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4V | Volume 1 | Língua Portuguesa Autores: Adriano Bitarães, Alba C. Mello, Alberto Soares, Aline Euzébio, Geralda Cristina Fortunato, Flávia Roque e Flávia Völker. Manual do Professor

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4V | Volume 1 | Língua PortuguesaAutores: Adriano Bitarães, Alba C. Mello, Alberto Soares,

Aline Euzébio, Geralda Cristina Fortunato, Flávia Roque e Flávia Völker.

Manual do Professor

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2 Coleção 4VColeção 4V

C689 Coleção 4V: - Belo Horizonte: Bernoulli Sistema de Ensino, 2018. 186 p.: il.

Ensino para ingresso ao Nível Superior. Bernoulli Grupo Educacional.

1. Língua Portuguesa I - Título II - Bernoulli Sistema de Ensino III - V. 1

CDU - 37CDD - 370

Centro de Distribuição:

Rua José Maria de Lacerda, 1 900 Cidade Industrial Galpão 01 - Armazém 05 Contagem - MGCEP: 32.210-120

Endereço para correspondência:

Rua Diorita, 43, PradoBelo Horizonte - MGCEP: 30.411-084www.bernoulli.com.br/sistema 31.3029.4949

Fotografias, gráficos, mapas e outros tipos de ilustrações presentes em exercícios de vestibulares e Enem podem ter sido adaptados por questões estéticas ou para melhor visualização.

Coleção 4V – Volume 1 é uma publicação da Editora DRP Ltda. Todos os direitos reservados. Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

SAC: [email protected]

AutorESLíngua Portuguesa: Adriano Bitarães, Alba C. Mello, Alberto Soares, Aline Euzébio,

Flávia Roque, Flávia Völker, Geralda Cristina Fortunato

ADminiStrAtivoGerente Administrativo: Vítor LealCoordenadora técnico-Administrativa: Thamirys Alcântara Coordenadora de Projetos: Juliene SouzaAnalistas técnico-Administrativas: Ana Clara Pereira, Bárbara Câmara, Lorena KnuppAssistentes técnico-Administrativos: Danielle Nunes, David Duarte, Fernanda de Souza,

Priscila Cabral, Raphaella HamziAuxiliares de Escritório: Ana da Silva, Sandra Maria MoreiraEncarregado de Serviços Gerais e manutenção: Rogério Brito

ComErCiALGerente Comercial: Carlos Augusto AbreuCoordenador Comercial: Rafael CurySupervisora Administrativo-Comercial: Mariana GonçalvesConsultores Comerciais: Adalberto de Oliveira, Carlos Eduardo Oliveira, Cláudia Amoedo,

Eduardo Medeiros, Guilherme Ferreira, Ricardo Ricato, Robson Correia, Rossano Rodrigues, Simone Costa

Analistas Comerciais: Alan Charles Gonçalves, Cecília Paranhos, Rafaela RibeiroAssistentes Comerciais: Laura Caroline Tomé, Melissa Turci

oPErAçõESGerente de operações: Bárbara AndradeCoordenadora de operações: Karine ArcanjoSupervisora de Atendimento: Vanessa VianaAnalista de Controle e Planejamento: Vinícius AmaralAnalistas de operações: Adriana Martins, Ludymilla BarrosoAssistentes de relacionamento: Amanda Aurélio, Amanda Ragonezi, Ana Maciel, Ariane Simim,

Elizabeth Lima, Eysla Marques, Flora Freitas, Iara Ferreira, Luiza Ribeiro, Mariana Girardi, Renata Gualberto, Renata Magalhães, Viviane Rosa

Coordenadora de Expedição: Janaína CostaSupervisor de Expedição: Bruno OliveiraLíder de Expedição: Ângelo Everton PereiraAnalista de Expedição: Luís XavierAnalista de Estoque: Felipe LagesAssistentes de Expedição: Eliseu Silveira, Helen Leon, João Ricardo dos Santos,

Pedro Henrique Braga, Sandro Luiz QueirogaAuxiliares de Expedição: Admilson Ferreira, Marcos Dionísio, Ricardo Pereira, Samuel PenaSeparador: Vander Soares

SuPortE PEDAGóGiCoGerente de Suporte Pedagógico: Renata GazzinelliAssessoras Pedagógicas Estratégicas: Madresilva Magalhães, Priscila BoyGestores de Conteúdo: Luciano Carielo, Marinette FreitasConsultores Pedagógicos: Adriene Domingues, Camila Ramos, Claudete Marcellino,

Daniella Lopes, Denise Almeida, Eugênia Alves, Francisco Foureaux, Heloísa Baldo, Leonardo Ferreira, Paulo Rogedo, Soraya Oliveira

Analista de Conteúdo Pedagógico: Paula VilelaAnalista de Suporte Pedagógico: Caio PontesAnalista técnico-Pedagógica: Graziene de AraújoAssistente técnico-Pedagógica: Werlayne BastosAssistentes técnico-Administrativas: Aline Freitas, Lívia Espírito Santo

tECnoLoGiA EDuCACionALGerente de tecnologia Educacional: Alex RosaLíder de Desenvolvimento de novas tecnologias: Carlos Augusto PinheiroCoordenadora Pedagógica de tecnologia Educacional: Luiza WinterCoordenador de tecnologia Educacional: Eric LongoCoordenadora de Atendimento de tecnologia Educacional: Rebeca MayrinkAnalista de Suporte de tecnologia Educacional: Alexandre PaivaAssistentes de tecnologia Educacional: Augusto Alvarenga, Naiara MonteiroDesigner de interação: Marcelo CostaDesigners instrucionais: Alisson Guedes, David Luiz Prado, Diego Dias, Fernando Paim,

Mariana Oliveira, Marianna DrumondDesigner de vídeo: Thais MeloEditora Audiovisual: Marina Ansalonirevisor: Josélio VerteloDiagramadores: Izabela Brant, Raony Abade

ProDuçãoGerente de Produção: Luciene FernandesAnalista de Processos Editoriais: Letícia OliveiraAssistente de Produção Editorial: Thais Melgaço

núcleo PedagógicoGestores Pedagógicos: Amanda Zanetti, Vicente Omar TorresCoordenadora Geral de Produção: Juliana RibasCoordenadoras de Produção Pedagógica: Drielen dos Santos, Isabela Lélis, Lílian Sabino,

Marilene Fernanda Guerra, Thaísa Lagoeiro, Vanessa Santos, Wanelza Teixeira

Analistas Pedagógicos: Amanda Birindiba, Átila Camargos, Bruno Amorim, Bruno Constâncio, Daniel Menezes, Daniel Pragana, Daniel Pretti, Dário Mendes, Deborah Carvalho, Joana Leite, Joyce Martins, Juliana Fonseca, Luana Vieira, Lucas Maranhão, Mariana Campos, Mariana Cruz, Marina Rodrigues, Paulo Caminha, Paulo Vaz, Raquel Raad, Stênio Vinícios de Medeiros, Taciana Macêdo, Tatiana Bacelar, Thalassa Kalil, Thamires Rodrigues, Vladimir Avelar

Assistente de tecnologia Educacional: Numiá GomesAssistentes de Produção Editorial: Carolina Silva, Suzelainne de Souza

Produção EditorialGestora de Produção Editorial: Thalita NigriCoordenadores de núcleo: Étore Moreira, Gabriela Garzon, Isabela DutraCoordenadora de iconografia: Viviane FonsecaPesquisadores iconográficos: Camila Gonçalves, Débora Nigri, Eloine Reis, Fabíola Paiva,

Guilherme Rodrigues, Núbia Santiagorevisores: Ana Maria Oliveira, Gabrielle Ruas, Lucas Santiago, Luciana Lopes, Natália Lima,

Tathiana OliveiraArte-Finalistas: Cleber Monteiro, Gabriel Alves, Kátia SilvaDiagramadores: Camila Meireles, Isabela Diniz, Kênia Sandy Ferreira, Lorrane Amorim,

Naianne Rabelo, Webster Pereirailustradores: Reinaldo Rocha, Rodrigo Almeida, Rubens Lima

Produção GráficaGestor de Produção Gráfica: Wellington SeabraAnalista de Produção Gráfica: Marcelo CorreaAssistente de Produção Gráfica: Patrícia ÁureaAnalistas de Editoração: Gleiton Bastos, Karla Cunha, Pablo Assunção, Taiana Amorimrevisora de Produção Gráfica: Lorena Coelho

Coordenador do PSm: Wilson BittencourtAnalistas de Processos Editoriais: Augusto Figueiredo, Izabela Lopes, Lucas RoqueArte-Finalista: Larissa AssisDiagramadores: Anna Carolina Moreira, Maycon Portugal, Rafael Guisoli, Raquel Lopes,

Wallace Weberilustradores: Carina Queiroga, Hector Ivo Oliveirarevisoras: Danielle Cardoso, Luísa Guerra, Marina Oliveira

ConSELho DirEtorDiretor Administrativo-Financeiro: Rodrigo Fernandes DomingosDiretor de Ensino: Rommel Fernandes DomingosDiretor Pedagógico: Paulo RibeiroDiretor Pedagógico Executivo: Marcos Raggazzi

DirEçãoDiretor Executivo: Tiago Bossi

Expediente

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3Bernoulli Sistema de Ensino

APRESENTAÇÃOPrezado(a) professor(a),

A função deste Manual é orientá‑lo(a) sobre a melhor forma de utilizar as publicações de Língua Portuguesa da Coleção 4V, de forma a facilitar o trabalho em sala de aula. Aqui, você encontrará as diretrizes educacionais a partir das quais o material foi estruturado, uma sugestão de cronograma que viabilizará o cumprimento do Conteúdo Programático e uma série de alternativas didáticas para auxiliá‑lo nas aulas.

O material de Língua Portuguesa da Coleção 4V é dividido em três frentes: a Frente A, que trabalha o conteúdo de Produção de Texto; a Frente B, que explora a Literatura; e a Frente C, que aborda a Gramática.

A Frente A foi idealizada para acabar com o mito – bastante difundido entre os estudantes – de que “escrever é difícil, impossível ou privilégio para poucos”. O que esse material de produção de texto busca é mostrar ao aluno que a escrita é possível a ele também. Então, professor(a), antes de tudo, mostre a seu aluno que escrever é desenvolver habilidades que envolvem um processo consciente de produção de texto e não um resultado de inspirações. Por isso, desde o início é colocado – e você deve reforçar isto – que o ato de escrever se presta a estabelecer uma relação sociocomunicativa e, para que essa relação se realize com sucesso, alguns aspectos devem ser considerados. Capacite seu aluno a ajustar o texto a necessidades situacionais. Não imponha regras do que é certo ou errado, pois isso irá cercear a sua criatividade para produzir textos. Convide‑o a refletir sobre o processo da escrita, habilitando‑o a perceber o que é necessário, relevante, pertinente, justificável na elaboração de qualquer texto. Despertar o interesse do aluno para a escrita e facilitar esse processo é o nosso compromisso.

A Frente B foi desenvolvida com o intuito de tornar as aulas de Literatura enriquecedoras e aprazíveis para, a partir daí, conseguir despertar no aluno consciência estética e sensibilidade lírica. Por isso, não restrinja as possibilidades de leitura do texto literário, trate‑o como ele realmente é: um texto polissêmico. Valorize a leitura e a interpretação do seu aluno, estimule‑o a ter outras análises, outras visões sobre um mesmo objeto de estudo. Utilize o tópico “Releituras” para mostrar o impacto que algumas obras, alguns autores ou algumas escolas literárias tiveram sobre a posteridade. Ao trabalhar essa seção, procure sempre ressaltar como o contexto de recepção de um texto altera a percepção do leitor. Também é significativo considerar que a crítica que uma geração de intelectuais faz de seus antecessores é geralmente fruto de mudanças históricas, sociais e, sobretudo, de concepções culturais vigentes. Tornar‑se consciente desse fato é importante, inclusive, para que o aluno se perceba como um leitor do século XXI, guiado pelos valores de seu tempo. Além disso, com as informações sobre História da Arte apresentadas nos módulos, explore o diálogo com outras artes para que o aluno perceba a pintura, a arquitetura e a escultura em seus aspectos semióticos, visuais, intertextuais, multiculturais, ideológicos e históricos.

A Frente C foi planejada para derrubar uma série de tabus sobre a Língua Portuguesa, que dizem respeito, principalmente, às regras que a normatizam, tais como o de que “o português é a língua mais difícil que existe” ou de que “no português só há exceções”. O que o material de Gramática pretende é desenvolver no aluno um maior domínio da língua, derrubando esses tabus. Por isso, professor(a), procure mostrar ao aluno que toda e qualquer língua é complexa e possui suas particularidades; teoricamente, nada permite dizer que uma é “mais fácil” ou “mais difícil” que as demais. Aproveite, professor(a), para mostrar ao aluno que, por ser falante, ele já domina muito bem a língua, ainda que não pense em regras e exceções enquanto a está usando. Estimule‑o a confiar em si mesmo e na intuição de falante que tem, a raciocinar sobre as estruturas linguísticas que lhe forem apresentadas, em vez de apenas decorar regras e exceções. Mostre a ele que reconhecer e saber usar os diversos registros de língua existentes – inclusive o padrão – é extremamente importante, não apenas para resolver questões de gramática, mas para que ele seja capaz de compor bons textos, seja no vestibular, seja na universidade ou ao longo de sua vida profissional.

Esperamos que, com esse auxílio, você possa desenvolver ainda melhor o seu trabalho.

Os autores.

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4 Coleção 4V

novidades 2018O Bernoulli Sistema de Ensino tem sua atividade pautada na busca constante da excelência. Por isso,

trabalhamos sempre atentos à evolução do mercado e com empenho para oferecer as melhores soluções educacionais aos nossos parceiros. Em 2017, iniciamos o nosso atendimento ao segmento da Educação Infantil com o material didático para 4 e 5 anos, que já é sucesso nas escolas, trazendo ainda mais inovação e qualidade para as práticas escolares. Em 2018, é hora de estendermos nossa atuação às outras crianças desse segmento: as de 2 e 3 anos, que poderão vivenciar práticas lúdicas e pedagogicamente ricas.

Nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, a novidade é a parceria firmada para oferta de uma coleção de livros literários totalmente alinhada aos temas trabalhados nos livros do 1º ao 5º ano. As obras são voltadas para o desenvolvimento de temas transversais, como respeito a diferenças, sustentabilidade, cidadania e manifestações culturais. Além disso, atendendo aos pedidos de nossos parceiros, passamos a oferecer o livro de Língua Inglesa para o 1º ano, que foi construído com o mesmo rigor de qualidade e com mais ludicidade ainda, em consonância com a proposta pedagógica da Educação Infantil e com a dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental.

Nos Anos Finais do Ensino Fundamental, a grande novidade fica a cargo da Coleção de Arte para o 6º até o 9º ano, que apresenta uma abordagem integrada das quatro linguagens artísticas (artes visuais, música, teatro e dança), de forma a desenvolver a sensibilidade, criticidade, criatividade, bem como a fruição estética, entrelaçando a esses aspectos práticas de criação e produção artísticas, incitando nos alunos e nos professores um olhar reflexivo e curioso. Contamos também com um novo livro de Biologia para atender às escolas que trabalham separadamente esse componente curricular no 9º ano do Ensino Fundamental, uma solução totalmente integrada às temáticas e ao projeto editorial da Coleção Ensino Fundamental Anos Finais. Temas como a Bioquímica, a Biotecnologia, a Ecologia, a Evolução são destaques no conteúdo programático dessa obra, que tem como objetivo a retomada de assuntos trabalhados ao longo do Ensino Fundamental e a introdução de tópicos relevantes para a preparação dos alunos que em breve ingressarão no Ensino Médio.

No Ensino Médio, as novidades estão no campo da tecnologia, com a disponibilização do Meu Bernoulli também para a 1ª e a 2ª série. Além disso, será disponibilizado um novo formato de e-book, mais leve, com novas funcionalidades e recursos de acessibilidade. Quem já conhece sabe que o Meu Bernoulli é uma plataforma digital de aprendizagem inovadora capaz de trazer grandes benefícios para a comunidade escolar. Além de todas as funcionalidades que o Meu Bernoulli já apresenta, os parceiros que adquirirem os Simulados Enem terão, a partir deste ano, acesso a todas as provas comentadas.

A inovação também está presente no Bernoulli TV! A partir de agora, os vídeos estarão disponíveis no app e em maior variedade, de modo a apresentar a resolução de questões para novas disciplinas das Coleções 6V, 4V e 2V, Ensino Médio (1ª e 2ª séries) e também para a Coleção do 9º ano do Ensino Fundamental. Além disso, estarão disponíveis a resolução de todos os Simulados Enem e Ensino Médio (1ª e 2ª séries) logo após a aplicação das provas e os áudios para as disciplinas de Língua Inglesa e Língua Espanhola.

E ainda tem mais: alinhado com um mundo cada vez mais digital, o Bernoulli Sistema de Ensino passa a integrar os seus objetos de aprendizagem (games, animações, simuladores e vídeos) às Coleções, de modo que eles possam ser acessados através de QR codes e códigos impressos nos materiais físicos. Com isso, o conteúdo estará sempre à mão, podendo ser acessado por meio de smartphones e tablets, onde o aluno estiver, tornando a aprendizagem ainda mais interativa e instigante!

Como você poderá comprovar, o Bernoulli Sistema de Ensino não para! Estamos sempre à frente a fim de trazer o que há de melhor para que sua escola continue sempre conosco.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICASe é pelas atividades de linguagem que o homem se constitui sujeito, só por intermédio delas é que tem condições de refletir sobre si mesmo.

Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 2002)

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Na contemporaneidade, uma das dificuldades comuns para os alunos é o uso adequado das múltiplas linguagens a que eles têm acesso. As mídias diversificadas do nosso tempo, aparentemente, alteraram o espaço da palavra escrita ou do texto impresso com suas diversas possibilidades. O resgate do ato de ler e de escrever, entretanto, é primordial para que o aluno possa ter um desempenho satisfatório ao usar a língua, não só na escrita – com suas normas e exigências técnicas, sem dúvida, necessárias –, mas também na expressão precisa de suas ideias e na compreensão do mundo que o cerca.

Diferenciar as várias situações e contextos em que a escrita é socialmente produzida e ser capaz de fazer uso da linguagem adequada à situação de interlocução são propósitos que se espera alcançar nas aulas de Língua Portuguesa do Ensino Médio.

Para definir a metodologia utilizada na Coleção 4V – Língua Portuguesa, foram determinados alguns objetivos. Assim, adotou-se uma perspectiva discursiva que considera, além da necessidade de ler e de escrever corretamente, a relação entre a linguagem e seus diversos contextos de uso.

É preciso que o aluno compreenda que não existe só uma variedade de português e que a norma-padrão é apenas um dos diferentes registros em que a língua se organiza. É preciso que compreenda ainda que, apesar dessa relatividade, a língua padrão é o registro que precisa dominar para ser bem-sucedido, tanto no vestibular quanto ao longo de sua vida profissional. Assim, o estudo da Língua Portuguesa é feito a partir de uma perspectiva mais ampla, que é a de conhecer as diversas possibilidades da língua, o modo como ela se organiza e os contextos em que tais possibilidades são aceitáveis ou não.

Pensada desse modo, a Coleção 4V – Língua Portuguesa está organizada em três frentes de trabalho: Redação, Literatura e Gramática, que se desenvolvem em uma dinâmica de complementaridade e dependência. Assim, busca-se relacionar os diferentes conteúdos presentes em cada uma das frentes e desenvolvê-los com inúmeras potencialidades.

Dessa forma, pretende-se contribuir para que nossos alunos tenham condições não apenas de utilizar corretamente a Língua Portuguesa, mas de refletir sobre ela e sobre suas diversas idiossincrasias. Consequentemente, eles poderão, com o auxílio da linguagem e também por meio dela, conquistar e desempenhar bem o seu papel de cidadão.

Matriz de referência eneMLinguagem, Códigos e suas Tecnologias

Eixos cognitivos (comuns a todas as áreas de conhecimento)

I. Dominar linguagens (DL): dominar a norma culta da Língua Portuguesa e fazer uso das linguagens matemática, artística e científica e das línguas espanhola e inglesa.

II. Compreender fenômenos (CF): construir e aplicar conceitos das várias áreas do conhecimento para a compreensão de fenômenos naturais, de processos histórico-geográficos, da produção tecnológica e das manifestações artísticas.

III. Enfrentar situações-problema (SP): selecionar, organizar, relacionar, interpretar dados e informações representados de diferentes formas, para tomar decisões e enfrentar situações-problema.

IV. Construir argumentação (CA): relacionar informações, representadas em diferentes formas, e conhecimentos disponíveis em situações concretas, para construir argumentação consistente.

V. Elaborar propostas (EP): recorrer aos conhecimentos desenvolvidos na escola para elaboração de propostas de intervenção solidária na realidade, respeitando os valores humanos e considerando a diversidade sociocultural.

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6 Coleção 4V

Habilidades e competênciasCompetência de área 1 – Aplicar as tecnologias da comunicação e da informação na escola, no trabalho e em outros contextos relevantes para sua vida.

H1 – Identificar as diferentes linguagens e seus recursos expressivos como elementos de caracterização dos sistemas de comunicação.

H2 – Recorrer aos conhecimentos sobre as linguagens dos sistemas de comunicação e informação para resolver problemas sociais.

H3 – Relacionar informações geradas nos sistemas de comunicação e informação, considerando a função social desses sistemas.

H4 – Reconhecer posições críticas aos usos sociais que são feitos das linguagens e dos sistemas de comunicação e informação.

Competência de área 3 – Compreender e usar a linguagem corporal como relevante para a própria vida, integradora social e formadora da identidade.

H9 – Reconhecer as manifestações corporais de movimento como originárias de necessidades cotidianas de um grupo social.

H10 – Reconhecer a necessidade de transformação de hábitos corporais em função das necessidades cinestésicas.

H11 – Reconhecer a linguagem corporal como meio de interação social, considerando os limites de desempenho e as alternativas de adaptação para diferentes indivíduos.

Competência de área 4 – Compreender a arte como saber cultural e estético gerador de significação e integrador da organização do mundo e da própria identidade.

H12 – Reconhecer diferentes funções da arte, do trabalho da produção dos artistas em seus meios culturais.

H13 – Analisar as diversas produções artísticas como meio de explicar diferentes culturas, padrões de beleza e preconceitos.

H14 – Reconhecer o valor da diversidade artística e das inter‑relações de elementos que se apresentam nas manifestações de vários grupos sociais e étnicos.

Competência de área 5 – Analisar, interpretar e aplicar recursos expressivos das linguagens, relacionando textos com seus contextos, mediante a natureza, função, organização, estrutura das manifestações, de acordo com as condições de produção e recepção.

H15 – Estabelecer relações entre o texto literário e o momento de sua produção, situando aspectos do contexto histórico, social e político.

H16 – Relacionar informações sobre concepções artísticas e procedimentos de construção do texto literário.

H17 – Reconhecer a presença de valores sociais e humanos atualizáveis e permanentes no patrimônio literário nacional.

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Competência de área 6 – Compreender e usar os sistemas simbólicos das diferentes linguagens como meios

de organização cognitiva da realidade pela constituição de significados, expressão, comunicação e informação.

H18 – Identificar os elementos que concorrem para a progressão temática e para a organização

e estruturação de textos de diferentes gêneros e tipos.

H19 – Analisar a função da linguagem predominante nos textos em situações específicas de interlocução.

H20 – Reconhecer a importância do patrimônio linguístico para a preservação da memória e da

identidade nacional.

Competência de área 7 – Confrontar opiniões e pontos de vista sobre as diferentes linguagens e suas

manifestações específicas.

H21 – Reconhecer em textos de diferentes gêneros, recursos verbais e não verbais utilizados com a

finalidade de criar e mudar comportamentos e hábitos.

H22 – Relacionar, em diferentes textos, opiniões, temas, assuntos e recursos linguísticos.

H23 – Inferir em um texto quais são os objetivos de seu produtor e quem é seu público‑alvo,

pela análise dos procedimentos argumentativos utilizados.

H24 – Reconhecer no texto estratégias argumentativas empregadas para o convencimento do público,

tais como a intimidação, sedução, comoção, chantagem, entre outras.

Competência de área 8 – Compreender e usar a Língua Portuguesa como língua materna, geradora de

significação e integradora da organização do mundo e da própria identidade.

H25 – Identificar, em textos de diferentes gêneros, as marcas linguísticas que singularizam as variedades

linguísticas sociais, regionais e de registro.

H26 – Relacionar as variedades linguísticas a situações específicas de uso social.

H27 – Reconhecer os usos da norma‑padrão da Língua Portuguesa nas diferentes situações de comunicação.

Competência de área 9 – Entender os princípios, a natureza, a função e o impacto das tecnologias da

comunicação e da informação na sua vida pessoal e social, no desenvolvimento do conhecimento, associando‑o

aos conhecimentos científicos, às linguagens que lhes dão suporte, às demais tecnologias, aos processos de

produção e aos problemas que se propõem solucionar.

H28 – Reconhecer a função e o impacto social das diferentes tecnologias da comunicação e informação.

H29 – Identificar pela análise de suas linguagens, as tecnologias da comunicação e informação.

H30 – Relacionar as tecnologias de comunicação e informação ao desenvolvimento das sociedades e ao

conhecimento que elas produzem.

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8 Coleção 4V

PLANEJAMENTO ANUALDisciplina: LÍNGUA PORTUGUESA série: 3ª segmento: EM/Pv

fr En TE módu Lo VoLumE Con TEúdo

A

01

1

• Tipos e gêneros textuais

02 • Coerência e coesão

03 • Planejamento, introdução e tese do texto dissertativo‑argumentativo

04

2

• Desenvolvimento do texto dissertativo‑argumentativo e estratégias argumentativas

05 • Contra‑argumentação, falhas argumentativas e modalização

06 • Conclusão do texto dissertativo‑argumentativo

07

3

• Funções da linguagem

08 • Variação linguística

09 • Narração e descrição

10

4

• Gêneros jornalísticos e gêneros digitais

11 • Cartas

12 • Textos não verbais e publicitários

B

01

1

• Figuras de linguagem, figuras sonoras e gêneros literários

02 • Trovadorismo, Humanismo, Classicismo e Quinhentismo

03 • Barroco e Arcadismo

04

2

• Elementos da prosa

05 • Romantismo

06 • Realismo e Naturalismo

07

3

• Parnasianismo e Simbolismo

08 • Intertextualidade

09 • Pré‑Modernismo e Modernismo: 1ª fase

10

4

• Modernismo: 2ª e 3ª fases

11 • Poesia Concreta, Poesia Marginal, Tropicalismo e Pós‑Modernismo

12 • Manifestações literárias africanas, indígenas e portuguesas

C

01

1

• Acentuação e ortografia

02 • Classes de palavras

03 • Pronomes

04

2

• Verbos

05 • Estudo do período simples – sujeito e predicado

06 • Termos ligados ao verbo e ao nome

07

3

• Concordância

08 • Regência

09 • Período composto por coordenação

10

4

• Período composto por subordinação

11 • Pontuação

12 • Estrutura e formação de palavras

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9Bernoulli Sistema de Ensino

PLANEJAMENTO dO vOLuMEDisciplina: LíNguA POrTuguEsA

série: 3ª

segmento: EM/Pv

volume: 1

FRENTE módulo co NTEúdo Sug ESTõES dE ESTRaTégia S

A

01 • Tipos e gêneros textuais • Aula expositiva

• Aplicação de exercícios

• Resolução de exercícios

• Aula prática

• Debates

• Aula multimídia

•  Júri simulado

• Discussão em grupos

• Filmes

02 • Coerência e coesão

03 • Planejamento, introdução e tese do texto dissertativo-argumentativo

B

01 • Figuras de linguagem, figuras sonoras e gêneros literários

02 • Trovadorismo, Humanismo, Classicismo e Quinhentismo

03 • Barroco e Arcadismo

C

01 • Acentuação e ortografia

02 • Classes de palavras

03 • Pronomes

OriENTAçõEs PArA cOMPOsiçãO

dE cArgA HOráriAPara otimizar o uso do material, sugerimos a você, professor(a), uma composição de carga horária em

que deverão ser observados alguns pontos enumerados a seguir.

uso anual

1. Considere que o ano letivo tenha, em média, trinta e duas semanas letivas. Como a Coleção 4V possui quatro volumes, recomendamos dedicar oito semanas letivas a cada volume.

2. O conteúdo de Língua Portuguesa está disposto em três frentes. As frentes A, B e C têm, respectivamente, três módulos por volume.

Para calcular o número médio de aulas por módulo, basta considerar a carga horária de oito semanas e dividi-la pelo número de módulos.

Após a utilização dos quatro volumes da Coleção 4V, recomendamos que seja realizada uma revisão em, pelo menos, duas semanas letivas.

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10 Coleção 4V

ORiENTAÇõES E SUGESTõES

módu Lo – A 01

Tipos e gêneros textuais

Prezado professor(a), o primeiro módulo de nosso livro tem por objetivo fazer com que os alunos

compreendam o conceito de texto com base em uma perspectiva discursiva e sociocomunicativa. Para

isso, optamos por trabalhar com a análise de diversos textos, focando os papéis do produtor e do receptor,

o contexto em que os textos foram produzidos e, simultaneamente, relacionando‑os aos fatores linguísticos

e pragmáticos responsáveis pela construção da textualidade. Conhecer esses fatores e reconhecê‑los em

um texto ou em uma proposta de redação ajudará os alunos tanto no processo de leitura e de interpretação

quanto no de produção de textos.

Esse trabalho será feito por meio da análise de textos de diversos gêneros ao longo do módulo, contudo

vale observar que não foram esgotadas todas as possibilidades. Desse modo, procure completar essas

análises em sala, tendo em vista as necessidades e as dúvidas dos alunos. Outra estratégia que deve ser

adotada durante o estudo do texto ao logo do ano é a de relacionar a discussão feita no caderno principal

às propostas de redação. Você deverá, também, orientá‑los e incentivá‑los a adotarem esse hábito, pois

eles devem entender que a produção de um bom texto inicia‑se com uma boa leitura da proposta.

No estudo sobre a distinção entre gêneros e tipos textuais, é interessante relacionar esses conceitos aos

contextos em que os textos se manifestam, pois, nesse momento, é importante que os alunos comecem

a caracterizar os textos em função da situação sociocomunicativa em que estes se manifestam. Para isso,

explore com os alunos os dois exemplos de e-mail, que diferem na linguagem exatamente por terem sido

produzidos em contextos sociocomunicativos distintos. O primeiro, num contexto profissional e, por isso,

formal; o segundo, num contexto mais pessoal, em que amigas discutem um trabalho de escola, valendo‑se

de uma linguagem mais coloquial.

No tópico “Hibridização dos gêneros textuais”, mostre aos alunos que os gêneros não são estanques, uma

vez que se unem e se adequam dependendo do objetivo comunicativo que apresenta. Para isso, analise

o exemplo apresentado no livro, mas também explore outros, especialmente os ligados à literatura e

à publicidade.

Para apresentar os tipos textuais e suas características formais, usamos vários exemplos, os quais devem

ser explorados por você em sala, mas o estudo não deve se limitar a eles. Por isso, professor(a), incentive‑os

a buscar exemplos das tipologias nos textos com os quais têm contato no dia a dia, contribuindo, assim, para

a construção da autonomia dos estudantes. Ao tratar do tipo argumentativo, por exemplo, você pode valer‑se

de produções dos próprios alunos e, ainda, realizar atividades de análises desmembrando a estrutura do

texto em partes – introdução, argumentos e conclusão –, a fim de que cada uma seja facilmente reconhecida

e recuperada pelos alunos em suas próprias produções.

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Manual do Professor

11Bernoulli Sistema de Ensino

A segunda parte do módulo tem por objetivo orientar os alunos para a produção de textos dissertativo‑

‑argumentativos, apresentando detalhadamente as características da linguagem dos textos dessa natureza.

O foco dado a esse tópico está nas competências avaliadas pelo Enem na produção da redação, por isso,

foram trazidas redações de alunos para exemplificar cada uma das competências e, também, as características

gerais do gênero dissertativo‑argumentativo.

Para servir de ponto de partida para o estudo dos textos dissertativo‑argumentativos, leia com os alunos a

redação sobre o tema do Enem 2015: “Caminhos para combater a intolerância religiosa”. Seria interessante

levar para a sala de aula essa proposta e apresentá‑la aos alunos, a fim de tornar mais completa a análise

feita por eles da produção apresentada.

Durante todo o estudo do texto dissertativo‑argumentativo, é importante que você, professor(a),

conscientize os alunos de que, embora nesse tipo de texto deva‑se expressar uma opinião sobre o assunto

proposto, essa opinião não tem validade por si só. Ela só será levada em consideração se houver informações

plausíveis que a sustentem.

Para auxiliar seus alunos a definirem os objetivos que guiarão a escrita, você deve diferenciar os tipos

mais comuns de propostas que solicitam a produção de textos dissertativo‑argumentativos: aquelas que

definem o objetivo a ser cumprido e aquelas que apenas apresentam um tema e deixam a cargo do redator

a delimitação do objetivo. Nesse caso, recorrer a propostas dos módulos desse volume e outras trazidas ou

elaboradas por você pode ser uma boa forma de ampliar o repertório de exemplos do livro.

Por fim, professor(a), ao apresentar aos alunos as competências avaliadas no Enem, explique‑as e ressalte

que, para produzirem um bom texto nesse exame, eles devem estar atentos ao que será cobrado, guiando

as suas produções de acordo com essas diretrizes de avaliação. Aproveite todas as redações apresentadas

no módulo para discutir com os alunos o que é adequado e inadequado nos textos desse gênero, guiando

as suas produções com base nessas análises e, se possível, discutindo‑as também em sala.

módu Lo – A 02

Coerência e coesão

Professor(a), o módulo 02 trata da coerência de uma perspectiva didática, objetivando indicar alguns

caminhos ao aluno que lhe facilitem a leitura e a produção de textos.

Nessa etapa, será muito importante que você deixe claro aos alunos que a coerência não está

desvinculada dos outros fatores de textualidade já estudados. Se julgar necessário, retome, com eles,

todos esses fatores (pragmáticos: situacionalidade, intencionalidade, aceitabilidade, informatividade

e intertextualidade; de construção da coerência e da coesão: conhecimento de mundo, conhecimento

partilhado, inferência, focalização, consistência e relevância). É importante também que você, ao

ler os exemplos ao longo desse módulo e ao citar outros, sempre procure abordá‑los tendo em vista

esses fatores.

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12 Coleção 4V

A divisão dada ao conteúdo nesse módulo é, como foi dito, didática. Os conceitos de “coerência interna” e

“coerência externa” dificilmente poderiam ser definidos com precisão, dada a diversidade de textos existentes

e de situações em que se manifestam. Entretanto, como nosso objetivo é fornecer ao aluno estratégias para

que ele leia e escreva bem, optamos por estudar a coerência dividindo‑a em “externa” – entre o texto e seu

contexto sociocomunicativo – e “interna” – entre as ideias apresentadas no texto.

Procure, nesse momento, apresentar vários gêneros textuais (reportagens, artigos, crônicas, charges,

histórias em quadrinhos) e solicitar aos alunos que digam como a coerência externa, ou seja, entre o texto e

seu contexto, é entendida em cada um deles. Paralelamente a isso, procure fazer com que reflitam, também,

sobre os conhecimentos que eles próprios usam ao fazer essas definições. Ajude‑os a perceber que, para

isso, eles acionam na memória todos os conhecimentos que têm sobre os textos, sobre as circunstâncias

em que são produzidos, sobre quem os escreveu e para quem / que são destinados, etc. Essa é uma boa

maneira de não perder de vista os demais fatores de textualidade.

A coerência interna foi abordada com base em quatro princípios: repetição, relação, progressão e não

contradição. Os princípios de repetição e de relação estão intimamente relacionados a diversos mecanismos

de coesão, que serão tratados mais adiante no módulo. A progressão também será estudada posteriormente,

ao tratarmos um pouco mais da organização de textos dissertativo‑argumentativos. O princípio de não

contradição, por sua vez, está ligado à obediência a padrões lógico‑dedutivos. Cada um desses princípios foi

exemplificado por meio de textos comentados. Sugerimos que você leia os textos com os alunos e peça‑lhes

que indiquem as incoerências antes de apresentar a análise que acompanha cada um deles. Assim como fez

ao trabalhar a coerência externa, solicite, também, que eles digam quais conhecimentos estão mobilizando

para indicar as falhas dos textos.

Trabalhe a noção de coerência em relação à linguagem com base no texto usado como exemplo no livro.

Antes de apresentar a análise do texto, sugerimos que você peça aos alunos que indiquem as incoerências

que perceberem. Além disso, você pode citar outros exemplos de incoerência no nível de linguagem, tanto

em textos orais quanto em textos escritos. Importante é que os alunos tenham a consciência de que, como

todo texto é uma manifestação da linguagem, esta também interfere na coerência textual. Portanto, é preciso

usar a variedade linguística mais adequada ao se produzir um determinado gênero textual.

Para finalizar o estudo dos fatores de textualidade, o livro trata dos mecanismos de coesão, os quais,

conforme se afirma no texto‑base, relacionam‑se mais intimamente com a operacionalização de mecanismos

gramaticais e semânticos da língua.

Desse modo, se você é responsável por trabalhar as frentes A e C, procure relacionar o conteúdo que os

alunos verão nesse módulo ao estudo das classes de palavras (livro 1, módulo C02), dos pronomes (livro 1,

módulo C03, e livro 2, módulo C04) e dos verbos (livro 2, módulo C05). Se você divide o trabalho de produção

de texto e o ensino de gramática com outro professor, tente elaborar, junto com ele, uma estratégia para

que os alunos compreendam a complementaridade dos conteúdos das frentes.

Esse procedimento é essencial, pois fará com que os alunos entendam a importância de estudarem a gramática

da língua. Como é de conhecimento geral, há um enorme preconceito contra o estudo de regras gramaticais,

o que em muito se deve ao fato de que, normalmente, vê‑se esse estudo desvinculado de objetivos práticos.

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13Bernoulli Sistema de Ensino

O preconceito intensificou‑se ainda mais desde que as maiores universidades do país começaram a cobrar

o conhecimento gramatical aplicado ao texto. Desde então, criou‑se, equivocadamente, a ideia de que

“gramática não cai no vestibular”. Ocorre que, embora questões gramaticais mais teóricas de fato tenham

se tornado raras nas provas, conhecer conceitos morfológicos, sintáticos e semânticos da língua é essencial

para interpretar e redigir textos. Portanto, é seu papel, professor(a), tentar desfazer esse equívoco e

estimular os alunos a conhecerem melhor a Língua Portuguesa para que possam usá‑la eficientemente na

escola, no vestibular, no cotidiano.

Para iniciar o estudo da coesão, sugerimos que você leia o texto “As fraudes do auxílio‑doença”, juntamente

com os alunos, e detenha‑se em cada um dos termos destacados, solicitando‑lhes que indiquem a relação

que esse termo estabelece com os demais – se substitui uma palavra ou frase anterior, se retoma uma

ideia, se estabelece uma relação de sentido entre palavras e frases, etc. Esse exercício deve ter o objetivo

de mostrar aos alunos que a coesão textual é estabelecida por meio de constantes repetições e relações.

Antes de iniciar o estudo dos mecanismos de coesão referencial, sugerimos que você apresente aos alunos

os conceitos linguísticos de “referência” e “referente”, relacionando‑os à produção de sentido. Sugerimos,

também, que retome o conceito de “signo linguístico”, lembrando aos alunos que “significado” é um conceito

genérico. Linguisticamente falando, para ter “sentido”, um signo linguístico precisa estar ligado a um elemento

qualquer do mundo real, ou seja, a um “referente”.

Depois de trabalhar os tipos de referência, apresente os mecanismos de substituição e de elipse. Sugerimos

que, ao trabalhar esses três mecanismos, você use, além dos exemplos do livro, outros, listando‑os para

os alunos. Desse modo, você pode evidenciar, por meio de setas, cores distintas e símbolos, as relações de

referência, as substituições e elipses em diferentes orações e períodos.

Ao trabalhar os mecanismos de coesão lexical, procure mostrar que eles permitem, principalmente,

repetir – o que é tão necessário para o estabelecimento da coesão –, evitando, entretanto, que o texto se

torne enfadonho devido à recorrência de palavras e estruturas idênticas. Pode‑se dizer que eles possibilitam

“repetir em diferença”. Utilize os exemplos do livro e outros que você pode criar ou retirar de textos para

ajudar os alunos a conhecerem melhor cada um deles.

módu Lo – A 03

Planejamento, introdução e tese do texto dissertativo-argumentativo

Professor(a), o estudo do planejamento do texto é de extrema importância para que os alunos percebam

que escrever é um processo que não se limita ao ato de botar as ideias no papel. Assim, antes de

começar esse estudo, reitere as informações do livro, segundo as quais a produção de um texto se inicia

antes da escrita. Você deve incentivar, nesse caso, a reflexão sobre o que e como escrever, em vez de

simplesmente estimular a redação intuitiva, sem planejamento. Mostre que o tempo que supostamente

se perde fazendo o planejamento será recompensado posteriormente, já que é mais rápido redigir

quando já se sabe o que escrever, e que, além disso, o planejamento viabiliza a redação de um texto

mais consistente e coerente.

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14 Coleção 4V

Ao apresentar os métodos de planejamento “esquemas” e “mapas mentais”, incentive‑os a produzir esses

registros antes de redigir todas as propostas de redação previstas para a etapa a partir deste momento. Seria

interessante e importante, ainda, que você avaliasse os planejamentos, comparando‑os com a redação final.

Há, no final da primeira parte do módulo, atividades que exigem dos alunos a produção de planejamentos

de textos. A primeira é a produção de um esquema de redação sobre o tema “O fenômeno das notícias

falsas no jornalismo contemporâneo” e, a segunda, a produção de um mapa mental sobre o tema “Perigo

do consumo de álcool por adolescentes”. Professor(a), como atividade extra de produção textual, você pode

solicitar aos alunos a redação de textos dissertativo‑argumentativos com base nos planejamentos feitos. Para

isso, seria interessante que você levasse para a turma textos sobre os assuntos abordados, que funcionariam

como motivadores da proposta. Por sua vez, a terceira atividade exige do aluno a percepção contrária:

a análise de um texto dissertativo‑argumentativo sobre o tema “Como conter o bullying nas escolas”, na qual

se identifique, ou não, que houve, por parte do produtor, a realização de um planejamento prévio do texto.

Nesse caso, é um bom exercício também incentivar os alunos a produzirem seus próprios planejamentos

para o tema e o texto, comparando‑os, ao final, com o texto dado no Caderno Principal.

A segunda parte do módulo trata da introdução e da tese dos textos dissertativo‑argumentativos. Professor,

no estudo sobre a tese, ressalte a importância da elaboração de uma tese clara, delimitada e específica, que

o aluno seja capaz de defender com argumentos coerente e pertinentes. Nesse sentido, lembre‑os de que

a tese não pode ser ampla demais, ou basear‑se no senso comum, pois pode ser difícil, posteriormente,

organizar argumentos que a comprovem.

As formas de se introduzir um texto, comumente apresentadas em qualquer “manual de redação” que

objetiva ajudar as pessoas a redigirem melhor, devem ser apresentadas de modo mais ilustrativo. Nesse

caso, é importante mostrar aos alunos que há várias formas de abordar o leitor ao iniciar um texto e que

essas formas variam segundo a intenção sociocomunicativa. Deixe claro aos alunos que a introdução, assim

como todas as demais partes, deve integrar o texto e que, portanto, ao elaborá‑la, o produtor já deve ter

em mente qual será a função dela. Nesse sentido, você pode definir um tema ou uma proposta e pedir

para que os alunos produzam introduções possíveis para um texto dissertativo‑argumentativo, utilizando o

máximo de estratégias, como as apresentadas no módulo.

módu Lo – B 01

f iguras de linguagem, figuras sonoras e gêneros literários

Professor(a), antes de iniciar o estudo das figuras de linguagem e das figuras sonoras, discuta em sala

de aula a função da literatura na escola e na vida em sociedade, ressaltando que ela não deve ser reduzida

a uma disciplina ou conteúdo que se deve dominar para passar em provas e exames. Destaque sua função

social e sua influência na vida humana no decorrer dos séculos. Para isso, além dos tópicos apresentados no

caderno principal, leia e discuta com os alunos o artigo “O poder da literatura”, de José Castello, apresentado

no módulo A01 desse volume, e, ainda, se for possível, o texto “O direito à literatura”, de Antonio Candido,

facilmente recuperável online.

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15Bernoulli Sistema de Ensino

O estudo das figuras de linguagem e das figuras sonoras é fundamental para que o aluno tenha um

embasamento teórico que lhe permita perceber os aspectos semânticos de um texto, proporcionados pela

utilização de recursos sonoros e visuais. Portanto, é importante que você, professor(a), procure explorar

exemplos que sejam significativos nesse aspecto, ressaltando como os componentes estéticos dos textos,

especialmente dos poemas, são conscientemente empregados pelos autores na construção de sentido.

Demonstre a presença da antítese nos textos do Barroco, que são marcados por várias dualidades:

sagrado x profano, espiritual x carnal, luz x trevas, Deus x diabo, etc. Após fazer isso com os textos literários,

demonstre como a pintura barroca expressa a antítese pelo jogo de luz (nas imediações dos espaços em

que se encontram a Virgem e Cristo) e sombra (espaços da tela que marcam o distanciamento do que e de

quem se encontra longe das figuras sagradas). Nas obras de Rubens e de Caravaggio, você pode facilmente

encontrar tais exemplos.

Ao estudar a ironia, demonstre a presença dessa figura de linguagem nas produções paródicas. Além disso,

você poderá fazer uma seleção de charges e tirinhas nas quais a ironia é um recurso recorrente.

Como sugestão para o estudo dos aspectos rítmicos e sonoros de poemas, tem-se o livro Versos, sons

e ritmos, de Norma Goldstein, da série Princípios, editora Ática, que pode ser uma boa referência para a

preparação de uma aula sobre tais questões.

Professor(a), no que se refere ao estudo dos principais gêneros literários, você poderá explicar os elementos

estruturais de cada gênero trabalhando com as adaptações de um romance ou novela para o teatro ou

cinema. Por meio dessa prática, o aluno facilmente perceberá como ocorre a substituição do método narrativo

pelo processo dramático, constituído pelos diálogos. As novelas Decameron e Satiricon são facilmente

encontradas em vídeo e podem exemplificar essa transição da linguagem épica para a dramática. Caso você

opte por trabalhar com contos, vários já foram adaptados para a linguagem fílmica, como Primeiras estórias,

de Guimarães Rosa, na versão feita por Pedro Bial, em que os contos são desmembrados em pequenas

narrativas dentro do longa metragem Outras estórias (1999). No site Porta Curtas Petrobras (<http://www.

portacurtas.org.br>), você encontrará várias adaptações de contos de autores brasileiros, como Machado de

Assis (A cartomante, 2001), Clarice Lispector (Clandestina felicidade, 1998), Caio Fernando Abreu (Sargento

Garcia, 2000), Rubem Fonseca (Hildete, 2006) e Luiz Vilela (Françoise, 2001, e Rua da amargura, 2003),

entre outros. Como critério comparativo, é relevante evidenciar a concisão narrativa presente em ambos

os suportes (conto e curta).

Quando se estuda o gênero dramático, é indispensável um mínimo de contato com a estrutura do texto

teatral para que o aluno possa visualizar a sua montagem. Outra sugestão, professor(a), é que você

demonstre, também, esses elementos formais na escrita de um roteiro ou de um script de telenovela.

Após estudar separadamente os gêneros, demonstre para o aluno como a confluência deles em um único

texto é frequentemente praticada. Para isso, leve para a sala de aula exemplos de produções literárias

que exemplificam isso. Os textos de Drummond (principalmente o poema “Caso do vestido”), de Bandeira

(“Poema tirado de uma notícia de jornal”, “Namorados”, “Irene no céu”), de Clarice Lispector e de Guimarães

Rosa são ótimos para isso.

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16 Coleção 4V

módu Lo – B 02

Trovadorismo, Humanismo, Classicismo e Quinhentismo

Professor(a), ao iniciar o estudo do Trovadorismo, ressalte em sala de aula a riqueza da produção artística

da Idade Média, mostrando que é injusto o preconceito existente em relação a essa época, tratada como

Idade das Trevas, especialmente quando comparada ao Renascimento.

No estudo das cantigas, extrapole os exemplos apresentados no caderno principal. Uma sugestão é

apresentar a figura de Dom Dinis, conhecido como o “rei poeta”, que governou Portugal entre 1279 e 1325

e foi um monarca preocupado em promover a literatura e as artes entre seu povo, ficando conhecido por

criar a Universidade de Coimbra, uma das mais antigas da Europa, e também como trovador. Leve para a

sala de aula uma das cantigas de amigo compostas por ele, ouvindo‑a junto aos alunos e estimulando‑os a

identificar nela as características do período. Há cantigas de Dom Dinis disponíveis no YouTube.

Ao estudar as novelas de cavalaria, apresente aos alunos a obra Dom Quixote de la Mancha, escrita por

Miguel de Cervantes, que parodia esse tipo de produção literária. Outra sugestão é a de apresentar obras que

explorem a lenda do Rei Artur, como a série de romances As brumas de Avalon, escrita por Marion Zimmer

Bradley, que aborda a famosa lenda a partir da perspectiva das suas personagens femininas.

Ao tratar do Humanismo, tente explorar bastante o teatro vicentino, apresentando, além do Auto da barca

do inferno, outras das obras de Gil Vicente, ressaltando nelas como o ser humano passa a ocupar o centro

das reflexões, em contraposição à centralidade da Igreja identificada na Idade Média.

Professor(a), inicie o estudo do Classicismo distinguindo estilo artístico de época e estilo de cultura. Deixe

claro que o Classicismo é a expressão estética (artística) do estilo de cultura renascentista. Se possível,

promova uma palestra de um professor de História para introduzir o estudo dessa expressão estética.

Para o estudo do poeta Camões, a melhor estratégia é estudar seus próprios textos, relacionando‑os. Peça

aos alunos para redigirem suas impressões de leitura de dois ou três sonetos camonianos. Para garantir o

êxito desse estudo, analise juntamente com os alunos pelo menos um desses sonetos.

No que diz respeito à obra Os Lusíadas, escolha duas ou três estrofes dos episódios mais relevantes,

por exemplo, “O gigante Adamastor”, “A ilha dos amores” ou “O velho do Restelo”. Este último episódio,

por exemplo, comporta, pelo menos, duas leituras: na primeira, o velho visto como símbolo do atraso, do

conservadorismo; na segunda, o velho entendido como expressão de uma crítica contundente à ganância

do imperialismo lusitano.

No que se refere à arte renascentista, ressalte que uma espécie de volta à realidade é a conquista da

arte nesse período, que pode ser percebida na tela O casal Arnolfini, de Jan Van Eyck, o inventor da pintura

a óleo, que você pode mostrar em sala. Essa tela é a glorificação da vida burguesa por meio da exaltação

do amor conjugal, do apreço por objetos domésticos, sinais de um tempo que valoriza a materialidade.

Evidencie, ainda, a recuperação do prestígio da mitologia greco‑romana, outra característica do Classicismo,

que é realçada em telas como O nascimento de Vênus, do pintor Sandro Botticelli (1446‑1510), na qual se

contempla um mito clássico, e não mais uma representação cristã. Por fim, ao estudar a trajetória artística

de Leonardo da Vinci e Michelangelo, apresente outras obras para análise dos alunos em sala de aula,

ressaltando a importância desses artistas e do Renascimento de um modo geral no desenvolvimento das

artes no decorrer dos séculos.

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17Bernoulli Sistema de Ensino

Já o estudo do Quinhentismo envolve a análise de obras produzidas pelos jesuítas e pelos cronistas do

século XVI. Na literatura jesuítica, merece destaque a obra do Padre José de Anchieta. Para o estudo desse

autor, é aconselhável a consulta das obras completas publicadas pelas Edições Loyola, com notas feitas pelo

Padre Armando Cardoso. A leitura do capítulo que Alfredo Bosi dedica a Anchieta, em sua obra Dialética da

Colonização, também é aconselhável para a compreensão do projeto linguístico empregado no processo

de catequese.

Com relação à literatura informativa, produzida pelos cronistas, é de fundamental importância a abordagem

da Carta de Pero Vaz de Caminha, considerada a “certidão de nascimento do Brasil”. A análise da Carta

é essencial para que os alunos compreendam alguns dos traços definidores do nacionalismo brasileiro

(a exaltação da natureza, por exemplo), que será tema frequente no Romantismo e, posteriormente, no

Modernismo (embora com diferente abordagem). A respeito da Carta, as edições da Agir e as da L&PM são

as mais indicadas, pelo estudo histórico e crítico apresentados. O livro de Sérgio Buarque de Holanda, Visão

do paraíso, é um dos trabalhos mais bem‑elaborados entre os já publicados sobre a visão edênica do Brasil

nos textos de viagem e na literatura colonial.

módu Lo – B 03

Barroco e Arcadismo

Professor(a), no que se refere aos estudos sobre o Barroco, são de fundamental importância os trabalhos

de Affonso Ávila. Esse crítico possui várias publicações sobre o tema, que são indispensáveis a quem se

propõe a conhecer o assunto.

Como o Barroco foi uma arte dotada de forte persuasão visual, não deixe de trabalhar os aspectos icônicos

dessa manifestação artística. Em várias localidades do Brasil, há um rico acervo histórico que pode ser

explorado pelos professores por meio de visitas monitoradas. Caso não seja possível comparecer in loco,

leve para a sala de aula os estudos sobre a pintura, a arquitetura e a escultura barrocas. Os trabalhos da

professora Myriam Andrade Ribeiro de Oliveira são indicações importantes para o estudo de Aleijadinho.

Sobre a obra de Manoel da Costa Ataíde, foi lançado um trabalho pela editora C/ Arte, organizado pela

professora Adalgisa Arantes Campos. Vale a pena lembrar também o livro de ensaios de Mário de Andrade

publicados no volume Aspectos das artes plásticas no Brasil. Além disso, outra indicação bibliográfica é o

livro intitulado Imagem e persuasão, de Giulio Carlo Argan, lançado pela Companhia da Letras – excelente

obra para a compreensão icônica do Barroco.

Ao trabalhar a obra de Gregório de Matos, explore a diversidade de facetas de sua poética (lírica, satírica,

sacra), salientando a representatividade de seus versos como um dos primeiros trabalhos críticos em relação

à postura do Brasil frente ao mercantilismo português. O trabalho do professor João Adolfo Hansen, A sátira e

o engenho: Gregório de Matos e a Bahia do século XVII, é um erudito estudo sobre a obra do escritor baiano.

A respeito do Neoclassicismo, se houver necessidade de aprofundar as suas aulas sobre o tema, você poderá

recorrer à obra de Antonio Candido, Formação da literatura brasileira, que apresenta ótimos capítulos sobre

o Arcadismo. Também o trabalho de Ivan Teixeira, Mecenato pombalino e poesia neoclássica, lançado pela

Edusp / Fapesp, é um denso estudo sobre o contexto histórico e sobre a produção literária dos anos 1700,

que pode ser útil em suas aulas. Com relação à epopeia árcade, recomendamos O Uraguai e a fundação da

literatura brasileira, de Vânia Pinheiro Chaves, publicado pela Unicamp, que desenvolve um estudo sobre a

recepção da obra de Basílio da Gama na história da crítica literária.

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18 Coleção 4V

Professor(a), é muito comum, nos vestibulares, a associação entre o bucolismo dos textos árcades e das produções contemporâneas, principalmente em músicas. Busque analisar essa temática em diferentes textos de diversas épocas. Para enriquecer ainda mais o estudo sobre Arcadismo, e também para familiarizar os alunos com esse estilo de época, indique sites sobre o Museu da Inconfidência, em Ouro Preto. Nele, encontram‑se os restos mortais dos inconfidentes e também um rico acervo histórico.

módu Lo – C 01

Acentuação e ortografia

Professor, no início desse módulo, você irá encontrar uma definição breve e simplificada do conceito de signo linguístico, de significante e de significado. Além de serem essenciais para a compreensão da língua como sistema, esses conceitos são também indispensáveis para que o aluno compreenda a ortografia como mais uma convenção, usada para que seja possível representar na escrita os significantes dos signos linguísticos.

Empenhe‑se, nesse primeiro momento, em desfazer preconceitos contra a ortografia da Língua Portuguesa e em deixar seus alunos seguros de que já dominam muitas dessas convenções pelo simples fato de serem falantes desse idioma.

Vale observar que as regras de acentuação e os casos de ortografia apresentados no livro já estão em conformidade com o Acordo Ortográfico que entrou em vigor em primeiro de janeiro de 2009.

Para o estudo das regras de acentuação, você deve partir da noção de fonologia apresentada no livro, pois ela ajudará os alunos a entender um pouco melhor a dinâmica de tais regras. O objetivo, nesse caso, é mostrar que elas não são aleatórias; há uma lógica que lhes dá direcionamento.

Sendo assim, após apresentar aos alunos a classificação das palavras quanto à posição da sílaba tônica, passe a tratar das regras de acentuação das oxítonas, das paroxítonas e dos monossílabos, relacionando‑as à tonicidade das vogais i e u no português (a saber: a presença de uma dessas duas vogais em uma sílaba tende a torná‑la tônica – ver explicação à página 102 do livro). Você perceberá que essa dinâmica é retomada nos quadros que acompanham as regras de acentuação dos monossílabos, das oxítonas e das paroxítonas. Peça aos alunos que se atentem às informações que constam nesses quadros.

Deixe claro que, se entenderem bem essa dinâmica e utilizarem esse entendimento ao analisarem uma palavra, terão menos dificuldades com a acentuação gráfica.

Para consolidar a compreensão dessas regras, você pode mencionar ainda a regra de distribuição complementar, segundo a qual as paroxítonas recebem acento onde as oxítonas não são acentuadas, e vice‑versa. Ou seja, uma vez que não se acentuam oxítonas terminadas em i e u, todas as paroxítonas com essa característica serão acentuadas.

Depois disso, você deve apresentar as outras quatro regras de acentuação de paroxítonas e a de proparoxítonas. Como se percebe, explicar as regras com base na tonicidade das vogais i e u facilita bastante a memorização dessa parte da Gramática Normativa.

Logo após a parte do livro dedicada à acentuação, você irá encontrar alguns casos de ortografia. Em vez de apresentar uma infinidade de regras que, pragmaticamente falando, poucos falantes têm na memória, embora as utilizem frequentemente, optou‑se por tratar apenas de alguns casos especiais.

Sendo assim, após tratar do caso das letras K, W e Y, que, com o Acordo Ortográfico de 2009, foram oficialmente incorporadas à Língua Portuguesa, dedique‑se a trabalhar com os alunos as relações de sinonímia, antonímia e homonímia (palavras homófonas, homógrafas e parônimas).

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Manual do Professor

19Bernoulli Sistema de Ensino

Como você verá, há um quadro nas páginas 104 e 105 que apresenta uma lista de palavras homônimas

ou parônimas. Não é necessário que você trate de cada um dos pares de palavras lá apresentados.

Procure selecionar alguns, guiando-se pelas dificuldades dos alunos. Assim, procure se lembrar das

inadequações que mais frequentemente se apresentam nos textos deles para fazer a seleção.

A parte do livro dedicada ao estudo das regras de uso do hífen também já está atualizada,

em conformidade com o Acordo Ortográfico de 2009. Você perceberá, se comparar as regras atuais com

as antigas, que, nesse caso, também houve simplificação e padronização. São pouquíssimas as exceções

que ainda existem. Explicite isso para os alunos, a fim de deixá-los mais tranquilos em relação à reforma.

As regras de uso do hífen estão divididas em cinco partes:

• regras gerais;

• regras de uso com prefixos;

• regras de uso com sufixos;

• regras de uso com palavras compostas;

• regras de uso em locuções.

Tal divisão teve por objetivo facilitar seu trabalho em sala de aula, tornando-o o mais didático possível.

Utilize-a ao trabalhar o conteúdo.

A parte seguinte do livro, dedicada ao uso dos “porquês” e aos casos ortográficos especiais, merece sua

atenção, pois os alunos se confundem muito ao utilizarem alguns termos e expressões semelhantes na língua.

É bom, portanto, trabalhar cada um dos casos apresentados, destacando os equívocos mais comuns em

cada um deles. Conhecer os textos e as dificuldades que os alunos têm pode ajudá-lo bastante nessa tarefa.

MÓDULO – C 02

Classes de palavras

Professor, esse módulo, em que se apresentam os principais conceitos de morfossintaxe da língua, merece

sua atenção especial, pois o entendimento que o aluno terá dos mecanismos linguísticos depende da boa

assimilação das noções e relações trabalhadas nessa primeira etapa.

Ao completar o estudo desses conceitos, o aluno deverá ser capaz de reconhecer as diversas classes de

palavras e quais as relações de dependência que se estabelecem entre os termos que compõem um enunciado

da língua, a partir da análise da frase em que aparecem. Procure deixar claro, portanto, que ele não deve

decorar os conceitos, mas aprender a analisar os enunciados, pois a língua é dinâmica, de modo que uma

mesma palavra pode ser classificada de diferentes formas, dependendo do contexto em que aparece.

Inicie o estudo do módulo apresentando resumidamente as classes de palavras, a partir do quadro da página 115,

deixando claro que um estudo mais detalhado de cada uma delas será feito em breve. Procure, nesse

momento, chamar a atenção dos alunos para o fato de que as 10 classes gramaticais existentes podem ser

divididas em 04 grupos: classe do nome, classe do verbo, classes relacionais e classe independente. Essa

divisão certamente vai ajudá-los em suas análises, já que permite identificar a natureza dos termos – valor

substantivo, valor adjetivo e valor adverbial.

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20 Coleção 4V

Para trabalhar os conceitos de determinantes e determinados, bem como as relações entre as

classes de palavras, utilize bastantes exemplos. Exponha-os no quadro e procure definir, com o auxílio dos alunos, as relações que existem entre os diversos termos, assinalando-as com setas, conforme foi feito nos exemplos da página 115 do livro. Você pode analisar tanto grupos de palavras descontextualizados quanto orações inteiras. Comece com enunciados mais simples, até chegar aos mais complexos, ou seja, aos que contêm uma maior diversidade de termos de diferentes naturezas. Evite, entretanto, trabalhar com períodos compostos, nesse primeiro momento, para não confundir os alunos. Demore o tempo que for necessário nesse processo, pois diversos conteúdos da Gramática Normativa (concordância nominal e verbal, plural de substantivos e adjetivos compostos, funções sintáticas) podem ser deduzidos a partir das relações entre termos determinantes e determinados apresentadas nesse módulo.

Quando julgar que os alunos compreenderam bem as relações entre determinantes e determinados, passe a trabalhar cada uma das classes de palavras separadamente.

• Apresente as classes de palavras, definindo-as de acordo com os critérios semânticos, morfológicos e sintáticos apresentados em cada uma das tabelas;

• Apresente outros exemplos aos alunos, procurando chamar atenção para as relações entre determinantes e determinados quando trabalhar com grupos de palavras relacionadas;

• Trabalhe o plural de substantivos e adjetivos compostos, relacionando as regras gerais às relações entre determinantes e determinados;

• Ressalte, ao estudar as classes do verbo, que não é possível falar em relações de determinação entre verbos e advérbios; como os advérbios são invariáveis, devem ser tratados como termos modificadores, e não como determinantes;

• Chame a atenção dos alunos, ao estudar as classes relacionais, para o fato de que preposições e conjunções não desempenham função sintática alguma, mas apenas ligam palavras e orações umas às outras;

• Use os exemplos dos textos que acompanham cada uma das tabelas para ilustrar os conceitos trabalhados; você não só pode como deve apresentar outros exemplos que sirvam ao mesmo propósito;

• Trabalhe, por fim, o quadro de palavras e locuções denotativas, chamando a atenção dos alunos para esses termos.

MÓDULO – C 03Pronomes

Professor, nesse módulo, serão apresentados os diversos pronomes da Língua Portuguesa. Os pronomes pessoais são apresentados primeiro, juntamente com as regras de uso e de colocação. Logo depois, apresentamos os demais pronomes, suas funções e suas características.

As relações entre os pronomes pessoais e as pessoas do discurso que eles representam são apresentadas tanto no quadro de pronomes do início da página 127, quanto na breve análise da anedota que reproduz um suposto diálogo entre Eva e Deus. Leia com seus alunos a anedota, procurando evidenciar a forma como diferentes pronomes referem-se a distintos personagens do texto e também desempenham funções sintáticas específicas. Essa leitura, além de descontrair os alunos, deve servir de ponto de partida para a apresentação das regras de emprego dos pronomes pessoais.

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Essas regras são apresentadas de modo esquemático no quadro da página 128 e detalhadas nos itens que o seguem. Use-o para apresentar as regras mais gerais, destacando as principais funções desempenhadas, respectivamente:

• pelos pronomes retos – sujeitos;

• pelos oblíquos átonos o, a, os e as – objetos diretos;

• pelos oblíquos átonos lhe e lhes – objetos indiretos ou adjuntos adnominais (posse);

• pelos oblíquos átonos me, te, se, nos e vos – objetos diretos ou indiretos (de acordo com a transitividade do verbo) ou adjuntos adverbiais (posse);

• pelos oblíquos tônicos mim, ti, si, ele(a), nós, vós, eles(as) – objetos indiretos, ou complementos nominais ou agentes da passiva ou adjuntos adverbiais;

• pelos oblíquos tônicos comigo, contigo, consigo, conosco e convosco – adjuntos adverbiais.

Após apresentar o quadro, retome as orientações teóricas do módulo e destaque as particularidades.

• tu e vós podem funcionar como vocativo;

• o, a, os, as, quando associados a verbos terminados em R, S, Z ou em tons nasais, assumem formas específicas;

• pronomes oblíquos átonos podem funcionar como sujeito do infinitivo;

• se, si e consigo devem ser empregados com valor reflexivo, sendo que os dois últimos somente com esse valor;

• conosco, convosco, quando ocorrem associados a palavras de reforço, devem aparecer nas formas analíticas com nós e com vós;

Por fim, reforce com os alunos as regras de uso dos pronomes eu, tu, mim e ti, chamando-lhes a atenção para o fato de que ao usá-los, na linguagem oral, é costumeiro o desacordo em relação à norma-padrão.

É importante, nessa etapa do processo de aprendizagem, que o aluno seja estimulado a reconhecer a função anafórica dos pronomes pessoais. Para isso, retome a anedota da página 127 e os comentários que a seguem. Se julgar necessário, apresente aos alunos outros trechos de textos em que os pronomes pessoais são utilizados para retomar termos já mencionados. Ressalte que a função anafórica dos pronomes é de muita serventia na escrita, pois é um dos principais mecanismos de coesão e permite concatenar as ideias, evitando a repetição enfadonha de palavras e expressões.

O quadro da página 130, que trata da contração entre pronomes oblíquos, serve apenas para que os alunos saibam que tais contrações podem ocorrer. Ao apresentá-lo, procure tranquilizá-los, mencionando que essas contrações quase não são usadas no português contemporâneo, mas que é importante saber que elas existem. Alguns vestibulares mais tradicionais ainda cobram questões relacionadas a essas contrações, principalmente quando exploram textos literários.

Apresente também o quadro de pronomes de tratamento que se encontra na página 130.

Ao trabalhar esse conteúdo, procure destacar os seguintes aspectos:

• é importante que o aluno saiba usá-los, principalmente ao elaborar cartas argumentativas, gênero textual bastante cobrado nas redações de vestibular;

• não é necessário que o aluno decore todos os pronomes de tratamento, mas que conheça e saiba usar os que são mais costumeiramente solicitados nessas produções textuais, a saber: você, o senhor, a senhora, Vossa Senhoria e Vossa Excelência;

• deve-se evitar o uso da abreviatura dos pronomes você, o senhor e a senhora em textos formais;

• pode-se usar a abreviatura de Vossa Senhoria;

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• pode-se usar a abreviatura de Vossa Excelência quando o interlocutor for uma alta autoridade, como

um deputado ou um ministro, o que não deve ocorrer, entretanto, se se tratar de um presidente da

República; neste último caso, a abreviatura não é aceita;

• devem-se usar, com os pronomes de tratamento, verbos flexionados na terceira pessoa

do singular ou do plural e pronomes de terceira pessoa; chame atenção para essa regra,

pois a presença da forma “vossa” em alguns pronomes de tratamento pode fazer com que o aluno

pense que verbos e pronomes a serem utilizados nesses casos devem ser de segunda pessoa.

O quadro de colocação pronominal, da página 131, sistematiza de uma forma bem direta as regras

que devem ser obedecidas ao se incluir um pronome em uma frase. Você pode ajudar seu aluno a

memorizar esse conteúdo se sugerir a ele que se familiarize com as regras que determinam a próclise e a

mesóclise e que empregue a ênclise em todos os demais casos. Dentre as regras sobre o uso da ênclise,

vale destacar apenas a que proíbe o uso de pronomes átonos em início de frase ou após a vírgula e a que

exige a ênclise quando o verbo estiver no infinitivo e acompanhado de preposição.

Para explicar as regras de colocação pronominal em locuções verbais, você pode dizer que, no

caso de locuções verbais formadas com verbo principal no infinitivo ou no gerúndio, os fatores que

justificam a próclise – voltar ao quadro, se necessário – estabelecem com o pronome uma relação de

“amor ou ódio”. Ou seja, ou atraem o pronome para junto de si ou o repelem para o local mais distante

possível, que é após a locução. Nesse caso, associar as regras à ideia de “amor ou ódio” pode ajudar o aluno

a se lembrar delas com maior facilidade. Ressalte que, em locuções verbais formadas com verbo principal

no particípio, a relação estabelecida entre os fatores que obrigam a próclise e os pronomes só pode ser a de

“amor”, ou seja, tais fatores sempre atraem o pronome para junto de si, já que é proibido colocar pronomes

átonos após verbos no particípio.

Logo após as regras de colocação dos pronomes átonos, são apresentados todos os demais pronomes.

Ao tratar dos pronomes possessivos, chame a atenção dos alunos para o seguinte:

• sempre estão relacionados a uma das seis pessoas do discurso;

• embora retomem anaforicamente termos já mencionados, concordam, como determinantes,

com o substantivo que compõe com eles o grupo nominal em que se encontram;

• costumeiramente são substituídos por pronomes oblíquos átonos.

Trabalhe os pronomes demonstrativos a partir do quadro da página 132.

No estudo dos demonstrativos, é importante que se destaquem os seguintes aspectos:

• são de grande valia na construção de textos pelo fato de poderem ser usados como anafóricos e

catafóricos, retomando ou antecipando termos e, assim, evitando a repetição vocabular;

• podem assemelhar-se a artigos e / ou a pronomes oblíquos átonos, quando se encontram nas formas

o, a, os, as, o que faz com que concursos de vestibular explorem bastantes frases em que aparecem

assim; nesse caso, o aluno deve ter atenção redobrada e testar, em todas as questões em que essas

formas aparecem, se elas podem ser substituídas por isto, isso, aquilo, aquele(s) e aquela(s);

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• são também demonstrativos mesmo(a)(s) e próprio(a)(s) quando reforçam termos de valor

substantivo, o que também é bastante explorado em concursos de vestibular mais tradicionais.

Apresente os pronomes indefinidos, chamando a atenção dos alunos para os pontos relacionados a seguir:

• devem ser usados sempre com verbos na 3ª pessoa;

• são classificados como sujeito simples, e não indeterminado, como a semântica das frases pode

sugerir, quando aparecem na função de sujeito;

• podem ser tanto pronomes indefinidos quanto relativos as palavras que e quem, dependendo do

enunciado em que aparecem; serão relativos, quando for possível localizar no contexto frasal seus

antecedentes; serão indefinidos caso não retomem termo algum.

Procure atentar ainda os alunos para o fato de que os pronomes indefinidos que exprimem quantidade

podem ser classificados como advérbios de intensidade caso não tenham valor substantivo ou adjetivo,

ou seja, quando não funcionam como núcleos de grupos nominais ou determinantes de núcleos de grupos

nominais. Assim, serão advérbios se estiverem relacionados a verbos, adjetivos ou a outros advérbios,

ficando invariáveis. Aproveite essa observação para reforçar com os alunos a importância de entenderem

bem as relações entre as diversas classes de palavras. Peça para que revejam o conteúdo relativo a essas

relações no módulo 02 e / ou retome essas relações em suas aulas sempre que julgar necessário.

Ao apresentar os pronomes interrogativos, chame atenção para o fato de que podem:

• funcionar como pronomes substantivos ou adjetivos, dependendo da relação de determinação que

estabelecem com os demais termos da frase;

• aparecer em frases exclamativas, o que costuma confundir o aluno no momento em que vai classificá-lo.

Para trabalhar os pronomes relativos, procure explicitar para os alunos que essas palavras são

extremamente importantes na composição de um texto, na medida em que permitem retomar termos

já mencionados, rearticulando‑os em períodos compostos. Na avaliação de redações de vestibulares,

valorizam‑se textos em que tais pronomes são usados com correção. Vale ressaltar também que,

em questões objetivas, essa seja talvez a classe de palavra mais costumeiramente cobrada, já que é de

extrema importância para a coesão textual.

Para reforçar o entendimento desse conteúdo, você vai encontrar, nos anexos, uma bateria de exercícios

estruturais sobre o uso dos relativos. Reproduza‑os e resolva‑os com os alunos. Isso, certamente,

vai ajudar a melhorar a escrita, principalmente daqueles que têm dificuldades com a estruturação de frases.

Enquanto estiver tratando dos pronomes relativos, chame a atenção de seus alunos para o correto uso

de “onde”. Na linguagem oral, e mesmo em alguns textos escritos, tem‑se usado equivocadamente esse

pronome para articular orações. É curioso observar como diversos falantes utilizam o “onde” quando não

encontram a conjunção adequada para articular duas ideias. Procure deixar claro que tal pronome só deve

ser usado quando seu antecedente for um lugar (físico).

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cOMENTáRiO E RESOLUÇÃO dE qUESTõES

módu Lo – A 01Tipos e gêneros textuaisExercícios de Aprendizagem

Questão 01Comentário: Nessa proposta, deve‑se redigir uma dissertação em que seja respondida à questão: “A riqueza de poucos beneficia a sociedade inteira?”. Por presumir um posicionamento, o texto produzido deve ser organizado de acordo com o tipo argumentativo, em que seja elaborada uma tese, que pode responder positiva ou negativamente à questão posta, desenvolvida por meio de argumentos coerentes e retomada em uma conclusão. Os textos motivadores apresentam pontos de vista contrários e favoráveis à ideia instigada pela pergunta, que podem ser aproveitados na argumentação, mas não reproduzidos ou parafraseados. É importante que se assuma, na produção, uma posição autoral, com argumentos observados na realidade e construídos mediante a conjunção de conhecimentos variados.

Questão 02Comentário: Para responder a essa questão, deve‑se redigir uma narrativa a partir da situação descrita, em que, no ônibus de viagem, uma senhora solicita a um jovem que a ensine a utilizar o celular. No texto produzido, os fatos narrados devem ser organizados de forma coerente e coesa, atentando para o tempo e o espaço em que a narrativa se desenvolve. Considerando que o narrador pode ser observador ou, também, personagem da história, o ponto de vista narrativo pode ser da senhora, do jovem, da mocinha, do homem de terno ou mesmo de um observador externo à conversa. Como sugestão de abordagem, pode‑se desenvolver a situação para discutir as diferenças de percepção das distintas gerações sobre a tecnologia, mostrando a facilidade com que os mais jovens lidam com a velocidade e a simultaneidade, enquanto a experiência de mundo dos mais velhos pode levá‑los a considerar complexa essa interação com os aparelhos tecnológicos.

Questão 03Comentário: Nessa questão, deve‑se redigir um parágrafo, entre 5 e 7 linhas, que dê continuidade à ideia explorada pelo autor, que consiste nos elementos envolvidos na construção da identidade de um povo. Primeiramente, deve‑se atentar para a manutenção das características do gênero, que pode ser definido como um artigo de opinião, em que o autor defende um ponto de vista acerca do tema. Considerando que o autor tecia comentários sobre o fato de o Brasil não ter se dividido em vários países, como aconteceu com as antigas colônias espanholas nas Américas, o desenvolvimento do parágrafo pode ser feito com base em um posicionamento sobre o que reúne um povo sob uma identidade de nação, sejam aspectos culturais, religiosos ou ideológicos.

Como sugestão de abordagem, pode‑se explorar, por exemplo, a ideia de a identidade ser uma construção social que se utiliza de símbolos para se afirmar, como bandeiras, hinos e mitos, o que foi feito no Brasil no século XIX para reunir a população sob a mesma identidade.

Questão 04

Comentário: Nessa proposta, deve‑se redigir um texto dissertativo‑argumentativo sobre o tema “Imprensa e democracia: a regulação da imprensa nas sociedades democráticas”, defendendo um ponto de vista com argumentos organizados de forma coerente e coesa. Como sugestão de abordagem, pode‑se, por exemplo, explicitar a importância da liberdade de imprensa como instrumento de denúncia e investigação em âmbito social e político, mostrando as consequências de seu controle por algum poder. Além disso, pode‑se abordar o fato de que a imprensa tem um poder de propaganda em massa muito grande, que é comumente utilizado para manipular opiniões, visto que, em tais meios, estão envolvidos interesses políticos e sociais de empresas privadas, o que exige algum tipo de regulação em sua atuação.

Exercícios Propostos

Questão 01 – Letra D

Comentário: As duas antropólogas entrevistadas apontam o fato de que há muitas manifestações culturais no Sul, como o fandango, mas que comumente não são conhecidas nem pelos próprios habitantes da região. Dessa maneira, o próprio povo local não se identifica com essas manifestações, o que dificulta sua representatividade para o restante do país. A alternativa correta é, portanto, D.

Questão 02 – Letra E

Comentário: O entrevistado faz referência a uma briga simbólica por representatividade devido à identificação, principalmente do Rio Grande do Sul, com elementos que passam pela cultura europeia, sendo sua população resistente, portanto, à construção de uma identidade de “brasilidade” que não abarque essa cultura, não se vendo reconhecida em outros elementos tidos como característicos do país, como o samba e o Carnaval. A alternativa correta é, portanto, E.

Questão 03 – Letra C

Comentário: A questão solicita que se identifiquem as afirmativas corretas acerca do texto. A primeira sugere que o texto parte de uma tese que é endossada pelos entrevistados, o que está incorreto, pois se embasa na ausência de elementos sulistas na festa organizada pela diretora Rosa Magalhães para, então, apresentar as análises dos entrevistados. A segunda sugere que a opinião do autor prevalece no final do texto, o que está incorreto, pois seu fechamento ocorre com a opinião do entrevistado Tau Golin.

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A terceira diz corretamente que o autor usa tanto discurso direto como indireto para relatar a opinião dos entrevistados, pois é utilizada a citação entre aspas e, também, a citação indireta, reproduzindo a ideia, e não as palavras. A última diz corretamente que o autor redimensiona a abordagem da questão expressa no título a partir da opinião dos entrevistados, pois transcende a questão das olimpíadas para abordar mais amplamente a questão da identidade de um povo. A alternativa correta é, portanto, C.

Questão 04 – Letra A

Comentário: A questão solicita que se identifique a que se refere a expressão “os dados falam por si”. A sequência do texto apresenta o quê especificamente esses dados demonstram, que seria a semelhança do desempenho dos alunos cotistas e dos não cotistas nas universidades. A expressão é empregada no texto, portanto, com a intenção de justificar o sistema de cotas, o que torna correta a alternativa A.

Questão 05 – Letra C

Comentário: A questão solicita que se identifique o trecho que apresenta marcas linguísticas que revelam a opinião do autor sobre o tema abordado. A afirmação “A diversidade racial significa o Estado conferindo validade à tese racista da classificação racial, que nós repudiamos” apresenta o pronome “nós”, por meio do qual o autor do texto se inclui entre aqueles que repudiam a tese da classificação racial. Dessa maneira, ele manifesta sua opinião sobre o tema, o que torna correta a alternativa C.

Questão 06 – Letra A

Comentário: A questão solicita que se comparem as posições dos dois textos sobre o tema das cotas raciais. O texto I demonstra o desempenho semelhante de alunos cotistas e não cotistas, o que deixa clara a posição favorável do autor ao sistema de cotas. Já o autor do texto II defende a inexistência de identidade racial e, portanto, posiciona‑se contrariamente ao sistema de cotas. A relação dos pontos de vistas assumidos nos textos é, portanto, de oposição, o que torna correta a alternativa A.

Seção Enem

Questão 01 – Letra A

Eixo cognitivo: III

Competência de área: 7

Habilidade: 23

Comentário: Nessa questão, deve‑se identificar com que objetivo os autores, a fim de alcançar seu fim comunicativo, escreveram o texto. Este pode ser caracterizado como uma resenha ou, ainda, como a introdução do próprio livro, haja vista que os autores partilham informações para apresentar a obra Madeira de ponta a ponta e tecem comentários de maneira a justificar sua importância, o que torna correta a alternativa A.

Questão 02 – Letra A

Eixo cognitivo: II

Competência de área: 7

Habilidade: 22

Comentário: O texto apresenta uma mescla de gêneros porque

se trata de um poema que apresenta características do gênero

receita, como se percebe em seu título e nas orientações

que traz, com verbos no imperativo, ingredientes e modo de

preparo. Há, portanto, a introdução de elementos prescritivos

na composição do poema, conforme sugere a alternativa A.

Questão 03 – Letra B

Eixo cognitivo: II

Competência de área: 7

Habilidade: 22

Comentário: Os dois textos tratam do hábito do consumo

sob o mesmo ponto de vista, que consiste na personificação

das coisas e na coisificação das pessoas, o que degenera em

pessoas sendo consumidas. Ambos consideram, portanto, que

o consumo provoca mudanças nos valores sociais, o que torna

correta a alternativa B.

Questão 04 – Letra E

Eixo cognitivo: III

Competência de área: 7

Habilidade: 23

Comentário: A questão exige que se reconheça qual é a

função do texto, considerando o gênero ao qual pertence,

visto que sua finalidade, entre outros elementos, faz parte

de sua composição. O texto da questão aborda a necessidade

do correto descarte de resíduos, mostrando dados concretos

sobre a presença de lixo nas rodovias e argumentando sobre

as desvantagens desse comportamento. Trata‑se, portanto, de

um texto de natureza argumentativa, que visa, por meio de

informações concretas, apresentar uma situação para o leitor

e conscientizá‑lo sobre as desvantagens de sua manutenção.

A alternativa correta é, portanto, E.

Questão 05 – Letra B

Eixo cognitivo: II

Competência de área: 7

Habilidade: 22

Comentário: A questão solicita que se identifique um dos

principais elementos que constituem a biografia de João Antônio

de Barros. Considerando que o trecho apresenta o biografado

como escritor de literatura de cordel que vive dessa arte desde

1973 no Sul do país, percebe‑se que é enfatizado o relato de

eventos de sua vida em uma perspectiva histórica, que valorize

seu percurso artístico e o reconhecimento alcançado em sua

área de atuação. A alternativa correta é, portanto, B.

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26 Coleção 4V

Questão 06

Comentário: Nessa proposta, deve‑se redigir um texto dissertativo‑argumentativo sobre o tema “Desafios da geração de energia no Brasil”, defendendo um ponto de vista com argumentos organizados de forma coerente e coesa. Como sugestão de abordagem, pode‑se, por exemplo, explicitar que, embora o país utilize em grande parte energia de fontes renováveis, isso inclui a geração hidroelétrica, o que gera grande impacto ambiental e social, pois alaga algumas regiões e diminui a vazão dos rios em outras. Além disso, pode‑se abordar o fato de que há pouco investimento em energia eólica ou solar no Brasil, o que seria uma opção para diminuir a dependência em relação aos fatores ambientais e climáticos, visto que muitas usinas hidroelétricas dependem exclusivamente da vazão dos rios, o que gera problemas nos períodos de seca.

Questão 07

Comentário: A proposta solicita a redação de um texto dissertativo‑argumentativo sobre o tema “Alternativas para a diminuição do desperdício de alimentos no Brasil”, em que se defenda um ponto de vista com argumentos organizados de forma coerente e coesa. Como sugestão de abordagem, pode‑se, por exemplo, explicitar que o desperdício de alimentos é oriundo principalmente de uma cadeia de abastecimento mal planejada, em que problemas no transporte e no armazenamento de alimentos são responsáveis pelo maior índice de desperdício. Além disso, pode‑se abordar o fato de que o consumidor também atua no desperdício com seu comportamento, o que exige uma reeducação no consumo, de forma que haja um melhor aproveitamento dos alimentos.

módu Lo – A 02Coerência e coesão

Exercícios de Aprendizagem

Questão 01

Comentário: A questão solicita que se identifiquem dois outros elementos necessários para se chegar à sensibilidade do leitor, além do conteúdo da mensagem. No penúltimo parágrafo do texto, temos dois aspectos relacionados à emissão e à recepção da mensagem, que são “saber narrar” e, também, ter um receptor disposto a entendê‑la.

Questão 02

Comentário: A enumeração contribui na construção da conclusão porque cumpre a função de mostrar a banalização da violência ao formar uma lista com diversas de suas manifestações. Assim, o risco sugerido pelo autor no último parágrafo é a perpetuação da banalização da violência e sua consequente repetição histórica.

Questão 03

Comentário: Considerando que o sentido da oração é de concessão, pode‑se realizar a substituição da expressão “por mais que” pela expressão “ainda que” ou “mesmo que”, por exemplo. Assim, o enunciado ficaria: “A mensagem não é nada sem um receptor disposto a entendê‑la, ainda que as vítimas sejam pungentes.”. Outras opções são apresentadas no Gabarito do Caderno Principal.

Questão 04

Comentário: A proposta solicita a produção de um texto dissertativo‑argumentativo sobre o tema “‘Neutralidade’ do professor em sala de aula”, em que seja defendido um ponto de vista com argumentos organizados de forma coerente e coesa. Como sugestão de abordagem, pode‑se, por exemplo, explicitar como o papel do professor transcende a mera incorporação de conteúdos, mas tem impacto sobre a formação humana de valores, trabalho em equipe e estímulo ao pensamento crítico. Além disso, pode‑se abordar o fato de que a imposição de uma “neutralidade” para os professores, que seriam impedidos de manifestar opiniões em aula, seria um obstáculo para o desenvolvimento da reflexão e da formação de cidadãos críticos e questionadores da realidade.

Exercícios Propostos

Questão 01 – Letra D

Comentário: O sermão trata da grande responsabilidade dos governantes, que deverão prestar contas não apenas do que fizeram, como também do que deixaram de fazer. Nesse sentido, condena‑se especialmente sua omissão e negligência em relação ao povo, o que torna correta a alternativa D.

Questão 02 – Letra B

Comentário: Considerando que o autor argumenta a respeito da omissão dos governantes, ou seja, acerca do que eles deixam de fazer, fica implícita a defesa da ação como intervenção eficaz para a resolução desse problema. A alternativa correta é, portanto, B.

Questão 03 – Letra E

Comentário: A questão solicita que se identifique o trecho em que o autor do sermão utiliza uma construção paradoxal. Considerando a definição de paradoxo como uma aparente contradição de pensamento, verifica‑se sua ocorrência no trecho “A omissão é um pecado que se faz não fazendo”, pois é sugerida uma ação feita por meio da ausência de ação.

Questão 04 – Letra A

Comentário: A questão solicita que se identifique o sentido em que é usado o adjetivo “divertido” no trecho. A descrição do príncipe revela‑o em um estado inativo, sem agir e sem pensar, o que permite inferir que o adjetivo assuma o sentido de “distraído”. A alternativa correta é, portanto, A.

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Questão 05 – Letra CComentário: No trecho “o que facilmente se comete e dificultosamente se conhece, raramente se emenda”, pode‑se inferir que um possível sinônimo para a palavra “emenda” seja “corrige”, pois o autor se refere ao erro da omissão, que é fácil de ser cometido, difícil de ser percebido e raramente corrigido pela ação. A alternativa correta é, portanto, C.

Questão 06 – Letra DComentário: Ao afirmar que “o tempo não tem restituição alguma”, o autor do sermão explicita que o tempo não devolve o que já passou, o que equivale a caracterizá‑lo como irreversível. A alternativa correta é, portanto, D.

Questão 07 – Letra BComentário: O texto consiste em um sermão barroco, sendo, portanto, um exemplar de texto argumentativo, pois visa convencer o ouvinte ou leitor a praticar as virtudes defendidas pelo autor. A função desse texto é, assim, persuadir, o que torna correta a alternativa B.

Seção Enem

Questão 01 – Letra DEixo cognitivo: II

Competência de área: 7

Habilidade: 22

Comentário: As expressões destacadas assumem a função de explicar o que foi dito anteriormente, parafraseando para oferecer a informação de uma outra maneira. Elas, portanto, retificam o que já foi dito, confirmando o entendimento da mensagem. Assim, a alternativa D é a correta.

Questão 02 – Letra CEixo cognitivo: III

Competência de área: 8

Habilidade: 27

Comentário: A relação coesiva estabelecida entre a frase “Acontecendo de o cientista provocar um dano em um local específico no cérebro” e a frase seguinte, “o rato deixa de fazer essa vocalização e a brincadeira vira briga séria” explicita que a ausência de vocalização ocorre na condição de que haja um dano em um local específico do cérebro do rato. A relação entre as orações é, portanto, condicional, o que torna correta a opção C.

Questão 03 – Letra BEixo cognitivo: V

Competência de área: 3

Habilidade: 11

Comentário: O texto aborda a perspectiva de uma atleta paraolímpica sobre os desafios que teve para se consagrar como profissional. Esses desafios são decorrentes, de acordo com ela, da falta de recursos financeiros no início de sua carreira, o que a impedia de ter um guia para evitar acidentes em seus treinos. Assim, é correta a opção B.

Questão 04 – Letra CEixo cognitivo: II

Competência de área: 7

Habilidade: 22

Comentário: O autor desenvolve seu texto em resposta à pergunta presente no título. Assim, para explicar o motivo pelo qual as formigas não morrem quando postas no forno micro‑ ‑ondas, ele elabora uma explicação sobre a natureza das ondas eletromagnéticas e de seu uso, mostrando que sua atuação se dá sobre a água. Assim, é correta a opção C.

Questão 05 – Letra EEixo cognitivo: IV

Competência de área: 1

Habilidade: 3

Comentário: O texto aborda a sociedade da informação como uma mudança na organização social porque a interação e a informação são enfatizadas nos setores econômico‑produtivo, político e sociocultural. Assim, essa sociedade representa um modelo em que a informação é utilizada intensamente nos vários setores da vida, o que torna correta a opção E.

Questão 06Comentário: A proposta solicita a produção de um texto dissertativo‑argumentativo sobre o tema “Impactos da produção e do consumo de alimentos transgênicos”, em que se defenda um ponto de vista com argumentos organizados de forma coerente e coesa. Como sugestão de abordagem, pode‑se, por exemplo, explicitar como a produção de transgênicos pode ser positiva na produção em larga escala e na disponibilidade de alimento durante todo o ano, embora haja controvérsias em relação aos seus efeitos sobre a saúde humana e sobre a própria natureza. Além disso, pode‑se argumentar que o consumo de alimentos transgênicos ainda é recente na história humana e seus reais efeitos ainda não são comprovados cientificamente, embora possa ser verificado um aumento do número de pessoas com alergias alimentares, por exemplo. Assim, considerando que há pontos positivos e negativos na questão, deve‑se discutir propostas de intervenção que atenuem os impactos negativos na saúde dos consumidores e no ambiente.

Questão 07Comentário: Nessa proposta, deve‑se redigir um texto dissertativo‑argumentativo sobre o tema “O grupo fortalece o indivíduo?”, em que seja defendido um ponto de vista com argumentos organizados de forma coerente e coesa. Como sugestão de abordagem, pode‑se, por exemplo, explicitar como a associação entre pessoas faz com que suas reivindicações adquiram força, como se percebe nos movimentos sociais que, na luta em conjunto, conquistam direitos para todos os indivíduos e, com isso, colaboram para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e igualitária. Além disso, pode‑se abordar o fato de o ser humano se associar em grupos para sua própria sobrevivência desde os tempos pré‑históricos, o que comprova o fortalecimento do indivíduo pela ação em coletividade. É possível também que o aluno defenda que o indivíduo possui particularidades, ainda que se agregue a outros, e que as diferenças entre os indivíduos enriquecem o grupo por ampliar suas possibilidades de atuação.

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MÓDULO – A 03

Planejamento, introdução e tese do texto dissertativo-argumentativo

Exercícios de Aprendizagem

Questão 01

Comentário: Nessa questão, são cobrados conhecimentos relativos à coesão textual, estudada no módulo anterior, e, ainda, a interpretação de argumentos utilizados pelo autor do texto-base.

A) O conectivo “porém” articula dois argumentos opostos no texto. O primeiro afirma que a morte precoce de Euclides da Cunha foi um alívio para os governantes, enquanto o segundo revela que a história resgatou sua memória e suas ideias, resultando em sua permanência.

B) A posição atribuída a Euclides da Cunha em relação ao lema da Bandeira Nacional, a saber, “Ordem e Progresso”, é embasada pelo argumento de que ele denunciou se tratar de um lema ilusório, pois essa “Ordem” é excludente, e esse “Progresso” é vinculado a um legado abominável do passado.

Questão 02

Comentário:

A) Quando Paulo Freire explica qual seria uma das tarefas primordiais do educador, ele define essa tarefa como sendo trabalhar a rigorosidade metódica com que os educandos devem abordar os objetos de conhecimento, o que consiste na produção das condições em que aprender criticamente é possível. O autor do texto contrapõe essa tarefa ao “discurso bancário”, que consiste na atitude do educador que meramente transfere conteúdos para os educandos, sem desenvolver a percepção crítica destes.

B) No segmento em que é utilizado o pronome “estes”, o referente seria o substantivo masculino plural mais próximo, que consiste em “certos saberes”.

C) Para responder a esse item, é necessário, antes, identificar a relação estabelecida entre o texto suprimido na frase modificada e o restante da sentença. Tal relação é de causa, em que a causa dos objetos ensinados serem aprendidos pelos estudantes é o fato de eles serem compreendidos em sua razão de ser. Nota-se que, na frase original, utiliza-se o conectivo “portanto”, que estabelece consequência, conclusão, o que é invertido na frase modificada, visto os elementos da sentença também o serem. Nesse caso, utiliza-se o conectivo causal “porque”: Só assim podemos falar realmente de saber ensinado, em que o objeto ensinado é aprendido pelos educandos porque é

apreendido na sua razão de ser.

Questão 03

Comentário: A proposta solicita a produção de um texto dissertativo-argumentativo sobre o papel das festas populares na continuidade de uma memória coletiva, em que seja defendido um ponto de vista com argumentos organizados de forma coerente e coesa. Como sugestão de abordagem, pode-se, por exemplo, explicitar como as festas ultrapassam a dimensão do mero divertimento e se manifestam como instrumento de cidadania, ao integrar a comunidade e possibilitar a participação social e um desenvolvimento da consciência de coletividade. Além disso, pode-se abordar o fato de que a atualização da memória histórica da comunidade, por meio das festas, é capaz de reverter a situação do “turismo predatório”, que descaracteriza as comunidades e os ambientes em função de uma demanda de consumo.

Questão 04

Comentário: A proposta solicita que a redação de um texto dissertativo-argumentativo em que seja desenvolvido o tema comum aos três textos apresentados a partir da defesa de um ponto de vista com argumentos organizados de forma coerente e coesa. Considerando que os três textos abordam a questão da verdade, pode-se discutir o tema sob o ponto de vista da busca do ser humano pela verdade, especialmente em uma sociedade em que a informação – e, consequentemente, seu ocultamento – são fatores de poder. Como sugestão de abordagem, pode-se, por exemplo, explicitar a importância da busca da verdade em uma sociedade que manipula as informações, divulgando midiaticamente apenas o que não afeta os interesses de uma classe dominante, mesmo não sendo fiel à veracidade dos fatos informados. Além disso, pode-se adotar um posicionamento que defenda a inexistência de uma verdade absoluta, mas admite que cada grupo de pessoas ou cada indivíduo possua sua própria verdade. Assim, ocorre uma relativização dos conceitos de veracidade e falseamento, permitindo o acesso às informações sob diferentes abordagens para a formação de um conceito pessoal que as entenda como aceitáveis ou não.

Exercícios Propostos

Questão 01 – Letra B

Comentário: A questão solicita que se identifique, entre as opções que propõem qual seria sua tipologia, a afirmativa correta acerca do texto. Percebe-se que o autor mostra a trajetória da TV sob o ponto de vista de quem presenciou sua chegada e gradativa evolução tecnológica. É um texto cujo objetivo é, portanto, informar o leitor, o que caracteriza a tipologia expositiva e possibilita reconhecer como correta a alternativa B.

Questão 02 – Letra C

Comentário: A questão solicita que se identifique a informação correta que pode ser extraída do primeiro parágrafo do texto. Nessa introdução, o autor expõe sobre a chegada da TV às casas das famílias, unindo o som às imagens. A impressão das pessoas foi de que poderiam ter qualquer imagem do mundo ao seu alcance, por meio da tela do aparelho.

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Assim, as famílias modificaram seus hábitos e sua disponibilidade para se adaptarem aos horários das programações, o que revela seu poder sobre os indivíduos. Entre as afirmativas propostas, a única, portanto, que traz uma afirmação correta é a C, que informa que o conjunto de modificações ocorridas no interior das famílias constitui evidência de que “A TV chegou para reinar”.

Questão 03 – Letra E

Comentário: A questão solicita que se identifique a informação correta que pode ser extraída do segundo parágrafo do texto. Os itens que compunham a programação não estão citados segundo uma escala gradativa de importância, como sugere a alternativa A, mas sim aleatoriamente para ilustrar o desfile de programações que se desenrolava na tela da TV. O pronome “tudo”, em “tudo desfilava ali”, não se antecipa aos termos a que se refere, como sugerido em B, mas está posposto a eles, pois condensa em si as diversas programações citadas anteriormente. A alternativa C sugere que o termo “ainda” pode ser substituído por “mesmo que”, sem alterar o sentido da frase, o que está incorreto, pois o advérbio “ainda” tem valor temporal, enquanto “mesmo que” tem valor condicional, em que um acontecimento não impediria a realização de outro. A citação que se segue aos dois-pontos expressa a variedade da programação, e não o sentido da palavra “veículo”, como proposto em D. Por fim, a expressão “diante dos nossos olhos” especifica a palavra “ali”, imediatamente anterior, o que torna correta a opção E.

Questão 04 – Letra D

Comentário: A questão solicita que se identifique o comentário correto acerca do trecho citado. A alternativa A propõe que a forma verbal “tivesse” expressa uma condição hipotética, o que está incorreto, pois exprime um fato consumado, a saber, a concorrência que a TV enfrenta com os celulares. A substituição de “bem mais tarde” por “posteriormente” não mantém o sentido original como sugerido na opção B, pois a primeira expressão enfatiza que o período posterior referenciado seria bem distante, o que não ocorre com “posteriormente”, em que não se especifica se esse tempo posterior está próximo ou distante. O texto cita anteriormente ao trecho outros recursos de que a TV foi dotada ao longo do tempo, como outras medidas de tela, outros sistemas de funcionamento, projeção em cores e controle remoto, o que invalida a opção C. A transposição da frase para a voz passiva, como sugerido em D, ficaria da seguinte maneira: “A TV foi sendo dotada de muitos outros recursos, como as telas de plasma, o processo digital e a interface com a informática”. A alternativa D está, portanto, correta. Já a opção E propõe erroneamente que a expressão “até que” anuncia que as vantagens agregadas chegariam a seu ponto máximo, quando, na realidade, anuncia que surgiriam dispositivos para concorrer com a TV.

Questão 05 – Letra D

Comentário: A questão solicita que se identifiquem as afirmativas corretas em relação ao último parágrafo do texto. A primeira sugere que a TV reflete, a seu modo, a vida humana e também o poder da imaginação, o que está correto.

A segunda sugere que a TV e a sociedade em que ela se insere chegam a espelhar-se mutuamente, o que está correto quando o autor do texto diz que a TV acompanha os passos da vida moderna e dita alguns deles. Por fim, a terceira afirmativa, de que a vida moderna é repetitiva e truncada, não pode ser inferida dos comentários tecidos pelo autor do texto, o que a torna incorreta. A alternativa correta é, portanto, D.

Questão 06 – Letra E

Comentário: A questão solicita que se identifique a opção em que o segmento do texto está reescrito sem perda de seu sentido original. A única opção em que a substituição de termos não ocasiona mudança no sentido é a alternativa E. A opção A está incorreta porque “fazendo as vezes” é uma expressão que tem o sentido de “assumir o papel”, e não de “substituir em algumas circunstâncias”. A opção B está incorreta porque a TV não promove a “aquisição de dispositivos pedagógicos”, e sim utiliza tais dispositivos para sua programação cultural e educativa. A opção C também está incorreta porque “aqui e ali” trazem a ideia de entrevistas frequentes, e não de entrevistas que alcançam desde as áreas mais próximas até as mais longínquas. Por fim, a opção D está incorreta porque o papel da TV na formação da opinião pública nem sempre se sobressai ou se torna decisiva, quando o texto afirma justamente o contrário.

Seção Enem

Questão 01 – Letra C

Eixo cognitivo: II

Competência de área: 7

Habilidade: 22

Comentário: A questão solicita que se identifique qual é a função social do texto, tendo em vista as escolhas realizadas pelo autor para a construção textual. O autor apresenta a obra A fórmula secreta com o objetivo de convencer o leitor a adquiri-la, pois caracteriza de forma positiva o enredo e a elaboração do livro por meio de adjetivos como “instigante”, “interessante”, “inteligente” e “acessível”. O autor expressa, dessa forma, sua própria opinião crítica sobre a obra, que ele considera digna de leitura. A alternativa correta é, portanto, C, pois a função desse texto é fazer a apreciação de uma obra a partir de uma síntese crítica.

Questão 02 – Letra E

Eixo cognitivo: IV

Competência de área: I

Habilidade: 3

Comentário: A questão aponta para o fato de que a escola deveria levar o aluno a perceber as especificidades das linguagens em diferentes ambientes digitais. A informação pode ser comprovada pela ideia apresentada no próprio texto de que a escola, às vezes, insiste em ensinar o registro que deve ser restrito somente a alguns contextos, o que é problemático e desestimulante.

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Questão 03 – Letra C

Eixo cognitivo: V

Competência de área: 6

Habilidade: 20

Comentário: As reflexões propostas no texto acerca do verbo “pinchar”, que caiu em desuso, promovem uma compreensão sobre a linguagem e seus usos relacionada à existência de preconceitos linguísticos em relação a termos utilizados por falantes de grupos que não são socialmente privilegiados. Nesse sentido, está correta a alternativa C, que sugere que o abandono de determinados vocábulos está associado a preconceitos socioculturais.

Questão 04 – Letra D

Eixo cognitivo: II

Competência de área: 6

Habilidade: 18

Comentário: Considerando que a língua portuguesa dispõe de vários recursos por meio dos quais o enunciador pode manifestar seu ponto de vista acerca do que fala ou escreve, o verbo “dever”, utilizado em “As teorias mais pessimistas dizem que a água potável deve acabar logo”, expressa a possibilidade de as previsões das teorias pessimistas em relação ao fim próximo da água potável estarem corretas. O verbo contribui para expressar, portanto, uma previsão trágica a respeito das fontes de água potável, o que torna correta a alternativa D.

Questão 05 – Letra E

Eixo cognitivo: II

Competência de área: 6

Habilidade: 18

Comentário: A única alternativa que sintetiza a crítica expressa por meio do título do texto jornalístico é a E. A ideia de que a Internet atua no “comércio da distração” remete à obtenção de lucro por parte de empresas que se beneficiam do crescente aumento de nossa desatenção, aumento este provocado pela utilização da rede.

Questão 06

Comentário: Nessa proposta, deve‑se redigir um texto dissertativo‑argumentativo discorrendo sobre os desafios da mobilidade urbana no Brasil. A delimitação do tema já indica a existência de um problema de grande impacto na sociedade. Nesse sentido, é importante trazer propostas de solução factíveis para essa questão, as quais podem ser desenvolvidas no decorrer da argumentação. Além disso, por se tratar de um assunto que impacta grande parte da população, pode‑se trazer para o texto tanto exemplos que confirmem a existência e a gravidade do problema, quanto que apresentem soluções que funcionaram em algum contexto e que podem ser ampliadas para o território brasileiro. Os textos motivadores contribuem, ainda, para o desenvolvimento do foco argumentativo.

O primeiro texto apresenta o conceito de mobilidade urbana e discorre sobre a atual crise de mobilidade enfrentada no Brasil, em que o crescimento populacional é reconhecidamente uma das causas. O segundo texto, por sua vez, trata da mobilidade urbana como um direito de todo cidadão, indicando a responsabilidade governamental na solução da crise. Nesse texto, também é possível perceber a forma setorial e especializada com que a questão da mobilidade é tratada no país, privilegiando alguns meios de transporte, como os ônibus, em detrimento de outros alternativos, como as bicicletas. O texto III trata, também, da bicicleta como um meio alternativo e sustentável de solução para a crise de mobilidade. Por fim, o texto IV apresenta dados relativos à avaliação do transporte público no país, seu custo e o principal meio de locomoção utilizado pelos indivíduos. Esses dados dão subsídios para a identificação da causa do problema e também de soluções, que devem, sempre, ser objetivas e factíveis. Ressalta‑se que o texto deve ser organizado de maneira clara, coerente e coesa, e redigido de acordo com a norma‑padrão da língua.

Questão 07

Comentário: Nessa proposta, deve‑se construir uma redação de acordo com as características do texto dissertativo‑ ‑argumentativo, problematizando a publicidade infantil no Brasil, considerada abusiva, conforme informações presentes no texto I. Para tanto, pode‑se mostrar as consequências negativas dessas propagandas, como o consumismo, a obesidade, a hiperssexualização. É possível, também, trabalhar com a estratégia argumentativa de exemplificação para demonstrar a presença do problema na realidade brasileira. A definição de publicidade infantil abusiva presente no segundo parágrafo do texto I pode ser bastante útil nessa demonstração. Como causas desse problema, pode‑se, ainda, apresentar a falta de ética por parte do empresariado, que se aproveita da imaturidade e do pouco discernimento do público infantil para lucrar. Outro fator é a falta de regulamentação desse setor, ou mesmo de uma legislação específica que proteja esse público. Algumas propostas possíveis para a solução do problema são:

• A sociedade civil (pais, escolas e ONGs ligadas à proteção dos direitos das crianças) deve pressionar o Conar para restringir a publicidade infantil (restrição de horários, público e estratégias), a exemplo de alguns países mostrados no texto II.

• A sociedade civil deve preparar a criança para lidar com essa publicidade. Escolas e pais devem debater o tema com seus alunos. Os pais devem, ainda, supervisionar a exposição dos filhos à publicidade, principalmente na TV e na Internet.

• Elaboração de um marco regulatório da publicidade infantil, a exemplo do que foi feito no Marco Civil da Internet.

• ONGs e demais entidades ligadas à proteção da criança devem fazer campanhas alertando os pais sobre estratégias e males causados pela publicidade infantil.

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31Bernoulli Sistema de Ensino

módu Lo – B 01

f iguras de linguagem, figuras sonoras e gêneros literários

Exercícios de Aprendizagem

Questão 01

Comentário: Essa questão aborda a interpretação textual e o uso das figuras de linguagem, que estão diretamente relacionadas com os efeitos de sentido construídos na leitura.

A) É fácil apreender um dos motivos para o sofrimento dos kalungas: o abuso sexual sofrido pelas meninas da comunidade, que é o tema principal do texto. No início do excerto, no entanto, é possível localizar o segundo motivo do sofrimento histórico da comunidade: a falta de infraestrutura.

B) O paradoxo presente no excerto se encontra em “O silêncio prevalece e grita alto naquelas que se arriscaram a mostrar suas feridas” e é produzido na combinação dos termos “silêncio” e “grita”, que constroem uma imagem antitética absurda, promovendo a junção de conceitos proporcionalmente opostos e transmitindo ao leitor o alcance do sofrimento sofrido pela comunidade quilombola.

Questão 02

Comentário: Nessa questão, deve‑se analisar as imagens criadas no poema e sua relação com o sentido do texto. Na primeira parte da questão, deve‑se entender que a primeira imagem a ser analisada, “o coração está seco”, serve como metáfora para a ausência de afetos que o eu lírico percebe na sua época. Na segunda parte, deve‑se analisar o uso de um termo e seus significados no poema, em que a forma (escolha do léxico, construção dos versos) contribui para a construção de leituras e sentidos.

A) A imagem que explica o fato de “o coração estar seco” se encontra no quinto verso: “E os olhos não choram”. A secura do coração é derivada de um tempo de “absoluta depuração”, em que há ausência de afetividades na sociedade, a qual está marcada por relações em que se sobressaem o trabalho rude e a falta de fé em detrimento de sentimentos como o amor e a amizade.

B) A palavra “mistificação”, levando-se em consideração o contexto do poema de Drummond, significa “engano”, “farsa”, “ilusão”. Ao longo do poema, percebe‑se que o eu lírico tem ciência da situação sob a qual a vida é constituída – e por consequência a sua própria: sem ilusões, fantasias, embustes. Dessa forma, ao se colocar como alguém que “não conta mais com os amigos” e “não abre mais a porta”, ele passa a contar apenas consigo mesmo para enfrentar os desafios apresentados pela vida e, consequentemente, recusa‑se, dessa forma, a ser enganado por algo ou por alguém.

Questão 03Comentário: Para responder plenamente ao item A da questão, deve‑se atentar para vários aspectos do poema. O tema sugere algo de acordo com a tradição, mas essa expectativa é logo modificada pelas imagens do eu lírico caminhando de peito nu pelo pasto, pelas cuspidas e pela “mijada” em comum. No que se refere à linguagem, a vulgaridade da escolha lexical também rompe com a expectativa criada por um poema em estilo tradicional. A resposta ao item B deve diferenciar entre as ações preparatórias da identificação e as que a confirmam.

A) Não, a forma é clássica, mas o tema e a linguagem são bastante prosaicos. O título do soneto sugere um assunto elevado, como se o eu lírico quisesse revelar seus sentimentos e pensamentos mais íntimos em um nível de linguagem e estilo condizentes, solenes. Mesmo a cena de abertura do eu lírico caminhando pelos campos lembra os tradicionais poemas meditativos, em que o poeta se ocupa da contemplação da paisagem, entregando-se a altas ou sublimes reflexões em sintonia com seus sentimentos mais íntimos. No entanto, a “intimidade” que ele, por fim, revela ao leitor é das mais banais: a cumplicidade da “mijada” (atente‑se ao nível vulgar dos termos) em comum numa “festa de espuma” que iguala o poeta (e o homem em geral) aos demais animais. Esse rebaixamento produz o humor presente no soneto. Nesse humor, ou ironia, está o traço de modernidade do poema, que entra em dissonância com a solenidade da forma clássica. Ainda em termos de linguagem, pode‑se destacar como o eu lírico, buscando enfatizar a beleza do cenário natural, acaba recorrendo, também de forma irônica, a um vício de linguagem: a redundância, ou pleonasmo, em “muito azul demais” e “o peito nu de fora” – que, embora empregado em uma situação de fala mais informal, seria inaceitável em um texto escrito tão elaborado quanto um poema e, principalmente, um soneto clássico.

B) Nos quartetos, essa identificação é preparada pelos gestos ou ações do eu lírico que lembram o comportamento típico dos bois: ele segue, de peito nu, pelo pasto, agora mastigando capim (1ª estrofe) e desce no vau de um rio para beber a água na fonte (2ª estrofe). Já nos tercetos, essa identificação se confirma pelo modo como vacas e bois olham sem ciúme para o eu lírico perto deles nos currais, pela própria cumplicidade da “mijada” em comum e, sobretudo, pelo emprego da primeira pessoa do plural pelo eu lírico para se referir a ele e aos bois e vacas como sendo todos animais.

Exercícios Propostos

Questão 01 – Letra BComentário: Nessa questão, deve‑se reconhecer que todo o poema de Mario Quintana é construído por meio da metáfora do “poema‑pássaro”. Essa metáfora, por sua vez, guia a construção de outras, como a do alimento para o pássaro, que é os sentidos que leitores diferentes dão a um poema.

Questão 02 – Letra BComentário: Na crônica em análise, o autor personifica o mormaço, “velho que pegava crianças”, o clamor público, “magro, arquejante, de preto, brandindo um guarda‑chuva [...]”, e o sereno, “um tipo de chiru [...] de bigodes caídos, pala pendente e chapéu descido sobre os olhos”.

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Questão 03 – Letra C

Comentário: Em “fomos alojados os do meu grupo”, a forma verbal “fomos”, na primeira pessoa do plural, não concorda gramaticalmente com o sujeito “os” (aqueles), de terceira pessoa. Assim, reconhece-se a silepse na concordância que se faz com o sentido do trecho, em que o autor usa a primeira pessoa para incluir-se ao grupo a que se refere.

Questão 04 – Letra A

Comentário: Tanto o poema de João Cabral de Melo Neto quanto o de Ferreira Gullar apresentam uma linguagem clara, com um vocabulário acessível, próximo da oralidade, que segue a tendência criada no Modernismo de aproximar a linguagem popular da literatura. Por esse motivo, os poemas não oferecem resistência à interpretação dos leitores, conforme indica corretamente a alternativa A. A alternativa B está incorreta porque o poema de Gullar não trata da vida dos retirantes, como o faz João Cabral, mas de um morador do Rio de Janeiro. A alternativa C está incorreta porque, apesar de, no título, o poema de João Cabral aludir à morte, ele não termina com o fim da vida do protagonista Severino; ao contrário, ele se encera com o nascimento de uma criança, significando certa esperança na vida. Por fim, a alternativa D está incorreta porque não há traços do gênero dramático em “Notícia da morte de Alberto da Silva”.

Questão 05 – Letra C

Comentário: A alternativa incorreta sobre o “Poema tirado de uma notícia de jornal”, de Manuel Bandeira, encontra-se na letra C, cuja assertiva é: “não se pode afirmar que ele seja representante do gênero lírico, porque as marcas do gênero lírico não aparecem no texto.” O diálogo com a notícia de jornal, de caráter épico, no poema, não exclui a existência do gênero lírico. A disposição dos versos livres, a linguagem subjetiva e a leitura polissêmica do texto confirmam, entre outras características, o lirismo do poema de Bandeira.

Questão 06 – Letra D

Comentário: O texto de Arnaldo Antunes se baseia na relação de semelhança entre caligrafia e voz. Nota-se, portanto, uma relação de analogia entre elas, realizada nas comparações que o autor faz, como em “Assim como a voz apresenta a efetivação física do discurso [...], a caligrafia também está intimamente ligada ao corpo”.

Questão 07 – Letra A

Comentário: Há, no verso “Pés percutem a pedra enegrecida”, uma aliteração na repetição da consoante “p”, a qual remete, ainda, ao som dos tambores aludidos no verso “Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados”. A aliteração, além de simular o som dos tambores, evoca uma cena de dança, de ritual, em que se batem os pés no chão na mesma cadência dos tambores. Está correta, assim, a alternativa A.

A alternativa B está incorreta, pois não se reconhece a gradação entre os termos “bocas”, “faces” e “corpos”, pois eles não são colocados em uma ordem que alcança um clímax. Há, apenas, a descrição dos corpos que participam de um ritual. Já em C, não é possível reconhecer uma metonímia em “seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas”, pois o olhar é exatamente o olhar do deus evocado no poema e no ritual descrito. Por fim, a alternativa D está incorreta porque a metáfora “taças incendiadas” não se refere a um sentimento de enfado, mas de excitação.

Questão 08 – Letra D

Comentário: Para responder a essa questão, é necessário, primeiramente, identificar qual a figura de linguagem presente no excerto e, em seguida, compreender seu significado no contexto da fala do camponês citado por Paulo Freire. Nesse contexto, reconhece-se a metáfora do arame farpado, que remete aos limites impostos àqueles que não têm terra e que, pela luta, conseguem vencer o latifúndio “cortando o arame farpado”. Contudo, há, ainda, o arame da ignorância, que também precisa ser cortado, pois, sem educação, a conquista da terra é vã. Está correta, assim, a alternativa D.

Seção Enem

Questão 01 – Letra C

Eixo cognitivo: I

Competência de área: 5

Habilidade: 16

Comentário: A questão pede que se interprete a metáfora feita entre as produções da pérola e da arte. Elimina-se a alternativa A, uma vez que não é reforçado o valor do esquecimento para o processo criativo, pois ele faz parte das possibilidades do produto artístico. No que diz respeito à alternativa B, o que a torna errada é a presença da palavra “procura”, visto que, de acordo com o texto, não se busca intencionalmente o novo. Já a alternativa D é invalidada por mencionar o anonimato da produção poética, o que não é abordado no excerto. Por fim, a alternativa E é eliminada por nem ao menos tratar da questão artística e poética. Dessa forma, a alternativa correta é a C, que se configura como a mais ampla.

Questão 02 – Letra C

Eixo cognitivo: I

Competência de área: 5

Habilidade: 16

Comentário: Ao abordar uma etapa do desenvolvimento humano, o poema mobiliza diferentes estratégias de composição, uma delas é a personificação da vida, que aparece como uma entidade nova e nua, vestida apenas com o desejo daqueles a quem se destina o poema: os adolescentes, que ainda esperam todas as possibilidades da existência. Está correta, portanto, a alternativa C.

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Manual do Professor

33Bernoulli Sistema de Ensino

Questão 03 – Letra D

Eixo cognitivo: I

Competência de área: 5

Habilidade: 16

Comentário: As rubricas são usadas nos roteiros de cinema ou teatro para indicar, entre outros, gestos, movimentos, entonação e ritmo de fala dos atores. No texto “Lições de motim”, essas orientações aparecem entre parênteses, em alguns trechos em caixa baixa, como em “(De súbito, pedagógica, volta‑se para o homem.)”, e, em outros, em caixa alta, como em “(FAZ UMA PAUSA.)”.

Questão 04 – Letra C

Eixo cognitivo: I

Competência de área: 5

Habilidade: 16

Comentário: Observa‑se, no trecho, o uso do pretérito perfeito (“embarquei”, “escolhi”, “vim”, “fiquei”) e do pretérito mais‑ ‑que‑perfeito (“falara”, “passara”, “estivera”) para organizar memórias de acontecimentos passados, diferenciando um passado mais próximo de um mais distante.

Questão 05 – Letra C

Eixo cognitivo: II

Competência de área: 6

Habilidade: 18

Comentário: O texto de Dalton Trevisan exige que se compreenda “o negócio” proposto “às donas”: combinar fazê‑lo às escondidas. “Sinal combinado, duas batidas na porta da cozinha”, bem cedinho, “a capa de viagem, estendida na grama orvalhada” são atitudes que sugerem algo a esconder. O diálogo final esclarece o que seria “o negócio” pela ameaça do vizinho: “Então você quer o velho e não quer o moço? Olhe que eu conto”. Em outras palavras, fica evidente a prática de encontros não oficiais entre os vizinhos, revelando, com malícia e ironia, o que a postura cotidiana busca esconder.

Questão 06 - Letra A

Eixo cognitivo: II

Competência de área: 6

Habilidade: 18

Comentário: O trecho da fala do repórter “E o Querô foi espremido, empilhado, esmagado de corpo e alma num cubículo imundo, com outros meninos” destaca que o efeito pretendido pelo uso da gradação é revelar a opressão tanto física quanto moral sobre menores infratores. A apatia, a confusão, a comoção dos meninos, conforme referido nas demais alternativas, juntamente à informação crítica e jornalística destacada na última delas, não correspondem ao exercício da violência sobre a personagem, que é o tema central do fragmento do texto.

módu Lo – B 02

Trovadorismo, Humanismo, Classicismo e Quinhentismo

Exercícios de Aprendizagem

Questão 01Comentário: A questão, além de retomar as características do Trovadorismo, demonstra como esse estilo literário é relido em um poema contemporâneo, indicando o caráter cíclico da Literatura.

A) A cantiga de Airas Nunes é classificada como “cantiga de amigo”, pois apresenta um eu lírico feminino que convida as amigas para um baile (“Bailemos nós já todas três, ai amigas”) e discorre sobre seus sentimentos em relação aos “amigos”, namorados, de cada uma (“E quem for velida, como nós, velidas, / Se amigo amar, / So aquestas avelaneiras frolidas / Verrá bailar.”).

B) O título “Confessor Medieval” indica que o eu lírico do poema de Cecília Meireles é alguém que escuta as confidências de uma jovem apaixonada e a interpela a respeito dos seus sentimentos e intenções em relação ao amigo. Esse “confessor” pode ser tanto uma figura religiosa quanto a mãe ou uma amiga da jovem, conforme era feito na tradição retomada pela poetisa em sua cantiga.

Questão 02Comentário: Essa questão aborda, além da interpretação do soneto, a identificação de características da lírica camoniana. Nesse sentido, deve‑se perceber como o poema ultrapassa a temática amorosa comum em Camões, promovendo reflexões a respeito da época baseadas em pensamentos de fundo religioso e filosófico.

A) Esse item exige o reconhecimento e a interpretação da intertextualidade com o texto bíblico, evocada nas imagens de Babilônia e Sião, que são apresentadas como opostos. Se Babilônia representa alegoricamente o mal, ao evocar a situação de exílio e privação do eu lírico, e também por tudo que simboliza na tradição judaico‑cristã (como a tirania, o amor impuro, os desenganos e a vida errática), Sião encarna as ideias de liberdade, verdade e amor puro. Babilônia é o local do desconcerto do mundo, ao passo que Sião indica a pátria verdadeira, local da justa proporção e da possível harmonia entre os valores espirituais do eu lírico e a sua realidade social e material.

B) No primeiro terceto, a expressão “neste labirinto” capta um dos traços fundamentais da noção de desconcerto, a saber, o deslocamento errático do eu lírico em um mundo marcado pela cobiça e pela vileza, em suma, pelo pecado. No segundo terceto, a expressão “neste escuro caos de confusão” sugere as ideias de desordem e desorientação desse eu lírico. Tais expressões do desconcerto são antítese das ideias de proporção, equilíbrio e beleza, que compõem o campo semântico do conceito de concerto, encarnado na forma lógica e rigorosa do soneto e na própria visão de mundo do homem renascentista.

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34 Coleção 4V

Questão 03

Comentário: A questão apresenta dois trechos: o segundo,

extraído da Carta de Pero Vaz de Caminha, registra as

impressões do escrivão quanto à propensão dos nativos

à catequese; o primeiro, extraído da obra do crítico

J.G. Merquior, registra as dificuldades dos jesuítas em impor a

fé católica aos “gentios”. Deve-se perceber o evidente contraste

entre a previsão de Caminha e o que ocorreu na prática, ou

seja, o texto I contraria os prognósticos do texto II. Na Carta,

o escrivão prevê que a catequização dos índios seria fácil e

que os nativos aceitariam, de bom grado, a religião cristã.

No texto de Merquior, no entanto, encontram-se depoimentos

de padres jesuítas, Nóbrega e Anchieta, nos quais os nativos são

retratados como seres “bestiais” e “sem engenho”, incapazes

de aceitar “as coisas de Deus”. As palavras dos padres jesuítas

revelam o insucesso da pregação religiosa entre os índios

resistentes ao catolicismo.

Exercícios Propostos

Questão 01 – Letra A

Comentário: Questão em que se deve reconhecer uma

característica da poesia trovadoresca em uma cantiga daquele

período e uma obra contemporânea. A presença de um traço

da poesia medieval em um artista da atualidade indica o modo

como a literatura se constrói, também, por meio de releituras de

estilos. Nesse sentido, a característica comum à cantiga de Dom

Dinis e à canção de Chico Buarque é a vassalagem amorosa,

que exigia do cavalheiro fidelidade, dedicação e obediência à

amada. Na cantiga, essa característica pode ser identificada

nos versos “quem dera, senhora, então / que eu vos visse e

agradasse”; já na canção, a vassalagem pode ser reconhecida

no verso “Você era a favorita onde eu era mestre-sala”.

Também se nota, tanto na cantiga quanto no poema, que essa

amada se encontra distante, exigindo um esforço ainda maior

do eu lírico no sentido de continuar amando-a mesmo com

esse impedimento.

Questão 02 – Letra C

Comentário: O teatro vicentino, de que é exemplo o Auto

da barca do inferno, é influenciado pela religião, mas não é

preocupado em confirmar ou enaltecer o sagrado cristão. Um

dos seus principais objetivos era a crítica aos costumes da

sociedade da época, que incluíam hábitos e tradições da igreja.

Nesse sentido, baseava-se, especialmente, na ideia do Mal que

deveria ser destruído pelo Bem, a qual é retomada na noção

cristã de recompensa e castigo. No Auto da barca do inferno,

essa característica é evidente na existência de duas barcas,

a do Inferno e a do Paraíso, que levariam as almas dos seres

humanos segundo seus comportamentos e atitudes em vida.

Está correta, assim, a alternativa C.

Questão 03 – Letra E

Comentário: O soneto “O dia em que nasci moura e pereça”

é construído com base na ideia camoniana do “desconcerto do

mundo”, uma crítica aos valores buscados pelos indivíduos da

época, entendidos pelo poeta como mesquinhos, hipócritas e

vãos. Esse desconcerto é comprovado nos versos “As pessoas

pasmadas, de ignorantes, / As lágrimas no rosto, a cor perdida,

/ Cuidem que o mundo já se destruiu.”.

Questão 04 – Letra B

Comentário: A noção do “desconcerto do mundo” expressa

pelo poeta no soneto implica uma visão fatalista da época e

certa alusão a uma crise do pensamento humanista, conforme

indicam os versos “Ó gente temerosa, não te espantes, / Que

este dia deitou ao Mundo a vida / Mais desgraçada que jamais

se viu!”.

Questão 05 – Letra E

Comentário: No excerto do Auto da barca do inferno,

é apresentada a personagem Frade, um padre de costumes

mundanos, como a dança e, até mesmo, o namoro com uma

dama. A personagem é construída caricaturalmente com o

objetivo de criticar, de modo satírico, os costumes e a hipocrisia

do clero.

Questão 06 – Letra C

Comentário: No excerto de Gil Vicente, a personagem Diabo

constrói a crítica aos costumes do clero por meio de suas falas

irônicas, tais como a citada corretamente na alternativa C:

“Que preciosa clausura!”.

Questão 07 – Letra C

Comentário: Entre as cinco afirmativas feitas com relação ao

Quinhentismo no Brasil, somente a afirmativa IV está incorreta.

De fato, na Europa dos séculos XV e XVI, o Renascimento fez

com que a produção artística e cultural se voltasse para as

concepções estéticas greco-latinas, daí o nome Classicismo

atribuído ao período, que propunha um retorno aos valores da

Antiguidade Clássica. A Literatura do Quinhentismo brasileiro,

no entanto, não se vinculava a esse movimento. Ela consistiu

numa produção literária muito específica, que englobava as

crônicas dos viajantes (literatura informativa) e os textos

dos jesuítas.

Questão 08 – Letra C

Comentário: A alternativa incorreta sobre a Carta de Pero Vaz

de Caminha é apresentada na letra C, uma vez que o escrivão

não emprega o “registro coloquial” em sua missiva, mas sempre

um “estilo cerimonioso”. A adoção desse tom formal se deve

à situação comunicativa do texto – a Carta é destinada ao Rei

de Portugal. As demais afirmações sobre o texto de Caminha

estão corretas.

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35Bernoulli Sistema de Ensino

Questão 09 – Letra B

Comentário: A questão aborda panoramicamente a atuação literária do Padre José de Anchieta no Brasil. A alternativa que não diz respeito à sua produção é a letra B: “Foi o grande orador sacro da língua portuguesa, com seus sermões barrocos”. Tal definição refere‑se ao Padre Antônio Vieira. Vale notar que é recorrente nos vestibulares a aproximação dos dois padres com o intuito de abordar a distinção entre os trabalhos e as atuações de cada um deles.

Seção Enem

Questão 01 – Letra C

Eixo cognitivo: I

Competência de área: 7

Habilidade: 21

Comentário: A Carta de Caminha, como texto pertencente à Literatura de Informação, revela a perspectiva eurocêntrica dos colonizadores portugueses, ou seja, explicita o estranhamento dos europeus diante dos nativos, considerados exóticos para eles. Já a tela de Portinari assume o ponto de vista dos indígenas, ao mostrá‑los exaltados com a aproximação da caravela portuguesa.

Questão 02 – Letra C

Eixo cognitivo: I

Competência de área: 4

Habilidade: 13

Comentário: Tanto o poema de Camões quanto a pintura de Rafael Sanzio evidenciam uma visão idealizada da figura feminina. Camões, poeta inserido no contexto do Classicismo português, retrata a mulher como a imagem ideal do amor divino, utilizando‑se da forma fixa do soneto e da clareza da exposição do pensamento para expressar tal ideia, indo ao encontro dos preceitos clássicos de sobriedade e equilíbrio. As mesmas características podem ser evidenciadas na tela de Rafael, cuja figura feminina possui a serenidade, a pele alva e traços bem definidos, como bem expõem os adjetivos do poema.

Questão 03 – Letra A

Eixo cognitivo: II

Competência de área: 5

Habilidade: 16

Comentário: Questão em que se aborda a recorrência de temas nas produções literárias, uma vez que a temática tratada por Camões no Classicismo é retomada por Hilda Hilst na contemporaneidade. A temática comum aos dois poemas é, assim, a ideia de fusão entre dois seres que se amam, em que o eu lírico se apresenta como o outro, o ser amado a quem dedica os versos, conforme indicado corretamente na alternativa A e comprovado nos seguintes versos: “Ouvia: / Que não podia odiar / E nem temer / Porque tu eras eu.” (texto I) e “pois em mim tenho a parte desejada” (texto II).

módu Lo – B 03

Barroco e Arcadismo

Exercícios de Aprendizagem

Questão 01

Comentário: Essa é uma questão simples de interpretação

de texto. Não são cobrados conhecimentos específicos do

Barroco ou da obra de Vieira, de forma que uma leitura

proficiente do fragmento seria o suficiente para resolver a

questão. Isso não impede, no entanto, que se perceba o modo

como a argumentação é desenvolvida pelo orador, em que se

reconhecem os traços do conceptismo.

O fragmento é um bom exemplo da preocupação de Padre

Antônio Vieira com temas de caráter social e de dimensão

política. A aproximação e a comparação da figura de Alexandre

Magno, grande conquistador do Mundo Antigo, com a do pirata

saqueador evidenciam a crítica aos valores morais e a visão

ideológica do autor.

Questão 02

Comentário: A questão propõe uma relação entre os dois

poemas de Gregório de Matos. A leitura conjunta dos dois textos

certamente amplia os seus significados. O ponto fundamental

do exercício é perceber que o texto I funciona como um

argumento para a exortação feita no texto II.

Tanto o texto I quanto o texto II tratam da inconstância

das coisas, retratada por meio de antíteses. A luz, o dia,

a alegria, a beleza feminina, tudo é breve e passageiro e,

por isso, deve ser aproveitado ao máximo, pois logo

chegarão a escuridão, a noite, a tristeza e a velhice. Diante

do caráter efêmero de todas as coisas, inclusive da beleza

e da juventude, o eu lírico aconselha sua interlocutora a

gozar o momento presente.

Questão 03

Comentário: Questão básica sobre historiografia literária,

que consiste na identificação e na breve descrição de uma

característica marcante de um dado estilo de época, no

caso, do Arcadismo. O soneto de Cláudio Manuel da Costa

opõe campo e cidade de acordo com o que preconizam os

princípios árcades: a cidade é vista como o lugar da vaidade,

dos excessos, da ostentação, enfim, da falsa felicidade.

Por isso, o eu lírico prefere voltar ao campo, que seria o

oposto da cidade, e onde estariam a riqueza e a felicidade

verdadeiras: uma vida simples em meio à natureza. Essas

ideias vão ao encontro dos princípios do fugere urbem, do

locus amoenus e da aurea mediocritas.

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Exercícios Propostos

Questão 01 – Letra A

Comentário: O poema de Gregório de Matos, escrito no século XVII, utiliza um tom satírico para criticar a presença na Bahia de governantes que não seriam capazes de governar sequer seu próprio espaço pessoal e a desonestidade, referida como “estupendas usuras nos mercados”. Nesse sentido, a alternativa A está correta. Por não apresentar um tom nativista, visto que o conceito de nação viria à tona apenas cerca de dois séculos depois, a alternativa B está incorreta. Por fim, considerando que o poema é uma sátira barroca, as alternativas C, D e E, que o caracterizam como neoclássico, modernista e parnasiano, respectivamente, estão também incorretas.

Questão 02 – Letra E

Comentário: No fragmento do “Sermão da Sexagésima”, de Padre Antônio Vieira, é possível identificar a presença do “conceptismo, caracterizado pela utilização constante dos recursos da dialética”, o que se encontra na alternativa E. A evidência desse jogo dialético está na oposição das expressões “saem a semear” x “semeiam sem sair”, bem como no antagonismo “cá” (“paço”, no sentido de corte, dos dominicanos que pregavam apenas no paço Imperial) x “lá” (“passos”, no sentido do esforço dos jesuítas que saíam a pregar a palavra sagrada pelas colônias, abnegando‑se dos valores mundanos e da vida confortável da corte).

Questão 03 – Letra D

Comentário: A alternativa equivocada sobre o cultismo e o conceptismo encontra‑se na letra D: “O cultismo na Espanha, Portugal e Brasil é também conhecido como gongorismo e seu mais ardente defensor, entre nós, foi o Padre Antônio Vieira, que, no ‘Sermão da Sexagésima’, propõe a primazia da palavra sobre a ideia.” A primeira parte da afirmativa, que designa o cultismo como gongorismo, devido ao poeta espanhol Gôngora, está correta, mas a parte final da frase não procede, uma vez que Vieira, em seu Sermão, condena o excessivo cultismo utilizado pelos padres de sua época. Para ele, tal ornamentação estética fazia com que pregadores e público apenas se preocupassem com a estética, esquecendo‑se de que o Sermão deveria ser uma “arte sem arte”, ou seja, sem artifício – um discurso pregado de modo simples como um céu de estrelas, e não de forma “afetada” e antitética como um tabuleiro de xadrez.

Questão 04 – Letra C

Comentário: A questão avalia a capacidade de reconhecimento das características gerais da poesia barroca. Não está correta a alternativa C, uma vez que “preceitos renascentistas” como “harmonia e equilíbrio” contrariam as características do estilo barroco. Marcada pelas inversões sintáticas e pelo uso de paradoxos, a poesia desse estilo não evidencia “harmonia” ou “equilíbrio”, mas tensão, conflito. As demais alternativas estão corretas.

Questão 05 – Letra AComentário: Nos versos do poema “Triste Bahia”, Gregório de Matos identifica‑se com o estado da cidade da Bahia, “dessemelhante” de como estavam outrora, uma vez que se percebe uma degradação econômica sofrida no plano coletivo, pelo governo, que afeta o plano individual, tornando o eu lírico também degradado e pobre. Está correta, assim, a alternativa A.

Questão 06 – Letra CComentário: A “agudeza” argumentativa de Padre Vieira pode ser percebida no trecho do “Sermão da Sexagésima” citado na alternativa C. Nesse trecho, para tratar da pregação, o orador constrói uma analogia com a visão do ser humano de si mesmo em um espelho, em que os olhos equivaleriam ao conhecimento necessário para o entendimento da palavra divina; o espelho, à própria doutrina católica; e a luz, à graça concedida por Deus. Ao fazer essa analogia, Padre Vieira aproxima ideias distantes por meio de um discurso “engenhoso” e didático, que se torna claro e acessível para os fiéis e, por isso, mais eficiente.

Questão 07 – Letra DComentário: Os poetas árcades não demonstravam preocupação com a construção de personagens, superficiais ou profundas, visto que suas produções baseavam‑se, principalmente, na observação da realidade, das mudanças ocorridas no mundo tanto na paisagem quanto nos valores e princípios da sociedade, os quais passavam a se guiar pelos ideais iluministas do século XVIII. Está incorreta, portanto, a alternativa D.

Questão 08 – V V F V FComentário: Não são características do Arcadismo identificadas nos versos de Tomás Antônio Gonzaga a terceira e a última afirmativas. Não é uma característica dos poemas árcades o sentimento de nulidade do ser humano frente ao poder divino, uma vez que não há, nessa estética, uma relação com os aspectos religiosos da vida humana, que contraria os princípios iluministas da razão e da ciência nos quais se pautavam os poetas da época. Também não se percebe, nos versos de Gonzaga ou na estética árcade de maneira geral, o relato épico de grandes feitos heroicos, o que contraria o princípio da simplicidade buscado no Arcadismo.

Questão 09 – Letra AComentário: Apesar de ser reconhecível, na estética árcade, a oposição entre um estilo de vida simples, representado pela temática pastoril, e a vida dissimulada encontrada na cidade, ela não é identificada no soneto de Cláudio Manoel da Costa, que trata do sofrimento do eu lírico diante da recusa de sua amada (pastora) em corresponder aos seus afetos. Assim, está incorreta a alternativa A.

Questão 10 – Letra BComentário: No soneto em análise, o poeta, confessando aos montes seu “fúnebre lamento”, evoca figuras da mitologia grega, como Orfeu e Apolo, compara‑se a poetas anteriores a ele e declara o valor de seus próprios versos, como confirma o último terceto: “O canto, pois, que a minha voz derrama, / Porque ao menos o entoa um peregrino, / Se faz digno entre vós também de fama.”.

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Manual do Professor

37Bernoulli Sistema de Ensino

Seção EnemQuestão 01 – Letra EEixo cognitivo: III

Competência de área: 5

Habilidade: 16

Comentário: No “Soneto VII”, do poeta árcade Cláudio Manuel da Costa, o eu lírico, homem urbano, demonstra, inicialmente, um profundo estranhamento diante de uma paisagem natural transformada pelo progresso, como se observa nos versos 7 e 8. Na última estrofe, no entanto, percebe‑se que o verdadeiro culpado pela mudança da natureza não foi o desenvolvimento, mas seus próprios males, que tudo degeneram. Nesse sentido, é possível afirmar que existe uma relação de empatia entre o seu sofrimento e a agonia da terra, assim como indicado na alternativa E.

Questão 02 – Letra DEixo cognitivo: II

Competência de área: 4

Habilidade: 15

Comentário: O artista neoclássico Jacques Louis‑David é conhecido como o precursor do chamado “estilo imperial”, uma vez que era o pintor oficial de Napoleão Bonaparte, encarregado de retratar o imperador e representar o seu poder na guerra e no Estado. Os eventos históricos que envolviam os governantes eram, contudo, retratados de maneira grandiloquente e idealizada, além de representarem apenas a perspectiva dos grupos dominantes, conforme indica corretamente a alternativa D.

Questão 03 – Letra BEixo cognitivo: II

Competência de área: 5

Habilidade: 15

Comentário: No poema de Cláudio Manuel da Costa, nascido em Vila Rica (Ouro Preto) e educado em Portugal, aparece o contraste entre a vida no campo, o ambiente bucólico e a existência na cidade, nos centros urbanos, o que é uma temática recorrente do Arcadismo e um fator particular da própria experiência de vida do autor. Devido a isso, é correto o comentário presente na alternativa B: “A oposição entre a Colônia e a Metrópole, como núcleo do poema, revela uma contradição vivenciada pelo poeta, dividido entre a civilidade do mundo urbano da Metrópole e a rusticidade da terra da Colônia”.

módu Lo – C 01

Acentuação e ortografiaExercícios de Aprendizagem

Questão 01 – Letra CComentário: A questão pede que se aponte a alternativa que contenha palavras que dispensam o acento gráfico. As palavras da alternativa C, todas paroxítonas (preto, aquele, capeta), atendem a essa condição, pois não há regra de acentuação que justifique o acento que nelas foi colocado.

Ao contrário, pela regra da distribuição complementar, segundo a qual as palavras paroxítonas recebem acento onde as oxítonas não são acentuadas e vice‑versa, o acento nem poderia existir. Uma vez que se acentuam as oxítonas terminadas em a, e e o, as paroxítonas terminadas nessas mesmas letras não são acentuadas. Nas alternativas A e E, somente a palavra “êle” poderia prescindir do acento. Na alternativa B, somente a palavra “pôde” poderia dispensar o acento. Na alternativa D, somente a palavra “dôido” não é acentuada.

Questão 02 – Letra DComentário: Essa questão trata de termos parônimos, pedindo que se identifiquem os sinônimos de “ignorante”, “iniciante”, “sensatez”, “confirmar”, que são “insipiente”, “incipiente”, “discrição”, “ratificar”. Nas alternativas A, B e E, houve uma inversão dos termos “incipiente” (iniciante) e “insipiente” (ignorante): usou‑se um pelo outro. Além disso, nas letras A, C e E, citou‑se a “descrição” (exposição falada ou escrita, ato de descrever) em lugar de “discrição” (qualidade de quem é discreto). Na letra A, há ainda equívoco no uso do vocábulo “retificar”, que significa “corrigir”.

Questão 03 – Letra DComentário: O fato de os termos “plateia” e “heroico” apresentarem grafia diferente após o estabelecimento do novo acordo ortográfico deriva de serem paroxítonos, vocábulos cuja tonicidade recai na penúltima sílaba e cujos ditongos abertos “ei” e “oi” não precisam mais ser acentuados. Não se aplica, nesse caso, a regra enunciada no primeiro quadrinho, que se refere especificamente às palavras paroxítonas que apresentam “i” ou “u” tônicos depois de ditongo, como fei‑u‑ra (expressa no balão de pensamento do último quadro da tirinha) e bai‑u‑ca, referida na letra D. Os vocábulos “gratuito” e “caiu” não são, nem nunca foram, acentuados.

Questão 04 – Letra CComentário: A questão pede que se aponte a alternativa em que uma das palavras não foi grafada de acordo com o sistema ortográfico vigente. Na alternativa C, a palavra “advinhar”, grafada com “d” mudo, foi escrita de forma incorreta, pois o correto seria “adivinhar”. Em todas as demais alternativas, as palavras foram corretamente grafadas.

Questão 05 – Letra EComentário: Apenas a alternativa E apresenta palavras corretamente acentuadas. Nas alternativas A e C, “entrever” e “compor” são oxítonas terminadas em R, mas apenas as terminadas em “a”, “e”, “o”, “em” ou “ens” recebem acento. Em B, o sujeito é de 3ª pessoa do singular (Mark Granovetter) e “vêm” é forma verbal de 3ª do plural. Em D, “por” é preposição e não a forma verbal, e apenas esta deve ser acentuada.

Exercícios Propostos

Questão 01 – Letra D Comentário: A ideia de venda de deputados apresentada na charge de Glauco tem relação com a prática da negociação partidária, que depois será retomada no artigo de Carlos Heitor Cony, em que os candidatos, muitas vezes, têm mais relevância eleitoral do que seus partidos e, consequentemente, programas, o que leva à eleição de indivíduos pouco aptos para a vida pública.

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Questão 02 – Letra B

Comentário: Considerando o gabarito anterior, reconhece‑se, tanto na charge quanto no artigo, uma crítica à fidelidade partidária, que não é eficiente no Brasil, uma vez que, no país, há certa pulverização de partidos, que acabam se apagando em relação aos candidatos, que se elegem por sua imagem, e não por um programa partidário.

Questão 03 – Letra A

Comentário: A narrativa que inicia o texto de Cony, em que um engraxate diz que, caso o comunismo fosse instaurado no Brasil, ele seria avacalhado, mostra o lado irreverente do povo brasileiro, que trata dos assuntos com pouca seriedade, mas também sua desorganização, visto que qualquer sistema político implantado no país não seria eficiente, pois o avacalharíamos.

Questão 04 – Letra D

Comentário: A conjunção “nem”, em “Nem o STF com sua decisão [...]”, estabelece com a ideia anterior, a de que, segundo o articulista, avacalhamos a democracia, uma relação de adição, uma vez que acrescenta um argumento comprovando a tese. No caso, o STF não foi capaz de tornar efetiva a fidelidade partidária no Brasil.

Questão 05 – Letra B

Comentário: Ao citar a disputa entre Enéas, filiado a um partido sem expressão, e Leonel Brizola, político histórico e conhecido, em que o primeiro obteve mais votos, Cony traz para sua argumentação um exemplo que comprova a tese da ineficiência da fidelidade partidária do país. Está correta, assim, a alternativa B.

Questão 06 – Letra C

Comentário: Para responder a essa questão, deve‑se voltar ao texto e identificar a ideia retomada pelo termo “mesmo” na frase “Desconfio que já fizemos o mesmo com a democracia”. Encontra‑se o referente desse pronome na fala do engraxate citado pelo autor do texto: “Pode deixar, doutor, se o comunismo vier, nós avacalhamos ele”. Sendo assim, “fazer o mesmo” com a democracia significa “avacalhá-la”. A alternativa correta é, portanto, a letra C.

Questão 07 – Letra B

Comentário: Nessa questão, a única alternativa que não apresenta desvios em relação à ortografia oficial é a letra B. Em todas as outras alternativas há erros, conforme demonstrado a seguir:

• Em “A Volks ainda está em acensão no país, apesar do excesso de concorrentes”, falta um “s” em “ascensão”.

• Em “O viez do mercado é importante, porque qualidade é percepção de mercado”, deve‑se usar “s” e acento agudo na palavra “viés”.

• Em “As montadoras não conseguem esvasiar os páteos, por maiores descontos que deem”, deve‑se grafar “esvaziar” com “z” e “pátios” com “i”.

• Em “Super homem nasceu digitalizado, mas vêm sendo

projetado em modo analógico”, deve‑se usar o hífen no

substantivo composto “Super‑homem” e retirar o acento

circunflexo da forma verbal “vem”, já que, com acento,

ela estaria na terceira pessoa do plural, em desacordo com

o sujeito da oração, que é de terceira pessoa do singular.

Questão 08 – Letra A

Comentário: Essa questão demanda a percepção do

encaminhamento argumentativo do linguista. O que se pode

perceber é que Possenti defende a ideia de que a mudança

linguística (como a eliminação do ditongo em “jeito”) não ocorre

de modo desordenado, isto é, existem regras que podem ser

depreendidas das manifestações das mudanças na língua.

Para defender esse ponto de vista, o linguista apresenta outros

exemplos, além da palavra “jeito”, os quais evidenciam a presença

de uma regra gramatical de uso.

Questão 09 – Letra D

Comentário: De acordo com o texto, a pronúncia do vocábulo

“peixe” no português atual faz‑se com a eliminação do ditongo [ey],

conforme demonstrado pelo autor no trecho “Pode‑se dizer sem

medo de errar que a maioria das pessoas fala [pexe] na maioria

das vezes em que pede esse alimento no mercado ou informa

que comeu... [pexe].”. Está correta, assim, a alternativa D.

Questão 10 – Letra B

Comentário: A pronúncia de “eleito” como [eleto] segue a

mesma lógica discutida por Sírio Possenti em seu texto, quando

trata da palavra “jeito”, uma vez que ambas não são realizadas

sem o ditongo em razão da consoante que segue o ditongo,

o “t” nos dois casos. Nas demais alternativas, as pronúncias

apresentadas em colchetes são realizadas no português

Seção Enem

Questão 01 – Letra E

Eixo cognitivo: II

Competência de área: 8

Habilidade: 26

Comentário: No trecho “A cozinheira, o estribeiro, os

criados, Bernarda, diziam ‘estambo’”, o narrador de História

da minha infância mostra como os trabalhadores ao seu redor

pronunciavam a palavra “estômago”, “repelindo proparoxítono”,

o que justificaria a sua própria dificuldade de pronunciar

o vocábulo. Reconhece‑se, assim, que a forma “estambo”

faz parte de uma variedade linguística pouco prestigiada,

exatamente por ser a utilizada por indivíduos das classes mais

baixas. Está correta, portanto, a alternativa E. As alternativas A,

C e D não apresentam marca dessa variedade. Já a escrita de

“estomágo”, em B, mostra apenas a tentativa de uma criança

pronunciar corretamente uma palavra no início da alfabetização.

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Manual do Professor

39Bernoulli Sistema de Ensino

Questão 02 – Letra CEixo cognitivo: III

Competência de área: 6

Habilidade: 19

Comentário: O efeito de humor dessa piada é causado pela quebra de expectativa proveniente do não entendimento de uma das personagens sobre a dúvida do compadre, que tinha cunho linguístico, isto é, sobre a pronúncia correta da palavra “lagarto”. O humor reside justamente no fato de uma das personagens achar que existem dois animais diferentes, um lagarto e outro largato.

Questão 03 – Letra AEixo cognitivo: I

Competência de área: 8

Habilidade: 25

Comentário: A omissão do R final dos verbos no infinitivo e a troca do E final das palavras pelo I são características da oralidade e caracterizam a linguagem informal utilizada na fala. Além disso, as reticências sugerem hesitações e / ou pausas, também comuns na conversa cotidiana informal.

MÓDULO – C 02

Classes de palavras

Exercícios de Aprendizagem

Questão 01 – Letra DComentário: A questão testa o conhecimento quanto às classes de palavras nos planos morfológico (classificação) e semântico (sentido) da língua. A expressão “bilhões e bilhões” não representa uma quantidade precisa (note que não é um número exato). Isso, por si só, já eliminaria as alternativas A, B e C. Além disso, “bilhões e bilhões” não é advérbio (note, por exemplo, que as palavras estão flexionadas no plural, e o advérbio, sendo uma palavra invariável, não é flexionado; não é adjetivo (a expressão não caracteriza os seres) e não é conjunção coordenativa aditiva (não funciona como elemento que estabelece relação de adição entre as orações). A letra E está incorreta porque “bilhões e bilhões” não é pronome. Assim, tanto “bilhões e bilhões” quanto “um milhão” são numerais e foram usados, intencionalmente, como hipérboles.

Questão 02 – Letra EComentário: Em E, a palavra “bastantes” refere-se ao adjetivo “verdadeiros”, portanto, é um advérbio de intensidade – palavra invariável em gênero e número –; logo, a forma adequada é “bastante”. Em A, C e D, a palavra “bastante” tem valor adjetivo e concorda com as palavras a que se refere. Em B, está ligada ao verbo e, por isso, fica invariável.

Questão 03 – Letra EComentário: Questão de natureza semântica. A incoerência na fala da atriz é produzida em função de uma superposição de expressões negativas. Ao usar mais de uma expressão com sentido negativo, a atriz acaba mudando o sentido do seu discurso. Os elementos contidos nas demais alternativas não geram qualquer tipo de ambiguidade.

Questão 04 – Letra D Comentário: O advérbio “aí”, cuja função estabelecida na Gramática Normativa é a de lugar, no contexto apresentado no enunciado, expressa a ideia de conclusão, podendo ser substituído por “então” ou “portanto”, por exemplo.

Exercícios Propostos

Questão 01 – Letra CComentário: O trecho do artigo de Marcelo Gleiser trata da distinção principal entre ciência e religião, que diz respeito ao modo como cada uma enxerga e interpreta a realidade. Dessa maneira, infere-se que tanto ciência quanto religião se posicionam em relação ao mundo, de maneira distinta, e que, ainda, há outros aspectos que as distingue. Tem-se, então, como corretas as alternativas A, B e D. A única interpretação inadequada é, portanto, a dada na alternativa C, uma vez que, no texto, não se afirma que a religião interpreta a realidade com base na fantasia, mas sim que ela interpreta as situações com base no sobrenatural, que coexiste com o natural e é capaz até de interferir nele.

Questão 02 – Letra DComentário: Conforme aparece no texto, em “questões de caráter fundamental e misterioso”, o vocábulo “caráter” diz respeito à especificidade das questões relacionadas à realidade, “como a origem do universo, da vida ou da mente”, que são, no caso, de natureza fundamental e misteriosa. Se descontextualizada, essa palavra pode assumir outras acepções, como: o “conjunto de traços distintivos de uma pessoa ou coisa” ou a “qualidade que é inerente a um indivíduo, animal ou coisa” (Dicionário Michaelis online).

Questão 03 – Letra CComentário: Nessa questão, deve-se refletir sobre o sentido de conectivos presentes em frases retiradas do texto e verificar em qual delas identifica-se corretamente esse sentido. Isso ocorre na alternativa C. Em “Desde a famosa crise entre Galileu Galilei e a Inquisição[...]”, “desde” expressa a ideia de tempo. Em todas as outras alternativas, o sentido do conectivo foi erroneamente indicado, como demonstrado a seguir:

• Em “Enquanto a religião adota uma realidade sobrenatural [...], a ciência aceita apenas uma realidade, a natural”, “enquanto” estabelece relação de tempo, de simultaneidade.

• Em “[...] é absurdo contestar a veracidade desses textos, visto que são expressão direta da palavra divina”, a expressão “visto que” estabelece relação de causa.

• Em “A função da ciência não é atacar Deus, mas oferecer uma descrição do mundo mais completa”, a partícula “mas” dá ideia de contraste, na medida em que distingue as ideias sem opô-las.

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40 Coleção 4V

Questão 04 – Letra B

Comentário: Nessa questão, deve‑se identificar o termo

que funciona como pronome. Embora essa classe de palavras

não tenha sido estudada em profundidade no módulo 02,

é possível responder à questão caso se consiga diferenciar

o pronome demonstrativo “o”, na frase da alternativa B, dos

artigos definidos “o” e “os”, nas demais alternativas. Para

isso, basta perceber a relação de determinação que os artigos

estabelecem com substantivos nas frases, o que não ocorre com

o pronome. Em outras palavras, analisando cuidadosamente

os enunciados, é possível perceber que o “o” da letra B não

determina nenhum outro termo, ao contrário dos “o” / ”os” das

demais alternativas, os quais estão determinando substantivos,

como demonstrado a seguir:

• Na alternativa A, “os” é artigo definido e determinante do

substantivo “crentes”.

• Na alternativa B, “o” é pronome demonstrativo, equivalente em

sentido a “aquilo”, e não é determinante de nenhum outro termo.

• Na alternativa C, “o” é artigo definido e determinante do

substantivo “caminho” assim como é o possessivo “seu”.

• Na alternativa D, “o” é artigo definido e determinante do termo

nominalizado “não saber” (forma verbal nominalizada).

Questão 05 – Letra B

Comentário: Nessa questão, deve‑se identificar o adjetivo

“fechados”, que compõe o termo “olhos fechados” da alternativa

B, como uma forma nominal do verbo “fechar”. Nesse caso,

“fechados” é o particípio passado desse verbo e pode formar

locuções verbais com auxiliares, como em “O acordo foi fechado

pelos acionistas da empresa”. Os demais adjetivos citados

nas frases das alternativas A, C e D não poderiam funcionar

como verbos.

Questão 06 – Letra A

Comentário: Nessa questão, deve‑se identificar em qual das

alternativas o termo destacado não tem função substantiva. Para

isso, deve‑se observar qual dos termos não funciona como núcleo

de um grupo nominal, o que ocorre na alternativa A apenas.

Na frase “É só porque todo mundo é tão estúpido [...]”,

o termo “todo” não é núcleo do grupo nominal, e sim

determinante do núcleo, que é o substantivo “mundo”. Dessa

forma, “todo” não tem função substantiva, e sim adjetiva.

Em todas as demais alternativas, o termo destacado funciona

como núcleo do grupo nominal, como demonstrado a seguir:

• em “[...] governar só é assim tão difícil [...]”, embora

“governar” seja, morfologicamente, uma forma nominal

de um verbo, sintaticamente, funciona como sujeito da

oração, sendo, assim, o núcleo de um grupo nominal;

• em “[...] ele nasceria por certo em outro lugar.”, o pronome

pessoal “ele” é núcleo de um grupo nominal que funciona

como sujeito na oração;

• em “[...] não havia necessidade de ditadores [...]”, “necessidade” é núcleo de um grupo nominal que funciona como complemento (objeto direto) da forma verbal “há”.

Questão 07 – Letra B

Comentário: A única afirmativa correta é a II, uma vez que,

de fato, o termo “não”, em “está no uso da voz, não na idade

da piada”, é um adjunto adverbial de negação que atribui

oposição ao fato “uso da voz”, diferenciando‑o de “a idade

da piada” e funcionando, assim, como recurso argumentativo

que defende a relevância do uso da voz no momento em que

se conta uma piada. Está correta, assim, a alternativa B.

A afirmativa I está incorreta porque o artigo indefinido em “um

comediante” apenas indica que pode se tratar de qualquer

comediante, portanto, é mesmo uma indefinição. Já a III está

incorreta porque o termo “como”, em “como Tom Cavalcante”,

tem como função introduzir um exemplo.

Questão 08 – Letra B

Comentário: No trecho do poema em destaque, os dois últimos

versos estabelecem uma relação de causa com o primeiro.

Ou seja, os motivos de ser difícil mandar recado para a mulher

era o fato de não haver, na época, e-mail, e do pai da moça ser

“uma onça”, ser bravo. O conectivo que expressa corretamente

essa relação é o “porque”, indicado na alternativa B.

Questão 09 – Letra C

Comentário: Na charge em questão, o termo responsável pela

ambiguidade é “sistema”, pois, contextualmente, ele recebe

duas acepções. Os manifestantes realizam um protesto contra

o “sistema”, no sentido de se rebelarem contra a estrutura que

constitui uma forma de organização social, política ou econômica.

Mas, ao serem informados de que não poderiam ter sua

reivindicação realizada, pois o “sistema estaria fora do ar”, há

a apresentação de outra acepção quanto ao termo “sistema”,

que passaria a significar, na linguagem tecnológica, o conjunto

operacional por meio do qual se realiza determinada função

operacional.

Questão 10 Comentário: É correto o que se afirma na letra A, pois o segundo

período do texto apresenta uma oração principal (“Os crimes

foram tão premeditados, tão maléficos e devastadores”) a que

estão subordinadas duas orações adverbiais: consecutiva, através

da conjunção subordinativa “que” (“que o mundo civilizado não

pode tolerar”) e causal, introduzida pela locução subordinativa

causal “uma vez que” (“uma vez que este não seria capaz de

sobreviver à repetição daqueles”). Também é correto o que se

afirma na letra B, pois o autor considera louvável o ato de se

entregarem à justiça os responsáveis pelos crimes praticados

e por quem as vítimas poderiam, compreensivelmente, sentir

ímpetos de vingança pessoal.

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Manual do Professor

41Bernoulli Sistema de Ensino

Seção Enem

Questão 01 – Letra C

Eixo cognitivo: II

Competência de área: 8

Habilidade: 27

Comentário: Os termos “entendeu” e “né”, na fala transcrita,

funcionam como “marcadores conversacionais”, isto é,

elementos que garantem o fluxo comunicativo, indicando

os turnos de fala e, ainda, garantindo ao enunciador a

atenção do seu interlocutor, conforme indica corretamente

a alternativa C.

Questão 02 – Letra B

Eixo cognitivo: I

Competência de área: 6

Habilidade: 18

Comentário: No texto, a conjunção conclusiva “assim” sintetiza

as informações anteriormente expostas no texto, apresentando

uma conclusão das ideias, a qual abarca a tese do autor:

a linguagem publicitária alça o banal ao status de ideal. Está

correta, portanto, a alternativa B.

Questão 03 – Letra BEixo cognitivo: I

Competência de área: 8

Habilidade: 25

Comentário: O próprio texto da questão explicita o caminho para a resposta. Trechos como “apresentar o idioma como algo vivo e fundamental para o entendimento do que é ser brasileiro” e “a forma como falamos o português nas mais diversas situações cotidianas é talvez a melhor expressão da brasilidade” deixam clara a opção a ser indicada e ressaltam o fato de que a língua é o reflexo da história, da visão e da cultura de um povo, em suas mais variadas formas de expressão.

Questão 04 – Letra AEixo cognitivo: I

Competência de área: 7

Habilidade: 22

Comentário: Em “[...] não existem meninos DE rua”, a preposição “de” liga a palavra “rua” à palavra “meninos”, de modo que a expressão “meninos de rua” constitui um grupo nominal que funciona como sujeito da oração. Nesse caso, “de rua” é classificado como adjunto adnominal do núcleo do sujeito “meninos” e, portanto, semanticamente, informa uma qualidade desse substantivo.

Em “Existem meninos NA rua”, a contração “na” (em + a) liga o termo “rua” à oração, de modo que “na rua” funciona como um adjunto adverbial de lugar. Nesse caso, “na rua”, semanticamente, indica o local em que alguns meninos são encontrados ou, no contexto da crônica, o local em que são colocados. Está correta, portanto, a alternativa A.

módu Lo – C 03

Pronomes

Exercícios de Aprendizagem

Questão 01 – Letra B

Comentário: A questão avalia diversos aspectos relacionados à norma‑padrão, tais como o adequado emprego dos pronomes e das formas verbais, a ortografia, a acentuação e a concordância. Somente as alternativas II e V estão redigidas de acordo com a norma. Em I, houve erro no emprego do pronome oblíquo (usou‑se “o” no lugar de “lhe”), erro de acentuação em “ataca‑los” e erro no emprego da forma verbal “atacava”. O correto seria “Se eu lhe dissesse que fosse atacá‑los, você os atacaria?” Em III, houve erro em “distraí”. O correto seria: “Estou esperando a fim de ver se você os distrai (sem acento) bem”. Em IV, há erro no uso simultâneo de “se” e “caso” (somente uma das conjunções seria suficiente para estabelecer relação de condição) e no uso da forma verbal “distraem”, que está empregada em tempo verbal inadequado e no plural, quando deveria estar no singular. O verbo “poder” também não está corretamente conjugado. Além disso, o uso do pronome átono “os” depois da vírgula está incorreto pelas regras da norma‑padrão. Uma alternativa de reescrita seria: “Caso você, inadvertidamente, distraia-os mal, eu não poderei atacar”.

Questão 02 – Letra C

Comentário: Por tratar o interlocutor por um pronome de terceira pessoa (você), o sargento deveria ter empregado a forma verbal “vá”, verbo “ir” conjugado no imperativo afirmativo na terceira pessoa do singular. A forma verbal “vai”, conjugada no imperativo afirmativo, é própria da segunda pessoa do discurso (tu). O uso concomitante de “vai” e “você” é inadequado, pois, nesse caso, tem‑se o sujeito representado por um pronome de terceira pessoa e o verbo conjugado na segunda pessoa.

Questão 03 – Letra C

Comentário: O infinitivo sempre aceita ênclise, o que torna a alternativa C correta. Nas outras alternativas, o pronome foi mal colocado. Em A, existe a palavra atrativa “não”; logo, a próclise é obrigatória. Em B, existe a palavra atrativa “que”; portanto, a próclise é obrigatória. Em D, não se pospõe pronome átono a particípio. Por fim, em E, não se inicia frase com pronome oblíquo átono.

Questão 04 – Letra A

Comentário: O pronome relativo “cuja” equivale a “da qual” e precede um substantivo sem artigo. Assim, a sequência “cujas

as vagas são definidas pelos líderes partidários”, apresentada em A, está incorreta, uma vez que o uso do artigo “as” é dispensável.

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42 Coleção 4V

Exercícios Propostos

Questão 01 – Letra B

Comentário: Ao conceituar a Idade da Comunicação, o autor

do artigo demonstra senso crítico, pois reconhece que, apesar

de a humanidade ter criado sistemas de informação com o

pretexto de transformar o mundo em uma “aldeia global” e

facilitar as trocas e as relações, são visíveis, na sociedade,

comportamentos que indicam o contrário: uma total falta

de comunicação, conforme a exemplificação dada no quinto

parágrafo. Está correta, assim, a alternativa B.

Questão 02 – Letra D

Comentário: A argumentação do autor, ao apresentar

objeções à Idade da Comunicação, baseia-se na apresentação

de fatos e exemplos que corroboram com seu ponto de vista

e orientam o desenvolvimento da temática, conforme os

seguintes trechos: “Mas é o velho apólogo que se repete:

procura-se a Comunicação, isto é, um cego tenta agarrar num

quarto escuro um gato que não está lá dentro” e “Os patrões,

é claro, não possuem a mesma ‘cosmovisão’ dos empregados.

Alunos e mestres se divorciam no primeiro dia de aula. [...]

Os continentes brigam, as nações não se entendem, as raças

se hostilizam”. Está correta, assim, a alternativa D.

Questão 03 – Letra D

Comentário: Nessa questão, deve-se reconhecer as relações

que os termos destacados estabelecem com os demais termos

no período a ser analisado. Com base nesse reconhecimento,

deve-se indicar o termo que desempenha função adjetiva, ou

seja, que funciona como determinante do núcleo de um grupo

nominal. Analisando-se a estrutura frasal, observa-se que:

• “todas” compõe o grupo “todas as horas”, cujo núcleo

é “horas”; “todas” (pronome indefinido adjetivo)

é determinante de “horas”, assim como o artigo “as”;

portanto, sua função é adjetiva;

• “horas”, como já se afirmou, é núcleo do grupo “todas as

horas” e determinado pelo pronome “todas” e pelo artigo

“as”; assim, sua função é substantiva;

• “que” é pronome relativo e funciona como sujeito da

forma verbal “se passa”, o que pode ser comprovado

desmembrando-se a subordinada adjetiva “que se

passa no resto do mundo”; substituindo-se o relativo

por seu antecedente – o pronome demonstrativo “o”

(= “aquilo”), na frase, em contração com a preposição

“de” – seria obtida a frase “Aquilo (o) se passa no resto

do mundo.”; baseando-se na oração desmembrada,

é fácil perceber que o relativo funciona como sujeito de

“se passa”; assim, sua função é substantiva;

• “resto” é núcleo do adjunto adverbial “no resto do mundo”

e determinado pelo artigo definido “o” (em contração com

a preposição “em” que introduz o adjunto) e pela locução

adjetiva “do mundo”; assim, embora faça parte de um grupo

com função adverbial, a função de “resto” é substantiva.

Questão 04 – Letra C

Comentário: Essa questão também checa os conhecimentos

sobre as regras de colocação pronominal. Nesse caso,

deve-se reconhecer nas frases a serem analisadas a presença de

elementos que obrigam o uso da próclise e da mesóclise, proibindo

o da ênclise, o que evidencia que a alternativa C está correta.

É possível justificar essa resposta da seguinte forma:

I. Em “E atrever-se-ia a nascer o sol [...]”, o verbo está

no futuro do pretérito, forma verbal que obriga o uso da

mesóclise, exceto se houver fator que determine a próclise.

II. Em “É também difícil, ao que nos é dito [...]”, o pronome

relativo “que” “atrai” o pronome átono “nos” para perto de

si e obriga o uso da próclise.

III. Em “Não há dúvida que se semearia centeio [...]”,

a conjunção subordinativa integrante “que” “atrai”

o pronome para perto de si e obriga o uso da próclise.

Questão 05 – Letra D

Comentário: Em todas as orações, a colocação pronominal está

correta. Três alternativas, entretanto, justificam as colocações,

relacionando-as erroneamente às regras gramaticais.

Apenas o que se afirma na alternativa D está totalmente

correto.

• Em A, é a presença do advérbio “talvez”, e não de um

pronome indefinido, o que obriga a próclise.

• Em B, no português brasileiro, tanto é possível usar

a próclise quanto a ênclise, já que não há fator que obrigue

a uma ou a outra colocação.

• Em C, só é possível usar a ênclise, uma vez que a forma

verbal aparece logo depois de uma vírgula.

Questão 06 – Letra C

Comentário: Apenas o que se afirma em C está correto, pois,

de fato, o destaque do termo “muito”, bem como o uso das

reticências, indica certa insegurança da personagem quanto

a saber fazer uma cirurgia. A alternativa A está incorreta

porque a expressão “a gente”, em “para curar a gente a

bordo”, tem o sentido de conjunto de pessoas. A alternativa B

está incorreta porque o tratamento por “homem” indica, na

verdade, coloquialidade. Já a alternativa D está incorreta, pois

o possessivo “nosso” diz respeito ao modo como o narrador

trata a personagem principal e se remete a ela. Por fim,

a alternativa E está incorreta porque, no contexto em análise,

“fortuna” tem o sentido de “destino”, “sorte”, não podendo,

portanto, ser substituída por “bens”.

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Manual do Professor

43Bernoulli Sistema de Ensino

Questão 07 – Letra D

Comentário: A única alternativa que expressa a relação correta entre os “quês” e seus antecedentes é a D. O antecedente do “que” (1) e do “que” (2) é o substantivo “diferenças”, o que torna incorretas as alternativas A e B. Já o núcleo do antecedente do “que” (3) é o substantivo “diversidade”, o que faz da C também incorreta.

Questão 08

Comentário:

A) Esse item trata da função anafórica do pronomes pessoais e demonstrativos. A transcrição do texto com as alterações solicitadas seria: “pô‑las em confronto com outras menos polêmicas seria avaliar melhor do peso delas [ou “o seu peso”], à luz do princípio geral que as vem regendo [ou “que vem regendo‑as” / “regendo a elas”]”.

B) Para resolver esse item, deve-se, primeiramente, identificar a relação estabelecida no trecho, reescrevendo o trecho com a manutenção da correlação entre os tempos verbais. O início do trecho (“Ao se discutirem [...]”) indica uma relação de tempo, simultaneidade. Assim, as reescritas possíveis devem apresentar uma conjunção que indique essa relação. No caso: “Assim que se discutiram as ideias expostas na assembleia” ou “Logo que se discutiram as ideias expostas na assembleia”.

Seção Enem

Questão 01 – Letra E

Eixo cognitivo: II

Competência de área: 8

Habilidade: 26

Comentário: Enquanto o texto I trata de uma entrevista concedida a um programa de rádio, que demonstra um momento de fala espontâneo, o texto II evidencia ter passado por revisão editorial e gramatical para adequar‑se à modalidade escrita formal da língua. Embora o texto I possua traços de oralidade, como hesitações, pausas na fala e reformulações, a professora demonstra domínio do português culto urbano nos dois textos. Esse domínio é caracterizado pela concordância verbal e pela seleção vocabular adequada, revelando um falante que possui domínio de regras gramaticais e capacidade de construção de raciocínios mais elaborados. Além disso, não se percebem marcas de variedade linguística regional.

Questão 02 – Letra AEixo cognitivo: I

Competência de área: 6

Habilidade: 18

Comentário: O elemento coesivo “nisso” refere‑se ao enunciado “de botar a cara na janela em crônica de jornal”. Apesar de constituir gramaticalmente um termo anafórico, devido à natureza informal do gênero crônica, assume valor catafórico.

Questão 03 – Letra BEixo cognitivo: III

Competência de área: 8

Habilidade: 27

Comentário: O pronome “eles” em “vamos arrasar eles” está inadequadamente empregado se considerarmos a norma‑padrão da língua. Os pronomes pessoais retos exercem a função de sujeito, portanto, não podem exercer a função de objeto direto, como no caso do segundo quadrinho da tirinha. A forma indicada seria “vamos arrasá‑los”, pois se utilizaria um pronome oblíquo átono na função de objeto direto.

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módu Lo – C 03

Pronomes

Exercícios estruturais – pronomes relativos

01. Use os pronomes relativos adequados para relacionar as ideias que se seguem:

01. A) Guerra Junqueiro busca temas na realidade. (ideia principal)

B) Refiro-me a Guerra Junqueiro.

02. A) Na França, Verlaine é o mais famoso poeta simbolista. (ideia principal)

B) Fizemos alusão a Verlaine.

03. A) Escritores do século XVII receberam influência da literatura espanhola. (ideia principal)

B) Escritores do século XVII cultivaram a forma de maneira exagerada.

04. A) Os poetas são chamados Condoreiros. (ideia

principal)

B) Os poetas elevam o pensamento a altos voos e tratam da poesia épica e social.

05. A) A melhor obra de Machado de Assis é Memórias

Póstumas de Brás Cubas. (ideia principal)

B) Serve‑se de Brás Cubas para criticar severamente a sociedade viciosa e arrogante de seu tempo.

06. A) Machado de Assis critica severamente a sociedade viciosa e arrogante de seu tempo. (ideia principal)

B) Na sociedade viciosa e arrogante de seu tempo, a luxúria imperava ao lado do mais desenfreado egoísmo.

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44 Coleção 4V

07. A) A Moreninha, de Joaquim Manoel de Macedo, começa o ciclo de brasilidade em nossa literatura. (ideia principal)

B) Com A Moreninha, Joaquim Manoel de Macedo inicia sua vida de escritor.

08. A) Inocência, de Visconde de Taunay, já foi traduzido para quatorze idiomas. (ideia principal)

B) Entre os idiomas está o japonês.

09. A) Camões tornou-se poeta universalmente conhecido por sua gloriosa epopeia Os Lusíadas. (ideia principal)

B) Falamos da obra de Camões.

10. A) Camões tomou parte de uma expedição a Ceuta, em 1547. (ideia principal)

B) Na expedição a Ceuta, perdeu uma das vistas. (adjetiva de a)

C) Camões batalhou contra os mouros. (temporal

de b)

11. A) Camões passou os últimos dias de sua vida em penosa miséria. (concessão de b)

B) Os Lusíadas é a maior glória da literatura portuguesa. (ideia principal)

C) Os Lusíadas foi inspirado nos feitos arrojados e fascinantes dos antigos navegadores lusitanos. (adjetiva de b)

12. A) A crise política voltou àquele ponto crítico. (ideia

principal)

B) A crise política atravanca o governo e a Constituinte. (adjetiva de a)

C) O presidente Sarney se atrita pessoalmente com o deputado Ulysses Guimarães. (causal de a)

13. A) Ele era acanhado. (causa)

B) Não interrogava a ninguém. (ideia principal)

C) Ele deleitava-se com ouvir alguma palavra de apreço. (oposição)

D) Ela lhe dava novas forças. (adjetiva de c)

E) Ele se arremetia juvenilmente ao trabalho. (consequência de d)

14. A) Uma ave noturna fechou o ar. (ideia principal)

B) Ela partia do alto do muro. (expansão adjetiva

do sujeito de a)

C) Ela pousa na monumental capela. (indicação de

fim ou propósito de b)

D) À porta da capela um anjo de asas abertas montava guarda. (expansão adjetiva, introduzida por

cuja, de “CAPELA”.)

02. Ligue, num só enunciado, os pensamentos independentes

apresentados em cada um dos itens.

A) Encontramo-nos numa livraria. Na sobreloja da livraria,

pode-se conversar à vontade.

B) Ele concluiu uma frase. Não entendi o princípio da frase.

C) Tirei do guarda-roupa um paletó. No bolso do paletó,

havia alguns cruzados.

D) O otimismo é indispensável ao bom andamento

do trabalho. Precisamos tanto de otimismo.

E) Não consigo lembrar-me do nome da pessoa. Dei todo

o apoio a ela.

F) Foi deprimente o espetáculo. Assistimos ao espetáculo

na noite passada.

G) O conferencista tratou de vários problemas literários.

O auditório nem sequer suspeitava da existência desses

problemas.

H) Estes são alguns dos princípios. Devemos obedecer a

estes princípios.

I) Era uma pequena loja de ferragens. Atrás do balcão da

loja encontramos um velho tranquilo e sorridente.

J) É nobre o ideal. Venho lutando por ele há muito tempo.

K) Tempos depois, a mãe se casou com um pobre homem

que sofria de certa enfermidade nervosa. Não me

lembro do nome dessa enfermidade.

L) Negro está o céu. Brilham, apreensivas, as estrelas.

M) Conta a tradição que Ofélia se afogou num regato.

Da margem do regato pendia um salgueiro.

N) A água é um elemento. O ser humano vai sempre

depender desse elemento.

O) Lá estava a mulher. Ele havia conversado com ela

durante horas.

P) Trabalhava nos escritórios de uma firma comercial.

O chefe da firma é um homem velho e rabugento.

Q) Tenho a impressão de que estou vivendo na casa da

fazenda. Na sala de jantar da casa, este mesmo relógio

de repetição assinalava as horas.

R) Aqui estão alguns fatos. Todos os brasileiros devem

lembrar-se deles.

S) Analisei atentamente os argumentos. Você me

apresentou os argumentos.

T) O homem dirigiu-se ao posto policial. Seu carro fora

roubado.

U) Estava lotado o cinema. Fomos ao cinema na

noite passada.

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45Bernoulli Sistema de Ensino

V) O técnico criticou a jogadora. A atuação dela foi abaixo

do normal.

W) Morreu ontem o escritor. Fiz alusão a seus livros.

X) Sólido é o país. Vivemos dentro de suas fronteiras.

03. Nas frases a seguir, os períodos, inicialmente escritos em

uma linguagem coloquial, devem ser transpostos para uma

linguagem formal, em acordo com a norma‑padrão.

A) O homem que eu simpatizo com suas ideias é grande

amigo de meu pai.

B) Millôr Fernandes é um humorista que jamais esquecerei

de suas frases irreverentes.

C) Ele é um velho que sua lucidez nos causa espanto.

D) Vivemos em um mundo conturbado que o fim dele

pouco a pouco se aproxima.

E) Paramos, admirados, a contemplar o guindaste cuja

ponta dele parecia tocar o céu.

F) Eis o texto que a interpretação dele houve controvérsia.

G) Tinha poucos amigos que na presença deles se sentia

completamente à vontade.

H) Vivemos em um país. Seu modelo econômico é

mundialmente criticado.

I) Apresentou‑se ontem o ator que a companhia de teatro

dele teve sucesso nacional.

J) Ele é um colaborador que vamos, sem dúvida alguma,

precisar de sua ajuda.

K) Este é um argumento que tenho muita confiança em

sua força.

L) A árvore frondosa que desabrocham flores ou rebentam

frutos é encantadora.

M) É difícil para o sertanejo abandonar o sertão que nasceu

nele.

N) Os candidatos a cargos eletivos fazem muitas promessas

que suspeitamos do cumprimento delas.

O) Os oradores mais exaltados, que não simpatizamos com

eles, ofendem seus opositores.

P) Lá está o rapaz que eu concordei com as suas ideias.

Q) Lá está o rapaz que eu gostei dele.

R) O prédio que eu moro nele tem quinze andares.

S) A mulher que vivem com ela gostava de política em

1956.

T) Ele falava de sua mãe e das manias dela me lembro

muito bem.

U) A criatura que eu fiz muito sacrifício por ela hoje me

despreza.

V) Muito devo a meu tio que na casa dele abriguei‑me na

época das vacas magras.

W) Eis o herói que se ocupou dele o rádio e a televisão.

X) Há outros meios que se pode resolver este problema.

Y) O senhor que lhe falei há pouco dele foi meu professor.

r espostas

01.

01. Guerra Junqueiro, a quem me refiro, busca temas na

realidade.

02. Na França, Verlaine, a quem fizemos alusão, é o mais

famoso poeta simbolista.

03. Escritores do século XVII, os quais cultivaram a forma de

maneira exagerada, receberam influência da literatura

espanhola.

04. Os poetas que elevam o pensamento a altos voos

e tratam da poesia épica e social são chamados

Condoreiros.

05. A melhor obra de Machado de Assis é Memórias

Póstumas de Brás Cubas de quem se serve para criticar

severamente a sociedade viciosa e arrogante de seu

tempo.

06. Machado de Assis critica severamente a sociedade

viciosa e arrogante de seu tempo, na qual a luxúria

imperava ao lado do mais desenfreado egoísmo.

07. A Moreninha, com a qual Joaquim Manoel de Macedo

inicia sua vida de escritor, começa o ciclo de brasilidade

em nossa literatura.

08. Inocência, de Visconde de Taunay, já foi traduzido para

quatorze idiomas entre os quais está o japonês.

09. Camões, de cuja obra falamos, tornou‑se poeta

universalmente conhecido de sua gloriosa epopeia

Os Lusíadas.

10. Camões tomou parte de uma expedição a Ceuta,

em 1547, na qual perdeu uma das vistas,

quando batalhou contra os mouros.

11. Embora Camões tenha passado os últimos dias

de sua vida em penosa miséria, Os Lusíadas,

que foi inspirado nos feitos arrojados e fascinantes

dos antigos navegadores lusitanos, é a maior glória da

literatura portuguesa.

12. A crise política que atravanca o governo e a Constituinte

voltou àquele ponto crítico, pois o presidente Sarney

se atrita pessoalmente com o deputado Ulysses

Guimarães.

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46 Coleção 4V

13. Uma vez que ele era acanhado, não interrogava a ninguém, mas deleitava‑se com ouvir alguma palavra de apreço que lhe dava novas forças, de modo que se arremetia juvenilmente ao trabalho.

14. Uma ave noturna, que partia do alto do muro a fim de pousar na monumental capela a cuja porta um anjo de asas abertas montava guarda, fechou o ar.

02.

A) Na sobreloja da livraria onde nos encontramos pode‑se conversar à vontade.

B) Não entendi o princípio da frase que ele concluiu.

C) Tirei do guarda‑roupa um paletó em cujo bolso havia alguns cruzados.

D) O otimismo, de que tanto precisamos, é indispensável ao bom andamento do trabalho.

E) Não consigo lembrar‑me do nome da pessoa a quem dei todo apoio.

F) Foi deprimente o espetáculo a que assistimos na noite passada.

G) O conferencista tratou de vários problemas literários dos quais o auditório nem suspeitava da existência.

H) Estes são alguns dos princípios aos quais devemos obedecer.

I) Atrás do balcão da loja, que era uma pequena loja de ferragens, encontramos um velho tranquilo e sorridente.

J) É nobre o ideal por que venho lutando há muito tempo.

K) Tempos depois, a mãe se casou com um pobre homem que sofria de certa enfermidade nervosa de cujo nome eu não me lembro.

L) Negro está o céu onde brilham, apreensivas, as estrelas.

M) Conta a tradição que Ofélia se afogou num regato de cuja margem pendia um salgueiro.

N) A água é um elemento de que o ser humano vai sempre depender.

O) Lá estava a mulher com quem ele havia conversado durante horas.

P) Trabalhava nos escritórios de uma firma comercial cujo chefe é um homem velho e rabugento.

Q) Tenho a impressão de que estou vivendo na casa da fazenda em cuja sala de jantar esse mesmo relógio de repetição assinalava as horas.

R) Aqui estão alguns fatos de que todos os brasileiros devem lembrar‑se.

S) Analisei atentamente os argumentos que você me apresentou.

T) O homem, cujo carro fora roubado, dirigiu‑se ao posto policial.

U) Estava lotado o cinema a que fomos na noite passada.

V) O técnico criticou a jogadora cuja atuação foi abaixo do normal.

W) Morreu ontem o escritor a cujos livros fiz alusão.

X) Sólido é o país dentro de cujas fronteiras vivemos.

03.

A) O homem com cujas ideias simpatizo é grande amigo de meu pai.

B) Millôr Fernandes é um humorista, de cujas frases irreverentes jamais me esquecerei.

C) Ele é um velho cuja lucidez nos causa espanto.

D) Vivemos em um mundo conturbado cujo fim pouco a pouco se aproxima.

E) Paramos, admirados, a contemplar o guindaste cuja ponta parecia tocar o céu.

F) Eis o texto em cuja interpretação houve controvérsia.

G) Tinha poucos amigos em cuja presença ele se sentia completamente à vontade.

H) Vivemos em um país cujo modelo econômico é mundialmente criticado.

I) Apresentou‑se ontem o ator cuja companhia de teatro teve sucesso nacional.

J) Ele é um colaborador de cuja ajuda vamos, sem dúvida, precisar.

K) Este é um argumento em cuja força tenho muita confiança.

L) A árvore frondosa, de onde desabrocham flores ou rebentam frutos, é encantadora.

M) É difícil para o sertanejo abandonar o sertão em que nasceu.

N) Os candidatos a cargos eletivos fazem muitas promessas de cujo cumprimento suspeitamos.

O) Os oradores mais exaltados com quem não simpatizamos ofendem seus opositores.

P) Lá está o rapaz com cujas ideias concordei.

Q) Lá está o rapaz de quem gostei.

R) O prédio onde moro tem quinze andares.

S) A mulher com quem vivem gostava de política em 1956.

T) Ele falava de sua mãe de cujas manias me lembro muito bem.

U) A criatura por quem fiz muito sacrifício hoje me despreza.

V) Muito devo a meu tio em cuja casa me abriguei na época das vacas magras.

W) Eis o herói de que se ocupou (ocuparam) o rádio e a televisão.

X) Há outros meios por que se pode resolver este problema.

Y) O senhor de quem lhe falei há pouco foi meu professor.

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GU

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A

Manual do Professor

47Bernoulli Sistema de Ensino

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