Mãos Criminosas Alteraram os Escritos de Ellen White

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1 Mãos Criminosas Alteraram os Escritos de Ellen White A Falsa Doutrina da Trindade e os Escritos dos Pioneiros e de Ellen White A Doutrina Que os Cristãos Primitivos e os Pioneiros Adventistas Desconheciam Depois que discerni o erro da trindade, heresia católica infiltrada no seio da cristandade e até mesmo entre a igreja adventista do sétimo dia (mesmo que lhe queiram falsamente chamar de divindade), a qual frequentei durante 23 anos, comecei a estudar mais sobre os cristãos primitivos e os pioneiros adventistas. Pude concluir pelo estudo da Bíblia e escritos de Ellen White, bem como de escritos históricos, que tanto os primeiros como os segundos não acreditavam na doutrina da trindade. Era para os primeiros um termo desconhecido, e para os segundos um termo rejeitado. A herança cristã é acima de tudo judaica ou, se quisermos, hebraica. Os hebreus durante séculos aguardaram pelo Messias ou o Cristo, o Ungido de Jeová (Sl. 2:2). Na realidade, aqueles que rejeitaram Jesus Cristo, ainda hoje esperam o Messias da promessa. A igreja cristã originou-se com os judeus que aceitaram a Jesus como o Messias. Esta era a sua particularidade, além de que para eles, a lei cerimonial não mais tinha valor. Não houve mudança de Deus, mandamentos ou de princípios doutrinais (Dt. 6:4; Mr. 12:29; I Jo. 2:24 e 5:3), apenas a aceitação do que estava profetizado, a vinda do Cristo (Dt. 18:15; Is. 42:1-7). Continuaram crendo no Deus único (I Cor 8:6)! Como foi possível que cerca de 2000 anos depois, eu tenha sido ensinado, pelos pastores adventistas, a crer na trindade?! A tolice de alguns é tão grande, que chega ao ponto de crer que aos hebreus não foi revelada essa ―verdade‖. Então, essa ―verdade‖ foi revelada muito mais tarde, a uma igreja apóstata dirigida pelo iníquo (II Tes. 2:3)?! E por essa igreja foi confirmada?! A apostasia não é revelação nem confirmação de verdades, mas da mentira! Apostasia é destruição da verdade! Teólogos Adventistas Procuram Distorcer os Escritos de Ellen White Fico completamente indignado ao ler as barbaridades tais como as que foram publicadas por Woodrow Whidden, Jerry Moon e John W. Reeve, teólogos adventistas. Se os editores da Casa o permitiram, é porque esse é o pensamento da igreja em geral. Esta estirpe de pessoas só demonstram ser verdadeiros enganadores, tiranos religiosos, cuja estupidez ou melhor, querem fazer dos outros parvos e tolos! está estampada no que escreveram, seguindo o exemplo dos padres católicos que, para defenderem as suas doutrinas, têm que

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Verdadeiramente, estamos perante uma grande conspiração contra Ellen White, o que também demonstrarei! Declarações anti-trinitárias dos pioneiros, incluindo Ellen White, assim como a declaração de fé dos mesmos e as alterações que sofreu após a morte de Ellen White. A Falsa Doutrina da Trindade e os Escritos dos Pioneiros e de Ellen White. Análise do Caso Kellogg. Alterações à Bíblia e aos escritos de Ellen White - contradições; palavras alteradas. A Fórmula Batismal Trinitária. Pondo em Causa o Dom Profético de Ellen White. A (Secreta) Conferência Bíblica de 1919. A Introdução da Doutrina da Trindade na Igreja Adventista.

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Mãos Criminosas Alteraram os Escritos de Ellen White A Falsa Doutrina da Trindade e os Escritos dos Pioneiros e de Ellen White

A Doutrina Que os Cristãos Primitivos e os Pioneiros Adventistas Desconheciam

Depois que discerni o erro da trindade, heresia católica infiltrada no seio da cristandade e até mesmo entre a igreja adventista do sétimo dia (mesmo que lhe queiram falsamente chamar de divindade), a qual frequentei durante 23 anos, comecei a estudar mais sobre os cristãos primitivos e os pioneiros adventistas. Pude concluir pelo estudo da Bíblia e escritos de Ellen White, bem como de escritos históricos, que tanto os primeiros como os segundos não acreditavam na doutrina da trindade. Era para os primeiros um termo desconhecido, e para os segundos um termo rejeitado. A herança cristã é acima de tudo judaica ou, se quisermos, hebraica. Os hebreus durante séculos aguardaram pelo Messias ou o Cristo, o Ungido de Jeová (Sl. 2:2). Na realidade, aqueles que rejeitaram Jesus Cristo, ainda hoje esperam o Messias da promessa.

A igreja cristã originou-se com os judeus que aceitaram a Jesus como o Messias. Esta era a sua particularidade, além de que para eles, a lei cerimonial não mais tinha valor. Não houve mudança de Deus, mandamentos ou de princípios doutrinais (Dt. 6:4; Mr. 12:29; I Jo. 2:24 e 5:3), apenas a aceitação do que estava profetizado, a vinda do Cristo (Dt. 18:15; Is. 42:1-7). Continuaram crendo no Deus único (I Cor 8:6)!

Como foi possível que cerca de 2000 anos depois, eu tenha sido ensinado, pelos pastores adventistas, a crer na trindade?! A tolice de alguns é tão grande, que chega ao ponto de crer que aos hebreus não foi revelada essa ―verdade‖. Então, essa ―verdade‖ foi revelada muito mais tarde, a uma igreja apóstata dirigida pelo iníquo (II Tes. 2:3)?! E por essa igreja foi confirmada?!

A apostasia não é revelação nem confirmação de verdades, mas da mentira! Apostasia é destruição da verdade!

Teólogos Adventistas Procuram Distorcer os Escritos de Ellen White

Fico completamente indignado ao ler as barbaridades tais como as que foram publicadas por Woodrow Whidden, Jerry Moon e John W. Reeve, teólogos adventistas. Se os editores da Casa o permitiram, é porque esse é o pensamento da igreja em geral. Esta estirpe de pessoas só demonstram ser verdadeiros enganadores, tiranos religiosos, cuja estupidez – ou melhor, querem fazer dos outros parvos e tolos! – está estampada no que escreveram, seguindo o exemplo dos padres católicos que, para defenderem as suas doutrinas, têm que

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inventar toda a explicação possível e imaginária para forjar o texto bíblico. Estes autores o fizeram não só com a Bíblia, mas também com os escritos de Ellen White: ―1888 – Cristo era ―o único Ser em todo o Universo que poderia entrar nos conselhos e propósitos de Deus‖ (O Grande Conflito, [1888], pág. 493; Patriarcas e Profetas [1890], pág. 34). O contexto mostra que “o único Ser” se encontra em contraste com os anjos. Entretanto, a expressão é anterior à exposição mais ampla do papel do Espírito Santo.‖ Trindade, pág. 238.

Ou seja, estes autores (ou antes, destruidores do texto), numa tentativa falhada de ultrapassarem determinadas citações explicitamente anti-trinitarianas de Ellen White, vão ao ponto de diminuir a Jesus. Está em contraste sim, não só com os anjos, mas com todos os seres inteligentes do Universo. Isto é óbvio, pois Jesus não é um Ser criado mas gerado do Pai, o unigénito Filho de Deus. Mas não é isso que Ellen White está dizer, mas sim que, além de Deus, o Pai, o Ser Soberano do Universo, Jesus é o único Ser, repito, o único Ser que poderia participar em Seus conselhos, o que claramente demonstra que a autoridade do Pai é exclusiva (At. 1:7). Não resta portanto, espaço para um terceiro ou quarto ser!

Por outro lado, se acham que a questão se resume ao contraste entre Cristo e os anjos, então para estes trinitarianos, (tendo em conta que consideram Deus como o Pai, o Filho e o Espírito Santo), ou o Pai e o Espírito Santo não seriam ―Seres‖, o que é um paradoxo, ou então, estariam numa escala superior a Cristo, o que é uma negação clara da trindade. Como é possível esses ―bandidos‖ terem a coragem de blasfemar de Cristo num livro institucional?! Por outro lado, estão de certa forma a afirmar que a expressão ―o único Ser‖ passou de validade por posterior e mais ―ampla‖ revelação sobre o papel do Espírito Santo. Isto seria uma pura contradição como veremos mais adiante! Verdadeiramente, estes três autores não passam de escarnecedores da Palavra inspirada. Só podem vir de Babilónia!

Mas a ―saga‖ continua. Depois de uma série de frases de Ellen White organizadas por datas, a fim de sugerir a ideia de que Ellen White teve que evoluir em sua teologia, conseguem ainda fazer as seguintes afirmações disparatadas:

―Em primeiro lugar, esta sequência de conceitos mostra uma clara progressão do simples para o complexo, revelando que a compreensão de Ellen White cresceu e se modificou à medida que ela recebia luz adicional. Fernando Canale destacou que o desenvolvimento é similar ao que encontramos no Novo Testamento (Canale, ―Doctrine of God‖, pags. 128-130). Nos Evangelhos, o primeiro desafio foi convencer os discípulos de que Cristo era um com o Pai. Uma vez que o conceito monoteísta dos mesmos se expandiu para aceitar ―um Deus‖ em duas pessoas divinas, tornou-se comparativamente mais fácil conduzi-los ao reconhecimento do Espírito Santo como a terceira pessoa divina. (…)

Será que ela mudou de uma visão semi-ariana para uma trinitariana, ou mantinha privadamente uma opinião trinitariana todo o tempo? Não é possível apresentar uma resposta taxativa a esse respeito. (…)

Em qualquer caso, seus escritos posteriores relativos à trindade jamais requereram que ela repudiasse declarações anteriores. Ela simplesmente escreveu do modo mais específico que suas visões lhe permitiram.‖ Trindade, pág. 239,240.

Isto é lixo teológico. Do mais nauseabundo que se pode encontrar. Pode ser que lá nos Estados Unidos alguém se lembre de queimar também este género de livros!

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Dizer que a compreensão de alguém cresça, ou se amplie é uma coisa, mas dizer que se modificou é outra completamente diferente! É o mesmo que dizer que Ellen White em determinado momento recebeu uma informação de Deus, e algum tempo depois Deus revelou-lhe o contrário. Isto é um contrasenso!

A luz adicional que ela possa ter recebido de Deus sobre qualquer aspecto, não pôde ter anulado, de maneira alguma, a luz já recebida. Como é que ela podia ter recebido inspiração de Deus para descrever as coisas de uma forma, e logo de seguida de uma forma completamente contrária?! Se assim fosse, então ela teria obviamente que repudiar seus escritos. Mas creio que, verdadeiramente, estamos perante uma grande conspiração contra Ellen White, o que também demonstrarei!

Quanto à pergunta colocada pelos autores em questão, quero dizer que, em momento nenhum Ellen White se demonstrou a favor da trindade, pelo contrário, condenou-a claramente. Exemplos disso são: sua aprovação dos Yearbooks da igreja (anuários oficiais da igreja onde ficaram registados os princípios fundamentais dos adventistas do sétimo dia em uma declaração de fé), cujas declarações oficiais eram semi-arianas; seu consentimento com muitas frases antitrinitarianas na Review and Herald, principal meio de comunicação da igreja na época, e noutras publicações; suas próprias declarações não só a respeito da divindade, mas também quanto ao caso da apostasia do Dr. Kellogg. Passo a apresentar cada um destes exemplos respectivamente.

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Declarações de Fé Acerca da Divindade Primeira declaração de fé, escrita por Urias Smith, em 1872:

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Passo a apresentar a mesma declaração de fé, que foi publicada nos anuários da denominação adventista do sétimo dia, entre 1889 e 1914, estando Ellen White ainda viva. Capa do anuário (year book) de 1914:

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Página 293 do anuário (year book) de 1914:

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A referida declaração de fé, diz o seguinte (traduzido para o português):

―Que existe um Deus, um Ser pessoal, espiritual, o criador de todas as coisas, onipotente, omnisciente, e eterno; infinito em sabedoria, santidade, justiça, bondade, verdade e misericórdia; imutável; e presente em toda parte por seu representante o Espírito Santo.

Que existe um Senhor Jesus Cristo, o Filho do Eterno Pai, pelo qual todas as coisas foram criadas e por quem elas existem.” Yearbook, 1889, 1894, 1905-1914.

Portanto, Ellen White, que se contou entre aqueles que aprovaram estas palavras, cria no Espírito Santo, não como uma pessoa separada do Pai ou do Filho, mas como o representante de Deus. Caso contrário, ela teria se oposto a estas declarações onde não existe alínea separada para o Espírito Santo. Redigidas por Uriah Smith em 1872, permaneceram as mesmas durante vários anos, desde a sua primeira publicação, na ―Signs of the Times‖ em 1874, nos anuários em 1889, 1894, e de 1905 até 1914 inclusivamente.

Após o anuário de 1914 não tornaram a publicar as declarações de fé nos anuários senão em 1931, com 17 anos de intervalo – e depois da morte da irmã White – para se certificarem que o assunto ficava bem esquecido na mente das pessoas. A declaração de fé que apareceu no anuário de 1931 – repito, após 17 anos de silêncio com relação a crenças – era bem diferente, pois aí passou a haver uma alínea específica para o Espírito Santo.

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Capa do anuário (year book) de 1931:

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Página 377 do anuário (year book) de 1931, onde as crenças foram modificadas:

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(Fontes: http://www.adventistarchives.org/docs/YB/YB1889__B.pdf#view=fit;

http://www.adventistarchives.org/docs/YB/YB1914__B.pdf#view=fit;

http://www.adventistarchives.org/docs/YB/YB1931__B.pdf#view=fit

http://www.arquivoxiasd.com/index.htm#sumario).

Declarações Antitrinitárias dos Pioneiros Adventistas

Seguidamente apresento, em ordem cronológica, várias declarações dos pioneiros adventistas, expressamente antitrinitárias, tanto do período anterior ao estabelecimento da igreja adventista do sétimo dia, como do período que se seguiu, até alguns anos depois da morte de Ellen White, ou seja, perto de 100 anos de história dos adventistas.

Joseph Bates: ―Com respeito à Trindade, concluí que me era impossível crer que o Senhor Jesus Cristo, o Filho do Pai, era também o Deus Todo-poderoso, o Pai, um e o mesmo ser.‖ A Trindade, pág. 216, 1827.

James White: ――Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos, e exortar-vos a batalhar seriamente pela fé que uma vez foi dada aos santos. Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de Deus e negando o único Senhor Deus e nosso Senhor Jesus Cristo.‖ Jd. 3, 4, (Traduzido directamente da King James).

A exortação para batalhar pela fé entregue aos santos, é especificamente para nós. E é muito importante para nós saber para quê e como batalhar. No 4º verso ele dá-nos a razão porque nós devemos batalhar pela fé, uma fé peculiar; ―Porque se introduziram alguns‖ ou uma determinada classe, os quais negam o único Senhor Deus e nosso Senhor Jesus Cristo. … A forma pela qual os espiritualistas têm posto de parte ou negado o único Senhor Deus e nosso Senhor Jesus Cristo, é em primeiro lugar, a utilização do antigo e anti-escriturístico credo trinitário, isto é, que Jesus é Deus eterno, embora eles não tenham uma passagem das escrituras que dê suporte a isso, enquanto nós temos claros testemunhos bíblicos em abundância que ele é o Filho do Eterno Pai.‖ The Day Star,

24 de Janeiro de 1846. (Ver também Trindade, pág. 235.)

(Frase traduzida do inglês, do site:

http://www.elijah144.com/pioneersonthetrinity.htm)

―Reivindicar que os ensinamentos do Filho e seus apóstolos são os mandamentos do Pai [defendendo que os 10 mandamentos foram abolidos], está tão longe da verdade como o velho absurdo trinitário que Jesus é verdadeiramente o Deus eterno.‖ Review and Herald, 5 de Agosto de 1852, vol. 3, nº7, pág. 52, par. 42.

James White: "Como erros fundamentais, nós poderíamos classificar com este falso Sábado outros erros que os protestantes trouxeram da igreja católica, como o batismo por aspersão, a trindade, a consciência dos mortos e o tormento eterno. A multidão que agarrou estes erros fundamentais, fez isto ignorantemente, sem dúvida; mas pode isto ser

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suposto, que a igreja de Cristo levará junto de si estes erros até às cenas do julgamento que irromperão sobre o mundo? Nós não acreditamos.‖ Review and Herald , 12 de Setembro de 1854, vol. 6, nº5, pág. 36, par. 7.

J.N.Andrews: ―A doutrina da Trindade, a qual foi estabelecida na igreja pelo concílio de Nicéia em 325 d.c. Essa doutrina destrói a personalidade de Deus e seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor. As medidas infames pelas quais foi imposta à igreja, as quais aparecem nas páginas da história eclesiástica, podem bem causar vergonha em cada um dos crentes naquela doutrina.‖ Review and Herald, 6 de Março de 1855, vol. 6, nº24, pág. 185, par. 34.

James White: ―Aqui podemos mencionar a Trindade, que faz desaparecer a personalidade de Deus e de seu Filho Jesus Cristo, e o aspergir ou derramar em vez de ser ―sepultados com Cristo no batismo‖, ―plantados na semelhança da sua morte‖; mas nós passámos dessas fábulas para prestar atenção a uma que é considerada sagrada por quase todos os professos cristãos, tanto Católicos e Protestantes. É, a mudança do sábado do quarto mandamento, do sétimo para o primeiro dia da semana.‖ Review and Herald, 11 de Dezembro, 1855, vol. 7, no. 11, page 85, par. 15, 16.

James White: ―O ―mistério da iniquidade‖ começou a operar na igreja nos dias de Paulo. Por último, pôs de parte a simplicidade do evangelho, e corrompeu a doutrina de Cristo, e a igreja foi para o deserto. Martinho Lutero, e outros reformadores, surgiram na força de Deus, e com a Palavra e o Espírito, fizeram grandes avanços na Reforma. A grande falta que podemos encontrar na Reforma é, que os Reformadores pararam de reformar. Se eles tivessem continuado em frente, até terem deixado para trás o último vestígio do papado, tal como a imortalidade natural, o batismo por aspersão, a trindade, a guarda do domingo, e a igreja agora estaria livre de erros anti-escriturísticos.‖ Review and Herald, 7 de Fevereiro de 1856, vol. 7, no. 19, pág. 148, par. 22.

Pergunta colocada a J. N. Loughborough e respectiva resposta:

―Quais são as sérias objecções à doutrina da trindade? (…)

1. Não está muito de acordo com o senso comum, falar de três sendo um, e um sendo três. Ou como alguns o expressam, chamando Deus ―o Deus Triúno‖, ou ―o Deus três em um‖. Se cada um, Pai, Filho, e Espírito Santo são Deus, seriam três Deuses; por três vezes um não é um, mas três. Num certo sentido eles são um, mas não uma pessoa, como reclamado pelos Trinitários.

2. É contrário à Escritura. Quase todas as porções do Novo Testamento que possamos abrir, nas quais ocorre falar do Pai e do Filho, representam-nos como duas pessoas distintas. O décimo-sétimo capítulo de João por si só, é suficiente para refutar a doutrina da trindade.

Mais de quarenta vezes, naquele único capítulo Cristo fala de Seu Pai como uma pessoa distinta de si próprio. O Pai estava no céu e Ele sobre a Terra. O Pai enviou-o. Dando-lhe aqueles que creram. Ele devia então ir para o Pai. E neste mesmo testemunho ele mostrou-nos em que consiste a unicidade do Pai e do Filho. É o mesmo que a unicidade dos membros da igreja de Cristo.

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―Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste.‖ De um só coração e uma só mente. De um só propósito em todo o plano idealizado para a salvação do homem. Leiam o décimo-sétimo capítulo de João e vejam se ele não deita completamente por terra a doutrina da Trindade.

Para acreditar naquela doutrina, quando lemos a escritura devemos acreditar que Deus se enviou a si mesmo ao mundo, morreu para reconciliar o mundo consigo mesmo, ressuscitou-se a si mesmo, ascendeu por Ele próprio ao céu, intercedeu perante ele mesmo no céu para reconciliar o mundo consigo mesmo, e é o único mediador entre o homem e ele mesmo. É inaceitável colocar a natureza humana de Cristo [ou seja, o ―Jesus homem‖] (de acordo com os trinitários) como o Mediador [Isto remove Jesus de Sua posição de divino Salvador e Mediador]; por isso Clarke diz: ―Sangue humano não é mais capaz de apaziguar Deus do que sangue de porco.‖ Comentário em II Sm. 21:10. Nós devemos também acreditar que no jardim Deus orou por si próprio, se isto fosse possível, para deixar a taça passar de si mesmo, e milhares de outros absurdos.

Leiam cuidadosamente os seguintes textos, comparando-os com a ideia que Cristo é o Omnipotente, Omnipresente, Supremo, e o único Deus existente por si mesmo: Jo. 14:28; 17:3; 3:16; 5:19, 26; 11:15; 20:19; 8:50; 6:38; Mc. 8:32; Lc. 6:12; 22:69; 24:29; Mat. 3:17; 27:46; Gál. 3:20; I Jo. 2:1; Ap. 5:7; Act. 17:31. Ver também em Mat. 11:25, 27; Lc. 1:32; 22:42; Jo. 3:35, 36; 5:19, 21, 22, 23, 25, 26; 6:40; 8:35, 36; 14:13; 1 Cor. 15:28, etc.

A palavra Trindade não ocorre em nenhum lugar na Escritura. O principal texto que é suposto ensinar isso é I Jo. 5:7, o qual é uma interpolação [intercalação de palavras ou frases que não pertencem a um texto]. Clarke diz: ―De cento e treze manuscritos, cento e doze não o contêm. Não aparece em nenhum manuscrito, antes do décimo século. E o primeiro lugar em que o texto aparece em Grego, é na tradução Grega dos actos do Concílio de Latrão, aprovada em 1215 d.c.‖(…)

3. A sua origem é pagã e mitológica. Em vez de nos apontar as escrituras para provar a trindade, nós somos direcionados para o tridente dos Persas, com a reivindicação que ―por isto eles designaram ensinar a ideia de uma trindade, e se eles têm a doutrina da trindade, eles devem ter recebido isso do povo de Deus por tradição. Mas tudo isto é suposto, por isso é certo que a igreja Judaica não sustentou tal doutrina.‖ Diz o Sr. Summerbell: ―Um amigo meu que estava presente numa sinagoga de New York, pediu ao Rabbi uma explicação da palavra ―Elohim‖. Um pastor trinitário que estava de lado, replicou: ―Ora! Existe referência às três pessoas na Trindade‖, quando um Judeu avançou e disse que ele não deveria mencionar novamente aquela palavra, ou então eles teriam de forçá-lo a deixar a casa; não era permitido mencionar o nome de nenhum deus estranho na sinagoga.‖ (Discussion between Summerbell and Flood on Trinity, pág. 38). Milman diz que a ideia do tridente é mitológica (Hist. Christianity, pág. 34).

Esta doutrina da Trindade foi trazida para a igreja no mesmo tempo em que a adoração de imagens, e a guarda do domingo e não é mais do que a doutrina dos persas remodelada. Demorou cerca de trezentos anos, desde a sua introdução, para tornar a doutrina naquilo que é hoje. Isso começou aproximadamente em 325 D.C., e não se completou senão em 681. Ver Milman‘s Gibbon‘s Rome, vol.4, pág. 422. Foi adoptado em Espanha em 589, em Inglaterra em 596, em África em 534. – Gib. Vol.4, págs. 114, 345;

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Milner, vol.1, pág. 519.‖ J. N. Loughborough, Review and Herald, 5 de Novembro de 1861, vol. 18, page 184, par. 1-11.

J. H. Waggoner: ―O grande equívoco dos trinitarianos, ao argumentarem esse assunto, é este: Eles não fazem diferença entre negar a trindade e negar a divindade de Cristo. Eles só vêem os dois extremos entre os quais está a verdade; tomam cada expressão referente à pré-existência de Cristo como uma prova da trindade. As Escrituras ensinam abundantemente a pré-existência de Cristo e a sua divindade, mas são inteiramente silenciosas quanto à Trindade.

A declaração que o divino Filho de Deus não morre, está tão longe dos ensinamentos da Bíblia como as trevas da luz. Nós perguntariamos aos Trinitarianos, a qual das duas naturezas devemos a redenção? A resposta seria obviamente a natureza que morre e que derramou seu sangue por nós, porque nós temos redenção por meio de Seu sangue. Então fica evidente que, se unicamente a natureza humana morre, o nosso redentor é unicamente humano e que o divino Filho de Deus não teve parte na nossa salvação, pela qual não morreu e nem sofreu. Certamente nós falamos bem, que a doutrina de uma trindade degrada a expiação, trazendo o sacrifício, o sangue pelo qual fomos comprados, baixar para a norma do socinianismo.‖ J. H. Waggoner, 1884, The Atonement In The Light Of Nature And Revelation, pág. 173 (Também se encontra em Review and Herald, 10 de Novembro 1863, vol. 22, pág. 189, par. 16).

James White: ―Jesus orou para que seus discípulos fossem um como ele era um com o seu Pai. Esta oração não contemplou um discípulo com doze cabeças, mas doze discípulos, sendo um em objectivo e esforço na causa de seu mestre. Nem tão-pouco são o Pai e o Filho partes do "Deus três em um." Eles são dois seres distintos, embora sejam um no propósito e realização da redenção. Os remidos, do primeiro que

toma parte na grande redenção, até ao último, todos atribuem a honra, e glória, e louvor, de sua salvação, a Deus e ao Cordeiro.‖ Life Incidents, pág. 343, 1868.

R.F. Cottrell: ―Que uma pessoa seja três pessoas, e que três pessoas sejam uma só pessoa, é uma doutrina que nós podemos proclamar ser uma doutrina contrária à razão e ao senso comum. A natureza e atributos de Deus estão acima, muito além, fora do alcance do meu senso e razão, apesar disso acredito neles. Mas a doutrina à qual eu me oponho é contrária, sim, é essa a palavra, ao próprio sentido e razão que o próprio Deus implantou em nós. Ele não nos pede que acreditemos em tal doutrina. Um milagre está para além da nossa compreensão, mas todos acreditamos em milagres, julgados pelos nossos sentidos. O que vemos e ouvimos convence-nos que há um poder que efectuou o mais maravilhoso milagre de criação. Mas o nosso Criador fez ser um absurdo para nós que uma pessoa seja três pessoas, e três pessoas uma pessoa; e na sua palavra revelada ele nunca nos pediu para acreditar nisso. (…)

Mas sustentar a doutrina da Trindade, não é tanto uma evidência de uma má intenção, como de intoxicação daquele vinho que todas as nações beberam. O fato de que esta era uma das mais importantes doutrinas, senão a principal, sobre a qual o bispo de Roma foi exaltado ao papado, não recomenda muito em seu favor. Isto deveria levar os homens a investigar por si mesmos, como quando os espíritos de demônios fazem milagres para provar a imortalidade da alma. Nunca tendo duvidado disso antes, eu agora a provaria até o fundo, por aquela palavra que o Espiritualismo moderno anula. (…)

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A revelação ultrapassa-nos, mas em nenhuma instância contraria o raciocínio correcto e o sentido comum. Deus não reivindicou, como têm feito os papas, que ele podia ―fazer justiça ou injustiça‖, nem tão pouco, depois de nos ter ensinado a contar, nos disse que não há diferença entre números singulares e plurais. Acreditemos em tudo o que Ele revelou, e não lhe acrescentemos nada mais.‖ Review and Herald, 6 de Julho de 1869, vol. 34, nº 2, págs. 10,11.

James White: ―Paulo afirma acerca do Filho de Deus que ele era em forma de Deus, e que ele era igual a Deus. ―Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus‖ (Fil. 2:6). A razão pela qual não é usurpação para seu Filho o ser igual ao Pai é o facto de que ele é igual ... A inexplicável Trindade que faz a Divindade três em um e um em três, é ruim o suficiente, mas aquele ultra Unitarismo [Crença em Jesus como homem apenas] que faz Cristo inferior ao Pai é pior. Teria Deus dito a um inferior, ―Façamos o homem à nossa imagem‖?‖ Review and Herald, 29 de Novembro de 1877, vol. 50, nº22,

pág. 172.

E. J. Waggoner: ―Ao defender a igualdade perfeita do Pai e do Filho, e o fato de que Cristo é em sua própria natureza Deus, não pretendemos ser entendidos como ensinando que o Pai não existia antes do Filho. Não seria necessário salvaguardar este

ponto, com receio de que alguns pensem que o Filho existiu desde a mesma altura que o Pai; ainda assim, alguns vão a esse extremo, o que não acrescenta nada à dignidade de Cristo, mas antes diminui a honra devida a ele, uma vez que muitos preferem deitar tudo a perder e aceitar uma teoria tão obviamente em discordância com a linguagem das Escrituras, que Jesus é o Filho unigénito de Deus. Ele foi gerado, não criado. Ele é da mesma substância do Pai, portanto, em sua essência, ele é Deus, e sendo assim "aprouve a Deus que, nele, habitasse toda a plenitude." Col. 1:19 ... Enquanto ambos são da mesma natureza, o Pai é primeiro em questão de tempo. Ele também é maior pois que não teve começo, enquanto a personalidade de Cristo teve um começo.‖ E. J.

Waggoner, The Signs of the Times, 8 de Abril, 1889.

(Frase traduzida a partir do inglês, do site:

http://www.elijah144.com/pioneersonthetrinity.htm)

E. J. Waggoner: ―Finalmente, conhecemos a unidade divina do Pai e do Filho pelo fato de que ambos têm o mesmo Espírito. Paulo, depois de dizer que os que estão na carne não podem agradar a Deus, continua: "Mas vós não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Agora, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele. "Rom. 8:9. Aqui vemos que o Espírito Santo é o Espírito de Deus e o Espírito de Cristo….‖ (E. J. Waggoner, 1890, Christ and His Righteousness, págs 23, par. 1.

Urias Smith: ―O termo ―Espírito [Fantasma] Santo‖, é uma tradução cruel e repulsiva. Deveria ser ―Santo Espírito‖ (hagion pneuma) em toda a situação. Este Espírito é o Espírito de Deus, e o Espírito de Cristo; sendo o Espírito o mesmo quer seja referido como pertencendo a Deus ou a Cristo. Mas em relação a este Espírito, A Bíblia utiliza expressões que não se podem harmonizar com a ideia de que é uma pessoa como o Pai e o Filho. Antes, é demonstrado ser uma divina influência partindo de ambos, o meio que representa a sua presença e pela qual eles têm conhecimento e poder por todo o universo, quando não pessoalmente presentes. Cristo é uma pessoa, agora oficiando como sacerdote no santuário no céu, e ainda assim ele diz, onde quer que dois ou

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três estejam reunidos em seu nome, ele estará no meio deles (Mt. 18:20). Como? Não pessoalmente, mas pelo Seu Espírito. Em um dos seus discursos (Jo. 14-16) este Espírito é personificado como ―o Consolador‖, e como tal, tem os pronomes pessoal e relativo, ―ele‖, ―aquele‖, e ―quem‖, a ele aplicados.

Mas normalmente fala-se dele de uma forma que mostra que não pode ser uma pessoa, como o Pai e o Filho. Por exemplo, é frequentemente dito ser “derramado”. Mas nós nunca lemos acerca de Deus ou Cristo serem derramados. Se fosse uma pessoa, não seria nada estranho aparecer em forma corpórea, e ainda quando apareceu assim, esse facto foi referido como peculiar. Assim Lucas 3:22 diz: ― E o Santo Espírito desceu sobre ele em forma corpórea como pomba.‖ Mas a forma não é sempre a mesma, porque no dia de Pentecostes assumiu a forma de ―línguas repartidas, como que de fogo‖ (At. 2:3,4). Novamente nós lemos dos “sete Espíritos de Deus enviados a toda a terra” (Ap. 1:4; 3:1; 4:5; 5:6). É inquestionável que isto é simplesmente uma designação do Santo Espírito, posto nesta forma para significar a perfeição e plenitude. Mas dificilmente poderia ser assim descrito se fosse uma pessoa. Nós nunca lemos sobre sete Deuses ou sete Cristos.‖ Review and Herald, 28 de outubro de 1890.

Uriah Smith: “Pode então não ser descabido para nós considerar por um momento o que é este Espírito, qual a sua função, qual a sua relação com o mundo e com a igreja, e o que é que o Senhor através dele propõe fazer pelo seu povo. O Santo Espírito é o Espírito de Deus; é também o Espírito de Cristo. É aquela divina, misteriosa emanação por meio da qual eles levam avante a sua grande e infinita obra.

É chamado o Espírito Eterno; é um espírito que é omnisciente e omnipresente; é o espírito que se movia, ou pairava, sobre a face das águas nos primeiros dias quando reinava o caos, e de fora do caos foi trazida a beleza e a glória deste mundo. É a agência pela qual a vida é concedida; é o meio pelo qual todas as bênçãos e graças de Deus chegam até nós. É o Consolador; é o Espírito da verdade; é o Espírito de Esperança; é o Espírito de Glória; é a conexão vital entre nós e o nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo; porque os apóstolos dizem-nos que se nós ―não tivermos o Espírito de Cristo‖, nós ―não somos dele‖. É um espírito amável; que pode ser insultado, pode ser ofendido, pode ser extinto. É aquela agência por meio da qual seremos introduzidos, se alguma vez chegarmos a ser introduzidos, à imortalidade. Por isso Paulo diz, que ―se o espírito d‘Aquele que dentre os mortos ressuscitou a Cristo habita em vós, … também vivificará os vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que em vós habita‖ (Rom. 8:11); que é o Espírito de Cristo. (...)

Vocês notarão nestes poucos versos o apóstolo realçar as três grandes agências que estão relacionadas com esta obra: “Deus, o Pai; Cristo, Seu Filho; e o Espírito Santo.” Uriah Smith, 18 Março, 1891, General Conference Daily Bulletin, vol. 4, (Sermon delivered by elder Uriah Smith, Sabbath, March 14, 1891), pág. 147, par. 4.

É interessante notarmos que Urias Smith, não considerando o Espírito Santo uma pessoa diferente do Pai e do Filho, mas a influência de ambos, usou a expressão ―as três agências‖. Vemos desta foma que ele não está de forma alguma a defender a trindade, pelo contrário, pois Urias Smith, bem como os pioneiros em geral, entre os quais Ellen White, eram antitrinitarianos. Da mesma forma que seria ridículo utilizar esta frase para dizer que Urias Smith cria na trindade, assim o é com algumas frases de Ellen White; ainda que contendo expressões semelhantes, ela não pretendia de forma nenhuma

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defender a trindade como veremos mais adiante ao analisarmos o que ela diz acerca da divindade:

Ellen White: ―Há alguns que, tendo aceito teorias errôneas, procuram estabelecê-las colecionando de meus escritos declarações verídicas, as quais são por eles usadas fora de seu devido contexto e deturpadas pela associação com o erro.‖ Carta 136, 27 de Abril, 1906, para os irmãos Butler, Daniels, and Irwin, (This Day with God, pág. 126, par. 3).

Uriah Smith: ―Somente Deus é sem começo. Numa época inicial em que poderia ter havido um começo – um período tão remoto que para a mente finita, é essencialmente a eternidade – apareceu a Palavra. "No princípio era o Verbo, e o Verbo

estava com Deus, e o Verbo era Deus." João 1:1. Esta Palavra não criada era o Ser, que, na plenitude dos tempos, se fez carne e habitou entre nós. Seu início não foi como o de qualquer outro ser no universo. Isto é demonstrado nas expressões misteriosas, "o seu [de Deus] Filho unigênito" (João 3:16; I João 4:9), "o unigênito do Pai" (João 1:14), e "Eu saí e vim de Deus." João 8:42. Assim, parece que por algum impulso divino ou processo, não criação, que só é conhecido da Omnisciência, e só é possível à Omnipotência, o Filho de Deus apareceu. E então o Espírito Santo (por uma enfermidade de tradução

chamado "Espírito [fantasma; do inglês ―Ghost‖] Santo"), o Espírito de Deus, o Espírito de Cristo, a inspiração divina e o meio de seu poder, o representante de ambos (Sl 139:7), existia também.‖ Looking Unto Jesus, pág. 10, par. 1, 1898.

Ellen White: ―Não é aos homens que devemos exaltar e adorar, é a Deus, o único Deus verdadeiro e vivo, a quem são devidos nosso culto e reverência. ... Unicamente o Pai e o Filho devem ser exaltados.‖ Filhos e Filhas de Deus, 21 de fevereiro de 1956, pág. 58 (The Youth's Instructor, 7 de julho de 1898).

http://egwdatabase.whiteestate.org/nxt/gateway.dll?f=templates$fn=default.htm$vid=default

Stephen N. Haskell: ―Antes da criação do nosso mundo, ―houve guerra no céu‖. Cristo e o Pai fizeram aliança um com o outro; e Lúcifer, o querubim cobridor, ficou com inveja porque não foi admitido no eterno concílio dos Dois que se sentavam sobre o trono.‖The Story of the Seer of Patmos, págs. 217, 1905)

―Cristo foi o primogénito no céu; Ele foi do mesmo modo o primogénito de Deus sobre a terra, e herdeiro do trono do Pai. Cristo, o primogénito, apesar de Filho de Deus, estava vestido da humanidade, e aperfeiçoou-se pelo sofrimento. Ele tomou a forma de homem, e por toda a eternidade, Ele permanecerá um homem.‖ Idem, págs. 98 e 99, 1905.

Ellen White escreveu: ―...Nenhum alfinete deve ser removido no que o Senhor estabeleceu... Encontraríamos nós segurança, em menos do que o Senhor nos tem dado nesses últimos cinquenta anos?‖ Review and Herald, 25 de maio de 1905, par. 28. ―Aqueles que procuram remover os velhos marcos, não estão retendo firmemente; eles não estão se lembrando de como receberam e ouviram. Os que tentam introduzir teorias que removeriam os pilares de nossa fé quanto ao santuário ou quanto à personalidade de Deus ou de Cristo, estão agindo como cegos. Estão procurando introduzir incertezas e deixar o povo de Deus à mercê das ondas, sem uma âncora.‖ Manuscript Release, 760, págs. 9, 1905 (Este manuscrito encontra-se separado dos restantes no site http://egwwritings.org/).

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"Quando o homem vier para mudar um alfinete do fundamento que Deus estabeleceu por seu Espírito Santo, permita que os homens de idade que foram os pioneiros no nosso trabalho falem claramente, e permita que aqueles que estão mortos também falem, re-imprimindo os seus artigos em nossas revistas. Focalize os ráios da divina luz que Deus tem dado, como Ele tem guiado seu povo passo a passo no caminho da verdade. Essa verdade prevalecerá no teste do tempo e da experiência". Manuscript Release, vol. 1, nº 55, (A Warning against False Theories), 24 de Maio de 1905, par. 1.

―Estive encarregada de dizer ao povo, que o diabo possui artifício após artifício, e os utiliza de maneira que não esperam. As agências de Satanás inventarão meios para disfarçar pecadores de santos. Digo a vocês agora, que quando eu for ao descanso, grandes mudanças ocorrerão. Não sei quando serei levada; e desejo alertar a todos contra os artifícios do diabo. Quero que o povo saiba que eu os alertei claramente antes da minha morte. Não sei especificamente quais mudanças ocorrerão...‖ Manuscript Release 1, 1915.

http://www.adventistas.ws/perigo2.htm

Apresento ainda alguns testemunhos relativos ao tema da trindade, posteriores à morte de Ellen White:

H. W. Carr: ―É agora defendido por alguns de nossos líderes que o Espírito Santo é uma terceira pessoa da mesma natureza do Pai e do Filho, um membro do trio celestial, cooperador em criação e pessoalmente activo com o Pai e o Filho. Por muitos anos tenho usado estas citações da Sra. White [citações anteriormente apresentadas nesta carta] para combater falsos ensinos relativamente a definir o Espírito Santo.‖ (Carta de H. W. Carr para Willie White, 24 de Janeiro, 1935)

Willie White: ―Na sua carta você pediu-me que lhe dissesse o que eu compreendo ser a posição de minha mãe em relação à personalidade do Espírito Santo. Isto eu não posso dizer porque eu nunca compreendi claramente os seus ensinos acerca desse assunto. Sempre houve em minha mente alguma perplexidade sobre o significado das suas expressões, as quais, para a minha superficial maneira de pensar parecem ser um tanto ou quanto confusas…. As frases e argumentos de alguns de nossos ministros em seu esforço para provar que Espírito Santo era uma pessoa como Deus o Pai e Cristo, o Filho Eterno, têm-me deixado perplexo e por vezes têm-me feito ficar triste. Um ensino popular diz: ―Podemos olhar para Ele (o Espírito Santo), como o companheiro que está aqui em baixo fazendo as coisas‖. As minhas perplexidades foram diminuídas um pouco quando eu aprendi do dicionário que um dos significados de personalidade, era características. Afirma-se isso de tal forma que eu concluí que pode haver personalidade sem uma forma corpórea, que é possuída pelo Pai e pelo Filho.

Há muitas passagens bíblicas que falam do Pai e do Filho e a ausência das mesmas fazendo semelhante referência, ao trabalho unido do Pai e do Espírito Santo ou de Cristo e do Espírito Santo, levou-me a crer que o espírito sem individualidade era o representante do Pai e do Filho através do universo, e era através do Espírito Santo que eles habitam em

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nossos corações e tornam-nos um com o Pai e com o Filho...." (Carta de Willie White em resposta a H. W. Carr, 30 de Abril, 1935)

J. S. Washburn: ―Satanás tomou algumas concepções pagãs de uma monstruosidade de

três cabeças, e com a intenção deliberada de lançar o desdém sobre a divindade, teceu-as no romanismo como o nosso Deus glorioso, uma impossível, absurda invenção. Esta doutrina monstruosa transplantada do paganismo para igreja Papal Romana, pretende impor a sua presença maligna nos ensinamentos da Terceira Mensagem Angélica.... (…)

Adventistas do Sétimo Dia reivindicam tomar a palavra de Deus como autoridade suprema e de terem "saído de Babilônia", de terem renunciado para sempre às vãs tradições de Roma. Se nós devessemos voltar à imortalidade da alma, purgatório, tormento eterno e ao descanso dominical, isso seria alguma coisa menos que apostasia? Se, no entanto, passarmos por cima de todos estas doutrinas menores, secundárias e aceitarmos e ensinarmos a própria raiz central, doutrina do Romanismo, a Trindade, e ensinarmos que o Filho de Deus não morreu, mesmo que nossas palavras pareçam ser espirituais, é isto alguma coisa mais ou menos que apostasia, e o Ômega da própria apostasia?...

Embora os seus sermões ou artigos possam ser agradáveis ou bonitos ou aparentemente profundos, quando um homem chega ao ponto de ensinar a doutrina pagã Católica da Trindade, e nega que o Filho de Deus morreu por nós, é ele um verdadeiro Adventista do Sétimo Dia? É ele até um verdadeiro pregador do Evangelho?

E quando muitos o consideram como um grande professor e aceitam as suas teorias anti-escriturísticas, absolutamente contrárias ao Espírito de Profecia, é tempo de os vigias fazerem soar uma nota de advertência.... [Porções de uma carta escrita por J. S. Washburn em 1939. Esta carta foi tão apreciada por um presidente de conferência, que ele distribuiu para 32 de seus ministros.]

(Cartas traduzidas a partir do inglês, do site :

http://www.elijah144.com/pioneersonthetrinity.htm)

Declarações Antitrinitárias de Ellen White

Novamente repito a ideia que já tinha apresentado anteriormente, que devido ao facto de pegarem em frases de Ellen White, em que ela várias vezes refere o Pai, o Filho e o Espírito Santo juntos, alguns pretendem que ela fosse trinitária. No entanto como podemos confirmar pelas seguintes declarações, ocorre precisamente o contrário:

―Há alguns que, tendo aceito teorias errôneas, procuram estabelecê-las colecionando de meus escritos declarações verídicas, as quais são por eles usadas fora de seu devido contexto e deturpadas pela associação com o erro.‖ Carta 136, 27 de Abril, 1906, para os irmãos Butler, Daniels, and Irwin, (This Day with God, pág. 126, 1906).

―Os que querem duvidar têm suficiente oportunidade para isso. Deus não se propõe fazer desaparecer toda ocasião para a incredulidade. Apresenta evidências que precisam ser cuidadosamente investigadas com espírito humilde e suscetível ao ensino; e todos devem julgar pela força dessas mesmas evidências.‖ Testemunhos Para a Igreja, Vol. III, pág. 255.

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―Identificar a Verdade – Quando o poder de Deus testifica sobre o que é a verdade, aquela verdade permanece para sempre como a verdade. Nenhumas pós-suposições, contrárias à luz que Deus tem dado, devem ser recebidas. Surgirão homens com interpretações das Escrituras que para eles são a verdade, mas que não são a verdade. A verdade para este tempo, Deus no-la deu como um fundamento para a nossa fé. Ele próprio nos ensinou o que é verdade. Um surgirá, e ainda outro, com uma nova luz que contradiz a luz que Deus tem dado pela demonstração de Seu Santo Espírito.

Alguns dos que passaram pela experiência adquirida no estabelecimento desta verdade, ainda estão vivos. Deus graciosamente preservou suas vidas, para repetirem e repetirem até o fim de suas vidas, a experiência por que passaram tal como fez o apóstolo João, mesmo até ao fim de sua vida. E os porta-estandartes, que caíram na morte, devem falar através da reimpressão de seus escritos. Fui instruída que, deste modo, suas vozes devem ser ouvidas. Eles devem levar avante seu testemunho sobre o que constitui a verdade para este tempo.‖ Preach the Word, pág. 5, (Counsels to Writers and Editors, págs. 31, 32, 1905).

―E a vida eterna é esta‖, disse Jesus, ―que Te conheçam a Ti só por único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste.‖João 17:3.‖ Ciência do Bom Viver, págs. 410.

―O espiritismo moderno, repousando sobre a mesma base, não é senão um reavivamento, sob uma nova forma, da feitiçaria e culto aos demônios que Deus condenou e proibiu na antiguidade. Acha-se ele predito nas Escrituras, que declaram que

"nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios". I Tim. 4:1. Paulo, em segunda carta aos tessalonicenses, indica a operação especial de Satanás pelo espiritismo, como um acontecimento a ocorrer imediatamente antes do segundo advento de Cristo. Falando da segunda vinda de Cristo, declara que ela é "segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira". II Tess. 2:9. E Pedro, descrevendo os perigos a que a igreja estaria exposta nos últimos dias, diz que, assim como houve falsos profetas que levaram Israel ao pecado, haverá falsos ensinadores "que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou. ... E muitos seguirão as suas dissoluções". II Ped. 2:1 e 2. Aqui o apóstolo indicou uma das mais assinaladas características dos ensinadores espíritas. Eles se recusam a reconhecer a Cristo como o Filho de Deus. Com relação a

tais instrutores o amado João declara: "Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? É o anticristo esse mesmo que nega o Pai e o Filho. Qualquer que nega o Filho, também não tem o Pai." I João 2:22 e 23. O espiritismo, negando a Cristo, nega tanto ao Pai como ao Filho, e a Bíblia denuncia-o como manifestações do anticristo.‖

Patriarcas e Profetas, pág. 686.

―Não é aos homens que devemos exaltar e adorar, é a Deus, o único Deus verdadeiro e vivo, a quem são devidos nosso culto e reverência. (...) Unicamente o Pai e o Filho devem ser exaltados.‖ Filhos e Filhas de Deus, 21 de fevereiro de 1956, pág. 58 (The Youth's Instructor, 7 de julho de 1898).

―Vi um trono, e assentados nele estavam o Pai e o Filho. Contemplei o semblante de Jesus e admirei Sua adorável pessoa. Não pude contemplar a pessoa do Pai, pois uma nuvem de gloriosa luz O cobria. Perguntei a Jesus se Seu Pai tinha a mesma aparência que Ele. Jesus disse que sim, mas eu não poderia contemplá-Lo, pois disse: “Se uma vez contemplares a glória de Sua pessoa, deixarás de existir.‖ Primeiros Escritos, pág. 54.

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Pai e Filho empenharam-Se na grandiosa, poderosa obra que tinham planejado - a criação do mundo. (…)

Depois que a Terra foi criada, com sua vida animal, o Pai e o Filho levaram a cabo Seu propósito, planejado antes da queda de Satanás, de fazer o homem à Sua própria imagem. Eles tinham operado juntos na criação da Terra e de cada ser vivente sobre ela. E agora, disse Deus a Seu Filho: "Façamos o homem à Nossa imagem." Gên. 1:26.” Redimidos, pág. 17.

―Adão e Eva estavam encantados com as belezas de seu lar edênico. Eram deleitados com os pequenos cantores em torno deles, os quais usavam sua brilhante e graciosa plumagem, e gorjeavam seu feliz, jubiloso canto. O santo par unia-se a eles e elevava sua voz num harmonioso cântico de amor, louvor e adoração ao Pai e a Seu amado Filho pelos sinais de amor ao seu redor.‖ Redimidos, pág. 19 (ou História da Redenção, págs. 22 e 23).

―Vi o adorável Jesus e contemplei uma expressão de simpatia e tristeza em Seu rosto. Logo eu O vi aproximar-Se da luz extraordinariamente brilhante que cercava o Pai. Disse meu anjo assistente: Ele está em conversa íntima com o Pai. A ansiedade dos anjos parecia ser intensa, enquanto Jesus Se comunicava com Seu Pai. Três vezes foi encerrado pela luz gloriosa que havia em redor do Pai; na terceira vez, Ele veio de Seu Pai, e podia ser visto. (…)

Fez então saber ao exército angelical que um meio de livramento fora estabelecido para o homem perdido. Dissera-lhes que estivera a pleitear com Seu Pai, oferecera-Se para dar Sua vida como resgate e tomar sobre Si a sentença de morte, a fim de que por meio dEle o homem pudesse encontrar perdão‖. Redimidos, pág. 30.

―O plano da redenção foi estabelecido em conselhos entre o Pai e o Filho.‖Review and Herald, 28 de Maio, 1908, par. 12.

―Todas as hostes celestes rodeiam o seu Chefe regressado e esperam vê-l‘O tomar assento no trono do Pai.

Jesus, porém, não pode aceitar ainda a coroa de glória e as vestes reais. Tem uma requisição a fazer ao Pai um pedido relativamente aos Seus escolhidos na terra. (…)

Antes de serem lançadas as bases da Terra, o Pai e o Filho haviam concordado em salvar o homem caso ele fosse vencido por Satanás. (…)

A resposta do Pai a este apelo traduz-se nesta proclamação:

―Todos os anjos de Deus O adorem.‖ Heb. 1:6.

Jubilosos, os chefes da milícia celeste tributam adoração ao Redentor. O exército inumerável de anjos reverentemente curva-se perante Ele, e os paços celestes ecoam com esta exclamação:

“Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riquezas, e sabedoria, e força e honra, e glória, e acções de graça." Apoc. 5:12.

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Os seguidores de Cristo estão aceitos ―no Amado‖. Em presença dos exércitos celestiais o Pai ratifica o pacto com o Filho mediante o qual Se compromete a receber o pecador penitente, amando-o como ao próprio Filho. (…)

Todos os céus proclamam a uma voz:

"Ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, sejam dadas acções de graça, e honra, e a glória, e poder para todo o sempre." Apoc. 5:13.‖ Vida de Jesus, pág. 128, 129 (cap. 30, ―O Salvador Assumpto‖).

―Mesmo os anjos não tiveram permissão de partilhar nos conselhos entre o Pai e o Filho quando foi delineado o plano da salvação.‖ Ciência do Bom Viver, pág. 430.

―A nuvem escura da transgressão humana colocou-se entre o Pai e o Filho. A interrupção da comunhão entre Deus e Seu Filho provocou um estado de coisas nas cortes celestiais

que não podem ser descritas pela linguagem humana. A Natureza não pôde testemunhar uma tal cena como a de Cristo morrendo em agonia, enquanto carregava a pena da transgressão do homem. Deus e os anjos se vestiram de trevas, e esconderam o Salvador

do olhar da multidão curiosa enquanto ele bebia os últimos goles da taça da ira de Deus (Letter 139, 1898).‖ Bible Commentary, vol. 5, pág. 1108, par. 3.

―O plano de salvação concebido pelo Pai e pelo Filho será um grande sucesso.‖The Signs of the Times, 17 Junho, 1903, par. 2.

―Antes da queda do homem, o Filho de Deus uniu-se com Seu Pai no estabelecimento do plano da salvação.‖Review and Herald, 13 Setembro de 1906 par. 4.

―O grandioso plano da redenção foi estabelecido antes da fundação do mundo. E Cristo, nosso Substituto e Penhor, não ficou só no maravilhoso empreendimento da redenção do homem. No plano para salvar um mundo perdido, o conselho foi entre ambos; o pacto de paz foi entre o Pai e o Filho.‖ The Signs of the Times, 23 Dezembro de 1897, par. 2.

―Através de Cristo, o trabalho sobre o qual o cumprimento do propósito de Deus repousa, foi realizado. Este foi o acordo nos conselhos da Divindade. O Pai designou em conselho com seu Filho, que a família humana deveria ser testada e provada, …‖ The Gospel

Herald, 11 Junho de 1902, par. 6.

Para que a família humana não tivesse qualquer desculpa por causa da tentação, Cristo tornou-se um com eles. O único ser que era um com Deus viveu a lei na humanidade, desceu para a vida humilde de um trabalhador comum, e trabalhou na bancada de carpinteiro com seu pai terreno.‖ The Signs of the Times, 14 de Outubro, 1897, par. 3)

―O Soberano do Universo não estava só em Sua obra de beneficência. Tinha um companheiro - um cooperador que poderia apreciar Seus propósitos, e participar de Sua alegria ao dar felicidade aos seres criados. "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus." João 1:1 e 2. Cristo, o Verbo, o Unigênito de Deus, era um com o eterno Pai - um em natureza, caráter, propósito - o único ser que poderia penetrar em todos os conselhos e propósitos de Deus. "O Seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus forte, Pai da eternidade, Príncipe da paz." Isa. 9:6. Suas "saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade". Miq. 5:2. E o Filho de Deus declara a respeito de Si mesmo: "O Senhor Me possuiu no princípio de Seus caminhos, e antes de Suas obras mais antigas. ... Quando compunha os

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fundamentos da Terra, então Eu estava com Ele e era Seu aluno; e era cada dia as Suas delícias, folgando perante Ele em todo o tempo". Prov. 8:22-30.‖ Patriarcas e Profetas, pág. 34.

―Pelo poder do Seu amor, através da obediência, o homem caído, um verme da terra, é transformado, ajustado para ser um membro da família celestial, um companheiro de Deus e de Cristo e dos santos anjos por eras eternas ….‖ The Upward Look, Fevereiro, cap. 47, pág. 61, par. 7, (Manuscrito, 16 de Fevereiro de 1900, pág. 21, ―God‘s Love Manifested‖).

―Os poderes das trevas estão dispostos contra vocês. Satanás deseja ver-vos abandonar o vosso Líder. Ele ficaria muito satisfeito em ver-vos decepcionar Aquele que fez tanto por vocês. Não cedam às suas tentações. Lutem corajosamente contra as sugestões dele. Lembrem-se que Deus e Cristo e os anjos celestiais estão lutando com vocês.‖ The Youth’s Instructor, 1 de Janeiro de 1903, par. 2.

―O Filho de Deus estava logo a seguir, em autoridade, ao grande Legislador. Ele sabia que somente a Sua vida poderia ser suficiente para resgatar o homem caído.‖ Spirit of Prophecy, vol. 2, pág. 9, (Ver também em Lift Him Up, pág 24, par. 2).

Esta citação revela claramente a posição do Pai e do Filho. Embora Jesus seja adorado e exaltado como o próprio Jeová, bem como reconhecido com mesma autoridade aonde quer que vá, pois assim o determinou Seu Pai, no entanto, é o Filho que se sujeita ao Pai e não o contrário (I Cor. 15:27,28). O Filho foi gerado pelo Pai, vive pelo Pai e foi ressuscitado pelo Pai (Sl. 2:7; Pv. 8:22-25; Jo. 5:26 e 6:57; At. 3:15). Até mesmo o dia da Sua vinda e de Seu Pai somente é conhecida por Jeová, Seu Pai! (At. 1:7).

Embora esteja escrito que Jesus era igual a Deus (Jo. 5:18, 23; Fl. 2:6), Jesus mesmo reconheceu a Seu Pai como maior! (Jo. 14:28).

“Next to”

Relativamente a esta última citação, faço um parêntese aqui para mostrar um exemplo de como a igreja deturpa os escritos da irmã White conforme lhes convém…

De seguida apresento a citação como se acha no inglês, no site http://egwwritings.org/:

―The Son of God was next in authority to the great Lawgiver. He knew that his life alone could be sufficient to ransom fallen man.‖ Review and Herald, 17 de Dezembro de 1872.

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Em espanhol está correctamente traduzido: ―El Hijo de Dios era el segundo en autoridad después del gran Legislador. El sabía que únicamente su vida podría ser suficiente para rescatar al hombre caído.‖ Exaltad a Jesús, pág. 18, (http://www.ellenwhitebooks.com/?l=92&p=18).

Agora vejam a tradução tendenciosa e falsa da Publicadora Atlântico (Meditações Matinais de 1998 – Exaltai-O!): ―O Filho de Deus equiparava-Se em autoridade ao grande Legislador…‖. Equiparava-se???

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Mas voltemos às declarações da irmã White.

―A posição de Satanás no céu tinha sido a seguinte ao Filho de Deus. Ele foi o primeiro

entre os anjos.‖ Mensagens Escolhidas, vol. 1, pág. 341, par. 4.

Fica claro que não resta espaço para uma 3ª pessoa divina diferente do Pai e do Filho!

―Satanás, o chefe dos anjos caídos, teve outrora uma posição elevada no céu. Em honra, ele era o que estava a seguir a Cristo.‖ Review and Herald, 24 de Fevereiro de 1874, par.

33.

―O Senhor diz de Satanás que "ele não se firmou na verdade." Ele era outrora o querubim cobridor, glorioso em beleza e santidade. Ele estava a seguir a Cristo em exaltação e caráter. Foi com Satanás que a exaltação própria teve a sua origem. Ele tornou-se ciúmento de Cristo, e acusou-o falsamente, e então lançou a culpa sobre o Pai. Ele estava com inveja da posição que era ocupada por Cristo e o Pai, e ele desviou-se da sua fidelidade para com o Comandante do céu e perdeu sua alta e santa condição.‖ Review and Herald, 22 de Outubro de 1895, par. 1.

―Uma oferta completa foi feita, pois ―Deus amou o mundo de tal maneira, que deu o seu Filho unigénito‖ – não um filho por criação, assim como o eram os anjos, nem um filho por adoção, como o é o pecador perdoado, mas um Filho gerado à expressa imagem da pessoa do Pai, e em todo o brilho de sua majestade e glória, um igual a Deus em autoridade, dignidade e perfeição divina. Nele habita corporalmente toda a plenitude da

divindade.‖ The Signs of the Times, 30 Maio de 1895, par. 3.

―Antes de Cristo ter vindo na semelhança de homem, ele existiu na expressa imagem de seu Pai.‖ Youth’s Instructor, 20 de Dezembro de 1900.

―O Pai Eterno, o imutável, deu o seu Filho unigênito, tirou de seu seio Aquele que foi feito à expressa imagem de sua pessoa, e enviou-o à Terra, para revelar como ele amava muito a humanidade.‖ Review and Herald, 9 de Julho de 1895, par. 13.

―Cristo é o Filho de Deus em acção e em verdade e no amor, e é o representante do Pai, bem como o representante da raça humana.‖ Manuscript Releases, vol. 14, nº1094 (Leaders to be Under the Discipline of God; Christ‘s Power can Transform Human Nature), pág. 83, par. 2. ―As Escrituras indicam com clareza a relação que há entre Deus e Cristo, e com idêntica clareza apresentam a personalidade e individualidade de cada um. ―Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo. O qual, sendo o resplendor da Sua glória, e a expressa imagem da Sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do Seu poder, havendo feito por Si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-Se à destra da Majestade nas alturas; feito tanto mais excelente do que os anjos, quanto herdou mais excelente nome do que eles. Porque, a qual dos anjos disse jamais: Tu és Meu Filho, hoje Te gerei? e outra vez: Eu Lhe serei por Pai, e Ele Me será por Filho?‖ Hebreus 1:1-5.

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Deus é o Pai de Cristo; Cristo é o Filho de Deus. A Cristo foi atribuída uma posição exaltada. Foi feito igual ao Pai. Cristo participa de todos os desígnios de Deus.‖ Testemunhos para a Igreja, vol. 8, pág. 268 ―Havia os que estavam ativos em disseminar idéias falsas acerca de Deus. Foi-me dada luz de que esses homens estavam tornando sem efeito a verdade, por meio de seus falsos ensinos. Fui instruída de que estavam desviando pessoas, apresentando teorias especulativas relativamente a Deus. … Esse é apenas um dos casos em que fui chamada a repreender os que estavam apresentando a doutrina de um Deus impessoal permeando toda a natureza, e erros semelhantes.‖ Testemunhos para a Igreja, vol. 8, págs. 292, 293.

―NEle [Cristo] havia vida, original, não tomada por empréstimo, não derivada. Essa vida não é inerente ao homem. Ele só a pode possuir mediante Cristo. Não a pode ganhar por mérito; é-lhe dada como dádiva livre, se ele crer em Cristo como seu Salvador pessoal. ―A vida eterna é esta: que Te conheçam, a Ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.‖ João 17:3. Esta é a fonte de vida, aberta ao mundo.‖ Signs of the Times, 8 de Abril de 1897; também em Mensagens Escolhidas, vol. 1, pág. 296, par. 2.

Aqueles que apontam a primeira frase da anterior citação, como prova de que Cristo é o Eterno Deus, o Todo-poderoso, como parte de uma trindade, leiam o resto do parágrafo e o seu argumento cai completamente por terra! Pois se o homem também pode possuir essa vida original, então, seguindo a lógica dos que assim argumentam, o homem passaria a ser também Deus, o que é completamente falso, uma autêntica blafémia!

Essa vida original procede de Deus, que a deu a Cristo e Ele, por sua vez, a concede a todos os homens que crêem n‟Ele como seu Salvador pessoal.

―Porque, como o Pai tem a vida em si mesmo, assim deu também ao Filho ter a vida em si mesmo‖. ―Assim como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo pelo Pai, assim, quem de mim se alimenta, também viverá por mim.‖ Jo. 5:26; 6:57.

Devemos notar que Cristo não é um Deus menor, nem tão pouco Deus o Filho. Jesus é o Filho de Deus. Deus é o Pai de Jesus Cristo, e por isso os atributos divinos do Pai se manifestam em Seu Filho. O Pai O exaltou e Lhe concedeu Sua autoridade e honra.

Jesus Cristo, em quem a natureza divina e humana estavam combinadas, morreu literalmente por nós. Muitos afirmam a partir de algumas frases de Ellen White, que Jesus não morreu como Deus. Se assim fosse, o sacrifício de Jesus seria inválido, pois não teria sido o Filho de Deus a morrer por nós, mas simplesmente um homem. Como poderia a natureza divina ser independente da humana se estavam combinadas ou fundidas?! Não seria isso uma teoria espírita e uma negação clara de que somente o Pai é imortal (I Tm. 6:15,16)?!

Analisemos as seguintes frases:

“A divindade e a humanidade estão combinadas naquele que tem o espírito de Cristo.‖ Youth’s Instructor, 30 de Junho de 1892, par. 3, (Ver também em Sons and Daughters of God, pág. 24).

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―Compare isto com as riquezas da glória, a riqueza de louvor emanando de línguas imortais, os milhões de ricas vozes no universo de Deus em hinos de adoração. Mas ele se humilhou a Si mesmo, e tomou a mortalidade sobre Ele. Como membro da família humana, ele era mortal, mas como Deus, ele era a fonte de vida para o mundo. Ele

poderia, na sua pessoa divina, resistir sempre ao avanço da morte, e recusar-se a ficar sob seu domínio, mas ele voluntariamente entregou a sua vida, pois fazendo assim ele poderia dar vida e trazer à luz a imortalidade. Ele levou os pecados do mundo, e sofreu a penalidade, que esmagou sua alma divina como uma montanha. Ele entregou a sua

vida em sacrifício, para que o homem não morresse eternamente. Ele morreu, não por ter sido obrigado a morrer, mas de sua livre vontade. Isto foi humildade. Todo o tesouro do céu foi derramado numa só dádiva para salvar o homem caído. Ele trouxe em sua natureza humana todas as energias vivificantes que os seres humanos precisarão e devem receber.‖ Review & Herald, 4 de Setembro de 1900, par. 5 (Ver também em O Desejado de Todas as Nações, no último par. do cap. 52).

―Os homens precisam entender que a Divindade sofreu e mergulhou nas agonias do Calvário. … MS 153, 1898.‖ Ellen White, S.D.A. Bible Commentary, vol. 7, pág. 907, par. 2,

(That I May Know Him, pág. 70, par. 2).

―Jesus disse a Maria: ―Não me toques; porque ainda não subi para meu Pai‖. Quando Ele fechou os olhos na morte sobre a cruz, a alma de Cristo não foi logo para o céu, como muitos acreditam, ou como poderiam ser verdade Suas palavras — ―Eu ainda não subi para meu Pai‖? O espírito de Jesus dormiu no túmulo com Seu corpo, e não voou rumo ao céu, para lá manter uma existência separada, e olhar desde cima para os discípulos de luto, a embalsamar o corpo de que tinha levantado voo. Tudo o que abrangia a vida e a inteligência de Jesus permaneceu com seu corpo no sepulcro, e quando ele saiu de lá, o fez como um ser completo; ele não teve que invocar o seu espírito do céu. Ele tinha poder para dar a Sua vida e tomá-la novamente.‖ Ellen White, S.D.A. Bible Commentary, vol. 5, págs. 1150, par. 6, (Ver também The Spirit of Prophecy, vol.3, págs. 203, 204).

―Quando Jesus expôs diante de seus discípulos o facto de que ele deveria ir a Jerusalém para sofrer e morrer nas mãos dos sacerdotes e dos escribas, Pedro tinha presunçosamente contradito seu Mestre, dizendo: "Longe de ti, Senhor; isso não te acontecerá‖. Ele não podia conceber ser possível que o Filho de Deus fosse morto. Satanás sugeriu à sua mente que, se Jesus era o Filho de Deus, ele não podia morrer.‖ Spirit of Prophecy, vol. 3, cap. 17, (Jesus at Galilee), pág. 231, par. 1.

Mais adiante irei analisar mais detalhadamente a razão pela qual, não só em relação a este assunto, mas também em relação a outros, se encontram claras contradições nos escritos de Ellen White.

Seguidamente apresento frases que demonstram com clareza que Jesus é o nosso único Consolador, e que o Espírito Santo, não é senão o Espírito do próprio Pai e de Seu Filho Jesus Cristo.

―O Salvador é nosso Consolador. Que Ele o é, já o pude comprovar.‖ Manuscript Releases, vol. 8, nº548 (How Ellen White Bore Suffering), 16 de Julho de 1892, pág. 49, par. 3.

―As noites são longas e dolorosas, mas Jesus é meu Consolador, e minha esperança.‖ Manuscript Releases, vol.19, nº1405 (Excerpts From Diary, July 6-31, 1892; Strong

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Expressions of Faith in Spite of Physical Trials), Preston, Melbourne, 23 de Julho de 1892, pág. 296, par. 2.

―Cristo é tudo para aqueles que o receberam. Ele é o Consolador, sua segurança, sua saúde. Sem Cristo não há nenhuma luz.‖ Manuscript Releases, vol. 21, nº1578 (News from Australia; A Call to Sanctification and to Work for Souls, escrito em 24 Agosto de 1897 em Sunnyside, Cooranbong, N.S.W., to Edson and Emma White), pág. 372, par.1.

―Não existe consolador como Cristo, tão terno e tão verdadeiro. Ele é tocado com o sentimento das nossas enfermidades. Seu Espírito fala ao coração. (...) A influência do Espírito Santo é a vida de Cristo na alma.‖ Review and Herald, 26 Outubro de 1897, par. 15. ―A razão pela qual as igrejas estão fracas e doentes e prestes a morrer, é que o inimigo trouxe influências de natureza desencorajadora sobre almas vacilantes. Ele procurou tapar a Jesus da sua vista como o Consolador, como alguém que reprova, que adverte, que admoesta, dizendo: "Este é o caminho, andai nele.‖ Review and Herald, 26 de Agosto de 1890, par. 10, (Também em Reflecting Christ, pág. 21).

―O Espírito Santo é o representante de Cristo, mas despojado da personalidade humana, e dela independente. Limitado pela humanidade, Cristo não poderia estar em toda parte em pessoa. Era, portanto, do interesse deles que fosse para o Pai, e enviasse o Espírito como Seu sucessor na Terra. Ninguém poderia ter então vantagem devido a sua situação ou seu contato pessoal com Cristo. Pelo Espírito, o Salvador seria acessível a todos. Nesse sentido, estaria mais perto deles do que se não subisse ao alto. (…) O Espírito Santo era o mais alto dos dons que Ele podia solicitar do Pai para exaltação de Seu povo. Ia ser dado como agente de regeneração, sem o qual o sacrifício de Cristo de nenhum proveito teria sido. O poder do mal se estivera fortalecendo por séculos, e alarmante era a submissão dos homens a esse cativeiro satânico. Ao pecado só se poderia resistir e vencer por meio da poderosa operação da terceira pessoa da Trindade [alteração, no original estava Divindade], a qual viria, não com energia modificada, mas na plenitude do divino poder. É o Espírito que torna eficaz o que foi realizado pelo Redentor do mundo. É por meio do Espírito que o coração é purificado. Por Ele torna-se o crente participante da natureza divina. Cristo deu Seu Espírito como um poder divino para vencer toda tendência hereditária e cultivada para o mal, e gravar Seu próprio caráter em Sua igreja.” O Desejado de Todas as Nações, págs. 669, 671.

―Impedido pela humanidade, Cristo não poderia estar em todos os lugares pessoalmente; então foi para vantagem deles [os discípulos] que Ele deveria deixá-los, ir para o Pai, e enviar o Espírito Santo para ser o Seu sucessor na terra. O Espírito Santo é Ele mesmo,

despido da personalidade da humanidade e independente dela. Ele Se representaria como estando presente em todos os lugares pelo Seu Espírito, como o Onipresente.‖ Manuscript Releases, vol. 14, nº1084 (Individual Responsibility to Accept Truth; Christ, the Great ―I AM‖; The Holy Spirit and His Work), 19 de Fevereiro de 1895, pág. 23, par. 3.

Conselho dado ao irmão Chapman que acreditava que o Espírito Santo era o anjo Gabriel:

―Suas idéias dos dois temas que você mencionou não se harmonizam com a luz que Deus me deu. A natureza do Espírito Santo é um mistério não revelado claramente, e você nunca será capaz de explicar isso para os outros, porque o Senhor não lho revelou. Você pode reunir passagens das escrituras e basear suas conclusões nelas, mas a aplicação não está correta. As explicações pelas quais você sustenta a sua posição não são sensatas. Você

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pode levar alguns a aceitar as suas explicações, mas não lhes está a fazer bem, nem tão pouco eles, ao aceitarem os seus pontos de vista, são capazes de fazer o bem aos outros.

Não é essencial para você conhecer e ser capaz de definir exatamente o que é o Espírito Santo. Cristo nos diz que o Espírito Santo é o Consolador, e o Consolador é o

Espírito Santo, ―o Espírito da verdade, que o Pai enviará em meu nome‖. ―E eu rogarei ao Pai e Ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não O vê, nem O conhece: mas vós o conheceis, porque habita convosco e estará em vós‖ [João 14:16, 17]. Isto refere-se à omnipresença do Espírito de Cristo, chamado o Consolador. Novamente Jesus disse:

"Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos, mas vós não podeis suportar agora. Mas quando vier o Espírito da verdade, Ele vos guiará a toda a verdade‖ [João 16:12, 13].

Há muitos mistérios que eu não procuro entender ou explicar, pois eles são muito elevados para mim, e para si. Em alguns desses pontos, o silêncio é ouro. Piedade, piedade, santificação da alma, corpo e espírito, isto é essencial para todos nós. “Esta é a vida eterna: que Te conheçam a Ti, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” [João 17:3]. ―Esta é a vontade daquele que me enviou: que todo aquele que vê o Filho, e crê nele, tenha a vida eterna‖ [João 6:40].‖ Manuscript Releases, vol. 14, nº 1107 (The Importance of Unity; The Holy Spirit a Mystery), 11 de Junho de 1891, pág. 179, pars. 1-3.

É interessante que Ellen White não apresenta em sua carta a este irmão, nenhuma argumento que indique que o Espírito Santo é uma pessoa como o Pai e o Filho. Se ela assim acreditasse, deveria ter demonstrado indignação por se rebaixar o Espírito Santo à posição de um anjo. No entanto, ela simplesmente manifesta repúdio pelo facto de se querer pesquisar para além daquilo que está revelado, referindo-se ao Espírito Santo com a expressão “o que é” e a “omnipresença do Espírito de Cristo”. Esta expressões

demonstram com clareza a posição antitrinitária de Ellen White.

―Aquele que vencer, o mesmo será vestido de vestes brancas; e eu não‖ — Oh, quão precioso é esse ―não‖! — ―eu não riscarei o seu nome do livro da vida, mas confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos Seus anjos. ―Quando os portões da cidade de Deus girarem em torno de seus reluzentes gonzos, e as nações que têm mantido a verdade lá entrarem, Cristo estará lá para nos dar as boas-vindas, para chamar-nos benditos do Pai, porque vencemos. Ele vai acolher-nos diante do Pai e diante dos Seus anjos. À medida que entramos no reino de Deus, para ali passar a eternidade, as provas, as dificuldades e perplexidades que nós tivemos aqui vão reduzir-se à insignificância. A nossa vida será comparada com a vida de Deus.

Está diante de mim uma grande congregação. Quantos de vocês estão confessando Cristo diante do mundo? Ele confessará diante do Seu Pai e diante dos santos anjos os nomes daqueles que O confessaram aqui.‖ The General Conference Bulletin, 6 de

Abril de 1903, par. 6 e 7. Ao contrário daquilo que pensam os trinitários, o Consolador não é outro senão o próprio Cristo, em Espírito. Este Espírito procede do Pai para o Filho, e de Cristo para nós. Jesus verdadeiramente morreu como ser divino, pois o único que é imortal é o Pai. Não existe um 3º ser divino diferente do Pai e do Filho. À parte deles existem os anjos, e a seguir a Cristo, o anjo Gabriel é aquele que mais autoridade tem, não sendo contudo o Espírito Santo,

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como já pudemos observar. No entanto, é pelo ministério dos anjos que o Espírito de Deus actua, pois também eles são cheios do Espírito Santo de Deus!

Ellen White Aprova e Aconselha Livro Antitrinitário de Urias Smith Não posso também ignorar o facto de Ellen White ter elogiado Urias Smith, que era semi-ariano, e seu livro Daniel e Apocalipse, que apresenta pontos de vista antitrinitários.

Ellen White escreveu acerca de Urias Smith: “Podemos facilmente contar os primeiros portadores de responsabilidades que ainda vivem [1902]. Pastor [Urias] Smith ligou-se a nós no princípio da obra publicadora. Trabalhou junto a meu marido. Esperamos ver sempre seu nome na Review and Herald, encabeçando a lista dos redatores, pois assim deve ser. Os que iniciaram a obra, que combateram bravamente quando a peleja era árdua, não devem agora perder sua firmeza. Devem ser honrados pelos que entraram para a obra depois de haverem sido suportadas as privações mais duras.

Tenho muita simpatia para com o Pastor Smith. Meu interesse vital na obra de publicações está ligado ao dele. Veio ele ter conosco quando jovem, possuindo talentos que o habilitavam para ocupar o lugar de redator. Como me alegro quando leio os seus artigos na Review - tão excelentes, tão repletos de verdade espiritual! Dou graças a Deus por eles. Sinto forte simpatia pelo Pastor Smith, e creio que seu nome deve sempre aparecer na Review, como redator principal. Assim Deus deseja. Quando, alguns anos atrás, seu nome foi colocado em segundo lugar, senti-me ferida. Quando de novo foi colocado em primeiro lugar, chorei, e disse: "Graças a Deus!" Oxalá fique sempre ali, como Deus deseja que continue, enquanto a mão direita do Pastor Smith puder empunhar uma pena. E quando faltar o poder de sua mão, que seus filhos escrevam, ditando-lhes ele.‖ Mensagens Escolhidas, Vol. II, pág. 225.

Em seu livro, Urias Smith escreveu: ―Ao Cordeiro, assim como ao Pai que está assentado sobre o trono, é rendido louvor neste cântico de adoração. Um grande número de comentadores viram aqui uma prova da eternidade de Cristo com o Pai; aliás, dizem eles, não se atribuiria aqui à criatura a adoração que pertence apenas ao Criador. Mas esta não é talvez a conclusão necessária. As escrituras em parte alguma falam de Cristo como de um ser criado, mas claramente afirmam que Ele foi gerado pelo Pai. (Ver comentários à Apoc. 3:14, onde demonstramos que Cristo não é um ser criado). Mas enquanto, como Filho gerado, não possuía com o Pai uma co-eternidade de existência pretérita, o começo da sua existência é anterior a toda obra da criação, em relação a qual Ele foi criador juntamente com Deus. João 1:3; Heb. 1:3. Não podia o Pai ordenar que se prestasse a tal ser adoração igual a Sua, sem se tratar de idolatria da parte dos adoradores? Ele elevou-o a posições em que é próprio ser adorado, e além disso ordenou que se lhe prestasse adoração, o que não teria sido necessário se Ele fosse igual ao Pai em eternidade de existência. O próprio Cristo declara que ―como o Pai tem a vida em Si mesmo, assim deu ao Filho ter a vida em Si mesmo.‖ João 5:26. O Pai ―exaltou-O soberanamente, e deu-lhe um nome que é sobre todo o nome‖. Fil. 2:9. E o próprio Pai diz: ―E todos os anjos de Deus O adorem.‖ Heb. 1:6. Estes testemunhos mostram que Cristo agora é objeto de adoração igualmente com o Pai; mas não provam que tenha com Ele uma eternidade de existência passada.‖ Urias Smith, Profecias do Apocalipse, pág. 82, pela Publicadora Atlântico em 1945.

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Acerca deste livro Ellen White escreveu: ―A luz dada foi que Daniel e Apocalipse, O Grande Conflito e Patriarcas e Profetas se venderiam. Eles contêm exatamente a mensagem de que o povo necessita, a luz especial que Deus deu a Seu povo. Os anjos de Deus preparariam o caminho para estes livros no coração do povo. Special Instruction Regarding Royalties, pág. 7.‖ O Colportor Evangelista, págs. 123,124 (1899 – e nos anos posteriores, Ellen White repetiu a mesma ideia).

“A luz especial que Deus deu a Seu povo”… Não admira que este livro tenha sido alterado e por fim até retirado de circulação! É que contém verdades desagradáveis para a actual organização da IASD.

O Caso Kellogg

Na continuação deste artigo gostaria ainda de analisar algumas declarações do livro

Trindade, editado pela Casa (Publicadora Adventista Brasileira) onde se encontram frases

de Ellen White, Kellogg e de G. I. Butler, citadas durante o contexto da crise panteísta

iniciada pelo Dr. Kellogg.

―A igreja debateu ardorosamente os pontos de vista de Kellogg por vários anos. Uma vez que escritores de proa do adventismo já haviam apontado as fraquezas do livro, a princípio Ellen White pensou que não lhe seria necessário envolver-se pessoalmente. Quando, porém, Kellogg afirmou publicamente que seus ensinamentos em The Living Temple “relaccionados com a personalidade de Deus” estavam de acordo com escritos de Ellen White, ela não pôde ficar em silêncio por mais tempo. ―Deus impeça que esta opinião venha a prevalecer. Não necessitamos do misticismo propagado por este livro‖, declarou ela. ―O autor deste livro encontra-se num trilho falso. Perdeu de vista as verdades distintivas para este tempo. Ele não sabe aonde os seus passos o estão conduzindo. O trilho da verdade encontra-se ao lado do trilho do erro, e ambos podem parecer um só a mentes que não são operadas pelo Espirito Santo e que, portanto, não são rápidas em discernir a diferença entre a verdade e o erro‖ (Carta 211, 22 de setembro de 1903, Spalding-Magan, págs. 320 e 321).

Numa carta seguinte, ela foi directo ao âmago da questão: ―o Senhor Jesus não representou a Deus como uma essência que permeia a natureza, e sim como um ser pessoal. Os cristãos devem conservar em mente que Deus possui uma personalidade tão verdadeiramente quanto Cristo a possui‖ (ibid., 23 de Setembro de 1903, pág.324; itálicos acrescentados). Poucas semanas mais tarde, Kellogg defendeu seu ponto de vista diante de George I. Butler, ex-presidente da Associação Geral e naquele momento presidente da

União do Sul. ―Tanto quanto eu consigo perceber‖, começou Kellogg, “a dificuldade toda encontrada em The Living Temple pode ser resumida na seguinte questão: „É o Espírito Santo uma pessoa?‟ Você diz que não.” (Butler era da

velha escola, a qual sustentava que o Espírito Santo era um aspecto do poder de Deus, mas não uma pessoa.) Kellogg prosseguiu: ―Eu havia suposto que a Bíblia diz isso pela razão de que ela utiliza o pronome „ele‟ quando fala do Santo Espírito. A irmã White utiliza o pronome „ele‟ e tem dito de tantas formas que o Espírito Santo é a terceira pessoa da Divindade. Como pode o Espirito Santo ser a terceira pessoa e ao mesmo

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tempo não ser uma pessoa, isso é algo que tenho dificuldade em ver‖ (J. H. Kellogg a G. I. Butler, 28 de outubro de 1903a, Adventist Heritage Center, Andrews University). Aqui está um fascinante exemplo de Kellogg como debatedor. Ele está dizendo essencialmente o seguinte: ―Fui mal interpretado. Não pretendia dizer que o Pai se encontra em todas as coisas; é o Espírito Santo quem se encontra em todas as coisas. E se o Espírito Santo é uma pessoa, então Ellen White está errada ao dizer que o meu ponto de vista mina a personalidade de Deus.‖ Ele tentou, dessa forma, livrar-se da reprovação de Ellen White e manter a legitimidade de sua própria opinião. Diz-se que a estatística pode mentir. Kellogg mostra aqui que a lógica também pode mentir. Ele estava tentando convencer Butler de que o panteísmo de The Living Temple era simplesmente uma versão científica da mesma doutrina de Deus que Ellen White havia estabelecido em o Desejado de Todas as Nações. Butler, entretanto, não se deixou enganar. ―No que diz respeito a você e a irmã White estarem em perfeito acordo, tenho de deixar isso inteiramente entre você e a irmã White. Ela afirma que não existe perfeito acordo. Você afirma que existe. … Devo dar a ela o crédito… de afirmar que existe uma diferença‖ (G. I. Butler a J. H. Kellogg, 5 de abril de 1904; itálicos acrescentados). (…) Ao denunciar que Kellogg, com sua doutrina trinitariana ―espiritualista‖, estava ―apartando-se da fé‖ que os adventistas haviam ―considerado sagrada nos últimos 50 anos‖, ela claramente refuta a presuposição de que todas as doutrinas da trindade são a mesma coisa, e que as objecções dos pioneiros a tais doutrinas demandam a rejeição de todas elas. Ellen White percebeu pelo menos duas variedades de trinitarianismo – uma que retrata um Deus pessoal e tangível, e a outra que O espiritualiza como impessoal, filosófico e, em termos únicos, irreal. Significativamente, Ellen White condena a visão trinitariana de Kellogg em termos quase idênticos aos que o esposo Tiago White utilizara em 1846, quando rejeitou “o velho credo trinitariano não escriturístico” pelo fato de ele “espiritualizar a existência do Pai e do Filho negando-os como duas pessoas distintas, literais e tangíveis”. (…) Este vislumbre se relacciona directamente com o actual debate no meio do adventisto pois alguns têm concluído que o ponto de vista de Kellogg, condenado por Ellen White, é o mesmo ponto de vista sobre a Trindade posteriormente aceite pela igreja – uma premissa obviamente não sustentada pelos factos. Ela ensina que um falso conceito da trindade faz Deus parecer distante, intocável, impessoal e irreal; e que o verdadeiro ponto de vista bíblico da trindade mostra a Deus compreendo três personalidades divinas individuais, que se acham unidas em natureza, carácter, propósito e amor (A Ciência do Bom Viver, pág. 422).‖ (…) A única forma pela qual os pioneiros poderiam separar os elementos bíblicos do trinitarianismo dos elementos tradicionais era rejeitar totalmente a tradição como base para a doutrina, e lutar ao longo do processo de reconstrução de suas crenças com base unicamente nas escrituras. Ao assim procederem, tiveram de trilhar muitos dos passos da igreja primitiva, aceitando primeiro a igualdade de Cristo com o Pai, e então a igualdade e unidade de ambos com o Espírito Santo. No transcorrer desta jornada, a teologia dos pioneiros mostrou temporariamente similaridades com algumas das heresias históricas. Seu repúdio à tradição como autoridade doutrinária foi custosa em termos de ostracismo que tiveram de suportar, por serem percebidos como ―heréticos‖, e em termos do tempo que levou para descobrirem nas escrituras uma doutrina abragente de Deus, mas os resultados justificam a conclusão de que Deus os estava conduzindo ao longo do caminho.‖ A Trindade, págs. 243, 244, 246, 247 e 249.

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Numa primeira análise podemos perceber, pelas diferentes cores e negrito com que destaquei uma boa parte das frases citadas anteriormente, que a astúcia satânica dos três autores do livro Trindade surge com novo relevo, tal como aqueles três espíritos imundos (Ap. 16:13 e 14) que irão enganar a Terra inteira. Mas o mais relevante é o facto de que estes três autores se ―esqueceram‖, ou melhor, omitiram frases de Ellen White bastante esclarecedoras quanto a este tema.

Acredito ser bastante importante citar o livro Trindade, pois o trecho citado contém frases de Ellen White que não são mencionadas nos livros dela que estão ao alcance da maioria dos adventistas. Desta forma, ninguém colocará em causa o ―rigor científico‖ de determinadas frases da autora.

Bem, quase que chegaram a criar um mini comentário adventista para as poucas frases que apresentaram de Ellen White e de G. I. Butler, que mais parecem ter sido retiradas de um missal católico ou do próprio catecismo. Disparates, atrás de disparates!

Seguidamente apresento uma breve análise de algumas destas frases. ―Deus impeça que esta opinião venha a prevalecer. Não necessitamos do misticismo propagado por este livro‖. Ellen White é enfática ao negar aquilo que Kellogg disse acerca dela, isto é, que o livro The Living Temple estava de acordo com os seus escritos. ―Misticismo‖ é envolver com mistério algo que está claro, de forma a dar lugar a opiniões erradas: ―Vi que Deus havia de maneira especial guardado a Bíblia, ainda quando dela existiam poucos exemplares; e homens doutos nalguns casos mudaram as palavras, achando que a estavam tornando mais compreensível quando, na realidade, estavam mistificando aquilo que era claro, fazendo-a apoiar suas estabelecidas opiniões, que eram determinadas pela tradição.‖ Primeiros Escritos, pág. 220, 221. Mas o que é que estava claro e foi envolvido por uma nuvem de mistério?! ―…o Senhor Jesus não representou a Deus como uma essência que permeia a natureza, e sim como um ser pessoal.‖ A frase anterior responde bem à minha pergunta. Kellogg espiritualizou a Deus ao representá-lo como uma essência que permeia toda a natureza. Deus é um ser espiritual, mas pessoal: ―Deus é Espírito…‖ Jo. 4:24. ―Deus é Espírito; é, todavia, um Ser pessoal; pois como tal Se tem Ele revelado‖ A Ciência do Bom Viver, pág. 413. Embora o conceito errado apresentado por Kellogg envolvesse panteísmo, ao dizer que o próprio Deus se confunde com a matéria que criou, no entanto, esse erro vai ainda mais longe. Como pode um ser pessoal estar em todo o lugar ao mesmo tempo?! Mas não é isto que ensinam os trinitários acerca do Espírito Santo, ao considerá-lo uma pessoa como o Pai e o Filho?!

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Não ensinam eles que os três constituem uma só pessoa?! Assim, segundo eles, estão os três ao mesmo tempo em todo o lugar?! ―Os cristãos devem conservar em mente que Deus possui uma personalidade tão verdadeiramente quanto Cristo a possui.‖ Ellen White é muito clara! Cristo e Seu Pai possuem uma natureza pessoal, no entanto ela não faz referência ao Espírito Santo. Isto é significativo, pois estabelece uma clara diferença entre o Pai e Seu Filho, e o Espírito Santo. Qual é essa diferença?

―…a dificuldade toda encontrada em The Living Temple pode ser resumida na seguinte questão: „É o Espírito Santo uma pessoa?‟ Você diz que não.‖ A diferença é-nos apresentada por George I. Butler. O Espírito Santo não é uma pessoa como o é o Pai e o Filho, ou seja, não é um ser diferente (à parte) de ambos, mas como vimos anteriormente, na sequência das frases dos pioneiros e de Ellen White, a própria emanação de ambos. Reparem que este homem foi presidente da Associação Geral, e nunca foi acusado por Ellen White de ensinar panteísmo ou espiritualismo, ou de estar errado nesta resposta a Kellogg. ―(Butler era da velha escola, a qual sustentava que o Espírito Santo era um aspecto do poder de Deus, mas não uma pessoa.)‖ De uma forma prejurativa, os três autores de Trindade, acusam-no de ser da velha escola. Sim, todos aqueles que se colocarem do lado da verdade serão acusados de antiquados. Mas eles esquecem-se que, ao fazê-lo, estão a acusar Ellen White, pois que se ele estivesse errado, ela certamente o teria repreendido, bem como a outros pioneiros. ―Kellogg prosseguiu: ―Eu havia suposto que a Bíblia diz isso pela razão de que ela utiliza o pronome „ele‟ quando fala do Santo Espírito. A irmã White utiliza o pronome „ele‟ e tem dito de tantas formas que o Espírito Santo é a terceira pessoa da Divindade. Como pode o Espirito Santo ser a terceira pessoa e ao mesmo tempo não ser uma pessoa, isso é algo que tenho dificuldade em ver‖. ―Butler, entretanto, não se deixou enganar. ―No que diz respeito a você e a irmã White estarem em perfeito acordo, tenho de deixar isso inteiramente entre você e a irmã White. Ela afirma que não existe perfeito acordo. Você afirma que existe. … Devo dar a ela o crédito… de afirmar que existe uma diferença‖. As frases anteriores demonstram bem que quando Ellen White se referia ao Espírito Santo como uma 3ª pessoa, não se estava referindo a uma 3ª pessoa diferente, mas à presença espiritual de ambos, o Espírito Santo, ministrado pelos anjos aos homens: ―E, respondendo-lhe outra vez, disse: Que são aqueles dois ramos de oliveira, que estão junto aos dois tubos de ouro, e que vertem de si azeite dourado? (…)

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Então ele disse: Estes são os dois ungidos, que estão diante do Senhor de toda a terra.‖ Zc. 4:12, 14. ―Das duas oliveiras o dourado óleo era vazado pelos tubos de ouro nas taças do castiçal, e daí nas lâmpadas de ouro que iluminavam o santuário. Assim, dos santos que estão na presença de Deus, Seu Espírito é comunicado aos que são consagradas para o Seu serviço. A missão dos dois ungidos é comunicar ao povo de Deus aquela graça celestial que, somente, pode fazer de Sua palavra uma lâmpada para os pés, e uma luz para o caminho.‖ Párabolas de Jesus, págs. 408 (Ver também 418 e 419). (Para um estudo adicional cerca deste assunto ver: http://1assimdizosenhor.blogspot.com/2010/05/quem-sao-os-dois-ungidos-que-estao.html) ―Kellogg prosseguiu: ―Eu havia suposto que a Bíblia diz isso pela razão de que ela utiliza o pronome „ele‟ quando fala do Santo Espírito. A irmã White utiliza o pronome „ele‟ e tem dito de tantas formas que o Espírito Santo é a terceira pessoa da Divindade. Como pode o Espirito Santo ser a terceira pessoa e ao mesmo tempo não ser uma pessoa, isso é algo que tenho dificuldade em ver‖. Infelizmente, a frase anterior, a qual torno apresentar, é ―forjada‖ no livro Trindade, como podemos observar na próxima frase, pois os seus autores pretendem fazer dizer a Kellogg aquilo que ele não disse. Isto é puro misticismo! ―Aqui está um fascinante exemplo de Kellogg como debatedor. Ele está dizendo essencialmente o seguinte: ―Fui mal interpretado. Não pretendia dizer que o Pai se encontra em todas as coisas; é o Espírito Santo quem se encontra em todas as coisas. E se o Espírito Santo é uma pessoa, então Ellen White está errada ao dizer que o meu ponto de vista mina a personalidade de Deus.‖ Ele tentou, dessa forma, livrar-se da reprovação de Ellen White e manter a legitimidade de sua própria opinião.‖ Completamente errado, uma pura contradição! Suas mentes estão completamente cheias de confusão e imundície… Em seu livro, Kellogg defendeu claramente a trindade, ao considerar o Espírito Santo uma pessoa como o Pai e o Filho. Ora, a trindade defende que os três constituem uma só pessoa, logo, Kellogg quis dizer exatamente aquilo que afirmou, que o próprio Pai permeava toda a natureza. E essa foi também a compreensão de Ellen White em relação à sua teoria. Por isso escreveu: ―…o Senhor Jesus não representou a Deus como uma essência que permeia a natureza, e sim como um ser pessoal.‖ Isto é, Jesus nunca espiritualizou Seu Pai, descrevendo-O como que repartido ou permeando a natureza, como é descrito o Espírito Santo no livro de Actos 2 ao ser repartido, derramado nos discípulos. ―Diz-se que a estatística pode mentir. Kellogg mostra aqui que a lógica também pode mentir.‖

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O livro Trindade demonstra que seus autores também são uns verdadeiros mentirosos. É bem verdade o ditado português ―que mais depressa se apanha um mentiroso que um coxo‖. ―Ele estava tentando convencer Butler de que o panteísmo de The Living Temple era simplesmente uma versão científica da mesma doutrina de Deus que Ellen White havia estabelecido em o Desejado de Todas as Nações.‖ Esta frase é uma verdadeira aberração, ao ponto de pretenderem dizer que Ellen White estabeleceu a doutrina da trindade no livro O Desejado de Todas as Nações. Erram não sabendo o que dizem, não conhecendo as escrituras, nem tão pouco os escritos de Ellen White. A serva do Senhor não veio estabelecer nenhuma nova doutrina, muito menos de carácter pagão, e contrária à revelação bíblica:

―Os Testemunhos escritos não se destinam a comunicar nova luz. (…) Não se trata de apresentar outras verdades; mas, pelos Testemunhos, Deus simplificou importantes verdades já reveladas, pondo-as diante de Seu povo pelo meio que Ele próprio escolheu, a fim de despertar e impressionar com elas o seu espírito, para que todos fiquem sem escusa.‖ Testemunhos Selectos, vol. 2, pág. 280, 281, (1889).

―Em Sua Palavra, Deus conferiu aos homens o conhecimento necessário à salvação. As Santas Escrituras devem ser aceitas como autorizada e infalível revelação de Sua vontade. Elas são a norma do caráter, o revelador das doutrinas, a pedra de toque da experiência religiosa. (…) … o Espírito foi prometido por nosso Salvador para aclarar a Palavra a Seus servos, para iluminar e aplicar os seus ensinos. E visto ter sido o Espírito de Deus que inspirou a Escritura Sagrada, é impossível que o ensino do Espírito seja contrário ao da Palavra. O Espírito não foi dado – nem nunca o poderia ser – a fim de sobrepor-Se à Escritura; pois esta explicitamente declara ser ela mesma a norma pela qual todo o ensino e experiência devem ser aferidos.‖ O Grande Conflito, págs. 8,9, (Introdução).

Mas se estes ignorantes acham que ela estabeleceu tal doutrina em sua biografia de Cristo, como, então, explicam a frase seguinte? ―Ao denunciar que Kellogg, com sua doutrina trinitariana ―espiritualista‖, estava ―apartando-se da fé‖ que os adventistas haviam ―considerado sagrada nos últimos 50 anos‖, ela claramente refuta a presuposição de que todas as doutrinas da trindade são a mesma coisa, e que as objecções dos pioneiros a tais doutrinas demandam a rejeição de todas elas. Ellen White percebeu pelo menos duas variedades de trinitarianismo – uma que retrata um Deus pessoal e tangível, e a outra que O espiritualiza como impessoal, filosófico e, em termos únicos, irreal.‖ Como dizem que a trindade foi estabelecida em O Desejado de Todas as Nações e ao mesmo tempo insinuam que essa foi a doutrina conservada pelos pioneiros durante cinquenta anos?! Estão a contradizer-se a si mesmos, pois em outras frases do mesmo livro, eles reconhecem que os pioneiros não sustentavam a doutrina da trindade, de nenhuma espécie.

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Por suas próprias palavras, a ―velha escola‖ – à qual pertencia não só Butler, mas os pioneiros em geral – ―sustentava que o Espírito Santo era um aspecto do poder de Deus, mas não uma pessoa.‖ Como podem estes indivíduos ter a coragem de fazerem afirmações tão descabidas e contraditórias ao ponto de pretenderem que Ellen White tenha definido dois tipos diferentes de trindade?! Qual é a diferença?! Ambas espiritualizam a Deus! Ambas são espiritualistas, pois negam que Cristo é verdadeiramente o Filho de Deus (Patriarcas e Profetas, pág. 686). Dizer que o Espírito Santo é uma pessoa no mesmo sentido em que o é o Pai e o Filho, e que, ao mesmo tempo, os três formam uma só pessoa, e depois dizerem que Deus está em todo o lugar ao mesmo tempo, isso é espiritualizar a Deus, e fazer de Deus um absurdo. ―Significativamente, Ellen White condena a visão trinitariana de Kellogg em termos quase idênticos aos que o esposo Tiago White utilizara em 1846, quando rejeitou “o velho credo trinitariano não escriturístico” pelo fato de ele “espiritualizar a existência do Pai e do Filho negando-os como duas pessoas distintas, literais e tangíveis‖. Tiago White não falou de um velho credo trinitariano, mas do velho credo trinitariano, pois não há outro, tudo o mais são variações, ou melhor desvarios! À semelhança de sua esposa, Ellen White, ele cita apenas o Pai e o Filho, no contexto de se espiritualizar a Deus, definindo claramente que a trindade espiritualiza o Pai e o Filho, pois que não os reconhece como Pai e Filho literalmente. ―Este vislumbre se relacciona directamente com o actual debate no meio do adventisto pois alguns têm concluído que o ponto de vista de Kellogg, condenado por Ellen White, é o mesmo ponto de vista sobre a Trindade posteriormente aceite pela igreja – uma premissa obviamente não sustentada pelos factos.‖ De óbvio não tem nada, nem tão pouco é confirmado por nenhum facto, mas pela estupidez e apostasia dos dirigentes! Mas eu vos direi o que é óbvio… ―Ela ensina que um falso conceito da trindade…‖

Ellen White nem sequer mencionou a trindade, nem nunca ensinou acerca dela. “Raça de víboras”! ―Ela ensina que um falso conceito da trindade faz Deus parecer distante, intocável, impessoal e irreal; e que o verdadeiro ponto de vista bíblico da trindade mostra a Deus compreendo três personalidades divinas individuais, que se acham unidas em natureza, carácter, propósito e amor (A Ciência do Bom Viver, pág. 422).‖

Mentira! Clamo em alta voz, mentira! São piores que serpentes venenosas… Mistificam o texto de Ellen White ao lhe atribuírem um sentido e

significado falso, alterando-o virtualmente. Confirmem por vós mesmos, lede com os vossos próprios olhos! Ellen White apenas se referiu ao Pai e ao Filho:

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―A unidade que existe entre Cristo e Seus discípulos não anula a personalidade de nenhum. São um em desígnio, mente, em caráter, mas não em pessoa. É assim que Deus e Cristo são um.‖ Ciência do Bom Viver, pág. 422. ―Ao assim procederem, tiveram de trilhar muitos dos passos da igreja primitiva, aceitando primeiro a igualdade de Cristo com o Pai, e então a igualdade e unidade de ambos com o Espírito Santo. No transcorrer desta jornada, a teologia dos pioneiros mostrou temporariamente similaridades com algumas das heresias históricas. Seu repúdio à tradição como autoridade doutrinária foi custosa em termos de ostracismo que tiveram de suportar, por serem percebidos como ―heréticos‖, e em termos do tempo que levou para descobrirem nas escrituras uma doutrina abragente de Deus, mas os resultados justificam a conclusão de que Deus os estava conduzindo ao longo do caminho.‖ Numa tentativa de justificar a apostasia irremediável da igreja adventista do sétimo dia, tentam inverter a ordem dos factos, isto é, pretendem que a igreja cristã, bem como a igreja adventista do sétimo dia, começaram já em apostasia. Isto é, que a ordem veio do caos; uma prova irrefutável que a liderança adventista é constituída por maçons. Esta é a base da teoria do evolucionismo. Isto é anti-bíblico e anti-cristo! É a mesma coisa que dizer que era uma necessidade que os cristãos e os adventistas estivessem no erro, para posteriormente poderem compreederem a verdade… Por favor, afastem-se de tais pessoas! Nem sequer os saudeis: ―Todo aquele que prevarica, e não persevera na doutrina de Cristo, não tem a Deus. Quem persevera na doutrina de Cristo, esse tem tanto ao Pai como ao Filho. Se alguém vem ter convosco, e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem tampouco o saudeis. Porque quem o saúda tem parte nas suas más obras.‖ II Jo. 9,10,11. Existem outras frases de Ellen White, bem como de outras personalidades adventistas, referentes ao caso Kellogg. Seguidamente apresento o link do site dos adventistas históricos, onde podem aceder a essas frases, bem como fazer o download do folheto onde estão inseridas, ―O Alfa e o Ômega da Apostasia‖: http://www.adventistas-historicos.com/arquivos/O_Alfa_e_o_Omega.pdf

Análise de algumas frases acerca da trindade Os três autores de A Trindade erram não conhecendo as Escrituras, pois que, quando a Bíblia se refere ao Deus único, se refere ao Pai, ainda que o Filho seja também merecedor de exaltação e adoração, pois o Pai assim o determinou, como podemos verificar do Génesis ao Apocalipse. O ―Deus único‖ não se refere a duas pessoas divinas, mas a uma só pessoa, Deus o Pai, do qual procedem todas as coisas, e do qual foi gerado o próprio Cristo, Seu Filho amado (Jo. 17:3; Rm. 16:27; I Cor. 8:6; I Tm. 1:1,2,17 e 6:15,16; II Jo. 3; Jd. 1,21,24,25). Como já tinha citado anteriormente, o próprio Jesus testemunhou disso ao afirmar categoricamente que Seu Pai é o Deus único:

―Respondeu Jesus: O primeiro [mandamento] é: Ouve, ó Israel, o Senhor é nosso Deus, o Senhor é um só‖. Mr. 12:29.

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Jesus está citando Dt. 6:4: ―Ouve, ó Israel; Jeová nosso Deus é o único Deus‖.

Além do mais, tão certo como a Bíblia não relata nenhuma mudança do sábado para o domingo, assim também, em momento nenhum ensina que o Pai, o Filho e o Espírito Santo passaram a ser um só, como se este último fosse uma pessoa diferente do Pai e do Filho. Completamente falso! Repetidamente Jesus afirmou: ―Eu e o Pai somos um‖ (Jo. 10:30; ver também 17:11,21,22). Não existem três seres divinos diferentes, apenas dois (Pv. 30:4; Jo. 14:1,23; Ap. 22:3). O Espírito Santo procede do Pai (Jo. 15:26), e sempre está conotado ao Pai ou ao Filho (Rom. 8:9).

Deus não revela a verdade às prestações ou por evolução, como querem fazer parecer estes autores. Isso só demonstra de que espírito procedem suas palavras. Esse não é o método de apresentar a verdade, pois não é o método de Deus. Deus não criou o mundo por evolução ou às prestações. A verdade do sábado não foi revelada por um processo evolutivo. Isso seria um absurdo! O sábado foi instituído e foi dado um mandamento claro para o santificar (Gn. 2:2,3).

A compreensão da divindade é um ponto básico na relação entre Deus e Seus filhos, bem como o conhecimento tanto de Deus, o Pai, como de Seu Filho, Jesus Cristo (Jo. 5:24; 16:3; 17:3). É inconcebível que Deus o Pai, Jeová, chamasse um povo, ao qual revelou tantas verdades, e o fizesse andar na ignorância quanto à existência de um pressuposto ser ou pessoa diferente de Si mesmo e de Seu Filho, também merecedor de adoração, durante mais de 2000 anos!

Isto seria pior que um casamento por telefone… Como Judeu, Cristo nunca aprendeu tal coisa de sua mãe, nem tão pouco ensinou uma trindade ou divindade de três pessoas aos Seus discípulos, mas sempre viveu para honrar e glorificar ao Pai (Jo. 17:3) e ponto final.

É de notar que Alejandro Bullón, ministro adventista do sétimo dia, pregador da graça barata, num de seus livros, numa interessante escorregadela, considerou a trindade como doutrina pagã:

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O Terceiro Milênio e as Profecias do Apocalipse, págs. 41 e 42.

Apresento ainda uma frase que retirei da revista Life a propósito da trindade:

“Nossos oponentes [protestantes] às vezes reivindicam que nenhuma crença que não esteja explicitamente declarada na Bíblia deveria ser mantida dogmaticamente (ignorando que é somente na autoridade da Igreja que nós reconhecemos certos evangelhos como verdadeiros, e outros não). Mas as próprias igrejas protestantes têm aceitado tais dogmas como a TRINDADE para os quais não há tal autoridade precisa nos evangelhos.” Revista Life, 30 de Outubro de 1950, pág. 51.

Não menos interessantes, são algumas das considerações que Jan Paulsen, ex-presidente da associação geral dos adventistas do 7º dia, trinitário, faz acerca deste assunto, as quais demonstram claramente que tanto no antigo como no novo testamento, o Espírito Santo não é concebido separadamente de Deus Jeová, como sendo uma pessoa diferente, mas simplesmente se referia ao poder de Deus em ação:

―Os tempos do Antigo Testamento não foram dias em que Israel pensasse em Deus em termos trinitários. Seu monoteísmo, que guardaram com grande zelo – pelo menos em grande parte do tempo – contra o politeísmo e idolatria das nações circundantes, não permitiu a Israel pensar no Espírito de Deus como uma pessoa separada ou personalidade à parte de YHWH. Em vez disso, a sua confissão era “O Senhor nosso Deus é o único Senhor‖ (Dt. 6:4, KJV).‖ When the Spirit Descends, pág. 18.

―O rûach de Deus era uma força sobre-humana que aparecia do nada. Era o sobrenatural invadindo o domínio do natural, por vezes causando destruição, em outros momentos discreto, mas sempre a fonte de extraordinário poder que habilita um povo, ou algum indivíduo escolhido, para ser erguido acima das capacidades naturais.‖ When the Spirit Descends, pág. 18.

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―Provavelmente rûach não significava nada mais para o povo de Israel senão Deus em acção, com ênfase no Seu poder. E visto que a actividade de Deus significava a presença de Deus, YHWH e Seu rûach confundiam-se. Consequentemente, o Espírito não era pensado como algo separado de Deus.‖ When the Spirit Descends, pág. 19.

―A imagem do rûach, que o Antigo Testamento até agora nos apresenta é a da acção de Deus de uma forma poderosa e sobrenatural. Deus está no trabalho. E o Espírito é o executivo – a divina energia. (…)

O Espírito Santo no Antigo Testamento não actua como uma personalidade separada de Deus, mas nem ainda no Novo Testamento Ele é concebido como um dom separado de Deus. (…)

Como tal, o Espírito era preeminentemente o Espírito de profecia (Am. 3:7; Miquéias 3:8, KJV). Um comentário altamente respeitado tem mostrado como a tradição rabínica enfatiza o Espírito como o Espírito de profecia ‖ When the Spirit Descends, pág. 21.

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―Considerando que o texto do Antigo Testamento diz ―Espírito de Deus,‖ o Targums – Paráfrase aramaica do Antigo Testamento Hebreu – traduz consistentemente ―Espírito de profecia‖.

O Espírito não significa abstrações (tais como o Espírito como um elemento separado). Foi a forma de Deus romper barreiras a fim de se comunicar a si próprio à humanidade. Mas nós não temos perdido de vista o Espírito como poder, porque ao romper barreiras, Deus dá poder tanto para compreender, como para responder. Bem pode ser isto que o recorrente paralelismo Hebreu de rûach com a ―palavra do Senhor‖ (Sl. 33:6; cf. 2 Sm. 23:2, KJV) apresenta com ênfase na comunicação. (…)

Como poder e energia de Deus, o Espírito tem estado, é claro, sempre presente com Israel.‖ When the Spirit Descends, pág. 22.

No entanto, é lamentável que Jan Paulsen caia no terrível erro de desviar a atenção que deve unicamente recair em Jesus Cristo, o Filho do Deus Eterno, ao ponto de associar os termos ―a palavra do Senhor‖ e ―o espírito de profecia‖ a um pressuposto 3º ser, o Espírito Santo. Erra em grande maneira, e não digo desconhecendo as escrituras mas pervertendo-as voluntariamente, porque ele as conhece, pois ambos os termos citados se referem explicitamente a Cristo (Heb. 4:12; Ap. 1:16, e 19:10).

O facto de no Targum se fazer equivaler o Espírito ao espírito de profecia, está correcto, pois ambos se referem ao Espírito de Cristo (II Cor. 3:17). Mas não posso deixar de corrigir a barbaridade proferida por Paulsen, quando diz que ―o Espírito é o executivo‖. Temos que entender que este Espírito para Paulsen não se refere a Cristo, mas à 3ª pessoa da trindade. O executivo é o próprio Cristo, e o Espírito a influência do Pai e do Filho (Rom. 8:9). A Bíblia ensina claramente que somente o Pai e Filho participaram da criação. Deus criou o mundo por meio de Seu Filho, Seu arquictecto ou executivo (Pv. 8:30 e 30:4; Hb. 1:2).

Penso que fica claro, até mesmo para um trinitário como o “ex-papa adventista”, que tanto para aquele povo que durante tantos séculos foi o povo peculiar de Deus, como

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para a igreja cristã primitiva, não havia nenhuma trindade, nem tão pouco três deuses. Não existe base para isso, nem no Antigo nem no Novo Testamentos.

Alterações à Palavra de Deus

Com o passar do tempo, pude compreender que algo se passou com certas palavras e frases da Palavra de Deus, pois comparando Mateus 28:19 com os respectivos textos sinópticos (Mc. 16:15,16; Lc. 24:47), não existe harmonia entre estes e aquele, bem como com a prática do batismo em nome de Cristo (At. 2:38), tantas vezes descrita e subentendida no novo testamento.

A Bíblia nos advertiu que a apostasia chegaria (At. 20:29,30); advertiu ainda sobre o alterar a própria Palavra de Deus (Ap. 22:18,19), ou seja, pressupõe-se, à partida, que isso poderia acontecer, era uma possibilidade, e que teria como consequência o respectivo castigo, é claro. A história registou algumas dessas alterações, apontando o dedo a determinados nomes dos chamados ―pais‖ da igreja cristã. Os católicos, pela mão dos quais se realizaram essas alterações, concordam em dizer, na versão bíblica de Jerusalém, quanto à fórmula baptismal (―em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo‖) de Mateus 28:19:

―É possível que, em sua forma precisa, essa fórmula reflicta influência do uso litúrgico posteriormente fixado na comunidade primitiva.‖

Ou seja, admite-se aqui que, como consequência de uma influência posterior ao tempo em que Mt. 28:19 foi escrito, este verso tenha sido alterado. Seguidamente apresento algumas citações católicas bastante pertinentes com respeito a este tema:

―Em Cristo. Na Bíblia nos diz que os Cristãos foram batizados em Cristo (nº 6). Eles pertencem a Cristo. Os Atos dos Apóstolos (2:36; 8:16;10:48;19:5) nos falam acerca de batizar ―em nome [pessoa] de Jesus‖ – uma melhor tradução seria ―para o nome [pessoa] de Jesus‖. Unicamente no 4º Século a fórmula ‗Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo‘ se tornou usual.

Se bem que a Igreja da era Apostólica não conhecesse a ―expressão‖ batismal trinitariana (em nome do Pai…) mas somente a Cristológica (em nome de Jesus Cristo), isto não exclui o facto de que cada Batismo Cristão é actualmente um Batismo para comunhão com o Pai, o Filho , e o Espírito Santo. (…)

Além disso, nós vimos como a igreja primitiva batizava: Primeiro o anúncio do Evangelho... consequentemente Fé e penitência, que eram seladas e aperfeiçoadas pelo Batismo ―em nome [pessoa] de Jesus Cristo‖. Desde então nós somos chamamos de Cristãos, o que significa gente relacionada de forma especial com Cristo. Mais tarde, ―em nome de Jesus‖ foi elaborado e tornou-se ―em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo‖.‖ Bible Catechism, (Vatican II Edition 1973), págs. 164, 166.

Seguidamente apresento Mt. 28:19 e 20, tal como aparece no evangelho de Mateus em hebreu*:

―Ide, e (ensinai)-os a guardar todas as coisas que vos mandei para sempre.‖ Hebrew Gospel of Matthew, pág. 151.

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*Este evangelho, conservado pelos judeus durante vários séculos, foi conhecido apenas no final do 14º séc., quando foi publicado no polémico tratado ―Even Bohan”, pelo apologista espanhol judeu Shem-Tob. O professor Howard publicou este mesmo evangelho junto com uma tradução em inglês, e sua análise crítica.

―Em 1901, F.C. Conybeare observou que uma forma abreviada de Mt. 28:19 é citada em alguns escritos de Eusébio 31. Ele conjecturou que a forma abreviada vinha de códices que Eusébio encontrara em Cesaréia. A forma abreviada lê-se da seguinte maneira: ―Ide, fazei discípulos de todas as nações em meu nome, ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos ordenei…‖. (…)

Conybeare sugeriu que esta conclusão abreviada, onde faltava a fórmula batismal trinitária, estava reflectida, embora não explicitamente citada, por dois escritores primitivos, nomeadamente, Justino Mártir (Dial. 39 e 53) e Hermas (Simil. 9.17.4).

Em 1965, Hans Kosmala32 argumentou em favor da originalidade da forma abreviada do final de Mateus, sugerindo que a susceptibilidade de Mateus a modificações litúrgicas permitiu que fórmula batismal trinitária fosse acrescentada ao texto. Na altura em que esta fórmula foi acrescentada, já nenhuma outra fórmula batismal, tal como ―em nome de Jesus‖, estava em uso.33 (…)

Mais tarde, David Flusser argumentou que o novo texto oferecia aos Judeus-Cristãos primitivos evidência documentária para a conclusão abreviada de Eusébio ao primeiro evangelho 36. (…)

O evangelho de Mateus de Shem-Tob em Hebreu…. (…) está de acordo com a forma abreviada de Eusébio e, também lhe falta a referência aos ―Gentios‖, que é encontrada na maioria do texto Grego.‖ Idem, pág. 192, 193, 194.

As múltiplas traduções modernas, desfasadas em grande medida das mais antigas, atestam irrefutavelmente o facto de que Satanás tem procurado destruir as Escrituras Sagradas, com um zelo não inferior ao do passado, quando ele induziu homens a queimá-las.

A serva de Jeová, Ellen White, escreveu sobre este tema frases muito esclarecedoras:

―Vi que Deus havia de maneira especial guardado a Bíblia, ainda quando dela existiam poucos exemplares; e homens doutos nalguns casos mudaram as palavras, achando que a estavam tornando mais compreensível quando, na realidade, estavam mistificando aquilo que era claro, fazendo-a apoiar suas estabelecidas opiniões, que eram determinadas pela tradição. Vi, porém, que a Palavra de Deus, como um todo, é uma cadeia perfeita, prendendo-se uma parte à outra, e explicando-se mutuamente. Os verdadeiros pesquisadores da verdade não devem errar; pois não somente é a Palavra de Deus clara e simples ao explanar o caminho da vida, mas o Espírito Santo é dado como guia na compreensão do caminho da vida ali revelado.‖ Primeiros Escritos, pág. 220, 221.

Apesar de que essas alterações tenham sido efectuadas na Bíblia, não precisamos errar, pois no seu todo podemos ainda discernir a verdade e o caminho da salvação.

Torna-se uma verdadeira armadilha pretender defender um ponto de vista ou doutrina baseando-se num só verso, como é o caso da trindade e do batismo trinitário, que se fundamentam unicamente no verso de Mat. 28:19. Quantas vezes, durante o tempo em que frequentei a igreja adventista, ouvi líderes e pregadores, orgulhosamente, lançarem o desafio de que lhes mostrassem um único verso que falasse da mudança do sábado para o

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domingo. E se esse verso aparecesse? Deixava-se de santificar o sétimo da semana?! Claro que não, pois ainda assim haveriam muitos outros versos a atestar a guarda do sábado.

É muito perigosa essa abordagem pois é bem possível que a Bíblia venha a ser alterada a esse ponto, quem sabe como instrumento para a implementação da guarda do domingo entre os adventistas!

Infelizmente, este foi o raciocínio que traiu a Erasmo de Roterdão, pois ele disse que se lhe mostrassem um único manuscrito com o verso de I Jo. 5:7, ele incluiria esse verso em sua tradução do Novo Testamento. Isso aconteceu, e lamentavelmente permanece ainda em muitas das versões e traduções actuais.

(Ver:http://traducaodonovomundodefendida.wordpress.com/2010/08/29/1-joao-57-inspirado-por-deus-ou-acrescimo-posterior/).

―Os guias de Israel professavam ser expositores da Palavra de Deus, mas haviam-na estudado apenas para apoiar suas tradições, e impor suas observâncias de origem humana. Haviam, por suas interpretações, feito com que ela exprimisse sentimentos que Deus nunca tivera em mente. Suas místicas apresentações tornavam indistinto aquilo que Ele fizera claro. Disputavam sobre insignificantes questões de técnica, e negavam por assim dizer as verdades essenciais. Assim, difundia-se amplamente a infidelidade. Roubavam à Palavra de Deus a sua força, e os espíritos maus operavam à vontade.‖ O Desejado de Todas as Nações, pág. 206.

Que quer isto dizer, de os homens terem mistificado a Bíblia, não só alterando as suas palavras como também interpretando-a a seu belprazer? Isto quer dizer que eles iludiram o povo, enganado-o, ao darem uma importância ou devoção exagerada a suas próprias ideias e tradições, as quais procuraram basear na Bíblia. Por outro lado, alteraram o sentido daquelas palavras que eram, por si só, claras, cobrindo-as com ―trevas‖. A invenção da trindade é um bom exemplo do que acabei de dizer!

Alterações aos Escritos de Ellen White

Mas, eu pergunto, se Satanás procurou alterar a Bíblia, induzindo homens doutos a fazê-lo, não terá ele procurado fazer a mesma coisa com os escritos inspirados de Ellen White?

Certamente que sim! Se verdadeiramente acreditamos que o Espírito de Jesus Cristo testemunhou não só para os escritores bíblicos (Ap. 19:10), mas também para Ellen White, então saberemos que a mesma hostilidade manifestada contra os escritos daqueles será também evidenciada contra os escritos desta. Como vimos na última citação acima apresentada, da mesma forma que os líderes judaicos mistificaram e interpretataram erroneamente as Sagradas Escrituras, também os líderes adventistas do sétimo dia o fizeram, indo mesmo ao ponto de alterar o texto de Ellen White, e fazendo-a dizer aquilo que ela não quis dizer. No entanto, repito as palavras anteriormente referidas: não precisamos errar, pois no seu todo – não só da Bíblia, como também dos escritos de Ellen White – podemos ainda discernir a verdade e o caminho da salvação.

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Tomando isto em consideração, posso continuar fundamentado, com total segurança, tanto na Bíblia como nos testemunhos e livros de Ellen White.

Ainda que exista um verso como o de Mateus 28:19, eu não tenho que ficar perplexo e confuso, pois tenho que entendê-lo à luz de outros versículos que falem sobre o mesmo tema. Assim, mesmo se Jesus tivesse proferido essas palavras, o que eu não acredito, de maneira nenhuma ensinou o baptismo trinitário, visto que não foi dessa forma que os discípulos as entenderam e praticaram.

Quanto a esta questão, ou mesmo em relação à trindade ou qualquer outro assunto, eu não tenho que submeter minha compreensão a um só verso, mas a um conjunto de versos (Is. 28:10,13).

Tão pouco tenho que ficar confuso pelo facto de que nos livros e testemunhos de Ellen White exista uma frase que me fale do trio celestial, ou outras expressões semelhantes. O que é que ela quis dizer com isso?! Terá sido mesmo ela a escrevê-lo?! No entanto, eu terei que aplicar a estes textos o mesmo princípio que acima apliquei à Bíblia.

A Fórmula Batismal Trinitária nos Escritos de Ellen White

Apesar de existirem uns poucos textos que possam sugerir uma trindade, algumas ocorrências onde é mencionada a fórmula baptismal de Mateus 28:19, ainda assim, ao estudar o todo dos escritos de Ellen White, não encontro harmonia com este tipo de frases pontuais. E até certo ponto, torna-se um facto estranho o existirem tantas referências ao baptismo em nome de Jesus na Bíblia, enquanto nos seus escritos são poucas as referências ao mesmo.

Neste caso, eu deverei submeter a minha compreensão, em primeiro lugar, àquilo que está revelado na Bíblia, nossa única regra de fé. A Bíblia estabelece a norma da verdade. Ellen White repete, confirma e amplia essas verdades. À medida que no passado, os profetas se sucediam uns aos outros, não contrariavam o que dantes fora revelado e estabelecido, antes o confirmavam. Se aparentemente ela contradiz o que está escrito na Bíblia, então eu terei de rejeitar esse testemunho:

―Se os Testemunhos não falarem de acordo com a Palavra de Deus, rejeitai-os. Cristo e Belial não se unem.‖ Testemunhos Selectos, Vol. II, pág. 302.

Contudo, ao estudar cada livro e testemunho de Ellen White, eu tenho a certeza de que esta mulher foi verdadeiramente inspirada por Deus. Poderei ainda pensar que esta mulher não teve por missão o revelar que versos foram alterados, limitando-se simplesmente a utilizar aquilo que chegou até nós, a Bíblia tal e qual existe hoje. Isto explicaria o facto de que o verso de Mateus 28:19 se tenha multiplicado em Ellen White. Eu acredito que a mesma inspiração que teve o apóstolo João foi a mesma de Ellen White, pois o Espírito é um só (Ef. 4:4). Mas se a Bíblia foi alterada como Ellen White o descreve inspiradamente, porque não lhe teriam sido mostradas essas alterações?! Estaria ela ignorante em relação às mesmas?!

Penso que ainda há um detalhe muito importante a ter em conta. É que Ellen White, ao contrário dos profetas do passado, não fazia parte, inicialmente, de um movimento, igreja

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ou povo que possuísse todo o conjunto das verdades principais, tal e qual os hebreus, como os 10 mandamentos, entre os quais o sábado, a reforma da saúde e do vestuário, etc. É por isso que durante anos Ellen White, bem como os demais pioneiros, viveram em transgressão das leis da saúde, as quais eram desconhecidas para eles, e isto já depois de se ter instituído formalmente a igreja adventista do sétimo dia, a 21 de Maio 1863. A famosa visão de Ellen White ocorreu a 6 de Junho desse mesmo ano. Ellen White era a mensageira de Jeová, a quem foi revelada progressivamente a verdade, sem contudo haver contradição ou repúdio ao que escreveu anteriormente.

Desta forma eu posso compreender melhor o porquê do baptismo trinitário nos escritos de Ellen White e dos pioneiros, pois à partida, tanto ela como os pioneiros não tinham conhecimento de possíveis alterações em Mat. 28:19, bem como em outros versos, e essa era a ‗verdade‘ que eles conheciam. Contudo, eles não o faziam no mesmo sentido em que o fazem os trinitários, pois eles não acreditavam na trindade, mas citavam um verso que para eles era verídico!

Voltando atrás, aos yearbooks da igreja adventista que foram publicados até à morte de Ellen White, podemos verificar um facto interessante e explicativo para a nossa pesquisa e inquietude, o baptismo trinitário nos escritos de Ellen White. Reparemos na doutrina nº 4:

―4. Que o baptismo é uma ordenança da igreja Cristã, seguinte à fé e arrependimento, – uma ordenança pela qual nós comemoramos a ressurreição de Cristo, como por este acto nós mostramos a nossa fé na sua morte e ressurreição, e por esse meio, na ressurreição de todos os santos no último dia; e que nenhum outro modo mais adequadamente representa estes factos, que aquele que as Escrituras prescreve, nomeadamente, a imersão Rom. 6: 3-5; Col. 2:12.‖

O baptismo é uma referência directa à fé na morte e ressurreição de Jesus Cristo. Ou seja, ao nome de Jesus Cristo. Tão-pouco é mencionado o baptismo trinitário, nem o verso de Mat. 28:19!

O que é que isto quer dizer?!

Quanto a mim, há duas possibilidades. Ou que houve uma alteração em massa às referências baptismais em Ellen White e nos escritos dos próprios pioneiros; ou então que, naquela época, a compreensão relativa ao baptismo (fórmula baptismal) ainda fosse errada e, por providência divina, não lhes tenha sido permitido o incluir a referência ao baptismo trinitário entre as crenças dos pioneiros. Mas uma coisa é certa, a fórmula trinitária não estava inserida nas doutrinas fundamentais que durante tanto tempo uniram os pioneiros, e isto até à morte de Ellen White.

Quero relembrar as próprias palavras de Tiago White:

―O ―mistério da iniquidade‖ começou a operar na igreja nos dias de Paulo. Por último, pôs de parte a simplicidade do evangelho, e corrompeu a doutrina de Cristo, e a igreja foi para o deserto. Martinho Lutero, e outros reformadores, surgiram na força de Deus, e com a

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Palavra e o Espírito, fizeram grandes avanços na Reforma. A grande falta que podemos encontrar na Reforma é, que os Reformadores pararam de reformar. Se eles tivessem continuado em frente, até terem deixado para trás o último vestígio do papado, tal como a imortalidade natural, o batismo por aspersão, a trindade, a guarda do domingo, e a igreja agora estaria livre de erros anti-escriturísticos.‖ Review and Herald, 7 de Fevereiro de 1856, vol. 7, no. 19, pág. 148, par. 22.

Tiago White mencionou como erros anti-escriturísticos o baptismo por aspersão, e a trindade, mas não mencionou o baptismo trinitário, pois, possivelmente, para ele e restantes pioneiros, esse constituía a própria fórmula dada por Cristo para o baptismo, que como já vimos não corresponde à realidade, e não tem base, nem nas escrituras, nem nos relatos históricos. Foi isso que lhes foi ensinado, e pelos vistos não lhes foi permitido compreender esse erro, ou, nas palavras de Tiago White ―pararam de reformar‖.

Sabemos que vários aspectos da verdade foram revelados ao longo dos anos, (não negando obviamente nenhuma das verdades anteriormente reveladas). Acredito ser o batismo trinitário um destes casos.

Seja como seja, uma coisa é certa, nem Ellen White nem os pioneiros aprovaram como ponto de fé o baptismo trinitário, apenas o baptismo por imersão!

Acredito sinceramente que, assim como mãos criminosas alteraram certas porções da Bíblia, muitos têm buscado ir ainda mais longe, alterando também os escritos de Ellen White. Ou seja, pode ser que aquilo que se conseguiu alterar na Bíblia em pequena escala, se tenha conseguido alterar em grande escala em Ellen White, padronizando-se, de uma forma geral, as referências à fórmula baptismal trinitária. Nos escritos de Ellen White concentram-se, até certo ponto, as alterações da própria Bíblia, as quais, de certo modo, influenciaram os seus escritos; no entanto, estes também sofreram as alterações que os depositários dos mesmos, ou antes, mercenários, têm permitido. E tenho fortes motivos para crer assim!

No entanto, ainda antes de continuar a expor essas razões, quero relembrar que, ao estudar a Bíblia e escritos de Ellen White, do princípio ao fim, verifica-se que existe um fio condutor, uma constante repetição: a existência e a presença de duas pessoas distintas entre si, o Pai e o Filho. O Espírito Santo é descrito como o Espírito Santo de Deus, a Sua presença em todos os lugares (Sl. 139:5-8); é dito que procede do Pai (Jo. 15:26), e que é o Espírito do Pai e do Filho (Rm. 8:9,11), pois que Jesus Cristo foi gerado do Pai e recebeu Seu Espírito (Sl. 2:7; Is. 42:1). Isto é, se ao Espírito Santo se quiser definir como uma pessoa, o Espírito Santo não é uma pessoa diferente ou separada do Pai e do Filho, mas a própria presença de ambos (Jo. 14:23). Em toda a Bíblia não existe um nome próprio do Espírito Santo, um trono dele, ou adoração a ele, como acontece com o Pai e o Filho, dos quais é dito serem um (Jo. 10:30).

Perante as dificuldades que eu possa encontrar em Ellen White, este fio condutor que acima descrevi e que encontro nos seus escritos e na Bíblia, me transmite confiança e segurança de que o mesmo Espírito que inspirou os profetas da antiguidade, continua ainda hoje a inspirar homens e mulheres. Assim, o próprio Cristo é o nosso bom Pastor que nos leva a pastagens seguras (Sl. 23). Certamente que não é o Seu Espírito que conduz o movimento ecuménico, que tem por base a doutrina pagã da trindade, (ainda que por força, alguns, lhe queiram chamar divindade)!

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Pondo em Causa o Dom Profético de Ellen White

No passado, os profetas de Jeová sempre foram perseguidos e maltratados, e seu valor, fora raras excepções, não foi reconhecido senão após sua morte. Desde bem cedo, Ellen White enfrentou a mais severa oposição, desprezo e acérrimas críticas. Para mim isto é animador, e é um sinal positivo, pois qualquer que se colocar ao lado da verdade não pode esperar outra coisa. Assim tem sido a minha própria experiência, e não estou por isso, de modo nenhum, a considerar-me um profeta.

Ellen White foi aceite pela generalidade dos pioneiros. Sua missão enquanto se estabeleciam os fundamentos da igreja adventista do sétimo dia foi crucial. Embora tivesse uma saúde débil e reduzidas capacidades a nível intelectual, no entanto tinha um coração cheio de fé e desejo de servir a Cristo. Enquanto os pioneiros buscavam solucionar problemas teológicos ela estava ao seu lado, como uma verdadeira luz. Por meio das visões e revelações que lhe foram dadas por Deus, ela pode ajudá-los a montar o puzzle das verdades bíblicas.

Infelizmente muitos quiseram, segundo os seus juízos falíveis, pôr em causa o dom de profecia concedido a esta mulher, quando este já estava mais que comprovado. Acharam que suas palavras não eram as mais indicadas, que determinadas declarações não estavam em harmonia com a história, a teologia, a ciência, a educação, etc. Foi já em vida considerada desactualizada, e muito mais ainda no presente.

Mas não aconteceu o mesmo com a Bíblia?! Houve algum livro que tanto benefício pudesse trazer à humanidade, e que tanta perseguição sofresse?! Ora mais uma vez é um sinal positivo a favor de Ellen White.

Mas o mais estranho é que essa perseguição a Ellen White tem surgido dentro das fileiras dos adventistas do 7º dia. ―Judas‖ e Jesuítas se têm infiltrado nesta denominação a fim de denegrir sua imagem, e de descredibilizá-la.

Compreendo que o lugar de Ellen White não está acima da própria Bíblia, mas tão pouco abaixo dela, pois se a inspiração foi a mesma, a autoridade também o é, embora com funções diferentes, é claro. Muitas pessoas no passado caíram no erro de estudar os escritos de Ellen White em detrimento da Bíblia, ainda que todo aquele que os estudar, chegará à conclusão que ela constantemente nos remete para a Bíblia. Mas não foi isso que motivou a verdadeira perseguição à serva do Senhor!

Ao longo da história da igreja adventista, os seus dirigentes tiveram algumas dificuldades em lidar com declarações que ela fez, e que colocavam a imagem da igreja em perigo, pensavam eles, e isto sobretudo na parte final do séc. XIX, início do séc. XX. No entanto, a igreja não tem que se harmonizar com as normas do mundo, nem tão pouco pretender satisfazer suas exigências.

Assim, certas afirmações que Ellen White fez sobre a amálgama entre animais e seres humanos, a masturbação, o excesso sexual, o casamento, a educação, o vestuário, a alimentação, bem como sobre a apostasia da igreja adventista, a verdadeira posição da igreja católica e das igrejas protestantes, ecumenismo, perseguição dominical, etc., têm sido, aos olhos de muitos dirigentes, afrontas à reputação da igreja. Como a ―ciência‖ discorda de algumas afirmações feitas por ela, considerando-as fanáticas e extremistas, e

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também pelo facto de muitas delas não serem convenientes à opinião pública, os dirigentes têm-se sentido envergonhados perante o mundo. Procurando agradar ao mundo, e dar uma ―boa imagem‖ da igreja, têm agido com Ellen White como os judeus agiram com os profetas do passado e finalmente com o próprio Cristo, ou seja, aniquilando-os.

Mas como os tempos são outros, as formas de actuar também mudaram. Também pareceria mal matar ou apedrejar quem quer que fosse e as formas de proceder são hoje distintas de então. No entanto, o mesmo antagonismo, ódio e desprezo mostrado para com os servos de Deus no passado, se verificam hoje, mas de maneiras mais disfarçadas, como o mosquito que transporta determinada doença terrível, quase sem ser notado, infectando o ser humano. Assim se tem procurado fazer com os escritos de Ellen White, ―infectando-os‖, corrompendo-os, eliminando-os, omitindo-lhes porções, alterando-os, etc.

Preocupados com os erros gramaticais de Ellen White, foram tomadas algumas resoluções, aparentemente inofensivas, no ano de 1883:

"33. Considerando que, muitos desses testemunhos foram escritos sob as mais desfavoráveis circunstâncias, estando a escritora demasiado pressionada pela ansiedade e o trabalho para dedicar pensamentos críticos à perfeição gramatical de seus escritos, e que estes foram impressos com tal pressa que estas imperfeições acabaram por ficar sem correcção; e, considerando que, nós cremos que a luz dada por Deus a seus servos o é por meio do esclarecimento da mente, transmitindo assim os pensamentos, e não (exceto em raros casos) as mesmíssimas palavras nas quais as idéias deveriam ser expressas; Portanto, fica decidido que na republicação desses volumes, se façam as referidas mudanças verbais para remover as imperfeições mencionadas acima, tanto quanto possível, sem de forma alguma alterar o pensamento; e, além disso,

34. Fica decidido que este corpo nomeie uma comissão de cinco pessoas que se encarregue da republicação desses volumes de acordo com os preâmbulos e resoluções acima mencionados‖. Review and Herald, 27 de nov. de 1883.

Concordo plenamente com a ―letra‖ destas resoluções, mas quanto ao espírito que estava por detrás de alguns daqueles que as tomaram, não acredito ser tão positivo. Se a preocupação fosse só a gramática, não teriam rejeitado a mensagem da justificação pela fé em 1888, nem enviado Ellen White para a Austrália, num tempo em que ela era tão necessária nos Estados Unidos.

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Quase sem se notar, este espírito maléfico foi-se introduzindo em certos membros de igreja, os quais, aproveitando-se das resoluções mencionadas acima, para além de melhorarem a gramática e ortografia, ―melhoraram‖ também a teologia de Ellen White, suas ideias e pensamentos, e até mesmo a imagem da igreja.

De uma maneira notável, à medida que Ellen White envelhecia, tornando-se mais frágil e menos activa nas questões da igreja, e isto já no início do séc. XX, mas sobretudo a partir da sua morte (1915), determinados homens se ―esqueceram‖ de suas declarações enfáticas sobre este tema:

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"A palavra que me foi dada é: 'Deves repreender fielmente os que arruinariam a fé do povo de Deus. Escreve as coisas que eu te darei, para que eles possam ficar firmes como testemunhas da verdade até ao fim do tempo.' Eu disse, 'Se algum dos cidadãos de Battle Creek deseja saber o que a Sra. White crê e ensina, leia seus livros publicados. Meus trabalhos seriam sem valor se eu pregasse um outro evangelho. Aquilo que escrevi é o que o Senhor me ordenou escrever. Não fui instruída a alterar aquilo que enviei” Review and Herald, 26 de jan. de 1905.

Disse ainda a Sra. White:

"Não retirarei uma única palavra da mensagem que dei.‖ Idem, 19 de abr. de 1906.

Se Ellen White deixou claro que não se deveriam alterar os seus escritos, pois ela escreveu sob inspiração divina, porque é que tanta coisa foi alterada, omitida, e houve material retirado de circulação? Porque não foram incluídas determinadas afirmações no livro ―Patriarcas e Profetas” sobre a amálgama entre os homens e os animais?!

"Com relação aos dois parágrafos que se encontram em Spiritual Gifts e também em The Spirit of Prophecy concernentes ao amálgama, e a razão por que foram omitidos dos livros posteriores, e a pergunta quanto a quem assumiu a responsabilidade de omiti-los, posso falar com perfeita clareza e segurança. Foram omitidos por Ellen G. White. Ninguém relacionado com sua obra tinha qualquer autoridade sobre esse assunto, e nunca ouvi que alguém lhe oferecesse conselho em relação com isso.

Em todas as questões desse tipo, pode ter a certeza de que a irmã White era responsável por omitir ou acrescentar as questões desse tipo em edições posteriores de nossos livros.

A Sra. White não só tinha bom juízo baseado numa compreensão clara e abarcante das condições e as conseqüências naturais de publicar o que escrevia, como muitas vezes recebia instruções diretas do anjo do Senhor em relação com o que devia ser omitido ou acrescentado nas novas edições.” W.C. White, Mensagens Escolhidas, Vol. 3, p. 452.

Ainda que tenha sido o filho de Ellen White a escrever isto, de maneira nenhuma é superior àquilo que sua mãe escreveu. É antes uma negação clara daquilo que sua ela escreveu… Acredito que na sua ingenuidade o escreveu!

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Ellen White deixou bem claro:

―O que escrevi é o que o Senhor me ordenou escrever. Não me foi dito para alterar o que enviei” e ―Não retirarei uma única palavra da mensagem que dei‖.

Portanto, as contradições que possam surgir em Ellen White no que respeita a este tema devem-se antes àqueles que se responsabilizaram por seus escritos, e até mesmo certos membros de sua própria família, mas que infelizmente os têm alterado, ou procurado distorcer, segundo determinadas conveniências.

Por que não se preocupa mais a igreja em publicar o livro ―An Appeal to Mothers: The Great Cause of the Physical, Mental, and Moral Ruin of Children of Our Time”, onde ela fala contra a masturbação e o excesso sexual? Reparem nas referências bibliográficas na 16ª secção do livro ―Orientação da Criança‖, e verão que até hoje a igreja não mais publicou este livro, devido às embaraçosas declarações de Ellen White sobre o tema. Isto porque a ciência as considera extremistas e fanáticas, e sem valor científico. Será que os nossos dirigentes passaram não só a discordar de Ellen White neste ponto, mas também a cometer este pecado?! Ou o testemunho de Jesus é só aquilo que convém?!

Porquê a igreja retirou de circulação o livro ―Sketches from the Life of Paul‖?!

O presidente da Associação Geral, A.G. Daniells discutiu o incidente na conferência secreta sobre os escritos de Ellen White em 1919, da qual falarei mais adiante:

―Yes; and now take that "Life of Paul," - I suppose you all know about it and knew what claims were put up against her, charges made of plagiarism, even by the authors of the book, Conybeare and Howson, and were liable to make the denomination trouble because there was so much of their book put into "The Life of Paul" without any credit or quotation marks. Some people of strict logic might fly the track on that ground, but I am not built that way. I found it out, and I read it with Brother Palmer when he found it, and we got Conybeare and Howson, and we got Wylie's "History of the Reformation," and we read word for word, page after page, and no quotations, no credit, and really I did not know the difference until I began to compare them. I supposed it was Sister White's own work. The poor sister said, "Why, I didn't know about quotations and credits. My secretary should have looked after that, and the publishing house should have looked after it."

She did not claim that that was all revealed to her and written word for word under the inspiration of the Lord. There I saw the manifestation of the human in these writings. Of course I could have said this, and I did say it, that I wished a different course had been taken in the compilation of the books. If proper care had been exercised, it would have saved a lot of people from being thrown off the track.‖ Ronald L. Numbers, Prophetess of Health – a Study of Ellen G. White, pages 388, 389.

Tradução:

"Sim; e agora passando ao livro ―Life of Paul”, – suponho que todos saibam acerca disso e conheçam as reclamações que foram levantadas contra ela, acusações de plagiarismo que foram feitas, pelos próprios autores do livro, Conybeare and Howson, e estavam a ponto de trazer problemas para a denominação por haver grandes porções do livro deles introduzidas em ―The Life of Paul” sem quaisquer notas bibliográficas ou aspas. Algumas pessoas de lógica estrita podem descarrilar nesse campo, mas eu não sou desse calibre. Descobri o facto, e li-o com o Irmão Palmer quando ele o encontrou e tomamos Conybeare e Howson,

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e o ―História da Reforma” de Wylie, e lemos palavra por palavra, página após página, e não havia nenhuma citação, nenhum crédito, e realmente eu não sabia a diferença até que comecei a compará-los. Eu supunha que era obra da própria Irmã White! A pobre irmã disse, ―Ora, eu não sabia nada acerca de citações e créditos. A minha secretária deveria ter tratado disso, e a casa publicadora deveria ter verificado isso.‖

Ela não reclamou que tudo aquilo lhe tinha sido revelado e escrito palavra por palavra sob a inspiração do Senhor. Ali eu vi a manifestação do humano nesses escritos. É claro que eu poderia ter dito isto, e realmente o disse, que desejaria que um rumo diferente fosse tomado na compilação dos livros. Se tivesse sido exercido o devido cuidado, este teria livrado muitas pessoas de serem lançadas fora do caminho."

Acredito que, se de facto houve má preparação deste livro, isso não tem que ver com Ellen White. Mas se a questão era apenas a falta de referências bibliográficas, então poderiam ter corrigido o problema em vez de condenarem o livro ao esquecimento. Ou será que o problema era outro?!

Quem autorizou as muitas alterações no livro ―O Grande Conflito‖?! Uma das mudanças mais flagrantes foi a retirada de cerca 4 págs. do cap. ―Ardis de Satanás‖, as quais foram incluídas mais tarde no livro ―Testemunhos Para Ministros‖ no cap. ―As Ciladas de Satanás‖ (Ver também Mensagens Escolhidas Vol. III, pág. 452, 453).

―As Spirit of Prophecy, Volume 4, came from the press in 1884, the publishers felt that this volume could be sold to those not of our faith; so with Mrs. White‘s cooperation…‖ (Edição do Spirit of Prophecy, vol. 4, pp. 507-549, reimprimido em 1969).

http://www.whiteestate.org/issues/4sop-supp.html

Tradução: ―Assim que o Spirit of Prophecy, Volume 4, saíu do prelo em 1884, os publicadores sentiram que este volume poderia ser vendido àqueles que não eram da nossa fé; então com a cooperação da Sra. White…‖

Parece-me muito estranho que tendo Ellen White sido inspirada a escrever essas páginas, e sendo que ela e os restantes responsáveis, ao publicarem esta edição inicial do Grande Conflito – Spirit of Prophecy, vol. 4 – acharam o livro apropriado para o público em geral e ―de repente‖ já não achavam mais. Muito estranho mesmo…

Mas se assim foi de facto, então gostaria de saber porque é que, durante mais de 100 anos não têm sido preparadas edições completas deste livro para os membros de igreja. Se os líderes estão a tentar esconder algo, é porque é de facto importante!

Palavras foram alteradas!

Porque mudaram a palavra divindade para trindade em muitos dos seus escritos? (Se ela era a favor da trindade, porque não se pronunciou positivamente a seu favor, dada a grande controvérsia que havia sobre este assunto em redor de 1900?! Porque não repreendeu então os pioneiros por apresentarem suas posições antitrinitárias na ―Review and Herald”, bem como nas igrejas?!)

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Creio que essa mudança foi feita pela mesma razão que o livro de Urias Smith, ―Profecias do Apocalipse‖, perdeu cerca de 10 páginas, nas quais o autor descrevia sua posição antitrinitária!

E com a tecnologia que existe hoje, tenho até razões suficientes para acreditar que mudanças de ordem mais profunda tenham sido feitas, como mudanças nos próprios manuscritos originais ou dactilografados. A prova disso é que a igreja adventista de há 100 anos atrás não é a mesma dos nossos dias. A teologia mudou e as doutrinas também! A igreja se tornou numa nova organização, Babilónia…

Os dirigentes – ou melhor, salteadores e assassinos – da igreja, se apuraram na arte da mentira, pois têm por pai ao diabo. É por isso que passados mais de 100 anos, tiveram a coragem, a ousadia – pouca vergonha – de apresentar os mesmos ideais, aparentemente tão puros, que se apresentaram em 1883. Paul A. Gordon, antigo secretário do White Estate, revelou em 1992, o costume de revisar e alterar os escritos de Ellen White:

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"É legítimo modificar, condensar, ou simplificar os escritos de Ellen White? A resposta é que sim. Podemos alterar, condensar, ou simplificar as palavras, mas não temos permissão para alterar a mensagem proposta. Eis por quê: os adventistas do sétimo dia não se atêm à inspiração verbal. Isto significa que não cremos que Deus ditou a Ellen as palavras que teria de usar. (...) Nos anos desde a morte da Sra. White em 1915, mais de 50 novas compilações ou edições dos livros de Ellen White foram preparadas pelos Depositários de E. G. W. Em todos os casos – incluindo edições que foram condensadas ou simplificadas – a mensagem proposta nunca foi perdida, só as palavras foram mudadas”. Adventist Review, 19 de Nov. de 1992, pp. 8-9.

Isto faz lembrar a citação de Ellen White que anteriormente analisámos:

―Homens doutos nalguns casos mudaram as palavras, achando que a estavam tornando mais compreensível‖.

Aquilo que esses ―homens doutos‖ fizeram à Bíblia, bem como aquilo que os ―fiéis‖ depositários dos livros de Ellen White fizeram aos seus escritos, foi que, ―na realidade, estavam mistificando aquilo que era claro, fazendo-a apoiar suas estabelecidas opiniões, que eram determinadas pela tradição‖.

Como disse o sábio Salomão, ―não há nada de novo na face da terra‖…

Gostaria de saber em qual dos aspectos mencionados na afirmação de Paul A. Gordon se enquandra a mudança da palavra ―divindade‖ para ―trindade‖, já que são coisas completamente opostas!

Torno a repetir, que ―mais depressa se apanha um mentiroso que um coxo‖!

Contra factos não há argumentos. Como pôde este homem fazer uma afirmação destas, quando tanta coisa tem sido mudada, no que respeita à mensagem original proposta por Ellen White. Se alguém conhece o quanto os escritos de Ellen White têm sido alterados, são aqueles que trabalham com eles. As mudanças verificadas entre livros antigos e modernos são claras evidências que isto não passa de uma verdadeira mentira.

Eis mais alguns exemplos de alterações nos escritos da Sra. White. Apresento frases de Ellen White, respectivamente as originais e depois as alteradas:

―Ele tinha prazer em meditar acerca de Deus. Quando chegou ao templo, observou atento o serviço ministrado pelos sacerdotes. Inclinava-Se com os adoradores quando se ajoelhavam para a oração, e unia Sua voz à deles em louvor a Deus.‖Vida de Jesus, pág. 26, Publicadora Atlântico, 1984 (Igual à versão original inglesa).

―Ele gostava de meditar a respeito de Deus. Quando chegou ao templo, observou a atividade dos sacerdotes. Inclinou-se com os adoradores para orar e Sua voz uniu-se à deles em cânticos de louvor.‖ Vida de Jesus, pág. 31, 32.

http://www.ellenwhitebooks.com/?l=41&p=32

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"Foi-me mostrado que mais mortes têm sido causadas por tomar drogas que por todas as outras causas combinadas‖. Spiritual Gifts, vol. 4, pág. 133.

―Maior número de mortes têm tido como causa a ingestão de drogas do que outras quaisquer causas combinadas.‖ Mensagens Escolhidas, Vol. 2, pág. 450.

"Mais do que isto, o Papa a si tem arrogado os próprios títulos da Deidade. Intitula-se a si mesmo ―o Senhor Deus o Papa,‖ pretende ser infalível e exige que todos os homens lhe prestem homenagem." Spirit of Prophecy, vol. 4, p. 53.

―Mais do que isto, têm-se dado ao papa os próprios títulos da Divindade. Tem sido intitulado: ―Senhor Deus, o Papa‖, e foi declarado infalível. Exige ele a homenagem de todos os homens.‖ O Grande Conflito, pág. 50.

Contradições…

Gostaria ainda que os depositários de Ellen White me explicassem a seguinte contradição aberta que existe entre alguns de seus livros como a História da Redenção ou Redimidos, Medicina e Salvação, e o livro No Deserto da Tentação (Confrontation em inglês) que embora tenha resultado de folhetos escritos por ela em 1874 / 1875, e republicados em 1878, só surgiu em 1971.

―No meio do jardim, perto da árvore da vida, estava a árvore do conhecimento do bem e do mal. Esta árvore fora especialmente designada por Deus para ser a garantia de sua obediência, fé e amor a Ele. O Senhor ordenou a nossos primeiros pais que não comessem desta árvore nem tocassem nela, senão morreriam. Disse que podiam comer livremente de todas as árvores do jardim, exceto daquela, pois se dela comessem certamente morreriam. ‖A História da Redenção, pág. 24.

A frase original encontra-se em Spiritual Gifts, vol. 3 e 4 de 1864, na pág. 35:

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Tradução: ―No meio do jardim, perto da árvore da vida, estava a árvore do conhecimento do bem e do mal. Desta árvore o Senhor ordenou aos nossos primeiros pais não comer, nem tocar-lhe, de contrário morreriam. Ele disse-lhes que eles podiam comer livremente de todas as árvores do jardim excepto uma; mas se eles comessem daquela árvore eles certamente morreriam‖.

―O fruto da árvore da vida no jardim do Éden possuía virtude sobrenatural. Comer dele era viver para sempre. Seu fruto era o antídoto da morte. Suas folhas eram para o sustento da vida e da imortalidade. Mas em virtude da desobediência do homem a morte entrou no mundo. Adão comeu da árvore do conhecimento do bem e do mal, comeu do fruto que lhe tinha sido proibido tocar. Esta era a sua prova. Ele falhou, e sua transgressão abriu as comportas dos ais sobre o mundo.‖ Medicina e Salvação, pág. 233.

―Eva exagerou as palavras da ordem de Deus. Ele disse a Adão e Eva: ―Mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.‖ Gên. 2:17. Na discussão de Eva com a serpente, ela acrescentou: “Nem nele tocareis.” Gên. 3:3. Aqui apareceu a sutileza da serpente. Esta citação de Eva deu-lhe vantagem; colheu o fruto e o colocou nas mãos de Eva, usando suas próprias palavras. "Deus disse que morrerias se tocasses no fruto. Vê, nenhum mal te sucedeu ao tocares nele; tampouco receberás dano algum ao comê-lo.‖ No Deserto da Tentação, pág. 17,18.

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A ordem era clara, não deveriam comer ou até mesmo tocar. Como se explica tão drástica mudança neste último livro, ao ponto de se dizer que foi Eva que acrescentou o não tocar?!

―Aqui apareceu a sutileza da serpente‖!!! Não é uma simples questão de mudança de palavras, mas mudança nas ideias apresentadas.

Outro exemplo que gostaria de apresentar tem que ver com algumas frases concernentes à morte de Jesus Cristo. Algumas dessas frases, já as apresentei anteriormente, como por exemplo, a frase seguinte:

―Jesus disse a Maria: ―Não me toques; porque ainda não subi para meu Pai‖. Quando Ele fechou os olhos na morte sobre a cruz, a alma de Cristo não foi logo para o céu, como muitos acreditam, ou como poderiam ser verdade Suas palavras — ―Eu ainda não subi para meu Pai‖? O espírito de Jesus dormiu no túmulo com Seu corpo, e não voou rumo ao céu, para lá manter uma existência separada, e olhar desde cima para os discípulos de luto, a embalsamar o corpo de que tinha levantado voo. Tudo o que abrangia a vida e a inteligência de Jesus permaneceu com seu corpo no sepulcro, e quando ele saiu de lá, o fez como um ser completo; ele não teve que invocar o seu espírito do céu. Ele tinha poder para dar a Sua vida e tomá-la novamente.‖ Ellen White, S.D.A. Bible Commentary, vol. 5, págs. 1150, par. 6, (Ver também The Spirit of Prophecy, vol.3, págs. 203, 204). No entanto existem frases ―de Ellen White‖ que dizem claramente o contrário, como esta frase que se segue: ―"Eu sou a ressurreição e a vida." João 11:25. Aquele que disse: "Dou a Minha vida para tornar a tomá-la" (João 10:17), ressurgiu do túmulo para a vida que estava nEle mesmo. A humanidade morreu; a divindade não morreu. Em Sua divindade, possuía Cristo o poder de romper os laços da morte. Declara Ele que tem vida nEle mesmo, para dar vida a quem quer.‖ Mensagens Escolhidas, vol. 1, pág. 301. Como entender tal paradoxo?! Como iria Ellen White escrever uma coisa e depois o contrário?! Relembremos mais uma das frases que anteriormente apresentei: ―Quando Jesus expôs diante de seus discípulos o facto de que ele deveria ir a Jerusalém para sofrer e morrer nas mãos dos sacerdotes e dos escribas, Pedro tinha presunçosamente contradito seu Mestre, dizendo: "Longe de ti, Senhor; isso não te acontecerá‖. Ele não podia conceber ser possível que o Filho de Deus fosse morto. Satanás sugeriu à sua mente que, se Jesus era o Filho de Deus, ele não podia morrer.‖ Spirit of Prophecy, vol. 3, cap. 17, (Jesus at Galilee), pág. 231, par. 1.

Esta frase é muito clara!

Pensar que Jesus, o Filho de Deus, não podia morrer, é de procedência maligna. Portanto, a frase que fala que a divindade não morreu, tal como se apresenta, não foi inspirada por Deus, mas por Satanás, nem tão pouco creio ter sido escrita por Ellen White! Bem disseram os pioneiros que a trindade rebaixa a expiação de Cristo, pois se Cristo morreu apenas como um simples ser humano, então essa morte não tem valor nenhum.

Estranhas frases (supostamente) de Ellen White a este respeito, ―surgiram‖ num tempo em que determinados indivíduos, como Kellogg, e Wilcox começaram a agitar a bandeira da

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trindade entre os adventistas. O raciocínio de que Cristo como Ser divino não podia morrer, era um elemento importante tanto para a argumentação da trindade, como para o seu estabelecimento, senão vejamos a seguinte declaração:

―Há um só Deus: Pai, Filho e Espírito Santo, um unidade de três Pessoas co-eternas. Deus é imortal, omnipotente, omnisciente, acima de tudo e sempre presente. Ele é infinito e está além da compreensão humana, mas é conhecido por meio da Sua auto-revelação. É para sempre digno de culto, adoração e serviço por parte de toda a Criação. – Crenças Fundamentais, 2‖ Os Adventistas do Sétimo Dia Crêem…, pág. 16.

A (Secreta) Conferência Bíblica de 1919

Já ouviram falar sobre a secreta Conferência Bíblica de 1919? Dirigentes adventistas do sétimo dia se reuniram para discutir como interpretar Ellen White, e como actuar com seus escritos, especialmente os ―problemáticos‖. Podeis aceder a este material – pelo menos a uma pequena parte dos registos dessas reuniões – em inglês no site da revista ―Spectrum‖, mas também em português no site dos adventistas bereanos: http://www.spectrummagazine.org/blog/2009/05/10/most_significant_article_spectrum_has_published%E2%80%94so_far

http://adventistas-bereanos.com.br/2006abril/inspiracaodeellenwhiteemjulgamentoparteI.htm

É lamentável a forma como, depois da morte de Ellen White, os líderes adventistas desprezaram, ―esfarraparam‖ os seus escritos, ao ponto de quererem ser juízes e intérpretes do testemunho de Jesus a ela entregue. Isto faz lembrar os comentários dos judeus ao texto bíblico a fim de o poderem ajustar às suas tradições e máximas; faz lembrar também os concílios e tratados realizados ao longo dos séculos entre os católicos a fim de conseguirem passar por cima de verdades inconvenientes reveladas na Bíblia.

Nesta dita conferência, um dos assuntos mais controvertidos, foi precisamente a questão da trindade:

―Apesar da declaração [trinitária] de Wilcox na Review (ou, talvez exatamente por causa dela), o debate sobre a Trindade intensificou-se nas primeiras décadas do século 20. Na Conferência Bíblica de 1919, a eternidade de Cristo e Sua relação com o Pai constituíram o maior e não resolvido assunto em debate.‖ A Trindade, pág. 226.

Paralelamente a esta citação, apresento de seguida as págs. 157-160 do livro Em Busca de Identidade, que nos mostram alguns interessantes detalhes, não só do que se passou nesta conferência, mas também das consequências da mesma. Por outro lado, é mais uma confirmação do que tenho vindo a afirmar.

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Reparem na mentira que está estampada no 1º parágrafo desta página, onde George Knight sugere que em 1931 foi publicada pela primeira vez uma declaração de doutrinas no Yearbook da igreja. Como já vimos anteriormente, na primeira parte deste artigo, a primeira vez que isso aconteceu foi em 1889.

Isto não passa de uma tentativa falhada de encobrir a verdade e justificar o erro, a qual se repete no livro Os Adventistas do Sétimo Dia Crêem…, pág. 4. Mudaram o palavreado de ―Fundamental Principles of S. D. Adventists.‖, para ―Fundamental Beliefs of Seventh Day Adventists‖, para dar um aspecto mais ―oficial" à declaração de 1931 e diferenciá-la das anteriores. Eles sabiam bem a ―porcaria‖ que estavam a fazer!

“Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura?”

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Seguidamente apresento algumas declarações de certos homens considerados grandes eruditos adventistas, na secreta Conferência de 1919, sobre diversos assuntos:

“H. C. Lacey: (…) Sobre a questão da tomada de Babilônia, tenho sentido a liberdade de

dizer que julgava que a evidência era de que Ciro não a tomou daquele modo, mas vamos

deixar o assunto pendente e simplesmente estudemo-lo. Suponhamos agora que novas

tabletes [arqueológicas] sejam descobertas, e outra evidência surja para provar

incontestavelmente que Ciro não tomou Babilônia daquele modo, seria correto dizer que se

houver uma revisão desse livro – Patriarcas e Profetas, que endossa, numa sentença

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casual, essa velha opinião, – a nova versão seria posta em harmonia com fatos

recentemente descobertos?

G. Daniells: Creio ser essa a posição que a Irmã White tomaria. Creio que foi isso que ela

fez. Nunca entendi que ela atribuísse infalibilidade às citações históricas.‖ Prophetess of

Health, pág. 363.

―W. G. Wirth: (…) Agora, quanto à reforma de saúde: Com freqüência um estudante chega

a mim e cita o que a Irmã White afirmou sobre manteiga. Mas servimos manteiga em

nossas mesas o tempo todo. E eles citarão o uso de carne, como não deve ser consumida

sob hipótese alguma. E eu sei que isso é irracional, havendo ocasiões em que se faz

necessário comer carne. Que faremos a respeito disso? Gostaria de obter uma pequena luz

sobre alguns desses detalhes, a respeito de se devemos assumir tudo [o que é escrito por

E.G.W.] plenamente. (…)

A. G. Daniells: (…) Vocês encontrarão num pequeno testemunho uma advertência

expressa, modificando as declarações extremadas que foram feitas.‖ Idem, pág. 367, 369.

“W. W. Prescott: Gostaria de perguntar-lhes se vocês pensam que, após seus escritos

terem sido publicados por uma série de anos, Jeremias os alterou por estar convencido de

que havia erros históricos neles?‖ Idem, pág. 384.

―W. W. Prescott: Mudanças foram feitas no que não era absolutamente um excerto

histórico.‖ Idem, pág. 393.

―W. W. Prescott: Será que entendi bem, que a posição do Irmão Benson é de que tal

declaração como aquela em O Grande Conflito, de que os 1260 anos começaram em 538 e

terminaram em 1798, estabelece a questão infalivelmente?‖Idem, pág. 394.

Prescott confessou as mudanças que ocorreram pelas suas próprias mãos, e as dúvidas que isso lhe acarretou quanto à inspiração dos escritos de Ellen White:

"W. W. Prescott: ―Eis a minha dificuldade. Eu ultrapassei isso e sugeri mudanças que

deveriam ser feitas a fim de corrigir declarações [Em O Grande Conflito]. Essas

alterações foram aceitas. Minha dificuldade pessoal será reter a fé nessas coisas com

que não posso lidar nessa base". (…) Se corrigimos isto aqui e corrigimos ali, como

iremos ficar firmes noutros lugares?

M. Wilcox: Essas coisas não envolvem a filosofia geral do livro.

W. W. Prescott: Não, mas envolvem grandes detalhes. Por exemplo, antes que o Grande

Conflito fosse revisado, eu não era ortodoxo sobre um certo ponto, mas após ter sido

revisado, tornei-me perfeitamente ortodoxo.‖ Idem, pág. 395.

―W. W. Prescott: Para ser franco, devo dizer que por anos tenho sentido que grandes erros

se cometeram no manejo de seus escritos para propósitos comerciais.‖ Idem, pág. 397.

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―A. G. Daniells: (…) Quinze anos atrás não poderíamos ter falado o que falamos aqui hoje.

Não teria sido seguro. (…)‖ Idem, pág. 400.

Contrariamente ao que os Depositários White nos querem fazer acreditar, Prescott e muitos outros, ao longo do tempo, foram por eles autorizados a fazer mudanças drásticas nos escritos de Ellen White, sempre que julgassem que estes, de algum modo, poderiam prejudicar a imagem da igreja, ou contrariar determinados pontos de vista da época.

Tal facto nos leva a perguntar se o pessoal dos Depositários White cria na realidade que estava tratando com escritos inspirados procedentes de uma profetisa de Deus!

A Introdução da Doutrina da Trindade na Igreja Adventista

Na continuação, quero levantar outras questões acerca da introdução da doutrina da trindade na igreja adventista. Mais ou menos 15 anos depois da morte de Ellen White, ocorreram três factos pertinentes, e creio que verdadeiramente cúmplices uns dos outros.

Um desses factos já apresentei anteriormente, ou seja, que em 1931 a doutrina da trindade foi introduzida formalmente no respectivo Yearbook, e isto sem o consentimento da generalidade da igreja, como se fosse à partida um dado adquirido!

O 2º facto tem que ver com a publicação do livro The Coming of the Comforter em 1928, por Edwin LeRoy Froom, um verdadeiro jesuíta. O autor, um trinitário declarado, e grande promotor da trindade dentro da igreja adventista do sétimo dia, vai ao ponto de confessar que, em sua pesquisa, ao escrever o livro referido acima, não conseguiu encontrar dentro da literatura adventista, matéria suficiente sobre o Espírito Santo, e por isso teve de recorrer a literatura não adventista, o que é em si mesmo algo muito estranho e contraditório!

Não escreveu vastamente Ellen White, bem como os demais pioneiros, sobre este assunto?! Ou porventura, o que eles escreveram não era o que ele precisava para inserir o Espírito Santo dentro de uma trindade?!

Senão vejamos:

―Da década de 1950 até à publicação de Movement of Destiny em 1971, LeRoy E. Froom foi o mais conhecido campeão do trinitarianismo entre os adventistas do sétimo dia [ou melhor, um agente do diabo, o maior enganador!]. Seu livro A Vinda do Consolador, lançado em inglês em 1928, era sem precedentes entre os adventistas (exceto algumas poucas passagens de Ellen White) em sua exposição sistemática da personalidade do Espírito Santo e da natureza trinitariana da Divindade (A Vinda do Consolador, págs. 37-57).‖ A Trindade, pág. 227.

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Tradução: "Posso aqui fazer uma franca confissão pessoal? Quando, por volta de 1926-1928, fui convidado pelos nossos dirigentes a dar uma série de estudos sobre o Espírito Santo, abrangendo os institutos ministeriais de 1928 da união da América do Norte, descobri que, à parte das inestimáveis diretrizes encontradas no Espírito de Profecia, não havia praticamente nada em nossa literatura, que estabelecesse uma sólida exposição bíblica neste vasto campo de estudo. Não havia livros pioneiros anteriores sobre a questão em nossa literatura.

Fui obrigado a procurar uma série de valiosos livros escritos por homens fora da nossa fé – os quais citei anteriormente – em busca de pistas e sugestões iniciais, e para abrir atraentes perspectivas para estudo pessoal intensivo. Tendo isto, eu parti dali. Mas eles foram nítidas ajudas iniciais. E vintenas, se não centenas, poderiam confirmar a mesma sóbria convicção de que alguns desses homens freqüentemente tinham um mais profundo conhecimento sobre as coisas espirituais de Deus que muitos dos nossos próprios homens tinham então sobre o Espírito Santo e a vida triunfante. Era ainda um tema amplamente obscuro." Edwin LeRoy Froom, Movement of Destiny, pág. 322.

Como é possível dizer que além de Ellen White, ―não havia praticamente nada em nossa literatura‖?! Mas nem mesmo o ―pouco‖ que havia ele pôde aproveitar?! E porque aproveitou tão pouco de Ellen White?!

Não menos estranho é, que poucas das frases ―de Ellen White‖ que aparecem no livro Evangelismo entre as pág. 614-617, numa fracassada tentativa de defender a trindade, surgem neste livro (The Coming of the Comforter), no capítulo ―The Promise of the Spirit‖,

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especificamente nas págs. 39 e 40 (Pelo menos na versão inglesa de que disponho!). São apresentadas várias frases de Ellen White, mas não todas aquelas às que habitualmente os adventistas se ―agarram‖ tanto. Convido-vos a compararem estas frases nos dois livros. Será que algumas delas ainda não tinham sido descobertas, ou ainda não existiam?! Ou será que nesse então, a compreensão que havia em torno dessas frases não permitiria a Froom defender a trindade?!

O 3º facto tem que ver com a publicação do livro Fundamentals of Bible Doctrine em 1931, de Alonzo J. Wearner. Este livro de doutrinas, por ―coincidência‖, surgiu no mesmo ano em que a doutrina da trindade infestou o Yearbook… Não encontrei a palavra trindade, mas divindade. Existem três capítulos a falar respectivamente do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Na pág. 27 encontramos o interessante título ―Deus, o Pai‖, na pág. 32 ―Jesus, o Cristo‖, e na pág. 39, ―Espírito Santo, o Consolador‖. Ponho à vossa disposição estes capítulos no seguinte link:

http://1assimdizosenhor.blogspot.com/2011/02/o-pai-o-filho-e-o-espirito-santo-no.html Os capítulos que falam do Pai e do Filho, parecem corresponder com uma visão anti-trinitária. O que é completamente paradoxal é a frase de R. A. Torrey, não adventista, inserida mesmo no início do capítulo relativo ao Espírito Santo, dizendo que este é digno de adoração, o que é completamente anti-bíblico e sem base alguma em Ellen White, sendo até um elemento novo entre a maioria dos adventistas:

Tradução: ―A doutrina da personalidade do Espírito Santo é da mais alta importância do ponto de vista da adoração. Se o Espírito Santo é uma pessoa divina, digna de receber a nossa adoração, a nossa fé, e o nosso amor, e nós não O conhecemos nem reconhecemos como tal, então nós estamos a roubar ao divino Ser a adoração e amor e confidência que Lhe são devidos.‖ Fundamentals of Bible Doctrine, pág. 39.

Novamente, aquelas frases que se tornaram tradicionais, utilizadas no livro Evangelismo para defender a trindade e o ―Deus‖ Espírito Santo, não são apresentadas. Por que razão? Não constituem elas uma boa argumentação em torno da pessoa do Espírito Santo?! Porque não foram inseriradas por Alonzo Wearner?! Ter-se-ia cansado de pesquisar nos escritos de Ellen White? Ou porventura estariam as ditas frases bem escondidas, teriam elas passado desapercebidas aos pioneiros?! Ou será que essas frases, no caso de existirem na altura, não significavam a mesma coisa que significam hoje para a maioria dos adventistas do sétimo dia?!

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Sonho

Quero partilhar um sonho que tive ontem (dia 18/01/2011). Estava num lugar retirado de uma cidade olhando para o céu, na direção do nascente. Vi como que a semelhança de uma lua nova com seu perímetro iluminado, mas com uma luz estranha que brilhava dentro dessa esfera. Percorreu uma trajectória fora do comum no espaço. De repente vejo essa luz transformar-se na forma de uma pomba, a qual percorreu também o céu, deixando cair a semelhança de formas de fogo em diversos lugares, diversos grupos religiosos, incluindo a igreja adventista do sétimo dia.

Esses sinais, que também foram percebidos um pouco por toda a parte, foram imediatamente identificados como o derramamento do Espírito Santo, incluindo por um familiar meu, adventista do sétimo dia, que se encontrava ao meu lado.

Enquanto observava tudo aquilo, o Espírito de Deus me fez compreender que tudo não passava de um falso reavivamento, não sendo o Espírito de Deus que operava, mas o próprio Satanás. Disse para esse familiar: ―Como pode o Espírito Santo ser derramado sobre igrejas apóstatas, incluindo a igreja adventista do sétimo dia, também apostatada?!‖

A sua reação foi de completa frieza, enquanto esse familiar se afastou de mim, irado por minhas palavras, admirado de que eu não quissesse reconhecer tudo aquilo como uma operação milagrosa de Deus.

Ao acordar, este sonho me fez lembrar uma visão de Ellen White:

―Vi um trono, e assentados nele estavam o Pai e o Filho. Contemplei o semblante de

Jesus e admirei Sua adorável pessoa. Não pude contemplar a pessoa do Pai, pois uma nuvem de gloriosa luz O cobria. Perguntei a Jesus se Seu Pai tinha a mesma aparência que Ele. Jesus disse que sim, mas eu não poderia contemplá-Lo, pois disse: "Se uma vez contemplares a glória de Sua pessoa, deixarás de existir." Perante o trono vi o povo do advento - a igreja e o mundo. Vi dois grupos, um curvado perante o trono, profundamente interessado, enquanto outro permanecia indiferente e descuidado. Os

que estavam dobrados perante o trono ofereciam suas orações e olhavam para Jesus; então Jesus olhava para Seu Pai, e parecia estar pleiteando com Ele.

Uma luz ia do Pai para o Filho e do Filho para o grupo em oração. Vi então uma luz excessivamente brilhante que vinha do Pai para o Filho e do Filho ela se irradiava sobre o povo perante o trono. Mas poucos recebiam esta grande luz. Muitos saíam de sob ela e imediatamente resistiam-na; outros eram descuidados e não estimavam a luz, e esta se afastava deles. Alguns apreciavam-na, e iam e se curvavam com o pequeno grupo em oração. Todo este grupo recebia a luz e se regozijava com ela, e seu semblante brilhava com glória.

Vi o Pai erguer-Se do trono e num flamejante carro entrar no santo dos santos para dentro do véu, e assentar-Se. Então Jesus Se levantou do trono e a maior parte dos que estavam curvados ergueram-se com Ele. Não vi um raio de luz sequer passar de Jesus para a multidão descuidada depois que Ele Se levantou, e eles foram deixados em completas trevas. Os que se levantaram quando Jesus o fez, conservavam os olhos fixos nEle ao deixar Ele o trono e levá-los para fora a uma pequena distância. Então Ele ergueu o Seu braço direito, e ouvimo-Lo dizer com Sua amorável voz: "Esperai aqui; vou a Meu Pai para receber o reino; guardai os vossos vestidos sem mancha, e em breve voltarei das bodas e vos receberei para Mim mesmo." Então um carro de nuvens, com rodas como

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flama de fogo, circundado por anjos, veio para onde estava Jesus. Ele entrou no carro e foi levado para o santíssimo, onde o Pai Se assentava. Então contemplei a Jesus, o grande Sumo Sacerdote, de pé perante o Pai. Na extremidade inferior de Suas vestes havia uma campainha e uma romã, uma campainha e uma romã. Os que se levantaram com Jesus enviavam sua fé a Ele no santíssimo, e oravam: "Meu Pai, dá-nos o Teu Espírito." Então Jesus assoprava sobre eles o Espírito Santo. Neste sopro havia luz, poder e muito amor, alegria e paz.

Voltei-me para ver o grupo que estava ainda curvado perante o trono; eles não sabiam que Jesus o havia deixado. Satanás parecia estar junto ao trono, procurando conduzir a obra de Deus. Vi-os erguer os olhos para o trono e orar: "Pai, dá-nos o Teu Espírito." Satanás inspirava-lhes uma influência má; nela havia luz e muito poder, mas não suave amor, alegria e paz. O objetivo de Satanás era mantê-los enganados e atrair de novo e enganar os filhos de Deus.‖ Primeiros Escritos, págs. 54-56.

Quem se senta no trono? O Pai e o Filho. Até uma criança poderia responder a esta pergunta…

De facto, a verdadeira igreja de Cristo receberá o derramamento do Espírito Santo, no entanto, aqueles que se tiverem unido ao mundo, e tiverem rejeitado a luz de Deus, receberão o espírito de Satanás.

Infelizmente, de igual forma que a igreja cristã no passado, a igreja adventista do sétimo dia se corrompeu e apostatou ao aceitar a trindade, um ensino pagão e um erro fatal, o qual abriu e continuará abrindo a porta a outros erros.

―Mesmo antes do estabelecimento do papado, os ensinos dos filósofos pagãos haviam recebido atenção e exercido influência na igreja. Muitos que se diziam conversos ainda se apegavam aos dogmas de sua filosofia pagã, e não somente continuaram no estudo desta, mas encareciam-no a outros, como meio de estenderem sua influência entre os pagãos. Erros graves foram assim introduzidos na fé cristã. Destaca-se entre outros o da crença na imortalidade natural do homem e sua consciência na morte. Esta doutrina lançou o fundamento sobre o qual Roma estabeleceu a invocação dos santos e a adoração da Virgem Maria. Disto também proveio a heresia do tormento eterno para os que morrem impenitentes, a qual logo de início se incorporara à fé papal.‖ A História da Redenção, pág. 223.

―Declara-se que Babilónia é ―mãe das prostitutas‖. Como suas filhas devem ser simbolizadas as igrejas que se apegam às suas doutrinas e tradições, seguindo-lhe o exemplo em sacrificar a verdade e a aprovação de Deus, a fim de estabelecer uma aliança ilícita com o mundo. A mensagem de Apocalipse 14, anunciando a queda de Babilônia, deve aplicar-se às organizações religiosas que se corromperam.‖ Grande Conflito, págs. 382, 383.

Desta forma podemos concluir que, pelo facto da igreja adventista se ter apegado às ―doutrinas e tradições‖ de Roma, fazendo assim aliança ilícita com o mundo, tornou-se uma igreja caída, verdadeiramente Babilónia.

Apelo a todos os que lêem estas palavras, que aproveitem o tempo de misericórdia que Deus concede hoje, pois amanhã pode ser muito tarde. Abandonem o mundo, as doutrinas e tradições de Roma, e firmem-se na verdade, tal como Cristo a apresentou:

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―E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.‖ Jo. 17:3.

"Não deveríamos levar em consideração a misericórdia divina? Que mais Deus poderia fazer? Estabeleçamos, pois, uma relação verdadeira com Aquele que nos amou com amor tão maravilhoso. Aceitemos os meios que nos foram oferecidos, para sermos transformados à Sua semelhança e restaurados à comunhão com os anjos ministradores, à harmonia e comunhão com o Pai e o Filho." Caminho a Cristo, pág. 22.

Naquele dia, quando Jesus e Seu Pai, e todos os anjos nos vierem buscar, que será de cada um de nós?!

“Está diante de mim uma grande congregação. Quantos de vocês estão confessando Cristo diante do mundo? Ele confessará diante do Seu Pai e diante dos santos anjos os nomes daqueles que O confessaram aqui.‖ The General Conference Bulletin, 6 de

Abril de 1903, par. 6 e 7.