Manual_auriculoterapia i 11-12

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TEXTO DE APOIO DE AURICULOTERAPIA I ANO LECTIVO 2011/ 2012 CURSO CURSO DE AURICULOTERAPIA, MTC, NATUROPATIA E MASSAGEM DEPARTAMENTO DE MTC IPN PORTO – Sede: Av. Sidónio Pais nº 379 - Edif. Hoechst – Ed. B 2º andar 4100-468 Porto Tel. 22 6095750/1 Fax 22 6095752 [email protected] ; Rua Delfim Maia, 378, 4200-253 Porto Tel. 22 509 92 65 Fax 22 5099265 IPN MATOSINHOS - Praceta Cristóvão Falcão, nº 73 r/c Esq. e nº 93 r/c Dto 4465-114 S. Mamede de Infesta Tel.: 229558027 Fax 229558028; [email protected] IPN OVAR - Rua João de Deus, nº 26 - 1º Frente 3880 Ovar IPN BRAGA – Rua Cidade do Porto nº 50 - 1º esq. e nº 52 - r/c 4705-084 Braga Tel. 253691019 Fax: 253691019; [email protected] IPN COIMBRA - Rua João do Ruão, nº 12 – Ed. Arnado Business Center- Piso I S. 11 - 3000-229 Coimbra Telef: 239840179 [email protected] IPN LISBOA – Rua Filipe Folque, nº 40 – 2º - Ed. Folque – 1050-114 Lisboa INSTITUTO PORTUGUÊS DE NATUROLOGIA Entidade acreditada pela DGERT Reconhecida pela Secretaria de Estado do Trabalho e Formação Profissional

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TEXTO DE APOIO DEAURICULOTERAPIA I

ANO LECTIVO 2011/ 2012

CURSO

CURSO DE AURICULOTERAPIA, MTC, NATUROPATIA E MASSAGEM

DEPARTAMENTO DE MTC

IPN PORTO – Sede: Av. Sidónio Pais nº 379 - Edif. Hoechst – Ed. B 2º andar 4100-468 PortoTel. 22 6095750/1 Fax 22 6095752

[email protected] ; Rua Delfim Maia, 378, 4200-253 PortoTel. 22 509 92 65 Fax 22 5099265

IPN MATOSINHOS - Praceta Cristóvão Falcão, nº 73 r/c Esq. e nº 93 r/c Dto 4465-114 S. Mamede de InfestaTel.: 229558027 Fax 229558028; [email protected]

IPN OVAR - Rua João de Deus, nº 26 - 1º Frente 3880 OvarIPN BRAGA – Rua Cidade do Porto nº 50 - 1º esq. e nº 52 - r/c 4705-084 Braga

Tel. 253691019 Fax: 253691019; [email protected] COIMBRA - Rua João do Ruão, nº 12 – Ed. Arnado Business Center- Piso I S. 11 - 3000-229 Coimbra

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INSTITUTO PORTUGUÊS DE NATUROLOGIA

Entidade acreditada pela DGERTReconhecida pela Secretaria de Estado do Trabalho e Formação

Profissional

PROGRAMA DE AURICULOTERAPIA I

Identificação do Módulo/ Disciplina: Auriculoterapia I - 1º Semestre

Docentes: Prof. André Santos, Prof. Ana Veloso e Prof. Cláudia Raimundo

Carga Horária: 120 h (60 horas lectivas e 60 horas não lectivas)

População Alvo: Estudantes; Profissionais de Saúde; Técnicos de Medicina Natural; Activos desempregados; Jovens e adultos à procura do 1º emprego.

Objectivos Gerais:Pretende-se que no final do módulo de Auriculoterapia I o formando seja capaz de:

Identificar as áreas e pontos do pavilhão auricular

Descrever as funções dos diversos pontos auriculares

Reconhecer sinais relevantes para o diagnóstico auricular

Conteúdo programático resumido: Definição, enquadramento e referências históricas da Auriculoterapia

Fundamentos da Auriculoterapia

Anatomia do pavilhão auricular e nomenclatura anatómica

Definição, classificação e distribuição dos pontos auriculares

Localização e descrição das funções dos pontos auriculares

Agrupamento de pontos auriculares

Princípios gerais do diagnóstico auricular

Métodos de diagnóstico auricular

Sistema de Avaliação: A avaliação é contínua efectuada em todas as aulas de acordo com os seguintes critérios:

Assiduidade: 20% da nota final;

Avaliações teóricas:30% da nota final;

Avaliações práticas: 30% da nota final;

Realização de trabalhos: 20% da nota final.

No final do semestre será atribuída uma nota de 0 a 20 valores, sendo necessário um mínimo de 10

valores para aprovação.

Bibliografia:Malta, José; Manual de Auriculoterapia 2008/2009, 2010/2011; Instituto Português de Naturologia.

García, Ernesto; Manual de Auriculoterapia; Editora Roca.

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CONTEÚDOS PROGRAMÁTICO DESENVOLVIDO

1. Definição, enquadramento e referências históricas da Auriculoterapia

2. Fundamentos da Auriculoterapia

a. Teoria bioenergética (oriental)

3. Teoria dos reflexos (ocidental)

4. Anatomia do pavilhão auricular e nomenclatura anatómica

5. Definição de ponto auricular e classificação dos pontos auriculares de acordo

com a sua função

6. Distribuição dos pontos auriculares de acordo com a teoria do feto invertido

7. Localização e descrição das funções dos pontos auriculares do lóbulo, anti-

hélice e fossa escafoíde

8. Localização e descrição das funções dos pontos auriculares do fossa triangular,

concha “cimba”, concha cava e Região envolvente da raiz do hélice

9. Localização e descrição das funções dos pontos auriculares do trago, anti-trago,

hélice e dorso do pavilhão auricular

10. Agrupamento de pontos auriculares

11. Princípios gerais do diagnóstico auricular

12. Métodos de diagnóstico auricular – A observação

13. Métodos de diagnóstico auricular – A palpação e exploração eléctrica

14. Apresentação de trabalhos de investigação

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1. Definição, enquadramento e referências históricas da Auriculoterapia

A Auriculoterapia configura-se hoje como uma das terapias mais eficazes e com resultados muito

rápidos e duradouros. Por razões variadas, conseguiu impôr-se a ocidente, tendo sido alvo de

estudos por parte de médicos da medicina alopática que contribuiram enormemente para a sua

evolução. Trata-se de uma terapia de fácil aceitação, que habitualmente recorre a técnicas pouco

invasivas.

A sua aprendizagem é relativamente acessível, podendo ser praticada com um elevado grau de

segurança, desde o início do estudo.

A Auriculoterapia começa lentamente a fazer parte integrante dos hábitos diários de muitas

pessoas com patologias crónicas, sendo por exemplo, uma das terapias de eleição no controle da

dor.

Em resumo, a Auriculoterapia assume cada vez mais importância devido:

Indicações muito vastas

Efeito rápido

Fácil utilização e aprendizagem

Económica e pouco invasiva

Poucos efeitos secundários

Permite diagnóstico energético

Função preventiva

1.1 Referências históricas

Na China há 5000 anos a manipulação da orelha era aliada à prática da Acupunctura.

Estão perfeitamente descritas algumas técnicas, tal como a punção, a moxibustão ou a

massagem. De acordo com o texto de medicina interna do Imperador Amarelo, os “seis

meridianos Yang conectam-se com a orelha”.

Outras referências estão datadas de 400 a.C. no Egipto, Grécia e Roma cujos

tratamentos de distúrbios sexuais eram habituais. Nomes como os de Galeno ou

Hipócrates estão ligados a estas práticas.

Na Pérsia (200 d.C.) os tratamentos de algias, em particular ligadas ao nervo ciático,

eram comuns, sendo a cauterização o método utilizado.

Por volta do ano 1500 os holandeses trazem do oriente os conhecimentos de Oto-

Acupunctura.

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O pintor Hieronymus Bosch (1450?

-1516) criou a obra emblemática o

Jardim das delícias, que se tornou

uma das mais relevantes fontes de

investigação para o

desenvolvimento da

Auriculoterapia em particular no

campo das disfunções sexuais.

O Jardim das Delícias – Museu do Prado - Madrid

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Em 1637, um médico

português, Zacutus Lusitanus,

deu relevância à cauterização

no pavilhão para o tratamento

da algia do nervo ciático.

Outra curiosidade é o facto de ser comum entre os piratas o uso de um

brinco em ouro no lóbulo da orelha direita. A área escolhida está hoje

identificada como sendo a representação do olho e o uso do ouro serviria

como fortificante da visão.

Por volta dos anos 50 o

médico Paul Nogier,

desenvolveu estudos com

base na teoria do feto

invertido e dos textos antigos

chineses. Pode ser

considerado o pai da

Auriculoterapia moderna.

Os avanços levados a cabo pelo Dr. Nogier tiveram origem nos seus

fracassos no tratamento da algia do nervo ciático. Na época verificou que

uma curandeira local cauterizava uma área do pavilhão auricular com

repercussão imediata sobre a dor. A descoberta levou-o ao estudo da

orelha e dos seus mecanismos de acção.

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Localização da cauterização efectuada pela Sra. Barrin

Poucos anos depois, na China, houve um empenho no estudo do pavilhão

auricular levando à criação de duas visões diferenciadas da

Auriculoterapia – oriental e ocidental.

Hoje em dia estão identificados cerca de 300 pontos em cada orelha,

reconhecidos à luz das bases orientais e ocidentais.

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Exemplo de uma cartografia auricular moderna

1.2 Definição de Auriculoterapia

É a arte milenar que visa o diagnóstico energético, prevenção,

tratamento ou melhoria da doença, pela observação e manipulação de

pontos ou áreas do pavilhão auricular, de forma a facilitar ao organismo o

processo de auto-cura.

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Não deveremos esquecer que o pilar da saúde é, sem dúvida, a

prevenção, pelo que deve ser sempre essa a prioridade do terapeuta.

Os chineses dizem que ”não devemos escavar um poço apenas quando

temos sede”, e acrescentamos que provavelmente nessa altura poderá

ser tarde demais.

É também designada Oto – Acupunctura, sendo hoje em dia a terapia

oriental mais ocidentalizada.

Representação anatómica do

corpo humano

no pavilhão auricular

2. Fundamentos de Auriculoterapia

O funcionamento da Auriculoterapia tem por base a teoria do feto

invertido. Esta teoria que serviu de base de estudo ao Dr. Paul Nogier, diz

que o pavilhão auricular reflecte fielmente todo o organismo, estando

todas as estruturas corporais dispostas à semelhança do feto no ventre

materno.

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A Auriculoterapia orienta-se em duas grandes vertentes: a vertente

baseada na filosofia da Medicina Tradicional Chinesa e a vertente

ocidental fundamentada na teoria dos reflexos.

Teoria do feto invertido

2.1 Fundamentos Orientais

Os princípios teóricos orientais baseiam-se essencialmente na relação

do pavilhão auricular com o sistema de meridianos e os Zang-Fu, de

acordo com a lei dos 5 elementos e Yin/Yang.

Na prática, ao

manipular o pavilhão

auricular interfere-se na

qualidade energética,

dos meridianos e

consequentemente no

funcionamento dos

órgãos respectivos.

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O sistema de meridianos funciona como uma rede energética que se

estende por todo o organismo. Sendo que os meridianos Yang

conectam o pavilhão auricular, indirectamente, todos os demais

canais energéticos também o fazem.

Sistema de conexão dos meridianos Yang ao pavilhão auricular

A compreensão dos princípios teóricos que regem a Medicina Tradicional Chinesa,

pode resumir-se essencialmente nos seguintes aspectos:

Circuito bio-energético (Meridianos)

Órgãos e Vísceras (Zang-Fu)

Teoria dos 5 elementos

Teoria Yin / Yang

Filosofia de TAO

2.2 - Medicina Ocidental

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Relativamente aos princípios teóricos ocidentais, apesar da investigação

que até ao dia de hoje se tem efectuado, as conclusões não são

unânimes, contudo, a teoria que de alguma forma mais se poderá

enquadrar, será a Teoria dos Reflexos, denominada vulgarmente por

Reflexo Delta.

Teoria do Reflexo Delta desenvolvida pelo sino-americano Dr. Cho

O Dr. Cho observou que a estimulação de pontos auriculares com frio ou

com calor, fazia variar a temperatura das partes do corpo

correspondentes, de acordo com o estímulo efectuado. Assim, postulou

que a relação entre os pontos auriculares e as zonas sistémicos

correspondentes era semelhante à relação entre uma chave e a sua

fechadura: a chave, seria a estimulação do ponto auricular, que poderia

abrir a fechadura, não mais que a resposta somática correspondente nas

diferentes partes do corpo.

Qualquer estímulo desencadeia uma informação que chega ao cérebro,

este por sua vez desencadeia uma acção adequada. A novidade reside

no facto de que sempre que o cérebro recebe uma determinada

informação, (por exemplo, uma dor no joelho), esta informação é

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MEDULA ESPINAL

MESENCÉFALO

CORTEX CEREBRAL

PARTES DO CORPO CORRESPONDENTES AOS PONTOS AURICULARES

PONTOS AURICULARES

colocada nas áreas reflexas do pé, da mão ou da orelha. Poderíamos

dizer que o cérebro emite um S.O.S. que pode ser identificado com

facilidade. O Auriculoterapeuta analisa as áreas reflexas envolvidas e

exerce uma estimulação das mesmas, enviando uma informação ao

cérebro, que por sua vez induz uma reacção no local afectado.

Para melhor compreensão deste facto, tomemos o seguinte exemplo: O

Sr. Y ao colher uma rosa do seu quintal picou-se num espinho. A

informação da picada chega rapidamente ao cérebro que de imediato

ordena a retirada da mão. No pavilhão auricular ocorre uma situação

semelhante: as áreas reflexas funcionam como sensores de estímulos de

tal forma que ao serem manipuladas a informação segue para o cérebro,

que por sua vez desencadeia uma resposta na região corporal

correspondente.

3. Anatomia do pavilhão auricular e nomenclatura anatómica

De forma resumida pode-se descrever o pavilhão auricular como sendo:

Uma lâmina dobrada sobre si mesma

Ovalada em forma de corneta, para melhor captar o som

Bilateral e com localização posterior à articulação temporo-mandibular,

unindo-se à cabeça pela parte média do seu terço anterior

Constituída por tecido fibrocartilaginoso (que sustenta as suas estruturas

anatómicas), ligamentos, músculos, tecido adiposo e pele

3.1. Nomenclatura anatómica

O pavilhão auricular é observado em duas faces, a anterior e a posterior.

Face anterior do pavilhão auricular

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Na face anterior podem ser identificadas as seguintes áreas anatómicas:

Hélice – provém da raíz da hélice, localizada entre as duas conchas,

ascende rodeando o pavilhão auricular para terminar na parte

superior do lóbulo;

Raiz da hélice – proeminência horizontal que divide as conchas;

Tubérculo auricular – Pequena proeminência na parte póstero-

superior da hélice;

Anti-hélice – concentricamente e paralelamente à hélice e divide-se

na parte superior em dois ramos que limitam a fossa triângular;

Raiz superior da Anti-hélice – Linha superior da fossa triangular;

Raiz inferior da Anti-hélice – Linha inferior da fossa triangular;

Fossa triangular – depressão formada entre os ramos superior e

inferior da anti-hélice;

Fossa escafóide – fica entre a hélice e a anti-hélice e forma um

sulco curvilíneo;

Trago – proeminência triangular situada anteriormente à concha

cava e por baixo da hélice, que se projecta para diante e por fora do

orifício do conduto auditivo externo;

Incisura supra trágica – depressão entre a hélice e o bordo

superior do trago

Anti-trago – pequena proeminência triangular situada abaixo da

anti-hélice e oposta ao trago;

Incisura inter trágica – depressão formada entre o trago e o anti-

trago;

Lóbulo – porção carnosa inferior do pavilhar auricular;

Concha cimba – fossa superior à raíz da hélice;

Concha cava – fossa inferior à raíz da hélice.

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Hélice

Raiz da hélice

Tubé

rcul

o au

ricul

ar

Ant

i-hél

ice

Raiz superio

r da

Anti-hélice

Raiz inferior da AHFossa triangular

Foss

a es

cafó

ide

Trago

Incisura supra trágica

Anti-tragoIncisura

inter trágica

Lóbulo

Concha cimba

Concha cava

Nomenclatura anatómica

Face posterior do pavilhão auricular

A face posterior é constituída por:

3 Faces dorsais (da hélice, do lóbulo e região entre a fossa escafóide e o

lóbulo);

4 Sulcos posteriores (da anti-hélice, da raiz inferior da anti-hélice, da raiz

do hélice e do anti-trago);

4 Proeminências posteriores (da fossa escafóide, da fossa triangular, da

concha cava e da concha cimba).

3.2 Estruturas anatómicas do pavilhão auricular

Vasos sanguíneos:

o Artéria temporal superficial e auricular posterior

A artéria temporal superficial ramifica-se para a frente do

conduto auditivo externo em três ramos: superior, médio e

inferior e irriga sobretudo a face anterior do pavilhão auricular;

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A artéria auricular posterior também se ramifica em três

ramos desde a raíz inferior da orelha, para irrigar a face

posterior do pavilhão auricular;

o Veia temporal superficial localizada anteriormente ao pavilhão

auricular e onde se congregam as veias auricular posterior,

mastóidea e jugular externa.

Vasos linfáticos:

o Gânglio parotídeo pré-auricular que receciona os vasos linfáticos

provenientes da parteanterior da hélice e do trago;

o O gânglio mastóideo e o sub-esternomastóideo rececionam os vasos

linfáticos que se originam quer na face anterior do pavilhão auricular,

quer na sua face posterior, por trás da concha.

Músculos:

o Os músculos do pavilhão auricular são estruturas rudimentares, sem

acção preponderante mas que se registam:

Músculo Maior da Hélice

Músculo Menor da Hélice

Músculo do Trago

Músculo do Anti-trago

Mùsculos transversos e oblíquo

Estrutura nervosa:

o Podemos dividir a estrutura nervosa em 3 partes:

Nervos espinais (auricular maior e occipital menor), têm

origem no segundo e terceiro pares do plexo cervical e

estendem-se principalmente pelo lóbulo, pela hélice, pela

fossa escafóide e pela anti-hélice.

Nervos cerebrais (auriculo-temporal e auricular do vago), que

se estendem sobretudo pelas conchas.

Nervos simpáticos que procedem das fibras que acompanham

as artérias cervicais.

o Na fossa triangular cruzam-se praticamente todos os nervos.

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ANATOMIA DA FACE POSTERIOR DO PAVILHÃO AURICULAR

4. Definição de ponto auricular e classificação dos pontos auriculares de

acordo com a sua função

Os pontos auriculares são provavelmente a maior causa de

preocupação dos alunos, principalmente no que se refere ao elevado

número e necessidade de localização exacta.

Na verdade, esse medo não tem razão de existir desvanecendo-se à

medida que o processo de aprendizagem se completa.

O domínio da Auriculoterapia advém da experiência, pelo que é

sempre necessário tempo e prática para evoluir.

4.1- Definição de Ponto Auricular

DEFINIÇÂO

Zona específica distribuída pela superfície auricular, que

reflecte fielmente a actividade funcional e energética de todo o

corpo.

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NERVOS AURICULARES

Qualquer situação patológica manifesta-se no ponto auricular

correspondente através de mudanças morfológicas e/ou coloração, de

reacção positiva ao exame eléctrico, entre outros.

O ponto diagnosticado é utilizado para tratamento, por diversos

métodos, a fim de melhorar ou curar a patologia.

Em resumo, podemos definir os pontos auriculares como "Portas"

energéticas e funcionais, com finalidade preventiva, curativa e/ou de

diagnóstico.

4.2 - Classificação dos Pontos Auriculares

A Auriculoterapia vive no limiar da Medicina Ocidental e Oriental, pelo que

não será de estranhar a sua utilização mista no diagnóstico e tratamento das

diversas patologias.

Pontos da zona correspondente , directamente relacionados com a

anatomia corporal, reagindo habitualmente quando a região corporal

correspondente (órgão, articulação,...) sofre de um processo

patológico.

Pontos dos 5 Zang e 6 Fu , com a dupla função de ponto

correspondente anatómico e de ponto energético.

Pontos do Sistema Nervoso , relacionados com as áreas do sistema

nervoso (cérebro, tronco cerebral, tálamo,...), as actividades do

sistema nervoso (Shenmen, excitação,...), os pontos de controlo de

nervos (ciático, auricular maior, occipital menor,...).

Pontos do Sistema Endócrino , com função reguladora das

glândulas endócrinas (tiróide, pâncreas, ovários, supra-renais,

endócrino,...).

Pontos especiais , têm uma função específica (alergia, asma,

hipertensor, obstipação,...).

Pontos do dorso da orelha , correspondem na sua maioria aos da

face anterior. Pela sua importância destacam-se os pontos auriculares

Estômago, Fígado, Pulmão superior, Shenmen e Cérebro, que na face

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posterior correspondem respectivamente ao Baço, Fígado, Pulmão,

Coração e Rim.

5. Distribuição dos pontos auriculares de acordo com a teoria do feto

invertido

Apesar da grande diversidade de pavilhões auriculares, no que se

relaciona com o tamanho e forma, em todos eles os P.A. distribuem-se

segundo os mesmos princípios.

Partindo da teoria do feto invertido e tendo em conta a nomenclatura

anatómica anteriormente descrita, surgem os Princípios Gerais de

Distribuição de P.A.

Região do pavilhão auricular Região corporal correspondente

Lóbulo Cabeça e face

Anti-trago Cabeça e cérebro

Trago Laringe-faringe, nariz,...

Anti-héliceTronco, coluna, membros

inferiores,...

Fossa escafoíde Membros superiores

Fossa triangular Região pélvica, órgãos genitais,...

Região envolvente da raiz

do héliceTubo digestivo

Concha “cava” Tórax

Concha “cimba” Abdómen

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Relação entre a região do pavilhão auricular e sua região corporal

correspondente

Exemplos de distribuição de pontos auriculares

6. Localização e descrição das funções dos pontos auriculares do lóbulo,

anti-hélice e fossa escafoíde

6.1 Lóbulo

Dente – Odontalgia, anestesia dental,...

Palato inferior e superior – úlceras bucais,...

Língua – fissura língual, úlceras linguais, AVC,...

Maxilar superior e inferior – odontalgias, abcessos,...

Ómega – depressão, alterações de sono,...

Olho / Hipersensibilidade – conjuntivite, fotofobia,...

Ouvido interno – hipoacúsia, zumbidos, otite, vertigens,...

Ansiedade – estados ansiosos

Amígdala – amigdalite, faringite,...

Face – paralisia facial, dermatites faciais, estética,...

Queixo – herpes, patologias mandibulares, …

Lábios – herpes, fissuras, AVC, …

Vinco da hipotensão, doença coronária e zumbidos – utilizada para diagnóstico

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LÓBULO

6.2 Anti-hélice

Região cervical – patologias cervicais, torcicolo,...

Região dorsal – patologias dorsais

Região lombar – patologias lombares

Sacro – sacro-lombalgias, espermatófita,...

Cóccix – patologias coccígeas

Pescoço – hipotiroidismo, inflamações ganglionares locais,...

Tórax – angina de peito, neuralgias intercostais, herpes zooster

Abdómen – obstipação, enterite, dismenorreia,...

Região intercostal – traumatismos locais, herpes zooster,...

Músculos lombares – patologias musculares lombares

Articulação sacro-ílíaca – patologias articulares locais

Glândulas mamárias – patologias da mama

Hipocôndrio – patologias locais

Tiróide – patologias da tiróide

Calor – aumenta a circulação distal, parestesias, …

Raiz inferior do Anti-hélice

Glúteos / Anca – algias da região glútea e sagrada,...

Nervo ciático – patologias do nervo ciático

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LÓBULO

Sistema nervoso autónomo – regulador do sistema nervoso neurovegetativo,

relaxar espasmos musculares tóraco-abdominais, vasodilatador, regulador das

secreções internas, …

Raiz superior da anti-hélice

Falanges (pé) – algias, alterações vasculares, micoses,...

Calcâneo – esporões, patologias do nervo ciático,...

Articulação tíbio-társica – entorse, edema local, ...

Articulação do joelho – patologias articulares do joelho

Joelho – patologias do joelho

Fossa poplítea – patologias locais,...

Gémeos – patologias musculares locais, patologias do nervo ciático,...

Coxa – patologias musculares locais

Articulação da anca – patologias locais, lombalgia, patologias do nervo ciático,...

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ANTIHÉLICE

6.3 Fossa escafóide

Falanges (mão) – entorses, luxações, parestesias,...

Punho – síndrome túnel cárpico, tendinite,...

Cotovelo – entorses, epicondilite,...

Ombro – patologias do ombro

Articulação do ombro – patologias do ombro

Clavícula – patologias do ombro e cervicobraqueais

Dermatológico – patologias alérgicas

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RAÍZ SUPERIOR DA ANTI-HÉLICE

7. Localização e descrição das funções dos pontos auriculares do fossa

triangular, concha cimba, concha cava e Região envolvente da raiz do

hélice

7.1. Fossa triangular

Hipotensor – hipertensão

Hepatite – patologias hepáto-biliares

Shenmen – analgésica, sedante e anti-inflamatória

Pelve – patologias pélvicas, prostatite, dismenorreia,...

Virilha – patologias da articulação coxo-fémural e região inguinal

Obstipação – obstipação

Útero – menstruações irregulares, dismenorreia, disfunções sexuais,

prostatite....

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FOSSA ESCAFÓIDE

7.2. Concha Cimba

Rim – tonifica o Yang, nutre a essência, fortalece a região lombar e medula

espinal, fortalece o cérebro,...

Próstata – prostatite, hiperplasia prostática, transtornos sexuais,...

Bexiga – incontinência urinária, cefaleia occipital, lombalgias, algia do nervo

ciatico,...

Fígado – patologias do fígado e vesícula biliar, cefaleias no vertex, neurose,

patologias causadas pelo vento,...

Vesícula biliar – na orelha direita – patologias hepáto-biliares, enxaqueca, rigidez

de nuca,...

Pâncreas – na orelha esquerda -pancreatite, diabetes,...

Centro da concha cimba – patologias da região peri-umbical

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FOSSA TRIANGUALR

7.3. Concha Cava

Coração – dispersa o fogo do coração, acalma o espírito, controla o sangue e os

vasos,...

Pulmão – patologias do sistema respiratório, dermatológicas, intestinais

Traqueia – tosse, laringite,...

Brônquios – patologias pulmonares

Baço – patologias digestivas, drenagem da humidade, patologias hemorrágicas,

algias musculares,...

Sanjiao – regulador energético dos Zang-Fu, ...

7.4. Região envolvente da raiz do hélice

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CONCHA CIMBA

CONCHA CAVA

Boca – patologias da cavidade bucal, faringe e laringe, tosse, sedante, astenia,...

Esófago – patologias esofágicas, disfagia,...

Cárdia – refluxo gastro-esofágico, náuseas,...

Estômago – gastrite, úlceras gástricas,...

Duodeno – úlceras duodenais,...

Intestino delgado – diarreia, obstipação, distensão abdominal,...

Intestino grosso – enterite, obstipação, patologias dermatológicas,...

Apêndice – apendicite aguda,...

8. Localização e descrição das funções dos pontos auriculares do trago,

anti-trago, hélice e dorso do pavilhão auricular

8.1. Trago

Lado externo

Ápice do trago – anti-inflamatório, antipirético, sedante, analgésico por

sangria,...

Supra-renal – acção sobre as glândulas supra-renais, anti-alérgico, anti-

infeccioso, anti-inflamatório, antipirético, vasoconstritor,...

Nariz externo – patologias da área do nariz,...

Cardíaco – cardiopatias

Fome – regulador do apetite

Sede – regulador da sede

Tranquilidade – calmante, relaxante, …

Nicotina – anti-tabaco

Vitalidade – estimula o Qi e o sistema imunitário

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REGIÃO ENVOLVENTE À RAÍZ DA HÉLICE

Incisura supra trágica

Ouvido externo – patologias do ouvido, vertigens, cefaleias, drenagem das

fossas nasais,...

Lado interno

Laringe/ faringe – faringites, amigdalites, afonias, bronquite,...

Nariz interno – rinites, epistáxis, obstrução nasal,...

Nervo auriculotemporal – patologias do pavilhão auricular, cefaleias, vertigens,...

Lateralidade – equilíbrio de hemisférios cerebrais, …

8.2. Anti-Trago

Lado externo

Ápice do anti-trago – analgésico, anti-inflamatória, anti-pirético,...

Asma – asma, tosse, bronquites,...

Temporal – analgésico, clarear a visão, hipoacúsia,...

Frontal – analgésico, fortalecer a mente, a memória, a concentração, clarear a

visão, hipertensão,...

Occipital – analgésico, sedação, vertigem, convulsão, clarear a visão,...

Vértice – cefaleias, alterações psicológicas,...

Hipófise – patologias ginecológicas endócrinas, disfunções da hipófise,

hemorragias,...

Área da vertigem – vertigem

Área da neurastenia – alterações psicológicas, alterações do sono,...

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TRAGO

Fossa superior do Anti-trago

Tronco cerebral – sedação, estimular a mente, acalmar o espírito

Laringe – dente – patologias oro-faringe, odontalgias,...

Lado interno

Tálamo – obesidade, diabetes, edemas, sonolência,...

Excitação – letargia, enurese nocturna, obesidade,...

Subcórtex nervoso – regulador da actividade cerebral

Subcórtex digestivo – regulador do sistema digestivo

Subcórtex cardiovascular – regulador do sistema cardiovascular

Cérebro – patologias cerebrais, concentração, memória,...

Epilepsia – crises epilépticas, convulsões, …

Incisura inter trágica

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INCISURA SUPRA TRÁGICAE

ANTI-TRAGO

ANTI-TRAGOFACE INTERNA

Endócrino – regulador do sistema endócrino, patologias causadas por vento-

humidade, alérgicas e infecciosas,...

Visão 1 – glaucoma,...

Visão 2 – ametropia, conjuntivites,...

Hipertensor – hipotensão

Ovário – patologias dos ovários, infertilidade,...

8.3. Hélice

Raiz

Zero – patologias digestivas e cardiovasculares, ponto de equilíbrio Yin/Yang

Plexo solar – stress, patologias digestivas, …

Diafragma – patologias diafragmáticas, hemorragias, patologias

dermatológicas,...

Corpo

Ápice da orelha – anti-inflamatório, antipirético, hipotensor, antialérgico, acalma

a mente, clareia a visão,...

Ânus – hemorróides, prurido anal,...

Genitais externos – uretrites, impotência,...

Uretra – prostatite, polaquiúria,...

Recto – hemorróides, incontinência,...

Yang do Fígado – Síndrome Yang do Fígado, hepatites,...

Hélice de 1 a 6 – anti-inflamatório, antipirético,...

Nervo occipital menor – cefaleia occipital, algia do pavilhão auricular, A.V.C.,...

Cauda

Anti-líbido – anti-inflamatório, antipirético,...

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INCISURA INTER-TRÁGICA

Hélice

Superfície dorsal do pavilhão auricular

Raiz superior dorsal – epistáxis

Raiz central dorsal – patologias das vias biliares, obstrução nasal,

Raiz inferior dorsal – hipotensão, patologias endócrinas

Coração dorsal – insónia, cefaleias,...

Baço dorsal – gastrite, anorexia,...

Rim dorsal – cefaleias, vertigens, neuroses,...

Fígado dorsal – patologias hepato-biliares

Pulmão dorsal – patologias pulmonares e dermatológicas

9. Agrupamento de P.A.

A selecção de P.A. não pode ser efectuada de forma aleatória, daí a importância do

agrupamento dos mesmos segundo as suas funções, conseguindo-se dessa forma

um efeito terapêutico mais eficiente.

Grupos de combate a excessos

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HÉLICE

Dor – PC + Shenmen (SNA + F + Ba + R)

Tonturas – occipital + vertigem + F + ouvido externo + Sap

Convulsões – tronco cerebral + occipital + Shenmen + F + subcortex + nervo

occipital menor + Sap

Tosse – P.C.+ asma + boca + tronco cerebral + Shenmen + occipital + Ba

Dispneia – PC + asma + SNA + supra-renal + occipital (Alergia + endócrino +

Sap + R)

Prurido – Sangria PC + Sap + P + Ba + C + Shenmen + alergia + diafragma

Zumbidos – ouvido externo e interno + vinco dos zumbidos + sanjiao + VB + R

+ temporal

Vómitos – cárdia + E + occipital + subcortex + Shenmen

Pirose – SNA + E + F

Leucorréia – PC + R + sanjiao + F + Ba + endócrino

Grupos com função antagónica

Sedantes – Shenmen + occipital +subcortex + tronco cerebral + coração + Sap

Excitantes – frontal + endócrino + excitação + tálamo + hipófise + supra-renal

Hipotensores – hipotensor + Shenmen +F + R + C + frontal + occipital + Sap

Hipertensores – hipertensor + supra-renal + hipófise + C +F + R + subcortex

Hemostáticos – supra-renal + hipófise + diafragma + Ba + PC

Activadores da circulação – SNA +C + F + P + calor +subcortex +PC

Diuréticos – R + Ba + P + Sanjiao + endócrino + diurético + PC

Antidiuréticos – B + zero + hipófise + uretra

Laxantes – IG + Ba + sanjiao + abdómen + P + subcortex + obstipação + CCC

Antidiarreicos – recto + IG + Ba + Shenmen + occipital + endócrino + Sap

Taquicárdicos – simpático + supra-renal + hipófise + subcortex + C

Bradicárdicos – cardíaco + subcortex + C + Shenmen + occipital

Grupos com função imunológica

Anti-alérgicos – Sap + antipontos + PC

Anti-infecciosos – Sap + S hélice 1 a 6 + supra-renal + endócrino + Shenmen +

PC

Anti-reumáticos – Sap + supra-renal + endócrino + R + F + Ba + sanjiao + PC

Antipiréticos – Sap-ápice do trago-suprarenal + SNA + tálamo + P + occipital +

endócrino + PC

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Outros grupos

Indutores do sono – Shenmen + R + C + subcórtex + occipital + ómega + área

da neurastenia + Sap

Fortalecedores cerebrais – C + R + tálamo + hipófise + frontal + cérebro +

subcortex

Tónicos do Rim – R + F + C + endócrino + hipófise + tálamo + supra-renal

Anti-diabéticos – pâncreas + glândula pancreática + endócrino + hipófise +

tálamo + subcortex + boca + sede + sanjiao

10. PRINCÍPIOS GERAIS DO DIAGNÓSTICO AURICULAR

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O diagnóstico auricular tem por base a teoria reflexa, em que o pavilhão

auricular se assume como um receptor de sinais fisiopatológicos de todo o

nosso organismo.

Em resumo, podemos afirmar que a maioria das alterações verificadas no

pavilhão auricular, traduzem fielmente o estado do corpo, a nível físico,

mental e energético.

Existe um conjunto de procedimentos que devemos adoptar antes de

realizarmos o diagnóstico auricular:

- Local de tratamento – cómodo, limpo, confortável, arejado e essencialmente bem

iluminado (de preferência luz natural) e temperatura controlada

- O doente – confortavelmente instalado, sentir-se seguro,...

- O técnico – manter relação empática e disponível, saber escutar, ter postura

correcta...

Durante o diagnóstico auricular devemos ter em atenção várias situações:

Existem inúmeras formas de pavilhões auriculares

As particularidades de cada orelha dependem do sexo, idade, hábitos

de vida diária,...

Não manipular a orelha antes de efectuar o diagnóstico

Não retirar conclusões precipitadas mal se observe uma alteração

Ter em atenção que alguns pontos apresentam habitualmente sinais

Por vezes torna-se necessário empurrar o dorso do pavilhão auricular

para melhor identificar as alterações estruturais

Comparar sempre as duas orelhas

11 - Métodos de diagnóstico auricular – Observação

O diagnóstico auricular compreende 4 fases:

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Observação

Palpação

Exploração eléctrica

Diferenciação de síndromes

A Observação

Nesta fase serão consideradas as alterações de cor, morfologia,

vascularização, descamação, ...

COR

Vermelho vivo Patologia aguda e/ou dolorosa

Vermelho pálido ou

escuro

Patologia crónica ou em convalescença

Branca Patologias crónicas

Cinzento Mau prognóstico

Castanho Patologias crónicas dermatológicas ou sequelas

MORFOLOGIA

Proeminências

Patologias inflamatórias crónicas

Em forma de nó ou cordões

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Depressões

Patologias crónicas

Em forma de pontos, gomos ou sulcos

Porosidades

Aspereza

Patologias dermatológicas

Pápulas Patologias crónicas, degenerativas ou

irreversíveis

Descamação Patologias alérgicas, dermatológicas,

inflamatórias, …

Vascularização Patologias agudas em forma de rede

Patologias crónicas de forma variável

Em resumo, podemos agrupar as manifestações no pavilhão auricular

segundo o tipo de patologias:

Patologias inflamatórias agudas – predomínio de cor vermelha,

capilares de cor vermelho brilhante, superfície gordurosa

Patologias crónicas – depressões, proeminências, pápulas, cor branca

sem brilho, pouco gordurosa, edemas

Patologias dermatológicas – descamações, pápulas, aspereza,

espessamentos, cor parda escura

Tumores – cinza escuro, capilares em forma de flor

12 - Métodos de diagnóstico auricular – Palpação e detecção eléctrica

12.1. Palpação

O diagnóstico pela palpação divide-se em:

Exploração digital

Exploração com sonda

Exploração digital

Neste método utiliza-se a ponta dos dedos para sentir as alterações morfológicas do

pavilhão auricular. A forma mais fácil de exploração será utilizar o polegar e o

indicador em forma de pinça.

Exploração com sonda

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Neste método utiliza-se uma sonda (habitualmente do detector eléctrico), seguindo

um determinado percurso a fim de se detectarem pontos reactivos. Este método

divide-se em duas fases:

Exploração pela pressão

Exploração em busca de alterações morfológicas

a) Exploração pela pressão

Qualquer patologia manifesta-se no pavilhão auricular pela diminuição do limiar da

dor no referido ponto, assim a pressão nesse referido ponto causará mais ou menos

dor consoante a gravidade da mesma.

Exercendo para cada ponto uma pressão idêntica poderemos classificar o estado da

patologia em três graus:

Grau 1 – o doente refere dor

Grau 2 – o doente refere dor, pisca ou franze as sobrancelhas

Grau 3 – o doente refere dor, geme ou evita ser manipulado

b) Exploração em busca de alterações morfológicas

Utiliza-se a ponta da sonda de forma semelhante à utilizada na exploração digital.

12.1. Exploração eléctrica

Este método baseia-se na determinação da resistência eléctrica dos

pontos auriculares.

Qualquer patologia, ao manifestar-se no pavilhão auricular, leva à

diminuição da resistência eléctrica do mesmo, aumentando dessa forma

a sua condutividade eléctrica.

Os valores fisiológicos de resistência eléctrica no pavilhão auricular

variam entre 100 e 5000 K-ohms. Estes valores em casos patológicos

cairão para os 20 a 500 K-ohms.

Outro factor importante é que, num mesmo indivíduo, a avaliação da

resistência eléctrica de forma regular, pode-nos mostrar a evolução da

patologia.

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Como determinar se um ponto é normal ou de alta condutividade?

Um ponto Normal não tem relação directa com a patologia, e os sinais no

detector eléctrico são insignificantes.

Um ponto de Alta Condutividade tem uma estreita relação com a

patologia, variando os sinais no detector consoante o estado ou

gravidade da mesma. Assim sendo, poderemos classificar de reacção

positiva fraca, média ou forte, consoante o tipo de sinal recebido.

Tipo de ponto

auricular

Relação com a

patologia

Sinal recebido no

detector

Patologia associada

Reacção positiva

fraca

Sem dor à pressão Fraco (+/-) Recente ou em

recuperação

Crónica

Reacção positiva

média

Pode referir dor à

pressão

Forte, rápido, tom

grave (+)

Em curso

Reacção positiva

forte

Acompanhado de dor

à pressão

Muito forte, tom

agudo (++)

Epicentro

Um dos problemas mais comuns é o facto de, por vezes, ser difícil a

triagem dos pontos auriculares, ou seja, saber quando um ponto é de alta

condutividade fisiológica ou patológica.

Existem alguns pontos que têm reacção positiva fraca, tais como:

clavícula, ombro, articulação do ombro, cotovelo, punho, dedos, útero,

Shenmen, boca, esófago, intestino grosso, bexiga, endócrino, pulmão,

coração e sanjiao.

Existe um conjunto de regras que não devemos esquecer ao efectuar a

detecção eléctrica:

Podem existir vários pontos reactivos numa mesma patologia

Cada ponto pode associar-se a um sem número de patologias

Existem pontos que apenas têm uma função específica

Apesar de vários pontos poderem estar reactivos existirá

habitualmente um epicentro

Efectuar sempre um diagnóstico comparativo dos dois pavilhões

auriculares

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Forma usual de Exploração eléctrica

Após accionar o detector, a extremidade do polo negativo fica na posse do

doente e o outro polo efectua a exploração eléctrica no pavilhão auricular do

lado correspondente.

Regular o valor da resistência eléctrica (raiz superior da orelha).

Após determinação do valor da resistência basal, regula-se o detector para

nos fornecer um sinal sonoro fraco e toda a reacção positiva deverá ser

tomada em conta no diagnóstico.

A ordem habitual de explorarão é a seguinte:

Fossa triangular

Conchas

Região envolvente da raiz do hélice

Antitrago, incisura inter-trágica e trago

Lóbulo

Anti-hélice

Fossa escafóide

Hélice

Região dorsal

Não esquecer que, factores como a idade, peso, sexo, actividade física,

temperatura do pavilhão auricular, estado emocional, etc., podem falsear os

resultados obtidos

Nunca manipular o pavilhão auricular antes de efectuar o diagnóstico

Se o pavilhão auricular se encontrar frio deve-se aguardar o tempo suficiente

para que readquire temperatura normal

Diferenciação de síndromes

Provavelmente esta é a fase mais importante do diagnóstico auricular e

provavelmente a mais complexa, visto ser necessário cruzar as informações

anteriormente obtidas com os dados da anamnése, os princípios da fisiopatologia

ocidental e ainda todas as teorias orientais já estudadas.

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PAVILHÃO AURICULAR DIREITO E ESQUERDO PARA PRÁTICA DE

LOCALIZAÇÃO DE PONTOS AURICULARES

13. Conclusão

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A Auriculoterapia é uma terapia com origem no oriente, mas cuja

prática, na actualidade, é generalizada a todos os continentes;

Está indicada no tratamento de vasto número de patologias;

A sua aprendizagem é relativamente acessível e a sua prática pouco

dispendiosa, pelo que recolhe a procura e o apreço de muitos

pacientes;

Esperamos, com esta disciplina, contribuir para a divulgação e o

desenvolvimento da Auriculoterapia em Portugal, habilitando os

formandos para uma prática de sucesso.

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