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MAPEAMENTO DE PESQUISAS SOBRE ENSINO SECUNDÁRIO EM MATO GROSSO (DÉCADAS 1930-1940) Eglem de Oliveira Passone Rodrigues 21 Universidade Federal da Grande Dourados Kênia Hilda Moreira 22 Universidade Federal da Grande Dourados Agência financiadora: CAPES Resumo: O objetivo do trabalho consiste em apresentar um mapeamento da produção acadêmica sobre o ensino secundário em Mato Grosso entre as décadas de 1930 e 1940, correspondendo à Era Vargas. Foi selecionado como meio de busca: o Banco de Teses e Dissertações da CAPES; entre os anais de eventos da área: os três últimos anais da Reunião Anual da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd Nacional 34ª à 36ª); e os cinco últimos Anais do Congresso Brasileiro de História da Educação (CBHE III ao VII); o último Anais do Congresso Ibero-americano de História da Educação (CIHELA XI); os dois últimos do Congresso Luso-brasileiro de História da Educação (COLUBHE IX e X); os Anais do I e II Encontro de História da Educação do Centro-Oeste (EHECO); e os dois últimos Encontros de Pesquisa em Educação da ANPEd Centro-Oeste (XI e XII). Também foram analisadas as publicações das revistas: Cadernos de História da Educação (CHE) de 2002 até 2014, além da Revista Brasileira de Educação (RBHE) com publicações de 2001 à 2015. O resultado do balanço permitiu uma análise quanti-qualitativa. Foram localizados 370 trabalhos que abordam Mato Grosso em suas pesquisas, dentre os quais 46 mencionam o ensino secundário entre as décadas de 1930 e 1940 em Mato Grosso Uno. Conclui-se que há uma escassez de trabalhos que tratam da temática, ao considerar que o “Ensino Secundário” e a “Era Vargas” são apenas tangenciados em grande parte das obras localizadas. Palavras-chave: Mapeamento. Ensino secundário. Mato Grosso na Era Vargas. Introdução O ensino público e particular do Estado compreende: O superior [...] O secundário – Liceu Cuiabano equiparado ao Ginásio Pedro 2º; Liceu Salesiano São Gonçalo, sob inspeção preliminar e Escola Normal “Pedro Celestino” nesta Capital; Ginásio “Maria Leite”, equiparado ao Ginásio Pedro 2º; Escola Normal “Joaquim Murtinho”; Estadual e Escola Normal “Dom Bosco” das filhas de Maria 21Mestrado em andamento, Programa de Pós-graduação em Educação na Universidade Federal da Grande Dourados (PPGE/UFGD). E-mail:[email protected] 22Docente da Faculdade de Educação e do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal da Grande Dourados. E-mail: [email protected] 74 III EHECO – CatalãoGO, Agosto de 2015

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MAPEAMENTO DE PESQUISAS SOBRE ENSINO SECUNDÁRIO EM MATOGROSSO (DÉCADAS 1930-1940)

Eglem de Oliveira Passone Rodrigues21

Universidade Federal da Grande DouradosKênia Hilda Moreira22

Universidade Federal da Grande DouradosAgência financiadora: CAPES

Resumo: O objetivo do trabalho consiste em apresentar um mapeamento da produçãoacadêmica sobre o ensino secundário em Mato Grosso entre as décadas de 1930 e 1940,correspondendo à Era Vargas. Foi selecionado como meio de busca: o Banco de Teses eDissertações da CAPES; entre os anais de eventos da área: os três últimos anais da ReuniãoAnual da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd Nacional34ª à 36ª); e os cinco últimos Anais do Congresso Brasileiro de História da Educação (CBHEIII ao VII); o último Anais do Congresso Ibero-americano de História da Educação (CIHELAXI); os dois últimos do Congresso Luso-brasileiro de História da Educação (COLUBHE IX eX); os Anais do I e II Encontro de História da Educação do Centro-Oeste (EHECO); e os doisúltimos Encontros de Pesquisa em Educação da ANPEd Centro-Oeste (XI e XII). Tambémforam analisadas as publicações das revistas: Cadernos de História da Educação (CHE) de2002 até 2014, além da Revista Brasileira de Educação (RBHE) com publicações de 2001 à2015. O resultado do balanço permitiu uma análise quanti-qualitativa. Foram localizados 370trabalhos que abordam Mato Grosso em suas pesquisas, dentre os quais 46 mencionam oensino secundário entre as décadas de 1930 e 1940 em Mato Grosso Uno. Conclui-se que háuma escassez de trabalhos que tratam da temática, ao considerar que o “Ensino Secundário” ea “Era Vargas” são apenas tangenciados em grande parte das obras localizadas.

Palavras-chave: Mapeamento. Ensino secundário. Mato Grosso na Era Vargas.

IntroduçãoO ensino público e particular do Estado compreende:

O superior [...]O secundário – Liceu Cuiabano equiparado ao Ginásio Pedro 2º; Liceu Salesiano

São Gonçalo, sob inspeção preliminar e Escola Normal “Pedro Celestino” nestaCapital; Ginásio “Maria Leite”, equiparado ao Ginásio Pedro 2º; Escola Normal

“Joaquim Murtinho”; Estadual e Escola Normal “Dom Bosco” das filhas de Maria

21Mestrado em andamento, Programa de Pós-graduação em Educação na Universidade Federal da Grande Dourados (PPGE/UFGD). E-mail:[email protected]

22Docente da Faculdade de Educação e do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federalda Grande Dourados. E-mail: [email protected]

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Auxiliadora, da congregação Salesiana, sob fiscalização estadual, na cidade deCampo Grande.

O profissional [...] A instrução e ministrada [...]

(MATO GROSSO, 1937, ...)O presente texto objetiva responder sobre a produção acadêmica no e sobre Mato

Grosso, especificamente no que diz respeito à educação secundária entre as décadas de 1930 e

1940, com ênfase para a Era Vargas. De acordo com a epígrafe acima, extraída da Mensagem

do Interventor Federal do Estado de Mato Grosso, Capitão Manoel Ary da Silva Pires, de 13

de junho de 1937, o ensino escolarizado em Mato Grosso Uno23 abrangia, em 1937, a

instrução primária, o profissional, o secundário e o superior. Ao secundário cabia a formação

nos liceus, ginásios e escola normal, na capital Cuiabá e em Campo Grande.

Durante a Era Vargas o ensino secundário passou por mudanças significativas,

instituindo um sistema educacional de nível nacional, ao contrário dos anos iniciais da

República, onde os esforços foram direcionados para o ensino primário, o que justifica o

recorte temporal. Além disso, apesar da educação no governo Vargas apresentar ampla

investigação, conforme balanços de Warde (1984) e Catani e Faria Filho (2002)24, o estado de

Mato Grosso Uno ainda é carente de pesquisas sobre o período.

Para a realização do presente mapeamento, selecionamos como locais de busca, em

âmbito nacional: o Banco de Teses e Dissertações da CAPES 25; entre os anais de eventos da

área: os três últimos Anais da Reunião Anual da Associação Nacional de Pós-Graduação e

Pesquisa em Educação disponíveis online 26 (ANPEd Nacional, 34ª em 2011; 35ª em 2012; e

23Mato Grosso uno ou antigo, corresponde ao estado de Mato Grosso antes da divisão em dois estados, com a criação de Mato Grosso do Sul (MS), em 1977.

24A educação na Era Vargas é um tema bastante investigado, como afirmam os balanços feitos por Warde (1984), ao analisar as teses e dissertações defendidas em educação entre 1970 e 1984 e concluir que a periodização adotada na maioria dos trabalhos dizia respeito à “Revolução de 1930”, entendida como fato inaugural de um novo ciclo histórico no Brasil; Catani e Faria Filho (2002), ao analisarem os trabalhos apresentados no Grupo de Trabalho (GT) de História da Educação na Anped entre 1984 a 2000, afirmaram que 72% das pesquisas investigaram o período entre 1850 e 1950.

25Disponível em: http://bancodeteses.capes.gov.br Acesso em: 16 de fev 2015.

26Disponível em: http://www.anped.org.br/anped/biblioteca-anped/anais Acesso em: 18 de mar 2015.

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36ª em 2013) e os cinco últimos Anais do Congresso Brasileiro de História da Educação 27 (III

CBHE em 2004; IV em 2006; V e 2008; VI em 2011; VII em 2013). Enquanto o banco de

teses permite um panorama das pesquisas concluídas, em nível de mestrado e doutorado no

país, os anais do CBHE evidenciam as produções específicas da história da educação, também

em nível nacional.

No quesito publicações nacionais, analisamos também as publicações de 2002 à 2014

da Revista Cadernos de História da Educação28 (CHE) e a Revista Brasileira de Educação29

(RBHE) com publicações do ano 2001 até 2015.

Em âmbito internacional selecionamos dois eventos da área de história da educação: o

último Anais do Congresso Ibero-americano de História da Educação (CIHELA, XI, na

cidade do México, em 2014), considerando que o penúltimo apresentou um tema muito

fechado em torno do ensino superior, e os dois últimos do Congresso Luso-brasileiro de

História da Educação (COLUBHE, IX, em Lisboa, em 2012; e X, em Curitiba, em 2014),

ambos com um número expressivo de brasileiros.

Em âmbito regional selecionamos: os Anais do I (em Cuiabá, em 2011) e II (em

Dourados, em 2013) Encontro de História da Educação do Centro-Oeste (EHECO); e os três

últimos Encontros de Pesquisa em Educação da Associação Nacional de Pós-Graduação e

Pesquisa em Educação do Centro-Oeste (ANPEd Centro-Oeste, XI em 2012; e XII em 2014).

Como descritores de busca utilizamos os termos “ensino secundário”, “Mato Grosso”

e “Era Vargas (1930-1940)”. Consideramos a presença desses descritores no título, palavras-

chave e resumos.

Sobre a periodização, consideramos todos os trabalhos que apresentaram como recorte

temporal algum dos anos entre as décadas de 1930 a 1940.

É pertinente observar as variações da terminologia ensino secundário nesse balanço,

podendo se apresentar como “ensino médio”, “ensino técnico”, “ensino comercial” e

27Disponível em: http://sbhe.org.br/ Acesso em:11 de fev 2015.

28Disponível em http://www.seer.ufu.br/index.php/che/issue/archive. Acesso em: 20 de mai. 2015.

29Disponível http://www.rbhe.sbhe.org.br/index.php/rbhe/issue/archive. Acesso em: 22 de mai. 2015.

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similares. O que nos leva a questionar sobre quais níveis de ensino e quais cursos eram

considerados como “ensino secundário” em Mato Grosso na Era Vargas.

Nas duas mensagens de governadores de Mato Grosso à Assembleia Legislativa

durante a Era Vargas, datadas de 1930 e 1937, presentes no Arquivo Público de Mato Grosso e

disponíveis no Acervo Digital30 do Grupo de Pesquisas História da Educação e Memória

(GEM), encontramos esclarecimentos para esta questão.

Em mensagem à Assembleia Legislativa, de 13 de maio de 1930, tratando da Instrução

Pública no estado, o governador de Mato Grosso, Dr. Annibal Toledo afirma que naquele

momento o estado era dotado dos ensinos primário e secundário. E o ensino secundário em

1930 era ministrado oficialmente por três estabelecimentos: o Liceu Cuiabano, equiparado ao

Colégio Pedro II, com 50 anos; a Escola Normal da Capital, instalado no Palácio da Instrução,

junto ao Liceu, ao curso complementar a escola modelo “Barão de Melgaço”; e a Escola

Normal de Campo Grande, instalada neste ano (MATO GROSSO, Mensagem ..., 1930).

Compreende-se, portanto, que o ensino secundário tinha duração de seis anos e conferia o

grau de bacharel em Ciências e Letras, como proposto pela reforma Rocha Vaz31, estabelecida

em 1925; e à Escola Normal, de formação de professores.

O Cap. Manoel Ary da Silva Pires, na mensagem citada como epígrafe, afirma que

neste ano o ensino público e particular em Mato Grosso compreendia o ensino superior, o

secundário, o profissional, e a instrução primária (MATO GROSSO, Mensagem ..., 1937).

Nota-se que o ensino profissional era separado do ensino secundário, no entanto, a Escola

Normal, de formação de professores, continua como parte integrante do ensino secundário. O

ensino profissional era formado pela Escola de Aprendizes Artificies e pelo Colégio “São

Gonçalo”, em Cuiabá, abrangendo os cursos de marcenaria, ferraria, alfaiataria, sapataria,

selaria, tipografia e encadernação.

No entanto, como sabemos, a partir da instalação do Estado Novo neste mesmo ano, o

interventor do Estado, Julio Strübing Müller apresentou uma reforma eliminando as Escolas

30Disponível em: http://gem.ufmt.br/gem/FrmAcervoGEM.aspx Acesso em: 25 jan. 2015.

31João Luiz Alves foi ministro da Justiça e Negócios Interiores e do Supremo Tribunal Federal. Rocha Vaz, foi professor da Faculdade de Medicina, e um dos membros do grupo que elaborou o anteprojeto do decreto federal além de dirigir a execução da reforma.

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Normais e incorporando a formação de professores aos Liceus. Com o Decreto n. 112 de 1937

a formação de professores passou a ser feita “depois do curso secundário, em um ano de

estudos especializados, em organização anexa ao Liceu Cuiabano.”32. A partir de 1939 essa

reforma também se efetivou na Escola Normal de Campo Grande33. Nesse sentido, “os

quadros de pessoal dos cursos especializados para professor (curso de formação do

magistério) foram unificados com os do Liceu Cuiabano e Liceu Campograndense”. (MATO

GROSSO, Regulamento ..., 1942, p. 4).

Feitas essas considerações, localizamos 370 trabalhos que abordam Mato Grosso em

suas pesquisas, dos quais 46 mencionam o ensino secundário durante a Era Vargas (1930-

1940) no estado de Mato Grosso. A seguir, apresentamos uma análise quantitativa e uma

qualitativa da produção localizada.

1 Análise quantitativa

Apresentamos nesse tópico uma análise quantitativa das produções localizadas, com

destaque para a quantidade de ocorrências por evento; a localização geográfica e institucional

das produções; e por fim, a recorrência de autores.

Como já afirmamos, nossos procedimentos de busca permitiram localizar 46 trabalhos

que abordam o ensino secundário em Mato Grosso na Era Vargas (1930-1940), seja no título,

palavras-chave ou resumo. Cabe destacar que entre os periódicos analisados, não foi

encontrada nenhuma referência.

Foram analisadas as publicações da Revista Cadernos de História da Educação (CHE),

entre 2002 a 2014, disponíveis online, com publicação anual entre 2002 e 2008, e semestral a

partir de 2009. O mapeamento apontou que durante todo o período (2002-2014) a revista

CHE contou com 312 publicações, das quais, seis artigos contemplavam o estado de Mato

Grosso, mas nenhum abarcou o ensino secundário durante a Era Vargas (1930-1940). Dos seis

trabalhos, cinco são escritos por pesquisadores de Universidades da região de Mato Grosso e

Mato Grosso do Sul.

32Antes de responsabilidade da Escola Normal Pedro Celestino, a formação do professor primário em Cuiabá passou a ser feita no curso especializado para professores no Liceu Cuiabano (Decreto n.º 112, de 29/12/1937).

33Em 1939 a Escola Normal Estadual de Campo Grande passou a funcionar anexa ao Liceu Campo-grandense (Decreto n.º 229, de 27/12/1938).

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A Revista Brasileira de História da Educação (RBHE), semestral de 2001 à 2006,

trimestral de 2007 até agora, conta com 282 publicações, das quais três mencionam Mato

Grosso, mas nenhum trabalho contemplou o ensino secundário durante a Era Vargas (1930-

1940) no estado de Mato Grosso.

O Apêndice A, apresenta o corpus de análise desse balanço, destacando a autoria, o

título da obra, a instituição de origem de produção e a materialização da publicação do

trabalho, caracterizado como formato. Os 46 trabalhos localizados foram encontrados nas

seguintes quantidades por evento:

Uma dissertação em 2011 e duas em 2012, totalizando três dissertações de Mestrado

Acadêmico no Banco de Teses da CAPES. Nenhuma ocorrência para tese de doutorado; Nenhum trabalho na ANPEd Nacional (34ª em 2011; 35ª em 2012; e 36ª em 2013); Um no III CBHE (2004), um no IV CBHE (2006), dois no V CBHE (2008), zero no VI

CBHE (2011) e três no VII CBHE (2013) totalizando sete trabalhos; Quatro no XI CIHELA(2014); Oito no IX COLUBHE (2012) e quatro no X CLOUBHE (2014), totalizando 12

trabalhos; Sete no I EHECO (2011) e seis no II EHECO (2013), totalizando em 13 trabalhos; quatro na XI ANPEd Centro-Oeste (2012) e três na XII ANPEd Centro-Oeste (2014),

totalizando sete trabalhos. Nenhuma ocorrência para os periódicos CHE e RBHE, como já afirmamos.

Tais constatações permitem evidenciar que trata-se de uma temática recente, tendo em

vista que a primeira dissertação data de 2011, mas oscila em quantidade, dependendo do

evento. O VII CBHE realizado em Cuiabá foi o que apresentou o maior número de trabalhos,

talvez em virtude da localização. No entanto, o IX COLUBHE em Lisboa-PT apresentou o

dobro de trabalhos apresentados no X COLUBHE em Curitiba, no Paraná-BR. Outra

curiosidade é que o IX COLUBHE em Lisboa-PT publicou mais trabalhos que qualquer

evento nacional, inclusive os regionais.

Destacamos a ausência de publicações sobre a temática na ANPEd Nacional,

considerada o maior evento de educação no país, bem como a ausência de artigos nos

periódicos da área e de um trabalho em nível de doutorado.

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3X COLUBHE 1

Elizabeth Figueiredo de Sá UFMT

XI CIHELA 1

3IX COLUBHE 1XII ANPEd Centro-Oeste 1

Fabiany de Cássia Tavares Silva UFMS

VCBHE 1

3IX COLUBHE 1X COLUBHE 1

Fernando Vendrame Menezes UFMS

X COLUBHE 1

3

XI ANPEd Centro-Oeste 1

Dissertação Mestrado 1

Regina Tereza Cestari de Oliveira UCDB

I EHECO 1

3

IV CBHE 1

VII CBHE 1

Fernanda Ros Ortiz UFMS

II EHECO 1

2IX COLUBHE 1

Jacira Helena do Valle Pereira Assis UFMS II EHECO 1

2X COLUBHE 1

Maria Cecilia Serafim Silva UFMS XI CIHELA 1

2XII ANPEd CentroOeste 1

Patricia Menegheti UFMS

I EHECO 1

2XI ANPEd Centro-Oeste 1

Solange Andrade UFMS IX COLUBHE 1

2XI ANPEd Centro-Oeste 1

Fonte: Elaborado pelas autoras.

Com base no quadro 1, julgamos pertinente compreender a formação e os grupos de

pesquisa e/ou linhas do programa a que pertencem as autoras com maior recorrência34.

Eurize Caldas Pessanha, licenciada em Letras e Pedagogia pela Faculdade de Filosofia

de Campos, mestre em Educação na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

(PUC-RJ), doutorado em Educação pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente é

professora titular da UFMS na Graduação e no Programa de Pós-Graduação. Coordena o

Grupo de Pesquisa Observatório de Cultura Escolar (Diretório de Grupos de Pesquisa/CNPq)

e a Linha de Pesquisa Escola, Cultura e Disciplinas Escolares. Desenvolve os Projetos de

pesquisa: Observatório de Cultura Escolar: suportes materiais como indícios da vitória da

34Os dados citados correspondem a Plataforma Lattes. Disponível em: http://lattes.cnpq.br/ Acesso em: 07 abri de 2015.

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cultura científica sobre a cultura humanista no ensino secundário no Brasil (1920 - 1970) com

Bolsa de Produtividade em Pesquisa do CNPq; e Ensino Secundário no Sul de Mato Grosso

(século XX), financiado pelo PROCAD/Casadinho CNPq.

Stella Sanches de Oliveira Silva tem graduação em História pela Universidade do

Sagrado Coração (USC), especialização em História Social (USC), mestrado e doutorado em

Educação (UFMS). Atualmente desenvolve pesquisa de Pós-doutorado em Educação pela

UFMS e membro do Grupo de pesquisa Observatório de Cultura Escolar.

Wanderlice da Silva Assis é graduada em Biblioteconomia pela Universidade Federal

de Goiás, especialização em Administração pela Universidade para o Desenvolvimento da

Região e do Pantanal (Uniderp) e Orientação Pedagógica em Educação à Distância (UFMS),

mestre em Educação (UFMS). Atualmente é docente no curso de Biblioteconomia no Instituto

de Ensino Superior da Fundação Lowtons de Educação e Cultura (FUNLEC), bibliotecária na

Biblioteca Central da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, doutoranda em Educação

(UFMS), membro do Grupo de pesquisa Observatório de Cultura Escolar.

É notável a presença da UFMS, considerando que das três autoras com cinco

trabalhos, todas são da UFMS e pertencentes ao Grupo de pesquisa Observatório de Cultura

Escolar, considerando autor e co-autor.

2 Análise qualitativa

O presente tópico expõe uma análise qualitativa e busca responder sobre o referencial

teórico, os procedimentos metodológicos e as questões de pesquisas nas investigações

localizadas.

No que se refere à temporalidade abarcada nas produções, dos 46 trabalhos

localizados, dois, apesar de terminarem seu recorte em 1930 nada mencionam sobre o período

Varguista. Outros tantos foram selecionados como parte deste mapeamento pela indução de

que a abordagem do tema abrangesse o período, mesmo não tendo anunciado seu recorte

temporal, e outros ainda, abarcam apenas os anos finais, incluindo uma temporalidade que vai

além da Era Vargas. Desse modo, entre as 46 obras que selecionamos como corpus desse

mapeamento, apenas 10 incluem como recorte temporal toda a Era Vargas (1930-1940), mas

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III EHECO – Catalão‐GO, Agosto de 2015

nenhum se limita a esse recorte. Apenas um trabalho apresenta o recorte temporal delimitado

na Era Vargas, contudo, restrito ao Estado Novo (1937-1940).

Dentre os trabalhos mapeados, houve uma pluralidade notável de diferentes cursos e

níveis de ensino que abrangiam o ensino secundário na Era Vargas, à saber: Escola Normal de

Cuiabá; Escola Liceu Cuiabano (mencionada em três trabalhos distintos); Escola Normal

Joaquim Murtinho; Escola Industrial de Cuiabá; Colégio Maria Constança de Barros

Machado (mencionado em dois trabalhos distintos); Colégio Salesiano de Santa Teresa

(Corumbá); Colégio Imaculada Conceição em Corumbá; Liceu Campo-Grandense

(mencionado em três trabalhos distintos); Ginásio Osvaldo Cruz; Ginásio Estadual Campo-

Grandense (mencionado em dois trabalhos); Ginásio Municipal Dom Bosco (mencionado em

dois trabalhos); Ensino Profissional; Ensino de 2º grau profissionalizante; Educação

Secundária Científica.

O presente balanço abrangeu, portanto, para além do denominado ensino secundário,

que incluía o Ensino Normal de formação de professores e o ensino profissionalizante.

Quanto ao referencial teórico, o balanço evidenciou que grande parte faz uso das

noções de “cultura escolar”, “representações” e “práticas curriculares”, advindas da influência

da Nova História Cultural na produção da História da Educação no Brasil. No entanto,

percebe-se também um viés de análise que considera a perspectiva marxista, especialmente

entre os trabalhos produzidos pela UFMS.

Os teóricos de maior ocorrência foram, Roger Chartier (1990); Pierre Bourdieu (1989,

2007); Le Goff (1997). Houve menção à Rosa (1990); Halbwachs (1990); Boto (2011);

Brandão (2004); Saviani, dentre outros.

No que se refere às fontes utilizadas nas pesquisas, originam-se, em sua maioria, de

arquivos púbicos históricos onde estão depositados acervos diversos, bem como os arquivos

escolares. A história oral também esteve presente em alguns trabalhos.

Contudo, destaca-se a ausência ou superficialidade com que se apresenta os

procedimentos metodológicos em alguns dos trabalhos localizados, talvez por tratar-se, em

sua maioria, de trabalhos publicados em anais de eventos, correspondendo a parte de uma

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III EHECO – Catalão‐GO, Agosto de 2015

pesquisa maior. Seja qual for a justificativa, essa ausência ou superficialidade prejudica a

análise do texto publicado.

No entanto, temos que reconhecer que a análise das produções aqui apresentadas na

forma de mapeamento, foi feita com base na leitura dos resumos. Em alguns casos foi feita a

leitura integral da obra localizada. Sobre a produção de um “estado da arte” a partir da leitura

dos resumos, nos apoiamos em Ferreira (2002, p. 268) ao afirmar que

pode-se estabelecer a partir de uma certa ordenação de resumos uma rede formada

por diferentes elos ligados a partir do mesmo suporte material que os abriga, pela

opção teórica manifesta, pelo tema que anuncia, pelo objetivo explicitado da

pesquisa, pelo procedimento metodológico adotado pelo pesquisador. Um conjunto

de resumos organizados em torno de uma determinada área do conhecimento [...]

pode nos contar uma História de sua produção acadêmica. Mas, é necessário pensar

que nesta História foram considerados alguns aspectos dessa produção e que nela há

certas limitações. (Grifo no original).

Considerando as limitações desse “estado da arte”, limitamos igualmente nossa

capacidade de análise crítica do referencial teórico-metodológico das obras localizadas.

Considerações Finais

O presente mapeamento evidencia que, apesar do extenso trabalho de busca,

ampliando e variando ao máximo possível as fontes de busca, são reduzidas as produções

acadêmicas sobre o ensino secundário na Era Vargas em Mato Grosso Uno. Esperamos que

este balanço estimule novas pesquisas sobre a temática e que futuramente se possa afirmar ter

alcançado uma densidade de produções, em diferentes instituições de pesquisa, tanto em Mato

Grosso como em Mato Grosso do Sul. Ousamos questionar sobre o des(interesse) dos

programas de pós-graduação em educação em torno do ensino secundário, uma vez que outros

balanços permitem afirmar a superioridade do número de trabalhos em torno da educação

infantil/escolas primárias em detrimento da educação secundária.

Referências

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Memórias de docentes da Educação Secundária no Sul deMato Grosso (1910-1970)

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Professores e alunos compondo a história de umainstituição exemplar no Sul de Mato Grosso (1939-1950):

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Campograndence

UFMS VII CBHE(2013)

E. C. Pessanha;Fabiany de C. Tavares Silva

História de uma instituição escolar: democratização ouelitização do ensino secundário (1939-1971)?

UFMS IX COLUBHE(2012)

E. C. Pessanha;W. da S. Assis;S. Oliveira

Cruzamento de fontes para a escrita da História deinstituições escolares: documentos, fotografias, objetos e

memorialistas

UFMS IX COLUBHE(2012)

87

III EHECO – Catalão‐GO, Agosto de 2015

AdemilsonBatista Paes

Escolas católicas e protestantes em Mato Grosso (1894-1963)

UEMS IX COLUBHE(2012)

Nádia C.Kunze

A gênese da Escola Industrial de Cuiabá IFMT IX COLUBHE(2012)

Fernanda RosOrtiz

Uma agência na educação de moças campo-grandenses:em estudo o Colégio Nossa Senhora Auxiliadora

UFMS IX COLUBHE(2012)

SolangeAndradeRibeiro

Revisitando a história do ensino secundário no Sul doMato Grosso: o habitus estudantil no Maria Constança

Barros Machado

UFMS IX COLUBHE(2012)

Elizabeth F. deSá

Escola Nova para um mundo novo: o escolanovismo emMato Grosso (1920-1946)

UFMT IX COLUBHE(2012)

Wanderlice daSilva Assis

Inventário e catalogação dos suportes materiais dolaboratório de ciências de uma instituição escolar

UFMS IX COLUBHE(2012)

Jacira H. do V.P. Assis; A. E. Britez

Representações das práticas educativas da escolasecundária no Sul de Mato Grosso (1930-1960)

UFMS X COLUBHE(2014)

FernandoVendrameMenezes

Implementação do Ensino Secundário Público em doisestados brasileiros entre 1930 e 1970: aproximações ao

estudo comparado

UFMS X COLUBHE(2014)

Fabiany de C.T. Silva;E C. Pessanha

Estudo histórico-comparado da produção deconhecimento sobre o ensino secundário em duas regiões

do Brasil

UFMS X COLUBHE(2014)

Stella Sanchesde OliveiraSilva

Inculcação de hábitos e valores no curso ginasial dasescolas secundárias do Sul de Mato Grosso na década de

1930: alunos, professores, inspetores

UFMS X COLUBHE(2014)

Solange de A.Ribeiro;Daiani D. T.Riedner

Apontamentos sobre o ensino secundário no Sul de MatoGrosso: em foco o Colégio Maria Constança Barros

Machado

UFMS XI ANPEdCentro-Oeste

(2012)

PatríciaMenegheti

A constituição dos grupos sociais no Colégio EstadualMaria Constança Barros Machado

UFMS XI ANPEdCentro-Oeste

(2012)FernandoVendrameMenezes

Que História é essa? Os indícios de uma Históriapraticada em um colégio secundário de Campo

Grande/MS entre 1942 e 1970

UFMS XI ANPEdCentro-Oeste

(2012)Stella Sanchesde Oliveira

A pesquisa sobre a Escola Secundária Brasileira naprimeira metade do século XX: por uma História da

Educação do Sul de Mato Grosso

UFMS XI ANPEdCentro-Oeste

(2012)Ana C. Felipe;Marineide deO. da Silva;Elizabeth F. deSá

As transformações no cenário educacional em MatoGrosso durante o Governo Julio Muller (1937-1945)

UFMT XII ANPEdCentro-Oeste

(2014)

Jéssica LimaUrbieta

A tipificação dos Ginásios de Ensino Secundário: umestudo no Sul de Mato Grosso

UFMS XII ANPEdCentro-Oeste

(2014)Maria CeciliaSerafim Silva;Wanderlice daSilva Assis

Transformando vestígios em índices do processo denegociação curricular do Ensino de Ciências em um

Ginásio do Sul de Mato Grosso (1930-1940): percursosinvestigações

UFMS XII ANPEdCentro-Oeste

(2014)

Fonte: Elaborado pelas autoras.88

III EHECO – Catalão‐GO, Agosto de 2015