de 0 a 40m, formada por depsitos elicos e marinhos quaternrios, com a presena de dunas de diferentes geraes e de lagoas. A rea de dunas mais significativa ocorre nas proximidades do litoral e conhecida como Lenis Maranhenses. So dunas mveis com formas diferenciadas, em barcanas, crescentes e parbolas entre outras, sem colonizao vegetal. comum entre elas, a ocorrncia de lagoas de guas escuras resultantes do afloramento do lenol fretico; algumas dessas lagoas so temporrias, desaparecendo durante o perodo seco. Os planos arenosos dispostos mais para o interior esto recobertos por Areias Quartzosas Marinhas com Formaes Pioneiras Marinhas. Em alguns trechos, tambm mais para o interior, destacam-se dunas de uma gerao anterior s do litoral, atualmente j colonizadas pela vegetao. Localmente, prximo a canais de drenagem, ocorrem reas inundadas com Gleissolos e Areias Qartzosas Marinhas e a plancie flvio-marinha com Solos Indiscriminados de Mangue. Esses ambientes so fortemente instveis com vulnerabilidade crtica, , com exceo dos planos arenosos cuja vulnerabilidade muito alta, caracterizando-se assim como muito frgeis. O clima regional mido com pluviosidade anual entre 1.500 e 2.000 mm. Esta rea utilizada pelas atividades tursticas, principalmente nas dunas prximas a Barreirinhas. Baixada Maranhense (3) Composta por trs geofcies (quadro 01) corresponde a reas inundadas e/ou sujeitas a inundaes, em cotas altimtricas variando de 20 a 55 m, constitudas por depsitos flvio-marinhos holocnicos onde dominam os Gleissolos e Solos Aluviais, recobertos pela vegetao de Formaes Pioneiras Aluviais. Esta rea utilizada pela atividade pesqueira e a cata de mariscos. Nas proximidades do litoral ocorrem a plancie flvio-marinha com Solos Indiscriminados de Mangue e nos planos interfluviais, os solos dominantes so os Plintossolos e a cobertura vegetal a vegetao secundria da Floresta mais Formaes Pioneiras Aluviais e a agropecuria com criao predominantemente de bubalinos. O clima regional mido com pluviosidade anual variando de 1.700 a 1.900 mm. Nessa unidade dominam os ambientes instveis com vulnerabilidade muito alta. B- Superfcies e Tabuleiros na Regio da Floresta Ombrfila Esta regio est situada na parte noroeste do Estado, correspondendo s superfcies dissecadas em baixas colinas que ocorrem na bacia do Gurupi e aquela que contorna a Baixada Maranhense, alm dos tabuleiros costeiros. Correspondem a cinco sistemas naturais. A Floresta Ombrfila que caracteriza a regio prpria de clima mido com chuvas distribudas durante o ano e com temperaturas acima de 25 C, o que determina uma situao onde as rvores no perdem suas folhas. Superfcie Sublitornea de Bacabal (4)

Engloba cinco geofcies (quadro 01) e caracteriza-se por uma superfcie rampeada, com nveis altimtricos entre 70 e 100m, correspondendo a um relevo plano com dissecao incipiente em lombas e colinas, onde em alguns trechos, destacam-se morros residuais. Estas formas foram modeladas nos siltitos, argilitos e por vezes arenitos argilosos da Formao Itapecuru que originaram Plintossolos, Plintossolos Concrecionrios e Podzlicos Vermelho-Amarelos Concrecionrios. Prximo a foz do rio Itapecuru, h ocorrncia de granito-gnaisse com cobertura detrtica, em relevo plano com Latossolos Amarelos. A anlise da dinmica dessa rea mostra um domnio dos ambientes em transio ou com tendncia instabilidade, com vulnerabilidade moderada. Nessa unidade a floresta foi devastada para dar lugar a implantao de grandes pastagens e na rea de Rosrio destaca-se um polo industrial. O clima regional mido com pluviosidade anual de 1.700 a 1.900 mm. Superfcie do Gurupi (5) Abrange quatro geofcies (quadro 01), tratando-se de uma superfcie rampeada em direo as rio Gurupi, talhada em siltitos e argilitos com intercalaes de arenitos argilosos da Formao Itapecuru onde dominam os Plintossolos. Na parte sudeste esta superfcie est dissecada em colinas e localmente morros com solos Podzlicos Vermelho-Amarelos. Em alguns trechos as colinas esto recobertas por solos Podzlicos Vermelho-Amarelos Concrecionrios. As cotas altimtricas desta unidade decaem de sul para norte e de leste para oeste, em direo ao rio Gurupi e variam de 20m nas proximidades do litoral, at 300 m no limite com o Planalto Dissecado do Pindar/Graja e h um domnio dos ambientes em transio com vulnerabilidade moderada. A Floresta Ombrfila nessa rea est conservada e se mantm em funo da Reserva Florestal do Gurupi; em vrios trechos a floresta foi devastada dando lugar a vegetao secundria, a agropecuria e a agricultura de subsistncia. O clima regional mido com pluviosidade anual variando de 1.600 a 2.000 mm. Superfcie do Baixo Gurupi (6) Localizada no extremo noroeste do Estado com altimetrias variando de 10 a 40 m, essa unidade compe-se de quatro geofcies (quadro 01) e caracterizase como uma superfcie rampeada em direo ao litoral, esculpida em rochas intrusivas e extrusivas da Formao Troma, de idade pr-cambriana. Os processos erosivos que agiram nessa rea mascararam as influncias litolgicas sobre o relevo e os solos que correspondem a planos com Plintossolos e colinas e lombas com Podzlicos Vermelho-Amarelos Concrecionrios, caracterizando o ambiente como em transio, com vulnerabilidade moderada. O clima regional mido com pluviosidade anual variando de 1.600 a 2.200 mm e domina a vegetao secundria da floresta com agropecuria. Nas proximidades de Aurizona e outras reas do municpio de Godofredo Viana, ocorrem minerao e garimpo de ouro.

Colinas e Cristas do Gurupi (7) Situada no mdio rio Gurupi, no noroeste do Estado , esta unidade contm trs geofcies (quadro 01) e caracteriza-se por uma dissecao em colinas e cristas dispostas preferencialmente de noroeste para sudeste, em funo da estrutura geolgica que exps os gnaisses e migmatitos do Complexo Maracaum, os xistos da Formao Santa Luzia e metassedimentos do Grupo Gurupi. Sobre esses relevos se desenvolveram solos Podzlicos Vermelho-Amarelos Concrecionrios; entre as colinas e as cristas ocorrem planos rampeados com Plintossolos. Esse um ambiente em transio com dominncia da vulnerabilidade baixa e moderada. Esta unidade est em cotas altimtricas de 80 a 170m e est na rea da Reserva Florestal do Gurupi mas em alguns trechos ocorre extrativismo vegetal e em outros a floresta foi devastada para a implantao de agropecuria e minerao de ouro. O clima regional mido com pluviosidade anual entre 1.600 a 2.200 mm. Tabuleiros Costeiros Maranhenses (8) Na parte norte do Estado, inclusive na ilha de So Lus, ocorre um relevo plano e/ou dissecado em colinas e lombas, talhados sobre Coberturas Detrticas-Laterticas que geraram Latossolos Amarelos, com vulnerabilidade baixa e moderada. Esses relevos esto em cotas altimtricas que variam em torno de 10 a 40m. Onde a cobertura foi retirada, afloram os siltitos e argilitos da Formao Itapecuru num relevo em colinas com solos Podzlicos Vermelho-Amarelos Concrecionrios e vulnerabilidade alta. Esta unidade compe-se de trs geofcies (quadro 01) e apresenta um clima regional mido com pluviosidade anual variando de 1.800 a 2.000 mm, e uma dominncia da vegetao secundria da floresta mais agropecuria; na ilha de So Lus alm do distrito industrial, destaca-se a atividade mercantilista e o setor servios empregando grande contigente de mo-de-obra do Estado. Alm disso ocorre a atividade turstica aproveitando a beleza das praias da rea e o casario da poca colonial. C- Planaltos na Regio das Florestas Estacional e Ombrfila Na parte central do Estado do Maranho ocorrem dois planaltos dissecados, numa rea de variao climtica que vai do mido na poro norte, ao submido a semi-rido no sul. Essa variao gerou o aparecimento de duas feies florestais na rea: a da Floresta Ombrfila e a da Floresta Estacional, onde as rvores perdem parte de suas folhas durante o perodo da estiagem. Planalto Dissecado do Pindar/Graja (09) Esta unidade contm nove geofcies (quadro 01) e caracteriza-se por topos planos, onde a vulnerabilidade muito baixa, e vertentes dissecadas em coberturas detrticas, com nveis laterticos, de idade pleistocnica, onde a vulnerabilidade dominante alta. Os topos planos em altitudes de 100 a 300 m,

acham-se limitados por escarpas e correspondem a restos de chapadas que foram isolados pela dissecao e mantidos pelos nveis laterticos. Nessas reas h uma dominncia dos Latossolos Amarelos. Nas reas onde a dissecao exps as litologias da Formao Itapecuru dominam os Podzlicos Vermelho-Amarelos eutrficos, licos e distrficos e em alguns trechos ocorrem planos rampeados com Areias Quartzosas. O clima regional varia de mido na parte norte da unidade, ao submido a semi-rido no sul, com pluviosidade anual variando de 1.000 a 1.800 mm.A cobertura vegetal dominante a Floresta Ombrfila onde ocorre o extrativismo vegetal de madeira, principalmente na parte oeste da unidade. Alm disso, em certos trechos destacam-se a vegetao secundria e a agropecuria. A sudeste ocorrem reas de Savana Arbora Aberta. Planalto Dissecado do Itapecuru (10) Com altitudes entre 140 e 200m este planalto apresenta sete geofcies (quadro 01) e caracteriza-se por colinas e morros onde ocorrem solos Podzlicos Vermelho-Amarelos Concrecionrios, em siltitos e argilitos com intercalaes de arenitos argilosos da Formao Itapecuru. Entre esses relevos observam-se vales pedimentados com Podzlicos Vermenho-Amarelos eutrficos derivados dos folhelhos, siltitos argilosos, calcrios e margas da Formao Cod. Em alguns trechos destacam-se relevos residuais de topo plano e colinas, recobertos por Latossolos Amarelos. No trecho cortado pelo rio Itapecuru observa-se um relevo plano que corresponde a um antigo nvel de terrao desse rio, com Areias Quartzosas e Plintossolos. H um domnio dos ambientes instveis com vulnerabilidade alta. Nesta unidade cujo clima regional varia de submido a semi-rido e submido com pluviosidade anual entre 1.400 e 1.600 mm, a vegetao original de floresta foi substituda pela agropecuria e pela agricultura de subsistncia praticada principalmente nos vales; na rea de Cod destaca-se a minerao de calcrio e gipsita. D- Chapada, Tabuleiros e Depresso na rea de Tenso Ecolgica da Savana/Floresta Estacional Posicionada na parte centro-leste da rea estudada, esta regio que engloba seis sistemas naturais, marca a transio dos climas midos para os semiridos, com a dominncia do tipo climtico submido a semi-rido. Essa transio tambm marcada pela rea de Tenso Ecolgica da Savana com a Floresta Estacional. Chapada de Barra do Corda (11) Situada na parte central do Maranho, esta unidade engloba seis geofcies (quadro 01) e caracteriza-se pela dominncia dos relevos planos com dissecao em lombas e em amplos interflvios tabulares, talhados em coberturas detrticas com nveis laterticos que geraram Latossolos Amarelos. Essas caractersticas indicam uma vulnerabilidade baixa para essa rea. Esses nveis mais

resistentes que mantm o topo da chapada que est em cotas altimtricas de 80 a 300 m. Na parte leste, a eroso exps os arenitos friveis da Formao Graja com relevo dissecado em colinas e Podzlicos Vermelho-Amarelos Concrecionrios, com alta vulnerabilidade aos processos erosivos. Ao longo de alguns vales, as litologias baslticas da Formao Mosquito originaram solos de mdia fertilidade (Podzlicos Vermelho-Amarelos eutrficos) sobre lombas e colinas ( vulnerabilidade baixa). O clima regional submido a semi-rido com pluviosidade anual de 1.000 a 1.300 mm. Esta uma rea de contato da Savana com a Floresta Semidecidual que em alguns trechos foram devastadas para dar lugar agropecuria e agricultura de subsistncia. Depresso de Imperatriz (12) Posicionada entre um planalto e um patamar, na parte oeste da rea, na margem direita do rio Tocantins, esta unidade contm dez geofcies (quadro 01) e est em nveis altimtricos de 95 m, chegando em alguns trechos a 300 m. Caracteriza-se por relevos planos rampeados em direo drenagem com Podzlicos Vermelho-Amarelos, Latossolos Amarelos e Areias Quartzosas. Nas reas dissecadas dominam os solos Podzlicos Vermelho-Amarelos eutrficos, Brunizens, Podzlicos Vermelho-Amarelos Concrecionrios e Latossolos Amarelos. Na parte sul e sudeste ocorrem reas abaciadas periodicamente inundadas e colinas com Vertissolos. Nessa unidade a vulnerabilidade baixa nos topos e alta nos dissecados e reas inundadas. O substrato rochoso dessa rea composto por arenitos argilosos, siltitos, folhelhos, margas e calcrios das Formaes Itapecuru e Cod. O clima regional mido com pluviosidade anual entre 1.300 e 1.800 mm. H uma dominncia da agropecuria mais a vegetao secundria da floresta e agricultura de subsistncia e alguns trechos ocorre contato da Savana com a Floresta. Na parte oeste destaca-se a agricultura comercial de cana-de-acar. Tabuleiros Sublitorneos (13) Esta unidade engloba dois geofcies (quadro 01) e situa-se no nordeste do Estado, correspondendo a um relevo plano entalhado por uma drenagem de direo predominante sul-norte, ao longo da qual ocorrem lombas e colinas suaves, sobre os arenitos slticos-argilosos da Formao Barreiras. Os Latossolos Amarelos que dominam na rea esto associados a Areias Quartzosas e o clima regional o submido com pluviosidade anual entre 1.400 e 1.600 mm. Esse um ambiente em transio, com vulnerabilidade baixa nos topos e moderada nos dissecados. As altitudes nessa rea variam de 25 a 100 m, decaindo de sul para norte e nesse sistema a cobertura vegetal representada pelo contato de Savana com a Floresta mais a agropecuria.

Patamar de Caxias (14) Caracteriza-se por reas planas, rampeadas em relao drenagem, com Plintossolos e Areias Quartzosas resultantes da cobertura areno-argilosa descontnua sobre os arenitos argilosos de Formao Corda. Destacam-se na paisagem, relevos residuais em colinas, cristas, pontes e morros talhados nos arenitos argilosos da Formao Motuca com solos Podzlicos Vermelho-Amarelos Concrecionrios. Essas caractersticas fazem dessa rea um ambiente instvel com predominncia da vulnerabilidade alta. Esta unidade que composta por quatro geofcies (quadro 01), est em altitudes que variam de 120 a 155 m e sob clima regional submido a semi-rido com pluviosidade anual entre 1.300 e 1.500 mm. A cobertura vegetal representada pelo contato da Savana com a Floresta com o predomnio da primeira. Esta vegetao tem sido devastada para dar lugar a agropecuria e a agricultura de subsistncia. Caxias que a principal cidade da rea em questo, destaca-se como um polo industrial que emprega um grande contingente da mo-de-obra local. Tabuleiros do Parnaba (15) Na margem esquerda do rio Parnaba ocorrem planos irregulares em nveis altimtricos diferenciados (entre 20 a 400 m - na parte sul ), modelados em cobertura areno-argilosa com nvel concrecionrio na base, com Latossolos Amarelos e Podzlicos Vermelho-Amarelos e apresentam uma baixa vulnerabilidade aos processos erosivos. Nas vertentes dissecadas em colinas e morros ocorrem os solos Podzlicos Vermelho-Amarelos Concrecionrios e Solos Litlicos e as litologias dominantes so representadas pelos arenitos, siltitos e folhelhos das Formaes Pedra de Fogo e Piau. Principalmente nas reas de Solos Litlicos, os problemas erosivos so intensos, com ravinamentos expressivos, traduzindo um ambiente fortemente instvel com vulnerabilidade crtica. Nesta unidade onde foram mapeados seis geofcies (quadro 01), o clima regional submido a semi-rido com pluviosidade anual variando de 1.100 a 1.400 mm e a vegetao caracterizada pelo contato da Savana com a Floresta, dominando a Savana Arbrea Aberta, descaracterizada em alguns trechos, para implantao da agropecuria e agricultura de subsistncia.Nas proximidades de Coelho Neto ocorre a agricultura comercial da cana-de-acar e reflorestamento . Tabuleiros do Mdio Itapecuru (16) Neste sistema natural com seus trs geofcies (quadro 01), h um predomnio dos topos dissecados em lombas e colinas entalhadas em cobertura arenoargilosa por vezes concrecionria sobre os arenitos argilosos finos a mdios da Formao Corda, em nveis altimtricos variando de 180 a 240 m, recobertos por Latossolos Amarelos. A, a vulnerabilidade baixa nos dissecados em lombas e moderada nas reas colinosas. Ao longo da drenagem ocorre uma dissecao em colinas com Podzlicos Vermelho-Amarelos Concrecionrios, onde as condies ambientais indicam uma vulnerabilidade alta.

O clima regional o submido a semi-rido com pluviosidade anual variando de 1.200 a 1.400 mm e a vegetao caracterizada pelo contato Savana/Floresta com a agropecuria e agricultura de subsistncia. D- Chapadas, Tabuleiros e Depresses na Regio da Savana Situada na parte sul do Maranho, esta regio pertence ao domnio da Savana (Cerrado) sob influncia do clima submido a semi-rido, englobando 11 sistemas naturais. Patamar das Cabeceiras do Mearim (17) Corresponde a planos rampeados com Latossolos Amarelos e Areias Quartzosas sobre cobertura areno-argilosa, em nveis altimtricos que variam de 200 a 500 m. Em alguns trechos, principalmente no baixo curso do rio Alpercatas e seus afuentes, o relevo em colinas com Latossolos Amarelos e Podzlicos VermelhoAmarelos Concrecionrios em arenitos da Formao Sambaba. Os morros residuais que se destacam na paisagem, apresentam Solos Litlicos. A vulnerabilidade nessa rea varia de moderada a muito alta, dependendo das caractersticas ambientais. Nessa unidade composta por quatro geofcies (quadro 01), domina um clima regional submido a semi-rido com pluviosidade anual variando de 1.000 a 1.200 mm e a cobertura vegetal a Savana Parque mais a Savana Arbrea Aberta. Patamar de Porto Franco/Fortaleza dos Nogueiras (18) Na parte oeste do Estado, a presena dos basaltos da Formao Mosquito geraram solos de alta fertilidade natural, representados pela Terra Roxa Estruturada em lombas e colinas, o que dominante e caracteriza essa unidade, e nas reas abaciadas sujeitas a inundaes peridicas, por Vertissolos. A ocorrncia dos arenitos da Formao Sambaba responsvel pelo aparecimento dos solos de baixa e mdia fertilidade natural: Areias Quartzosas e Latossolos Roxos nos relevos planos, Podzlicos Vermelho-Amarelos Concrecionrios e Solos Litlicos nas colinas e morros. As caractersticas ambientais desse sistema, indicam um predomnio da vulnerabilidade alta. Nessa unidade composta por nove geofcies (quadro 01), as cotas altimtricas variam de 150 m nas proximidades do rio Tocantins, a 650m na parte leste; o clima regional o submido a semi-rido na parte sul, e submido no norte, com pluviosidade anual entre 1.300 e 1.600 mm e a vegetao dominante a da Savana em suas trs fisionomias: Savana Arbrea Aberta e Densa, e Savana Parque. Em alguns trechos essa vegetao deu lugar a agropecuria. Planos Arenosos de Riacho (19) Esta unidade com seus quatro geofcies (quadro 01), localiza-se no sudoeste do Estado, na rea drenada pelo rio Tocantins e caracteriza-se pelos planos com Areias Quartzosas resultantes da decomposio dos arenitos da Formao Sambaba, em altitudes em torno de 150 m. Esses planos ocorrem ao longo da drenagem e entre relevos residuais conformando mesas com Solos Litlicos, e em

alguns trechos com Terra Roxa Estruturada, em altitudes de 400m. Esses relevos so mantidos por fcies resistentes do arenito e pelas intruses de basalto da Formao Mosquito em subsuperfcie. Localmente ocorre relevo plano em posio interfluvial com Latossolo Roxo. Essas caractersticas indicam ambientes instveis com vulnerabilidade alta, com exceo dos planos com Terra Roxa que por sua constituio, tratam-se de um ambiente estvel com vulnerabilidade muito baixa. O clima regional submido na parte norte e submido a semirido no setor sudeste, com pluviosidade anual entre 1.300 e 1.700 mm e a vegetao dominante a Savana (Arbrea Densa e Aberta, e Savana Parque) e em alguns locais a atividade turstica representada pelas cachoeiras dos rios Itapicuru, Farinha e Ribeiro Pedra Cada, afluentes do Tocantins, e tambm pelas praias desse rio. Depresso do Rio Sereno (20) Situada na parte sudoeste do Estado, esta unidade com cinco geofacies (quadro 01), est em altitudes de 170 a 300 m e caracteriza-se pelo domnio dos relevos rampados em direo drenagem, com Plintossolos e Areias Quartzosas. Em alguns trechos ocorrem relevos residuais de topo plano com Latossolos Amarelos e morros residuais com Podzlicos Vermelho-Amarelos Concrecionrios. No centro leste deste sistema natural, observam-se reas abaciadas sujeitas a inundaes peridicas, em solos com problemas de drenagem (Plintossolos). A litologia dominante representada por arenitos argilosos, arenitos friveis, siltitos e folhelhos s vezes calcferos, da Formao Motuca e arenitos argilosos, siltitos e folhelhos com ndulos de silexito da Formao Pedra de Fogo. Dependendo das condies ambientais, a vulnerabilidade nessa rea varia de baixa nos planos com Latossolos, a muito alta nas reas sujeitas a inundaes. O clima regional submido e submido a mido, com pluviosidade anual entre 1.200 a 1.700 mm. H um domnio da Savana Arbrea Aberta e Densa localmente descaracterizada pela agropecuria. A cidade de Carolina situada nessa rea, funciona como um polo turstico onde destacam-se as praias formadas pelo rio Tocantins e as cachoeiras da regio.

Tabuleiros de Balsas (21) Compem-se de oito geofcies (quadro 01) e caracterizam-se por relevos planos localmente limitados por escarpas com Latossolos Amarelos (vulnerabilidade baixa) e Areias Quartzosas (vulnerabilidade alta), resultantes da cobertura areno-argilosa e por vertentes dissecadas em lombas e colinas onde ocorrem solos Plintossolos, Podzlicos Vermelho-Amarelos, Podzlicos Vermelho-Amarelos Concrecionrios e localmente Cambissolos, com vulnerabilidade alta e muito alta. As litologias dominantes a so os arenitos argilosos, s