Manual INEM - Suporte Básico de Vida (Leigos)

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MINISTÉRIO DA SAÚDE Instituto Nacional de Emergência Médica INEM MANUAL DE SUPORTE BÁSICO DE VIDA ADULTO (Leigos) DEPARTAMENTO DE FORMAÇÃO EM EMERGÊNCIA MÉDICA

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Manual Suporte Básico de Vida do INEM para Leigos

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M IN ISTÉR IO DA SAÚDE

Instituto Nacional de Em ergência Médica

INEM

MANUAL DE SUPORTE BÁSICO DE VIDA ADULTO

(Leigos)

D E P A R T A M E N T O DE F O R M A Ç Ã O EM

E M E R G Ê N C IA M É D IC A

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SUMÁRIO

1 - INTRODUÇÃO

2 - CADEIA DE SOBREVIVÊNCIA

3 - SISTEMA INTEGRADO DE EMERGÊNCIA MÉDICA

4 - RISCOS PARA O REANIMADOR

5 - SUPORTE BÁSICO DE VIDA

6 - POSIÇÃO LATERAL DE SEGURANÇA

7 - OBSTRUÇÃO DA VIA AÉREA

8 - VENTILAÇÃO COM MÁSCARA DE BOLSO

9 - NOTA FINAL

1 0 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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INEM

é[UInstituto N acional d c E m e rgê ncia Módica

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO

- Emergência médica, boa tarde.- Mande-me lima ambulância rápido! O meu vizinho acabou de desmaiar e está a ficar roxo!

- Ele respira ?- Acho que não. Depressa! Querem deixar o homem morrer?

- A ambulância vai já a caminho, bem como uma equipa médica. Quer fazer alguma coisa para ajudar a salvar o seu vizinho? Sabe fazer suporte básico de vida?

- Eu já lhe disse que o que quero é uma ambulância......

Quando surge uma paragem cardíaca e/ou respiratória as hipóteses de sobrevivência para a vítima variam em função do tempo de intervenção. A medicina actual tem recursos que permitem recuperar para a vida activa, vítimas de paragem cardíaca e respiratória desde que sejam assegurados os procedimentos adequados em tempo oportuno. Se o episódio ocorrer num estabelecimento de saúde, em princípio, serão iniciadas de imediato manobras de suporte básico e avançado de vida, pelo que existe uma maior probabilidade de sucesso.

No entanto, a grande maioria das paragens cardiorespiratórias ocorre fora de qualquer estabelecimento de saúde. No mercado, no café, em casa, no centro comercial ou no meio de uma estrada. Na sequência de um acidente ou de uma doença súbita. A probabilidade de sobrevivência e recuperação nestas situações, depende da capacidade de quem presencia o acontecimento saber quando e como pedir ajuda, e iniciar de imediato Suporte Básico de Vida (SBV).

A chegada de um meio de socorro ao local, ainda que muito rápida pode demorar tanto como... 6 minutos! As hipóteses de sobrevivência da vítima terão caído de 98% para... 11%, se os elementos que presenciaram a situação não souberem actuar em conformidade.

Em condições ideais, todo o cidadão devia estar preparado para saber fazer “SBV”.

No nosso país existe ainda um longo caminho a percorrer neste âmbito, constituindo o curso que irá frequentar uma etapa essencial desse percurso.

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CAPÍTULO 2 - CADEIA DE SOBREVIVÊNCIA

OBJECTIVOS:______________________________________________________________________Compreender_________________________________________________________________

• O conceito de cadeia de sobrevivência identificando os seus elos• O principio subjacente a cada elo da cadeia• A importância da cadeia de sobrevivência

A luz do conhecimento actual, considera-se que há três atitudes que modificam os resultadosno socorro às vítimas de paragem cardiorespiratória:

1. Pedir ajuda, accionando de imediato o sistema de emergência médica;2. Iniciar de imediato manobras de SBV;3. Aceder à desfibrilhação tão precocemente quanto possível, quando indicado.

Estes procedimentos sucedem-se de uma forma encadeada e constituem uma cadeia de atitudes em que cada elo articula o procedimento anterior com o seguinte. Surge assim o conceito de cadeia de sobrevivência composta por quatro elos, ou acções, em que o funcionamento adequado de cada elo e a articulação eficaz entre os vários elos é vital para que o resultado final possa ser uma vida salva.

Os quatro elos da cadeia de sobrevivência são:

1. Acesso precoce ao sistema de emergência médica (112)

2. Inicio precoce de SBV

O rápido acesso ao sistema de emergência médica assegura o início da cadeia de sobrevivência. Cada minuto sem chamar socorro reduz a possibilidade de sobrevivência da vítima. Para o funcionamento adequado deste elo é fundamental que quem presencia uma determinada ocorrência seja capaz de reconhecer a gravidade da situação e saiba activar o sistema de emergência, ligando adequadamente 112 (para poder informar o quê, onde, como e quem).A incapacidade de adoptar estes procedimentos significa falta de formação. A consciência de que estes procedimentos podem salvar vidas humanas deve ser incorporado o mais cedo possível na vida de cada cidadão.

3. Desfibrilhação precoce

4. Suporte Avançado de Vida precoce

ACESSO PRECO CE

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à [ U

INEM

SBV PRECO CE

Para que uma vítima em perigo de vida tenha maior hipótese de sobrevivência é fundamental que sejam iniciadas de imediato, no local onde ocorreu a situação, manobras de SBV. Isto só se consegue se quem presencia a situação tiver a capacidade de iniciar o SBV.O SBV permite ganhar tempo, mantendo alguma circulação e alguma ventilação até à chegada de socorro mais diferenciado para instituir os procedimentos de Suporte Avançado de Vida (SAV).

DESFIBRILH AÇÃO PRECO CE

A maioria das paragens cardiorespiratórias, no adulto, ocorre devido a uma perturbação do ritmo cardíaco a que se chama Fibrilhação Ventricular (FV). Esta perturbação do ritmo cardíaco caracteriza-se por uma actividade eléctrica caótica dc todo o coração, em que não há contracção do músculo cardíaco e, como tal, não é bombeado sangue para o organismo. O único tratamento eficaz para esta arritmia é a desfibrilhação que consiste na aplicação de um choque eléctrico, externamente a nível do tórax da vítima, para que a passagem da corrente eléctrica pelo coração pare a actividade caótica que este apresenta. A desfibrilhação eficaz é determinante na sobrevivência de uma Paragem Cardio-Respiratória (PCR).Também este elo da cadeia deve ser o mais precoce possível. A probabilidade de conseguir tratar a FV com sucesso depende do tempo. A desfibrilhação logo no Io minuto em que se instala a FV pode ter uma taxa de sucesso próxima dos 100%, mas ao fim de 8-10 minutos a probabilidade de sucesso é quase nula.

SAV PRECO CE

Este elo da cadeia é uma “mais valia” . Nem sempre a desfibrilhação é eficaz, por si só, para recuperar a vítima, ou por vezes a desfibrilhação pode não estar indicada. O SAV permite conseguir uma ventilação mais eficaz (através da entubação endotraqueal) e uma circulação também mais eficaz (através da administração de fármacos). Idealmente deverá ser iniciado ainda na fase pré-hospitalar e continuado no hospital, permitindo a estabilização das vítimas recuperadas de PCR.

A cadeia de sobrevivência representa, simbolicamente, o conjunto de procedimentos que permitem salvar vítimas de paragem cardiorespiratória. Para que o resultado final possa ser, efectivamente, uma vida salva, cada um dos elos da cadeia é vital e todos devem ter a mesma força. Todos os elos da cadeia são igualmente importantes: de nada serve ter o melhor SAV se quem presencia não sabe ligar 112.

Instituto N acional d c E m e rgê ncia M édica

RESUMO:• 0 bom funcionamento da cadeia de sobrevivência permite salvar vidas em risco• Todos os elos da cadeia de sobrevivência são igualmente importantes• A cadeia de sobrevivência tem apenas a força que tiver o seu elo mais fraco

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CAPÍTULO 3 - 0 SISTEMA INTEGRADO DE EMERGÊNCIA

MÉDICA

OBJECTIVOSCompreender

• O que é o Sistema Integrado de Emergência Médica e quais os seus intervenientes• Como activar o sistema de emergência médica• Como utilizar o número europeu de emergência - 112

A capacidade de resposta adequada, eficaz e em tempo oportuno dos sistemas de emergência médica, às situações de emergência, é um pressuposto essencial para o funcionamento da cadeia de sobrevivência.

Instituto Nacional de Emergência Médica - IN E M , é o organismo do Ministério da Saúde ao qual cabe coordenar o funcionamento, no território de Portugal Continental, um Sistema Integrado de Emergência Médica (SIEM), de forma a garantir às vitimas em situação de emergência a pronta e correcta prestação de cuidados de saúde. A prestação de socorros no local da ocorrência, o transporte assistido das vítimas para o hospital adequado e a articulação entre os vários intervenientes no SIEM (hospitais, bombeiros, polícia, etc.), são as principais tarefas do 1NEM.

A organização da resposta à emergência, fundamental para a cadeia de sobrevivência, simboliza-se pelo número europeu de socorro - 112 e implica, a par do reconhecimento da situação e da concretização de um pedido de ajuda imediato, a existência de meios de comunicação e equipamentos necessários para uma capacidade de resposta pronta e adequada.

O INEM, através do número nacional de socorro - 112, dispõe de vários meios para responder com eficácia, a qualquer hora, a situações de emergência médica.

As chamadas de emergência efectuadas através do n° 112 são atendidas em Centrais de Emergência da PSP/ GNR. Actualmente, na quase totalidade do território de Portugal Continental, as chamadas que dizem respeito a situações de “SAÚDE” são encaminhadas para os Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do INEM, existentes no Porto, Coimbra, Lisboa e Faro.

Compete aos CODU atender e avaliar no mais curto espaço de tempo os pedidos de socorro recebidos, com o objectivo de determinar os recursos necessários e adequados a cada caso. O funcionamento dos CODU é assegurado em permanência por médicos e operadores de central, com formação específica para efectuar:

• O atendimento e triagem dos pedidos de socorro• O aconselhamento de pré-socorro, sempre que indicado• A selecção e accionamento dos meios de socorro adequados• O acompanhamento das equipas de socorro no terreno• O contacto com as unidades de saúde, preparando a recepção hospitalar dos doentes

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Em caso de acidente ou doença súbita ligue, a qualquer hora, 112. A sua colaboração é fundamental para permitir um rápido e eficaz socorro às vítimas, pelo que é fundamental que faculte toda a informação que lhe seja solicitada.

Ao ligar 112 deverá estar preparado para informar:• a localização exacta da ocorrência e pontos de referência do local, para facilitar a

chegada dos meios de socorro• o número de telefone de contacto• o que aconteceu (ex. acidente, parto, falta de ar, dor no peito etc.)• o número de pessoas que precisam de ajuda• condição em que se encontra a(s) vítima(s)• se já foi feita alguma coisa (ex. controle de hemorragia)• qualquer outro dado que lhe seja solicitado (ex. se a vítima sofre de alguma doença ou

se as vítimas de um acidente estão encarceradas)

A o L i g a r 1 1 2 r e s p o n d a a : "O Q u ê ?" " O n d e ?"" C o m o "" Q u e m ?"

Siga sempre as instruções que lhe derem, elas constituem o pré-socorro, e são muitas vezes fundamentais para ajudar a(s) vítima(s). Finalmente desligue o telefone apenas quando lhe for dito para o fazer.

Os CODU têm à sua disposição diversos meios de comunicação e de actuação no terreno, com sejam as Ambulâncias INEM, os Motociclos de Emergência, as VMER, as Viaturas de Intervenção em Catástrofe (VIC) e os Helicópteros de Emergência Medica. Através da criteriosa utilização dos meios de telecomunicações ao seu dispor tem capacidade para accionar os diferentes meios de socorro, apoiá-los aquando da sua prestação de socorro no terreno e, de acordo com as informações clínicas recebidas das equipas no terreno, seleccionar e preparar a recepção hospitalar dos diferentes doentes.

As Ambulâncias do INEM são ambulâncias de socorro, destinadas à estabilização e transporte de doentes que necessitem de assistência durante o transporte, cuja tripulação e equipamento permitem a aplicação de medidas de Suporte Básico de Vida. As ambulâncias de socorro coordenadas pelo INEM estão sediadas em vários pontos do país, quer associadas às diversas delegações do INEM quer em corpos de bombeiros.

Os Motociclos de Emergência que com a sua agilidade quando comparada com a de uma ambulância no meio do trânsito citadino, permite a chegada mais rápida do primeiro socorro

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junto de quem dele necessita. Reside aqui a sua principal vantagem relativamente aos meios de socorro tradicionais.Naturalmente limitada em termos de material a deslocar, a carga da moto inclui Desfibrilhador Automático Externo, oxigénio, adjuvantes da via aérea e ventilação, equipamento para avaliação de sinais vitais e glicemia capilar entre outro. Tudo isto permite ao tripulante TAE a adopção das medidas iniciais, necessárias à estabilização da vítima até que estejam reunidas as condições ideais para o seu eventual transporte.

A Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) é um veículo de intervenção pré- hospitalar, concebido para o transporte de uma equipa médica ao local onde se encontra o doente. Com uma equipa constituída por um médico e um condutor (enfermeiro ou tripulante de ambulância de socorro), dispõe de equipamento para o Suporte Avançado de Vida em situações do foro médico ou traumatológico.Actuam na dependência directa dos CODU, tendo uma base hospitalar, isto é, estão localizadas num hospital. Têm como principal objectivo a estabilização pré-hospitalar e o acompanhamento médico durante o transporte de vítimas de acidente ou doença súbita em situações de emergência.

Os Helicópteros de emergência médica do INEM são utilizados no transporte de doentes graves entre unidades de saúde ou entre o local da ocorrência e a unidade de saúde. Estão equipados com material de Suporte Avançado de Vida, sendo a tripulação composta por um médico, um enfermeiro e dois pilotos.

O C O D U C o o r d e n a : A m b u l â n c i a

M o t o c i c l o d e E m e r g ê n c i a V M E R

H e l i c ó p t e r o

O INEM presta, ainda, orientação e apoio noutros campos da emergência tendo, para tal, criado vários sub-sistenias:

CODU - M arO Centro de Orientação de Doentes Urgentes - Mar (CODU - Mar) tem por missão prestar aconselhamento médico a situações de emergência que se verifiquem em inscritos marítimos. Se necessário, o CODU-Mar pode accionar a evacuação do doente e organizar o acolhimento em terra e posterior encaminhamento para o serviço hospitalar adequado.

C IAVO Centro de Informação Antivenenos (CIAV) é um centro médico de informação toxicológica. Presta informações referentes ao diagnóstico, quadro clínico, toxicidade, terapêutica e prognóstico da exposição a tóxicos em intoxicações agudas ou crónicas.O CIAV presta um serviço nacional, cobrindo a totalidade do país. Tem disponíveis médicos especializados, 24 horas por dia, sete dias por semana, que atendem consultas de médicos, outros profissionais de saúde e do público em geral.

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Em caso de intoxicação ligue: 808 250 143

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CIAV 808250143

Recém-Nascidos de Alto RiscoO Subsistema de Recém-Nascidos de Alto Risco é um serviço de transporte inter-hospitalar de emergência, permitindo o transporte de recém-nascidos em situação de risco e bebés prematuros, para hospitais onde existam unidades de Neonatologia e/ou determinadas especialidades / valências.

As ambulâncias deste Subsistema dispõem de um médico especialista, um enfermeiro e um motorista, estando dotadas com o equipamento necessário para estabilizar e transportar o recém-nascido. Este serviço funciona 24 horas por dia, todos os dias do ano.

RESUMO• O INEM coordena um conjunto de vários meios e serviços para responder às situações

de emergência médica• A participação de qualquer cidadão é fundamental para o funcionamento do SIEM• Ao ligar 112 esteja preparado para responder: “O quê”, “Onde”, “Como” e “Quem”

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CAPÍTULO 4 - RISCOS PARA O REANIMADOR

OBJECTIVOS• Reconhecer os riscos potenciais para o reanimador• Enumerar as medidas a adoptar para garantir a segurança do reanimador• Identificar as medidas universais de protecção e reconhecer a sua importância

Por vezes o desejo de ajudar alguém que nos parece estar em perigo de vida pode levar-nos a ignorar os riscos que podemos correr. Se não forem garantidas as condições de segurança antes de abordar uma vítima poderá, em casos extremos, ocorrer a morte da vítima e do reanimador.

Existe uma regra básica que nunca deve ser esquecida: o reanimador não deve expor-se a si ou a terceiros a maior risco do que o que corre a própria vítima.

Antes de se aproximar de alguém que possa eventualmente estar em perigo de vida o reanimador deve assegurar primeiro que não irá correr nenhum risco:Am biental - choque eléctrico, derrocadas, explosão, tráfego Intoxicação - exposição a gás, fumo ou outros tóxicos Infeccioso - tuberculose, hepatite, V1H etc.Na maioria das vezes uma avaliação adequada e um mínimo de cuidado são suficientes para garantir as condições de segurança necessárias.

Se pára numa estrada para socorrer alguém, vítima de um acidente de viação deve:

• posicionar o seu carro de forma a que este o proteja funcionando como escudo, isto é, antes do acidente no sentido no qual este ocorreu;

• sinalizar o local com triângulo de sinalização à distância adequada;• ligar as luzes de presença ou emergência;• usar o colete reflector;• desligar o motor para diminuir a probabilidade de incêndio.

Estas medidas, embora simples, são em princípio suficientes para garantir as condições de segurança.

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No caso dc detectar a presença de produtos químicos ou matérias perigosas é fundamental evitar o contacto com essas substâncias sem luvas e não inalar vapores libertados pelas mesmas.

As situações em que vítima sofreu uma intoxicação podem representar risco acrescido para quem socorre, nomeadamente no caso de intoxicação por fumos, gases tóxicos ou pesticidas. Para o socorro da vítima de intoxicação é importante identificar o produto, a sua forma de apresentação (pó, líquido, gasosa) e contactar o CIAV para uma informação especializada, nomeadamente sobre possíveis antídotos e ou o grau de toxicidade.

Na formulação gasosa é fundamental não se expor aos vapores libertados que nunca devem ser inalados. A vítima deverá ser retirada do local ou, na impossibilidade de o conseguir, o local onde a vítima se encontra deverá ser arejado.Nas situações em que o tóxico é corrosivo (ácidos ou bases fortes) ou em que pode ser absorvido pela pele, como os organofosforados, é mandatório, para além de arejar o local, usar luvas e roupa de protecção, de forma a evitar qualquer contacto com o produto, bem como máscaras para evitar a inalação.Se houver necessidade de ventilar a vítima com ar expirado deverá ser usada máscara, ou outro dispositivo, com válvula unidireccional de forma a não expor o reanim ador ao ar expirado pela vítima. Nunca efectuar ventilação boca-a-boca.

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Em resumo, ao socorrer uma vítima em que possa ter ocorrido uma intoxicação deverá cumprir rigorosamente as medidas universais de protecção, isto é, usar luvas, bata, máscara e óculos (ou máscara com viseira).

A possibilidade de transmissão de infecções entre a vítima e o reanimador tem sido alvo de grande preocupação, sobretudo mais recentemente, com o receio da contaminação pelos vírus da hepatite B ou C e pelo V1H. Não existe, no entanto, qualquer registo de transmissão destes vírus durante a realização de ventilação boca-a-boca. A transmissão de qualquer um dos vírus, mesmo no caso de contacto com saliva, é altamente improvável, a não ser no caso de a saliva estar contaminada com sangue. O sangue é o principal veículo de contágio, em relação ao qual devem ser adoptadas todas as medidas universais de protecção.

Estão descritos alguns casos de transmissão de infecções durante a realização de ventilação boca-a-boca, nomeadamente casos de tuberculose cutânea, meningite meningocócica, herpes simplex e salmonelose. No entanto, a frequência de ocorrência destes casos é baixa.

Em resumo, podemos dizer que, embora a ventilação boca-a-boca pareça segura, é recomendável a utilização de métodos de interposição sobretudo nos casos em que a vítima tem sangue na saliva.

COLOCAR UM LENÇO É UMA PROTECÇÃO INEFICAZ E QUE PODE MESMO AUMENTAR O RISCO DE INFECÇÃO.

TREINO DE SBV EM M ANEQ UINS

A correcta formação em SBV implica o treino em manequins pelo que surgiu a preocupação com o eventual risco de transmissão de infecções durante o treino. O risco de transmissão de infecções nestas circunstâncias é extremamente baixo. Não existe qualquer registo de que alguma vez tenha ocorrido uma infecção associada ao treino de SBV em manequins (mais de 70 milhões de pessoas só nos EUA).No caso de não serem utilizadas máscaras individuais, as superfícies dos manequins são desinfectadas com um produto apropriado o que minimiza o risco de transmissão de vírus, bactérias ou fungos entre os praticantes.

SUMÁRIO• Devem ser reconhecidos os riscos potenciais• E necessário garantir sempre a segurança do reanimador em relação aos vários tipos de

riscos• É fundamental cumprir as medidas universais de protecção

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CAPÍTULO 5 - SUPORTE BÁSICO DE VIDA

OBJECTIVOS:Compreender

• O conceito de suporte básico de vida• O que se entende por: avaliação inicial, via aérea, ventilação e circulação• A sequência de procedimentos que permitem executar SBV correctamente• Como colocar uma vítima em posição lateral de segurança• Os problemas associados ao suporte básico de vida

CO NCEITO

Nos países ocidentais umas das principais causas de morte são as doenças cardiovasculares. A maioria destas mortes (cerca de 2/3) ocorre fora do ambiente hospitalar. Não obstante o desenvolvimento tecnológico nos últimos anos, o aperfeiçoamento das técnicas de Reanimação Cardiorespiratória (RCR), a formação em suporte básico e avançado de vida e a criação de sistemas organizados de emergência médica, morrem anualmente em todo o mundo milhões de pessoas por ausência, atraso ou insucesso das manobras de RCR. O objectivo da RCR é recuperar vítimas de paragem cardiorespiratória, para uma vida comparável à que tinham previamente ao acontecimento. O sucesso das manobras de RCR está condicionado pelo tempo, pelo que, quanto mais precocemente se iniciar o SBV maior a probabilidade de sucesso. Se a falência circulatória durar mais de 3-4 minutos provoca lesões cerebrais, que poderão ser irreversíveis. Qualquer atraso no início dc SBV reduz as hipóteses de sucesso.

O suporte básico de vida, é um conjunto de procedimentos bem definidos e com metodologias padronizadas, que tem como objectivo reconhecer as situações de perigo de vida iminente, saber como e quando pedir ajuda e saber iniciar de imediato, sem recurso a qualquer utensílio, manobras que contribuam para a preservação da ventilação e da circulação, de modo a manter a vítima viável até que possa ser instituído o tratamento médico adequado e, eventualmente, se restabeleça o normal funcionamento respiratório e cardíaco.

As manobras de SBV não são, por si só, suficientes para recuperar a maior parte das vítimas de paragem cardiorespiratória. O SBV destina-se a ganhar tempo, mantendo parte das funções vitais até à chegada do SAV. No entanto, em algumas situações em que a falência respiratória foi a causa primária da paragem cardiorespiratória, o SBV poderá reverter a causa e conseguir uma recuperação total. O SAV implica a utilização de fármacos, ventilação por entubação endotraqueal, monitorização cardíaca e desfibrilhação eléctrica.

Como referido anteriormente o conceito de suporte básico de vida implica que seja praticado sem recurso a qualquer equipamento específico, no entanto é recomendável a utilização de dispositivos que funcionem como barreira, como a máscara de bolso para a ventilação com ar expirado.

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ETA PAS E PRO CEDIM ENTO S

O SBV inclui as seguintes etapas:

• Avaliação inicial• Manutenção cie via aérea permeável• Ventilação com ar expirado• Compressões torácicas

Os três elementos do SBV, após a avaliação inicial, são, designados classicamente por “ABC” A - “Airway” - Via Aérea B - "Breathing” - Respiração C - “Circulation” - Circulação

PO SIC IO NAM ENTO DA VÍTIM A E DO R EANIM ADO R

As manobras de SBV devem ser executadas com a vítima em decúbito dorsal, no chão ou sobre um plano duro. Se a vítima se encontrar, por exemplo, numa cama, as manobras de SBV, nomeadamente as compressões torácicas, não serão eficazes uma vez que a força exercida será absorvida pelas molas ou espuma do próprio colchão. Se a vítima se encontrar em decúbito ventral deve ser rodada em bloco, isto é, mantendo o alinhamento da cabeça pescoço e tronco. O reanimador deve posicionar-se junto da vítima por forma a que, se for necessário, possa fazer ventilações e compressões sem ter que fazer grandes deslocações.

SEQ UÊNCIA DE ACÇÕES

Avaliação inicial consiste em:í . Avaliar as condições de segurança no local2. Avaliar se a vítima responde

Depois de assegurar que estão garantidas as condições de segurança, aproxime-se da vítima e pergunte em voz alta “Está bem? Sente-se bem?”, enquanto a estimula batendo suavemente nos ombros; ____________

3. Se a vítima responder, deixe-a na posição em que a encontrou (desde que isso não represente perigo acrescido), pergunte o que se passou, se tem alguma queixa, procure ver se existem sinais de ferimentos e se necessário vá pedir ajuda, ligando 112.

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4. Se a vítima não responder, peça ajuda gritando em voz alta “Preciso de ajuda tenho aqui uma pessoa desm aiada!”. Não abandone a vítima e prossiga a avaliação.

Ajuda, está aquiuma pessoa desmaiada !

A etapa seguinte é a via aérea - “A”

Pelo facto da vítim a se encontrar inconsciente, os músculos da língua perdem o seu tónus habitual (isto é, relaxam) e a queda da língua para trás (na vítima em decúbito dorsal) pode causar obstrução da via aérea. Este mecanismo é a causa mais frequente de obstrução da via aérea num adulto inconsciente. Outros factores podem, também, condicionar obstrução da via aérea como sejam o vómito, sangue, dentes partidos ou próteses dentárias soltas.

5. Assim, é fundamental proceder à perm eabilização da via aérea.

• Desaperte a roupa à volta do pescoço da vítima e exponha o tórax ;• Verifique se existem corpos estranhos dentro da boca (comida, próteses dentárias

soltas, secreções), se existirem deve removê-los, mas somente se os visualizar;

Nota: As próteses dentárias bem fixas não devem ser removidas.

• Coloque a palma da mão mais próxima da cabeça da vítima na testa e os dedos indicador e médio da outra mão no bordo do maxilar inferior;

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• Efectue sim ultaneam ente a extensão da cabeça (inclinação da cabeça para trás) e elevação do m axilar inferior (queixo).

Ao efectuar a elevação do maxilar inferior não deve com prim ir as partes moles do queixo, coloque os dedos apenas na parte óssea.

Após ter efectuado a permeabilização da via aérea passe à avaliação da existência de respiração espontânea - "B”

6. Para verificar se a vítima respira deve manter a permeabilidade da via aérea, aproxim ar a sua face à face da vítima e, olhando para o tórax, procurar:

V ER - se existem movimentos torácicos;O U V IR - se existem ruídos de saída de ar pela boca e nariz da vítima;S E N T IR - na sua face se há saída de ar pela boca e nariz da vítima.

Deverá Ver, O uvir e Sentir (VOS) durante 10 segundos.

Deve procurar a existência de movimentos respiratórios normais isto é, observar se o tórax se eleva e baixa ciclicamente, como numa respiração normal. Algumas vítimas podem apresentar movimentos respiratórios ineficazes conhecidos por “gasping” ou “respiração agónica” os quais não devem ser confundidos com respiração normal. Estes movimentos não causam uma expansão torácica normal, correspondem a uma fase transitória que pode preceder a ausência total de movim entos respiratórios e tendem a cessar rapidamente. Em caso de dúvida haja como se a vítima não ventilasse.

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7. Se a vítima respira normalmente deverá ser colocada em posição lateral de segurança. Após a colocação em PLS deverá ir pedir ajuda e regressar para junto da vítima reavaliando-a frequentemente.

A técnica para colocação em posição lateral de segurança será descrita mais à frente.

8. Se a vítima não respira norm alm ente deve ser activado de imediato o sistema de em ergência médica, ligando 112, e regressar iniciando de imediato com pressões

Se estiver sozinho , após verificar que a vítima não respira, deve, se necessário, abandoná-la de imediato para ligar 112. Ao ligar 112 deve inform ar que se encontra com uma vítima inconsciente que não respira e fornecer o local exacto onde se encontra.

Se estiver alguém junto de si deve pedir a essa pessoa que vá ligar 112, dizendo-lhe, senecessário, como deverá proceder, isto é, que deve dizer que a vítima está inconsciente e nãorespira e fornecer o local exacto onde se encontra, e que regresse novamente.

Esta activação precoce do sistema de em ergência médica é extremamente importante para que a vítima possa ter SAV o mais rápido possível, já que é improvável que a vítima recupere apenas com manobras de SBV. Como foi referido anteriormente a causa mais frequente de PCR, num adulto, é de origem cardíaca, habitualmente devido a uma perturbação do ritmo cardíaco - fibrilhação ventricular, cujo único tratamento é a desfibrilhação.

Para iniciar com pressões torácicas a vítima deve estar em decúbito dorsal sobre uma superfície rígida com a cabeça no mesmo plano do resto do corpo.

• Ajoelhe-se junto à vítima;• Coloque a base de um a mão no centro do tórax da vítima;• Coloque a outra mão sobre esta;• Entrelace os dedos e levante-os, ficando apenas a base de uma mão sobre o esterno, e

de forma a não exercer qualquer pressão sobre as costelas;• M antenha os braços esticados e sem flectir os cotovelos, posicione-se de forma a que

os seus ombros fiquem perpendiculares ao esterno da vítima;

torácicas

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Pressione verticalmente sobre o esterno, de modo a que este baixe cerca de 4-5 cm; Alivie a pressão, de form a que o tórax possa descom prim ir totalmente, mas sem perder o contacto da mão com o esterno;Repita o movimento de compressão e descompressão de forma a obter um a frequência de 100/min (um pouco menos de 2 com pressões por segundo);O gesto de com pressão deve ser firme, controlado e executado na vertical;

Os períodos de com pressão e descompressão devem ter a mesma duração;Sincronize as com pressões com ventilações:

=> Ao fim de 30 com pressões, permeabilize a via aérea (extensão da cabeça e elevação da mandíbula)

=> Assegure que a cabeça da vítima permanece em extensão e o queixo levantado, mantendo a palma de um a mão na testa da vítima e os dedos indicador e médio da outra mão no bordo do m axilar inferior;

=> Tape o nariz da vítima pinçando-o entre os dedos polegar e o indicador da mão que está na testa;

=> M antenha a extensão da cabeça e a elevação do queixo, sem fechar a boca da vítima

=> Inspire profundamente, isto é, encha o seu peito com ar;=> Coloque os lábios à volta da boca da vítima, certificando-se que não há fuga de ar;

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INEM

à[UIn stitu to N a cio n a l d c E m e rg ê n c ia M ó dica

=> Sopre continuamente para o interior da boca da vítima, observando sim ultaneam ente a expansão do tórax; deverá dem orar cerca de 1 seg.

=> Afaste a sua boca da boca da vítima, mantendo o posicionamento da cabeça davítima, para permitir a saída do ar;

=> Efectue a segunda ventilação;=> Reposicione as mãos sem demoras na correcta posição sobre o esterno e efectue

mais 30 com pressões torácicas.=> M antenha a relação com pressões torácicas e ventilações numa relação de 30:2.

Se as ventilações iniciais não promoverem uma elevação da caixa torácica, então na próxima tentativa deve:

• Observar a cavidade oral e remover qualquer obstrução visível• Confirme que está a ser efectuada um a correcta permeabilização da via aérea• Não efectue mais de 2 ventilações antes de reiniciar com pressões torácicas.

Se estiver presente mais de um reanimador, devem alternar a realização de compressões torácicas a cada 2 minutos para prevenir a fadiga. A troca deverá ser efectuada dem orando o m enor tempo possível.

Realizar SBV utilizando só com pressões torácicas poderá ser efectuado nas seguintes situações:

• Se não for capaz, não estiver disposto ou exista risco evidente para efectuar asventilações boca-a-boca, efectue apenas com pressões torácicas

• Se forem efectuadas apenas com pressões torácicas, estas devem ser realizadas deforma contínua, a uma frequência de 100 por minuto.

As manobras uma vez iniciadas devem ser continuadas sem interrupção até que:• Chegue ajuda diferenciada e tome conta da ocorrência• A vítima inicie respiração normal• O reanim ador esteja exausto

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ALGORITMO DE SUPORTE BÁSICO DE VIDAADULTO

S e responde: Avalie, Chame ajuda se necessário, ligando 112

S e resp ira n orm alm en teColoque em PLS Chame ajuda Reavalie frequentemente

GARANTIR CONDIÇOES DE SEGURANÇA Avalie estado de consciência

Na ausência de resposta GRITE POR AJUDA

Abane suavemente Chame cm voz alta

Permeabilize a via aérea Avalie respiraçãoi¥,m

Na ausência de respiração normal VÁ BUSCAR AJUDA

iINICIE COMPRESSÕES TORÁCICAS

Extensão da cabeça Elevação da mandíbulaProcure resp ira çã o norm al Vendo, Ouvindo e Sentindo durante 10 segundos

Sc possível envie alguém ligar 112

Faça 30 compressões Deprimindo o tórax 4-5 cm a uma frequência 100/min

Faça 2 insuflaçõcs após cada ciclo de 30 compressões

CONTINUE AS MANOBRAS DE SBV

Ate chegar ajuda Ate a vítima iniciar respiração normal

Até ficar exausto

RESUMO:• 0 suporte básico de vida é uma medida de suporte que permite manter a vítima viável

até à chegada do suporte avançado de vida• A sequência de acções baseia-se na metodologia “ABC”: Via Aérea, Respiração,

Circulação• É fundamental saber como e quando pedir ajuda e iniciar o mais precocemente as

manobras de SBV

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INEM

é[UInstituto N acional d c E m e rgê ncia Módica

CAPÍTULO 6 - POSIÇÃO LATERAL DE SEGURANÇA

OBJECTIVOS

• Compreender a necessidade de colocação de uma vítima em posição lateral de segurança

• Conhecer as indicações e contra-indicações para colocação de uma vítima em posição lateral de segurança

Tal como foi referido anteriormente, se a vítima respira normalmente mas está inconsciente, deve ser colocada em Posição Lateral de Segurança (PLS).

Quando uma vítima se encontra inconsciente em decúbito dorsal, mesmo que respire espontaneamente, pode desenvolver um quadro de obstrução da via aérea e deixar de respirar. A via aérea pode também ficar obstruída por regurgitação do conteúdo gástrico, secreções ou sangue.

Neste caso a vítima deve ser colocada numa posição que mantenha a permeabilidade da via aérea, garantindo a não obstrução por queda da língua e que permita a livre drenagem de qualquer líquido da cavidade oral, evitando a entrada do mesmo nas vias respiratórias, nomeadamente no caso de a vítima vomitar.

A posição lateral de segurança deve respeitar os seguintes princípios:• Ser uma posição o mais “lateral” possível e de forma a que a cabeça fique numa

posição em que a drenagem da cavidade oral se faça livremente;• Ser uma posição estável;• Não causar pressão no tórax que impeça a respiração normal;• Possibilitar a observação e acesso fácil à via aérea;• Ser possível voltar a vítima em decúbito dorsal de forma fácil e rápida;• Não causar nenhuma lesão à vítima.

Como deve proceder para colocar uma vítima em PLS:

• Retirar óculos e objectos volumosos (chaves, telefones, canetas etc.) dos bolsos da vítima;

• Alargar a gravata (se apropriado) e desapertar o colarinho;• Ajoelhar ao lado da vítima e estender-lhe os braços e as pernas

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MINISTÉRIO DA SAUDE

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Permeabilizar a via aérea, efectuando a extensão da cabeça e elevação do m axilar inferior;Colocar o braço da vítima, mais próximo de si, dobrado a nível do cotovelo, de forma a fazer um ângulo recto com o corpo da vítima ao nível do ombro e com a palma da mão virada para cima;

Dobrar o outro braço da vítima sobre o tórax e encostar a face dorsal da mão à face da vítima, do lado do reanimador;

M anter a mão da vítima nesta posição segurando com a palma da mão do reanimador;

Com a outra mão segurar a coxa da vítima, do lado oposto ao reanimador, imediatamente acima do joelho e levantá-la, mantendo o pé no chão, de forma a dobrar a perna da vítima a nível do joelho;

M anter uma mão a apoiar a cabeça e puxar a perna, a nível do joelho, rolando o corpo da vítima na direcção do reanimador;

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In s titu to N acional dc Em ergência M édica

MINISTÉRIO DA SAUDE INEM

X

• Ajustar a perna que fica por cima de modo a formar um ângulo recto a nível da coxa e

• Se necessário ajustar a mão sob a face da vítima de forma que a cabeça fique em

• Verificar se a via aérea se mantém permeável, certificando-se que a vítima respira sem fazer ruído, se necessário reposicionar a cabeça;

• Vigiar regularmente.

Se a vítima tiver que permanecer em PLS por um longo período de tempo, recomenda-se que ao fim de 30 minutos seja colocada sobre o lado oposto, para diminuir o risco de lesões resultantes da compressão sobre o ombro.Se a vítima deixar de respirar espontaneamente é necessário voltar a colocá-la em decúbito dorsal.

do joelho;

extensão;

M A N U A L D E SU P O R TE B Á SIC O D E VIDA A D U LT O (Leigos) IN EM ■ DEPARTAM ENTO D E FORM AÇÃO EM EM ERGÊNCIA MÉDICA

2006

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RESUMO

• As vítimas inconscientes que respiram devem ser colocadas em PLS, desde que não haja suspeita de trauma

• A colocação em PLS permite manter a permeabilidade da via aérea e evitar a entrada de conteúdo gástrico na via aérea

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INEM

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CAPÍTULO 7- OBSTRUÇÃO DA VIA AÉREA

OBJECTIVOS:• Identificar as situações de obstrução total e parcial da via aérea, reconhecendo os seus

sinais e sintomas• Conhecer as causas e tipos de obstrução da via aérea• Compreender a sequência de actuação perante uma vítima com obstrução da via aérea

EPIDEM IO LO G IA

A obstrução da via aérea é uma emergência absoluta que se não for reconhecida e resolvida leva à morte em minutos.

Qualquer objecto sólido, pode funcionar como corpo estranho e causar obstrução da via aérea - obstrução mecânica.

A água não actua como “corpo estranho” pelo que não estão indicadas manobras de desobstrução da via aérea em vítimas de pré-afogamento pois podem causar complicações e apenas atrasam o início de SBV.

CAUSAS

A obstrução da via aérea, por corpo estranho, nos adultos ocorre habitualmente durante as refeições, com os alimentos, e está frequentemente associada a alcoolismo ou tentativa de engolir pedaços de comida grandes e mal mastigados. Os doentes idosos com problemas de deglutição estão também em risco de obstrução da via aérea por corpo estranho e devem ser aconselhados a comer de forma cuidadosa.

RECO NH ECIM ENTO

A obstrução da via aérea, sobretudo quando ocorre num local público, como um restaurante, é frequentemente confundida com um ataque cardíaco. É importante distinguir a obstrução da via aérea de outras situações dado que a abordagem é diferente. Na obstrução da mecânica da via aérea existem várias manobras que podem ser efectuadas, com o objectivo de resolver a obstrução e que, caso sejam bem sucedidas, podem evitar a paragem respiratória.

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MINISTÉRIO DA SAUDE

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C L A SSIFIC A Ç Ã O

A obstrução da via aérea pode ser total ou parcial. Na obstrução parcial, onde ainda existe a passagem de algum ar a vítima com eça por tossir, ainda consegue falar e pode fazer algum ruído ao respirar.

Enquanto a vítima respira e consegue tossir de forma eficaz o reanimador não deve interferir, devendo apenas encorajar a tosse, vigiar se a obstrução é ou não resolvida e se a tosse continua a ser eficaz.

A vítima com obstrução parcial da via aérea pode, logo à partida, apresentar uma tosse ineficaz, dificuldade respiratória marcada e cianose, ou estes sinais podem surgir progressivamente se a situação não for resolvida. Nesta situação é necessário actuar rapidamente como se de um a obstrução total se tratasse.

I

Na obstrução total, onde já não existe passagem de ar na via aérea, a vítima não consegue falar, tossir ou respirar, nem emite qualquer ruído respiratório. Poderá dem onstrar grande aflição e ansiedade e agarrar o pescoço com as duas mãos. E necessário actuar rapidamente, se a obstrução não for resolvida a vítima poderá rapidamente ficar inconsciente e morrer.

No caso de obstrução total da via aérea causada por corpo estranho, deve com eçar por tentar a desobstrução da via aérea com aplicação de pancadas interescapulares e, no caso de insucesso, tentar então compressões abdominais ou manobra de H eim lich.

SE Q U Ê N C IA D E A C T U A Ç Ã O NA O B ST R U Ç Ã O M E C Â N IC A

Vítima consciente

Enquanto a vítima respira e consegue tossir de forma eficaz o reanimador não deve interferir, devendo apenas encorajar a tosse, vigiar se a obstrução é ou não resolvida e se a tosse continua a ser eficaz.

Se uma vítima consciente com obstrução da via aérea se apresenta com tosse ineficaz, incapaz de fa la r ou de respirar proceda de imediato à aplicação de pancadas interescapulares:

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INEM

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Técnica para aplicação de pancadas interescapulares

1. Colocar-se ao lado e ligeiramente por detrás da vítima;2. Suportar o corpo de vítima a nível do tórax com uma mão, mantendo-a inclinada para

a frente, numa posição tal que se algum objecto for deslocado com as pancadas possa sair livremente pela boca;

3. Aplicar pancadas com a base da outra mão, na parte superior das costas, ao meio, entre as omoplatas, isto é, na região interescapular;

4. Cada pancada deverá ser efectuada com a força adequada tendo como objectivo resolver a obstrução;

5. Após cada pancada deve verificar-se se a obstrução foi ou não resolvida, aplicando até 5 pancadas no total.

Se a obstrução não for resolvida com a aplicação das pancadas interescapulares passar à aplicação de com pressões abdom inais - M anobra de Heimlich.Esta manobra causa uma elevação do diafragm a e aumento da pressão nas vias aéreas, com a qual se consegue uma espécie de “tosse artificial”, forçando a saída do corpo estranho.

A ocorrência de com plicações pode ser minimizada pela correcta execução da manobra, isto é, nunca com prim ir sobre o apêndice xifóide ou na margem inferior da grelha costal, mas sim na linha média abdominal um pouco acima do umbigo. Mesmo com uma técnica totalmente correcta podem ocorrer complicações.

Técnica para execução da manobra de Heimlich

1. Colocar-se por trás da vítima;2. Colocar os braços à volta da vítima ao nível da cintura;

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3. Fechar uma das mãos em punho, e colocá-la com o polegar encostado ao abdómen da vítima, na linha média um pouco acima do umbigo e bem afastada do apêndice xifóide;

4. Com a outra mão agarrar o punho da mão colocada anteriormente e puxar, com um movimento rápido e vigoroso, para dentro e para cim a na direcção do reanimador;

5. Cada compressão deve ser um movimento claramente separado do anterior e efectuado com a intenção de resolver a obstrução;

6. Repetir as com pressões abdominais até 5 vezes, vigiando sempre se ocorre ou não resolução da obstrução e o estado de consciência da vítima.

Repetir alternadamente 5 pancadas interescapulares 5 com pressões abdom inais até à desobstrução ou até a vítima ficar inconsciente.

A manobra de Heimlich também pode ser executada pela própria vítima de obstrução da via aérea, no caso de se encontrar sozinha. Para tal deverá colocar uma mão em punho um pouco acima do umbigo e com a outra mão em cima da primeira com prim ir para cima e para dentro com um movimento rápido. No caso de não obter sucesso poderá com prim ir a porção superior do abdómen contra uma superfície rija, como por exemplo as costas de uma cadeira ou um varão de escadas.

1. A manobra de Heimlich só deve ser aplicada a vítimas de obstrução da via aérea conscientes.

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In stitu to N a cio n a l d c E m e rg ê n c ia M é d ica

V ítima inconsciente

Apesar de tudo, o número de mortes resultantes de obstrução da via aérea é pequeno. Aprobabilidade de um reanimador encontrar uma vítima inconsciente em consequência de umaobstrução da via aérea é também pequena. A paragem cardio-respiratória causada por fibrilhação ventricular é muito mais frequente que a paragem causada por obstrução da via aérea.As compressões torácicas podem ser mais eficazes na desobstrução da via aérea que as compressões abdom inais, criando uma pressão intratorácica superior à conseguida com as compressões abdom inais, pelo que, actualmente se recomenda apenas a realização de compressões torácicas, como manobra de desobstrução da via aérea, se a vítima ficar inconsciente.

Caso uma vítima com obstrução da via aérea fique inconsciente durante a tentativa de desobstrução da via aérea o reanimador deve:

1. Amparar a vítima até ao chão para que esta não se magoe.2. Activar o sistema de em ergência médica ligando 112;3. Iniciar com pressões torácicas, seguindo o algoritmo de SBV.

No caso de um a vítima encontrada inconsciente o algoritmo de actuação mantém-se igual ao algoritmo de SBV.

m

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A L G O R IT M O D E D E SO B ST R U Ç Ã O DA VIA A E R E A

V ítima consciente

Se tosse ineficaz Incapaz de falar ou

respirar

L IG A R 112

Ate desobstrução ou até 5 vezes

Algoritm oSBV

Se consegue tossir eficazm ente

Encorajar a tosse

Vigiar se resolve a obstrução e

Vigiar se a tosse deixa de ser eficaz

Ate desobstrução ou até 5 vezes

C ontinuar alternadam ente 5 pancadas interescapulares 5 com pressões abdom inais até:

Resolução da obstruçãoou

Vítima ficar inconsciente

RESUM O• A obstrução da via aérea é uma situação em ergente que pode levar à morte da vítima

em poucos minutos• Reconhecer a situação e iniciar de imediato medidas adequadas pode evitar a paragem

cardio-respiratória e salvar uma vida

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CAPÍTULO 8 - VENTILAÇÃO COM MÁSCARA DE BOLSA

OBJECTIVOS• Conhecer a técnica de ventilação com máscara de bolso• Reconhecer os problemas associados a esta técnica.

A ventilação com ar expirado pode ser iniciada em qualquer local sem recurso a qualquer equipamento, no entanto, existem situações em que esta técnica não é exequível como no caso da presença de sangue ou vómito na boca ou pelo risco de infecções ou intoxicações.

Existem dispositivos que permitem interpor uma barreira entre o reanim ador e a vítima. Um desses dispositivos é a m áscara de bolso.

Ventilação com ar expirado com máscara de bolsoVálvula

A máscara de bolso é um dispositivo com posto por uma máscara, semelhante às utilizadas em anestesia, com uma válvula unidireccional. A válvula unidireccional e descartável permite ao reanim ador soprar para o interior da boca da vítima; o ar expirado pela vítima é eliminado por um orifício de escape. Fica assim isolada a via aérea da vítima da do reanimador. São habitualmente transparentes para permitir detectar a presença de sangue ou vómito que possa surgir. Algumas têm uma conexão para fonte de oxigénio.

Técnica para efectuar a ventilação boca-máscara:

• Coloque-se ao lado da vítima, para que possa efectuar insuflações e compressões;• Aplique a máscara na face da vítima, colocando o bordo mais estreito da máscara no

sulco entre o queixo e o lábio inferior e o vértice da mesma acima do nariz;

Conexão para fonte de oxigénio

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• Pressione a m áscara contra a face da vítima com o polegar e indicador (da mão mais próxima da cabeça) sobre o vértice da máscara, e o polegar da outra mão (ou o polegar e o indicador) no bordo da máscara junto ao queixo;

• Coloque os restantes dedos ao longo do bordo da m andíbula de forma a fazer a elevação do maxilar inferior;

• Faça sim ultaneam ente a extensão da cabeça;• Com prim a apenas nas margens da máscara de forma a não existirem fugas de ar;• Faça insuflações como descrito no capítulo de SBV, soprando lentamente na válvula

unidireccional, observando sim ultaneam ente a expansão do tórax.

RESUM O• A máscara de bolso é um a barreira segura entre a vítima e o reanimador• A ventilação com máscara de bolso é eficaz, mas requer treino para a sua correcta

utilização

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CAPÍTULO 9 - NOTA FINAL

O conteúdo deste manual encontra-se em conformidade com o conhecimento e regras internacionais estabelecidas para formação em suporte básico de vida, na presente data. Pretende-se, deste modo, obter uma uniformidade e complementaridade de actuação entre os vários elos do Sistema Integrado de Emergência Médica, visando atingir o objectivo que justifica a nossa existência - diminuir a mortalidade e morbilidade das vítimas em situação de emergência.

Neste campo específico da reanimação, é fundamental a participação de todos. Se cada cidadão sentir que deve ter direito a ser reanimado em caso de paragem cardiorespiratória, sentirá também, sem dúvida, a necessidade de saber actuar em situação de emergência. Idealmente todos os cidadãos deveriam estar preparados para saber efectuar suporte básico de vida, uma vez que só com a participação adequada de todos os intervenientes no sistema será possível realmente salvar vidas.

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CAPÍTULO 10 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

HANDLEY, A [et al] 2005, European Resuscitation Council Guidelines for Resuscitation 2005 - Adult Basic Life Support and use of automated external defibrillators, Resuscitation (2005) 67S1: S7-S23.

Reservados todos os direitos. Esta publicação não pode ser reproduzida nem transmitida, no todo ou em parte, por qualquer processo electrónico, mecânico, fotocópia, gravação ou outros, sem prévia autorização escrita do Autor.

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