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Manual de Orientação para Professores de Educação Física Futebol Paraolímpico

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Manual de Orientaçãopara Professores

de Educação Física

Futebol Paraolímpico

www.cpb.org.br

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Manual de Orientaçãopara os Professoresde Educação Física

Manual de Orientaçãopara Professores

de Educação Física

Futebol ParaolímpicoAutores: Dolvair Paschoal Castelli e Mário Sérgio Fontes

Brasília – DFBrasília – DFBrasília – DFBrasília – DFBrasília – DF20062006200620062006

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COMITÊ PARAOLÍMPICO BRASILEIRO

DIRETORIA EXECUTIVA: 2005/2008

VITAL SEVERINO NETOPresidente

SÉRGIO RICARDO GATTO DOS SANTOSVice-Presidente Financeiro

FRANCISCO DE ASSIS AVELINOVice-Presidente Administrativo

ANA CARLA MARQUES TIAGO CORRÊAAssessora Especial para Assuntos Institucionais

ANDREW GEORGE WILLIAN PARSONSSecretário Geral

WASHINGTON DE MELO TRINDADEDiretor Administrativo

CARLOS JOSÉ VIEIRA DE SOUZADiretor Financeiro

EDÍLSON ALVES DA ROCHADiretor Técnico

VANILTON SENATORECoordenador-Geral do Desporto Escolar

RENAUSTO ALVES AMANAJÁSCoordenador-Geral do Desporto Universitário

Material produzido para o projeto “Paraolímpicos do Futuro” com recursosda Lei no 10.264/2001 para o desenvolvimento do esporte escolar.

Distribuição dirigida e gratuita.Venda proibida.

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Futebol Paraolímpico

Manual de Orientaçãopara Professores

de Educação Física

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Autores:

Dolvair Paschoal CastelliFormado pela Escola Superior de Educação Física da Alta Paulista, Tupã/SP, 1983Licenciatura Plena em Educação FísicaGraduado na modalidade de futebol - especialização em treinamento esportivo, com especialização em Educação FísicaadaptadaHexacampeão brasileiro de futebol de sete, campeão mundial de Seleção Sub 20Técnico da Seleção Brasileira de futebol de sete Sub 2019 Convocações para a seleção brasileira de futebol de sete-PC (de 1996 a 2006–ANDE–Brasil)

Mário Sérgio FontesLicenciado em Educação Física pela Universidade Federal do ParanáCoordenador Técnico do Futebol 5 da Confederação Brasileira de Desporto para CegosMembro do Subcomitê de Futebol 5 da IBSA

Revisão:Sérgio Augusto de Oliveira Siqueirae-mail: [email protected]

Fotos:Mike RonchiTel. (61) 8166-5257e-mail: [email protected]

Projeto gráfico, revisão e arte-final:Informação Comunicação EmpresarialTels.: (61) 3208 1155 / (11) 3021 5445e-mail: [email protected]

Impressão:Gráfica Cidade

C348f Castelli, Dolvair PaschoalFutebol paraolímpico : manual de orientação para professores de educação física / Dolvair

Paschoal Castelli, Mário Sérgio Fontes. - Brasília : Comitê Paraolímpico Brasileiro, 2006.50p. il.

ISBN : 978-85-60336-05-085-60336-05-2

1. Futebol. 2. Atletismo paraolímpico. 3. Deficiente físico. 4. Sistema de classificaçãoesportiva. 5. Educação física. 6. Metodologia do esporte. 7. Manual de orientação paraprofessores de educação física. I. Título. II. Castelli, Dolvair Paschoal. III. Fontes, Mário Sérgio.

CDU: 796.332

FICHA CATALOGRÁFICA

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SUMÁRIO

FUTEBOL DE CINCO PARA CEGOS

APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................................ 11

1. HISTÓRICO..................................................................................................................................................... 13

2. PARTICIPAÇÕES E CONQUISTAS DO FUTEBOL BRASILEIRO ............................................................... 14

3. REGRAS .......................................................................................................................................................... 18

FUTEBOL DE SETE PARA PARALISADO CEREBRAL

1. HISTÓRICO ..................................................................................................................................................... 39

2. CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL DESPORTIVA ............................................................................................ 42

3. REGRAS OFICIAIS DO CP-IRSA ................................................................................................................. 46

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................... 50

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O FUTURO MAIS QUE PRESENTE

O projeto Paraolímpicos do Futuro, que ora se inicia, faz parte de nossos anseios há um bom tempo.Mais precisamente desde 2001, quando foi sancionada a Lei Agnelo/Piva, verdadeiro divisor de águas nahistória do esporte brasileiro. A referida lei, que destina recursos para o fomento a diversas áreas daprática desportiva, atende também ao meio escolar.

Sempre defendi que, antes de tomarmos qualquer iniciativa com relação ao desenvolvimento doesporte para crianças e jovens com deficiência na escola, precisávamos criar uma cultura do esporteparaolímpico no país. De fato, hoje, a sociedade está bem mais sensível a esta nobre causa. E, semsombra de dúvida, o desempenho de nossos atletas na Paraolimpíada de Atenas, em 2004, muito contribuiupara a exposição e a conseqüente visibilidade do esporte de alto-rendimento para pessoas com deficiência.

No contexto atual de escola inclusiva, na qual alunos com e sem deficiência estudam juntos, oParaolímpicos do Futuro vem preencher importante lacuna: apresentar à comunidade acadêmica oesporte adaptado, torná-lo ferramenta de integração e, ainda, garimpar futuros talentos. Com umaestratégia de implantação gradativa, que se estenderá até 2008, o projeto tem, para 2006, açõesprogramadas nas cinco regiões geográficas do Brasil: Santa Catarina (Região Sul), Minas Gerais (Sudeste),Mato Grosso do Sul (Centro-Oeste), Ceará (Nordeste) e Pará (Norte).

O trabalho tem cronograma de etapas diferenciadas prevendo a preparação do material didático ede divulgação e a sensibilização dos agentes envolvidos diretamente. A meta do ano é levar a informaçãopara 3.000 escolas, média de 600 em cada uma das cinco unidades da Federação, e treinar 6.000professores de educação física, dois em média por unidade escolar.

Como fechamento do ano, o Comitê Paraolímpico Brasileiro realizará em outubro, em parceria como Ministério do Esporte, o I Campeonato Escolar Brasileiro Paraolímpico de Atletismo e Natação. Acompetição possibilitará a criação de ranking dos jovens atletas, que poderão pleitear, em 2007, aBolsa-Atleta, programa de incentivo do governo federal.

O próximo passo será seguir o rumo de integração hoje existente entre Olimpíada e Paraolimpíada,bem como Pan-americano e Parapan-americano, competições indissociáveis, dentro de uma mesmaestrutura organizacional. A idéia é aproximarmos os Jogos Paraolímpicos Escolares das já tradicionaisOlimpíadas Escolares e Universitárias.

Como pode ver, caro(a) professor(a), na qualidade de referência dos alunos, de formador de opinião,você só tende a alavancar a plena ambientação dos estudantes com deficiência na escola. De posse denova capacitação e de compromisso sedimentado em bases éticas e humanas, sua participação éfundamental para o sucesso do projeto.

VITAL SEVERINO NETO

Presidente do Comitê Paraolímpico Brasileiro

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Futebol de Cinco para CegosAutor: Mário Sérgio Fontes

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Futebol de Cinco para Cegos

APRESENTAÇÃO

Futsal B1

O Brasil é uma superpotência no futebol de cinco, como é conhecido o futebol para cegos. Oesporte entrou para os Jogos Paraolímpicos só na última edição, em Atenas 2004, mas já era muitoconhecido desde os tempos de colégio dos atletas. No passado, a criançada já fazia mudanças na bolapara que ela fizesse algum som e assim pudessem localizá-la. O mais comum era amarrar um sacoplástico nela. Hoje em dia a bola é oficial, como a de futsal, mas com guizos dentro. As que são usadasem jogos internacionais da IBSA são de fabricação brasileira, confeccionadas por presidiários no programa“Pintando a Liberdade” do Ministério do Esporte. Essas bolas são distribuídas gratuitamente pelo mundo todo.

O futebol é o esporte coletivo mais praticado no mundo.

Nascido na Inglaterra do século XIX, foi rapidamente difundido em todo o mundo; tomou seu nomedas palavras foot (pé) e ball (bola).

Pode-se considerar que Charles Miller tenha sido “o pai” do futebol brasileiro. No ano de 1894,retornando de seus estudos na Inglaterra, trouxe na bagagem a primeira bola de futebol a rolar noscampos brasileiros.

“O futebol no Brasil não é um esporte. É o jogo da bola, da malícia e do drible. É o jogo que refletea própria nacionalidade de uma terra dominada pela paixão da bola” (Do livro “Brasil, o País doFutebol” de Betty Milan).

Cada vez mais o futebol tem-se tornado comum em vários países sem muita tradição nesse jogo. Éuma tendência mundial.

A pessoa com deficiência visual não poderia estar distante de tudo isso. No século passado, estamodalidade foi bastante difundida pelo rádio, fazendo com que todos, incluindo as pessoas deficientesvisuais, tivessem também acesso e participação em tudo isso, apaixonando-se também pelo jogo.

Esta modalidade, inicialmente, era praticada dentro dos institutos de cegos espalhados pelo Brasil,nos corredores e outros espaços disponíveis que pudessem ser utilizados para a prática do jogo.

Muitas vezes era jogado em dupla, trio ou até individualmente (um contra o outro). Pela ausência devisão dos jogadores, a orientação dá-se pela audição; portanto, o objeto usado como bola deveriaproduzir durante o seu deslocamento um som audível para efeito de localização.

Nesses primeiros tempos, os objetos utilizados eram tampas de latas ou outros recipientes fechadoscom pequenos objetos em seu interior, a exemplo do chocalho.

CLASSIFICAÇÃO

Para o desenvolvimento e a prática da modalidade de futebol de salão para pessoas cegas, dividimosos praticantes em duas categorias: B1 e B2-B3.

B1 – deficiência visual total ou até, no máximo, a percepção luminosa sem a distinção de objetos.Nessa categoria, o goleiro deverá ter visão normal, sendo o único jogador com tal condição dentro dequadra. Os demais deverão estar atuando com os olhos vendados e tamponados. A bola para estadisputa é adaptada com guizos.

B2 e B3 – deficiência visual parcial dividida em dois níveis B2 (-) e B3 (+). Nesta categoria, as regrasutilizadas para a disputa são as mesmas do futsal convencional, procurando atender às condições deluminosidade da quadra, bem como as condições dos atletas de baixa visão.

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Futebol de Cinco para Cegos

1. HISTÓRICO

As primeiras informações que temos da prática competitiva desta modalidade de futebol,aproximando-se muito do futsal ou futebol de salão, entre pessoas cegas vêm-nos de dentro dasinstituições que abrigavam cegos nas décadas de cinqüenta e sessenta, como o Instituto Santa Luzia,em Porto Alegre; Instituto Padre Chico, em São Paulo; Instituto Benjamim Constant, no Rio de Janeiro;entre outros.

A primeira competição de que temos conhecimento entre institutos, associações ou entidades datade 1974: um torneio realizado em Porto Alegre com a participação de equipes do Rio Grande do Sul,São Paulo e Mato Grosso. Depois disso, em 1978, ocorreram participações da modalidade de futebolentre cegos nas Olimpíadas das APAEs realizadas na cidade de Natal, Rio Grande do Norte.

Em 1979, uma nova competição realizada no ginásio do Pacaembu, na cidade de São Paulo, contoutambém com a participação de várias equipes de diversos Estados do país.

Em 1980, outra participação nas Olimpíadas das APAEs fez com que nascesse um movimento para aorganização do desporto de cegos no Brasil. Esta organização deveria ser elaborada e dirigida porpessoas cegas.

Nesse mesmo momento, utilizou-se, pela primeira vez, uma bola com guizos internos, trazida peloprofessor pernambucano João Ferreira. Com o tempo, esta bola foi sendo aprimorada e hoje é produzidapelo projeto do Ministério dos Esportes, “Pintando a Liberdade”, criado na cidade de Curitiba, na décadade 90, e que se utiliza da mão-de-obra de presidiários para a fabricação das bolas. Hoje essa bola é aúnica reconhecida pela International Blind Sports Federation – IBSA, organização que dirige o desportode cegos no mundo. Elas são distribuídas gratuitamente pelo mundo todo.

Assim, o futebol de salão passou a exercer um papel fundamental, sendo o carro-chefe em todo odesenvolvimento do desporto para deficientes visuais no Brasil.

Em 1981 realizou-se, já sob nova organização, a primeira edição do Campeonato Sul-Brasileiro deFutebol de Salão para Cegos no mês de março, em Porto Alegre. Seu primeiro campeão foi a Associaçãode Deficientes Visuais do Paraná (Adevipar). Naquele mesmo ano, realizaram-se também em Curitiba osPrimeiros Jogos Nacionais de Deficientes Visuais, sagrando-se campeã novamente a Adevipar.

As regras do futebol de salão convencional também eram utilizadas para a modalidade praticada porpessoas cegas.

A partir de 1984, passou-se a vendar os olhos dos jogadores para que fosse preservada a igualdadede condições entre eles, já que qualquer resquício visual que pudesse proporcionar a percepção devultos, sombras ou luminosidade traria vantagens significativas ao jogador.

Ainda na década de 80, durante os Jogos Paraolímpicos de Nova York – 1984, a delegação brasileiracomposta de atletas da modalidade de atletismo levou uma bola de futebol de salão com guizos paraser apresentada a outras pessoas cegas de diversas delegações. O interesse era buscar a divulgação eorganização do futebol de salão para deficientes visuais de todas as partes do mundo.

Em 1988, o Brasil participou pela primeira vez de um torneio internacional de futebol de salão paracegos realizado em Cades, na Espanha, ao lado de equipes do Peru, Portugal e duas equipes espanholasquando da comemoração do Sesquicentenário da ONCE – Organização Nacional de Cegos da Espanha.As regras adotadas naquela disputa foram as praticadas no país-sede.

Em 1994, outro dado significativo foi a unificação das regras entre os países que já praticavam estamodalidade, dando início à criação do Subcomitê de Futebol da IBSA.

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2. PARTICIPAÇÕES E CONQUISTAS DO FUTEBOL BRASILEIRO

1991 – Campeão do Torneio Sul-Americano, em Buenos Aires.

1993 – Campeão dos Jogos Latino-Americanos, em São Paulo – SP.

1995 – Campeão dos Jogos Pan-Americanos para cegos em Buenos Aires.

1997 – 1a Copa América de Futsal para Cegos em Assunção, Paraguai (Já sob a organização doSubcomitê de Futebol da IBSA). Neste primeiro campeonato, registrou-se o maior placarde uma partida oficial entre seleções nacionais: Brasil 10 x 0 Paraguai.

1998 – Campeão do 10 Campeonato Mundial de Futsal para Cegos, em Campinas – SP.

1999 – Vice-campeão da 2a Copa América em Buenos Aires.

2000 – Campeão do 20 Campeonato Mundial de Futsal para Cegos – Espanha.

2001 – Campeão da 3a Copa América de Futsal em Campinas – SP.

2002 – 30 lugar no Campeonato de Futsal para Cegos, no Rio de Janeiro.

2003 – Campeão da 4a Copa América em Bogotá, Colômbia.

2004 – Campeão da Copa IBSA, em Buenos Aires;

Medalha de Ouro nos Jogos Paraolímpicos de Atenas.

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Futebol de Cinco para Cegos

Como é praticado

No Brasil, o futebol de cinco foi disseminado em virtude da forte representação cultural da modalidade,que é capaz de atrair pessoas de todas as idades.

No seu início, as adaptações adotadas para a participação das pessoas cegas no jogo permitiam o usode qualquer recurso que pudesse produzir som na bola, ou mesmo a utilização de outros objetos no lugarda bola: tampas de latas, recipientes com pequenos objetos dentro, que resultavam no efeito chocalho.

Na atualidade, o futebol de cinco é uma modalidade oficial regulamentada pela IBSA e pelaConfederação Brasileira de Desportos para Cegos.

Várias adaptações foram feitas, mas a emoção do jogo foi mantida. Cada time tem um “chamador”,pessoa que fica atrás do gol adversário, orientando o ataque. Ao goleiro, cumpre também a tarefa deorientar a defesa. Cobrança de pênalti e tiro direto têm um ritual específico: o “chamador” bate umapequena barra de ferro nas duas traves para dar ao atleta a dimensão do gol. As laterais da quadra sãocercadas de bandas, proteções que impedem que a bola saia. Isso tornou as partidas mais dinâmicas. Só hácobrança do lateral, com os pés, se a bola ultrapassar essas bandas. Caso contrário, o jogo segue normalmente.

Hoje somos o país com maior número de equipes no mundo, com 40 times distribuídos por 21Estados. Por isso, o Brasil é também a nação que mais realiza competições.

Iniciação

É de extrema importância, para a boa iniciação do futebol de cinco, tomar algumas precauções. Odesenvolvimento do desporto deve ser iniciado com atividades de orientação e mobilidade e percepçãoauditiva, noções de lateralidade, noções de espaço temporal, trabalhando em diferentes ritmos e formas.O reconhecimento das dimensões do local, onde a atividade será desenvolvida, também se faz importante.O não-desenvolvimento desse complexo senso perceptivo motor acarretará ao aluno maior possibilidadede acidentes, o que poderá causar desmotivação na pessoa para a prática do exercício. Então, inicia-seo trabalho específico, desenvolvendo e dando ênfase aos fundamentos do futebol de cinco.

Percepção auditiva e deslocamento

Algumas atividades sugeridas para que se alcance o objetivo final:

1 - Dispor os alunos em círculo com apenas um deles ao centro. Um dos alunos bate palmas e o queestá no centro deve deslocar-se em sua direção. Aspectos importantes: a) o professor comanda quemirá bater as palmas para evitar a emissão de mais de um estímulo auditivo; b) o aluno que estiver naroda deverá posicionar-se com os braços estendidos à frente para a prevenção de um possível choque;c) o estímulo poderá ser por voz, palmas ou com uso de uma bola com guizo.

2 - Fazendo uso das dimensões da quadra, posicionar a bola com guizos em um dos lados da quadra,em determinado ponto (escanteio, área de gol...), e posicionar os alunos em fila única no outro lado daquadra; ao comando do professor, um aluno de cada vez vai sair na direção da bola que estará sendomovimentada num determinado ponto prestabelecido.

3 - Deslocar-se ao comando auditivo, com variação de direção (direita, esquerda, atrás, frente) e demovimento corporal (com os dois pés juntos, de costas, de lado...). Observação: o professor deverácomandar a corrida para um aluno de cada vez e dar um intervalo de segurança entre um e outro.

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Condução de bola

A condução da bola pelo cego deve acontecer de maneira que o aluno não perca o contato da bolacom os pés, podendo ser efetuada entre os jogadores, fazendo com que ela se desloque de um pé parao outro.

1 - Em duplas, um de frente para o outro, orientar um aluno para que se desloque até o outro coma bola entre os pés, arrastando-os para não perder o contato com a bola. Considerações importantes:

a) A bola deverá estar sempre à frente do corpo e não embaixo ou atrás;

b) é importante que o aluno experimente outros meios de deslocamento, como passar o pé por cimada bola ou jogá-la à frente e tentar alcançá-la e dominá-la.

2 - Em duas filas, posicionadas cada uma numa lateral de quadra, ao comando do professor, o alunoconduzirá a bola até a outra linha de fundo, onde outros dois alunos estarão posicionados à frente decada fila, auxiliando com palmas a direção correta; o aluno que estava de “chamador”, conduzirá a bolaaté a fila novamente e assim por diante.

Passe

Uma vez que o futebol de cinco é um esporte coletivo, deve ser dada ênfase aos trabalhos de passe.É importante orientar o aluno no sentido de que a bola deverá estar em seu completo domínio; eledeverá ter também uma boa noção da posição de seu companheiro, sendo de suma importância acomunicação verbal entre eles. O passe deve ser efetuado de maneira que a bola produza um bom som(bola rasteira ou bola quicada), oferecendo melhor condição de recepção.

1 - Com a turma dividida em duplas, os jogadores deverão posicionar-se um de frente para o outro,com uma bola, passando-a com o lado interno dos pés, um para o outro. Deve dar-se um afastamentode pelo menos cinco metros entre uma dupla e outra para evitar choques, caso a bola escape de umadas duplas; começar com uma distância pequena e depois aumentar, pois uma grande distância aumentaráas chances de erro nos passes, podendo desanimar os alunos.

2 - Na mesma formação, pedir que passem a bola com partes diferentes do pé (de calcanhar, parteexterna dos pés, com a direita, com a esquerda...).

Recepção

A recepção deve ser feita com as pernas ligeiramente afastadas, com os pés na seguinte posição:calcanhares quase se tocando e as pontas dos pés afastadas formando um ângulo aproximado de 45° auma distância não maior que o diâmetro de uma bola de futsal, para que haja eficiência na recepção.

1 - Orientar o aluno que, para pisar na bola, deve antes esperar que ela toque em suas pernas; paraaumentar a área de recepção pode orientá-lo para afastar as pernas, com a ponta dos pés virada paraa direita, flexionar as pernas lateralmente aproximando o joelho da perna esquerda do chão, com aperna direita semiflexionada. Repetir o exercício para o outro lado. Na formação de duplas, ficar um defrente para o outro, passando a bola e recepcionando a bola do companheiro.

2 - Colocar o grupo em uma lateral da quadra e, no meio dela, chamar um de cada vez para ocentro, lançando uma bola, para que domine e passe de volta. Orientar para que o jogador sempreposicione sua cabeça com o nariz apontado na direção da bola.

3 - Na formação anterior, o aluno se deslocará de costas até o centro e, ao comando de um apito,ficará de frente para a bola que será lançada para que ele a domine.

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Futebol de Cinco para Cegos

Chute

O chute pode ser realizado com a bola parada ou em movimento. Este fundamento pode sertrabalhado de maneiras diferentes, utilizando a parte interna (de peito de pé ou de bico). No chute combola parada, o aluno deve ter a perfeita noção do posicionamento da bola, bem como a percepção dalocalização do gol. No chute com a bola em movimento, o aluno também deverá ter o domínio e alocalização da bola, mesmo na condução ou no chute realizado a um passe ou lançamento. Outracaracterística do chute do futcinco: o chute geralmente é realizado sem o distanciamento do jogadorem relação à bola.

1 - Colocar o grupo posicionado no centro da quadra, no primeiro apito do professor, o alunoconduzirá a bola e, no segundo apito, o aluno realizará o chute a gol. Fazer variação da posição da filana quadra para trabalhar chute cruzado e, com a variação de pernas, realizar chutes com a direita eesquerda e chutes de bico e peito de pé.

2 - Posicionar os alunos na linha lateral, na altura do meio da quadra; um aluno tocará a bola paraoutro posicionado à frente da área que, sem dominar a bola, tentará o chute direto para o gol; quemfez o passe vai para a posição de chute.

Drible

No futebol de cinco, em geral, não há ginga. O drible é feito com o som da bola, quando um atletaa conduz e pára, fazendo com que o adversário se dirija àquele ponto onde a bola parou. Em seguida, ojogador com a posse da bola muda de direção repentinamente, deixando o seu adversário para trás. Amudança de direção e velocidade alternadas na condução dessa bola significa, para um cego, um bom drible.

1 - Alunos posicionados em fila na linha de fundo da quadra; um aluno de cada vez conduzirá a bolae, como se estivesse driblando um adversário, efetuará fintas, pisará em cima da bola toda vez que oprofessor apitar, mudará a direção e a velocidade da condução de bola a cada apito. Procure estimulardiferentes formas de dribles e condução de bola.

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REGRA I - A QUADRA DE JOGO

A quadra de jogo deverá ser sempre aberta para melhor acústica.

Em casos de situações climatológicas fora de controle do comitê organizador (chuvaspersistentes, ventos fortes e outros), terá de contar, em segunda instância, com uma quadra dejogo coberta, com características similares, a qual pode ser também de superfície de madeira,borracha sintética ou semelhante, com o objetivo de garantir a continuação da competição.

Esta segunda opção de quadra de jogo deverá ser aprovada e autorizada pelo comitê organizadorantes do início da competição.

1. DIMENSÕES

Comprimento: 42 metros (máximo), 32 metros (mínimo).

Largura: 22 metros (máximo), 18 metros (mínimo).

1.1 BANDAS LATERAIS

As linhas laterais da quadra de jogo ficarão organizadas como uma cerca, que tem comoobjetivo facilitar um ritmo constante de jogo e impedir os tiros laterais, o que faria demorarexcessivamente o jogo. Também tem a função de facilitar a orientação dos jogadores.

Estas cercas terão uma variação de 100cm a 120cm de altura, devendo estar a um ângulo de90º com a linha de fundo em cada um dos quatro cantos (escanteios).

2. MODO DE MARCAÇÃO

A quadra deverá ser marcada, em segundo plano, com linhas visíveis de 8cm de largura.

As linhas mais compridas que marcam o espaço chamam-se linhas de lateral, e as mais curtas,linha de meta ou de fundo. Através da largura da quadra, se marcará, na sua metade, a linha domeio da quadra e, no seu centro, se marcará claramente um ponto, ao redor do qual se marcaráum círculo de 3 metros de raio.

2.2 ZONA DE ESCANTEIO

Na intercessão da linha de meta com lateral em direção ao arco se marcará uma linha retangularcom 20cm de comprimento e 8cm de largura, saindo da linha de meta para o exterior da quadrade jogo, que servirá para a execução dos escanteios.

3. ÁREA DO PÊNALTI

Em cada extremo do espaço, a seis metros de distância de cada trave, se marcará um semicírculoperpendicular à linha de meta, a qual se estenderá ao interior da quadra com um raio de seismetros de longitude, exatamente paralela à linha de meta entre as traves; a superfície dentrodeste semicírculo liso se chamará área de pênalti.

* Material retirado do site da ABDC

3. REGRAS*

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Futebol de Cinco para Cegos

3.1 ÁREA DE GOLEIRO

Recebe esse nome porque é direcionada à ação do goleiro. Será retangular, medindo cincometros de comprimento e dois metros de largura. A linha de cinco metros será paralela à linha defundo, compreendendo três metros da linha do gol mais um metro das traves do gol (arco). Alinha de dois metros fará dois ângulos de 90º graus.

4. MARCA DO PÊNALTI

Sob uma linha imaginária perpendicular à linha de meta, entre as traves, se marcará umponto visível a seis metros de tal linha. Este ponto será o ponto de execução do pênalti.

5. SEGUNDA MARCA DO PÊNALTI

Seguindo uma linha imaginária perpendicular à metade da linha de meta, entre as traves, semarcará um ponto visível a oito metros de tal linha. Este ponto será o segundo ponto do pênalti.

6. ÁREA DE SUBSTITUIÇÕES

As substituições poderão realizar-se por uma porta central situada em frente da mesa docronometrador ou pela linha de meta de seu gol, em caso de não existir porta central.

7. O GOL (O ARCO)

No meio de cada linha de meta se colocará o gol (arco), que será formado por duas travesverticais, separadas a três metros entre si (medida interior) e unidas em seus extremos superiorespor um travessão horizontal cuja borda inferior estará a dois metros do chão. A largura e aespessura dos postes e do travessão serão de 8cm.

Os postes e o travessão deverão ter a mesma largura. Terão de se enganchar às redes nospostes e no travessão por trás da meta (linha). Deverão estar presos na parte inferior a ganchosou algum outro suporte adequado.

8. SUPERFÍCIE DE JOGO

A superfície para o jogo deverá ser de cimento ou similar (semelhante), lisa e livre de aspereza.

O comitê organizador poderá autorizar a utilização de terrenos de gramado natural ou gramadosintético, no caso de situações climatológicas fora do alcance do comitê organizador (Regra I,Quadra de jogo).

REDES DE META

Está permitido o uso de redes de cordas ou náilon. Porém, as redes de náilon não podem sermais finas do que as de corda.

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REGRA II - A BOLA

A bola será esférica com uma cobertura de couro ou de outro material adequado.

Na sua confecção, não se aplicará nenhum material que possa oferecer perigo para os jogadores.

A circunferência da bola deverá ser, no mínimo, de 60 cm e, no máximo, 62 cm. O peso dabola no começo do jogo não deverá ter mais de 540 gramas nem menos de 510 gramas.

O sistema de som (guizos) deverá ser interno para permitir uma trajetória regular da bola, demaneira que, quando esta gire sobre si mesma de forma centrífuga, mantenha o som e a segurançados jogadores.

Se a bola perder a sua condição normal de jogo ou de som durante a partida, esta seráinterrompida e a bola substituída.

O jogo será reiniciado com a execução de uma cobrança neutra do mesmo lugar onde a bolaperdeu sua condição do jogo ou som, exceto se isto ocorrer dentro da área de meta, neste casose realizará uma cobrança neutra fora dela.

Se a bola perder sua condição normal de jogo ou som no exato momento em que é posta emmovimento (saque inicial, saque do goleiro, falta, pênalti, escanteio), e antes de ser tocada poroutro jogador, a bola será substituída e o lançamento será repetido.

No lugar destinado ao cronometrador, deverá existir obrigatoriamente uma bola reserva emperfeitas condições para ser utilizada.

REGRA III - NÚMERO DE ATLETAS

1. O jogo será jogado por duas equipes compostas cada uma com no máximo quatro jogadorescegos totalmente (B1) e um goleiro que poderá ser vidente ou deficiente visual.

No caso de o goleiro ser vidente, não pode ter estado inscrito em nenhuma federação defutebol de salão ou futebol (FIFA) em um tempo inferior a cinco anos.

1.1 A inscrição de cada equipe está composta por 13 representantes, no máximo, com asseguintes funções: oito jogadores, dois goleiros, um diretor técnico, um assistente técnico e ummédico ou fisioterapeuta.

1.2 O número mínimo estabelecido para o começo da partida será de cinco jogadores (umgoleiro e quatro jogadores de linha), podendo acabar a partida por diferentes incidências comtrês jogadores: um goleiro e dois jogadores de linha.

2. Poderão ser utilizados jogadores substitutos em qualquer partida que se jogue peloregulamento de uma competição oficial em nível da IBSA.

3. O número máximo de jogadores substitutos é de cinco: um goleiro e quatro jogadores de linha.

DECISÕES:

O número mínimo de jogadores para poder iniciar o jogo é de cinco. No caso de expulsão dejogadores, será suspenso o jogo se na quadra ficarem menos de dois jogadores em uma dasequipes ou em ambas.

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Futebol de Cinco para Cegos

4. NORMAS DE SUBSTITUIÇÃO

a) No decorrer do jogo, cada equipe poderá fazer em qualquer momento um número ilimitadode substituições, paralisando o cronômetro mediante aviso prévio do diretor técnico aocronometrador.

b) No caso da execução do pênalti, o goleiro não poderá ser substituído exceto no caso delesão ou contusão comprovada pelo juiz e confirmada pelo médico da organização ou massagistano caso da ausência daquele.

c) A substituição deverá manter as seguintes condições:

1) O jogador que ingressa na quadra do jogo só deverá fazê-lo pela zona de banda, pelo setorda porta central ou pela linha de meta correspondente ao seu goleiro.

2) Toda substituição deverá ser anunciada pelo megafone, expressando o número do jogadorque ingressa e o número do jogador que abandona a quadra e sempre com o tempo de jogodetido (parado).

3) As substituições deverão realizar-se quando a bola não estiver em jogo.

4) O jogador desclassificado poderá ser substituído, não pode regressar e tem de abandonara quadra.

5) O jogador expulso durante o jogo poderá ser substituído; ele não pode permanecer nobanco de reserva.

4.1 Atribuições do capitão de cada equipe:

4.1.1 Representar durante o jogo a sua equipe, também ser o responsável de dirigir-se ao juize outros componentes do corpo de arbitragem e tentar manter a boa conduta e o espírito dejogo de seus companheiros.

O capitão deve diferenciar-se do resto de seus companheiros usando uma faixa em um dosbraços. No caso de abandono da quadra de jogo, terá de nomear um novo capitão que o substituaem suas funções.

REGRA IV - EQUIPAMENTOS DOS ATLETAS

1. O jogador não poderá levar nenhum objeto perigoso para os outros jogadores.

2. Os equipamentos dos atletas compõem-se de uma camiseta, um calção curto, meias,caneleiras e calçado confeccionado com lona, pelica ou couro macio, com solado e revestimentodos lados de borracha ou similar. Seu uso é obrigatório.

3. As camisetas dos jogadores deverão estar numeradas, devendo cada jogador da mesmaequipe ter um número diferente.

4. O goleiro está autorizado a vestir calça comprida; também terá de ter cores diferentespara distingui-lo dos outros jogadores e dos árbitros.

5. É obrigatório para todos os jogadores de linha, durante o andamento da partida, o uso deum protetor ocular em cada olho e sobre os mesmos uma anteface (venda) de material absorvente.Esta anteface deverá possuir uma proteção acolchoada sobre a zona frontal e também as parietais.Esta medida é adotada para se obter uma igualdade de condições entre todos os jogadores de

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linha, evitando dessa forma diferenças conceituadas na classificação dos cegos totais (B1) (modeloe medida em anexo).

5.1. Não será autorizado o uso de protetores que coloquem em risco, segundo os árbitros, aintegridade física dos outros jogadores.

PUNIÇÃO

Será excluído da quadra todo jogador que romper esta regra, a fim de que ponha seuequipamento em ordem com a peça faltante. Poderá voltar à quadra depois de ter-se apresentadopara um dos árbitros e receber a devida permissão. O jogador poderá voltar à quadra quando a bolanão estiver em jogo.

DEFINIÇÕES

As caneleiras terão de estar cobertas pelas meias confeccionadas de um material apropriadoque obtenha um grau razoável de proteção (borracha, plástico, poliuretano ou substância similar).

REGRA V - JUIZ PRINCIPAL

Um juiz principal deverá ser designado para dirigir cada partida. Sua competência e o exercíciode seus poderes, outorgados pelas regras do jogo, começarão no momento em que entrar norecinto onde se encontra a quadra e terminará uma vez em que a abandone.

Durante a partida, seu direito de sancionar se estenderá às seguintes infrações cometidasdurante uma suspensão temporária de jogo e quando a bola estiver fora de jogo. Sua decisão defato em relação ao jogo deverá ser definitiva.

O juiz principal:

a) aplicará as regras;

b) abster-se-á de castigar naqueles casos em que, se o fizesse, estima-se que favoreceria aequipe que cometeu a falta;

c) tomará nota de todas as incidências que ocorram antes, durante e depois do jogo;

d) exercerá as funções de cronometrador no caso em que não haja possibilidade de contarcom este oficial;

e) terá poder de parar o jogo quando se cometam infrações a regras; interromper ou suspenderdefinitivamente a partida quando acredite ser necessário e intervir junto aos espectadores ou poroutros motivos. Em tais casos, enviará um informe detalhado dos fatos ao organismo competente,na forma e prazo determinados pelos regulamentos da IBSA;

f) desde o momento em que entrar na quadra, castigará todo jogador em que se observeconduta inconveniente ou incorreta e, no caso de que insista no erro, ele o expulsará. Em tal caso,o árbitro principal comunicará o nome do culpado à organização competente em forma e prazoestipulado na regra da IBSA;

g) não permitirá que ninguém, com exceção dos jogadores e do árbitro assistente, entre naquadra sem sua autorização;

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Futebol de Cinco para Cegos

h) interromperá o jogo caso algum jogador tenha sofrido alguma lesão grave; fará com queo jogador seja removido para fora da quadra o mais rápido possível e reiniciará o jogo. Se ojogador se lesionar levemente, não deterá o jogo até que a bola tenha deixado de estar em jogo.O jogador que esteja em condições de chegar por si mesmo à linha de meta ou à lateral nãopoderá receber cuidados dentro de quadra;

i) expulsará da quadra todo jogador que, em sua opinião, seja culpado de conduta violenta,jogo brusco ou grave e de suas injúrias e grosserias;

j) soará o reinício do jogo depois de cada detenção (parada);

l) Decidirá se a bola colocada à disposição para o jogo corresponde às exigências da regra II.

Terá a obrigação de assegurar o silêncio do público por meio do megafone, o que permitirámanter um correto e seguro desenrolar do jogo.

Toda a equipe de árbitros deverá usar obrigatoriamente uniformes compostos de camisa,calção e sapato esportivo que os diferenciem claramente dos jogadores.

m) O árbitro principal terá de verbalizar de forma firme e clara à mesa do cronometradortodas as ações que se sucedam durante o desenrolar do jogo para maior orientação e conhecimentodo jogador, pelo serviço de megafone que se instalará junto ao cronometrador na mesa de controle;

n) O árbitro principal terá de controlar também, antes e durante o jogo, a correta colocaçãodos tampões oculares, bem como a correta colocação das máscaras;

o) O árbitro principal deverá aplicar o cumprimento da regra IV (5) em todo jogador queingressar na quadra no início do jogo, bem como aplicá-la nas substituições e mudançasde jogadores;

p) O árbitro principal e o assistente terão de controlar os setores de guias especificados noregulamento e definidos com linhas imaginárias em três setores.

O.1 – goleiro (defensivo);

O.2 – diretor-técnico (médio);

O.3 – guia (ofensivo).

DECISÕES

Se o árbitro principal e o assistente marcarem simultaneamente uma falta e existir desacordo,a opinião do árbitro principal terá prioridade sobre a do árbitro assistente.

O árbitro principal e o assistente têm o direito de impor uma advertência ou uma expulsão,mas, se existir desacordo entre os árbitros, prevalecerá a decisão do árbitro principal.

REGRA VI - ÁRBITRO ASSISTENTE

Poderá designar-se árbitro assistente o que se deslocará no lado oposto ao que se encontra oárbitro principal.

O árbitro assistente terá os mesmos poderes que o principal, exceto os indicados na regra V(D). Porém, na primeira parte da regra V (E), será aplicado também ao árbitro assistente: “Esteárbitro terá poder sem discrição de parar o jogo quando se cometam infrações às regras...”

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Terá, também, os seguintes deveres:

O árbitro assistente terá de cumprir todos os itens da FIFA e as adaptações da IBSA. Tambémterá a obrigação de manter o silêncio do público por meio do megafone que permitirá manterum correto e seguro desenrolar do jogo.

1. Quando na partida não há um cronometrador, ele se encarregará de controlar os doisminutos de prazo, depois da expulsão de um jogador.

2. O árbitro assistente e o principal terão que controlar setores de guias especificadas noregulamento e definidos com linhas imaginárias em três setores.

2.1 defensivo (goleiro);

2.2 médio (técnico);

2.3 ofensivo (guia).

3. Cronometrar o minuto de tempo morto.

No caso de intervenção indevida do árbitro assistente, o árbitro principal utilizará de seusserviços e tomará as disposições necessárias para que este seja substituído, dando conta do fatoao organismo competente.

O árbitro assistente será provido de um apito.

DEFINIÇÕES

Para os jogos internacionais, será obrigatória a utilização de um árbitro assistente.

REGRA VII - CRONOMETRADOR

Poderá designar-se cronometrador aquele que se colocar do lado externo da quadra à alturada linha do meio de quadra, no lado da zona de substituições.

O cronometrador terá de cumprir com todos os itens regulamentados da FIFA e as adaptaçõesda IBSA. Também terá a obrigação de manter o silêncio do público, por meio do megafone, oque permitirá manter um correto e seguro desenrolar do jogo.

Terá por missão:

a) Controlar o tempo para que o jogo tenha a duração estipulada na regra VI a.

Para isso,

1. Colocará em andamento o cronômetro depois de um chute de saída e o deterá (parará)unicamente em casos de tempos mortos (parados), tempo do árbitro, assistência médica esubstituições;

b) controlará os dois minutos se um jogador tiver sido expulso;

c) anunciará, mediante um apito ou um sinal acústico diferente ao do árbitro, o final doprimeiro tempo, do jogo ou dos tempos suplementares;

d) anotará todos os tempos mortos que lhe peçam cada equipe e colocará sobre aviso dosárbitros e das equipes a este respeito;

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Futebol de Cinco para Cegos

e) levará a conhecimento as primeiras três faltas que tenham sidos marcadas pelos árbitros,com respeito a cada equipe em cada período e as primeiras cinco faltas marcadas pelos árbitroscom respeito a cada jogador durante todo desenrolar do jogo, devendo informar cada jogadorque cometer quatro faltas pessoais;

f) levará a conhecimento as interrupções do jogo e suas razões; anotará o número dos jogadoresque marcarem gols, que tenham sido advertidos ou expulsos e proporcionará qualquer outrainformação de relevância para o jogo.

Em caso de intervenção indevida do cronometrador, o árbitro principal utilizará de seus serviçose tomará as decisões necessárias para que este seja substituído, dando conta do fato ao organismocompetente. O cronometrador receberá um cronômetro adequado, e com o dispositivo necessáriopara controlar a acumulação de faltas, que será fornecido pela associação ou clube em cujaquadra se joga a partida (IBSA).

DEFINIÇÕES

Para os jogos internacionais, será obrigatória a utilização de um cronometrador.

REGRA VIII - DURAÇÃO DO JOGO

1. O jogo compreenderá dois tempos iguais de 25 minutos.

2. O controle do tempo será responsabilidade de um cronometrador, cujas funções estãoespecificadas na regra VII.

3. A duração de cada período deverá ser prolongada a fim de permitir a execução de um pênalti.

4. As equipes terão duas possibilidades de solicitar um minuto de tempo morto em cada umdos períodos. Deverão respeitar os seguintes princípios:

a) os treinadores das equipes estão autorizados a solicitar um minuto de tempo morto aocronometrador;

b) o cronometrador concederá o tempo morto quando a bola estiver fora do jogo, utilizandoum apito ou um sinal acústico diferente ao usado pelos árbitros;

c) uma vez pedido o tempo morto, os jogadores poderão reunir-se no interior da quadra dojogo. No caso de querer receber instruções de um oficial de sua equipe, só poderão fazê-lo naborda da linha lateral, à altura de seu banco de substituição, não podendo abandonar a quadra.Igualmente não se permitirá que quem passe as instruções ingresse em quadra;

d) se uma equipe não solicitou o tempo morto que lhe corresponde no primeiro período, nãopoderá transferi-lo ao segundo período.

5. O tempo entre os dois períodos não deverá ser superior a 10 minutos.

DECISÕES:

No caso de não contar com a ajuda de um cronometrador, o árbitro assumirá essa função (2).

Se o regulamento da competição prescreve que deve existir prorrogação ao final do temporegulamentar depois de um empate, não haverá tempos mortos na prorrogação.

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No caso de não contar com a ajuda de um cronometrador, o treinador poderá solicitar otempo morto ao árbitro assistente.

REGRA IX - CHUTE DE SAÍDA

1. Ao iniciar a partida, existirá um sorteio com uma moeda para escolher quadra ou pontapé inicial.

A equipe favorecida poderá escolher um ou outro.

Logo após a sinalização do árbitro principal, o jogo começará com um chute na bola parada,ou seja, com um pontapé na bola colocada ao centro da quadra em direção ao lado contrário.Todos os jogadores terão de estar situados em seu próprio campo e os da equipe contrária terãode estar na parte exterior do círculo a três metros de raio do centro da quadra antes que a bolaesteja em jogo.

Não se considerará em jogo a bola até que tenha percorrido uma distância igual a da suacircunferência.

O jogador que efetuar o chute de saída não pode tocar na bola de novo antes que ela tenhasido tocada por outro jogador.

1.1 Para sorteio da eleição de campo ou chute do começo da partida, comparecerão o capitãode cada equipe acompanhados pelos seus guias.

2. Depois de um tento marcado, o jogo será reiniciado da mesma forma antes indicada,fazendo o chute de saída um jogador da equipe contrária àquela que marcar o gol.

3. Depois do intervalo, as equipes trocarão de lado de quadra, e o chute de saída será efetuadopor um jogador da equipe contrária a que fez o chute de começo.

Sanção: No caso de infração aos pontos 1, 2, 3 desta regra, será repetido o chute de saídacom exceção ao caso de o jogador que deu o chute de saída volte a jogar a bola antes de ela tersido tocada ou jogada por outro jogador. Neste caso, autoriza-se à equipe adversária um tirolivre indireto no lugar onde se cometeu a falta, salvo quando a falta for cometida na área dopênalti da equipe contrária, pois, neste caso, o tiro livre indireto terá de ser executado sobre alinha mais próxima ao lugar onde se cometeu a infração.

Não se poderá se obter um gol diretamente de um chute de saída.

4. Depois das interrupções temporárias: Para reiniciar a partida depois de uma interrupção detempo de jogo, provocada por uma causa não indicada em nenhuma das regras, sempre que abola não tenha ultrapassado uma linha lateral ou de meta imediatamente antes da interrupção,um dos árbitros lançará a bola ao solo no lugar em que ela se encontrava no momento dainterrupção; quando a bola se encontrava no interior da área do pênalti, a “bola ao solo” terá deser executada sobre a linha de seis metros, no ponto mais próximo ao lugar onde se encontravaa bola quando o jogo foi detido.

Será considerada, em jogo, a bola no momento em que tenha tocado o solo. Se a bolacolocada em jogo desta maneira ultrapassar uma linha lateral antes de ter sido tocada por umjogador, o árbitro repetirá a “bola ao solo”.

Nenhum jogador poderá tocar na bola antes que ela tenha tocado o solo; caso isso ocorra, oárbitro repetirá “bola ao solo”.

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REGRA X - BOLA EM JOGO OU FORA DE JOGO

A bola está fora de jogo quando:

a) tenha ultrapassado completamente a linha lateral ou de meta, seja por chão seja por ar;

b) o jogo tenha sido parado por um dos árbitros.

A bola está em jogo em todos os outros casos, desde o começo até o final do jogo, incluindoos seguintes casos:

a) se voltar ao jogo após rebote no travessão ou nas traves do gol;

b) se voltar ao jogo depois de ter tocado no árbitro principal ou no árbitro assistente localizadosno interior da quadra.

c) enquanto não se adote a decisão devida a uma suposta infração das regras do jogo.

DECISÕES:

As linhas pertencem às áreas que delimitam. Como conseqüência, as linhas de lateral e aslinhas de meta formam parte da quadra de jogo. Quando se joga em lugares cobertos e a bolainvoluntariamente tocar o teto, será executada “bola ao solo” no lugar da quadra correspondenteàquele em que a bola tocou o teto, salvo quando o tocou sobre a área do pênalti, pois, nestecaso, o lance de “bola ao solo” será executado sobre o ponto de pênalti.

REGRA XI - CONTAGEM DE TENTOS

Respeitadas as disposições em contrário referidas nesta regra, será válido o tento quando abola ultrapassar inteiramente a linha de fundo entre os postes de meta e sob o travessão,contanto que não tenha sido arremessada, carregada ou impulsionada com a mão ou braço doatleta da equipe atacante. A equipe que tenha marcado o maior número de tentos ganhará ojogo. Se ambas equipes conseguiram o maior número de tentos , o jogo será considerado empatado.

REGRA XII – FALTAS E INFRAÇÕES

Serão consideradas faltas acumulativas todas as faltas técnicas, pessoais, disciplinares.

1. Será desclassificado todo jogador que cometa durante o transcurso do jogo cinco faltaspessoais, devendo abandonar a quadra de jogo; ele pode ser substituído por outro jogador.

2. A intervenção do goleiro em qualquer jogada fora de sua área de goleiro será sancionadacom pênalti (seis metros);

3. Cada equipe poderá, em cada um dos períodos, cometer três faltas acumulativas comdireito à formação de barreira de jogadores. A partir da quarta falta acumulativa da equipe,todas as faltas que se produzam serão cobradas sem barreira e da linha de nove metros. Essacobrança deverá ser um chute em direção ao gol com a intenção de concluir o gol, sem quenenhum outro jogador toque a bola antes que ela tenha sido tocada pelo goleiro.

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Se a falta for marcada a uma distância inferior aos nove metros, o jogador que for cobrá-la poderá optar por colocá-la no ponto onde se cometeu a falta ou no ponto do segundopênalti. Em ambos os casos, com exceção do goleiro da equipe infratora, os jogadores faltososnão poderão situar-se a uma distância inferior a cinco metros da bola nem na zona debarreira na direção da falta, nem impedir de forma alguma a sua execução.

4. Será sancionado com falta pessoal acumulativa o jogador que de maneira insistentetoque seus protetores oculares e anteface.

5. Será sancionada com arremesso lateral até a terceira falta da equipe ou com duplo pênaltia partir da quarta falta da equipe, toda infração cometida pelo diretor técnico, guias ou quaisquerintegrantes do banco.

As faltas serão divididas em:

a) faltas técnicas;

b) faltas pessoais;

c) faltas disciplinares.

Faltas técnicas

Como medida de segurança será sancionada, com prévia advertência dos árbitros, falta técnicapessoal não acumulativa de equipe, para todo jogador que, no momento de buscar ou disputar abola, não disser de maneira clara e audível a palavra “VOU” ou similar.

Como medida de segurança será sancionada, com prévia advertência dos árbitros, falta técnicapessoal não acumulativa de equipe, para todo jogador que, no momento de buscar ou de disputara bola, o faça com a cabeça baixa proporcionando perigo ao adversário.

Considera-se falta técnica o atleta que cometer intencionalmente uma das seguintes infrações:

a) dar ou tentar dar pontapé no adversário;

b) calcar o adversário, isto é, derrubar ou tentar fazê-lo usando as pernas, agachando-se nafrente ou por trás dele;

c) empurrar o adversário intencionalmente com os braços e/ou os pés;

d) trancar o adversário de maneira violenta ou perigosa;

e) lançar-se pelo solo com os dois pés, de maneira deslizante, estando o adversário de posseou na disputa da bola (carrinho);

f) controlar, deter ou desviar a bola com a mão ou com o braço, exceto o goleiro dentro desua própria área de meta;

g) segurar-se nas bandas laterais durante a disputa da bola;

h) praticar qualquer jogada sem intenção de prejudicar o adversário, mas de maneira que setransforme em uma situação de risco para o rival, será sancionada falta;

i) obstruir ou se jogar no goleiro quando ele se encontrar na posse da bola.

PENALIDADES

Será punido com a cobrança de um tiro livre, a ser executado pela equipe adversária do lugaronde ocorreu a infração, se cometida fora da área de meta do infrator. Na hipótese de issoocorrer dentro da área de meta, uma penalidade máxima será cobrada pela equipe adversária.

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Futebol de Cinco para Cegos

Faltas pessoais

Considera-se falta pessoal:

a) o goleiro demorar mais de quatro segundos para repor a bola em jogo depois que tenhasido por ele agarrada ou declarada em condições de ser jogada;

b) disputar a bola no solo, obstruindo (impedindo) o andamento do jogo e impedindo omovimento da bola;

c) qualquer atleta que demorar mais de quatro segundos para repor a bola em jogo nascobranças de tiro livre, tiro de meta ou penalidade máxima;

d) usar expressões verbais com o objetivo de enganar ou desorientar o adversário;

e) o jogador que, durante a partida, perturbar insistentemente o silêncio exigido. O futebolde cegos precisa o máximo de silêncio para ser bem jogado e para existir uma melhor orientaçãodos jogadores;

f) imobilizar a bola com os dois pés, estando ela em condições de ser jogada;

g) obstruir o goleiro adversário em sua visão e movimento.

A PENALIDADE

A posse de bola será da equipe adversária da infratora e sua reposição em jogo será feita coma cobrança de um tiro livre indireto do lugar onde se cometeu a falta. Se a falta for cometidadentro da área de pênalti, o tiro livre indireto será realizado sobre a linha de seis metros no pontodesta linha mais próximo ao lugar onde se cometeu a falta.

Faltas disciplinares

Considera-se falta disciplinar de atletas, técnicos ou treinadores, massagista, médicos epreparadores físicos, quaisquer das seguintes infrações:

a) protestos repetitivos;

b) não respeitar as zonas de guias;

c) demonstrar por palavras ou atos divergências às decisões tomadas pelo árbitro;

d) todas as atitudes que contrariem o bom andamento do jogo e que tenham sido observadaspelos árbitros ou pelo cronometrador.

DECISÕES:

Se, na opinião dos árbitros, um jogador que está indo em direção ao gol adversário comcondições de marcar um gol, é impedido de maneira intencional por um adversário e por meiosilegais, será anotada uma falta ou pênalti e o jogador infrator deverá ser expulso de quadra porjogo violento grave.

Se, na opinião dos árbitros, um jogador que não seja o goleiro impeça em sua própria área depênalti que um adversário marque um gol mediante o uso das mãos intencionalmente, o jogadorinfrator deverá ser expulso de quadra por jogo violento grave.

Em caso de expulsão, este jogador não poderá voltar a jogar a partida nem sentar-se no bancode reservas. Sua equipe poderá ser completada cinco minutos depois da expulsão, salvo se marcarum gol antes dos cinco minutos. Nesta circunstância, deverá se levar em conta o seguinte:

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a) se estão jogando cinco contra quatro e a equipe com superioridade numérica obtém umgol, a equipe com quatro jogadores poderá ser completada;

b) se ambas as equipes estão jogando com quatro jogadores e se obtém um gol, se completamas duas equipes;

c) se jogam cinco contra três ou quatro contra três e a equipe em superioridade numéricaobtiver um gol, a equipe com três jogadores poderá incluir somente um jogador respectivamente;

d) se ambas as equipes estão jogando com três jogadores e obtém-se um gol, ambas asequipes incluirão um jogador respectivamente;

e) se é a equipe em inferioridade numérica que marca um gol, continua-se o jogo semalteração do número de jogadores.

O controle dos cinco minutos será feito pelo cronometrador ou, no caso de não haver esteoficial, pelo árbitro assistente. O jogador que entrar no lugar do que foi expulso deverá recebera autorização do árbitro e só poderá entrar quando a bola estiver fora de jogo.

REGRA XIII - TIROS LIVRES

Na categoria B1 (cegos totais), todos os tiros livres serão, em qualquer caso, tiros livresdiretos de que pode resultar diretamente um tento contra a equipe que cometeu a falta.

Quando um jogador executar um tiro livre, todos os jogadores da equipe contrária terão deestar a uma distância de pelo menos cinco metros da bola, até que esta esteja em jogo.

A bola estará em jogo depois de ter percorrido uma distância igual à sua circunferência.

Se o jogador da equipe contrária se aproximar a menos de cinco metros da bola antes que otiro livre tenha sido executado, os árbitros poderão fazer com que este seja repitido até que secumpra a regra.

A bola deve estar parada no momento de execução o tiro livre e o jogador que executá-lo nãopoderá voltar a tocar na bola antes que ela seja tocada por outro jogador.

PUNIÇÃO

a) Se o jogador que executou o tiro livre toca novamente na bola antes que tenha sido tocadaou jogada por outro jogador, será concedido um tiro livre direto a favor da equipe adversária nolugar onde se cometeu a falta, salvo no caso em que esta tenha sido cometida no interior da áreapenal, pois, neste caso, o tiro livre direto será executado sobre a linha de seis metros, no pontomais próximo ao lugar onde se cometeu a falta.

b) Se a equipe que deve executar o tiro livre demorar mais que quatro segundos para fazê-lo,o árbitro marcará um tiro livre direto em favor da equipe contrária.

REGRA XIV - FALTAS ACUMULATIVAS

Serão consideradas como “faltas acumulativas” todas as faltas técnicas e pessoais capituladasna regra XII. Depois que a equipe tiver acumulado três faltas, consideram-se unicamente tiroslivres diretos sem levar em consideração a classe da infração cometida.

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Futebol de Cinco para Cegos

1. Um gol poderá ser anotado diretamente desde um desses tiros livres.

2. As três primeiras faltas acumuladas por equipe, em cada período, deverão estar registradasno resumo da partida.

3. Os tiros livres concedidos pelas três primeiras faltas cometidas por equipe, em cada períododa partida, poderão ser defendidos por uma barreira de jogadores.

4. A partir da quarta falta acumulada, não se permitirá formar barreira contra o tiro livre.

a) Os jogadores, com exceção do goleiro e o jogador que cobrará o tiro, que esteja devidamenteidentificado, poderão encontrar-se na quadra, porém atrás de uma linha imaginária alinhadacom a bola, paralela à linha de meta e fora da área do pênalti;

b) o goleiro deverá permanecer dentro de sua área de goleiro;

c) os jogadores da equipe adversária também terão de permanecer a uma distância de cincometros da bola e não poderão colocar obstáculos ao jogador que for executar o tiro livre.Nenhum jogador poderá cruzar tal linha imaginária até que a bola tenha percorrido uma distânciaigual a sua circunferência;

d) o jogador que executar um tiro livre terá de fazê-lo com a intenção de marcar o gol e nãopoderá passar a bola para outro companheiro;

e) depois de executar o tiro livre, nenhum jogador poderá tocar a bola até que esta tenha sidojogada ao goleiro, tenha rebatido em uma das traves ou no travessão ou tenha saído de quadra;

f) não poderá executar-se um tiro livre de uma distância inferior a seis metros da linha demeta (ver regra XIII, A). Se, na área de pênalti, se comete uma infração que normalmente teriasido punida com um tiro livre indireto, então o tiro livre deverá ser executado da linha de seismetros, no ponto mais próximo onde a infração foi cometida;

g) depois que uma equipe cometeu a quarta falta, se qualquer jogador da mesma equipecometer uma falta, mesmo sendo no seu setor ofensivo, a cobrança do tiro livre deverá ser feitapela equipe adversária do ponto situado a nove metros da linha de sua meta. A especificação dosegundo ponto de pênalti está citada na Regra I, 5, e o tiro livre deverá ser executado de acordocom as estipulações deste ponto quatro.

h) se houver prorrogação da partida, todas as faltas acumuladas durante o segundo períododa partida continuarão acumulando-se na prorrogação.

PUNIÇÃO

Para cada infração contra esta regra que tenha sido cometida:

a) pela equipe defensora, o tiro livre deverá ser executado novamente se um gol não for marcado;

b) por qualquer jogador da equipe atacante, salvo o jogador que executa um tiro livre, seanulará o gol no caso de que tenha sido anotado e o tiro livre se repetirá;

c) pelo jogador que executar o tiro livre depois que a bola está em jogo será concedido umtiro livre à equipe adversária. Ele será executado do ponto em que a infração foi cometida.

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Manual de Orientação para Professores de Educação Física

REGRA XV - PÊNALTI

O pênalti será cobrado do ponto penal, e, antes que se o execute, todos os jogadores – comexceção de quem vai cobrá-lo e está devidamente identificado e do goleiro adversário – deverãoestar no interior da quadra, fora da área do pênalti e a uma distância de pelo menos cinco metrosda marca do pênalti.

O goleiro adversário terá que permanecer sobre sua própria linha de meta entre as duastraves do arco sem movimentar os pés até que a bola esteja em jogo.

O jogador que executar a cobrança terá que jogar a bola para frente não podendo voltar a tocá-la até que tenha batido ou tocado em outro jogador. Será considerada bola em jogo uma vez quetenha percorrido uma distância igual a sua circunferência. Poderá marcar-se um tento diretamentede um pênalti.

Quando um pênalti se executa durante um transcurso normal de uma partida ou quando otempo se prolonga ao meio tempo ou ao final, com o objetivo de bater ou voltar a bater umpênalti, não se anulará o gol se antes de passar entre as traves ou por baixo do travessão, a bolabata em uma das traves ou no travessão ou até mesmo no goleiro, ou qualquer outra combinaçãodesses fatores com a condição de que não se tenha cometido outra falta.

PUNIÇÃO

Para toda infração a esta regra:

a) se cometida pela equipe defensiva, a execução do pênalti será repetida se não for marcado o tento;

b) cometida por um jogador da equipe atacante que não seja o mesmo que bate na bola, emcaso de tento marcado, ele será cancelado e se cobrará de novo o pênalti;

c) cometida pelo jogador que executa o pênalti depois de que a bola tenha sido colocada emjogo se considera um tiro livre indireto a favor da equipe contrária; ele será executado desde oponto do pênalti.

REGRA XVI - ARREMESSO LATERAL

Quando a bola ultrapassa inteiramente as laterais, seu retorno à quadra de jogo será medianteum lançamento com as mãos do lugar exato de onde saiu a bola em qualquer direção e por umjogador da equipe contrária àquela que a tocou pela última vez.

O jogador que executar o lançamento deverá fazê-lo de frente para a quadra e com umaparte de ambos os pés apoiados no chão. O lançador terá de usar ambas as mãos e lançar a bolapara frente, devendo manter os pés situados perpendicularmente e em contato com a banda lateral.

PUNIÇÃO

a) Se o arremesso lateral não for efetuado corretamente, será efetuado por um jogador daequipe contrária;

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Futebol de Cinco para Cegos

b) se o arremesso lateral for executado de outra posição que não seja o ponto de onde a bolaultrapassou as laterais, será então executado por um jogador da equipe contrária;

c) se o arremesso lateral não for executado dentro de quatro segundos, uma vez que oexecutante tenha tomado posição da bola, será executado por um jogador da equipe contrária;

d) se o jogador, que fez o arremesso, voltar a tocar na bola antes que tenha sido tocada oubatida por outro, considera-se um tiro livre direto a favor da equipe contrária no lugar onde secometeu a falta, salvo se a falta for cometida no interior da área do pênalti, pois, neste caso, otiro livre indireto terá de ser executado sobre a linha de seis metros, no ponto mais próximo aolugar onde se cometeu a infração.

REGRA XVII - TIRO DE META

O goleiro só poderá mover-se dentro de sua área de goleiro (5m de comprimento por 2m delargura). Em caso de sair totalmente com um dos pés durante o tiro de meta, será punido comum pênalti.

PUNIÇÃO

a) se a bola arremessada pelo goleiro ultrapassar a metade da quadra sem que ela bata, sejatocada por um jogador ou toque no chão, os árbitros marcarão um tiro livre direto em favor daequipe adversária, de qualquer ponto e sempre sobre a linha de meio da quadra.

b) se a bola for batida ou tocada por um jogador da equipe do goleiro que executa o tiro demeta ou por um jogador da equipe contrária e no interior da área do pênalti ou a área do goleiro,o tiro de meta terá de ser repetido.

c) se o goleiro, uma vez que tenha colocado a bola em jogo, recebê-la pela segunda vez de umcompanheiro e tocá-la e controlá-la com as mãos, será marcado um tiro livre direto a favor daequipe contrária. O tiro livre direto deverá ser executado sempre da posição em que se encontravao jogador que devolveu a bola.

REGRA - XVIII - ARREMESSO DE CANTO (ESCANTEIO)

Quando a bola sair pela linha de fundo, tanto pelo solo quanto pelo alto, após ter sido tocadaou jogada pela última vez por um jogador da equipe que estiver na defensiva.

Os jogadores da equipe defensiva terão de se situar a cinco metros da bola antes que elaretorne ao jogo (regra I, 2.1).

PUNIÇÃO

a) se o arremesso de canto não for executado corretamente, terá de ser repetido;

b) se o jogador que executar o arremesso de canto tocar a bola pela segunda vez antes quetenha sido tocada ou tenha batido em outro jogador, os árbitros darão à equipe contrária umtiro livre direto que será executado sempre do lugar de onde se cometeu a infração;

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Manual de Orientação para Professores de Educação Física

c) se um jogador demorar mais de quatro segundos para executar o arremesso, o árbitro determinaráa perda da posse de bola em favor da equipe adversária com a cobrança de tiro de meta.

ANEXO I

Instruções sobre a execução do ponto de pênalti.

Competição por eliminatória - obtenção de resultado.

Condições em que se devem executar as cobranças de pênalti para determinar qual dasequipes que tenham participado de uma partida com resultado de empate deve ser declaradavencedora em uma competição eliminatória (para substituir sorteios).

No caso de haver necessidade da cobrança de pênaltis para decidir qual é a equipe vencedorade um jogo, deverão ser respeitadas as seguintes condições:

a) o árbitro principal terá de escolher o lado da quadra em que se executarão os pênaltis;

b) terá de se sortear, na moeda, qual a equipe que executará o primeiro tiro;

c) serão executados alternadamente cinco tiros, batidos por cinco jogadores diferentes. Elesserão declinados para o árbitro principal pelos capitães de ambas equipes antes de começarem oslançamentos. Eles serão escolhidos dentre os oitos jogadores anunciados antes do início doencontro;

d) se após a execução dos cinco tiros pelas duas equipes, ambas tenham marcado o mesmonúmero de gols, ou não tiverem marcado nenhum, a cobrança das penalidades continuará até omomento em que cada equipe tenha executado novamente o mesmo número de tiros (nãonecessariamente cinco tiros) e até que uma equipe marque um gol a mais do que a outra;

e) estas cobranças adicionais terão de ser executadas por jogadores que não cobraram osprimeiros cinco tiros. Uma vez que todos tenham cobrado um tiro, os jogadores mencionadosno parágrafo (C) continuarão com as cobranças de pênaltis na mesma ordem;

f) o jogador que tiver sido expulso não poderá executar tiros de pênalti;

g) em nenhum caso, o goleiro poderá executar uma cobrança de pênalti em ambas categorias(B1 cegos totais; B2 e B3, deficientes visuais);

h) enquanto se executam os tiros, os jogadores terão de estar no interior da quadra, na outrametade de onde estão sendo feitas as cobranças. O árbitro assistente controlará esta parte daquadra e os jogadores que ali se encontrem.

ANEXO II

CONSIDERAÇÕES GERAIS DA IBSA E ADAPTAÇÕES AO REGULAMENTO DA FIFA

Todos os campeonatos internacionais terão de ser inspecionados e aprovados pela IBSA.

1. Função do megafone e equipes do som

1.1 Terá de se localizar perto da mesa de controle e sua função será informar constantementee sempre quando o jogo encontrar-se detido, de todas as incidências, situações ou modificaçõesque ocorram durante o andamento do jogo.

1.2 Será o meio para solicitar silêncio ao público, segundo a identificação da equipe arbitral.

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Futebol de Cinco para Cegos

2. Todas as quadras terão dee ter uma distância nunca inferior a três metros. No caso deser uma distância inferior à mencionada, serão tomadas todas as medidas de segurançacom o objetivo de proteção e segurança.

3. Função dos guias

A função dos guias deverá ser exercida de forma discreta e responsável sem chegar a prejudicara ação dos jogadores.

3.1 Diretor-técnico.

Ficará no banco dos reservas correspondente à sua equipe. Deverá ficar no banco e poderáorientar seus jogadores. O setor destinado e conveniente para esta função será o terço médio da quadra.

3.2 Guia atrás do goleiro:

Estará localizado atrás do gol da equipe rival com o objetivo de orientar os jogadores atacantes.O setor destinado e conveniente para esta função será o último terço da quadra de ataque de suaequipe. Esta função deverá ser exercida sempre sem ingressar na quadra e, em nenhum caso,estará autorizado a dirigir-se aos árbitros para protestar quanto às suas decisões.

Poderá marcar as traves, de forma audível, antes da execução de um lançamento com bola parada.

3.3 Goleiro guia:

Orientará a sua equipe no primeiro terço da quadra, correspondente à sua defesa.

Poderá, a critério dos árbitros, quando a bola estiver parada, auxiliar os seus companheiros narealização de tiros livres, pênaltis e duplos pênaltis, como também arrumar a barreira e auxiliarna organização de sua defesa quando ameaçada pelo ataque adversário.

4. Os árbitros

Os árbitros têm por dever principal facilitar às equipes a oportunidade de praticar um futebolpara cegos digno de ser visto, exigindo dos jogadores obediência às regras. Mas não é por issoque os árbitros vão interromper o jogo “por nada”, apitar em demasia, atrapalhar os jogadores eo público que assiste também, diminuindo o brilho do espetáculo.

4.1 Os árbitros encarregados de dirigir os campeonatos oficiais organizados pela IBSA ou queapliquem seu regulamento terão de pertencer a uma associação ou federação filiada à FIFA.

5. Penalidades

A aplicação de cartões amarelos (advertência) e vermelho (expulsão) constitui-se numa medidapreventiva e eficiente no campo desportivo, fundamentada em evitar violência individual e coletiva.

5.1 Sujeitam-se ao cumprimento de suspensão automática com a conseqüente impossibilidadede participar do jogo seguinte, o jogador, diretor-técnico, guia, assistentes-técnicos, médico oumassagista, que na mesma competição receber:

a) um cartão vermelho: punido em um jogo;

b) três cartões amarelos: punido em um jogo.

A apuração de suspensão automática independentemente à posterior decisão do comitê decompetição.

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Manual de Orientação para Professores de Educação Física

5.2 A soma de todos os cartões amarelos recebidos na mesma competição se manterá durantetodas as suas etapas.

5.3 No decorrer da competição, o cartão vermelho não cancela a soma dos cartões amarelosrecebidos até o momento da expulsão.

5.4 No caso de um mesmo jogador, diretores técnicos, assistentes técnicos, guias, médicos oumassagistas, em determinado momento da competição, some simultaneamente três cartõesamarelos e mais um cartão vermelho, será punido automaticamente com a suspensão de doisjogos.

5.5 A equipe que colocar os jogadores de maneira irregular em algum jogo da competiçãoficará sujeita às seguintes condições:

a) perda automática dos pontos conseguidos no caso de vitória. Tais pontos serão somadospara a equipe prejudicada;

b) no caso de empate, serão somados os pontos para a equipe prejudicada;

5.5.1 Serão consideradas inscrições indevidas nos seguintes casos:

a) quando não for inscrito em tempo e forma;

b) quando for inscrito estando no cumprimento de suspensão automática por cartão vermelhoou pela soma de cartões amarelos;

c) quando for inscrito um jogador da categoria B2 ou B3;

d) toda inscrição indevida por parte de diretores técnicos, assistentes técnicos, médicos oumassagista e guias será punida com a perda de pontos pela equipe infratora e somada à equipeprejudicada;

e) no caso de as duas equipes que se enfrentam não reunirem o número legal de jogadorespara a continuação do jogo, ambas serão consideradas perdedoras.

6. O comitê organizador de cada torneio poderá optar pela cobrança de três pênaltis porequipe perante cada jogo com resultado do empate nos grupos classificatórios para semifinaise finais.

6.1 Esta será uma definição que estabelecerá a classificação nos casos de empates consecutivos.Será a quinta opção de definição por trás de 1) Average particular; 2) diferença de gol; 3) maiornúmero de gols a favor; 4) menor número de gols sofridos.

6.2 Esta definição será usada unicamente em quinto lugar (ver ponto 6.1) e não modificará demaneira alguma a tradicional pontuação de um ponto por empate na classificação.

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Manual de Orientaçãopara os Professoresde Educação Física

Manual de Orientaçãopara Professores

de Educação Física

Futebol de Sete para Paralisado CerebralAutor: Dolvair Paschoal Castelli

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Futebol de Sete para Paralisado Cerebral

1. HISTÓRICO

O futebol é um desporto que flui naturalmente para o brasileiro. Uma criança que nunca tevecontato com uma bola, ao vê-la pela primeira vez, tem como reação imediata chutá-la. Naturalmente,a criança ou o jovem desperta suas aptidões para o futebol.

Em geral, quando nos propomos a trabalhar com o desporto-performance, recebemos essesadolescentes com muita vontade e nós técnicos precisamos trabalhar e lapidar os jovens, corrigindoseus erros de fundamentos básicos do futebol, realizando trabalho de base planejado.

Popularmente temos um ditado “Futebol não se ensina em escolinha, o craque nasce craque”. Issoé grande erro, pois o craque nasce com a aptidão para o desporto, mas é preciso trabalhar, aprimorarsua técnica, como também ensinar-lhe novas técnicas para transformá-lo num atleta personificandosuas características técnicas. Nós o ensinamos a praticar o futebol de alto nível.

No movimento paraolímpico, o futebol de sete é praticado por pessoas com paralisia cerebral. Oparalisado cerbral não se exclui do meio esportivo. Ele busca seu espaço superando barreiras, vencendodificuldades. Ele não possui seqüelas psicológicas, pois convive com a deficiência desde o nascimento,ou quando é adquirida nos primeiros anos de vida. Um fator essencial é que não seja discriminado pelosadolescentes do meio em que vive; normalmente é muito querido e se constitui em um líder natural.

FUNDAMENTOS BÁSICOS DO FUTEBOL

Devemos realizar um trabalho planejado, com fundamento, e buscar metodologia compatível eadequada com a estrutura física do paralisado, objetivando um estágio de aproveitamento que valorizeas qualidades técnicas individuais. Posteriormente, devemos buscar táticas que promovam o conjunto ebusquem bons resultados.

PREPARAÇÃO FÍSICA DOS PORTADORES DE DEFICIÊNCIA

PARALISADO CEREBRAL (PC)

Não existe uma didática (protocolo), método de preparação física especificamente para pessoas comdeficiência na área de paralisia cerebral (PC), pois devemos considerar que elas possuem estruturasanatômicas muito diferentes entre si e diferentes graus de estrutura física. Isso torna mais difícil otrabalho; portanto, a preparação deve ser pessoal, buscando a harmonia do conjunto.

A preparação física que indicamos, com base em onze anos de trabalho, é a metodologia mista quedenominamos “Treinamento com Exercícios Naturais aos Fundamentos do Futebol”.

Consiste em:

1) Ministrar, na preparação, exercícios naturais, voltados para os fundamentos do futebol;

2) Intercalar carga de trabalho moderada, buscando evolução;

3) Treinar fisicamente com bola, buscando evidenciar os fundamentos básicos do futebol;

4) Fixar os exercícios, buscando a funcionalidade dos movimentos;

5) Fazer exercícios naturais que fixam a coordenação motora;

6) Fazer exercícios que evidenciam a bilateralidade;

7) Especificar cargas adequadas para membros afetados.

OBS.: A realização de trabalhos em aparelhos deve ser prescrita por um fisiologista, com apoio científico.

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Monoplegia: paralisia em uma extremidadedo corpo; comprometimento de apenas ummembro. Classe – 8.

Diplegia: paralisia em duas extremidades docorpo, membros superiores e/ou inferiores;comprometimento dos membros superioresou dos inferiores, podendo ser assimétricos.Classe – 7.

A Paralisia Cerebral atinge diversas regiões do cérebro. Dependendo de onde ocorre a lesão e daquantidade de células atingidas, diferentes partes do corpo podem ser afetadas, alterando tônus muscular,e postura e provocando dificuldades funcionais nos movimentos.

Pode gerar movimentos involuntários, alterações do equilíbrio, do caminhar, da fala, da visão, daaudição, da expressão facial. Em casos mais graves, pode haver comprometimento mental.

Hemiplegia: paralisia em uma metade docorpo, comprometimento de membros supe-riores e inferiores do mesmo lado do corpo(mais comum entre os PC). Classe – 7.

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Futebol de Sete para Paralisado Cerebral

Triplegia: paralisia em três extremidades docorpo; comprometimento de três membros,algumas vezes chamado de quadriplegiaassimétrica. Classe - 6/5.

Quadriplegia: paralisia nas quatro extremi-dades do corpo; comprometimento dosmembros superiores e inferiores. Classe - 5.

Coreotetóide: movimentos involuntários eincontrolados por todo o corpo. Classe - 5.

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Manual de Orientação para Professores de Educação Física

2. CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL DESPORTIVA

FUTEBOL DE SETE PARA PORTADORES DE PARALISIA CEREBRAL

A filosofia da classificação funcional é assegurar que o fator diferencial da performance atléticagire mais em torno do nível de habilidade e experiência competitiva, antes que na habilidade inataneurológica do atleta. O sistema mede a função neurológica inata do atleta, em relação ao eventoesportivo, de forma que permita a competição entre aqueles com semelhante grau de afetação neurológica.

“Os praticantes devem ter um diagnóstico médico, de portador de paralisia cerebral”, acidentecérebro-vascular (apoplegia cerebral), ou dano cerebral com disfunção motora não-progressiva.

POLÍTICA DA CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL

Todo atleta participante de qualquer competição no Brasil tem de ser avaliado por uma equipe deClassificadores Nacionais credenciados pela ANDE – Associação Nacional de Desporto para Deficientesresponsável pelo Futebol de Sete PC. Internacionalmente, os atletas são avaliados por um painel declassificação composto de 4 classificadores credenciados pelo CP-ISRA – Cerebral Palsy – InternationalSport and Recreation Association, entidade que agrupa desportistas com seqüelas de paralisia cerebral,servindo de base para as classificações da modalidade de futebol de sete para paralisados cerebrais.Uma vez confirmada a classificação, esta é permanente, a menos que se aplique uma destas situações:

1) classsificação em que o quadro da paralisia possa sofrer alterações degenerativas. Assim, deve-sereavaliar o atleta a cada dois anos;

2) protesto realizado por uma equipe ou federação participante;

3) que seja solicitado pela CP-ISRA para correção ou evolução;

4) que seja solicitada pela equipe de classificadores a reclassificação.

PERFIL DA CLASSIFICAÇÃOFUTEBOL DE SETE PARA PARALISADOS CEREBRAIS

Classe – 5

Diplegia, hemiplegia severa, triplegia severa ou leve, coreoatetóide moderada, quadriplegia leve –estes atletas caminham com extrema dificuldade.

Classe – 6

Quadriplegia leve ou moderada e espasticidade/atetóide, triplegia severa ou moderada comespasticidade/atetóide – estes atletas caminham com relativa dificuldade.

Classe – 7

Esta classe é a mais comum entre os PC, caracteristicamente dos hemiplégicos - severos, moderadose leves, triplegia leve, caminham com visível dificuldade.

Classe – 8

Esta classe é para os portadores de monoplegia e hemiplegia minimamente afetada, estes atletascaminham com dificuldades mínimas.

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Futebol de Sete para Paralisado Cerebral

MAPEAMENTO DO CAMPO DE JOGO

POSICIONAMENTO DOS ATLETAS

O campo de jogo é dividido em zonas que permitem o posicionamento dos atletas, determinandofunções, especificamente de maneira que o sistema se torne eficiente. O posicionamento do atleta emcampo é fundamental. Considerando as dimensões do campo, são adotadas várias nominações de fun-ções, sempre repetindo nomes usados no futebol.

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SISTEMA DE JOGO 3x2x1 (CUNHA)

Este sistema permite que a equipe evolua da defesa parao ataque com segurança, sistema eficiente, e o mais utilizadopelas equipes.

SISTEMA DE JOGO 3x3

Sistema que enfatiza o domínio da intermediária dedefesa, eficaz em jogo aéreo, boa posição defensiva com trêshomens em que os alas realizam a dupla função de ataque edefesa. Neste sistema aparecem dois armadores D e E,destacando-se ao centro o volante.

SISTEMA DE JOGO 2x3x1(PIVÔ)

Característica básica é o trabalho do pivô (atacante),trabalhando com três homens no meio de campo, sendo queos alas fazem linha com o volante; na retaguarda defensiva,trabalham dois zagueiros A e B tendo a função de coberturada ala onde se realiza o ataque adversário.

TÁTICA DE JOGO

SISTEMA DE JOGO 4x2 (DEFENSIVO)

É o sistema que permite um trabalho de meio campoeficiente, em que a ênfase se dá na defesa com dois zagueiroscentrais, com funções defensivas dos alas.

Os alas neste sistema devem ser velozes e capazes deefetuar dupla função de defesa e ataque.

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Futebol de Sete para Paralisado Cerebral

SISTEMA DE JOGO 1x3x2 (LOSANGO)

Sistema eficazmente defensivo em que os alas fazemlinha com o médio-volante, tendo à frente dois meias-armadores ofensivos. Este sistema permite ataque com atécinco jogadores ofensivos.

SISTEMA DE JOGO 3x1x2

Caracteriza-se por realizar a marcação da saída de bola,buscando a marcação da saída com dois homens (pressãozona), vulnerável no meio campo, pois somente o volante faza cobertura. Na defesa, três homens em linha: os alas realizamdupla função: ataque e defesa, tendo a tarefa de marcaçãohomem a homem.

SISTEMA DE JOGO 1x2x3 (CUNHA INVERTIDA)

Extremamente ofensivo, realizando a marcação da saídade bola sob pressão, em que os alas têm a função de ataquee, posteriormente, defesa. Realiza o trabalho de meio campocom dois volantes: B e C, fazendo a cobertura dos alas.Sistema vulnerável na defesa.

Obs.: Só é eficaz com a marcação homem a homem,sistema também conhecido “tudo ou nada“.

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1. O JOGO

As regras da FIFA para o FUTEBOL aplicam-se ao FUTEBOL DE SETE DE PARALISADOSCEREBRAIS do CP-ISRA com as seguintes modificações:

1.1 Dimensões – Comprimento máximo 75m; Largura máxima: 55m.

Outros aspectos podem ser observados no esquema do Campo de Jogo (p.48).

1.2 Número de atleta – Cada equipe será composta de 7 jogadores, dos quais um será ogoleiro. O número mínimo de jogadores de uma equipe para que a partida prossiga será de quatro;

1.3 Substituições – Em cada jogo, cada equipe poderá efetuar até 3 substituições;

1.4 Duração da partida – O tempo de duração de cada partida será de 60 minutos divididosem 2 períodos de 30 minutos com intervalos entre eles de 15 minutos, obrigatório;

1.5 Lei de impedimento – Não existe impedimento no futebol de sete para paralisados cerebrais.

1.6 Recuo de bola – O goleiro não poderá segurar com as mãos a bola recuada por seucompanheiro de equipe. Com a bola dominada nas mãos, o goleiro tem 6 segundos para repô-laem jogo. Em caso de infração, em ambos os casos, será marcado um tiro livre indireto no localexato onde ocorreu a infração;

1.7 Arremesso Lateral – O atleta poderá usar os braços para repor a bola por meio de umarremesso lateral. Caso ele não consiga fazê-lo como determina as regras da FIFA, nesse caso abola deve ser rolada para o interior do campo de jogo, devendo o atleta fazê-la tocar imediatamenteno chão logo após tenha saído de sua mão, a palma da mão deverá estar voltada para cima, abola deve ser lançada para a frente.

2. JOGADORES

2.1 O futebol de sete para paralisados cerebrais é limitado aos atletas das classes 5, 6, 7 e 8.Cada equipe deverá ter em campo durante todo o tempo de duração da partida pelo menos umatleta das classes 5 ou 6. A substituição deverá ser feita por jogadores das mesmas classes acimacitadas. Caso isso não seja possível, a equipe jogará com um jogador a menos. Os classes 5 e 6deverão ser identificados ao árbitro da partida. Cada equipe poderá utilizar na partida,simultaneamente em campo, somente 2 atletas da classe 8.

2.2 Cada jogador deverá possuir um número grande na parte de trás da camiseta, na frente,do lado direito inferior um número pequeno visível.

3. COMPETIÇÕES

3.1 Antes de cada partida deverá ser apresentada ao oficial uma listagem nominal dos atletascom no máximo 12 nomes.

3.2 Não é permitido o uso de muletas ou aparelhos ortopédicos durante a partida.

4. FORMATO DA COMPETIÇÃO E PONTUAÇÃO

4.1 Competição com oito equipes ou mais, o formato a ser utilizado será a de chaves. Asequipes de cada chave jogam entre si.

3. REGRAS OFICIAIS DO CP-IRSA

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Futebol de Sete para Paralisado Cerebral

4.2 Competição com sete equipes ou menos, ficará a critério do evento se o formato será ode chave ou de pontos corridos (todas as equipes jogam entre si), cabendo ao coordenador defutebol da CP-ISRA ratificar a decisão.

4.3 Pontuação

Vitória __________3 Pontos

Empate__________1 Ponto

Derrota__________0 Ponto

4.4 Critério de desempate para o sistema de rodízio completo:

A) maior saldo de pontos;

B) confronto direto;

C) saldo de gols;

D) maior n0 de gols marcados;

E) sorteio.

4.5 Os primeiros colocados da chave jogarão as partidas semifinais contra os segundos colocadosdas outras chaves. Os vencedores fazem a final e os perdedores disputam o terceiro e o quartolugar.

5. PRORROGAÇÃO

5.1 Caso as partidas semifinais e finais terminem empatadas no tempo regulamentar, haveráprorrogação de dois tempos, de dez minutos, com intervalo de cinco minutos, para determinaro vencedor. Persistindo o empate, será realizada disputa de cinco pênaltis, alternados, persistindoainda o empate, cobranças alternadas até que se estabeleça a vantagem no placar para desempate.

6. DISCIPLINA

6.1 Atleta que receber dois cartões amarelos durante uma competição estará automaticamentesuspenso da próxima partida de sua equipe. A mesma punição será dada ao atleta que receberum cartão vermelho. O atleta que receber dois cartões vermelhos em uma competição estaráautomaticamente excluído dela.

6.2 O Comitê Paraolímpico terá o poder de, após o julgamento, punir com rigor todo o atletaque tiver conduta de indisciplina durante a competição.

7. PROTESTO

7.1 Qualquer protesto poderá ser feito por escrito até 2 horas após o referido jogo, fazendo-seacompanhar da taxa que será estabelecida pelo comitê organizador da competição.

8. COMITÊ ORGANIZADOR

8.1 O Comitê Organizador terá o poder de decisão sobre todos os protestos, apelos, casos deindisciplina ou qualquer outro assunto a que não se tenha feito referência nestas regras.

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Manual de Orientação para Professores de Educação Física

DIMENSÕES OFICIAIS DO COMITÊ PARAOLÍMPICO INTERNACIONAL

DIMENSÕES DO CAMPO DE FUTEBOL DE SETE – PC

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Futebol de Sete para Paralisado Cerebral

GOL OU META

Obs.: É recomendável a confecção das metas em metal (alumínio ou ferro) ou madeira, porémas balizas não podem ser quadradas, pois as cantoneiras oferecem riscos aos praticantes. Asbalizas devem ter a espessura entre 10 e 12 cm de diâmetro, pintadas na cor branca.

GRAMADO OFICIAL DO FUTEBOL DE SETE PC Natural Sintético

LINHA DE MARCAÇÃO DO GRAMADO

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Manual de Orientação para Professores de Educação Física

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Apostila de classificação funcional de futebol de sete paralisado cerebral - CP–ISRA.

Regras de futebol de sete para paralisado cerebral; Tradução da CP–ISRA.

Associação de paralisado cerebral do Brasil.

Publicação: www.acpb.org.br/paralisia.asp

BOBARTH, Berta Karel. Desenvolvimento motor de diferentes tipos de paralisia cerebral. TraduçãoDr. J. Pinto Duarte. [s.l.]: [s.n.], 1978.

BOBARTH Berta Karel. A deficiência motora em pacientes com paralisia cerebral. Tradução Dr. J.Pinto Duarte. [s.l.]: [s.n.],1979.

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de Educação Física

Futebol Paraolímpico

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