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Curso de Resgate em Estruturas Colapsadas – Nível Leve Rev. Mar - 08 Ferramentas, Equipamentos e Acessórios MR 5- 1 Lição 5 Ferramentas, Equipamentos e Acessórios Para a segurança, eficiência, efetividade e cumprimento da missão de um grupo USAR, é fundamental que este conte com um conjunto de componentes, que chamaremos ferramentas, equipamentos e acessórios, que garantirão entre outras coisas, o Proteção do resgatista, o melhor desempenho de sua tarefa, um melhor rendimento e por fim uma relação esforço/logro mais produtiva. Os conceitos de ferramentas, equipamentos e acessórios devem estar muito claros para o resgatista, em tal sentido passaremos a ver a definição de cada um deles: Definições Ferramenta: Objeto manual que serve para realizar uma tarefa, com a energia que provém diretamente do operador. Exemplos: guilhotina, barra, martelo, pá. Equipamento: Máquina ou aparelho de certa complexidade que serve para realizar uma tarefa e cujo princípio de ação consiste na transformação da energia para aumentar a capacidade de trabalho. Exemplos: motoserra, martelo de impacto e mototrozadora. Acessório: Objeto que individualmente complementa e em conjunto com outros, podem conformar um equipamento ou ferramenta, permitindo ampliar ou melhorar as capacidades operativas ou realizar uma tarefa. Exemplos: Balde, folhas para serra, extensão elétrica, vasilha de combustível Em conclusão, podemos dizer que as ferramentas, equipamentos, e acessórios (FEA) para uso no CRECL, são todos aqueles implementos utilizados pelos membros da equipe de trabalho nas diferentes fases e etapas que compõem a atividade de resgate em estruturas colapsadas NÍVEL LEVE e conformam o fundamento operacional dos grupos USAR. Contudo, não por esta condição devemos pensar que os implementos dos quais falamos são muito sofisticados ou complexos em seu funcionamento, já que embora é certo que existem alguns de muita alta tecnologia, não menos certo é, que grande parte destas ferramentas, equipamentos e acessórios, são muito conhecidos por todos nós, posto que são de uso cotidiano no lar ou no carro, mas que dada sua variabilidade, características e seu indiscutível valor nas atividades de resgate, foram aceitos pelos grupos USAR para a execução de sua missão. Classificação das ferramentas, equipamentos e acessórios (FEA) 1. Segundo seu Uso As ferramentas, equipamentos e acessórios utilizados em atividades USAR Leve, classificam-se da seguinte forma segundo seu uso: Para resgate Para suporte operacional

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Lição 5 Ferramentas, Equipamentos e

Acessórios Para a segurança, eficiência, efetividade e cumprimento da missão de um grupo USAR, é fundamental que este conte com um conjunto de componentes, que chamaremos ferramentas, equipamentos e acessórios, que garantirão entre outras coisas, o Proteção do resgatista, o melhor desempenho de sua tarefa, um melhor rendimento e por fim uma relação esforço/logro mais produtiva. Os conceitos de ferramentas, equipamentos e acessórios devem estar muito claros para o resgatista, em tal sentido passaremos a ver a definição de cada um deles: Definições Ferramenta: Objeto manual que serve para realizar uma tarefa, com a energia que provém diretamente do operador. Exemplos: guilhotina, barra, martelo, pá. Equipamento: Máquina ou aparelho de certa complexidade que serve para realizar uma tarefa e cujo princípio de ação consiste na transformação da energia para aumentar a capacidade de trabalho. Exemplos: motoserra, martelo de impacto e mototrozadora. Acessório: Objeto que individualmente complementa e em conjunto com outros, podem conformar um equipamento ou ferramenta, permitindo ampliar ou melhorar as capacidades operativas ou realizar uma tarefa. Exemplos: Balde, folhas para serra, extensão elétrica, vasilha de combustível Em conclusão, podemos dizer que as ferramentas, equipamentos, e acessórios (FEA) para uso no CRECL, são todos aqueles implementos utilizados pelos membros da equipe de trabalho nas diferentes fases e etapas que compõem a atividade de resgate em estruturas colapsadas NÍVEL LEVE e conformam o fundamento operacional dos grupos USAR. Contudo, não por esta condição devemos pensar que os implementos dos quais falamos são muito sofisticados ou complexos em seu funcionamento, já que embora é certo que existem alguns de muita alta tecnologia, não menos certo é, que grande parte destas ferramentas, equipamentos e acessórios, são muito conhecidos por todos nós, posto que são de uso cotidiano no lar ou no carro, mas que dada sua variabilidade, características e seu indiscutível valor nas atividades de resgate, foram aceitos pelos grupos USAR para a execução de sua missão. Classificação das ferramentas, equipamentos e acessórios (FEA) 1. Segundo seu Uso As ferramentas, equipamentos e acessórios utilizados em atividades USAR Leve, classificam-se da seguinte forma segundo seu uso:

• Para resgate • Para suporte operacional

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• Para Proteção pessoal 1.1 Ferramentas para o resgate São aquelas utilizadas para ganhar acesso e resgatar a vítima em uma operação USAR Leve. Uma vez analisados os lugares ou pontos onde se detectaram vítimas, devem-se utilizar os tipos de ferramentas, para Resgate. 1.2 FEA para suporte operacional São os que permitem o desenvolvimento sistemático de uma operação USAR Leve e suportam as atividades de resgate, tais como as rádios portáteis ou o gerador elétrico portátil. Sem estes equipamentos, podemos dizer que esta operação está condenada ao fracasso. Podem servir para várias funções:

• Iluminação: Constituído por cabos, extensões, regletas, caixas de distribuição, lâmpadas, conversores de tomada etc.

• Cozinha: Implementos básicos que suportem preparação alimentar. • Comunicações: Tudo o que for relacionado a baterias, carregadores, mãos livre,

antenas, software de programação, etc. • Atenção médica: Incluída basicamente na equipe USAR Leve. • Transporte: A ser obtido no teatro de operações de acordo com as necessidades. • Sanitários: Aqui se inclui todo o necessário para o suporte de asseio, deposição de

refugos e necessidades fisiológicas dos membros do grupo USAR. 1.3 FEA para Proteção pessoal São diferentes elementos que têm a finalidade de resguardar ao resgatista, reduzindo sua exposição a fatores externos que lhe possam lesar, assim podemos entender por equipamentos de proteção individual (EPI), aqueles que deve utilizar uma pessoa, que produto da atividade que desempenha, é vulnerável ao ambiente e pode sofrer algum dano ou lesão. Este equipamento deve considerar-se como uma proteção temporária e imediata enquanto não se eliminem as condições de perigo. O equipamento de proteção individual (EPI) pode se classificar de acordo com a proteção que oferece ao resgatista:

• Proteção à cabeça • Proteção ocular e facial • Proteção auditivo • Proteção respiratório • Proteção corporal • Proteção às extremidades • Suporte e Apoio

2. Segundo seu mecanismo de ação A classificação das ferramentas, equipamentos e acessórios segundo seu mecanismo de ação é a seguinte: • Hidráulicos: Usam liquidos a pressão. Servem para suportar cargas. Exemplo: Macaco

hidráulico

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Dentro das ferramentas para resgate, encontraremos uma série de úteis e implementos que facilitarão o trabalho e em muitos casos dada as características e condições do meio onde nos encontramos trabalhando, terão que ser usados para realizar a tarefa que não se pode executar com os equipamentos maiores. 3 Cuidados gerais com relação ao uso das FEA 3.1 Antes É essencial que o resgatista conheça o uso e cuidado destas ferramentas pequenas usadas nas diferentes tarefas a que se cumprem nesta atividade, como dissemos antes muitas delas são muito conhecidas por ser de uso doméstico mas que, em virtude de sua utilidade, os grupos de resgate aceitaram como equipamento por seu indiscutível valor em operações de resgate. Mencionamos esta máxima, “um lugar para cada ferramenta e cada ferramenta em seu lugar” e definitivamente, este deve ser o lema de todo grupo USAR, para que não haja demora na busca das mesmas, uma vez que torna mais fácil as checar e as manter. Por outro lado e adicionalmente à ordem que se deve manter com todo o conjunto do FEA, deve-se manter um controle e inventário estrito de cada um dos artigos que integra o conjunto, além disso se devem identificar dentro deste marco, os FEA, suas características, componentes, séries e peças de recâmbio, em uma base de dados e listrado que permitirá entre outras coisas, seu controle de entrada e saída em qualquer lugar onde deva intervir o grupo USAR, além da ficha de vida de cada um dos componentes. Outro aspecto que deve ser identificado no conjunto integrado pelos FEA, é a obrigação que têm os membros do grupo USAR com a propriedade, assim temos que: O processo de inventário deve cobrir todas as sessões de trabalho durante a resposta a desastres, inclusive durante os treinamentos e exercícios. Deve-se notificar as razões de qualquer dano causado aos equipamentos ou perda dos mesmos ou de algum de seus componentes. Durante o processo de inventário o qual se deve realizar periodicamente, devem-se identificar as faltas de equipamentos ou consumíveis e abastecer através dos canais apropriados. Todos estes detalhes, redundarão em benefícios de ordem, rapidez e efetividade quando for necessário utilizar os diferentes elementos que conformam os FEA, como fundamento operacional dos grupos USAR, assim devemos como responsáveis por um grupo USAR, garantir que os resgatistas tenham o conhecimento das características, propriedades e capacidades de cada uma das ferramentas, equipamentos e acessórios, utilizados pelo Grupo USAR Leve, o qual assegurará a vida da equipe, sua máxima produtividade, a eliminação de possível lesados e o cumprimento em termos de tempo/benefício da missão do grupo USAR. É importante destacar que as FEA, devem ser avaliadas, selecionadas e adquiridas para os grupos USAR, segundo certas especificações que se adaptem à realidade e exigências do trabalho que se realiza em um ambiente de busca e resgate em estruturas colapsadas nível leve, dando fortaleza a esta condição, devemos dizer que em atividades de busca e resgate em estruturas colapsadas, a carga de trabalho a que se submetem as ferramentas, É significativamente superior à intensidade de trabalho que pode existir em uma oficina ou em uma casa, portanto quando se adquirirem estes implementos é importante selecionar os de melhor qualidade e tomar em conta as indicações dos fabricantes sobre as condições de trabalho da equipe avaliada. Igualmente, devemos dizer que adicionalmente é importante manter como parte do stock do grupo de trabalho, acessórios suficientes para as ferramentas em questão, tais como folhas de serra, etc.

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3.2 Durante É imprescindível seguir sempre as normas de segurança. 3.3 Após (cuidado e manutenção das ferramentas) Estas ferramentas podem durar indefinidamente se lhes dá um bom cuidado, devem ser mantidas em condições de uso de primeira classe em todo momento. 1) As mangas de madeira devem estar sem rachaduras nem lascas. – As mangas rachadas devem ser repostas imediatamente. – As lascas devem ser lixadas para que a manga fique lisa. – As mangas não devem ser pintados pela seguinte razão: A. A pintura é boa condutora de eletricidade. B. As rachaduras que foram pintadas são difíceis de ver. 2) As partes movediças das ferramentas devem ser azeitadas para facilitar seus movimentos e evitar a oxidação. 3) Toda parte não grafite das ferramentas deve manter-se livre de óxido; evita-se limpando-as com trapo oleoso. 4) As ferramentas pintadas devem manter-se podas em todo momento. 5) As ferramentas parar cortar devem estar afiadas; se deve acautelar que não se superaqueçam porque lhe tiram a têmpera e o metal perderá resistência. Depois de ter visto estas recomendações sobre o cuidado das ferramentas, passemos a ver alguns deles, assim como sua utilidade: Azuleje: É usado para cortar pequenos parafusos, pregos, alambre, etc. Nunca devem ser usados para cortar arames elétricos. Pico: emprega-se geralmente para cavar, afundar e remover terra, concreto, cercados, escombros, etc. Também é usado muitas vezes para separar barrotes de ferro que estão incrustados em construções de alvenaria, com a pá se complementa em muitos casos a ação do homem com o pico. Martelo: É uma ferramenta com peso considerável e grande poder para golpear. Pode-se usar com eficiência para romper concreto, tijolos, paredes, pisos, tetos, etc., ou para separar barrotes de ferro (existem diferentes tamanhos e pesos). Barra: usa-se para romper paredes de tijolos ou para forçar portas que não podem ser abertas de outra maneira, também como alavanca para levantar. É uma ferramenta útil para levantar, forçar e todo tipo de trabalhos de entrada pesada, onde se requerem grandes esforços. Croque bombeiro e croque com ponta plana: Estas duas tochas, provavelmente são as mais usadas nos quartéis de bombeiros. Podem ser usadas como ferramentas cortantes, para golpear ou para forçar. Pé de cabra: É muito útil para entradas forçadas, usa-se para abrir ou remover dobradiças, fechaduras, portas, janelas, travessas, portas de elevadores, tampas de poços, etc. Macacos hidráulicos: Utilizados para levantar, vem em diferentes tamanhos e tonelagens, é de uso muito comum por sua utilidade, sua desvantagem é que só podem trabalhar em forma vertical, existem versões mecânicas. Uso e manutenção das FEA Nos últimos anos o conceito de melhoramento contínuo dos serviços foi o termo gerador de grandes mudanças nas organizações e especialmente em tempo de recessão, isto obrigou as organizações a otimizar ao máximo todos e cada um de seus recursos (humanos, materiais e

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financeiros), aonde a manutenção não pode estar à margem destas colocações e muitas vezes o consideram como um recurso otimizável, podendo-se converter em uma fonte de benefícios. O primeiro passo para controlar os custos da manutenção, é realizar uma manutenção que garanta o funcionamento das FEA, ou que se tenha a capacidade de ajustar-se às necessidades da demanda de serviços na comunidade. Baixas imprevistas, pequena qualidade de funcionamento, os altos custos de manutenção e o mais importante a diminuição da efetividade e eficiência na atenção de emergências, são as conseqüências da desconfiança que começa a desenvolver-se nas comunidades sobre a capacidade das organizações em lhes brindar realmente a Proteção que eles demandam. Com a confiabilidade da capacidade de resposta e atenção, a otimização dos custos e o aproveitamentp máximo das capacidades das FEA, as organizações mais progressistas estão reestruturando suas práticas de manutenção, reagindo desde as baixas imprevistas, enfocando-se na eliminação por completo das baixas não programadas e fazendo da manutenção uma parte integral do processo organizacional. Desde 1970 as organizações realizavam a manutenção de seus equipamentos e instalações de um modo “reativo“; este tipo de manutenção é custosa, devido à extensa desplanificação e além disso diminui de forma drástica sua vida útil, logo com a disponibilidade dos computadores, muitas organizações adotaram a estratégia de implementar uma manutenção preventiva para automatizar os requerimentos de trabalhos, as inspeções e as reparações, em vez de ter uma manutenção reativa. Esta estratégia usa um software que controla as ordens de trabalho e automaticamente gera a solicitude de trabalho de manutenção das equipamentos. Normas para o uso das FEA É importante destacar que o uso das ferramentas, equipamentos e acessórios requer habilidade e destreza por parte dos resgatistas, já que quando estamos em uma atividade de busca e resgate nas condições sobre as quais devemos trabalhar são totalmente hostis e estar cortando um tubo ou estar utilizando outra ferramenta, pode gerar para um ou para outros condições inseguras não previstas ou não lógicas segundo condições normais, logo, devem-se desenvolver procedimentos que garantam os aspectos de otimização no uso das FEA. Antes:

• Verificar combustível/fonte de poder. • Verificar lubrificantes. • Verificar acessórios adequados e bem colocados. • Conhecer as normas de segurança. • Validar componentes vitais. • Observar as condições físicas, prévias ao uso.

Durante:

• Não ultrapassar as capacidades das FEA. • As usar nos trabalhos para a qual foram desenhadas. • As operar adequadamente • Aplicar as normas de segurança

Depois:

• Limpeza • Manutenção corretiva, preventiva.

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• Armazenamento em lugar adequado • Atribuição de consumíveis e partes vitais • Controle (Ficha de Utilização)

Adicionalmente, podemos nomear um conjunto de acessórios que em geral apoiassem as tarefas dos resgatistas, como são as cordas, mosquetões, fitas tubulares, descendedores, polias, arnês etc., que por separado podem apoiar diferentes tarefas, mas em conjunto, conformam um equipamento para descida, elevação ou tração. 4. A CORDA E SUAS APLICAÇÕES Definições: Os nós, sistemas e ancoragens, dadas suas características e múltiplas aplicações são imprescindíveis dentro do Resgate Urbano para realizar e implementar sistemas de resgate e evacuação como apoio em múltiplas situações próprias do Resgate Urbano, particularmente se utilizam para: Edifícios altos e/ou desníveis, entre outras aplicações possíveis:

• Segurança da vítima • Realização de manobras de ascensão • Realização de manobras de descida através de sistemas de Rapel, tirolesa, helicóptero. • Como apoio em manobras de extricação. • Muitas outras situações.

Terminologia O campo que envolve cordas, nós e ancoragens é vasto, e dentro do Resgate Urbano existem múltiplas aplicaçõesa, para intervir adequadamente nos trabalhos de Resgate Urbano que se requerem para realizar trabalhos de aproximação, evacuação e resgate de vítimas que se achem, quer seja em locais profundos ou lugares extremamente altos. Portanto em primeiro lugar se definirão alguns termos importantes de conhecer e reconhecer nesta área especifica: Operação de Resgate: Denomina-se assim aos procedimentos, técnicas e manobras a realizar para recuperar objetos, materiais e particularmente pessoas de locais de difícil acesso. Corda: É um conjunto de fios de material flexível, que torcidos juntos (trançados ou tecidos) formam um só corpo, com grande variedade de diâmetros e comprimentos. Cabo da Vida: Denomina-se assim a uma corda pequena em longitude (como mínimo 5 mts), que serve para elaborar uma cadeira ou arnês de resgate. Linha (perna): Denomina-se assim a uma corda tensionada, ancorada e preparada para iniciar manobras de descida na aproximação à vítima.

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Protetor de Corda: Em uma lona resistente (pode ser um pedaço de mangueira de 1 ½) que protege a corda de fricção com qualquer material, coloca-se em todos aqueles locais com aresta que possam produzir danos e inclusive corte da corda ao realizar manobras. As Cordas

As cordas têm forma cilíndrica, longitude indefinida, diâmetro uniforme e uma resistência particular à tensão.

Materiais das cordas Existem diversos materiais para a fabricação de cordas, estes se dividem em duas áreas ou grupos: naturais ou artificiais. Cordas naturais: As cordas naturais são de origem vegetal ou animal. Cordas vegetais:

• Sisal • Algodão • Linho

O primeiro tipo de corda que se utilizou em Resgate foi uma corda de Sisal.

A Corda de SISAL se constrói com filamentos descontínuos entrelaçados entre si (retorcidos) que têm pouca elasticidade e são pesadas para manobrar, quando se molham ficam tensas e aumenta grandemente seu peso; sua resistência é limitada e está em proporção a seu diámetro; seu uso em atividades de resgate é bastante limitado.

Posteriormente se usaram cordas de algodão cujas qualidades para a atividade de resgate, incrementaram seu uso já que ampliaram o índice de segurança pelas características do material que a faziam mais manejáveis e com maior resistência em proporção ao diâmetro, o qual também melhorava seu peso.

Todas as cordas de fibra vegetal são retorcidas dado aos seus filamentos descontínuos, pois somente assim se obtém mais fricção e coesão entre eles, aumentando sua resistência, entretanto em provas de laboratório sua descontinuidade demonstrou sua pouca resistência, além do material, ao retorcer-se, perder qualidades; isso acontece também com as de Nylon. Cordas de Produtos Animais:

• Pele ou couro

As cordas de manufatura de pele (couro) são resistentes à tensão uniformemente acelerada, ou seja, com um puxão brusco não resistem, apresentam problemas ao umedecer-se ou ao molhar-se já que não foram tratadas (curtidas) depois de umedecer-se tornam-se muito duras ao secarem e, no caso de estarem tratadas, se tornam muito escorregadias, principalmente se estiverem protegidas com ceva, azeite ou outro material similar. Este tipo de corda é utilizada por camponeses que trabalham com gado.

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Cordas artificiais As cordas sintéticas são os produtos obtidos por meios químicos de material orgânico (vegetais, borracha ou resina) como material inorgânico (hidrocarbonetos; petróleo). O principal problema das cordas sintéticas é que depois de serem expostas constantemente ao calor sua resistência se reduz.

A corda de polipropileno foi tomada emprestada das atividades de alpinismo e escalada de montanha para as atividades de resgate, sendo a mais utilizada a corda do PERLON.

Perlon: Material similar ao nylon (resultante do mesmo) com a diferença de que sua manufatura é mas qualificada, o corpo da corda ou alma apresenta uma malha sem forçar estando recoberto por uma cobertura que preserva a alma da ação de qualquer agente externo. É uma corda muito recomendável em operações de resgate urbano, as cores contrastantes da vagem permitem maior visibilidade e controle da seleção para o trabalho a desempenhar.

Anatomia das Cordas. As cordas se dividem em diversas partes, que a seguir se listam e explicam.

Corpo. É a extensão longitudinal da corda, quer dizer o comprido desta e pode variar entre poucos metros até dezenas e inclusive centenas de metros.

Ponta/chicote (cabo). Lhe denomina cabo ao início ou final da corda.

Bitola (mena em español). É o diâmetro ou grossura da corda.

Alma. É a constituição da corda a qual está formada por pequenos filamentos entrelaçados os quais dão forma à corda.

Capa (forro). Também chamado camisa ou Kernmantlel, o qual lhe dá seu nome Kernmantle Ropes e que é o envoltório externo da corda (no caso do perlon se nota perfeitamente a alma e forro da corda).

As cordas se classificam de acordo com o material que as constituem e segundo seu diâmetro, já que estes dois elementos são os que proporcionam particularmente a resistência que vai possuir.

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As cordas de PERLON pelas características que apresentam e a grande resistência que possuem são as mais utilizadas, além das vantagens que proporcionam seu envoltório externo e suas contrastantes cores para visualização e inclusive identificação.

Disponibilidade no mercado:

Perlon 9 mm 25 mts / 50 mts./ 100 mts. Perlon 11 mm. 25 mts / 50 mts./ 100 mts. Perlon 13 mm 25 mts / 50 mts./ 100 mts. Perlon 19 mm 25 mts / 50 mts./ 100 mts.

A aplicação das cordas se realiza dependendo do material e grossura da mesma, mais sobre tudo pelo uso especifico ao que se destinam, portanto se aplicam da seguinte maneira:

9 mm Uso Pessoal 11 mm. Cordadas / Rappel / Tirolesa 11 / 13 mm Resgate / Cordadas / Rappel / Tirolesa

Recomenda-se trabalhar sempre com um mínimo de 3 cordas de cada uma das diferentes apresentações para assistir a qualquer evento sem carecer delas e para conseguir alcançar qualquer profundidade e poder implementar o sistema de operação necessário para efetuar as manobras de resgate apropriadas.

Tabela de resistência das cordas

Material Bitola Resistência Peso

NYLON

PERLON

NYLON

PERLON

PERLON

PERLON

DACRON

DACRON

9 mm

9 mm

11 mm

11 mm

13 mm

19 mm

13 mm

19 mm

2,016.0 Kgs.

5,760.0 Kgs.

3,916.8 Kgs.

6,336.0 Kgs.

6,940.0 Kgs.

7,588.0 Kgs.

3,640.0 Kgs.

5,849.0 Kgs.

359.63 g/cm.

581.10 g/cm.

664.11 g/cm.

650.28 g/cm

720.14 g/cm.

930.72 g/cm.

376.80 g/cm.

536.21 g/cm.

Todas as cordas apresentam diferente resistência à tensão e possuem um limite de peso por centímetro quadrado que determinam sua ruptura, deve ser considerado com supremo cuidado o uso que se está realizando de uma corda para não expô-la a seu máximo ponto de tensão.

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Cuidados da corda As cordas são custosas, mas com um cuidado apropriado duram por longo tempo. É muito importante que sejam tratadas com cuidado, armazenadas em lugares secos e arejados, e nunca deixadas à intempérie, a menos de que estejam realmente em uso. As cordas que tenham sido molhadas devem secar-se antes de serem guardadas e devem ser inspecionadas a intervalos regulares e as partes desgastadas devem proteger-se antes de que o dano resulte em algo sério que necessite reparo. Os cabos, é obvio, devem estar sempre reforçados ou juntados, de maneira que seja impossível que se danifiquem.

As cordas devem ter seu próprio lugar de armazenamento. Um modo singelo e efetivo de conservar as cordas consiste em enrolá-las e logo as pendurar em ganchos. A cada corda deve deixar-se uma etiqueta que indique sua longitude, bitola, aplicação e antigüidade. As cordas grossas devem ter uma proteção adicional que consiste em envolvê-las em sacos ou costais (mas não se armazenam de modo tão seguro que nunca se usem!).

É importante saber como enrolar as cordas adequadamente, quer dizer, as deixar prontas para seu próximo uso.

Do cuidado que se tenha a uma corda dependerá a vida da vítima, dos companheiros e inclusive a própria, por isso é necessário seguir uma série de passos para seu bom cuidado.

As cordas de nylon ou perlon não devem guardar-se à ação direta da luz solar, já que o material sintético da corda sofre um reaquecimento que gera com o passar do tempo deteriorações.

Nunca de deve armazenar ou guardar a corda onde se encontrem solventes tais como gasolina, azeite, thinner, aguarrás, ácidos ou qualquer outra substância que por seus componentes químicos possam gerar danos irreversíveis à corda.

Nunca se deve pisar na corda porque isto gera pressão em uma superfície estreita da mesma e cria danos internos.

A corda não deve ser arrastada por sobre nenhuma superfície já que isto possibilita que incrustem partículas de terra, vidro, pedras ou qualquer outro objeto que causam cortes às fibras da corda.

Não se deve permitir que a corda roce ou corra por sobre uma aresta ou qualquer superfície que possua fio, deve-se ter especial cuidado quando um corpo se acha suspenso da corda posto que esta situação obviamente aumenta seu grau de tensão e somado à fricção da aresta causaria o corte da corda e portanto queda do peso suspenso.

As cordas nunca se guardam perto de radiadores ou outros aparelhos que gerem calor ou em local algum que o possa confinar.

Nunca devem pendurar-se em pregos devido ao próprio peso que possuem, o prego atua como um fio de navalha e as danifica.

Deverão manter-se secas e em caso de umidade durante as manobras, deverão secar-se antes de serem guardadas e/ou de as usar.

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Nunca devem deixar-se com peso algum suspenso por um tempo prolongado ou indefinido posto que isto causa danos às fibras.

Nunca devem deixar-se nós de nenhum tipo sobre o corpo da corda e procure evitar que possuam pontos torcidos ao longo da superfície, antes de proceder o seu armazenamento.

Nunca devem ser usadas para rebocar veículos e em caso de fazê-lo já não existe mais segurança alguma em seu uso para manobras de Resgate Urbano de nenhuma espécie.

Se durante as manobras sofrer alguma tensão superior ou inesperada, como se fosse uma queda de elemento, ao terminar a operação deverá anotar-se em sua ficha e revisar totalmente a corda palmo a palmo.

As cordas deverão ser revisadas a intervalos regulares de tempo sem omitir parte alguma de seu corpo, procurando rastros de dano ou marcas, e deverá então realizar uma marca para identificar e evidenciar a parte afetada.

Quando ao longo das manobras a corda sofrer algum dano, for golpeada por qualquer objeto deverá ser imediatamente revisada.

As cordas preferencialmente deverão ter marca central que permita abreviar os trabalhos durante a operação.

Devem ser revisadas antes e depois de cada atividade.

As cordas deverão possuir uma ficha individual perfeitamente estruturada e por atividade em que participam para incrementar o índice de segurança dos trabalhos de resgate.

As cordas deverão lavar-se periodicamente e depois de uma atividade onde tenham contato com água ou tenham contato com qualquer tipo de solvente, graxa, azeite, etc.

Lavagem da corda: • A lavagem da corda deverá realizar-se com água morna. • Utiliza-se para a lavagem uma solução suavizante de tecidos. • É recomendável esfregar a corda com uma toalha tanto para limpá-la quanto para

diminuir a água e agilizar sua secagem. • A secagem deverá levar-se a cabo à sombra pendurando a corda em um varal.

Preparação da corda:

Existe uma grande variedade de estilos para o acondicionar a corda, por exemplo: • Levá-la e cruzá-la pelas costas. • Formar argolas entre as mãos e o cotovelo. • Formar argolas entre o pé e o joelho. • E em todos estes casos lhe fazer um nó ao final

No Resgate Urbano, a forma mais pratica e eficaz de acondicionamento é criando asas entre as duas mãos e/ou introduzindo-a o cabo em uma bolsa da cor previamente disposta segundo a

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longitude e bitola da corda; (esta bolsa pode ser de tecido ou nylon), e formando cotes dentro dela, deixando finalmente um cabo fora da bolsa para seu uso rápido e efetivo.

A bolsa demonstrou na prática sua efetividade para a rápida realização de manobras próprias de resgate, além de sua practicidade para o transporte da mesma em qualquer circunstância.

NÓS

A palavra "nó" vem do latim nodus, que significa "unir juntos". O termo segundo diversos dicionários, significa união, laço, vínculo.

O Dicionário da Real Academia da Língua Espanhola o define da seguinte maneira: "Laço que se estreita e fecha de modo que com dificuldade se possa soltar se por acaso só e que enquanto mais se tensiona qualquer dos cabos, mas se aperta"

No resgate urbano se define como a aplicação de uma corda sobre si mesma, ou sobre outra, para sujeitar, atar e assegurar pessoas, objetos e materiais.

Características do nó Um nó deverá reunir as seguintes características:

• Deverá ser singelo em sua manufatura • Deverá ser estético e limpo • Nunca deverá ficar cruzado ou embolado • Nunca deverá poder desfazer-se por si só • Não deverá ser corrediço • Terá que ser fácil de fazer/desfazer pelo resgatador.

Classificação de Nós Os nós possuem dentro do resgate urbano múltiplos usos, e em apoio ao serviço que nos proporcionam se classificassem por sua utilidade e forma de aplicação da seguinte maneira. Os nós em resgate Urbano contam com variantes aos utilizados em montanha e/ou excursionismo importantes no meio de operação.

• Nós Pessoais

Os nós pessoais são aqueles que têm contato direto com nosso corpo, utilizando-se no resgate Urbano os seguintes: Lais de Guia

É um nó singelo, não corrediço, cuja principal característica é que se pode fazer de qualquer parte da corda para encordarmos a ela, seja na metade ou nos extremos da mesma. É um nó seguro que não corre ao apertar-se, pode-se fazer simples ou dobrado.

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Nó Direito

Também chamado quadrado ou marinheiro, é um dos nós principalmente conhecido e indispensável em Resgate Urbano já que serve para unir duas cordas do mesmo diâmetro e as mesmas características; É recomendável rematá-lo com um nó de controle.

Azelha

Também chamado nó de guias já que é empregado para unir ou assegurar rapidamente a alguém em uma linha em qualquer parte da mesma; é um nó rápido e simples.

• Nós especiais

Estes nós se denominam especiais por suas características, pois ao utilizar a corda em um resgate é muito freqüente seu uso; seja para colocar uma corda fixa, um passamão, para efetuar um descida, para a união de duas cordas iguais ou diferentes: Nó de Correr

Serve para unir duas cordas de igual bitola tanto molhadas como secas, devido a ser um nó muito fácil de fazer e desfazer.

Nó catau

Serve para recortar ou reforçar uma corda sem necessidade de seccioná-la (cortá-la).

• Nós auxiliares

São os nós mas importantes para as manobras de resgate, sua utilidade é muito ampla e são utilizados para assegurar, bloquear ou deter.

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Nó Oito

Seu nome se debe a sua forma se assemelhar ao número oito. É singelo, sua característica é por seu dobro percurso da corda, em sua manufatura brinda grande vantagem e segurança já que o esforço é equilibrado com o passar do percurso.

Nó simples ou meia volta

Serve para assegurar os mesmos nós ou rematar o cabo de uma corda.

Nó fiel

Se utiliza geralmente para iniciar uma ancoragem. Características: é muito rápido e singelo em sua manufatura e é muito difícil de desfazer sozinho.

ARNÊS São um conjunto de cintas planas ou tubulares, fabricadas com fios espirais, pelo qual se fazem extremamente resistentes ao desgaste; estas são malhas de tal forma que abrangem diferentes partes do corpo como a cintura, a região dorsal e as pernas, terminando em umas casas ou asas que permitem o uso de mosquetões para assegurar-se a um ponto de ancoragem ou a uma corda MOSQUETÕES DE SEGURANÇA Os mosquetões de segurança são aqueles mosquetões aos que se colocaram um fechamento para evitar que se abram involuntariamente. Seu uso vem indicado para as práticas de responsabilidade, como autoaseguramentos, cordas fixas, etc.

Em concordância com a Diretiva PPE 89/686/EEC que classifica todo o material PPE (Pessoal Protective Equipment, que em castelhano é EPI, Equipamento de Proteção Individual) nos EUA (European Free Trade Area), todos os produtos EPI (e os mosquetões de segurança o são, é obvio) têm que levar a marca C e um manual de uso e cuidados em vários idiomas.

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Nota técnica: As resistências dos mosquetões de segurança vêm dadas em kilonewtons (kn) em vez de quilogramas (kg). Um Newton é uma medida de força equivalente à força que terei que realizar a 1 kg de massa para fazê-lo acelerar 1m/s.

CARACTERÍSTICAS COMUNS

A grande maioria dos mosquetões atualmente está construída com alumínio 7075 de alta ductilidade e resistência. A resistência oscila entre um amplo leque:

• longitudinalmente e fechado entre 20 e e 35 kn • transversalmente e fechado entre 6 e 10 kn • longitudinalmente e aberto entre 6 e 10 kn.

Depende principalmente da forma e da grossura do mosquetão. À parte, claro, estão os mosquetões de aço especialmente desenhado para sua exigência de grandes cargas. Todos os mosquetões de segurança se compõem das seguintes parte:

• um gatilho articulado que possibilita a entrada da corda • um sistema de segurança que impossibilita sua abertura involuntária • umas zonas desenhadas para o passo da corda ou a ancoragem • duas zonas de informação:

o uma onde se informa as características do mosquetão o outra onde marca qual a norma que segue (CE, UIAA, NFPA, etc.)

Os fabricantes indicam uma série de recomendações genéricas para todos os mosquetões:

• Periodicamente realizar uma inspeção visual dos mosquetões e ante a mínima dúvida desfazer-se do material. Os fabricantes entendem, e com razão, que o escalador deve conhecer perfeitamente o histórico do material com o que se joga a própria vida. Por esta razão recomendam encarecidamente escrever em uma folha de controle todo o acontecido com o material, ao menos uma vez ao mês.

• É responsabilidade do usuário assegurar-se de entender o uso de todos o materiais de escalada e alpinismo nos Andes.

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• Os mosquetões de segurança homologados podem ser usados em conjunto com qualquer artigo apropriado dos EPI incluídos na norma 89/686/CEE e também com as equipamentos do Alpinismo/Mosquetões segundo a norma EM 12275.

• Limpeza: se estiver sujo, limpá-lo com água limpa e temperada (máximo 40 þ) e com uma dissolução apropriada de detergente suave (ph entre 5,5 e 8,5). Limpar logo com um pano úmido e deixá-lo secar ao ar fora do contato direto com qualquer fonte de calor.

• Lubrificação: na articulação do gatilho, com lubrificante a base de silicone. Sempre depois

de havê-lo limpo previamente. • Duração: ponto muito difícil de estimar, devido ao uso local geográfico e às condições de

armazenamento. Uma duração prudente é de 10 anos a partir da data de seu primeiro uso. Entretanto, existem fatores que obrigam a seu retiro ou destruição imediata:

o Parada de queda o Desgaste geral o Contaminação química o Deformação o Quedas de muita altura o Etc

1.- Tipos de fechamento Existem, principalmente, três tipos de fechamento:

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A - De rosca: o mais barato. Tem os inconvenientes de necessitar o uso da mão uma vez aberto para seu fechamento. Além disso se revistam bloquear e é muito difícil afrouxá-los quando estiveram submetidos a força durante bastante tempo. Às vezes é necessário pendurar-se sobre eles para poder afrouxá-los. Entretanto, este tipo de fechamento é o menos volumoso. Com o uso e sem nos dar conta podem afrouxar. Existe no mercado alguns modelos com tampa de plástico, com o que se consegue que a rosca não se afrouxe e, de passagem, um pouco tão importante quanto o mosquetão não se possa mover e ficar cruzado, sobretudo quando estamos assegurando.

B - Automáticos: é o fechamento mais rápido e cômodo. Basta girá-lo um quarto de volta que se abre e volta a fechar automaticamente, sem necessidade de manipulá-lo. Um pouco mais volumoso e pesado que o sistema de rosca, mas muito mais versátil. Terá que tomar cuidado de não abri-lo sem querer com qualquer movimento de nosso corpo.

C - De baioneta: são como os automáticos mas com um fechamento mais. Antes de girá-los terá que subir ou baixar o fechamento, o que assegura que não se pode abrir involuntariamente. É verdade que dificultam sua abertura mas são os mais seguros. Também os mais caros. Segundo o fabricante, o sistema de baioneta, de uma forma ou outra, terá que girar primeiro e logo baixar, e viceversa.

Há muitos modelos de mosquetões de segurança que oferecem as três alternativas, ficando ao critério do comprador a eleição do modelo de fechamento. Além disso, existem outros modelos de fechamentos, como de capa plastificada ou com botão de segurança, o qual oferece muita segurança mas muita complexidade em sua abertura. Siglas nos Mosquetões

• N - Resistem mais de 900 kn abertos • L - só resistem 600 kn abertos • K - aptos para seu uso em vias ferratas • H ou HMS - únicos para o uso do nó dinâmico. Estes mosquetões são de curvatura mais

aberta, mais planos no lado da corda, para que o nó dinâmico atue igual em todo seu percurso.

Formas dos mosquetões de segurança

Existem tantas formas de mosquetões de segurança como do resto dos mosquetões. Cada forma está pensada para usos específicos, embora muitos sejam polivalentes.

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- HMS, para nó dinâmico, como já foi dito.

- Com forma de pêra, amplos e de grande abertura. Estes e os HMS têm menos resistência que outros mais potentes.

- Simétricos, muito úteis para certos nós ou para as polias, já que a força incide bem no centro e os lados da polia apóiam por igual sobre o mosquetão.

- Pequenos, mas robustos. Alguns os chamam mosquetões com seguro em vez de segurança. Não tem muito sentido pois suportam cargas muito altas. Idôneos para autosegurança. Também para as fitas de segurança.

Uso com placa

Ancoragens SEMPRE com mosquetões de segurança

Por último, um aviso: Já que utilizamos mosquetões de segurança, no caso de utilizar o sistema de fechamento de rosca, repassar sempre se se fechou.

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Bibliografia: Grupo de Resgate GREMCA (Manual de Arnês) Cruz Vermelha (Manual de Nós e Amarrações) Manual Resgate Urbano Básico Cap. IV Associação do Scout (Manual de Nós) (http://www.siemprescout.org/nudos3.html) Corpo de Bombeiros de Caracas (Manual de Resgate 1) Cascata Expedições (http://www.cascada-expediciones.cl/mnusecundario/actualidad/Articulos/Mosqueton/Mosqueton.htm Manual de Procedimentos Operacionais FEMA US&R Sistema de Resposta Manual de Comando em Operações Bomberiles Corpo de Bombeiros do Dtto. Federal. Mando em Incêndios Tradução do Manual do Alan V. Brunacini Benemérito Corpo de Bombeiros da Costa Rica Artigos em Revistas Especializadas Fire Engineering Response Fire Journal Fire Service Today (NFPA) Rescue EMS Security Management Fire Command Mapfre Segurança Emergency Boletins Técnicos