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Formação de produtores de programas de rádio Manual de formação de produtores de programas de rádio

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programas de rádio

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Sobre as organizações envolvidas: FORCOM Fundado em 2004, o Fórum Nacional das Rádios Comunitárias, Organização Não Governamental designada por FORCOM , é um organismo colectivo, representativo e defensor dos interesses das Rádios Comunitárias de Moçambique. O FORCOM trabalha para promover o fortalecimento das Rádios Comunitárias nacionais com vista a assegurar a sua sustentabilidade a longo prazo. É, também, uma entidade privilegiada de interacção entre as Rádios filiadas, por um lado e, por outro, entre elas e as autoridades públicas em geral, nomeadamente o Governo de Moçambique, bem como o sector privado e outras forças vivas da sociedade. www.forcom.org.mz UNICEF UNICEF, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, foi estabelecido em 1946 pelas Nações Unidas e neste momento trabalha em 190 países através de Programas e Comités Nacionais. O seu objectivo fundamental é ajudar a criar um ambiente protector para as crianças do mundo inteiro. O UNICEF está presente em Moçambique desde 1975. As áreas focais actuais são a sobrevivência e desenvolvimento da criança, HIV e SIDA e educação básica com foco na igualdade de género, qualidade e protecção da criança. www.unicef.org/mozambique MEDIA SUPPORT A Media Support foi fundada como uma ONG inglesa independente e empresa de consultoria em 2001 com o objectivo de usar a mídia – particularmente a rádio – para oferecer informação e educação, e promover as metas de desenvolvimento e democracia nos países em desenvolvimento. Através da sua rede de especialistas, a Media Support trabalha com emissoras locais para criar programas de rádio e vídeo que ajudam as pessoas a entenderem as questões que afectam as suas vidas. A maior parte do seu trabalho concentra-se na formação e programação em rádio mas também inclui televisão, imprensa, internet e teatro comunitário www.mediasupport.org

Título: Manual de formadores de produtores - Um manual para formadores de produtores de rádios comunitárias © Texto: Media Support, FORCOM, UNICEF Autora e layout: Lena Vind-Andersen Assessoria Técnica da Media Support: Salvatore Fiorito, Nicola Harford, Rogeiro Matralha, Eunice Chichava Tradução, Revisão e Edição: Nadalina Sitoe Pscheidt Ano de produção: 2012 Impressão: Académica, Lda. A informação e ilustrações contidas nesta publicação podem ser livremente reproduzidas, publicadas ou usadas sem permissão da Media Support, FORCOM ou UNICEF. Contudo, estas organizações requerem que sejam citadas como fontes de informação. A primeira edição deste manual foi possível graças ao apoio do UNICEF. Os conteúdos são da responsabilidade dos autores e não reflectem necessariamente a opinião do UNICEF. Projecto N°: 2010-028/UNICEF Colaboradores chave que apoiaram o desenvolvimento deste manual: O Grupo de Referência, que realizou a revisão e aconselhamento: FORCOM: João dos Santos Jerónimo, Benilde Nhalevilo, Luísa Banze, Hortêncio Jeremias UNESCO: Zulmira Rodrigues, Noel Chicuecue, Lina Timana UNICEF: Dulce Nhacuongue O grupo de produtores e coordenadores de rádio, que fizeram o pré-teste dos materiais: João dos Santos Jerónimo, Hortêncio Jeremias, Olga Mutemba, Gerson Norte, John Chekwa, Suzana Langa, Anselmina Cesário, Octávio Fonseca, Amade Ismael, Luísa Banze A Media Support agradece a todos que contribuíram para a produção deste material, incluindo aqueles que não foram aqui mencionados pelo nome.

Referências Os exercícios e o material de apoio deste manual foram retirados de muitas fontes e adaptados para se adequarem ao propósito específico deste manual. A autora gostaria de agradecer as seguintes organizações pelos materiais inspiradores: Academy for Educational Development, International Center for Research on Women and International HIV/AIDS Alliance: Understanding and challenging HIV stigma - Toolkit for action, United Kingdom, 2007 Internews Network’s Local Voices program: Teaching Radio to journalists to report on HIV – A manual for trainers, Washington D.C., 2008 UNICEF-Bangladesh/Mozambique: VIPP. Visualização em Programas Participativos,1993 Ibis Mozambique: Como formar crianças, Manual de Rádio Infantil, 2005 Raising Voices: Training and Mentoring Skills Series, Kampala, Uganda, 2009, Panos Eastern Africa: Training for radio editors, producers and journalists for rural debate project, Kampala, Uganda, 2010

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Prefácio

Este manual faz parte de um conjunto de ferramentas desenvolvidas com objectivo de contribuir para o enriquecimento de todo o manancial de instrumentos e materiais que permitam a produção de melhores conteúdos para as rádios comunitárias. O processo da produção destes materiais foram acompanhados de uma Formação de dez (10) Formadores provenientes das Rádios Comunitárias como forma de potenciar e maximizar o capital humano existente ao nível das Rádios Comunitárias. O sector das Rádios Comunitárias em Moçambique é uma plataforma de advocacia e disseminação de informação valiosa atingindo Moçambicanos de diferentes origens no seu ambiente e língua local. O grande potencial das rádios comunitárias alcançarem e atraírem uma audiência grande e leal, através do desenvolvimento de conteúdos e participação da comunidade, é uma clara indicação de que a formação de produtores de rádio é essencial. O conjunto de ferramentas é constituído por três manuais e três guias temáticos: O Manual do Produtor é para o uso de todos os produtores de rádio locais. O manual apresenta métodos de trabalho úteis para a produção participativa de programas radiofónicos educativos para crianças e adultos em rádio comunitária. O Manual de Formadores de Produtores é para uso de formadores que pretendem educar produtores de rádio locais a produzirem bons conteúdos para rádio. Contém exercícios que podem ser usados para estruturar um curso. O Manual de Formação de Formadores é para uso de formadores que desejam educar outros formadores em habilidades de facilitação participativa. Contém informação básica acerca da aprendizagem humana e habilidades para a vida assim como exercícios que podem ser usados para estruturar um curso sobre como ensinar a ensinar. Para além disso, foram produzidos três (3) guias temáticos com o objectivo de apoiar os produtores das rádios comunitárias na sua importante tarefa de produzir programas em cada uma das três áreas temáticas: Direitos da Criança com enfoque na prevenção contra violência e abuso sexual da criança. Prevenção do HIV com foco no estigma. Sobrevivência e Desenvolvimento da Criança (Malária, Promoção de higiene, Prevenção da diarreia e cólera e Aleitamento materno). Cada guia é composto por uma secção de informação básica sobre cada assunto e uma secção que introduz a metodologia para transformar ideias e informações em programas locais contendo mensagens específicas e questões sensíveis nos temas seleccionados. Com esta iniciativa, o FORCOM espera contribuir para a necessidade contínua de capacitação para garantir uma produção, disseminação e monitoria de qualidade dos programas de rádio que possam trazer mudanças sociais e de comportamento dentro das comunidades que servem. Agradecemos ao UNICEF, a Media Support, ao Grupo de Referência e de Revisão e a equipa que

participou na produção dos exemplos áudio, pela sua incondicional contribuição na produção destas ferramentas. Acreditamos que estes produtos irão contribuir para a melhoria da qualidade dos pro-gramas produzidos nas rádios comunitárias. A todas e todos, o nosso KANIMAMBO!

Benilde Nhalevilo

Benilde Nhalevilo Directora Executiva do FORCOM 2012

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Bem vindo 7 1.1 A abordagem de desenvolvimento de conteúdo focalizado em comportamentos 8 1.2 O papel da informação num programa educacional 9 1.3 Formação em habilidades para a vida como parte integrante da formação em rádio 10

Indíce

Secção 1 Introdução

2.1. Visão geral dos exercícios 12 2.2.Como estruturar o seu curso 13

2.2.1 Formação para compreensão integral 13 2.2.2 Formação para habilidades ou situações específicas 15

2.3 Metodologia 16 2.4 Materiais 18 2.5 Planos de actividade 20

3.1 Registo das expectativas sobre o curso 22 3.2 Introdução da estrutura do curso 24 3.3 Desenhe a sua vida 25

Módulo 4.1 – Compreendendo a mudança de comportamento 27 4.1.1 O que é mudança de comportamento? 28 4.1.2 Clarificação de Valores 30

4.1.3 Quem sou eu? Clarificação de valores para crianças 34

4.1.4 Avaliação de risco, Bingo 36

4.1.5 Que factores nos fazem mudar? 39 Módulo 4.2 – Explorando um tema e obtendo ideias 44 4.2.1 Thema: Estigma em HIV: O que é estigma? 45 4.2.2 Thema: Violência contra as crianças: entendendo violência 47 Módulo 4.3 - Desenvolvimento de conteúdos de rádio 49 4.3.1 Método para desenvolvimento de conteúdos de rádio 50 4.3.2 Como aprender a usar o método de Pesquisa inicial 56 4.3.3 Como aprender a desenvolver um plano de conteúdos 57 Módulo 4.4 – Componentes do Programa 58 4.4.1. Spots 59 4.4.2. Produção de voxpop 61 4.4.3. Mini drama 63 A. Criando personagens sem estereótipos – “Competição de melhor Irmão/Irmã” 64 B. O que é assertividade? Desenvolvendo traços de carácter e comportamentos 67 C. Encontrando soluções. Desenvolvimento de cenas para mini-drama 70 D. Usando efeitos de som 71 4.4.4. Entrevistas de peritos 72 4.4.5. Debate radiofónico 74 A. A linha de opinião 74 B. Como moderar um debate na rádio 76 Módulo 4.5 – Evitando linguagem que estigmatiza na rádio 79 4.5.1. O que as pessoas dizem sobre... 80 4.5.2. O jogo relâmpago do diga/ não diga 82 4.5.3. Pensar palavras 84 Módulo 4.6 – Monitoria e avaliação de programas 87 4.6.1 A sanduíche de comentários 88 4.6.2 Avaliando os seus próprios programas 90 4.6.3 Comentários da audiência 91

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Secção 2 Como planear um curso 11

Secção 3 Exercícios de Introdução 21

Secção 4 Exercícios de Produção de Rádio 26

5.1. Escrita livre 94 5.2. Avaliação das habilidades dos participantes e objectivos do curso 96 5.3. Avaliação de expectativas 97 Anexo de imagens 98

Secção 5 Avaliação do curso 93

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Secção 1 Introdução

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Introdução

Bem vindo

Este manual é uma ferramenta de planeamento de cursos para produtores de estações de rádio comunitárias de todas as faixas etárias. Contêm uma vasta colecção de exercícios diferentes, apresentados de forma simples, com instruções para a sua facilitação e materiais de apoio. A abordagem e metodologia servem para o mesmo fim: equipar produtores de estações de rádio locais com habilidades para desenvolver conteúdos de qualidade para programas educativos de rádio. A abordagem usada neste manual coloca a análise de comportamentos como o ponto focal para o desenvolvimento de conteúdos para programas educativos de rádio. A metodologia é participativa e apoia a formação de habilidades para a vida que são necessárias na produção de rádio e em muitas outras áreas da vida. O manual é desenhado tendo em mente a flexibilidade, para permitir que o facilitador possa adaptá-lo às condições locais, diferentes durações dos cursos, tópicos, número e idade dos participantes e disponibilidade de materiais. O manual está dividido em 5 secções principais A primeira secção descreve o pensamento por trás da abordagem usada para o ensino e desenvolvimento de conteúdos de rádio deste manual. A segunda secção oferece uma orientação geral sobre como usar o manual para planear um curso A terceira secção contém exercícios de introdução a serem usados no início de um curso. A quarta secção apresenta todos os exercícios específicos para a produção de rádio. Esta é a secção central do curso e tem seis módulos que lidam com diferentes aspectos da produção de rádio. A quinta secção contém exercícios de avaliação geral do curso.

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1.1 A abordagem de desenvolvimento de conteúdo focalizado em comportamentos Programas educacionais normalmente tentam influenciar a sua audiência a adoptar uma mudança de comportamento desejada. A mudança de comportamento pode ser definida como a mudança nas práticas que são consideradas desejadas para melhorar a saúde e o bem-estar. Por exemplo, pode se desejar reduzir o risco do HIV entre pessoas com múltiplos parceiros concorrentes através do uso do preservativo. Ou ainda desejar aumentar a prática de lavagem de mãos correcta e consistente entre as crianças da escola. Para influenciar a mudança de comportamento desejada muitos programas educacionais usam informação factual e/ou informação sobre as consequências do "mau" comportamento como abordagem principal: “Se não lavar as mãos antes de comer, ficará doente.” “Se não usar o preservativo corre o risco de ser infectado pelo HIV.” Porém, o simples facto de se ter conhecimento sobre comportamentos de risco, muito raramente significa, por si só, que a pessoa sentir-se-á motivada a mudar algo na sua própria vida. As pessoas mudam os seus estilos de vida mais frequentemente por influência do seu círculo social mais próximo, a família, amigos e colegas. Outras fontes de influências vêm da comunidade religiosa, escola, mídia e outras que as pessoas visitam, vêem, ou ouvem dizer e assim escolhem agir ou não de acordo com o que é visto como um comportamento aceitável dentro da sua própria rede social. As opiniões e valores pessoais – próprias e de outras pessoas – têm grande influência sobre o que se escolhe fazer. Então, como produzir programas de rádio que possam influenciar padrões de comportamento? O primeiro passo é, talvez, perceber um aspecto fundamental sobre a comunicação via rádio: Programas de rádio não podem fazer com que as pessoas mudem de comportamento directamente – existem muitos outros factores que desempenham um papel quando as pessoas decidem mudar as suas atitudes e comportamentos. Mas os programas de rádio podem levar as pessoas a pensarem e é desse modo que a comunicação radiofónica funciona a nível do ouvinte: O ouvinte escuta algo que lhe provoca ou lhe inspira a prestar atenção a um determinado assunto. Alguns irão tomar alguma acção, outros não. Mas o facto de um programa de rádio poder semear aquele primeiro pensamento é o que dá a rádio a sua grande força para fins educativos.

Desenvolvimento de conteúdo

focalizado em comportamentos

Cada aprendizagem, percepção e comportamento novos começam com um processo de pensamento individual. A tarefa de atiçar o pensamento que inicia este processo através da apresentação de algo que o ouvinte pode relacionar com a sua própria vida, cai sobre o produtor do programa.

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O papel da informação num

programa educacional

1.2 O papel da informação num programa educacional Não se pode subestimar o papel da informação num programa educacional, mas essa informação é mais efectiva quando oferecida na quantidade certa, na altura certa e da maneira certa. Se o programa abordar principalmente explicações de informações factuais, não será a melhor maneira de fazer com que o ouvinte relacione essa informação com a sua própria vida. Como alternativa, os programas devem explorar, discutir e chamar atenção a como e porquê as pessoas comportam-se de certa maneira. Se alguém ouve na rádio algo que lhe faz pensar “ Oh, isto me lembra a maneira como o meu vizinho se comporta”, este pensamento mais provavelmente irá conduzir a uma acção (falar com o vizinho ou com a sua família) do que se ouvisse algo que lhe fizesse pensar “Oh, não sabia que uma percentagem tão grande de crianças é maltratada pelos seus pais”. Mas também deve se ter em conta que independentemente do modo como a informação é dada, é possível que não haja nenhuma acção, contudo, se os ouvintes puderem relacionar-se pessoalmente com algo, pelo menos irão pensar mais sobre o assunto. A abordagem de produção radiofónica usada neste manual tem os comportamentos como o ponto focal para o desenvolvimento de um programa educacional. Os tópicos dos programas são desenvolvidos de acordo com os factores que impedem ou apoiam certos comportamentos. Contudo, não é possível ensinar aos produtores como fazer programas focalizados em comportamentos e maneiras de muda-los sem lhes fornecer uma explicação ampla sobre que factores influenciam a mudança de comportamentos. Os participantes precisam de entender não só que os valores e atitudes em geral afectam comportamentos mas também como esses valores e atitudes afectam a sua própria percepção do mundo a um nível pessoal. Só depois é que podem verdadeiramente apreciar o forte impacto que podem ter no pensamento das pessoas. Um módulo central deste manual “Compreendendo a Mudança de Comportamento” lida com a maneira como ensinar esta matéria.

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1.3 Formação em habilidades para a vida como parte integrante da formação em rádio Para produzir rádio é necessário possuir algumas habilidades para a vida, por exemplo: A habilidade de estruturar e categorizar informação, reflectir nas suas próprias atitudes e comportamentos, avaliar e entender as coisas que influenciam a vida, pensar em soluções alternativas para resolver conflitos, funcionar em grupos e equipes defender o seu ponto de vista e debater tomada de decisões reflectir criticamente sobre informação e analisar as influências da

mídia e dos pares tais como atitudes, valores, normas sociais e crenças e os factores que os influenciam.

Os exercícios deste manual foram elaborados com este aspecto em mente. Habilidades para a vida são habilidades valiosas a ensinar a crianças e adolescentes e dado que são uma pré-condição para se poder desenvolver programas educativos criativos, devem também estar bem desenvolvidos nos produtores de rádio adultos. O facto de muitos exercícios treinarem especificamente habilidades para a vida pode ser usado como uma ferramenta de planeamento assim como descrito na secção a seguir.

Habilidades para a vida como parte

integrante da formação em rádio

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Como planear um curso Nesta secção apresenta-se uma visão geral dos exercícios e módulos, e sugestões sobre como estruturar um curso para diferentes propósitos, com exemplos de planos de curso.

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Os exercícios estão divididos em 3 secções principais:

Exercícios de introdução do curso: São essenciais para qualquer curso e lidam com a apresentação do conteúdo do curso e apresentação dos participantes. Use estes exercícios ou variações destes no início de cada curso.

Exercícios de produção de rádio: Esta é a secção central do curso e tem seis módulos que lidam com diferentes aspectos da produção de rádio. Os módulos são: Módulo 1 – Compreendendo a mudança de comportamento: O objectivo deste módulo é fazer os participantes entenderem o que significa mudança de comportamento e que factores a influenciam. Use o módulo inteiro, ou partes dele, em todos os cursos, para ensinar conhecimentos básicos sobre o assunto. Módulo 2 – Explorando um tema e obtendo ideias: O propósito deste módulo é fornecer sugestões sobre como um tema pode ser explorado e relacionado com o contexto local, e ensinar aos participantes como organizar ideias que mais tarde podem ser usadas como tópicos de pesquisa para produção de rádio. Use estes exercícios para introduzir novos temas ou explorar detalhadamente um tema durante o curso. Módulo 3 – Desenvolvimento de conteúdos: Este módulo centraliza-se no desenvolvimento de conteúdos para rádio e introduz a metodologia básica para transformar informação em conteúdo apropriado para a rádio. Módulo 4 – Componentes do programa: O objectivo deste módulo é usar a produção de spots, voxpops, mini-dramas, entrevistas e debates como um meio de criar uma experiência prática de aprendizagem de produção de componentes de programas tendo em mente um fim e objectivo específico. Use os exercícios para a prática de produção de rádio “ao vivo” e para verificar se os participantes entenderam o que aprenderam. Módulo 5 – Evitando linguagem estigmatizante na rádio: O propósito deste módulo é ensinar os participantes como evitar estigmatizar e estereotipar na cobertura de HIV/SIDA para a rádio. Use os exercícios para consciencializar os participantes que a sua linguagem precisa de ser inclusiva e apropriada para a sua audiência. Módulo 6 – Monitoria e avaliação de programas: O objectivo deste módulo é ensinar aos participantes alguns métodos simples de avaliação e monitoria dos seus próprios programas. Use-os para ensinar sobre a qualidade do programa e hábitos que podem ajudar a melhorar a qualidade.

Exercícios de avaliação do curso: Elaborados para reflectir a aprendizagem individual sobre o curso e oferecer uma ferramenta para o facilitador verificar se o seu curso atingiu os objectivos, tanto dele como dos participantes. Use os exercícios, ou uma variação dos mesmos, no fim de cada curso.

2.1 Visão geral dos exercícios Visão geral dos exercícios

Secção 2 Como planear um curso

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Como estruturar o seu curso

Este manual foi desenhado tendo em mente a flexibilidade. Pode ser usado para desenhar cursos de diferentes durações e para diferentes grupos alvo. Existem muitas combinações que podem ser feitas na selecção de exercícios de diferentes módulos para criar aprendizagem em diferentes áreas ou formar habilidades específicas. Aqui apresentam-se sugestões sobre como moldar um curso adequado a uma variedade de objectivos. Não precisa de usar todos, seja criativo no seu uso.

2.2.1 Formação para compreensão integral Se usar quase todos os exercícios para um único curso poderá criar um curso integral adequado tanto para adultos como para crianças. O curso irá ensinar habilidades chave para a vida e oferecer conhecimentos sobre mudança de comportamento, desenvolvimento de componentes de rádio, avaliação e monitoria. Para realizar todos os exercícios precisa de um curso de cinco dias inteiros. Veja o exemplo de um plano de curso abaixo.

Secção 2 Como planear um curso

Para grupos editoriais de adultos ou crianças mais velhas, todas as compo-nentes do curso

Dia 1 Dia 2 Dia 3 Dia 4 Dia 5

Manhã 1 Exercícios de Intro-dução 3.1 +3.2 Mudança de compor-tamento 4.1.1 + 4.1.2

Entrevista (1) 4.3.5

Voxpop 4.3.2 Linguagem 4.4.1.

Drama 4.3.3 A

Debates 4.3.6 A + 4.3.6 B

Manhã 2 Mudança de compor-tamento 4.1.4

Linguagem 4.4.2 + 4.4.3

Drama 4.3.3 B

Avaliação do programa 4.5.1

Desenvolvi-mento de conteúdo 4.3.2 + 4.3.3

Tarde 1 Mudança de com-portamento 4.1.5

Entrevista (2) 4.3.5

Drama 4.3.3 C

Monitoria 4.5.2

Tarde 2 Tema 4.2.1/2

Spot 4.3.1 Efeitos de som 4.3.4

Avaliação do curso 5.1 + 5.2 + 5.3

Se estiver a formar crianças mais novas, aqui está uma sugestão para um curso de introdução mais adequado para crianças de 8 a 10 anos:

Para crianças mais novas, ferramentas básicas e produção de drama

Dia 1 Dia 2 Dia 3

Manhã 1 Exercícios de intro-dução 3.1+ 3.2 +. 3.3 Mudança de com-portamento 4.1.1

Desenvolvimento de conteúdo 4.3.2

Desenvolvimento de conteúdo 4.3.3

Manhã 2 Mudança de com-portamento 4.1.3

Tarde 1 Drama 4.3.3 B Drama 4.3.3 C Voxpop 4.3.2

Tarde 2 Tema 4.2.1/2 Drama 4.3.3 C Avaliação do curso 5.1 + 5.2 + 5.3

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Formação para habilidades ou

situações específicas

Secção 2 Como planear um curso

2.2.2 Formação para habilidades ou situações específicas Os exercícios podem ser usados para cursos mais curtos ou sessões de meio dia focalizadas no desenvolvimento ou formação de habilidades para a vida ou habilidades de produção de rádio específicas. Isto pode ser útil em muitas situações, pode ser que o grupo de participantes consiste de adultos e crianças de diferentes grupos alvo, com diferentes necessidades; pode ser que só possam participar em cursos curtos e somente em algumas alturas do dia; pode ser que sejam produtores já experientes que queiram formação adicional numa determinada habilidade. Abaixo estão algumas sugestões: Todos os exercícios ensinam certas habilidades para a vida e um curso curto pode ser moldado para formar habilidades específicas.

Para habilidades de pensamento crítico/tomada de decisão

Para habilidades de gerir situações e auto-gestão

Todos os exercícios do módulo 4.1 e 4.2 têm um foco específico no pensamento crítico e tomada de decisão, assim como o exercício 4.3.3A da secção de mini-drama e todo o módulo 4.4 sobre linguagem. Os módulos sobre desenvolvimento de matriz de pesquisa e plano de conteúdos do Manual do Produtor também ensinam estas habilidades e podem ser usados somente para ensinar habilidades de recolha de informação. Ou use, por exemplo, os exercícios 4.1.1 e 4.1.3 e exercícios 4.2.1 e 4.2.3 para ensinar crianças do clube da escola a identificarem os comportamentos que mais lhes preocupam para que possam fazer sugestões de tópicos para rádio. Pode também usar o módulo 4.4 sobre linguagem para criar uma sensibilização sobre o uso de linguagem apropriada num grupo que trabalha em programas de saúde.

Para ensinar a auto consciência de direitos, influências, valores e atitudes e também habilidades de auto-avaliação use o módulo 4.1, tanto para um grupo de adultos como para adolescentes. Pode combina-lo com o exercício 4.3.3A sobre mini-drama e/ou com o exercício 4.4.1 sobre linguagem para criar um curso que irá permitir aos participantes melhor analisarem a si mesmos e a comunidade a sua volta. Finalmente, todos os exercícios de produção ensinam a gerir o tempo o que é uma habilidade importante para produtores de rádio que tra-balham com prazos e sobre pressão para ajustar espaços de program-as de duração fixa. Um curso para crianças ou novos produtores desenhado para ensinar tanto isto como habilidades básicas de pro-dução pode começar com os exercícios 4.2.2 + 4.2.3 e usar as ideias aqui geradas para ensinar diferentes componentes de programas, isto é, usar uma ideia para ensinar voxpop, outra para spot, etc. Alterna-tivamente, pode dar ao grupo, uma matriz de pesquisa e/ou plano de conteúdos já preenchidos para cada componente e pedir-lhes para usa-los no desenvolvimento dos conteúdos das componentes - isso irá aprimorar as suas habilidades de desenvolvimento de mensagens. Porque a metodologia é participativa e exige que todos falem e

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contribuam durante o curso, as habilidades de comunicação são treinadas em todos os exercícios. Escuta activa é especificamente treinada durante os exercícios de avaliação de programas no módulo 4.5. Use este módulo para ensinar uma equipa de produção a fazer comentários. Ou insira o primeiro exercício do módulo 4.5 em qualquer curso onde pede aos participantes que comentem sobre o desempenho uns dos outros. Outra opção é realizar um curso que ensina especificamente habilidades de comunicação em entrevistas escolhendo exercícios que usam técnicas de entrevista diferentes. Use o exercício 4.1.1 para ensinar testemunhas, o exercício 4.3.1.sobre spots para trechos de som e entrevistas de pesquisa e o exercício 4.3.4 para entrevistas de peritos. Todos os exercícios de mini-drama são particularmente bons para ensinar habilidades de cooperação e trabalho em equipa, advocacia, negociação, gestão de conflito e recusa. São apropriados tanto para adultos como para crianças e o módulo pode ser ensinado em separado num curso de um dia. Combine-o com um exercício de exploração de tema (4.2.1/2) para garantir que está a trabalhar com cenários relevantes para dramas. Os exercícios sobre debate (módulo 4.5) são exclusivamente focalizados em habilidades de advocacia, negociação e recusa e funcionam bem em combinação com o exercício 4.3.3.B sobre mini-drama. Use estes exercícios para ensinar habilidades de moderação de debates a um grupo de produtores durante meio dia, ou use-os em combinação com o módulo 4.1 sobre mudança de comportamento e um exercício sobre exploração de tema (4.2.1/2) para criar um curso para adolescentes sobre como criar mudanças nas suas próprias vidas.

Secção 2 Como planear um curso

Para habilidades de comunicação interpessoal Formação para habilidades ou

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Metodologia

Discussão:

Grupos de 3-5 participantes:

Entrevistas dois a dois:

Discussões em plenária:

Chuva de ideias:

Breves palestras:

Escrever individualmente:

Secção 2 Como planear um curso

2.3 Metodologia Este manual foi elaborado usando uma metodologia participativa de ensino. O manual não é uma série de aulas, o método participativo usado serve vários propósitos:

Em primeiro lugar, o manual não tenta somente mudar comportamentos que exigem mais do que informação através da rádio, ensinar rádio não pode ser atingido tratando os participantes como uma audiência passiva. As pessoas aprendem melhor descobrindo as coisas por si mesmas, aprendem fazendo: partilhando preocupações e experiências; discutindo, analisando e pesquisando assuntos; resolvendo problemas; ouvindo, planeando e produzindo rádio.

Em segundo lugar, os métodos usados são adequados tanto para ensinar adultos como crianças. Os exercícios foram desenhados para acomodar diferentes tipos de formandos e diferentes faixas etárias e cada um deles apresenta notas para adaptá-los especialmente para crianças.

Em terceiro lugar, os métodos apoiam a formação de várias habilidades para a vida. Irão fazer com que os participantes pensem, não só sobre rádio mas também sobre a maneira como eles olham para si mesmos e para o mundo.

O manual usa os seguintes métodos: Todas as sessões, a um maior ou menor grau, são elaboradas em torno de discussões. É o principal método para reflectir sobre experiências. São usados para encorajar que todos participem nas discussões. Algumas pessoas são relutantes em relação a falar em grupos grandes, mas em pequenos grupos sentem-se mais confortáveis. Grupos de 3-5 pessoas podem também ser usados para explorar tópicos, planear e produzir elementos de rádio. Duas pessoas sentadas lado a lado ou escolhidas aleatoriamente entrevistam-se uma a outra sobre um tópico ou discutem pontos que surgem durante o curso. Isto garante a participação de todos. Quem pode ficar calado num grupo de dois? São usadas para comparar ideias e reflectir sobre elas. Quando são usadas depois de trabalhos em grupo, o ponto de vista de cada grupo é apreciado, deste modo todos têm oportunidade de contribuir. A criação de ideias é um aspecto central da produção radiofónica. Este manual demonstra diferentes maneiras de incentivar a geração e análise de ideias usando papel gigante, cartazes, imagens e histórias. São usadas o mínimo possível, mais para o resumo das sessões ou para explicar factos ou procedimentos. É usado principalmente para incentivar um livre fluxo de ideias sobre assuntos pré-determinados.

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Encenações e mini-dramas:

Jogos:

Os participantes assumem personalidades fictícias e actuam numa peça, história ou cenário. Encenações encorajam reflexão e análise dos valores e atitudes pessoais, são úteis para criar discussões sobre os factores que influenciam as escolhas e comportamentos individuais e criam um ambiente seguro para discutir assuntos difíceis. Enquanto discutem as personagens, os participantes têm oportunidade de discutir os seus próprios problemas e dificuldades. Contudo, as encenações são difíceis de controlar e as vezes não oferecem os resultados esperados, por isso é preciso que os facilitadores estejam preparados para se adaptarem a diferentes situações e facilitarem a discussão de modo a maximizar o ensinamento. Ajude os participantes a prepararem encenações realísticas sobre as suas experiências durante o curso. Encenações realísticas possibilitam um maior nível de aprendizagem. Os jogos melhoram a concentração, confiança, espírito de equipa e relaxamento. Sem jogos uma formação torna-se muito aborrecida, a melhor aprendizagem é atingida se os participantes tiverem pequenos intervalos de tempo para relaxarem o cérebro uma vez a outra. O manual inclui alguns jogos de aquecimento em diferentes exercícios mas também pode usar os seus próprios jogos e canções durante o curso.

Secção 2 Como planear um curso

Lembre-se também que a divisão do grupo pode ser usada como forma de ter um pequeno intervalo divertido. Algumas sugestões são: ! Grupos de dois: Peça a metade dos participantes que lhe dê um objecto pessoal e ponha todos num saco, a outra metade vai tirando os objectos do saco para saber quem será o seu parceiro.

Diga aos participantes para formarem dois círculos, um dentro do outro. Ponha uma música e diga para moverem os dois círculos em direcções opostas. Pare a música. Os participantes dizem alô a pessoa do outro círculo que se encontrar a sua frente. Repita o procedimento algumas vezes e na última vez diga as pessoas para formarem pares com a última pessoa a quem disseram alô. (Este jogo também pode ser usado como forma de apresentar os participantes uns aos outros). Grupos de mais de dois: Diga aos participantes para contarem, em voz alta, um após o outro, e cada um diz um número. Devem contar até o número de membros dos grupos que precisa, isto é, se precisa de grupos de 4 participantes eles devem contar de 1 a 4 e o quinto participante recomeça a contar de 1. Depois peça a todos os que contaram “uns” para formar um grupo, todos os “dois” outro grupo e assim sucessivamente até ter o número de grupos desejado. Sorteio. Escreva números ou faça desenhos em pequenos pedaços de papel ou então use cartões coloridos para criar uma “lotaria” onde o número ou cor indica o grupo onde o participante irá ficar.

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Materiais

Os métodos usam uma variedade de materiais

para incentivar a geração e análise de ideias, criar pontos de partida para

discussões ou reflexões na aprendizagem e para

ajudar a planear, estruturar e avaliar os programas de rádio.

Papel Gigante:

Imagens e gráficos:

Histórias e enredos de encenações:

Material de escritório:

Secção 2 Como planear um curso

2.4 Materiais Cartões ou cartazes: Os cartões ou cartazes podem ser usados para obter ideias, criar tópicos para discussões e incentivar o envolvimento de todos. Os participantes, individualmente ou aos pares, podem escrever notas nos cartões e cola-los na parede ou organiza-los no chão criando uma chuva de ideias visual rápida. Assim que todos acabam de escrever, os cartões são organizados em categorias e discutidos. Cartões também são usados para discutir traços de carácter ou papéis pré-determinados nas encenações, ou para escrever declarações ou valores em exercícios de discussão sobre valores, comportamentos e linguagem. Finalmente, podem também ser usados em jogos. Se os cartões ou cartazes de diferentes cores não estiverem disponíveis em grandes quantidades pode-se usar papel normal com marcadores de diferentes cores. Papel gigante pode ser usado para resumir rapidamente os pontos de uma discussão. Contudo é importante que o facilitador não passe a maior parte do tempo a escrever, deve escrever somente breves notas quando usar o papel gigante desta forma. Papel gigante também pode ser usado para chuva de ideias rotativa: Os participantes dividem-se em grupos e dá-se um tópico a cada grupo. Os grupos escrevem os pontos sobre o seu tópico no papel gigante e depois de dois ou três minutos mudam para outro tópico e adicionam novos pontos. Durante este exercício os grupos contribuem para todos os tópicos. Se não estiverem disponíveis cavaletes para o papel gigante, pode se colar os papéis nas paredes ou colocar no chão. Em alguns casos, quadro e giz serão suficientes. No fim do manual irá encontrar 12 imagens em anexo que podem ser usadas em diferentes exercícios. Algumas mostram diferentes locais, outras mostram diferentes personagens e outras mostram diferentes actividades. As imagens oferecem uma inspiração visual para discussões sobre desenvolvimento de tópicos, personagens de dramas e encenações, uso de efeitos de som e para entender e relacionar um dado tema ou tópico às condições locais e experiências pessoais. Irá precisar somente de uma cópia das imagens que decidir usar nos exercícios, então o número de cópias necessárias é limitado. Se ainda assim isto não for possível, pode usar uma palavra e/ou frase para descrever a cena ou pessoa da imagem. (Por exemplo: Mercado, clientes regateando preços, rio, mulher lavando roupas e crianças tomando banho, etc.) Gráficos que ilustram mudança de comportamento podem ser encontrados junto aos exercícios onde são usados. Quando necessário, estes são fornecidos nos exercícios. Histórias e encenações ajudam as pessoas a imaginarem soluções criativas para os problemas. Também são úteis para ensinar o desenvolvimento de cenas no mini-drama. Pode usar as suas próprias histórias ou cenários em substituição dos oferecidos nos exercícios se desejar que sejam focalizados noutros tópicos. Irá precisar de uma certa quantidade de canetas, marcadores, papel gigante, blocos de notas, etc., dependendo do número de participantes. Em alguns casos pode se usar quadro e giz como alternativa.

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Materiais áudio:

Folhetos:

Equipamento técnico:

São exemplos pré-gravados de elementos, formatos e efeitos de som de programas de rádio. Como a rádio depende da comunicação áudio, qualquer formação sobre planeamento e programação de rádio deve ter várias sessões dedicadas simplesmente a escuta de rádio. Essas sessões de escuta podem ser usadas como exemplos curtos antes de os participantes produzirem algo semelhante ou podem ser usados em discussões sobre avaliação de programas onde podem ser tocados muitos exemplos bons e maus. Finalmente, os participantes irão produzir muitas gravações tanto antes como durante o curso que poderão ser escutadas e avaliadas. O teste definitivo de qualquer programa é saber se ele pode manter o interesse do ouvinte. Para entender o que faz um programa ser digno de escuta é preciso escuta-lo – não só ler ou ouvir falar sobre ele. Materiais áudio são oferecidos no cd em anexo ao Manual do Produtor. A matriz de pesquisa referida neste manual pode ser encontrada e copiada nos guias temáticos. Os planos de conteúdos podem ser encontrados no módulo 3 do Manual do Produtor. Eles são usados para os exercícios de desenvolvimento de conteúdos básicos de rádio. Versões em branco de ambas ferramentas podem ser encontradas nos módulos 2 e 3 do Manual do Produtor. Factores que influenciam mudança de comportamento são uma lista de factores pessoais, sociais e ambientais. Pode ser encontrada no exercício onde é usada. Se não for possível fazer cópias de todos os folhetos para distribuir aos participantes do curso, pode copiar metade do número necessário, assim poderão observar o folheto em grupos de 2. Alguns folhetos não precisam de ser distribuídos, alternativamente podem ser colocados na parede ou no chão onde todos possam vê-los. Idealmente, equipamento para gravar, editar e tocar programas devia estar disponível durante o curso. Para melhores resultados cada equipamento só pode ser partilhado por um máximo de 2 participantes, isso mantém um mínimo de tempo usado para gravação durante o curso. Se os equipamentos de gravação forem insuficientes ou se houver muitos participantes que em termos práticos só podem ser divididos em grupos de 3-4 pessoas, os exercícios práticos de rádio podem ser realizados na forma de teatro áudio. Os participantes formam grupos que encenam o conteúdo de um voxpop, debate ou spot, a audiência ouve a encenação de costas para os apresentadores, imitando a situação de ouvintes de rádio que dependem só do som para entenderem os programas. O equipamento mais importante é um leitor de CDs com som alto para todos ouvirem. Seria bom ter opções de edição mas só é possível planear a edição digital de algo durante o curso se um técnico de edição estiver disponível e se tiver equipamento de edição suficiente para que vários participantes editem os seus trabalhos ao mesmo tempo. A última opção requer que se saiba de antemão se os participantes têm algum conhecimento e habilidade para edição. Edição digital leva tempo, se houver poucos equipamentos de edição disponíveis e tempo não for problema, os exercícios que envolvem edição podem ser feitos durante um período de vários dias. Se o tempo for curto, existem exercícios que somente requerem uma simples gravação sem necessidade de edição.

Secção 2 Como planear um curso

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Objectivo:

Preparativos: Espaço e disposição das cadeiras: Duração: Materiais:

Habilidades para a vida:

Secção 2 Como planear um curso

2.5 Planos de actividade O manual é composto de vários exercícios de formação, cada um com um plano de actividades detalhado. Os planos irão ajudá-lo a executar cada exercício. Assim que seleccionar um exercício, leia todo o plano de actividade para ter uma ideia do que é necessário. Certifique-se que o objectivo, métodos e requisitos de logística do exercício estão claros para si, isto irá ajudá-lo a preparar-se. Cada plano de actividade contêm:

Objectivo: O objectivo geral do exercício e os conhecimentos que as pessoas irão adquirir ou o que serão capazes de fazer no final da sessão.

Preparativos: Qualquer preparativo que precisa de fazer antes de começar o exercício.

Espaço e disposição das cadeiras: Como organizar o local de formação.

Duração: Estimativa de tempo necessário para cada exercício. O tempo irá variar de acordo com o tamanho do grupo, as durações propostas são para grupos de 10 pessoas, grupos maiores precisam de mais tempo.

Passos: Descrição passo a passo dos métodos envolvidos no exercício e o conteúdo da formação. Os passos são o centro de cada plano de actividade e incluem informação sobre sub-tópicos, questões usadas para orientar as discussões ou para o processo de conhecimento e resumos dos pontos a serem enfatizados no fim de cada actividade.

Notas para os facilitadores: Notas sobre a importância do exercício, conselhos extra sobre como facilitar o exercício e outras sugestões . !

Materiais: Equipamento técnico, material de escritório, encenações, imagens, folhetos, etc., que são usados durante as sessões de formação. As imagens usadas no exercícios 4.2.1 e 4.2.2, estão em anexo no fim do manual.

Conselhos sobre como realizar o exercício com crianças.

Para crianças

Habilidades para a vida: Lista as habilidades para a vida treinadas em cada exercício.

Planos de actividade

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Exercícios de Introdução

O primeiro dia de qualquer curso, não importando a duração, deve incluir algumas reflexões iniciais acerca do que os participantes pretendem atingir, uma introdução ao plano do curso, e alguns jogos básicos para que as pessoas se conheçam. Essas actividades ajudam a dar a todos um entendimento básico sobre o conteúdo do curso e o que se pretende alcançar. Também ajudam a movimentar o grupo e deixar as pessoas mais confortáveis umas com as outras. Os exercícios sugeridos nesta secção podem ser adaptados para diferentes faixas etárias e restrições de equipamentos. Antes de começar com os exercícios, é importante distribuir crachás com os nomes dos participantes para todos, incluindo os facilitadores.

Secção 3 Exercícios de Introdução

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Preparativos: Se possível, peça aos participantes que pensem nas perguntas com antecedência e tenham as suas respostas prontas quando o curso começar.

Espaço e disposição das cadeiras: Sentem-se em círculo nas cadeiras ou no chão, com um espaço aberto no meio. As mesas e cadeiras podem ser posicionadas nos lados da sala para que as pessoas possam usá-las para sentar e escrever as suas respostas individualmente.

Secção 3 Exercícios de Introdução

3.1 Registo das expectativas sobre o curso EXERCÍCIO CHAVE

7 Passos: Discussão baseada em cartões: 1. Distribua 4-6 cartões de duas cores diferentes a cada participante. 2. Organize uma votação para decidir que cor de papel deverá ser usado para que sentimento. 3. Explique que as respostas serão anónimas, isto dá as pessoas maior liberdade para escreverem o que pensam. Eles devem usar um cartão, na cor escolhida, para cada assunto. 4. Todos devem escrever as suas expectativas em relação ao curso, por exemplo, duas ou três coisas que esperam aprender/experimentar durante o curso e outras duas/três coisas que gostariam de evitar ou que receiam que sejam aborrecidas. 5. Ponha os cartões no chão no círculo formado pelos participantes. 6. Misture bem os cartões, divida-os por cores em dois montes, retire os cartões um por um, leia em voz alta e coloque-os na parede ou no chão, visíveis a todos participantes. A tarefa de retirar os cartões e ler em voz alta pode ser partilhada por todos, se algo não for bem legível, peça pessoas diferentes para tentarem ler em vez de pedir a pessoa que escreveu o cartaz. Quando houver respostas semelhantes, pergunte ao grupo se as respostas devem fazer parte do mesmo grupo. No fim, teremos grupos de cartões diferentes que ilustram os assuntos chave. Não elimine os duplicados dado que cada um representa a opinião de um participante e o facto de várias pessoas terem a mesma opinião ajuda a visualizar a importância do assunto. 7. Reflexão: Quando todos os cartões tiverem sido lidos, discuta com os participantes se é necessário mudar a posição de alguns cartões para outro grupo. Assim que todos concordarem com a posição dos cartões, cole-os num papel ou na parede. Descubra o que é que os participantes realmente precisam de aprender. Pergunte-se: O que realmente precisam de saber ou fazer? Quais são alguns dos problemas que enfrentam no seu trabalho? Que novas atitudes e conhecimentos realmente fariam diferença no

seu trabalho? Resumo: Explique que todos terão oportunidade de ver os cartões novamente, na altura em que fizerem a avaliação final do curso.

Objectivos: Convidar os participantes a reflectirem sobre como o curso poderá afecta-los e o que gostariam de aprender. Isto serve como um instrumento para que o facilitador fique ciente das expectativas e preocupações dos participantes de modo a poder abordá-las e para dar informação sobre o conteúdo do curso. Também fornece indicadores para medir a satisfação e sucesso dos participantes que poderão ser avaliados no fim do curso. No final desta sessão os participantes serão capazes de: Identificar e analisar

assuntos, interesses e ansiedades comuns do grupo.

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Materiais: 4-6 Cartões de duas cores diferentes por cada participante. Quanto maior for o grupo de participantes, mais restrito terá de ser o número de perguntas que cada um irá responder. Papel gigante, cola, fita-cola ou cavilhas dependendo da superfície da sala do curso.

Habilidades para a vida: Prática de leitura, escrita e comunicação verbal. Pensamento Crítico: Aprender a categorizar ideias múltiplas usando sub-tópicos. Habilidades de análise para considerar motivações pessoais. Cooperação e Trabalho de Equipa: Mostrando respeito pelas contribuições e estilos diferentes dos outros.

Secção 3 Exercícios de Introdução

Notas para os facilitadores: Use este exercício quando é previsto que haja muitas respostas semelhantes de um grande grupo de participantes, ajuda a recolher rapidamente muitas ideias dos participantes e as ideias são visualmente estruturadas para identificar assuntos chave. Este método é também útil para planear actividades conjuntas dado que permite um processo de associação de ideias. Quando usado para fins de introdução, pode ser usado para abordar rapidamente preocupações iniciais mostrando aos participantes que as suas ideias são ouvidas. Os assuntos chave sobre a facilitação e conteúdo do curso levantados durante este exercício podem também ser usados como base para explicar a estrutura geral do curso no próximo exercício.

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Se os participantes forem crianças pequenas com dificuldades para escrever ou se for um grupo grande de adultos é melhor fazer o exercício pedindo a cada participante que diga uma ou duas coisas que gostaria de aprender e uma ou duas coisas que teme que sejam aborrecidas. No caso de grupo de crianças pode fazer um desenho para ilustrar cada assunto abordado e no caso de grupos grandes de adultos arranje um co-facilitador ou peça que um participante lhe ajude a anotar as respostas dadas.

Para crianças ou grupos com mais de 10 pessoas

Duração: 30- 50 minutos

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Preparativos: Produza e tire cópias do plano do curso para todos os participantes se for possível em termos de número de participantes e fundos existentes, se não for possível, cole o plano na parede para que todos o possam ver. Pode usar papel gigante para uma versão grande do plano, se for necessário.

Espaço e disposição das cadeiras: Todos os participantes, incluindo os facilitadores, sentam em círculo ou semi-círculo. Duração: 5-20 minutos dependendo da duração do curso e do número de perguntas dos participantes. Materiais: Cópias do plano do curso para todos os participantes. Habilidades para a vida: Comunicação verbal e visual.

Secção 3 Exercícios de Introdução

3.2. Introdução da estrutura do curso EXERCÍCIO CHAVE

2 Passos: 1. Distribua o plano do curso por todos os participantes ou fique ao lado de um plano do curso ampliado e colado na parede. Apresente o plano no geral, sem discutir detalhes de técnicas e exercícios. Ao longo da apresentação do curso, poderá abordar os assuntos chave mencionados no exercício anterior. Questões de logística devem ser abordadas imediatamente no princípio do curso ou então pode marcar uma hora no plano do curso para lidar com estas questões em separado. É importante informar aos participantes sobre estes arranjos para evitar que factores externos negativos influenciem desnecessariamente a avaliação do curso pelos participantes. 2. Dica: Pode aproveitar a ocasião da apresentação do plano do curso para decidir sobre ou apresentar as regras de conduta a serem respeitadas durante o curso. Por exemplo: Pontualidade Respeitar a opinião dos outros Falar em voz alta Telefones no silêncio Evitar saídas desnecessárias Ser objectivo nas intervenções Evitar secundar desnecessariamente Pedir esclarecimento sempre que necessário

Notas para os facilitadores: Este exercício é usado para criar uma visão geral sobre o curso, ajuda a ver a estrutura geral do curso de forma rápida. O plano do curso distribuído pelos participantes não deve incluir detalhes das técnicas usadas (por exemplo, chuva de ideias rotativa, entrevistas dois a dois), detalhes de como se deve dividir os grupos ou qualquer outra informação relacionada com as tarefas dos facilitadores. O facilitador não deve explicar detalhadamente ou discutir com os participantes as técnicas a serem usadas antes de estes terem tido oportunidade de experimenta-las, avalia-las e entender a sua utilidade. Isto será realizado no final do curso aquando dos exercícios de avaliação.

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As crianças não se preocupam tanto como os adultos com a maneira como o seu tempo será preenchido, elas estarão mais interessadas em saber o que vai acontecer agora em vez do que vai acontecer amanhã. Ainda assim deve apresentar o plano do curso mas isso pode ser feito com menos detalhes, somente mencione os principais temas ou tarefas para cada dia. Encoraje-os a fazerem perguntas e dê as respostas. Pergunte: Quais destes temas/tarefas estão mais ansiosos por aprender? Quais destes parecem aborrecidos?

Para crianças

Objectivos: Garantir que todos os participantes sejam informados sobre os horários exactos do curso, os seus deveres e que tenham uma visão geral sobre o plano do curso. Serve para acalmar a ansiedade dos participantes sobre “o que vamos fazer durante todos estes dias”. No final desta sessão os participantes serão capazes de: Compreender o plano do

curso e saber o que se espera deles.

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Preparativos: Prepare um desenho para cada um dos facilitadores e pendure-os para servirem como exemplos antes do início do exercício, alternativamente, faça o desenho na mesma altura em que os participantes fazem os seus.

Espaço e disposição das cadeiras: Os participantes devem sentar-se individualmente, onde se sentirem mais confortáveis, pode ser nas mesas ou no chão. Duração: 20-40 minutos dependendo se inclui apresentação ou não. Materiais: 1 papel gigante para cada participante ou cartões pequenos dependendo de quantas coisas eles devem desenhar. 2-3 Marcadores e lápis de cera em cores diferentes para todos os participantes. Habilidades para a vida: Habilidades de comunicação visual.

3.3. Desenhe a sua vida

Secção 3 Exercícios de Introdução

Para grupos de crianças que se conhecem bem pode simplesmente pedir que façam desenhos dos seus passatempos.

Para crianças

Notas para os facilitadores: Este exercício é especialmente útil quando os participantes vêm de diferentes lugares e organizações e não se conhecem. É igualmente importante para a descoberta de novos aspectos sobre cada pessoa para participantes que já se conheciam. Os exercícios podem ser adaptados para se adequarem a maneira como as pessoas se conhecem. Em combinação com o exercício 4.3.1 sobre a produção de spot, os desenhos também podem ser usados como base para uma entrevista para descobrir os tópicos a serem usados numa apresentação radiofónica de um spot dos participantes. Se os materiais não forem suficientes para todos, existem outras maneiras de apresentar as pessoas umas as outras, por exemplo, pode se fazer um jogo em que os participantes vão chutando uma bola uns aos outros e quem apanha a bola deve apresentar três factos sobre si mesmo. Outra opção é entrevistarem-se uns aos outros em pares e depois apresentar ao resto do grupo o que cada um aprendeu sobre o outro.

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2 Passos: Desenhe a sua vida: 1. Distribua papel em branco para todos participantes e peça-lhes para desenharem uma apresentação deles mesmo incluindo a família, trabalho e três coisas que gostam de fazer como diversão/passatempo/actividades favoritas. Podem desenhar símbolos simples e escrever uma palavra em baixo de cada desenho, devem também incluir o seu nome. Deixe claro que não é a qualidade do desenho que importa, mas sim a ideia por trás de cada desenho pois cada desenho representa um aspecto real da vida da pessoa. Todos desenham as suas apresentações individualmente nas mesas ou onde se sentirem confortáveis. Dê 20 minutos para que cada um termine o seu desenho.

Apresentação de resultados: 2. Pendure os papéis na parede para que todos possam estudá-los durante o intervalo, ou se o tempo permitir, cada participante pode fazer uma breve apresentação (2 minutos cada) do seu desenho antes que seja pendurado. Seja rigoroso em relação ao tempo das apresentações, para esse efeito poderá usar um cronómetro. É bom introduzir rigorosidade em relação ao tempo desde o início do curso dado que a maior parte dos exercícios radiofónicos irão exigir que os participantes mantenham as suas falas e gravações dentro de certos limites de tempo. A gestão do tempo é uma das habilidades mais importantes dos produtores de rádio.

Objectivos: Fazer com que os participantes se conheçam uns aos outros e criar um ambiente de interacção informal. Serve para que cada um se apresente dando informação sobre factos pré determinados. No final desta sessão os participantes serão capazes de: Conceptualizar as suas

actividades diárias e seus passatempos em termos simbólicos.

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Secção 4 Exercícios de Produção de Rádio

Exercícios de Produção de Rádio Esta secção constitui a maior parte do curso e está organizada em 6 módulos principais. O módulo 1 não é directamente orientado para a produção de rádio mas ainda assim é essencial para criar um entendimento do que significa mudança de comportamento e como iniciar a produção de programas que podem influenciar esta mudança. O módulo 2 contêm sugestões sobre como criar ideias e incentivar discussões que podem ajudar os participantes a relacionarem conteúdos temáticos com as suas próprias vidas. Para um facilitador, estes são exercícios que podem ser usados tanto no início como durante o curso para introduzir e explorar diferentes temas. O módulo 3 fala sobre desenvolvimento de conteúdos e introduz duas ferramentas que ajudam a transformar informação e ideias em conteúdos de programas de rádio. O módulo 4 oferece maneiras inovativas para ensinar sobre produção prática de rádio, especialmente spots, voxpops, mini-drama, entrevistas e debates. O módulo 5 fala sobre linguagem e lida com a importância do uso de termos apropriados e expressões que evitam estereótipo e estigma intencional ou não. O módulo 6 apresenta os tópicos sobre monitoria e avaliação. Exercícios de diferentes módulos podem ser misturados e usados em conjunto para atingir objectivos específicos do curso. Poderá também decidir fazer só alguns dos exercícios num módulo. Preste atenção àqueles marcados como EXERCÌCIOS CHAVE para ajuda-lo a decidir quais os mais importantes a ensinar.

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Compreendendo a mudança de comportamento

O objectivo deste módulo é fazer com que as pessoas pensem sobre os factores que influenciam a mudança de comportamento. Existem cinco exercícios no total: O primeiro ajuda as pessoas a pensarem nas suas próprias mudanças de comportamento e o que as levou a tal. Isto é importante porque as pessoas entendem mais facilmente uma abordagem pessoal do que uma abordagem puramente teórica. O segundo, terceiro e quarto exercício lidam com o entendimento dos factores que influenciam as escolhas pessoais, em particular valores e avaliação de risco. Estes exercícios mostram aos participantes que eles possuem valores que os fazem avaliar e julgar as pessoas a sua volta. Estar consciente de que o juízo de valor faz parte da maneira como todos percebem o mundo é importante para um produtor de rádio que precisa de ter a capacidade de distinguir os seus próprios juízos de valor de informações factuais para poder produzir programas correctos e eficazes. O último exercício é acerca do estabelecimento de factores que afectam a mudança de comportamento.

Secção 4 Exercícios de Produção de Rádio Módulo 1

Módulo 4.1

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Preparativos: Reveja o que precisa de explicar nos passos 1, 3 e 4 de modo a que possa fazer a apresentação sem estar a ler o texto guia.

Espaço e disposição das cadeiras: Os participantes devem sentar-se em círculo, incluindo o facilitador. Devem estar próximos uns dos outros para permitir que cada um possa entrevistar o seu vizinho de lado.

Secção 4 Exercícios de Produção de Rádio Módulo 1

4.1.1. O que é mudança de comportamento? EXERCÍCIO CHAVE

5 Passos: O que é a mudança de comportamento na sua vida? 1. Explique: As pessoas que trabalham com os grupos vulneráveis em Moçambique frequentemente dizem que todos precisamos de mudar o comportamento da audiência em relação a Violência, Saúde e Sida. A estratégia comum para atingir este fim é falar sobre factos, como por exemplo transmissão, prevenção e higiene, e dizer as pessoas o que elas devem e não devem fazer.

2. Peça a todos: Pensem sobre alguma mensagem que tenham ouvido acerca da mudança de comportamento. Depois de os participantes terem dado exemplos, discuta: Estas mensagens são suficientes para mudar os hábitos e comportamentos das pessoas? Será que funciona dizer aos fumadores para pararem de fumar se eles não tiverem vontade e já souberem que estão a correr um risco de saúde?

3. Explique: Para podermos produzir programas que possam fazer com que as pessoas mudem de comportamento, temos que entender como é que as pessoas mudam assim como os médicos para diagnosticarem uma doença precisam de aprender como funciona o corpo e o que acontece quando alguém contrai a doença antes de poderem diagnostica-la. Para arranjar um carro é preciso primeiro saber como o carro funciona. Do mesmo modo precisamos de entender porque é que a nossa audiência se comporta de certa maneira, o processo pelo qual tem que passar para mudar e o que precisa para mudar. Só aí poderemos desenhar programas de rádio que sejam eficazes na abordagem do assunto.

4. Explique: A mudança de comportamento é complicada, significa que temos que mudar a maneira como pensamos, falamos, sentimos e agimos. Vamos tentar descobrir o que nos faz mudar de comportamento. Peça aos participantes para fazerem uma pequena entrevista com os seus vizinhos, pode distribuir as seguintes perguntas para todos ou escrevê-las no papel gigante. Dê 10-15 minutos por entrevista.

Tarefa: Faça uma entrevista ao seu vizinho sobre algum hábito que ele ou ela alguma vez tenha tentado mudar: Que hábito indesejável já tentou mudar? Queria que mudasse para que outro hábito? Porque é que decidiu mudar esse hábito? O que achava que havia de acontecer se mudasse de hábito? Que passos tomou para muda-lo? Tentou mudar esse hábito mais de uma vez? Se sim, o que aconteceu na primeira vez que falhou?

Objectivos: Encorajar o entendimento de como a mudança de comportamento ocorre na sociedade a nível individual convidando os participantes a uma auto-reflexão sobre as suas próprias mudanças de comportamento. No final desta sessão os participantes serão capazes de: Identificar factores

sociais, pessoais e externos que contribuem para a mudança de comportamento.

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Materiais: Cópias das perguntas para entrevista para todos os participantes, a não ser que as perguntas sejam escritas num papel gigante preparado com antecedência e pendurado num lugar que todos podem ver.

Habilidades para a vida: Habilidades de tomada de decisão/resolução de problemas: Habilidades de análise da influência de valores e atitudes pessoais, habilidades de recolha de informação. Habilidades de Pensa-mento Crítico: Análise das influências de pares e da mídia; análise de atitudes, valores, normas sociais e crenças e os factores que os influenciam; identificar informação relevante e fontes de informação. Habilidades de comunicação: Comunicação verbal, escuta activa, expressão de sentimentos.

5. Apresentação de resultados: Faça perguntas sobre os resultados das entrevistas quando os participantes tiverem terminado as entrevistas: Dê exemplos de hábitos/comportamentos que as pessoas tentaram mudar. Foram bem sucedidas ou não? Alguém lhe fez mudar? Resumo: Com base nas respostas recebidas faça um resumo de 3-5 factores principais que foram listados como importantes para a mudança de comportamento.

Secção 4 Secção 4 Exercícios de Produção de Rádio Módulo 1

Notas para os facilitadores: As entrevistas sobre os hábitos pessoais dos participantes permitem que eles sintam uma ligação pessoal com o tópico em vez de terem um exercício sobre o que “os outros precisam de mudar” o que enfatiza o facto de que a mudança social começa com a mudança individual. Em rádio, este tipo de entrevistas pode ser usado como modelo para entrevistas do tipo testemunha onde uma pessoa conta a sua história pessoal que pode ajudar a ilustrar um ponto e contribuir para a mensagem de um programa educacional.

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O exercício pode ser realizado com crianças assim como está descrito.

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Duração: 45 minutos

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Objectivos: Fazer com que os participantes percebam que os valores pessoais são um factor chave na maneira como percebemos o mundo. Serve para enfatizar que os valores operam a um nível individual mesmo que só sejam válidos se um número suficiente de pessoas aderir aos mesmos. No final desta sessão os participantes serão capazes de: Reconhecer que os

valores têm um papel importante na formação de julgamentos.

Analisar porquê as pessoas são julgadas de maneiras diferentes.

Analisar as assumpções por detrás dos nossos julgamentos de valor.

Preparativos: Prepare um conjunto de declarações escritas em papel gigante e coladas na parede. Prepare quadros onde as pessoas poderão escolher entre as opções Concordo, Discordo, e Não tenho certeza. Espaço e disposição das cadeiras: Coloque as declarações a volta da sala e dê espaço para que as pessoas circulem para lê-las.

Secção 4 Exercícios de Produção de Rádio Módulo 1

4.1.2. Clarificação de Valores EXERCÍCIO CHAVE

5 Passos: Pesquisa rápida: 1. Peça aos participantes para observarem cada papel gigante e escreverem a sua opinião acerca de cada declaração – concordo, discordo, ou não tenho certeza. Pode se pôr em baixo de cada declaração uma tabela para que as pessoas marquem a sua opção. 2. Classifique os resultados para cada declaração, por exemplo, 15 concordam, 10 discordam, 3 não têm certeza. 3. Trate uma declaração de cada vez, peça a um dos participantes para ler a declaração e o resultado e depois peça a alguém que concorda para explicar porquê e alguém que não concorda para igualmente explicar a sua posição. Discuta os resultados e depois passe para a declaração seguinte. Refexão: 4. Pergunte aos participantes, “Quais são as assumpções por detrás destas declarações?” Opção: Posicione opiniões diferentes em paredes separadas (ou no chão) – concordo, discordo e não tenho certeza. Leia cada uma das declarações e peça aos participantes para se posicionarem no lugar que representa a sua opinião. Peça para algumas pessoas, de cada grupo, explicarem a sua opinião, faça um rápido resumo (ou peça a um dos participantes para fazer) e avance para a próxima declaração. Não deixe o exercício arrastar-se lentamente – mantenha os participantes ocupados e a pensar! Resumo: 5. Enfatize que: • Valores têm um papel chave na formação de julgamentos. • Todos temos opiniões diferentes mas algumas podem incitar o estigma e encorajar comportamentos não saudáveis.

Notas para os facilitadores: Este exercício pode ser usado para iniciar uma sessão de formação para avaliar as opiniões dos participantes. A diferença de opiniões pode ser usada como base para a discussão/debate. Pode decidir no número de declarações a usar, escolha as que melhor se aplicam aos tópicos do seu plano ou invente novas. Se não tiver tempo para discutir todas as declarações pode escolher algumas das declarações para clarificar, por exemplo aquelas onde a maioria das pessoas concorda ou discorda e outras com número igual de opiniões diferentes. Outra opção é ler a primeira declaração e depois deixar os participantes decidirem, com base em votos ou escolha feita por voluntários, que outras 5 declarações gostariam de discutir.

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Duração: 30 - 45 minutos dependendo do número de participantes e declarações.

Materiais: Conjunto de declarações para adultos, Conjunto de declarações para crianças e jovens. Veja páginas 32-33. Artigos de papelaria: Papel gigante para escrever as declarações.

Habilidades para a vida: Habilidades de tomada de decisão/resolução de problemas: Habilidades de análise da influência de valores e atitudes pessoais, habilidades de recolha de informação. Habilidades de Pensa-mento Crítico: Análise das influências de pares e da mídia; análise de atitudes, valores, normas sociais e crenças e os factores que os influenciam; identificar informação relevante e fontes de informação. Habilidades de comunicação: Comunicação verbal, escuta activa, expressão de sentimentos.

Secção 4 Exercícios de Produção de Rádio Módulo 1

O exercício pode ser praticado por crianças mais velhas assim como está, provavelmente será necessário definir o que são valores. Ainda que as crianças possam não estar familiarizadas com o termo “valores” elas certamente agem em algum sistema de valores. Pode definir valor como “uma crença que nos faz agir de certas maneiras em certas situações”, adicionalmente explique o significado usando exemplos concretos mencionados no curso: As pessoas que concordaram com a declaração A disseram que … Isso significa que eles acreditam que … Aqueles que não concordaram acreditam que … Porque acreditamos em coisas diferentes agimos de maneiras diferentes nesta situação. Use declarações apropriadas para a faixa etária. Exemplos podem ser encontrados no Conjunto de Declarações para crianças e jovens nos materiais abaixo Para crianças mais novas (5-11) pode usar o exercício 4.1.3.

Para crianças

Os valores são crenças importantes e duradouras ou ideais compartilhados pelos membros de uma cultura sobre o que é bom ou desejável e o que não é. Os tipos de valores incluem valores éticos e morais, valores doutrinários/ideológicos (políticos, religiosos), valores sociais e valores estéticos. A palavra valor pode descrever crenças que podem ter associações positivas ou negativas para diferentes indivíduos. Uma determinada crença ou ideia é encarada de forma positiva ou negativa, dependendo dos valores pessoais de um indivíduo. Os valores pessoais evoluem de circunstâncias do mundo externo e podem mudar ao longo do tempo. Os valores pessoais não são universais; a família, a nação e o ambiente histórico ajudam a determinar os valores pessoais. Isso não quer dizer que os conceitos de valor em si não são universais, mas apenas que cada indivíduo possui uma concepção única deles, ou seja, um conhecimento pessoal dos valores apropriados para os seus próprios genes, sentimentos e experiências. Portanto, os valores pessoais são implicitamente relacionados com a escolha, pois eles guiam as decisões que uma pessoa toma e como actua.

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Materiais para 4.1.2. Clarificação de Valores

Secção 4 Exercícios de Produção de Rádio Módulo 1

Conjunto de declarações para adultos A. A Violência que ocorre no seio da família devia ser um assunto que só diz respeito a família. B. Punições corporais leves de crianças as vezes são necessárias para manter a disciplina nas escola ou em casa. C. Crianças que são batidas fazem por merecer porque fizeram coisas más. D. Acredito que há vítimas de violência doméstica inocentes e culpadas. E. A tarefa de uma mulher é tomar conta do marido independentemente do que ele faz com ela. F. Homen não deve chorar. G. Mulheres que são sexualmente violadas fizeram alguma coisa para provocar. As mulheres atraem os homens por isso são pecadoras. H. Um homem normal nunca nega uma oportunidade de ter sexo. I. É inaceitável que as mulheres expressem os seus próprios desejos sexuais. J: Pessoas que foram sexualmente abusadas quando crianças, quando crescem tornam-se agressores sexuais. K. Uma pessoa que vive com HIV deve comer e dormir separada do resto da família. L. Preservativos deviam somente estar disponíveis para pessoas solteiras.

Conjunto de Declarações para crianças e jovens

A. Se souberes que um pai ou mãe bate o seu filho não deves contar a ninguém. B. É bom os professores baterem os alunos nas turmas se estiverem a portar-se mal. C. Crianças que são batidas merecem porque fizeram coisas más. D. Acredito que existem crianças inocentes e culpadas que são batidas. E. Rapazes não devem chorar. F. Meninas que falam muito com rapazes na verdade estão a mostrar que querem que eles lhes beijem. G. Rapazes sempre querem beijar as meninas. H. As meninas sempre devem ser educadas e quietas. I. Uma pessoa que vive com HIV deve comer e dormir separada do resto da família. J. As crianças devem ficar caladas quando os adultos estão a falar.

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Explicações

Conjunto de declarações para adultos

Conjunto de declarações para crianças e jovens

Secção 4 Exercícios de Produção de Rádio Módulo 1

As declarações de A até E assumem que a violência física é parte da vida quotidiana e pode levar a comportamentos de “olhar para o outro lado” e não interferir quando testemunhamos outras pessoas a cometerem a violência. As declarações F e G têm a ver com o papel do género, assumindo que certos comportamentos são intrínsecos de cada sexo. “Rapazes/Homens não choram”, assume que os homens não expressam os seus sentimentos, em culturas que encorajam isto pode ser mais aceitável que homens expressem sentimentos de irritação através da violência. “Raparigas/Mulheres provocam os homens sexualmente”, assume que as mulheres estão sempre a atrair os homens sexualmente quando falam com eles. Isto faz com que a violência sexual seja mais aceitável passando a culpa do homem agressor para a mulher. As declarações H e I são sobre o poder e domínio masculino e subjugação da mulher. Assume-se que os homens são naturalmente mais dominantes que as mulheres e tem o direito de serem mais agressivos sexualmente. A declaração J é baseada na falta de conhecimentos sobre agressores sexuais – se isto fosse verdade a maior parte dos agressores seriam mulheres. A declaração K é baseada no medo e falta de conhecimentos sobre o HIV e SIDA – assume que as pessoas podem ficar infectadas através de contactos casuais com uma pessoa vivendo com o HIV. A declaração L fala sobre a estigmatização social: assume que os casados não traem e então não precisam de se proteger contra o HIV e DTS, enquanto os solteiros estão num particular grupo de risco de contraírem doenças de transmissão sexual. Grupos estigmatizados são culpados e envergonhados por assumirem determinados comportamentos.

Declarações de A até D: assim como as declarações de A até E acima Declarações de E até H: assim como F e G acima. Declaração I: Como declaração K acima. Declaração J tem a ver com a relação de poder entre adultos e crianças e até que ponto é permitido que as crianças dêem a sua opinião sobre assuntos que contribuem para as decisões familiares.

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Objectivos:

Encorajar as crianças a definirem que coisas da sua vida as influenciam. Serve para discutir que factores influenciam comportamentos, e é também bom como um ponto de partida para chuva de ideias para um programa.

No final desta sessão as crianças terão: Identificado quem ou o

que é importante nas suas vidas.

Entendido que certas coisas (pessoas, crenças) têm um efeito na maneira como elas agem.

Preparativos: Cópias do formulário para todos.

Espaço e disposição das cadeiras: Cada criança precisa de espaço para desenhar o seu próprio formulário. Organize lápis de cera no centro da mesa para que todos possam levar a cor que quiserem. Duração:

45 min. -1 hora (depende do número de crianças). Habilidades para a vida:

Habilidades de comunicação: Comunicação verbal, escuta activa, expressão de sentimentos. Habilidades de tomada de decisão/resolução de problemas: Habilidades de análise da influência dos valores e atitudes pessoais e dos outros em relação a motivação; habilidades de recolha de informação.

Secção 4 Exercícios de Produção de Rádio Módulo 1

4.1.3. Quem sou eu? Clarificação de valores para crianças

4 Passos: Preencher formulários:

1. Dê a cada criança um formulário e disponibilize lápis de cera e canetas. Diga as crianças que todos vão preencher os formulários juntos, um balão de cada vez. Enfatize que não é um teste e que todos são livres para fazer desenhos ou escrever. 2. Diga-lhes para começar com o primeiro balão – Quem é importante na minha vida? Quando acabarem recolha uma resposta por cada criança e escreva no papel gigante. 3. Passe para o próximo balão – Coisas que gosto. Dê-lhes tempo para preencherem e depois recolha as respostas. Continue até chegar a última secção – Coisas que quero que aconteçam. Reflexão: 4. Resuma os pontos do papel gigante destacando alguns pontos em comum. Pergunte: Olhem para o balão de pessoas importantes, quando decides o que vais fazer durante o dia (de manhã, a hora do almoço, a tarde, etc.) a quem ouves? Existem pessoas a quem ouves mais que outras? As vezes não concordas com elas? Porquê não concordas? Que crença te faz agir dessa forma? No que é que os outros acreditam? Os tópicos dos outros balões podem ser integrados para servir de exemplos. O conteúdo dos outros três balões pode ser usado como ponto de partida para uma discussão sobre que tópicos as crianças gostariam de usar para fazer um programa.

Mudança de comportamento

Notas para os facilitadores: Este é um bom exercício para possibilitar crianças pequenas a produzirem programas baseados em comportamentos dado que pode gerar muitas ideias para programas assim como pode ser usado para explicar as coisas que influenciam o nosso comportamento. Enfatize que as crianças podem escrever ou desenhar. Certifique-se que o seu comentário depois de cada secção é preenchido.

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Materiais: Cópias do formulário Quem sou eu, Lápis de cera, lápis e canetas.

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Materiais para 4.1.3 Quem sou eu:

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O que gosto Quem é importante na minha vida?

O que me preocupa O que quero que aconteça

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Formulário: Quem sou eu

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Objectivos: Consciencializar os participantes sobre como a avaliação de risco difere de pessoa para pessoa e como afecta a mudança de comportamento a nível individual. Serve para exemplificar pedindo aos participantes para avaliarem-se uns aos outros sobre que tipos de riscos haviam de correr. No final desta sessão os participantes serão capazes de: • Identificar os riscos que correm nas suas vidas normais. • Avaliar como diferenciar cada tipo de risco. • Verificar como alguns riscos são vistos como aceitáveis e outros inaceitáveis, e como essa classificação pode levar a estereótipos. • Verificar que todos correm riscos em alguma altura das suas vidas.

Preparativos: Prepare uma folha de bingo para cada participante. Copie a que se encontra na página 38 ou adapte para se adequar ao grupo alvo ou cenário. Espaço e disposição das cadeiras: Precisa de espaço para que os participantes circulem a vontade e se entrevistem uns aos outros, então tire tudo da sala ou faça o exercício no exterior.

Secção 4 Exercícios de Produção de Rádio Módulo 1

4.1.4. Avaliação de risco, Bingo

6 Passos: Arrisque no bingo – aquecimento 1. Dê a cada participante uma folha de bingo, explique que quando disser “Começar!” eles devem procure saber quem tomou o risco do quadrado e pedir a pessoa para assinar no quadrado. A primeira pessoa a preencher a folha toda (por exemplo, nove nomes, um para cada risco) grita “Bingo!” e é o vencedor. Identificação de riscos – discussão baseada em cartões. 2. Escreva a palavra “Risco” num cartaz e coloque no centro da parede. 3. Entregue cartazes e marcadores aos participantes e peça para que escrevam os riscos que corremos no dia-a-dia em cada cartaz e coloquem na parede. Exemplos: Uma noitada. Prática de sexo desprotegido com um novo parceiro. Fazer amor com o seu marido depois de ele ter viajado por um mês. Atravessar a estrada a correr. Fumar. Andar de chapa. Fazer uma tatuagem. Ficar bêbado. Cozinhar na fogueira. Ir ao curandeiro. Jogar futebol na Estrada. Andar de bicicleta no tráfego. 4. Peça aos participantes para reorganizarem estes riscos em duas categorias – pequenos ou grandes riscos. 5. Peça aos participantes para discutirem: Quais destes riscos são vistos como aceitáveis? Porquê? Quais destes riscos são vistos como inaceitáveis? Porquê?

Resumo: 6. Enfatize o seguinte: Todos corremos riscos no nosso dia-a-dia, todos somos humanos.

Correr riscos pode ser divertido, fazendo com que nos sintamos excitados e com energia. Quase todos nós nos pusemos em situações de risco de contrair doenças, violência ou contrair HIV em alguma altura das nossas vidas mesmo que nunca tenhamos admitido isso para ninguém.

Normalmente mantemos essas experiências em segredo, não as partilhamos. Mesmo assim essas experiências podem ser o que nos une – o facto de que pusemos a nós próprios em risco, mesmo que não falemos do assunto.

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Duração: 1- 2 horas

Materiais: Uma folha de bingo para cada participante e facilitadores. Veja página 38. Bastantes cartazes para escrever os riscos.

Habilidades para a vida: Habilidades de comunicação: Comunicação verbal e escrita, escuta activa. Habilidades de gerir situações e gestão pessoal: Habilidades de auto-consciencialização incluindo consciencialização de direitos, influências, valores, atitudes.

Secção 4 Exercícios de Produção de Rádio Módulo 1

Notas para os facilitadores: Não use este jogo no primeiro dia, espere até o segundo ou terceiro dia quando os participantes já se sentirem mais confortáveis.

Este exercício pode ser realizado como descrito acima também para crianças. Sugestões para crianças e jovens: Alguns dos riscos listados na folha de bingo podem ser usados também para crianças (comida, andar para casa, nadar com crocodilos). Outros: Alguém que: Esteve na bagageira de um carro em andamento; subiu uma árvore; correu na estrada; cozinhou na fogueira; jogou futebol na estrada; andou de bicicleta no tráfego; nadou muito longe da praia/no lado mais fundo da piscina; saltou de um lugar bem alto; esteve num lugar que os pais não sabem; falou com estranhos; andou de bicicleta sem pegar no volante. Os seguintes riscos são bons para falar sobre estigma com adolescentes. As categorias descrevem comportamentos que fazem as pessoas serem alvo de ridicularização e estigma: Alguém que gosta de sair para dançar; Alguém que gosta de sexo; Um rapaz que gosta de cozinhar; Alguém que vai a igreja todas as semanas; Alguém que tem namorado ou namorada; Alguém que tem bebé; Uma menina que joga futebol; Alguém que usa preservativos.

Para crianças

Consideramos alguns riscos como aceitáveis e outros como perigosos. Nem todos os riscos são iguais.

Sabemos que alguns riscos são prejudiciais (por exemplo fumar) mas ainda assim corremos o risco. Então se todos corremos riscos, não podemos condenar os outros que também correm riscos. Ajude as pessoas a verem a diferença entre dizer que o comportamento de uma pessoa é arriscado e dizer que uma pessoa é má.

Temos que correr riscos se queremos crescer e aprender coisas novas sobre nós mesmos.

A tomada de risco saudável dá-nos a oportunidade de experimentar sentimentos de excitação, enquanto reforçam, em vez de prejudicar, àquilo que valorizamos.

As vezes, a energia de fazer parte de um grupo pode nos influenciar a tomar riscos ou a perceber os riscos de maneira diferente de como perceberíamos se estivéssemos sozinhos.

O uso de substâncias pode aumentar o nível de risco e a

probabilidade de prejuízo em actividades que seriam de outro modo menos arriscadas.

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Alguém que tenha caminhado para casa já de noite no escuro Assinatura:

Alguém que alguma vez bebeu muito álcool Assinatura:

Alguém que comeu algo que poderia já estar um pouco podre Assinatura:

Alguém que tomou um remédio sem consultar um médico Assinatura:

Alguém que apanhou boleia de um desconhecido Assinatura:

Alguém que fez uma viagem longa de autocarro Assinatura:

Alguém que já se envolveu numa luta Assinatura:

Alguém que já nadou num rio sabendo que tem crocodilos Assinatura:

Alguém que teve bebé Assinatura:

Amostra de folha de bingo para adultos: Exemplos de riscos do dia-a-dia

Materiais para 4.1.4: Folha de bingo

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Objectivos: Introduzir os conceitos de barreiras e facilitadores como factores que influenciam a mudança de comportamento dificultando ou ajudando. Os participantes serão capazes de distinguir entre factores pessoais, sociais e ambientais. No final desta sessão os participantes serão capazes de: Analisar como eles

pessoalmente determinam como se comportar e mudar de comportamento.

Entender a mudança como um processo circular.

Analisar o que motiva as pessoas a mudarem e que factores têm mais peso.

Preparativos: Prepare o folheto de 2 páginas sobre factores de mudança para cada participante (veja nos materiais na página seguinte). Espaço e disposição das cadeiras: Se cada um tem um folheto, podem sentar-se em círculo, se o folheto precisa de ser visível a mais pessoas ao mesmo tempo, organize um semi-círculo.

Secção 4 Exercícios de Produção de Rádio Módulo 1

4.1.5. Que factores nos fazem mudar?

7 Passos: Como é que a mudança ocorre? 1. Entregue a todos uma cópia das páginas sobre factores de mudança. Veja páginas 40-43. 2. Peça aos participantes para observarem o diagrama 1: Gráfico da mudança. 3. Explique: A mudança é um processo que geralmente ocorre em fases.

Leva tempo, não é uma coisa imediata, de um dia para o outro. Depende da pessoa, da sua situação e que comportamento

está a ser mudado. Muitas pessoas sofrem muitos contratempos durante o

processo quando os comportamentos são complicados, difíceis e requerem interacção com os outros.

As pessoas podem levar mais ou menos tempo que outras nas diferentes fases e muitas vezes ir retrocedendo e avançando entre as fases, não é um processo linear.

4. Faça entrevistas dois a dois para descobrir o que motiva as pessoas a mudarem. Dê 5-10 minutos por cada entrevista. Se os participantes já tiverem feito o exercício A deste módulo este exercício será muito rápido dado que as respostas para que hábitos mudaram já foram reveladas. Pergunte ao seu vizinho sobre a sua mudança de comportamento:

O que tornou difícil a mudança de comportamento? O que ajudou ou contribuiu para a mudança?

5. Apresentação de resultados: Pergunte: Que coisas facilitaram a sua mudança de comportamento e que coisas dificultaram a sua mudança de comportamento? Reflexão: 6. Peça aos participantes para observarem o gráfico 2: Factores que influenciam comportamentos. Explique brevemente as categorias: pessoal, social e ambiental – certifique-se de disponibilizar o folheto para todos. Não leve mais que 10-15 minutos nesta actividade. Veja na página 40 um resumo dos pontos principais. 7. Pergunte: quais das coisas listadas pertence a que categorias? Resumo: Quando existem factores que dificultam a mudança de comportamento, não obstante a categoria aonde pertencem, são chamados de barreiras, quando os factores permitem ou até ajudam a mudança são chamados facilitadores. Quando produzimos programas de rádio precisamos de encontrar as barreiras e os facilitadores para o comportamento que pretendemos atingir. Para cada comportamento e grupo de comportamentos existem diferentes tipos de barreiras e facilitadores, por isso é essencial realizar uma pesquisa inicial antes de produzir programas de rádio. Para descobrir os factores que influenciam a mudança temos que nos perguntar PORQUÊ as pessoas não se comportam de maneira segura ou não mudam comportamentos de risco.

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Duração: 1 hora e meia.

Materiais: Folhetos com os gráficos e factores que influenciam comportamentos para todos os participantes que pode ser encontrado na página 41 - 43.

Habilidades para a vida: Habilidades de comunicação: Comunicação verbal e escrita, escuta activa. Habilidades de gerir situações e gestão pessoal: Habilidades de auto-consciencialização incluindo consciencialização de direitos, influências, valores, atitudes, direitos, forças e fraquezas. Habilidades de tomada de decisão/resolução de problemas: Habilidades de recolha de informação; avaliação das consequências dos actos presentes para si e para os outros; habilidades de análise da influência dos valores e atitudes pessoais e dos outros em relação a motivação.

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Notas para os facilitadores: Este exercício é bom para consciencializar os participantes sobre como eles mesmos determinam a maneira como se comportam. Seja rigoroso em relação ao tempo das entrevistas, caso contrário o exercício levará muito mais tempo do que o planeado.

! Este exercício pode ser usado para crianças de 15 e mais anos. Para crianças mais novas recomenda-se uma combinação entre os exercícios 4.1.1 e 4.1.3 deste módulo.

Para crianças

As coisas que tornam difícil mudar um certo comportamento são chamadas de barreiras. As coisas que tornam uma mudança de comportamento mais fácil são chamadas de facilitadores. As barreiras e os facilitadores operam em três níveis diferentes Individual (conhecimento, crenças, expectativas, auto-

eficácia, habilidades, percepção de risco)

Factores sociais/culturais relacionados com a comunidade, grupos, família, etc., onde a pessoa pertence (relacionamentos com outras pessoas, questões de género, normas sociais e valores)

Factores ambientais na economia em geral que estão fora do controle do indivíduo (acesso a bens e serviços incluindo serviços de saúde; pobreza/riqueza; desemprego; migração; leis e políticas; disponibilidade de informação/mídia).

Exemplo: Uma barreira individual contra a prática de lavagem de mãos correcta e consistente entre as crianças da escola pode ser a falta de conhecimento da existência de bactérias. Uma barreira cultural pode ser o facto de que em algumas comunidades lava-se as mãos depois e não antes da refeição. Uma barreira ambiental pode ser a falta de água nas casas de banho da escola para lavar as mãos. Exemplo: Um facilitador individual para mães lactantes pode ser o desejo da mãe de ter filhos saudáveis. Um facilitador social pode ser a aceitação por parte da sociedade da amamentação de crianças recém-nascidas. Um facilitador ambiental pode ser a presença de centros de apoio nos hospitais locais para mulheres com dificuldades de amamentar.

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Materiais para 4.1.5. Que factores nos fazem mudar? Gráfico 1

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Materiais para 4.1.5. Que factores nos fazem mudar? Gráfico 2

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Materiais para 4.1.5.

Que factores nos fazem mudar?

Secção 4 Exercícios de Produção de Rádio Módulo 1

Folheto: Factores que influenciam comportamentos. Factores Pessoais: Conhecimentos/conceitos deturpados. Percepções: Percepção de Risco: ‘Embora eu esteja a tossir muito, pessoalmente não estou em risco (falta de saúde, morte precoce) devido ao cigarro (incerto) ‘Eu sempre ignorei avisos sobre os riscos do tabaco, mas agora sei que corro riscos’ (Certo). A extensão pela qual um indivíduo acredita que a informação é relevante para a sua situação incluindo a sua percepção sobre a probabilidade de ele/ela expor-se ou ser infectado/a por algo. Custos e benefícios esperados por adoptar um novo comportamento ‘Se eu parar de fumar, os meus amigos vão pensar que estou fora da moda’ (negativo) ‘Se eu parar de fumar, os meus amigos vão se aproximar de mim cada vez mais’ (positivo) A crença individual que um certo comportamento levará a um certo resultado que pode ser positivo ou negativo. Atitudes/Crenças: Auto-Eficácia: ‘Ainda não tenho força de vontade suficiente para parar’ (baixo) ‘Se o meu amigo deixou de fumar, eu também posso’ (alto) Auto-eficácia é a confiança que cada um tem que pode fazer algo, não é exactamente o mesmo que auto-confiança que é um termo mais geral. A auto-eficácia relaciona-se com um único comportamento – só por estar confiante na minha habilidade para conduzir um carro não significa que estou confiante que posso pilotar um avião – Existe um conceito errado que pessoas que são confiantes numa área da sua vida (por exemplo profissionalmente) são igualmente confiantes na vida pessoal. Habilidades (comunicação, tomada de decisão, comportamentais). Família e parceiros; professores; lideres comunitários

Factores Sociais: Família Amigos e Pares Assuntos de gênero Religião Cultura Alcool Outros nas Comunidades Normas sociais: Normas são atitudes, acções, grupo de comportamentos que

consideramos normais ou aceitáveis em certos grupos. AS NORMAS PO-DEM MUDAR – cada vez mais os mídia podem influenciar as normas so-ciais. Por exemplo, nos EUA, a recusa ao tabaco está a aumentar.

Práticas traditionais

Factores Ambientais: Acesso a cuidados de saúde, bens e serviços (Ex: preservativos, testagem) Riqueza e pobreza Política e leis (Ex: Proibição de fumar em locais públicos) Mídia Desemprego e migração

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Explorando um tema e obtendo ideias Quando se ensina como desenvolver conteúdos para rádio é bom basear os exercícios de produção de rádio num tema previamente introduzido para que o conteúdo a ser desenvolvido tenha um foco específico. Os dois exercícios desta secção incentivam os participantes a explorarem um tema e seus sub-tópicos e relacioná-lo com o seu contexto local. Os exercícios podem ser adaptados a diferentes temas a sua escolha. Os dois exemplos de temas são Prevenção de HIV (focalizado no estigma) e Prevenção da violência e abuso contra as crianças. As imagens usadas nos exercícios, por exemplo de um local ou situação, podem também servir de pontos de partida para discutir tópicos locais específicos para programas de rádio ou como inspiração para desenvolvimento de mini-drama. Imagens são muito boas quando se trabalha com crianças, mas uma imagem sempre pode fazer com que qualquer grupo se expresse mais rapidamente e de maneiras inesperadas. As imagens estão em anexo no fim do manual, seja criativo no seu uso.

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Objectivos: Consciencializar as pessoas sobre o modo como o estigma é expressado, serve para introduzir o conceito de estigma e ajuda os participantes a relacionarem o conceito às condições locais. No final desta sessão os participantes serão capazes de: Identificar as diferentes

formas de estigma em diferentes contextos.

Identificar o modo como o estigma afecta pessoas, famílias e comunidades.

Começar a entender porquê o estigma acontece.

Discutir exemplos de estigma nas suas próprias comunidades.

Preparativos: Prepare a sala para exibir imagens em diferentes partes da sala. Espaço e disposição das cadeiras: Para este exercício os participantes precisam de ter mobilidade de uma imagem para a outra em grupos.

Secção 4 Exercícios de Produção de Rádio Módulo 2

4.2.1. Tema: Estigma em HIV. O que é estigma?

Notas para os facilitadores: Esta é uma boa actividade inicial para fazer com que os participantes falem sobre o estigma através da discussão em grupo e tarefas simples em pares. A este ponto, os participantes discutem o estigma externamente – comentando as imagens em vez de examinarem o seu próprio comportamento – o que é mais simples e é um bom ponto de partida para auto-reflexão. Durante a apresentação de resultados pode usar diferentes formas de bater palmas para mostrar apreciação pela apresentação de cada grupo. Este exercício pode ser seguido por um exercício de produção de rádio usando os tópicos discutidos como ponto de partida para produzir um elemento do programa ou desenvolver um plano de conteúdo.

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7 Passos: Discussão das imagens 1. Exiba a selecção de imagens gerais sobre o estigma na parede, no chão, na corda para estender roupa, ou noutro local conveniente. 2. Divida os participantes em grupos de duas ou três pessoas. Peça a cada grupo para circular e observar o maior número possível de imagens. 3. Peça a cada grupo para seleccionar uma imagem e discutir: O que acham que está a acontecer na imagem em relação ao

estigma? Porquê acham que isto está a acontecer? Isto acontece na vossa comunidade? Se sim, discutir alguns

exemplos.

4. Apresentação de resultados: Peça aos grupos para apresentarem as suas análises. 5. Anote os pontos-chave num papel gigante.

Resumo: 6. Leia os pontos anotados no papel gigante.

7. Pergunte ao grupo inteiro: “O que aprendemos com este exercício?”

Explorando um tema

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Duração: 1 hora Materiais: Selecção de imagens gerais sobre estigma localizadas no fim do manual. Uma forma de exibir as imagens a volta da sala, fita-cola, cordas.

Habilidades para a vida: Habilidades de pensamento crítico: Análise das influências dos pares e da mídia; análise de atitudes, valores, normas sociais e crenças e os factores que os influenciam; identificar informação relevante e fontes de informação. Cooperação e Trabalho de Equipa: Mostrar respeito pelas contribuições e diferentes estilos dos outros; avaliar as suas próprias habilidades e contribuir para o sucesso do grupo.

Comece o exercício definindo a palavra estigma, explicando o seu sentido com exemplos práticos de como e onde acontece e que comportamentos estão associados a ele. Durante o ponto 3 use pequenas induções para obter mais informação, por exemplo, Como acha que ela se sente? Porque é que ele está a fazer isso? Isto realmente acontece? Podes nos dizer mais sobre o assunto? Aplauda a apresentação de cada par e pergunte aos participantes se desejam acrescentar algum comentário sobre a imagem. Mude os passos 5, 6 e 7 da seguinte maneira:

Peça aos grupos para fazerem uma pequena encenação para mostrar como a estigmatização ocorre somente usando uma cena principal onde uma criança é tratada injustamente por causa do estigma. Grite PARE quando a situação tiver sido suficientemente encenada para se entender o que se passa.

Para cada encenação discuta: • O que aconteceu? Porquê? • Porque é que as pessoas da encenação acham que podem

comportar-se assim? • O que poderia ter prevenido esta situação e o que poderia

resolvê-la? Pergunte a todos os participantes “O que aprendemos com

este exercício?”

Para crianças Explorando um tema

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Preparativos: Cole cartazes de contexto (família, hospital, escola, local de trabalho, igreja, mercado, bar, mídia) em diferentes paredes da sala ou em árvores e arbustos se estiverem no exterior. Espaço e disposição das cadeiras: Para este exercício os participantes devem ter liberdade de movimento para circularem de uma imagem para outra. Afaste as mesas e cadeiras para os lados da sala a não ser que estas sejam usadas para pendurar os cartazes ou faça o exercício fora da sala.

Objectivos: Encorajar discussão sobre diferentes tipos de violência contra a criança. Serve para mostrar as pessoas como a violência contra as crianças está presente em diferentes contextos locais, isto ajuda a relacionar o tópico com as suas próprias vidas e convida a uma auto-reflexão sobre as diferentes atitudes com respeito a violência. No final desta sessão os participantes serão capazes de: • Identificar as diferentes formas de violência contra a criança em diferentes contextos. • Identificar como a violência afecta as crianças. • Começar a identificar algumas das causas da violência contra a criança.

Secção 4 Exercícios de Produção de Rádio Módulo 2

4.2.2. Exercício sobre violência contra as crianças: entendendo violência

6 Passos: Circular: 1. Faça um jogo de divisão do grupo para obter grupos de 2-3 pessoas. Peça as pessoas para circularem a volta da “comunidade” e assim que chegarem a diferentes lugares discutir o tipo de violência contra a criança que acontece nesse lugar. Depois de alguns minutos grite “Parem!” 2. Peça aos participantes para formarem grupos no contexto mais próximo (mercado, igreja). 3. Peça aos grupos para: Identificarem e escreverem em papel gigante as formas de violência que ocorrem naquele contexto. Fazerem uma encenação para mostrar como ocorre a violência. Apresentação de resultados: 4. Peça a cada grupo para apresentar o seu relatório no papel gigante e a respectiva encenação. 5. Para cada encenação discuta: O que aconteceu? Porquê? Quais são as atitudes aqui? Quais são os factores que contribuem para a violência? Resumo: 6. Termine a sessão discutindo algumas das seguintes questões: Quais são algumas das características comuns entre os diferentes

contextos?

Quais são as atitudes/sentimentos existentes em todos os contextos em relação a violência contra a criança?

Por exemplo: A violência existe porque os adultos não conhecem os direitos das crianças; porque é socialmente e culturalmente aceitável abusar crianças; porque os professores não têm outras estratégias para controlar as suas turmas; porque os adultos acreditam que têm poder sobre as crianças, etc.

Quais são os efeitos nas crianças vitimizadas? Quais são algumas das causas da violência?

Explorando um tema

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Materiais: Selecção de imagens de contexto localizadas no fim do manual. Papel gigante e marcadores.

Habilidades para a vida aprendidas: Habilidades de Pensamento Crítico: Análise das influências de pares e da mídia; análise de atitudes, valores, normas sociais e crenças e os factores que os influenciam; identificar informação relevante e fontes de informação. Cooperação e Trabalho de Equipa: Mostrar respeito pelas contribuições e diferentes estilos dos outros; avaliar as suas próprias habilidades e contribuir para o sucesso do grupo

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Secção 4 Exercícios de Produção de Rádio Módulo 2

Notas para os facilitadores: Este exercício funciona bem num curso com muitos participantes ou na comunidade. Pode ser realizado na parte da tarde em que as pessoas têm pouca energia, e funciona melhor ao ar livre. Este exercício pode ser seguido de um exercício de produção de rádio usando os tópicos discutidos como ponto de partida para produzir um elemento do programa ou desenvolver um plano de conteúdo. É facilmente adaptável a temas diferentes como praticamente todos os temas são expressos de maneiras diferentes em diferentes contextos.

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Mude os passos 5 e 6 da seguinte maneira: 5. Para cada encenação discuta: O que aconteceu? Porquê? Porque é que esta pessoa que maltrata a criança acha que tem autorização para faze-lo? O que teria prevenido que a pessoa maltratasse a criança? 6. Termine discutindo: Que coisas são parecidas nas situações em que a criança é

maltratada? Existem por exemplo outros adultos presentes que não fazem

nada para parar este adulto que maltrata crianças (família, locais públicos)?

Qual é a sua opinião sobre a violência? Acha que os adultos pensam neste assunto de violência contra crianças?

Como acha que as crianças que são batidas se sentem? Porque é que as crianças batidas comportam-se dessa

maneira? Porque é que adultos que batem crianças comportam-se dessa

maneira?

Para crianças

Duração: 1-2 horas

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Desenvolvimento de conteúdos de rádio

Para ser efectivo, um programa de rádio precisa de focalizar-se num tópico individual específico que precisa de ser profundamente explorado. Tentar cobrir amplamente um assunto ou tentar preencher um programa com muita informação factual é um erro comum. Esta secção centraliza-se no desenvolvimento de conteúdos para rádio e introduz a metodologia básica para transformar informação em conteúdo apropriado para a rádio. Esta secção está dividida em duas partes. A primeira parte (4.3.1) descreve a metodologia usada para fazer uma pesquisa inicial do programa e desenvolvimento detalhado de conteúdos. É um processo simples de dois passos: primeiro explora-se um tema conduzindo uma pesquisa inicial e preenchendo os resultados numa matriz. Depois usa-se a informação da matriz para desenvolver um plano de conteúdos para um programa de rádio, detalhando o conteúdo específico das diferentes componentes do programa, tal como debate, spot, drama, etc. A vantagem de usar este método é que ajuda os produ-tores de rádio a reduzir a grande quantidade de infor-mação dada em qualquer assunto. O método também ajuda a focalizar o programa num único tópico e com-portamento específicos. A segunda parte (4.3.2 e 4.3.3) apresenta dois exercícios que irão ensinar os produtores a usarem os dois passos da metodologia.

Secção 4 Exercícios de Produção de Rádio Módulo 3

Módulo 4.3

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Passo 1:

Pesquisa inicial

Secção 4 Exercícios de Produção de Rádio Módulo 3

Método para desenvolvimento de conteúdos de

rádio

Método para desenvolvimento de conteúdos de rádio O nosso método para ajudar os produtores a transformarem informação e ideias em conteúdos de rádio específicos baseia-se em dois passos.

O primeiro passo consiste numa pesquisa inicial que explora um tema e focaliza a recolha de informação numa mudança de comportamento específica que o programa de rádio pretende influenciar. Neste passo é produzida uma matriz. Alternativamente, os produtores podem usar uma matriz previamente preenchida, como as que podem ser encontradas nos Guias Temáticos que fazem parte deste conjunto de

ferramentas, e passar directamente para o passo dois. O segundo passo consiste em usar a informação obtida na pesquisa inicial para produzir um plano de conteúdos para um programa de rádio específico, detalhando as questões e tópicos específicos que serão tratados e os formatos que serão usados (debate, drama, spots, etc.). Com este plano de conteúdos como guia, uma equipa de produtores de rádio pode então proceder a produção prática de rádio.

A seguir apresenta-se um resumo do modo como o sistema funciona. Instruções detalhadas para usar ambas ferramentas podem ser encontradas nos módulos 2 e 3 do Manual do Produtor. Passo 1: Pesquisa inicial A pesquisa é realizada com o objectivo de preencher uma matriz que explora diferentes aspectos de um tema. A pesquisa é desenvolvida por um facilitador e um assistente (membros da equipa de produção) e, as respostas necessárias são fornecidas pelos membros da comunidade e membros chave da comunidade incluindo a equipa de produção. A primeira pergunta sobre o tema é colocada aos membros da comunidade. A seguir, a equipa de produção escolhe um tema e continua a preencher o resto da matriz com a ajuda de membros da comunidade e membros chave da comunidade incluindo a equipa de produção. Os membros chave da comunidade são pessoas da comunidade que têm um certo conhecimento do tema escolhido – não necessariamente especialistas. Caso os produtores queiram centralizar-se nos temas específicos, podem pré seleccionar um tema chave (por exemplo Violência ou prevenção do HIV e SIDA) e depois pedir a comunidade para pensar num aspecto ou assunto importante dentro do tema, começando a pesquisa a partir do passo 3: Tópico. A seguir apresenta-se um exemplo de matriz de pesquisa inicial que inclui as perguntas a fazer e quem pode ser solicitado a fornecer as respostas (em azul), juntamente com um exemplo de que respostas poderiam ser dadas. A escolha de quem pode melhor responder as perguntas vai depender do tema escolhido em cada caso local individual. A mesma matriz sem incluir as questões também pode ser encontrada na página 36 no Guia temático sobre Direitos da Criança.

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Abreviaturas:

FA: Facilitador EP: Equipa de produção

MC: Membros da comunidade

MCC: Membros chave da comunidade

Esta metodologia foi desenvolvida por

Salvatore Fiorito.

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Matriz de pesquisa inicial

Matriz Nº: Exemplo: 01 – 2011.

Indica-se o número da matriz de pesquisa inicial a desenvolver. (Quem indica: O Facilitador da sessão).

Tema: Exemplo: Violência.

2.1 Quais são os assuntos que preocupam a nossa comunidade? (Quem responde: EP – MC - MCC). 2.2 Escolhe-se um tema. (Quem escolhe: EP).

Tópico: Exemplo: O pensamento de que bater ajuda na educação da criança.

3.1 Definimos que ­­­Violência é uma preocupação. Quais as causas? Quais as consequências? (Quem responde: EP – MC - MCC). 3.2 Escolhe-se um tópico. (Quem escolhe: EP – MC - MCC).

Comportamento/atitude chave: Exemplo: Educar uma criança sem bater.

4.1 Quais são os bons comportamentos que o tópico sugere? (Quem responde: EP – MC - MCC). 4.2 Escolhe-se um comportamento. (Quem escolhe: EP – MC - MCC).

Grupo/s alvo: Exemplo: Pais, tios/tias, professo-res e todos aqueles que cuidam de crianças.

5.1 A quem queremos destinar o programa? (Quem responde: EP – MC - MCC). 5.2 Escolhe-se o (s) grupo (s) alvo. (Quem escolhe: EP – MC - MCC).

Entretenimento: Exemplo: Música – Teatro – Anedotas.

6.1 Qual é o entretenimento que o grupo alvo definido gosta de ouvir na Rádio? (Quem responde: EP – MC - MCC). 6.2 Escolhe-se o entretenimento a colocar na matriz. (Quem escolhe: EP – MC - MCC).

Barreiras: 7.1 Tendo em conta o Comportamento chave e Grupo (s) alvo: Porquê achamos que isto não acontece? 7.2 Escolhem-se 3 ou 4 barreiras prioritárias a colocar na matriz. (Quem escolhe: EP – MC – MCC).

Facilitadores: 7.3 Por cada barreira identificada perguntamos: O que é que pode reduzir ou eliminar esta barreira? 7.4 Escolhem-se os facilitadores a colocar na matriz. (Quem escolhe: EP – MC - MCC).

Objectivos de comunicação: 8.1 Para cada par de barreira e facilitador identificados perguntamos: O que é que um ou vários programas radiofónicos podem fazer para reduzir ou eliminar essa barreira ou apoiar esse facilitador? 8.2 Escolhe-se um objectivo por cada par de barreira e facilitador e, antes de coloca-lo na matriz perguntamos: Irá funcionar? Ou seja, reflecte algo que se pode atingir através do meio rádio? (Quem escolhe: EP)

1) Os pais sentem que bater nos filhos é a única forma de discipliná-los

1) Perceber que não bater, não ameaçar, não gritar com a criança ajuda a criança a não ter medo de falar e a compreender

1) Mostrar que é possível educar uma criança sem bater. (Vox-Pop e Testemunha)

2) O professor que bate tem mais respeito dos seus alunos

2) Divulgar a lei que proíbe os professores de baterem e impor castigos corporais na escola

2) Fornecer informação sobre a lei que proíbe os professores de baterem e impor castigos corporais na escola e sobre o que é que os pais ou alunos podem fazer quando um professor está a violar esta lei. (Entrevista)

3) Violência física ou castigos corporais são vistos como solução de conflitos

3) Perceber que bater não significa que os filhos passarão a comportar-se melhor

3) Explorar as vantagens de lidar com as crianças sem violência. (Mini-Debate)

4) Os pais sentem por vezes que bater ajuda na educação da criança

4) Perceber que bater nas crianças cria um mau relacionamento entre pais e filhos (cria medo, agressividade, agitação)

4) Fornecer oportunidades para os pais reflectirem sobre a violência física contra a criança. (Mini-Drama)

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Passo 2: Plano de conteúdos Depois de preencher a matriz, a equipa de produção da rádio usa as respostas da matriz para produzir conteúdos específicos para rádio. Isto é feito criando um plano de conteúdos. O plano de conteúdos tem o objectivo de fornecer um guia correcto e detalhado para as componentes individuais do programa a ser produzido. Com o plano, a equipa de produção pode realizar o programa e cada um pode produzir uma parte diferente do magazine (um realiza uma entrevista, outro um debate, etc.). A vantagem de usar a matriz como base para produzir conteúdos é que os conteúdos do programa serão especificamente relacionados a questões locais e cada programa terá um foco temático apurado, concentrando-se em explorar os diferentes aspectos de um só comportamento desejável central. O plano de conteúdos é preenchido tendo em conta a matriz de pesquisa inicial a usar e usando combinações de perguntas e respostas chave da matriz. Por exemplo:

Uma questão para um mini debate pode ser desenvolvida combinando o facilitador da matriz com uma pergunta: O que é que torna difícil…(+ facilitador)?

Ou uma questão para voxpop pode ser produzida tendo em conta o comportamento chave da matriz.

E uma pergunta para entrevista pode ser desenvolvida a partir do tópico da matriz, etc.

Veja também o módulo 3 no Manual do Produtor.

Passo 2:

Plano de conteúdos

Na página a seguir podemos encontrar um exemplo de um plano de conteúdos não preen-chido, que poderá copiar e usar para desenvol-ver as suas próprias ideias para o programa. Nas próximas duas páginas, irá encontrar mais dois esquemas. De forma resumida, o primeiro esquema apre-sentado na página 54 mostra sugestões de como usar a matriz para desenvolver compo-nentes/conteúdos de programas. O segundo esquema, na página 55, mostra um exemplo de um plano de conteúdos desenvol-vido e preenchido usando as fórmulas do pri-meiro esquema.

Método para desenvolvimento de conteúdos de

rádio

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Esquema 1

Esquema resumido de como usar uma matriz de pesquisa inicial para desenvolver componentes/conteúdos de programas:

Secção 4 Exercícios de Produção de Rádio Módulo 3

Componente do programa

Sugestões de partes da matriz a usar

VOX POP CO CO + TE CO + TO

TESTEMUNHA

Procurar alguém que conseguiu ou está a mudar para CO. Perguntas chave para testemunha: Como era antes de mudar? Como aconteceu a mudança? Como é agora?

Procurar alguém que conseguiu ou está a mudar para FA. Perguntas chave para testemunha: Como era antes de mudar? Como aconteceu a mudança? Como é agora?

MINI – DEBATE 1

Perguntas chave para debate: 1. O que é que torna difícil + CO. 2. Quais as consequências? 3. O que é que pode ajudar + CO.

Perguntas chave para debate: 1. O que é que torna difícil + FA. 2. Quais as consequências? 3. O que é que pode ajudar + FA.

MINI – DEBATE 2

1. Procurar uma história com BA. 2. Perguntas chave para debate: O que aprendemos desta história? Aconteceu alguma coisa semelhante na nossa comunidade? O que é que aconteceu? O que fazer para reduzir ou eliminar esse problema? O que é que pode facilitar a mudança?

ENTREVISTA MPI

MINI – DRAMA

1. O que é que torna difícil + CO. 2. Quais as consequências? 3. O que é que pode ajudar + CO. 4. Na base das respostas, cada participante desenvolve um esboço criativo. 5. Apresenta-se os esboços e em conjunto escolhe-se o melhor.

1. O que é que torna difícil + FA. 2. Quais as consequências? 3. O que é que pode ajudar + FA. 4. Na base das respostas, cada participante desenvolve um esboço criativo. 5. Apresenta-se os esboços e em conjunto escolhe-se o melhor.

MENSAGENS CHAVE

CO ou FA + benefício CO ou FA + informação

SPOT Um acontecimento real ou desejo da comunidade local + mensagem chave

Abreviaturas:

MPI: Matriz de pesquisa inicial TE: Tema TO: Tópico

CO: Comportamento chave BA: Barreira FA: Facilitador

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Esquema 2 - Plano de conteúdos Este plano é baseado na matriz de pesquisa inicial da página 51. Poderá também encontrar a mesma matriz no Guia temático sobre Direitos da Criança, secção 3.2., página 36.

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Objectivo: Recolher, organizar e analisar informações específicas úteis para a produção de programas radiofónicos virados a mudança de comportamento. No final desta sessão os participantes serão capazes de: Usar o método de

pesquisa inicial apresentado com a comunidade e especialistas locais.

Preparativos: Numa folha gigante preparar uma matriz de pesquisa inicial a compilar (veja Manual do Produtor secção 2.1). Papéis gigantes para a chuva de ideias. Espaço e disposição das cadeiras: Espaço suficiente de acordo com o número de participantes.

Duração: 120 minutos. Materiais: Tripé para papel gigante - Papel gigante branco - Marcadores, de preferência de cores variadas – Bostick - Resma – Canetas. Habilidades para a vida aprendidas: Habilidades de recolha de informação Analisar atitudes e comportamentos, valores, normas sociais e crenças e os factores que os afectam Comunicação verbal/não verbal Escuta activa Determinar soluções alternativas para os problemas

Secção 4 Exercícios de Produção de Rádio Módulo 3

4.3.2 Como aprender a usar o método de pesquisa inicial apresentado no Manual do Produtor (secção 2.1) EXERCÍCIO CHAVE

4 Passos: 1. Preparação: O facilitador e o assistente devem estar previamente familiarizados com o método. Veja secção 2.1 do Manual do Produtor. O papel do assistente é apoiar o facilitador tomando notas na chuva de ideias e definições como também em outras tarefas de apoio. 2. Seguindo os passos de 1 à 8 (veja secção 2.1 do Manual do Produtor) desenvolve-se uma simulação com uma audiência imaginária composta de membros da comunidade, especialistas locais e produtores de rádio, por exemplo: 2.1 Na busca do tema, o facilitador questiona os participantes, que neste exercício fazem o papel da comunidade, e aponta as respostas num papel gigante; 2.2 A seguir o facilitador apresenta os resultados aos participantes, que no momento fazem o papel de produtores de rádio, e em conjunto escolhe-se o primeiro tema a abordar; 2.3 A seguir (passo 3 à 8) o facilitador questiona os participantes, que agora fazem o papel de membros da comunidade, especialistas locais e produtores de rádio, e aponta as respostas e definições úteis para a compilação da matriz de pesquisa inicial resultante deste exercício. 3. Depois de desenvolvida a primeira matriz, dividem-se os participantes em grupos e cada um desenvolve uma matriz com novos temas. 4. Auto-avaliação: Com esta actividade final os participantes terão a possibilidade de contribuir para a melhoria do método apresentado e da própria aprendizagem antes de usa-lo com a comunidade e especialistas locais. Nota: para modelo de auto-avaliação veja secção 2.2 do Manual do Produtor.

Notas para os facilitadores: Na chuva de ideais sobre comportamentos, o melhor é identificar comportamentos que reflectem uma acção individual. Exemplo de comportamentos: Lavar as mãos antes de comer; Utilizar o diálogo como alternativa ao castigo corporal; Dialogar sobre o uso do preservativo no contexto de Casa 2, etc. Atenção: é um erro comum confundir comportamento com meio, por exemplo, fazer palestra ou fazer teatro são meios e não comportamentos.

!

Existem vários métodos de pesquisa, alguns requerem muito tempo, dinheiro e especialistas, mas o método apresentado nesta sessão não requer tantos recursos mas somente que os membros da equipa de produção sejam facilitadores e que exista um envolvimento directo da comunidade. Quando estiver a ensinar um grupo de produtores de rádio a usar o método, não precisa de envolver directamente a comunidade pois os participantes podem desempenhar o papel de membros da comunidade e especialistas locais na sala de aulas se necessário.

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Objectivo: Aprender a desenvolver conteúdos úteis para a produção de programas radiofónicos virados a mudança de comportamento. No final desta sessão os participantes serão capazes de: Transformar a

informação duma matriz de pesquisa inicial em conteúdos para programas radiofónicos virados a mudança de comportamento.

Preparativos: Numa folha gigante preparar um plano de conteúdos a compilar (veja Manual do Produtor secção 3.1). Papéis gigantes para a chuva de ideias. Matriz de pesquisa inicial a usar (pode se usar uma matriz dos guias temáticos ou uma desenvolvida pelos participantes na sessão anterior). Exemplos áudio de rubricas (veja CD anexo ao Manual do Produtor). Espaço e disposição das cadeiras: Espaço suficiente de acordo com o número de participantes.

Duração: 120 minutos Materiais: Aparelho de som, Tripé para papel gigante - Papel gigante branco - Marcadores, de preferência de cores variadas – Bostick - Resma – Canetas.

4.3.3. Como aprender a desenvolver um plano de conteúdos como apresentado no Manual do Produtor (secção 3.1) EXERCÍCIO CHAVE

Secção 4 Exercícios de Produção de Rádio Módulo 3

4 Passos: 1. Preparação: O facilitador e o assistente devem estar previamente familiarizados com o método. Veja secção 3.1 do Manual do Produtor. O papel do assistente é apoiar o facilitador tomando notas da chuva de ideias e definições assim como em outras tarefas de apoio. 2. Seguindo os passos da secção 3.1 do Manual do Produtor e matriz de pesquisa inicial a usar, o facilitador apresenta as componentes do plano e as técnicas de produção de conteúdos em plenária. Quando necessário, apresentam-se os exemplos áudio para os participantes melhor entenderem os formatos. Por exemplo, quando queremos apresentar o formato voxpop, primeiro damos uma explicação sobre o que é, a seguir apresentamos um exemplo áudio de voxpop para depois explicar a técnica de produção para pergunta voxpop como acima descrito de forma resumida e mais detalhada na secção 3.1 do Manual do Produtor, componente voxpop. Podemos usar esta sequência para apresentar também as outras componentes de um programa. 3. A seguir dividem-se os participantes em dois grupos de quatro pessoas cada e a partir de uma matriz de pesquisa inicial, o grupo 1 desenvolve o esboço do mini-drama e o grupo 2 desenvolve todas as outras componentes. 4. Auto-avaliação: Com esta actividade final os participantes terão a possibilidade de contribuir para a melhoria da técnica apresentada e da própria aprendizagem. Nota: para modelo de auto-avaliação veja secção 2.2 do manual do Produtor.

Os dois exercícios deste módulo podem ser feitos com crianças assim como apresentados.

Para crianças

Notas para os facilitadores: Para facilitar o desenvolvimento de um plano de conteúdos, o facilitador pode entregar ao grupo o esquema resumido de como usar uma matriz de pesquisa inicial para desenvolver componentes/conteúdos de programas como apresentado na secção 3.1 do Manual do Produtor.

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Habilidades para a vida aprendidas: Habilidades de pensamento crítico, decisão, comunicação, cooperação e trabalho em equipa.

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Secção 4 Exercícios de Produção de Rádio Módulo 4

Componentes do Programa

Os exercícios deste módulo focalizam-se em como ensinar componentes de programas de rádio. Podem ser usados para introduzir e ensinar componentes a crianças e novos produtores. Ou, se os participantes já tiverem aprendido ou forem familiares com o uso das ferramentas de pesquisa e planeamento do conteúdo descrito no módulo anterior, pode usar estes exercícios como um teste de aplicação prática das habilidades em usar as ferramentas. Os exercícios oferecem aos participantes uma oportunidade para transformar o conhecimento adquirido acerca do tópico num formato de rádio. Têm a função de aprimorar as habilidades dos participantes de difundir a mensagem desejada de um programa para todos. Este tipo de exercícios é fundamental no ensino de produção de rádio. Não se pode ensinar rádio as pessoas exclusivamente com base em conhecimento teórico, um programa de rádio com sucesso não é só influenciado pela boa escolha do tópico mas também pela forma como é apresentado. O tom de voz, o ritmo da fala, a ordem em que as diferentes componentes são apresentadas e muitas outras coisas tornam-se importantes quando escutamos a rádio e a única maneira dos participantes praticarem qualquer uma destas coisas é experimentado por si ou observando como os outros fazem. As componentes cobertas neste módulo são spots, voxpops, mini-dramas, entrevistas e debates. Refira-se as secções apropriadas do Manual do Produtor para obter informação técnica completa e orientações sobre as características de cada uma. As técnicas de ensino podem também ser usadas para ensinar outros tipos de componentes, seja criativo no modo como as usa e estenda o seu uso para todo o curso. Não tente fazer todos os exercícios apresentados de uma vez, faça-os depois das sessões temáticas ou depois de sessões de pesquisa e planeamento de conteúdos para verificar se os participantes podem aplicar o que aprenderam em termos práticos.

Módulo 4.4

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Objectivos: Aumentar o conhecimento dos participantes uns sobre os outros, estimular a sua capacidade de pesquisa e testar o seu conhecimento técnico sobre produção de rádio através da produção de um spot. No final desta sessão os participantes serão capazes de: Fazer uma breve

entrevista de pesquisa num tópico focalizado.

Identificar declarações que irão criar interesse num assunto da rádio.

Identificar as principais características de um spot de rádio.

Preparativos: Se possível prepare um exemplo de spot de apresentação para cada um dos facilitadores. Peça previamente aos participantes para trazerem algumas das suas músicas. Disponibilize um disco de efeitos sonoros e equipamento de gravação e verifique se tudo está a funcionar.

Espaço e disposição das cadeiras: Para este exercício é preciso ter disponíveis pelo menos duas salas separadas onde os participantes possam gravar os seus spots sem distúrbios. A sala principal deve ser grande o suficiente para acomodar os participantes em grupos de dois para que possam entrevistar-se uns aos outros.

Spot de rádio é um pequeno formato de 10-30 segundos publicitando um patrocinador comercial ou um novo programa de rádio. O objectivo é captar o interesse do ouvinte e lhe levar a agir com base na informação dada no spot: comprar algo, visitar uma loja ou escutar um programa no futuro. Os spots não precisam de grandes pesquisas – servem mais para tornar um produto ou programa atractivo e interessante, o que faz com que sejam de fácil aplicação para pequenos exercícios como o apresentado abaixo. Neste exercício combinamos uma pequena entrevista de pesquisa com a produção de um spot como forma de apresentar os participantes uns aos outros. Este exercício pode ser usado logo no princípio do curso para rapidamente lançar os participantes na produção de rádio. Pode também ser usado em qualquer outra altura do curso para ilustrar o que faz com que um spot seja bom. O assunto deste spot em particular certamente irá criar um interesse pessoal no conteúdo do curso.

Secção 4 Exercícios de Produção de Rádio Módulo 4

4 Passos: Produção do spot 1. Explique: Fazemos parte de uma equipa de produção/edição de uma estação de rádio e temos a tarefa de produzir spots de rádio para uma série de programas denominados “A personalidade da semana” que realça histórias e interesses de pessoas da comunidade local. Agora cada um deve fazer uma pequena entrevista de pesquisa com as pessoas escolhidas e produzir uma pequena amostra de spot de rádio sobre o assunto da entrevista. O objectivo é mostrar ao grupo o potencial da escolha dessa pessoa para a série de programas por isso é importante apresentar os spots de uma forma interessante. Não grave a entrevista de pesquisa, use-a para pesquisar o que a pessoa deve dizer no spot e que assunto deve tratar. Depois prepare e grave uma pergunta ou declaração com o entrevistado. 2. Revele o exemplo de spot de apresentação dos facilitadores e realce que: O spot não pode levar mais de 30 segundos, deve focar-se num interesse da pessoa que não esteja relacionado com o seu trabalho, pode ser um passatempo. O apresentador do spot deve fazer uma introdução resumida da pessoa e dar uma amostra da entrevista. O spot deve criar um interesse no ouvinte e apresentar algo surpreendente sobre a pessoa. Veja um exemplo de spot nas materiais abaixo. Pode distribuir um folheto com o texto chave para cada participante.

4.4.1. Spots Spots

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Duração: 1 hora

Materiais: Exemplos de spots previamente preparados. Um gravador para cada dois participantes. 2 leitores de cds com altifalantes e/ou computadores portáteis com leitor de cd/dvd e programa de edição. Alternativamente, nada do acima citado é necessário, somente espaço para ouvir as encenações do spot.

Habilidades para a vida: Habilidades de comunicação interpessoal: comunicação verbal/não verbal, escuta activa Habilidades de tomada de decisão/resolução de problemas: habilidades de recolha de informação Habilidades de gerir stress: Gestão de tempo

Secção 4 Exercícios de Produção de Rádio Módulo 4

3. Divida os participantes em grupos de 2, isto pode ser feito tirando os nomes aleatoriamente de um saco e depois iniciam a produção do spot. Dê 10 minutos para os grupos fazerem as entrevistas pela primeira vez e mais 10 minutos para individualmente prepararem as suas questões e entrevistas e gravarem o que precisam para o spot. O tempo necessário para editar o som vai depender da disponibilidade de equipamento e perícia técnica. Dê oportunidade a todos de usarem música e sons ou efeitos de edição na produção dos seus spots. Alternativamente pode pedir aos participantes para fazerem os spots juntos. 4. Apresentação de resultados Oiça os spots. Dê tempo para que surjam reacções aos diferentes spots, não faça nenhuma avaliação final pública sobre quais foram melhor produzidos, todas as contribuições devem ser igualmente consideradas. Isto irá criar um melhor espírito de equipa.

O exercício pode ser feito com crianças assim como apresentado.

Para crianças

Notas para os facilitadores: Este exercício é útil para grupos pequenos que não tenham mais de 10 pessoas, se tiver mais pessoas irá consumir muito tempo. Se não tiverem equipamento de gravação disponível, este exercício pode ser feito na forma de teatro áudio (veja a página 17: Equipamento técnico). Pode usar os desenhos feitos no exercício 3.3 durante os exercícios de introdução para iniciar a entrevista sobre passatempos e interesses. Para mais informação sobre

spots, consulte o Manual do Produtor. Veja 4.2 Promoção.

!

Exemplo de um spot: Música/Efeito musical de 3-5 segundos O Apresentador diz: Caro Amigo A pessoa da semana é ......(Nome da pessoa) Ela / Ele é ....(profissão) Além disso, (Nome da pessoa), também gosta de outras coisas. Música/Efeito musical de 3-5 segundos A pessoa apresentada diz: Eu gosto muito de .... OU A minha paixão é ..... Música/Efeito musical de 3-5 segundos

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Objectivos: Familiarizar os participantes com o conceito de voxpop. Também é útil para os participantes praticarem as suas habilidades de elaboração de componentes de programas adequadas a mensagem geral do programa. No final desta sessão os participantes serão capazes de: Identificar e formular as

perguntas certas para o voxpop.

Identificar as características chave do voxpop.

Saber como estruturar um voxpop aquando da edição para rádio.

Preparativos: Produza, ou organize um exemplo áudio de um bom voxpop e, se possível, de um mau também.

Espaço e disposição das cadeiras: Cada grupo deve ter o seu próprio espaço, de preferência uma sala diferente ou pelo menos uma esquina diferente onde poderão praticar a apresentação do voxpop. Para a própria apresentação, organize cadeiras a frente para os apresentadores e cadeiras para a audiência de modo a que a audiência esteja de costas para os apresentadores.

4.4.2. Produção de voxpop

Secção 4 Exercícios de Produção de Rádio Módulo 4

4 Passos: Produção do voxpop: 1. Explique: Fazemos parte de uma equipa de produção/editorial de uma estação de rádio e temos a tarefa de produzir um voxpop para uma série de programas. Apresente um exemplo de voxpop e dê instruções: o voxpop não poderá levar mais de 2 minutos, deve concentrar-se numa só pergunta com um máximo de seis pessoas entrevistadas. Em vez de gravado o voxpop, será apresentado como uma encenação de um voxpop editado. Em cada grupo, os participantes precisam de dividir as tarefas da seguinte forma: 1 pessoa será o apresentador que irá introduzir a questão do voxpop. 1 pessoa será responsável por fazer efeitos de som. 2-3 pessoas farão o papel de membros da comunidade. Cada membro da comunidade deve apresentar duas respostas diferentes para a questão do voxpop. Estas instruções podem ser escritas num papel gigante visível para todos.

2. Divida os participantes em grupos de 4-5 pessoas e dê a cada grupo uma matriz de pesquisa inicial já preenchida, ou pode usar matrizes ou planos de conteúdos que os participantes tenham desenvolvido nos exercícios anteriores. Dê 20- 30 minutos para todos os grupos desenvolverem uma pergunta para o tópico dado, divida as tarefas entre eles e pratiquem a apresentação do voxpop.

Apresentação de resultados: 3. Cada grupo apresenta o seu voxpop da seguinte maneira: O apresentador introduz o tópico e a questão. Os “membros da comunidade” respondem a questão, um de cada vez. Só devem dar as respostas, a questão deve somente ser apresentada uma vez no princípio do voxpop e não ser repetida para cada novo membro da comunidade. A pessoa responsável pelos efeitos de som pode fazer os efeitos apropriados durante a apresentação, por exemplo, um no princípio, um depois de a questão ter sido apresentada, alguns entre as respostas dos membros da comunidade e um no fim do voxpop. Veja um exemplo nos materiais abaixo. O resto da audiência deve sentar-se de costas para o grupo para simular uma audiência de rádio. Após a apresentação, repete-se o processo até que todos os grupos tenham feito as suas apresentações.

Voxpop é um formato que leva entre 30 segundos a 2 minutos dependendo do tema e da edição. O seu objectivo é trazer a “voz do povo” para a rádio, consiste de trechos de respostas dadas por diferentes ouvintes para a mesma pergunta. Para funcionar bem, o voxpop precisa essencialmente de ter uma pergunta aberta bem formulada, a arte do voxpop consiste em fazer uma pergunta que provoca respostas interessantes que ajudam a esclarecer o tópico principal do programa. Neste exercício, os participantes devem adivinhar quais os tópicos e mensagens dos programas baseando-se no voxpop produzido – é um bom exercício para verificar se as mensagens são percebidas do modo que desejamos.

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Duração: 1 hora

Materiais: Objectos para produzir efeitos de som, podem ser batuques, chocalhos, paus, garrafas, etc. Exemplos de voxpops para tocar. Pode encontrar alguns no CD áudio anexo ao Manual do Produtor.

Habilidades para a vida: Cooperação e Trabalho de Equipa: Mostrar respeito pelas contribuições e diferentes estilos dos outros; avaliar as suas próprias habilidades e contribuir para o sucesso do grupo Habilidades de Pensa-mento Crítico: Análise das influências de pares e da mídia; análise de atitudes, valores, normas sociais e crenças e os factores que os influenciam; identificar informação relevante e fontes de informação.

Secção 4 Exercícios de Produção de Rádio Módulo 4

Depois de cada apresentação pergunte a audiência: Imaginem que o voxpop faz parte de um programa. Qual acham que é o tópico do programa deste voxpop? Qual é a mensagem do programa? O voxpop poderia ser adequado para outras mensagens e tópicos? Resumo: 4. Pergunte: O que faz uma pergunta de voxpop ser boa ou má? Que perguntas produziram respostas diferentes e quais produziram respostas semelhantes? Resuma os pontos principais num papel gigante.

O exercício pode ser feito com crianças assim como apresentado.

Para crianças

Notas para os facilitadores: Este é um bom exercício para animar os participantes a serem criativos e se divertirem com a apresentação enquanto ao mesmo tempo aprendem a produzir um voxpop. Funciona melhor a tarde para dar alguma energia aos participantes. É mais adequado para grupos com menos de 10 pessoas porque senão torna-se muito repetitivo. Para mais informação sobre voxpop consulte o Manual do Produtor. Veja 1.5.1 Repórter de Vox-Pop

!

Exemplo de voxpop: Efeito sonoro Apresentador: Hoje vamos falar de (tema), e enviamos o nosso repórter para perguntar a comunidade (pergunta do voxpop) Efeito sonoro Membro da comunidade 1: Eu acho que.. Membro da comunidade 2: Na minha opinião.. Membro da comunidade 3: Para mim .. Efeito sonoro Membro da comunidade 4: Acredito que ... Membro da comunidade 5: Não tenho certeza, mas.. Membro da comunidade 6: Penso que... Efeito sonoro Apresentador: E assim apresentamos o que os membros da comunidade acham Efeito sonoro

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4.4.3. Mini drama Um mini-drama é uma pequena encenação com a duração de 2 a 3 minutos, é composto de 2 a 3 cenas curtas centralizadas a volta de uma situação ou conflito e mostra como este se desenvolve. O mini-drama tem muitas utilidades mas é particularmente útil para explorar questões a volta de comportamentos que podem ser prejudiciais a saúde, bem-estar, auto-estima e direitos das pessoas, isto porque oferece grandes vantagens: Em primeiro lugar, o mini-drama apresenta diferentes pontos de vista ou diferentes comportamentos em situações quotidianas. E em segundo lugar, o facto de ser ficção permite que o mini-drama trate de assuntos que seriam difíceis de abordar em outros contextos, por exemplo, temas que tem a ver com sexualidade e reprodução. Quando as pessoas distinguem algo como “não real” não lhes ofende tanto como se fosse uma situação real. Por último, o mini-drama possui uma última arma secreta que o faz mais efectivo do que muitas outras formas de rádio educativa: É divertido, e fala directo com as nossas emoções. Isso faz com que seja o formato favorito dos ouvintes. Existem quatro exercícios neste módulo, os primeiros dois lidam com o desenvolvimento de personagens. Criar personagens não é um assunto trivial, se as personagens exagerarem no uso de estereótipos isso pode difundir uma mensagem contrária ao que era o objectivo. Se uma encenação é sobre os papéis do género e todas as raparigas forem tímidas e os rapazes decisivos como é que as pessoas irão perceber a mensagem? Os dois exercícios exploram o significado de estereótipo e lidam com a criação do vigor das personagens e desenvolvimento dos traços de carácter. O terceiro exercício trata do desenvolvimento de cenas e solução de problemas. Os exercícios tem como exemplo de tema o estigma em relação ao HIV mas as técnicas podem ser usadas também para outros temas. A função principal não está ligada ao tema mas sim ao facto de fazer os participantes entenderem como eles mesmos estão frequentemente a estereotipar toda as pessoas a sua volta. Este conhecimento não serve somente para o desenvolvimento de mini-drama mas também para as pessoas serem capazes de avaliar os seus julgamentos de valor e dos outros. Os exercícios B e C foram desenhados para ensinar habilidades para a vida em decisão – realizando e negociando e explorando como estes podem influenciar o desenvolvimento da história. O quarto e último exercício encoraja o uso criativo de efeitos de som no drama assim como em outras componentes de um programa. Este módulo é recomendado como a componente chave de qualquer formação, os mini-dramas são uma das melhores formas de falar sobre uma mudança de comportamento real para uma audiência. Os mini-dramas são também adequados para crianças produtoras e todos os participantes, independentemente da idade, irão beneficiar de terem as suas percepções do mundo testadas assim como acontece nestes exercícios.

Secção 4 Exercícios de Produção de Rádio Módulo 4

Mini drama

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Objectivos: Fazer com que os participantes entendam como ocorre a estigmatização através de estereótipos. Este conhecimento é depois usado para discutir a representação num drama radiofónico onde o desenvolvimento de personagens muito superficiais frequentemente resulta em estereótipos, reforçando assim assumpções comuns acerca de certos comportamentos.

No final desta sessão os participantes serão capazes de: Reconhecer como eles

mesmos estereotipam e fazem assumpções sobre outras pessoas sem conhecerem a sua história completa.

Entender como cada novo pedaço de informação aumenta o conhecimento sobre o carácter de uma pessoa, mudando as suas percepções do modo como a julgavam.

Preparativos: Faça cópias das fichas dos papéis dos concorrentes e corte-as para usar ou escreva-os em cartazes. Espaço e disposição das cadeiras: Organize um espaço no lado de frente da sala para os concorrentes apresentarem os seus cartões de modo a que todo o júri possa vê-los.

Secção 4 Exercícios de Produção de Rádio Módulo 4

4.4.3 A. Criando personagens sem estereótipos – “Competição de melhor Irmão/Irmã EXERCÍCIO CHAVE

6 Passos: Introdução 1. Explique como é o jogo: “Alguns farão parte do júri, outros serão os concorrentes. Precisamos de seis voluntários – três homens e três mulheres – para serem os concorrentes.” Entregue uma ficha do papel do concorrente (abaixo) a cada concorrente. Se o grupo for pequeno peça somente quatro voluntários. 2. Explique que, “Os outros participantes farão parte do júri que irá escolher alguém para ser um modelo de irmã ou irmão. Teremos três voltas de julgamento, em cada volta ser-lhe-á dada informação nova sobre os seis concorrentes. Enquanto os concorrentes lêem as suas notas e preparam-se, os membros do júri devem discutir entre si que critérios irão usar para os julgar. O objectivo do júri é seleccionar o concorrente mais digno de ser o/a melhor irmão/a.” Competição 3. Organize a competição, uma volta de cada vez. Em cada volta, os concorrentes ficam em frente do júri e dão uma nova informação sobre eles mesmo que está escrita nas fichas.

Permita que o júri decida a classificação dos concorrentes no fim de cada volta e anuncie a sua decisão (que é anotada no papel gigante). Pode pedir aos participantes que se posicionem de acordo com a sua classificação.

Fazer o julgamento 4. Depois da Terceira volta o grupo deve decidir quem é o melhor Irmão ou Irmã mais velho/a. Depois discutam: Como chegou a sua decisão? Que critérios usou? O que aprendemos com este exercício? Porque é que julgamos os outros? Exemplos: Ajuda-me a sentir-me melhor ou superior. Ajuda a aumentar o meu poder e controle sobre os outros. Ajuda a manter-me separado dos outros. Ao julgar os outros posso manter o status quo na comunidade. É uma projecção dos meus medos – Julgo nos outros àquilo que não julgo em mim mesmo. A minha igreja ensina a julgar – apontar os pecados dos outros. Sobre desenvolvimento de personagens

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Duração: 2 horas

Materiais: Ficha dos papéis dos concorrentes Veja página 66.

Habilidades para a vida: Cooperação e Trabalho de Equipa: Mostrar respeito pelas contribuições e diferentes estilos dos outros; avaliar as suas próprias habilidades e contribuir para o sucesso do grupo. Habilidades de Pensa-mento Crítico: Análise das influências de pares e da mídia; análise de atitudes, valores, normas sociais e crenças e os factores que os influenciam.

5. Explique: Se as personagens de um mini-drama forem apresentadas com estereótipos e muito poucas características elas podem reforçar essas percepções na audiência de rádio. Exemplo: meninas são sempre apresentadas sendo menos assertivas que os rapazes.

Pergunte: Quando se representa uma personagem num mini-drama, que problemas os seus julgamentos pessoais podem criar? O que é que este exercício nos ensina em termos da criação de uma personagem? O que acontece quando a audiência recebe nova informação sobre uma personagem durante a encenação? Como podemos evitar usar estereótipos no drama radiofónico?

6. Resumo: Frequentemente fazemos assumpções sobre outras pessoas sem

saber muito sobre elas, estas são generalizações que não tem nenhuma validade – simplesmente assumimos que as ‘outras pessoas’ são sujas, preguiçosas, promíscuas, dão azar, etc.

A estigmatização faz-nos sentir superiores e mais morais em relação as outras pessoas. Faz-nos sentir que estamos certos e eles errados, mas na verdade podemos estar no mesmo barco.

Devemos procurar aceitar em vez de julgar ou condenar os outros, por exemplo podemos não concordar com o estilo de vida de uma trabalhadora de sexo mas não a podemos condenar ou rejeitar.

A estereotipagem cria estigma ao fazer-nos pensar que sabemos tudo sobre as pessoas, julgando pelo seu comportamento. Se usarmos estereótipos no mini-drama podemos estar a contribuir para o estigma.

Secção 4 Exercícios de Produção de Rádio Módulo 4

Este exercício funciona bem com crianças, particularmente se mudarmos os cartões de contexto para representar diferentes tipos de crianças, por exemplo, órfãs, crianças da rua, crianças inválidas, meninas/rapazes jovens, etc..

Para crianças

Notas para os facilitadores: Este é um bom exercício para fazer com que as pessoas entendam como o uso de estereótipos e assumpções é parte integrante da maneira como percebemos o mundo. É fácil acusar os outros de o fazerem por serem ignorantes acerca doutros grupos, mas estereotipagem não é somente o que “as outras pessoas fazem”. Nesse sentido este exercício ensina algo muito fundamental e encoraja habilidades de pensamento crítico. Se o passo 4 for ignorado, este pode ser considerado um exercício sobre como ocorre o estigma.

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Mini drama

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Secção 4 Exercícios de Produção de Rádio Módulo 4

Ficha do papel do con-corrente

1a volta 2a volta 3a volta

A

Mulher casada com dois filhos.

Trabalhadora de sexo – vendendo sexo nos hotéis durante o fim de semana.

Esta é a única maneira que arranjou para pagar as pro-pinas dos seus filhos.

B

Médico do hospital do estado.

As vezes rouba medicamentos da farmácia.

Usa os medicamentos para tratar pessoas na clínica gerida por ele nos seus tem-pos livres.

C

Rapariga ado-lescente que vive com a sua tia na aldeia.

Abandonou a escola e faz viagens frequentes para a cidade.

Ela tem que fazer trabalhos à peça para sustentar a sua tia que está doente e os seus três irmãos mais novos.

D

Homem casado com quatro filhos.

Ele sobrevive de caça furtiva na reserva local.

Ele contribuiu um grande valor para reconstruir a igreja local.

E

Jovem músico que canta sobre paz e amor.

As vezes fuma cannabis (suruma).

Ele trabalha como voluntário com as crianças da rua nos seus tempos livres.

F

Mulher membro do conselho distrital.

Ela atribui terrenos aos seus familiares e amigos.

Ela está a arrecadar dinheiro para criar um abrigo para as mulheres que enfrentam violência doméstica.

Ficha dos papéis dos concorrentes “Competição de melhor Irmão/Irmã

Materiais para 4.4.3A. Criando personagens sem estereótipos

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Preparativos: Copiar os cenários.

Espaço e disposição das cadeiras:

É necessário ter espaço suficiente para que todos os participantes, em grupos de dois, possam apresentar uma encenação ao mesmo tempo.

4.4.3 B. O que é assertividade? Desenvolvendo traços de carácter e comportamentos EXERCÍCIO CHAVE

Secção 4 Exercícios de Produção de Rádio Módulo 4

10 Passos: Definição de assertividade 1. Discussão em grupos pequenos: O que significa assertividade? Como é que ser assertivo nos ajuda?

Assertividade é: Lutar pelos seus direitos. Dizer como quer que as coisas sejam feitas. Ser firme – lutar pelo que acredita. Ser você mesmo. Reivindicar o seu espaço lutando pelos seus valores. Decidindo por si mesmo. Procurando o reconhecimento. Não sendo passivo. Não sendo agressivo. Tentando conseguir o que quer. Sendo confiante. Dizendo o que pensa, sente e quer de maneira clara e honesta que é boa para si e para os outros. Não é sendo agressivo ou mostrando irritação.

Praticando assertividade – desempenho de papéis aos pares 2. Faça uma encenação aos pares onde alguém não está a ser assertivo. Pergunte ao grupo: O que está a acontecer? Como é que a pessoa pode ser mais assertiva? Isto acontece connosco? 3. Apresente a mesma encenação com a pessoa já sendo assertiva. 4. Divida os participantes em pares e peça para que fiquem de pé, um a frente do outro. Peça os pares para decidirem os seus papéis, entregue os cenários (veja página 69), um por cada par. 5. Depois peça a todos os pares para encenarem ao mesmo tempo. 6. Depois de alguns minutos grite “PAREM!” e peça para ver algumas das encenações, depois de algumas demonstrações pare e pergunte: O que aconteceu? Como se sentiram? Eles estavam a ser assertivos? Como podem reivindicar os vossos direitos em diferentes cenários e manter controle sobre as vossas vidas? 7. Quando as pessoas sugerirem soluções peça a um dos pares para encená-las. Depois discuta o que fez diferença – nível de voz, linguagem, postura, convicção. Reflexão 8. Discuta como os diferentes cenários mudaram devido a um traço de personalidade ou comportamento diferente. Peça aos participantes para escreverem 1-2 traços da personalidade do seu vizinho e 1-2 traços da sua personalidade num papel. Recolha os papéis, misture-os e leia-os aleatoriamente em voz alta. Isto serve para dar uma definição clara do que são traços de carácter. 9. Escolha uma das encenações previamente desempenhadas e atribua diferentes traços de carácter a uma das personagens principais e pergunte aos participantes como é que isto iria mudar a encenação.

Objectivos: Discutir a representação de personagens em mini-dramas e como mudar uma situação numa cena atribuindo diferentes traços de carácter e comportamentos às personagens. Ao mesmo tempo serve para ensinar e praticar habilidades de assertividade dado que esta habilidade é particularmente boa para criar resultados que não acabam em violência ou mostrar pessoas lutando pelos seus direitos, lutando contra a estigmatização ou ignorância. É portanto, adequado para encenações que tentam ilustrar comportamentos desejáveis alternativos.

No final desta sessão os participantes serão capazes de: Definir e entender

assertividade. Praticar habilidades de

assertividade.

Entender como diferentes traços de carácter usados na rádio podem mudar o resultado de uma situação ilustrada numa encenação.

Ficha dos papéis dos concorrentes “Competição de melhor Irmão/Irmã

Mini drama

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Duração: 1-2 horas

Materiais: Cópias dos cenários.

Habilidades para a vida: Habilidades de comunicação interpessoal: comunicação verbal e não verbal; escuta active. Habilidades de negociação/recusa: gestão de negociação e conflito; habilidades de assertividade; habilidades de recusa. Empatia: Habilidade de ouvir e entender as necessidades e circunstâncias dos outros e expressar esse entendimento Habilidades de advocacia: habilidade de influenciar e persuasão.

Secção 4 Exercícios de Produção de Rádio Módulo 4

Resumo:

10. Enfatize: Quando ilustramos personagens em encenações, os ouvintes julgam-nos através daquilo que dizemos mas também através do modo como nos comportamos. A maneira como uma personagem se comporta numa encenação é guiada pelos traços de carácter que a pessoa tem. Se não tivermos cuidado, uma encenação pode reforçar estereótipos e padrões de comportamento existentes. Para mudar isso precisamos de saber que traços atribuir às personagens para criar um tipo de representação diferente. Um dos principais traços é a assertividade, que pode ajudar a mudar uma situação de conflito e pode criar resultados credíveis e não típicos.

Este exercício funciona bem com crianças. Escolha cenários envolvendo crianças e deixe que os exemplos lhe inspirem a criar novos. Se já tiver feito o exercício 3 “Quem sou eu? do Módulo 1 com o seu grupo de crianças pode usar o balão “ as coisas que me preocupam” como ponto de partida para discutir cenários que são relevantes para elas.

Para crianças

Notas para os facilitadores: Aprender habilidades de assertividade pode ser uma estratégia para apoiar o desafio contra o estigma e defesa dos direitos. Além de frequentemente ser um traço de carácter central num mini-drama também é uma habilidade útil para o desenvolvimento de habilidades de advocacia e negociação o que também é importante para a facilitação de debates na rádio. Se os participantes tiverem dificuldades, poderá partilhar as técnicas abaixo com eles, ou se o tempo for curto, pode entregar a todos para que leiam antes de passarem para o passo 2.

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Mini Drama

Técnicas de assertividade: Disco rachado Esta é uma das técnicas de assertividade que pode ser usada para enfatizar um ponto. Envolve a repetição do requisito ou do ponto – suavemente e de diferentes maneiras. Exemplo com pessoas vivendo com HIV (PVHIV).

PVHIV: Quero ir visitar o meu amigo. Família: Não, devias ficar em casa a descansar. PVHIV: Vou descansar quando voltar para casa. Quero ir visitar o meu amigo. Família: Os vizinhos vão te ver. PVHIV: Não estou preocupado. O que há para ver? Quero ir visitar o meu amigo. Família: Não tens tempo para amigos. Deves te preocupar com a tua saúde. PVHIV: Estou a ficar cada dia mais forte. Esta amizade está a ajudar por isso gostaria muito de visitar o meu amigo.

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Materiais para

4.4.3 B.

O que é assertividade?

Cenários

Secção 4 Exercícios de Produção de Rádio Módulo 4

Outras técnicas de assertividade: • Diga as pessoas claramente e com força o que pensa, sente e quer. • Diga ‘Eu’ sinto, penso ou gosto. • Não peça desculpas ou fique desanimado por dizer o que sente. • Fique de pé ou sentado direito numa forma relaxada. • Mantenha a sua cabeça para cima e olhe para a outra pessoa nos

olhos. • Fale de maneira a que as pessoas lhe escutem claramente. • Mantenha as suas ideias próprias e lute por si. • Não tenha medo de não concordar com as pessoas. • Aceite o direito dos outros de dizer ‘Não’ e aprenda a dizer ‘Não’.

Mini drama 1. Está a viver com a sua tia, tem estado doente mas agora sente-se melhor. Está a ajudar nas tarefas da casa. A sua tia regressa e ordena: “vai para o teu quarto. Não devias estar a fazer isso. Vai!”

2. Foi visitar uns amigos noutra aldeia. Um amigo lhe dá boleia para casa. Quando chega, o/a seu/sua marido/esposa diz, “Não devias sair a noite e misturar-te com essa gente. Estás proibido de lhes visitar de novo!”

3. Descobriu a dois meses atrás que é seropositivo. Ainda não disse a ninguém mas descobriu que o conselheiro com quem conversou tem estado a contar a outras pessoas, incluindo um membro da sua família. Você vai confrontar o conselheiro.

4. Você tem tido dores de estômago e diarreia e vai ao hospital onde todos lhe conhecem. Gostaria de consultar um médico mas a enfermeira diz-lhe, “Devia ir para casa e descansar. Não há mais nada que podemos fazer por si aqui.

5. Uma criança da rua aproxima-se de um adulto na rua porque precisa de ajuda urgente para um amigo que está magoado. Quando pede ajuda o adulto diz: “Vai embora, seu mentiroso”.

6. Voltas para casa depois de visitar um amigo. A tua mãe acusa-te de não fazeres bem os trabalhos da casa apesar de teres feito. Ela ameaça bater-te.

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Objectivos:

Discutir a produção do mini-drama e como desenvolver cenas e personagens.

No final desta sessão os participantes serão capazes de: Identificar as cenas de

uma encenação que são essenciais para o desenvolvimento coerente de uma história.

Preparativos:

Cópias de uma ou mais matrizes de pesquisa já preenchidas.

Espaço e disposição das cadeiras: Espaço suficiente para os participantes apresentarem um drama. Duração: 1 hora e meia.

Materiais: Papel gigante, matrizes de pesquisa já preenchidas. Veja os guias temáticos.

Habilidades para a vida: Habilidades de comuni-cação interpessoal: comu-nicação verbal/não verbal. Escuta activa.

Secção 4 Exercícios de Produção de Rádio Módulo 4

4.4.3 C. Desenvolvimento de cenas para mini-drama EXERCÍCIO CHAVE

5 Passos: 1. Explique que os participantes têm de desenvolver um mini-drama em grupos e apresentá-lo para a classe, usando uma matriz de pesquisa inicial e os passos descritos no Manual de produtores para desenvolver o drama. Caso os participantes não estiverem familiarizados com a metodologia de desenvolvimento de conteúdos usando uma matriz, explique como isto é feito. 2. Divida os participantes em grupos de 3-4 pessoas e distribua uma matriz de pesquisa inicial para cada grupo. As matrizes podem ser as mesmas para todos os grupos, pois isso vai mostrar maneiras diferentes de resolver a mesma tarefa. Alternativamente, dê uma matriz diferente a cada grupo para mostrar como tratar temas diferentes. Dê aos grupos 30-40 minutos para desenvolverem as personagens e cenas de seu mini drama. 3. Peça a cada grupo para apresentar o seu drama. O público não deve ver a encenação, mas sim se sentar com as costas voltadas para os artistas para simular a situação de um ouvinte de rádio. Reflexão: 4. Após cada apresentação, ajude os participantes a resumirem as cenas representadas: Quais as cenas mais importantes para contar a história? Em que cenas o conflito central ocorreu? Quando é que a acção mudou e porquê? Quando forem identificadas as cenas mais importantes decida onde é que a encenação deve começar e parar. Nem sempre serão necessárias todas as cenas para contar a história. Discuta também as personagens: São estereótipos? Que traços de carácter mostraram durante a encenação? As suas reacções são realísticas? Resumo: 5. Enfatize: as cenas para o mini-drama devem ser curtas e directas ao ponto. Use somente cenas e diálogo suficiente para que a encenação se movimente de um ponto central para outro. Normalmente o segredo é: uma cena para ilustrar a situação e começar o conflito dramático. Uma cena com o conflito (ou contando a outra pessoas sobre o conflito e mostrando as consequências). Uma ou duas cenas para a resolução. Escreva os pontos chave aprendidos num papel gigante para que todos tomem notas. Veja também o Manual do Produtor para mais informação sobre mini-drama. Veja 1.5.3 Escritor de Mini-Drama e 1.12.3 Exemplo de texto de Mini-Drama.

O exercício pode ser feito com crianças assim como apresentado.

Para crianças

! Notas para os facilitadores: Este exercício treina os participantes a se familiarizarem com o uso da matriz de pesquisa inicial assim como o desenvolvimento de cenas para um drama. Tome cuidado para também comentar sobre o que funciona na rádio - se é o silêncio entre as cenas, ou se os actores tentam expressar seus sentimentos com gestos e expressões faciais.

Mini Drama

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Objectivos: Mostrar os diferentes usos de efeitos de som, em particular no teatro radiofónico onde podem ajudar a avançar ou definir uma cena. No final desta sessão os participantes serão capazes de: Pensar criativamente

sobre o uso de efeitos de som em rádio, em particular no drama radiofónico.

Preparativos: Escolha uma amostra de 5-10 sons para serem tocados. Escolha uma amostra de exemplos rápidos do uso de efeitos de som em diferentes componentes de um programa (spots, voxpops, rubricas, separadores, minidrama etc.). Certifique-se que o seu aparelho de som (leitor de cd/computador/ altifalantes) funciona. Escolha algumas situações ou cartões de localização. Espaço e disposição das cadeiras: Sentem-se em círculo, incluindo os facilitadores. Duração: 45 min – 1 hora

Habilidades para a vida:

Habilidades de comunicação interpessoal: comunicação verbal/não verbal. Escuta activa.

4.4.3 D Usando efeitos de som

Secção 4 Exercícios de Produção de Rádio Módulo 4

3 Passos: Escutem: 1. Toque amostras de 5-10 efeitos de som diferentes, por exemplo água a escorrer, passos, bicicleta, carro, vidro se partindo, fogo, etc. Escolha alguns que não são fáceis de adivinhar, para cada som tocado pergunte a todos: Que som é este? Em que é que estão a pensar quando ouvem este som? Para que assunto é que se podem usar estes sons? Não faz mal usar o mesmo som em vários contextos. O que dá identidade a um som é o contexto no qual a pessoa imagina que ele se encontre. Use a imaginação: 2. Mostre 3-4 imagens de cenas diferentes (Mercado, Escola etc.). Peça a todos para pensarem em sons associados a estas cenas. Resumo: 3. Explique: Existem muitos sons que são característicos de certas situações. Adicionando estes sons (mas não muitos) pode criar uma certa atmosfera numa encenação. Por exemplo: uma galinha a cacarejar para mostrar que estamos num quintal, barulho de panelas para mostrar que estamos numa cozinha. Os sons podem também ser usados para começar e finalizar acções em cenas. Por exemplo: um vidro parte-se causando uma discussão, uma porta fecha-se para mostrar que alguém saiu da sala. Se os participantes já tiverem realizado um mini-drama durante o curso, por exemplo exercício 4.3.3C, pode pedir-lhes para imaginarem que efeitos de som seriam apropriados para o drama que apresentaram. Finalmente, os efeitos de som podem ser usados durante um programa de rádio como separadores em jingles, slogans e rubricas. Toque alguns para ilustrar este ponto.

! Notas para os facilitadores: Se tiver muitos participantes e não for prático mostrar uma imagem a todos, alternativamente pode dizer nomes de lugares e situações e pedir as pessoas para imaginarem os sons. Isto também ajuda se tiver uma crise de equipamentos que não funcionam, não perca muito tempo a tentar arranjar ou mudar os equipamentos especialmente se for o único facilitador. Continue.

O exercício pode ser feito com crianças assim como apresentado.

Para crianças

Materiais:

Um meio para tocar efeitos de som e outros exemplos seja um leitor de cds ou um computador. O manual de produtor inclui um cd com efeitos de som e separadores para programas de criança e separadores para programas de adultos. Este mesmo cd tem um bom exemplo de mini drama com efeitos de som e separadores.

Efeitos de som

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Objectivos: Ajudar os participantes a desenharem perguntas para entrevistas focalizadas. No final desta sessão os participantes serão capazes de: Preparar e executar uma entrevista com um perito. Saber como fazer boas

perguntas para entrevistas focalizadas.

Preparativos: Organize assuntos para entrevistas para os participantes. Idealmente irá precisar de equipamento de gravação, mas o exercício pode ser feito sem ele.

Espaço e disposição das cadeiras: Irá precisar de uma sala ou área silenciosa onde os participantes podem gravar as suas entrevistas. Sentem-se em círculo para escutar as entrevistas.

Secção 4 Exercícios de Produção de Rádio Módulo 4

4.4.4 Entrevistas de peritos

O assunto sobre entrevistas e técnicas de elaboração de perguntas é vasto, escolhemos centralizar este exercício na entrevista de peritos porque são frequentemente usadas em programas educacionais para validar e explicar factos sobre um assunto. A parte mais difícil para muitos produtores é conseguir estreitar o foco das suas perguntas quando entrevistam peritos. Um dos principais objectivos deste exercício é ensinar como fazer isso.

5 Passos: Primeira entrevista 1. Durante o curso deve pedir duas ou três vezes aos participantes para pensarem em perguntas para uma entrevista a um perito. Idealmente devia ter um perito disponível a ser entrevistado pelos participantes nessas ocasiões. Se não for possível, escrever as perguntas é suficiente. Nas notas para os facilitadores explica-se como isto funciona. Os passos a seguir assumem que temos um perito disponível.

2. No fim do primeiro dia do curso peça aos participantes para pensarem numa questão que gostariam de colocar a um perito no tema ou temas discutidos durante o dia. Escolha um tema vasto em vez de um tópico ou comportamento específico. Diga: deve produzir uma entrevista para um programa sobre violência contra a criança/direitos da criança/malária etc. A entrevista não deve levar mais de um minuto e não deve ter mais do que duas perguntas. O editor marcou um encontro com o perito para daqui a 10 minutos então tem 10 minutos para preparar as duas perguntas. Quando os dez minutos passarem os participantes gravam as suas perguntas de entrevista com o perito. Cada participante pode ter exactamente três minutos para gravar a sua entrevista com o perito.

Segunda entrevista 3. Repita este processo uma segunda vez durante o curso com um tema diferente. Desta vez peça aos participantes para basearem as suas perguntas num plano de conteúdos, já preenchido por si ou um que tenham produzido eles mesmo. Fora disso as instruções para a entrevista são as mesmas. Se a duração do curso permitir repita este exercício mais uma vez para ter um total de três entrevistas por participante.

Entrevistas

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Duração: Dê 30-45 minutos para cada uma das primeiras duas entrevistas e 45 minutos – 1 hora para a parte final de escuta.

Materiais: Equipamento de gravação é preferencial mas não essencial. Equipamento para tocar cds (computador ou leitor de cd).

Habilidades para a vida: Habilidades de gerir situações e gestão pessoal: Auto-avaliação / Auto-análise / habilidades de auto-controle. Habilidades para gerir stress: Gestão de tempo. Habilidades de comunicação: escuta activa.

Escuta: 4. Peça aos participantes para escolherem a entrevista que acham que é a melhor, uma por pessoa, e escutem essas entrevistas em plenária. Depois de terem escutado todas pergunte: Quais foram as suas razões para escolher essa entrevista em vez das outras? Quais são as principais diferenças entre as entrevistas? Será que algumas das perguntas colocadas não produziram os resultados esperados? Que perguntas deram os resultados desejados? Resumo: 5. Enfatize: Na entrevista a peritos é necessário que as perguntas sejam focalizadas em detalhe. Generalizações irão usualmente produzir respostas longas que não necessariamente levam a entrevista para a direcção desejada. Na escolha das perguntas, ajuda ter em mente o objectivo do programa claramente definido. Entrevistas a peritos são somente para obter informação e discussão, não para debates. As vezes devemos trazer o perito para o nível da situação/comunidade para que ele não bombardeie a audiência com informação não adequada a ela. Peça para que os especialistas clarifiquem as coisas.

Secção 4 Exercícios de Produção de Rádio Módulo 4

A opção de não gravar mencionada acima pode ser usada se tiver um grande grupo de crianças e tempo limitado. Se tiver possibilidade de ensinar as crianças durante semanas ou meses, algumas horas de cada vez, a forma mais eficiente de ensinar sobre boas técnicas de entrevista é pedir as crianças para fazerem diferentes tipos de entrevistas e depois discuti-las.

Para crianças

Notas para os facilitadores: Este exercício funciona melhor se houver disponibilidade de equipamento de gravação mas pode ser adaptado da seguinte forma: Em vez de os participantes entrevistarem um especialista peça-lhes para pensarem em perguntas que iriam colocar em várias ocasiões durante o curso. Peça-lhes para escreverem as perguntas. Para a parte final compare as perguntas. Em princípio devem mostrar uma tendência a tornarem-se mais focalizadas assim que o curso progride. Isto pode ser usado como base para discutir o que lhes influenciou a mudar a técnica de colocação de perguntas. Se tiver possibilidade, combine isto com a escuta de amostras de entrevistas e discuta as entrevistas com os participantes. É possível usar a mesma técnica para explorar outros tipos de entrevistas, veja sugestões na página 15. Pode ler mais sobre entrevistas no Manual de Produtores. Veja 1.5.4 Repórter de Entrevista

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Objectivos: Praticar as habilidades de advogar um ponto de vista e suportar uma discussão com fundamentos e evidências. Este exercício serve para dar oportunidade aos participantes de ouvirem e avaliarem abertamente opiniões e pontos de vista diferentes sobre diversos assuntos. É usado para reflectir sobre os diferentes tipos de argumentos e as diferentes dinâmicas de um debate. No final desta sessão os participantes serão capazes de: Praticar habilidades de

advocacia e ponto de vista.

Reflectir com base nas suas próprias posições e opiniões.

Secção 4 Exercícios de Produção de Rádio Módulo 4

4.4.5 Debate radiofónico

Debates radiofónicos ao vivo são uma das coisas mais difíceis de fazer bem em rádio por serem essencialmente incontroláveis – na rádio ao vivo, não há controlo sobre o que um visitante pode dizer de repente. Isso é que faz os debates serem tão interessantes e um grande desafio. O primeiro exercício deste módulo treina as pessoas em técnicas de argumentação, dá-lhes um entendimento de como eles mesmo argumentam os seus pontos de vista de acordo com os valores que têm mais peso nas suas vidas. Saber como argumentar ajuda o moderador durante o debate – se um moderador não é bom a manter uma argumentação não será capaz de moderar um debate com um convidado que está habituado a debates e é um orador. O segundo exercício permite que os participantes experimentem o papel de moderadores numa encenação para poderem discutir o que se pode fazer e o que não se pode fazer ao moderar um debate bem focalizado.

5 Passos: Linha de opinião: 1. Desenhe uma linha no chão com giz, corda ou fita-cola. Coloque um cartão denominado “Discordo” num extremo da linha e um cartão “Concordo” no outro.

2. Explique: “Irei ler diferentes declarações. Para cada uma delas, quero que se dirijam para o lado da linha que representa o vosso ponto de vista. Se concorda completamente vá para o fim da linha, se somente concorda um pouco pare antes de chegar ao fim da linha e se estiver indeciso pare no meio.”

3. Leia em voz alta uma declaração de opinião, por exemplo: A vida é mais fácil para os rapazes do que para as meninas. Canções com linguagem rude deviam ser banidas. Violência na televisão conduz a violência na sociedade. Depois de ler a primeira opinião peça aos participantes para se posicionarem ao longo da linha.

4.4.5 A. A linha de opinião

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Preparativos: Veja opiniões apropriadas para o seu grupo. Espaço e disposição das cadeiras: É necessário ter uma sala com pavimento onde se possa desenhar uma linha ou no exterior.

Duração: 1 hora. Materiais: Papel gigante e algo para fazer uma linha no chão: giz, corda, fita-cola.

Habilidades para a vida: Habilidades de advocacia: habilidade de influenciar e persuasão. Habilidades de negociação/recusa: Habilidades de assertividade; habilidades de recusa Habilidades de comunicação interpessoal: comunicação verbal, escuta activa.

4. Seleccione pessoas posicionadas em diferentes pontos ao longo da linha para defenderem as suas posições. Depois pergunte se alguém deseja avançar um argumento para contrariar algum dos argumentos que ouviram. Deixe os participantes discutirem o caso mas pare-os depois de 3-5 minutos e avance para a leitura da próxima declaração de opinião. Repita o processo 2-4 vezes dependendo do tempo que os participantes levam a defender cada questão.

Resumo: 5. Reúna o grupo em círculo e pergunte: Que tipos de argumentos foram mais convincentes? Qual foi a base para os argumentos? Será que as pessoas usaram factos científicos para apoiar os seus argumentos ou basearam-se em valores, por exemplo dizendo Eu não apoio o princípio de… ou Tradicionalmente acreditamos que … Que argumentos provocaram mais debate e porquê? No fim faça um resumo dos resultados no papel gigante.

Secção 4 Exercícios de Produção de Rádio Módulo 4

Notas para os facilitadores: Este exercício funciona melhor se preparar opiniões que são relevantes para o contexto dos participantes. Escolha declarações que ecoam os tópicos actualmente debatidos na mídia ou comunidade.

! Este exercício também funciona bem com crianças desde que as declarações sejam adaptadas a sua faixa etária. É um bom exercício para o treino geral e também para treinar habilidades de advocacia.

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Objectivos: Treinar habilidades de argumentação e moderação de debates. Serve para ensinar os participantes como moderar um debate ao vivo na rádio. No final desta sessão os participantes serão capazes de: Analisar técnicas de

debate radiofónico. Analisar que questões

são boas para um debate.

Identificar regras para uma boa moderação de debates.

Preparativos: Prepare amostras de debates radiofónicos e certifique-se que os aparelhos de som funcionam.

Espaço e disposição das cadeiras: Para o debate, organize uma linha de cadeiras de costas para a turma. Estas cadeiras são para os que participam no debate, para a audiência, vire todas as cadeiras de modo a estarem a olhar para a parede e não para os apresentadores.

Secção 4 Exercícios de Produção de Rádio Módulo 4

4.4.5 B. Como moderar um debate na rádio

8 Passos: 1. Toque um ou dois exemplos de debates radiofónicos. Peça as pessoas para tomarem notas das suas impressões enquanto escutam. Pode encontrar um exemplo áudio no cd anexo ao Manual do Produtor.

2. Discuta o que os participantes acharam dos debates. Pergunte: O moderador foi parcial ou imparcial? Todos tiveram oportunidade de falar? O debate manteve-se no tópico? Era focalizado ou extravasou para outras áreas? Qual foi a base dos argumentos, foram científicos, baseados em valores ou alguém usou ataques pessoais?

Debate ao vivo 3. Divida os participantes em grupos de 4-5. Explique: Fazemos parte de uma equipa de produção/edição de uma estação de rádio e temos a tarefa de produzir um debate para uma série de programas relacionados com… (pode escolher um tópico ou usar algum que já tenha sido usado para produção de outras componentes). A rádio precisa de debates focalizados em opiniões sobre assuntos locais. Os debates devem ter como objectivo trazer opiniões diferentes sem deixar que umas dominem as outras. Cada debate não deve exceder 12,5 minutos. A sua tarefa é escolher um tópico e encontrar participantes apropriados. A gravação ao vivo irá iniciar daqui a 30 minutos e vai acontecer da seguinte maneira: Tem 6 minutos para apresentar o assunto e começar com o debate. A seguir haverá um intervalo comercial de 30 segundos e depois terá 5 minutos onde vai se abrir a linha telefónica, e o debate continua. A seguir o debate deve fechar com um resumo de 1 minuto”.

4. Distribua uma matriz de pesquisa inicial já preenchida ou diga aos participantes para escolherem uma com que já tenham trabalhado durante o curso. Com base nesta matriz os participantes devem desenvolver o guião de perguntas e o texto introductivo com o apoio da secção 3.1 do Manual do Produtor, componente mini-debate.

5. Cada grupo deve dividir entre si os papéis de moderador, assistente e participantes no debate. Devem escolher uma questão para discussão baseada em valores. O moderador faz a introdução e conduz o debate. Os participantes debatem e o assistente toma notas dos assuntos principais apresentados para no fim apresentar o resumo, portanto, fazer o fecho do debate. Assim que os papéis tiverem sido decididos, cada um pode ter 15 minutos para pensar no seu argumento e papel. Dê um total de 30 minutos para os grupos trabalharem. Enquanto eles trabalham organize a sala para a apresentação dos debates. Veja alguns exemplos de encenação de debates nos materiais.

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Duração: Depende do número de participantes, a sua faixa etária e quão argumentativos são. Para 10 pessoas em dois grupos calcule uma duração de mais ou menos 2-3 horas.

Materiais: Matrizes de pesquisa já preenchidas. Para exemplos e cópias a usar veja os guias temáticos sobre HIV/Estigma, Prevenção da Violência contra a criança e Sobrevivência e desenvolvimento da criança. Veja também Secção 3.1 do Manual do Produtor, componente mini-debate.

Habilidades para a vida: Habilidades de advocacia: habilidade de influenciar e persuasão. Habilidades de negociação/recusa: Habilidades de assertividade; habilidades de recusa. Habilidades de comunicação interpessoal: comunicação verbal, escuta activa.

6. O primeiro grupo apresenta o seu debate. No intervalo comercial, se possível, toque música. Acerte com o moderador um sinal que lhe indicará que só tem mais 30 segundos para resumir o debate. Depois abrem-se as linhas telefónicas e o debate continua pelos últimos 5 minutos. As pessoas que não participam na apresentação têm o papel de ouvintes e devem levantar a mão para participar e lançar perguntas. Quando os 11,5 minutos passarem, interrompa o debate se necessário e o assistente deve fazer o fecho do debate. Para simular a experiência de escuta de rádio, a audiência deve sentar de costas para os grupos que apresentam. Após cada debate peça a audiência para comentar sobre o que acharam do debate. Dê um máximo de 20 minutos por debate, incluindo a apresentação. Não permita que o grupo apresentador responda aos comentários. O grupo dois repete a sequência de actividade como apresentada pelo grupo um.

7. Quando todos tiverem acabado de apresentar pergunte: Quais foram os bons e maus pontos comuns a todos debates? O que foi mais difícil fazer? Qual é o papel do moderador e o que é que ele/a deve fazer em situações difíceis? Se mudássemos a questão do debate haveria de mudar algo para melhor no debate? O que faz com que uma questão de debate seja boa? Que questões puseram o debate a andar?

8. Resumo: A lista abaixo apresenta conselhos para moderadores. A lista não é exaustiva e basicamente sugere alguns tópicos adicionais para reflexão. A discussão anterior também pode fornecer tópicos amplos.

Secção 4 Exercícios de Produção de Rádio Módulo 4

Conselhos para moderadores Coloque perguntas dirigidas e perguntas abertas; perguntas

dirigidas são aquelas que permitem ao apresentador clarificar pontos, deve ter a capacidade de dirigir as pessoas ao ponto no qual está interessado. Mas tenha cuidado para não controlar exageradamente o debate.

Perguntas abertas também podem ser perigosas porque permitem

que o convidado saia completamente do assunto. Seja responsável pelo debate pesquisando e estando preparado.

Não se desleixe por estar sempre na rádio, alguns convidados podem saber mais do que você e isso pode ser um desastre para o seu controlo sobre o debate.

Quando faz uma boa pesquisa pode se aperceber que os

convidados não estão a trazer a tona os assuntos mais salientes relacionados com o tópico – então seja capaz de estimular o convidado para que fale mais sobre questões relacionadas com o debate.

Não permita que os visitantes ofereçam informação incorrecta mas

rejeite a informação falsa de maneira cortês e sem ser rude.

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Secção 4 Exercícios de Produção de Rádio Módulo 4

Amostra de encenações para debate:

Um debate sobre a questão: Será que se devia exigir que os estudantes usem uniformes para a escola? pode resultar numa variedade de opiniões. Estas podem incluir opiniões de um estudante (talvez dois estudantes – cada um representando um lado da questão), um pai, um director de escola, um polícia, um professor, um dono de alfaiataria, um dono de lavandaria, entre outros. Um debate sobre a questão: Os donos de bares deveriam ser responsáveis pelas pessoas que conduzem bêbadas? pode incluir um cidadão local para cada lado da questão, um dono de bar, um dono de loja de bebidas, o presidente do grupo local de alcoólicos anónimos, um polícia, a mãe de uma criança morta por um motorista bêbado, um psicólogo, e outros.

Notas para os facilitadores: Invente as suas próprias introduções e fechos do programa adequados ao seu estilo. O intervalo comercial serve parcialmente para simular uma experiência de rádio ao vivo, mas também pode ser usado para que o moderador cuidadosamente diga a um dos participantes para deixar os outros falarem ou para tratar qualquer outro assunto que precisa da sua intervenção. Também oferece ao moderador tempo para pensar na maneira como pretende terminar o debate e dar a oportunidade a alguém para falar. Dica: Para fazer com que a experiência de escuta seja mais divertida pode fazer um som click como se estivesse a desligar o rádio no fim de cada debate. Também pode se usar um som de celular para indicar as chamadas dos “ouvintes”. Pode ler mais sobre debates radiofónicos e moderação no

Manual do Produtor. Veja 1.5.5 Moderador de Mini-Debate e 3.4.4 Propostas de textos introdutivos e guiões de perguntas

para debates. Uma variação do exercício é pedir aos participantes para fazerem debates só com três pessoas: um moderador e dois convidados. É mais fácil controlar este tipo de debate, então, se o tempo permitir experimente isto no princípio para que possam treinar o suficiente para moderar um grupo maior.

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Este exercício funciona bem com crianças e é um bom exercício para que elas explorem as diferentes atitudes em relação aos assuntos que lhes interessam.

Para crianças

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Evitando linguagem que estigmatiza na rádio

Os nossos pensamentos e percepções do mundo são organizados usando linguagem, mas mesmo usando a linguagem para dar forma e substância aos nossos pensamentos, os nossos pensamentos são moldados pela linguagem que usamos. Se usarmos uma simples palavra como “grupo de risco” ao falarmos de pessoas que correm risco de se infectarem pelo HIV, isto pode parecer inocente mas ao examinarmos as assumpções por detrás dela, torna-se numa palavra que impede que comuniquemos e entendamos correctamente quem está em risco de infecção. Nenhum grupo, seja social, religioso, racial ou cultural está em maior risco que outros de se infectar pelo HIV. Falar de grupos de pessoas que tem maior probabilidade de se infectarem que outros leva a descriminação, em particular se especificar o grupo a que se refere. Comportamentos põe as pessoas em risco de infecção, não o grupo a que pertencem, se os apresentadores de rádio falarem consistentemente de grupos de risco em vez de comportamentos de risco, isso faz com que ouvintes que não se identificam com o tal grupo de alto risco tenham uma falsa impressão de segurança. Se fosse uma mãe de 4 filhos com um marido que pode ou não estar a trair-lhe haveria de reagir a uma informação que identifica homens jovens sexualmente activos como um dos principais grupos de risco? Escolher a sua linguagem com muito cuidado é essencial se deseja contribuir para que as pessoas pensem de maneira diferente sobre algo e a linguagem deve ser inclusiva para atingir uma vasta audiência. Os melhores programas de rádio são aqueles que conseguem produzir um impacto no coração dos ouvintes. Uma linguagem inclusiva, sensível e cuidadosa pode ajudar a atrair audiências, não a repelir. Os três exercícios deste módulo lidam com a maneira de evitar estigmatizar e usar estereótipos na cobertura de HIV e SIDA. O primeiro serve para ajudar os participantes a verbalizarem o estigma em relação a diferentes tipos de pessoas, isto ajuda a consciencializar as pessoas sobre como o uso casual de linguagem pode ser percebido por pessoas marginalizadas. O segundo serve para explicar o facto de a linguagem ter um papel importante na nossa percepção do mundo explorando porquê alguns termos são mais ofensivos e incorrectos que outros na cobertura de HIV e SIDA. O terceiro oferece aos participantes uma pequena prática pessoal sobre o uso apropriado de linguagem.

Secção 4 Exercícios de Produção de Rádio Módulo 5

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Objectivos: Consciencializar as pessoas sobre como o uso casual de linguagem pode ser percebido por pessoas marginalizadas. Serve para ajudar os participantes a verbalizarem o estigma em relação a diferentes tipos de pessoas.

No final desta sessão os participantes terão:

Examinado como a linguagem está ligada ao estigma.

Observado o efeito dos insultos em diferentes grupos de crianças, jovens e adultos.

Explorado como as atitudes e crenças contribuem para comportamentos estigmatizantes.

Preparativos: Organize cinco papéis gigantes em diferentes paredes da sala. Escreva ‘O que as pessoas dizem sobre…’ em cima de cada papel e depois adicione uma das seguintes categorias, dependendo da faixa etária dos participantes: órfãos, crianças da rua, crianças vivendo com HIV, meninas adolescentes, rapazes adolescentes, jovens mães solteiras viajando sozinhas, jovens moços solteiros nos bares, trabalhadoras de sexo, homens com HIV, mulheres com HIV, homens fazendo amor com outros homens, viúvos.

Secção 4 Exercícios de Produção de Rádio Módulo 5

7 Passos: Revolução das crianças – Jogo de aquecimento

1. Peça aos participantes para formarem um círculo e usar algum objecto (caneta, lenço, etc.) para marcarem o seu lugar. Ande a volta do círculo e dê nomes a todos – órfão, criança da rua, uma mulher vivendo com HIV, menina adolescente, rapaz adolescente – continue até que todos tenham um papel. Certifique-se que cada nome é dado a um mínimo de 2-3 participantes. 2. Depois explique: ‘Eu sou a visita e não tenho lugar marcado, quando disser dois nomes, por exemplo “órfãos” e “crianças da rua”, todos os “órfãos” e “crianças da rua” devem correr para encontrar um novo lugar, eu também irei tentar encontrar um lugar. A pessoa que ficar sem lugar torna-se na visita e o jogo continua. A visita também pode dizer ‘Revolução’ e quando isso acontece todos devem correr para encontrar um novo lugar’. 3. Comece o jogo e continue até que todos estejam com energia! O que as pessoas dizem sobre… chuva de ideias rotativa

4. Divida os participantes em cinco grupos baseados nos nomes atribuídos no primeiro jogo, isto é, todos os órfãos juntos, todas as crianças da rua, etc. Peça a cada grupo para se posicionar num dos papéis gigantes. Distribua marcadores e peça a cada grupo para escrever no papel gigante tudo o que as pessoas dizem sobre as pessoas que se encontram nesse grupo, incluindo nomes em línguas locais. Depois de dois minutos grite ‘Mudar!’ ou toque batuque/cante uma música, e peça aos participantes para fazer uma rotação para o papel gigante seguinte. Continue até todos os grupos terem contribuído em todos os papéis gigantes e tenham voltado para o seu papel original. Apresentação de resultados

5. Sentem-se em círculo, uma pessoa de cada grupo fica no meio e lê o que está escrito no seu papel gigante: ‘Isto é o que vocês dizem de nós, os órfãos…’ 6. Depois de todos os papéis gigantes terem sido lidos discuta:

Como nos sentimos acerca desses nomes?

Porque existem atitudes tão negativas em relação a certos grupos de crianças, jovens e adultos?

Como é que essas atitudes afectam crianças e jovens?

Como se sentiria se chamassem esses nomes aos seus filhos?

7. Resumo:

A ligação entre a linguagem e o estigma é muito forte. Se as crianças forem rotuladas de maneira negativa ainda cedo, podem perder a esperança de ter uma vida melhor. Esses rótulos normalmente estão ligados aos medos e atitudes acerca dos adultos.

Esses rótulos magoam e prejudicam a auto-estima das crianças e podem afectar o seu desenvolvimento saudável.

As crianças podem tomar mais riscos se sentirem que não tem nada a perder.

4.5.1 O que as pessoas dizem sobre... EXERCÍCIO CHAVE

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Espaço e disposição das cadeiras: É necessário espaço suficiente para que todos circulem livremente. Duração: 1 hora

Materiais: Papéis gigantes previamente preparados.

Habilidades para a vida: Habilidades de comunicação interpessoal: comunicação verbal, escuta activa

Habilidades de pensamento crítico: Análise das influências dos pares e da mídia; análise de atitudes, valores, normas sociais e crenças e os factores que os influenciam

Mudando a maneira como falamos sobre as pessoas é uma das formas mais simples de começar a desafiar o estigma. Da próxima vez que ouvir alguém a usar um rótulo negativo ou chamar nomes feios a uma criança tente falar com ele/a e fazer-lhes pensar como isto pode afectar a criança.

Secção 4 Exercícios de Produção de Rádio Módulo 5

Este exercício funciona bem com crianças assim como descrito.

Para crianças

Notas para os facilitadores:

Este é um exercício de alta prioridade, ajuda os participantes a verbalizarem o estigma em relação a diferentes tipos de pessoas. A linguagem usada pode ser muito forte por isso o exercício deve ser cuidadosamente facilitado. Neste exercício os participantes podem expressar os seus próprios estigmas em relação a outros grupos com a protecção de poder dizer que tais rótulos são usados por “outras pessoas”. Assim, enquanto algumas das palavras são as normalmente usadas pela comunidade, outras são palavras realmente usadas pelos próprios participantes. Ao fazer este exercício temos que deixar claro que estamos a usar essas palavras não para insultar as pessoas mas para mostrar como estas palavras estigmatizantes magoam.

Ao apresentar os resultados deste exercício é importante focar o que os participantes realmente sentem em relação a esses nomes em vez de focar nos nomes em si. Isto ajuda a evitar risos embaraçosos. A razão principal deste exercício é ajudar as pessoas a reconhecerem como essas palavras podem magoar. Para grupos de adultos pode incluir outras categorias de pessoas. Mais dicas

O número de papéis gigantes/categorias depende do número de participantes e do tempo disponível. Com um grande número de participantes irá precisar de mais categorias para que os grupos não sejam muito grandes.

A chuva de ideias rotativa é divertida, mas a verdadeira aprendizagem está na apresentação dos resultados. Certifique-se que reserva bastante tempo e energia para esta parte.

É necessário que explore os seus próprios sentimentos sobre este assunto antes de tentar facilitar esta discussão com os outros.

Desafie o riso. Muitas vezes os participantes hão-de rir-se por estarem embaraçados, esta é uma boa oportunidade para perguntar, “Como se sentem acerca desse riso?”

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Objectivos: Chamar atenção para o facto de que a linguagem desempenha um papel chave na nossa percepção do mundo. Num meio público como a rádio, é essencial que os apresentadores tomem atenção ao uso da linguagem para evitar estigmatização e estereótipo. A linguagem precisa de ser inclusiva para captar uma audiência diversificada. No final deste exercício os participantes irão: Entender a importância

de linguagem de HIV correcta, sensível e científica.

Familiarizar-se com termos chave do HIV.

Preparativos: Seleccione seis termos “tente não dizer” do Glossário de termos a serem usados em reportagem sobre HIV e SIDA do guia temático sobre HIV e estigma e escreva cada termo num cartaz. Espaço e disposição das cadeiras: Organize as cadeiras em semi-círculo e sente-se a frente dos participantes.

Secção 4 Exercícios de Produção de Rádio Módulo 5

10 Passos: Jogo relâmpago 1. Diga ao grupo: “Este é um jogo rápido para ver com que rapidez podem reconhecer linguagem inapropriada na cobertura de HIV e corrigi-la. Vou mostrar cartazes com termos relacionados com HIV que têm sido actualmente usados na mídia. Pode não ser o melhor termo a usar, ou pode ser, vocês é que têm que decidir. Se houver uma alternativa mais apropriada digam. A primeira pessoa a dizer qual a linguagem correcta para cada cartaz recebe um prémio [um pequeno rebuçado].” 2. Diga: “Vou agora fazer uma demonstração com [o seu co-formador ou um voluntário do grupo] e depois podemos continuar.” 3. Demonstre o jogo usando dois dos cartazes como exemplo. Peça ao seu co-formador (ou um voluntário do grupo) para levantar os dois cartazes para que possa ver, um de cada vez. Dê uma resposta correcta e uma incorrecta. 4. Peça ao grupo para ajudar a fazer comentários para os próximos cartazes. 5. Levante o primeiro cartaz, usando a chave de respostas atire um rebuçado para a primeira pessoa que der a resposta correcta. Faça o mesmo com todos os cartazes. 6. O grupo pode dar respostas certas ou erradas. Se alguém der uma resposta errada ofereça a resposta correcta explicando o porquê de forma resumida. Reflexão: 7. Pergunte: “Porque é importante pensar no uso de linguagem apropriada na cobertura do HIV?” Resposta: O HIV é um tópico relativamente “jovem” que gerou o seu próprio vocabulário, a linguagem precisa de ser inclusiva para atrair uma audiência diversa. Na cobertura de HIV algumas palavras podem excluir, estigmatizar e discriminar, também pode ser que essas palavras muitas vezes não sejam correctas. Que exemplos podemos encontrar deste tipo de linguagem?

4.5.2 O jogo relâmpago do diga/ não diga

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Duração: 30 minutos

Materiais: Rebuçados, Doze cartazes coloridos, cada um com um termo inapropriado do Glossário de termos a serem usados em reportagem sobre HIV e SIDA do guia temático sobre HIV e estigma.

Habilidades para a vida: Habilidades de comunicação interpessoal: comunicação verbal, escuta activa. Habilidades de pensamento crítico: Identificar informação relevante.

8. Volte para os cartazes, levante cada termo incorrecto mais uma vez, um por um. Peça ao grupo contribuições sobre porque esses termos podem passar uma mensagem errada. Refira-se ao Glossário de termos a serem usados em reportagem sobre HIV e SIDA e escreva cada termo num cartaz, por exemplo Teste para SIDA, Sexo seguro para as respostas. 9. Distribua o folheto de estilo de linguagem e dê 10 minutos para que os participantes possam ler. 10. Permita que coloquem questões e discuta os termos por cerca de 15 minutos.

Secção 4 Exercícios de Produção de Rádio Módulo 5

Notas para os facilitadores: Faça o jogo relâmpago rapidamente. É um aquecimento divertido para depois realizar a discussão mais séria onde a maior parte do tempo deve ser usada. !

Este exercício só irá funcionar se os participantes tiverem um conhecimento prévio básico sobre HIV/SIDA e é mais apropriado para crianças mais velhas. Para crianças mais novas o jogo pode ser divertido se escolher linguagem com a qual elas são familiares para explicar os termos e razões por detrás deles.

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Objectivos: Ajudar os participantes a lembrarem-se de como usar linguagem correcta quando estiverem a discutir questões de HIV e SIDA introduzindo o conceito de “pensar palavras”. Esta técnica ajuda quando não temos disponíveis as listas de palavras correctas a usar. No final deste exercício os participantes irão: Saber como identificar

termos de HIV incorrectos e serem capazes de os corrigir.

Preparativos: Cópias do folheto 4.4.3 para todos os participantes. Espaço e disposição das cadeiras: Comece a discussão em círculo depois organize espaço para os participantes resolverem a tarefa de corrigir individualmente.

Duração: 1-2 horas Materiais: Um bloco de notas e uma caneta para cada participante. Folheto 4.4.3 (Textos incorrectos para os participantes). Folha de respostas para os facilitadores página 86.

Habilidades para a vida: Habilidades de comunicação interpessoal: comunicação verbal, escuta activa. Habilidades de pensamento crítico: Identificar informação relevante.

Secção 4 Exercícios de Produção de Rádio Módulo 5

7 Passos: Pensar palavras: 1. Apresente o conceito de “pensar palavras” ao grupo. 2. Pergunte ao grupo: “O que acham que “pensar palavras” significa?“ Resposta: A maior parte da terminologia de HIV nasceu dos avanços da ciência em relação ao HIV e SIDA ou do melhor entendimento dos aspectos comportamentais relacionados com o HIV e SIDA. Pense no que a ciência ensinou-nos e como isso influencia o que dizemos sobre pessoas vivendo com HIV. Não é necessário decorar os termos, em vez disso, simplesmente pense nas razões por trás dos termos novos ou porquê um termo ultrapassado pode ofender. Por exemplo hoje em dia falamos de pessoas vivendo com HIV e não pessoas vivendo com SIDA porque os avanços médicos como os antiretrovirais tornaram possível que uma pessoa viva com HIV e não progrida para SIDA. Pensar nesses factos irá ajuda-lo a evitar erros quando faz entrevistas e escreve guiões. 3. Discuta a importância de “pensar palavras” por 5-10 minutos. 4. Distribua o folheto 4.4.3 dos materiais abaixo. Dê uma história diferente a cada participante, ou, se o número de participantes exceder o número de textos, dê o mesmo texto a alguns. 5. Dê 20 minutos para os participantes mudarem a linguagem usada na história para que fique correcta e apropriada. 6. Quando todos tiverem terminado peça a cada um para explicar como mudou a história, frase por frase. Veja na folha de respostas (veja nos materiais) sugestões para respostas certas.* 7. Distribua o Glossário de termos a serem usados em reportagem sobre HIV e SIDA do exercício anterior, se ainda não o tiver distribuído e dê aos participantes 10 minutos para o lerem. Depois dê 10 minutos para colocarem questões e discussão.

4.5.3 Pensar palavras

O exercício é apropriado para crianças mais velhas.

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Notas para os facilitadores: Se não for prático distribuir cópias do folheto de estilo de linguagem para todos, pode ler a história em voz alta. A primeira vez leia toda a história de uma vez, depois leia frase por frase e peça aos participantes para lhe pararem sempre que quiserem corrigir uma palavra. Combinado com o jogo relâmpago do “diga/não diga” do exercício passado, este exercício equipa os participantes com um sólido conhecimento sobre como usar correctamente a terminologia de HIV e SIDA e uma forma de se lembrarem como faze-lo no dia-a-dia.

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Folheto 4.4.3: Versões incorrectas para os participantes

Secção 4 Exercícios de Produção de Rádio Módulo 5

Texto 1 Alberto não sabe quando é que contraiu o vírus do SIDA. Ele só sabe que agora ele está preso a ele para sempre. Pior ainda, vai deixar para trás dois órfãos de SIDA. O seu irmão também era um doente de SIDA; o flagelo levou-o em tenra idade. Alberto culpa uma prostituta que ambos conheceram quando estavam na universidade. Ela deve ter sido portadora de SIDA. Quando ele finalmente foi fazer o teste de SIDA, praticamente já sabia qual seria o resultado. O vírus do HIV estava já no seu corpo e veio para ficar. Comportamentos de risco são de certeza a melhor maneira de apanhar SIDA. Se tiver relações sexuais com um portador de SIDA coloca-se em risco de ser infectado pelo SIDA. É por causa da promiscuidade que a praga ainda está connosco. Existe um aumento acentuado de casos de SIDA nas zonas rurais.

Texto 2 Foi hoje distribuída uma cesta básica as pessoas que tem SIDA que estavam presentes no hospital dia do Centro de Saúde de Namaacha. Os produtos eram compostos por madumbe (inhame) para reforçar a energia, beterraba para limpar o sangue e cereais para dar energia até ao próximo mês altura que vem levantar a próxima leva de medicamentos.

Texto 3 Realizou-se hoje uma palestra para as mães cujos bebés nasceram infectados com HIV e SIDA. A palestra foi orientada por um especialista em Nutrição proveniente de Maputo que falou de alimentos próprios que devem ser dados a estas crianças, os cuidados na preparação e o período que as mães devem levar ao centro de saúde para fazer o acompanhamento da situação de SIDA das crianças.

Texto 4 Uma rapariga foi severamente agredida por um grupo de jovens acusada de estar a espalhar o vírus de HIV e SIDA na comunidade. O facto aconteceu semana passada na vila de Torogué, quando a jovem assumiu estar contaminada com o vírus HIV e SIDA. A culpada sofreu ferimentos no corpo e foi atendida no Hospital Provincial.

Texto 5 A reportagem de hoje é sobre a dona Sadina que vive no bairro 4. Ela vende amendoim, pão e tomate mas ela está infectada pelo HIV e SIDA. Ela já está a sofrer das doenças oportunistas e por vezes não consegue abrir a banca, por causa das dores e feridas que tem no corpo. Sadina tem 3 filhos que lhe ajudam muito. Ela aceitou contar-nos a sua história e falar da sua experiência de viver com o vírus, as dificuldades da sua vida e a convivência com os vizinhos.

Texto 6 Uma equipa da cruz vermelha nas suas actividades de visita domiciliária encontrou um homem que não saía de casa há 9 dias. O homem estava deitado na esteira, na sua casa que cheirava mal, suja, com xixi e fezes. Segundo conta, a mulher o abandonou por se ter cansado de limpar tudo e saber que o marido é sidónio. A nossa reportagem confirmou que é difícil permanecer naquele lugar e cuidar do alguém no estado do homem.

Texto 7 Três raparigas foram descobertas numa residência no bairro de Triunfo em Maputo, onde se dedi-cavam a prostituição infantil. As raparigas de 14,15 e 16 anos estavam alojadas numa residência luxuosa e passavam o dia recebendo visitas de homens de várias nacionalidades para actividades que variavam desde as sexuais e ou acompanhantes. O caso foi despoletado por uma vizinha que apenas via as meni-nas pela varanda assim como a entrada e saída de homens. Em conversa com a nossa reportagem, a rapariga disse que fora ali parar por convite de uma amiga e uma senhora a quem elas dão todo o dinhei-ro que recebem. As raparigas disseram ainda que a casa normalmente era só aberta pelo visitante que já trazia as chaves e pela dona da casa normalmente ao meio dia.

Texto 8 Uma criança residente no bairro 2 no quarteirão “C” foi violada sexualmente pelo companheiro da mãe. Xica de 9 anos e aluna da EP1 Mareale foi levada pela mãe ao hospital depois de constatar que a criança não conseguia caminhar e queixava-se de muita dor nos órgãos sexuais. O hospital confirmou a violação e o caso foi encaminhado para o Gabinete de Atendimento a Mulher e Criança do comando distrital e o bandido se encontra em sítio incerto.

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Materiais para 4.5.3 Pensar palavras: Folha de Respostas para os facilitadores

Secção 4 Exercícios de Produção de Rádio Módulo 5

Texto 1 Alberto não sabe quando é que contraiu o vírus do HIV. Ele só sabe que agora vai viver com ele para sempre. Pior ainda, vai deixar para trás dois órfãos devido ao SIDA. O seu irmão também era HIV positivo; morreu de uma doença relacionada com SIDA em tenra idade. Alberto culpa uma trabalhadora de sexo/mulher vendendo sexo que ambos conheceram quando estavam na universidade. Ela deve ter sido HIV positiva. Quando ele finalmente foi fazer o teste de HIV, praticamente já sabia qual seria o resultado. O vírus do HIV estava já no seu corpo e veio para ficar. Muitas pessoas com HIV infectam-se através de sexo desprotegido. Se tiver relações sexuais com alguém HIV positivo coloca-se em risco de ser infectado. É por causa de sexo desprotegido que o HIV ainda está connosco. Existe um aumento acentuado da incidência de HIV nas zonas rurais.

Texto 2 Foi hoje distribuída uma cesta básica a pessoas vivendo com o virus HIV e SIDA que estavam presentes no Hospital Dia do Centro de Saúde de Namaacha. A cesta era composta por diversos produtos entre os quais madumbe (inhame), beterraba e cereais.

Texto 3 Realizou- se hoje uma palestra para apoiar as mães cujos bebés nasceram infectados com o virus de HIV e SIDA. A palestra foi orientada por um especialista em Nutrição proveniente de Maputo que falou da alimentação e cuidados a ter em conta para o crescimento e desenvolvimento das crianças. Na ocasião os palestrantes falaram do processo de acompanhamento e a necessidade de as mães irem ao centro de saúde para análises do nível de infecção na criança.

Texto 4 Uma rapariga foi severamente agredida por um grupo de jovens acusada de estar a espalhar o virus de HIV e SIDA na comunidade. O facto aconteceu na semana passada na vila de Torogué quando a jovem assumiu estar vivendo com o vírus do HIV e SIDA. A vítima sofeu ferimentos no corpo e foi atendida no Hospital Provincial.

Texto 5 A reportagem de hoje é sobre a dona Sadine que vive no bairro 4 . Ela é uma pessoa vivendo com o vírus do HIV e SIDA e aceitou contar-nos a sua experiência e as dificuldades que tem passado com os seus vizinhos. Sadina tem uma banca fixa e tem 3 filhos que lhe tem apoiado muito.

Texto 6 Uma equipa da cruz vermelha nas suas actividades de visitas domiciliárias encontrou um homem que não saía de casa há 9 dias. O homem estava deitado na esteira, rodeado de urina e fezes. Segundo contou, a sua mulher o abandonou ao saber que o marido era seropositivo. A nossa reportagem confirmou que o local não oferecia condições de higiene.

Texto 7 Três raparigas foram descobertas numa residência no bairro de Triunfo em Maputo onde eram vitímas de exploração sexual. As raparigas de 14,15 e 16 anos estavam alojadas numa residência luxuosa e passavam o dia recebendo visitas de homens de várias nacionalidades para actividades que variavam desde as sexuais e ou acompanhantes. O caso foi despoletado por uma vizinha que apenas via as meninas pela varanda assim como a entrada e a saída de homens na casa. Em conversa com a nossa reportagem, uma das raparigas disse que fora ali parar por convite de uma amiga e uma senhora a quem dão todo o dinheiro que recebem. As raparigas disseram ainda que a casa normalmente era só aberta pelo visitante que trazia as chaves e pela dona da casa normalmente ao meio dia.

Texto 8 Uma criança residente no bairro 2 foi violada sexualmente pelo padrasto. De 9 anos e aluna da Escola primária, a criança foi levada ao hospital pela mãe depois de notar que a criança queixava - se de muitas dores nos órgãos genitais. O hospital confirmou a violação e o caso foi encaminhado ao Gabi-nete de atendimento à Mulher e Criança Vitima de Violência Doméstica e o acusado se encontra em sítio incerto.

Note que estas são sugestões, é possível que os participantes encontrem outras soluções que também estão correctas.

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Monitoria e avaliação de programas A monitoria e avaliação de programas é um elemento chave para melhorar o conteúdo de programas de rádio e manter um certo nível de qualidade. Se não souber se o seu ouvinte gosta e ouve o seu programa e o que aprende com o programa então não saberá se o que está a fazer realmente está a funcionar do modo que queria. E se não tiver comentários dos seus colegas sobre o seu trabalho estará a perder uma oportunidade de melhorar as suas habilidades de emissão e se inspirar a fazer as coisas de maneira diferente. Apesar do acima citado, ambas actividades são as vezes negligenciadas nas estações de rádio comunitárias locais em Moçambique. Na confusão diária de gerir uma estação de rádio local e produzir programas é fácil os produtores esquecerem que os seus ouvintes podem ter propostas válidas para a melhoria dos programas, igualmente, poucos arranjam tempo para fazer uma auto-avaliação regular dos seus programas. Mas na verdade, para tornar ambas as actividades em ocorrências regulares não é preciso ter muitos recursos ou dinheiro. Este módulo introduz os participantes a algumas técnicas que podem ser usadas para introduzir novos e melhores hábitos nessas áreas. O módulo apresenta três exercícios: O primeiro é uma técnica para fazer comentários que tem muitas utilidades – não só para avaliação de programas como é usado neste manual. Recomenda-se que use o exercício em alguma altura do curso, mesmo se não pretender incluir o resto deste módulo. O segundo exercício usa a técnica de fazer comentários para realizar uma avaliação de programa. Este tipo de avaliação refere-se a melhoria das técnicas de produção, particularmente nas áreas de apresentação, fluxo do programa, tratamento do tema e qualidade técnica. É uma avaliação interna feita por e para os produtores. Vale a pena, em qualquer curso sobre rádio, passar algum tempo escutando programas, mesmo que seja somente para apresentar um formato particular aos participantes. Sejam programas produzidos pelos participantes ou não, ouvir diferentes formas de fazer um programa é sempre educacional. O último exercício lida com a monitoria externa feita pelos ouvintes e descreve como fazer para obter os seus comentários, e o que fazer com eles assim que os obtiver.

Secção 4 Exercícios de Produção de Rádio Módulo 6

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Objectivos: Ensinar uma técnica simples de fazer comentários. A técnica serve para que a actividade de receber e dar comentários seja mais simples para pessoas que tem problemas com isto, por terem medo de ofender ou porque se tornam indelicados ou argumentativas quando recebem críticas. É uma premissa para fazer o próximo exercício sobre avaliação de programas. No final desta sessão os participantes serão capazes de: Demonstrar a “técnica

de sanduíche” quando oferecem comentários.

Oferecer comentários que são específicos e diplomáticos.

Preparativos: Nenhum – mas é necessário ter tido uma actividade do curso que os participantes possam avaliar.

Espaço e disposição das cadeiras: Precisa de espaço suficiente para que todos os participantes possam falar aos pares, talvez com uma pequena distância entre eles. Mesmo assim precisam de estar a uma distância que lhe possam ouvir, se estiverem fora.

Secção 4 Exercícios de Produção de Rádio Módulo 6

5 Passos: Sanduíche de comentários 1. Explique o conceito de sanduíche de comentários: “Iremos usar uma técnica chamada “sanduíche” para praticar a actividade de fazer comentários uns para os outros. Numa sanduíche existem duas fatias de pão mas alguma coisa deve ficar no meio – não se pode ter uma sem a outra. Similarmente, numa sanduíche de comentários, oferece-se um comentário positivo, depois pode-se dizer tudo o que a pessoa podia melhorar (a carne da sanduíche) e por fim outra coisa positiva que a pessoa tenha feito. Por exemplo pode dizer: Reparei que nesta actividade, conseguiu fazer com que todos

estivessem envolvidos – isso foi óptimo, e não é fácil conseguir!

Também reparei que talvez poderia trabalhar mais no resumo da actividade porque na sua conclusão anunciou que era o fim – mas existem algumas partes do resumo para concluir a actividade que podemos praticar juntos.

Outra boa coisa que reparei, foi que a comunidade realmente parece respeita-lo e tem confiança que você tem conhecimentos sobre estes assuntos. Isso é muito bom e vai ajuda-lo em tudo o que fizer!

2. Divida o grupo aleatoriamente em pares, usando por exemplo um círculo de dança começa/para ou fazendo um sorteio. Peça a cada pessoa para fazer sanduíche de comentários para o seu parceiro sobre algo que tenha os visto fazer durante o curso (uma encenação, chuva de ideias, debate, ou qualquer outra formação). Devem lembrar-se de ser específicos sobre o que acharam positivo, algo que acham que podia ser melhorado e outra coisa positiva. Cada participante tem 3 minutos para fazer comentários. 3. Vá dando voltas para ouvir os participantes enquanto praticam. Depois de 3 minutos lembre aos participantes para mudarem de parceiro e depois de mais 3 minutos diga “parem!” Apresentação de resultados: 4. Pergunte: Como foi a experiência de dar comentários ao seu parceiro? E como foi ouvir comentários? Resumo: 5. Pergunte: Porquê pode ser importante fazer comentários desta maneira? Faça um resumo das respostas, por exemplo: • Podemos aprender tanto das nossas forças como das nossas fraquezas. • Em tudo o que fazemos, há sempre possibilidade de melhorar. Dizer algo positivo antes, permite que as pessoas fiquem menos defensivas e dizer algo positivo no fim mostra que o seu trabalho e habilidades são apreciados.

4.6.1 A sanduíche de comentários Monitoria e avaliação

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Duração: 30 minutos

Materiais: Um cronómetro.

Habilidades para a vida: Habilidades de comunicação interpessoal: comunicação verbal/não verbal, escuta activa, expressão de sentimentos, dar comentários (sem culpar) e receber comentários.

Secção 4 Exercícios de Produção de Rádio Módulo 6

Notas para os facilitadores: Esta simples técnica para obter comentários pode ser usada para fins variados assim que os participantes souberem como faze-la. É usada no exercício de avaliação de programas abaixo. O exercício pode também ser usado no fim do curso para oferecer as pessoas a experiência de obterem comentários directos, pessoais e construtivo sobre o seu desempenho. A capacidade de fazer comentários é uma habilidade central que os facilitadores devem ter. Se quiser ensinar as pessoas tem que saber como encoraja-las e ao mesmo tempo dizer-lhes o que tem que melhorar.

!

Este exercício funciona bem com crianças de todas as idades. Somente ajuste o exemplo de “sanduíche” no passo 1 para algo mais apropriado para a faixa etária com que estiver a trabalhar

Para crianças

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Objectivos: Oferecer um método simples que as equipas de produção de rádio possam usar para avaliar a qualidade dos seus próprios programas. Durante o curso, também serve para fornecer comentários directos sobre as produções e avalia-las à luz do que foi aprendido no curso. No final desta sessão os participantes serão capazes de: Identificar critérios

diferentes para avaliar a qualidade de um programa.

Oferecer críticas construtivas sobre a qualidade técnica e temática de um programa.

Preparativos: Peça aos participantes para trazerem os seus próprios programas em cd’s quando os convidar para o curso. Espaço e disposição das cadeiras: Sentem-se em círculo e escutem.

Habilidades para a vida: Habilidades de comunicação interpessoal: comunicação verbal/não verbal, escuta activa, expressão de sentimentos, dar comentários (sem culpar) e receber comentários.

Secção 4 Exercícios de Produção de Rádio Módulo 6

3 Passos: 1. Explique: O sistema de revisão da produção aqui apresentado deve ser usado regularmente pelos grupos editoriais (produtores do programa). O objectivo deste sistema é de melhorar a capacidade dos jornalistas de analisar um programa e fazer críticas construtivas a fim de melhorar a qualidade dos programas produzidos. Este tipo de revisão refere-se ao melhoramento das técnicas da produção, especialmente a Locução, Ritmo geral do programa, Tratamento do tema e Qualidade técnica.

2. Peça 4 voluntários para fazerem comentários sobre um programa curto que ouviram em plenária. Eles devem usar o “método de sanduíche de comentários” descrito no exercício anterior. É aconselhável dividir o programa a ser escutado em áreas diferentes, dando uma tarefa particular a cada um dos voluntários. A vantagem disso é que as críticas serão variadas - cobrem todos os aspectos do programa e são construtivas. O objectivo é de analisar bem os programas e dar sugestões de como melhorar – não só criticar e procurar erros!

3. Depois da demonstração do programa divida os participantes em grupos de acordo com o número de programas e tempo disponível. Cada grupo deve escutar os programas e fazer comentários da mesma maneira. Se cada grupo escutar 2 programas de 15 minutos cada, precisarão de 1 hora para fazer comentários. Resumo: Depois de todos terem escutado pergunte que pontos acharam que todos os programas tinham em comum e que métodos ou outras coisas lhes inspiraram.

4.6.2. Avaliando os seus próprios programas

Notas para os facilitadores: Se estiverem a ouvir os programas dos participantes em plenária, aconselha-se que se estabeleça uma regra dizendo que quem recebe a crítica não pode falar até que a outra pessoa termine. Dessa forma irá evitar discussões inúteis em que os interlocutores tentarão em vão defender os seus pontos de vista.

! Duração: 1-2 horas dependendo de quantos programas e participantes existem. Se tiver um grupo pequeno (4-5) ou somente 1-2 programas faça o exercício em plenária. Materiais: Um aparelho para tocar cd’s e programas para escutar.

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Objectivos: Discutir métodos para obter comentários da audiência e aprender como tratar os comentários quando recebidos. No final desta sessão os participantes serão capazes de: Identificar os diferentes

métodos para obtenção de comentários da audiência e avaliar a sua viabilidade

Preparativos: Prepare cartazes com comentários dos ouvintes. Espaço e disposição das cadeiras: Sentem-se em círculo. Materiais: 4-10 cartazes com comentários dos ouvintes ou uma lista com comentários num papel A4 para cada participante. Veja o exemplo página 92. Duração: 1 hora, excluindo os preparativos.

Habilidades para a vida: Habilidades de comunicação interpessoal: Comunicação verbal/não verbal

3 Passos: 1. Prepare exemplos de comentários dos ouvintes e escreva cada um num cartaz separado. Por exemplo: Quero saber onde posso encontrar conselhos sobre o tratamento de HIV e SIDA. Por favor toque esta música: (sugestão de uma música que a estação não possui). Ponha os cartazes num monte e peça voluntários para escolherem um (ou se tiver tempo cada participante pode escolher um cartaz). Para cada cartaz escolhido pergunte: O que faria com este comentário na sua estação de rádio? Uma alternativa seria distribuir um papel A4 por cada participante com uma lista de comentários que requerem uma certa perícia nas respostas e pedir que respondam por escrito. Veja uma sugestão de comentários na página 92. As respostas devem ser discutidas em plenária e chegar a um consenso comun sobre as melhores respostas. De qualquer maneira o objectivo será desenvolver nos participantes a habilidade de perceber que responder aos comentários é um trabalho de equipa e não de um só indivíduo.

2. Pergunte em plenária com que métodos de monitoria os participantes estão familiarizados e usam regularmente. Anote as sugestões num papel gigante, por exemplo questionários, cartas, sms. Veja sugestões de métodos no módulo 5 do Manual do Produtor.

3. Pergunte: Quais destes usa, porquê/porque não? Discuta os factores que impedem a monitoria regular se isto for um problema e pergunte: qual seria a maneira realística de resolver isto? Resumo: É preciso ter um plano para lidar com comentários assim que decidir que método irá usar. Se forem feitos regularmente, a comunidade irá apreciar o facto de a sua rádio ser atenciosa para com as suas preocupações.

Secção 4 Exercícios de Produção de Rádio Módulo 6

4.6.3 Comentários da audiência EXERCÍCIO CHAVE

Monitoria e avaliação

Notas para os facilitadores: Leia o módulo 5 do Manual do Produtor para mais informação sobre métodos para lidar com comentários, por exemplo, como manter um registo de sms e sugestões de questionários para a audiência. !

As crianças também devem aprender a monitorar os seus programas. Vale a pena lembrar que ao fazer este exercício estará a ensinar bons hábitos a possíveis futuros produtores de rádio.

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Materiais para 4.6.3 Comentários da audiência: Uma lista com comentários dos ouvintes

Secção 4 Exercícios de Produção de Rádio Módulo 6

N° SMS N° CEL. Data Hora

1 SMS recebido: Aló amigo carlos, fiz texte de HIV no cs d'aeroporto result foi positivo, mesmo dia fui ao BO sai negativo, a que se deve?

82 ...

18/12/2008

18:50

Resposta:

2 SMS recebido: Não gosto deste programa 82 ... 18/12/2008 19:00

Resposta:

3 SMS recebido: Vocês estão a falar que casa 2 não é um bom comportamento mas o vosso locutor ai é campeão de casa 2. Este programa não bate.

84 ... 18/12/2008

19:04

Resposta:

4 SMS recebido: Na nossa escola Samora Machel os professores violam sexualmente as meninas

82 ... 18/12/2008

19:08

Resposta:

5 SMS recebido: O chefe do nosso bairro é um corrupto. 82 ... 18/12/2008

19:15

Resposta:

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Secção 5 Avaliação do curso

Avaliação do curso O processamento de conhecimento é uma parte central da aprendizagem. Durante um curso podem existir muitos tipos de actividades, por exemplo encenações, cartazes, reflexões. Se estas actividades não forem processadas então não haverá um reconhecimento da aprendizagem que vem delas. O processamento ajuda-nos a partilhar o que aprendemos, a consolidar o novo conhecimento e a entender o que estes novos conhecimentos significam para o futuro. Esta é a razão porquê cada exercício deste manual termina com uma forma de reflectir, ponderar e resumir o que foi aprendido. Após a conclusão de um curso, é igualmente necessário resumir como este decorreu. Isto ajuda os participantes a reflectirem sobre o novo conhecimento ganho e gera comentários úteis para o facilitador sobre como os métodos e planeamento podem ser melhorados. Neste módulo irá encontrar três exercícios: O primeiro é uma ferramenta para criar uma reflexão diária durante o curso mas pode também ser usada na avaliação final. Os últimos dois podem ser realizados no fim do curso e lidam com a avaliação das habilidades dos participantes e com a avaliação do nível em que o curso satisfez as expectativas dos participantes.

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Objectivos: Convidar a reflexão sobre as experiências do dia e encorajar a introspecção e auto-avaliação individual por parte de cada participante. É também um bom instrumento para incentivar o pensamento criativo. No final desta sessão os participantes serão capazes de: Usar um meio de

associação livre de ideias para captar a aprendizagem, reflexão e auto-avaliação.

Preparativos: Prepare frases iniciais para os dois exercícios de escrita.

Espaço e disposição das cadeiras: ada participante precisa de um espaço numa mesa onde possa escrever, para tal podem se juntar as mesas no centro da sala e os participantes sentam a volta dela, se o número de participantes não for maior que 10. Caso contrário crie pequenos grupos de mesas onde 4-5 pessoas podem escrever confortavelmente. Existe um motivo para não deixar os participantes escreverem cada um na sua mesa: Se eles estiverem a ser vistos pelos outros, mais dificilmente irão parar de escrever.

Secção 5 Avaliação do curso

5 Passos: 1. O facilitador distribui um bloco de notas e uma caneta aos participantes e dá as instruções e regras da escrita livre: “o objectivo é não parar de escrever durante os próximos 3 minutos. A caneta não deve sair do papel mesmo que de repente não saiba o que escrever, nesses momentos pode escrever: “estou aborrecido…estou parado…a minha mão dói.” Observe os seus pensamentos, sentimentos e estado físico. Não se preocupe com pontuação e erros ortográficos enquanto escreve, os blocos de nota são privados e não iremos pedir que partilhe os pensamentos que escreveu com todos. Escreva tudo o que passa pela sua cabeça. 2. O primeiro tópico a escrever é: Lembro-me do cheiro de… (veja mais tópicos abaixo). 3. Controle o tempo (3 minutos) para os participantes escreverem a partir do momento em que o tópico é revelado e insista que todos parem de escrever quando o tempo se esgotar. 4. O segundo tópico a escrever é: Hoje experimentei… de novo, dê 3 minutos para que os participantes escrevam sobre ele. Não deixe que ninguém leia em voz alta o que escreveu. As notas devem ser mantidas privadas. 5. Repita o exercício durante todos os dias do curso – só precisa de usar as frases pessoais uma ou duas vezes, da primeira vez que fizer o exercício. Nos dias seguintes pode optar por usar uma frase por dia.

5.1 Escrita livre - Avaliação diária Monitoria e avaliação

Sugestões para frases iniciais pessoais:

Lembro-me do cheiro de… A primeira vez que fiz amor…

Sou apaixonado por… Quando estou sozinho…

Outros exemplos para reflexões sobre o dia:

O dia de hoje fez-me pensar sobre... Eu gostaria de poder…

Hoje ouvi… O assunto que achei mais interessante hoje…

Hoje experimentei… Hoje senti…

Hoje aprendi ...

Frases para tópicos: Quando trabalho com crianças...

Quando vejo violência, eu…

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Duração: 10-15 minutos

Materiais: Bloco de notas e canetas para todos participantes.

Habilidades para a vida: Habilidades de tomada de decisão/resolução de problemas: habilidades de análise da influência de valores e atitudes pessoais e dos outros na motivação. Habilidades de gerir stress: técnicas de relaxamento.

Secção 5 Avaliação do curso

Monitoria e avaliação

Notas para os facilitadores: ´ Ao começar com um dado assunto os participantes têm a oportunidade de experimentar o exercício e por ser privado, leva as pessoas a pensarem de maneira criativa. Este exercício pode ser usado no fim de cada dia do curso para que os participantes reflictam sobre o conteúdo e metodologia do curso. Lembre-se de primeiro usar um tópico pessoal antes de colocar um assunto ligado ao curso. Tente não fazer as frases iniciais muito específicas ao conteúdo do curso. Uma frase vaga como: O dia de hoje me fez pensar em…irá encorajar os participantes a escreverem coisas que foram do seu próprio interesse, e essa é uma informação válida para o facilitador. A vantagem de manter estes breves diários escritos é que podem ajudar na avaliação final do curso pois os participantes irão lembrar-se das suas experiências mais facilmente. Assim que os participantes estiverem familiarizados com a técnica, também pode ser usada durante o curso para encorajar o fluxo de ideias a serem adicionadas numa chuva de ideias sobre tópicos a sua escolha.

Este exercício funciona bem com crianças se as suas habilidades de escrita forem suficientemente boas. Para grupos de crianças mais novas use técnicas mais simples como desenhar caras sorridentes e caras tristes no papel gigante e pedir-lhes para escolherem uma de acordo com o que acharam do dia.

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Preparativos: Prepare um questionário de avaliação. Espaço e disposição das cadeiras: Todos precisam de espaço para escrever. Duração: 15-30 minutos.

Materiais: Amostra de esquema de avaliação:

Secção 5 Avaliação do curso

2 Passos: 1. Prepare um esquema de avaliação da seguinte maneira: para cada exercício deste manual, a secção chamada “objectivos” lista as habilidades e conhecimentos que os participantes deverão possuir quando tiverem feito o exercício. Use estes objectivos como indicadores no seu esquema de avaliação, liste os objectivos dos exercícios que tiverem feito. Não é necessário listar todos, particularmente se fizerem muitos exercícios, seleccione os mais importantes ou aqueles onde mais se focou durante a formação. Ao lado de cada indicador deixe espaços para que os participantes possam classificar as suas habilidades e conhecimentos antes e depois do curso. Veja um exemplo de um esquema nos materiais.

2. Entregue no início do curso e também no fim do curso, usando o passo a seguir. Distribua o esquema de avaliação pelos participantes e recolha quando todos tiverem preenchido. Dê tempo suficiente, não deixe esta actividade para os últimos 5 minutos do curso. Use a informação para avaliar o seu próprio desempenho.

Avaliação de fim do curso: 5.2. Avaliação das habilidades dos participantes e objectivos do curso

Objectivos: Introduzir um método para avaliar se o curso cumpriu com os seus objectivos e se os participantes aprenderam o que deviam aprender. No final desta sessão os participantes serão capazes de: Avaliar se obtiveram

novos conhecimentos.

Monitoria e avaliação

Notas para os facilitadores: Use este método para fazer o pré-teste, pedindo aos participantes para preencherem a primeira coluna no princípio do curso e a segunda no fim do curso. Para obter uma avaliação completa do curso é preciso combinar este exercício com uma discussão ou com outro esquema de avaliação do que os participantes acharam sobre outros aspectos como a facilitação, conteúdo e logísticas.

!

Pode fazer uma variação do exercício 3.1 de introdução, perguntando-lhes sobre “coisas que gostei” e “coisas que não gostei”.

Para crianças

Esquema de avaliação do curso (EXEMPLO)

Por favor use um esquema de classificação de 1a 10 onde 1 = pobre e 10 = excelente

Classifique a sua habilidade para fazer isto antes do curso.

Classifique a sua habilidade para fazer isto depois do curso.

Reconhecer que os valores têm um papel chave na formação de julgamentos.

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Avaliar como diferenciamos os tipos de risco.

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EXERCÍCIO CHAVE

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Preparativos: É necessário já ter feito o exercício de introdução 3.1 ou alguma variação do mesmo. Este será a base para os indicadores que irá usar no exercício. Espaço e disposição das cadeiras: Organize as cadeiras em semi-círculo e sente-se em frente para ler em voz alta. Duração: 15 – 30 minutos para preparação. O exercício em si não deverá levar mais de 15 minutos.

Materiais: Um papel ou cartão por participante para escreverem os números de avaliação.

3 Passos: 1. Transforme as expectativas e ansiedades mencionadas pelos participantes no princípio do curso em indicadores. Por exemplo: se um participante escreveu: Espero entender melhor como evitar a estigmatização, transforme isto em: entender como evitar a estigmatização. Isto deve ser feito antes do início da sessão. Se já tiver feito o exercício 3.1 isto será fácil de fazer com base nos grupos de questões que obteve no fim.

2. Explique: “Irei ler uma lista de coisas que desejavam atingir e coisas com as quais estavam preocupados, as mesmas que decidiram no princípio do curso. Para cada uma irei dar um número. Cada um deve escrever o número enquanto eu estiver a ler e ao lado desse, devem dar a vossa avaliação sobre como a questão foi bem abrangida ou evitada. Usem uma escala de 1 a 10 onde 1 significa “pobre” e 10 significa “bom”.

3. Leia os indicadores um por um em voz alta, agrupe-os por tipos. Para indicadores de expectativas pergunte: Atingimos esta expectativa? Para grupos de ansiedades pergunte: Conseguimos evitar esta ansiedade? Quando todos indicadores tiverem sido avaliados recolha todas as respostas e totalize os resultados. Antes que os participantes saiam do curso, pendure os resultados na parede para todos verem.

Secção 5 Avaliação do curso

Objectivos: Oferecer um método de avaliação do curso com indicadores de sucesso gerados pelos participantes. Isto irá oferecer comentários sobre o sucesso do curso no cumprimento das expectativas dos participantes e se eles pensam que aprenderam o que desejavam aprender. No final desta sessão os participantes serão capazes de: Avaliar se o curso atingiu

as suas expectativas.

Monitoria e avaliação

5.3 Avaliação de expectativas EXERCÍCIO CHAVE

Notas para os facilitadores: Mantenha o número de itens para classificar inferior a 25. Se tiver tempo e se os participantes forem bons leitores, pode por a informação num esquema de avaliação e pedir para que todos preencham.

! Este exercício é bom para crianças mas não deve alongar muito a sessão.

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Neste anexo irá encontrar uma série de imagens que podem ser usadas como descrito nos exercícios 4.2.1. Tema: Estigma em HIV e SIDA. O que é estigma? e 4.2.2. Exercício sobre violência contra as crianças: entendendo violência As ilustrações foram publicadas pela primeira vez no manual: Academy for Educational Development, International Center for Research on Women and International HIV/AIDS Alliance: Understanding and challenging HIV stigma - Toolkit for action, United Kingdom, 2007 © Illustrations: Petra Röhr-Rouendaal

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Anexo de imagens

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Materiais para 4.2.1. Tema: Estigma em HIV e SIDA. O que é estigma?

Imagens gerais sobre estigma

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Materiais para 4.2.1. Tema: Estigma em HIV e SIDA. O que é estigma?

Anexo

Imagens gerais sobre estigma

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Materiais para 4.2.1. Tema: Estigma em HIV e SIDA. O que é estigma?

Imagens gerais sobre estigma

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Materiais para 4.2.1. Tema: Estigma em HIV e SIDA. O que é estigma?

Anexo

Imagens gerais sobre estigma

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Anexo

Materiais para 4.2.1. Tema: Estigma em HIV e SIDA. O que é estigma?

Imagens gerais sobre estigma

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Materiais para 4.2.1. Tema: Estigma em HIV e SIDA. O que é estigma?

Anexo

Imagens gerais sobre estigma

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Anexo

Materiais para 4.2.2. Exercício sobre violência contra as crianças

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Materiais para 4.2.2. Exercício sobre violência contra as crianças

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Materiais para 4.2.2. Exercício sobre violência contra as crianças

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Materiais para 4.2.2. Exercício sobre violência contra as crianças

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Anexo

Materiais para 4.2.2. Exercício sobre violência contra as crianças

Imagens de contexto

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Materiais para 4.2.2. Exercício sobre violência contra as crianças

Anexo

Imagens de contexto

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