Manual de Controlo de Custos Na Restauração - Final
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MANUAL DE CONTROLO DE
CUSTOS NA RESTAURAO
(RUI MANUEL ARAJO FARIA)
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NDICE
ESTRUTURA ................................................................................................ 3
Objectivo geral ........................................................................................ 3
Objectivos especficos ............................................................................. 3
Destinatrios ........................................................................................... 4
Programa ................................................................................................ 5
DESENVOLVIMENTO ................................................................................... 6
BIBLIOGRAFIA ........................................................................................... 78
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Estrutura
Objetivo geral
Aplicar os procedimentos relacionados com o controlo de custos e
gesto do inventrio;
Fixar os preos de venda na ementa;
Proceder ao controlo das vendas;
Calcular proveitos, custos e resultados das vendas.
Objetivos especficos
Distinguir os vrios tipos de stocks existentes e identificar a gesto
de cada um;
Gerir stoks pela anlise ABC;
Identificar e caracterizar as diferenas existentes nos vrios
documentos utilizados no economato;
Analisar os documentos dos fornecedores e emitir notas de
encomenda, requisies e outra documentao necessria;
Classificar os vrios gneros no economato e identificar a sua
compatibilidade na armazenagem.
Destinatrios
Jovens procura do primeiro emprego;
Possuir o 3 Ciclo do Ensino Bsico;
Ter idade compreendida entre os 15 e os 25 anos de idade.
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Programa
Controlo de Stocks
Valorizao de Existncias
Fixao de Preo de Ementa
MARK-UP Custo Padro
Investimento (mtodo Hubbard)
Controlo de Vendas
Oramentos
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Desenvolvimento
Controlo de Stocks
Definio dos diferentes tipos de stocks
Os bens adquiridos pela empresa so em geral encaminhados para os armazns da empresa
onde ficam depositados at serem posteriormente utilizados, quer pelos servios da empresa
quer pelos seus clientes. o conjunto destes bens que constitui o seu stock.
O que um stock?
Costuma-se dizer que o stock um mal necessrio. um mal, dado que representa um
encargo para a empresa e, como todos os encargos devero ser evitados na medida do possvel.
Necessrio dado que, para satisfazer a necessidade de determinado artigo, quando no
possvel cumprir com os prazos de entrega adequados a essas mesmas necessidades, ou quando
se verificam oscilaes na procura, a nica forma dispor desse artigo em stock.
Gerir um stock fazer com que ele esteja constantemente apto a responder procura, gerindo
a prpria expectativa do cliente. Na contabilidade de stocks o cuidado fundamental o
permanente lanamento de entregas e sadas de forma a saber-se sempre quais as existncias.
Define-se stock como sendo toda a matria, produto ou mercadoria que se encontra
armazenado na empresa espera de uma futura utilizao pelos seus servidores.
A utilidade da manuteno de stocks elevados manifesta para:
Fazer face penria, geralmente resultante das irregularidades de entrega;
Assegurar o consumo regular de um produto, embora a sua produo seja irregular;
Usufruir benefcios econmicos pela compra de grandes quantidades;
Evitar compras demasiado frequentes;
Finalidades especulativas.
Mas deter pequenas quantidades de stock tem tambm a vantagem de:
Economizar espao de armazenagem;
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Evitar a deteriorao de certos produtos;
Menor possibilidade de se constiturem monos;
Menor capital investido.
A manuteno da quantidade adequada de stocks por uma empresa tem de ser objeto de uma
deciso altamente ponderada, j que stocks em excesso ou falta traduzem sempre falta de
planeamento por parte de quem toma decises.
Utilidade dos stocks
Poder-se- afirmar que existe sempre um desfasamento entre o ritmo das entregas e o das
utilizaes das mercadorias, assim, o stock serve de regulador entre as entregas e as utilizaes
que fazem a ritmos diferentes. Mas pode dizer-se, que todo o stock que ultrapasse o
estritamente necessrio para ter esse papel regulador, torna-se intil e fonte de gastos
escusados.
Quatro razes fundamentais para a existncia de stocks:
Transao: so necessrios que existam produtos em armazm para que a empresa os
possa transacionar, atingindo os seus objetivos econmicos e financeiros;
Precauo: A constituio de stocks de segurana uma forma de as empresas se
precaverem contra flutuaes da procura ou contra qualquer imprevisto que possa
surgir no fornecimento de matrias-primas;
Processamento: Nas empresas industriais com processos produtivos mais ou menos
complexos necessria a constituio de diversos stocks intermdios, quer de matrias-
primas quer dos produtos em curso de fabrico. A correta gesto destes diferentes stocks
importantssima, j que a rutura de qualquer pode pr em causa todo um processo
produtivo;
Especulao: Muitas vezes so constitudos stocks com vista a aproveitar flutuaes
futuras da procura. Acontece frequentemente em empresas ligadas aos mercados de
capitais, onde os produtos stockados so financeiros.
Inconvenientes dos stocks
Um dos principais inconvenientes dos stocks perecibilidade ou a fragilidade de certos
produtos. Produtos com curto tempo de vida, normalmente produtos alimentares, so
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particularmente vulnerveis, pelo que no so alvo de stock, ou so processados e embalados
de forma a aumentar o tempo de vida.
Um stock excessivo muito caro, uma vez que, para alm do imobilizado, provoca custos de
manuteno, de armazenamento e, naturalmente, custos financeiros.
Um outro inconveniente diz respeito obsolescncia, o facto de se constituir stocks de artigos
que, por qualquer razo, deixam de escoar, agravar o custo de imobilizao de capital, estes
artigos so comummente designados por monos. Uma soluo para eliminar este problema
ser a venda em saldo, mas esta soluo permite apenas a recuperao de uma pequena parte
do capital. No entanto ela a melhor soluo, dado que, conversar esses artigos em stock
apenas faria congelar o capital, alm de ocuparem espao e fazerem perder tempo a quem faz
o seu inventrio.
A rutura outro inconveniente de relevo. A falta de artigo no momento em que o cliente o
pretende, pode conduzir perda da venda, e se ocorrer com frequncia, conduz perda de
clientes sucessivamente.
Nesta perspetiva, fundamental na gesto de stocks:
Escolher criteriosamente quais os artigos a constituir stock;
Fixar e ajustar nveis de stock e dos seus reaprovisionamentos.
Classificao dos stocks
Tipos de stock Descrio Exemplo
Matrias-primas Materiais utilizados na fabricao de
componentes dos produtos acabados
Chapa de ao destinada a
fazer lamina para moinho
de caf
Componentes
Partes que no sofrem qualquer
transformao na empresa e que se
destinam a montagem nos produtos
acabados
Amndoa destinada a
fazer biscoitos
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Produtos
acabados
Artigos finais, destinados ao
consumidor final ou utilizao por
outra empresa
Biscoitos destinados a
reposio ou preparao
de pacotes de biscoitos
Subprodutos
Produtos resultantes do processo de
transformao, mas que no so
incorporados no produto final
Clara dos ovos que
sobraram no fabrico de
po-de-l de ovar que
sero usadas para fazer
suspiros
Materiais de
consumo corrente
ou subsidirios
Materiais que no entram
diretamente no processo de
transformao
Combustvel para
lubrificao das
batedeiras. Impressos
administrativos
Material de
embalagem e de
acondicionamento
Materiais necessrios ao transporte
e acondicionamento adequados de
produtos
Palete para transporte
interno de produtos em
curso de fabricao. Caixas
de transporte dos bolos
Taxa de Rotao de Stocks Inventory turn-over
Toda a problemtica de stocks implica como pressuposto, o seu controlo, ou seja, a capacidade
de medir e lanar permanentemente todas as entradas e sadas de stock de forma a ter o
conhecimento permanente da sua existncia.
Produtos em
curso de
fabricao
Materiais e componentes que se
encontram em fases intermdias do
processo de transformao, entre
operaes consecutivas
Bolos sados do forno e a
aguardar a decorao
Produtos
semiacabados
Partes que j sofreram vrias
operaes de transformao e
aguardam a montagem no produto
acabado
Placa de circuito impresso
e a aguardar montagem na
batedeira
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Este controlo pode ser feito, tanto no ato de entrega ou sada (pela fatura ou pleo documento
equivalente que reporta a entrada ou sada), como por antecipao, (pela encomenda colocada
ao fornecedor, no caso das entradas e no caso das sadas pelas vendas firmadas).
Ambas as opes tm vantagens e desvantagens muito embora a mais generalizada seja a
primeira.
Por renovao de stocks entende-se o ato de, por meio de aprovisionamento, recolocar os
stocks no seu ponto timo.
Para renovar stocks, necessrio ter em conta dois aspetos:
As quantidades existentes por produto;
A rotao de cada um dos produtos.
No sentido de poder comparar com facilidade e eficincia da gesto de stocks entre diferentes
produtos existem duas medidas comerciais de utilizao corrente que so:
Rotao
Cobertura
A rotao define-se como o nmero de vezes que o stock se renova num determinado perodo
de tempo.
Este valor de rotao assume especial importncia no comrcio, em que o jogo entre rotao
de produtos e os seus prazos de pagamento pode levar a vantagens financeiras interessantes
que, em ltima anlise, podem gerar proveitos sem qualquer imobilizao de capital (em termos
de stock).
A cobertura ou rotao previsional entende-se como o clculo com base na previso de vendas
e no stock mdio previsto.
Assim, conhecendo-se a previso de vendas de um produto para um determinado perodo de
tempo e tendo em conta os stocks e os compromissos de encomendas, possvel calcular
facilmente a rotao previsional para o perodo em anlise.
Podemos pois, se assim o entendermos, interferir na rotao previsional, intervindo nas
encomendas j colocadas (ou a colocar), aumentando-as, diminuindo-as, atrasando-as ou
antecipando-as.
As taxas de rotao e cobertura utilizam-se no s para anlise comparativa de eficincia de
gesto de stocks entre diferentes produtos, como entre empresas concorrentes.
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Exemplo:
O produto A vende 2000 unidades/ms.
Se o seu stock mdio mensal for de 500 unidades, a taxa de rotao ser igual a 4.
Taxa de rotao = 2000 = 4
500
Par Stock
Uma efetiva gesto de stocks no se b Seia apenas no conhecimento do mercado e das suas
tendncias de consumo, mas tambm na analise fivel dos custos e proveitos com vista a
alcanar maiores nveis de eficincia.
O ndice de rotao de stocks um indicador indispensvel para a avaliao da gesto de stocks,
portanto permite aperfeioar o nvel de stock, com um investimento racionalizado, contribuindo
para uma maior eficincia operacional.
Algumas tcnicas bsicas de controlo so muito uteis para reduzir o potencial de perda de
receita ou manter o custo sob controlo. A primeira tcnica que utilizada para administrar o
stock operacional dos produtos conhecida como o par stock.
Dito de forma mais simples, o par stock o inventrio fixo de produtos que se estabelece
como o mximo em determinado ponto de venda. O nmero fixo de produtos estabelecido
tendo em considerao o histrico das vendas. Se esse stock estabelecido de forma errada,
pode acontecer uma de duas coisas:
Um stock menor do que o necessrio implica a possibilidade de no poder atender ao
pedido dos clientes por falta de produtos;
Um stock maior do que o necessrio significa recursos econmicos parados, que
poderiam estar a ser aplicados noutras mercadorias com melhor sadas.
O estabelecimento do par stock facilita o processo de requisio de produtos, pois permite
facilmente determinar o volume adequado a solicitar. Para tal apenas preciso fazer um
inventrio para apurar o stock atual.
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Anlise ABC para a gesto de stocks
Como no possvel, nem aconselhvel tratar todos os artigos da mesma forma, a anlise ABC
uma ferramenta de gesto muito simples, mas com grande eficincia na classificao correta
dos stocks, criando trs nveis de prioridade distintos na gesto dos mesmos.
Assim, este mtodo classifica os stocks em trs grandes grupos, A, B ou C, de acordo com
percentagem dos consumos anuais que cada grupo representa.
A Analise ABC, permite implementar politicas diferenciadas a nvel de fornecedores, clientes e
stocks e facilita o agrupamento das encomendas.
Vrios critrios podem ser utilizados na Analise ABC: o consumo, a rotao e o stock mdio.
A separao feita de acordo com a seguinte metodologia:
Classe A Este o grupo de artigos com maior valor de consumo anula, embora seja
representado por um pequeno nmero de artigos: 15% a 20% dos artigos correspondem a 75%
a 80% do valor do consumo anual total.
Classe B Este grupo intermedio: 20% a 25% do total de artigos representam 10% a 15%
do valor do consumo anual de todos os artigos.
Classe C Este grupo de artigos possui o menor valor de consumo anual, embora
represente um elevado nmero de referncias: 60% a 65% do nmero total de artigos
correspondem a 10% do valor do consumo anual de todos os artigos.
A gesto de cada grupo deve ser realizada da seguinte forma:
Classe A Os artigos devem ser controlados frequentemente de forma a manter
existncias baixas e evitar ruturas.
Classe B Os artigos devem ser controlados de forma mais automatizada.
Classe C Os artigos devem possuir regras de deciso muito simples e totalmente
automatizadas. Os nveis de stock de segurana podem ser elevados de forma a minimizar os
inconvenientes de eventuais ruturas.
Metodologia a seguir para a elaborao da Analise ABC:
1 Passo
Determinar o critrio a utilizar na classificao:
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a) Consumo anual
b) Stock mdio
c) Rotao (ou frequncia)
2 Passo
Ordenar por ordem decrescente os artigos de acordo com o critrio utilizado.
3 Passo
Calcular o valor acumulado do consumo anual/stock mdio/rotao.
4 Passo
Calcular a percentagem de consumo anual/stock mdio/rotao de cada artigo relativamente
ao total.
5 Passo
Calcular a percentagem acumulada do consumo anual/stock mdio/rotao.
6 Passo
Calcular a percentagem que cada artigo representa no total dos artigos.
Exemplo:
Total de artigos = 10
Artigo A = 1/10 que representa 10%
7 Passo
Calcular a percentagem acumulada dos artigos (Nota: o 6 e 7 passo podem ser feitos num s)
8 Passo
Classificar os artigos em A, B e C de acordo com as regras definidas para as categorias tendo
sempre em conta a percentagem acumulada do consumo anual/stock mdio/rotao e
percentagem acumulada dos artigos.
Exemplo:
Considere a seguinte tabela com os oito produtos comercializados pela empresa
Cozinha/Pastelaria SA
Realize uma classificao ABC, com o objetivo de identificar os produtos com a maior
importncia.
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A proporo escolhida para o custo : 65/25/10
Produtos Quantidade consumida Preo unitrio Valor Total
1 613 13 7969
2 1360 10 13600
3 835 112 93520
4 65 31 2015
5 6000 80 480000
6 225 620 139500
7 230 15 3450
8 2600 85 221000
Total 961054
Produtos Ordenados Valor Total Ordenado % % Acumulada ABC
5 480000 49.94 49.94 A
8 221000 22.99 72.93 B
6 139500 14.51 87.44 B
3 93520 9.73 97.17 C
2 13600 1.41 98.58 C
1 7969 0.82 99.40 C
7 3450 0.35 99.75 C
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FORMULRIO
Valor Total = Quantidade x Valor unitrio
% = Valor Total / Total x 100
% Acumulada = % acumulada da linha anterior + % da linha
As movimentaes das mercadorias facilmente deteriorveis
A gesto de stocks , de forma simplificada, o conjunto de aes que visa manter o stock ao mais
baixo nvel em termos quantitativos e de custos, garantindo simultaneamente o fornecimento
regular da empresa e a melhor execuo das tarefas de aprovisionamento e armazenagem.
A gesto de stocks um fator de relevncia na gesto atual das empresas, no constituindo uma
clula isolada da empresa. Para alm de uma organizao prpria que responda ao conjunto de
economias possveis de realizar, encontra-se, no seio da empresa, como um rgo integrado
numa organizao global que, caso no seja suficientemente desenvolvida, bloqueia a sua ao
e a concretizao dos seus objetivos.
A gesto de stocks assume nas empresas modernas um papel fundamental, sendo uma das
ferramentas mais importantes ao dispor da gesto para maximizar os seus resultados lquidos e
permitir a movimentao das mercadorias facilmente deteriorveis.
A manuteno de um nvel adequado do stock um desafio que colocado aos gestores, j que
necessrio minimizar os custos do stock no pondo em risco a operacionalidade de toda a
logstica das empresas.
Os efeitos mais importantes que resultam da existncia de stock so:
Os custos associados sua existncia;
As influncias que no so evidenciados devido sua existncia.
4 2015 0.20 100 C
Total 961054 100
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A problemtica relacionada com stocks pode, para efeitos de anlise, ser considerada em trs
aspetos distintos, muito embora, na realidade, se inter-relacione em muitas outras facetas:
A armazenagem Compreende todos os problemas relacionados com os layouts das zonas de
armazenagem, sua lgicas, sistemas de receo, arrumao e aviamento, equipamentos,
standarizao, sinaltica, segurana de pessoas, bens e equipamento, procedimentos
operacionais e documentais, etc.
A contabilidade de stocks controlo permanente de stocks, a sua contagem o lanamento
permanente de entradas e sadas, a inventariao e a sua valorizao.
A gesto de stocks processo dinmico de racionalizao dos elementos contabilsticos de
stocks, de forma a rentabilizar o armazenamento, adequando permanentemente quantidades
de produtos armazenados e timings, conseguindo para o mnimo de custos o mximo de
rotao. Portanto, toda a gesto de stocks previsional.
A gesto de stocks tem como objetivo determinar um ponto de equilbrio entre duas
necessidades contraditrias:
Evitar ruturas de modo a satisfazer as necessidades expressas pelos clientes;
Minimizar as imobilizaes financeiras em stocks.
Gerir um stock compreende a procura de uma soluo otimizada em termos:
Fsicos;
Administrativos;
Econmicos.
A gesto fsica envolve movimentar, ou seja, refere-se identificao e receo, movimentao
e arrumao, estada em armazm e preparar e expedir.
A gesto administrativa refere-se informao, ou seja a criar, manter e distribuir informao,
nomeadamente nomenclatura de normalizao. A gesto administrativa envolve ainda, o
controlo do inventrio em termos de quantidade e valor das existncias.
A gesto econmica associa-se ao termo avaliar, incidindo a sua ao sobre o desenvolvimento
de previses e analise do histrico e sobre a minimizao do custo total.
De facto, com a expanso exponencial dos utilizadores da internet, cada vez mais as empresas
de software associam vrios mdulos de gesto (financeira, contabilstica, recursos humanos,
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etc.) possibilidade de se realizarem compras pela net, sendo depois integrado no sistema
informtico da empresa fornecedora a encomenda.
Clculo do Stock de Segurana
Para muitos negcios, manter um stocks dos produtos fundamental. Imagine-se um
supermercado sem stock?
Eles precisam de manter em stock todos os produtos que os clientes possam desejar. Fora do
retalho os stocks tambm tm um papel central: nas indstrias, preciso ter stock de matrias-
primas para que a produo no seja interrompida.
No entanto, a procura por menores custos, faz com que os stocks sejam baixos: o pretendido
ter o mnimo possvel de stock, pois eles representam capital parado, em outras palavras,
representam custos.
Para encontrar o equilbrio perfeito, duas coisas so fundamentais:
Uma boa previso da procura;
Um clculo apropriado para os tamanhos dos stocks, entre eles, o stock de segurana.
O stock de segurana uma quantidade de stock que se tem, mas no se deseja usar, como
um seguro do carro, bom ter um, mas no se quer precisar de usar. Isto porque ele calculado
apenas para suprir uma segurana em casos de variaes inesperados, algo que no se pode
prever ou controlar como os problemas com o fornecedor, atrasos na entrega e uma procura
que no foi prevista.
O stock de segurana depende de alguns fatores chave:
O prprio consumo;
O lead time (tempo de entrega) do produto;
O nvel servio desejado.
A frmula de stock de segurana
No h um clculo perfeito para o stock de segurana aplicvel a todas as situaes. Segundo
alguns especialistas, o nvel de stock de segurana depende da importncia de cada item para o
processo, do valor do investimento e da disponibilidade de substitutos. Um clculo plausvel
para o nvel de stock de segurana o seguinte:
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NSS Mximo = UHDM x (TEHM TEM)
Em que,
UHDM = Utilizao Histrica Diria Mxima
TEHM = Tempo de Entrega Historio Mximo
TEM = Tempo de Entrega Mdio
A teoria subjacente a este clculo do nvel de stock de segurana sugere que teremos apenas
em stock o inventrio suficiente se acontecerem simultaneamente dois eventos catastrficos:
O tempo de entrega do fornecedor o mximo que alguma vez esse mesmo fornecedor
demorou;
Nos dias em que se espera pela entrega do fornecedor, a empresa utiliza o inventrio
ao nvel do seu mximo histrico.
Clculo do Ponto de Encomenda
Este mtodo consiste em fazer uma nova encomenda sempre que o stock atingir um
determinado nvel, chamado Ponto de Encomenda, que foi determinado previamente.
Normalmente a quantidade a encomendar fixa. Para determinar o Ponto de Encomenda
utiliza-se a seguinte frmula:
PE = UHDM x TEM + NSS
Em que,
UHDM = Utilizao Histrica Diria Mxima
TEM = Tempo Mdio de Entrega
NSS = Nvel de Stock de Segurana
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Este mtodo apresenta a vantagem de se revestir de um certo automatismo, pois, uma vez
determinado o Ponto de Encomenda, tudo se processa de forma automtica, dado que
sempre que o stock atinge o Ponto de Encomenda, efetua-se a encomenda de uma nova
quantidade.
Uma das desvantagens deste mtodo a sua difcil utilizao quando surgem importantes e
frequentes variaes de consumo, pois, assim, torna-se necessrio alterar constantemente o
Ponto de Encomenda.
Outra desvantagem, que se apresenta com utilizao deste mtodo, no permitir um facil,
agrupamento de artigos numa mesma encomenda, porque s por acaso artigos que possam ser
encomendados a um mesmo fornecedor atingem o Ponto de Encomenda na mesma data.
Interessa referir que se o prazo de entrega de um artigo for superior ao perodo que separa dois
pontos de encomenda sucessivos, as unidades que j foram anteriormente encomendadas s
sero entregues depois de uma nova encomenda.
Assim, em armazm, temos um stock terico igual ao stock real mais a soma das encomendas
em curso.
Valorizao das existncias
Diferentes mtodos de clculo
Valorizao de stocks
A valorizao dos stocks determina-se pelo inventrio permanente que segue a evoluo das
existncias em quantidade, (seguir os fluxos de entrada e sada dos bens armazenados). O
controlo faz-se em quantidade e em valor.
Valorizao de entradas
Para os elementos comprados, a avaliao faz-se tendo em conta o custo de compra ou custo
de produo.
O imposto que figura na fatura de compra (sem IVA)
+ Gastos externos de compra: segurana, alfndega, transporte.
+ Gastos internos de armazenamento: gastos de receo, armazenagem.
Para os elementos, componentes e bens produzidos, a avaliao faz-se segundo o custo de
produo.
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Os custos financeiros e os custos de armazenagem e manuteno no so tomadas em conta.
O stock inicial em quantidade e em valor, corresponde ao stock final do perodo precedente.
A valorizao de sadas
Os elementos armazenados iro saindo segundo o custo ao qual entraram. Este tipo de
valorao no constitui nenhum problema para bens que sejam perfeitamente individualizados
(peas nicas) ou individualizveis (peas idnticas, isolveis). No entanto, esta tcnica de
difcil aplicao nos bens fungveis (trigo, vinho, azeite, etc.), o qual acontece em uma parte
importante da indstria.
Os mtodos de clculo de valorizao de Stock:
Custo padro
Nos termos do POC, as existncias podero ser valorizadas a custos padres, se estes forem
apurados de acordo com os princpios tcnicos e contabilsticos adequados. Os custos padres
constituem um dos principais tipos de custos bsicos e so custos definidos a partir de normas
tcnicas de matrias-primas, mo-de-obra e gastos gerais de fabrico. Os objetivos dos custos
bsicos so fundamentalmente o controlo de gesto, o isolamento de responsabilidades e a
simplificao e rapidez na produo de informao contabilstica, sem prejuzo que aps
apuramento dos custos reais globais se efetue o reconhecimento dos desvios e eventual
correo dos custos padres.
Este critrio utilizado basicamente nas empresas industriais, em particular nas que
apresentam uma produo muito diversificada, em que no econmico adotar mtodos de
apuramento do custo industrial dos produtos reais.
Resumindo:
O custo padro um custo terico que definido partida, luz da experincia da empresa.
Para definir um custo padro nada melhor que dar uma olhadela ao que diz quem sabe:
So custos tericos, sucessivamente retificados luz da experincia, cuidadosamente
expurgados de todas as verbas anormais, que se utilizam como norma ou modelo durante prazos
mais ou menos longos.
Gonalves da Silva in Contabilidade Industrial p 434
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A adoo do custo padro visa melhor a gesto oramental da empresa, podendo antever
resultados e outras informaes relevantes para a empresa.
Por exemplo: Ao definir o custo padro da matria y de 10 euros a unidade (o custo padro
sempre expresso em unidades) todas as compras da matria y contabilizada a 10 mesmo que
no real se esteja a comprar a 11, a diferena de 1 Euro o desvio.
O mtodo de custo unitrio mdio ponderado (CUMP)
CUMP: existncias no perecveis (as mercadorias que podem ser armazenadas por largas
temporadas), o mtodo CUMP tem duas variantes:
O mtodo CUMP peridico: As sadas so avaliadas com um custo unitrio mdio ponderado das
entradas de mercadoria + depsito inicial, calculado sobre um perodo mensal, trimestral ou
anual, segundo a eleio da imprensa.
O mtodo CUMP depois de cada entrada: as sadas so avaliadas no ltimo custo unitrio mdio
ponderado, calculado depois de cada entrada de mercadoria.
Resumindo:
A utilizao deste critrio de valorimetria bastante simples pois basta fazer uma mdia
aritmtica ponderada para apurar o custo do recurso.
Como exemplo para a utilizao deste critrio de valorimetria CMP temos seguintes elementos.
1: Compra de 10 unidades custaram 100 Euros
2: Compra de 20 unidades custaram 400 Euros
O custo total das matrias adquiridas ou compradas de 500 Euros, dividindo os 500 por 30
unidades temos um custo unitrio de 16,66/unidade.
Compra 1: 10/unidade
Compra 2: 20/unidade
Custo mdio das compras: 16,67/unidade
Esta forma de custeio das mais fceis de registar.
Mtodo FIFO, Frst In First Out (primeiro em entrar, primeiro a sair)
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O mtodo FIFO fundamenta-se em um consumo sequencial e cronolgico dos lotes introduzidos
nas reas de armazenamento. O lote introduzido em primeiro lugar ser o primeiro a ser
consumido.
O mtodo FIFO o mas utilizado par a valorizao das sadas de produtos perecveis cuja
conservao em largas temporadas, pouco recomendvel devido a causa, de perda de valor
ou qualidade (lcteos, agro alimentar...).
Resumindo:
FIFO significa First in, First out; traduzindo: o primeiro a entrar o primeiro a sair. conhecido
como custo cronolgico direto.
A utilizao deste critrio de valorimetria pressupe a utilizao de lotes para diferenciar as
diferentes entradas.
Como exemplo para a utilizao deste critrio de valorimetria FIFO podemos considerar 2 lotes
de matrias-primas:
O primeiro lote 10 unidades custaram 100 Euros
O segundo lote 20 unidades custaram 400 Euros
Custo de cada unidade por lote:
Lote 1: 10/unidade
Lote 2: 20/unidade
Ao utilizar as 15 unidades de matria-prima apura-se o custo de 200 Euros, 100 de 10 unidades
do 1 lote e 5 unidades do 2 lote 100.
Mtodo LIFO, Last In First Out (ultimo a entrar, primeiro a sair)
Contrariamente ao mtodo FIFO, o mtodo LIFO, ultimo a entrar primeiro a sair, consiste em
calcular o valor dos consumos supondo que os ltimos lotes entrados foram os primeiros a sair.
Fazendo referncia funo tcnica das existncias, evidente que a utilizao de este mtodo
de valorao no ir alternando a escritura contabilstica como fim de proteger-se das variaes
dos preos.
O armazenamento de certas categorias de mercadorias obedece estritamente a esta regra:
Quando mais larga a estncia em armazenamento, mais qualidade e valor obtm o produto.
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O Mtodo LIFO tema vantagem de sustentar a variao dos preos Em perodos inflacionistas,
permite mitigar as perdas aplicando o preo atual de mercado.
Resumindo:
LIFO significa Last in, First out; traduzindo: o ltimo a entrar o primeiro a sair. conhecido
como custo cronolgico inverso.
A utilizao deste critrio de valorimetria pressupe a utilizao de lotes para diferenciar as
diferentes entradas.
Como exemplo para a utilizao deste critrio de valorimetria LIFO podemos considerar 2 lotes
de matrias-primas:
O primeiro lote 10 unidades custaram 100 Euros
O segundo lote 20 unidades custaram 400 Euros
Custo de cada unidade por lote:
Lote 1: 10/unidade
Lote 2: 20/unidade
Ao utilizar as 15 unidades de matria-prima apura-se o custo de 300 Euros, ou seja todas as
unidades foram retiradas do segundo lote.
Mtodo de valor de reposio Next-in, First-out (NIFO)
Este mtodo est adaptado para a valorizao de existncias especulativas. Este mtodo
consiste em avaliar as sadas nos valores de reposio. Para valorizar as sadas e as existncias
armazenadas, o valor de referncia ser, por exemplo, o preo de ultima fatura, no decorrer dos
dias.
O inventrio
O inventrio uma atividade bastante importante para as empresas. Compreende o valor total
dos bens dessa empresa ou de um setor especfico da mesma, e o processo de os contabilizar.
Muitas empresas fazem verificaes de inventrio peridicas para garantir que no haja rutura
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de stocks, enquanto outras coincidem a quantidade total de produtos encomendados com
contagem fsica.
O inventrio alerta para problemas da atividade da empresa como a falta ou excesso de um ou
vrios produtos, bem como o controlo de stock de forma incorreta.
Tipos de Inventrio
Sistema de inventrio permanente
Este sistema permite determinar permanentemente o valor dos stocks armazenados e apurar
os resultados obtidos na venda ou produo.
Caractersticas:
Permite conhecer, a todo o momento, o valor das existncias em armazm e,
consequentemente, o custo das mercadorias vendidas. Para que tal seja possvel, necessrio
que todas as entradas e sadas de armazm sejam diariamente registadas aos respetivos custos.
Vantagens do Sistema de inventrio permanente:
Conhecer a margem bruta obtida em cada venda, pois para cada venda regista-se o
custo e proveito;
O saldo final da conta Mercadorias corresponde ao valor das mercadorias em armazm,
avaliadas ao preo de custo, pois as entradas e sadas so sempre registadas ao preo
de custo;
O custo das mercadorias vendidas durante o exerccio fornecido pelo saldo da conta
de Custo das mercadorias vendidas;
A margem bruta das vendas obtm-se por diferena entre os saldos das contas de
Vendas e de Custo das mercadorias vendidas, aps a sua transferncia para a conta de
Resultados operacionais. No final do exerccio estas contas ficam saldadas;
A conta de Compras permite-nos saber a cada momento o valor das compras de
mercadorias, de matrias-primas ou de matrias subsidirias. No final do exerccio esta
conta fica saldada.
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Sistema de inventrio intermitente
Caractersticas:
Utilizando este sistema de movimentao das mercadorias, s periodicamente (em regra no fim
do exerccio econmico) se conhece o valor das mercadorias em armazm por inventrio direto,
e so depois possvel determinar o custo global das sadas durante o perodo. este o processo
mais utilizado pelas empresas.
Objetivos do inventrio
Para verificar a qualidade do estado dos stocks (diferena entre o stock real e o registo
informtico do stock), necessrio efetuar inventrios e eventualmente atualizar o registo
informtico.
Um inventrio consiste numa operao de contagem fsica dos artigos nas prateleiras do
armazm.
O controlo fsico das existncias faz-se atravs da sua inventariao ou contagem. Esta deve
merecer a maior ateno por parte das empresas j que fundamental para a determinao
dos resultados e posterior anlise financeira. Na hora de fazer as contas, as empresas deparam-
se com menos lucros do que os esperados, face ao stock em inventrio. Seja fruto de roubo
externo, interno ou erros de gesto, a perda desconhecida na cadeia de abastecimento tem
forte impacto nas finanas das empresas. Identificar as fontes de risco e causas da quebra uma
necessidade para todas as empresas.
As quebras de inventrio so diminuies verificadas nas quantidades dos inventrios existentes
na empresa num determinado momento. Consideram-se quebras anormais as de caracter
imprevisvel e extraordinrio, resultando de factos alheios atividade da empresa, por exemplo
acidentes, roubos, incndios, inundaes, etc.
Muitas vezes os acontecimentos anormais constituem sinistros, segurveis e reclamveis em
termos de indeminizao s seguradoras. Assim um roubo, acontecimento ocorrido identificado
numa determinada data, constitui um sinistro. Mas se tal inventrio foi desaparecendo ao
longo do tempo, sem ser identificvel a ocorrncia pontual, ento constituir uma quebra
anormal.
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A quebra desconhecida consiste na parte dos lucros esperados que, de acordo com o nvel de
stocks nos inventrios, no chegam a ser realizados. A quebra desconhecida a diferena
entre os stocks tericos, de acordo com a atividade da empresa, e os stocks reais.
Causas:
Furto externo pessoas alheiras empresa;
Furto interno empregados da prpria empresa ou pessoas com atividades ligadas
empresa;
Erros de gesto resultado de falhas de gesto no intencionadas, como por exemplo
registo de entradas e sadas erradas.
Para medir o alcance da quebra desconhecida, calcula-se a diferena de inventrios ou seja a
diferena entre o inventrio terico e o real. Utilizando as seguintes frmulas:
Stock inicial sadas de produtos + entradas de produtos = Stock terico
Stock terico stock real = Diferena de inventrio
O clculo da diferena de inventrio vai ajudar na tomada de decises a nveis vrios:
Reviso ou estabelecimento de novos procedimentos internos;
Adoo de medidas de segurana pontuais sobre determinados produtos.
Sempre que se efetua um inventariao fsica anual das existncias, deve emitir-se instrues
escritas sobre a forma da sua realizao. As instrues devem ser bastante detalhadas e rgidas
de forma acessvel.
Alguns aspetos importantes que devem constar nas instrues:
Data e locais da contagem;
Existncias a serem inventariadas;
Procedimentos de pr-inventrio (trabalhos que devem ser efetuados antes do
inventrio como sejam a limpeza dos armazns, etc.)
Constituio de equipas de contagem;
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Forma de realizao do inventrio;
Anotao das contagens;
Procedimentos relativos ao corte de operaes (h determinados acontecimentos
que podem falsear os inventrios e assim distorcer os resultados e a situao financeira
da empresa. Ex: artigos recebidos dos fornecedores antes da data do inventrio, artigos
contabilizados data do inventrio, transferncias entre seces ou fases da produo,
vendas contabilizadas antes da data do inventrio, artigos expedidos antes da data do
inventrio);
Procedimentos ps-inventrios (Ex: Conferncias das contagens);
Reunio preparatria para realizao das instrues escritas do inventrio;
Aes de formao com os colaboradores envolvidos na realizao do inventrio fsico
so aconselhveis.
Controlo das contagens
Aps o termo do inventrio necessrio desenvolver alguns procedimentos ps-inventrio,
nomeadamente o controlo, ou conferencia das contagens. Esse controlo deve ser efetuado por
pessoas diferentes das que efetuaram a contagem inicia.
O controlo de contagens deve servir para:
Diminuir erros de contagem;
Responsabilizar os operadores responsveis pela contagem.
A reconciliao de inventrios em armazm
Entende-se por inventrio a contagem fsica de todas as mercadorias armazenadas num
determinado armazm, sendo o seu principal objetivo apuar eventuais desvios relativamente
aos registos contabilsticos, isto dados resultantes dos lanamentos das entradas (compras) e
das sadas de armazm (requisies).
Igualmente, fornece dados objetivos e corretos contabilidade da empresa, de forma a tornar
credveis os seus relatrios contabilsticos. um tarefa geralmente efetuada mensalmente pelo
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ecnomo e pelo controlador que em conjunto procedem contagem, ao registo e valorizao
de todas as existncias em armazm.
A reconciliao dos inventrios visa sobretudo corrigir os registos contabilsticos de entradas e
sadas de mercadorias para os valores obtidos no inventrio fsico do armazm.
Assim, a reconciliao dos inventrios obtida atravs da seguinte frmula:
Inventrio Inicial (fsico)
+
Entradas em armazm (registo de compras)
-
Sadas de armazm (registo das requisies)
=
Existncias contabilsticas
-
Inventrio final (fsico)
=
Diferena de inventrio
Naturalmente que o inventrio inicial de um determinado ms dever sempre corresponder ao
inventrio final fsico do ms anterior.
Teoricamente, as existncias contabilsticas devem sempre corresponder s existncias fsicas
em armazm, o que raramente sucede.
Um dos fatores que influencia as diferenas de inventrio o fato de serem aplicados critrios
diferentes na valorizao das mercadorias. Nos inventrios a valorizao resulta da aplicao do
preo mdio das mercadorias, enquanto, que nos registos das entradas, os produtos so
lanados ao seu preo de custo real (o que vai posteriormente influenciar o clculo do preo
mdio).
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Mas se for apenas esta razo, as diferenas no sero certamente assustadoras, pelo menos
enquanto os nveis de inflao se mantiverem estveis.
O fator determinante que resulta em diferenas de inventrio, aquele que diz respeito a
enganos nos registos, a quebras ou cedncias no contabilizadas, a esquecimentos diversos
ou mesmo roubos.
Em termos de gesto do armazm, dever ser convencionado um desvio de padro, considerado
aceitvel, o qual dever ser excedido.
Caso as diferenas convencionadas sejam ultrapassadas, devero ser tomadas medidas
corretivas, designadamente ao nvel da verificao dos inventrios e dos registos contabilsticos
bem como da verificao da segurana dos armazns.
% Diferena = (Diferena de inventrio: Inventrio final contabilstico) x 100
Exemplo:
Inventrio Inicial 1000
Entradas 9000
Sadas 8500
Existncias contabilsticas 1500
Inventrio final (fsico) 1450
Diferena de inventrio (50)
% Diferena (3.33%)
Reconciliao de stocks
Atualmente, a contagem fsica de existncias em stock encontra-se bastante facilitada pois os
sistemas de informao do uma ajuda preciosa. Praticamente todos os programas informticos
de gesto profissional, corretamente parametrizados e configurados, efetuam o registo das
existncias em armazm baseados nos documentos de compra e venda da empresa.
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No entanto, e como os processos no so perfeitos necessrio no final do perodo
(normalmente, o final do exerccio econmico, para quem usa o sistema contabilstico designado
por inventrio intermitente) efetuar a contagem fsica das existncias para apurar
regularizaes a realizar.
Trata-se de conformar o registo das existncias em stock com a sua existncia fsica em
armazm. A regularizao espelha a reconciliao do stock.
Requisio de mercadorias
Requisio de produtos ao economato
A aquisio de gneros e mercadorias constitui uma das maiores preocupaes do hoteleiro,
no s pela necessidade de manter o estabelecimento permanente abastecido, como, ainda,
pelo fato de as referidas mercadorias deverem corresponder, em qualidade e preo, aos
verdadeiros interesses e exigncias da explorao.
Portanto, torna-se indispensvel a colaborao entre todas as seces envolvidas, com vista
obteno das mercadorias necessrias, com a qualidade exigida, ao melhor preo e em tempo
til.
No entanto, no se trata apenas de uma questo organizacional em termos de polticas de
gesto. Trata-se, pois, de criar infraestruturas materiais e humanas que sirvam os propsitos da
gesto do aprovisionamento e por sequncia, os da empresa. Ou seja, devero ser criadas
condies, desde o layout do economato, formao tica e profissional dos colaboradores aos
sistemas de gesto e controlo, para que se efetive uma gesto eficaz.
Economato
Designa-se de economato as instalaes onde so armazenadas as mercadorias e outros artigos
necessrios s atividades da empresa de restaurao.
A sua implementao fsica deveria ser sempre objeto de estudo prvio aquando da projeo
arquitetnica do edifcio com vista rentabilizao do espao, s acessibilidades e ao
acondicionamento timo das mercadorias. Neste caso situar-se- na cave do edifcio, junto do
local da receo de mercadorias, prximo da cozinha e das seces que mais afluem aos seus
servios.
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O economato dever ser constitudo de forma a prever qualquer situao que ponha em perigo
o estado de conservao dos produtos armazenados e/ou os intervenientes que nele operam.
O economato dever ser:
Revestido de material lavvel e antiderrapante;
Isolado contra pragas e humidades;
Ter sistema de ventilao/renovao de ar;
Ter sistema de saneamento e drenagem;
Ter alarme contra incndios;
Ter iluminao adequada.
Tarefas administrativas do economato
O ecnomo o trabalhador que realiza uma serie de atividades nomeadamente:
Compra, quando devidamente autorizado, armazena, conserva e distribui as
mercadorias e artigos diversos destinados explorao das cantinas, refeitrios e
estabelecimentos similares;
Recebe os produtos e verifica se coincidem, em quantidade, qualidade e preo, com o
discriminado nas notas de encomenda ou simples requisies;
Toma providncias para que os produtos sejam arrumados nos locais apropriados,
consoante a sua natureza;
o responsvel pela sua conservao e beneficiao, de acordo com a legislao
sanitria e higiene, fornece as seces de produo, venda e manuteno dos produtos
solicitados, mediante as requisies internas devidamente autorizadas;
O ecnomo mantem sempre em ordem os ficheiros de preos de custo, fichas e mapas
de entradas, sadas e devolues, quando este servio for da competncia do
economato;
Elabora as requisies para os fornecedores que lhe sejam determinadas, com vista a
manter as existncias mnimas fixadas superiormente e tambm as dos artigos de
consumo imediato;
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Procede periodicamente a inventrios a inventrios das existncias, em que pode ser
assistido pelos servios de controlo ou por quem a direo determinar;
Fornece uma nota pormenorizada justificativa das eventuais diferenas entre o
inventrio fsico e as existncias anotadas nas respetivas fichas e responsabiliza-se pelas
existncias a seu cargo;
Ordena e vigia a limpeza e higiene de todos os locais do economato.
Transferncias de produtos
Nenhuma mercadoria dever ser fornecida s seces sem a apresentao de um documento
para o efeito, devidamente preenchido e assinado pela pessoa autorizada.
Um dos documentos para uso interno a:
Requisio interna
Este documento, emitido em duplicado, destina-se ao registo dos pedidos de mercadorias das
seces ao economato.
Para que haja a correta imputao dos custos, o documento dever descriminar, para alm da
seco requisitante, o fim a que as mercadorias se destinam: reposio de stocks, para
produo, para promoo, para confeo ou cedncia.
Original vai para a seco requisitada
1 Cpia vai para a seco requisitante
Informao contida na requisio:
Requisio Interna n.:
A seco:
Requisita seco:
Quant. Designao Preo u.
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Reposio de stock
P/ produo
P/ promoo
P/ confeo
Cedncias Requisitante Data: Hora: Requisitado Data: Hora: Controlo Data: Hora: Transferncia interna
Este documento serve para registar as transferncias entre seces e que os produtos em causa
no existam no economato. Serve, fundamentalmente, para atualizar os stocks das seces
envolvidas e, por conseguinte, a correta imputao dos custos.
Original vai para o controlo
1 Cpia fica na seco onde se verificou a quebra.
Tratamento das devolues
Por vezes, as mercadorias recebidas no correspondem s especificaes adotadas pela
empresa (qualidade, quantidade, preo, etc.). Nestes casos o ecnomo dever proceder
respetiva devoluo atravs da nota de devoluo e especificando o motivo da devoluo.
A nota de devoluo em triplicado:
Original destina-se ao fornecedor, depois de devidamente aprovada.
1 Cpia agrafada nota de crdito emitida pelo fornecedor e segue para o controlo.
2 Cpia fica em posse do armazm que a emitiu.
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Valorizao das requisies
As empresas de uma determinada dimenso possuem um servio de compras autnomo onde
centralizam todas as atividades relativas ao processamento das compras e que responsvel,
no s pela aquisio de bens de equipamento, existncias e servios, mas ainda pela obteno
desses bens na melhor qualidade e ao melhor preo possvel.
Fases de um processo de compra
Deste modo, todo o processo de compra implica os seguintes passos:
1 - Constatao da necessidade de compra
O servio de compras no deve efetuar qualquer compra sem que para tal seja solicitado e
autorizado.
O trabalho de compra comea com a solicitao ao servio de compras de um determinado bem.
Esta solicitao formalizada num documento, a requisio, emanada do servio que necessita
do bem e donde constam, fundamentalmente, a quantidade e qualidade do bem a adquirir,
devendo vir assinada quer pelo chefe do servio quer pela pessoa que o pediu.
Exemplo de uma requisio:
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2. - Pesquisa do fornecedor
Na posse da requisio, o servio de compras pode saber de imediato onde adquirir os bens ou,
pelo menos, onde procur-los. Para tal deve possuir:
Um ficheiro de fornecedores, com a indicao da morada, nmero de telefone e e-mail,
nome das pessoas a contactar, lista de artigos que fornece, prazos de entrega, condies
de venda, qualidade dos seus produtos ou servios;
Catlogos e lista de preos e outras informaes que v recebendo dos fornecedores.
Exemplo de uma ficha de fornecedor:
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3. -Escolha do fornecedor e efetivao do pedido
Uma vez escolhido o fornecedor, a empresa compradora dever formalizar, por escrito, a
encomenda num documento, a nota de encomenda, mesmo que tenha contactado verbalmente
com o fornecedor.
4. - Receo e controlo das entregas
A receo e o controlo das entregas so efetuados por trs servios:
O servio de receo - recebe e compara os bens chegados com os registos constantes da guia
de remessa e da nota de encomenda. As anormalidades verificadas devero ser comunicadas ao
servio de compras;
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O servio de compras - que ao receber a guia de remessa dos servios de receo a agrafa
juntamente com a nota de encomenda at chegada da fatura. Uma vez chegada a fatura,
conferida com a guia de remessa e nota de encomenda e se no houver nada a opor envia-a ao
servio de contabilidade;
O servio de contabilidade - recebe a fatura j conferida pelo servio de compras e procede ao
pagamento da importncia em dvida.
Reconciliaes
Com a utilizao de tecnologias mveis, possvel automatizar grande parte deste movimento
de reconciliao que pode ser explicado da seguinte forma:
necessrio um interface no programa informtico que permita visualizar o clculo inferido pela
produo dos documentos de compra e venda (ou ordens de produo);
necessrio um interface de recolha que permita a contagem fsica das existncias. Existem
hoje dispositivos mveis terminais de recolha mveis, computadores de bolso ou mesmo
organizers digitais (PDAs) compatveis com diversos programas informticos de gesto
profissional que permitem efetuar o registo das existncias fsicas recorrendo, por exemplo,
leitura de cdigos de barras das existncias em armazm, facilitando bastante as tarefas dos
operadores que procedem contagem;
Utilitrio que reconcilia os registos existentes no programa de gesto com os dados recolhidos
na contagem fsica, efetuando automaticamente para todas as referncias registadas e os
movimentos de regularizao necessrios reconciliao das existncias.
A reconciliao de produtos uma fase fundamental no processo de inventrio, dado que
permite detetar os erros e, no menos importante, as suas origens. Permite identificar os
desvios, diferena entre stock terico e o stock real, e definir as medidas corretivas necessrias
para corrigir tais situaes.
Atravs da reconciliao dos produtos obtm-se uma manuteno informtica rigorosa dos
mesmos.
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Fixao de preo da ementa
Preo lquido e preo de venda ao pblico
Preo lquido Preo de um produto calculado sem a incluso dos impostos externos ou
internos ao valor. A multiplicao de todas as quantidades vendidas pelos seus preos lquidos
leva ao valor da receita lquida da empresa.
Preo de venda ao pblico Preo de um produto calculado com a incluso dos impostos
externos ou internos ao valor. (ex. IVA)
IVA - Imposto sobre o Valor Acrescentado
O imposto uma receita coativa do Estado, alis, a principal receita do Estado, que permite a
realizao de despesas pblicas.
Os sujeitos do imposto podem ser sujeitos ativos ou sujeitos passivos.
O sujeito ativo do imposto sempre o Estado ou entidade pblica a quem a lei atribui a
faculdade de cobrar o imposto, logo, o sujeito ativo aquele que recebe o valor do imposto.
O sujeito passivo do imposto a pessoa singular ou coletiva a quem exigido o pagamento do
imposto, logo, aquele que paga o imposto.
O IVA o Imposto sobre o Valor Acrescentado, um imposto que incide sobre a despesa ou
consumo e tributa o "valor acrescentado" das transaes efetuadas pelo contribuinte.
Cada um dos agentes econmicos (empresas) entregam ao Estado a diferena entre o IVA
liquidado (valor de IVA que recebe dos clientes) e o IVA dedutvel (IVA entregue aos
fornecedores).
O mecanismo de funcionamento do IVA o seguinte:
Iva Liquidado Iva Dedutvel = Iva Apuramento
IVA liquidado IVA aplicado aos clientes nas vendas que a empresa efetua.
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IVA dedutvel IVA aplicado s compras que a empresa efetua aos fornecedores.
IVA apuramento IVA que a empresa apura aps as suas vendas e compras, donde ter a
receber ou a pagar ao Estado.
Taxas de Imposto
As taxas legais de IVA entradas em vigor no ano de 2006 esto neste momento consagradas no
artigo 18. do CIVA e so as seguintes:
Portugal continental: a taxa reduzida de 6%; a taxa intermdia de 13% e a taxa normal
de 23%;
Regies autnomas da Madeira e dos Aores: a taxa reduzida de 5%; a taxa intermdia de
10% e a taxa normal de 18%.
A taxa reduzida de IVA em 2014 de 6% no Continente e 5% na Madeira e nos Aores.
Apesar do aumento da taxa normal de IVA em 2015, o valor quer da taxa reduzida quer da taxa
intermdia de IVA no sofrem alteraes.
A lista de bens e servios sujeitos taxa reduzida de IVA em Portugal, a Lista I do CIVA, dita quais
os produtos e atividades aos quais se aplicam esta taxa de IVA de 6% no Continente e 5% nas
Ilhas.
Se a sua atividade no estiver contemplada na lista da taxa reduzida ou na lista da taxa
intermediria da Autoridade Tributria, ento ela est sujeita taxa normal de IVA (23% em
2014 e 23,25% a partir de 2015).
Principais atividades abrangidas pela taxa reduzida
Entre as atividades que desfrutam de taxa reduzida de IVA destacam-se a hotelaria (preo do
alojamento), a venda de produtos farmacuticos (medicamentos e produtos destinados
unicamente a fins teraputicos), as publicaes peridicas, os bens de produo agrcola,
transporte de passageiros e determinados produtos alimentares.
A taxa intermdia de IVA em 2014 de 13% em Portugal Continental, 12% na Madeira e10%
nos Aores. Tal como o nome indica, a taxa intermdia de IVA encontra-se entre a taxa normal
de IVA (de 23% em 2014 e de23,25% de 2015 em diante) e a taxa reduzida de IVA (de 6%). Apesar
do aumento da taxa normal de IVA em 2015, a taxa intermdia de IVA no sofre qualquer
alterao (assim como a taxa reduzida).
Quem est sujeito taxa intermdia de IVA?
http://www.economias.pt/valor-do-iva-em-portugal-em-2015/http://info.portaldasfinancas.gov.pt/pt/informacao_fiscal/codigos_tributarios/civa_rep/c_iva_listas.htmhttp://info.portaldasfinancas.gov.pt/pt/informacao_fiscal/codigos_tributarios/civa_rep/c_iva_listas.htmhttp://info.portaldasfinancas.gov.pt/pt/informacao_fiscal/codigos_tributarios/civa_rep/c_iva_listas.htmhttp://www.economias.pt/taxa-de-iva-na-agricultura/http://www.economias.pt/isencao-de-iva-na-agricultura/http://www.economias.pt/valor-do-iva-em-portugal-em-2014/http://www.economias.pt/valor-do-iva-em-portugal-em-2015/http://www.economias.pt/taxa-reduzida-de-iva-em-2014/
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A lista II do CIVA indica quais os bens e servios que so tributadas taxa intermdia de IVA.
Nesta lista encontram-se mltiplos produtos alimentares, assim como vrios eventos de
entretenimento: entradas em espetculos de canto, dana, msica, teatro, cinema,
tauromaquia e circo.
Muitos destes bens e servios deixaram de beneficiar da taxa reduzida de IVA, passando a estar
abrangidos pela taxa intermdia, com entrada em vigor das medidas do Oramento de Estado
2012.
Por outro lado, outros servios e transaes sofreram alteraes passando da taxa intermdia
para a taxa normal. So disso exemplo os servios de restaurao e take-away, os leos
alimentares e cafs, as conservas de frutas, os gasleos de aquecimento e os equipamentos
relacionados com energias renovveis.
A taxa do IVA normal, de 23%, entrou em vigor a 1 de Janeiro de 2011. Todos os produtos
considerados de luxo, ginsios, as plantas ornamentais, as flores de corte e os utenslios e outros
equipamentos destinados ao combate e preveno de incndios tm uma taxa de IVA de 23%.
A mudana de IVA para 23% foi uma das medidas do Oramento de Estado para 2011 aprovadas
pelo conselho de ministros com vista a reduzir o dfice oramental portugus.
Alguns produtos foram sujeitos a alterao da taxa do IVA, passando da taxa mnima/taxa
reduzida (6%) e da taxa intermdia (13%) para a taxa normal (23%).
Os Produtos sujeitos a alteraes de taxa de 6% para 23% so os utenslios e outros
equipamentos exclusivos ou especialmente dirigidos ao combate e deteo de incndios e
ginsios.
Mtodos de fixao dos preos de venda
Os preos de venda dos produtos, simples ou compostos, do departamento de F&B devem ser
fixados com base em anlises e estudos aprofundados em duas vertentes:
Anlise do mercado: concorrncia direta de unidades semelhantes;
Anlise das variveis de custos inerentes produo e ao servio do produto final.
Contudo, poder-se- tambm estabelecer um preo mdio de venda desejvel para uma
refeio em funo do investimento efetuado e da remunerao do capital exigido pelo
acionista.
http://info.portaldasfinancas.gov.pt/pt/informacao_fiscal/codigos_tributarios/civa_rep/c_iva_listas.htmhttp://www.economias.pt/as-10-piores-medidas-do-orcamento-de-estado-para-2012/http://www.economias.pt/as-10-piores-medidas-do-orcamento-de-estado-para-2012/http://www.economias.pt/taxa-reduzida-de-iva-em-2014/http://www.economias.pt/taxa-reduzida-de-iva-em-2014/http://www.economias.pt/taxa-intermedia-de-iva/
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So estes dois modelos de clculo de preo de venda que veremos nos dois pontos seguintes,
respetivamente.
Modelo tradicional
A fixao do preo de venda em funo do modelo tradicional assenta o seu clculo nos
princpios seguintes:
Rcio unitrio de custo versus margem unitria de contribuio
O preo de venda ideal seria, assim, aquele que possibilitasse atingir o rcio unitrio de custo
padro, utilizando a seguinte frmula:
Preo de venda ideal = preo de custo unitrio / % rcio unitrio padro
Para a fixao do preo de venda ideal ao pblico ter-se-ia de somar o valor do IVA,
relativamente ao valor do preo de venda ideal calculado.
No entanto, j vimos que a aplicao simples deste clculo daria origem a preos absolutamente
desajustados em relao ao mercado, influenciando negativamente a procura, ora porque
resultariam muito baratos sacrificando a margem unitria de contribuio ora pela razo
inversa.
Com efeito, este clculo til na medida em que nos permite obter uma primeira referncia em
relao ao preo de venda a estipular para cada item.
Concorrncia
A anlise dos preos praticados pela concorrncia um fator determinante neste estudo.
Uma consulta aos produtos de referncia dos vrios competidores atravs de uma matriz
comparativa permitir estabelecer com algum rigor os preos de venda ao pblico.
A partir daqui decidiremos qual o posicionamento que pretendemos em face da concorrncia.
Popularidade / Grau de procura
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Trata-se de reagir s leis naturais do mercado. A uma forte procura corresponde normalmente
um aumento de preo e inversamente, uma quebra na procura dever dar lugar a uma reduo
de preo.
Porm, no caso da procura ser tendencialmente crescente, dever-se- ter em ateno o
aumento de preo de forma a no produzir o efeito contrrio ao pretendido, ou seja, originar
quebra das vendas.
na conjugao das variveis preo e quantidade, as quais originam o volume de vendas, que
dever residir a ateno do gestor na deciso de eventuais alteraes nos preos de venda.
Coerncia e uniformizao
A circunstncia de no mesmo estabelecimento hoteleiro existirem diversos outlets, obriga a que
o gestor hoteleiro defina critrios uniformes, e sobretudo aceitveis sob o ponto de vista do
cliente, para a fixao dos diversos preos de venda.
So frequentes situaes em que o preo do mesmo produto varia consoante o outlet em que
vendido. Nestes casos, embora possa haver uma justificao razovel para o hoteleiro, o
cliente mais atento geralmente no compreende nem aceita.
Deve portanto efetuar-se uma anlise exaustiva a todos os preos praticados de forma a
evitarem-se situaes de incoerncia ou de difcil explicao.
Tambm, dever-se- ter em conta, em determinadas famlias de produtos similares,
estabelecer-se o mesmo preo de venda. Referimo-nos por exemplo a alguns produtos de bar,
designadamente whiskies novos, cervejas, etc.
Apesar de apresentarem custos diferentes, a uniformizao dos preos de venda destes
produtos facilita a escolha do cliente e a operacionalidade do servio.
Em funo do investimento
Este ser um clculo porventura mais terico, uma vez que o seu objetivo calcular o preo
mdio de venda de uma refeio, para uma determinada quantidade de refeies a servir, de
forma a remunerar o capital investido pelo acionista.
Consideremos um exemplo prtico para melhor compreendermos esta explicao:
A Administrao de um Hotel situado no corao de Lisboa pretende implantar um coffee shop
junto receo deste, com entrada direta para a rua.
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Os diversos estudos de marketing, de arquitetura e de engenharia, bem como os necessrios
pareceres camarrios, so favorveis ao referido projeto, no se prevendo, portanto, eventuais
entraves de ordem tcnica ou burocrtica.
Porm, antes ainda de tomar uma deciso final, a Administrao rene com a Direo do Hotel
de forma a efetuar um estudo sobre a viabilidade do projeto, tendo em conta as suas variveis
operacionais.
Trata-se de conjugar vrios fatores em simultneo: o capital investido e os respetivos encargos,
a remunerao exigida no final do 1 ano de operao, os custos operacionais fixos e variveis
e a quantidade de refeies prevista.
Mediante estes dados ser possvel ento calcular o preo mdio da refeio, a partir do qual
valer a pena o investimento.
Consideremos os seguintes valores:
Estrutura do investimento
Valor total do investimento 500 000 Capitais Prprios 250 000 Emprstimos Bancrios 250 000 Taxa de juro anual 10% Imposto sobre o lucro 40% Retorno exigido 10% (sobre capitais prprios) Estrutura operacional prevista Custos fixos operacionais 600 000 (pessoal, seguros, contratos) Custos variveis operacionais 28% (custos de F&B) Nmero de lugares sentados 90 ndice dirio de rotao 0.9 Dias de funcionamento por ano 313 (encerra um dia por semana)
Pretende-se calcular, em funo do retorno de capital exigido e em funo da quantidade de
refeies a servir, qual o volume de vendas a atingir e consequentemente o preo mdio de
venda de cada refeio.
Vejamos ento a resoluo no seguinte quadro:
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1 Lucro pretendido 250 00 Capital Prprio Investido x Taxa de Retorno 2 Resultado antes de impostos 41 667 Lucro Pretendido : (100% - % imposto s/lucro) 3 Despesas financeiras 250 00 Emprstimo Bancrio x Taxa de Juro Ano 4 Custos fixos 600 000 Dado do Exerccio 5 Total 666 667 Col 2+Col 3+Col 4 6 Volume Total de Vendas 925 926 Col 5 : (100% - % Custos Variveis) 7 Total de refeies 25 353 ndice de Rotao x Lugares x Dias Ano 8 Preo mdio por refeio 37 Volume de Vendas : Total de Refeies
Para comprovar a correo do clculo, vejamos a demonstrao dos resultados:
1 Total de Vendas 925 926
2 Custo das Vendas 259 259 Total de Vendas x % Custos Variveis
3 Resultado Bruto 666 667 Total de vendas Custos das Vendas
4 Custos Fixos 600 000
5 Despesas Financeiras 25 000
6 Resultados Antes de Imposto 41 667 Resul. Bruto Custos Fixos Desp. Financ.
7 Impostos Sobre Lucro 16 667 Resultados antes de Impostos x % Imposto
8 Lucro Lquido 25 000 Resultados antes de Impostos - Imposto
Para viabilizar o investimento, ou seja, remunerar o acionista em 10% do capital investido
(25.000), seria necessrio vender 25.353 refeies a um preo mdio de 37 cada e no
ultrapassar as estimativas de custos fixos e variveis.
Utilizando ainda o mesmo exemplo, vamos calcular qual o preo mdio do almoo e do jantar
atendendo s seguintes reparties:
Almoo Jantar Total Observaes
Repartio das Vendas 0.4 0.6 1 Dado Rotao de lugares 0.4 0.5 0.9 Dado Volume de Vendas 370 370 555 556 925 926 Volume de Vendas x Repartio Refeies de Vendas 11 268 14 085 25 353 Total de Refeies x Rotao Preo mdio 33 39 37 Volume de Vendas : Refeies Servidas
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A previso dos valores respeitantes repartio das vendas nos diferentes perodos de servio
(almoos e jantares) permitir ao hoteleiro adequar a sua estrutura operacional realidade
projetada.
MARK-UP Custo padro
O mark-up consiste basicamente em somar-se ao custo unitrio do produto uma margem fixa
para obter-se o preo de venda. Esta margem, geralmente percentual, deve cobrir todos os
outros custos e despesas e proporcionar um determinado nvel de lucro.
Vale esclarecer que, para a adoo e utilizao deste mtodo tanto faz a empresa adotar em
mark-up multiplicador sobre o custo ou um mark-up divisor do custo para formao do preo
de venda dos seus produtos.
De acordo com (LERE cit apud SANTOS, 1995. p.129) temos o seguinte conjunto de regras
necessrias para o estabelecimento do preo com base no custo:
a) Determinar o custo do produto;
b) Determinar a percentagem de margem a ser usado;
c) Multiplicar a percentagem de margem pelo custo do produto para obter a margem em
unidades monetrias;
d) Somar a margem monetria ao custo do produto para determinar o preo
Logicamente, dependendo da base de custeio escolhida, a percentagem de margem a ser
multiplicado pelo custo poder ser maior ou menor. As variaes possveis mais utilizadas em
sua aplicabilidade so as seguintes:
a) Mark-up com base no custo pleno;
b) Mark-up com base no custeio por absoro;
c) Mark-up com base no custo varivel;
d) Mark-up com base no custo de transformao;
e) Mark-up com base no custo oramentado e estimado;
f) Mark-up com base no custo-padro.
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a) No mtodo mark-up com base no custo pleno, aplica-se uma percentagem
multiplicadora ou divisor sobre ou divisor sobre o custo unitrio do produto, obtido
atravs do mtodo de custeio pleno ou integral, que composto por todos os custos de
produo, vendas, distribuio e administrao. Vale lembrar que este custo unitrio do
produto inclui tanto os custos diretos e indiretos rateados, segundo algum critrio, bem
como os custos variveis e fixos, tambm alocados, dentro de uma expetativa do volume
de produto a ser produzido e vendido pela empresa.
b) No mtodo mark-up com base no custeio por absoro aplica-se uma percentagem
multiplicadora ou divisora sobre o custo unitrio do produto, obtido atravs do mtodo
de custeio por absoro, que inclui em sua composio somente os custos de produo
diretos e variveis, indiretos e fixos, alocados de acordo com alguns critrios e segundo
uma expetativa de produo e vendas. Portanto no inclui no custo unitrio as despesas
de vendas, distribuio e administrao que devem ser cobertos pela percentagem de
margem escolhida.
c) No mtodo mark-up com base no custo varivel aplica-se uma percentagem
multiplicadora ou divisora sobre o custo do produto, obtido atravs do mtodo de
custeio varivel, que inclui em sua composio somente os custos de produo
variveis, excluindo portanto os custos fixos, as despesas de vendas, distribuio que
devem ser cobertas pela percentagem da margem escolhida.
d) No mtodo mark-up com base no custo de transformao aplica-se uma percentagem
multiplicadora ou divisora somente sobre o custo de converso incorrido pela empresa
na transformao do material direto em produto acabado. Estes custos de converso
geralmente so compostos pela mo-de-obra aplicada no produto e pelos custos
indiretos de fabricao rateados segundo algum critrio.
e) No mtodo mark-up com base no custo oramentado ou estimado aplica-se uma
percentagem multiplicadora ou divisora sobre os custos estimados ou orados de um
produto ou empreendimento. Este mtodo utilizado em empresas que trabalham sob
o regime de encomenda, que so especficas para cada cliente, tais como:
empreendimentos imobilirios, bens de capital, avies, barcos, etc, onde geralmente
necessrio um oramento tcnico-financeiro que ser negociado junto do cliente. Os
custos de cada encomenda podero ser calculados com base no custeio pleno, por
absoro ou varivel.
f) No mtodo mark-up com base no custo-padro aplica-se uma percentagem
multiplicadora ou divisora sobre os custos previamente calculados de acordo com o
conceito de padro, ou seja, custos cientificamente apurados, os custos deveriam ser,
sem imputar ineficincias ou anormalidades de produo, venda ou distribuio.
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Vale a pena lembrar que, a fixao da percentagem da margem sobre o custo para a
gerao de um lucro razovel calculada, de acordo com (Dean cit apud Santos, 1995
p.129), geralmente de maneira arbitrria, variando conforme o ramo de atividade da
empresa e os seus produtos.
Estas afirmaes so confirmadas por (Kotler, 1993, p.569) atravs da citao de
algumas margens praticadas segundo publicao do Supermarket 1984 Sales Manual,
em julho de 1984. Nos supermercados algumas margens comuns sobre o preo, e no
sobre o custo, so de 9% para alimentos infantis, 14% para produtos de tabacaria, 20%
para padaria, 27% para alimentos desidratados e vegetais, 37% para temperos e 50%
para cartes de felicitaes.
Finalmente vale ressaltar, que para os diferentes mtodos de custeio podem ser
utilizados diferentes sistemas de valorizao dos custos, tais como os custos histricos
ou reais, os custos orados ou os custos-padro.
Exemplo:
Uma empresa fabricante de cadeiras adiciona um mark-up padro aos seus custos operacionais
com o objetivo de determinar o preo final do seu produto. Calcule o preo do produto:
Custo varivel unitrio = 50
Custos fixos = 500 000
Previso de vendas (unidades) = 25 000
Ento, o custo unitrio da empresa (por cadeira) ser:
Custo unitrio = Custo varivel + Custo fixo =
Unidades vendidas
Custo unitrio = 50 + 500 000 = 70
25 000
Diante do valor encontrado como custo do produto, a empresa deseja ganhar uma margem de
30% sobre as vendas. O preo desse produto ser:
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Preo mark-up = Custo unitrio =
(100% retorno sobre vendas desejado %)
Preo mark-up = 70 = 100
100% - 70%
Assim, a empresa cobrar 100 (preo unitrio) e ter um lucro de 30 por cadeira vendida.
Embora este mtodo seja bastante simples e de fcil aplicao, ele deixa muito a desejar pelo
fato de no considerar alguns fatores que tm grande influncia sobre os preos. Um desses
fatores a concorrncia, ou seja, no so levados em considerao os preos praticados pela
concorrncia no mercado.
Um outro ponto crucial a procura. Suponha que no exemplo anterior em que era estimada
uma procura de 25 000 unidades, ocorre a venda de apenas 15 000 unidades. O custo unitrio
de cada cadeira ficaria muito mais alto, pelo simples fato de que os custos fixos teriam que ser
divididos por um nmero menor de cadeiras.
Mesmo que este seja um mtodo popular e simples de determinao de preo, a facilidade de
formar preos com tal mtodo no deve ser a justificativa para ignorar outros mtodos que
consideram outros fatores que influenciam o processo de formao de preo.
Investimento (mtodo Hubbard)
Racios e margens
Analisemos agora o rcio de food cost unitrio e a margem de contribuio unitria, indicadores
imprescindveis na gesto de F&B:
Rcio food cost unitrio = Custo Total Unitrio : Preo de Venda Lquido X 100
Margem de Contribuio Unitria = Preo de Venda Lquido Custo Total Unitrio
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O custo total unitrio determinado pela soma dos custos parciais de cada ingrediente que
compe o prato, calculado para uma unidade de venda.
O preo de venda lquido significa que ao preo de venda ao pblico dever ser deduzido o
respetivo IVA.
A anlise destes indicadores numa perspetiva individual, til na medida em que permite avaliar
o custo varivel de cada item bem como a sua margem unitria de lucro bruto.
Se tivermos como referncia um rcio de custo padro para uma operao de F&B, podemos
compar-lo com o racio de cada item e concluir se estamos ajustados ou desajustados com o
referencial estabelecido e a partir da tomarmos as necessrias medidas para aproximar os
valores obtidos em cada item com os valores projetados.
Porm, esta anlise revela-se um pouco terica pois nem sempre as suas concluses so
possveis de levar prtica.
Consideremos o exemplo de um restaurante que na sua lista apenas tem dois produtos: creme
de marisco e bife do lombo salteado.
Vejamos as suas estruturas de custos e de vendas, as suas margens de contribuio e o rcio
global projetado:
Creme de Marisco Bife do Lombo salteado
Preo de venda lquido 5 15
Custo total unitrio 0.25 6
Margem de contribuio unitria 4.75 9
Rcio unitrio de custo 5% 40%
Volume de vendas mensal 50000
Rcio global de custo padro 30%
Esta demonstrao permite tirar trs concluses interessantes:
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1) Ambos os rcios unitrios apresentam desvios significativos em relao ao padro de custo
fixado, mas no entanto os seus preos de venda so aceites pelo mercado;
2) O prato que apresenta o rcio unitrio de custo mais reduzido aquele que tambm menos
contribui para o lucro e vice-versa;
3) Uma eventual alterao do preo de venda em funo do rcio global padro revelar-se-ia
catastrfico! O Creme seria vendido a 0.83 originando um lucro mnimo em cada dose vendida
e o preo de venda do Bife teria que subir para 20 provocando a muito provvel recusa do
mercado;
Ento pergunta-se: no cenrio apresentado no quadro acima, qual dos pratos temos mais
convenincia em comercializar? O Creme que apresenta um custo abaixo do padro mas com
reduzidas margens de contribuio, ou o Bife com um custo acima do padro mas com uma
elevada margem de contribuio? Ou ambos?
Antes de responder, importante salientar que a estrutura de custos da operao em anlise
no permite que o rcio global de custo seja superior aos 30% determinados, sob pena de gerar
resultados negativos.
A venda exclusiva de Bifes originaria um custo padro de 40%, 10 pontos percentuais acima do
valor fixado e, portanto, apesar dos aparentes elevados lucros das suas vendas, o resultado final
seria negativo.
Os Cremes apresentam um rcio unitrio reduzido (5%), mas no entanto, se vendssemos
apenas este produto seria necessria a venda de 10.000 unidades para atingir os objetivos.
E ser que teramos clientes s para este produto?
Todavia, esta ltima, apresentando um rcio de custo inferior ao padro, seria o produto que
permitiria manter vivel a operao.
Naturalmente que foi apresentado um cenrio de extremos para melhor compreenso da
anlise dos rcios unitrios de custo.
A situao ideal nesta ou numa qualquer operao de F&B a existncia de um equilbrio
perfeito entre os rcios unitrios de cada produto e as respetivas unidades vendidas.
Imaginemos agora que estamos a gerir um restaurante especializado num s prato: Feijoada de
Carnes e Mariscos.
O restaurante possui uma clientela fixa e fiel, que vem procura de um produto de grande
qualidade a um preo justo.
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Acontece, porm, que o rcio de custo unitrio desta especialidade gastronmica tem registado
consecutivamente valores superiores ao previsto e o restaurante, apesar do aparente sucesso,
ser forado a repensar a sua estratgia ou simplesmente encerrar as suas portas.
Ser necessrio atuar imediatamente e tomar medidas que visem a reduo do rcio para nveis
desejveis.
Perante o cenrio aqui desenvolvido, qual ou quais as decises de gesto a empreender para
levar avante o objetivo de reduzir o rcio de food cost, prejudicando o mnimo possvel a
clientela do restaurante?
Sabendo que o rcio de food cost a relao existente entre o custo total do prato e o seu preo
de venda lquido, resta-nos concluir que devemos tomar uma das seguintes opes:
a) Reduzir o custo do prato;
b) Aumentar o seu preo de venda;
c) Mexer um pouco em ambos os fatores;
No nos podemos esquecer que qualquer deciso que tenha impacto direto na qualidade do
produto ou no seu preo vai necessariamente ter repercusses negativas na clientela.
Com base neste pressuposto fundamental, as decises com vista reduo do rcio devero ser
priorizadas de modo a causar o mnimo impacto na procura.
Por essa ordem teremos ento:
1) Comprar a mesma qualidade de produtos a preos mais baratos, negociando com os habituais
ou outros fornecedores;
2) Substituio de alguns ingredientes por outros semelhantes mas de inferior qualidade;
3) Reduo e/ou aumento de capitaes das principais iguarias que compem o prato;
4) Aumento do preo de venda, de acordo com o rcio estabelecido;
Ilustrando em cenrios prticos o citado exemplo, temos o seguinte desenvolvimento:
Ficha de cozinha - Feijoada de Carnes e Mariscos
Cenrio Atual
Quantidade Unidade Produtos Preo Un. Custo Preo Total
0.1 Kg. Feijo encarnado 1 0.1
0.12 Kg. Lombo de Vaca Fresco 15 1.8
0.1 Kg. Lombo de Porco 10 1
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0.2 Kg. Camaro grande 30 6
0.3 Kg. Lagosta fresca 45 13.5
Qb Ingredientes 0.6
Total custo (2 doses) 23
Preo de venda lquido (2 Pax) 50
Rcio unitrio de custo 46%
Margem de contribuio unitria 27
Rcio unitrio de custo padro 35%
Em face da situao em que o rcio unitrio de custo de 46% e o objetivo reduzir para 35%,
realizou-se uma nova negociao com os fornecedores de forma a obter os mesmos produtos a
um preo mais econmico.
Ficha de cozinha - Feijoada de Carnes e Mariscos Cenrio 1
Quantidade Unidade Produtos Preo Un. Custo Preo Total
0.1 Kg. Feijo encarnado 1 0.1
0.12 Kg. Lombo de Vaca Fresco 13 1.56
0.1 Kg. Lombo de Porco 9 0.9
0.2 Kg. Camaro grande 28 5.6
0.3 Kg. Lagosta fresca 41 12.3
Qb Ingredientes 0.6
Total custo (2 doses) 21.06
Preo de venda lquido (2 Pax) 50
Rcio unitrio de custo 42.1%
Margem de contribuio unitria 28.94
Rcio unitrio de custo padro 35%
Conforme se pode constatar esta medida no foi suficiente, pelo que foi necessrio recorrer
substituio de alguns ingredientes por outros de qualidade inferior.
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Ficha de cozinha - Feijoada de Carnes e Mariscos
Cenrio 2
Quantidade Unidade Produtos Preo Un. Custo Preo Total
0.1 Kg. Feijo encarnado 1 0.1
0.12 Kg. Lombo de Vaca congelado
ccongelado
10.5 1.26
0.1 Kg. Entrecosto de Porco 7 0.7
0.2 Kg. Camaro mdio 21 4.2
0.3 Kg. Lagosta fresca 41 12.3
Qb Ingredientes 0.6
Total custo (2 doses) 19.16
Preo de venda lquido (2 Pax) 50
Rcio unitrio de custo 38.3%
Margem de contribuio unitria 30.84
Rcio unitrio de custo padro 35%
No tendo ainda atingido o objetivo, alteraram-se as capitaes dos principais produtos.
Ficha de cozinha - Feijoada de Carnes e Mariscos
Cenrio 3
Quantidade Unidade Produtos Preo Un. Custo Preo Total
0.1 Kg. Feijo encarnado 1 0.1
0.1 Kg. Lombo de Vaca congelado
ccongelado
10.5 1.05
0.13 Kg. Entrecosto de Porco 7 0.91
0.19 Kg. Camaro mdio 21 3.99
0.28 Kg. Lagosta fresca 41 11.48
Qb Ingredientes 0.6
Total custo (2 doses) 18.13
Preo de venda lquido (2 Pax) 50
Rcio unitrio de custo 36.3%
Margem de contribuio unitria 31.87
Rcio unitrio de custo padro 35%
Finalmente, chega-se concluso que ser necessrio aumentar ligeiramente o preo de venda
para atingir o rcio de 35%, utilizando para isso a frmula de clculo j mencionada:
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Rcio = Preo de Custo : Preo de venda
0.35 (rcio) = 18.13 (custo): Preo de venda
Preo de venda = 18.13 : 0.35
Preo de venda = 51.8
Ficha de cozinha - Feijoada de Carnes e Mariscos
Cenrio 4
Quantidade Unidade Produtos Preo Un. Custo Preo Total
0.1 Kg. Feijo encarnado 1 0.1
0.1 Kg. Lombo de Vaca congelado
ccongelado
10.5 1.05
0.13 Kg. Entrecosto de Porco 7 0.91
0.19 Kg. Camaro mdio 21 3.99
0.28 Kg. Lagosta fresca 41 11.48
Qb Ingredientes 0.6
Total custo (2 doses) 18.13
Preo de venda lquido (2 Pax) 51.8
Rcio unitrio de custo 35%
Margem de contribuio unitria 33.67
Rcio unitrio de custo padro 35%
A utilizao dos quatro cenrios serviu para demonstrar as vrias opes de forma a atingir o
rcio para um determinado produto, tentando na medida do possvel minimizar o impacto na
expectativa do cliente.
Concretamente neste exemplo acadmico, quase todas as medidas que se preconizaram,
provocariam um efeito negativo na procura, mas provavelmente seria a nica opo, perante os
d