manufatura enxuta
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SUMÁRIO
1. EVOLUÇÃO HISTÓRICA...................................................................................................................3
2. PRINCÍPIOS DA MANUFATURA ENXUTA........................................................................................4
3. FERRAMENTAS UTILIZADAS x DESPERDICIOS................................................................................5
4. ESTUDO DE CASO...........................................................................................................................6
REFERÊRENCIAS BIBLIÓGRAFICAS..........................................................................................................8
1.EVOLUÇÃO HISTÓRICAO Sistema Toyota de Produção surgiu logo após a Segunda Guerra Mundial, época
em que as indústrias japonesas estavam passando por momentos de baixa
produtividade. A criação do sistema se deve principalmente a três pessoas: o
fundador da Toyota, Sakichi Toyoda, seu filho Kiichiro Toyoda e o engenheiro Taiichi
Ohno. O Sistema Toyota de Produção objetiva aumentar a eficiência da produção
pela eliminação contínua de desperdícios.
Os sistemas de gestão desenvolvidos por Frederick Taylor e Henry Ford
predominaram de forma eficiente e amadurecida até a década de 50, e procuravam
reduzir os custos unitários dos produtos através da produção em larga escala e
especialização do trabalho no chão de fábrica. Após esta data, o sistema japonês
mostrou-se cada vez mais produtivo, colocando as indústrias japonesas entre as
melhores no cenário do mercado mundial.
A entrada súbita dos japoneses chamou a atenção de muitas empresas do ocidente
que perceberam que estavam perdendo mercado, pois não possuíam um
conhecimento novo e mais produtivo que os modelos de produção em massa
provenientes do Fordismo. As fábricas japonesas começaram a espalhar-se pelo
mundo, ao mesmo tempo em que as indústrias ocidentais procuravam igualar-se a
elas, porém, encararam grandes dificuldade.
Para entender essa nova filosofia que se mostrava cada vez mais poderosa, o grupo
IMVP (Institute Motor Vehicle Program) dentro do MIT (Massachusetts Institute of
Technology), iniciou em 1985 um estudo de cinco anos sobre a indústria
automobilística, pesquisando 90 plantas montadoras de veículos em 17 países. Em
1990, foi publicado o livro “The Machine that Changed the World” de James P.
Womack, Daniel T. Jones & Daniel Roods. Eles chamaram inicialmente o Sistema
Toyota de Produção (STP) de lean manufacturing, que se apresentou como, além de
um novo paradigma, um contra-ponto à produção em massa. O termo Lean (enxuto),
usado para descrever essa nova filosofia, vinha do fato que a empresa produzia
cada vez mais com cada vez menos. As empresas da Toyota possuíam alta
variedade e baixos volumes com custos mínimos, investimentos reduzidos, elevados
padrões de qualidade, menor número de operários na fábrica, espaço de fabricação,
ativos fixos, tempo para desenvolver novos produtos, baixos estoques, poucos
defeitos, etc.
2.PRINCÍPIOS DA MANUFATURA ENXUTA O sistema de Manufatura Enxuta tem como foco principal a diminuição do lead time
(tempo que leva para uma peça percorrer todo o caminho no chão de fábrica), sendo
necessária a eliminação de todo o tipo de desperdício existente nos processos,
através da maximização da produtividade e efetividade dos processos já existentes.
Conforme Jones e Womack (1998), a manufatura enxuta tem como seu principal
objetivo, alinhar a melhor seqüência possível de trabalho a fim de agregar valor de
forma eficaz aos produtos solicitados pelo cliente, oferecendo exatamente o que ele
deseja e transformando, na melhor maneira possível, desperdício em valor. A
manufatura enxuta é uma forma de tornar o trabalho mais satisfatório, oferecendo
feedback imediato sobre os esforços para transformar “muda” (desperdício) em
valor, fazendo com que a motivação da força de trabalho seja maior. Existem alguns
princípios que devem ser seguidos pelas organizações para que a manufatura
enxuta funcione por completo. Dessa forma, o cliente deve puxar o seu pedido,
revelando cada vez mais os obstáculos ao fluxo e permitindo que esses sejam
eliminados o mais rápido possível. Uma boa prática para descobrir o que agrega
valor ao cliente final é utilizar equipes dedicadas a identificar e especificar as reais
necessidades dos consumidores.
Os principais princípios da manufatura enxuta são:
1) Valor: Segundo Jones e Womack (1998), o ponto de partida para o pensamento
enxuto é o valor. O valor só pode ser definido pelo cliente em termos de produto
específico (um bem ou um serviço ou ambos simultaneamente) que atenda às
necessidades do cliente a um preço específico em um momento específico.
2) Cadeia de Valor: Todo produto ou serviço possui uma cadeia de valor e sua
análise deve mostrar três tipos de ações existentes, segundo Hines e Taylor (2000):
atividades com adição de valor, atividades sem adição de valor, mas necessárias e
atividades sem adição de valor.
3) Fluxo de Valor: Segundo Shingo (1996), o uso da equalização da produção, da
sincronização e fluxo de peças unitárias para acabar com as esperas interprocessos
representa um avanço formidável. Assim, esse princípio relata a importância do fluxo
contínuo, onde as etapas de produção estão organizadas em uma determinada
seqüência, de maneira que o produto passe para as etapas seguintes sem estoques
intermediários ou itens semi-acabados.
4) Produção Puxada: Conforme Jones e Womack (1998), uma produção puxada
em termos simples, significa que um processo inicial não deve produzir um bem ou
serviço sem que o cliente de um processo posterior o solicite. Dessa forma, a
empresa deve puxar o pedido através do cliente ao invés de produzir conforme a
sua capacidade (empurrar o pedido).
5) Busca da Perfeição: O foco desse princípio é que a eliminação dos desperdícios
deve ser uma rotina nas organizações. Dessa maneira, a empresa não deve nunca
interromper esforços para realizar melhorias nos processos.
3.FERRAMENTAS UTILIZADAS É visível que um grande número de empresas tem investido nas atividades que
buscam a eliminação do desperdício. Algumas ferramentas são utilizadas para a
identificação dessas melhorias como Kaizen, Benchmarking, Brainstorming, Seis
Sigma, Brown Paper, enquanto outras são técnicas que irão operacionalizar o que
foi identificado anteriormente como o Kanban, 5s, Teoria das Restrições, Poka Yoke,
Troca Rápida e Total Productive Maintanence (TPM).
A partir dos desperdícios encontrados verificam-se quais são as melhores
ferramentas a serem utilizadas para eliminar tal desperdício.
4.ESTUDO DE CASOA implementação do Lean Manufacturing, que na General Motors se denominou
Sistema Global de Manufatura, na planta de produção do modelo S-10, localizada no
município de São José dos Campos – São Paulo. Utilizando um conjunto de
indicadores integrados ao Plano de Negócios da Empresa, evidenciou-se o impacto
gerado pela implantação dos conceitos Lean no sistema de produção. A avaliação
realizada considerou os resultados dos indicadores antes e após a implementação
da Manufatura Enxuta na referida linha de produção. Os resultados alcançados
demonstraram claramente que o processo de Manufatura Enxuta implementado
trouxe uma melhoria expressiva na produção, evidenciada pela evolução largamente
positiva de quase todos os indicadores utilizados, relacionados à qualidade,
produtividade, segurança e custos.
Dentro da Implementação do Desdobramento do Plano de Negócios a General
Motors do Brasil é utilizado cinco categorias distintas como guia para realização do
Plano. SEGURANÇA – QUALIDADE – CAPACIDADE DE RESPOSTA – CUSTOS –
DESENVOLVIMENTO DE PESSOAS.
SEGURANÇA: Comparando-se os resultados, nota-se claramente que a média do
número de acidentes obtida antes da implementação é bem superior aquela dos
valores aferidos após a implementação do Sistema, ou seja, o índice NA caiu de
0,63 acidente para 0,13 acidente. Sendo o NA um indicador Corporativo de
Segurança, a queda significa melhora ou ganho. Percentualmente o ganho foi de
79,4%, após a implementação do GMS/BPD.
QUALIDADE: Da mesma forma que mostra a evolução dos defeitos por veículos
(DPVs), o indicador relativo facilita a análise associada à melhoria da qualidade dos
veículos produzidos. Sendo assim, considerando os defeitos médios antes e após a
implementação do GMS/BPD, verificou-se um ganho de 28,6%. Nota-se que a
redução dos valores relativos, confirmado pela tendência positiva ao longo do
período é expressiva.
CAPACIDADE DE RESPOSTA: Comparando-se os valores médios obtidos antes e
após a implementação do GMS/BPD, conforme consta no gráfico acima, para a
produtividade da mão-de obra, observa-se uma melhora de 18,9%. Em decorrência
da queda do volume de produção associada às melhorias com a implementação do
GMS/BPD foi possível eliminar o 2º turno. Estrategicamente optou-se em manter um
2º turno parcial, complementando a produção e executando-se serviços de
manutenção, e assim eliminando-se horas extras aos sábados.
CUSTOS: Da mesma forma que mostra a evolução dos resultados apresentados, o
indicador relativo aos custos, representado pelos materiais direto de processo,
constitui-se, entre outros, num importante indicador da melhoria qualitativa dos
veículos produzidos, uma vez que são mensurados e numa condição satisfatória
tornam-se padronizados, eliminando-se a utilização desnecessária de materiais de
processo.
Assim, considerando os custos médios antes e após a implementação do GMS/BPD,
verificou-se um ganho de 2,7%. Este indicador mostra que é possível uma redução
significativa a partir de controles. Observa-se aumento dos custos nos meses de
abril a julho de 2003 referentes a alterações no processo (modelos) sendo
analisados e corrigidos os novos padrões.
DESENVOLVIMENTO DE PESSOAS: Considerando-se a média antes e após a
implementação do GMS/BPD, observa-se a significativa participação das pessoas
no processo de melhoria contínua. Sendo assim, considerando os valores
comparativos apresentados, notase um expressivo ganho de 98,3%.
O PMC (Processo de Melhoria Contínua) é um dos indicadores fundamentais de
uma organização enxuta. A busca por pequenas melhorias de forma constante e
contínua demonstra o desenvolvimento das pessoas no processo.