Manual de LaboratórioMANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL 2 2. NORMAS DE USO Todas as normas a...
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MANUAL DE USO
DOS LABORATÓRIOS
PROF. FRANCISCO A. SCANNAVINO JR.
CTU/DEEL - DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
SUMÁRIO
1. Introdução.......................................................................................................................... 1
2. Normas de Uso................................................................................................................... 2
3. Instrumentação de Medição.............................................................................................. 5 3.1. Analógicos x Digitais .............................................................................................................. 5
4. Amperímetro ...................................................................................................................... 6
5. Voltímetro........................................................................................................................... 8
6. Multímetro ......................................................................................................................... 9
7. Protoboard ....................................................................................................................... 12
8. Fonte de Alimentação...................................................................................................... 13
9. Osciloscópio ..................................................................................................................... 15 9.1. Introdução ............................................................................................................................. 15
9.2. Interligação entre Osciloscópio e os Circuitos ................................................................... 18 9.2.1 Conceito de Massa e Terra .............................................................................................................. 19 9.2.2 Pontas de Prova .............................................................................................................................. 22
9.3. Descrição dos Comandos...................................................................................................... 26 9.3.1. Comandos do Écran (eixo dos ZZ) ................................................................................................. 26 9.3.2. Comandos do Sistema Vertical (eixo dos YY) ............................................................................... 27 9.3.2 Comandos do Sistema Horizontal (eixo dos XX)............................................................................ 34 9.3.4. Comandos do Sistema de Sincronismo........................................................................................... 39
10. Proposta de Modelo para Relatórios Experimentais.................................................... 47
11. Referências Bibliográficas ............................................................................................ 53
Anexos .................................................................................................................................. 54 Anexo 1. Resistor ......................................................................................................................... 55
Anexo 2. Capacitor ...................................................................................................................... 61
Anexo 3. Indutor .......................................................................................................................... 75
Anexo 4. Transformador............................................................................................................. 78
Anexo 5. Diodo ............................................................................................................................. 82
Anexo 6. Transistor ..................................................................................................................... 86
Anexo 7. Simbologia e Nomenclatura dos Dispositivos Semicondutores................................ 90
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
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1. INTRODUÇÃO
O objetivo deste manual é explicar as normas de utilização dos
laboratórios, orientar sobre a operação dos principais instrumentos de
medição utilizados para os alunos do primeiro ano de graduação do
curso de engenharia elétrica da Universidade Estadual de Londrina -
UEL e fornecer material de apoio sobre os principais componentes
eletrônicos contido no Apêndice.
A abordagem das normas de utilização dos laboratórios de
eletrônica é para que o aluno proceda de maneira correta no uso e
em caso de problemas. As normas visam a organização e
manutenção dos laboratórios, assim como, a prevenção de danos aos
instrumentos de medição.
A instrumentação básica utilizada nas bancadas dos laboratórios
da engenharia elétrica requer vários cuidados em sua operação. O
correto manuseio destes instrumentos é de suma importância para a
própria segurança do aluno que o está utilizando e para a correta
obtenção da grandeza analisada, facilitando desta forma, a
compreensão e conclusão do objetivo que o experimento propõe.
Inicialmente será apresentado o que é cada instrumento de medição,
para que serve, como deve ser utilizado, dicas em relação aos
principais erros cometidos e o que não fazer para manter seus
equipamentos e circuitos em perfeito estado de conservação.
Anseia-se, desta forma, que este material possa ser uma
ferramenta útil para extrair o máximo que os experimentos oferecem,
tornando o aluno do curso de engenharia elétrica mais completo no
que se refere à sua formação profissional.
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2. NORMAS DE USO
Todas as normas a seguir deverão ser cumpridas afim de
manter o bom funcionamento dos equipamentos e para a sua
segurança. Lembre-se que o cuidado com o patrimônio do laboratório
lhe permitirá o bom uso deste durante todo o curso. Portanto, utilize-
o com muita responsabilidade.
As principais normas são:
1-) Preste muita atenção ao que o experimento propõe e
sempre verifique se a bancada encontra-se desligada antes de
montá-lo;
2-) Certifique se todos os contatos da montagem prática
coincidem com os nós do circuito teórico proposto para evitar curtos-
circuitos através de ligações erradas ou mesmo o mal funcionamento
do circuito, motor ou transformador elétricos montados. Com este
cuidado, evitará conclusões erradas do experimento;
3-) Antes de ligar a bancada, chame o professor responsável
para uma averiguação final;
4-) Estude bem o circuito e o instrumento que você irá utilizar
antes de fazer as medidas. Muitas vezes, o instrumento certo, porém
configurado/parametrizado de forma incorreta, acaba por danificar
tanto o instrumento de medição quanto o circuito a ser medido.
Lembre-se também que uma corrente de cerca de 100mA passando
pelo seu corpo é o suficiente para o comprometimento da sua vida.
Na dúvida, peça o auxílio do professor responsável;
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5-) No caso de dano ou mal funcionamento de algum
componente eletrônico ou instrumento de medição, comunique
sempre o professor responsável para que este possa substituí-lo ou
mandá-lo para a manutenção;
6-) No uso dos laboratórios de simulação e sistemas, nunca
instale nenhum tipo de software nos computadores. Mantenha
sempre a configuração padrão em que você o encontrou. Em caso de
pane no sistema operacional, sempre comunique o professor
responsável e depois reinicialize-o;
7-) No uso do laboratório de eletrotécnica, tome cuidado ao
fazer as ligações para utilizar o motor ou transformador. Verifique
sempre o isolamento entre fases e leia sempre as especificações
técnicas contidas na carcaça dos motores. Caso este não tenha
procure se informar com o professor responsável;
8-) Procure manter a bancada limpa. Ao cortar fios e cabos
evite que sobras destes caiam no chão. Procure reunir todas as
sobras em um canto para que no final do experimento jogue-as no
lixo;
9-) Ao final do experimento, guarde todos os instrumentos e
ferramentas que foram utilizadas nos seus respectivos lugares,
deixando a bancada da forma que a encontrou. No caso de
componentes eletrônicos, coloque-os sempre nas gavetas cujo seus
valores comerciais se encontram indicados e na dúvida ou falta de
informação sobre o correto armazenamento, peça sempre a
orientação do professor responsável;
10-) Sempre na utilização de um instrumento de medição,
componente eletrônico ou elétrico novos ao seu conhecimento,
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procure ler ou se informar sobre seu correto modo de operação ou
utilização. Não faça as experiências sem este conhecimento técnico;
11-) A ocorrência de algum dano ao patrimônio da universidade
pelo não cumprimento destas normas, caberá ao professor
responsável o julgamento de ter sido acidental ou proposital. Caso o
julgamento for pelo ato proposital, lhe será aplicada a penalidade do
conserto ou até mesmo a substituição do patrimônio danificado.
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3. INSTRUMENTAÇÃO DE MEDIÇÃO
O objetivo deste item é explicar, resumidamente, o
funcionamentos dos principais instrumentos de medição que
necessitamos no primeiro ano de um curso de eletrônica.
Inicialmente, será explicado o que é cada instrumento de
medição, para que serve, como deve ser utilizado, dicas em relação
aos principais erros cometidos e o que não fazer para manter seus
equipamentos e circuitos em perfeito estado de conservação.
3.1. ANALÓGICOS X DIGITAIS1
Normalmente, quando fala-se de instrumentos de medição,
sempre há a menção: "é analógico ou digital?". Normalmente, refere-
se a forma com que a medição - e conseqüente indicação - é feita.
Os modelos analógicos tem como vantagem uma boa fidelidade de
medição, mesmo sob presença de harmônicas e outras interferências
no circuito que se deseja medir. Já os digitais possuem a vantagem
de uma melhor visualização, principalmente os que utilizam LCD
(Liquid Cristal Display) com back light (luz de fundo).
Figura 1. Amperímetro Analógico Figura 2. Voltímetro Digital
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4. AMPERÍMETRO
Um amperímetro, como o próprio nome sugere, serve para
medirmos Ampères, isto é, corrente. Existem amperímetros para
medição em corrente contínua (C.C., DC) e para corrente alternada
(C.A., AC).
Um amperímetro sempre deve ser conectado em série ao
sistema, como é ilustrado abaixo.
Figura 3. Esquema de Ligação de um Amperímetro
A resistência interna do amperímetro é extremamente pequena,
o que significa que ele não interfere na resistência equivalente do
circuito, indicando uma corrente próxima a aquela que realmente
existe no circuito. Quando se está trabalhando em um circuito de
corrente alternada, não precisa se preocupar com a polaridade do
amperímetro, isto é, tanto faz qual cabo conectaremos em cada parte
do circuito. No entanto, ao trabalhar em corrente contínua, deve-se
ater ao sentido da corrente. A corrente sempre deve entrar no
amperímetro pelo seu polo positivo (+, normalmente indicado pela
cor vermelha) e sair pelo seu pólo negativo (-, normalmente indicado
pela cor preta).
A maioria dos amperímetros possui fusíveis de proteção interna,
para o caso da corrente que for passar pelo amperímetro ser maior
do que a sua capacidade. Eventualmente, ao utilizar o amperímetro
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de forma incorreta, esses dispositivos de proteção atuarão e terão de
ser substituídos.
Certos amperímetros (principalmente os inclusos em multímetros),
não possuem proteção para certas escalas, normalmente estas são
identificadas como unfused (sem fusível, na tradução). Nestes casos,
uma boa dica é conectar um fusível em série com uma corrente
nominal compatível com a escala que se está utilizando.
É necessário conectar sempre o amperímetro em série ao circuito.
Em certas situações, veremos que isto não é possível, como no
circuito de uma casa. Suponha que se deseja medir a corrente de
uma das fases que alimentam o circuito interno de uma residência.
Infelizmente, não é possível "abrir" o circuito sem que haja o
desligamento do mesmo.
Neste tipo de situação, utiliza-se o alicate amperímetro, que é um
sensor de corrente que é colocado em volta do cabo que se deseja
medir, e, através de um sensor com base no efeito hall, é feita a
medição da corrente da linha, tanto contínua quanto alternada.
Figura 4. Alicate Amperímetro
O principal erro ao se utilizar um amperímetro é efetuar a
medição em paralelo, não em série. O resultado disto é um curto-
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circuito, evidenciado pela carbonização de alguns pontos e a possível
queima da proteção do equipamento ou mesmo de seu fusível.
Entende-se melhor o que acontece ao conectar o amperímetro em
paralelo a um circuito Fase+Neutro, com 127 Volts C.A. nominais.
A resistência interna do amperímetro, como dito anteriormente,
é extremamente baixa. Como exemplo, utilizando o equipamento "DG
48 Alternado - Entrada 5Ac.a.", de fabricação da KRON Instrumentos
Elétricos, tal equipamento é um indicador de painel para corrente
alternada de até 5Ac.a.. Conforme o catálogo técnico do fabricante, a
resistência interna deste amperímetro de painel é de 0,02 ohms. Pela
lei de ohm, teremos uma tensão de 127Vc.a. com uma resistência de
apenas 0,02 ohms, o que nos daria absurdos 6350Ac.a. passando
pelo amperímetro. Obviamente dispositivos de segurança irão atuar,
sejam eles fusíveis, dispositivos internos do instrumento ou até
mesmo o disjuntor do quadro da instalação em questão.
Na melhor das hipóteses, deverá apenas substituir o fusível do
equipamento. Na pior, danifica-se não só o equipamento, mas
também o circuito que estamos medindo.
5. VOLTÍMETRO
Os voltímetros, como o próprio também sugere, medem Volts,
isto é, diferença de potencial ou tensão. Um voltímetro também pode
ser para corrente alternada ou corrente contínua.
Um voltímetro, ao contrário do amperímetro, possui alta
resistência interna, para que pouca corrente circule por ele e não
ocorra alteração na resistência equivalente do circuito a ser medido.
A sua conexão a um circuito é ilustrada abaixo, onde estamos
medindo a queda de tensão existente em cima da lâmpada de 120
ohms.
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Figura 5. Esquema de Ligação de um Voltímetro
Assim como o amperímetro, não existe polaridade para o
voltímetro quando estamos trabalhando em corrente alternada. No
entanto, ao trabalharmos com corrente contínua, passamos a ter de
respeitar a polaridade.
Ao contrário do amperímetro, onde efetuar a conexão de forma
incorreta, pode ocasionar danos ao circuito e ao instrumento,
conectar um voltímetro em série não acarreta nenhum tipo de dano
ao instrumento ou ao circuito que está se medindo. A explicação se
deve ao fato de estar conectando uma resistência altíssima em série,
fazendo com que a corrente de todo o circuito diminua, ocasionando,
muito provavelmente uma interrupção de seu funcionamento. No
entanto, não existe possibilidade de queima.
6. MULTÍMETRO Um multímetro, como o nome indica, engloba a medição de
diversas grandezas em um só aparelho.
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Figura 6. Multímetro
Abaixo estão listados os principais tipos de medida que um
multímetro engloba:
• Tensão (Volt - V - C.A. ou C.C.): A maioria dos
multímetros trabalha com tensões de até 1000V. Para circuitos de
baixa tensão, é mais do que o suficiente.
• Corrente (Ampère - A - C.A. ou C.C.): Verifique se o que
está utilizando possui fusível com fácil acesso.
• Ohmímetro (Ohm - Ω): Mede resistência e, em muitos
casos, continuidade de dois pontos. Lembre-se que esta escala só
deve ser utilizada com o circuito desenergizado. Alguns multímetros
possuem teste de continuidade e para diodo com "bip" (aviso
sonoro).
• Ganho de Transistor (hFE): Útil para verificação de
transistores. Embora não seja preciso, é util para se determinar se o
transistor está ou não funcionando.
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• Capacímetro (Farad - F): Útil para medição de capacitores.
Lembre-se de desenergizar os capacitores antes de utilizá-lo.
• Indutímetro (Henry - H): Útil para medição de indutores.
Lembre-se de desenergizar os indutores antes de utilizá-lo.
• Frequencímetro (Hertz - Hz): Útil para medição da
freqüência do sinal alternado. Pode-se obter esta freqüência tanto
através da corrente como da tensão.
• Wattímetro (Watt - W) e Varímetro (Volt-ampère-
reativo - Var): Útil para medição da potência ativa (W) e reativa
(Var). Normalmente se utiliza essas opções em testes de motores de
corrente alternada, onde se deseja medir o rendimento do mesmo. É
necessário tanto sinais de tensão quanto de corrente.
• Cosfímetro: Mede o fator de potência, isto é, a defasagem
entre a tensão e a corrente. É necessário tanto sinais de tensão
quanto de corrente. Sua aplicação é semelhante a dos wattímetros e
varímetros.
Algumas dicas úteis sobre sua utilização são:
• Medição: Escolha a escala adequada antes de conectar o
multímetro ao circuito. Se, por exemplo, você vai medir uma bateria
de 9V e tem disponíveis as escalas de 200mVcc, 2Vcc, 20Vcc e
200Vcc, utilize a de 20Vcc para ter uma melhor precisão de sua
medição.
• Pontas de prova: O ideal são as de invólucro de borracha
(altamente isoladas) e com ponta fina, para evitar curto-circuitos. As
pontas de prova devem fazer um ângulo de 90º com o que se deseja
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medir. Dê preferência a pontas de prova onde se possa encaixar
garras jacaré, úteis quando se deseja, por exemplo, fazer medição de
diversos pontos ao terra do circuito.
7. PROTOBOARD
O protoboard2, como o próprio nome indica, é um suporte para
montar protótipos. Os sistemas experimentais em eletrônica, antes
de serem montados em placas de circuito impresso e soldados, são
testados por software e como protótipos em um protoboard.
O protoboard consiste de uma placa de alumínio sobre a qual
são presos conjuntos de estruturas plásticas vazadas e apresenta
abaixo dos quadrados de plástico, uma série de duas lâminas
folheadas a ouro, entre as quais os fios ou os componentes serão
conectados, estabelecendo um contato elétrico bastante razoável.
Figura 7. Diagrama Esquemático de um Protoboard
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Observe na figura 7 que existem linhas verticais e linhas
horizontais, as quais apresentam contato elétrico entre si (formando
pontos equipotenciais). Elementos distintos conectados em "furos"
diversos poderão apresentar potenciais distintos em cada contato.
Os conectores ou "bornes" são para a entrada de sinais
elétricos ou de alimentação e conduzidos, na maioria das vezes,
através de fios com terminais tipo "banana". Como você pode
observar na figura 7 você poderá utilizar um fio descascado, que irá
ser atravessado no furo existente na parte inferior do "borne" para
alimentar as vias equipotenciais verticais ou horizontais. No caso de
alguns fabricantes, o pino marcado como terra como mostra a figura
8 (acostume-se a ver este sinal como representando o sinal associado
ao potencial "terra", i.e., a referência do circuito).
Figura 8. Símbolo de terra
Em montagens de redes elétricas, este sinal pode estar
associado a um terra real, ou seja, um conjunto de barras de cobre
enfiadas no solo, com um certo teor de umidade, para garantir uma
fuga de tensão corrente do sistema.
8. FONTE DE ALIMENTAÇÃO As fontes de alimentação reguladas DC, foram construídas para
satisfazer as necessidades mais exigentes de laboratórios, escolas e
linhas de produção. A tensão de saída é continuamente ajustada
entre 0 até a capacidade máxima especificada por cada fabricante,
valor este presente no manual de operação do instrumento. A
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corrente de carga pode assumir qualquer valor entre 0 até a máxima
capacidade de corrente. Tanto os valores de tensão e corrente das
fontes podem ser ajustados por meio dos potenciômetros de ajuste
(COARSE e/ou FINE) presentes na maioria dos modelos. Ambas
saídas podem ser precisamente medidas através do voltímetro e do
amperímetro localizados no painel frontal e estes podem ser
analógicos ou digitais. As fontes de alimentação DC são projetadas
para o ripple e a estabilidade serem extremamente bons para
satisfazer as necessidades dos circuitos modernos. A unidade pode
ser usada como fonte de tensão constante ou de corrente constante.
Os tipos são analógicas ou digitais, determinadas principalmente pelo
tipo de voltímetro e amperímetro utilizado na fonte, e caso o
equipamento possua duas fontes é chamado de fonte simétrica.
No painel central das fontes DC se localizam os bornes de
alimentação onde são identificados pelos símbolos "+", que indica o
terminal de polaridade positiva (vermelho), "GND", que indica o
terminal Terra e chassis (verde) e "-" que indica o terminal de
polaridade negativa (preto).
As figuras 8 e 9 ilustram os modelos analógico e digital e a
figura 10 ilustra uma fonte de alimentação simétrica.
Figura 9. Fonte DC Digital Figura 10. Fonte DC Analógica
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Figura 11. Fonte DC Simétrica
Ao utilizar uma fonte de alimentação DC sempre verifique o
valor dimensionado da sua entrada AC (110V/120V/220V/240V),
sendo que esta deve estar na faixa da tensão de linha ± 10% e
freqüência 50/60Hz. Evite usar a fonte em locais onde a temperatura
ambiente exceda 40º C. O dissipador de calor localizado no painel
traseiro da fonte dever ter espaço suficiente para a radiação de calor.
9. OSCILOSCÓPIO
9.1. INTRODUÇÃO
O osciloscópio3 é, provavelmente, o instrumento de medição
mais versátil. De fato, apesar deste instrumento permitir apenas a
visualização e análise de grandezas elétricas, a sua aplicação não se
limita a este tipo de grandezas. A utilização do transdutor adequado
permite utilizar o osciloscópio para a análise de sinais não elétricos,
tais como temperatura, pressão, luminosidade, etc.
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Figura 12. Osciloscópio
O osciloscópio permite visualizar graficamente sinais elétricos.
Na maioria das aplicações, o osciloscópio mostra como é que um sinal
elétrico varia no tempo. Neste caso, o eixo vertical (YY) representa a
amplitude do sinal (tensão) e o eixo horizontal (XX) representa o
tempo. A intensidade (ou brilho) do écran é por vezes chamada de
eixo dos ZZ (Figura 13).
Figura 13. Eixos X-Y-Z num Osciloscópio
Um gráfico deste tipo poderá dizer-nos diversas coisas acerca
de um sinal, nomeadamente:
• Permite determinar valores de tensão e temporais de um
sinal;
• Permite determinar a freqüência de um sinal periódico;
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• Permite determinar a componente contínua (CC) e alternada
(CA) de um sinal;
• Permite detectar a interferência de ruído num sinal e, por
vezes, eliminá-lo;
• Permite comparar dois sinais num dado circuito,
nomeadamente a entrada e a saída, permitindo tirar as mais variadas
conclusões, tais como se um dado componente está avariado;
Outras potencialidades surgem na utilização do modo ‘XY’, bem
como nos osciloscópios digitais, que incorporam muitas
funcionalidades adicionais.
O osciloscópio tem um aspecto que se assemelha a um
televisor, exceto pela grelha inscrita no écran e a grande quantidade
de comandos. O painel frontal do osciloscópio tem os comandos
divididos em grupos, organizados segundo a sua funcionalidade.
Existe um grupo de comandos para o controlo do eixo vertical
(amplitude do sinal), outro para o controle do eixo horizontal (tempo)
e outro ainda para controlar os parâmetros do écran (intensidade,
focagem, etc.).
Considerando um modelo clássico de osciloscópio, os principais
blocos de comandos seriam:
• Comandos do Écran (eixo dos ZZ):
Interruptor de Alimentação;
Focagem do feixe;
Rotação do traço;
Intensidade do feixe.
• Comandos do Sistema Vertical (eixo dos YY):
Terminal de ligação do canal 1 (2);
Acoplamento de entrada do canal 1 (2) (AC, GND,
DC);
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Ganho vertical do canal 1 (2);
Ganho vertical (ajuste contínuo) e amplificação de 5 X
do canal 1 (2);
Posicionamento vertical do canal 1 (2);
Modo do sistema vertical (CH1, CH2, ALT, CHOP,
ADD);
Balanceamento DC do canal 1 (2).
• Comandos do Sistema Horizontal (eixo dos XX):
Velocidade de varrimento (Time/Div);
Velocidade de varrimento (ajuste contínuo);
Posicionamento horizontal do sinal e zoom de 10X.
• Comandos do Sistema de Sincronismo:
Fonte do sistema de sincronismo (INT, LINE, EXT);
Fonte do sistema de sincronismo (CH1, CH2, VERT
MODE);
Terminal de ligação da fonte de sincronismo externa;
Nível e inclinação de disparo;
Modo do sistema de sincronismo (AUTO, NORM, TV-V,
TV-H).
A utilização destes comandos será explicada no item ‘9.3.
Descrição dos Comandos’.
9.2. INTERLIGAÇÃO ENTRE OSCILOSCÓPIO E OS CIRCUITOS Para uma utilização adequada dos instrumentos de medição,
mais particularmente do osciloscópio, é fundamental que se tenha
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uma noção do que é a massa de um aparelho e do que é a ligação da
massa à terra. Esta noção é abordada neste item.
É também imprescindível ter um conhecimento básico de como
se faz a interligação entre o instrumento de medição e os circuitos a
testar. Esta interligação faz-se através dos vários tipos de pontas de
prova, que também são brevemente apresentados neste item.
9.2.1 CONCEITO DE MASSA E TERRA
Entende-se massa de um aparelho como qualquer elemento
metálico susceptível de ser tocado. Esta está em regra isolada dos
condutores activos (fase/neutro,positivo/negativo), mas pode ficar
acidentalmente em tensão.
A terra representa a massa condutora da terra, cujo potencial
elétrico é, em qualquer ponto, convencionalmente, igual a zero.
São também importantes as seguintes considerações:
• A massa do osciloscópio é portanto a carcaça ou parte da
carcaça do aparelho que é normalmente ligada a um terceiro terminal
na ficha de alimentação de corrente alternada (fase, neutro e massa).
• Se a tomada de alimentação tiver ligação de terra, a massa
do osciloscópio fica ligada à terra.
• Uma ponta de prova tem uma ligação de sinal (retractable
hook tip, na Figura 16) e uma ligação de massa (alligator clip ground
lead, na Figura 16).
Porquê Ligar da Massa do Osciloscópio à Terra?
Na maior parte das aplicações, a massa do osciloscópio deve
ser ligada à terra, como medida de segurança. Se a massa de um
osciloscópio não estiver ligada à terra e qualquer elemento dessa
massa ficar acidentalmente em tensão, o utilizador poderá sofrer um
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choque elétrico. Por outro lado, se a massa estiver ligada à terra, a
corrente é veiculada diretamente para a terra, em vez de percorrer o
corpo do utilizador (até à terra). Mais ainda, se a instalação elétrica a
que o osciloscópio está ligado dispuser de um relê diferencial,
qualquer contato acidental à massa provoca o disparo deste
dispositivo (e consequentemente a abertura do circuito), protegendo
os utilizadores de possíveis choques.
Porque Não Ligar a Massa do Osciloscópio à Terra?
Dado que tensão elétrica significa diferença de potencial entre
dois pontos de um circuito elétrico, para efetuar uma medição de
tensão, é necessário que o osciloscópio tenha “acesso” a dois
potenciais elétricos. Um dos potenciais é obtido pelo terminal de sinal
da ponta de prova (retractable hook tip, na Figura 16). O outro é
obtido através do terminal de massa da ponta de prova (alligator clip
ground lead, na Figura 16).
Devem ter-se em conta, no entanto, um caso em que a massa
do osciloscópio não deve estar ligada à terra. Isto acontece quando
queremos efetuar a medição de uma diferença de potencial entre dois
pontos de um circuito em que nenhum deles é a massa.
De fato, nos casos em que a massa do circuito a testar está
ligada à terra, se utilizarmos um osciloscópio cuja massa está
também ligada à terra, não podemos ligar a massa do osciloscópio a
outro ponto do circuito que não a sua massa, sob perigo de estarmos
a efetuar um curto-circuito. Nestas situações, deve isolar-se a massa
do osciloscópio da terra (ou a massa do circuito da terra), de modo a
que a sua massa fique com um potencial flutuante. Deste modo, com
uma das duas massas (ou do osciloscópio ou do circuito) isolada da
terra já podemos ligar o terminal de massa da ponta de prova.
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Porque Ligarmo-nos à Terra?
No caso de se estar a trabalhar com circuitos integrados ou
circuitos impressos, é também conveniente ligarmos o nosso corpo à
terra. Os circuitos eletrônicos atrás referidos têm caminhos de
condução extremamente estreitos e sensíveis que podem ser
danificados por eletricidade estática ou simplesmente por andar ao
longo de uma carpete ou tirar uma camisola e tocar no circuito em
questão.
Figura 14. Punho de ligação à terra ([Tektronics, 1997a])
Para resolver o problema atrás referido, é comum utilizar um
punho de ligação à terra que descarrega a eletricidade estática para a
terra (Figura 14).
No Caso dos Circuitos Impressos...
No caso de estarmos a analisar sinais com variações rápidas
(impulsos, degraus ou sinais de freqüências elevadas), em circuitos
impressos, devemos colocar o terminal de massa da ponta de prova o
mais próximo possível do ponto a medir (Figura 15).
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Figura 15. Um bom (esquerda) e um mau (direita) exemplo da ligação da
massa ([Hitachi, 1990])
Quanto maior for o comprimento do fio (pista) condutor de
massa, maior a distorção da forma de onda visualizada.
9.2.2 PONTAS DE PROVA
A ponta de prova (probe, em Inglês) é um elemento
fundamental na medição de sinais com o osciloscópio. É importante
perceber que uma ponta de prova de um osciloscópio não é apenas
um cabo com uma ponta especial. Na verdade, uma ponta de prova é
um conector de alta qualidade, cuidadosamente projetado e
concebido para um dado osciloscópio e aplicação. Uma ponta de
prova também deve rejeitar ruído eletromagnético, tanto de alta
freqüência como da rede elétrica (50 Hz), contrariamente às
características de uma antena.
Uma ponta de prova (conjuntamente com o osciloscópio) não
deverá influenciar o comportamento do circuito sob medição.
Contudo, nenhum instrumento de medição se pode comportar como
um observador invisível. Esta interferência (indesejável) do conjunto
osciloscópio e ponta de prova nos circuitos é chamada efeito de carga
(conceito equivalente a outros instrumentos de medição). Para
minimizar o efeito de carga, devem ser utilizadas pontas de prova
atenuadoras (10X, normalmente) e também proceder-se à
compensação das pontas de prova, antes do processo de medição.
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TIPOS DE PONTAS DE PROVA
A maior parte dos osciloscópios trazem como acessório, por
defeito, duas pontas de prova passivas (de tensão). Estas são
adequadas a aplicações genéricas de teste e diagnóstico. Para
medições mais específicas existem outros tipos de pontas de prova,
nomeadamente as pontas de provas activas (de tensão) e de
corrente.
Foi feita em uma estruturação dos vários tipos de pontas de
prova existentes na actualidade, apresentada na figura seguinte:
Figura 16. Tipos de Pontas de Prova
É a seguir feita uma descrição dos tipos de pontas de prova
mais comuns, dando maior ênfase às pontas de prova passivas de
tensão, dado que, sendo as mais versáteis e econômicas, são
portanto as mais utilizadas.
- PONTAS DE PROVA PASSIVAS (DE TENSÃO)
A maior parte das pontas de prova passivas (Figura 17) têm um
fator de atenuação, isto é, atenuam o sinal de entrada de 10X (lê-se
dez vezes) ou 100X. Por convenção, os fatores de atenuação têm o X
depois do fator (tal como as pontas atenuadoras de 10X).
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
24
Opostamente, fatores de amplificação têm o X primeiro, tal
como o caso dos comandos de amplificação vertical de X5.
Figura 17. Ponta de Prova Passiva e seus Acessórios
A ponta de prova que normalmente vem como acessório de um
osciloscópio é a atenuadora de 10X. Esta é muito versátil pois serve
para um grande número de aplicações e reduz o efeito de carga nos
circuitos. Dado que este efeito se torna mais pronunciado quanto
maior for a freqüência dos sinais a analisar, aconselha-se a utilização
destas pontas de prova para freqüências superiores a 5 Khz. Embora
estas pontas contribuam para uma maior exatidão nas medições, os
sinais são atenuados de 10X, o que para sinais de amplitude muito
pequena (< 10 mV) pode ser indesejável.
Algumas pontas de prova vêm com um comutador que permite
escolher entre dois valores de atenuação, normalmente 10X e 1X. É
fundamental confirmar a posição deste comutador antes de efetuar
qualquer medição, de modo a não cometer erros grosseiros.
Alguns osciloscópios detectam ou permitem definir a atenuação
da ponta de prova, ajustando automaticamente as medições no seu
écran (não é o caso dos osciloscópios mais baratos).
Quando a atenuação é de 100X ou 1000X, diz-se que a ponta
de prova é de alta tensão.
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
25
- PONTAS DE PROVA ATIVAS (DE TENSÃO)
As pontas de prova ativas fornecem a sua própria amplificação
do sinal antes de o aplicar ao osciloscópio. Este tipo de pontas de
prova pode ajudar a reduzir o efeito de carga (maior impedância de
entrada), sem introduzir atenuação, ou pode permitir o aumento do
comprimento do cabo (coaxial) entre o terminal (gancho) da ponta e
o osciloscópio (dado que a amplificação o permite). No caso de se
usarem pontas de prova ativas, é necessário dispor de uma fonte de
alimentação adequada.
- PONTAS DE PROVA DE CORRENTE
As pontas de prova de corrente permitem observar e medir
diretamente formas de onda de correntes. Estas estão disponíveis
para a medição tanto de correntes contínuas como de correntes
alternadas. Estas pontas funcionam de modo análogo às pinças
amperimétricas (Figura 18), isto é, têm um dispositivo que abraça o
condutor onde se quer medir a corrente. Dado que nada é inserido no
circuito (nem em série, nem em paralelo), as pontas de corrente têm
um efeito de carga praticamente nulo.
Figura 18. Pontas de Prova de Corrente
Quanto ao princípio de funcionamento, as pontas de corrente
passivas (“tradicionais”) são as pontas que apenas medem corrente
alternada. Estas utilizam um transformador que transforma a
variação do campo electromagnético gerado pela corrente no
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
26
condutor numa f.e.m, que é transmitida ao sistema vertical do
osciloscópio. A gama de freqüências habitual vai desde as centenas
de Hertz até aos Giga Hertz.
Existem no entanto pontas de prova que medem desde
correntes contínuas até freqüências de 50 Mhz. Estas, as pontas de
corrente ativas (as da Figura 31 são pontas de corrente ativas),
baseiam o seu funcionamento na conjugação de um dispositivo de
Efeito Hall com um transformador.
9.3. DESCRIÇÃO DOS COMANDOS Esta seção descreve os comandos mais vulgarmente
encontrados dos osciloscópios analógicos e digitais. É necessário ter
em conta que alguns comandos diferem dos osciloscópios analógicos
para os digitais.
9.3.1. COMANDOS DO ÉCRAN (EIXO DOS ZZ)
Embora os comandos do écran variem dos osciloscópios
analógicos para os digitais, alguns deles são comuns,
nomeadamente:
COMANDO DE INTENSIDADE (INTENSITY)
Este comando permite ajustar a intensidade (brilho) do traço. É
natural que à medida que se aumenta a velocidade de varrimento,
haja necessidade de aumentar a intensidade do traço (maior
velocidade
implica menor persistência do feixe).
COMANDO DE FOCAGEM (FOCUS)
O comando de focagem (comando 3, no osciloscópio da Figura
2) permite obter um traço fino, permitindo uma maior exatidão nas
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
27
medições (de tensão e temporais). Os osciloscópios digitais poderão
não dispor deste comando.
COMANDO DE ROTAÇÃO DO TRAÇO (TRACE ROTATION)
O comando de rotação do traço serve para alinhar o traço com
o eixo horizontal do écran. A variação do campo magnético terrestre
pode influenciar o alinhamento do traço. Os osciloscópios digitais
poderão não dispor deste comando.
OUTROS COMANDOS
Outros comandos poderão permitir o ajuste da intensidade da
grelha (divisões) ou da intensidade luminosa do écran, ou ainda
possibilitar o controlo de informação possível de visualizar no écran
(menus, valores de amplificação vertical, base de tempo,
acoplamento, período, valor de pico, etc.). Estes últimos comandos
são mais comuns nos osciloscópios digitais, embora existam, de
forma limitada, em alguns osciloscópios analógicos de custo mais
elevado.
9.3.2. COMANDOS DO SISTEMA VERTICAL (EIXO DOS YY)
Primariamente, os comandos do sistema vertical servem para
ajustar a forma de onda verticalmente. Adicionalmente, existem
ainda outros comandos para escolher o acoplamento do sinal ou outro
tipo de condicionamento de sinal.
A Figura 19 mostra os comandos do sistema vertical do painel
frontal típico de um osciloscópio digital, bem como os respectivos
menus no próprio écran (on-screen menus).
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
28
Figura 19. Comandos do Sistema Vertical e Respectivos Menus
COMANDO DE POSIÇÃO
O comando de posição vertical (POSITION, na Figura 19)
permite deslocar a forma de onda para cima e para baixo, de modo a
posicioná-la exatamente no sítio desejado do écran.
Um exemplo do interesse deste comando é a visualização de
sinais com componente contínua, onde é útil compensar a existência
desta componente com o posicionamento da forma de onda mais
para cima (se a componente contínua for negativa), ou mais para
baixo (se a componente contínua for positiva).
Outro exemplo da utilidade deste comando é quando
pretendemos medir com maior exatidão amplitudes de tensão ou de
tempo. Por exemplo, para melhor medir a tensão pico-a-pico de uma
onda, podemos posicionar um dos picos em cima de uma divisão, e
fazer a medição com maior facilidade, reduzindo o risco de cometer
erros grosseiros.
Quando pretendemos visualizar dois sinais simultaneamente no
écran, é também forçoso ajustar o posicionamento vertical de ambos
os canais, de modo que não haja sobreposição das formas de onda
(ou de modo a que haja sobreposição, se assim o necessitarmos).
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
29
COMANDO DE AMPLIFICAÇÃO VERTICAL
O comando de amplificação vertical (VOLTS/DIV, na Figura 19)
controla um fator de escala. Por exemplo, se escolhermos a
amplificação de 5 Volt/Div, então cada uma das oito divisões verticais
representa 5 Volt e na totalidade do écran podemos ter 40 Volt. Se a
escolha é de 0.5 Volt/Div, o écran pode mostrar 4 Volt de baixo até
cima e assim consecutivamente. O valor máximo de tensão que se
pode visualizar no écran é igual ao maior valor de Volt/Div a
multiplicar pelo número de divisões verticais (normalmente oito).
Nota: Não esquecer de tomar em conta a atenuação da ponta de
prova, se existir.
É comum haver um outro comando para o ajuste contínuo do
ganho (escolhendo VAR ON e ajustando em VOLTS/DIV, na Figura
19). Este comando é utilizado na medição do tempo de subida (rise
time) de impulsos ou ondas quadradas, processo que é explicado
mais à frente.
COMANDO DE ACOPLAMENTO DE ENTRADA
Como acoplamento entende-se o método utilizado para ligar um
sinal elétrico entre dois circuitos. Neste caso particular, o
acoplamento de entrada é método de ligação entre o circuito sob
teste e o osciloscópio. O acoplamento pode ser:
• DC (Direct Current)
O sinal é mostrado como existe na realidade (não é alterado)
• AC (Alternated Current)
É retirada a componente contínua ao sinal, através de um
condensador colocado em série (o sinal aparece “centrado” em zero
Volt, isto é, com igual área positiva e negativa).
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
30
• GND (Ground)
O sinal de entrada é desligado do sistema vertical, ligando-se
ao invés a massa do osciloscópio. Desta forma é possível colocar o
traço (horizontal) na posição (vertical) que se deseja.
No osciloscópio da Figura 19, podemos ver as três opções no
submenu de CPLG (Coupling).
A Figura 20 exemplifica a diferença entre a escolha de
acoplamento DC e AC, para o caso de um sinal sinusoidal de 1 V de
tensão pico-a-pico e 2 V de componente contínua.
Figura 20. Acoplamento de Entrada DC e AC
É até possível “sentir” a carga do condensador no acoplamento
AC da seguinte forma. Se tivermos um sinal de entrada do tipo do da
Figura 20 e se passarmos de acoplamento DC para AC, verificamos
que é possível visualizar a forma de onda a descer, até se centrar em
torno do eixo horizontal. Isto deve-se ao fato de o condensador ser
de alguma capacidade, demorando portanto um certo tempo (meio
segundo é um valor normal) a carregar-se totalmente (com a
componente contínua do sinal).
COMANDO DE LIMITE DE LARGURA DE BANDA
Um grande número de osciloscópios têm um circuito que
permite limitar a sua largura de banda. Através deste processo, é
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
31
possível reduzir ruído (de alta freqüência) que por vezes aparece na
forma de onda visualizada, possibilitando um sinal com melhor
definição. O osciloscópio da Figura 20 tem essa funcionalidade no
submenu BW, em que se pode escolher a largura de banda limitada
(a 20 Mhz) ou ilimitada (largura de banda do próprio osciloscópio).
COMANDO DE INVERSÃO DO SINAL
A maior parte dos osciloscópios têm uma função que permite a
inversão do sinal de entrada, isto é, permite desenhar o sinal “de
pernas para o ar”, como se costuma dizer na gíria. Esta
funcionalidade tem interesse, por exemplo, quando fazemos análise a
dois canais e somos obrigados a adquirir o inverso de um dos sinais,
por imposição do ponto de massa ser comum. Nesse caso, é
necessário “voltar” a inverter o sinal invertido para que ele adquira a
sua forma original. Este tema vai ser desenvolvido na análise a dois
canais, mais à frente.
No osciloscópio da Figura 20, é possível inverter um canal
escolhendo ON no submenu INV.
Este comando também é útil quando se pretende subtrair dois
sinais. Neste caso, adiciona-se um sinal com o inverso do segundo.
COMANDO DE MODO DE VISUALIZAÇÃO (ALTERNADO OU
FATIADO)
São frequentes as situações em que necessitamos de visualizar
dois sinais simultaneamente (ou mais, se o osciloscópio o permitir),
de modo a os podermos analisar e comparar entre si.
Será que vai haver dois feixes de elétrons a fazer o varrimento do
écran? Claro que não, pois as placas de deflexão horizontal e vertical
iriam influenciar ambos os feixes, impossibilitando qualquer controle
dos sinais.
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
32
Qual então a solução? Tem de haver um mecanismo que
“aldrabe” os nossos olhos, desenhando os dois sinais aos bocados,
mas evitando que o utilizador se aperceba disso.
Nos osciloscópios analógicos, a visualização simultânea de
múltiplos canais é feita através de um de dois modos: alternado
(alternated) ou fatiado (chopped). Nos osciloscópios digitais não faz
sentido falar em modos de visualização, pois a imagem é desenhada
a partir da memória. A Figura 21 mostra a diferença entre estes dois
modos.
O modo alternado de visualização desenha cada sinal
alternadamente, isto é, num varrimento desenha o canal 1 e no
varrimento seguinte desenha o canal 2, e assim consecutivamente.
Este é o melhor modo de visualização para sinais de média/alta
freqüência, isto é, quando a base de tempo está em 0.5 ms/Div ou
mais rápida.
Figura 21. Modos de Visualização Alternado e Fatiado
Obviamente que, para sinais de variação mais lenta (50 Hz), os
nossos olhos começam a aperceber-se duma cintilação nas formas de
onda desenhadas. Se os sinais forem mesmo muito lentos (< 5 Hz),
começa mesmo a detectar-se a seqüência de varrimento do modo
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
33
alternado, isto é, detecta-se que o osciloscópio desenha primeiro um
sinal e depois outro.
Este fato, acrescido de que a fosforescência do fósforo é
limitada, torna este modo de visualização inadequado para sinais de
baixa frequência. Justifica-se então a escolha do modo fatiado
(chopped).
No modo fatiado (chopped), o osciloscópio desenha os dois
canais aos bocadinhos, isto é, desenha um bocadinho do canal 1, um
bocadinho do canal 2, um bocadinho do canal 1, etc. Claro que esta
comutação entre os dois canais é feita suficientemente depressa para
nós não notarmos, isto é, as formas de onda parecem completas.
O modo fatiado é utilizado quando analisamos sinais lentos que
requerem tempos de varrimento na ordem de 1 ms por divisão (10
ms de tempo de varrimento, o que equivale a uma freqüência de 100
Hz).
Obviamente que a Figura 21 mostra uma aplicação infeliz do
modo fatiado, dado que os sinais visualizados têm uma freqüência
apenas (cerca de) oito vezes inferior à freqüência de comutação do
modo fatiado (repare-se que para um período de um sinal
corresponde a cerca de oito períodos de comutação).
É muitas vezes útil visualizar os sinais em ambos os modos para
poder escolher qual o melhor. Para o da Figura 20, é o botão
ALT/CHOP/ADD.
COMANDO DE ADIÇÃO DE SINAIS
Mesmo os osciloscópios analógicos mais baratos têm a
possibilidade de adicionar (matematicamente) os dois canais.
Enquanto que os osciloscópios analógicos somam os ABC do
Osciloscópio 41/63 sinais através de um amplificador operacional, os
osciloscópios digitais fazem-no através da soma de valores binários
(por microprocessador, ou outro processo digital).
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
34
Um exemplo da soma de dois canais pode ser visualizado na
Figura 22.
Figura 22. Soma de Dois Canais
A subtração de duas formas de onda é também possível
somando um canal com o inverso do segundo, usando a função de
inversão referida atrás. Esta funcionalidade tem interesse, por
exemplo, se quisermos visualizar a componente contínua de um sinal
(literalmente). Isto consegue-se ligando ambos os canais ao mesmo
sinal, pondo o canal 1 em acoplamento DC, pondo o canal 2 em
acoplamento AC e somando ambos os canais (tentar ver na Figura
20, para melhor compreensão).
9.3.2 COMANDOS DO SISTEMA HORIZONTAL (EIXO DOS XX)
Os comandos do sistema horizontal são utilizados para
posicionar e escalar a forma de onda no eixo horizontal. A Figura 23
mostra a parte do painel frontal de um osciloscópio digital relacionada
com os comandos do sistema horizontal, bem como os menus
subjacentes.
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
35
Figura 23. Comandos do Sistema Horizontal e Respectivos Menus
COMANDO DE POSICIONAMENTO
O comando de posicionamento (POSITION, Figura 23)
horizontal permite deslocar a forma de onda para a esquerda ou para
a direita.
Este procedimento é útil, por exemplo quando pretendemos
efetuar a medição do período de um sinal. Neste caso, consegue
medir-se mais facilmente o período do sinal se o deslocarmos na
horizontal, de modo a que um ponto de referência da forma de onda
(passagem por zero, por exemplo) coincida com uma das divisões do
osciloscópio.
Outro exemplo é quando pretendemos fazer “zoom” de uma
parte do sinal. Esta “magnificação” temporal do sinal é conseguida
através do comando MAG (explicado a seguir), que necessita que a
parte a magnificar esteja centrada no écran. Obviamente que para
centrar a forma de onda é necessário recorrer ao comando
POSITION.
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
36
COMANDO DE MAGNIFICAÇÃO (ZOOM) HORIZONTAL
Tal como se pode ver na Figura 24, este comando permite fazer
uma magnificação (zoom) temporal da forma de onda. Esta
funcionalidade pode ser útil quando queremos visualizar certa parte
duma forma de onda com maior pormenor.
Figura 24. Comandos de Magnificação Horizontal
Tendo em conta que, normalmente, a magnificação é de 10
vezes e existem 10 divisões horizontais, implica que o que antes
estava desenhado apenas numa divisão (horizontal) passa a estar
desenhado em 10 divisões. A parte da forma de onda a ser
magnificada deverá no centro (horizontal) do écran, com um
intervalo de meia divisão para a esquerda e para a direita (Figura
24).
Note-se que o fato de haver uma magnificação temporal de 10
vezes significa que o varrimento é feito dez vezes mais devagar
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
37
(aumenta 10 vezes o período da base de tempo). No osciloscópio da
Figura 23, é o botão MAG.
COMANDO DE VELOCIDADE DE VARRIMENTO
Este comando, também conhecido como ajuste da base de
tempo, é normalmente denominado por SEC/DIV (segundos por
divisão), tanto nos osciloscópios analógicos como digitais. O seu
ajuste permite fazer variar a velocidade com que os sinais são
desenhados. Sinais de maior freqüência deverão ser desenhados
depressa (valores pequenos de SEC/DIV) enquanto que sinais de
variação lenta devem ser desenhados
mais devagar (maior número de segundos por divisão).
Por exemplo, se a escolha for de 1 ms, cada divisão horizontal
representa 1 ms e o écran todo (10 divisões) representa 10 ms. No
caso de estarmos a analisar a tensão da rede elétrica nacional (50
Hz) e sendo o seu período de 20 ms, apenas veríamos metade do
período. Para podermos visualizar um período completo do sinal,
teríamos de tornar o varrimento mais lento, isto é, passar para 2 ms
por divisão.
No osciloscópio da Figura 23, este comando é designado por
SEC/DIV. Este comando em certos osciloscópios é também
representado por TIME/DIV.
Nos osciloscópios analógicos este comando permite ainda
colocar o osciloscópio no modo XY, em que o desenho visualizado no
écran é o sinal ligado ao canal 1 em função não do tempo, mas do
sinal ligado ao canal 2. Uma aplicação deste modo de funcionamento
é a medição de desfasamentos entre sinais e será explicada mais
tarde, nas técnicas de medição.
Existe também um outro comando associado que permite variar
a velocidade de varrimento de um modo contínuo (sem ser por
saltos). Esta ação tem interesse quando queremos medir fase ou
desfasamento. É importante notar que esta opção não deve ser
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
38
ativada quando pretendemos efetuar medições de tempo, sob pena
de cometer erros grosseiros.
No osciloscópio da Figura 23, este comando está acessível no menu,
opção VAR.
COMANDOS PARA BASE DE TEMPO AUXILIAR
A maior parte dos osciloscópios, principalmente os analógicos,
tem apenas uma Base de Tempo, isto é, gera apenas um sinal em
forma de dente de serra. No entanto, existem já muitos osciloscópios
que dispõem do que se chama uma base de tempo auxiliar ou
atrasada.
Esta consiste num outro sinal de varrimento atrasado de um
tempo predeterminado, isto é, começa um certo tempo depois da
base de tempo “principal”. A utilização de uma base de tempo
atrasada permite uma visualização mais clara de certos eventos, ou
pura e simplesmente visualizar eventos que não seria possível ver
apenas com a base de tempo principal.
A base de tempo atrasada requer a definição de um tempo de
atraso e, possivelmente, a utilização de um modo atrasado do
sistema de sincronismo e de outras configurações que estão fora do
âmbito desta disciplina. No caso de dispormos de um osciloscópio
com funções específicas ou avançadas, é aconselhada a análise
detalhada do seu manual de utilização.
COMANDOS PARA POSICIONAMENTO (HORIZONTAL) DO
DISPARO
O comando da posição horizontal de disparo (trigger) só está
disponível nos osciloscópios digitais (TRIG POS, no osciloscópio da
Figura 23), provavelmente localizado no bloco de comandos do
sistema horizontal.
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
39
A sua função é poder variar a posição horizontal do disparo no
registo da forma de onda. Variando a posição horizontal do disparo, é
possível analisar as características do sinal antes de acontecer o
instante de disparo. Este modo de visualização é denominado de pré-
disparo (pretrigger).
A razão pela qual os osciloscópios digitais têm a possibilidade
de fazer o pré-disparo é porque eles adquirem e processam
continuamente o sinal de entrada, quer tenha acontecido um instante
de disparo ou não. De fato é uma seqüência contínua de dados que
entra no osciloscópio; o sistema de sincronismo apenas diz ao
osciloscópio para
armazenar os dados atuais na memória. No caso dos osciloscópios
analógicos, estes apenas desenham o sinal de entrada depois de se
dar o instante de disparo.
O modo de visualização em predisparo pode ser extremamente
útil no diagnóstico de certos problemas. Por exemplo, se um
problema ocorre de forma intermitente, podemos fazer o disparo no
instante onde acontece o problema e analisar o sinal “para trás”,
possivelmente descobrindo a causa do problema.
9.3.4. COMANDOS DO SISTEMA DE SINCRONISMO
Os comandos do sistema de sincronismo permitem obter uma
imagem estabilizada dos sinais, tanto para sinais periódicos como,
em certos osciloscópios, para sinais transitórios (“passageiros”).
Como exemplo de comandos típicos de um osciloscópio analógico,
para o caso de um osciloscópio digital, temos o exemplo da figura
seguinte:
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
40
Figura 25. Comandos do Sistema de Sincronismo e Respectivos Menus
O sistema de sincronismo permite que os sinais periódicos
apareçam “parados” (estabilizados) no écran do osciloscópio. Tal
como foi já explicado atrás, se o sinal de dente de serra (que serve
de base de tempo) não fosse disparado pelo sistema de sincronismo,
em cada varrimento o sinal começaria a ser desenhado num sítio
diferente.
As conseqüências de uma perda de sincronismo são
exemplificadas na Figura 26.
Tal como se pode ver na Figura 26, em cada varrimento o sinal
é desenhado em sítios diferentes do écran, impossibilitando uma
análise adequada do sinal.
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
41
Figura 26. Sinal Não Sincronizado
COMANDOS DO NÍVEL (LEVEL) E DA INCLINAÇÃO (SLOPE)
DO DISPARO (TRIGGER)
Estes dois comandos são, de algum modo, indissociáveis, dado
que a conjugação dos seus valores vai definir o momento do disparo
do varrimento (o momento em que se começa a desenhar a forma de
onda).
O circuito de disparo (trigger) age como um comparador. Nós
definimos o nível e a inclinação da tensão de uma das entradas do
comparador. Na outra entrada do comparador está o sinal de entrada
(a ser comparado). Quando o sinal de entrada verifica as condições
predefinidas (nível e inclinação de tensão), o osciloscópio gera o
disparo.
A inclinação do disparo define se o disparo se faz na subida
(inclinação positiva) ou na descida (inclinação negativa) do sinal de
entrada. O nível de disparo determina em que nível de tensão do
sinal de entrada é que se dá o disparo.
A Figura 27 mostra como o nível e a inclinação do disparo
alteram o modo como uma forma de onda é visualizada. Para o sinal
de entrada representado (esquerda), são escolhidos um nível de
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
42
disparo de 3 V e inclinação positiva (écran de cima) ou negativa
(écran de baixo).
Figura 27. Nível e Inclinação de Disparo
O comando de nível e inclinação de disparo existe sempre,
tanto nos osciloscópios analógicos como nos osciloscópios digitais
(LEVEL e SLOPE Rising/Falling, na Figura 25).
COMANDO DA FONTE DE DISPARO (TRIGGER SOURCE)
Nem sempre o sinal que pretendemos visualizar é utilizado para
o comparador do sistema de sincronismo. Isto é, não é o sinal de
entrada que é comparado com o nível e inclinação de disparo, mas
sim outro sinal. As fontes de disparo podem ser, nomeadamente, as
seguintes:
• O sinal aplicado a qualquer canal de entrada;
• Uma fonte externa, sem ser um sinal aplicado a um canal de
entrada;
• O sinal da rede de alimentação (corrente alternada, valores
nominais de 230 V, 50 Hz);
• Um sinal gerado internamente pelo osciloscópio.
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
43
Na maior parte dos casos, a fonte de disparo é o próprio sinal a
ser visualizado. No osciloscópio, o comando do sistema de
sincronismo permite escolher como fonte de disparo um sinal interno
(INT), a rede alimentação (LINE) ou um sinal externo (EXT) aplicado
à entrada externa (onde se liga a fonte de disparo externa).
A fonte interna pode ser definida através do comando (INT
TRIG), podendo ser o canal 1 (CH1), o canal 2 (CH2) ou os dois
canais alternadamente (VERT MODE).
O modo vertical utiliza-se no caso de pretendermos visualizar
simultaneamente dois sinais de freqüências diferentes. De fato, no
caso de sinais com freqüências diferentes, se a fonte de disparo for o
canal 1, aparece a forma de onda do canal 1 estabilizada
(sincronizada) e a forma de onda do canal 2 não estabilizada
(dessincronizada). De modo
inverso, se passar a ser o sinal aplicado ao canal 2 a fonte de disparo,
passamos a ter o canal 2 estabilizado e o canal 1 não estabilizado.
No caso do modo vertical, o circuito de disparo (nível e
inclinação) é comparado alternadamente com o canal 1 e com o canal
2, consoante se vai desenhar a forma de onda do canal 1 ou canal 2,
respectivamente. Deste modo é possível estabilizar a imagem dos
dois sinais no écran.
No caso do osciloscópio apresentado na Figura 25, podemos
escolher a fonte de disparo na opção SRC do menu.
COMANDO DO MODO DE DISPARO (TRIGGER MODE)
Os dois principais modos de disparo são o automático e o
manual, sendo o primeiro o mais utilizado. Basicamente, enquanto
modo manual só desenha a forma de onda se houver sincronismo, o
modo automático desenha-a, mesmo quando desestabilizada.
No modo normal, o osciloscópio apenas faz o varrimento se o
sinal fonte de disparo atingir o ponto de disparo (o nível e inclinação
de disparo especificados). De outra forma, no caso de um
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
44
osciloscópio analógico, nada é desenhado ou, no caso de um
osciloscópio digital, é mantida a imagem da última forma de onda a
ser adquirida. O modo manual pode confundir um pouco, dado que
nada é desenhado se o nível e a inclinação de disparo não estiverem
adequadamente ajustados. Aconselha-se a utilização deste modo
quando se pretendem sincronizar sinais de baixas frequências
(menores do que 25 Hz).
No modo automático, o osciloscópio executa o varrimento,
mesmo sem haver o ponto de disparo. Neste caso, os varrimentos
são feitos uns a seguir aos outros, sem qualquer controlo. De
qualquer forma, este modo do sistema de sincronismo permite que se
visualize sempre “alguma coisa”, mesmo que não haja sincronismo.
Por exemplo, é garantido que, para obter a imagem da Figura
26, nunca se poderia ter utilizado o modo de disparo normal (seria
provavelmente o automático).
Alguns osciloscópios incluem ainda outros modos de disparo,
que poderão ser de grande utilidade, dependendo das aplicações:
• Varrimento único (conhecido como Single Sweep ou Single
Sequence, no caso da Figura 25), interessante para analisar regimes
transitórios;
• Ajuste automático do nível de disparo (Auto Level, na Figura
42);
• Disparo de sinais de vídeo, nomeadamente:
Visualização de uma trama (ou sinal horizontal) • TV(H); • Video Line, no osciloscópio da Figura 25.
Visualização de um quadro (ou sinal vertical)
• TV(V);
• Video Field, no osciloscópio da Figura 25 (sendo
ainda possível ver apenas as linhas ímpares (odd),
apenas as linhas pares (even) ou ambas (both)).
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
45
COMANDO DO ACOPLAMENTO DE DISPARO (TRIGGER
COUPLING)
O ajuste do nível de disparo para um sinal com grande
componente contínua poderá ser problemático, dado que o sinal
poderá estar fora do alcance dos níveis máximo e mínimo do
comparador. Para solucionar este problema, a maior parte dos
osciloscópios possibilita a filtragem da componente contínua do sinal
que vai ser comparado com o nível de disparo. Aparece portanto um
comando de acoplamento de disparo.
Este comando, além do acoplamento DC e AC, análogos aos já
referidos para o sistema vertical, poderá ainda dispor de outros
modos de acoplamento, tais como a rejeição (filtragem) de altas
freqüências, a rejeição de baixas freqüências ou a rejeição de ruído
(opções HF Reject, LF Reject e Noise Reject, do menu de CPLG, no
osciloscópio da Figura 25).
É óbvio o interesse destes tipos de acoplamento, em
determinadas situações. Note-se não é possível sincronizar um sinal
que esteja afetado de ruído de alta freqüência sem utilizar
acoplamento especial. Repare-se que, havendo ruído (aleatório) de
alta freqüência, é impossível disparar o varrimento sempre nos
mesmos pontos, dado que o sinal tem flutuações aleatórias. Utiliza-se
neste caso a rejeição de altas freqüências ou a rejeição de ruído (é
obrigatório consultar o manual do osciloscópio).
COMANDO DO TEMPO DE ESPERA DE DISPARO (TRIGGER
HOLDOFF)
Por vezes, é extremamente difícil conseguir que o osciloscópio
dispare um sinal no instante correto. Muitos osciloscópios têm
características especiais para facilitar esta tarefa.
O tempo de espera do disparo é um período de tempo ajustável
durante o qual o osciloscópio não pode disparar. Esta característica é
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
46
útil quando pretendemos analisar formas de onda complexas, de
modo a que o osciloscópio apenas dispara no primeiro ponto de
disparo após o tempo de espera. A Figura 28 mostra a utilidade do
tempo de espera de disparo, para a visualização adequada de um
sinal.
Saliente-se que o ajuste do tempo de espera do disparo não se
encontra unicamente nos osciloscópios digitais. Saliente-se que,
mesmo para os osciloscópios sem esta opção (o ajuste do tempo de
espera) existe um tempo mínimo de espera que corresponde à
duração do sinal em dente de serra. No fundo, é o mesmo que dizer
que enquanto o sinal
está a ser desenhado, não irá ser feito outro varrimento.
Figura 28. Tempo de Espera de Disparo
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
47
10. PROPOSTA DE MODELO PARA RELATÓRIOS EXPERIMENTAIS
Esta proposta de confecção de relatórios visa dar ao aluno um
guia sobre como organizar os dados obtidos experimentalmente e
noções das principais exigências contidas nas normas (ABNT) NBR
6023 para referências bibliográficas e uma sugestão de formatação
para a confecção de relatórios. Vale a pena lembrar que cabe ao
professor responsável os critérios e normas que ele irá considerar
mais relevantes, podendo estar com total, parcial ou sem
concordância com o modelo aqui proposto. O relatório4 dos
laboratórios deverá contar com os seguintes dados:
CAPA: Esta página deve registrar o nome da Instituição de
Ensino (UEL - Departamento de Engenharia Elétrica), a
disciplina, título da experiência, nome do aluno, número e
série, local (cidade) e data do experimento (dia/mês/ano).
SUMÁRIO: Nesta página deve conter: título, subtítulo, etc,
juntamente com a numeração das respectivas páginas. Obs
montar o sumário na mesma ordem que os assuntos
venham a compor o relatório ou trabalho.
INTRODUÇÃO: Nesta página do relatório deve explicitar
claramente:
- A finalidade do relatório, de acordo com o trabalho que
for desenvolvido. Pode ser iniciada de varias formas:
“Este relatório tem por finalidade registrar pesquisa feita sobre...”
“Este relatório visa fornecer informações sobre...”
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
48
- O objetivo que se pretende ou que se pretendeu
alcançar com o que foi desenvolvido. Algumas sugestões:
“O objetivo deste trabalho consiste em apresentar conclusões
sobre...”
“Este projeto objetiva explicar o processo utilizado em ...”
DESENVOLVIMENTO: O desenvolvimento é a parte central
do relatório. Esse tópico nunca aparece intitulada como
“desenvolvimento” propriamente dito, mas sim com um título
diretamente relacionado ao assunto tratado (Decodificador para
display de sete segmentos). Pode ser composto por três tópicos:
1. MÉTODO: É o caminho adotado para o desenvolvimento de
um trabalho, investigação, experiência. Compreende não apenas a
indicação dos procedimentos adotados, mas também a própria
descrição da experiência ou pesquisa e aparelhagem e material
empregado.
Devem constar neste tópico:
a – Materiais, ferramentas e equipamentos utilizados no trabalho;
Obs.: ao discriminar um aparelho, é fundamental especificar o tipo, a
marca, o modelo e o número.
b – Tempo de execução que compreende a referência ao período de tempo exigido para a realização do trabalho.
2. RESULTADOS: Nesse item, são apresentados os resultados
imediatos, isto é, o que realmente se apurou ou que se pretende
apurar.
3. DISCUSSÃO: É a interpretação dos resultados – da
investigação, da experiência ou do trabalho – e a indicação da sua
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
49
importância e conseqüência. O parágrafo inicial é bastante objetivo,
podendo ser escrito das seguintes maneiras:
“O principal interesse desta experiência reside no fato de que...”
“A interpretação dos resultados é que...”
Nesta etapa, o aluno deverá introduzir o circuito montado, ou
seja, com todos os valores dos componentes e explicá-lo
minuciosamente, tendo como fonte de informação leituras técnicas
diversas.
O desenho apresentado deverá ser elaborado com a utilização
de gabaritos apropriados ou software (Workbench, Multisim, etc). O
desenho deverá estar alinhado em relação ao seu texto e
principalmente em relação à folha de papel.
MEDIÇÕES PRÁTICAS: Ainda no tópico resultados, precisaremos
introduzir todos os valores obtidos nas medições práticas,
apresentando-os em forma de tabelas, de acordo com as já
especificadas na apostila fornecida pelo professor.
QUESTIONÁRIO: Todas as perguntas relacionadas à experiência e
que constam na apostila ou foram fornecidas pelo professor no
laboratório, deverão ser agora respondidas.
Obs.: Copie todas as perguntas no relatório.
CONCLUSÃO: Nesta parte é retomada a idéia central do
relatório e, a partir daí, devem ser apresentadas às conclusões,
deixando claro se os objetivos anteriormente propostos foram
alcançados ou se novas proposições se fazem necessárias. De um
modo geral, a conclusão deve ser redigida de tal modo que a idéia
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
50
central do relatório se revele e se fixe claramente no espírito do
leitor.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: Toda a bibliografia
utilizada para elaborar o relatório deverá ser citada, de acordo com
as normas técnicas (ABNT) NBR 6023 ou a norma da preferência do
professor responsável.
Exemplo:
• LIVROS
TOKHEIM, Roger L. Princípios Digitais. Editora Makron Books do Brasil Ltda –São Paulo –1996. BIGNELL, James W; DONOVAN, Robert L. Eletrônica Digital. Lógica Seqüencial V1 e V2. Editora Makron Books do Brasil Ltda –São Paulo –1995.
• CATÁLOGO
WEG AUTOMAÇÃO LTDA. Inversores de Freqüência. Jaraguá do Sul – SC, 2000.
• FOLHETO
IBCT. Manual de normas de editoração do IBCT.2. ed. Brasília, DF. 1993, 41 p.
• MANUAL
SÃO PAULO (Estado). Secretaria do Meio Ambiente. Coordenadoria de Planejamento Ambiental. Estudo de impacto ambiental – EIA, Relatório de impacto ambiental – RIMA: manual de orientação. São Paulo, 1989, 48p. (série Manuais). • ARTIGO DE REVISTA
SILVA. M. M. L. Crimes da era digital. Net. Rio de Janeiro, nov. 1998.Seção Ponto de Vista. Disponível em: http://www.brasilinet.com.br/contexts/brasilrevista.htm. Acesso em: 28 nov. 1998.
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
51
• ENCICLOPÉDIAS
THE NEW Encyclopaedia Britannica: micropaedia. Chicago: Encyclopaedia Britannica, 1986. 30 v.
• ARQUIVO EM DISQUETES
Autor do arquivo. Título do arquivo. Extensão do arquivo. Local, data, Características físicas, tipo de suporte. Notas.
• CD-ROM
AUTOR. Título. Local: Editora, data. Tipo de suporte. Notas
FUNDAÇÃO CARGILL. Biblioteca Virtual de Publicações Técnicas. São Paulo: Cargill; Prosoma Informática, v. 1, 1998. CD-ROM
• HOMEPAGE
AUTOR. Título. Informações complementares. Disponível em: <Endereço>. Acesso em: data.
SILVA, M. M. L. Crimes da era digital. Net. Rio de Janeiro, nov. 1998.Seção Ponto de Vista. Disponível em: http://www.brasilinet.com.br/contexts/brasilrevista.htm. Acesso em: 28 nov. 1998.
PROPOSTA PARA FORMATAÇÃO: O relatório do projeto pode ser
elaborado preferencialmente com estas configurações:
• Em papel A4 (210 x 297 mm), branco, liso;
• Fonte padrão para digitação: Verdana, Arial ou Times –
tamanho 12 pts;
• Poderá utilizar-se cores apenas para tabelas, quadros, figuras e
fotos;
• Toda tabela, quadro, figuras, foto deve ter numeração e
legenda;
• O espaço entre linhas deve ser de 1,5;
• A numeração das páginas deve ser em algarismos arábicos,
crescentes, iniciando do sumário, no canto superior direito
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
52
posicionado a 1,5 cm da extremidade superior da folha e a 2,0
cm da extremidade direita da folha;
• Não colocar nada no cabeçalho de página, e no rodapé apenas
a numeração de página.
• Margens: superior 2,5 cm; inferior 2,5 cm; esquerda 3 cm e
direita 2 cm.
• Folha de guarda (folha em branco no final do relatório)
ANEXOS: São os Data Sheet (folhas de dados), Catálogos, etc.
Somente se houver necessidade.
SEQUÊNCIA DO RELATÓRIO:
• Capa
• Folha de rosto (opcional)
• Sumário
• Introdução
• Desenvolvimento
• Conclusão
• Referências Bibliográficas
• Anexos (se houver necessidade).
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
53
11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] SOLEDADE, GUILHERME LOPES. Instrumentação Básica para Eletrônica. Eletrônica.org. Seção Artigos. Disponível em: http://www.eletronica.org/modules.php?name=News&file=article&sid=99 .Acesso em: 15 set. 2004.
[2] KLEINKE, MAURÍCIO URBAN. O que é um Protoboard?. Seção Diodos e Circuitos Ceifadores. Disponível em: http://www.ifi.unicamp.br/~kleinke/f540/e_dio1.htm#diodos .Acesso em: 16 set. 2004.
[3] ALVES, MÁRIO FERREIRA. O ABC do Osciloscópio. Seção Actividade Lectiva - Publicações. Disponível em: http://ave.dee.isep.ipp.pt/~malves/PubDid/ABC_Osc.PDF .Acesso em: 27 set. 2004.
[4] FERREIRA, VALDIR. Modelo de Relatório - Laboratório. Seção Download. Disponível em: http://www.colegiopolitec.com.br/download/eletronica.htm .Acesso em: 28 set. 2004.
[5] LOSSIO, RODRIGO C. Resistor. Seção Introdução à Eletricidade. Disponível em: http://planeta.terra.com.br/informatica/oficinadopc/glossarioeletro.htm Acesso em: 03 nov. 2004.
[6] NETTO, L.F. Teoria 2 - Resistores. Seção Sala 15 - Eletrônica. Disponível em: http://www.feiradeciencias.com.br/sala15/15_03.asp#Para que servem os resistores? . Acesso em: 03 nov. 2004.
[7] LOSSIO, RODRIGO C. Capacitor. Seção Introdução à Eletricidade. Disponível em: http://planeta.terra.com.br/informatica/oficinadopc/glossarioeletro.htm Acesso em: 04 nov. 2004.
[8] NETTO, L.F. Teoria 2 - Código de Capacitores. Seção Sala 15 - Eletrônica. Disponível em: http://www.feiradeciencias.com.br/sala15/15_28.asp . Acesso em: 03 nov. 2004. [9] Disponível em: http://www.coltec.ufmg.br/alunos/220/capacitores/ntipos.html .Acesso em: 04 nov. 2004.
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
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ANEXOS
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
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ANEXO 1. RESISTOR
O resistor5, como o próprio nome sugere, impõem resistência a
corrente elétrica produzindo assim, diminuição da mesma.
Os resistores usados nos circuitos eletrônicos são de vários tipos e
tamanhos. Seus dois parâmetros elétricos importantes são a
resistência e a potência. Resistores que irão dissipar muita potência
elétrica são de maior tamanho, e vice-versa. Os mostrados na figura
acima são de 1/8 W. Existem resistores de 1/4W, 1/2W, 1W, 2W, 5W,
10W e valores ainda mais elevados.
Todo resitor tem um valor, que é a chamada resistência. A
unidade usada para medir a resistência é o ohm, cujo símbolo é Ω. A
tesão gerada por uma bateria tem seu valor dado em volts, cujo
símbolo é V. A unidade usada para medir a corrente elétrica é o
ampère, cujo símbolo é A.
SÍMBOLO ELÉTRICO
A figura abaixo mostra também o símbolo usado para representar
o resistor quando desenhamos um diagrama elétrico.
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
56
COMO USAR OS RESISTORES:
VALOR DA RESISTÊNCIA (em OHM)
DEVE SER O MESMO PEDIDO NO PROJETO OU DE VALOR COMERCIAL MAIS PRÓXIMO SE FOR ADMITIDA UMA TOLERÂNCIA DE
20% OU 10% NA APLICAÇÃO. TOLERÂNCIA
(em %) DEVE SER IGUAL OU MENOR QUE A RECOMENDADA EM UM PROJETO.
DISSIPAÇÃO DE POTÊNCIA (em Watts)
DEVE SER IGUAL OU MAIOR DO QUE A RECOMENDADA EM UM PROJETO.
VALORES COMERCIAIS:
1.0Ω 1.1Ω 1.2Ω 1.3Ω 1.5Ω 1.6Ω 1.8Ω 2.0Ω 2.2Ω 2.4Ω 2.7Ω 3.0Ω 3.3Ω 3.6Ω 3.9Ω 4.3Ω 4.7Ω 5.1Ω 5.6Ω 6.2Ω 6.8Ω 7.5Ω 8.2Ω 9.1Ω
Para obter os demais valores basta multiplicar por: 10, 102, 103, 104,
105, 106.
CÓDIGO DE CORES
Os valores ôhmicos6 dos resistores podem ser reconhecidos pelas
cores das faixas em suas superfícies, onde cada cor e posição no
corpo do resistor representa um número, de acordo com o seguinte
esquema, COR - NÚMERO :
PRETO
MARROM
VERMELHO
LARANJA
AMARELO
VERDE
AZUL
VIOLETA
CINZA
BRANCO
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
A primeira faixa em um resistor é interpretada como o
PRIMEIRO DÍGITO do valor ôhmico da resistência do resistor. Para o
resistor mostrado abaixo, a primeira faixa é amarela, assim o
primeiro dígito é 4:
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
57
A segunda faixa dá o SEGUNDO DÍGITO. Essa é uma faixa
violeta, então o segundo dígito é 7. A terceira faixa é chamada de
MULTIPLICADOR e não é interpretada do mesmo modo. O número
associado à cor do multiplicador nos informa quantos "zeros" devem
ser colocados após os dígitos que já temos. Aqui, uma faixa vermelha
nos diz que devemos acrescentar 2 zeros. O valor ôhmico desse
resistor é então 4 7 00 Ω, quer dizer, 4 700Ω, 4,7KΩ ou 4K7Ω.
Verifique novamente, nosso exemplo, para confirmar que você
entendeu realmente o código de cores dados pelas três primeiras
faixas coloridas no corpo do resistor.
A quarta faixa (se existir), um pouco mais afastada das outras
três, é a faixa de tolerância. Ela nos informa a precisão do valor real
da resistência em relação ao valor lido pelo código de cores. Isso é
expresso em termos de porcentagem. A maioria dos resistores
obtidos nas lojas apresentam uma faixa de cor prata, indicando que
o valor real da resistência está dentro da tolerância dos 10% do valor
nominal. A codificação em cores, para a tolerância é a seguinte:
COR MARROM VERMELHO OURO PRATA TOLERÂNCIA ± 1% ± 2% ± 5% ± 10%
Nosso resistor apresenta uma quarta faixa de cor OURO. Isso
significa que o valor nominal que encontramos 4 700Ω tem uma
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
58
tolerância de 5% para mais ou para menos. Ora, 5% de 4 700Ω são
235Ω então, o valor real de nosso resistor pode ser qualquer um
dentro da seguinte faixa de valores: 4 700Ω - 235Ω = 4 465Ω e
4 700Ω + 235Ω = 4 935Ω .
A ausência da quarta faixa indica uma tolerância de 20%. Quando você for ler um valor ôhmico de resistor (a pedido de
seu professor), procure a faixa de tolerância, normalmente prata e
segure o resistor com essa faixa mantida do lado direito. Valores de
resistências podem ser lidos rapidamente e com precisão, isso não é
difícil, mas requer prática!
TIPOS DE RESISTORES
São divididos em duas categorias, fixos e variáveis
- RESISTORES FIXOS
Existem são eles: filme carbono, filme metálico, fio, de precisão.
- RESISTORES AJUSTÁVEIS
São os potenciômetros (ajuste manual) ou trimpots (ajuste na
placa), devido as diversas aplicações existem vários modelos.
- LDR (LIGHT DEPEND RESISTOR)
É um resistor controlado por luz sua resistência no claro é de
aprox 200 ohms e no escuro aprox 1Mohms.
- RESISTORES CONTROLADOS POR TEMPERATURA
PTC (coeficiente de temperatura positivo): Sua resistência é
diretamente proporcional a temperatura. Sua resistência a 00C é de
500 ohms e a 500 é de 1500 ohms.
NTC (coeficiente de temperatura negativo): Sua resistência é
inversamente proporcional a temperatura.
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
59
- MAGNETORESISTORES São controlados pelo campo magnético, conforme este aumenta
sua resistência aumenta.
- RESISTORES ESPECIAIS Existem resistores que são produzidos especialmente para
determinada aplicação, portanto não fique surpreso se você vir um
resistor de 5K7 /20W
POTÊNCIA NOS RESISTORES
Quando corrente elétrica circula através de resistores,
especificamente, e nos condutores, em geral, esses sempre se
aquecem. Neles ocorre conversão de energia elétrica em energia
térmica. Essa energia térmica produzida, via de regra, é transferida
para fora do corpo do resistor sob a forma de calor.
A cada finalidade, prevendo-se as possíveis intensidades de
corrente que o atravessarão, deve-se adotar um resistor de tamanho
adequado (potência adequada) para seu correto funcionamento.
Quanto maior o tamanho físico de um resistor maior será a potência
que pode dissipar (sem usar outros artifícios).
A ilustração abaixo mostra resistores de tamanhos diferentes:
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
60
ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES
Uma forma de se obter uma resistência de um determinado valor,
é se associando resistências, de duas formas: em série e em paralelo.
- ASSOCIAÇÃO EM SÉRIE
Na associação em série, o resultado será igual a soma de todas
as resistências.
- ASSOCIAÇÃO EM PARALELO
Quando associamos resistências em paralelo, obteremos um
resistor de menor valor que pode ser calculado com a seguinte
fórmula: Rt = 1/(1/r1 + 1/r2 + 1/Rn)
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
61
ANEXO 2. CAPACITOR
O capacitor7 é um componente eletrônico capaz de armazenar e
fornecer cargas elétricas. Ele é formado por duas placas paralelas,
separadas por um material isolante, chamado dielétrico. Quando o
ligamos a uma tensão fixa, momentaneamente passa por ele uma
pequena corrente, até que suas placas paralelas fiquem carregadas,
armazenando energia através do campo elétrico entre as placas. Uma
fica com cargas negativas (elétrons) e outra com cargas positivas
(falta de elétrons).
Existem vários tipos de capacitores, e as principais diferenças
estão nos valores e nas tensões elétricas suportadas. Um capacitor
que vai ser ligado a uma tensão de 50 volts deve ser maior que outro
de mesmo valor mas que vai ser ligado a uma tensão de apenas 10
volts. Um capacitor sofre ruptura do dielétrico quando é ligado a uma
tensão mais elevada que a especificada. Em outras palavras, ele
explode!
O valor de um capacitor é chamado de capacitância. A grandeza
usada para medi-la é o faraday, cujo símbolo é F. O faraday é uma
unidade muito grande para medir os capacitores da vida real. Um
capacitor de 1F seria imenso. Encontramos na prática capacitores
medindo algo da ordem de milésimos ou milionésimos do faraday. Por
isso é mais comum usar o microfaraday (mF) para medir os
capacitores. Um capacitor de 4700 mF, por exemplo, é considerado
de tamanho relativamente grande para um circuito eletrônico. Ainda
assim existem os chamados supercapacitores, que possuem
capacitâncias da ordem de alguns faradays, entretanto não são
empregados em circuitos eletrônicos devido ao seu grande tamanho.
Os capacitores têm várias aplicações nos circuitos eletrônicos. Um
das principais é a filtragem. Eles podem acumular uma razoável
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
62
quantidade de cargas quando estão ligados a uma tensão. Quando
esta tensão é desligada, o capacitor é capaz de continuar fornecendo
esta mesma tensão durante um pequeno período de tempo,
funcionando portanto como uma espécie de bateria de curta duração.
SÍMBOLO ELÉTRICO
COMO USAR OS CAPACITORES:
VALOR DA CAPACITÂNCIA (em FARAD)
PODE NORMALMENTE SER USADO UM VALOR DE CAPACITÂNCIA MAIOR DO QUE O PEDIDO EM UM PROJETO, QUANDO O
MESMO FUNCIONAR EM ACOPLAMENTO OU DESACOPLAMENTO (DESVIO). NÃO PODE
SER MAIOR QUANDO O CAPACITOR DETERMINAR A FREQÜÊNCIA DE
OPERAÇÃO DE UM CIRCUITO.
TIPO DE CAPACITOR
CADA TIPO DE CAPACITOR POSSUI UMA FAIXA DE CAPACITÂNCIA
CARACTERÍSTICA, SENDO QUE ALGUNS POSSUEM POLARIDADE! VERIFIQUE SEMPRE SE O CAPACITOR QUE IRÁ UTILIZAR POSSUI POLARIDADE!
TENSÃO DE TRABALHO (em Volts)
PODE SER NORMALMENTE MAIOR QUE A PEDIDA EM UM PROJETO, NA VERDADE ATÉ RECOMENDA-SE QUE SEJA MAIOR,
PRINCIPALMENTE SE FOR CAPACITOR DE FILTRO PARA BAIXAS FREQÜÊNCIAS. NÃO
DEVE ENTRETANTO SER MUITO MAIOR (MAIS DE 5 VEZES) POIS COM TENSÕES
MAIS BAIXAS NO CIRCUITO, O CAPACITOR NÃO FUNCIONA.
DISSIPAÇÃO DE POTÊNCIA (em Watts)
DEVE SER IGUAL OU MAIOR DO QUE A RECOMENDADA EM UM PROJETO.
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
63
CAPACITÂNCIA
É a propriedade do capacitor apresenta armazenando mais ou
menos cargas elétricas, o símbolo que representa a capacitância é a
letra C e é medida em farad.
C=Q/V
onde:
C = capacitância medida em farad.
Q= quantidade cargas elétricas medida em coulomb.
V = tensão medida em Volts
CONSTITUIÇÃO DO CAPACITOR
É formado de duas placas de material condutor(armaduras) e
separadas por um dielétrico(isolante).
TENSÃO DE TRABALHO
É máxima tensão que o capacitor pode ser submetido sem provocar
danos.
VALORES COMERCIAIS:
1.0F 1.1F 1.2F 1.3F 1.5F 1.6F 1.8F 2.0F 2.2F 2.4F 2.7F 3.0F 3.3F 3.6F 3.9F 4.3F 4.7F 5.1F 5.6F 6.2F 6.8F 7.5F 8.2F 9.1F
Para obter os demais valores multiplique pelos seus submultiplos:
mili, micro, nano e pico.
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
64
CÓDIGO DE CAPACITORES
Alguns capacitores8 apresentam uma codificação que é um
tanto estranha, mesmo para os técnicos experientes, e muito difícil
de compreender para o técnico novato. Observemos o exemplo
abaixo:
O valor do capacitor,"B", é de 3300 pF (picofarad = 10-12 F) ou
3,3 nF (nanofarad = 10-9 F) ou 0,0033 µF (microfarad = 10-6 F). No
capacitor "A", devemos acrescentar mais 4 zeros após os dois
primeiros algarismos. O valor do capacitor, que se lê 104, é de
100000 pF ou 100 nF ou 0,1µF.
- CAPACITORES USANDO LETRAS EM SEUS VALORES
O desenho abaixo, mostra capacitores que tem os seus valores,
impressos em nanofarad (nF) = 10-9F.
Quando aparece no capacitor uma letra "n" minúscula, como
um dos tipos apresentados ao lado por exemplo: 3n3, significa que
este capacitor é de 3,3nF. No exemplo, o "n" minúsculo é colocado ao
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
65
meio dos números, apenas para economizar uma vírgula e evitar erro
de interpretação de seu valor.
Multiplicando-se 3,3 por 10-9 = ( 0,000.000.001 ), teremos
0,000.000.003.3 F. Para se transformar este valor em microfarad,
devemos dividir por 10-6 = ( 0,000.001 ), que será igual a 0,0033µF.
Para voltarmos ao valor em nF, devemos pegar 0,000.000.003.3F e
dividir por 10-9 = ( 0,000.000.001 ), o resultado é 3,3nF ou 3n3F.
Para transformar em picofarad, pegamos 0,000.000.003.3F e
dividimos por 10-12, resultando 3300pF. Alguns fabricantes fazem
capacitores com formatos e valores impressos como os apresentados
abaixo. O nosso exemplo, de 3300pF, é o primeiro da fila.
Note nos capacitores seguintes, envolvidos com um círculo azul, o aparecimento de uma letra maiúscula ao lado dos números. Esta letra refere-se a tolerância do capacitor, ou seja, o quanto que o capacitor pode variar de seu valor em uma temperatura padrão de 25° C.
Código Coeficiente de temperatura NPO -0± 30ppm/°C N075 -75± 30ppm/°C N150 -150± 30ppm/°C N220 -220± 60ppm/°C N330 -330± 60ppm/°C N470 -470± 60ppm/°C N750 -750± 120ppm/°C N1500 -1500± 250ppm/°C N2200 -2200± 500ppm/°C N3300 -3300± 500ppm/°C N4700 -4700± 1000ppm/°C N5250 -5250± 1000ppm/°C P100 +100± 30ppm/°C
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
66
A letra "J" significa que este capacitor pode variar até ±5% de
seu valor, a letra "K" = ±10% ou "M" = ±20%. Segue na tabela
abaixo, os códigos de tolerâncias de capacitância.
Outra forma de representar coeficientes de temperatura é
mostrado abaixo. É usada em capacitores que se caracterizam pela
alta capacitância por unidade de volume (dimensões reduzidas)
devido a alta constante dielétrica sendo recomendados para aplicação
em desacoplamentos, acoplamentos e supressão de interferências em
baixas tensões.
Os coeficientes são também representados com seqüências de
letras e números como por exemplo: X7R, Y5F e Z5U. Para um
capacitor Z5U, a faixa de operação é de +10°C que significa
"Temperatura Mínima" e +85°C que significa "Temperatura Máxima"
e uma variação de "Máxima de capacitância", dentro desses limites
de temperatura, que não ultrapassa -56%, +22%.
Veja as três tabelas abaixo para compreender este exemplo e
entender outros coeficientes.
Temperatura Mínima
Temperatura Máxima
Variação Máxima de Capacitância
X -55°C Y -30°C Z +10°C
2 +45°C 4 +65°C 5 +85°C 6 +105°C 7 +125°C
A ±1.0% B ±1.5% C ±2.2% D ±3.3% E ±4.7% F ±7.5% P ±10% R ±15% S ±22%
T -33%, +22% U -56%, +22% V -82%, +22%
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
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- CAPACITORES DE CERÂMICA MULTICAMADA
- CAPACITORES DE POLIÉSTER METALIZADO USANDO CÓDIGO DE CORES
A tabela abaixo, mostra como interpretar o código de cores dos
capacitores abaixo. No capacitor "A", as 3 primeiras cores são,
laranja, laranja e laranja, correspondem a 33000, equivalendo a 3,3
nF. A cor branca, logo adiante, é referente a ±10% de tolerância. E o
vermelho, representa a tensão nominal, que é de 250 volts.
1ª Algarismo 2ª Algarismo 3ª N° de zeros 4ª Tolerância 5ª Tensão PRETO 0 0 - ± 20% -
MARROM 1 1 0 - - VERMELHO 2 2 00 - 250V LARANJA 3 3 000 - - AMARELO 4 4 0000 - 400V
VERDE 5 5 00000 - - AZUL 6 6 - - 630V
VIOLETA 7 7 - - - CINZA 8 8 - - -
BRANCO 9 9 - ± 10% -
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
68
TIPOS DE CAPACITORES9
Existem vários tipos de capacitores , os principais são:
eletroliticos, tântalo, stryroflex, poliéster, policarboneto, cerâmicos,
semi-fixos, supressor, plate, multicamada, starcap e variáveis, cada
tipo é utilizado em uma aplicação especifica.
- CAPACITORES DE FILTRO
Os capacitores usados nas fontes de alimentação para transformar
a CC pulsativa na saída dos retificadores, em uma CC com
variações relativamente baixas. O capacitor carrega através do
circuito retificador e descarrega através da carga, para ajudar
a manter constante a tensão aplicada aos terminais da carga.
- CAPACITORES COM DIELÉTRICO DE PAPEL
Capacitores de filtro com dielétrico de papel são volumosos e seu
valor é em geral limitado a menos do que 10 m F. Eles não são
polarizados e podem suportar altas tensões. Não há fuga apreciável
de corrente através de um destes capacitores. Em circuitos de filtro
de alta tensão são usados capacitores com dielétrico de papel
impregnado em óleo.
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
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- CAPACITORES ELETROLÍTICOS
Os eletrolíticos tem valores altos de capacitância, quando
comparados a capacitores de papel de iguais dimensões físicas. Eles
são polarizados e são em geral construídos para funcionar com
menos de 600 volts. Há uma fuga apreciável de corrente através de
um capacitor eletrolítico, mas este efeito é geralmente balanceado
pelos grandes valores da capacitância. Os capacitores eletrolíticos
podem ter valores de 1 a 1000 m F.
- CAPACITORES ELETROLÍTICOS LÍQUIDOS
Capacitor que consiste de um eletrodo de metal imerso em uma
solução eletrolítica. O eletrodo e a solução são as duas placas do
capacitor, enquanto que uma película de óxido que se forma no
eletrodo é o dielétrico. A película de dielétrico é formada pelo
escoamento da corrente do eletrólito para o eletrodo.
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
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- CAPACITORES CERÂMICOS
Geralmente são constituídos de um suporte tubular de cerâmica,
em cujas superfícies interna e externa são depositadas finas camadas
de prata às quais são ligados os terminais através de um cabo
soldado sobre o tubo. Às vezes, os terminais são enrolados
diretamente sobre o tubo. O emprego deste tipo de componente varia
dos circuitos de alta freqüência, com modelos compensados
termicamente e com baixa tolerância, aos de baixa freqüência, como
capacitores de acoplamento e de filtro. Além dos tubulares, podem
ser encontrados capacitores na forma de disco e de placa quebrada
ou retangular.
- CAPACITORES DE PLÁSTICO
São fabricados com duas fitas finas de poliéster metalizadas numa
das faces, deixando, porém, um trecho descoberto ao longo de um
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
71
dos bordos, o inferior em uma das tiras, e o superior na outra. As
duas tiras são enroladas uma sobre a outra, e nas bases do cilindro
são fixados os terminais, de modo que ficam em contato apenas com
as partes metalizadas das tiras. O conjunto é recoberto por um
revestimento isolante. Estes capacitores são empregados em baixa e
média freqüência e como capacitores de filtro e, às vezes, em alta
freqüência. Têm a vantagem de atingir capacitâncias relativamente
elevadas em tensões máximas que chegam a alcançar os 1000 V. Por
outro lado, se ocorrer um perfuração no dielétrico por excesso de
tensão, o metal se evapora na área vizinha à perfuração sem que se
produza um curto-circuito, evitando assim a destruição do
componente.
- CAPACITORES ELETROLÍTICOS EM ALUMÍNIO E TÂNTALO
São aqueles que, com as mesmas dimensões, atingem maiores
capacitâncias. Os de alumínio são formados por uma tira deste metal
recoberta por uma camada de óxido de alumínio que atua como um
dielétrico; sobre a camada de óxido é colocada uma tira de papel
impregnado com um líquido condutor chamado eletrólito, ao qual se
sobrepõe uma segunda lâmina de alumínio em contato elétrico com o
papel. Todo o conjunto é enrolado e introduzido num invólucro
cilíndrico, de alumínio, hermeticamente fechado.
Este invólucro, freqüentemente, serve de contato elétrico para
a segunda lâmina de alumínio e permite, também, a fixação de um
dos terminais, enquanto o outro é ligado à outra lâmina. Este tipo de
capacitor tem uma polaridade fixa, o que eqüivale dizer que funciona
somente quando a tensão é aplicada, ligando o positivo ao anodo
(correspondente à lâmina de alumínio recoberta pelo óxido) e o
negativo ao catodo (correspondente ao invólucro metálico).
Os capacitores eletrolíticos são, portanto, utilizados em circuitos
em que ocorrem tensões contínuas, sobrepostas a tensões alternadas
menores, onde funcionam apenas como capacitores de filtro para
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
72
retificadores, de acoplamento para bloqueio de tensões contínuas,
etc.
Os capacitores eletrolíticos de tântalo assemelham-se aos
capacitores de alumínio mas, mesmo alcançando as mesmas
capacitâncias, são de tamanho menor. Emprega-se o tântalo no lugar
do alumínio, para a lâmina, e o eletrólito é uma pasta ou líquido. Seu
emprego é aconselhável sobretudo como capacitor de acoplamento
para estágios de baixas freqüências, graças ao seu baixo nível de
ruído, muito inferior ao do capacitor de alumínio. Além do tipo
tubular, é encontrado também em forma de "gota".
Capacitor de Tântalo em Forma de Gota
Capacitor de Tântalo
Capacitor eletrolítico de alumínio de baixa capacitância
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
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Capacitor eletrolítico de alumínio de elevada capacitância
- CAPACITORES ELETROLÍTICOS SECOS
Em um capacitor eletrolítico seco o eletrólito é uma pasta. Pano
impregnado com essa com essa pasta é enrolado entre as camadas
de folha de metal, que agem como terminais do capacitor. Uma das
folhas de metal é a placa positiva e a película formada na sua
superfície é o dielétrico. A pasta do eletrólito é a placa negativa do
capacitor e sua conexão é feita através da outra folha de metal.
REATÂNCIA CAPACITIVA
É a oposição do capacitor a passagem da corrente alternada(CA).
O símbolo que representa a reatância Capacitiva é o (Xc) e é medido
em ohms. Xc=1/2xPixfxc.
PROPRIEDADES DO CAPACITOR
Em corrente continua funciona como uma chave aberta.
Possui uma tensão máxima de trabalho.
Em tensão alternada(Vca) adianta a corrente em 90 em relação a
tensão.
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
74
Em tensão alternada(Vca) atrasa a tensão em 90 em relação a
corrente.
Armazenada cargas elétricas.
Carrega e descarrega pelo mesmo terminal.
É um bipolo não ôhmico.
A reatância capacitiva é inversamente proporcional a frequência.
Os capacitores eletroliticos são polarizados.
É especificado pelo valor nominal, tolerância e tensão de trabalho.
ASSOCIAÇÃO DE CAPACITORES
- Paralelo: soma-se as capacitâncias e prevalece a maior tensão de
trabalho.
- Série: é o inverso da soma dos inversos e soma-se todas as
tensões de trabalho.
TESTE DE CAPACITORES
Para medirmos capacitância utilizamos um instrumento chamado
capacitímetro, mas na falta dele também podemos utilizar o
ohmímetro, seguindo os seguintes procedimentos:
Coloque na maior escala, faça o ajuste de zero, encoste a ponteira no
capacitor e observe a tabela.
Leitura Condição O ponteiro vai de zero e volta ao infinito Bom O ponteiro vai perto de zero e não volta Curto O ponteiro não se move Aberto O ponteiro vai a zero e para no meio Fuga Obs: cuidado com a polarização de capacitores eletrolíticos.
Este teste não funciona com capacitores plate e algum tipos de
cerâmicos.
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ANEXO 3. INDUTOR
Componente que armazena energia magnética, possuindo a
propriedade da indutância.
INDUTÂNCIA
É a propriedade do indutor de se opor as correntes do circuito, o
símbolo que representa a indutância é a letra L e é medida em henry.
TIPOS DE INDUTOR
Existem dois tipos de indutores, fixos ou variáveis. Os fixos são
constituídos de um fio enrolado a redor de um nucleo que pode ser
ar, ferro ou ferrite. Os ajustáveis possuem núcleo móvel podendo ser
ajustado externamente.
SÍMBOLO ELÉTRICO
REATÂNCIA INDUTIVA
É a oposição do indutor a passagem da corrente alternada(CA). O
símbolo que representa a reatância indutiva é o (XL) e é medido em
ohms.
PROPRIEDADES DO INDUTOR
Em corrente continua o efeito da indutância só aparece, quando se
liga ou desliga o circuito.
É um curto em corrente continua(regime permanente).
Em tensão alternada(Vca) atrasa a corrente em 90 em relação a
tensão.
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
76
Em tensão alternada(Vca) adianta a tensão em 90 em relação a
corrente.
Armazenada energia magnética.
A reatância indutiva é diretamente proporcional a frequência.
Descarrega pelo terminal oposto ao qual carregou.
É um bipolo não ôhmico.
São especificados pelo seu valor nominal.
ASSOCIAÇÃO DE INDUTORES Série: soma-se as indutância.
Paralelo: é o inverso das soma dos inversos.
MEDIDA DE INDUTORES
Para medirmos indutância de uma bobina, necessitamos de
instrumentos especiais de laboratório. É uma medida pouco comum
justamente por isso.
VALORES DE INDUTORES
Os fatores que influenciam no valor do indutor são:
número de espiras, espaçamento entre elas, diâmetro da bobina,
substância enrolada na bobina, diâmetro do fio, numero de camadas,
tipo de enrolamento e a forma da bobina.
INDUTORES COMERCIAIS
1.0H 1.1H 1.2H 1.3H
1.5H 1.6H 1.8H 2.0H
2.2H 2.4H 2.7H 3.0H
3.3H 3.6H 3.9H 4.3H
4.7H 5.1H 5.6H 6.2H
6.8H 7.5H 8.2H 9.1H
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
77
Para obter os demais valores basta multiplicar por: 10-3, 10-6. FÓRMULAS
Para corrente alternada(CA):
XL=WL W=2PiF
I(t)=I máx sen (wt-90)
Para corrente continua(CC):
I(t)=I máx (1-e-t/J )
VL=V.e-t/J
J = L/R
onde:
VL = tensão no indutor
I(t) = corrente em um determinado instante T
J = constante de tempo
W = velocidade angular
F = freqüência
Pi = 3,14
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ANEXO 4. TRANSFORMADOR
São dispositivos que transformam tensão alternada (Vca), baixa
em alta ou vice versa.
PRINCIPIO DE FUNCIONAMENTO
Seus princípios básicos de funcionamento são três: indução
magnética, auto indução e indutância mútua.
CONSTITUIÇÃO
De modo geral são constituídos de 2 bobinas (usadas para
transferir energia de um circuito a outro) e núcleo.
PERDAS NOS TRANSFORMADORES
Ocorrem principalmente nos enrolamentos (perdas no cobre) e no
núcleo (reversão magnética, histerese, correntes de Foucault).
ENROLAMENTOS
Podem ser de três tipos: simples, múltiplos ou com derivações
(center type).
RELAÇÃO DE ESPIRAS Np > Ns transformador abaixador
Np < Ns transformador elevador
Np = Ns transformador de 1 para 1 (isolador)
TIPOS DE TRANSFORMADORES
Existem vários entre eles os: de alimentação, de áudio freqüência
(AF), de distribuição ,de potencial, de corrente ,de radio freqüência
(RF), de pulso, de freqüência intermediária (FI), de saída, de ignição,
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
79
flyback,, trifásicos, de força, isolação, autotransformador,
transformadores diferenciais de variação linear, etc.
- AUTOTRANSFORMADORES
Uma característica importante dele é o menor tamanho, para certa
potência, que um transformador. Isto não se deve apenas ao uso de
uma só bobina, mas ao fato da corrente de saída ser parte fornecida
pelo lado alimentada, parte induzida pelo campo, o que reduz este,
permitindo um núcleo menor, mais leve e mais barato. A
desvantagem é não ter isolação entre entrada e saída, limitando as
aplicações.
- TRANSFORMADORES DIFERENCIAIS DE VARIAÇÃO LINEAR
Também chamados de LVDTS, detectam deslocamento produzindo
uma voltagem induzida.
BANCO DE TRANSFORMADORES
É a associação de transformadores monofásicos de forma a formar
transformadores trifásicos.
RELAÇÃO DE FASE
É representado por um ponto em seu diagrama.
- Em fase: O sinal de entrada possui as mesmas características do
sinal de saída.
- Defasado: É quando o sinal de entrada esta crescendo e o sinal
de saída decrescendo.
CÓDIGO DE CORES
Infelizmente não existe um código de cores padrão para
transformadores.
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
80
SUBSTITUIÇÃO DE TRANSFORMADORES
Para um substituir um transformador por outro equivalente deve
se observar o seguinte: capacidade de corrente, tensão, tipo,
tamanho.
DEFEITOS EM TRANSFORMADORES
Defeito Sintoma Enrolamento aberto Não a tensão no secundário Curto entre espiras Aquece muito
FALHA DE ISOLAMENTO
Para detectar este defeito faça o seguinte: desligue todos os fios
do transformador, e com um ohmímetro (na escala mais alta) teste a
isolação de cada fio com a carcaça.
ASSOCIAÇÃO DE TRANSFORMADORES - Série: Soma-se as tensões e a corrente é a do transformador de
menor capacidade de corrente.
- Paralelo: Soma-se as correntes (atenção só associasse
transformadores em paralelo de tensões iguais).
PROPRIEDADES DE TRANSFORMADORES
O transformador abaixador possui no primário fio fino (corrente
baixa) e no secundário fio grosso (corrente alta).
FÓRMULAS Ep/Es = Np/Ns N% = (Ps / Pp) * 100
Ip/Is = Ns/Np Ps = Pp
Onde:
N... número de espiras P....primário S......secundário V..tensão
I.... corrente P... potência N%..eficiência
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
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TRANSFORMADORES COMERCIAIS
Geralmente possuem primário com enrolamento center type
(tensões 110V / 220V) e secundário com enrolamento duplo (tensões
de 6V, 7V, 9V, 10V, 12V, 15V, 16V,18V, 24V,36V, entre outros.
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ANEXO 5. DIODO
Dispositivo de 2 terminais, ânodo(A) e cátodo(K), próximo ao
terminal Cátodo uma faixa que o indica. Este dispositivo idealmente
permite a passagem de corrente de um lado (ânodo para cátodo) e
bloqueia do outro.
FUNCIONAMENTO DO DIODO
Quando polarizado diretamente funciona como uma chave
fechada, quando polarizado inversamente funciona como uma chave
aberta.
CONSTRUÇÃO DE DIODOS
Os diodos podem ser constituídos de dois tipos de materiais silício
ou germânio a diferença é que no diodo de silício a queda de tensão é
0,7V e enquanto no de germânio é de 0,3V.
POLARIZAÇÃO DE DIODOS
Direta: Acontece quando o positivo da fonte esta ligada no
terminal ânodo.
Reversa: Acontece quando o positivo da fonte esta ligada no
terminal cátodo.
ESPECIFICAÇÕES DOS DIODOS
São especificados por:
Idm: corrente direta máxima
Ir: corrente reversa máxima
Vbr: tensão reversa máxima
Pdm: potência direta máxima
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
83
MODELOS DE DIODO
Existem 3 modelos que devem ser usados de acordo com a
precisão do circuito.
Ideal: É representado por uma chave que fecha quando
polarizada reversamente e abre quando reversamente.
Com queda de tensão: É a chave com uma bateria em série.
Real: Com chave bateria e resistor, todos ligados em série.
DIODO ZENER
No sentido direto funciona como um diodo normal, mas no sentido
inverso como se fosse uma bateria (de tensão Vz), no entanto isso só
ocorre quando respeitado seus limites de corrente.
- ESPECIFICAÇÕES DO DIODO ZENER Vd: tensão direta
Vz: tensão reversa (dada pelo fabricante)
Izmáx: corrente zener máxima
Izmin: corrente zener mínima
Pz: potência zener
FOTODIODO
Deve ser polarizado reversamente, quando estiver dessa forma e
houver incidência de luz sobre ele, é produzida uma corrente reversa
(Ir), proporcional a iluminação.
LED (DIODO EMISSOR DE LUZ)
O LED é um dispositivo de dois terminais chamados ânodo (A) e
cátodo (K), que emite luz quando polarizado diretamente, ou seja
quando o ânodo esta positivo em relação ao cátodo. A luz emitida por
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
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um diodo pode ser verde, amarela, vermelha, azul, dependendo da
construção. Existem também led de luz infravermelha e laser. Os leds
devem ser protegidos com uma resistência em série que limite a
corrente que circula sobre ele.
CORES DO LED
Cor do diodo led Volts
Roxo 1,6V
Laranja 1,7V
Amarelo ou Verde 2,4V
TESTE DE DIODOS 1) Coloque o multiteste na escala de resistências (na menor);
2) Se o multiteste for analógico faça o ajuste de zero;
3) É importante lembrar que na maioria dos multímetros analógicos
ao se colocar a chave na posição para medição de resistência as
pontas ficam invertidas, ou seja, a vermelha que é a positiva, passa a
ser a negativa. E a preta que é a negativa passa a ser a positiva;
4) Encoste a ponta vermelha no ânodo e a preta no cátodo, a
resistência deve ser baixa;
5) Encoste a ponta preta no ânodo e a vermelha no cátodo, a
resistência deve ser alta;
6) Se por acaso a resistência medida for alta dos dois lados é porque
o diodo esta aberto e se for baixa em ambos os lados é porque esta
em curto;
7) Este teste não vale para foto diodos.
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
85
DIODOS COMERCIAIS
Alguns valores comerciais:
1N4001 50V 1A 1N4006 800V 1A
1N4002 100V 1A 1N4007 1000V 1A
1N4003 200V 1A 1N4008 12V 0.1A
1N4004 400V 1A 1N4009 35V 0.1A
1N4005 600V 1A 1N4011 1000V 0.5A
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ANEXO 6. TRANSISTOR
Dispositivo de 3 terminais que pode funcionar como amplificador
ou como chave.
POLARIZAÇÃO
Pode ser de dois tipos PNP (conduz com negativo na base) ou NPN
(conduz com positivo na base).
BETA DO TRANSISTOR
É o seu fator de amplificação, da corrente de base (IB) IC=IB x β
Onde:
IC: corrente de coletor
IB: corrente de base
β: beta (ganho)
CONFIGURAÇÕES BÁSICAS
Existem 3 (BC, CC e EC) cada uma com suas vantagens e
desvantagens.
• Base Comum (BC)
- Baixa impedância(Z) de saida;
- Alta impedância(Z) de entrada;
- Não há defasagem entre o sinal de saída e o de entrada;
- Amplificação de corrente igual a um.
• COLETOR COMUM (CC)
- Alta impedância(Z) de saida;
- Baixa impedância(Z) de entrada;
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
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- Não há defasagem entre o sinal de saída e o de entrada;
- Amplificação de tensão igual a um.
• EMISSOR COMUM (EC)
- Alta impedância(Z) de saída;
- Baixa impedância(Z) de entrada;
- Defasagem entre o sinal de saída e o de entrada de 180º;
- Amplificação de corrente de 10 a 100 vezes.
CORRENTE DE FUGA
Chamada ICO circula entre coletor e base com emissor aberto.
Chamada ICE circula entre coletor e emissor com base aberta.
TIPOS DE TRANSISTORES
Vejamos os mais importantes: FET (transistor de efeito de
campo), MOSFET(transistor de efeito de campo com metal oxido
semicondutor), UJT (transistor de unijunção), IGBT(transistor bipolar
de porta isolada).
CLASSIFICAÇÃO DE TRANSISTORES
São classificados como transistores de baixa, média e alta
potência.
INVÓLUCRO DOS TRANSISTORES
Devido ao calor produzido os transistores e outros componentes
são produzidos em diversos formatos (chamados invólucros ou
encapsulamento), para sua instalação em dissipadores de calor. Os
transistores usam os: SOT 37, SOT 3, TO 39, SOT 9, TO 3, SOT 18,
SOT 32, SOT 82, SOT 93, entre outros.
TABELAS DE TRANSISTORES
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
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Apresentam as seguinte especificações:
Tipo: é o nome do transistor
Pol: polarização; N quer dizer NPN e P significa PNP.
VCEO: tensão entre coletor e emissor com a base aberta.
VCER: tensão entre coletor e emissor com resistor no emissor.
IC: corrente máxima do emissor.
PTOT: È a máxima potência que o transistor pode dissipar
Hfe: ganho (beta).
Ft: freqüência máxima.
Encapsulamento: A maneira como o fabricante encapsulou o
transistor nos fornece a identificação dos terminais.
ALGUNS TRANSISTORES COMERCIAIS
Tipo Pol VCEO
(V)
Ic
(mA)
Pot (mW)
Hfe a
Ic(mA)
Vce (sat -V)
Aplicações
BC107 NPN 45 100 300 110-500 2 200 AF/ uso geral
BC108 NPN 20 100 300 110-800 2 200 AF/ uso geral
BC109 NPN 20 100 300 200-800 100 200 AF/ baixo ruído
BC327 PNP 45 500 800 100-600 100 700 AF/ até 1W
BC328 PNP 25 500 800 100-600 100 700 AF/ até 1W
BC337 NPN 45 500 800 100-600 100 700 AF/ complementar
BC328
BC338 NPN 25 500 800 100-600 100 700 AF/ até 3 W
BC368 NPN 20 1000 800 85-375 500 500 AF/ complementar
BC368
BC369 PNP 20 1000 800 85-365 500 500 AF/ uso geral
BC546 NPN 65 100 500 110-450 2 600 AF/ uso geral
BC547 NPN 45 100 500 110-800 2 600 AF/ uso geral
AF = usado na faixa de freqüência de áudio.
TESTE DE TRANSISTOR FORA DO CIRCUITO
- Coloque o multímetro na escala mais baixa de resistência
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
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- Faça o ajuste de zero do instrumento e faça as seguintes
medições de resistência: RBE, RBC,RCE
As medidas devem ter os seguintes resultados para transistores
em bom estado:
Terminais resistência
direta
Resistência
inversa
Coletor-emissor Alta Alta
Base-emissor Alta Alta
Base-coletor Baixa Alta
As resistência altas devem ser superior a 1 mega e as baixas
inferior a 1000 ohms.
NO CIRCUITO
- Ligue o equipamento;
- Coloque o voltímetro na posição DC;
- Coloque a ponta de prova preta no terra e com a vermelha
meça cada um dos terminais do transistor;
- Caso esteja bom você vai obter o seguinte resultado: VC >
VB > VE (tensão de coletor maior que a tensão de base que
devera ser maior que a tensão de emissor.
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
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ANEXO 7. SIMBOLOGIA E NOMENCLATURA DOS DISPOSITIVOS SEMICONDUTORES
SIMBOLOGIA GERAL DOS SEMICONDUTORES
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
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CÓDIGOS DE IDENTIFICAÇÃO NORMALIZADOS DE
COMPONENTES ELETRÔNICOS
Os códigos identificação de componentes eletrônicos, têm por
objetivo identificar de forma fácil e unificada cada um dos dispositivos
utilizados em circuitos eletrônicos existentes no mercado.
Os principais códigos normalizados são:
- PROELECTRON
- JEDEC
- JIS
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
92
O sistema Proelectron se utiliza principalmente na Europa,
enquanto o JEDEC é utilizado pelos fabricantes norte-americanos e o
JIS pelos fabricantes japoneses. Existem também algumas normas
antigas que serão vistas muito superficialmente, vem sendo
utilizadas.
PROELECTRON
Este sistema é principalmente usado na Europa. O componente
eletrônico é designado de dois modos: comercial ou profissional. Isto
é, de acordo com o tipo de aplicação para o qual será dado.
- Duas letras + seqüência alfanumérica da série (aplicações
comerciais).
- Três letras + seqüência alfanumérica de série (aplicações
profissionais).
A primeira letra indica o tipo material:
A: Material com largura de faixa proibida de 0.6 a 1.0 eV, como o Ge.
B: Material com largura de faixa proibida de 1.0 a 1.3 eV, como o Si.
C: Material com largura de faixa proibida maior que 1.3 eV, como o
NaAs.
D: Material com largura de faixa proibida menor que 0.6 eV, como o
InSb.
E: Material composto como o utilizado em gerador por efeito Hall e
fotosensores.
A segunda letra indica a aplicação principal e construção, isto
é feito para uma maior diferenciação.
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
93
A: Diodo de detecção, de comutação, misturador.
B: Diodo de sintonia (capacidade variável).
C: Transistor para aplicações em áudio (Rthj-a> 15 K/W).
D: Transistor de poder para aplicaçõees auditivas (Rthj-a&le 15 K/W).
E: Diodo Túnel.
F: Transistor para aplicações de alta freqüência (Rthj-a> 15 K/W);
G: Multichips, etc.;
H: Sonda por efeito Hall;
K: Gerador Hall em circuito magnético aberto;
L: Transistor de potência para aplicações em alta freqüência (Rthj-a&le
15 K/W).
M: Modulador ou multiplicador Hall;
N: Optoacoplador;
P: Componente sensível à radiação (por exemplo fotodiodo);
Q: Componente emissor de radiação (por exemplo: LED);
R: Componente de Controle ou de comutação com disparo elétrico ou
por incidência de luz que possui uma característica de ruptura (Rthj-a
> 15 K/W), por exemplo tiristor;
S: Transistor para aplicações de comutação (Rthj-a > 15 K/W);
T: Componente de controle ou de comutação com disparo elétrico ou
por incidência de luz possuindo uma característica de ruptura (Rthj-
a&le 15 K/W), por exemplo tiristor.
U: Transistor de potência para aplicações em comutação (Rthj-a&le 15
K/W).
X: Diodos múltiplos: varistor, recuperação " step recovery".
Y: Retificador de diodo, diodo de potência, proteção "de diodo".
Z: Diodo Estabilizador de tensão (Zener).
A terceira letra é utilizada para determinar o tipo de componente, e
pode ser: Z, E, ou X.
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
94
A seqüência alfanumérica que segue às letras é para identificar
o componente.
Alguns componentes incorporam outros códigos alfanuméricos,
como um sufixo, que nos dá certa informação adicional.
Podemos destacar os seguintes componentes:
a) Diodo Zener:
Uma letra seguida pela tensão zener ou de quebra deste diodo (a
letra V atua como virgula decimal, se a tensão que estabiliza não é
um número inteiro) e onde é apropriado, a letra R (polaridade
inversa). A primeira letra indica a tolerância nominal relativa à tensão
de trabalho em %.
A: 1%
B: 2%
C: 5%
D: 10%
E: 15%
b) Diodo retificador:
Um número e onde seja apropriada, a letra R (polaridade inversa).
O número geralmente indica a tensão reversa de pico máximo
repetitivo.
Para a designação dos diodos de pequenos sinais profissionais, o
código de cores é também usado. A combinação inicial de letras é
designada pela cor do corpo do diodo, enquanto são deduzidas as
figuras da sucessão alfanumérica que continua às letras de faixas de
cor impressas no diodo. O cátodo é indicado pela faixa mais larga e
corresponde dita faixa a primeira cifra. A seguir é mostrado dois
quadros da correspondência entre as letras e cifras com cores.
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
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Tabela 1
LETRAS INICIAIS COR CORRESPONDENTE
BAV VERDE
BAW AZUL
BAX PRETO
Tabela 2
CIFRA COR DA FAIXA
0 PRETO
1 MARROM
2 VERMELHO
3 LARANJADO
4 AMARELO
5 VERDE
6 AZUL
7 VIOLETA
8 CINZA
9 BRANCO
Exemplos:
BC547B
B: Silício
C: Transistor para aplicações auditivas (Rthj-para> 15 K/W).
547 B: Sucessão alfanumérica de série.
AAZ15
A: Germânio
A: Diodo de comutação
Z: Uso o profissional
15: Sucessão alfanumérica de série
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
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BZY96C3V9R
B: Silício
Z: Diodo Zener
Y: Uso profissional
96: Sucessão alfanumérica de série
C: Tolerância de 5% sobre a tensão nominal que estabiliza
3V9: Tensão nominal 3,9 V.
R: Polaridade inversa
JEDEC
Este sistema é principalmente usado pelos fabricantes americanos.
É definido pela norma EIA RS-236-B, de junho de 1963. O código de
referência é apresentado basicamente como:
Um número + N + Sucessão alfanumérica de série
A cifra indica o número de junções do componente (1 para o
diodo, 2 para o transistor).
A letra N indica que o material usado é o silício.
Para a designação dos diodos, também existe uma forma
através de faixas de cores. Neste caso, a primeira cifra seguida pela
letra N não há correspondência com informação visual. A sucessão
alfanumérica que segue a letra N é codificada por um sistema de
faixas de cores com arranjo para as normas seguintes:
Sucessão de duas cifras: uma faixa preta seguida por duas faixas
representam uma cifra cada uma de acordo com o Tabela 3. Se existe
uma letra como sufixo, È codificado com uma quarta faixa de acordo
com a Tabela 3.
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
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Tabela 3
Cifra Cor Letra
0 PRETO -
1 MARROM A
2 VERMELHO B
3 LARANJADO C
4 AMARELO D
5 VERDE E
6 AZUL F
7 VIOLETA G
8 CINZA H
9 BRANCO J
Seqüência de Três Cifras: três faixas representando uma cifra cada
uma segundo a Tabela 3. Se existe uma letra como sufixo, se codifica
com uma quarta faixa segundo a Tabela 3.
Seqüência de Quatro Cifras: quatro faixas representando uma cifra
segundo a Tabela 3. Se existe uma letra como sufixo, se codifica com
uma quinta faixa segundo a Tabela 3.
Para a identificação do cátodo se utiliza na maioria dos casos
uma faixa de largura dupla como a primeira cifra mais próxima a este
terminal. Em outros casos, o grupo de faixas se agrupa claramente
ao cátodo, tendo que ser lidas desde o cátodo ao ânodo.
Exemplo:
2N5965
2: Duas junções, é dizer, um transistor.
N: Silício.
5965: Seqüência alfanumérica de série.
MANUAL DE USO DOS LABORATÓRIOS - DEEL
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JIS
Este sistema é utilizado pelos fabricantes japoneses (JIS -
Japanese Industrial Standards). Possui um código de nomenclatura
do tipo para transistores o qual consta basicamente de duas partes:
2S + seqüência alfanumérica de série
NORMAS ANTIGAS
Existem uma serie de normas obsoletas na atualidade, mais no
entanto estão presentes no mercado, como o sistema CV britânico ou
a norma européia antiga. Esta última é a mais importante. Seu
código de denominação de tipo consiste em:
Dois ou três letras + Seqüência numérica de série
A primeiras letra é O (dispositivo semicondutor). A segunda e a
terceira letras fazem referência a classe que pertence:
A: Diodo semicondutor
AP: Fotodiodo
AZ: Diodo Zener
OC, OD: Transistor
Exemplo:
OA90
O: Dispositivo semicondutor
A: Diodo semicondutor
90: Seqüência numérica de serie