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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DO PARANÁ DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ELETROTÉCNICA
CURSO DE ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA – ÊNFASE ELETROTÉCNICA FLÁVIO WACHOLSKI
IRENO ROBERTO LISBOA DE MIRANDA
MANUAL PARA INSTALAÇÃO ELÉTRICA E SEGURANÇA
DE EQUIPAMENTO DE AUTOMAÇÃO PARA POSTOS DE COMBUSTÍVEIS
CURITIBA 2004
FLÁVIO WACHOLSKI IRENO ROBERTO LISBOA DE MIRANDA
MANUAL PARA INSTALAÇÃO ELÉTRICA E SEGURANÇA
DE EQUIPAMENTO DE AUTOMAÇÃO PARA POSTOS DE COMBUSTÍVEIS
Trabalho de Conclusão de Curso para obtenção do grau de Engenheiro do curso de Engenharia Industrial Elétrica – Ênfase em Eletrotécnica do Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná – CEFET-PR. Orientador: Prof. Ney José Araújo Kloster, M.Sc.
CURITIBA
2004
FLÁVIO WACHOLSKI IRENO ROBERTO LISBOA DE MIRANDA
MANUAL PARA INSTALAÇÃO ELÉTRICA E SEGURANÇA
DE EQUIPAMENTO DE AUTOMAÇÃO PARA POSTOS DE COMBUSTÍVEIS
Este Projeto Final de Graduação foi julgado e aprovado como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro Eletricista pelo Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná.
Curitiba, 23 de setembro de 2004.
______________________ Prof. Paulo Sérgio Walenia
Coordenador de Curso Engenharia Industrial Elétrica - Eletrotécnica
______________________ Prof. Ney José Araújo Kloster, M.Sc.
Orientador de Projeto Final de Graduação Engenharia Industrial Elétrica - Eletrotécnica
______________________ Prof. Ivan Colling, Dr.
Coordenador de Projeto Final de Graduação Engenharia Industrial Elétrica - Eletrotécnica
______________________ Prof. Álvaro Peixoto de Alencar Neto, M.Sc.
Membro da Banca de Projeto Final de Graduação Engenharia Industrial Elétrica - Eletrotécnica
______________________ Prof. Júlio César Nitsch, M.Ed.
Membro da Banca de Projeto Final de Graduação Engenharia Industrial Elétrica - Eletrotécnica
AGRADECIMENTOS Ao Professor Ney José Araújo Kloster, pela orientação, apoio e incentivo no desenvolvimento
e aperfeiçoamento deste trabalho.
Aos Professores Álvaro Peixoto de Alencar Neto e Júlio César Nitsch, participantes da banca,
pelas contribuições que foram de grande valia para a finalização do projeto.
Ao Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná, pela oportunidade de realização deste
projeto.
À empresa XPert Brazil Empreendimentos Eletrônicos Ltda, pelo apoio à pesquisa.
À Professora Andrea de Miranda, por seu auxílio, em especial na programação visual do
manual.
Aos profissionais que contribuíram com suas experiências.
Aos familiares que sempre estivam presentes por meio de seu apoio, tolerância e carinho.
E a todos aqueles que, de maneira direta ou indireta, contribuíram para a realização deste
trabalho.
RESUMO
O presente trabalho tem como escopo o desenvolvimento de um estudo com a finalidade de
desenvolver um manual técnico específico para a instalação elétrica de equipamentos de
automação para postos de combustíveis. Toda a fundamentação aplicada na elaboração de seu
conteúdo provém de estudos realizados sobre instalações elétricas em atmosferas explosivas,
com embasamento em normas e procedimentos existentes no Brasil e no exterior,
particularmente, nos conceitos estabelecidos pela portaria do INMETRO no 121 de 24 de
julho de 1996. Outro aspecto importante deste trabalho é que o manual pode ser utilizado por
todos os envolvidos independentemente de consultoria externa.
Palavras-chave: instalação elétrica, segurança, postos de combustíveis
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
QUADRO 1 – GRAU DE PROTEÇÃO DE EQUIPAMENTOS – PRIMEIRO DÍGITO ..... 20
QUADRO 2 – GRAU DE PROTEÇÃO DE EQUIPAMENTOS – SEGUNDO DÍGITO ..... 21
QUADRO 3 – SIGNIFICADO DOS ELEMENTOS DESIGNATIVOS DO GRAU DE PROTEÇÃO................................................................................................. 22
QUADRO 3 – SIGNIFICADO DOS ELEMENTOS DESIGNATIVOS DO GRAU DE PROTEÇÃO................................................................................................. 23
QUADRO 6 – DETERMINAÇÃO DO TIPO DE PRESSURIZAÇÃO (PX, PY OU PZ)..... 27
QUADRO 7 – GRUPO DE MATERIAIS EM FUNÇÃO DO CTI....................................... 36
QUADRO 8 – DISTÂNCIAS MÍNIMAS DE ESCOAMENTO, ISOLAÇÃO E SEPARAÇÃO .............................................................................................. 36
FIGURA 1 – AUTOXPERT (SOFTWARE) – CONTROLE DE CLIENTES ...................... 48
FIGURA 2 – AUTOXPERT (HARDWARE) – CONSOLE ATX 88 ................................... 49
FIGURA 3 – AUTOXPERT (HARDWARE) – CONSOLE ATXE...................................... 50
FIGURA 4 – TOMADA TRIPOLAR .................................................................................. 52
FIGURA 5 – CONSOLE AUTOXPERT ............................................................................. 53
FIGURA 6– TUBULAÇÃO SEALTUBO DO POSTO BEM BOM (POTENCIAL) – PARANAGUÁ............................................................................................. 55
FIGURAS 7 E 8 – CONEXÃO DA BOMBA COM UNIDADE SELANTE FECHADA E ABERTA DO POSTO BEM BOM (POTENCIAL)– PARANAGUÁ ........... 55
FIGURA 9 – CAIXA DE DISTRIBUIÇÃO DO POSTO BEM BOM (POTENCIAL) – PARANAGUÁ............................................................................................. 56
FIGURA 10 – TUBO FLEXÍVEL METÁLICO DO POSTO SOCIAL (ALE) – CURITIBA................................................................................................... 57
FIGURAS 11 E 12 – CONEXÃO DA BOMBA COM UNIDADE SELANTE FECHADA E ABERTA DO POSTO SOCIAL (ALE) – CURITIBA............................... 57
LISTA DE SIGLAS ABNT Associação Brasileira das Normas Técnicas API American Petroleum Institute CTI Índice Comparativo de Resistividade Superficial GNV Gás Natural Veicular IEC International Eletrotechnical Commission INMETRO Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial NR-10 Norma Regulamentadora do Ministério do Trabalho – serviços em eletricidade NEC National Electrical Code NEMA National Eletrical Manufactures Association
LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIATURAS
µJ micro Joule A Ampere A/h Ampere por hora ca corrente alternada cc corrente contínua cm2 centímetros quadrados cm3 centímetros cúbicos d.d.p. diferença de potencial Icc corrente de curto circuito Idyn corrente com esforço mecânico Ith corrente térmica IP Índice de Proteção kgf quilograma força kV quilo Volt MΩ Mega Ohm mA mili Ampere MIC Corrente Mínima de Ignição mm milímetros mV mili Volts ºC graus Celsius PC personal computer TC Transformador de Corrente te tempo TP Transformador de Potência Vac tensão corrente alternada Vdc tensão corrente contínua
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................... 10 1.1 PROBLEMA DE ENGENHARIA ........................................................................ 11 1.2 JUSTIFICATIVA.................................................................................................. 11 1.3 OBJETIVOS ......................................................................................................... 12 1.3.1 Objetivo Geral....................................................................................................... 12 1.3.2 Objetivos Específicos ............................................................................................ 12 1.4 METODOLOGIA APLICADA............................................................................. 13 1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO......................................................................... 144
2 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................. 15 2.1 CLASSIFICAÇÃO DE ÁREAS COM ATMOSFERA EXPLOSIVA.................... 15 2.1.1 Introdução............................................................................................................. 15 2.1.2 Classificação das áreas de risco ............................................................................. 16 2.1.2.1 Definições conforme API RP500 e NEC NFPA 497.............................................. 17 2.1.2.2 Definições conforme ABNT - NBR 5418 e IEC 79 ............................................... 19 2.2 GRAU DE PROTEÇÃO DE EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS............................. 19 2.2.1 Nova terminologia para grau de proteção............................................................... 22 2.3 TIPOS DE PROTEÇÃO........................................................................................ 23 2.3.1 Prova de explosão – Ex d ...................................................................................... 24 2.3.2 Segurança aumentada – Ex e ................................................................................. 25 2.3.2.1 Caixas contendo terminais ..................................................................................... 25 2.3.3 Equipamentos pressurizados – Ex p....................................................................... 26 2.3.4 Equipamento elétrico encapsulado – Ex m............................................................. 28 2.3.4.1 Características construtivas ................................................................................... 29 2.3.4.2 Proteção de Baterias .............................................................................................. 30 2.3.4.3 Proteção de fusíveis............................................................................................... 30 2.3.5 Equipamentos e dispositivos de segurança intrínseca – Ex i................................... 30 2.3.5.1 Categoria dos equipamentos de segurança intrínseca ............................................. 32 2.3.5.2 Barreiras de segurança........................................................................................... 33 2.3.6 Equipamentos elétricos não acendíveis – Ex n....................................................... 34 2.3.6.1 Características dos equipamentos elétricos para Ex n............................................. 37 2.3.7 Proteção especial – Ex s ........................................................................................ 39 2.4 FILOSOFIA DA INSTALAÇÃO.......................................................................... 40 2.4.1 Exigências específicas por equipamentos para aplicação em áreas da Classe I,
Divisão 1 e 2 ......................................................................................................... 43 2.4.1.1 Chaves, disjuntores, demarradores de motores e fusíveis ....................................... 43 2.4.1.2 Medidores, instrumentos e relés ............................................................................ 44
3 CARACTERIZAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO . Erro! Indicador não definido. 3.1 CLASSIFICAÇÃO DE ÁREAS............................................................................ 47 3.2 GRAU DE PROTEÇÃO DE EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS............................. 48 3.3 O AUTOXPERT ................................................................................................... 48 3.4 VISITAS TÉCNICAS ........................................................................................... 54
4 ESTRUTURA DO MANUAL PARA INSTALAÇÃO ELÉTRICA E SEGURANÇA DE EQUIPAMENTOS DE AUTOMAÇÃO PARA POSTOS DE COMBUSTÍVEIS. ........................................................................................ 59
4.1 LAYOUT E PROGRAMAÇÃO VISUAL............................................................. 59 4.2 SUMÁRIO............................................................................................................ 59 4.3 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 59 4.4 NORMAS APLICADAS....................................................................................... 59 4.5 CLASSIFICAÇÃO DE ÁREAS............................................................................ 60 4.6 TUBULAÇÕES .................................................................................................... 60 4.7 ESCOLHENDO O MELHOR CAMINHO (LAYOUT) ........................................ 60 4.8 CONEXÃO COM AS BOMBAS .......................................................................... 60 4.9 MATERIAIS PARA AS INSTALAÇÕES NAS BOMBAS .................................. 61 4.10 INSTALAÇÃO DO COMPUTADOR E DO CONSOLE/CBC ............................. 61 4.11 RECOMENDAÇÕES FINAIS .............................................................................. 61 4.12 NR-10 ................................................................................................................... 61 4.13 CHECK-LIST ....................................................................................................... 62
5 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 63
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 65
ANEXOS
10
1 INTRODUÇÃO
Em projetos elétricos para postos de combustíveis, os engenheiros responsáveis pela
elaboração dos mesmos devem atentar para os riscos de explosão que o ambiente pode
proporcionar, quanto à especificação de equipamentos a serem utilizados em ambientes com
atmosferas explosivas. As conseqüências de um serviço mal executado ou o uso de material
de baixa qualidade podem acarretar grandes prejuízos financeiros, como é o caso de incêndios
causados por curtos-circuitos, ou danos irreversíveis em máquinas e equipamentos e, em
alguns casos, até a morte de pessoas em decorrência do contato com a eletricidade.
A aprovação do código de defesa do consumidor obrigou os fabricantes a fornecerem
produtos que estejam em conformidade com as normas técnicas em vigor, o que gerou maior
segurança nas relações comerciais (Kloster, 2003), sob pena de terem que indenizar os
compradores em caso de danos causados por produtos fora de especificação. Ao mesmo
tempo, fontes de financiamento estão exigindo que os fornecedores de serviços invistam na
qualificação de seus funcionários e, ainda, que tenham os procedimentos de serviços
padronizados conforme normalização, pois é esta que promove “a otimização da economia,
levando em consideração as condições funcionais e de segurança” (Kloster, 2003, p. 33).
Trabalhando em parceria com canais de distribuição em diferentes regiões do Brasil, a
empresa XPert Empreendimentos Eletrônicos Ltda, com sede em Pato Branco – PR, que
fornece soluções integradas (software w hardware) para automação e gerenciamento de postos
de combustíveis e lojas de conveniência, ramo este que vem crescendo devido à otimização
dos serviços, busca enquadrar-se nesta nova visão das relações comerciais, tendo como
premissa que:
“A normalização é uma das ferramentas básicas da qualidade, proporciona os meios
necessários para a adequada troca de informações entre o cliente e o fornecedor, permitindo
estabelecer ou eliminar Barreiras Técnicas comerciais” (Kloster, 2003, p. 32).
Com essa preocupação a empresa XPert Empreendimentos Eletrônicos Ltda tem
investido no desenvolvimento de instrumentos de orientação aos técnicos, visando garantir
qualidade nas instalações prevenindo assim possíveis riscos.
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1.1 PROBLEMA DE ENGENHARIA
Frente ao contexto acima apresentado e por meio de levantamento documental de
normas relacionadas às instalações elétricas em atmosferas explosivas, surgiu a seguinte
questão: como organizar essas normas para que tanto os técnicos instaladores quanto os
clientes proprietários de postos de combustíveis, pudessem ter uma orientação, em uma
linguagem acessível, para que possibilitasse um acompanhamento seguro das instalações dos
equipamentos? E ainda outra questão: que etapas seriam necessárias para se chegar a um
documento que satisfizesse os requisitos acima apontados?
1.2 JUSTIFICATIVA
Sendo os postos de combustíveis áreas com grande risco de explosão em razão da forte
concentração de vapores inflamáveis formados a partir do manuseio de produtos
combustíveis, é necessário atentar para alguns cuidados essenciais que visam manter a
segurança das instalações e principalmente a integridade física das pessoas que por eles
transitam, sendo que qualquer descuido pode ocasionar um grave acidente e causar sérios
problemas à comunidade.
Em razão da necessidade de aprimorar cada vez mais seus serviços, a XPert por atuar
em um seguimento que merece especial atenção, tem a necessidade de padronização das
instalações elétricas de seu sistema de automação para postos de combustíveis, o AutoXpert,
através de manual técnico específico que poderá ser utilizado por:
- Instaladores, que tendo o manual em mãos sigam as instruções de instalação
contidas nele e verifiquem as condições e os equipamentos que estão sendo
utilizados;
- Clientes, que possam seguir através de um check list todos os requisitos que são
necessários para o correto funcionamento do equipamento, tendo assim um
documento de garantia de que as instalações estão de acordo com as especificações
apresentadas;
12
- Empresa, que com a existência do manual técnico, além de minimizar o risco de
acidentes, atende à necessidade de se resguardar juridicamente perante seus
clientes, em caso de ações que questionem o mau funcionamento do equipamento;
- Engenheiro projetista, que poderá utilizar o manual como material de apoio para a
execução do projeto elétrico.
Assim, com um manual confeccionado para as instalações elétricas e segurança de
equipamentos de automação para postos de combustíveis, fazendo uso de uma linguagem
acessível, não só o instalador e o cliente podem verificar se as instalações estão de acordo
com as normas técnicas nele especificadas, mas também poderá ser utilizado como material
de apoio para engenheiros que venham a desenvolver um projeto elétrico para postos de
combustíveis, pois auxiliará ao engenheiro a identificação dos pontos críticos da instalação e a
utilização de equipamentos, possibilitando assim fazer um memorial descritivo e uma lista de
materiais com maior segurança e eficiência.
1.3 OBJETIVOS
1.3.1 Objetivo Geral
Este trabalho visa definir através de estudos sobre instalações elétricas em atmosferas
explosivas, com embasamento em normas e procedimentos existentes no Brasil e no exterior,
padrões mínimos de segurança, traduzidos em um manual técnico específico para a instalação
elétrica de equipamentos de automação para postos de combustíveis.
1.3.2 Objetivos Específicos
- Realizar um estudo detalhado sobre áreas classificadas e índices de proteção de
equipamentos elétricos por meio de normas que abordam o assunto;
- Estudar o funcionamento e a aplicação do equipamento AutoXpert a partir de
fontes de informação fornecidas pela empresa Xpert;
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- Fazer um levantamento das instalações elétricas para o sistema de automação para
postos de combustíveis;
- Confeccionar um manual de instalações e segurança de equipamentos de
automação para postos de combustíveis.
1.4 METODOLOGIA APLICADA
Foram realizadas consultas em normas e bibliografias referentes a áreas classificadas e
índices de proteção de equipamentos elétricos, estas consultas se deram através de visitas a
bibliotecas, internet e a amigos que disponibilizaram algumas normas, pois estas só são
acessadas se forem compradas junto aos órgãos que as publicam.
Com o contato com a empresa XPert foi solicitada documentação sobre o equipamento
para o qual foi desenvolvido o estudo, foram realizadas reuniões com o engenheiro
responsável da empresa para a coleta desses materiais.
Com o intuito de complementar e ampliar o estudo bibliográfico e documental,
acompanhou-se e fez-se um levantamento dos procedimentos das instalações elétricas que o
equipamento necessita para o seu correto funcionamento. Para isso, foram realizadas três
visitas técnicas em postos de combustíveis, uma em Curitiba e duas na cidade de Paranaguá,
junto de um técnico que realiza as instalações do equipamento, as quais possibilitaram a troca
de informações técnicas, sendo que a experiência profissional de nossa equipe possibilitou
uma melhor vivência sobre os serviços de instalações elétricas. Assim sendo, as visitas tinham
como objetivo fornecer dados complementares aos estudos teóricos e não o de fazer um
levantamento estatístico do estado das instalações existentes em postos de combustíveis.
A partir de todas as informações obtidas, com muitas intervenções e mudanças,
desenvolveu-se o manual para instalação elétrica e segurança de equipamentos de automação
para postos de combustíveis.
14
1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO
Após o capítulo introdutório, em que se apresentam a justificativa, o problema de
engenharia, os objetivos e a metodologia aplicada, passa-se ao capítulo que discorre sobre o
referencial teórico.
No capítulo 2, referencial teórico, é feita uma abordagem dos assuntos relevantes ao
trabalho proposto. No início é apresentado material sobre áreas classificadas e um apanhado
de informações sobre instalações elétricas em ambientes explosivos. Depois, aborda-se o
assunto sobre segurança de equipamentos elétricos, seguido-se de considerações baseadas no
NEC, que dizem respeito aos procedimentos que visam evitar ocorrência de simultaneidade de
centelhamento, baseadas em cruzamentos de probabilidade.
No capítulo 3, caracterização do objeto de estudo, são relatadas as visitas técnicas
realizadas em postos de combustíveis que possibilitaram o levantamento de dados das
instalações existentes para o cruzamento com as informações e orientações levantadas no
referencial teórico. Encontra-se também um detalhamento sobre o hardware do AutoXpert,
mostrando a sua composição e detalhando melhor sua aplicabilidade.
No capítulo 4 é apresentada a estrutura do manual para instalação elétrica e segurança
de equipamentos para automação de postos de combustíveis, propósito central desta pesquisa.
No capítulo 5, tecem-se as conclusões e sugestões para estudos futuros.
Por fim, as Referências e os Anexos são apresentados, destacando-se o manual
desenvolvido em formatação independente.
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2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 CLASSIFICAÇÃO DE ÁREAS COM ATMOSFERA EXPLOSIVA
2.1.1 Introdução
Uma instalação onde produtos inflamáveis são continuamente manuseados,
processados ou armazenados necessita, obviamente, de cuidados especiais, que garantam a
manutenção do patrimônio e preservem a vida humana.
Os equipamentos elétricos, por sua própria característica, podem representar fontes de
ignição quer seja pelo centelhamento normal, devido à abertura e fechamento de contatos, ou
por superaquecimento de algum componente, superaquecimento esse intencional ou ainda
causado por correntes de defeito.
Para tornar possível, com mínimo risco, a operação dos equipamentos em atmosferas
sujeitas à presença de mistura explosiva, foram desenvolvidas técnicas especiais segundo
normas internacionais e de portarias do INMETRO, no caso do Brasil, pertinentes não só aos
critérios construtivos dos equipamentos, mas também à determinação do grau de
periculosidade que é esperado existir nos locais da instalação.
No que se refere aos equipamentos, são aplicadas medidas construtivas, visando
sempre impedir que a atmosfera ao redor dos mesmos seja inflamada. Isto é conseguido de
várias maneiras, como por exemplo, eliminando-se pelo menos uma das condições necessárias
para haver uma explosão e/ou incêndio (ar combustível/fonte de ignição), ou ainda pela
construção de invólucros capazes de confinar em seu interior uma eventual explosão. Desta e
de outras medidas, nasceram “os conceitos de equipamentos “à prova de explosão”, “imersos
em óleo”, “segurança intrínseca”, “segurança aumentada”, etc.” (JORDÃO, 2002, p.20)
É importante ressaltar que a garantia que o equipamento possui (as características de
segurança especificadas) é obtida a partir de ensaios especiais, realizados em laboratórios
reconhecidos para esse fim, cabendo a estes a emissão de um certificado de conformidade
(documentos que atestem a concordância construtiva do equipamento com a respectiva norma
de fabricação).
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Conforme Jordão (2002), quanto ao local da instalação, é necessário a análise de
diversos fatores, conforme abaixo mencionados, que possibilitam avaliação do grau de risco
encontrado, bem como a delimitação das áreas sujeitas a riscos. Essa avaliação, ainda segundo
Jordão (2002), é feita levando-se em conta principalmente:
a) O tipo de substância inflamável – gás, vapor poeira, fibra;
b) Propriedades das substâncias inflamáveis, tais como: ponto de fulgor; temperatura
de ignição; limites de explosividade; densidade de vapor, etc.;
c) Condições ambientais (ventilação natural, temperatura, altitude, presença ou não
de agentes corrosivos na atmosfera, etc.);
d) Tipos e características dos equipamentos de processo onde estas substâncias se
encontram presentes (bombas, tanques, vasos, compressores, etc.), bem como os
volumes e as pressões a eles associados.
2.1.2 Classificação das áreas de risco
“Classificar uma área, (...), significa elaborar um mapa que define, entre outras coisas,
o volume de risco dentro do local onde pode ocorrer mistura inflamável.” (JORDÃO, 2002,
p.39)
Antigamente este mapeamento era feito por eletricistas, devido ao fato de serem eles
os responsáveis por introduzir no local a fonte de ignição. Em um primeiro instante, esta seria
uma conclusão óbvia, porém não faz parte do conhecimento deste profissional a análise
química e física dos componentes em suspensão no ambiente, e estabelecer se são perigosos
ou não e qual o risco em função de sua concentração.
Diante desta dificuldade foram estabelecidas normas e recomendações aplicáveis a
essas áreas no intuito de tornar fácil a classificação e mapeamento de toda região.
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2.1.2.1 Definições conforme API RP500 e NEC NFPA 497
Classe I
São assim denominados os locais onde exista a probabilidade de formação de mistura
explosiva de gases ou vapores. Conforme o tipo de gás ou vapor envolvido, essa classificação
se subdivide nos seguintes grupos:
Grupo A: Atmosfera contendo acetileno.
Grupo B: Atmosfera contendo butadieno, óxido de eteno, hidrogênio, gases
manufaturados contendo mais do que 30 % em volume de hidrogênio, óxido de propileno.
Grupo C: Atmosfera contendo acetaldeído, ciclopropano, eteno, éter dietílico, etc.
Grupo D: Atmosfera contendo acetona, amônia, benzeno, butano, álcool butílico,
etano, etanol, acetato de etil, gasolina, heptanos, hexanos, gás natural, metanol, nafta de
petróleo, propano, propanol, tolueno, estireno, etc.
Classe II
São assim denominados os locais onde existe a probabilidade de ocorrência de poeiras
combustíveis. Conforme o tipo de poeira, essa classificação se divide nos seguintes grupos:
Grupo E: Atmosfera contendo poeiras metálicas, incluindo alumínio, magnésio e
suas ligas comerciais e outros metais de características similares.
Grupo F: Atmosfera contendo poeiras não metálicas, porem condutoras de
eletricidade, tais como carvão, grafite, coque, etc.
Grupo G: Atmosfera contendo poeiras não metálicas e não condutoras de
eletricidade, tais como farinha de trigo, amido, leite e ovos em pó, temperos secos, cacau, etc.
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Classe III
São assim denominados os locais onde exista a probabilidade de fibras ou partículas
leves inflamáveis, tais como as dos seguintes materiais: raiom, algodão, juta, kapok, etc.
Divisão I
Divisão é um termo utilizado para definir maior ou menor probabilidade de ocorrência
de uma atmosfera explosiva ou inflamável. Diz-se Divisão 1 quando o ambiente tem alta
probabilidade de ocorrência de uma atmosfera inflamável e Divisão 2 para uma menor
probabilidade. Este conceito é aplicado para as Classes I, II e III.
As áreas que apresentam uma das seguintes condições devem ser consideradas como
Divisão 1.
a) Ocorrência continua, intermitente ou periódica de misturas explosivas ou
inflamáveis em condições normais de operação;
b) Ocorrência freqüente de misturas explosivas ou inflamáveis devido a reparos
de manutenção ou vazamentos;
c) Quando o defeito de um equipamento ou operação incorreta do mesmo
provoca, simultaneamente o defeito em um equipamento elétrico e o surgimento de
misturas explosivas ou inflamáveis.
Divisão II
As áreas que apresentam as seguintes condições devem ser consideradas como Divisão
2.
a) Quando o processamento e manuseio dos líquidos voláteis são feitos em
sistemas fechados onde só podem escapar em caso de ruptura ou quebra acidental
dos recipientes ou tubulações que os contêm, ou então, devido à operação anormal
do equipamento;
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b) Locais onde as misturas explosivas ou inflamáveis são evitadas empregando-se
um sistema de ventilação mecânica positiva podendo se tornar perigosos apenas nos
casos de falha do sistema de pressurização;
c) Locais adjacentes a áreas classificadas como Divisão 1, excetuando-se os casos
em que a comunicação entre essas áreas seja evitada por paredes, barreiras ou
sistemas de ventilação forçada.
2.1.2.2 Definições conforme ABNT - NBR 5418 e IEC 79
Estas normas referem-se à característica do equipamento elétrico quando da sua
aplicação em atmosfera explosiva e/ou inflamável, sendo subdividido em:
Grupo 1 – Para minas susceptíveis à liberação de grisu;
Grupo 2 – Para aplicação em outros locais (indústrias de superfícies), sendo
subdividido, conforme as características das substâncias envolvidas, em IIA, IIB, IIC, adiante
relacionadas.
Zona 0 – Região onde há ocorrência de misturas inflamável e/ou explosivas e
continua, ou existente por longos períodos (exemplo: região interna e acima da superfície de
líquido inflamável, contido em tanques de armazenamento).
Zona 1 – São aquelas áreas em que a probabilidade de ocorrências de misturas
inflamável e/ou explosiva está associada à operação normal do equipamento de processo.
Zona 2 – Locais onde a presença de misturas inflamáveis e/ou explosiva não é
provável de ocorrer, e se ocorre, é por curtos períodos. Está associada à operação anormal do
equipamento de processo.
2.2 GRAU DE PROTEÇÃO DE EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS
Independentemente do tipo de instalação em que será instalado o equipamento, é
fundamental ao Engenheiro, conhecer e especificar os tipos de proteções inerentes a cada
componente do sistema.
O grau de proteção é estabelecido através das normas:
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- NBR 6146 – Invólucros de Equipamentos Elétricos – Proteção;
- NBR 9884 – Máquinas Elétricas Girantes – Graus de Proteção Proporcionados
pelos Invólucros.
Atualmente o Grau de Proteção é designado através da sigla IP mais dois dígitos, o
que indica que as normas acima mencionadas estão de acordo com as normas internacionais,
não mais pela americana onde havia a designação NEMA (National Eletrical Manufactures
Association). Os dígitos que vêm agregados à sigla IP, estão descritos nas tabelas a seguir.
QUADRO 1 – GRAU DE PROTEÇÃO DE EQUIPAMENTOS – PRIMEIRO DÍGITO
PRIMEIRO DÍGITO
GRAU DE PROTEÇÃO
DÍGITO DESCRIÇÃO SUMÁRIA CORPOS QUE NÃO DEVEM PENETRAR
0 Não protegido. Sem proteção especial.
1 Protegido contra objetos sólidos de dimensão maior do que 50mm.
Grande superfície do corpo humano como a mão. Nenhuma proteção contra penetração liberal.
2 Protegido contra objetos sólidos de dimensão maior do que 12mm.
Dedos ou objetos de comprimento maior do que 80mm cuja menor dimensão >12mm.
3 Protegido contra objetos sólidos de dimensão maior do que 2,5mm.
Ferramentas, fios, etc. de diâmetro e/ou espessura maiores do que 2,5mm cuja menor dimensão >2,5mm.
4 Protegido contra objetos sólidos de dimensão maior do que 1,0mm.
Fios, fitas de largura maior do que 1,0mm, objetos cuja menor dimensão seja maior que 1,0mm.
5 Protegido contra poeira e contato a partes internas ao invólucro.
Não totalmente vedado contra poeira, mas se penetrar, não prejudica a operação do equipamento.
6 Totalmente protegido contra poeira e contato na parte interna.
Não é esperada nenhuma penetração de poeira no interior do invólucro.
Fonte: JORDÃO, Dácio de Miranda. Manual de Instalações Elétricas em Indústrias Químicas, Petroquímicas e de Petróleo. 3º Edição. Rio de Janeiro: Editora Qualitymark, 2002.
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QUADRO 2 – GRAU DE PROTEÇÃO DE EQUIPAMENTOS – SEGUNDO DÍGITO
SEGUNDO DÍGITO
GRAU DE PROTEÇÃO
DÍGITO DESCRIÇÃO SUMÁRIA CORPOS QUE NÃO DEVEM PENETRAR
0 Não protegido. Sem proteção especial. Invólucro aberto.
1 Protegido contra queda vertical de gotas de água.
Gotas e água caindo da vertical não prejudicam o equipamento (condensação).
2 Protegido contra queda de água com inclinação de 15º com a vertical.
Gotas de água não tem efeito prejudicial para inclinação de até 15º com a vertical.
3 Protegido contra água aspergida. Água aspergida de 60º com a vertical não tem efeitos prejudiciais.
4 Protegido contra projeções de água.
Água projetada de qualquer direção não tem efeito prejudicial.
5 Protegido contra jatos de água. Água projetada por bico em qualquer direção não tem efeitos prejudiciais.
6 Protegido contra ondas do mar. Água em forma de onda, ou jatos potentes não tem efeitos prejudiciais.
7 Protegido contra os efeitos de imersão.
Sob certas condições de tempo e pressão, não há penetração de água.
8 Protegido contra submersão. Adequado à submersão contínua sob condições específicas.
Fonte: JORDÃO, Dácio de Miranda. Manual de Instalações Elétricas em Indústrias Químicas, Petroquímicas e de Petróleo. 3º Edição. Rio de Janeiro: Editora Qualitymark, 2002.
Esta designação IP pode vir acrescida de um W, que significa que há, além das
proteções descritas pelos números, uma especial e fruto de acordo entre o solicitante e o
fabricante. Por exemplo, é comum o emprego da designação IPW 54, para ambientes onde a
atmosfera é muito salina (JORDÃO, 2002).
22
2.2.1 Nova terminologia para grau de proteção
A partir de 2001, com a revisão da IEC 60529 – Degrees of Protection provided by
Enclosures (IP code), ao código visto anteriormente foram acrescidos mais dois dígitos. Estes
quando não forem obrigatórias suas indicações deverão ser indicados pela letra X, ou XX caso
ambos forem suprimidos (JORDÃO, 2002).
A indicação passou a ser: IP 5 4 X X.
No quadro abaixo se descreve o significado dos dígitos segundo a nova revisão da
norma.
QUADRO 3 – SIGNIFICADO DOS ELEMENTOS DESIGNATIVOS DO GRAU DE PROTEÇÃO
continua DÍGITO
CARACTERÍSTICO IP SIGNIFICADO RELATIVO À
PROTEÇÃO DO EQUIPAMENTO
SIGNIFICADO RELATIVO A
PROTEÇÃO DAS PESSOAS
Primeiro dígito característico
0 1 2 3 4 5 6
Contra a penetração de corpos sólidos estranhos Não Protegido Diâmetro = 50mm Diâmetro = 12,5mm Diâmetro = 2,5mm Diâmetro = 1,0mm Protegido contra pó Estanque a pó
Contra acesso a partes perigosas com: Não protegido Dorso da mão Dedo Ferramenta Fio Fio Fio
Segundo dígito característico
0 1 2 3 4 5 6 7 8
Contra a penetração de água com efeitos danosos Não protegido Gotas verticais de água Água (15º inclinação) Chuva Água em todas as direções Jato d’água Jato d’água potente Imersão temporária Submersão
______
23
QUADRO 3 – SIGNIFICADO DOS ELEMENTOS DESIGNATIVOS DO GRAU DE PROTEÇÃO
conclusão DÍGITO
CARACTERÍSTICO IP SIGNIFICADO RELATIVO À
PROTEÇÃO DO EQUIPAMENTO
SIGNIFICADO RELATIVO A
PROTEÇÃO DAS PESSOAS
Letra adicional (Opcional)
A B C D E
______ Contra acesso a partes perigosas com: Não protegido Dorso da mão Dedo Ferramentas Fio
Letra Suplementar (Opcional)
H M S W
Informação suplementar referente a: Equipamentos de alta tensão Movimento durante ensaio Estático durante ensaio Intempérie
______
Fonte: JORDÃO, Dácio de Miranda. Manual de Instalações Elétricas em Indústrias Químicas, Petroquímicas e de Petróleo. 3º Edição. Rio de Janeiro: Editora Qualitymark, 2002.
O terceiro número, chamado de adicional, tem em sua indicação o reflexo do grau de
dificuldade que se tem ao atingir partes interiores ao invólucro.
O quarto dígito, chamado de suplementar, tem a mesma função apresentada
anteriormente pelo acréscimo da letra W, ou seja, indica uma proteção suplementar ao
equipamento.
2.3 TIPOS DE PROTEÇÃO
Os tipos de proteção abordados aqui se limitam aos aplicados em atmosferas
explosivas, sendo codificado como Ex, seguido de uma letra que define o tipo de proteção
adotado.
A filosofia entre cada tipo de proteção varia, uns não permitem de forma alguma a
combustão, outros trabalham com a limitação da explosão ocorrida e outros trabalham com a
finalidade de reduzir ao máximo os riscos de explosão. O tipo adotado, depende da
24
classificação da área, mas isso será visto mais adiante. A seguir apresentam-se os tipos de
proteção normalizados.
2.3.1 Prova de explosão – Ex d
“É todo equipamento que está encerrado em um invólucro capaz de suportar a pressão
de explosão interna [sem se romper] e não permitir que essa explosão se propague para o
meio externo.” (JORDÃO, 2002, p.176)
Esta forma de proteção para equipamentos em ambientes inflamáveis é uma técnica
que consiste em um invólucro, que deve ser capaz de suportar explosões internas. Tal
objetivo, é atingido com o uso de espessas paredes capazes de suportarem pressão e
temperatura extremamente elevadas em seu interior.
Além disso, este invólucro deve ser capaz de impedir que a pressão interna seja
expelida para fora, através dos tubos e conexões que estão ligados a ele. O fato de uma
pressão a uma temperatura extremamente alta ser liberada no ambiente, pode, dependendo dos
gases em suspensão e de sua concentração, provocar incêndios ou explosões.
Para que isso não ocorra, foi desenvolvido o conceito: Junta à Prova de Explosão
(NBR 5363, 1998), que consiste em provocar um resfriamento do ar por meio de convecção,
quando este sai de dentro do invólucro, para uma temperatura abaixo da temperatura de
ignição dos gases suspensos no ambiente. Apesar da forte vedação presente, e do reforço
através de parafusos, quando uma explosão é dada no interior deste invólucro, a pressão
interna é tal, que ocorre uma deformação do material, a técnica está justamente em usar estes
“escapes” inevitáveis, e forçar através deles um resfriamento, por troca térmica entre o ar
interno e as paredes do invólucro.
A norma que estabelece a forma construtiva para cada tipo de gás, os ensaios e os
critérios para fabricação, no Brasil é a NBR 5363 (1998) – Equipamentos Elétricos para
Atmosferas Explosivas – Invólucros a Prova de Explosão – Tipo de Proteção “d” –
Especificações.
25
2.3.2 Segurança aumentada – Ex e
É um tipo de proteção em que as medidas construtivas adicionais são aplicadas aos
“equipamentos elétricos que por sua natureza não produzem arcos, centelhas ou alta
temperatura em condições normais de operação” (JORDÃO, 2002, p.186), com o fim de
torná-los ainda mais seguros.
O conceito de Segurança Aumentada, como o próprio nome já diz é elevar a segurança
de equipamentos de tensão não superior a 11kV rms, expostos em ambientes explosivos. Estes
equipamentos, como motores de indução, transformadores de controle e medição, etc., não
são, em seu funcionamento normal, formadores de arco elétrico, ou altas temperaturas ou de
qualquer outro meio que possa vir a provocar uma ignição. Estes equipamentos, além de seu
correto dimensionamento, recebem uma proteção extra para que o risco de que sejam
propiciadores de uma ignição seja ainda mais reduzida, chegando quase ao valor zero de
possibilidade de isso ocorrer.
A idéia deste tipo de proteção se baseia nas perguntas: “Onde poderia haver produção
de centelhas ou altas temperaturas?” e “Como evitar que possam ser produzidas?”. Isso
mostra que a proteção por Segurança Aumentada está intimamente ligada ao estudo de
possíveis falhas, ou seja, na prevenção.
Neste tipo de proteção, duas definições serão amplamente abordadas, assim são
importantes seus corretos entendimentos.
- Distância de Isolação: menor distância medida no ar entre dois condutores;
- Distância de Escoamento: menor distância medida através da superfície isolante
entre dois condutores.
Para cada equipamento há uma filosofia de proteção extra (Ex e) diferente, e que serão
abordadas a seguir.
2.3.2.1 Caixas contendo terminais
A proteção aumentada para caixas contendo terminais é bastante simples. Sabendo-se
que tanto os terminais quanto os condutores estão dissipando calor constantemente quando em
operação, basta encontrar o terminal onde a temperatura é maior e dimensionar a caixa para
26
que suporte tal temperatura contendo os demais terminais dimensionados em relação ao que
apresentar maior temperatura.
No interior do invólucro os condutores devem estar dispostos em chicotes, formando
grupos de seis, onde o comprimento de cada condutor é metade do comprimento da diagonal
medida no interior da caixa.
Os terminais, também recebem um cuidado especial para evitar que sejam soltos ou
que ofereçam mau contato, devido à má instalação ou vibração. Para isso vários tipos de
conectores são fabricados e encontrados com facilidade no comércio em geral.
A norma que estabelece os ensaios e os critérios para fabricação, no Brasil é a NBR
9883 (1995) – Equipamentos Elétricos para Atmosferas Explosivas – Segurança Aumentada –
Tipo de Proteção “e” – Especificações.
2.3.3 Equipamentos pressurizados – Ex p
“Essa técnica consiste em manter presente, no interior do invólucro, uma pressão
positiva superior à pressão atmosférica, de modo que se houver presença de mistura
inflamável ao redor do equipamento esta não entre em contato com partes que possam causar
ignição.” (JORDÃO, 2002, p.203)
Em um projeto de um sistema pressurizado devem ser observados fatores de proteção
desde a fonte, passando pela tubulação até o invólucro. Como este sistema não necessita ser à
prova de explosão, ele se torna uma alternativa interessante e até mais viável. Porém, caso
ocorra alguma falha no sistema de pressurização, este sistema se torna extremamente
vulnerável, por apresentar um invólucro simples em um ambiente explosivo.
A atual norma utilizada, a IEC 60079-2, apresenta três tipos de pressurização:
- px – Reduz a classificação no interior do invólucro pressurizado de Zona 1 para
não classificada ou Grupo 1 para não classificada.
- py – Reduz a classificação no interior do invólucro pressurizado de Zona 1 para
Zona 2.
27
- pz – Reduz a classificação no interior do invólucro pressurizado de Zona 2 para
não classificada.
A escolha do tipo de proteção acima, pode ser feita com o auxílio dos dados da tabela
abaixo:
QUADRO 6 – DETERMINAÇÃO DO TIPO DE PRESSURIZAÇÃO (PX, PY OU PZ)
SUBSTÂNCIA
INFLAMÁVEL NO
SISTEMA DE
CONTEÇÃO
CLASSIFICAÇÃO
EXTERNA DA
ÁREA
O INVÓLUCRO
POSSUI FONTE DE
IGNIÇÃO INTERNA
O INVÓLUCRO
NÃO POSSUI
FONTE DE
IGNIÇÃO
INTERNA
Sem sistema de
contenção
Zona 1 Tipo pxa Tipo py
Sem sistema de
contenção
Zona 2 Tipo pz Pressurização não
necessária
Gás ou vapor Zona 1 Tipo pxa Tipo py
Gás ou vapor Zona 2 Tipo px (e dispositivo
de ignição não está
locado na área de
diluição)
Tipo pyb
Líquido Zona 1 Tipo pxa (inerte)c Tipo py
Líquido Zona 2 Tipo pz (inerte)c Pressurização não
necessária
Fonte: JORDÃO, Dácio de Miranda. Manual de Instalações Elétricas em Indústrias Químicas, Petroquímicas e de Petróleo. 3º Edição. Rio de Janeiro: Editora Qualitymark, 2002.
Para a aplicação do tipo de proteção correto, três critérios devem ser analisados:
- Classificação de áreas existentes externamente ao invólucro a ser pressurizado;
28
- Se há internamente ao invólucro alguma fonte de risco de produto inflamável;
- Se há no interior do invólucro a ser pressurizado algum dispositivo capaz de
provocar ignição de uma atmosfera potencialmente explosiva.
Para compreensão dos critérios de pressurização dos invólucros, a que se ter bem
definido alguns parâmetros importantes ressaltados e prescritos nas normas.
A norma que estabelece os ensaios e os critérios para fabricação, no Brasil é a NBR
5420 (1988) – Equipamentos Elétricos para Atmosferas Explosivas –Tipo de Proteção “p” –
Especificação.
2.3.4 Equipamento elétrico encapsulado – Ex m
“Tipo de proteção no qual as partes que podem causar a ignição da atmosfera
explosiva estão imersas em uma resina suficientemente resistente às influências ambientais e
de tal modo que a atmosfera explosiva não pode ser inflada quer seja por centelhamento, quer
seja por alta temperatura que possa ocorrer no interior do encapsulamento.” (JORDÃO, 2002,
p.212)
Esta proteção é definida pela norma IEC 60079-18 (1992), alguns itens são
importantes serem definidos para melhor compreensão de sua filosofia, tais como:
- Resina: materiais termofixos, termoplásticos, resina epoxy e materiais
elastométricos;
- Temperatura de Serviço contínuo da resina: temperatura máxima a que a resina
pode ser submetida durante seu uso contínuo;
- Encapsulamento: processo em que se molda ou embute o equipamento elétrico
com a resina.
- Moldagem: processo de embutimento no qual o molde permanece fixado ao
equipamento elétrico.
29
2.3.4.1 Características construtivas
O encapsulamento dever ser feito sem volumes vazios, porém para equipamentos
como relés, transistores, etc., são permitidos vazios na resina, na ordem de 100cm3. O
conjunto para o encapsulamento dever ter resistência à temperatura de operação, à absorção
de água e a d.d.p.
A temperatura de serviço do equipamento nunca deve superar o valor que afete as
características do encapsulamento, para isso um dispositivo de proteção térmica dever ser
adotado, a fim de impedir um acréscimo de temperatura além do aceitável.
Os contatos elétricos deverão ter um invólucro adicional antes do encapsulamento,
sendo que, caso a corrente tenha valores iguais ou maiores de 16 A, o invólucro deverá ser de
material inorgânico.
Os equipamentos elétricos encapsulados, ou com partes encapsuladas deverão estar
dimensionados para uma corrente de curto-circuito que esteja impresso no corpo destes o
valor da corrente de curto circuito provável.
A espessura da resina usada para o encapsulamento, entre a superfície livre e a dos
componentes dever ser de no mínimo de 3mm, isso para equipamentos onde a superfície livre
tem área maior do que 2cm2, caso contrário o valor mínimo para a espessura da resina é de
1mm.
Este mesmo limite de 1mm, pode ser encontrado em equipamentos cuja modelagem
seja feita por materiais metálicos.
Como o equipamento protegido por este tipo de proteção deve ter contato com o
ambiente externo, deve-se assegurar total vedação entre o equipamento e a atmosfera
explosiva. Para isso o condutor que estará conectado ao equipamento, dever ter um
comprimento mínimo de 5mm dentro do encapsulamento, e este condutor deve ser nu.
No Brasil a ABNT ainda não publicou nenhuma norma sobre este tipo de proteção.
Sendo assim, procura-se seguir a norma IEC 7918 (Electrical Apparatus for Explosive Gás
Atmospheres – Incapsulation “m”) de 1992.
30
2.3.4.2 Proteção de Baterias
O encapsulamento de células, baterias e acumuladores só é permitido quando estes não
emitem gases ou eletrólitos. Porém, até mesmo neste tipo de dispositivos, em caso de falha
interna, gases e eletrólitos são liberados. Desta forma deve-se prever um meio de escape deste
material. Um meio utilizado é um dispositivo na forma de plugue poroso ou por capilaridade
do topo da célula ou bateria para a parte exterior do material encapsulante.
Outra recomendação feita, é quanto ao uso de elastômetros ao redor da célula, bateria
ou acumulador para amenizar os efeitos de variação de volume devido à operação com carga.
2.3.4.3 Proteção de fusíveis
No caso de fusíveis a temperatura a que o encapsulamento deve resistir não é a de
operação normal, mas sim a temperatura de fusão do elo. Outra característica, é o fato de que
para evitar que parte do material encapsulante se misture a partes internas do fusível, este
dever ser do tipo invólucro, por exemplo de vidro ou cerâmica.
2.3.5 Equipamentos e dispositivos de segurança intrínseca – Ex i
“Um circuito ou parte dele é intrinsecamente seguro quando o mesmo, sob condições
de ensaio prescritas, não é capaz de liberar energia elétrica (faísca) ou térmica suficiente para,
em condições normais (isto é, abrindo e fechando o circuito) ou anormais (por exemplo,
curto-circuito, falta a terra), causar ignição de uma dada atmosfera explosiva” (JORDÃO,
2002, p.214).
A filosofia de proteção intrínseca é mais elaborada do que as até aqui abordadas. Ao
invés de isolar o material em um invólucro ou conter a explosão dentro deste, esta abordagem
ao contrário mantém o equipamento a ser protegido exposto, assim como os possíveis agentes
ignitores gerados por ele (centelhas, temperatura, faísca, etc.).
É uma técnica onde o principal componente está no projeto, na concepção e
dimensionamentos dos equipamentos. Todos concordam que para que haja combustão deve
haver o combustível, o comburente e a energia. Mas é qualquer energia? Um papel, por
exemplo, se incendeia com atrito? A resposta é não. Deve haver sim energia, mas uma
quantidade mínima de energia deve ser disposta para que a ação ocorra, e é neste ponto em
31
que a proteção intrínseca está baseada. Por exemplo, estudando um ambiente conclui-se que o
componente mais perigoso no local é o hidrogênio, o qual necessita de uma energia mínima
de 20µJ para que ele possa ser inflamado. Os projetistas, de posse deste dado devem
certificar-se de que todo equipamento instalado no interior deste ambiente não possua
liberação de energia superior a 20µJ. Quer dizer que é possível ter faísca no interior de uma
sala onde haja hidrogênio? Possivelmente, desde que a energia desprendida pela faísca seja
menor que o valor mínimo de ignição do hidrogênio.
Uma vantagem desta técnica está no fato de tornar os equipamentos mais leves e livres
de limitações, que seriam impostas pelos invólucros e outros meios de proteção, porém
implica numa maior atenção nos cuidados na confecção dos equipamentos, tornando-os quase
que únicos.
Este tipo de proteção está embasado na NBR 8447 (1990) e na IEC 60079-11, onde
algumas definições são importantes estarem bem claras:
a) Equipamento Elétrico
Montagem de circuitos e componentes elétricos normalmente contidos num mesmo
invólucro.
b) Equipamento de Segurança Intrínseca
Equipamento elétrico no qual todos os circuitos são circuitos intrinsecamente seguros.
c) Equipamento Associado
Equipamento que possui tanto partes com segurança intrínseca, como partes sem esta.
Porém de tal forma que a parte que não possui segurança intrínseca não prejudique a parte
protegida.
d) Operação Normal
Operação de um equipamento de segurança intrínseca ou seu associado quando atua
elétrica e mecanicamente de acordo com as especificações produzidas por seu fabricante.
32
e) Falha
Defeito de qualquer componente, que venha a afetar diretamente o funcionamento
correto da proteção intrínseca.
f) Falha Contável
Falha que ocorre em partes do equipamento elétrico em conformidade com as regras
de construção desta norma (IEC 60079-11).
g) Falha não-Contável
Falha que ocorre em partes do equipamento elétrico não em conformidade com as
regras de construção desta norma (IEC 60079-11).
h) Componente Infalível ou Conjunto Infalível de Componentes
São componentes que devido à baixa probabilidade de que certas falham ocorram, se
dizem infalíveis.
i) Equipamentos Simples
Componentes elétricos ou conjuntos destes, de construção simples e com seus
parâmetros elétricos bem definidos, e que não atuem adversamente com a segurança
intrínseca do ambiente a que será usado. Como exemplo de equipamentos simples, pode-se
citar os termopares, diodos, termorresistências, chaves e terminais.
j) Corrente Mínima de Ignição (MIC)
Mínima corrente circulante em um circuito resistivo ou indutivo capaz de provocar a
ignição de uma atmosfera explosiva.
2.3.5.1 Categoria dos equipamentos de segurança intrínseca
Conforme a NBR 8447 (1990), os equipamentos elétricos de segurança intrínseca
podem ser classificados em dois tipos, os de categoria “ia” ou “ib”, desta forma:
33
- Categoria ia – são os equipamentos que quando sujeitos à máxima tensão que pode
ser aplicada à conexão não intrinsecamente segura do equipamento associado sem invalidar o
tipo de proteção, e a máxima tensão (pico Vac ou Vdc) aplicada aos bornes de entrada de
circuito de segurança intrínseca, não são capazes de causar uma ignição nas seguintes
condições:
a) em operação normal e com a aplicação das falhas não contáveis que levem às
condições mais desfavoráveis.
b) em operação normal e a aplicação de uma falha contável e as falhas não contáveis
que levem às condições mais desfavoráveis.
c) em operação normal e com a aplicação de duas falhas contáveis e as falhas não
contáveis que levem às condições mais desfavoráveis.
- Categoria ib - são os equipamentos que quando sujeitos a máxima tensão que pode
ser aplicada à conexão não intrinsecamente segura do equipamento associado sem invalidar o
tipo de proteção, e a máxima tensão (pico Vac ou Vdc) aplicada aos bornes de entrada de
circuito de segurança intrínseca, não são capazes de causar uma ignição nas seguintes
condições:
a) em operação normal e com a aplicação das falhas não contáveis que levem às
condições mais desfavoráveis.
b) em operação normal e a aplicação de uma falha contável mais as falhas não
contáveis que levem às condições mais desfavoráveis.
2.3.5.2 Barreiras de segurança
São elementos de isolação, com a finalidade de separar os circuitos de segurança
intrínseca dos de não segurança intrínseca. A finalidade principal desta barreira é assegurar
que a energia entregue ao circuito protegido, esteja abaixo do valor mínimo de ignição do
material contido no ambiente (NBR 8447, 1990).
Os componentes que geralmente são utilizados para este fim, são os diodos Zener,
devido a sua característica de que quando a tensão imposta sobre eles supera um determinado
valor intrínseco a cada diodo, este passa a conduzir como um curto, cortando a passagem de
34
corrente para o circuito. Um detalhe que deve ser ressaltado durante a especificação dos
componentes semicondutores, é que eles sejam capazes de suportar até 1,5 vezes o valor da
corrente de curto-circuito que poderia fluir em seu ponto de instalação (NBR 8447, 1990).
2.3.6 Equipamentos elétricos não acendíveis – Ex n
“Este tipo de proteção é aplicável a equipamentos elétricos que, em condições normais
de operação e sob certas condições anormais especificadas, não seja capaz de causar a ignição
da atmosfera explosiva de gás reinante no ambiente, bem como não é provável que ocorra
uma falha capaz de causar a ignição dessa atmosfera” (JORDÃO, 2002, p.234).
Sistema de proteção baseado na norma internacional IEC 60079-15 (1987), Electrical
apparatus for explosive gas atmosphere, podem ser aplicados em Zona 2.
Para este tipo de proteção são adotadas as definições que seguem:
a) Invólucro com Respiração Restrita
Invólucro projetado para restringir a entrada de gases, vapores e névoa.
b) Componente não Acendível
Componente responsável pela abertura e fechamento de um circuito capaz de provocar
a ignição do ambiente, mas sendo o mecanismo de abertura construído de tal forma que não
seja capaz de causar a ignição de uma atmosfera explosiva.
c) Dispositivo Encapsulado
Dispositivo totalmente imerso em um material que isole totalmente este da atmosfera
externa.
d) Dispositivo de Interrupção Blindado
Dispositivo dotado de uma chave capaz de permitir ou não a circulação de corrente
para o circuito, e que em caso de explosão interna, seja capaz de suportar tal liberação de
energia e não permitir que esta seja lançada na atmosfera externa.
35
e) Equipamento com Energia Limitada
Equipamento elétrico construído de forma a que qualquer centelha, faísca ou
temperatura irradiada ou conduzida seja incapaz de inflamar o ambiente.
f) Dispositivo Hermeticamente Selado
Dispositivo construído de forma a impedir que a atmosfera externa entre no invólucro,
sendo este selado através de fusão.
g) Dispositivo Selado
Dispositivo construído para não ser aberto em serviço e é selado contra a entrada da
atmosfera externa.
Os invólucros para este tipo de segurança devem ser IP 54 onde houver partes vivas
nuas ou IP 44 onde houver partes vivas isoladas.
Os componentes que podem ser responsáveis por ignição podem ser montados:
- Totalmente dentro do invólucro;
- Totalmente fora do invólucro;
- Parcialmente dentro do invólucro.
Um ponto que merece uma atenção especial, são as conexões. Estas devem ser feitas
com pressão tal que permaneça estável durante a operação normal. Devem ter tratamento para
que não sejam afetadas por variações de temperatura, umidade e outras condições que possam
vir a prejudicar a proteção.
O ponto essencial das conexões é manter os contatos livres para que a pressão entre os
contatos seja mantida, evitando assim, centelhamentos.
Outro ponto que deve ser observado, é a distância entre partes condutoras cujo
potencial seja diferente. Este cuidado evita descargas e arcos indesejados. Para conexões
externas, a distância de isolação deve estar de acordo com o quadro 8, mas respeitando o valor
mínimo de 1,5mm.
36
Os valores requeridos para distâncias de isolação dependem da tensão aplicada, da
resistividade superficial do material isolante e do perfil da superfície. O quadro abaixo indica
o grupo de isolação de acordo com o CTI determinado pela IEC 60112.
QUADRO 7 – GRUPO DE MATERIAIS EM FUNÇÃO DO CTI
Grupo do material Índice comparativo de resistividade superficial
I 600 CTI
II 400 CTI < 600
IIIa 175 CTI < 400
IIIb 100 CTI <175
Fonte: JORDÃO, Dácio de Miranda. Manual de Instalações Elétricas em Indústrias Químicas, Petroquímicas e de Petróleo. 3º Edição. Rio de Janeiro: Editora Qualitymark, 2002.
QUADRO 8 – DISTÂNCIAS MÍNIMAS DE ESCOAMENTO, ISOLAÇÃO E SEPARAÇÃO
continua Distância de escoamento mínima mm Distância de isolação e separação
mínima mm Grupo do Material
Tensão ca, rms ou cc
I II IIIa IIIb No ar Selado Encapsulamento
ou isolação sólida
10 1 1 1 1 0,4 0,3 0,2 12,5 1,05 1,05 1,05 1,05 0,8 0,3 0,2 16 1,1 1,1 1,1 1,1 0,8 0,3 0,2 20 1,2 1,2 1,2 1,2 0,8 0,3 0,2 25 1,25 1,25 1,25 1,25 0,8 0,3 0,2 32 1,3 1,3 1,3 1,3 0,8 0,3 0,2 40 1,4 1,6 1,8 1,8 0,8 0,6 0,3 50 1,5 1,7 1,9 1,9 0,8 0,6 0,3 63 1,6 1,8 2 2 0,8 0,6 0,3 80 1,7 1,9 2,1 2,1 0,8 0,8 0,6 100 1,8 2 2,2 2,2 0,8 0,8 0,6 125 1,9 2,1 2,4 2,4 1 0,8 0,6 160 2 2,2 2,5 2,5 1,5 1,1 0,6 200 2,5 2,8 3,2 3,2 2 1,7 0,6 250 3,2 3,6 4 4 2,5 1,7 0,6 320 4 4,5 5 5 3 2,4 0,8 400 5 5,6 6,3 6,3 4 2,4 0,8
37
QUADRO 8 – DISTÂNCIAS MÍNIMAS DE ESCOAMENTO, ISOLAÇÃO E SEPARAÇÃO
conclusão Distância de escoamento mínima mm Distância de isolação e separação
mínima mm Grupo do Material
Tensão ca, rms ou cc
I II IIIa IIIb No ar Selado Encapsulamento
ou isolação sólida
500 6,3 7,1 8 8 5 2,4 0,8 630 8 9 10 10 5,5 2,9 0,9 800 10 11 12,5 - 7 4 1,1
1.000 11 13 - 8 5,8 1,7 1.250 12 15 - 10 - - 1.600 13 17 - 12 - - 2.000 14 20 - 14 - - 2.500 18 25 - 18 - - 3.200 22 32 - 22 - - 4.000 28 40 - 28 - - 5.000 36 50 - 36 - - 6.300 45 63 - 45 - - 8.000 56 80 - 56 - - 10.000 71 100 - 70 - - 11.000 78 110 - 75 - - 13.800 98 138 - 97 - - 15.000 107 150 - 105 - -
Fonte: JORDÃO, Dácio de Miranda. Manual de Instalações Elétricas em Indústrias Químicas, Petroquímicas e de Petróleo. 3º Edição. Rio de Janeiro: Editora Qualitymark, 2002.
2.3.6.1 Características dos equipamentos elétricos para Ex n
Instrumentos não Centelhantes e Equipamentos de Baixa Potência
Os equipamentos eletrônicos, de medição ou controle com potência até 20W, que não
atendam os quesitos de separação mínima ou que possam apresentar risco de formação de
arco por rompimento do dielétrico, devem possuir invólucro com grau de proteção mínima IP
54; sua tensão nominal não deve ultrapassar 60Vac ou 75Vdc; e deve ser previsto meios para
evitar que efeitos transitórios provoquem sobretensões com amplitude superior a nominal em
40%.
38
Tomadas e Plugues não Centelhantes
Para evitar a formação de arcos elétricos, deve ser previsto um meio de
intertravamento ou projeto de fabricação especial que impeça que o plugue e a tomada
possam ser ligados ou desligados quando estes estiverem energizados. Também a conexão
entre eles deve ser suficientemente firme, que evite a separação indevida. São considerados
não centelhantes os plugues que necessitem de uma força maior que 1,5kgf para abertura ou
seja provido de algum aparato mecânico para impedir a abertura e o afrouxamento. No caso
de tomada para equipamentos leves tais como, fusíveis ou conexões temporárias, a força de
separação não deve ser inferior a 10 vezes a massa do componente.
Acumuladores e Baterias
Estes podem ser classificados em três tipos:
- Tipo 1 - Acumuladores e baterias com baixíssima probabilidade de liberar gases
sob todas as condições possíveis de uso.
- Tipo 2 - Acumuladores e baterias que são improváveis de liberar gases em
condições normais de operação, mas podem liberar sob condições não controladas.
- Tipo 3 - Acumuladores e baterias que são capazes de liberar gases do eletrólito em
condições normais de operação.
As do tipo 1 são as seladas e que podem ser usadas em proteção Ex n sem maiores
precauções.
As do tipo 2 também podem ser usadas em equipamentos tipo Ex n, desde que estes
em sua condição normal não produzam faíscas. Também se devem prever respiros para que o
gás possa ser evacuado.
As do tipo 3, devem ser projetadas de modo a evitar o acúmulo de gases nos
compartimentos, através de respiro. Nestes compartimentos não deve haver nenhum outro
equipamento elétrico que não sejam os necessários para as conexões das baterias e
acumuladores.
39
Equipamentos que produzam Arcos, Centelhas ou Superfícies Quentes
Para estes casos devem ser adotados um ou mais métodos descritos abaixo:
- Dispositivos de interrupção blindado: são usados para circuitos com capacidade
nominal máxima de 690V e 16 A (os componentes não acendíveis limitados a
254V e 16 A). São construídos de tal forma que os contatos extinguem a chama
incipiente e portanto evita que a ignição ocorra.
- Dispositivos hermeticamente selados: devem permitir manuseio sem que o selo
seja afetado.
- Dispositivos selados ou encapsulados: devem ser construídos de tal forma que não
possam ser abertos em serviço normal; um dispositivo encapsulado é considerado
selado.
- Circuitos e equipamentos com energia limitada: a técnica de limitação de energia
está baseada na filosofia da segurança intrínseca. Para aumentar a confiabilidade
do sistema, as partes normalmente centelhantes são locadas em circuitos
separados.
- Invólucro com respiração restrita.
- Dispositivo com pressurização n.
2.3.7 Proteção especial – Ex s
Este tipo de proteção, apesar de ser reconhecido pela IEC, não possui uma definição
própria nem é regulamentado por uma norma específica. A idéia da Ex s, é não obstruir a
criatividade dos fabricantes, restringindo-os apenas aos tipos de proteção já mencionados.
Caso algum tipo de proteção novo seja inventado, a pessoa que a concebeu tem o direito de
fabricar e comercializar, desde que seja aprovada por um órgão competente e receba o
chamado Certificado de Equivalência, o qual atesta que este dispositivo equivale aos já
existentes no mercado. (Jordão, 2002)
40
2.4 FILOSOFIA DA INSTALAÇÃO
Como regra geral e básica, considera-se que todo equipamento elétrico que seja capaz
de causar a ignição de uma tal atmosfera, seja por arcos, centelhamento ou alta temperatura,
deve ser instalado fora da área classificada sempre que possível. Caso não seja, estes devem
ser classificados para seu uso bem como devem ser instalados de modo cuidadoso, em
atendimento às prescrições normativas.
O fechamento hermético de todo equipamento elétrico é impraticável, uma vez que
equipamentos tais como motores, chaves desligadoras, disjuntores, etc, possuem partes
móveis que devem ser operadas através do invólucro, ou seja, eixos de motores, manoplas de
acionamento, etc, devem ter folgas que os tornem possíveis de operação livre. Além disso, é
necessário que haja acesso às partes internas do equipamento para ajustes, manutenção, ou
trabalhos em geral.
É praticamente impossível construir-se juntas roscadas totalmente estanque a gás. O
sistema de eletrodutos e o invólucro são submetidos a um processo de “respiração” devido às
diferenças de temperatura e com isso existe a probabilidade de que gases ou vapores
inflamáveis vagarosamente penetrem no interior do invólucro criando uma mistura explosiva.
Assim, basta que haja um centelhamento para que ocorra uma explosão.
Aqui serão observadas as recomendações dos artigos 500 a 516 do NEC, que são
baseadas em cruzamentos de probabilidades.
Para que ocorra a ignição deve haver o equipamento com sua probabilidade de formar
centelhamento e/ou altas temperaturas e o ambiente com a probabilidade de ter uma atmosfera
explosiva.
Todas as considerações aqui abordadas são importantes para evitar que ocorra
simultaneidade de ocorrência de centelhamento ou alta temperatura em um ambiente
explosivo.
Devido ao fato de um ambiente apresentar ou não a probabilidade de ocorrência de
atmosfera explosiva, como já foi visto, é possível classificá-lo em:
- Divisão 1 – alta probabilidade de ocorrência de mistura explosiva;
41
- Divisão 2 – baixa probabilidade de ocorrência de mistura explosiva.
Como já foi amplamente abordado, existem seis tipos de proteção reconhecidos pela
norma americana, estes são:
- à prova de explosão;
- equipamento pressurizado;
- segurança intrínseca;
- imersos em óleo;
- não acendível;
- hermeticamente selado.
Fato tão importante quanto a perfeita instalação destes tipos de proteção, é a correta
escolha do tipo de proteção a ser usada. Os critérios usados para selecionar a maneira correta
a proteger uma instalação está descrito nos artigos 500 a 516 do NEC, sendo o artigo 516
específico para aplicação em ambientes de Classe I (gases e vapores inflamáveis).
Para mais facilmente apresentar a forma de como determinar o tipo de proteção,
estabelece 4 casos, combinando as probabilidades descritas no início deste tópico, e para cada
caso são apresentados os tipos de proteção recomendados, comentários afins e exceções.
Caso 1:
Para este caso serão usados equipamentos que produzem centelhamentos ou altas
temperaturas em condições normais de operação, em um ambiente Divisão 1.
Aqui devem ser usados Invólucros à Prova de Explosão e/ou Pressurizados. Também é
permitido o uso de Segurança Intrínseca.
Como exemplos para este caso seriam o uso de disjuntores, contatores, interruptores,
chaves, etc. em locais Divisão 1.
42
Caso 2:
Para este caso serão usados equipamentos que produzem centelhamentos ou altas
temperaturas em condições normais de operação, em um ambiente Divisão 2.
Aqui devem ser usados Invólucros à Prova de Explosão, e/ou Pressurizados, e/ou
Imersos em Óleo e/ou Hermeticamente Selados. Também é permitido o uso de Segurança
Intrínseca.
Como exemplos para este caso seriam o uso de disjuntores, contatores, interruptores,
chaves, etc. em locais Divisão 2.
Caso 3:
Para este caso serão usados equipamentos que possuem baixa probabilidade de
centelhamentos ou altas temperaturas em condições normais de operação, em um ambiente
Divisão 1.
Aqui devem ser usados Invólucros à Prova de Explosão, e/ou Pressurizados. Também
é permitido o uso de Segurança Intrínseca.
Como exemplos para este caso seriam o uso de luminárias, caixas contendo terminais
de ligação, motores de indução com gaiola de esquilo, etc. em locais Divisão 1.
Caso 4:
Para este caso serão usados equipamentos que possuem baixa probabilidade de
centelhamentos ou altas temperaturas em condições normais de operação, em um ambiente
Divisão 2.
Aqui devem ser usados invólucros de Uso Geral e/ou Não Acendíveis. Também é
permitido o uso de mais tipos de proteção.
Como exemplos para este caso seria o uso de luminárias (desde que de potência tal
que não resulte em altas temperaturas), caixas contendo terminais de ligação, motores de
indução com gaiola de esquilo, etc. em locais Divisão 2.
43
Estes quatro casos praticamente abordam todos os itens relacionados à Classe I, com
exceção aos equipamentos que devem cumprir o quesito de temperatura de superfície, este
tópico é visto a seguir.
2.4.1 Exigências específicas por equipamentos para aplicação em áreas da Classe I, Divisão
1 e 2
2.4.1.1 Chaves, disjuntores, demarradores de motores e fusíveis
Classe I, Divisão 1
Em áreas de Classe I, Divisão 1, chaves, disjuntores, demarradores de motores e
fusíveis, incluindo botoeiras, relés e dispositivos similares devem ser providos com
invólucros, e o invólucro, em cada caso, junto com o invólucro do equipamento deve ser
aprovado como um conjunto completo para uso em áreas de Classe I.
Classe I, Divisão 2
Chaves, disjuntores, demarradores de motores e fusíveis em Classe I devem obedecer
aos itens a seguir:
- Quando aplicados para interromper a corrente normal da função para qual foram
instalados devem ter invólucros aprovados para Classe I, Divisão 1.
- Chaves desligadoras com fusíveis ou não e chaves para bancos de transformadores
e capacitores que não estejam aplicadas para interromper a corrente normal da
função para qual foram instaladas podem estar contidas em invólucros do tipo uso
geral.
- Fusíveis para a proteção de motores, utensílios e lâmpadas tipo cartucho ou plugue
são permitidos desde que dentro de invólucros aprovados para o local.
- Fusíveis ou disjuntores para proteção de sobrecorrente são permitidos em
invólucros do tipo uso geral desde que eles sejam exclusivamente para proteção
dos circuitos ou alimentadores de lâmpadas para instalação fixa e não tenham sido
instalados mais que 10 grupos em um mesmo ambiente.
44
2.4.1.2 Medidores, instrumentos e relés
Classe I, Divisão 1
Medidores, instrumentos e relés, incluindo medidor de quilowatt-hora,
transformadores de instrumentos, resistores, retificadores e tubos termoiônicos deverão ser
providos com invólucros aprovado para Classe I, Divisão1.
Classe I, Divisão 2
Devem atender aos seguintes requisitos:
a) Contatos
Chaves, disjuntores e contatos liga desliga de botoeiras, relés alarmes sonoros e
cornetas devem estar alojados em invólucros aprovados para Classe 1 Divisão 1.
Exceção: Invólucros do tipo uso geral são permitidos desde que os contatos
interruptores de corrente sejam:
- imersos em óleo;
- envoltos em uma câmara hermeticamente fechada contra entrada de gases e
vapores;
- em circuitos que sob as condições normais de operação não possuem energia
suficiente para inflamar uma atmosfera especifica de gás ou vapor, isto é, seja do
tipo não acendível.
b) Fusíveis
Fusíveis para proteção de sobrecorrente de circuitos de instrumentos não sujeitos à
sobrecarga em uso normal, podem ser montados em invólucros do tipo uso geral, desde que
cada fusível seja precedido por uma chave em concordância com os itens citados acima.
c) Conexões
De modo a facilitar substituições, instrumentos de controle de processo podem ser
conectados através de extensão flexível, plugue e receptáculo desde que:
45
- Uma chave (conforme requisito 1) seja instalada de modo que a inserção do plugue
não dependa da corrente a interromper.
- A corrente não exceda a 3 amperes em 120 volts nominal.
- O comprimento do alimentador não exceda a 914mm e seja do tipo aprovado para
uso extra-pesado ou para uso pesado se for protegido pelo local e seja suprido
através de um plugue de ligação e receptáculo do tipo intertravado e aterrado.
- Somente receptáculos necessários são providos.
- O receptáculo possui uma placa de advertência quanto a não inserção quando sob
carga.
46
3 CARACTERIZAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO
Obras e normas pertinentes ao assunto foram consultadas. Em particular, adquiriu-se
um bom conhecimento sobre classificação de áreas, equipamentos para ambientes com grau
de proteção e cuidados nas instalações com o livro Manual de Instalações Elétricas em
Industrias Químicas de autoria de Dácio de Miranda Jordão, única obra traduzida para o
português referente a instalações elétricas em indústrias petroquímicas.
Várias normas referentes ao assunto foram consultadas, como a NR-10, que fixa as
condições mínimas exigíveis para garantir a segurança dos empregados que trabalham em
instalações elétricas, em suas diversas etapas, incluindo projeto, execução, operação,
manutenção, reforma e ampliação e, ainda, a segurança de usuários e terceiros.
Também se fez referência fundamental a portaria do INMETRO nº 121 de 24 de julho
de 1996 (ANEXO 1), que observa a necessidade de que o projeto, a aquisição de materiais, a
construção, a montagem e o condicionamento das instalações elétricas em atmosferas
potencialmente explosivas sejam feitos de modo a atingir o nível de segurança adequado à
preservação da vida, de bens e do meio ambiente.
Com o levantamento teórico foi possível enquadrar o caso do estudo nas seguintes normas:
§ API American Petroleum Institute:
- API RP500 Recommended Pratice for Classification of locations for Electrical Installations at Petroleum Facilities (1991).
§ NEC National Electrical Code:
- NFPA 497 Recommended Pratice for Classification of Class I Hazardous locations for Electrical Installations in Chemical Plants.
§ IEC International Eletrotechnical Commission:
- IEC 79 Electrical apparatus for explosive gas atmospheres.
§ ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas:
- NBR 5410 Instalações elétricas de baixa tensão;
- NBR 5418 Instalações elétricas em atmosferas explosivas.
47
3.1 CLASSIFICAÇÃO DE ÁREAS
Para se realizar um projeto de instalações elétricas, de instrumentação, de telefonia, de
alarme ou de comunicações para ambientes contendo atmosferas explosivas, antes de se
selecionar o tipo de proteção a ser empregado, é necessário conhecer previamente o grau de
risco do local, ou seja, sua classificação e os limites das áreas de risco. Com o estudo sobre
áreas classificadas este trabalho enquadrou-se como se segue:
Seguindo os critérios da API, norma API RP500, e NEC, norma NFPA497.
Classe I
São assim denominados os locais onde exista a probabilidade de formação de mistura
explosiva de gases ou vapores.
Grupo D: Atmosfera contendo acetona, amônia, benzeno, butano, álcool butilico,
etano, etanol, acetato de etil, gasolina, heptanos, hexanos, gás natural, metanol, nafta de
petróleo, propano, propanol, tolueno, estireno, etc.
Seguindo os critérios da ABNT, norma NBR 5418, e IEC, norma IEC79:
Zona 0
Região onde há ocorrência de misturas inflamável e/ou explosiva e continua, ou
existente por longos períodos (exemplo: região interna e acima da superfície de líquido
inflamável, contido em tanques de armazenamento).
Há também uma classificação para equipamentos a serem utilizados em áreas
explosivas.
Grupo II: Para todos os outros lugares com atmosfera explosiva com exceção às
minas.
O Grupo II é subdividido de acordo com a natureza do gás explosivo em três
categorias: A, B e C. Cada subgrupo tem características para temperatura de ignição, limite de
explosividade e ponto de fulgor distintos, ou seja, diferentes valores para iniciar uma
combustão. Os líquidos combustíveis encaixam-se no subgrupo IIA.
48
Logo, para a escolha dos equipamentos elétricos e instalações nestas áreas, é
necessário levar em consideração os pontos acima mencionados a fim de garantir uma maior
segurança da área e principalmente das pessoas que por ela transitam. E este documento tem
justamente esta finalidade, sugerir procedimentos para que a instalação seja a mais segura
possível.
3.2 GRAU DE PROTEÇÃO DE EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS
Seguindo a revisão da IEC 60529 – Degrees of Protection provided by Enclosures (IP
code), a partir de 2001, os equipamentos utilizados para instalação elétrica devem seguir um
índice de proteção (IP), no caso deste trabalho classificou-se como: IP54W, que significa que
o equipamento é protegido contra pó (5), protegido contra água em todas as direções (4), e à
prova de intempérie (W). Conforme quadro 4 contido no referencial teórico.
3.3 O AUTOXPERT
O AutoXPert (fig.1) se apresenta como uma solução completa para a automação e
gerenciamento de postos de combustíveis e lojas de conveniência. (www.xpert.com.br, 2004)
FIGURA 1 – AUTOXPERT (SOFTWARE) – CONTROLE DE CLIENTES
Fonte: XPERT EMPREENDIMENTOS ELETRÔNICOS LTDA. Software. Disponível em: <www.xpert.com.br> (2004).
49
O Hardware
Com a aquisição de materiais referentes ao equipamento AutoXpert foi possível
estudá-lo e compreender as suas aplicabilidades.
Automação para bombas mecânicas
O sistema gerenciador de bombas combustíveis mecânicas denominado "Console
ATX 88" (fig. 2) permite a "leitura" automática das abastecidas e sua transferência ao
programa AutoXPert. (www.xpert.com.br, 2004)
Desenvolvido com tecnologia microprocessada, possui concentrador externo com
bateria, possibilitando uma autonomia de funcionamento de 24 horas sem energia elétrica e
memória própria para registros de abastecimentos independente de conexão com o
computador.
FIGURA 2 – AUTOXPERT (HARDWARE) – CONSOLE ATX 88
Outras características:
- Comunicação através de porta serial padrão RS232;
- Baixo consumo de energia elétrica;
- Tensão de alimentação comutável 127/220V.
Automação para bombas mecânicas em conjunto com bombas eletrônicas
50
O Conversor para Bombas Mecânicas "CMX" permite a interligação de bombas
eletrônicas e mecânicas. O equipamento deve ser instalado no interior das bombas mecânicas
e possibilita o bloqueio e liberação remoto através do programa AutoXPert.
O conversor CMX deve ser instalado em conjunto com o "Console ATX E" (fig 3).
FIGURA 3 – AUTOXPERT (HARDWARE) – CONSOLE ATXE
O "Console ATX" e o conversor "CMX" operam em conjunto com sensores para a
medição do volume abastecido (pulser) e para o monitoramento do estado da bomba (relé).
Automação para bombas eletrônicas
O sistema gerenciador de bombas combustíveis eletrônicas "Console ATXE" permite
o total controle das bombas e a transferência automática das abastecidas ao programa
AutoXPert. Desenvolvido com tecnologia microprocessada e concepção modular, é
expansível para o controle de até 4 modelos de bombas simultaneamente. Concentrador
externo com bateria, possibilitando uma autonomia de funcionamento de 24 horas sem
energia elétrica e memória própria para registros de abastecimentos independente de conexão
com o computador.
Controles possíveis através do AutoXPert (depende da característica da bomba):
51
- Bloqueio e liberação da bomba com configuração de modo auto bloqueio ou auto
liberação;
- Alteração do preço do combustível.
Outras características:
- Comunicação através de porta serial padrão RS232;
- Baixo consumo de energia elétrica;
- Tensão de alimentação comutável 127/220V.
Instalação do Computador e do Console /CBC
Com o estudo realizado sobre o equipamento chegou-se a algumas recomendações
para as instalações elétricas dos computadores e demais equipamentos eletrônicos como se
segue:
- O circuito que liga o quadro de distribuição ao computador deve ser exclusivo;
- A seção dos condutores de fase deve ser igual ou superior a 2,5 mm2 e o material
condutor deve ser cobre;
- A seção do condutor neutro fica condicionada à seção dos condutores de fase e às
prescrições previstas da NBR 5410. Nos sistemas TN-C, a seção mínima do
condutor neutro é de 10 mm2;
- A seção do condutor de proteção fica condicionada à corrente de falta do sistema e
às prescrições previstas na NBR 5410;
- A queda de tensão no circuito de distribuição interna não deve superar o valor de
2%;
- Conectar corretamente os condutores de fase, neutro e terra à tomada tripolar (fig.
4), em conformidade com a figura abaixo. O mesmo procedimento deve ser
observado nos pinos do plug do cabo de força. Esse esquema não é padronizado e
deve ser conferido durante a ligação;
52
FIGURA 4 – TOMADA TRIPOLAR
- Conectar um estabilizador de tensão adequada ou, de preferência, no-break, entre a
tomada de força da rede elétrica interna e o terminal de entrada do computador;
- Aterrar o neutro no quadro de medição da concessionária, utilizando hastes de aço
cobreado de, no mínimo, 2 m de comprimento e 1/2" de diâmetro separadas por
uma distância igual ou superior a seu comprimento e, se possível, na formação
linear. A resistência da malha de terra deve ser a de menor valor possível,
recomendando-se não superar o valor de 10 Ohms. Não utilizar sal e carvão nesse
aterramento. Para valores de resistência de terra elevados, utilizar betonita ou
produtos químicos da família Gel;
- O circuito condutor de alimentação do computador deve ser protegido por
eletroduto de PVC ou metálico. Se forem utilizados eletrodutos metálicos, aterrar
as suas extremidades, se houver alguma fonte de interferência eletromagnética nas
imediações;
- Instalar no ponto de entrada de energia elétrica pára-raios de baixa tensão;
- Instalar no quadro de distribuição, um supressor de surto;
- Instalar protetores de surto junto à tomada de força da alimentação do computador.
Os cabos de entrada das bombas devem ser fixados na caixa do console com cintas
plásticas.
54
3.4 VISITAS TÉCNICAS
Foram encontradas muitas dificuldades para adquirirem-se dados de empresas
particulares atuantes no setor de instalações de equipamentos de automação para postos de
combustíveis, pois há uma grande preocupação com a concorrência e muita desconfiança com
relação em divulgar algum material, mesmo que seja para fins acadêmicos.
A empresa Xpert disponibilizou junto com um técnico que faz instalação elétrica e
programação do equipamento AutoXpert, três visitas técnicas em postos de combustíveis,
possibilitando assim a verificação das instalações existentes, e observando os pontos críticos
das instalações.
O intuito destas visitas técnicas foi a verificação e o acompanhamento tanto do
procedimento das instalações elétricas quanto do funcionamento do equipamento já instalado.
Não se objetivou com isso realizar um levantamento estatístico de conformidade das
instalações existentes nos postos de Curitiba e Paranaguá, mas sim, ter uma experiência real
de como o manual poderia ser útil para o trabalho a ser realizado pelo técnico.
Foram realizadas duas visitas no dia 6 de Agosto de 2004, uma no posto de bandeira
"POTENCIAL", com o nome de Bem Bom, localizado na BR 277 em Paranaguá, sentido
Curitiba, e outra visita no posto de nome Pelicano, localizado no interior da cidade de
Paranaguá.
Nos dois postos verificou-se que as instalações se apresentaram da mesma forma:
- A tubulação existente foi realizada utilizando SEALTUBO (tubo metálico flexível,
em fita de aço zincado revestido externamente com PVC antichama na cor preta)
(fig.6);
55
FIGURA 6– TUBULAÇÃO SEALTUBO DO POSTO BEM BOM (POTENCIAL) – PARANAGUÁ
- As conexões (figs. 7 e 8) com as bombas de combustível foram feitas com
unidades seladoras ou com um condulete de alumínio com duas saídas roscadas,
preenchendo a cavidade inferior com massa seladora apropriada após a instalação
final dos cabos, na instalação em todos os pontos em que haja possibilidade de
infiltração, os mesmos foram selados através de massa seladora apropriada;
FIGURAS 7 E 8 – CONEXÃO DA BOMBA COM UNIDADE SELANTE FECHADA E ABERTA DO POSTO BEM BOM (POTENCIAL)– PARANAGUÁ
- As caixas de passagem são seladas e obedecem a NBR 5410/97, que discorre sobre
as distâncias máximas dos trechos contínuos;
- Os cabos utilizados variaram conforme o modelo da bomba de combustível, foram
utilizados cabos 2xl8 ou 2x20 AWG com malha para as bombas eletrônicas,
56
utilizados cabos 3x20 ou 3x22 AWG com malha para todos os modelos Tokheim,
Utilizados cabos 4x26 AWG com malha para as bombas mecânicas e digitais
(Exceto Wayne Minnow). Passa-se um cabo por bomba até o Console. A malha de
blindagem somente deverá ser conectada à carcaça da bomba para fazer o
aterramento, ficando sem conexão e isolada no Console/CBC.
- As tensões observadas foram na ordem de 24 a 36mV, variando da marca da
bomba, e corrente na ordem de mA, o que dificulta em muito a chance de
centelhamento;
- A caixa de distribuição (fig.9), ou neste caso, a caixa que chega os cabos para o
console/CBC, foram fixadas na parede, dentro do escritório, diminuindo assim o
risco paras as instalações.
FIGURA 9 – CAIXA DE DISTRIBUIÇÃO DO POSTO BEM BOM (POTENCIAL)– PARANAGUÁ
Outra visita foi realizada no dia 23 de agosto de 2004, no posto de bandeira "ALE",
com o nome de Posto Social, localizado na rua Augusto Stresser no bairro Hugo Lange, onde
verificamos uma diferença quanto à qualidade dos equipamentos.
Nesta visita verificaram-se os mesmo itens, como:
- A tubulação existente foi realizada utilizando TUBO FLEXÍVEL METÁLICO
(fig. 10) (tubo metálico flexível, fabricado em diversas ligas: tomback, alumínio,
57
cobre, aço zincado e inoxidável, com propriedades estanques), este material
geralmente custa mais caro mas tem uma qualidade bem superior ao SEALTUBO;
FIGURA 10 – TUBO FLEXÍVEL METÁLICO DO POSTO SOCIAL (ALE) – CURITIBA
- As conexões (figs. 11 e 12) com as bombas de combustível foram feitas com
unidades seladoras ou com um condulete de alumínio com duas saídas roscadas,
preenchendo a cavidade inferior com massa seladora apropriada após a instalação
final dos cabos; na instalação, todos os pontos em que havia possibilidade de
infiltração, os mesmos foram selados através de massa seladora apropriada;
FIGURAS 11 E 12 – CONEXÃO DA BOMBA COM UNIDADE SELANTE FECHADA E ABERTA DO POSTO SOCIAL (ALE) – CURITIBA
58
- As caixas de passagem são seladas e obedecem a NBR 5410/97, que discorre sobre
as distâncias máximas dos trechos contínuos;
- Os cabos utilizados variaram conforme o modelo da bomba de combustível, foram
utilizados cabos 2xl8 ou 2x20 AWG com malha para as bombas eletrônicas,
utilizados cabos 3x20 ou 3x22 AWG com malha para todos os modelos Tokheim,
utilizados cabos 4x26 AWG com malha para as bombas mecânicas e digitais
(Exceto Wayne Minnow). Passa-se um cabo por bomba até o Console. A malha de
blindagem foi, como deve ser, conectada à carcaça da bomba para fazer o
aterramento, ficando sem conexão e isolada no Console/CBC.
- As tensões observadas foram na ordem de 24 a 36 mV, variando da marca da
bomba, e corrente na ordem de mA, o que dificulta em muito a chance de
centelhamento;
- A caixa de distribuição, ou neste caso, a caixa que chega os cabos para o
console/CBC, foram fixadas na parede dentro do escritório diminuindo assim o
risco paras as instalações.
Foram consultadas e estudadas normas, como: ABNT, IEC, API, ISO, e NEC, que dão
bases legais e técnicas para o desenvolvimento da proposta do presente trabalho.
Após os estudos e levantamento de dados realizados foi possível elaborar um manual
que garanta condições de segurança para instalações elétricas do equipamento de automação,
cuja estrutura será apresentada e comentada no capítulo seguinte.
59
4 ESTRUTURA DO MANUAL PARA INSTALAÇÃO ELÉTRICA E SEGURANÇA DE EQUIPAMENTOS DE AUTOMAÇÃO PARA POSTOS DE COMBUSTÍVEIS.
Neste capítulo explica-se como foi desenvolvido o manual, citando os seus capítulos e
a relevância de cada assunto abordado, de acordo com a ordem que se encontram no manual.
4.1 LAYOUT E PROGRAMAÇÃO VISUAL
Sendo que a utilização do manual será em campo, buscou-se fazer um layout
apropriado para tal uso; tomou-se como modelo manuais de manutenção, ou seja, manuais de
bolso que facilitam o manuseio. A programação visual foi feita com auxílio de uma equipe de
designers que deram subsídio para a formatação do manual para que ficasse fácil a
identificação dos itens ali descritos. A criação da capa busca identificar a área a que se destina
o manual.
4.2 SUMÁRIO
Como em todo manual técnico, neste tópico busca-se a identificação de todos os itens
abordados e suas respectivas páginas para que sejam localizados com facilidade pelo leitor.
4.3 INTRODUÇÃO
Foi descrito um breve relato da importância de serem seguidos todos os procedimentos
que o manual fornece e uma apresentação sucinta da empresa XPert, orientando das
responsabilidades se as recomendações não forem seguidas.
4.4 NORMAS APLICADAS
Aqui se descreve todas as normas aplicadas para a confecção do manual, como: API
American Petroleum Institute, NEC National Electrical Code, ABNT Associação Brasileira
de Normas Técnicas e IEC International Eletrotechnical Commission. Atentando também
60
para norma regulamentadora do Ministério do Trabalho e Emprego NR-10 que foi anexada no
manual para tornar mais fácil e rápida a sua consulta. Normas estas que são a base
fundamental para a realização de nosso estudo.
4.5 CLASSIFICAÇÃO DE ÁREAS
Neste item cita-se a classificação dos tipos dos locais onde as instalações serão
realizadas conforme normas Americanas, Internacionais e Nacionais. Com isso orienta-se e
viabiliza-se a escolha de todos os procedimentos e cuidados na escolha do equipamento e
formas de instalação.
4.6 TUBULAÇÕES
Abordaram-se os cuidados descritos da NBR 5410:1997, que cita todos os cuidados
referentes às instalações em baixa tensão, visando neste tópico as tubulações observando
certos pontos críticos como: resistência do solo, estanqueidade da instalação, facilidade no
uso, taxa de ocupação e caixas de passagem. Os cuidados referentes a esta norma são de
grande valia para que todas as instalações restantes garantam a qualidade da instalação.
4.7 ESCOLHENDO O MELHOR CAMINHO (LAYOUT)
São apresentadas duas possibilidades de tipos de construção típicas de postos de
combustíveis. Obviamente, estas mudam de posto para posto, mas pode-se ser usado como
base para futuros projetos de postos.
4.8 CONEXÃO COM AS BOMBAS
Descrevem-se os tipos de cabos utilizados para cada tipo de bomba e como fazer a
identificação de sua polaridade nas respectivas bombas. São mostrados detalhes construtivos
das terminações das tubulações no interior das bombas para que o instalador identifique com
maior facilidade cada uma delas.
61
4.9 MATERIAIS PARA AS INSTALAÇÕES NAS BOMBAS
Neste tópico apresentam-se todos os materiais que serão utilizados nas instalações,
como: conduletes, eletroduto flexível e conectores em latão. Tem como finalidade a
orientação de quais materiais são mais indicados para a instalação visando uma maior
qualidade.
4.10 INSTALAÇÃO DO COMPUTADOR E DO CONSOLE/CBC
São citados todos os cuidados que devem ser tomados para que o equipamento
funcione corretamente. São citados desde circuito de distribuição e cabos até aterramento e
sistema de proteção SPDA (pára raios), itens estes que devem ser previstos pelo projetista
responsável.
4.11 RECOMENDAÇÕES FINAIS
Informa que qualquer trabalho efetuado no interior das bombas deverá ser executado
com o equipamento desligado e por pessoal qualificado, e que a XPert não se responsabiliza
por qualquer dano ocorrido durante as instalações ou eventuais defeitos futuros devido à má
qualidade dos serviços.
E avisa que a responsabilidade e garantia se restringe ao equipamento "console", ao
sensor utilizado no interior das bombas e ao relé integrador (utilizado apenas nas bombas
mecânicas) e quando utilizados conforme orientação específica.
4.12 NR-10
Observa-se também a importância de serem seguidas as recomendações descritas na
Norma Regulamentadora NR-10, que fixa as condições mínimas exigíveis para garantir a
segurança dos empregados que trabalham em instalações elétricas, em suas diversas etapas,
incluindo projeto, execução, operação, manutenção, reforma e ampliação e, ainda, a segurança
de usuários e terceiros. Esta norma encontra-se como anexo inserida no manual.
62
4.13 CHECK-LIST
Foi desenvolvido um check list com a finalidade de que as instalações elétricas sejam
seguidas conforme recomendadas pelo manual, e este documento é a garantia, tanto do cliente
como da empresa.
Observação: O Manual para Instalação Elétrica e Segurança de Equipamentos de
Automação para Postos de Combustíveis encontra-se anexado junto ao trabalho em
formatação independente.
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5 CONCLUSÃO
Cumprindo o objetivo deste trabalho conseguiu-se desenvolver e disponibilizar um
manual para instalações elétricas e segurança de equipamentos de automação para postos de
combustíveis. Para viabilizá-lo buscou-se observar e seguir os passos propostos nos objetivos
específicos.
Através das consultas e do estudo realizados em materiais didáticos e normas
nacionais e internacionais, foi possível adquirir a fundamentação teórica necessária para o
desenvolvimento do propósito do presente trabalho. Com este embasamento compreenderam-
se todos os aspectos que regulamentam os procedimentos que envolvem as instalações
elétricas e quais seriam as normas fundamentais.
Conforme foi apresentado no corpo do trabalho, no que tange à classificação de áreas,
foram referências as normas API RP500, NEC - NFPA497, ABNT - NBR5418 e IEC 79. Para
estabelecer os índices de proteção de equipamentos elétricos que são utilizados na situação
abordada tomou-se por base a revisão da IEC 60529 (2001) – Degrees of Protection provided
by Enclosures (IP code), chegando-se ao índice IP54W. Tendo em vista a importância da
norma regulamentadora no Ministério do Trabalho e Emprego NR-10, que fixa as condições
mínimas exigíveis para garantir a segurança dos empregados que trabalham em instalações
elétricas, em suas diversas etapas, incluindo projeto, execução, operação, manutenção,
reforma e ampliação e, ainda, a segurança de usuários e terceiros, a mesma foi anexada
integralmente no manual. Desse modo, acredita-se que através dos procedimentos aos quais se
referem às normas estudadas, conseguiu-se abordar os requisitos de segurança atualmente
exigidos pela portaria do INMETRO no 121 de 24 de julho de 1996 (anexo 1).
Foi também necessário o entendimento do equipamento de automação para que fosse
possível levantar as condições mínimas para o seu correto funcionamento. Para tanto se
estudou a configuração do hardware e a partir de visitas técnicas, complementou-se este
estudo, com a observação das instalações e dos procedimentos de trabalho utilizados pelo
técnico.
Para a montagem do manual foram fundamentais, portanto, estas etapas da
investigação que possibilitaram o seu desenvolvimento com maior segurança e aproximação
tanto à teoria quanto ao que ocorre na prática.
64
Conforme os passos que seriam usados para a montagem da instalação do
equipamento de automação, o conteúdo do manual buscou descrevê-los em uma organização
e linguagem que possibilite ao profissional, o eletricista, executar o seu serviço de modo
simples, ou seja, aproximando-se dos procedimentos usualmente conhecidos.
A contribuição do manual é o de dar garantias de que tais procedimentos sejam
seguidos de modo padronizado tendo em vista a necessidade e a preocupação da empresa
fornecedora do equipamento em facilitar a troca de informações com os seus clientes, e em se
resguardar juridicamente perante seus clientes, bem como evitar possíveis riscos de acidentes.
Com a conclusão do estudo em questão, constatou-se que as instalações elétricas
existentes em postos de combustíveis nem sempre seguem todos os critérios que são
recomendados em lei, deixando assim lacunas para que possam ocorrer acidentes mais graves,
possibilitando também um campo de atuação para profissionais de engenharia que podem
oferecer seus serviços através de consultoria e elaboração de projetos.
É importante salientar que este tipo de trabalho de pesquisa que apresenta uma
aplicabilidade prática contribui não só para a vivência profissional como também para a
aproximação da instituição de ensino com a sociedade, postura esta que deveria ser adotada
por todas as instituições de ensino.
Espera-se que este trabalho contribua para a melhoria da segurança e qualidade dos
serviços oferecidos pela empresa e também para futuros trabalhos acadêmicos, ficando como
sugestão para futuros trabalhos de graduação o estudo detalhado sobre interferências
eletromagnéticas e/ou o estudo de aterramento nas instalações elétricas para automação
direcionado a postos de combustíveis.
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6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALENCAR NETO, Álvaro Peixoto de; STRAUHS, Faimara do Rocio; WALENIA, Paulo Sérgio (Ver. e Av.); TRZECIAK, Dorzeli (Comp. e Dig.) Normas de Formatação de Trabalhos acadêmicos. Curitiba: Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná/Departamento Acadêmico de Eletrotécnica, Curso de Engenharia Industrial Elétrica - Ênfase Eletrotécnica, Curso de tecnologia de Eletrotécnica, 2004.
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5420: Equipamentos elétricos para atmosferas explosivas – invólucros com pressurização ou diluição contínua – tipo de proteção “p” – especificação, 1988.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6146: Invólucros de equipamentos elétricos – proteção, 1980.
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8601: Equipamentos elétricos imersos em óleo para atmosferas explosivas – especificação, 1984.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9883: Equipamentos elétricos para atmosferas explosivas – segurança aumentada – tipo de proteção “e” – especificação, 1995.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9884: Máquinas elétricas girantes – graus de proteção proporcionados pelos invólucros – especificação, 1987.
FERRAZ, Alberico Couto. Aplicação de Equipamentos Elétricos em Áreas Classificadas. Apostila Petrobrás, 1982.
IEC 79-0 Electrical Apparatus for Explosive Gas Atmospheres – General Requirements.
IEC 79-1 Electrical Apparatus for Explosive Gas Atmospheres – Construction and Test of Flameproof Enclosures for Electrical Apparatus.
IEC 79-2 Electrical Apparatus for Explosive Gas Atmospheres – Type of Protection “p”.
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IEC 79-5 Electrical Apparatus for Explosive Gas Atmospheres – Sand Filled Apparatus - Type of Protection “q”.
IEC 79-6 Electrical Apparatus for Explosive Gas Atmospheres – Oil Immersed Apparatus - Type of Protection “o”.
IEC 79-7 Electrical Apparatus for Explosive Gas Atmospheres – Increased Safety - Type of Protection “e”.
IEC 79-10 Classification of Hazardous Areas.
IEC 79-11 Electrical Apparatus for Explosive Gas Atmospheres – Type of Protection “i”.
IEC 79-15 Electrical Apparatus for Explosive Gas Atmospheres – Type of Protection “n” – Non Incendive.
IEC 79-18 Electrical Apparatus for Explosive Gas Atmospheres – Incapsulation “m”.
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Portaria n" 121, de 24 de julho de 1996
O Presidente do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial -INMETRO , no uso das atribuições que lhe são conferidas pela Lei n° 5966, de 11 de dezembro de 1973; Considerando a necessidade de que o projeto, a aquisição de materiais, a construção, a montagem e o condicionamento das instalações elétricas em atmosferas potencialmente explosivas sejam feitos de modo a atingir o nível de segurança adequado à preservação da vida, de bens e do meio ambiente; Considerando as disposições das Resoluções n° 05, de 26 de julho de 1988, e n° 08, de 24 de agosto de 1992, do Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial CONMETRO.
Considerando a necessidade de não inviabilizar os mercados produtor e consumidor de equipamentos elétricos para atmosferas explosivas; Considerando as recomendações feitas pela Comissão Técnica de Equipamentos Elétricos para Atmosferas Explosivas (CT-Ex) do Comitê Brasileiro de Certificação - CBC, constituída por entidades representativas de fabricantes, consumidores e instituições técnico - científicas, resolve:
I - Manter a obrigatoriedade de que todos os equipamentos elétricos para atmosferas
explosivas, comercializados e utilizados no Brasil, ostentem a certificação do Sistema Brasileiro de Certificação - SBC em conformidade com as normas técnicas relacionadas em anexo e de acordo com a Regra específica para a Certificação de Equipamentos Elétricos para Atmosferas Explosivas.
II - Validar, por mais um ano, os certificados de conformidade emitidos anteriormente à publicação desta Portaria, caso sejam atendidas, cumulativamente, as seguintes condições:
a) terem sido emitidos pelo INMETRO, pelo Centro de Pesquisas de Energia Elétrica - CEPEL, pela União Certificadora da Indústria Eletro-Eletrônica - UCIEE ou pelo Instituto de Eletrotécnica e Energia - IEE da Universidade de São Paulo - USP; b) indicarem que os ensaios de tipo foram realizados com base em norma de requisitos gerais associada a norma(s) referente(s) ao(s) tipo(s) de proteção do equipamento. III - Estabelecer que os certificados emitidos após a publicação desta Portaria somente serão
válidos se emitidos por Organismo de Certificação Credenciado pelo INMETRO (OCC).
IV - Estabelecer que, decorrido um ano após a publicação desta Portaria, somente serão válidos certificados que tenham sido emitidos com base na realização de ensaios de tipo e na avaliação do sistema da qualidade do fabricante.
V - Dispensar da obrigatoriedade da certificação de conformidade, prevista nesta Portaria, as unidades marítimas importadas, destinadas à lavra de petróleo ou ao transporte de produtos inflamáveis, para trabalho "off shore", para as quais são válidos os critérios para aceitação de fornecedores e certificações adotados pelas sociedades classificadoras.
VI - Fixar o prazo de 180 (cento e oitenta) dias para que seja revisto o Regulamento de Certificação de Equipamentos Elétricos para Atmosferas Explosivas. Rev. l - Jun/96, de modo a adequá-lo ao Sistema Brasileiro de Certificação (SBC).
VII - Designar a CT-Ex para efetuar, sempre que necessária, a análise de casos omissos.
VIII - Publicar esta Portaria no Diário Oficial da União, quando iniciará sua vigência, ficando revogada a Portaria INMETRO n° 238, de 29 de dezembro de 1994, publicada na seção 1, páginas 995 a 997, do Diário Oficial da União de 23 de janeiro de 1995. Julio Cesar Carmo Bueno Presidente do INMETRO
ANEXO As normas descritas neste anexo devem ser utilizadas, na sua última edição, em ordem de prevalência, tanto no projeto como nas inspeções e ensaios dos equipamentos elétricos.
A-1.1 - Verificação dos requisitos gerais
NBR 9518 Equipamentos elétricos para atmosferas explosivas - Requisitos gerais IEC 79-0 Electrical apparatus for explosive atmospheres - General requirements EN 50014 Electrical apparatus for potentially explosive atmospheres - General requirements.
A-1.2 - Invólucros à prova de explosão
NBR 5363 Equipamentos elétricos para atmosferas explosivas - Invólucros à prova de explosão - Tipo de proteção "d" IEC 79-1 Electrical apparatus for explosive atmospheres - Construction and test of flameproof endosures of electrical apparatus EN 50018 Electrical apparatus for potentially explosive atmospheres - Flarneproof endoswe "d"
A-1.3 - Equipamentos com segurança intrínseca
NBR 8447 Equipamentos para atmosferas explosivas - Segurança intrínseca - Tipo de proteção "i" IEC 79-11 Electrical apparatus for explosive atmospheres - Construction and test of intrinsically - safe and associated apparatus EN 50020 Electrical apparatus for potentially explosive atmospheres - Intrinsic safety "i"
A-1.4 - Equipamentos com segurança aumentada
NBR 9883 Equipamentos elétricos para atmosferas explosivas - Segurança aumentada - Tipo de proteção "e" IEC 79-7 Electrical apparatus for explosive atmospheres - Construction and test of electrical apparatus - Type of protection "e" EN 50019 Electrical apparatus for potentially explosive atmospheres - Increased safety "e"
A-1.5 - Equipamentos pressurizados ou com diluição contínua
NBR 5420 Equipamentos elétricos para atmosferas explosivas - Invólucros com pressurização ou diluição continua - Tipo de proteção "p" IEC 79-2 Electrical apparatus for explosive gas atmospheres - electrical apparatus - Type of protection "p" EN 50016 Electrical apparatus for potentially explosive atmospheres - Pressurized apparatus "p"
A-1.6 - Equipamentos imersos em óleo
NBR 8601 Equipamentos elétricos imersos em óleo para atmosferas explosivas
IEC 79-6 Electrical apparatus for explosive gas atmospheres - Oil - immersed apparatus
EN 50015 Electrical apparatus for potentially explosive atmospheres - Oil immersion "o"
A-1.7 - Equipamentos imersos em areia
IEC 79-5 Electrical apparatus for explosive gas atmospheres - Sand-filled apparatus EN 50017 Electrical apparatus for potentially explosive atmospheres - Powder filling "q"
A-1.8 - Equipamentos não acendíveis
IEC 79-15 Electrical apparatus with type of protection "n"
A-1.9 - Equipamentos encapsulados
IEC 79-18 Electrical apparatus vàth type of protection "m" (encapsulation)
EN 50028 Electrical apparatus for potentially explosive atmospheres - encapsulation "m"
A-1.10 - Prensa-cabos
NBR 10861 Prensa-cabos BS 6121 Mechanical cable glands for elastomer and plastics insulated cables BS 903 Methods oftesting vulcanized rubber.
A-1,1 1 - Lanterna para mineiros
EN 50033 Caplamps for mines susceptible to firedamp
A-1,12 - Graus de proteção de invólucros
NBR 6146 Invólucros de equipamentos elétricos - Proteção NBR 9884 Máquinas elétricas girantes - Graus de proteção proporcionados pelos invólucros IEC 529 Classification of degrees of protection provided by enclosures IEC 34-5 Rotating electrical machines - Classification of degrees of protection provided by endosures for rotating rnachines
A-1,13 - Instalações elétricas em atmosferas explosivas
NBR 5418 Instalações elétricas em atmosferas explosivas IEC 79-14 Electrical apparatus for explosive gas atmospheres - Electrical installations in explosive gas atmosphere (other than mines)
A-1,14 - Avaliação do sistema de qualidade
NBR ISO 9002 Sistemas de qualidade - Modelo para garantia da qualidade em produção e instalação.