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ISEL INSTITUTO SUPERIOR DE ENGENHARIA DE LISBOA Área Departamental de Engenharia Civil Manutenção Preventiva de um Edifício Hospitalar MARIA PAULA NEVES MOUTINHO MACHADO (Licenciada em Engenharia Civil) Dissertação para obtenção do grau de Mestre em Engenharia Civil na Área de Especialização de Edificações Orientador: Mestre, João Manuel Barrento da Costa Júri: Presidente: Doutora, Maria da Graça Dias Alfaro Lopes Vogais: Licenciada, Maria Hortense Marques da Silva Baeta Mestre, João Manuel Barrento da Costa Janeiro de 2013

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ISEL

INSTITUTO SUPERIOR DE ENGENHARIA DE LISBOA

Área Departamental de Engenharia Civil

Manutenção Preventiva de um Edifício Hospitalar

MARIA PAULA NEVES MOUTINHO MACHADO (Licenciada em Engenharia Civil)

Dissertação para obtenção do grau de Mestre em Engenharia Civil na Área de

Especialização de Edificações

Orientador:

Mestre, João Manuel Barrento da Costa

Júri: Presidente: Doutora, Maria da Graça Dias Alfaro Lopes Vogais: Licenciada, Maria Hortense Marques da Silva Baeta Mestre, João Manuel Barrento da Costa

Janeiro de 2013

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Dissertação elaborada de acordo com o Decreto nº 35 228 de 8 de Dezembro de 1945 alterado pelo Decreto-lei nº 32/73 de 6 de Fevereir o de 1973

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Mestrado em Engenharia Civil – Edificações MANUTENÇÃO PREVENTIVA DE UM EDIFÍCIO HOSPITALAR

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AGRADECIMENTOS A presente dissertação foi elaborada com o intuito de aprofundar os conhecimentos na área

da manutenção de edifícios hospitalares, área na qual pretendo incrementar o meu trabalho

profissional. A todos os que me incentivaram pessoalmente e profissionalmente na sua

concretização, e que só dessa forma o tornaram possível, os meus mais sinceros

agradecimentos.

Ao Prof. João Manuel Barrento da Costa, docente do ISEL, orientador da dissertação de

mestrado, pela disponibilidade em acompanhar a realização do trabalho e de me incentivar

no sentido da sua conclusão.

Aos meus colegas, pela amizade com que sempre me apoiaram.

Aos meus amigos que me fizeram acreditar que valia a pena levar por adiante este trabalho,

mesmo nas situações mais difíceis.

Aos meus pais, pelos valores que me transmitiram.

Ao meu marido, pelo seu apoio incondicional e aos meus filhos, pelas ausências que lhes

impus.

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RESUMO Os Hospitais, equipamentos de interesse público, são edifícios cujos desempenho e

disponibilidade das suas instalações e equipamentos podem comprometer a prestação de

cuidados de saúde, pelo que nestes estabelecimentos, a Manutenção Preventiva assume

um papel relevante.

Nesse sentido, pretendeu-se nesta dissertação definir uma estratégia específica que permita

efectuar o planeamento da manutenção preventiva de um edifício hospitalar, enquanto

infraestrutura para desenvolvimento da actividade clínica. Para tal, foi efectuada uma

pesquisa bibliográfica, com a qual se identificaram conceitos de manutenção e requisitos a

serem tidos em conta na manutenção de edifícios hospitalares. Foi efectuada uma

caracterização genérica do objecto de manutenção, limitada no âmbito desta dissertação às

principais componentes dos sistemas de construção e das instalações de águas e esgotos,

que podem integrar um edifício hospitalar actual, atendendo às especificações e

recomendações técnicas vigentes para este tipo de edifícios. Foram identificados os

objectivos e requisitos de manutenção nestes edifícios, estabelecidos pelas condições de

funcionamento pretendidas, pelos critérios de durabilidade exigidos pelo Dono de Obra, pelo

nível de desempenho funcional requerido para as suas componentes e pelo grau de

operacionalidade imposto nas suas diferentes unidades funcionais. Tendo em consideração

que a criticidade de uma componente não depende só do contexto operacional da área

funcional em se insere mas também das consequências que o seu estado de funcionamento

pode acarretar para a unidade funcional, foi exemplificada a análise dos modos de falha, sua

criticidade e seus efeitos para hierarquização do risco associado nas componentes

estudadas. As fichas exemplificativas dos planos de manutenção preventiva, que se

apresentam no âmbito desta dissertação para algumas componentes básicas, integram

acções e procedimentos que derivam de uma análise aos seus modos de falha e seus

efeitos, bem como de recomendações técnicas e exigências da regulamentação em vigor.

PALAVRAS-CHAVE: manutenção, tipos de estratégia de manutenção, manutenção

preventiva, planos de manutenção preventiva, edifícios hospitalares, exigências funcionais,

níveis de desempenho e operacionalidade.

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ABSTRACT Hospitals, as facilities of public interest, are buildings where the performance and availability

of installations and equipment can compromise the quality of healthcare services, therefore

in these institutions Preventive Maintenance assumes a significant role.

This dissertation aims to define specific strategy to plan preventive maintenance in hospital

building as infrastructures for developing health care. A bibliographic research was made, in

order to identify concepts and requirements to be taken into account in the maintenance in

hospital buildings. It was made a general characterization of the maintenance object, with

special focus on the major components of construction and facilities for water and sewage

systems, according to the current technical standards and recommendations for this type of

buildings. The objectives and requirements of maintenance establish by the preference

operating conditions, the criteria of durability, the level of functional performance required for

their components and the level of operational demand in its different functional units, were

identified. Considering that the component criticality depends not only on the operational

context of the functional area it is inserted, but also on the consequences that its operating

state can cause to a functional unit, an analysis of failure modes, effects and criticality of risk

for the components studied was made. Preventive maintenance plans, which are presented

in this dissertation of some basic components, integrate operations and procedures that

result from an analysis of their failure modes and effects, technical advice and requirements

of the current regulations.

KEY-WORDS: maintenance, strategy type of maintenance, preventive maintenance,

preventive maintenance plan, hospital buildings, functional requirements, levels of

performance and operability.

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ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 1

1.1. Enquadramento ............................................................................................................. 1

1.2. Objectivo do Trabalho .................................................................................................... 1

1.3. Metodologia ................................................................................................................... 2

2. NORMATIVO, DISPOSIÇÕES LEGAIS E REGULAMENTARES E RECOMENDAÇÕES TÉCNICAS ................................................................................................................... 5

2.1. Informação de carácter normativo ................................................................................. 6

2.2. Informação de carácter legal e regulamentar ................................................................. 8

2.3. Recomendações técnicas de carácter específico .........................................................10

3. CONCEITOS DE MANUTENÇÃO ................................................................................14

3.1. Manutenção ..................................................................................................................14

3.2. Objecto de manutenção ................................................................................................14

3.2.1. Propriedades dos bens ...............................................................................................15

3.2.2. Estado dos Bens .........................................................................................................15

3.3. Tipos e estratégias de manutenção ..............................................................................16

3.3.1. Manutenção preventiva ...............................................................................................17

3.3.1.1.Plano de manutenção preventiva .............................................................................18

4. CARACTERÍZAÇÃO DO TIPO DE EDIFÍCIO, INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS ....21

4.1. Envolvente do edifício .................................................................................................23

4.1.1. Coberturas ..................................................................................................................23

4.1.2. Paramentos exteriores ................................................................................................23

4.1.3. Vãos exteriores ...........................................................................................................23

4.2. Elementos não estruturais ............................................................................................24

4.2.1. Pavimentos e rodapés .................................................................................................24

4.2.2. Paredes interiores .......................................................................................................25

4.2.3. Tectos .........................................................................................................................26

4.2.4. Vãos interiores ............................................................................................................26

4.2.5. Guardas, corrimãos e protecções parietais .................................................................27

4.2.6. Equipamento e mobiliário fixo .....................................................................................27

4.2.7. Sinalética e outros avisos e indicações .......................................................................27

4.3. Fundações e estruturas ................................................................................................27

4.4. Instalações e equipamentos de águas ..........................................................................28

4.4.1. Redes..........................................................................................................................28

4.4.1.1. Água fria interior ......................................................................................................28

4.4.1.2. Água para combate de incêndio ..............................................................................29

4.4.1.3. Água quente sanitária ..............................................................................................29

4.4.1.4. Água para hemodiálise ............................................................................................29

4.4.1.5. Água desmineralizada .............................................................................................30

4.4.1.6. Águas residuais domésticas prediais .......................................................................30

4.4.1.7. Águas pluviais - rede de coberturas .........................................................................30

4.4.2. Equipamento sanitário e doméstico .............................................................................30

4.4.3. Órgãos e sistemas complementares ...........................................................................31

4.4.3.1. Depósito de reserva e de regularização de consumos .............................................31

4.4.3.2. Depósito de reserva para combate a incêndios .......................................................31

4.4.3.3. Central de tratamento para água de consumo .........................................................32

4.4.3.4. Central de tratamento de água para as instalações de fisioterapia e hidroterapia ...32

4.4.3.5. Central de tratamento de água para hemodiálise ....................................................32

4.4.3.6. Câmaras de hidrocarbonetos ...................................................................................34

4.4.3.7Câmara de separação de gorduras ...........................................................................34

4.4.3.8. Câmaras de retenção de féculas .............................................................................34

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4.4.3.9. Câmaras de arrefecimento ......................................................................................34

4.4.3.10. Contentorizações de águas residuais domésticas com radiações ionizantes ........35

5. EXIGÊNCIAS DE DESEMPENHO E OPERACIONALIDADE PARA O EDIFÍCIO HOSPITALAR .............................................................................................................36

5.1. Objectivos da Manutenção ...........................................................................................37

5.2. Critérios de durabilidade ...............................................................................................37

5.3. Custos da vida útil ........................................................................................................42

5.4. Níveis de desempenho .................................................................................................43

5.5. Grau de operacionalidade.............................................................................................45

6. FUNCIONAMENTO DO TIPO DE EDIFÍCIO ................................................................48

6.1. Identificação dos modos de falha típicos ......................................................................49

6.2. Definição das funções das componentes básicas e modos potenciais de falha ............51

6.2.1. Cobertura ....................................................................................................................53

6.2.2. Paredes exteriores ......................................................................................................59

6.2.3. Vãos envidraçados exteriores .....................................................................................66

6.2.4. Redes de abastecimento de água ...............................................................................67

7. MATRIZ DE CRITICIDADE ...........................................................................................71

7.1. Índice de severidade (S) ...............................................................................................72

7.2. Índice de ocorrência (O) ...............................................................................................73

7.3. Índice de detecção (D) ..................................................................................................73

7.4. Análise da criticidade ....................................................................................................74

8. PLANOS DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA PARA AS COMPONENTES DO EDIFÍCIO HOSPITALAR .............................................................................................................77

8.1. Elaboração do plano de manutenção preventiva ..........................................................77

8.2. Fichas exemplificativas dos planos de manutenção preventiva ....................................80

8.2.1. Acções de manutenção preventiva sistemática ...........................................................80

8.2.2. Acções de manutenção preventiva condicionada ........................................................82

8.2.3. Acções de manutenção preventiva regulamentares ....................................................82

8.2.4. Procedimentos de manutenção preventiva ..................................................................85

8.2.4.1. Inspecção ................................................................................................................85

8.2.4.2Limpeza .....................................................................................................................85

8.2.4.3Medidas pró-activas ..................................................................................................86

8.2.5. Prioridade das acções de manutenção........................................................................86

8.2.6. Meios a afectar ao plano de manutenção preventiva ...................................................86

8.3. Revisão dos planos de manutenção preventiva ............................................................93

9. CONCLUSÕES ............................................................................................................95

10. DESENVOLVIMENTO FUTUROS ................................................................................97

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .....................................................................................98

Livros e dissertações ............................................................................................................98

Normas e regulamentos .......................................................................................................99

Sítio da WEB ...................................................................................................................... 102

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR .................................................................................... 103

Livros e Dissertações ......................................................................................................... 103

ANEXO 1 – SISTEMA DE BENS OBJECTO DE MANUTENÇÃO .................................... A1-1

ANEXO 2 - EXIGÊNCIAS FUNCIONAIS REQUERIDAS .................................................. A2-1

ANEXO 3 - DETERMINAÇÃO DO RISCO DE PRIORIDADE ........................................... A3-1

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INDICE DE FIGURAS

Figura 1 – Acção da Manutenção durante o ciclo de vida de um bem face ao nível de desempenho funcional requerido .........................................................................14

Figura 2 – Tipos de Manutenção ..........................................................................................16

Figura 3 – Subsistemas do edifício hospitalar ......................................................................22

Figura 4 – Politica, Estratégia, Planeamento, Implementação e Avaliação do Desempenho da Manutenção (Fonte adaptada [20]) ...............................................................36

Figura 5 – Curva representativa do ciclo de vida de uma componente (fonte adaptada [2]) .39

Figura 6 – Optimização do custo total do ciclo de vida (fonte adaptada [3]) .........................42

Figura 7 – Fases do Processo de gestão do Risco (fonte adaptada [21]) .............................48

Figura 8 – Método de análise dos modos de falha (FMEA) e sua criticidade (FMECA) ........49

Figura 9 – Fluxograma da Análise FMECA [N8] [20] ............................................................51

Figura 10 – Esquema de Coberturas Horizontais .................................................................53

Figura 11 – Esquema de Parede Exterior (fonte adaptada [22]) ...........................................59

Figura 12 – Matriz de criticidade ...........................................................................................71

Figura 13 – Ficha exemplificativa de um Failure Mode and Effects Analysis ........................76

Figura 14 – Fases de desenvolvimento do Plano de Manutenção Preventiva ......................79

Figura 15 – Ciclo de melhoria continua aplicado à gestão da manutenção...........................93

Figura 16 – Revisão do Plano de Manutenção Preventiva ...................................................94

Anexo 1 Figura A1 - 1 – Estruturação do sistema de bens objecto de manutenção ....................... A1-2

ÍNDICE DE TABELAS Tabela 1 – Materiais de Revestimento dos Pavimentos Interiores ........................................25

Tabela 2 – Vida útil estimada para as principais componentes da Envolvente do Edifício ....40

Tabela 3 – Vida útil estimada para as principais componentes dos Elementos não Estruturais do Edifício ..........................................................................................................41

Tabela 4 – Vida útil estimada para as principais componentes das Instalações e Equipamentos de Águas e Esgotos ....................................................................42

Tabela 5 – Classificação das áreas hospitalares de acordo com o risco de infecção ...........47

Tabela 6 – Componentes básicas da cobertura horizontal e acessível – Função e Potencial Modos de Falha .................................................................................................54

Tabela 7 – Componentes básicas das paredes exteriores – Função, Modo Potencial de Falha, seu Efeito e Causa ..................................................................................60

Tabela 8 – Componentes básicas de vãos exteriores envidraçados – Função, Modo Potencial de Falha, seu Efeito e Causa ..............................................................66

Tabela 9 – Componentes básicas das Redes de Abastecimento de Água – Função, Modo Potencial de Falha, seu Efeito e Causa ..............................................................68

Tabela 10 – Índice de Severidade (adaptado [21]) ...............................................................72

Tabela 11 – Índice de Ocorrência .........................................................................................73

Tabela 12 – Índice de Detecção ...........................................................................................74

Tabela 13 – Matriz de criticidade que relaciona ocorrência da falha versus severidade da falha. ..................................................................................................................75

Tabela 14 – Acções de manutenção preventiva sistemática recomendadas ........................81

Tabela 15 – Acções de manutenção preventiva condicionada recomendadas .....................82

Tabela 16 – Legislação aplicável aos elementos do edifício hospitalar ................................83

Tabela 17 – Procedimentos de Manutenção Preventiva .......................................................85

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Tabela 18 – Ficha do Plano de Manutenção Preventiva para Coberturas Horizontais Acessíveis .......................................................................................................89

Tabela 19 – Ficha do Plano de Manutenção Preventiva para Parede Exterior .....................90

Tabela 20 – Ficha do Plano de Manutenção Preventiva para Vão Exterior Envidraçado ......91

Tabela 21 – Ficha do Plano de Manutenção Preventiva para Redes Prediais de Água Fria e Quente .............................................................................................................92

Anexo 1 Tabela A1 - 1 Elementos do Sistema de Manutenção de um Edifício Hospitalar .............. A1-3

Anexo 2 Tabela A2 - 1 - Exigências Funcionais Requeridas para as Coberturas ........................... A2-2

Tabela A2 - 2 - Exigências Funcionais Requeridas para os Paramentos Exteriores ........ A2-3

Tabela A2 - 3 - Exigências Funcionais Requeridas para os Vãos exteriores .................... A2-4

Tabela A2 - 4 – Exigências Funcionais Requeridas para os Sistemas de Águas Frias ..... A2-5

Tabela A2 - 5 – Exigências Funcionais Requeridas para os Sistemas de Águas Quentes A2-6

Anexo 3 Tabela A3 - 1 – Determinação do Risco de Prioridade para as componentes básicas da

cobertura horizontal e acessível .............................................................. A3-2

Tabela A3 - 2 – Determinação do Risco de Prioridade para as componentes básicas das Paredes Exteriores .................................................................................. A3-6

Tabela A3 - 3 – Determinação do Risco de Prioridade para as componentes básicas dos Vãos Exteriores Envidraçados ............................................................... A3-14

Tabela A3 - 4 – Determinação do Risco de Prioridade para as componentes básicas dos elementos das redes de abastecimento de água................................... A3-15

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LISTA DE ABREVIATURAS ACSS – Administração Central do Sistema de Saúde

AFS – Água fria sanitária

AQS – Água quente sanitária

ARSLVT – Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo

DGIES - Direcção Geral de Instalações e Equipamentos de Saúde

FMEA - Failure Mode and Effects Analyses (Método de análise dos modos de falha e seus

efeitos)

FMECA – Failure Mode, effects, and Criticality Analysis (Método de análise dos modos de

falha, sua criticidade e seus efeitos)

HEPE - Hospitais das Entidades Públicas Empresariais

HSPA - Hospitais do Sector Público Administrativo

MIME - Manual de Inspecção e Manutenção da Edificação

PB - Polibutileno

PDCA – Plan-Do-Check-Act (Planear-Executar-Verificar-Actuar)

PE - Polietileno

PEX - Polietileno reticulado

PP - Polipropileno

PVC - Policloreto de vinilio

PVCC - Policloreto de vinilio clorado

QAI – Qualidade do Ar Interior

KPI - Key Performance Indicator (Indicadores de desempenho da manutenção)

RCCTE - Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos Edifícios

REBAP - Regulamento de estruturas de betão armado e pré-esforçado

RGE - Proposta do Novo Regulamento Geral de Edificações

RGEU – Regulamento Geral das Edificações Urbanas

RIA – Rede de incêndio armada

RJ-SCIE - Regime Jurídico da Segurança Contra Incêndio em Edifícios

RPN – Número de Risco de Prioridade

RRAE - Regulamento dos Requisitos Acústicos dos Edifícios

RSECE - Regulamento dos Sistemas Energéticos e de Climatização dos Edifícios

RT-SCIE- Regulamento Técnico de Segurança Contra Incêndio em Edifícios

SCE - Sistema de Certificação Energética e Qualidade do Ar Interior de Edifícios UEAtc -

União Europeia para a Apreciação Técnica na Construção

WLCC - Whole life-cycle Costing (custo total do ciclo de vida)

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1. INTRODUÇÃO

1.1. Enquadramento

Um edifício hospitalar tem características complexas e exigências operacionais que

requerem uma gestão técnica competente da sua manutenção. Por essa razão, reveste-se

de grande importância num hospital a manutenção preventiva do edifício, das instalações e

equipamentos e dos espaços exteriores envolventes, tanto do ponto de vista funcional, da

segurança, como do ponto de vista económico. Com efeito, os níveis de operacionalidade

exigidos num edifício hospitalar são elevados, sendo que a indisponibilidade de espaços,

instalações ou equipamentos pode ter impactos negativos na actividade clínica, correndo-se

o risco mesmo de pôr em perigo vidas humanas.

Para a manutenção preventiva ser eficaz é necessário conhecer-se como e quando ocorrem

as falhas, o que não é tarefa fácil. É ainda necessário perceber qual o grau de criticidade

das falhas e se ocorrem em equipamentos, instalações ou espaços vitais para assegurar os

níveis de qualidade e desempenho exigidos ao hospital.

Não obstante a reconhecida importância da eficiência da manutenção, com as tendências

economicistas actuais torna-se necessário que os engenheiros e gestores hospitalares

estejam sensibilizados para as vantagens na gestão de edifícios hospitalares duma

manutenção preventiva fundamentada, sendo que na implementação do sistema de

manutenção é imprescindível estabelecer um plano de manutenção preventiva informado,

que integre o conhecimento e técnicas existentes, conforme se explicita no ponto seguinte.

1.2. Objectivo do Trabalho

Tendo em consideração a informação técnica disponibilizada pela comunidade técnica,

científica e pelos fabricantes de materiais e equipamentos, as disposições legais e

regulamentares actualmente em vigor e o cenário real de operação pretende-se, com este

trabalho, definir uma estratégia específica que permita efectuar o planeamento da

manutenção preventiva de um edifício hospitalar, enquanto infraestrutura para

desenvolvimento da actividade clínica. Para tal, são apresentadas fichas exemplificativas de

acções de manutenção planeada para algumas componentes do edifício hospitalar, que

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possam ser adoptadas numa primeira fase de implementação do sistema de manutenção,

indicando os pontos de inspecção, as frequências e os métodos de inspecção, bem como as

acções a realizar. Excluem-se do âmbito deste trabalho os equipamentos e sistemas

médicos de apoio à actividade clínica, as instalações e equipamentos mecânicos e

eléctricos, bem como as instalações e equipamentos relativos aos espaços exteriores ao

edifício. Em suma, no âmbito do desenvolvimento deste trabalho serão consideradas as

componentes de construção civil não estrutural e as instalações e equipamentos de

distribuição de água e de drenagem de águas residuais.

1.3. Metodologia A estrutura organizativa adoptada neste trabalho segue as etapas propostas para o seu

desenvolvimento:

1. Pesquisa e identificação de documentos normativos, disposições legais,

regulamentares e recomendações técnicas relativas à manutenção e aos edifícios

hospitalares;

2. Reprodução dos principais conceitos de manutenção de acordo com o normativo em

vigor, com especial destaque para a manutenção preventiva;

3. Identificação de aspectos que condicionam a concepção do edifício e

consequentemente a tipologia das suas instalações e equipamentos e caracterização

das principais, instalações e equipamentos a analisar, no âmbito desta dissertação,

neste tipo de edifícios;

4. Estabelecimento das exigências de desempenho e de operacionalidade para o

edifício hospitalar;

5. Indicação do modo de funcionamento do tipo de edifício, com identificação das

funções asseguradas pelas componentes básicas e dos seus modos potenciais de

falha;

6. Definição da matriz de criticidade;

7. Apresentação de fichas exemplificativas para integrarem o Plano de Manutenção

Preventiva do edifício hospitalar elaboradas para algumas componentes;

8. Conclusões;

9. Desenvolvimentos Futuros.

No capítulo 2 é apresentada uma súmula da pesquisa bibliográfica efectuada, no âmbito da

Manutenção dos Edifícios Hospitalares, onde se inclui informação de carácter normativo e

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de carácter regulamentar, bem como recomendações técnicas de carácter específico,

emanadas dos órgãos competentes dos Ministérios da Saúde e da Economia.

No capítulo 3 apresentam-se os conceitos de manutenção, onde se destaca a manutenção

preventiva tendo por base o normativo português que suporta esta actividade (identificado

no capítulo 2), analisam-se os tipos e estratégias de manutenção preventiva e as suas

vantagens. Identifica-se, ainda, o normativo e legislação subjacente à elaboração de um

plano de manutenção preventiva.

No capítulo 4, tendo por base as especificações e recomendações técnicas vigentes para

este tipo de edifícios, cujas fontes foram identificadas no capítulo 2, faz-se uma

caracterização exemplificativa das principais componentes dos sistemas de construção e

das instalações de águas e esgotos que podem integrar um edifício hospitalar actual.

No capítulo 5 são estabelecidos os objectivos da manutenção e as exigências de

desempenho e de operacionalidade esperados para as componentes de edifícios deste tipo,

sendo que no Anexo 2 são indicadas as exigências funcionais para elementos do edifício

hospitalar objecto de manutenção, caracterizados no capítulo 4, sobre os quais incidirá a

análise sequente deste trabalho.

No capítulo 6 são explicitados alguns aspectos de funcionalidade que podem condicionar as

actividades de manutenção e são indicadas as funções requeridas às componentes do

edifício com a indicação dos seus modos potenciais de falha.

No capítulo 7 é definido o modelo de matriz de criticidade, tendo em consideração a

criticidade funcional dos compartimentos hospitalares, das instalações e equipamentos, de

forma a permitir hierarquizar as prioridades das acções de manutenção preventiva a

desenvolver em cada componente básica do sistema para reduzir ou minimizar os efeitos

que determinados modos de falha podem originar.

No capítulo 8 explicitam-se as fases de desenvolvimento dos Planos de Manutenção

Preventiva, sendo apresentadas fichas exemplificativas elaboradas para as componentes

identificadas e caracterizadas anteriormente, a integrarem o plano de manutenção

preventiva do edifício hospitalar, tendo por base a informação técnica e regulamentar

anteriormente recolhida e a análise dos modos de falha dessas componentes e seus efeitos.

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São igualmente abordadas neste capítulo as necessárias revisões do plano de manutenção

preventiva, nomeadamente as periódicas, decorrentes do conhecimento do comportamento

das componentes do edifício adquirido ao longo da execução do plano de manutenção

preventiva e da manutenção correctiva que decorreu no mesmo período e as

circunstanciais, devidas a alterações legislativas/ regulamentares ou ao progresso técnico-

científico dos materiais e equipamentos que possam ocorrer.

O capítulo 9 integra as conclusões, que decorrem do desenvolvimento do trabalho.

No capítulo 10 são indicadas algumas sugestões para trabalhos futuros na continuidade da

pesquisa desenvolvida na presente dissertação.

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2. NORMATIVO, DISPOSIÇÕES LEGAIS E REGULAMENTARES E RECOMENDAÇÕES TÉCNICAS

Na pesquisa efectuada tanto bibliográfica como na Internet a maior da parte da informação

disponível é dedicada à manutenção industrial, sendo a específica para a manutenção

preventiva de edifícios, em especial a relativa à construção civil e infraestruturas dos

sistemas prediais de distribuição de água e de drenagem de águas residuais, pouco

desenvolvida e em matéria de edifícios hospitalares menos ainda. Em Portugal não existe

legislação específica para as acções de manutenção, apesar de nos artigos 9°, 10° e 12°

Regulamento Geral das Edificações Urbanas (RGEU) [N1] ser obrigatória a realização de

obras de manutenção correntes, de oito em oito anos e no artigo 119º da proposta de

alteração do regulamento geral de edificações urbanas (que ainda não foi aprovada), ser

estabelecido que o proprietário ou proprietários asseguram a realização de inspecções

periódicas correntes e especiais, de acordo com o respectivo Manual de Inspecção e

Manutenção da Edificação (MIME), sendo que, no caso de edifícios que possuam o referido

manual, a periodicidade é de quinze meses para inspecções periódicas correntes,

destinadas a detectar anomalias que devem ser registadas nas fichas de inspecção e

originar as acções indicadas no respectivo manual, enquanto que no caso de edificações

sem Manual de Inspecção e Manutenção da Edificação, prescrevem-se inspecções

periciais, pelo menos uma vez em cada período de oito anos, devendo o proprietário

proceder à correcção das deficiências.

Não obstante a escassez de documentação técnica específica sobre a operação e a

engenharia hospitalar que suporta a actividade de manutenção, identificou-se informação,

dispersa por variados tipos de documentos, relacionada com esta actividade, com relevância

para a manutenção preventiva de um edifício hospitalar, que aqui se destaca.

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2.1. Informação de carácter normativo A NP EN 13306:2010 [N2], Terminologia da Manutenção, especifica termos genéricos e

definições para as áreas técnica, administrativa e de gestão da manutenção.

A NP EN 15341:2009 [N3], Manutenção – Indicadores de desempenho da Manutenção,

descreve um sistema de gestão de indicadores (KPI) para medir o desempenho da

manutenção, sob a influência de diversos factores (económicos, técnicos e organizacionais).

Estes indicadores servem para a avaliação e melhoria da eficiência e eficácia de forma a

atingir-se a excelência da manutenção.

A NP 4483:2009 [N4], Guia para a implementação do sistema de gestão da manutenção,

norma que especifica os requisitos para um sistema de manutenção, é um guia que tem por

finalidade definir os requisitos para um sistema eficaz de Gestão da Manutenção, permitindo

que as organizações definam uma Política de Manutenção e alcancem os objectivos de

desempenho dos seus processos. A norma visa aumentar a satisfação do cliente (Dono de

obra) através da aplicação eficaz do sistema, incluindo processos para melhoria contínua,

tendo como base os requisitos do cliente (Dono de Obra) e os requisitos regulamentares

aplicáveis. Relativamente às acções preventivas refere que a organização (Gestor do

Edifício) deve empreender acções para eliminar as causas das não conformidades, tendo

em vista prevenir a sua ocorrência, devendo as acções preventivas ser apropriadas aos

efeitos dos problemas potenciais.

A NP EN 13460:2009 [N5], Manutenção – Documentação para a Manutenção (KPI),

especifica as linhas de orientação gerais para a documentação técnica que deverá ser

fornecida com um bem antes de este ser posto em serviço, de forma a apoiar na sua

manutenção e a informação/documentação a ser estabelecida durante a fase operacional do

bem, de forma a apoiar as necessidades da manutenção.

A NP 4492:2010 [N6], Requisitos para a prestação de serviços de manutenção, especifica

os requisitos através dos quais os prestadores de serviço de manutenção devem

demonstrar a sua aptidão para de forma consistente, proporcionar um serviço que vá ao

encontro dos requisitos dos clientes e das exigências legais e regulamentares aplicáveis.

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A NP EN ISO 9001:2008 [N7], Sistemas de gestão da qualidade. Requisitos, especifica os

requisitos genéricos aplicáveis aos sistemas de gestão da qualidade de todas as

organizações, independentemente do tipo, dimensão e produto que proporcionam.

A EN 60812 [N8], Analyses Techniques for system reliability. Procedure for failure mode and

effects analyses (FMEA) faz uma abordagem ao método de análise de riscos qualitativo e às

suas fases de desenvolvimento, aparecendo o FMECA, como uma extensão do método de

base para análises semi-quantitativas. O FMEA trata-se de um método indutivo que permite

avaliar a partir de um determinado modo de falha, as causas e efeitos, bem como os meios

de detecção e prevenção dos modos de falha e de mitigação dos seus efeitos, designando-

se de FMECA quando adaptado para análise semi-quantitativas, com aplicação de escalas à

severidade dos efeitos das falhas e á probabilidade da sua ocorrência.

A NP EN 1990:2009 (Ed. 1) [N9], Eurocódigo - Bases para o projecto de estruturas,

estabelece os princípios e requisitos de segurança, de utilização e durabilidade a aplicar no

projecto de edifícios e de outras obras de engenharia civil, independentemente do seu tipo e

dos materiais que as constituem, define a manutenção como conjunto de actividades

realizadas durante a vida útil da estrutura (estabelece-se que para obras públicas e edifícios

relevantes o período de vida considerado como referência deve ser de 100 anos) a fim de

permitir-lhe manter a satisfação dos requisitos de fiabilidade (a aptidão de uma estrutura ou

elemento estrutural para satisfazer os requisitos especificados, incluindo o valor de cálculo

do tempo de vida útil para a qual foi projectada, sendo a fiabilidade, normalmente expressa

em termos probabilísticos);

A NP EN 1997-1:2010 (Ed. 1) [N10], Eurocódigo 7 - Projecto geotécnico. Parte 1: Regras

Gerais, refere que para garantia da segurança e qualidade de uma estrutura devem ser

realizadas inspecções e medições do comportamento da estrutura e da sua vizinhança após

a construção de modo a avaliar o comportamento a longo prazo e que as especificações

relativas à manutenção deverão fornecer informação sobre as partes críticas da estrutura

que requeiram inspecção regular, os trabalhos cuja execução não seja permitida sem uma

revisão prévia do projecto da estrutura e a frequência das inspecções.

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2.2. Informação de carácter legal e regulamentar

O Decreto-Lei n.º 349-C/83, de 30 de Julho [N11] – Regulamento de estruturas de betão

armado e pré-esforçado (REBAP) – no artigo 176.ª – Manutenção, refere que:

1 – As estruturas devem ser mantidas em condições que preservem a sua aptidão

para o desempenho das funções para que foram concebidas. Com esta finalidade,

deverão ser objecto de inspecções regulares e, se necessário, de reparações

adequadas.

2 – Durante a vida da estrutura devem ser efectuadas inspecções regulares, a fim de

detectar possíveis danos e permitir a sua reparação em tempo útil. A periodicidade

destas inspecções depende de vários factores, entre os quais o tipo de utilização da

obra, a importância desta e as condições de agressividade do ambiente.

Nas inspecções deverá ser dada particular atenção a mudanças localizadas de cor

dos revestimentos, a descasques destes, ao aparecimento de ferrugem, a

fendilhações e a deformações excessivas, factores estes que podem ser sinais de

anomalias da estrutura que seja necessário corrigir.

3 – No caso de as inspecções revelarem qualquer deficiência no comportamento da

estrutura, haverá que investigar as suas causas com vista a proceder aos

necessários trabalhos de reparação.

A Proposta do Novo Regulamento Geral de Edificações (RGE) em conformidade com a

Portaria n.º 62/2003, de 16 de Janeiro [N12], onde foi reconhecida a urgente necessidade de

proceder à revisão do Regulamento Geral de Edificações Urbanas, publicado em 1951,

tendo em atenção a evolução técnica verificada, quer quanto a materiais e produtos de

construção quer quanto aos processos tecnológicos e soluções construtivas, aborda

aspectos como a vida útil, a manutenção e a durabilidade dos edifícios e estabelece

requisitos mínimos para as várias componentes dos edifícios.

Em Abril de 2006, foi transposta a directiva comunitária (Directiva 2002/91/CE de 16 de

Dezembro) para a legislação portuguesa relativa aos sistemas de certificação de edifícios no

que respeita aos consumos energéticos e à qualidade do ar interior dos edifícios,

nomeadamente para o Decreto-Lei n.º 78/2006 - Sistema de Certificação Energética e

Qualidade do Ar Interior de Edifícios – SCE [N13], o Decreto-Lei n.º 79/2006 - Regulamento

dos Sistemas Energéticos e de Climatização dos Edifícios - RSECE [N14] e o Decreto-Lei

n.º 80/2006 - Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos Edifícios –

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RCCTE [N15]. Esta regulamentação estabelece a necessidade de se implementar um

sistema de desempenho e certificação energética que impõe exigências e requisitos

mínimos à manutenção dos edifícios. O n.º 9 do artigo n.º 29.º do RSECE [N14], respeitante

aos Requisitos de Qualidade do Ar, estabelece que, em edifícios com sistemas de

climatização em que haja produção de aerossóis, nomeadamente onde haja torres de

arrefecimento ou humidificadores por água líquida, ou com sistemas de água quente para

chuveiros onde a temperatura de armazenamento seja inferior a 60°C, as auditorias incluem

também a pesquisa de Legionella em amostras de água recolhidas nos locais de maior

risco, nomeadamente, tanques das torres de arrefecimento, depósitos de água quente e

tabuleiros de condensados.

O Decreto-Lei n.º 96/2008, de 9 de Junho - Regulamento dos Requisitos Acústicos dos

Edifícios (RRAE) [N16] que regula a vertente do conforto acústico no âmbito do regime da

edificação, aplica-se a edifícios hospitalares e similares, definindo no seu artigo 8.º os

requisitos acústicos que estes edifícios devem cumprir.

No seguimento da legislação publicada em 2008, em Portugal, relativamente à segurança

contra incêndio em edifícios, nomeadamente o Regime Jurídico da Segurança Contra

Incêndio em Edifícios (RJ-SCIE) [N17], aprovado pelo Decreto-Lei n.º 220/2008, de 12 de

Novembro e o Regulamento Técnico de Segurança Contra Incêndio em Edifícios (RT-SCIE)

[N18], aprovado pela Portaria n.º 1532/2008, de 29 de Dezembro, a ANPC em Março de

2010 publicou o Manual de Procedimentos para a Realização de Vistorias de Segurança

contra Incêndio em Edifícios.

O Decreto-Lei n.º 180/2002 [N19], de 8 de Agosto estabelece as regras relativas à protecção

da saúde das pessoas contra os perigos resultantes de radiações ionizantes em exposições

radiológicas médicas e transpõe para o ordenamento jurídico interno a Directiva n.º

97/43/EURATOM, do Conselho, de 30 de Junho.

O Manual de Boas Práticas de Medicina Física e de Reabilitação [N20], publicado no Aviso

n.º 9448/2002 (2.a série), é um documento que contém disposições relativas à manutenção

dos equipamentos deste serviço e à periodicidade das respectivas verificações.

O Manual de Boas Práticas de Hemodiálise (documento a que se refere o n.º 4 do artigo 7.º

do Decreto-Lei n.º 505/99, de 20 de Novembro, com a redacção dada pelo Decreto-Lei n.º

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241/2000, de 26 de Setembro) [N21] integra instrução sobre a água para hemodiálise,

designadamente o seu armazenamento, a sua purificação e a sua garantia de qualidade,

sobre o concentrado de distribuição central para hemodiálise e sobre o dialisante. No

Despacho no 14391/2001 (2.a série), do Gabinete da Ministra da Saúde é aprovado o

referido Manual.

O Decreto-Lei n.º 188/2003, de 20 de agosto de 2003 [N22], que regulamenta os artigos 9º e

11º do regime jurídico da gestão hospitalar, aprovado pela Lei nº 27/2002, de 8 de

Novembro, estabelece a estrutura orgânica das instituições hospitalares públicas, a

composição, as competências e o funcionamento dos órgãos de administração, apoio

técnico, fiscalização e consulta, bem como os modelos de financiamento e de avaliação da

actividade daqueles estabelecimentos.

2.3. Recomendações técnicas de carácter específico

A ACSS (Administração Central do Sistema de Saúde - instituto público do Ministério da

Saúde) disponibiliza no seu site [W1] um conjunto significativo de especificações e

recomendações técnicas, nomeadamente:

• As Recomendações e Especificações Técnicas do Edifício Hospitalar V.2011 [1].

Este documento tem como objectivo a definição tipológica da construção hospitalar,

com vista a assegurar níveis de qualidade que se pretendem estabelecer para o

edifício, instalações e equipamentos e espaços envolventes e engloba as seguintes

subsecções: arquitectura, fundações e estruturas, movimentos de terras e

contenções, instalações e equipamentos de águas e esgotos, instalações e

equipamentos eléctricos, instalações e equipamentos mecânicos, equipamento

geral, móvel e fixo, segurança integrada, gestão técnica centralizada, heliporto,

espaços exteriores, gestão integrada de resíduos e manutenção dos edifícios e

espaços exteriores. Esta última subsecção refere como objectivo central a

minimização dos custos ao longo de todo o ciclo de vida da infraestrutura revelando

a importância dos aspectos da durabilidade e da manutenção que se devem

estender, de forma transversal, a todas as fases de desenvolvimento do

Empreendimento, desde a concepção até à fase de exploração do edifício

hospitalar, onde sejam adoptadas soluções com elevada durabilidade, que

garantam vidas úteis com as seguintes referências: (i) estrutura - 100 anos, (ii)

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paredes envolventes exteriores - 30 anos, (iii) paredes divisórias interiores - 10

anos e (iv) redes de saneamento - 30 anos.

• A ET 07/2009 – Especificações Técnicas para tubagens em instalações de águas

em edifícios hospitalares [4]. Documento que contem especificações relativas a

tubagens em aço inoxidável, aço, ferro fundido, cobre, policloreto de vinilo,

polietileno, polipropileno, polietileno reticulado, policloreto de vinilo clorado,

polibutileno e multicamada. Consta deste documento capítulo dedicado aos factores

da água relevantes para a durabilidade das tubagens onde são efectuadas

referências importantes no âmbito do trabalho a desenvolver, como aos factores de

natureza química e temperatura da água, que poderão ser indicadores de uma

maior tendência para a água apresentar propriedades corrosivas e/ou incrustantes

e ao programa de monitorização a levar a cabo durante a exploração para controlo

da corrosão, indicando nesse âmbito um conjunto de técnicas de inspecção e de

monitorização da qualidade da água. São ainda referidos aspectos como a

importância de prever no projecto válvulas de seccionamento em zonas

estratégicas do traçado das redes em que seja prevista a necessidade de corte no

abastecimento de água para eventuais operações de manutenção ou reabilitação.

• O Caderno nº 5 – Recomendações Genéricas para a Gestão de Águas Residuais

Hospitalares. Manual de Procedimentos para a Gestão de Resíduos Radioactivos –

Recomendações Gerais [5]. Documento publicado pela DGIES (Direcção Geral de

Instalações e Equipamentos de Saúde agora integrada na ACSS), Ministério da

Saúde em Janeiro 2005, que refere entre outros aspectos algumas disposições

relativas à monitorização das águas residuais e das áreas onde são manipulados e

armazenados os resíduos radioactivos.

• O Caderno nº 7 – Serviço de Imagiologia [6]. Documento publicado pela DGIES em

Dezembro 2005, contem informação sobre a organização geral e sobre os

principais compartimentos que integram o serviço de uma unidade de saúde de

média dimensão, especificando os seus equipamentos principais.

• RT 03/2010 – Recomendações Técnicas para Instalações e Equipamentos

Sanitários do Edifício Hospitalar [7] – Documento onde são especificados os

principais tipos de instalações sanitárias existentes em ambiente hospitalar. Este

documento integra também recomendações a terem-se em conta no projecto de

forma a facilitar as operações de manutenção, sendo igualmente referidos outros

aspectos como a necessidade de limpeza e desinfecção dos aços inox com

produtos de base alcoólica, por incompatibilidade com os produtos ácidos.

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• ET 05/2007 - Especificações Técnicas para o Comportamento sismo-resistente de

edifícios hospitalares V.2010 [8] – Documento, que para o evento sísmico com

maior probabilidade de ocorrência, correspondente ao estado limite de danos,

define requisitos de desempenho (não colapso e limitação de danos) do edifício e

das suas instalações, de forma a garantirem um adequado nível de fiabilidade, que

não comprometa ou inviabilize o funcionamento dos serviços hospitalares.

• RT 02/2010 - Recomendações Técnicas para a Medicina Física e de Reabilitação

[9]. Este documento faz uma caracterização funcional dos espaços deste serviço

assim como das suas instalações técnicas, efectuando recomendações sobre os

seus requisitos mínimos.

• RT 04/2010 – Recomendações Técnicas para o Hospital de Dia [10]. Este

documento integra recomendações técnicas aplicáveis às instalações e

equipamentos que integram este tipo de serviço, efectuando recomendações sobre

os seus requisitos mínimos.

• RT 05/2011 – Recomendações Técnicas para o Bloco Operatório [11]. Este

documento contém conjunto de recomendações técnicas a ter-se em conta no

desenvolvimento dos programas e projectos deste serviço, tendo em conta modelos

usados em Blocos Operatórios, indicando requisitos técnicos a terem-se em conta

nas instalações e equipamentos técnicos. Refere também aspectos técnicos e

funcionais desses modelos que condicionam as acções de limpeza e de

manutenção dentro do bloco operatório, nomeadamente as relativas às condições

de assepsia exigidas para este serviço.

• RT 06/2011 - Recomendações Técnicas para o Serviço de Hemodiálise [2]. Este

documento faz uma caracterização funcional dos espaços deste serviço assim

como das suas instalações técnicas, efectuando recomendações sobre os seus

requisitos mínimos.

• RT 07/2011 - Recomendações Técnicas para Unidades de Internamento [3]. Este

documento analisa e caracteriza os espaços e soluções organizativas de unidades

de internamento, bem como as respectivas instalações técnicas, efectuando

recomendações sobre os seus requisitos mínimos.

• G 03/2008 – Guia para procedimentos de inventariação de materiais com amianto e

acções de controlo em unidades de saúde [4]. Este documento define

procedimentos e recomendações para auxiliar as unidades de saúde a cumprir as

disposições regulamentares e a adoptar boas práticas de controlo de materiais com

amianto.

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Em 2010 foi publicado pelo Instituto Português da Qualidade, Ministério da Economia, da

Inovação e do Desenvolvimento Comissão Sectorial para Água, documento técnico relativo

à Prevenção e Controlo de Legionella nos Sistemas de Água [15], incluindo disposições

quanto à manutenção, limpeza e desinfecção a desenvolver em determinados sistemas e

equipamentos onde se propicia o desenvolvimento desta bactéria (sistemas de

arrefecimento, redes prediais de água quente e de água fria e sistemas de água climatizada

de uso terapêutico).

Recomendações para a prevenção da infecção do local cirúrgico (2004) [16] do Instituto

Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge. Documento realizado por grupo de trabalho

multidisciplinar com base nas recomendações emanadas pelos Centers for Disease Control

(CDC) USA que aborda aspectos epidemiológicos mais relevantes relativos à infecção da

ferida operatória, patogénese, factores de risco, critérios de diagnóstico e medidas de

prevenção e controlo desta infecção. Este documento contém algumas recomendações

relativamente à limpeza e desinfecção das superfícies do bloco operatório.

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3. CONCEITOS DE MANUTENÇÃO

3.1. Manutenção Em conformidade com a EN 13306:2010 (Ed. 2) [N2], Maintenance. Maintenance

terminology, a manutenção é “a combinação de todas as acções técnicas, administrativas e

de gestão durante o ciclo de vida de um bem, destinadas a mantê-lo ou repô-lo num estado

que possa cumprir a função requerida.”

Esta definição da Manutenção inclui outro conceito, o de Ciclo de Vida de um Bem, que é

também definido na referida norma como “intervalo de tempo que se inicia com a concepção

e termina com a sua eliminação.”

Conforme se ilustra no esquema que se apresenta na Figura 1 a manutenção tem como

principal objectivo, no decorrer da vida útil de um bem, garantir que o seu nível de

desempenho, através de intervenções adequadas, seja igual àquele para que foi concebido,

sendo que se for pretendido um nível superior já se considera Reabilitação.

Figura 1 – Acção da Manutenção durante o ciclo de vida de um bem face ao nível de desempenho

funcional requerido

3.2. Objecto de manutenção Em conformidade com a EN 13306:2010 (Ed. 2) [N2] o objecto de manutenção – o Bem, “é

qualquer elemento, componente, aparelho, subsistema, unidade funcional, equipamento ou

sistema que possa ser considerado individualmente” e a Função Requerida é a “função ou

Nível de desempenho Funcional Requerido

Tempo

Nív

el d

e de

sem

penh

o F

unci

onal

Manutenção Preventiva

Manutenção Correctiva

Reabilitação

Rotura

Degradação

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combinação de funções de um bem consideradas como necessárias para fornecer um dado

serviço”.

3.2.1. Propriedades dos bens Como propriedades dos bens, objecto de manutenção, a norma anteriormente referida,

define:

• Disponibilidade, “aptidão de um bem para cumprir uma função requerida sob

determinadas condições, num dado instante ou durante um dado intervalo de tempo,

assumindo que é assegurado o fornecimento dos necessários recursos externos”;

• Fiabilidade, “aptidão de um bem para cumprir uma função requerida sob

determinadas condições, durante um dado intervalo de tempo”;

• Manutibilidade, “aptidão de um bem sob condições de utilização definidas de ser

mantido ou reposto num estado que possa cumprir uma função requerida depois de

lhe ser aplicada manutenção em condições determinadas, utilizando procedimentos

e meios prescritos”

• Vida útil, “intervalo de tempo, em condições determinadas, que se inicia num

determinado instante e termina quando a taxa de avarias assume valores

inaceitáveis, ou quando o bem é considerado irreparável na sequência de uma

avaria ou por outras razões pertinentes”;

• Taxa de ocorrência de avarias, “ número de avarias ocorridas num bem num dado

intervalo de tempo, dividido por esse mesmo intervalo de tempo”.

3.2.2. Estado dos Bens

Como estado dos bens, objecto de manutenção, a norma anteriormente referida, define:

• Estado em Funcionamento, “ estado de um bem a desempenhar a função requerida”;

• Estado de disponibilidade, “estado de um bem que pode cumprir a função requerida,

assumindo que lhe são assegurados os meios externos eventualmente necessários”;

• Estado de indisponibilidade, “estado de um bem caracterizado por uma avaria ou

incapacidade de cumprir a função requerida durante a manutenção preventiva”;

• Estado Degradado, “estado de um bem que continua a cumprir uma função com um

desempenho aceitável, mas inferior aos valores nominais, ou que continua a

desempenhar apenas parte das funções requeridas”.

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3.3. Tipos e estratégias de manutenção A norma EN 13306:2010 (Ed. 2) [N2] define os seguintes tipos e estratégias de manutenção

(conforme se ilustra na Figura 2):

• Manutenção correctiva é “efectuada depois da detecção de uma avaria e destinada a

repor o bem num estado em que possa realizar uma função requerida”.

• Manutenção preventiva é a “manutenção efectuada a intervalos de tempo

predeterminados ou de acordo com critérios prescritos com a finalidade de reduzir a

probabilidade de avaria ou de degradação do funcionamento de um bem”.

• Manutenção sistemática é a “manutenção preventiva executada a intervalos de

tempo preestabelecidos ou segundo um número definido de unidades de

funcionamento, sem controlo prévio do estado do bem”.

• Manutenção condicionada é a “manutenção preventiva baseada na vigilância do

funcionamento do bem e/ou dos parâmetros significativos desse funcionamento

integrando as acções aí decorrentes”.

• Manutenção preditiva é a “manutenção condicionada efectuada de acordo com as

previsões extrapoladas da análise e da avaliação de parâmetros significativos da

degradação do bem”.

Figura 2 – Tipos de Manutenção

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3.3.1. Manutenção preventiva A manutenção preventiva, é uma manutenção proactiva, realizada antes da ocorrência de

falhas, tendo como objectivo actuar previamente de forma a evitar a falha e/ou suas

consequências. Nesta estratégia de manutenção podem-se considerar, ainda, a

manutenção preventiva sistemática e a manutenção preventiva condicionada.

No que respeita à manutenção preventiva sistemática, realizada em intervalos de tempo

fixos, independentemente do estado de condição do bem, a execução de intervenções é

decidida pelo facto de determinada periodicidade se verificar, como são os casos nos

edifícios das pinturas trianuais das paredes e da limpeza e desobstrução anual das caleiras,

algerozes, tubos de queda e grelhas de escoamento. Este tipo de manutenção baseia-se na

análise do histórico de avarias, no estudo da probabilidade destas ocorrerem (estudos de

fiabilidade) e na informação dos fabricantes/fornecedores. No entanto, a teoria da fiabilidade

aplicada a elementos simples tem-se mostrado eficaz mas no caso de equipamentos

complexos, ou de componentes da construção civil de um edifício, onde a relação da causa-

efeito das anomalias nem sempre é possível obter de forma directa, torna muito complexo o

modelo de avaliação.

Num edifício, este tipo de estratégia de manutenção, requere um planeamento que integre

os planos elaborados para cada componente do edifício com informação bem sintetizada e

clara para quem vai realizar as actividades de manutenção, sendo que na sua elaboração

deverão ser tidos em conta aspectos como: (i) a vida útil de cada componente; (ii) os níveis

de qualidade, de desempenho e operacionalidade exigidos; (iii) as anomalias relevantes e

seus mecanismos de degradação; (iv) as causas prováveis das anomalias; (v) a análise dos

registos históricos das intervenções em componentes desse edifício e noutros similares; (vi)

as recomendações técnicas do projecto e dos fabricantes/fornecedores; (vi) os custos de

operação.

As operações de manutenção preventiva sistemática incluem procedimentos: de limpeza, de

inspecção, de reparação local e de substituição local.

A manutenção preventiva sistemática embora permita com facilidade planear a operações

de manutenção e os seus custos e reduzir o incómodo na execução dos trabalhos previstos,

por vezes o seu planeamento não se adequa à realidade, sendo nestes casos utilizada uma

estratégia de manutenção preventiva mas preditiva, baseada na inspecção do estado de

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condição do bem, sendo possível detectar antecipadamente, com base na detecção de

alguns indicadores de potencial falha, falhas graves que possam ocorrer.

Nesta estratégia de manutenção preventiva condicionada em função da análise do estado

de degradação das componentes são planeadas com prioridade as inspecções de rotina,

que permitem conhecer o estado de condição das componentes e actuar sobre as eventuais

anomalias que possam existir. Estas acções inspectivas, a realizar por técnicos

especializados são planeadas tendo em conta a durabilidade previsível dos elementos.

A manutenção preventiva condicionada embora permita detectar de uma forma mais

adequada a necessidade de intervenção, podendo reduzir o número de anomalias, obriga a

uma inspecção competente dos elementos e exige uma optimização dos custos de

inspecção face aos custos de reparação.

Na manutenção preventiva enquadra-se ainda a manutenção regulamentar, que visa

cumprir os requisitos estabelecidos na legislação e regulamentação em vigor. São exemplo

as acções de manutenção preventiva previstas em matéria: (i) de instalações de detecção,

prevenção e combate de incêndio; (ii) dos sistemas energéticos de climatização em

edifícios; (iii) dos ascensores; (iv) das instalações de medicina física e de reabilitação; (v)

das instalações de águas para hemodiálise; (vi) das instalações e equipamentos de águas

quentes sanitárias no que se refere à pesquisa de Legionella em amostras de água

recolhidas nos locais de maior risco.

3.3.1.1. Plano de manutenção preventiva Da consulta do normativo e legislação vigentes, destaca-se a seguinte informação aplicável

ao Plano de Manutenção Preventiva:

A EN 13306:2010 (Ed. 2) [N2] define como Plano de Manutenção, “conjunto estruturado de

tarefas que compreendem as actividades, os procedimentos, os recursos e a duração

necessários para executar a manutenção”.

A NP EN ISO 9001:2008 [N7], relativa aos sistemas de gestão da qualidade, aplicável ao

sistema de gestão da manutenção de um edifício hospitalar, refere que a metodologia

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conhecida como “Plan-Do-Check-Act” (PDCA) pode ser utilizada em todos os processos,

descrevendo-a resumidamente da seguinte forma:

• Plan (planear): estabelecer os objectivos e os processos necessários para

apresentar resultados de acordo com os requisitos do cliente e as políticas da

organização;

• Do (executar): implementar os processos;

• Check (verificar): monitorizar e medir processos e produto em comparação com

políticas, objectivos e requisitos para o produto e reportar os resultados;

• Act (actuar): empreender acções para melhorar continuamente o desempenho dos

processos.

Esta norma refere que “a organização deve planear e desenvolver os processos necessários

para a realização do produto. O planeamento da realização do produto deve ser consistente

com os requisitos dos outros processos do sistema de gestão da qualidade.

No planeamento da realização do produto, a organização deve determinar, conforme

apropriado, o seguinte:

a) objectivos da qualidade e requisitos para o produto;

b) a necessidade de estabelecer processos e documentos, e de proporcionar os

recursos específicos para o produto;

c) as actividades requeridas de verificação, validação, monitorização, medição,

inspecção e ensaio específicas do produto e os critérios de aceitação do produto;

d) os registos necessários para proporcionar a evidência de que os processos de

realização e o produto resultante vão de encontro aos requisitos.”

O RSECE [N14], no nº 2 do seu artigo 19.º estabelece que “as instalações e equipamentos

que são objecto do presente Regulamento devem possuir um plano de manutenção

preventiva que estabeleça claramente as tarefas de manutenção previstas, tendo em

consideração a boa prática da profissão, as instruções dos fabricantes e a regulamentação

existente para cada tipo de equipamento constituinte da instalação, o qual deve ser

elaborado e mantido permanentemente actualizado sob a responsabilidade de técnicos com

as qualificações e competências definidas no artigo 21.o”, fixando no nº 3 do mesmo artigo

que do plano de manutenção preventiva deve pelo menos constar:

a) “A identificação completa do edifício e sua localização;

b) A identificação e contactos do técnico responsável;

c) A identificação e contactos do proprietário e, se aplicável, do locatário;

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d) A descrição e caracterização sumária do edifício e dos respectivos compartimentos

interiores climatizados, com a indicação expressa:

i. Do tipo de actividade nele habitualmente desenvolvida;

ii. Do número médio de utilizadores, distinguindo, se possível, os permanentes

dos ocasionais;

iii. Da área climatizada total;

iv. Da potência térmica total;

e) A descrição detalhada dos procedimentos de manutenção preventiva dos sistemas

energéticos e da optimização da QAI, em função dos vários tipos de equipamentos e

das características específicas dos seus componentes e das potenciais fontes

poluentes do ar interior;

f) A periodicidade das operações de manutenção preventiva e de limpeza;

g) O nível de qualificação profissional dos técnicos que as devem executar;

h) O registo das operações de manutenção realizadas, com a indicação dos técnicos

que as realizaram, dos resultados das mesmas e outros eventuais comentários

pertinentes;

i) O registo das análises periódicas da QAI, com indicação do técnico ou técnicos que

as realizaram;

j) A definição das grandezas a medir para posterior constituição de um histórico do

funcionamento da instalação.”

Consultada a legislação relativa à segurança contra incêndios em edifícios verifica-se

que é estabelecido no: (i) artigo 202.º do RT-SCIE [N18] que os procedimentos de

conservação e de manutenção das instalações técnicas, dispositivos, equipamentos e

sistemas existentes na utilização-tipo, devem ser baseados em programas com

estipulação de calendários e listas de testes de verificação periódica e (ii) artigo 19.º do

RJ-SCIE [N17] que os edifícios hospitalares (enquadrados na 3ª ou 4ª categoria de risco

da utilização tipo V) estão sujeitos a inspecções regulares, a realizar pela ANPC ou por

entidade por ela credenciada, para verificação da manutenção das condições de SCIE

aprovadas e da execução das medidas de autoprotecção, a pedido das entidades

responsáveis, com periodicidade anual.

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4. CARACTERÍZAÇÃO DO TIPO DE EDIFÍCIO, INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS Para os actuais edifícios hospitalares são especificados diversos aspectos que devem ser

atendidos na sua concepção arquitectónica, como são exemplo:

• os instrumentos de planeamento urbanístico e os factores da envolvente local;

• o programa funcional do hospital;

• a articulação entre os serviços do hospital garantido as relações de proximidade

pretendidas e evitando sobreposição de circuitos indesejáveis;

• a necessidade de minimizar a intrusão de elementos da estrutura nos

compartimentos e circulações do hospital;

• a necessidade de garantir acesso fácil às prumadas e instalações técnicas para

intervenções de manutenção;

• a necessidade de adoptar materiais duráveis, com facilidade de obtenção,

manutenção e reposição;

• o recurso, sempre que possível, a materiais e soluções homogéneas;

• os de conforto visual, acústico e mecânico/vibrações;

• os de segurança: barreiras arquitectónicas, incêndios, sismos, radiações internas,

resíduos perigosos, descargas atmosféricas e intrusão;

• a necessidade de assegurar a flexibilidade de forma a permitir futuras remodelações

ou alterações do layout dos serviços.

Estes aspectos que condicionaram a concepção do edifício e consequentemente a tipologia

das suas instalações e equipamentos têm reflexos na manutenção do edifício hospitalar ao

longo do seu ciclo de vida.

Neste capítulo pretende-se caracterizar, o objecto de manutenção – os bens sobre os quais

incidirão as fichas de acções planeadas de manutenção a desenvolver no âmbito deste

trabalho, sendo que para tal aplica-se a definição de bem estabelecida na norma EN

13306:2010 (Ed. 2) [N2] já referida no capítulo 2, tendo em conta a organização arbórea

ilustrada na Figura 3, que considera que os edifícios hospitalares são constituídos pelos

seguintes subsistemas: (i) Construção; (ii) Instalações e Equipamentos; (iii) Espaços

Exteriores.

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Figura 3 – Subsistemas do edifício hospitalar

No âmbito deste trabalho serão apenas analisadas as componentes do edifício hospitalar

que se integram no sistema da Construção e no sistema de Instalações e Equipamentos de

Águas e Esgotos do Edifício, conforme se identificam no esquema apresentado no Anexo 1

e que nos pontos 4.1 a 4.4 seguintes se caracterizam genericamente, tendo por base o

exigido para estas componentes na regulamentação aplicável e no estabelecido nas

especificações e recomendações técnicas da ACSS [W1].

Meramente para uma visão global dos sistemas que integram o Edifício Hospitalar é

apresentado igualmente no Anexo 1, listagem dos seus principais elementos fonte de

manutenção.

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4.1. Envolvente do edifício

4.1.1. Coberturas

As coberturas nos novos edifícios hospitalares são usualmente horizontais e

preferencialmente acessíveis, para a sua limpeza, manutenção e instalação ou manutenção

de equipamentos, sendo que no caso de coberturas invertidas, estas possuem sistemas de

protecção mecânica. Todas as coberturas são isoladas, de forma a garantirem as condições

de conforto térmico-higrométrico e acústico regulamentares. Os sistemas de

impermeabilização das coberturas são homologados.

É habitual na zona das coberturas serem instalados equipamentos ruidosos, que são

acomodados de forma a que não se propaguem as suas vibrações e ruído às zonas de

permanência de pessoas no interior do edifício.

4.1.2. Paramentos exteriores

Os paramentos exteriores são vulgarmente constituídos por pano duplo de alvenaria de tijolo

furado ou de blocos de betão, intercalado com caixa-de ar ventilada, sendo o pano interior

estucado e isolado termicamente. O pano exterior pode ser revestido com variadas

soluções: pintura, revestimentos, ladrilhos cerâmicos, entre outros.

4.1.3. Vãos exteriores As caixilharias dos vãos exteriores são concebidas tendo em atenção o disposto nas

Directivas UEAtc (União Europeia para a Apreciação Técnica na Construção) para edifícios

desta natureza quanto à permeabilidade ao ar, à estanquidade, à água e à resistência à

pressão dinâmica do vento.

São usualmente adoptadas soluções de vidros duplos incolores em caixilharia de alumínio

(anodizado e termolacado) ou em PVC, com protecção solar por meio de estore com réguas

em PVC ou com tela interior de ensombramento. As caixas de estore são isoladas.

Os vãos das enfermarias e quartos de doentes dispõem de protecções solares exteriores

nas partes envidraçadas de forma a garantir factores solares relativamente baixos nas

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orientações a Sul, Poente e Nascente e possibilitar o sombreamento dos vãos sem, no

entanto, os obturar. Podem igualmente dispor de outro tipo de protecção solar, de forma a

permitir o obscurecimento quando essa função seja requerida.

4.2. Elementos não estruturais

4.2.1. Pavimentos e rodapés

Nos revestimentos dos pavimentos interiores são adoptadas soluções com materiais

autonivelantes ou vinílicos de junta soldada, de forma a reduzir o risco de acumulação de

sujidade, factor de extrema importância nestes edifícios. Quanto aos rodapés, usualmente e

sempre que possível são constituídos pelos mesmos materiais dos pavimentos, são em

meia cana, contínuos com o pavimento, e os lambrins em protecção parietal à altura do

embate. São privilegiadas as soluções de pavimentos e de pavimentos/rodapés sem juntas

nem ângulos, que facilitem a respectiva limpeza.

Nos pavimentos interiores não existem juntas de dilatação a atravessar compartimentos em

que é exigido ambiente estéril ou de elevada assepsia, nem em instalações sanitárias ou em

áreas susceptíveis de ocorrência de derrames de substâncias perigosas. Podem, no

entanto, atravessar circulações, desde que as juntas de dilatação nos pavimentos quando

tratadas, com “mata juntas” de nível com o pavimento, de forma a permitir a passagem sem

ressaltos dos equipamentos rodados, em particular nas zonas onde circulem camas ou

macas, evitando a ocorrência de vibrações e ruídos.

Os pavimentos das instalações sanitárias, zonas húmidas ou sujeitas a lavagens com

abundância de água são impermeabilizados por sistemas homologados. Nestas áreas, a

tela de impermeabilização sobe até uma altura de 0,20 m acima do piso de forma a garantir

a estanquidade, nas operações de lavagem. Estes pavimentos possuem tratamento

antiderrapante, com características iguais ou superiores a U3P3E3C2 (U - “Usure“, P -

“Poinçonnement“; E. - “Eau“; C. “Chemistry”)[17].

Pela diversidade de materiais utilizados, consoante as zonas do hospital, na Tabela 1

indicam-se algumas das soluções usuais.

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Tabela 1 – Materiais de Revestimento dos Pavimentos Interiores

Zona do Edifício

Materiais de Revestimento

Vinílico

Vinílico condutivo

(c/ resistência≤ 10 ohm, condutivo

c/resistência ≤ 10 ohm)

Resina epoxídica

Mosaico de cimento aglomera-

do

Mosaico cerâmico antiderra-

pante

Pedra Alcatifa

Áreas Públicas Comuns

X X

Circ

ula-

ções

Principais X Geral X X Internamento X Serviço X

Quartos de Internamento

X

Sala de Operações X Salas de anestesia X Recobro e UCPA X Imagiologia X Laboratórios X X Cozinhas X X

Zon

as

húm

idas

Instalações Sanitárias

X

Hidroterapia X Salas de Lavagem

X

Refeitório X Morgue X Zonas de oficinas X Armazéns X X Áreas Administrativas X X X X

4.2.2. Paredes interiores Nas paredes interiores distinguem-se as que estão em contacto com espaços não úteis e as

que contactam com espaços úteis. No primeiro caso, as paredes são usualmente duplas,

em alvenaria de tijolo furado, sem isolamento térmico rebocadas interior e exteriormente. Já

no caso das paredes interiores em contacto com espaços úteis, são privilegiadas soluções

que permitem garantir a flexibilidade do espaço de forma a responder a futuras mudanças

nos requisitos de cuidados clínico, como são os painéis de gesso cartonado, com

isolamento acústico e pintura a tinta lavável, compostos de placas de gesso com espessura

variável, constituídos por estrutura metálica interior e, em cada face, por duas placas de

gesso cartonado, sendo a caixa-de-ar definida pela estrutura preenchida parcialmente por lã

mineral com espessura e densidade variáveis.

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Nas zonas estéreis, são adoptadas soluções com divisórias “clean room” (material anti

microbiano, estanque e lavável com água e desinfectantes), que permitam controlar a

quantidade de partículas de poeira presentes no compartimento.

Todas as superfícies das paredes interiores em alvenaria são estucadas, mesmo as que

ficam nos vãos dos tectos falsos visitáveis ou não selados.

Nas instalações sanitárias as paredes em alvenaria simples de tijolo furado são revestidas

com materiais impermeáveis e de baixa porosidade, resistentes ao impacto, ao desgaste, à

água e aos químicos.

4.2.3. Tectos

São habitualmente escolhidas soluções de tectos falsos que permitam o acesso fácil às

instalações técnicas e garantam a flexibilidade do espaço de forma a responder a futuras

mudanças nos requisitos de cuidados clínicos, sendo usual, nestas zonas, os tectos serem

em placas de gesso ou metálicas amovíveis. No entanto, nos casos em que os

compartimentos exigem condições de assepsia que não permitam a criação ou passagem

de poeiras ou partículas opta-se usualmente por tectos em gesso cartonado, com ausência

de juntas.

4.2.4. Vãos interiores Nas portas os materiais utilizados podem ser a madeira, o aço ou o alumínio. É usualmente

utilizada a madeira maciça no encabeçamento e estrutura das portas e o contraplacado de

madeira natural nos forros e apainelados. O aço e o alumínio são utilizados nos vãos de

porta metálicas simples e especiais.

As ferragens a utilizar, nos vãos interiores, compreendem as fichas, pivots, molas de

movimentação, fechaduras, trincos e muletas, puxadores, barras anti-pânico.

No caso das portas de acesso a cabines de WC, os fechos dispõe de um mecanismo

indicativo livre/ ocupado.

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As portas resistentes ao fogo (portas corta-fogo) cumprem o RJ-SCIE [N17] e o RT-SCIE

[N18] no que se refere à estanqueidade às chamas e gases quentes e inflamáveis (E), ao

controlo da radiação (W) e ao isolamento térmico (I), sendo que quando fazem parte de

caminhos de evacuação, são providas de dispositivos que as encerram automaticamente.

4.2.5. Guardas, corrimãos e protecções parietais

Nas guardas, corrimãos e protecções parietais são utilizados as madeiras, o aço pintado, o

aço inox ou o alumínio.

4.2.6. Equipamento e mobiliário fixo

Incluem-se nestes equipamentos as bancadas e armários, a instalar em compartimentos

onde se desenvolvam actos clínicos ou de enfermagem e em áreas laboratoriais.

4.2.7. Sinalética e outros avisos e indicações

A sinalética do edifício hospitalar visa de uma forma geral indicar os serviços ou

departamentos, por piso, e é colocada em locais estratégicos, sendo importante manter-se

actualizada e legível a sua informação. Integram igualmente estes elementos a sinalética de

segurança.

4.3. Fundações e estruturas A estrutura dos edifícios hospitalares é normalmente em betão armado, sendo os

pavimentos materializados por lajes fungiformes apoiadas directamente em pilares, maciças

ou aligeiradas (com nervuras em duas direcções), considerando ainda paredes resistentes

convenientemente fundadas, vigas de bordadura na periferia, bandas reforçadas entre

pilares e/ou capitéis nos pilares.

A solução estrutural tem habitualmente como base uma malha regular e ortogonal de pilares

de betão armado, com vãos de 7.50m, complementada por um conjunto de núcleos de

betão armado envolvendo as zonas de escadas e elevadores, com o objectivo de obter uma

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execução fácil e económica, compatível com o projecto de arquitectura e restantes

especialidades.

Nestes edifícios é dada especial atenção à localização das juntas entre corpos estruturais

distintos, evitando-se que estas atravessem áreas em que é exigido ambiente estéril, áreas

susceptíveis de ocorrência de derrames de substâncias perigosas ou outras áreas de risco

susceptíveis de ocorrência de desastres como, por exemplo, de natureza biológica.

Não é utilizado o betão aparente em zonas de circulação de doentes, tais como corredores e

circulações interiores de núcleos centrais e unidades de internamento, respectivos acessos

directos ou escadas de utilização principal do edifício, nem em áreas de grandes

solicitações, como por exemplo oficinas, ou onde haja produtos susceptíveis de contaminar

as paredes e obrigar a uma limpeza mais complexa, nem em outros locais com

necessidades especiais de limpeza ou assepsia.

4.4. Instalações e equipamentos de águas

4.4.1. Redes

As redes das instalações de águas são, preferencialmente, instaladas à vista ou de forma

visitável, em ductos e tectos falsos amovíveis, sendo dotadas de juntas de dilatação e de

órgãos acessórios.

Toda a tubagem das redes elevadas de águas residuais domésticas e pluviais é instalada à

vista ou preferencialmente de forma visitável em ductos ou sobre tectos falsos amovíveis ou

ainda em pisos técnicos. Excepcionalmente, em pequenos ramais de descarga pode estar

embutida nas paredes e pavimentos.

4.4.1.1. Água fria interior

As tubagens das redes interiores de água fria de uso geral e sanitário são preferencialmente

em aço inoxidável do tipo adequado (AISI 316 L), sem soldaduras.

Os órgãos de inspecção e de manobra são de material compatível, em termos de corrosão,

com o da tubagem.

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4.4.1.2. Água para combate de incêndio

A tubagem da rede de incêndios é em material metálico, preferencialmente em aço

galvanizado ou ferro fundido dúctil.

Os edifícios de 3ª ou 4ª categoria de risco para a utilização tipo V, como é o caso dos

hospitais, são servidos por redes de incêndio armadas, guarnecidas com bocas-de-incêndio

do tipo carretel, convenientemente distribuídas e devidamente sinalizadas.

A canalização das colunas secas é habitualmente instalada em locais protegidos,

nomeadamente caixas de escada ou em câmaras corta-fogo, sendo alimentada a partir de

boca siamesa localizada de forma favorável ao acesso dos veículos de socorro. As colunas

húmidas são alimentadas ininterruptamente a partir do reservatório alimentado pela rede

pública.

As bocas-de-incêndio interiores são dos tipos teatro e de carretel, sendo as primeiras

alimentadas por colunas secas.

4.4.1.3. Água quente sanitária

A temperatura de distribuição nas redes de água quente sanitária é, no mínimo, de 60ºC,

com uma temperatura de retorno mínima de 50ºC.

As tubagens das redes interiores de água quente de uso geral e sanitário são

preferencialmente em aço inoxidável do tipo adequado (AISI 316 L), sem soldaduras, sendo

isoladas termicamente de acordo com o Decreto-Lei n.º 79/2006 [N14] e revestidas com

protecção mecânica nos locais à vista. As válvulas são de material compatível, em termos

de corrosão, com o da tubagem.

4.4.1.4. Água para hemodiálise

O sistema de distribuição de água é em anel de forma a possibilitar o estabelecimento de

uma circulação permanente de água, estando disponíveis pontos de colheita de amostras no

início e no final do anel de distribuição. A tubagem é constituída por material inerte, como

são os casos do aço inoxidável AISI 316L, o propiletileno (PP), policloreto de vinilio (PVC), o

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polietileno reticulado (PEX), o vidro de borosilicato, que garantem a ausência de libertação

de iões contaminantes da água e são compatíveis com os produtos utilizados na limpeza e

desinfecção, sendo as ligações entre tubos efectuadas por método de soldadura a fim de

reduzir o risco de crescimento bacteriano. As bombas e os manómetros de pressão são,

também, constituídos por material inerte e resistente aos desinfectantes.

4.4.1.5. Água desmineralizada As tubagens da rede de água desmineralizada para abastecer a Farmácia, os Laboratórios,

a Central de Esterilização, o Bloco Operatório (humidificadores) e as Centrais Técnicas

podem ser em policloreto de vinilio (PVC), polietileno (PE), polipropileno (PP), polietileno

reticulado (PEX), policloreto de vinilio clorado (PVCC) e polibutileno (PB).

4.4.1.6. Águas residuais domésticas prediais

Os ramais de descarga e de ventilação são em PVC rígido, da classe de pressão adequada.

Os tubos de queda e colectores prediais elevados são em ferro fundido centrifugado.

As tubagens de drenagem das águas residuais radioactivas são em material adequado às

características dos efluentes e os ramais de descarga e colectores até às câmaras de

arrefecimento das águas residuais quentes são em material metálico.

Nos edifícios hospitalares existem apenas os ralos das bases de duche, não sendo

permitidos outros em instalações sanitárias nem em outros compartimentos onde se

prestem serviços clínicos.

4.4.1.7. Águas pluviais - rede de coberturas

Os tubos de queda são, preferencialmente exteriores, visitáveis e de material metálico.

4.4.2. Equipamento sanitário e doméstico

Incluem-se nestes equipamentos as louças sanitárias e acessórios sanitários,

designadamente: (i) lavatórios para adultos e para crianças; (ii) tinas de bancada em aço

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inox; (iii) bacias de retrete para adultos e crianças; (iv) pias hospitalares (“vidoir”) em aço

inoxidável; (v) urinóis; (vi) bases de duche; (vii) banheiras; (viii) torneiras simples;

temporizadas e misturadoras; (ix) torneiras de comando por pedal, por cotovelo ou

electrónico; (x) torneiras de seccionamento; (xi) autoclismos.

Os aparelhos sanitários são equipados com sifões individuais. Os urinóis são do tipo meia

coluna, equipados com fluxómetros individuais, com jacto regulável e torneira de

seccionamento por grupos de até 3 fluxómetros As pias hospitalares são equipadas com

torneiras de canhão comprido, autoclismo elevado, grade de apoio e ralo. As bacias de

retrete são equipadas com autoclismos, tipo mochila. As tinas em bancada são equipadas

com sifão em aço fundido com cesto retentor de sólidos, com excepção das tinas de

laboratórios e de gessos, sendo que as primeiras são de material adequado aos esgotos

laboratoriais que recebem, e as segundas são dotadas de sifão com caixa retentora de

gessos. As tinas de desinfecção de médicos são em aço inoxidável, com torneiras

misturadoras termostáticas electrónicas.

4.4.3. Órgãos e sistemas complementares

4.4.3.1. Depósito de reserva e de regularização de consumos

A água consumida nas unidades hospitalares provém do sistema público de abastecimento.

No entanto, para reserva de água e regularização de consumos estes edifícios são dotados

de depósito em betão armado, septado no mínimo por duas células, com capacidade para

24 horas de consumo médio diário. Todas as paredes internas, soleiras e tectos do

reservatório são impermeabilizados à base de cimento e polímeros modificados, apto para

contacto com água potável conforme os parâmetros do Decreto-Lei nº 236/98, de 1 de

Agosto [N23], para materiais em contacto com água potável destinada a consumo humano.

O acesso ao depósito é conseguido por meio de aberturas com tampas localizadas nas

paredes laterais do mesmo, sendo previstos degraus metálicos chumbados nas suas

paredes de forma a permitir o fácil acesso ao seu interior.

4.4.3.2. Depósito de reserva para combate a incêndi os Para reserva de água para combate a incêndios estes edifícios são dotados de depósito em

betão armado, septado por duas células. Todas as paredes internas, bem como as soleiras

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e tectos dos reservatórios são devidamente impermeabilizadas com um revestimento

impermeabilizante composto por cimento, aditivos químicos especiais e areia de

granulometria controlada. O acesso ao depósito é conseguido por meio de aberturas com

tampas localizadas nas paredes laterais do mesmo, sendo previstos degraus metálicos

chumbados nas suas paredes de forma a permitir o fácil acesso ao seu interior. O depósito

dispõe de um conjunto de órgãos de comando e controlo, nomeadamente válvulas de

flutuador a instalar na adução de água e descarga de fundo.

4.4.3.3. Central de tratamento para água de consumo Tendo em consideração o volume de água de reserva para consumo exigido nestes edifícios

o tratamento de água do depósito de regularização de consumos é automático, assegurando

a recirculação e oxigenação, sendo equipado com sistema de filtração, descalcificação e

recirculação de água no depósito.

4.4.3.4. Central de tratamento de água para as inst alações de fisioterapia e hidroterapia

São previstos sistemas de recirculação e tratamento de água dos tanques terapêuticos para

os serviços de fisioterapia e hidroterapia.

4.4.3.5. Central de tratamento de água para hemodiá lise A instalação do sistema de tratamento de água para hemodiálise integra no mínimo os

seguintes equipamentos:

• Cisterna ou tanque de sedimentação com: (i) capacidade que assegure o

armazenamento de água não tratada necessária para um turno de tratamento, (ii)

revestimento interior em material inerte e compatível com as diversas condições

operacionais, (iii) fundo em declive que garanta uma fácil drenagem e limpeza dos

produtos sedimentados, (iv) tomada de água acima da zona de sedimentação, (v)

mecanismos de monitorização dos níveis de água e respectivos alarmes.

• Grupo hidropressor – as electrobombas de pressurização dimensionadas para os

caudais e pressão exigidos pelos equipamentos localizados a jusante e constituídas

por material inerte e compatível com as diversas condições operacionais.

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• Sistema de cloragem, com: (i) depósito de cloro com capacidade mínima para as

necessidades de dois dias de funcionamento da unidade e (ii) bomba doseadora

automática de injecção de cloro.

• Filtro de sedimento, cujo número de unidades, disposição e as suas especificações

dependem das necessidades do sistema e da qualidade da água fornecida. A

lavagem deste tipo de equipamentos deverá ser automática e programada para

intervalos que garantam o adequado funcionamento do sistema. Devem estar

disponíveis pontos de colheita e manómetros a jusante e a montante deste(s)

equipamento(s).

• Descalcificador – sistema de descalcificação dimensionado de forma a assegurar um

abastecimento contínuo de água dentro das especificações exigidas pela unidade de

Osmose Inversa e em função do grau de dureza da água e dos caudais de trabalho

do sistema de tratamento, com regeneração automática e programada para

intervalos que garantam o adequado funcionamento do sistema e não colidam com

as sessões de diálise. Devem estar disponíveis pontos de colheita e manómetros a

jusante e a montante deste(s) equipamento(s).

• Filtro de carvão – o processo de adsorção é eficaz na remoção de compostos

halogenados (como é o caso do cloro), inorgânicos (metais pesados em baixa

concentração) e orgânicos de baixo peso molecular. O número de elementos e a sua

disposição deverão ser adaptados às necessidades do sistema (a instalação de dois

filtros em série permite alcançar uma protecção adicional contra a passagem de

cloro). A lavagem deste tipo de equipamentos deverá ser automática e programada

para intervalos que garantam o adequado funcionamento do sistema e não colidam

com as sessões de diálise. Devem estar disponíveis pontos de colheita e

manómetros a jusante e a montante deste(s) equipamento(s).

• Filtro de partículas – em função da sua localização no sistema de tratamento de

água, os filtros de partículas têm diferentes funções. Quando localizados após o(s)

filtro(s) de carvão, a sua principal função é a retenção de finas partículas por este(s)

libertados e que possam danificar as membranas de Osmose Inversa. Devem-se

seguir as recomendações do fabricante da unidade de Osmose Inversa no que diz

respeito às malhas dos filtros de partículas (tipicamente a sua malha deve ser, no

máximo de 5 µm sendo, porém, preferível inserir outro em série com malha de 1 µm).

• Osmose inversa com (i) capacidade (em termos de caudal e pressão de

funcionamento) ajustada às necessidades da unidade em água tratada (função do

número de postos de diálise e técnicas terapêuticas praticadas), (ii) uma taxa de

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rejeição (geralmente superior a 90% para o parâmetro condutividade) que garanta

que a produção de água cumpre os requisitos discriminados nos Quadros 1a, b, c e

d do Manual de Boas Práticas de Diálise [18] e (iii) sistemas de monitorização

(temperatura, condutividade, pressão e caudais) e alarmes que garantam a

qualidade da água produzida e salvaguardem a segurança do sistema.

4.4.3.6. Câmaras de hidrocarbonetos

As águas residuais com hidrocarbonetos são conduzidas em ramais independentes até à

respectiva câmara de separação. Estas câmaras em aço anti corrosivo ou em PEAD retêm

os hidrocarbonetos provenientes das águas de limpeza dos estacionamentos e da central

térmica, permitindo a sua remoção do efluente antes da sua devolução à rede de águas

residuais.

4.4.3.7. Câmara de separação de gorduras

As águas residuais gordurosas da cozinha são conduzidas em ramais independentes até à

respectiva câmara de separação. Estas câmaras retêm as gorduras produzidas nas

cozinhas dos edifícios hospitalares que produzem refeições, permitindo a sua remoção do

efluente antes da sua devolução à rede de águas residuais.

4.4.3.8. Câmaras de retenção de féculas

É prevista uma câmara separadora de féculas à saída da máquina descascadora de batatas

que retêm as féculas produzidas nas cozinhas do edifício hospitalar que produzem

refeições, permitindo a sua remoção do efluente, sendo depois o efluente conduzido para a

rede geral de águas residuais.

4.4.3.9. Câmaras de arrefecimento

Estas câmaras executadas em betão armado, com as paredes interiores, soleira e tecto

impermeabilizados em conformidade com os parâmetros do Decreto-Lei nº 236/98, de 1 de

Agosto [N23] (materiais em contacto com água), servem para o arrefecimento prévio das

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águas quentes provenientes, normalmente das centrais de esterilização, centrais térmicas e

da lavandaria do edifício hospitalar, rejeitadas para o sistema de drenagem de águas

residuais domésticas, onde são previstos em cada uma um tanque de arrefecimento,

dimensionado para que o efluente seja lançado na rede geral com uma temperatura dentro

dos valores regulamentares. O acesso às câmaras é conseguido por meio de tampa de

abertura instalada ao nível do pavimento.

4.4.3.10. Contentorizações de águas residuais domés ticas com radiações ionizantes

As águas residuais radioactivas são conduzidas em ramais independentes até ao respectivo

decaimento nos tanques em betão armado de retenção, dimensionados para o decaimento

máximo dos radionuclidos usados, de acordo com o previsto no Decreto-Lei n.º 180/2002,

de 8 de Agosto [N19], para as águas radioactivas, e atendendo aos radioisótopos

predominantes nos efluentes hospitalares.

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5. EXIGÊNCIAS DE DESEMPENHO E OPERACIONALIDADE PARA O EDIFÍCIO HOSPITALAR

Os objectivos e requisitos do sistema de gestão da manutenção do edifício hospitalar são

estabelecidos pelas condições de funcionamento pretendidas para o hospital, que se integra

na rede do serviço nacional de saúde, nomeadamente os Hospitais do Sector Público

Administrativo – HSPA, os Hospitais das Entidades Públicas Empresariais – HEPE e os

Hospitais Público-privados, ou no parque de hospitais dos privados. Em Portugal, de acordo

com a informação disponibilizada pelo INE – DGS/MS, PORDATA [W2], em 2010 existiam

229 hospitais, perfazendo uma oferta de 35.625 camas.

Na Figura 4 ilustra-se, em forma de diagrama, o processo de planeamento e implementação

da manutenção de um edifício hospitalar, tendo em consideração as politicas e estratégias

de manutenção, bem como a avaliação efectuada ao desempenho alcançado com a

manutenção implementada.

Figura 4 – Politica, Estratégia, Planeamento, Implementação e Avaliação do Desempenho da

Manutenção (Fonte adaptada [20])

Por não existir legislação ou regulamentação em vigor que reflicta de forma integrada a

política de manutenção e de gestão dos edifícios hospitalares, no âmbito deste trabalho, foi

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recolhida informação, a nível da regulamentação nacional e das recomendações e

especificações emanadas pelos órgãos competentes do Ministério da Saúde, com a qual

pretende-se, no presente capítulo, estabelecer as necessidades de operação e manutenção,

fixando os objectivos da manutenção e os requisitos de desempenho e de operacionalidade

do edifício hospitalar.

5.1. Objectivos da Manutenção Como objectivos da manutenção de um edifício hospitalar indicam-se os seguintes:

• maximizar a disponibilidade;

• reduzir o número de avarias e aumentar a rapidez na sua resolução;

• elevar a qualidade ambiental;

• reduzir os consumos energéticos ao mínimo;

• elevar o conforto dos utentes;

• garantir boa imagem da instituição.

5.2. Critérios de durabilidade A durabilidade de uma construção é indicada pelos valores de vida útil, ou seja o intervalo

de tempo em que a construção é capaz de desempenhar as funções que lhes estão

destinadas ao longo do seu ciclo de vida.

O novo Regulamento Geral de Edificações (RGE), elaborado de acordo com a Portaria n.º

62/2003 de 16 de Janeiro, mas que ainda não foi aprovado, estabelece no artigo 117º que:

• a vida útil de uma edificação corresponde ao período em que a respectiva estrutura

não apresenta degradação dos materiais, em resultado das condições ambientais,

que conduzam à redução da segurança estrutural inicial;

• durante a vida útil das edificações, devem realizar-se actividades de inspecção,

manutenção e reparação, nomeadamente em relação aos diversos componentes da

edificação que tenham durabilidade inferior à vida útil.

Segundo a norma BS ISO 15686-1:2011 [N24], a vida útil é definida como o período de

tempo, após instalação, durante o qual o edifício ou suas partes atingem ou excedem os

requisitos de desempenho, sendo os requisitos de desempenho o nível mínimo aceitável de

uma propriedade crítica. Esta norma define a durabilidade como sendo a “capacidade de um

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edifício ou de uma parte de um edifício desempenhar a sua função durante um determinado

intervalo de tempo, sob a acção dos agentes presentes em serviço”.

A vida útil de projecto é especificada pelo projectista de acordo com as expectativas (ou

requisitos) dos donos do edifício ou da construção e está intimamente ligada aos requisitos

de durabilidade pretendidos no edifício.

O Ministério da Saúde (dono de obra ou concedente destes edifícios), através do seu órgão

competente, formula requisitos específicos sobre a durabilidade destes Edifícios nas

Recomendações e Especificações Técnicas do Edifício Hospitalar (V.2011 da ACSS) [1], em

que é estabelecido que as estruturas do edifício hospitalar devem ser concebidas de modo a

que se mantenham aptas para os fins a que se destinam, com níveis de durabilidade e

segurança adequados para uma vida útil de 100 anos. Assim a vida útil estimada para o

edifício hospitalar será de 100 anos, correspondente ao período em que face às exigências

do projecto é expectável que a sua estrutura não apresente degradação dos materiais. No

entanto, as restantes componentes do edifício têm geralmente uma vida útil inferior à

estrutura, sendo que as referidas recomendações e especificações técnicas estabelecem

igualmente que as soluções concebidas no projecto dos edifícios hospitalares devem

garantir elevada durabilidade, pretendendo-se que venham a ter vidas úteis com as

seguintes referências:

• Paredes envolventes exteriores - 30 anos;

• Paredes divisórias interiores - 10 anos;

• Redes de saneamento - 30 anos.

Diversos métodos experimentais e analíticos (estatísticos, determinísticos, probabilísticos e

de engenharia) permitem prever a vida útil de cada elemento, sendo usual admitir

relativamente à durabilidade de uma componente que a evolução da taxa de falhas ao longo

do tempo afigura-se uma curva em forma de banheira, como se ilustra na Figura 5, com 3

zonas distintas:

• Zona A, relativa à fase jovem da componente, em que a taxa de falha nesta fase

inicial deriva substancialmente de erros no processo construtivo ou do projecto;

• Zona B, relativa à fase constante, em que a taxa de falha ao longo do tempo é

praticamente constante, sendo as falhas derivadas de factores aleatórios;

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• Zona C, relativa ao final da vida útil, em que se verifica o aumento exponencial da

taxa de falha com o tempo, devido a factores de degradação como o uso corrente, o

ambiente ou o envelhecimento natural da componente.

Figura 5 – Curva representativa do ciclo de vida de uma componente (fonte adaptada [2])

Nas Tabelas 2, 3 e 4 indicam-se valores para as vidas úteis das principais componentes do

edifício, objecto deste trabalho, tendo por base a pesquisa efectuada. Para as vidas úteis

dessas componentes do Edifício são indicados valores mínimos e máximos estimados, pois

a vida útil de um bem depende de diversos factores que afectam a sua durabilidade, como

são os casos: da qualidade do projecto, da qualidade dos materiais empregues, da

qualidade da execução, das condições de exposição às condições climatéricas, do tipo de

utilização e do nível de manutenção.

Taxa de Falha

A B

C

F0

F1

Tempo t0 t1 t2 t3

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Tabela 2 – Vida útil estimada para as principais componentes da Envolvente do Edifício

Subsistema Elemento do

Edifício Componente do Edifício

Vida Útil Mínimo Máximo

Env

olve

nte

do E

difíc

io

Cobertura

Camada de Forma 20 25 Barreira Vapor 15 25 Isolamento Térmico 15 25 Dessolidarizante (tela de poliéster)

15 25

Sistema de Impermeabilização 15 25 Camada de Protecção 15 25 Guarda exterior metálica 10 20 Platibandas, muros, chaminés 20 25 Caleiras 20 30

Paredes exteriores

Alvenaria de tijolo (suporte) 20 75 Blocos de betão (suporte) 30 50 Revestimento de reboco e estuque

20 40

Revestimento cerâmico 30 40 Revestimento de pintura 10 15

Vãos envidraçados

Envidraçado 10 10 Caixilharia em madeira 30 35 Caixilharia em alumínio (anodizado ou termolacado)

20 30

Caixilharia em vinil 15 25

Portas Compósito de madeira 15 40 Alumínio 20 30 De correr de vidro e metal 10 20

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Tabela 3 – Vida útil estimada para as principais componentes dos Elementos não Estruturais do Edifício

Subsistema Elemento do

Edifício Componente do Edifício

Vida Útil Mínimo Máximo

Ele

men

tos

não

Est

rutu

rais

Tectos Betão pintado 20 35 Betão estucado 25 30 Tecto falso 20 25

Paredes interiores

Pintura 15 30 Revestimento cerâmico 30 50 Revestimento a pedra 35 50 Divisórias em painéis de gesso cartonado

15 30

Pavimentos e rodapés

Revestimento do pavimento em vinílico

10 25

Revestimento do pavimento em resina epoxídica

35 50

Revestimento cerâmico do pavimento

20 30

Revestimento do pavimento com alcatifa

10 15

Revestimento do pavimento pedra

40 75

Rodapés em madeira 30 50 Rodapés em vinílico 10 25

Portas interiores Madeira 15 30 Compósito de madeira 15 20 Metálicas 15 25

Guardas, corrimãos e protecções

parietais

Madeira 10 20 Perfis de ferro metalizados e pintados a tinta de esmalte

30 40

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Tabela 4 – Vida útil estimada para as principais componentes das Instalações e Equipamentos de Águas e Esgotos

Subsistema Elemento do Edifício Componente do Edifício

Vida Útil Mínimo Máximo

Inst

alaç

ões

e E

quip

amen

tos

de Á

guas

e

Esg

otos

Redes de AFS e AQS

Tubos das redes de AFS e AQS 25 35 Válvulas das redes de AFS e AQS

10 15

Contadores 30 40 Rede de água para combate de incêndio

Tubos da RIA 25 35 Colunas 15 40 Carreteis 10 30

Rede de águas pluviais das coberturas

Tubos de queda 15 30 Caleiras 15 30

Órgãos e sistemas complementares

Depósito de água quente sanitária

15 25

Câmara de retenção de gorduras 30 45 Câmara de arrefecimento de resíduos hospitalares quentes

30 45

Caixa de decaimento em betão 75 100

5.3. Custos da vida útil

A análise do custo total do ciclo de vida (WLCC - Whole life-cycle Costing) é indispensável

para a tomada de decisões, uma vez que permite conhecer à priori os custos de

manutenção, permitindo uma optimização da gestão de recursos, conforme se ilustra na

Figura 6, em que o desempenho óptimo de uma componente (igual a ou superior aos requisitos

mínimos legais) é alcançado com a optimização das acções de manutenção preventiva e

correctiva durante o seu ciclo de vida.

Figura 6 – Optimização do custo total do ciclo de vida (fonte adaptada [3])

Desempenho

óptimo

Custo

Desempenho

Custo Total do Ciclo de

Vida

Custo derivado da manutenção e reabilitação

Custo derivado de

falhas

Custo ciclo de vida

optimizado

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5.4. Níveis de desempenho A Directiva 89/106/CEE do Conselho, de 21 de Dezembro de 1988 [N25], relativa à

aproximação das disposições legislativas, regulamentares e administrativas dos Estados-

membros no que respeita aos produtos de construção, estabelece os requisitos que devem,

em condições normais de manutenção, ser satisfeitos durante um período de vida útil

economicamente razoável de uma construção, nomeadamente:

• Resistência mecânica e estabilidade - As obras devem ser concebidas e construídas de

modo a que as cargas a que possam estar sujeitas durante a construção e a utilização

não causem: (i) o desabamento total ou parcial da obra, (ii) grandes deformações que

atinjam um grau inadmissível, (iii) danos em outras partes da obra ou das instalações ou

do equipamento instalado como resultado de deformações importantes das estruturas de

suporte de carga e (iv) danos desproporcionados relativamente ao facto que esteve na

sua origem.

• Segurança contra incêndios - As obras devem ser concebidas e realizadas de modo a

que, no caso de se declarar um incêndio: (i) a capacidade das estruturas de suporte de

carga possa ser garantida durante um período de tempo determinado, (ii) a deflagração

e propagação do fogo e do fumo dentro da obra sejam limitadas, (iii) a propagação do

fogo às construções vizinhas seja limitada, (iv) os ocupantes possam abandonar a obra

ou ser salvos por outros meios, (v) a segurança das equipas de socorro esteja

assegurada.

• Higiene, saúde e ambiente - A obra deve ser concebida e realizada de modo a não

causar danos à higiene e à saúde dos ocupantes ou vizinhos, em consequência,

nomeadamente: (i) da libertação de gases tóxicos, (ii) da presença de partículas ou

gases perigosos no ar, (iii) da emissão de radiações perigosas, (iv) da poluição ou

contaminação da água ou do solo, (v) da evacuação defeituosa das águas residuais, do

fumo, dos desperdícios sólidos ou líquidos, (vi) da presença de humidade em partes ou

em superfícies da obra.

• Segurança na utilização - A obra deve ser concebida e realizada de modo a não

apresentar riscos inaceitáveis de acidente durante a sua utilização e funcionamento,

como riscos de: (i) escorregamento, (ii) desabamento, (iii) queda, (iv) queimadura, (v)

electrocussão e (vi) quaisquer danos provocados por explosão.

• Protecção contra o ruído - A obra deve ser concebida e realizada de modo a que o ruído

captado pelos ocupantes ou pelas pessoas próximas se mantenha a um nível que não

prejudique a sua saúde e lhes permita dormir, descansar e trabalhar em condições

satisfatórias.

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• Economia de energia e retenção de calor - A obra e as instalações de aquecimento,

arrefecimento e ventilação devem ser concebidas e realizadas de modo a que a

quantidade de energia necessária para a sua utilização seja baixa, tendo em conta as

condições climáticas do local e os ocupantes.

O nível de desempenho funcional requerido para as componentes do edifício hospitalar é

definido pelas exigências funcionais estabelecidas em termos de:

• Segurança:

o estrutural;

o contra o risco de incêndio;

o utilização;

o contra a intrusão;

• Habitabilidade:

o estanquidade;

o conforto higrotérmico;

o conforto acústico;

o conforto visual;

o Conforto táctil;

o Higiene;

o adaptação à utilização

• Durabilidade:

o vida útil dos materiais;

o limpeza, manutenção e reparação.

• Economia:

o custo global de construção;

o custo energético.

Tendo por base as disposições legais, regulamentares e recomendações técnicas em vigor,

explicitadas no capítulo 3, nas tabelas que se apresentam no Anexo 2 reproduzem-se as

exigências funcionais requeridas, para os bens do edifício hospitalar objecto de manutenção

caracterizados no capítulo 4 para os quais no âmbito deste trabalho se desenvolveram

planos de manutenção preventiva exemplificativos.

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5.5. Grau de operacionalidade O Hospital é um “estabelecimento de saúde dotado de internamento, ambulatório e meios

de diagnóstico e terapêutica, com o objectivo de prestar à população assistência médica

curativa e de reabilitação, competindo-lhe também colaborar na prevenção da doença, no

ensino e na investigação científica.” (Glossário de Conceitos para Produção de Estatísticas

em Saúde 1ª fase, MS / DGS 2001) [W3].

Pelos utentes, um hospital, é reconhecido como o local onde se asseguram serviços que

visam prosseguir uma única finalidade: manutenção da vida e, como tal, consideram que o

seu funcionamento é permanente: 365 dias/ano e 24 horas/dia. No entanto, exigir que todas

as instalações e equipamentos das unidades funcionais de um hospital estejam 100%

disponíveis 365 dias/ano e 24 horas/dia seria incomportável, sendo que obrigaria a uma

redundância de equipamentos e instalações que encareceriam o custo da construção e da

manutenção absurdamente.

Em conformidade com o Decreto-Lei n.º 188/2003, de 20 de agosto de 2003 [N22], o

hospital estrutura-se em serviços, departamentos e unidades funcionais, sendo que os

serviços são: (i) de acção médica; (ii) complementares de diagnóstico e terapêutica; (iii) de

apoio.

Do ponto de vista da exploração clínica e da disponibilidade das suas instalações, as

unidades funcionais são classificadas de acordo com o seu grau de criticidade reflectindo a

sua relevância relativa no funcionamento do estabelecimento hospitalar do seguinte modo:

a) Crítica, aquela onde se desenvolvem actividades intermédias assistenciais (de

diagnóstico ou terapêuticas), ou não assistenciais, imprescindíveis no processo de

atendimento dos utentes, condicionando com o seu funcionamento os resultados de

outras unidades e consequentemente do hospital no seu conjunto;

b) Muito Relevante, aquela onde se desenvolvem actividades assistenciais finais no

processo de atendimento dos utentes, que pela sua própria natureza não são

programáveis e, portanto, não são diferíveis em caso de ocorrências de

imponderáveis;

c) Relevante, aquela em que se desenvolvem actividades assistenciais intermédias ou

finais no processo de atendimento do utente, que pela sua própria natureza são

programáveis e, portanto, diferíveis em caso de ocorrências de imponderáveis;

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d) Apoio, aquela cuja função é basicamente de suporte técnico, administrativo ou

logístico ao processo assistencial.

São consideradas áreas funcionais críticas, as seguintes:

a) nas Urgências:

i. as áreas de atendimento imediato, nomeadamente as zonas de triagem, de

atendimento e de reanimação;

ii. as áreas de diagnóstico, nomeadamente a radiologia e o laboratório;

iii. as áreas de tratamento urgente, nomeadamente as salas de gessos e de

pequena cirurgia;

b) Blocos operatórios;

c) Blocos de obstetrícia, designadamente as salas de partos e de dilatação;

d) Unidades de Cuidados Pós-Anestésicos e Pós-Cirúrgicos;

e) Unidades de Cuidados Intensivos;

f) Unidades de Cuidados Intermédios;

g) Gabinetes de exames invasivos.

Ainda do ponto de vista da exploração clínica, o Hospital possui zonas de acesso funcional

restrito, como são os casos do bloco operatório, da cirurgia ambulatória, da unidade de

cuidados intensivos, e outros em que a funcionalidade o recomenda, onde as intervenções

de manutenção têm que ser previamente autorizadas e os técnicos de manutenção devem

ter formação sobre os procedimentos a seguirem nestes espaços. O encerramento de algum

compartimento destes locais para se proceder a intervenções, quando não devidamente

programado e autorizado pelo responsável clínico leva à sua indisponibilidade e quebra nos

actos clínicos, pelo que o plano de manutenção preventiva deverá ser estabelecido com o

acordo da entidade que presta os serviços de saúde.

Ainda no que se refere ao risco de infecção as áreas hospitalares são classificadas de

acordo com o indicado na Tabela 5, onde deverá ser atendida a criticidade da área, bem

como os procedimentos de higienização e limpeza para controlo de infecção recomendados

pela Direcção Geral de Saúde. Estes procedimentos deverão ser atendidos nas operações

de manutenção no interior do edifício hospitalar.

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Tabela 5 – Classificação das áreas hospitalares de acordo com o risco de infecção

Área Definição Exemplo

Crítica

Geral

São aquelas em que existe um maior risco de transmissão de infecção, por serem locais onde se realizam procedimentos de risco (eminentemente invasivos) e onde se poderão encontrar utentes com o seu sistema imunitário deprimido.

• Salas de pequena cirurgia • Salas de estomatologia / higiene oral • Salas de tratamento de feridas

Específica

São aquelas em que a especificidade dos procedimentos realizados tem um considerável risco biológico, exigindo um plano de limpeza e de desinfecção próprio.

• Salas de bloco operatório • Laboratórios • Serviços de Esterilização • Centro de Diagnóstico Pneumológico

Semi-

Crítica

Geral

São todas aquelas que são utilizadas por utentes e onde se realizam procedimentos de risco reduzido, excluindo as que estão incorporadas nas áreas críticas.

• Salas de administração de aerossóis • Salas de vacinação • Salas de injectáveis • Salas de saúde infantil • Salas de saúde materna e

planeamento familiar • Salas de podologia • Outros gabinetes de consulta • Instalações sanitárias • Balneários

Específica São aquelas onde se armazenam resíduos hospitalares com risco biológico.

• Zona de armazenagem de resíduos hospitalares dos Grupos III e IV1

Não-crítica Correspondem àquelas onde não se realizam procedimentos de risco.

• Salas do Serviço administrativo e similares

• Salas de reuniões • Salas de espera • Corredores e átrios • Refeitórios, copas e bares • Escadas internas de emergência • Entradas exteriores dos serviços • Elevadores

O grau de desempenho das partes constituintes do edifício e de operacionalidade das suas

instalações e equipamentos será em função da criticidade do local onde operam no hospital

e da sua redundância, sendo que as operações de manutenção preventiva serão

condicionadas pelos níveis de restrição de acesso funcional e de risco de infecção

associado à área funcional em que se inserem.

1 Resíduos Perigosos: Grupo III – Resíduos hospitalares de risco biológico e Grupo IV – Resíduos hospitalares específicos.

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6. FUNCIONAMENTO DO TIPO DE EDIFÍCIO A criticidade de uma componente do edifício depende não só do contexto operacional da

área funcional em que se insere, conforme referido no ponto 5.4, mas também das

consequências que o seu estado de funcionamento pode acarretar para a unidade hospitalar

em geral, pelo que a classificação de criticidade de uma componente do edifício não é um

processo linear e deve ser abordada de forma dinâmica, no sentido da sua revisão periódica

no âmbito de uma análise de riscos e das suas consequências a nível da Unidade

Hospitalar.

A norma BS ISO 15686-5:2008 [N26] define o Risco como a probabilidade de um evento

anómalo ou falha ocorrer e as consequências ou impactos desse evento anómalo ou falha.

Na Figura 7 ilustra-se, em forma de fluxograma, as fases de gestão, avaliação e análise do

risco.

Figura 7 – Fases do Processo de gestão do Risco (fonte adaptada [21])

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6.1. Identificação dos modos de falha típicos

Tendo em consideração a estrutura defina no capítulo 4 para o sistema de bens objecto de

manutenção no âmbito deste trabalho, decompostos nos subsistemas já identificados, é

exemplificativamente aplicado o método de análise dos modos de falha e seus efeitos em

algumas das suas componentes básicas, através do Método de análise de risco - Failure

Mode and Effect Analysis (FMEA) e Failure mode, effects, and criticality analysis (FMECA),

que se encontram adaptados à construção civil (conforme [20] e [21]), atendendo aos

requisitos regulamentares analisados no capítulo 5 e explicitados no Anexo 1.

O FMEA é um método de análise de risco indutivo, que permite avaliar a partir de um

determinado modo de falha, as respectivas causas e consequências de efeitos, assim como

os meios de detecção e prevenção dos modos de falha e controlo dos seus efeitos. A EN

60812:2006 [N8] efectua uma abordagem aos métodos e às suas fases de desenvolvimento,

surgindo o FMECA como extensão do método base, como se esquematiza na Figura 8. O

FMECA, para além da análise do modo de falha, realiza também uma análise de criticidade

do mesmo, o que permite definir o nível de importância no funcionamento do sistema, de

cada um dos modos de falha, o impacto que estes têm sobre a sua fiabilidade e a dimensão

das respectivas consequências.

Figura 8 – Método de análise dos modos de falha (FMEA) e sua criticidade (FMECA)

A utilização deste método na manutenção preventiva apresenta como vantagens permitir

prever o comportamento potencial de um elemento do edifício ao longo do tempo e analisar

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as consequências de falha, bem como identificar sintomas de aviso de falha e prever o

comportamento futuro.

No entanto, é um método que analisa os modos de falha associados a cada componente

individualmente, não considerando os efeitos combinados dos modos de falha das

diferentes componentes do edifício e por outro lado, não é aplicável a componentes do

edifício que passem instantaneamente de um estado funcional para um estado

inoperacional.

Na Figura 9, apresenta-se o fluxograma das fases de desenvolvimento do método de

análise FMECA.

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Figura 9 – Fluxograma da Análise FMECA [N8] [20]

6.2. Definição das funções das componentes básicas e modos potenciais de falha Para as componentes básicas caracterizadas no capítulo 4, cujo modo potencial de falha

(MPF) e consequências são susceptíveis de impactos indesejáveis na exploração do

hospital, indicam-se as suas principais funções e os modos de falha previsíveis, sendo que a

maioria das suas causas conhecidas se enquadram em 6 grandes grupos:

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1. Erros de projecto;

2. Erros de execução;

3. Acções acidentais de origem mecânica exterior;

4. Acções ambientais;

5. Falta de manutenção;

6. Alteração das condições de utilização inicialmente previstas.

As anomalias mais frequentes nos elementos de construção civil em edifícios relacionam-se

com a estanquidade à água, nas coberturas e nas fachadas, onde se incluem os vãos

envidraçados. Igualmente, pelo tipo de utilização intensa a que são sujeitos, são frequentes

as anomalias nos acessórios das redes de abastecimento de água. Assim, atendendo ao

âmbito restringido deste trabalho a análise incidiu sobre: (i) a cobertura plana, principal

elemento da envolvente do edifício que evita a entrada de água no edifício e isola

termicamente o interior; (ii) as paredes exteriores; (iii) os vãos exteriores envidraçados; (v)

as redes de abastecimento de água.

Nos pontos seguintes apresenta-se analise efectuada para as principais componentes dos

elementos supra referidos que permitiu identificar as funções que estas componentes

asseguram, os seus potenciais modos de falha, os efeitos dessas falhas, bem como as

causas potenciais de falha.

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6.2.1. Cobertura

A cobertura dos edifícios tem uma função de extrema importância já que é neste elemento

que os agentes atmosféricos incidem de forma mais directa e intensa do que nos restantes

elementos da envolvente exterior do edifício.

Tipificam-se na Figura 10 as soluções das coberturas horizontais e acessíveis

caracterizadas no capítulo 4 para os edifícios hospitalares, nomeadamente a cobertura

horizontal tradicional e a cobertura horizontal invertida:

Cobertura horizontal tradicional

Figura 10 – Esquema de Coberturas Horizontais

Para as componentes básicas de uma cobertura horizontal tradicional indicam-se na Tabela

6 as funções que estas desempenham, o seu modo potencial de falha, o efeito dessa

potencial falha e a causa da referida falha.

Legenda:

1- Estrutura resistente de suporte (lajes fungiformes, maciças ou aligeiradas, com nervuras em duas direcções)

2- Camada de forma, com pendente 3- Barreira pára-vapor 4- Isolamento térmico 5- Sistema de impermeabilização 6- Dessolidarizante 7- Revestimento de protecção

Cobertura horizontal invertida Legenda:

1- Estrutura resistente de suporte (lajes fungiformes, maciças ou aligeiradas, com nervuras em duas direcções)

2- Camada de forma, com pendente 3- Primário 4- Isolamento térmico 5- Sistema de impermeabilização 6- Dessolidarizante 7- Revestimento de protecção

4

1

2

3

5 6 7

7

2

5 4

3

6

1

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Tabela 6 – Componentes básicas da cobertura horizontal e acessível – Função e Potencial Modos de Falha Componente

Básica Função Modo Potencial de Falha Efeito da Potencial Falha Causa da Potencial Falha

Estrutura Resistente

Conferir capacidade de suporte de todas as solicitações a que estará sujeita (peso próprio, acção de agentes atmosféricos, equipamentos, entre outros) ao longo da sua vida útil.

• Deformações excessivas

• Irregularidade no revestimento • Ruptura dos elementos

sobrejacentes à cobertura com infiltração de água

• Nos casos mais graves perda da estabilidade da cobertura

• Assentamentos diferenciais das fundações

• Carregamento das lajes do edifício com sobrecargas superiores para as quais foram dimensionadas

Camada de Forma

Regularizar e criar pendente que garanta o escoamento das águas pluviais.

• Acumulação de água na superfície da cobertura

• Absorção água pelo revestimento de protecção da cobertura e sua infiltração às camadas subjacentes que se degradam e permitem a infiltração de água para o interior do edifício

• Erro de projecto, ou má execução, em que a pendente é inexistente ou muito reduzida, incapaz de assegurar o escoamento

• Fissuração/Fendilhação

• A fissuração/fendilhação da camada de forma ruptura das camadas sobrejacentes comprometendo a estanquidade e permitindo a infiltração de água no interior do edifício

• Assentamentos diferenciais das fundações

• Carregamento das lajes do edifício com sobrecargas superiores para quais foram dimensionadas

• Erro de projecto ou má execução em que a espessura é inadequada ou não foram executadas juntas adequadamente

Barreira Vapor

Criar obstáculo ao fluxo de vapor de água proveniente do interior para as camadas sobrejacentes

• Degradação do material da barreira vapor

• Ocorrência de condensações internas entre o isolamento térmico e a impermeabilização Redução da capacidade isolante.

• Deformações na estrutura e camada de forma da cobertura, que provocam ruptura nas camadas sobrejacentes com a consequente infiltração da humidade

Isolamento Térmico

Contribuir para a satisfação das exigências de conforto térmico dos espaços subjacentes através da redução das trocas de calor entre o ambiente exterior e esses espaços.

• Degradação do material de isolamento

• Ocorrência de condensações • Zonas que facilitam a troca de ar

com o exterior (pontes térmicas)

• Incorrecta colocação do isolamento térmico originando descontinuidades no isolamento

• Diminuição de espessura das placas de isolamento durante a aplicação

• Acção da humidade de infiltração • Esforços mecânicos de compressão

não previstos

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Tabela 6 – Componentes básicas da cobertura horizontal e acessível – Função e Potencial Modos de Falha (continuação) Componente

Básica Função Modo Potencial de Falha Efeito da Potencial Falha Causa da Potencial Falha

Sistema de Impermeabili-zação

Impedir a penetração de água para as camadas subjacentes.

Na

sua

supe

rfíc

ie

• Fissuração do revestimento de impermeabilização

• Infiltração de água para as

camadas subjacentes e para o interior do edifício

• Deformações na estrutura ou na camada de forma da cobertura

• Perfuração do revestimento de impermeabilização

• Despreendimento, degradação ou fissuração/fendilhação da camada de protecção deixando o sistema de impermeabilização sujeito a acções mecânicas directas

• Anomalias decorrentes dos agentes atmosféricos

• Despreendimento, degradação ou fissuração/fendilhação da camada de protecção deixando o sistema de impermeabilização sujeito a acções atmosféricas directas

• Empolamentos

Movimentos da protecção da cobertura, originados por retracções dos materiais empregues ou por variações abruptas da temperatura, transmitidos directamente à impermeabilização cuja capacidade de deformação é ultrapassada

Em

pon

tos

sing

ular

es

• Entrada de humidade para o interior

• A acumulação de detritos e o contacto com as acções atmosféricas são propícios a uma degradação precoce da impermeabilização quando associada a uma má concepção / execução e manutenção

Dessolidari-zante (tela de poliéster)

Proteger o sistema de impermeabilização das variações dimensionais e tensões adicionais (protecção mecânica)

• Degradação do material de dessolidarizante

• Danificação do sistema de impermeabilização

• Incorrecta colocação da tela poliéster originando descontinuidades

• Acção da humidade de infiltração • Esforços mecânicos de compressão

não previstos

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Tabela 6 – Componentes básicas da cobertura horizontal e acessível – Função e Potencial Modos de Falha (continuação)

Componente Básica Função Modo Potencial de Falha Efeito da Potencial Falha Causa da Potencial Falha

Camada de Protecção

Proteger a camada de impermeabilização contra o efeito da radiação solar e acções mecânicas.

• Despreendimento

• Exposição do sistema de impermeabilização às acções mecânicas e climatéricas adversas, com o comprometimento da estanquidade

• Condições climatéricas adversas (acção de ventos fortes) e elementos incorrectamente colocados

• Degradação (envelhecimento precoce dos materiais)

• Variações da temperatura, (graduais

entre valores baixos e valores elevados e alternâncias bruscas) • Radiação ultravioleta e

infravermelha • Ataque dos agentes químicos (da

atmosfera correntes em condições de exposição normal - O2, O3, CO2, H2S, SO2, e da atmosfera em zona de natureza marítima e industrial e agentes químicos específicos relacionados com os locais de aplicação, como é o caso das acções dos ácidos orgânicos em coberturas ajardinadas)

• Fissuração/Fractura dos elementos

• Desprendimento dos elementos de revestimento

• Infiltrações das águas pluviais • Deterioração dos elementos

subjacentes da cobertura • Aspecto estético limitado

• Assentamentos diferenciais dos

elementos da estrutura de suporte que pode provocar desnivelamentos na estrutura ou camada de forma da cobertura

• Acções mecânicas (choque provocado pela colocação de equipamento sobre as coberturas, quedas de granizo, queda de objectos pesados e ferramentas e a circulação descuidada de pessoas e cargas em acções de manutenção e outros trabalhos)

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Tabela 6 – Componentes básicas da cobertura horizontal e acessível – Função e Potencial Modos de Falha (continuação)

Componente Básica Função Modo Potencial de Falha Efeito da Potencial Falha Causa da Potencial Falha

Camada de Protecção (continuação)

Proteger a camada de impermeabilização contra o efeito da radiação solar e acções mecânicas.

• Despreendimento

• Exposição do sistema de impermeabilização às acções mecânicas e climatéricas adversas, com o comprometimento da estanquidade

• Condições climatéricas adversas (acção de ventos fortes) e elementos incorrectamente colocados

• Degradação (envelhecimento precoce dos materiais)

• Variações da temperatura, (graduais

entre valores baixos e valores elevados e alternâncias bruscas) • Radiação ultravioleta e

infravermelha • Ataque dos agentes químicos (da

atmosfera correntes em condições de exposição normal - O2, O3, CO2, H2S, SO2, e da atmosfera em zona de natureza marítima e industrial e agentes químicos específicos relacionados com os locais de aplicação, como é o caso das acções dos ácidos orgânicos em coberturas ajardinadas)

• Fissuração/Fractura dos elementos

• Desprendimento dos elementos de revestimento

• Infiltrações das águas pluviais • Deterioração dos elementos

subjacentes da cobertura • Aspecto estético limitado

• Assentamentos diferenciais dos

elementos da estrutura de suporte que pode provocar desnivelamentos na estrutura ou camada de forma da cobertura

• Acções mecânicas (choque provocado pela colocação de equipamento sobre as coberturas, quedas de granizo, queda de objectos pesados e ferramentas e a circulação descuidada de pessoas e cargas em acções de manutenção e outros trabalhos)

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Tabela 6 – Componentes básicas da cobertura horizontal e acessível – Função e Potencial Modos de Falha (continuação)

Componente

Básica Função Modo Potencial de Falha Efeito da Potencial Falha Causa da Potencial Falha

Camada de Protecção (continuação)

Proteger a camada de impermeabilização contra o efeito da radiação solar e acções mecânicas.

• Desenvolvimento de vegetação parasitária/colonização biológica

• Escoamento deficiente das águas pluviais e estagnação das águas em determinadas zonas que conduz à retenção da água nos poros dos materiais, tornando-os mais vulneráveis a acções mecânicas e aos ciclos gelo / degelo

• A acumulação de detritos, ao dificultar o escoamento das águas, cria condições de humidade necessárias ao desenvolvimento dos microrganismos biológicos e de vegetação de maior porte, tendo ainda a radiação solar como fonte de energia

• Acumulação de detritos (areias, papeis, folhas,…)

• Entupimento dos órgãos de drenagem pluvial da cobertura e estagnação da água na sua superfície

• Acção de agentes atmosféricos (vento que transporta detritos) e acção de animais (detritos dos pombos)

Guarda exterior metálica

Segurança contra a queda

• Despreendimento • Eventual queda da guarda sobre

outras partes do edifício, ou sobre outros bens ou pessoas

• Acções mecânicas acidentais • Acções atmosféricas adversas,

como ventos fortes

• Oxidação da guarda (em materiais metálicos não inoxidáveis)

• Corrosão da guarda com a sua degradação e perda de resistência

• Por exposição aos agentes atmosféricos e por ineficaz ou inexistente revestimento de protecção

Elementos emergentes/imergentes (platibandas, muros, chaminés, pontos de evacuação de águas pluviais, entre outros)

Diversas (segurança contra incêndio, ventilação, drenagem, entre outros)

• Descolamentos de remates da impermeabilização com elementos emergentes ou imergentes da cobertura

• Rasgamento ou fissuração de remates de impermeabilização em juntas de dilatação ou em elementos emergentes e imergentes

• Infiltração de água para as componentes subjacentes, perda de estanquidade da cobertura infiltração de água para o interior do edifício

• Deficiência ou inexistência de remates do sistema de impermeabilização da cobertura com esses elementos

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6.2.2. Paredes exteriores

As paredes exteriores constituem a envolvente opaca vertical do edifício, não têm funções

estruturais, preenchendo a estrutura, têm como objectivo principal constituir uma separação

entre o ambiente interior e o exterior do edifício, de modo a que no ambiente interior sejam

garantidas as condições térmicas e acústicas adequadas. Na Figura 11 apresenta-se

esquema de uma parede exterior.

Legenda: 1 – Revestimento exterior aderente

(reboco, pedra, …) 2 – Pano exterior de alvenaria de tijolo 3 – Espaço de ar com drenagem 4 – Estribo de ligação entre os panos 5 – Isolamento térmico fixado ao pano

interior 6 – Pano interior de alvenaria de tijolo 7 – Revestimento interior (reboco,

estuque,…)

Figura 11 – Esquema de Parede Exterior (fonte adaptada [22]) Para as componentes básicas de uma parede exterior indicam-se na Tabela 7 as funções

que estas desempenham, o seu modo potencial de falha, o efeito dessa potencial falha e a

causa da referida falha.

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Tabela 7 – Componentes básicas das paredes exteriores – Função, Modo Potencial de Falha, seu Efeito e Causa

Componente Básica Função Modo Potencial de Falha Efeito da Potencial Falha Causa da Potencial Falha

Revestimento exterior

Reboco

Garantir: • Acabamento e

protecção do tosco da parede

• estanquidade à água

• isolamento térmico

• ausência de condensações

• durabilidade

• Colonização biológica • Provoca a perfuração e descamação

no revestimento, levando à sua destruição

• A humidade propicia o desenvolvimento de microorganismo e plantas, sendo que as fachadas com fraca exposição ao sol e sujeita a humedecimento são mais propícias

Fen

das

e F

issu

raçã

o

• Fendas generalizadas sem orientação preferencial e de pequena largura (Pele de crocodilo)

• Infiltração de água pelas fissuras e fendas do reboco para o tosco da parede

• Retracção de secagem inicial ou falta de cuidado na execução (espessura exagerada, deficiente cura, excesso de água na amassadura)

• Fendas de traçado contínuo ao longo de junções de materiais de suporte diferentes

• Expansão da argamassa das juntas de assentamento, pela acção dos sulfatos (das alvenarias de tijolo ou bloco, ou da argamassa ou da água)

• Fendas diagonais a partir de vão abertos

• Variações diferenciais das dimensões dos materiais

• Enfraquecimento do suporte ou deformação dos panos da parede

• Destacamento

• A perda de aderência do reboco expõe o tosco da parede à acção da água, comprometendo a estanquidade

• Má qualidade do reboco • Aplicação sobre um suporte

inadequado ou mal preparado

• Manchas esbranquiçadas

• Alteração da aparência da superfície do revestimento podendo até ser agressiva e causar a sua desagregação

• Carbonatações provocadas em condições atmosféricas inadequadas, ocorrendo a libertação da cal durante a presa do cimento

• Eflorescências/cripto-eflorescências

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Tabela 7 – Componentes básicas das paredes exteriores – Função, Modo Potencial de Falha, seu Efeito e Causa (continuação)

Componente

Básica Função Modo Potencial de Falha Efeito da Potencial Falha Causa da Potencial Falha

Revestimento exterior (continuação)

Reboco (continua-ção)

Garantir: • Acabamento e

protecção do tosco da parede

• estanquidade à água

• isolamento térmico

• ausência de condensações

• durabilidade

• Esboroamento

• Alteração da aparência da superfície do revestimento podendo até ser agressiva e causar a sua desagregação

• Envelhecimento natural do revestimento • Sistemas de pintura inadequados.

Sobrepigmentação, ligação ligante/pigmento inadequada, utilização de diluente inadequado, aplicação de produto para interior em superfícies expostas à intempérie;

• Aplicação inadequada. Espessura insuficiente;

• Incompatibilidade do produto com a base de aplicação

Cerâmico

• Colonização biológica

• Alteração da aparência da superfície com o comprometimento estético, devido à formação de manchas de várias cores causadas por microrganismos, e nos casos mais graves pode conduzir a alterações de propriedades de materiais, como a descoloração e/ou penetração nos poros e ataque biológico das juntas

• Formação de microrganismos (algas, líquenes e musgos), nas juntas dos revestimentos cerâmicos em zonas húmidas e pouco soalheiras

• Formação de macroorganismos, (vegetação com raízes incrustadas sob o próprio revestimento)

• Excrementos corrosivos que as aves depositam

• Fissuração e fendilhação

• Fissuras que atravessam a espessura do ladrilho pondo as camadas subjacentes em contacto com águas que se podem infiltrar

• Envelhecimento por exposição aos raios ultra-violetas

• Falta de uma camada de acabamento • Contracção ou expansão do produto de

assentamento dos ladrilhos. • Fendilhação do suporte, ou movimentos

diferenciais suporte-revestimento que provocam tracção nos ladrilhos.

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Tabela 7 – Componentes básicas das paredes exteriores – Função, Modo Potencial de Falha, seu Efeito e Causa (continuação)

Componente

Básica Função Modo Potencial de Falha Efeito da Potencial Falha Causa da Potencial Falha

Revestimento exterior (continuação)

Cerâmico (continua-ção)

Garantir: • Acabamento e

protecção do tosco da parede

• estanquidade à água

• isolamento térmico

• ausência de condensações

• durabilidade

• Destacamento

• Perda de aderência, relativamente ao suporte, com ou sem empolamento.

• Na maior parte dos casos não é possível recolocar os ladrilhos por estes não caberem no espaço que anteriormente ocupavam

• Movimentos diferenciais suporte-sistema de revestimento (retracção nas camadas subjacentes e elevadas tensões de corte que se geram nos planos de colagem)

• Deficiências do suporte Aderência insuficiente entre camadas do sistema de revestimento

• Falta de juntas elásticas no contorno do revestimento.

• Pressão de vapor de água • Expansão dos ladrilhos

Pintura

• Colonização biológica

• Alteração da aparência da superfície com o comprometimento estético e nos casos mais graves provoca a perfuração e descamação no revestimento, levando à sua destruição

• Determinadas condições propiciam o seu desenvolvimento, nomeadamente, humidade atmosférica e temperaturas elevadas, ausência de radiação solar, ausência de ventilação e o revestimento possuir uma cor clara

• Fissuração e fendilhação

• Alteração da aparência da superfície com o comprometimento estético e nos casos mais graves expõe as camadas subjacentes da parede à acção da água, comprometendo a estanquidade

• Fissuração do suporte • Envelhecimento por exposição aos raios

ultra-violetas

• Perda de aderência

• Alteração da aparência com o comprometimento estético e exposição do suporte às águas da chuva

• Insuficiente permeabilidade ao vapor de água

• Deficiente preparação do suporte (eventual ausência de primário)

• Má qualidade da pintura

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Tabela 7 – Componentes básicas das paredes exteriores – Função, Modo Potencial de Falha, seu Efeito e Causa (continuação)

Componente

Básica Função Modo Potencial de Falha Efeito da Potencial Falha Causa da Potencial Falha

Revestimento exterior (continuação)

Pintura (continua-ção)

Garantir: • Acabamento e

protecção do tosco da parede

• estanquidade à água

• isolamento térmico

• ausência de condensações

• durabilidade

• Destacamento

• Alteração da aparência com o comprometimento estético e exposição do suporte às águas da chuva

• As condições de temperatura e humidade na aplicação da tinta, nomeadamente falta de penetração da tinta devido a uma secagem rápida, excesso de humidade da parede e atraso na secagem por temperaturas baixas

• Inadequada preparação da superfície

• Eflorescências e cripto-eflorescências

• Alteração da aparência da superfície do revestimento podendo até ser agressiva e causar a sua desagregação

• Presença de humidade e de sais solúveis presentes no suporte - Depósito de sais (do tipo cloretos, nitratos, sulfatos, carbonatos e hidróxido) à superfície causado pela evaporação de água, que provoca deste modo a sua cristalização

• Grafitis e sujidades

• Alteração da aparência com o comprometimento estético e nos casos mais graves provoca a perfuração no revestimento, levando à sua destruição

• Acção humana • Poeiras transportadas pelo vento • Envelhecimento por exposição à poluição

atmosférica

• Enfarinhamento

• Alteração da aparência com o comprometimento estético e exposição das camadas subjacentes à água da chuva

• Envelhecimento natural do revestimento; • Sistema de pintura inadequado, com

sobre pigmentação, ligação ligante/pigmento inadequada, utilização de diluente inadequado, aplicação de produto para interior em superfícies expostas à intempérie;

• aplicação inadequada, com espessura insuficiente;

• incompatibilidade do produto com a base de aplicação

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Tabela 7 – Componentes básicas das paredes exteriores – Função, Modo Potencial de Falha, seu Efeito e Causa (continuação) Componente

Básica Função Modo Potencial de Falha Efeito da Potencial Falha Causa da Potencial Falha

Pano exterior de alvenaria

Tijolo/ Blocos de betão

Estabelecer a separação entre os ambientes externo e interno

• Fendas estruturais

• Fissuras e fendas nos revestimentos das paredes, com a consequente repercussão nos revestimentos e infiltração de água.

• Nos casos mais graves a derrocada da parede

• Assentamento diferencial das fundações

• Deformação da estrutura de betão armado incompatível com a alvenaria

• Paredes desligadas entre si ou dos pavimentos

• Sismos

• Movimento de elementos

• Esmagamento de elementos

• Infiltração de água

• Infiltração de água para a caixa-de-ar que pode com o tempo surgir no pano interior da parede

• Infiltração da chuva através da fachada ou da cobertura

• Humidades ascendentes do terreno (caso das paredes em pisos térreos)

• Degradação dos materiais das alvenarias

• Infiltração de água para a caixa-de-ar que pode com o tempo surgir no pano interior do edifício.

• Nos casos mais graves a derrocada da parede

• Variações de temperatura provocam a dilatação e contracção das paredes ficando assim a ligação entre as juntas e os tijolos sujeita a elevados esforços de corte face à restrição mútua de movimentos

• A humidade - a expansão das alvenarias devida a fenómenos de higroscopicidade ocorre preferencial nos cantos desabrigados, platibandas e na base das paredes de pisos térreos

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Tabela 7 – Componentes básicas das paredes exteriores – Função, Modo Potencial de Falha, seu Efeito e Causa (continuação) Componente

Básica Função Modo Potencial de Falha Efeito da Potencial Falha Causa da Potencial Falha

Caixa-de-ar

Contribuir para a secagem e drenagem de humidade que possa eventualmente existir nesse espaço, a qual pode ter origem em infiltrações pelo pano exterior ou em condensações do fluxo de vapor interior-exterior. Para cumprir as suas funções, este espaço deve estar drenado, ventilado e limpo, não constituindo depósito de argamassa ou quaisquer outros detritos

• Manchas de humidade no revestimento do pano interior da parede

• Estas condições conduzem ao desenvolvimento de microorganismos (bactérias, fungos e líquenes) que propiciam deteriorações químicas e/ou mecânicas, levando à degradação do revestimento interior da parede e das condições de habitabilidade do compartimento afectado

A higroscopicidade dos tijolos e das argamassas permite a ascensão da água por capilaridade, manifestando-se a humidade no reboco ao longo de toda a altura da parede, podendo a causa ser:

• A caixa-de-ar estar parcialmente obstruída com desperdícios de argamassa e outros materiais,

• Os estribos de ligação dos panos da parede de alvenaria possuírem inclinação para o interior,

• O dispositivo de recolha de águas de infiltração está obstruído, mal executado ou inexistente

• Os orifícios de drenagem dos dispositivos de recolha de águas de infiltração estarem mal posicionados ou inexistentes

Isolamento Térmico

Contribuir para a satisfação das exigências de conforto térmico do interior do edifício através da redução das trocas de calor entre o ambiente exterior e esses espaços.

• Manchas de humidade no revestimento do pano interior da parede.

• Condensações.

• Degradação das condições de habitabilidade do compartimento afectado.

• Erro de escolha ou na colocação de

isolamento térmico na caixa-de-ar

• Humedecimento e deterioração do isolamento térmico por contacto com água proveniente da fachada ou ascensional

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6.2.3. Vãos envidraçados exteriores

Os vãos envidraçados exteriores mais utilizados são os de batente de eixo vertical e os de

correr.

Para as componentes básicas de um vão envidraçado exterior indicam-se na Tabela 8 as

funções que estas desempenham, o seu modo potencial de falha, o efeito dessa potencial

falha e a causa da referida falha.

Tabela 8 – Componentes básicas de vãos exteriores envidraçados – Função, Modo Potencial de Falha, seu Efeito e Causa

Componente

Básica

Função Modo Potencial de Falha

Efeito da Potencial Falha Causa da Potencial Falha

Aro e Caixilharia

• Apoio e suporte ao envidraçado

• Deformações

• Deficiente estanquidade

• Movimentos estruturais

• Perdas térmicas • Despreendimento do

vidro com consequentes perigos

Vidro • Permitir a entrada

de luz natural e ver o exterior

• Rachar ou partir e perda

• Deficiente estanquidade • Acidentes e Movimentos estruturais • Perdas térmicas

Material Vedante

• Assentar e vedar o aro • Descolamento

• Deficiente estanquidade • Envelhecimento do material, agressividade das condições climatéricas

• Perdas térmicas

Mecanismos das caixilharias e estores

• Permitir a abertura e fecho das caixilharias e dos estores

• Degradação

• Impossibilidade/dificuldade de abrir e fechar a caixilharia ou o estore

• A utilização, o envelhecimento do material, agressividade das condições climatéricas • Ruído

Estores • Obscurecimento

dos compartimentos

• As réguas do estore desencaixarem da calha

• Impossibilidade/dificuldade de abrir e fechar o estore

• O envelhecimento do material, agressividade das condições climatéricas

• Comprometer as condições de conforto visual

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6.2.4. Redes de abastecimento de água

Para as componentes básicas das redes de abastecimento de água fria e quente indicam-se

na Tabela 9 as funções que estas desempenham, o seu modo potencial de falha, o efeito

dessa potencial falha e a causa da referida falha.

As principais falhas destas instalações nos edifícios estão associados geralmente a

fenómenos de:

• Corrosão • Incrustações • Fugas • Contaminação • Funcionamento deficiente dos equipamentos

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Tabela 9 – Componentes básicas das Redes de Abastecimento de Água – Função, Modo Potencial de Falha, seu Efeito e Causa

Componente

Básica Função Modo Potencial de Falha Efeito da Potencial Falha Causa da Potencial Falha

Tubos

Condução da água fria e quente aos pontos de utilização nas condições especificadas (temperatura, pressão, caudal) sem ruídos e vibrações que afectem o ambiente hospitalar característico dos seus diferentes compartimentos e sem desgaste visível das partes constituintes da instalação

• Ruptura • Infiltrações, inundações • Inadequada união dos tubos

• Fenómenos de corrosão

• Alteração da qualidade da água (cor/sabor/composição)

• Dissolução de metais na água (Fe, Cr, Ni)

• Fenómenos de Corrosão

• Deficiente ligação entre tubos Infiltrações, Inundações • Inadequada união dos tubos

• Condições de abastecimento nos pontos de utilização inadequadas

• Ruídos e vibrações • Deficiente abastecimento

dos pontos de utilização

• Dimensionamento inadequado da rede e do sistema de bombagem

• Variações bruscas de diâmetro dos tubos

• Presença de calcário • Alteração das condições de

pressão impostas • Ausência de manutenção

Chuveiros e torneiras

Regulação do caudal da rede de água fria e quente no ponto de utilização

• Corrosão e incrustações • Desenvolvimento

bacteriano que pode Infectar os utilizadores

• Baixo teor de cloro residual livre na água

• Deficiente regulação do caudal • Inundações e consumos

excessivos de água • Desgaste

• Fixações deficientes • Inundações e consumos

excessivos de água • Inadequada utilização dos

dispositivos

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Tabela 9 – Componentes básicas das Redes de Abastecimento de Água – Função, Modo Potencial de Falha, seu Efeito e Causa (continuação)

Componente

Básica Função Modo Potencial de Falha Efeito da Potencial Falha Causa da Potencial Falha

Válvulas

Órgãos acessórios para facilitar a manobra e controlo do sistema:

• Seccionamento (permitir isolar troço da conduta em caso de avaria ou acção de manutenção)

• Ventosas (permitir a saída de ar acumulado nos pontos altos e a saída/entrada após esvaziamento /enchimento da conduta)

• Descarga (permitir o esvaziamento de troços da conduta)

• Retenção (evitar o retorno do escoamento)

• Redutora de pressão (manter a pressão abaixo de um valor limite estabelecido por aplicação de uma perda de carga)

• Controlo de Caudal • Controlo de nível

• Dificuldade ou impossibilidade de manobra e controlo do sistema

• Impedimento de acções de manutenção

• Ruído • Retorno no escoamento

• Fenómenos de Corrosão • Desgaste

Autoclismos tipo mochila

Armazenar e descarregar água • Deficiente regulação do caudal

• Inundações e consumos excessivos de água

• Desgaste

Isolamento térmico

Garantir a temperatura da água no interior nas tubagens de água quente e evitar que as tubagens de água fria aqueçam para temperaturas não adequadas

• Arrefecimento da água quente

• Aquecimento da água fria

• Gastos de energia (rede de água quente)

• Temperaturas na rede de água quente propícias ao desenvolvimento bacteriológico (e nas redes de água fria em contacto próximo com a de água quente)

• Má qualidade do material empregue que deve ser imputrescível, incombustível, não corrosivo, resistente à humidade e microorganismos

• Má colocação

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Tabela 9 – Componentes básicas das Redes de Abastecimento de Água – Função, Modo Potencial de Falha, seu Efeito e Causa (continuação)

Componente Básica Função Modo Potencial de Falha Efeito da Potencial Falha Causa da Potencial Falha

Louças sanitárias

Permitir a lavagem ou a realização de despejos

• Fracturação das louças • Inundações

• Inadequada utilização das louças sanitárias (baixa resistência mecânica à tracção, flexão e ao choque)

• Má aparência com eventual deslocamento do revestimento exterior

• Desconforto e falta de higiene (pelo aumento da porosidade)

• Inadequada manutenção das louças (resistência aos agentes químicos)

• Obstrução dos órgãos de descarga

• Inundações • Infectar os utilizadores

• Inadequada utilização e deficiente limpeza

Tinas Permitir a lavagem de material diverso

• Obstrução dos órgãos de descarga

• Inundações • Infectar os utilizadores

• Inadequada utilização e deficiente limpeza

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7. MATRIZ DE CRITICIDADE A criticidade de uma parte constituinte do edifício hospitalar pode ser função de diversos

factores, dependendo não só do contexto operacional, da área funcional em que se insere,

mas também das consequências que o seu estado de condição (conforme definido no ponto

3.2.2) pode ter para a unidade hospitalar. Por essa razão, a classificação de criticidade não

é um processo linear e deve ser abordada numa perspectiva dinâmica, no sentido de ser

revista periodicamente no âmbito de uma análise de modos de falhas típicos e dos seus

impactos na exploração do estabelecimento hospitalar.

Na avaliação do impacte do efeito do modo de falha sobre o funcionamento do edifício

hospitalar tem-se em conta vários aspectos, nomeadamente os efeitos:

• possíveis na exploração clínica;

• sobre o sistema, subsistema, elemento ou componente básica;

• no cumprimento de exigências contratuais;

• no cumprimento de requisitos regulamentares.

Em complemento à análise efectuada no ponto 6.1 é elaborada a matriz de avaliação

qualitativa de análise de riscos, em que a aceitabilidade do risco é analisada nas suas duas

dimensões, a severidade e a probabilidade de ocorrência da falha, conforme se ilustra na

Figura 12.

Figura 12 – Matriz de criticidade

Nos pontos 7.1, 7.2, 7.3 identificam-se, de acordo com a metodologia do FMECA

esquematizada no fluxograma apresentado na Figura 9, os índices de severidade, de

Risco Aceitável

Risco Tolerável

Risco Intolerável

1

2

3

4

5

6

Severidade da Falha

1

2

3

4

5

6

Ocorrência da Falha

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ocorrência e detectabilidade da falha que vão permitir não só verificar de forma qualitativa a

aceitabilidade do risco como hierarquizá-lo e definir a prioridade das intervenções de

manutenção, através da determinação do número de risco de prioridade.

7.1. Índice de severidade (S)

Consoante a gravidade do efeito potencial da falha é atribuído um Índice de Severidade que

assume valores compreendidos numa escala de 1 a 10. Por se tratar de um edifício que

presta serviço ao público, adoptaram-se, nesta dissertação, os critérios para valorização do

índice de severidade que se indicam na Tabela 10, que num edifício hospitalar concreto

terão de ser ponderados face à avaliação de aceitabilidade do risco.

Tabela 10 – Índice de Severidade (adaptado [21])

Valor do

Índice

Critério Segurança e Saúde das pessoas

Ambiente Económico Opinião Pública

1 Negligenciável Sem impacte mensurável

Impacte baixo Nenhuma censura

2 3

Pequenos primeiros socorros

Pequenos impactes na zona

Impacte médio Censura baixa

4 5

Pequenos ferimentos

Violação legal ou permitida

Impacte médio-alto

Censura média-baixa

6 7

Incapacidade temporária

Prejuízo local Impacte alto Censura média

8 9

Incapacidade permanente

Impacte significativo mas

reversível

Impacte muito alto

Censura média-alta

10 Fatalidade Impacte

catastrófico Impacte massivo Censura alta

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7.2. Índice de ocorrência (O)

Este índice pretende classificar a frequência ou probabilidade de aparecimento de cada

modo de falha.

Tabela 11 – Índice de Ocorrência

Valor do Índice Probabilidade Critério 1 Remota Falha improvável 2 3

Muito Baixa Falha que raramente ocorre

4 5

Baixa Falha ocasional

6 7

Moderada Falha que ocorre com alguma frequência

8 9

Alta Falha que ocorre com frequência

significativa 10 Muito Alta Falha quase inevitável

A probabilidade de fenómenos potenciais causadores da anomalia se manifestarem durante

o período de exploração do hospital nas diversas componentes do edifício depende de

inúmeros factores, como são as condições climatéricas do local onde se insere o edifício, o

tipo de utilização e de manutenção praticada, a qualidade do projecto e da obra executada,

ente outros. De facto, as acções degradativas variam não só com a natureza dos materiais e

tecnologias especificadas no projecto e empregues na construção do edifício, como com a

intensidade, a duração, a frequência e o tipo de agente agressivo a que a componente é

exposta.

7.3. Índice de detecção (D)

Neste índice mede-se a detectabilidade, ou seja a probabilidade de um procedimento de

controlo não detectar a falha ou modo de falha. Trata-se de uma grandeza adimensional que

relaciona a possibilidade de identificar a falha antes do sistema ou utilizador serem

afectados.

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Tabela 12 – Índice de Detecção

Índice de Detecção

Probabilidade de detecção do modo de falha

Critério

1 Muito Alta As medidas de controlo irão detectar a falha 2 3

Alta Boa probabilidade da falha ser detectada

4 5

Moderada A falha pode ser detectada

6 7

Baixa Baixa probabilidade da falha ser detectada

8 9

Muito baixa A falha tem uma grande probabilidade de não ser

detectada 10 Impossível detectar As medidas de controlo não irão detectar a falha

7.4. Análise da criticidade

Tendo por base os índices calculados para cada um dos modos potenciais de falha pode-se

determinar de forma quantitativa o número de risco de prioridade (RPN):

RPN = S x O x D Em que:

S – Índice de Severidade

O - Índice de Ocorrência

D – Índice de Detecção

A análise do valores determinados para o RPN permite hierarquizar as prioridades das

acções de manutenção preventiva a desenvolver em cada componente básica do sistema

para reduzir ou minimizar os efeitos que certos modos de falha podem originar.

Na Tabela 13 exemplifica-se matriz de criticidade aplicável a componentes que integram um

edifício hospitalar, que permite de forma qualitativa verificar a aceitabilidade de ocorrência

de falha nessa componente.

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Tabela 13 – Matriz de criticidade que relaciona ocorrência da falha versus severidade da falha.

Escala Ocorrência

Severidade Segurança e Saúde das pessoas

Ambiente Económico Opinião Pública

1 Remota Insignificante Insignificante Insignificante Insignificante 2 Muito Baixa Muito reduzida Muito reduzida Muito reduzida Muito reduzida 3 Baixa Reduzida Reduzida Reduzida Reduzida 4 Moderada Moderada Moderada Moderada Moderada 5 Alta Alta Alta Alta Alta 6 Muito Alta Muito Alta Muito Alta Muito Alta Muito Alta

A análise da criticidade terá de ter em conta o local do hospital onde pode ocorrer o modo

potencial de falha, bem como a redundância do bem que possa vir a ser afectado. No

âmbito deste trabalho, as componentes do edifício relativas às partes de construção civil

analisadas, não constituem per si as componentes mais críticas do hospital, nem tão pouco

aquelas em que ocorrem maior número de falhas, como são os casos das instalações e

equipamentos mecânicos e eléctricos. No entanto, dependo da localização funcional no

hospital destas componentes, as consequências dos seus modos potenciais de falha podem

ser de gravidade muito diversa, consoante se tratem de áreas criticas, muito relevantes,

relevantes ou simplesmente de apoio.

De facto, a severidade de uma falha ocorrer num vão envidraçado ou num pano interior de

uma parede exterior dupla de alvenaria num compartimento integrado numa área funcional

crítica do hospital é completamente distinta se a falha ocorrer num compartimento localizado

numa área de apoio, já que no primeiro caso pode motivar a indisponibilidade do

compartimento e afectar a prestação do serviço clínico. No entanto, a criticidade da

componente em si mesma não é comparável quando se trata de componentes de

construção civil ou quando se trata de instalações e equipamentos. Por esse motivo muitas

das instalações e equipamentos dos hospitais, cuja paragem por falha teriam impactos

negativos na exploração clínica, são redundantes.

Adaptando a ficha de apresentação de um Failure Mode and Effects Analyses que se

reproduz na Figura 13 apresentam-se no Anexo 3 para as componentes básicas analisadas

no capítulo 6 (a cobertura horizontal acessível, a parede exterior, o vão exterior envidraçado

e as redes prediais de abastecimento de água fria e quente), as respectivas fichas

preenchidas.

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Figura 13 – Ficha exemplificativa de um Failure Mode and Effects Analysis

Nº FMEA: Data FMEA:

Elemento FunçãoModo de Falha

Potencial

Efeitos Potenciais

da FalhaS

eve

rid

ad

e Causas Potenciais da

Falha

Oco

rrê

nci

a Medidas de

Controlo

Det

ecçã

o

R

PN

Acção RecomendadaResponsável e

data de conclusão

Sev

eri

da

de

Oc

orr

ênci

a

Det

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o

RP

N

Resultados da Acção

Processo / Produto:

Coordenador:

Equipa FMEA:

Processo FMEA

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8. PLANOS DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA PARA AS COMPONEN TES DO EDIFÍCIO HOSPITALAR

No âmbito deste trabalho, por o número de componentes que integram os elementos dos

sistemas do edifício hospitalar ser muito extenso (a desagregação dos elementos que

integram os sistemas do edifício apresentam-se no Anexo 1) e em alguns casos as acções

de manutenção preventiva serem até repetitivas, seleccionaram-se alguns dos elementos de

construção civil anteriormente caracterizados, cujos modos potenciais de falha foram

analisados, para sobre esses apresentar o planeamento das actividades de manutenção

preventiva, admitindo que face às vidas úteis estimadas para esses elementos do edifício

hospitalar, à evolução tecnológica e às alterações de conjectura politica, social e económica

previsíveis ocorrerem é expectável que ao fim de 30 anos seja necessário proceder à

reabilitação deste edifícios.

8.1. Elaboração do plano de manutenção preventiva

Na elaboração do Plano de Manutenção Preventiva do edifício, o gestor do edifício

hospitalar deverá previamente efectuar uma caracterização das componentes dos

elementos que integram os seus sistemas que são objecto de manutenção, de forma a

constituir o cadastro das componentes do Edifício. Esse cadastro permite associar a cada

componente do edifício informação de carácter técnico (localização no edifício/serviço, sua

redundância, material, solução construtiva, marca, modelo, dimensões, data de

construção/instalação, data de entrada em serviço, vida útil, dados de desempenho, número

de intervenções efectuadas, procedimentos de utilização e de manutenção) e financeiro

(encargos registados e previstos com a aquisição, manutenção, substituições e consumos

energéticos).

Os Planos de Manutenção Preventiva são documento dinâmicos que vão sendo

interactivamente ao longo do tempo melhorados face aos resultados de desempenho e

operacionalidade técnicos e económicos obtidos durante a vida útil do Edifício.

Na Figura 14 ilustra-se, em forma de fluxograma, as fases que se consideram no

desenvolvimento dos Planos de Manutenção Preventiva. Conforme se pode observar nesse

fluxograma, a elaboração do plano de manutenção preventiva, exige o conhecimento:

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• das características técnicas e operacionais das componentes do edifício, tendo em

consideração o definido no projecto de execução e nas especificações técnicas e o

estabelecido para essas componentes nas especificações de serviço e dos

fornecedores/fabricantes, atendendo às disposições legais, regulamentares e

recomendações técnicas em vigor;

• das componentes críticas do edifício, tendo em consideração as áreas funcionais

em que se inserem e os sistemas que suportam, bem como a sua redundância;

• do plano do ciclo de vida de todas as componentes do Edifício Hospitalar. De facto,

todas as componentes do edifício têm um tempo útil de vida, acima do qual a sua

manutenção deixa de ser técnica e economicamente adequada, aspecto que deve

ser atendido na elaboração do plano, em função do tempo de vida útil das

componentes, os investimentos necessários a uma manutenção equilibrada.

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Figura 14 – Fases de desenvolvimento do Plano de Manutenção Preventiva

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8.2. Fichas exemplificativas dos planos de manutenç ão preventiva

No final deste ponto apresentam-se nas tabelas números 18 a 21 fichas exemplificativas dos

planos de manutenção preventiva elaboradas para os elementos anteriormente

seleccionados, onde a informação necessária à execução das intervenções é estruturada do

seguinte modo:

• Código do elemento em conformidade com a hierarquia estabelecida para os bens

objecto de manutenção no capítulo 4 deste trabalho;

• Localização do elemento no sistema e subsistema do edifício;

• Indicação das componentes básicas que o elemento integra;

• Indicação dos seus modos potenciais de falha;

• Identificação do tipo de procedimento;

• Indicação do modo de actuação;

• Indicação da periodicidade das intervenções;

• Indicação dos meios e técnicas associadas à intervenção;

• Indicação dos recursos técnicos necessários.

As fichas dos planos de manutenção preventiva elaborados integram acções de

manutenção preventiva sistemática, condicionada e de carácter regulamentar.

8.2.1. Acções de manutenção preventiva sistemática As acções de manutenção preventiva sistemática são calendarizadas, com periodicidades

fixas, definidas em fase de projecto para cada elemento do sistema de manutenção,

independentemente do seu estado de desempenho.

No entanto, o planeamento destas acções implica o conhecimento da vida útil dos vários

elementos constituintes do edifício, em particular dos que são mais susceptíveis de

operações de manutenção ou daqueles cuja mínima perda de desempenho coloque em

risco o adequado funcionamento do sistema que integram ou mesmo do edifício. De facto, a

optimização da frequência destas intervenções obriga a um conhecimento profundo das

características de cada elemento, o que só é possível se estiver reunido um conjunto de

informações técnicas e de estudos que atestem a forma como o elemento se vai degradar

ao longo do tempo, de acordo com as condições de utilização a que estiver sujeito e as

exigências funcionais que tiver de satisfazer.

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Para as componentes em análise neste trabalho, identificaram-se como acções de

manutenção preventiva sistemática as que se indicam na Tabela 14.

Tabela 14 – Acções de manutenção preventiva sistemática recomendadas

Documento Acções e Procedimentos Elemento/Componente

Boas Práticas

Antes da época das chuvas, deve ser feita inspecção e limpeza aos sumidouros e inspecção de todos os elementos da cobertura, com especial atenção ao respectivo material de revestimento.

Cobertura

Boas Práticas

Anualmente deve ser feita uma inspecção visual do estado geral da fachada. Anualmente, após a época invernal, deve ser feita uma inspecção aos pontos frios das paredes em busca de aparecimento de manchas de humidades. Limpeza periódica dependendo do revestimento aplicado e do local do edifício. .

Paredes Exteriores

Boas Práticas Anualmente lubrificar as ferragens das serralharias

Vãos Exteriores

Envidraçados

Doença dos

Legionários

Guia Prático [23]

Desmontar, pelo menos semestralmente, as torneiras e os crivos das cabeças dos chuveiros para limpeza de detritos acumulados e posterior desinfecção (utilizar-se lixívia), substituindo-se as juntas e filtros sempre que a inspecção o aconselhe

Redes prediais de águas

frias e quentes.

Torneiras e chuveiros

Nos pontos extremos dos sistemas de distribuição de água existe a possibilidade de ocorrerem as condições propícias para o aparecimento da Legionella, devendo-se efectuar descargas semanais em torneiras ou chuveiros. Esta acção é complementada pelo controlo semanal ou diário dos valores de cloro residual livre, permitindo o reajuste do sistema caso necessário. Nas zonas mortas, do ponto de vista hidráulico, ou nos pontos de menor consumo, é conveniente fazer uma descarga mensal de água quente a 60ºC durante dois minutos

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8.2.2. Acções de manutenção preventiva condicionada As acções de manutenção condicionada consistem em inspecções periódicas

calendarizadas com o objectivo de aferir a evolução do estado de desempenho dos

elementos do edifício e desse modo, permitir detectar fenómenos pré-patológicos e

anomalias.

Para as componentes em análise neste trabalho, identificaram-se como acções de

manutenção preventiva condicionada as que se indicam na Tabela 15.

Tabela 15 – Acções de manutenção preventiva condicionada recomendadas

Documento Acções e Procedimentos Elemento/Componente

ET 07/2009 [4]

Monitorização da qualidade da água tendo em vista garantir a eficiência do processo de tratamento e minimizar a contaminação dos circuitos de distribuição controle de fenómenos de corrosão

Rede de água fria Rede de água quente Depósitos de regularização de consumos

Monitorização dos parâmetros para controlo da corrosão: Temperatura, condutividade, cloretos, sulfatos, sólidos dissolvidos totais, pH, oxigénio dissolvido, anidrido carbónico livre, cloro residual livre, ferro, manganês, dureza cálcica, alcalinidade total e índice de saturação de Langelier

Monitorização dos parâmetros da qualidade da água com determinação dos metais pesados: Níquel e crómio Monitorização dos parâmetros microbiológicos da água: bactérias redutoras e oxidantes de sulfato e de ferro

8.2.3. Acções de manutenção preventiva regulamentar es

No âmbito da manutenção regulamentar das componentes do edifício hospitalar que são

objecto de análise neste trabalho, identificou-se diversa legislação que exige um conjunto de

acções inspectivas e procedimentos a serem implementados para assegurarem o adequado

funcionamento do edifício, conforme se sintetiza na Tabela 16.

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Tabela 16 – Legislação aplicável aos elementos do edifício hospitalar

Documento Acções e Procedimentos Elemento/Componente

Decreto-Lei n.º 220/2008, de 12 de Novembro [N17] Portaria n.º 1532/2008, de 29 de Dezembro [N18]

O artigo 19.º do RJ-SCIE estabelece que os edifícios enquadrados na 3ª ou 4ª categoria de risco da utilização tipo V, como é o caso dos hospitais, estão sujeitos a inspecções regulares, a realizar pela ANPC ou por entidade por ela credenciada, para verificação da manutenção das condições de SCIE aprovadas e da execução das medidas de autoprotecção, a pedido das entidades responsáveis, com periodicidade anual.

Elementos não Estruturais: • Funcionamento das Portas

corta-fogo e nos caminhos de evacuação (mecanismos de abertura/fecho)

• Estado de actualização e conservação da sinalética de emergência nos caminhos de evacuação

• As bocas-de-incêndio tipo teatro, com mangueiras flexíveis e diâmetros estão devidamente sinalizadas

Instalações e Equipamentos de águas: • Rede armada de incêndios • Colunas secas • Colunas húmidas • Carreteis • As mangueiras das bocas-de-

incêndio do tipo teatro estão devidamente enroladas e em bom estado de conservação

• Rede de caleiras de escoamento para ralos ligados aos colectores de águas residuais do edifício para drenagem de águas residuais da extinção de incêndios

Decreto-Lei n.º 306/2007, de 27 de Agosto [N27]

Estabelece no seu Anexo I os valores paramétricos dos parâmetros da água destinada ao consumo humano.

Instalações e Equipamentos de águas: • Central de tratamento de água

proveniente do depósito de reserva e de regularização de consumos

Decreto-Lei n.º 505/99, de 20 de Novembro [N21]

Integra instrução sobre a água para hemodiálise, designadamente o seu armazenamento, a sua purificação e a sua garantia de qualidade, sobre o concentrado de distribuição central para hemodiálise e sobre o dialisante

Instalações e Equipamentos de águas: • Água para a hemodiálise

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Tabela 16 – Legislação aplicável aos elementos do edifício hospitalar (continuação)

Documento Acções e Procedimentos Elemento/Componente Aviso n.º 9448/2002 (2.a série), de 31 de Julho de 2002 [N20] Decreto Regulamentar nº 5/97, de 31 de Março [N28]

Contém disposições relativas à manutenção dos equipamentos do serviço de Medicina Física e Reabilitação, remetendo no que respeita ao controlo da qualidade da água das piscinas terapêuticas, nomeadamente quanto às características físicas e químicas da água para o exigido no anexo II do Decreto Regulamentar n.º 5/97.

Instalações e Equipamentos de águas e esgotos:

Decreto-Lei n.º 78/2006, de 4 de Abril [N13]

Estabelece auditorias que incluem a pesquisa de Legionella em amostras de água recolhidas nos locais de maior risco, nomeadamente nos depósitos de água quente, não devendo ser excedido um número superior a 100 UFC

Instalações e Equipamentos de águas: Depósitos de água quente

Decreto-Lei n.º 180/2002, de 8 de Agosto [N19]

Normas relativas à protecção da saúde das pessoas contra os perigos resultantes das radiações ionizantes em exposições radiológicas médicas que transpõe para a ordem jurídica interna a Directiva n.º 97/43/Euratom

Instalações e Equipamentos de esgotos: Câmaras de decaimento (Para as descargas de resíduos líquidos do laboratório, em sistemas de esgoto sanitário, as concentrações médias, calculadas com base no caudal mínimo garantido do sistema de esgoto na zona que serve a instalação, deverão ser as seguintes: As concentrações médias anuais não deverão exceder o triplo da concentração de referência CR apropriada; As concentrações médias mensais não deverão exceder 15 vezes CR; As concentrações médias diárias não deverão exceder 60 vezes CR.)

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8.2.4. Procedimentos de manutenção preventiva No âmbito das fichas dos planos de manutenção preventiva elaboradas os procedimentos

considerados são os que se sintetizam na Tabela 17.

Tabela 17 – Procedimentos de Manutenção Preventiva

Procedimentos

Inspecção

Visual Funcional Métrica Laboratorial

Limpeza Corrente Não Corrente

Medidas Pró-Activas

8.2.4.1. Inspecção

A inspecção é um procedimento que permite avaliar o estado de desempenho do elemento

do edifício, de forma a determinar onde, quando e como actuar. Para além destas

inspecções, nos planos de manutenção preventiva, há igualmente necessidade de incluir

inspecções que resultam de imposições regulamentares ou de recomendações técnicas que

permitam averiguar se as acções de manutenção estão a ser adequadamente realizadas.

As intervenções inspectivas distinguem-se consoante os meios humanos afectos e técnicas

utilizadas. Numa fase inicial a inspecção visual pelo utilizador ou por técnico não

especializado permite averiguar de forma genérica eventual modo de falha da componente,

sendo que o recurso a uma inspecção mais detalhada com auxílio de instrumentos de

medição ou de técnicas laboratoriais, embora mais dispendiosa pode permitir, em fases

posteriores, com recurso a técnicos especializados, um diagnóstico mais eficaz das causas

das anomalias.

8.2.4.2. Limpeza A limpeza é um procedimento fundamental na prevenção de anomalias decorrentes de

sujidades e da acumulação de detritos, nomeadamente em superfícies de revestimentos,

sendo normalmente os seus custos mais reduzidos do que outros procedimentos de

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manutenção. Dada a sua elevada importância deve ser implementada como medida

sistemática durante a vida útil dos bens.

8.2.4.3. Medidas pró-activas

As medidas pró-activas são procedimentos que têm como principal função a intervenção

antes do elemento objecto de manutenção evidenciar manifestações indesejadas. A limpeza

e inspecção são consideradas medidas pró-activas.

Estas medidas podem ser condicionadas, tendo por base o conhecimento adquirido nas

rotinas de inspecção e nos dados sobre pré-patologias relativas aos elementos que se

consideram ou pode ser sistemática, estimando o ciclo de vida útil do bem, aplicam-se as

medidas pró-activas necessárias para que este complete o ciclo previsto com o

desempenho mínimo pretendido.

8.2.5. Prioridade das acções de manutenção Os valores determinados para o RPN na análise efectuada aos modos potenciais de falha

das componentes dos elementos, no âmbito do capítulo 5, deste trabalho permitem

hierarquizar as prioridades das acções de manutenção preventiva a desenvolver em cada

componente básica do sistema, para reduzir ou minimizar os efeitos de certos modos de

falha.

Por exemplo para a cobertura horizontal acessível identificam-se como mais prioritárias as

inspecções visuais ao sistema de impermeabilização em pontos singulares para verificar

deficiências na concepção/execução ou de manutenção e ao revestimento de protecção.

8.2.6. Meios a afectar ao plano de manutenção preve ntiva

Os meios humanos necessários à realização dos procedimentos de manutenção preventiva

não têm obrigatoriamente de ser mão-de-obra especializada. De facto, o recurso a uma

check list de apoio à inspecção previamente elaborada por técnicos competentes na matéria

permite racionalizar e optimizar os recursos recorrendo, em muito procedimentos, a técnicos

não especializados, sendo que a maioria das inspecções a realizar no âmbito desta

manutenção têm carácter não laboratorial. No entanto, todos os técnicos envolvidos na

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manutenção, têm de obrigatoriamente ter formação relativa aos procedimentos operacionais

a observar face à funcionalidade dos serviços em que intervêm.

Os meios técnicos necessários à execução dos procedimentos de manutenção preventiva

são de forma geral simples, incluindo instrumentos para inspecção e diagnóstico como

máquina fotográfica, régua graduada, régua de nível, fita métrica, craveira, lupa,

fissurómetro e ferramentas e utensílios para limpeza e pequenas reparações efectuadas no

âmbito de medidas pró-activas, bem como o necessário equipamento de protecção

individual.

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Tabela 18 – Ficha do Plano de Manutenção Preventiva para Coberturas Horizontais Acessíveis

Refª EH-CC-EE-CHA Modos de Falha:

Sistema Principal: Edifício Hospitalar

Sistema 1º Nível: ConstruçãoSistema 2º Nível: Envolvente do EdifícioElemento: Cobertura Horizontal Acessível

Estrutura Resistente

Camada de Forma

Barreira Vapor

Isolamento Térmico

Sistema de Impermeabilização

Dessolidarizante

Camada de Protecção

Guarda exterior metálica

Acumulação de detritos (areias, papeis, folhas,…) na superfície da camada de protecção

Despreendimento da guarda de protecção

Oxidação da guarda quando em materiais metálicos não inoxidáveis

Tipo Modo de Actuação D S Q M BM TM SM 1 2 3 4 5 10 15 20 25 30

Inspecção visualObservar o estado geral da cobertura com a periodicidade indicada eapós ocorrência de condições climatéricas extremas (fortes ventos,precipitações intensas)

X Visualização directa e registo fotográfico Técnico não especializado

Inspecção visual Observar se existem irregularidades no revestimento da cobertura X Visualização directa e registo fotográfico Técnico não especializado

Inspecção visual Verificar a existência de manifestações de humidades em tectos X Visualização directa e registo fotográfico Técnico não especializadoInspecção visual Observar remates das platibandas X Visualização directa e registo fotográfico Técnico não especializado

Inspecção visual efuncional

Verificar os pontos de escoamento de águas pluviais (caleiras,algerozes, tubos de queda) com a periodicidade indicada e apósocorrência de condições climatéricas extremas (fortes ventos,precipitações intensas)

XVisualização directa com ensaio doescoamento dos órgãos com água

Técnico não especializado

Inspecção visual efuncional

Verificar o estado da pintura e das fixações do guarda corpos emserralharia, e reaperto das fixações

XVisualização directa com registo fotográfico eacções mecânicas (chaves diversas parareaperto)

Técnico não especializado

Inspecção métrica Verificar o nivelamento do revestimento XVisualização directa com registo fotográfico everificação do nivelamento com auxilio derégua de nível digital (inclinómetro)

Técnico especializado

LimpezaRemover detritos, folhas, fungos que se depositam na superfície earrancando vegetação que cresça

XLimpeza com vassoura e raspador eaplicação de biocida

Técnico não especializado

LimpezaDesobstruir pontos de escoamento de águas pluviais (caleiras,algerozes, tubos de queda)

X Pás, arames, bichas e água sob pressão Técnico não especializado

Limpeza Guarda corpos em serralharia XLimpeza para eliminar a poeira com um panoseco ou ligeiramente humedecido, ou comágua e sabão neutro.

Técnico não especializado

Medida Pró-activa Pintura do guarda corpos em serralharia X Tinta anti-corrosiva Técnico especializado

Medida Pró-activaReparação do material da camada de protecção e juntas do materialsempre que necessário

Substituição do material do revestimento edas juntas degradadas

Técnico especializado

Rasgamento ou fissuração de remates de impermeabilização em juntas de dilatação ou em elementos emergentes e imergentes

Desenvolvimento de vegetação parasitária/colonização biológica na superfície da camada de protecçãoDespreendimento da camada de protecçãoElementos emergentes/imergentes (platibandas, muros, chaminés,

pontos de evacuação de águas pluviais, entre outros)

Deformações excessivas da estrutura resistente que provoquem irregularidade no revestimento, ruptura dos elementos sobrejacentes à cobertura com infiltração de água e nos casos mais graves perda da estabilidade da coberturaAcumulação de água na superfície da coberturaFissuração/Fendilhação da camada de formaDegradação do material da barreira vapor

ACTIVIDADES DE MANUTENÇÃOMeios e Técnicas Recursos Técnicos

PERIODICIDADE

Componentes básicos:

Degradação do material de isolamento

Degradação do material dessolidarizante

Fissuração do revestimento de impermeabilização

Perfuração do revestimento de impermeabilização

Empolamentos na superfície do sistema de impermeabilização

Entrada de humidade para o interior

Descolamentos de remates da impermeabilização com elementos emergentes ou imergentes da cobertura

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Tabela 19 – Ficha do Plano de Manutenção Preventiva para Parede Exterior

Refª EH-CC-EE-PAEX Modos de Falha:

Sistema Principal: Edifício Hospitalar

Sistema 1º Nível: Construção

Sistema 2º Nível: Envolvente do Edifício

Elemento: Parede Exterior

Revestimento exterior

Panos de Alvenaria

Isolamento Térmico

Caixa-de-ar

Revestimento interior

Tipo Modo de Actuação D S Q M BM TM SM 1 2 3 4 5 10 15 20 25 30

Inspecção visual

Verificar o estado geral da fachada: a existência de fissuras ou

fendas nas zonas acessíveis da fachada, as juntas e pontos

singulares das alvenarias, a existência de musgos, líquenes e

algas, a existência de elementos cerâmicos destacados, a

existência de manchas, empolamentos na superfície e

vandalismo)

X Visualizaçao directa e registo fotográfico Técnico não especializado

Inspecção visual

Verificar a existência de fissuras ou fendas, manifestações de

humidade, alterações de cor, mossas e golpes no revestimento

dos panos interiores da parede

X Visualização directa e registo fotográfico Técnico não especializado

Inspecção métricaMonitorização periódica de eventuais fissuras e fendas que

surjam de manifestações do comportamento estruturalX

Medição da abertura da fissura/fenda ao

longo do tempo com recurso a

fissurómetros e pregos de aço para os fixar

A marcação dos pontos de

medição e a interpretação

dos resultados por técnico

especializado a fixação dos

fissurómetros por técnico

não especializado

Inspecção LaboratorialAnálise dos sais solúveis presentes em eflorescências quando

necessárioAnálises tirimétrica ou colorimétrica Técnico especializado

Limpeza Remover sujidade, musgos e vegetação no paramento exterior X Limpeza com água e lixivia Técnico não especializado

LimpezaRemover sujidade e manchas no paramento interior sempre que

necessárioX

De acordo com procedimentos de

higienização e limpeza para controlo de

infecção recomendados pela Direcção

Geral de Saúde atendendo à localização

funcional

Técnico não especializado

Medida Pró-activa Impermeabilizar a superfície do paramento exterior X Aplicação de produto hidrófugo Técnico especializado

Medida Pró-activa Renovar pintura com reparação de fissuras no paramento exterior X Tinta compatível com a solução de parede Técnico especializado

Medida Pró-activa Renovar pintura com reparação de fissuras no paramento interior XTinta compatível com a solução de parede

no espaço funcional que se integraTécnico especializado

Colonização biológica, fendas e fissuração, destacamento, manchas esbranquiçadas e esboroamento do reboco

Colonização biológica, fissuração e fendilhação, destacamento do revestimento cerâmico

Componentes básicos:

Fendas estruturais, infiltração de água e degradação dos materiais das alvenarias do pano exterior da parede

Manchas de humidade no revestimento do pano interior da parede e condensações.

Fendas estruturais, infiltração de água e degradação dos materiais das alvenarias do pano interior da parede

Surgimento de manchas de humidade ou gotas de água na superfície do revestimento interior

Surgimento de descolamentos, abaulamentos ou destacamentos, de fissuras e de amolgadela e cortes no revestimento interior

ACTIVIDADES DE MANUTENÇÃO PERIODICIDADEMeios e Técnicas Recursos Técnicos

Colonização biológica, fissuração e fendilhação, perda de aderência, destacamento, eflorescências e cripto-eflorescências, grafitis e

sujidades e enfarinhamento da pintura

Surgimento de sujidade, de manchas negras, esverdeadas ou rosadas e de eflorescências ou criptoflorescências na superfície do

revestimento interior

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Tabela 20 – Ficha do Plano de Manutenção Preventiva para Vão Exterior Envidraçado

Refª EH-CC-EE-VEEN

Sistema Principal: Edifício Hospitalar

Sistema 1º Nível: Construção

Sistema 2º Nível: Envolvente do Edifício

Elemento: Vãos Exteriores Envidraçados

Aro e Caixilharia

Vidro

Material Vedante

Mecanismos das caixilharias e estores

Estore

Tipo Modo de Actuação D S Q M BM TM SM 1 2 3 4 5 10 15 20 25 30

Inspecção Visual

Observar o estado de conservação da caixilharia móvel e fixa e do vidro(Fracturas, fissuras, fendas da caixilharia e dos vidros, vegetação,acumulação de lixo, retenção de água, deterioração ou desprendimentodos revestimentos da caixilharia e vandalismo)

X Visualização directa e registo fotográfico Técnico não especializado

Inspecção VisualObservar o estado de conservação do estore (fracturas das réguas,acumulação de lixo, deterioração do material das réguas e vandalismo)

X Visualização directa e registo fotográfico Técnico não especializado

Inspecção Visual Observar de conservação dos canais de drenagem da água XVisualização directa, com auxilio de lupa eregisto fotográfico

Técnico especializado

Inspecção Visual Observar o estado de fixação dos vidros X Visualização directa e registo fotográfico Técnico não especializado

Inspecção Visual Observar o estado de conservação das ferragens X Visualização directa e registo fotográfico Técnico não especializado

Inspecção VisualObservar o desenvolvimento de fungos e bolores e humidificação dosmateriais

X Visualização directa e registo fotográfico Técnico não especializado

Inspecção FuncionalVerificar o funcionamento, testando os mecanismos de fecho e manobradas caixilharias e estores

XVisual directa, auscultação e acçõesmecânicas Técnico não especializado

Inspecção Funcional Verificar a estanquidade à água e ao ar da caixilharia móvel e fixa XVisualização directa com condiçõesdesfavoráveis Técnico não especializado

Inspecção Funcional Verificar a fixação das calhas do estore X Visualização directa e acções mecânicas Técnico não especializado

Inspecção MétricaVerificar a existência de curvatura e empenos, verificando as dimensõesda caixilharia e dos orifícios

XMedição com recurso a fita métrica, réguagraduada ou craveira Técnico especializado

LimpezaLavar e desengordurar com água sem produtos abrasivos as caixilhariasfixas e móveis para remover folhas, lixo acumulado, terra, poeira, areia oulama.

XÁgua e sabão neutro, pincel, esponja, panoou escova suave

Técnico não especializado

LimpezaLavar os vidros com água e detergente adequado para remover folhas,lixo acumulado, terra, poeira, areia ou lama

XÁgua e sabão neutro, pincel, esponja, panoou escova suave Técnico não especializado

Limpeza Desentupir canais de escoamento de água XÁgua e sabão neutro, pincel, pinça,esponja, pano ou escova suave Técnico não especializado

Medida Pró-activaLubrificar todos os mecanismos de acordo com prescrições dosfabricantes

Xóleo e pincel

Técnico não especializado

Medida Pró-activa Afinar dobradiças, fechaduras, manípulos e rolamentos. X Chaves diversas (de boca, de parafusos,…) Técnico especializado

Medida Pró-activa Reaperto das fixações das calhas dos estores X Chaves de parafusos Técnico não especializado

Medida Pró-activa Substituir vedantes X Raspador, material vedante, diluente Técnico especializado

ACTIVIDADES DE MANUTENÇÃO PERIODICIDADEMeios e Técnicas Recursos Técnicos

Componentes básicos:

Desencaixe das réguas do estore das calhas

Modos de Falha:

Deformações do aro e caixilharia

Rachar, partir ou perda do vidro

Descolamento do material vedante

Impossibilidade/dificuldade de abrir e fechar as caixilharias ou estores

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Tabela 21 – Ficha do Plano de Manutenção Preventiva para Redes Prediais de Água Fria e Quente

Refª EH-IE-AE-RAFQSistema Principal: Edifício HospitalarSistema 1º Nível: Instalações e EquipamentosSistema 2º Nível: Instalações e Equipamentos de águas e EsgotosElemento: Redes de Água Fria e quente Sanitária

Tubos Fixações deficientes dos chuveiros e das torneirasChuveiros e torneiras Deficiente regulação do caudal dos chuveiros e das torneirasVálvulasAutoclismosIsolamento térmicoLavatóriosTinas

Tipo Modo de Actuação D S Q M BM TM SM 1 2 3 4 5 10 15 20 25 30Inspecção Visual Observar o estado de conservação do isolamento térmico da rede de água quente X Visualização directa e registo fotográfico Técnico não especializadoInspecção Visual Verificar a existência de ruídos na rede de distribuição de água X Visualização e auscultação Técnico não especializado

Inspecção VisualVerificar a ausência de fugas de água entre os equipamentos sanitários , os pavimentos e paramentos esuas canalizações

X Visualização directa e registo fotográfico Técnico não especializado

Inspecção VisualVerificar o estado de conservação das louças sanitárias (fissuras, fixações, limpeza, vandalismo) e deeventual entupimento dos seus órgãos de descarga

X Visualização directa e registo fotográfico Técnico não especializado

Inspecção Funcional Verificar as condições de abastecimento (pressão, temperatura) X Nos pontos de utilização mais desfavoráveis da rede Técnico não especializadoInspecção Funcional Verificar a estanquidade dos tubos/juntas/acessórios X Visualização directa e registo fotográfico Técnico não especializadoInspecção Funcional Verificar a manobrabilidade das válvulas e torneiras X Acções mecânicas, eventual auxílio de ferramentas Técnico não especializadoInspecção Funcional Verificar o funcionamento dos autoclismos X Acções mecânicas Técnico não especializadoInspecção Funcional Verificar o estado de fixação de torneiras e chuveiros X Acções mecânicas Técnico não especializadoInspecção Funcional Verificar as condições de escoamento dos órgão de descarga X Acções mecânicas Técnico não especializado

Inspecção Laboratorial

Determinar na rede de água fria (à entrada da rede, na extremidade da rede em cada piso e noreservatório de regularização de consumos) e na rede de água quente (na extremidade da rede em cadapiso, à saída do depósito e no sistema de retorno de água quente) a temperatura, condutividade, sólidosdissolvidos totais, pH, oxigénio dissolvido, anidrido carbónico livre, cloro residual livre, ferro, manganês,dureza cálcica, alcalinidade total e índice de saturação de Langelier

X(1) X(1) Recolha de amostras e análises laboratoriais Técnico especializado

Inspecção Laboratorial

Determinar na rede de água fria (à entrada da rede, na extremidade da rede em cada piso e noreservatório de regularização de consumos) e na rede de água quente (na extremidade da rede em cadapiso, à saída do depósito e no sistema de retorno de água quente) os cloretos, sulfatos e ferro

X(2) X(2) Recolha de amostras e análises laboratoriais Técnico especializado

Inspecção Laboratorial

Determinar metais pesados na rede de água fria (à entrada da rede, na extremidade da rede em cadapiso e no reservatório de regularização de consumos) e na rede de água quente (na extremidade da redeem cada piso, à saída do depósito e no sistema de retorno de água quente): Níquel e crómio

X (3) X (3) Recolha de amostras e análises laboratoriais Técnico especializado

Inspecção Laboratorial

Determinar na rede de água fria (à entrada da rede, na extremidade da rede em cada piso e noreservatório de regularização de consumos) e na rede de água quente (na extremidade da rede em cadapiso, à saída do depósito e no sistema de retorno de água quente) bactérias redutoras e oxidantes desulfato e de ferro

X (3) X (3) Recolha de amostras e análises laboratoriais Técnico especializado

Inspecção Laboratorial

Recolher amostras de água nos chuveiros e torneiras para pesquisa Legionella e de condiçõespropicias ao desenvolvimento dessa bactéria

Recolha de amostras e análises laboratoriais Técnico especializado

Limpeza Limpeza das louças sanitárias e das tinas e dos escoadores e sifões XSolução de base ácida na limpeza e descalcificação das louças ede base alcoólica na limpeza das tinas de aço inox

Técnico não especializado

LimpezaDesmontar as torneiras e os crivos das cabeças dos chuveiros para limpeza de detritos acumulados eposterior desinfecção, substituindo-se as juntas e filtros sempre que a inspecção o aconselhe

X Limpeza com lixivia (cloro) Técnico especializado

Limpeza Limpeza e desinfecção da rede de água fria X

Desinfecção com recurso a biocidas oxidantes para controlo daLegionella, alcançando níveis de cloro residual livre entre os 0,2 e0,4 mg/l, durante pelo menos três horas através de todo o sistema,sendo o ideal 24 horas por dia, antes de ser colocado em uso

Técnico especializado

Medida Pró-activaCorrigir o equilíbrio calco-carbónico (diminuir o teor de cloretos e sulfatos, ajustar o pH, aumentar a dureza/cálcio, diminuir o teor de dióxido carbono livre) quando necessário

Adição de reagentes em conformidade com o normativo econsoante resultados obtidos na monitorização (hidroxio de sódio,carbonato de sódio, dióxido de carbono, carbonato de cálcio)

Técnico especializado

Medida Pró-activa Corrigir os cloretos e sulfatos (sua remoção) quando necessário Tratamento da água por osmose inversa Técnico especializado

Medida Pró-activaEfectuar descargas em torneiras ou chuveiros nos pontos extremos dos sistemas de distribuição de água existe a possibilidade de ocorrerem as condições propícias para o aparecimento da legionella

X Acções mecânicas Técnico não especializado

Medida Pró-activa Desmontar, limpar e lubrificar válvulas de segurança de acordo com prescrições dos fabricantes X Óleo lubrificante Técnico especializadoMedida Pró-activa Desmontar, limpar e lubrificar torneiras de acordo com prescrições dos fabricantes X Óleo lubrificante Técnico especializado

Medida Pró-activaEfectuar descarga de água quente a 60ºC durante dois minutos nas zonas mortas, do ponto de vistahidráulico, ou nos pontos de menor consumo

X Acções mecânicas Técnico não especializado

Modos de Falha:Ruptura e/ou deficiente ligação dos tubosAlteração da qualidade da água (cor, sabor, composição)Ruídos e vibraçõesDesenvolvimento bacteriano nos chuveiros e nas torneiras

Dificuldade ou impossibilidade de manobra e controlo do sistemaFracturação ou má aparência das louçasObstrução dos órgãos de descarga

(1) - diariamente numa fase inicial da operação e depois semanalmente; (2) diárias/semanal numa fase inicial da operação das redes e depois mensal; (3) numa fase inicial analisados trimestralmente, contudo mantendo-se dentro dos limites recomendados devem passar a semestral

ACTIVIDADES DE MANUTENÇÃO PERIODICIDADEMeios e Técnicas Recursos Técnicos

Componentes básicos:

Deterioração do isolamento térmico dos tubos

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8.3. Revisão dos planos de manutenção preventiva

A interacção contínua entre o planeamento e a execução, que se apoia no ciclo de melhoria

contínua (planear, executar, verificar e actuar), já referido no ponto 2. - NP EN ISO

9001:2008 [N7], relativa aos sistemas de gestão da qualidade, é aplicável ao processo de

revisão dos planos de manutenção preventiva, conforme se pode observar na Figura 15. De

facto, os Planos de Manutenção Preventiva são documentos dinâmicos, objecto de melhoria

interactiva, sendo que as intervenções programadas de forma sistemática num plano

implementado numa fase inicial de exploração são reajustadas ao longo do tempo face aos

resultados de desempenho obtidos.

Figura 15 – Ciclo de melhoria continua aplicado à gestão da manutenção

Conforme se explicita na Figura 16 as intervenções de manutenção preventiva terão de ser

alvo de análise sempre que se alterar o contexto operacional das componentes do edifício,

nomeadamente quando ocorrerem alterações nos pressupostos técnicos e operacionais e

no Plano de Ciclo de Vida. Por outro lado, a eficácia do Plano de Manutenção Preventiva

deve ser controlada, analisando os resultados obtidos a nível do desempenho e da

operacionalidade das componentes do edifício, face aos custos despendidos com a

manutenção preventiva, a manutenção correctiva, as substituições e exploração do edifício,

onde se incluem os gastos energéticos.

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Figura 16 – Revisão do Plano de Manutenção Preventiva

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9. CONCLUSÕES

A adopção de um adequado planeamento das acções de manutenção preventiva é, num

edifício hospitalar, crucial para garantir o bom desempenho dos seus elementos com

exigentes requisitos funcionais e evitar indisponibilidades inesperadas dos seus

compartimentos que afectem a actividade clínica, permitindo, também, a longo prazo, uma

redução de custos.

Da pesquisa bibliográfica efectuada ao longo do trabalho verificou-se a existência de

informação dispersa relativa às exigências de manutenção nos edifícios por diversos tipos

de documentos, sem, contudo, existir legislação ou regulamentação em vigor que reflicta de

forma integrada a política de manutenção e de gestão do património que o Estado português

pretende implementar nos edifícios públicos, e menos ainda no que se refere aos hospitais,

edifícios públicos com requisitos exigentes de fiabilidade, tendo em conta os serviços que

prestam.

Nesse contexto, nesta dissertação identificou-se a informação necessária para que um

gestor de um edifício hospitalar possa, numa primeira fase de implementação do sistema de

manutenção, planear a manutenção preventiva, apresentando-se para as componentes de

alguns elementos do edifício (cobertura horizontal acessível, parede exterior, vão exterior

envidraçado e redes de águas prediais frias e quentes) fichas exemplificativas dos planos de

manutenção preventiva, que foram desenvolvidas tendo por base a informação recolhida, no

que se refere aos requisitos de desempenho e operacionalidade, e a análise efectuada aos

modos potenciais de falha dessas componentes.

O grande número de componentes que integram o edifício hospitalar, obriga a que

previamente o gestor do edifico proceda à sua caracterização, identificando os

elementos/componentes críticos, que pelas funções que asseguram ou pelos locais onde se

alojam, as suas falhas tem consequências severas no funcionamento do hospital, na

segurança e saúde das pessoas, no ambiente, no modelo económico ou na opinião pública.

No plano de manutenção preventiva são integradas as acções resultantes da análise dos

modos de falha desses elementos/componentes críticos, no âmbito de uma análise de riscos

e das suas consequências, e as que decorrem de recomendações emanadas por

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organismos do ministério da saúde, de recomendações de fabricantes, de rotinas clássicas

de manutenção e de acções e procedimentos regulamentares.

Os planos de manutenção preventiva devem ser entendidos como documentos dinâmicos

que serão actualizados não só pelas alterações decorrentes no contexto técnico e

operacional das componentes do edifício, como pelos resultados do desempenho técnico e

económico que asseguram, que deverão ser periodicamente analisados.

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10. DESENVOLVIMENTO FUTUROS Para desenvolvimentos futuros, existem aspectos desta dissertação, que pelo calendário

académico disponibilizado para a sua elaboração, não puderam ser aprofundados, sendo

importante, nomeadamente:

• continuar o trabalho desenvolvido, alargando-o a um maior número de sistemas e

elementos do edifício, no âmbito da engenharia civil, nomeadamente às fundações e

estruturas e aos elementos de construção civil não estrutural;

• elaborar um plano de manutenção preventiva para um edifício hospitalar concreto,

onde seja possível testar a eficácia ao longo do tempo das acções preventivas

estabelecidas na exploração desse edifício, através da análise dos resultados de

desempenho técnico e económico das componentes/elementos que integram os

sistemas do edifício.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Livros e dissertações

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Hospitalar V.2011 , UONIE/ACSS, Lisboa, 2011.

[2] - FARINHA , José Manuel Torres - Manutenção. A Terologia e as Novas

Ferramentas de Gestão , Monitor, Lousã, Abril 2011.

[3] - HALLBERG, Daniel - System for Predictive life Cycle Management of Buil dings

and Infrastructures , Doctoral thesis, Gavle, 2009.

[4] – UONIE/ACSS - ET 07/2009 – Especificações Técnicas para tubagens em

instalações de águas em edifícios hospitalares , UONIE/ACSS, Lisboa,

Novembro 2009.

[5] – SANTOS, Maria Helena Lima; PEDRAS, Mariana; SANCHES, Nemésio, DIEGUES,

Paulo; NORONHA, Vera Santos; AUGUSTO, Virgílio; TRINDADE, Romão; PAIVA,

Isabel, PORTUGAL, Luís – Caderno nº 5 - Recomendações Genéricas para a

Gestão de Águas Residuais Hospitalares. Manual de P rocedimentos para a

Gestão de Resíduos Radioactivos – Recomendações Ger ais , Corpo Editorial

da DGIES, Lisboa, Janeiro 2005.

[6] – PATRÍCIO, Eduardo; MIRANDA, Magda - Caderno nº 7 – Serviço de Imagiologia

Corpo Editorial da DGIES, Lisboa, Dezembro 2005.

[7] – UONIE/ACSS - RT 03/2010 – Recomendações Técnicas para Instalaçõe s e

Equipamentos Sanitários do Edifício Hospitalar , UONIE/ACSS, Lisboa, Agosto

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[8] – IST - ET 05/2007 - Especificações Técnicas para o Comport amento sismo-

resistente de edifícios hospitalares V.2010 , UONIE/ACSS, Lisboa, Dezembro

2010.

[9] – ACSS - RT 02/2010 - Recomendações Técnicas para a Medicina Física e de

Reabilitação , UONIE/ACSS, Lisboa, Junho 2011.

[10] – UONIE/ACSS - RT 04/2010 – Recomendações Técnicas para o Hospital de

Dia, UONIE/ACSS , Lisboa, Julho 2011.

[11] – UONIE/ACSS - RT 05/2011 – Recomendações Técnicas para o Bloco

Operatório , UONIE/ACSS, Lisboa, Julho 2011.

[12] – UONIE/ACSS - RT 06/2011 - Recomendações Técnicas para o Serviço de

Hemodiálise , ACSS, Lisboa, Junho 2011.

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[13] – UONIE/ACSS - RT 07/2011 - Recomendações Técnicas para Unidades d e

Internamento , UONIE/ACSS, Lisboa, Setembro 2011.

[14] – UONIE/ACSS - G 03/2008 – Guia para procedimentos de inventariação de

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UONIE/ACSS, Lisboa, Abril 2011.

[15] - BENOLIEL, Maria João; FERNANDO, Ana Luísa Almaça da Cruz; DIEGUES,

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[16] – INSTITUTO NACIONAL DE SAÚDE DR. RICARDO JORGE - Recomendações

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1991.

[18] - Ordem dos Médicos, Colégio de Especialidade de Nefrologia da - Manual de Boas

Práticas de Diálise Crónica , 2010

[19] SILVA, Sónia Raposo Costa e Silva – Manutenção Planeada em Edifícios

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Brito, IST, Lisboa, 2012.

[20] – SILVA, Sónia Raposo Costa e Silva; FONSECA, Manuel; BRITO, Jorge -

Metodologia FMEA e sua aplicação à construção de Ed ifícios , LNEC, 2006.

[21] SILVA, Sónia Raposo Costa e Silva - Análise de risco na gestão da manutenção

de edifícios , Curso de manutenção e desempenho de edifícios durante o período

de vida útil, coordenação Prof. Inês Flores-Colen, IST, Lisboa, 2009.

[22] – SANTOS, Carlos A. Pina; MATIAS, Luís – Coeficientes de Transmissão

Térmica de Elementos da Envolvente dos Edifícios. V ersão Actualizada 2006 ,

LNEC, Lisboa, 2007.

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Geral do Turismo, Lisboa, 2001.

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de 7 de Agosto de 1951 - Alterado por: Decreto-Lei n.º 38 888 de 29 de Agosto de

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1952; Decreto-Lei n.º 44 258 de 31 de Março de 1962; Decreto-Lei n.º 45 027 de

13 de Maio de 1963; Decreto-Lei n.º 650/75 de 18 de Novembro (nova redacção

dos artigos 46º, 50º, 65º a 71º, 77º, 84º, 87º e 110º); Decreto-Lei n.º 43/82 de 8 de

Fevereiro (altera os artigos 45º, 46º, 50º, 68º a 70º); Decreto-Lei n.º 463/85 de 4

de Novembro (altera o § único artigo 5º e artigos 161º a 164º); Decreto-Lei n.º

172–H/86 de 30 de Junho (revoga o Decreto-Lei nº43/82 de 8 de Fevereiro);

Decreto-Lei n.º 64/90 de 21 de Fevereiro (revoga, para edifícios de habitação, o

capítulo III do título V); Decreto-Lei n.º 61/93 de 3 de Março (nova redacção dos

artigos 162º e 163º); Decreto-Lei n.º 409/98 de 23 de Dezembro (revoga, para

edifícios de tipo hospitalar, o capítulo III do título V do RGEU, aprovado pelo DL

nº38382 de 7.08.51); Decreto-Lei n.º 410/98 de 23 de Dezembro (revoga, para

edifícios administrativos, o capítulo III do título V); Decreto-Lei n.º 414/98 de 31 de

Dezembro (revoga, para edifícios escolares, o capítulo III do título V); Decreto-Lei

n.º 555/99 de 16 de Dezembro (revoga os artigos 9º e 165º a 168º); Decreto-Lei

n.º 177/2001 de 4 de Junho (revoga os artigos 9º, 10º e 165º a 168º); Decreto-Lei

n.º 290/2007, de 17 de Agosto (altera o artigo 17º); Decreto-Lei n.º 50/2008, de 19

de Março (altera a nova redacção do artigo 17º); Decreto-Lei nº 220/2008, de 12

de Novembro (revoga o capítulo III do título V).

[N2] - NP EN 13306:2010 – Terminologia da Manutenção .

[N3] - NP EN 15341:2009 - Manutenção – Indicadores de desempenho da

Manutenção .

[N4] - NP 4483:2009 - Guia para a implementação do sistema de gestão da

manutenção .

[N5] - NP EN 13460:2009 - Manutenção – Documentação para a Manutenção (KPI) .

[N6] - NP 4492:2010 - Requisitos para a Prestação de Serviços de Manutenç ão.

[N7] - NP EN ISO 9001:2008 - Sistemas de Gestão da Qualidade .

[N8] - EN 60812:2006 (Ed. 1) - Análises técnicas da fiabilidade do sistema -

Procedimento de análise do modo de falhas e defeito s.

[N9] - NP EN 1990:2009 (Ed. 1) - Eurocódigo - Bases para o Projecto de Estruturas .

[N10] - NP EN 1997-1:2010 (Ed. 1) - Eurocódigo 7 - Projecto Geotécnico. Parte 1:

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[N11] - Regulamento de Estruturas de Betão Armado e Pré-esf orçado (REBAP) -

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[N12] - Portaria n.º 62/2003, de 16 de Janeiro

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[N13] - Sistema de Certificação Energética e Qualidade do A r Interior de Edifícios

(SCE) - Decreto-Lei n.º 78/2006, de 4 de Abril.

[N14] - Regulamento dos Sistemas Energéticos de Climatizaçã o em Edifícios

(RSECE) - Decreto-Lei n.º 79/2006, de 4 de Abril.

[N15] - Regulamento das Características de Comportamento Té rmico dos Edifícios

(RCCTE) - Decreto-Lei n.º 80/2006, de 4 de Abril.

[N16] - Regulamento dos Requisitos Acústicos dos Edifícios (RRAE) - Decreto-Lei

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[N17] - Regime Jurídico da Segurança contra Incêndios em Ed ifícios (RJ-SCIE) -

Decreto-Lei n.º 220/2008, de 12 de Novembro.

[N18] - Regulamento Técnico de Segurança contra Incêndio em Edifícios (RT-SCIE)

- Portaria n.º 1532/2008, de 29 de Dezembro.

[N19] - Normas relativas à protecção da saúde das pessoas c ontra os perigos

resultantes das radiações ionizantes em exposições radiológicas médicas

que transpõe para a ordem jurídica interna a Direct iva n.º 97/43/Euratom -

Decreto-Lei n.º 180/2002, de 8 de Agosto.

[N20] - Manual de Boas Práticas de Medicina Física e de Rea bilitação - Aviso n.º

9448/2002 (2.a série), de 7 de Agosto de 2002.

[N21] - Manual de Boas Práticas de Hemodiálise (documento a que se refere o n.º 4

do artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 505/99, de 20 de N ovembro, com a redacção

dada pelo Decreto-Lei n.º 241/2000, de 26 de Setemb ro) - Despacho no

14391/2001 (2.a série), de 24 de Maio de 2001.

[N22] - Regulamenta os artigos 9º e 11º do Regime Jurídico da Gestão Hospitalar,

aprovado pela Lei nº 27/2002, de 8 de Novembro - Decreto-Lei n.º 188/2003, de

20 de agosto de 2003.

[N23] - Normas de qualidade da água - Decreto-Lei nº 236/98, de 1 de Agosto

[N24] – BS ISO 15686-1:2011 - Buildings and Constructed Assets - Service Life

Planning - Part 1: General principles and framework .

[N25] - Directiva 89/106/CEE do Conselho de 21 de Dezembro de 1988 - Directiva

aplicada a produtos de construção .

[N26] – BS ISO 15686-5:2008 - Buildings and constructed assets - Service life

planning - Part 5: Life cycle costing.

[N27] - Regime da Qualidade da Água destinada ao consumo hu mano - Decreto-Lei

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[N28] - Regulamento das Condições Técnicas e de Segurança d os Recintos com

Diversões Aquáticas - Decreto Regulamentar nº 5/97, de 31 de Março.

[N28] - Regulamento Geral dos Sistemas Públicos e Prediais de Distribuição de

Água e de Drenagem de Águas Residuais - Decreto Regulamentar n.º 23/95, de

23 de Agosto.

Sítio da WEB

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saude.pt/DirecçõeseUnidades/NormalizInstalEquipamentos/Publicações/tabid/185/

language/pt-PT/Default.aspx (consultado de Março de 2012 a Outubro de 2012)

[W2] - PORDATA, Base de Dados Portugal Contemporâneo -

http://www.pordata.pt/Portugal/Hospitais+numero+e+camas-142 (consultado de

Junho de 2012 a Outubro de 2012)

[W3] - Glossário de Conceitos para Produção de Estatísticas em Saúde 1ª fase, MS /

DGS 2001 - http://portalcodgdh.min-

saude.pt/index.php/Gloss%C3%A1rio_de_Conceitos_para_Produ%C3%A7%C3%

A3o_de_Estat%C3%ADsticas_em_Sa%C3%BAde_(DGS,_2001)

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BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

Livros e Dissertações

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Empresarial de Portugal, Março 2003.

• CABRAL, José Paulo Saraiva - Gestão da Manutenção de Equipamentos,

Instalações e Edifícios , LIDEL – Edições Técnicas, Lisboa, Abril 2009.

• CABRAL, José Paulo Saraiva - Organização e Gestão da Manutenção , LIDEL –

Edições Técnicas, Lisboa, Outubro 2006.

• CÓIAS, Vítor – Inspecções e Ensaios na Reabilitação de Edifícios , IST –

Press, Lisboa, Setembro 2006.

• FERREIRA, Luís Andrade - Uma Introdução à Manutenção , Publindústria,

Edições Técnicas, Porto, Março 1998.

• SILVA, Sónia Raposo Costa e Silva - A gestão da actividade de manutenção

em edifícios públicos – Modelo e definição de estra tégias para uma

intervenção sustentável , Dissertação de Doutoramento. IST, Lisboa, 2011.

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ANEXO 1 – SISTEMA DE BENS OBJECTO DE MANUTENÇÃO

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Figura A1 - 1 – Estruturação do sistema de bens objecto de manutenção

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Tabela A1 - 1 - Elementos do Sistema de Manutenção de um Edifício Hospitalar

Sistema 1º nível Sistema 2º nível Elemento

Construção civil

Envolvente do edifício

Coberturas Paredes exteriores Vãos exteriores

Elementos não estruturais

Tectos interiores Paredes interiores Pavimentos e rodapés interiores Vãos interiores Guarda e corrimãos Equipamento e mobiliário fixo Sinalética

Elementos estruturais Fundações Estruturas

Instalações e equipamentos

Águas e esgotos

Redes interiores de água fria Redes de água quente sanitária Rede de combate a incêndio interior Rede de água para fisioterapia e hidroterapia Rede de água para hemodiálise Rede de águas pluviais das coberturas Rede de águas pluviais dos pátios interiores Rede de águas freáticas Rede de águas residuais domésticas prediais Rede de esgotos radioactivos Rede de água fria exterior Rede de combate a incêndio exterior Rede de águas residuais domésticas exteriores Rede de drenagem de águas pluviais exteriores Depósito de reserva e de regularização de consumos Depósito de reserva para combate a incêndios Central de tratamento para água de consumo Sistema elevatório e sobrepressor Central de tratamento de água para as instalações de fisioterapia e hidroterapia Estação de tratamento de águas residuais Câmaras de arrefecimento Câmara retentora de gorduras Câmaras de hidrocarbonetos Contentorizações de águas residuais domésticas radioactivas Central de bombagem da rede de incêndios

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Tabela A1 - 1 - Elementos do Sistema de Manutenção de um Edifício Hospitalar (continuação)

Sistema 1º nível Sistema 2º nível Elemento

Instalações e equipamentos (continuação)

Mecânicos

Central térmica Aquecimento, ventilação e ar condicionado (AVAC) Fluidos médicos Redes de gás — doméstico e laboratoriais Instalações de gases laboratoriais Instalações de vácuo Instalações de ar comprimido Lavagem e esterilização Sistema e equipamento de frio da casa mortuária Cozinha, cafetaria e copas Tratamento de roupa Oficinas e garagens

Eléctricos

Alimentação de energia eléctrica

Posto de transformação e seccionamento

Grupos electrogéneos

Sistema de alimentação ininterrupta (UPS)

Redes de distribuição de energia eléctrica em média tensão

Redes de distribuição a neutro Isolado

Redes de ligação à terra e de equipotencialidade Quadros eléctricos Iluminação geral

Iluminação de emergência

Iluminação exterior

Gestão de iIluminação

Tomadas, força motriz e alimentações especiais

Rede estruturada para voz e dados Sinalização e intercomunicação Difusão de som, TV e vídeo

Sistema de informação horária

Sistema de procura de pessoas

Redes de monitorização

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Tabela A1 - 1 - Elementos do Sistema de Manutenção de um Edifício Hospitalar (continuação)

Sistema 1º nível Sistema 2º nível Elemento

Instalações e equipamentos (continuação)

Eléctricos (continuação)

Redes internas de TV

Sistema automático de detecção e alarme de incêndios

Sistema de extinção fixa

Sistema de detecção e alarme de gases

Compartimentação corta-fogo

Sistema de desenfumagem

Sistema de detecção de alarme e intrusão

Sistema de controlo de acessos

Sistema de Intercomunicação

Sistema de vigilância vídeo

Sistema de gestão de alarmes

Sinalizações diversas

Sistema de gestão técnica centralizada Elevadores, monta-cargas e outros sistemas de transporte mecânico Iluminação e sinalização de heliporto Sistema de controlo de tráfego e estacionamento dos parques interiores e exteriores

Equipamento Geral Hospitalar Médico

Espaços envolventes

Infraestruturas rodoviárias

Parques de estacionamento Arruamentos

Equipamento Mobiliário urbano Sinalização Segurança

Ajardinamentos Arrelvamentos Árvores e arbustos

Limitação da área do Hospital

Vedações Muros

Portarias Edifício Cancelas

Heliporto Pavimento Sinalização

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Mestrado em Engenharia Civil – Edificações MANUTENÇÃO PREVENTIVA DE UM EDIFÍCIO HOSPITALAR

A2-1/6

ANEXO 2 - EXIGÊNCIAS FUNCIONAIS REQUERIDAS

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Mestrado em Engenharia Civil – Edificações MANUTENÇÃO PREVENTIVA DE UM EDIFÍCIO HOSPITALAR

A2-2/6

Tabela A2 - 1 - Exigências Funcionais Requeridas para as Coberturas

Elemento Exigências Funcionais Documento Regulamentar Documento de Recomendações e Especificações Técnica s para Edifício Hospitalar

1 Construção Civil 1.1 Envolvente do Edifício

1.1.1

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ral Devem resistir a todas as acções que se prevejam poder vir a actuar

sobre estas, durante a sua vida útil, tais como, o peso próprio dos materiais que as constituem, as acções ambientais (chuva, granizo, neve, vento, temperatura) e outras provenientes da utilização humana.

• REBAP - Regulamento de Estruturas de Betão Armado e Pré-esforçado - [N11] • RSA - Regulamento de Segurança e Acções para estruturas de edifícios e pontes • Proposta do Novo Regulamento Geral de Edificações [N1] - SECÇÃO IV - Coberturas - Artigo 78º – Exigências gerais 1. As coberturas das edificações devem ser projectadas e constituídas de modo a obedecer às exigências de segurança estrutural […].

• ET 05/2007 - Especificações Técnicas para o comportamento sismo-resistente de edifícios hospitalares [6]

Con

tra

risco

de

incê

ndio

Devem ser concebidas de modo a facilitar a intervenção dos bombeiros em caso de incêndio, uma vez que desempenham um papel importante na contenção e propagação do fogo aos edifícios adjacentes. Os elementos da estrutura da cobertura, quando esta for em terraço, devem garantir no mínimo uma classe de resistência ao fogo padrão REI, com o escalão de tempo exigido para os elementos estruturais da utilização-tipo que serve. Nos restantes casos, em edifícios de média altura, considera-se suficiente que os elementos estruturais sejam constituídos com materiais da classe de reacção ao fogo A1 ou com madeira

• RJ-SCIE - Regime Jurídico da Segurança Contra Incêndio em Edifícios - [N17] • RT-SCIE - Regulamento Técnico de Segurança Contra Incêndio em Edifícios [N18] Artigo 10º - Coberturas Devem ser sempre acessíveis nas condições do RT-SCIE, excepto nos edifícios apenas com um piso acima do plano de referência ou afectos à utilização-tipo I unifamiliar. As coberturas de edifícios com altura superior a 28 m devem ser sempre em terraço acessível. Em edifícios com altura não superior a 28 m, as coberturas devem ter uma guarda exterior em toda a sua periferia, com a altura mínima de 0,60 m. Se essas guardas forem descontínuas, o espaçamento das aberturas deve ser igual ou inferior a 0,12 m. Sob a acção do fogo, a cobertura não deve desenvolver gases tóxicos que ponham em perigo a vida das pessoas, nem fumos de opacidade elevada que, ao diminuir a visibilidade, dificultem as operações de evacuação e combate a incêndio • Proposta do Novo Regulamento Geral de Edificações Urbanas [N1] - SECÇÃO IV - Coberturas - Artigo 78º – Exigências gerais 1. As coberturas das edificações devem ser projectadas e constituídas de modo a obedecer às exigências […] de segurança contra incêndio.

• Recomendações e Especificações Técnicas do Edifício Hospitalar [1] Na implantação, concepção e construção do edifício devem ser consideradas todas as medidas que limitem os riscos de incêndio e o respectivo desenvolvimento e que facilitem a evacuação e o combate ao incêndio, em cumprimento do regulamento em vigor de segurança contra incêndios.

Con

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risco

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norm

al

A cobertura não deve causar insegurança aos seus utilizadores, aquando da realização de acções de reparação ou de manutenção.

• Proposta do Novo Regulamento Geral de Edificações [N1] - SECÇÃO IV - Coberturas Artigo 80º – Instalação de equipamentos - As coberturas devem ser concebidas de modo a ter um espaço acessível específico para a instalação de equipamentos que possam ser previstos, nomeadamente antenas e dispositivos de ventilação, de climatização e de captação de energia solar Artigo 81º – Acesso, circulação e protecção - As coberturas devem ser providas de meios de acesso a partir de zonas comuns do edifício, de circulação e de protecção que permitam a fácil e segura realização de trabalhos de limpeza, manutenção e reparação, bem como de fixação e manutenção de equipamentos

• Recomendações e Especificações Técnicas do Edifício Hospitalar [1] No caso de coberturas invertidas acessíveis, estas devem possuir sistemas de protecção mecânica (como, por exemplo, betonilha, gravilha, lajetas, etc.). As coberturas acessíveis devem estar providas de meios adequados de segurança contra queda, em todo o seu perímetro, nomeadamente através de guardas de protecção.

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ias

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Devem ser executadas de forma a garantir a estanquidade à precipitação. Para assegurar a estanquidade das coberturas, é essencial a vedação de todos os seus pontos singulares (chaminés, ventiladores, clarabóias, paredes emergentes), bem como a concepção de dispositivos de recolha e evacuação das águas pluviais (caleiras, algerozes e tubos de queda). Estas peças devem ser vedadas e solidarizadas de forma flexível à cobertura de forma a permitirem, sem rotura, os seus movimentos térmicos (dilatações e contracções).

Proposta do Novo Regulamento Geral de Edificações [N1] Artigo 55º – Estanqueidade à água - c) As coberturas das edificações devem ser concebidas de forma a garantir a drenagem das águas pluviais, serem estanques à água e resistentes aos agentes atmosféricos

• Recomendações e Especificações Técnicas do Edifício Hospitalar [1] A drenagem das águas pluviais deve ser dimensionada e posicionada de modo a evitar danos na construção ou nas instalações, nomeadamente resultantes do escorrimento de água sobre superfícies não preparadas para tal. A impermeabilização das coberturas em terraços, varandas e caleiras deve ser assegurada em projecto, mediante a aplicação de sistemas devidamente homologados e compatíveis com os sistemas e equipamentos a instalar sobre as mesmas. Os pontos singulares devem ser objecto de pormenorização específica.

Con

fort

o te

rmo-

higr

omét

rico Sendo um elemento da envolvente que separa o ar interior do ar

exterior, deve contribuir para a obtenção e manutenção de padrões de conforto térmico admissíveis. Relativamente à condições de conforto de inverno, as perdas de calor devem ser limitadas por forma a não haver lugar a consumos exagerados de energia de aquecimento. As regras de qualidade neste domínio colocam-se ao nível do isolamento térmico das coberturas, pela limitação do valor do coeficiente de transmissão térmica. Quanto ao conforto de verão, as regras de qualidade colocam-se ao nível da protecção solar das coberturas, pela limitação da absorção da radiação solar do seu paramento exterior.

• RCCTE - Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos Edifícios - Artigo 9.º Requisitos mínimos de qualidade térmica dos edifícios [N15] • Proposta do Novo Regulamento Geral de Edificações [N1] - SECÇÃO IV - Coberturas - Artigo 78º – Exigências gerais 1. As coberturas das edificações devem ser projectadas e constituídas de modo a obedecer às exigências […] de isolamento térmico e de economia de energia. 2. As coberturas devem apresentar, em superfície corrente ou em zonas localizadas, suficiente isolamento térmico que evite pelo menos a ocorrência de condensações superficiais no paramento interior, de que resulte a degradação ou a criação de condições deficientes de qualidade do ar interior, conforme disposto em regulamentação própria. 3. As coberturas devem assegurar o rápido escoamento da água da chuva e, em zonas onde a queda de neve seja significativa, devem ter inclinação suficiente para evitar a respectiva acumulação, salvo outra solução devidamente fundamentada.

• Recomendações e Especificações Técnicas do Edifício Hospitalar [1] Devem ser tratadas termicamente e ser impermeáveis às humidades.

Acú

stic

o

Devem contribuir para que o nível sonoro do espaço que confina não exceda os valores admissíveis.

• RRAE - Regulamento dos Requisitos Acústicos dos Edifícios - [N16] Art.8º- Edifícios hospitalares e similares

• Recomendações e Especificações Técnicas do Edifício Hospitalar [1] Devem ser tratadas acusticamente. Devem igualmente evitar a propagação de vibrações sobretudo provocadas por equipamentos nelas instalados.

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O seu aspecto deve ser esteticamente agradável para quem a observa. Por outro lado, a exigência visual prende-se com a melhoria das condições de iluminação natural dos espaços interiores do edifício através de elementos transparentes nas coberturas (clarabóias ou telhas de vidro).

• Proposta do Novo Regulamento Geral de Edificações [N1] - SECÇÃO IV - Coberturas - Artigo 78º – Exigências gerais; Artigo 66º – Conforto visual - As edificações devem ser, projectadas, construídas e mantidas por forma a proporcionar condições satisfatórias de conforto visual aos utentes. Os parâmetros para satisfação deste objectivo devem considerar: a tipologia, as actividades e o uso das edificações; os dispositivos para a regulação do ambiente luminoso; o período de tempo durante o qual as exigências devem ser satisfeitas, consideradas as condições climáticas; a instalação de sistema que garanta o obscurecimento total nos quartos. Para cumprimento das condições de conforto, e em função do uso dos compartimentos, devem ser garantidos: os níveis de iluminação aconselhados para cada actividade e uma distribuição adequada da iluminação e ausência de encandeamento, mediante recurso a dispositivos de sombreamento adequados.

• Recomendações e Especificações Técnicas do Edifício Hospitalar [1] O edifício deve dispor de boa iluminação natural e artificial, de forma a evitar a fadiga visual dos utilizadores, originado pelo inadequado nível de iluminação dos espaços ou das actividades neles desenvolvidas [...]

Exi

gênc

ias

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ia

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do

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to Na sua solução devem ser ponderados os seus custos iniciais de

construção, bem como os custos da sua manutenção e reparação. • Proposta do Novo Regulamento Geral de Edificações [N1] - SECÇÃO IV - Coberturas - Artigo 78º – Exigências gerais 1. As coberturas das edificações devem ser projectadas e constituídas de modo a obedecer às exigências de [...] durabilidade [...].

• Recomendações e Especificações Técnicas do Edifício Hospitalar [1] Deve ser garantido o acesso a todas as coberturas, para limpezas e manutenção e para instalação ou manutenção de equipamentos. D

urab

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d e Os materiais que a constituem devem preservar todas as exigências estabelecidas durante a sua vida útil.

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Mestrado em Engenharia Civil – Edificações MANUTENÇÃO PREVENTIVA DE UM EDIFÍCIO HOSPITALAR

A2-3/6

Tabela A2 - 2 Exigências Funcionais Requeridas para os Paramentos Exteriores Elemento Exigências Funcionais Documento Regulamentar Documento de Recomendações e Especificações Técnica s

para Edifício Hospitalar 1 Construção Civil

1.1 Envolvente do Edifício:

1.1.2

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Devem garantir estabilidade do conjunto e resistência estrutural à acção das cargas permanentes, das sobrecargas, das deformações térmicas, do vento e acidentais e pela resistência aos choques de corpos sólidos

• REBAP - Regulamento de Estruturas de Betão Armado e Pré-esforçado [N11] • RSA - Regulamento de Segurança e Acções para estruturas de edifícios e pontes • Proposta do Novo Regulamento Geral de Edificações [N1] - SECÇÃO II - Paredes. Artigo 74º – Exigências gerais: 1. As paredes das edificações devem ser projectadas e construídas de modo a obedecer às exigências de segurança estrutural e, quando executadas em alvenaria, cumprir as seguintes espessuras mínimas: a. Paredes exteriores – 0,25 m; b. Parede de separação entre fracções autónomas – 0,25 m; c. Paredes entre fracções autónomas e áreas comuns interiores do edifício – 0,25 m; d. Paredes divisórias interiores – 0,15 m. 2. Nas paredes exteriores duplas de alvenaria, o pano exterior deve ter a espessura mínima, em tosco, de 0,15 m 3. As paredes exteriores em contacto com o terreno devem ter características que garantam as exigências […] de resistência aos impulsos do solo […].

• ET 05/2007 - Especificações Técnicas para o comportamento sismo-resistente de edifícios hospitalares [6] • Recomendações e Especificações Técnicas do Edifício Hospitalar [1] As soluções a adoptar para paredes exteriores devem ter em conta: (i) Adequado contraventamento entre panos; (ii) As paredes exteriores devem preferencialmente estar inclusas nos quadros definidos pelos elementos estruturais principais (pilares/paredes resistentes e vigas/lajes); (iii) Para evitar a ocorrência de fenómenos de coluna curta devidos à acção sísmica, nos vãos existentes nas paredes exteriores deve evitar-se a ocorrência de aberturas horizontais (vãos rasgados) situados sistematicamente na mesma posição (cota) numa parte significativa da fachada.

Seg

uran

ça c

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cênd

io Devem possuir adequada reacção ao fogo, caracterizada pelo

contributo dos materiais constituintes para a origem e desenvolvimento do incêndio e expressa por classes de reacção ao fogo em função da não combustibilidade, da inflamabilidade e da velocidade de propagação das chamas e pela resistência ao fogo, caracterizada pelo impedimento da propagação dum incêndio de um local para o outro e expressa pelo tempo durante o qual a estabilidade não apresenta nem degradação nem deformação incompatíveis com a função do elemento

• Regulamento Técnico de Segurança Contra Incêndio em Edifícios (RT-SCIE) [N18] CAPÍTULO II - Limitações à propagação do incêndio pelo exterior. Artigo 7.º - Paredes exteriores tradicionais Artigo 8.º - Paredes exteriores não tradicionais Artigo 9.º - Paredes de empena Os revestimentos exteriores dos edifícios cumprem as condições de qualificação de reacção ao fogo indicadas nos Quadros do Artº 7º do RT-SCIE. As paredes exteriores de empena devem garantir as condições de resistência ao fogo padrão estabelecidas no RT-SCIE. Devem ainda elevar-se acima das coberturas, quando estas não garantam a resistência ao fogo padrão estabelecida, formando “guarda-fogos”, no mínimo de 0,6 m

• Recomendações e Especificações Técnicas do Edifício Hospitalar [1] Na implantação, concepção e construção do edifício devem ser consideradas todas as medidas que limitem os riscos de incêndio e o respectivo desenvolvimento e que facilitem a evacuação e o combate ao incêndio, em cumprimento do regulamento em vigor de segurança contra incêndios As soluções a adoptar para paredes exteriores devem ter constituição adequada à satisfação das exigências regulamentares mínimas de comportamento acústico e de segurança contra incêndios, devendo em qualquer circunstância considerar um Umax=0,90W/m2.ºC e um La ≥30dB, sem prejuízo do cumprimento do RCCTE

Segurança contra a intrusão

Devem garantir a segurança às intrusões humanas ou de animais • Recomendações e Especificações Técnicas do Edifício Hospitalar [1] Na implantação, concepção e construção do edifício devem ser consideradas todas as medidas que limitem os riscos de intrusão.

Seg

uran

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tiliz

ação

Devem garantir adequada segurança do contacto, evitando lesões aos utilizadores por contacto directo ou indirecto com as paredes

• Proposta do Novo Regulamento Geral de Edificações [N1] - SECÇÃO I - Paredes. Artigo 75º – Acabamentos 3. Os acabamentos das paredes devem ser coesos e aderentes aos respectivos suportes, e devem apresentar resistência às acções climáticas decorrentes da exposição e às acções provenientes da utilização normal, mantendo as características e aspecto por um período de tempo compatível com a dificuldade e o custo de manutenção e reparação

• Recomendações e Especificações Técnicas do Edifício Hospitalar [1] As soluções a adoptar para paredes exteriores devem ter em conta quando o revestimento for constituído: (i) por placas/mosaicos de grandes dimensões devem ser tidos em conta, com particular cuidado, os sistemas de fixação e de ancoragem, que devem ser sempre homologados; o material de preenchimento das juntas entre placas/ mosaicos deve ser sempre homologado. Necessidade de comprovação que os sistemas de fixação e ancoragem podem acomodar as deformações e as forças de inércia devidas à acção sísmica sem perda de capacidade de suporte das placas. (ii) por azulejos, placas de cerâmica ou placas de pedra natural devem ser dimensionadas juntas de esquartelamento, de largura compatível com as dilatações e contracções de origem higrotérmica que aqueles irão sofrer, sendo que o material homologado para o preenchimento dessas juntas deve ser objecto de documentos de homologação que comprovem as características de deformabilidade e durabilidade que estes devem ter.

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As paredes exteriores devem assegurar aos espaços situados no interior dos edifícios uma protecção acústica adequada relativamente aos ruídos produzidos em espaços aéreos exteriores e em edifícios contíguos ou vizinhos que atravessam a parede e aos ruídos transmitidos por vibrações

• RRAE - Regulamento dos Requisitos Acústicos dos Edifícios [N16] Art.8º- Edifícios hospitalares e similares 1 — Os edifícios que se destinem à prestação de serviços hospitalares e de cuidados análogos estão sujeitos ao cumprimento dos seguintes requisitos acústicos: a) O índice de isolamento sonoro a sons de condução aérea, D2 m, nT, w, entre o exterior dos edifícios, como local emissor, e os compartimentos interiores identificados no quadro V do anexo ao presente Regulamento, como locais receptores, deve satisfazer o seguinte: i) D2 m, nT, w ≥ 33 dB, em zonas mistas ou em zonas sensíveis reguladas pelas alíneas c), d) e e) do n.º 1 do artigo 11.º do Regulamento Geral do Ruído; ii) D2 m, nT, w ≥ 28 dB, em zonas sensíveis reguladas pela alínea b) do n.º 1 do artigo 11.º do Regulamento Geral do Ruído; iii) Quando a área translúcida for superior a 60 % do elemento de fachada em análise, deve ser adicionado ao índice D2 m, nT, w o termo de adaptação apropriado, C ou Ctr, conforme o tipo de ruído dominante na emissão, mantendo-se os limites das subalíneas i) e ii)

• Recomendações e Especificações Técnicas do Edifício Hospitalar [1] As soluções a adoptar nas paredes exteriores devem ter em conta boas condições de comportamento acústico

Con

fort

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Devem contribuir para proteger termicamente o ambiente interior do edifício contra as condições desfavoráveis do ambiente exterior e suas variações, para o que devem apresentar níveis de isolamento térmico adequados ao clima da região. Adicionalmente, não devem apresentar zonas onde possam ocorrer condensações superficiais no paramento interior que dêem origem a degradações do mesmo.

• Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos Edifícios (RCCTE) [N15]

• Recomendações e Especificações Técnicas do Edifício Hospitalar [1] As soluções a adoptar nas paredes exteriores devem ter em conta: (i) Boa drenagem e ventilação no interior e eliminação de riscos de condensações intersticiais; (ii) Elevada inércia térmica, adequada para manter estável a temperatura interior; (iii) Correcção simples ou dupla em elementos estruturais de forma a diminuir o factor de concentração de perda térmica nas zonas heterogéneas; (iv) Isolamento adequado das caixas de estores, quando existam; (v) Constituição adequada à satisfação das exigências regulamentares mínimas de comportamento acústico e de segurança contra incêndios, devendo em qualquer circunstância considerar um Umax=0,90W/m2.ºC e um La ≥30dB, sem prejuízo do cumprimento do RCCTE.

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Garantir que não haja infiltrações de água para o interior do edifício e uma permeabilidade ao ar adequada

• Proposta do Novo Regulamento Geral de Edificações [N1] 3. As paredes exteriores em contacto com o terreno devem ter características que garantam as exigências de estanqueidade à água e de resistência aos impulsos do solo e disporem de um revestimento impermeabilizante e de um sistema de drenagem adequados, bem como de isolamento térmico se confinantes com um espaço habitável; 4. Devem ser tomadas medidas que evitem a ascensão da água do solo por capilaridade nas paredes, interiores e exteriores sempre que nas fundações não forem adoptadas soluções construtivas que impeçam o fenómeno 5. Nos revestimentos exteriores de paredes em elevação deve assegurar-se que promovam a passagem para o exterior do vapor de água gerado no interior do edifício, embora satisfazendo às exigências de estanqueidade à água da chuva;

• Recomendações e Especificações Técnicas do Edifício Hospitalar [1] Isolamento adequado das caixas de estores

Conforto visual Devem valorizar esteticamente a envolvente do edifício, proporcionando bem estar aos utentes

• Proposta do Novo Regulamento Geral de Edificações [N1] - SECÇÃO II - Paredes. Artigo 75º – Acabamentos 5. Nos revestimentos exteriores de paredes em elevação deve assegurar-se que evitem as reflexões de luz solar incómodas para os utentes dos edifícios vizinhos e perigosas para a circulação de pessoas e veículos

• Recomendações e Especificações Técnicas do Edifício Hospitalar [1] As soluções a adoptar para paredes exteriores devem ter em conta, excepto em situações pontuais devidamente justificadas, que o recurso a monomassas ou rebocos em paredes exteriores, sem outros revestimentos para além da simples pintura deve ser evitado

Hig

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Não devem emitir ou desenvolver substâncias nocivas ou insalubres na sua superfície

• Proposta do Novo Regulamento Geral de Edificações [N1] - SECÇÃO II - Paredes. Artigo 75º – Acabamentos 2. Os acabamentos em paredes exteriores […] devem, em regra, conferir aos paramentos: a) Uma superfície sem defeitos e com características que facilitem a respectiva limpeza; b) Resistência mecânica satisfatória às acções de abrasão, riscagem, choque e outras, quando confinem com espaços de passagem, públicos ou de uso comum.

Exi

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Durabilidade e Funcionalidade

Devem garantir economia de energia e isolamento térmico Os materiais que constituem as paredes devem preservar todas as exigências estabelecidas durante a vida útil da parede.

• Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos Edifícios (RCCTE) [N15] • Recomendações e Especificações Técnicas do Edifício Hospitalar [1] Os aspectos de concepção com durabilidade que forem adoptados no projecto de execução devem prever soluções com elevada durabilidade, tendo como referência que se pretende que venham a ter vidas úteis para as paredes envolventes de 30 anos

• Proposta do Novo Regulamento Geral de Edificações [N1] - SECÇÃO II - Paredes. Artigo 75º – Acabamentos 3. Os acabamentos das paredes devem ser coesos e aderentes aos respectivos suportes, e devem apresentar resistência às acções climáticas decorrentes da exposição e às acções provenientes da utilização normal, mantendo as características e aspecto por um período de tempo compatível com a dificuldade e o custo de manutenção e reparação.

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Mestrado em Engenharia Civil – Edificações MANUTENÇÃO PREVENTIVA DE UM EDIFÍCIO HOSPITALAR

A2-4/6

Tabela A2 - 3 - Exigências Funcionais Requeridas para os Vãos exteriores Elemento Exigências Funcionais Documento Regulamentar Documento de Recomendações e Especificações Técnicas

para Edifício Hospitalar 1 Construção Civil

1.1 Envolvente do Edifício:

1.1.4

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Exi

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Segurança contra

incêndio

Devem possuir adequada reacção ao fogo dos materiais e resistência ao fogo do sistema construtivo

• Regulamento Técnico de Segurança Contra Incêndio em Edifícios (RT-SCIE) [N18] são estabelecidas as classes de: (i) resistência ao fogo padrão dos elementos fixos que guarnecem os vãos e (ii) reacção ao fogo dos elementos transparentes das janelas e de outros vãos, da caixilharia e dos estores ou persianas exteriores • Proposta do Novo Regulamento Geral de Edificações Urbanas [N1] Secção VII - Componentes dos vãos - Artigo 86º – Exigências gerais 1. Os componentes dos vãos devem ser projectados e construídos de modo a obedecer às exigências de segurança contra incêndio […].

• Recomendações e Especificações Técnicas do Edifício Hospitalar [1] Na implantação, concepção e construção do edifício devem ser consideradas todas as medidas que limitem os riscos de incêndio e o respectivo desenvolvimento e que facilitem a evacuação e o combate ao incêndio, em cumprimento do regulamento em vigor de segurança contra incêndios.

Seg

uran

ça

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tiliz

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Os preenchimentos de vãos e os elementos que os integram não devem constituir risco de queda ou de ferimento para as pessoas. A manobra das partes móveis e dos seus acessórios não deve, em condições normais, originar perigo algum para o utilizador.

• Proposta do Novo Regulamento Geral de Edificações [N1] Secção VII - Componentes dos vãos - Artigo 86º – Exigências gerais 1. Os componentes dos vãos devem ser projectados e construídos de modo a obedecer às exigências de […] utilização […]. 6. Quando aplicável, os componentes dos vãos devem garantir uma protecção adequada contra a queda de pessoas para o exterior do espaço onde se situam e o elemento de protecção deve situar-se entre um mínimo de 0,90 m e um máximo de 1,10 m acima do nível do pavimento, salvo outros valores fixados em regulamentação específica.

• Recomendações e Especificações Técnicas do Edifício Hospitalar [1] Toda a fenestração que possa ser acessível a doentes ou a público deve ser provida de fecho com chave ou encravamento mecânico. As portas exteriores de entrada no serviço de urgência e nas entradas gerais devem ser de correr e de abertura automática.

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Devem assegurar a estanquidade à água da chuva e à neve e uma permeabilidade ao ar reduzida (de forma a reduzir as perdas de calor, limitando a potência da instalação de aquecimento e o consumo anual de energia e evitando as correntes de ar frio)

• Proposta do Novo Regulamento Geral de Edificações [N1] Secção VII - Componentes dos vãos - Artigo 86º – Exigências gerais 1. Os componentes dos vãos devem ser projectados e construídos de modo a obedecer às exigências de […] estanqueidade à água, de permeabilidade ao ar, […], de isolamento térmico […]. 2. A aplicação dos componentes nas edificações deve garantir a compatibilização com o vão de modo a […] permitir as suas variações dimensionais higrotérmicas.

• Recomendações e Especificações Técnicas do Edifício Hospitalar [1] O Edifício deve ser concebido, dimensionado e equipado de forma a permitir que se criem e mantenham, no seu interior, condições ambientais satisfatórias de conforto termohigrométrico, com contenção dos gastos energéticos e tendo em atenção a função do edifício e o normal funcionamento dos respectivos equipamentos, devendo deste modo ser satisfeitas as condições do RCCTE e do RSECE. As caixilharias dos vãos exteriores devem ser concebidas tendo em atenção o preconizado nas Directivas UEAtc para edifícios desta natureza quanto à permeabilidade ao ar, à estanquidade, à água e à resistência ao vento, pelo que devem ter, no mínimo a qualificação A3V3E3.

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A caixilharia e envidraçados exteriores devem apresentar resistência mecânica e durabilidade satisfatórias face ao seu grau de exposição aos agentes atmosféricos e à acção da intempérie (vento, resistência ao choque (queda de pessoas e quedas acidentais) e resistência anti-sísmica) O preenchimento dos vãos exteriores devem apresentar resistência mecânica e durabilidade satisfatórias face aos esforços induzidos, quer no seu normal funcionamento, quer em resultado de manobras erradas acidentais, e de ocorrência provável, por parte dos utilizadores

• Proposta do Novo Regulamento Geral de Edificações [N1] Secção VII - Componentes dos vãos - Artigo 86º – Exigências gerais 1. Os componentes dos vãos devem ser projectados e construídos de modo a obedecer às exigências de […] resistência às acções do vento e às acções mecânicas de utilização […]. 2. A aplicação dos componentes nas edificações deve garantir a compatibilização com o vão de modo a evitar as acções induzidas pelos elementos estruturais das edificações e por vibrações produzidas pelo tráfego, bem como para permitir as suas variações dimensionais higrotérmicas. 3. As exigências de desempenho funcional e de resistência mecânica às acções do vento dos componentes dos vãos deverão ser seleccionadas em função da exposição nas fachadas das edificações, podendo esta selecção adoptar os critérios recomendados por organismos nacionais de competência reconhecida, na ausência de especificações nacionais aplicáveis. 4. As exigências dispostas no nº 3 devem preferencialmente ser objecto de uma certificação de qualidade, ou pelo menos ser experimentalmente qualificadas através de ensaios laboratoriais. 5. As portas e janelas e os dispositivos de regulação de luz e protecção solar devem apresentar resistência mecânica adequada aos esforços resultantes das acções a que possam ser submetidos e as ferragens devem garantir uma manobra fácil e isenta de riscos.

• Recomendações e Especificações Técnicas do Edifício Hospitalar [1] Para evitar a ocorrência de fenómenos de coluna curta devidos à acção sísmica, nos vão existentes nas paredes exteriores deverá evitar-se a ocorrência de aberturas horizontais (vãos rasgados) situados sistematicamente na mesma posição (cota) numa parte significativa da fachada.

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amen

to

térm

ico

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Devem possuir adequado coeficiente de transmissão térmica (do vão envidraçado) e factor solar do vidro

• Proposta do Novo Regulamento Geral de Edificações Urbanas [N1] Secção VII - Componentes dos vãos - Artigo 86º – Exigências gerais 1. Os componentes dos vãos devem ser projectados e construídos de modo a obedecer às exigências de […] isolamento térmico e de economia de energia […].

• Recomendações e Especificações Técnicas do Edifício Hospitalar [1] Sempre que as janelas possam ser abertas para efeitos de ventilação natural deve existir automatismo que desligue o sistema de ar condicionado do local. O cálculo térmico do edifício deve ser independente dos sistemas de obscurecimento dos compartimentos.

Isolamento sonoro

Devem assegurar índice de isolamento sonoro a ruídos de condução aérea adequados, com redução acústica ou sonora

• RRAE - Regulamento dos Requisitos Acústicos dos Edifícios [N16] Art.8º- Edifícios hospitalares e similares • Proposta do Novo Regulamento Geral de Edificações Urbanas [N1] Secção VII - Componentes dos vãos - Artigo 86º – Exigências gerais 1. Os componentes dos vãos devem ser projectados e construídos de modo a obedecer às exigências de […] isolamento sonoro […].

• Recomendações e Especificações Técnicas do Edifício Hospitalar [1] O edifício deve ser concebido de modo a proporcionar aos utilizadores boas condições de conforto acústico devendo observar-se a regulamentação em vigor.

Con

fort

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Devem assegurar coeficiente de transmissão luminoso (vidro) adequado. A cor, o brilho e a reflectividade dos elementos dos preenchimentos de vãos devem manter-se constantes ou, pelo menos, variar no tempo de uma maneira uniforme e contínua sem formação de contrastes ou manchas. Não devem ocorrer manchas ou escorrimentos sobre a fachada, provindo dos elementos que compõem os preenchimentos de vãos exteriores, quer sejam devidos à corrosão, quer aos produtos de estanquidade

• Proposta do Novo Regulamento Geral de Edificações [N1] Titulo IV - Capítulo 6 - Exigências de Conforto - Artigo 66º – Conforto visual 1. As edificações e as intervenções de níveis III e IV devem ser, projectadas, construídas e mantidas por forma a proporcionar condições satisfatórias de conforto visual aos utentes. 2. Os parâmetros para satisfação deste objectivo devem considerar: a) A tipologia, as actividades e o uso das edificações; b) Os dispositivos para a regulação do ambiente luminoso; c) O período de tempo durante o qual as exigências devem ser satisfeitas, consideradas as condições climáticas; d) A instalação de sistema que garanta o obscurecimento total nos quartos. 3. Para cumprimento do disposto no nº 1, e em função do uso dos compartimentos, devem ser garantidos: a) os níveis de iluminação aconselhados para cada actividade; b) uma distribuição adequada da iluminação e ausência de encandeamento, mediante recurso a dispositivos de sombreamento adequados. Secção VII Componentes dos vãos. Secção VII Componentes dos vãos - Artigo 86º – Exigências gerais 1. Os componentes dos vãos devem ser projectados e construídos de modo a obedecer às exigências [...], de conforto visual, […]

• Recomendações e Especificações Técnicas do Edifício Hospitalar [1] As janelas devem ter sistemas que permitam o obscurecimento parcial e total dos compartimentos. No caso de janelas de compartimentos onde haja longa permanência dos doentes, os vãos exteriores devem possuir sistemas de protecção solar e de obscurecimento. Nos espaços de internamento e em particular nos internamentos especiais, não deve existir iluminação zenital.

Dur

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Devem assegurar a durabilidade mecânica (Resistência a manobras repetidas de abertura e fecho - número de ciclos de abertura e fecho de janelas e portas para uma utilização) e resistência à corrosão

• Proposta do Novo Regulamento Geral de Edificações [N1] Secção VII - Componentes dos vãos - Artigo 86º – Exigências gerais 1. Os componentes dos vãos devem ser projectados e construídos de modo a obedecer às exigências de […] durabilidade […]. 7. Devem ser previstas soluções que permitam uma fácil e segura manutenção dos componentes dos vãos e limpeza exterior das superfícies envidraçadas.

• Recomendações e Especificações Técnicas do Edifício Hospitalar [1] Deve ser prevista a limpeza dos envidraçados exteriores em condições de segurança e, sempre que possível, pelo interior. Nestes casos deve haver fixações interiores para os cintos de segurança. As portas exteriores de entrada no serviço de urgência e nas entradas gerais devem ser de correr e de abertura automática, prever a existência de grande tráfego e ter protecção mecânica contra o embate de equipamentos rodados.

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ncia

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usão

Devem conferir uma protecção adequada aos ocupantes e aos bens e equipamentos no interior do edifício contra intrusões indesejáveis de pessoas, animais e objectos

• Proposta do Novo Regulamento Geral de Edificações [N1] Secção VII - Componentes dos vãos - Artigo 86º – Exigências gerais 1. Os componentes dos vãos devem ser projectados e construídos de modo a obedecer às exigências de […] resistência à intrusão […].

• Recomendações e Especificações Técnicas do Edifício Hospitalar [1] Na implantação, concepção e construção do edifício devem ser consideradas todas as medidas que limitem os riscos de intrusão. Deve ser dada particular atenção ao controlo das entradas e saídas do edifício, tendo em conta que a facilidade de evacuação deve sobrepor-se aos riscos de intrusão. Toda a fenestração exterior, embora garantindo a possibilidade de abertura, deve ser provida de fecho com chave ou encravamento mecânico. A privacidade visual dos compartimentos deve ser garantida, de acordo com a respectiva utilização, pelo que os vidros das janelas dos quartos, dos compartimentos onde se pratiquem actos clínicos e das instalações sanitárias, que tenham visibilidade do exterior devem ser translúcidos ou visualmente protegidos por outro processo

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Mestrado em Engenharia Civil – Edificações MANUTENÇÃO PREVENTIVA DE UM EDIFÍCIO HOSPITALAR

A2-5/6

Tabela A2 - 4 – Exigências Funcionais Requeridas para os Sistemas de Águas Frias

Elemento Exigências Funcionais Documento Regulamentar Documento de Recomendações e Especificações Técnica s para Edifício Hospitalar

3 Instalações e Equipamentos de Águas

3.2

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Seg

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ão Deve assegurar a distribuição de água a todos os dispositivos

instalados em boas condições. Deve ser concebida de forma a que se obtenha um desempenho funcional adequado, e a que a sua utilização se processe de modo seguro e confortável para os utilizadores

• Decreto Regulamentar n.º 23/95, de 23 de Agosto [N29] • Proposta do Novo Regulamento Geral de Edificações [N1] Artigo 56º – Exigências de distribuição e drenagem de água 1. Devem ser cumpridas as disposições regulamentares específicas de distribuição de água e de drenagem de águas residuais domésticas e pluviais. capítulo 2 Abastecimento e Distribuição de Água Artigo 95º – Exigências gerais5. As redes de distribuição de água potável devem manter-se isoladas das redes de drenagem de águas residuais em todo o seu traçado e o fornecimento de água potável aos aparelhos sanitários deve ser efectuado em moldes que impeçam contaminações, quer por contacto, quer por aspiração de águas residuais em caso de depressão.

• ET 05/2007 - Especificações Técnicas para o comportamento sismo-resistente de edifícios hospitalares [6] As instalações e equipamentos de águas e esgotos deverão apresentar um comportamento sismo-resistente apropriado, exigindo-se, na generalidade dos casos, que permaneçam operacionais para a acção sísmica correspondente ao requisito de limitação de danos (Estado Limite de Utilização). Para a generalidade das instalações e equipamentos de águas e esgotos deve garantir-se que as suas prumadas possam suportar deslocamentos horizontais relativos entre pisos (devidos à acção sísmica) correspondentes ao Estado Limite de Utilização, com um valor limite superior de 0,5% do pé-direito. Ainda para a mesma acção, no atravessamento de juntas estruturais deve assegurar-se que os elementos dessas redes conseguem suportar os deslocamentos (normais e tangenciais às juntas) entre os blocos ou corpos contíguos, sem que ocorram riscos de perdas de vidas humanas nem roturas nas mesmas redes. Os deslocamentos relativos a considerar nesses casos devem ser os correspondentes ao Estado Limite de Utilização.

Ao

Incê

ndio

O material isolante das tubagens (isoladas termicamente) deve ser de classe de reacção ao fogo adequada às funções que desempenham de modo a satisfazerem as disposições da regulamentação de segurança ao incêndio aplicável. No caso de atravessamentos, a fim de evitar através dos mesmos a propagação de um eventual incêndio, as juntas devem ser seladas com materiais com características intumescentes, que assegurem uma resistência ao fogo compatível com a do elemento atravessado.

• RJ-SCIE - Regime Jurídico da Segurança Contra Incêndio em Edifícios - [N17] • RT-SCIE - Regulamento Técnico de Segurança Contra Incêndio em Edifícios - Portaria n.º 1532/2008, de 29 de Dezembro [N18]

• ET 07/2009 – Especificações Técnicas para tubagens em instalações de águas em edifícios hospitalares [2] As tubagens de água em pressão instaladas no interior dos parques de estacionamento devem, no mínimo, ser da classe de reacção ao fogo D-s2-d0. Os tubos de aço inoxidável que atravessam elementos de construção com qualificação de resistência, pelo que no caso de tubos isolados termicamente que não estejam embebidos no interior de elementos de construção, ou protegidos por ductos ou condutas que lhes confiram uma protecção adequada e que impeçam a propagação do fogo entre locais, as soluções de isolamento térmico devem, no mínimo ser da classe europeia de reacção ao fogo CL-s2-d0

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água

Devem manter-se estanques quando sujeitos aos níveis de pressão definidos em termos regulamentares

• Decreto Regulamentar n.º 23/95, de 23 de Agosto [N29] Artigo 111.º Ensaio de estanquidade

• ET 07/2009 – Especificações Técnicas para tubagens em instalações de águas em edifícios hospitalares [2] Após a execução dos trabalhos de montagem das instalações as redes de água fria devem ser submetidas a ensaios hidráulicos comprovativos da sua estanquidade

Con

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Nas tubagens destinadas à distribuição de água fria, sempre que se justifique, deve prever-se a aplicação de isolantes térmicos envolventes com espessura e características adequadas. Os valores mínimos relativos às espessuras dos isolantes devem ser compatíveis com as características do isolante da tubagem e com a temperatura da água, no âmbito da regulamentação nacional sobre comportamento térmico e climatização de edifício

• Decreto Regulamentar n.º 23/95, de 23 de Agosto [N29] Artigo 96.º Instalação

4 – As canalizações exteriores da rede predial de água fria podem ser enterradas em valas, colocadas em paredes ou instaladas em caleiras, devendo ser sempre protegidas de acções mecânicas e isoladas termicamente quando necessário • Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos Edifícios (RCCTE) [N15]

• ET 07/2009 – Especificações Técnicas para tubagens em instalações de águas em edifícios hospitalares [2] Os troços de tubagem da rede de água fria onde se prevêem possíveis condensações ou exposições a temperaturas extremas, como são o caso das tubagens instaladas em forro de coberturas, devem ser isoladas termicamente. Os tubos isolados e à vista devem ser revestidos a chapa de alumínio com espessura mínima de 0,8mm, tendo em vista a protecção mecânica do isolamento e a estética final.

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Acautelar eventual propagação de ruídos e vibrações, nomeadamente assegurando a dessolidarização das tubagens no atravessamento de elementos estruturais ou outros e precauções necessárias quando se verifique a existência de equipamento mecânico ou outros (sistemas elevatório e/ou sobrepressor)

• Decreto Regulamentar n.º 23/95, de 23 de Agosto [N29] Artigo 74.º Localização

Na localização das instalações de bombagem deve considerar-se: g) Os efeitos da propagação de ruídos e vibrações Artigo 262.º Instalações elevatórias

1 – As instalações elevatórias devem ser implantadas em locais que permitam uma fácil inspecção e manutenção e minimizem os efeitos de eventuais ruídos, vibrações ou cheiros.

• RRAE - Regulamento dos Requisitos Acústicos dos Edifícios - Decreto-Lei n.º 96/2008, de 9 de Junho [N16] Art.8º- Edifícios hospitalares e similares

• ET 07/2009 – Especificações Técnicas para tubagens em instalações de águas em edifícios hospitalares [2] As braçadeiras devem ser isoladas da tubagem, adoptando-se dispositivos contrários à propagação de ruídos e vibrações aos elementos rígidos da construção. Nos atravessamentos de paredes e pavimentos, os tubos à vista devem ser envolvidos por mangas de protecção, que permitam a sua livre dilatação e que evitem a propagação de ruídos e vibrações àqueles elementos de construção. O espaço entre os tubos e as respectivas mangas deve ser preenchido com material isolante que permita a sua livre dilatação.

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Devem ser concebidas de forma a facilitar as operações de manutenção. Os materiais e equipamentos constituintes dos sistemas devem ser portadores de níveis de qualidade e de durabilidade compatíveis com a vida útil prevista para o edifício. Os produtos a utilizar no isolamento térmico das tubagens devem ser imputrescíveis, não corrosíveis e resistentes aos microrganismos e à humidade; quando sujeitos a acções extremas, devem ser protegidos de modo a evitar a sua degradação ou envelhecimento, de acordo com as indicações do fabricante

• Decreto Regulamentar n.º 23/95, de 23 de Agosto [N29] Artigo 87º - Concepção de novos sistemas 2 – As pressões de serviço nos dispositivos de utilização devem situar-se entre 50 kPa e 600 kPa, sendo recomendável, por razões de conforto e durabilidade dos materiais, que se mantenham entre 150 kBa e 300 kPa • Proposta do Novo Regulamento Geral de Edificações [N1] capítulo 2 Abastecimento e Distribuição de Água Artigo 95º – Exigências gerais 2.Na execução dos sistemas de tubagem de distribuição predial de água devem ser adoptadas práticas de instalação que garantam o desempenho funcional e a durabilidade adequados.

• Recomendações e Especificações Técnicas do Edifício Hospitalar [1]

Toda a rede deve ser, preferencialmente, instalada à vista ou ser visitável, em ductos e tectos falsos amovíveis e ser dotada dos órgãos indispensáveis. As redes de água quente devem ser executadas preferencialmente em aço inoxidável do tipo adequado (AISI 316 L), preferencialmente sem soldaduras. • ET 07/2009 – Especificações Técnicas para tubagens em instalações de águas em edifícios hospitalares [2] A rede de água fria deve ser dotada de seccionamentos parciais, por grupos de aparelhos sanitários ou dispositivos de utilização, permitindo o seccionamento dos circuitos por forma a facilitar eventuais reparações em caso de avaria sem comprometer a sua operacionalidade global. A monitorização do sistema de distribuição de água tem como objectivo poder prever os possíveis fenómenos de incrustação e de corrosão na tubagem das redes, permitindo actuar ao nível do tratamento da água e da substituição dos materiais antes da ocorrência destes fenómenos, sendo que os principais parâmetros a monitorizar são objecto do Anexo III à ET 07-2009 da ACSS, onde são indicados os requisitos gerais a observar na qualidade da água

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Mestrado em Engenharia Civil – Edificações MANUTENÇÃO PREVENTIVA DE UM EDIFÍCIO HOSPITALAR

A2-6/6

Tabela A2 - 5 – Exigências Funcionais Requeridas para os Sistemas de Águas Quentes Elemento Exigências Funcionais Documento Regulamentar Documento de Recomendações e Especificações Técnica s

para Edifício Hospitalar

3 Instalações e Equipamentos de Águas

3.2

• In

stal

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s e

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s de

águ

as q

uent

es

Seg

uran

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Util

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ão

Assegurar a distribuição de água a todos os dispositivos instalados em boas condições. O sistema predial de distribuição de água deve ser concebido de forma a que se obtenha um desempenho funcional adequado, e a que a sua utilização se processe de modo seguro e confortável para os utilizadores. A temperatura da água quente para fins sanitários na distribuição deve estar compreendida entre 50 e 60 °C; nas unidades de produção e acumulação a temperatura deve oscilar entre 70 e 80 °C, de modo a prevenir a proliferação bacteriana, como por exemplo a Legionella.

• Decreto Regulamentar n.º 23/95, de 23 de Agosto [N29] • Proposta do Novo Regulamento Geral de Edificações [N1] Artigo 56º – Exigências de distribuição e drenagem de água 1. Devem ser cumpridas as disposições regulamentares específicas de distribuição de água e de drenagem de águas residuais domésticas e pluviais. capítulo 2 Abastecimento e Distribuição de Água Artigo 95º – Exigências gerais 5. As redes de distribuição de água potável devem manter-se isoladas das redes de drenagem de águas residuais em todo o seu traçado e o fornecimento de água potável aos aparelhos sanitários deve ser efectuado em moldes que impeçam contaminações, quer por contacto, quer por aspiração de águas residuais em caso de depressão

• ET 05/2007 - Especificações Técnicas para o comportamento sismo-resistente de edifícios hospitalares [6] As instalações e equipamentos de águas e esgotos deverão apresentar um comportamento sismo-resistente apropriado, exigindo-se, na generalidade dos casos, que permaneçam operacionais para a acção sísmica correspondente ao requisito de limitação de danos (Estado Limite de Utilização). Para a generalidade das instalações e equipamentos de águas e esgotos deve garantir-se que as suas prumadas possam suportar deslocamentos horizontais relativos entre pisos (devidos à acção sísmica) correspondentes ao Estado Limite de Utilização, com um valor limite superior de 0,5% do pé-direito. Ainda para a mesma acção, no atravessamento de juntas estruturais deve assegurar-se que os elementos dessas redes conseguem suportar os deslocamentos (normais e tangenciais às juntas) entre os blocos ou corpos contíguos, sem que ocorram riscos de perdas de vidas humanas nem roturas nas mesmas redes. Os deslocamentos relativos a considerar nesses casos devem ser os correspondentes ao Estado Limite de Utilização. • Recomendações e Especificações Técnicas do Edifício Hospitalar [1] A temperatura de distribuição deve ser, no mínimo de 55ºC com uma temperatura de retorno mínima de 45ºC. O sistema primário de aquecimento de água deve possuir potência necessária para permitir o aquecimento da água à temperatura de 90ºC (choque térmico). A temperatura de produção de água quente deve ser superior à de distribuição (mínimo 60ºC)."

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Quando as tubagens são isoladas termicamente, os respectivos produtos isolantes devem ser de classe de reacção ao fogo adequada às funções que desempenham de modo a satisfazerem às disposições da regulamentação de segurança ao incêndio aplicável. No caso de atravessamentos, a fim de evitar através dos mesmos a propagação de um eventual incêndio, as juntas devem ser seladas com materiais com características intumescentes, que assegurem uma resistência ao fogo compatível com a do elemento atravessado.

• RJ-SCIE - Regime Jurídico da Segurança Contra Incêndio em Edifícios [N17] • RT-SCIE - Regulamento Técnico de Segurança Contra Incêndio em Edifícios - Portaria n.º 1532/2008, de 29 de Dezembro [N18]

• ET 07/2009 – Especificações Técnicas para tubagens em instalações de águas em edifícios hospitalares [2] Os tubos de aço inoxidável que atravessam elementos de construção com qualificação de resistência, pelo que no caso de tubos isolados termicamente que não estejam embebidos no interior de elementos de construção, ou protegidos por ductos ou condutas que lhes confiram uma protecção adequada e que impeçam a propagação do fogo entre locais, as soluções de isolamento térmico devem, no mínimo ser da classe europeia de reacção ao fogo CL-s2-d0

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e à

água

Devem manter-se estanques quando sujeitos aos níveis de pressão definidos em termos regulamentares

• Decreto Regulamentar n.º 23/95, de 23 de Agosto [N29] Artigo 111.º Ensaio de estanquidade

• ET 07/2009 – Especificações Técnicas para tubagens em instalações de águas em edifícios hospitalares [2] Após a execução dos trabalhos de montagem das instalações as redes de água quente devem ser submetidas a ensaios hidráulicos comprovativos da sua estanquidade

Con

fort

o hi

grom

étric

o

Nas tubagens destinadas à distribuição de água quente deve prever-se a aplicação de isolantes térmicos envolventes com espessura e características adequadas. Os valores mínimos relativos às espessuras dos isolantes devem ser compatíveis com as características do isolante da tubagem e com a temperatura da água, no âmbito da regulamentação nacional sobre comportamento térmico e climatização de edifício

• Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos Edifícios (RCCTE) [N15]

• Recomendações e Especificações Técnicas do Edifício Hospitalar [1] A rede de água quente será isolada termicamente de acordo com o Decreto -Lei 79-2006 e ainda revestida nos locais à vista com protecção mecânica

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No atravessamento de elementos estruturais ou outros, deve ficar assegurada a dessolidarização das tubagens a fim de evitar uma eventual propagação de ruídos e vibrações através daqueles elementos. Quando se verifique a existência de equipamento mecânico ou outros (sistemas elevatório e/ou sobrepressor), devem ser tomadas as precauções necessárias para acautelar que o mesmo não se constitua como fonte de perturbação sonora para os utilizadores

• RRAE - Regulamento dos Requisitos Acústicos dos Edifícios - [N16] Art.8º- Edifícios hospitalares e similares

• ET 07/2009 – Especificações Técnicas para tubagens em instalações de águas em edifícios hospitalares [2] As braçadeiras devem ser isoladas da tubagem, adoptando-se dispositivos contrários à propagação de ruídos e vibrações aos elementos rígidos da construção. Nos atravessamentos de paredes e pavimentos, os tubos à vista devem ser envolvidos por mangas de protecção, que permitam a sua livre dilatação e que evitem a propagação de ruídos e vibrações àqueles elementos de construção. O espaço entre os tubos e as respectivas mangas deve ser preenchido com material isolante que permita a sua livre dilatação.

Exi

gênc

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m

anut

ençã

o

Devem ser concebidas de forma a facilitar as operações de manutenção. Os materiais e equipamentos constituintes dos sistemas devem ser portadores de níveis de qualidade e de durabilidade compatíveis com a vida útil prevista para o edifício. Os produtos a utilizar no isolamento térmico das tubagens devem ser imputrescíveis, não corrosíveis e resistentes aos microrganismos e à humidade; quando sujeitos a acções extremas, devem ser protegidos de modo a evitar a sua degradação ou envelhecimento, de acordo com as indicações do fabricante. A rede de água quente deve ser dotada de seccionamentos parciais, por grupos de aparelhos sanitários ou dispositivos de utilização, permitindo o seccionamento dos circuitos por forma a facilitar eventuais reparações em caso de avaria sem comprometer a sua operacionalidade global.

• Decreto Regulamentar n.º 23/95, de 23 de Agosto [N29] Artigo 87º - Concepção de novos sistemas 2 – As pressões de serviço nos dispositivos de utilização devem situar-se entre 50 kPa e 600 kPa, sendo recomendável, por razões de conforto e durabilidade dos materiais, que se mantenham entre 150 kBa e 300 kPa • Proposta do Novo Regulamento Geral de Edificações [N1] capítulo 2 Abastecimento e Distribuição de Água Artigo 95º – Exigências gerais 2.Na execução dos sistemas de tubagem de distribuição predial de água devem ser adoptadas práticas de instalação que garantam o desempenho funcional e a durabilidade adequados.

• Recomendações e Especificações Técnicas do Edifício Hospitalar [1] Toda a rede deve ser, preferencialmente, instalada à vista ou ser visitável, em ductos e tectos falsos amovíveis e ser dotada dos órgãos indispensáveis. As redes de água quente devem ser executadas preferencialmente em aço inoxidável do tipo adequado (AISI 316 L), preferencialmente sem soldaduras. • ET 07/2009 – Especificações Técnicas para tubagens em instalações de águas em edifícios hospitalares [2] A rede de água quente deve ser dotada de seccionamentos parciais, por grupos de aparelhos sanitários ou dispositivos de utilização, permitindo o seccionamento dos circuitos por forma a facilitar eventuais reparações em caso de avaria sem comprometer a sua operacionalidade global. A monitorização do sistema de distribuição de água tem como objectivo poder prever os possíveis fenómenos de incrustação e de corrosão na tubagem das redes, permitindo actuar ao nível do tratamento da água e da substituição dos materiais antes da ocorrência destes fenómenos, sendo que os principais parâmetros a monitorizar são objecto do Anexo III à ET 07-2009 da ACSS, onde são indicados os requisitos gerais a observar na qualidade da água

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Mestrado em Engenharia Civil – Edificações MANUTENÇÃO PREVENTIVA DE UM EDIFÍCIO HOSPITALAR

A3-1/17

ANEXO 3 - DETERMINAÇÃO DO RISCO DE PRIORIDADE

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Mestrado em Engenharia Civil – Edificações MANUTENÇÃO PREVENTIVA DE UM EDIFÍCIO HOSPITALAR

A3-2/17

Tabela A3 - 1 – Determinação do Risco de Prioridade para as componentes básicas da cobertura horizontal e acessível

Componente Básica Função Efeito da Potencial FalhaSeveridad

eCausa da Potencial Falha Ocorrência Medida de Detecçã o Detecção NPR

Irregularidade no revestimento 2· Assentamentos diferenciais dasfundações

6 2 24

Ruptura dos elementos sobrejacentes àcobertura com infiltração de água

5 4 3 60

Nos casos mais graves perda da estabilidadeda cobertura

10 1 4 20

Absorção água pelo revestimento deprotecção da cobertura e sua infiltração àscamadas subjacentes que se degradam epermitem a infiltração de água para o interiordo edifício

5

· Erro de projecto ou má execução,em que a pendente é inexistente oumuito reduzida, incapaz de asseguraro escoamento

3Visualização directaHumidificação da superfície 1 15

· Assentamentos diferenciais das fundações

2 40

· carregamento das lajes do edifício com sobrecargas superiores para quais foram dimensionadas

3 60

· erro de projecto ou má execução em que a espessura é inadequada ou não foram executadas juntas adequadamente

4 80

Barreira Vapor

Criar obstáculo ao fluxo de vapor deágua proveniente do interior para ascamadas sobrejacentes. Assegura aexigência funcional de habitabilidade

Ocorrência de condensações internas entre o isolamento térmico e a impermeabilização Redução da capacidade isolante.

4

· Deformações na estrutura ecamada de forma da cobertura, queprovocam ruptura nas camadassobrejacentes com a consequenteinfiltração da humidade

2

Visualização indirecta através daobservação de irregularidades eeventuais fissuras na camada deprotecção e surgimento demanchas de humidade no interior

4 32

· Incorrecta colocação do isolamentotérmico originando descontinuidadesno isolamento

3 48

· Perda de espessura das placas deisolamento durante a aplicação

4 64

· Acção da humidade de infiltração 3 48

· Esforços mecânicos decompressão não previstos

4 64

Isolamento Térmico

Contribuir para a satisfação dasexigências de conforto térmico dosespaços subjacentes através daredução das trocas de calor entre oambiente exterior e esses espaços.Assegura a exigência funcional dehabitabilidade

Estrutura Resistente

Conferir capacidade de suporte detodas as solicitações a que estarásujeita (peso próprio, acção de agentesatmosféricos, equipamentos, entreoutros) ao longo da sua vida útil.Assegura a exigência funcional desegurança

Deformações excessivas

Camada de Forma

Regularizar e criar pendente que garanta o escoamento das águas pluviais. Assegura a exigência funcional de habitabilidade

Acumulação de água nasuperfície da cobertura

Fissuração/Fendilhação

A fissuração/fendilhação da camada de formaruptura das camadas sobrejacentescomprometendo a estanquidade e permitindoa infiltração de água no interior do edifício

Visualização indirecta através daobservação de irregularidades eeventuais fissuras na camada deprotecção e surgimento demanchas de humidade no interior

4

Degradação do material da barreira vapor

Potencial Modo de Falha

Visualização indirecta através daobservação de surgimento demanchas de humidade no interior

4Degradação do material deisolamento

Visualização indirecta através daobservação do nivelamento dacamada de protecção, eventuaisfissuras e surgimento demanchas de humidade no interior

· Ocorrência de condensações · Zonas que facilitam a troca de ar com o exterior (pontes térmicas)

4

5

· carregamento das lajes do edifício com sobrecargas superiores para quais foi dimensionado

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A3-3/17

Componente Básica Função Efeito da Potencial Falha Gravidade Causa da Potencia l Falha Ocorrência Medida de Detecção Detecção NPR

Fissuração do revestimento de impermeabilização

Deformações na estrutura ou na camada de forma da cobertura

3Medição de deformações edeslocamentos da estrutura comauxilio de um inclinómetro

4 72

Perfuração do revestimento de impermeabilização

Despreendimento, degradação oufissuração/fendilhação da camada deprotecção deixando o sistema deimpermeabilização sujeito a acçõesmecânicas directas

5 Visualização directa 2 60

Anomalias decorrentes dos agentes atmosféricos

Despreendimento, degradação oufissuração/fendilhação da camada deprotecção deixando o sistema deimpermeabilização sujeito a acçõesatmosféricas directas

6 Visualização directa 2 72

Empolamentos.

Movimentos da protecção da cobertura, originados por retracções dos materiais empregues ou por variações abruptas da temperatura, transmitidos directamente à impermeabilização cuja capacidade de deformação é ultrapassada

5 Visualização directa 3 90

Em

pon

tos

sing

ular

es

Entrada de humidade para o interior

A acumulação de detritos e o contacto com as acções atmosféricas são propícios a uma degradação precoce da impermeabilização quando associada a uma má concepção / execução e manutenção

7 Visualização directa 3 126

Incorrecta colocação da tela poliéster originando descontinuidades

3 60

Acção da humidade de infiltração 3 60

Esforços mecânicos de compressão não previstos

4 80

Potencial Modo de Falha

Degradação do material dedessolidarizante

Sistema de Impermeabilização

Impedir a penetração de água. Assegura a exigência funcional de habitabilidade.

·

Na

sua

supe

rfíc

ie

Dessolidarizante (tela de poliéster)

Proteger o sistema deimpermeabilização das variaçõesdimensionais e tensões adicionais.Assegura a exigência funcional dehabitabilidade.

Infiltração de água para as camadas subjacentes e para o interior do edifício

Danificação do sistema de impermeabilização 4Visualização indirecta através daobservação surgimento demanchas de humidade no interior

5

6

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A3-4/17

Componente Básica Função Efeito da Potencial Falha Gravidade Causa da Potencia l Falha Ocorrência Medida de Detecção Detecção NPR

Condições climatéricas adversas(acção de ventos fortes) e elementosincorrectamente colocados

5 Visualização directa 2 60

Efeitos da temperatura, variandogradualmente entre valores baixos evalores elevados e das alternânciasbruscas de temperatura

6 Visualização directa 2 72

Radiação ultravioleta e infravermelha 6 Visualização directa 2 72

Ataque dos agentes químicos (daatmosfera correntes em condições deexposição normal - O2, O3, CO2,H2S, SO2, e da atmosfera em zonade natureza marítima e industrial eagentes químicos específicosrelacionados com os locais deaplicação, como é o caso das acçõesdos ácidos orgânicos em coberturasajardinadas)

4 Visualização directa 3 72

Desprendimento dos elementos de revestimento

6 60

Infiltrações das águas pluviais 7 70

Deterioração dos elementos subjacentes da cobertura

7 70

Aspecto estético limitado 4 40

Escoamento deficiente das águas pluviais eestagnação das águas em determinadaszonas que conduz à retenção da água nosporos dos materiais, tornando-os maisvulneráveis a acções mecânicas e aos ciclosgelo / degelo

5

A acumulação de detritos, aodificultar o escoamento das águas,cria condições de humidadenecessárias ao desenvolvimento dosmicrorganismos biológicos e devegetação de maior porte, tendo aindaa radiação solar como fonte deenergia

7 Visualização directa 2 70

Entupimento dos órgãos de drenagem pluvialda cobertura e estagnação da água na suasuperfície

5

Por acção do vento são transportados alguns detritos, por outro lado os pombos também contribuem para a acumulação de detritos

7 Visualização directa 2 70

Visualização directa 2

Potencial Modo de Falha

Degradação (envelhecimento precocedos materiais)

Camada de Protecção

Proteger a camada de impermeabilização contra o efeito da radiação solar e acções mecânicas. Assegura a exigência funcional de durabilidade.

· Fissuração/Fractura dos elementos

Acumulação de detritos (areias, papeis, folhas,…)

Desenvolvimento de vegetação parasitária/colonização biológica

Despreendimento

Exposição do sistema de impermeabilização às acções mecânicas e climatéricas adversas, com o comprometimento da estanquidade

Podem ser por causas estruturaisprovocados por assentamentosdiferenciais dos elementos daestrutura de suporte que podeprovocar desnivelamentos na estrutura ou camada de forma da cobertura oupor causas não-estruturaisprovocadas por acções mecânicas,como choque provocado pelacolocação de equipamento sobre ascoberturas, quedas de granizo, quedade objectos pesados e ferramentas ea circulação descuidada de pessoase cargas em acções de manutençãoe outros trabalhos

6

5

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A3-5/17

Componente Básica Função Efeito da Potencial Falha Gravidade Causa da Potencia l Falha Ocorrência Medida de Detecção Detecção NPR

Eventual queda da guarda sobre outras partesdo edifício, ou sobre outros bens ou pessoas

9Por acções mecânicas acidentais ou acções atmosféricas adversas, como ventos fortes

3 Visualização directa das fixações 2 54

Corrosão da guarda com a sua degradação e perda de resistência

7Por exposição aos agentes atmosféricos e por ineficaz ou inexistente revestimento de protecção

4Visualização directa do estado deconservação

2 56

Elementos emergentes/imergentes

(platibandas, muros, chaminés, pontos de evacuação de águas pluviais, entre outros)

Guarda exterior metálica

Segurança contra a queda, Assegura a exigência funcional de segurança contra riscos inerentes ao uso normal

Despreendimento

Oxidação da guarda (em materiais metálicos não inoxidáveis)

Potencial Modo de Falha

Diversas (segurança contra incêndio, ventilação, drenagem, entre outros)

Descolamentos de rematesda impermeabilização comelementos emergentes ouimergentes da cobertura

Infiltração de água para as componentessubjacentes, perda de estanquidade dacobertura infiltração de água para o interior doedifício

Rasgamento ou fissuraçãode remates deimpermeabilização emjuntas de dilatação ou emelementos emergentes eimergentes

726 Visualização directa 26

Deficiência ou inexistência de remates do sistema de impermeabilização da cobertura com esses elementos

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A3-6/17

Tabela A3 - 2 – Determinação do Risco de Prioridade para as componentes básicas das Paredes Exteriores

Função Efeito da Potencial Falha Severidade Causa da P otencial Falha OcorrênciaMedida de Detecção

Detecção NPR

Provoca a perfuração edescamação norevestimento, levando à suadestruição

4

• A humidade propicia odesenvolvimento demicroorganismo e plantas,sendo que as fachadas comfraca exposição ao sol esujeitas a humedecimento sãomais propícias

4 Visualização directa 2 32

Fendas generalizadas semorientação preferencial e depequena largura(Pele de crocodilo)

• Retracção de secageminicial ou falta de cuidado naexecução (espessuraexagerada, deficiente cura,excesso de água naamassadura)

6 60

Fendas de traçadocontínuo ao longode junções demateriais desuporte diferentes

• Expansão da argamassadas juntas de assentamento,pela acção dos sulfatos (dasalvenarias de tijolo ou bloco, ouda argamassa ou da água)

5 50

• Variações diferenciais dasdimensões dos materiais 5 50

• Enfraquecimento do suporte ou deformação dos panos daparede

4 40

• Má qualidade do reboco 4 32

• Aplicação sobre um suporte inadequado ou mal preparado 5 40

• Carbonatações provocadasem condições atmosféricasinadequadas, ocorrendo alibertação da cal durante a presa do cimento

5 40

• Eflorescências/cripto-eflorescências 4 32

Revestimento exterior

Reboco

Garantir:•Acabamento e

protecção do tosco da parede

• estanquidade à água

• isolamento térmico

•ausência de condensações• durabilidade

Componente BásicaModo Potencial de

Falha

Colonização biológica

Fen

das

e F

issu

raçã

oInfiltração de água pelas fissuras e fendas do reboco para o tosco da parede

Fendas diagonaisa partir de vãoabertos

Destacamento

A perda de aderência doreboco expõe o tosco daparede à acção da água,comprometendo aestanquidade

Altera a aparência dasuperfície do revestimentopodendo até ser agressiva ecausar a sua desagregação

Manchas esbranquiçadas

Visualização directa 2

2Visualização directa

Visualização directa 2

5

4

4

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A3-7/17

Função Efeito da Potencial Falha Severidade Causa da P otencial Falha OcorrênciaMedida de Detecção

Detecção NPR

• Envelhecimento natural dorevestimento 2 16

• Sistemas de pinturainadequados. Sobrepigmentação, ligaçãoligante/pigmento inadequada,utilização de diluenteinadequado, aplicação deproduto para interior emsuperfícies expostas àintempérie;

3 24

• Aplicação inadequada.Espessura insuficiente 5 40

• Incompatibilidade doproduto com a base deaplicação

4 32

• Formação demicrorganismos (algas, líquenese musgos), nas juntas dosrevestimentos cerâmicos emzonas húmidas e poucosoalheiras

4 32

• Formação demacrorganismos, (vegetaçãocom raízes incrustadas sob opróprio revestimento)

3 24

• Excrementos corrosivosque as aves depositam 5 40

• Envelhecimento porexposição aos raios ultra-violetas

2 20

• Falta de uma camada deacabamento 3 30

• Contracção ou expansão do produto de assentamento dosladrilhos.

5 50

• Fendilhação do suporte, oumovimentos diferenciais suporte-revestimento que provocamtracção nos ladrilhos.

4 40

Componente BásicaModo Potencial de

Falha

Reboco

Cerâmico

Garantir:•Acabamento eprotecção do toscoda parede• estanquidade àágua• isolamentotérmico•ausência decondensações• durabilidade

Revestimento exterior

Colonização biológica

Altera a aparência dasuperfície com ocomprometimento estético,devido à formação demanchas de várias corescausadas pormicrorganismos, e noscasos mais graves podeconduzir a alterações depropriedades de materiais,como a descoloração e/oupenetração nos poros eataque biológico das juntas

Fissuração e fendilhação

Fissuras que atravessam aespessura do ladrilho pondoas camadas subjacentesem contacto com águasque se podem infiltrar

4

4

Visualização directa 2

Visualização directa 2

Visualização directa 25

Esboroamento

Altera a aparência dasuperfície do revestimentopodendo até ser agressiva ecausar a sua desagregação

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A3-8/17

Função Efeito da Potencial Falha Severidade Causa da P otencial Falha OcorrênciaMedida de Detecção

Detecção NPR

Perda de aderência,relativamente ao suporte,com ou sem empolamento.

• Movimentos diferenciaissuporte-sistema de revestimento(retracção nas camadassubjacentes e elevadas tensõesde corte que se geram nosplanos de colagem)

4 48

Na maior parte dos casosnão é possível recolocar osladrilhos por estes nãocaberem no espaço queanteriormente ocupavam

• Deficiências do suporteAderência insuficiente entrecamadas do sistema derevestimento

5 60

• Falta de juntas elásticas nocontorno do revestimento. 4 48

• Pressão de vapor de água 3 36

• Expansão dos ladrilhos 4 48

Altera a aparência dasuperfície com ocomprometimento estéticoe nos casos mais gravesprovoca a perfuração edescamação norevestimento, levando à suadestruição

4

• Determinadas condiçõespropiciam o seudesenvolvimento, nomeadamente, humidadeatmosférica e temperaturaselevadas, ausência de radiaçãosolar, ausência de ventilação e o revestimento possuir uma corclara

4 Visualização directa 2 32

• Fissuração do suporte 4 40

• Envelhecimento porexposição aos raios ultra-violetas

5 50

• Insuficiente permeabilidadeao vapor de água 4 40

• Deficiente preparação dosuporte (eventual ausência deprimário)

5 50

• Má qualidade da pintura 3 30

Garantir:•Acabamento e protecção do tosco da parede• estanquidade à água• isolamento térmico•ausência de condensações• durabilidade

Revestimento exterior

Pintura

Componente BásicaModo Potencial de

Falha

Destacamento 6

Colonização biológica

Fissuração e fendilhação

Altera a aparência dasuperfície com ocomprometimento estéticoe nos casos mais gravesexpõe as camadassubjacentes da parede àacção da água,comprometendo aestanquidade

Perda de aderência

Alteração da aparência como comprometimentoestético e exposição dosuporte às águas da chuva

Visualização directa 2

5 Visualização directa 2

5 Visualização directa 2

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A3-9/17

Função Efeito da Potencial Falha Severidade Causa da P otencial Falha OcorrênciaMedida de Detecção

Detecção NPR

• As condições detemperatura e humidade naaplicação da tinta,nomeadamente falta depenetração da tinta devido auma secagem rápida, excessode humidade da parede e atrasona secagem por temperaturasbaixas

5 50

• Inadequada preparação dasuperfície 4 40

Altera a aparência dasuperfície do revestimentopodendo até ser agressiva ecausar a sua desagregação

4

• Presença de humidade e de sais solúveis presentes nosuporte - Depósito de sais (dotipo cloretos, nitratos, sulfatos,carbonatos e hidróxido) àsuperfície causado pelaevaporação de água, queprovoca deste modo a suacristalização

4

Visualização directa e

identificação de sais

nas eflorescêcias

através de análises

tirimétrica ou de

analise colorimétrica

2 32

• Acção humana 2 16

• Poeiras transportadas pelovento 5 40

• Envelhecimento porexposição à poluiçãoatmosférica

4 32

• Envelhecimento natural dorevestimento 2 20

• Sistema de pinturainadequado, com sobrepigmentação, ligaçãoligante/pigmento inadequada,utilização de diluenteinadequado, aplicação deproduto para interior emsuperfícies expostas àintempérie

4 40

• aplicação inadequada, comespessura insuficiente 4 40

• incompatibilidade do produtocom a base de aplicação 5 50

Componente BásicaModo Potencial de

Falha

Garantir:•Acabamento e protecção do tosco da parede• estanquidade à água• isolamento térmico•ausência de condensações• durabilidade

PinturaRevestimento

exterior

Visualização directa 2Destacamento

Alteração da aparência como comprometimentoestético e exposição dosuporte às águas da chuva

Eflorescências e cripto-eflorescências

Grafitis e sujidades 4

5

Alteração da aparência como comprometimentoestético e nos casos maisgraves provoca a perfuraçãono revestimento, levando àsua destruição

Enfarinhamento

Alteração da aparência como comprometimentoestético e exposição dascamadas subjacentes àágua da chuva

5

Visualização directa 2

Visualização directa 2

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A3-10/17

Função Efeito da Potencial Falha Severidade Causa da P otencial Falha OcorrênciaMedida de Detecção

Detecção NPR

Assentamento diferencial dasfundações 3 54

Deformação da estrutura debetão armado incompatível coma alvenaria

4 72

Paredes desligadas entre si oudos pavimentos 3 54

Sismos 2 36

Tijolo/ Movimento de elementos 5 90

Blocos debetão

Esmagamento de elementos 4 72

Infiltração da chuva através dafachada ou da cobertura 5 90

Humidades ascendentes doterreno (caso das paredes empisos térreos)

4 72

Infiltração de água para a caixa-de-ar que pode com o tempo surgir no pano interior do edifício.

• Variações de temperaturaprovocam a dilatação econtracção das paredes ficando assim a ligação entre as juntase os tijolos sujeita a elevadosesforços de corte face àrestrição mútua de movimentos

5 60

Nos casos mais graves a derrocada da parede

• A humidade - a expansãodas alvenarias devida afenómenos de higroscopicidadeocorre preferencial nos cantosdesabrigados, platibandas e nabase das paredes de pisostérreos

4 48

Estabelecer a separação entre os ambientes externo e interno

Pano exterior de alvenaria

Componente BásicaModo Potencial de

Falha

Infiltração de água para a caixa-de-ar que pode com o tempo surgir no pano interior da parede

Fendas estruturais

Infiltração de água

3

Degradação dos materiais das alvenarias

6

6

6

Fissuras e fendas nos revestimentos das paredes, com a consequente repercussão nos revestimentos e infiltração de água. Nos casos mais graves a derrocada da parede

Visualização directa e

monitorização da

abertura da fenda

com fissurómetro

simples

Visualização directa e

medição expedita da

humidade superficial

em paredes

3

Visualaização directa 2

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A3-11/17

Função Efeito da Potencial Falha Severidade Causa da P otencial Falha OcorrênciaMedida de Detecção

Detecção NPR

A higroscopicidade dos tijolos edas argamassas permite aascensão da água porcapilaridade, manifestando-se ahumidade no reboco ao longo detoda a altura da parede,podendo a causa ser:• A caixa-de-ar estarparcialmente obstruída comdesperdícios de argamassa eoutros materiais,

5 60

• Os estribos de ligação dospanos da parede de alvenariapossuírem inclinação para ointerior,

5 60

• O dispositivo de recolha deáguas de infiltração estáobstruído, mal executado ouinexistente

6 72

• Os orifícios de drenagem dosdispositivos de recolha de águasde infiltração estarem malposicionados ou inexistentes

6 72

• Erro de escolha ou nacolocação de isolamentotérmico na caixa-de-ar

4 40

• Humedecimento edeterioração do isolamentotérmico por contacto com águaproveniente da fachada ouascensional

5 50

Assentamento diferencial dasfundações 3 54

Deformação da estrutura debetão armado incompatível coma alvenaria

4 72

Paredes desligadas entre si oudos pavimentos 3 54

Sismos 2 36

Movimento de elementos 5 90

Esmagamento de elementos 4 72

Componente BásicaModo Potencial de

Falha

Pano interior de alvenaria

Melhorar o comportamento térmico e a protecção contra a humidade das paredes exteriores

Fendas Estruturais

Caixa-de-arManchas de humidadeno revestimento dopano interior da parede

Estas condições conduzemao desenvolvimento demicroorganismos (bactérias, fungos e líquenes) quepropiciam deterioraçõesquímicas e/ou mecânicas,levando à degradação dorevestimento interior daparede e das condições dehabitabilidade docompartimento afectado

Isolamento Térmico

Contribuir para asatisfação dasexigências deconforto térmico dointerior do edifícioatravés da reduçãodas trocas de calorentre o ambienteexterior e essesespaços.

Manchas de humidade no revestimento do pano interior da parede.

Condensações.

Degradação das condições de habitabilidade do compartimento afectado.

Contribuir para a secagem e drenagem de humidade que possa eventualmente existir nesse espaço, a qual pode ter origem em infiltrações pelo pano exterior ou em condensações do fluxo de vapor interior-exterior.

5

6

6 Visualização directa 2

Visualização directa 2

Visualização directa e

monitorização da

abertura da fenda

com fissurómetro

simples

3

Fissuras e fendas nos revestimentos das paredes, com alteração estética da superfície. Nos casos mais graves a derrocada da parede

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A3-12/17

Função Efeito da Potencial Falha Severidade Causa da P otencial Falha OcorrênciaMedida de Detecção

Detecção NPR

Infiltração de água a partir da caixa-de-ar 5 60

Humidades ascendentes do terreno (caso das paredes em pisos térreos)

4 48

• Teor de água presente namassa do revestimento 4 48

• Condensações 5 60

Alteração estética da superfície

4

Acumulação, provisória oupermanente, de partículas quese encontram em suspensão noar e que, por acção dagravidade, se depositam àsuperfície. Propicia a formaçãode sujidade o vapor de água quese produz no interior doscompartimentos e a textura dorevestimento influencia a maiorou menor disponibilidade parareter a sujidade.

5 Visualização directa 2 40

Alteração estética da superfície

4

Desenvolvimento de fungos ebolores favorecido pelascondições ambientais no interiordo compartimento (esporosexistentes no ar resultantes dapresença de pessoas quedepositam-se na superfície dorevestimento, multiplicando-se)

4 Visualização directa 2 32

Alteração estética da superfície e nos casos mais graves destruição do revestimento

5

A existência de sais solúveis norevestimento e/ou suporte, ascondições higrométricas, ageometria dos poros dosmateriais e a presença de água.

4

Visualização directa e

identificação de sais

nas eflorescêcias

através de análises

tirimétrica ou de

analise colorimétrica

2 40

Melhorar o comportamento térmico e a protecção contra a humidade das paredes exteriores

Garantir um acabamento:• decorativo;• de regularização do suporte;• resistente á agua e durável.

Componente BásicaModo Potencial de

Falha

Visualização 2

Infiltração de água

Surgimento de manchas dehumidade e gotas de águana superfície dorevestimento

Pano interior de alvenaria

Sujidade

Manchas negras, esverdeadas ou rosadas

Eflorescências ou criptoflorescências

Surgimento de manchas de humidade ou gotas de água na superfície do revestimento

Afectar as condições dehabitabilidade e dedurabilidade docompartimento porproporcionarem condiçõesinsalubres

Revestimento interior (estuque)

6

6

Visualização directa 2

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A3-13/17

Função Efeito da Potencial Falha Severidade Causa da P otencial Falha OcorrênciaMedida de Detecção

Detecção NPR

Perda de aderência dorevestimento à sua camadasuporte por:

• Fenómenos químicos dedissolução de sais que ocorremem presença da água epromovem a cristalização desais expansivos

3 36

• Falta de rugosidade ouinadequada limpeza do suporte 4 48

Fenómenos mecânicosresponsáveis pelo aparecimentode fissuração diversa, comimpacto na superfície dorevestimento e, consequenteperda de coesão /desagregação:

• Espessura inadequada dorevestimento 4 24

• Retracção do revestimento 4 24

• Cristalização de sais entre orevestimento-suporte 3 18

• Deslocamentos do suporte 3 18

• Excesso de cargas / tensõesem aberturas 4 24

Alteração estética da superfície

3Impactos acidentais inerentes àutilização do espaço interior 6 Visualização directa 2 36

Componente BásicaModo Potencial de

Falha

Garantir um acabamento:• decorativo;• de regularização do suporte;• resistente á agua e durável.

Revestimento interior

(estuque)

Visualização directa 2

Visualização directa 2

FissurasAlteração estética da superfície

3

6

Amolgadela e cortes

Descolamentos, abaulamentos ou destacamentos

Alteração estética da superfície e nos casos mais graves destruição do revestimento

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A3-14/17

Tabela A3 - 3 – Determinação do Risco de Prioridade para as componentes básicas dos Vãos Exteriores Envidraçados

Componente Básica

FunçãoPotencial

Modo de FalhaEfeito da Potencial

FalhaSeveridade

Causa da Potencial Falha

Ocorrência Medida de Detecção Detecção NPR

5 Visualização directa 1 25

Impossibilidade/difi-culdade de abrir efechar o estoreComprometer ascondições deconforto visual

4 Visualização directa 2 48

5 5

Visualização directa com fecho e abertura

das caixilharias ou dos estores

2 50

3

Visualização directa, desenvolvimento de bolores, humidade nos materiais

2 36

Deficiente estanquidade Perdas térmicas

6 3 Visualização directa 1 18

EstoresObscurecimento dos compartimentos

As réguas doestore desencaixarem da calha

Envelhecimento do material,agressividade das condiçõesclimatéricas

5

Material Vedante

Assentar e vedar o aro

Descolamento

Envelhecimento do material,agressividade das condiçõesclimatéricas

Mecanismos das caixilhariase estores

Permitir a aberturae fecho dascaixilharias e dosestores

Degradação

A utilização, oenvelhecimento do material,agressividade das condiçõesclimatéricas

Deficiente estanquidade Perdas térmicas

6

Impossibilidade/difi-culdade de abrir efechar a caixilhariaou o estoreRuído

Aro eCaixilharia

Apoio e suporteao envidraçado

DeformaçõesMovimentos estruturais

VidroPermitir a entradade luz natural ever o exterior

Rachar ou partire perda

Acidentes eMovimentos estruturais

6

Deficiente estanquidade Perdas térmicasDespreendimento dovidro comconsequentes perigos

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Mestrado em Engenharia Civil – Edificações MANUTENÇÃO PREVENTIVA DE UM EDIFÍCIO HOSPITALAR

A3-15/17

Tabela A3 - 4 – Determinação do Risco de Prioridade para as componentes básicas dos elementos das redes de abastecimento de água

Componente Básica FunçãoPotencial Modo de

FalhaEfeito da Potencial

FalhaSeveridad

eCausa da Potencial Falha Ocorrência Medida de Detecçã o Detecção NPR

Inadequada união dos tubos 3Visualização directa.Manifestações dehumidades

2 48

Fenómenos de corrosão 4Visualização directa.Manifestações dehumidades

2 64

Alteração da qualidadeda água(cor/sabor/composição)

Dissolução de metaisna água (Fe, Cr, Ni)

7 Fenómenos de Corrosão 4Análises ao teor demetais na água

5 140

Deficiente ligação entretubos

Infiltrações, Inundações 8 Inadequada união dos tubos 3Visualização directa.Manifestações dehumidades

2 48

Deficiente abastecimento

Ruídos e vibrações Condições de

abastecimento nos pontos de utilização

inadequadas

6

Dimensionamento inadequadoda rede e do sistema debombagem Variações bruscas de diâmetrodos tubosPresença de calcárioAlteração das condições depressão impostasAusência de manutenção

5

Visualização directanos pontos deutilização. Auscultaçãode ruídos

3 90

Corrosão eincrustações

Desenvolvimento bacteriano que podeInfectar os utilizadores

9Baixo teor de cloro residuallivre na água

5Análises à qualidadeda água (quimicas ebacteriológicas)

5 225

Deficiente regulação docaudal

Inundações econsumos excessivosde água

7 Desgaste 5

Visualização directacom manobra dosdispositivos nos pontosde utilização

3 105

Fixações deficientesInundações econsumos excessivosde água

7Inadequada utilização dosdispositivos

5Visualização directa.Inundação doscompartimentos

3 105

8

Tubos

Condução da água fria e quente aos pontos de utilização nas condiçõesespecificadas (temperatura,

pressão, caudal) sem ruídos evibrações que afectem o ambientehospitalar característico dos seusdiferentes compartimentos edesgaste visível das partesconstituintes da instalação

Ruptura Infiltrações, Inundações

Chuveiros e torneiras Regulação do caudal da rede deágua fria e quente no ponto deutilização

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A3-16/17

Componente Básica FunçãoPotencial Modo de

FalhaEfeito da Potencial

FalhaSeveridad

eCausa da Potencial Falha Ocorrência Medida de Detecçã o Detecção NPR

Órgãos acessórios para facilitar amanobra e controlo do sistema:•Seccionamento (permitir isolartroço da conduta em caso de avariaou acção de manutenção)• Ventosas (permitir a saída de aracumulado nos pontos altos e asaída/entrada após esvaziamento/enchimento da conduta)

•Descarga (permitir o esvaziamentode troços da conduta)

•Retenção (evitar o retorno doescoamento)• Redutora de pressão (manter apressão abaixo de um valor limiteestabelecido por aplicação de umaperda de carga)

• Controlo de Caudal

• Controlo de nível

Autoclismos tipo mochila

Armazenar e descarregar águaDeficiente regulação do caudal

Inundações e consumos excessivos de água

2 Desgaste 7Visualização directa com manobra de autoclismo

3 42

Gastos de energia (rede de água quente)

5

Má qualidade do materialempregue que deve serimputrescível, incombustível,não corrosivo, resistente àhumidade e microorganismos

5Visualização directa do material

4 100

Temperaturas na rede de água quente propícias ao desenvolvimento bacteriológico ( e nas redes de água fria em contacto próximo com a de água quente)

5 Má colocação 5

Consulta do projecto e visualização directa nos troços instalados à vista

5 125

3 84Visualização directa com manobra de válvula

Impedimento de acções de manutenção Ruído Retorno no escoamento

7 4Fenómenos de Corrosão Desgaste

Arrefecimento da água quente / Aquecimento da água fria

Válvulas

Dificuldade ouimpossibilidade demanobra e controlo dosistema

Isolamento térmico

Garantir a temperatura da água no interior nas tubagens de água quente e evitar que as tubagens de água fria aqueçam para temperaturas não adequadas

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A3-17/17

Componente Básica FunçãoPotencial Modo de

FalhaEfeito da Potencial

FalhaSeveridad

eCausa da Potencial Falha Ocorrência Medida de Detecçã o Detecção NPR

Fracturação das louças Inundações 4

Inadequada utilização daslouças sanitárias (baixaresistência mecânica àtracção, flexão e ao choque)

4 Visualização directa 1 16

Má aparência com eventual deslocamento do revestimento exterior

Desconforto e falta de higiene (pelo aumento da porosidade)

4Inadequada manutenção daslouças (resistência aosagentes químicos)

3 Visualização directa 1 12

50

5 50

Visualização directa e descarga de água

Inundações Infectar os utilizadores

Inundações Infectar os utilizadores

5 5 2

Visualização directa e descarga de água

5 2Inadequada utilização e

deficiente limpeza

TinasPermitir a lavagem de material diverso

Obstrução dos órgãos de descarga

Inadequada utilização edeficiente limpeza

Louças sanitáriasPermitir a lavagem ou a realização de despejos

Obstrução dos órgãos de descarga