Manual de Aplicação dos Requisitos Técnicos da Qualidade - RTQ-C

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    Manual de Aplicao dos Requisitos Tcnicos da Qualidade RTQ-C e Regulamento de Avaliao da Conformidade RAC-C

    MMEMinistrio de Minas e Energia

    Mrcio Pereira ZimmermannMinistro de Minas e Energia

    CGIEEComit Gestor de Indicadores e Nveis de Eficincia Energtica

    Paulo Augusto LeonelliPresidenteMinistrio de Minas e Energia

    Adriano Duarte FilhoMinistrio da Cincia e Tecnologia

    Elizabeth Marques Duarte PereiraRepresentante da sociedade brasileira

    Gilberto de Martino JannuzziRepresentante da Universidade Brasileira

    Jacqueline Barboza MarianoAgncia Nacional do Petrleo, Gs Natural e Biocombustveis

    Jos Ricardo Ramos SalesMinistrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior

    Sheyla Maria das Neves DamascenoAgncia Nacional de Energia Eltrica

    Grupo Tcnico Edificaes do CGIEE

    Paulo Augusto Leonelli

    Coordenador

    Ministrio de Minas e Energia

    Almir FernandesInstituto dos Arquitetos do Brasil

    Ana Karine BatistaConselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia

    Fernando Pinto Dias PerronePrograma Nacional de Conservao de Energia Eltrica PROCEL

    Francisco A. de Vasconcellos NetoCmara Brasileira da Indstria da Construo

    Jean BenevidesCaixa Econmica Federal

    Maria Salette WeberMinistrio das Cidades

    Lcio Cesar de OliveiraPrograma Nacional de Racionalizao do Uso de Derivados de Petrleo e do Gs Natural CONPET

    Adriano Duarte FilhoMinistrio da Cincia e Tecnologia

    Roberto LambertsRepresentante da Universidade Brasileira

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    Manual de Aplicao dos Requisitos Tcnicos da Qualidade RTQ-C e Regulamento de Avaliao da Conformidade RAC-C

    Solange Nogueira Puente SantosPrograma Nacional de Conservao de Energia Procel Edifica

    Jos Ricardo Ramos SalesMinistrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior

    Secretaria do Grupo Tcnico de Edificaes GT Edificaes

    Solange Nogueira Puente SantosCoordenadora - Programa Nacional de Conservao de EnergiaProcel Edifica

    Ana Paula Cardoso GuimaresCentro de Pesquisas de Energia Eltrica

    Arthur Jos OliveiraConselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Rio de Janeiro

    Cludia Barroso-Krause

    Universidade Federal do Rio de Janeiro

    Cludia Naves AmorinUniversidade de Braslia

    Daniel Delgado BoutsEletrobrs/Procel

    Joo Carlos Rodrigues AguiarCentro de Pesquisas de Energia Eltrica

    Leonardo Salazar BittencourtUniversidade Federal de Alagoas

    Luciana HamadaInstituto Brasileiro de Administrao Municipal

    Roberta Vieira G. SouzaUniversidade Federal de Minas Gerais

    Rodrigo Ucha BatistaCaixa Econmica Federal

    Roberto LambertsLaboratrio de Eficincia Energtica em Edificaes da Universidade Federal de Santa Catarina

    Equipe do Procel Edifica/ Eletrobrs

    Equipe do Laboratrio de Eficincia Energtica em Edificaes da Universidade Federal

    de Santa Catarina

    Equipe do Procel Edifica/ Eletrobrs

    Edwal Hiromi Sanomia

    Estefnia Neiva de Mello

    Frederico Guilherme Cardoso Souto Maior de Castro

    Maria Tereza Marques da Silveira

    Rodrigo da Costa Casella

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    Apresentao

    Comisso Tcnica de Edificaes CT Edificaes

    Instituto Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade Industrial Inmetro

    Associao Brasileira dos Escritrios de Arquitetura AsBEA

    Associao Brasileira de Refrigerao, Ar Condicionado, Ventilao e Aquecimento

    ABRAVA

    Cmara Brasileira da Indstria da Construo CBIC

    Caixa Econmica Federal

    Centrais Eltricas Brasileiras Ltda. Eletrobrs / Procel

    Instituto de Arquitetos do Brasil IAB

    Laboratrio de Eficincia Energtica em Edificaes LabEEE - UFSC

    Laboratrio do Centro de Pesquisas de Energia Eltrica Cepel

    Instituto Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade Industrial

    Joo Alziro Herz da JornadaPresidente

    Alfredo Carlos Orpho LoboDiretor da Qualidade

    Gustavo Jos Kuster de AlbuquerqueGerente da Diviso de Programas de Avaliao da Conformidade

    Leonardo Machado RochaGerente Substituto da Diviso de Programas de Avaliao da Conformidade

    Marcos Andr BorgesCoordenador do Programa Brasileiro de Etiquetagem

    Equipe do Programa Brasileiro de Etiquetagem/Inmetro PBE/Edifcios Comerciais,de Servios e Pblicos

    Flvia Tinelli

    Marcio Damasceno

    Max Acrsio

    Eletrobrs/Procel

    Jos Antnio Muniz LopesPresidente

    Ubirajara Rocha MeiraDiretor de Tecnologia

    Fernando Pinto Dias PerroneChefe do Departamento de Projetos de Eficincia Energtica

    Solange Nogueira Puente SantosChefe da Diviso de Eficincia Energtica em Edificaes

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    Manual de Aplicao dos Requisitos Tcnicos da Qualidade RTQ-C e Regulamento de Avaliao da Conformidade RAC-C

    Laboratrio de Eficincia Energtica em Edificaes - LabEEE - UFSC

    Roberto LambertsCoordenador

    Ps-doutorandos: Joyce Carlo

    Martin Ordenes Mizgier

    Michele Fossati

    Doutorandos: Ana Paula Melo

    Greici Ramos

    Mrcio Sorgato

    Miguel Pacheco

    Rogrio Versage

    Mestrandos: Cludia Morishita

    Acadmicos: Diego TamaniniGustavo Fontes

    Juliana Yuriko Chagas Cruz

    Juliana May Sangoi

    Rovy Pinheiro Pessoa Ferreira

    Thaynara Mrcia Espindola Arsego

    Outros colaboradores: Fernando Simon Westphal

    Solange V. G. Goulart

    Gabriel Iwamoto

    Maurcio Nath Lopes

    Rogrio de Castro Lambert

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    Sumrio

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    SUMRIO

    APRESENTAO 8

    OBJETIVOS DO MANUAL 8ESTRUTURA DO REGULAMENTO TCNICO DA QUALIDADE 9MTODO E ESTRUTURA DO MANUAL 11SIGLAS E ABREVIAES 11

    1 DEFINIES, SMBOLOS E UNIDADES 12

    1.1 ABERTURA 12

    1.2 AMBIENTE 131.3 AMBIENTE CONDICIONADO 141.4 AMBIENTE DE PERMANNCIA PROLONGADA 151.5 NGULOS DE SOMBREAMENTO 151.6 NGULO HORIZONTAL DE SOMBREAMENTO (AHS) 171.7 NGULO VERTICAL DE SOMBREAMENTO (AVS) 181.8 REA CONDICIONADA (AC)(M2) 201.9 REA NO CONDICIONADA (ANC)(M2) 201.10 REA DA ENVOLTRIA (AENV)(M2) 201.11 REA DE PERMANNCIA TRANSITRIA (APT)(M2) 201.12 REA DE PROJEO DA COBERTURA(APCOB)(M

    2) 20

    1.13 REA DE PROJEO DO EDIFCIO (APE)(M2

    ) 211.14 REA TIL (AU)(M2) 221.15 REA TOTAL CONSTRUDA (ATOT)(M

    2) 221.16 CAIXILHO 231.17 CAPACIDADE TRMICA (C) 231.18 COEFICIENTE INTEGRADO DE PERFORMANCE (ICOP) 261.19 COEFICIENTE DE PERFORMANCE (COP) 261.20 COLETOR SOLAR 261.21 DENSIDADE DE CARGA INTERNA (DCI)(W/ M2) 261.22 DENSIDADE DE POTNCIA DE ILUMINAO (DPI)(W/ M2) 261.23 DENSIDADE DE POTNCIA DE ILUMINAO LIMITE (DPIL)(W/ M

    2) 261.24 EDIFCIOS COMERCIAIS, DE SERVIOS E PBLICOS 271.25 ENCE 281.26 ENCEGERAL 281.27 ENCEPARCIAL 291.28 ENERGY EFFICIENCY RATIO (EER) 311.29 ENVOLTRIA (ENV) 311.30 EQNUM -EQUIVALENTE NUMRICO 321.31 EQNUMAC 321.32 EQNUMDPI 321.33 EQNUMENV 321.34 EQNUMS 331.35 EQNUMV 331.36 FACHADA 331.37 FACHADA OESTE 36

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    Manual de Aplicao dos Requisitos Tcnicos da Qualidade RTQ-C e Regulamento de Avaliao da Conformidade RAC-C

    1.38 FATOR ALTURA (FA) 361.39 FATOR DE FORMA (FF) 361.40 FATOR SOLAR (FS) 371.41 FRAO SOLAR 381.42 HEATINGSEASONAL PERFORMANCEFACTOR(HSPF) 38

    1.43 ICENV 381.44 ILUMINAO DE TAREFA 391.45 INTEGRATED PART-LOAD VALUE(IPLV) 391.46 MDULO FOTOVOLTAICO 391.47 PAREDES EXTERNAS 391.48 PADRO DE USO (PU)(H) 401.49 PERCENTUAL DE ABERTURA ZENITAL (PAZ)(%) 401.50 PERCENTUAL DE REA DE ABERTURA NA FACHADA OESTE (PAFO)(%) 411.51 PERCENTUAL DE REA DE ABERTURA NA FACHADA TOTAL (PAFT)(%) 411.52 PERCENTUAL DE HORAS OCUPADAS EM CONFORTO (POC) 461.53 PONTUAO TOTAL (PT) 46

    1.54SEASONAL ENERGYEFFICIENCYRATIO

    (SEER) 471.55 SISTEMA DE CONDICIONAMENTO DE AR (CA) 471.56 TAREFAS VISUAIS 471.57 TRANSMITNCIA TRMICA (W/(MK)) 471.58 TRANSMITNCIA TRMICA DA COBERTURA (UCOB)(W/(MK)) 481.59 TRANSMITNCIA TRMICA DAS PAREDES (UPAR)(W/(MK)) 481.60 VOLUME TOTAL DA EDIFICAO (VTOT)(M

    3) 481.61 ZONA BIOCLIMTICA 481.62 ZONA DE CONFORTO 501.63 ZONA TRMICA 521.64 OUTRAS DEFINIES ERRO!INDICADOR NO DEFINIDO.1.64.1 ABSORTNCIA TRMICA ERRO!INDICADOR NO DEFINIDO.

    2 NTRODUO 54

    2.1 OBJETIVO 542.2 PROCEDIMENTOS PARA DETERMINAO DA EFICINCIA 552.3 PR-REQUISITOS GERAIS 622.3.1 CIRCUITOS ELTRICOS 632.3.2 AQUECIMENTO DE GUA 642.3.3 ELEVADORES 672.4 PR-REQUISITOS ESPECFICOS 68

    2.5 BONIFICAES 68

    3 ENVOLTRIA 71

    3.1 PR-REQUISITOS ESPECFICOS 713.1.1 NVEL A 713.1.2 NVEL B 753.1.3 NVEIS C E D:TRANSMITNCIAS TRMICAS 763.2 PROCEDIMENTOS DE CLCULO 773.2.1 TRANSMITNCIA TRMICA 77

    3.2.2 CORES E ABSORTNCIA DE SUPERFCIES 793.2.3 CLCULO DO FA E FF 81

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    Sumrio

    7

    3.2.4 PERCENTUAL DE ABERTURA NA FACHADA (PAF) 813.2.5 NGULOS DE SOMBREAMENTO 823.3 PROCEDIMENTO DE DETERMINAO DA EFICINCIA 82

    4 SISTEMA DE ILUMINAO 98

    4.1 PR-REQUISITOS ESPECFICOS 994.1.1 DIVISO DOS CIRCUITOS 994.1.2 CONTRIBUIO DA LUZ NATURAL 1014.1.3 DESLIGAMENTO AUTOMTICO DO SISTEMA DE ILUMINAO 1014.2 PROCEDIMENTO DE DETERMINAO DA EFICINCIA 1024.2.1 MTODO DA REA DO EDIFCIO 1034.2.2 MTODO DAS ATIVIDADES DO EDIFCIO 109

    5 SISTEMA DE CONDICIONAMENTO DE AR 115

    5.1 PR-REQUISITOS ESPECFICOS PARA NVEL A 1155.1.1 PROTEO DAS UNIDADES CONDENSADORAS 1155.1.2 ISOLAMENTO TRMICO PARA DUTOS DE AR 1155.1.3 CONDICIONAMENTO DE AR POR AQUECIMENTO ARTIFICIAL 1165.2 PROCEDIMENTO DE DETERMINAO DA EFICINCIA 1175.2.1 EXEMPLOS 1185.3 SISTEMAS DE CONDICIONAMENTO DE AR REGULAMENTADOS PELOINMETRO 1225.4 SISTEMAS DE CONDICIONAMENTO DE AR NO REGULAMENTADOS PELOINMETRO 1235.4.1 CLCULO DE CARGA TRMICA 1355.4.2 CONTROLE DE TEMPERATURA POR ZONA 135

    5.4.3 SISTEMA DE DESLIGAMENTO AUTOMTICO 1395.4.4 ISOLAMENTO DE ZONAS 1405.4.5 CONTROLES E DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE VENTILAO 1415.4.6 CONTROLES E DIMENSIONAMENTO DOS SISTEMAS HIDRULICOS 1435.4.7 EQUIPAMENTOS DE REJEIO DE CALOR 145

    6 SIMULAO 147

    6.1 PR-REQUISITOS ESPECFICOS 1476.1.1 PROGRAMA DE SIMULAO 1476.1.2 ARQUIVO CLIMTICO 1486.2 PROCEDIMENTOS PARA SIMULAO 1486.2.1 METODOLOGIA PARA MODELAGEM DE ENVOLTRIA E SISTEMAS 1486.2.2 PONTUAO TOTAL (PT) DE EDIFCIOS TOTALMENTE SIMULADOS 1596.2.3 AMBIENTES NATURALMENTE VENTILADOS OU NO CONDICIONADOS 160

    7 NORMAS REFERENCIADAS 163

    ANEXOS 166

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    Manual de Aplicao dos Requisitos Tcnicos da Qualidade RTQ-C

    Apresentao

    Objetivos do manual

    Este manual visa detalhar os tpicos dos Requisitos Tcnicos da Qualidade para o Nvel

    de Eficincia Energtica de Edifcios Comerciais, de Servios e Pblicos (RTQ-C), de

    forma a esclarecer possveis dvidas sobre mtodos de clculo e aplicao de seu

    contedo. Para tal, os conceitos e definies apresentados no RTQ-C so explicados e

    os mtodos, justificados. Espera-se que, ao final da leitura, o leitor esteja apto a

    classificar edifcios de acordo com RTQ-C e a submeter apropriadamente o projeto ou

    edifcio certificao.

    Cabe salientar que nenhuma regulamentao por si garante um edifcio de qualidade.

    Maiores nveis de eficincia podem ser alcanados atravs de estratgias de projeto e

    por iniciativas e cooperao dos diversos atores ligados construo dos edifcios

    (arquitetos, engenheiros civis, eletricistas, mecnicos e empreendedores). Igualmente,

    to importantes e frequentemente esquecidos, os usurios tm participao decisiva no

    uso de edifcios eficientes atravs dos seus hbitos, que podem reduzir de forma

    significativa o consumo de energia, aumentando assim a eficincia das edificaes e

    reduzindo desperdcios. Todos os envolvidos na concepo e utilizao dos edifcios e

    seus sistemas podem contribuir para criar e manter edificaes energeticamente

    eficientes.

    O regulamento deve ser considerado como um desafio para procurar e efetivamente

    alcanar nveis mais elevados de eficincia energtica nas edificaes. A obteno de

    uma etiqueta de eficincia no definitiva e pode ser continuamente melhorada com

    inovaes tecnolgicas ao longo dos anos, criando um hbito do aprimoramento

    constante em eficincia energtica, da concepo ao uso do edifcio.

    A Figura A. 1 representa os cinco nveis de eficincia do RTQ-C e mostra como esta

    filosofia de contnuo aprimoramento est embutida no regulamento. O RTQ-C no define

    limite superior para o nvel A, uma vez que desempenhos mais elevados de eficincia

    energtica podem sempre ser conseguidos.

    Figura A. 1. Nveis de eficincia

    A B C ED

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    Apresentao

    9

    Neste sentido, a procura de maiores nveis de eficincia inclui o comissionamento. O

    comissionamento consiste em planejar e executar os projetos de forma a garantir que os

    mesmos apresentem efetivamente o desempenho esperado, corrigindo defeitos ou

    ajustando equipamento se for necessrio at alcanar os objetivos propostos.

    Finalmente, para atingir e manter nveis mais elevados de eficincia muito importante a

    participao dos usurios. Um edifcio eficiente com usurios ineficientes pode tornar-se

    um edifcio ineficiente. Da mesma forma, edifcios ineficientes, podem aumentar de forma

    considervel a sua eficincia se houver um empenho dos seus usurios nesse sentido.

    Estrutura do Regulamento Tcnico da Qualidade

    O RTQ-C fornece uma classificao de edifcios atravs da determinao da eficincia detrs sistemas:

    Envoltria;

    Iluminao;

    Condicionamento de ar.

    Os trs itens, mais bonificaes, so reunidos em uma equao geral de classificao do

    nvel de eficincia do edifcio. possvel tambm obter a classificao de apenas um

    sistema, deixando os demais em aberto. Neste caso, no entanto, no fornecida uma

    classificao geral do edifcio, mas apenas do(s) sistema(s) analisado(s).

    A classificao da envoltria faz-se atravs da determinao de um conjunto de ndices

    referentes s caractersticas fsicas do edifcio. Componentes opacos e dispositivos de

    iluminao zenital so definidos em pr-requisitos enquanto as aberturas verticais so

    avaliadas atravs de equaes. Estes parmetros compem a pele da edificao (como

    cobertura, fachada e aberturas), e so complementados pelo volume, pela rea de piso

    do edifcio e pela orientao das fachadas.

    A eficincia da iluminao determinada calculando a densidade de potncia instalada

    pela iluminao interna, de acordo com as diferentes atividades exercidas pelos usurios

    de cada ambiente. Quanto menor a potncia utilizada, menor a energia consumida e

    mais eficiente o sistema, desde que garantidas as condies adequadas de iluminao.

    A classificao da eficincia do sistema de condicionamento de ar pode ser dividida em

    duas diferentes classes. Uma classe lida com sistemas individuais e split, j classificados

    pelo INMETRO. Desta forma, deve-se apenas consultar os nveis de eficincia fornecidos

    nas etiquetas do INMETRO para cada um dos aparelhos instalados na edificao paraposteriormente aplicar o resultado na equao geral do edifcio. J a eficincia de

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    Manual de Aplicao dos Requisitos Tcnicos da Qualidade RTQ-C

    sistemas de condicionamento de ar como os centrais, que no so classificados pelo

    INMETRO, devem seguir prescries definidas no texto do regulamento. Assim, a

    classificao do nvel de eficincia destes sistemas mais complexa, pois sua definio

    depende da verificao de um nmero de requisitos e no pode ser simplesmente obtida

    pela consulta da etiqueta.

    Terminado o clculo da eficincia destes trs sistemas (Iluminao, Condicionamento de

    ar e Envoltria), os resultados parciais so inseridos na equao geral para verificar o

    nvel de eficincia global da edificao. Os formatos da Etiqueta Nacional de

    Conservao de Energia (ENCE), contendo os nveis finais e parciais do edifcio, so

    mostrados na Figura A. 2.

    Figura A. 2. Modelo da Etiqueta Nacional de Conservao de Energia (ENCE) para edificaes.

    No entanto, o clculo dos trs diferentes nveis de eficincia parciais e do nvel geral de

    eficincia podem ser alterados tanto por bonificaes, que podem elevar a eficincia,

    quanto por pr-requisitos que, se no cumpridos, reduzem esses nveis. As bonificaes

    so bnus de pontuao que visam incentivar o uso de energia solar para aquecimento

    de gua, uso racional de gua, cogerao, dentre outros. J os pr-requisitos referem-se

    a cada sistema em particular, e tambm ao edifcio por completo, e seu cumprimento

    obrigatrio.

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    Apresentao

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    Mtodo e estrutura do manual

    O contedo deste manual foi organizado para apresentar os conceitos e definies

    usados no RTQ-C, agrupados em trs temas (envoltria, iluminao e condicionamento

    de ar).

    Cada um dos conceitos abordados transcreve integralmente a definio do RTQ-C para

    depois esclarecer as intenes da redao e fornecer mais informaes. Dependendo do

    caso, quadros e figuras so utilizados como recursos didticos com a inteno de

    esclarecer pontos de possvel dificuldade de compreenso e sistematizar pontos

    importantes.

    Aps a reviso dos conceitos e definies, uma outra sesso apresenta a classificao

    do nvel de eficincia explicando o processo paulatinamente. No final da sesso mostrado como integrar as trs classificaes parciais em uma classificao final do

    edifcio.

    tambm abordada a questo das classificaes parciais e gerais para partes de

    edificaes: como proceder, casos em que se aplicam e quais os objetivos.

    A sesso seguinte mostra a converso dos clculos, verificao de requisitos e

    contabilizao de pontos extras provenientes das bonificaes para preenchimento dos

    formulrios de submisso do projeto/edifcio com maior rapidez e facilidade. Ou seja, estasesso apresenta o procedimento para submisso at ser obtida a ENCE (Etiqueta

    Nacional de Conservao de Energia) fornecida pelo INMETRO.

    Siglas e Abreviaes

    ABNT: Associao Brasileira de Normas Tcnicas

    ENCE: Etiqueta Nacional de Conservao de EnergiaINMETRO: Instituto Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade Industrial

    RTQ-C: Regulamento Tcnico da Qualidade do Nvel de Eficincia Energtica de

    Edifcios Comerciais, de Servios e Pblico

    RAC-C: Regulamento de Avaliao da Conformidade do Nvel de Eficincia Energtica de

    Edifcios Comerciais, de Servios e Pblicos

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    Manual de Aplicao dos Requisitos Tcnicos da Qualidade RTQ-C e Regulamento de Avaliao da Conformidade RAC-C

    1 DEFINIES, SMBOLOS E UNIDADES

    Para fins deste RTQ so adotadas as seguintes definies, smbolos e unidades:

    1.1 ABERTURA

    Todas as reas da envoltria do edifcio, com fechamento translcido ou transparente (que

    permite a entrada da luz), incluindo janelas, painis plsticos, clarabias, portas de vidro (com

    mais da metade da rea de vidro) e paredes de blocos de vidro. Excluem-se vos sem

    fechamentos, elementos vazados como cobogs e caixilhos.

    abertura toda e qualquer parte da fachada cujo material transparente ou translcido,

    permitindo a passagem de luz e/ou radiao solar direta ou indireta para o interior da

    edificao. Suas arestas podem estar em contato com materiais opacos ou tambmtransparentes ou translcidos. Qualquer vo que esteja descoberto e/ou sem nenhum

    tipo de fechamento (como em prticos), no considerado abertura. Um vo total ou

    parcialmente fechado com um material opaco, sem a presena de material transparente

    ou translcido, tambm no considerado abertura.

    Os vos sem qualquer tipo de fechamento so excludos da definio, pois vos

    descobertos podem ser usados como protees solares permitindo ventilao natural e

    sombreando a fachada. Alm disso, sacadas ou varandas sombreiam portas e janelas de

    vidro, e tambm no so consideradas aberturas, enquanto as portas e janelas de vidro o

    so.

    Esta definio distingue materiais transparentes e translcidos dos opacos, que no

    deixam passar a luz/radiao solar, pelos seus desempenhos trmicos diferenciados.

    ABERTURA

    Janelas de vidro;

    Paredes envidraadas;

    Paredes de tijolo de vidro;

    Vos fechados com placas de policarbonato;

    Janelas fechadas com vidro e com

    venezianas.

    NO ABERTURA

    Vos descobertos;

    Prticos;

    Cobogs;

    Varandas;

    Sacadas.

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    Definies, Smbolos e Unidades

    13

    Exerccio 1. 1

    Um edifcio apresenta uma fachada em que metade da rea fechada por vidro com

    a altura do p direito, sendo o resto da fachada composta de tijolos de vidro. Qual opercentual de aberturas nas fachadas de tal edifcio?

    Resposta: 100%. Todos os materiais da fachada so transparentes ou translcidos.

    Exerccio 1. 2

    Se, no caso anterior, metade das paredes de vidro que fecham os vos fosse deixada

    sem fechamento, isso aumentaria ou reduziria a rea de aberturas da fachada?

    Resposta: Reduziria o percentual de aberturas em 25% uma vez que os vos sem

    fechamento no contam como materiais transparentes ou translcidos. Este exemplo

    visa frisar que a definio abertura do RTQ-C se refere exclusivamente s parcelas da

    envoltria do edifcio de materiais transparentes ou translcidos. Vos descobertos

    sem nenhum tipo de material no so aberturas para fins do manual

    1.2 AMBIENTE

    Espao interno de um edifcio, fechado por superfcies slidas, tais como paredes ou divisrias,

    teto, piso e dispositivos operveis tais como janelas e portas.

    Um ambiente um espao interno do edifcio delimitado por divisrias ou paredes. Por

    diviso, no se entende somente paredes de alvenaria ou concreto. Frequentemente

    espaos de escritrio so divididos por parties desmontveis que criam espaos

    internos que so classificados como ambientes pelo RTQ-C. necessrio, no entanto,que tais parties vedem o espao do piso at ao teto. Estaes de trabalho de planta

    livre no so contabilizadas como ambientes independentes.

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    Manual de Aplicao dos Requisitos Tcnicos da Qualidade RTQ-C

    Exemplo 1. 1

    Figura 1. 1. Divisrias at o forro (ou teto) delimitam ambientes, mesmo que contenham vidro.

    Portanto, h dois ambientes na figura.

    Exerccio 1. 3

    Um espao vedado do piso ao teto por divisrias desmontveis, compostas de madeira

    compensada at 2,2 m e vidro a partir dessa altura at ao teto. O espao tem porta e

    forma um escritrio independente. Este espao um ambiente?

    Resposta: Sim. O espao fechado. Convm notar que no se deve considerar as

    luminrias nos ambientes contguos no clculo da eficincia da iluminao. Embora a

    passagem de luz entre ambientes contguos ocorra atravs da parcela de vidro da

    divisria, esta passagem pode ser interrompida com a instalao de persianas.

    1.3 AMBIENTE CONDICIONADO

    Ambiente fechado (incluindo fechamento por cortinas de ar) atendido por sistema de

    condicionamento de ar.

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    Definies, Smbolos e Unidades

    15

    1.4 AMBIENTE DE PERMANNCIA PROLONGADA

    Ambientes de ocupao contnua por um ou mais indivduos, incluindo escritrios, rea de

    venda de mercadoria, salas de aulas, cozinhas, reas de refeio, circulao de pblico em

    shoppings centers fechados, laboratrios, consultrios, sagues de entrada onde haja portaria

    ou recepo com ocupante, locais para prtica de esportes, etc. No so ambientes de

    permanncia prolongada: garagens e estacionamentos, depsitos, despensas, banheiros,

    reas de circulao em geral, reas tcnicas onde a ocupao no freqente, etc. Os

    ambientes listados nesta definio no excluem outros no listados.

    1.5 NGULOS DE SOMBREAMENTO

    ngulos que determinam a obstruo radiao solar gerada pela proteo solar nas

    aberturas. No RTQ so usados dois ngulos: ngulo vertical de sombreamento (AVS -referente

    a protees horizontais) e ngulo horizontal de sombreamento (AHS referente a proteesverticais).

    A definio de abertura decorre da importncia de identificar os materiais transparentes e

    translcidos na envoltria do edifcio. As definies de PAFT e PAZ so complementares e

    surgem da necessidade de quantificar a influncia das aberturas no comportamento

    trmico do edifcio. Esta influncia, no caso especial das aberturas, est intimamente

    ligada irradiao solar. Por este motivo, no basta determinar e quantificar as aberturas;

    torna-se necessrio saber se e quanto as mesmas esto sombreadas.

    Para quantificar o efeito dos sistemas de sombreamento nas aberturas, o RTQ-C

    apresenta dois conceitos complementares: ngulo Vertical de Sombreamento (AVS) e

    ngulo Horizontal de Sombreamento (AHS). Estes indicadores de sombreamento na

    abertura so medidos, o primeiro em corte, e o segundo em planta. Assim, o AVS mede,

    no plano vertical, o efeito das protees solares horizontais enquanto o AHS mede no

    plano horizontal o efeito das protees solares verticais. A Tabela 1.2 sintetiza estas

    relaes.

    Quadro 1.1. Comparao entre AHS e AVS

    Indicador Plano de medio Visto Tipo de proteo medida

    AHS Plano horizontal Em planta Protees verticais

    AVS Plano vertical Em corte Protees horizontais

    Os ngulos so sempre medidos entre os planos da folha de vidro e da aresta mais

    distante pertencente proteo solar. Para uso no RTQ-C, o ngulo utilizado dado pelamdia ponderada do ngulo de sombreamento em funo da rea das aberturas.

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    No caso de protees solares vazadas, deve-se proceder da seguinte forma:

    Prticos ou chapas perfuradas paralelas ao plano envidraado: so consideradas

    fachadas e deve-se consultar o item de definies para PAF (Percentual de rea

    de Abertura na Fachada).

    Protees solares vazadas formadas por placas com aletas paralelas devem ter

    estabelecidas uma relao entre a altura (para AVS) ou profundidade (para AHS)

    da aleta e o vo entre destas aletas, conforme a Figura 1.2. A razo entre eles

    um fator de correo a ser multiplicado pelo AVS ou AHS. Fatores de correo

    maiores que 1, adotar 1.

    Figura 1.2. Fator de correo para proteo solar vazada.

    FATOR DE CORREO PARA PROTEES SOLARES VAZADAS

    Protees solares vazadas permitem uma maior entrada da radiao solar quando

    comparada s outras protees solares com mesmo ngulo de proteo; por este motivo

    adota-se o fator de correo. Assim, um fator de correo igual a um representa uma

    proteo solar vazada onde a parcela sombreada a mesma que uma proteo solar

    no vazada, de mesmo ngulo.

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    Definies, Smbolos e Unidades

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    Figura 1.3. Varandas internas projeo horizontal do edifcio, direita. E, varandas externas

    projeo do edifcio, esquerda. Neste caso, ainda existe o sombreamento de um plano do edifcio

    sobre o outro.

    ATENO NO CLCULO DOS NGULOS DE SOMBREAMENTO

    VARANDAS INTERNAS PROJEO HORIZONTAL DO EDIFCIO

    O sombreamento que elas proporcionam no deve ser considerado, visto que o clculo

    do PAF induz reduo da rea envidraada real. Ver PAF, neste captulo de

    definies.

    VARANDAS EXTERNAS PROJEO HORIZONTAL DO EDIFCIO

    Varandas localizadas na parte externa do alinhamento do edifcio (fora da projeo

    horizontal do edifcio) so consideradas protees solares, geralmente como AVS. Ver

    Figura 1.3.

    PROTEES SOLARES PARALELAS FACHADA

    Caso a proteo solar ocupe uma rea paralela fachada, esta considerada fachada,

    participando do clculo do PAF, maiores detalhes em PAFT.

    1.6 NGULO HORIZONTAL DE SOMBREAMENTO (AHS)

    ngulo formado entre dois planos verticais:

    o primeiro plano o que contm a base da folha de vidro (ou material translcido);

    o segundo plano formado pela extremidade mais distante da proteo solar vertical

    e a extremidade oposta da base da folha de vidro (ou material translcido).

    O AHS deve sempre ser considerado nos dois lados da abertura. Desta forma, o AHS de

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    uma abertura a mdia do ngulo das duas protees solares, como mostrado nas

    figuras abaixo:

    Figura 1.4. ngulos Horizontais de Sombreamento.

    1.7 NGULO VERTICAL DE SOMBREAMENTO (AVS)

    ngulo formado entre dois planos que contm a base da abertura:

    o primeiro o plano vertical na base da folha de vidro (ou material translcido);

    o segundo plano formado pela extremidade mais distante da proteo solar

    horizontal at a base da folha de vidro (ou material translcido).

    Seguem alguns exemplos de medies de AVS:

    Figura 1.5. ngulos Verticais de Sombreamento.

    Notar que o AVS deve ser medido em corte enquanto o AHS deve ser medido em planta

    e nas duas direes (dependendo da orientao da fachada).

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    Figura 1.6. Proteo solar vertical com AHS de10.

    Figura 1.7. Proteo solar horizontal com AVS de 45e proteo solar vertical com AHS de 10.

    Figura 1.8. Proteo solar horizontal com AVS de45.

    Figura 1.9. Proteo solar horizontal com AVS de30.

    Figura 1.10. Proteo solar horizontal com AVSde 60, em que se deve considerar 45 para uso

    no mtodo prescritivo

    Figura 1.11. Proteo solar horizontal perfurada:Prgola. Considerar fator de correo.

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    1.8 REA CONDICIONADA (AC) (m2)

    rea til dos ambientes condicionados.

    1.9 REA NO CONDICIONADA (ANC) (m2

    )rea til dos ambientes no condicionados de permanncia prolongada, com comprovao de

    conforto conforme descrito no item seis deste RTQ.

    1.10 REA DA ENVOLTRIA (AENV) (m2)

    Soma das reas das fachadas, empenas e cobertura, incluindo as aberturas.

    1.11 REA DE PERMANNCIA TRANSITRIA (APT) (m

    2

    )rea til dos ambientes de permanncia transitria, desde que no condicionados. Garagens e

    estacionamentos no entram no clculo da APT.

    1.12 REA DE PROJEO DA COBERTURA (Apcob) (m2)

    rea da projeo horizontal da cobertura, incluindo terraos cobertos ou descobertos e

    excluindo beirais, marquises e coberturas sobre varandas esta ltima, desde que fora do

    alinhamento do edifcio.

    A rea de projeo da cobertura (Apcob) consiste na projeo horizontal da coberta e

    utilizado para o clculo do Fator Altura.

    Deve-se observar que reas decorrentes do recuo de portas e janelas, que ultrapassam a

    espessura da parede, geram espaos que no so contabilizados como cobertura tanto

    para os pr-requisitos quanto para as reas de cobertura e de projeo da cobertura. A

    Figura 1.12 mostra o recuo formado pela localizao da porta no ambiente e qual a rea

    que deve ser considerada. Nela, v-se que uma parede perpendicular parede externa

    (parede 2) e maior que a espessura da parede 1, faz parte deste recuo. Portanto, a

    cobertura deve ser contabilizada caso o recuo seja da espessura da parede,

    independente da grandeza desta espessura.

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    Figura 1.12. Definio da rea utilizada para rea de cobertura e rea da projeo de cobertura.

    1.13 REA DE PROJEO DO EDIFCIO (Ape) (m2)

    rea de projeo mdia dos pavimentos, excluindo subsolos.

    A rea de projeo do edifcio (Ape) igual rea de projeo da cobertura em edifcios

    de formato uniforme, no entanto em edifcios de formato irregular a Ape a mdia da

    projeo dos pavimentos.

    Ape e Apcob so dois conceitos diferentes sobre a projeo do edifcio, utilizados em

    diferentes momentos na classificao do nvel de eficincia do edifcio. A Figura 1.13

    mostra um edifcio de formato irregular e a rea a ser considerada para a Apcob

    . Para a Ape

    deve se considerar a mdia das reas dos pavimentos - reas A, B e C - conforme a

    Figura 1.13.

    Figura 1.13. reas consideradas para Apcob rea de projeo da cobertura; e Ape rea de projeo

    do edifcio.

    pe

    pcob

    2 1

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    1.14 REA TIL (AU) (m2)

    rea disponvel para ocupao, medida entre os parmetros internos das paredes que

    delimitam o ambiente, excluindo garagens.

    A rea til do edifcio utilizada na equao geral de classificao do edifcio. Refere-se

    a toda rea do edifcio possvel de ser ocupada, sendo ambientes de longa permanncia

    ou reas de transio, como circulaes e escadas; no entanto as reas de garagem no

    so consideradas. Ao contrrio da rea total de piso, a rea til utiliza as medidas

    internas do edifcio, desconsiderando as reas de parede e referem-se aos locais que

    atendem a definio de ambiente. O Exemplo 1.2 apresenta um clculo de rea til.

    1.15 REA TOTAL CONSTRUDA (Atot) (m2)

    Soma das reas de piso dos ambientes fechados da construo, medidas externamente.

    A rea total de piso do edifcio utilizada no clculo do Fator Altura, e considera a rea

    de piso de todos os pavimentos, medida externamente (a partir das paredes externas). O

    Exemplo 1.2 apresenta um clculo de rea total em comparao rea til.

    Exemplo 1.2

    A Figura 1.14 mostra a volumetria de um edifcio. A partir desta figura tem-se que:

    Planta de Cobertura

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    1.16 CAIXILHO

    Moldura onde so fixados os vidros de janelas, portas e painis.

    1.17 CAPACIDADE TRMICA (C)

    Quantidade de calor necessria para variar em uma unidade a temperatura de um sistema.

    A capacidade trmica de componentes (CT) pode ser determinada por componentes

    formados por camadas homogneas perpendiculares ao fluxo de calor, de acordo com a

    Equao 1.1. Para componentes com camadas no homogneas, utiliza-se a Equao

    1.2.

    Equao 1.1

    Onde:CT a capacidade trmica de componentes, [J/mK];

    Detalhe da escada

    Figura 1.14. Volumetria e planta de cobertura com dimenses para determinao de: AU e Atot.

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    i a condutividade trmica da matria da camada i, [W/(m.K)];

    Ri a resistncia trmica da camada i, [(m2.K)/W];

    ei a espessura da camada i, [m];

    ci o calor especfico do material da camada i, [kJ/(kg.K)];

    i a densidade de massa aparente do material da camada i, [kg/m].

    Equao 1.2

    Onde:

    CTa, CTb, ..., CTn, so as capacidades trmicas do componente para cada seo (a, b, ,

    n), determinadas pela Equao 1.1, [J/mK];

    Aa, Ab, ..., An so as reas de cada seo, [m].

    Exerccio 1.4

    O exerccio a seguir faz parte da NBR15220-2, anexo C, onde pode-se encontrar outros

    exemplos de clculo.

    Exerccio C.1 - NBR15220-2, anexo C:

    Calcular a capacidade trmica de uma parede de tijolos macios rebocados em ambas

    as faces, conforme a Figura 1.15.

    Dados:

    Dimenses do tijolo: 5 cmx 9 cm x 19 cm;

    cermica: 1600 kg/m3;

    cermica: 0,90 w/(m.k);

    Ccermica: 0,92 kj/(kg.k);

    argamassa = reboco: 2000 kg/m3;

    argamassa = reboco: 1,15 w/(m.k);

    Cargamassa = Creboco: 1,00 kJ/(kg.K).

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    Exerccio 1.4 (continuao)

    Figura 1.15. Parede de tijolos macios rebocados em ambas as faces

    Clculo de todas as sees da parede:

    a. Seo A (reboco +argamassa +reboco)

    b. Seo B (reboco +tijolo +reboco)

    Clculo da capacidade trmica da parede:

    5

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    1.18 COEFICIENTE INTEGRADO DE PERFORMANCE (ICOP)

    Grandeza que expressa o COP de refrigerao em carga parcial para unidades de

    condicionamento de ar unitrias, ponderando a eficincia do equipamento quando este opera

    em diferentes capacidades de carga.

    1.19 COEFICIENTE DE PERFORMANCE (COP)

    Pode ser definido para as condies de resfriamento ou aquecimento. Para resfriamento:

    segundo a norma ASHRAE 90.1, a razo entre o calor removido do ambiente e a energia

    consumida, para um sistema completo de refrigerao ou uma poro especfica deste sistema

    sob condies operacionais projetadas. Para aquecimento: segundo a norma ASHRAE 90.1,

    a razo entre o calor fornecido ao ambiente e a energia consumida, para um sistema completo

    de aquecimento por bomba de calor, incluindo o compressor e, se aplicvel, o sistema auxiliar

    de aquecimento, sob condies operacionais projetadas.

    1.20 COLETOR SOLAR

    Dispositivo que absorve a radiao solar incidente, transferindo-a para um fluido de trabalho,

    sob a forma de energia trmica.

    1.21 DENSIDADE DE CARGA INTERNA (DCI) (W/ m2)

    aquela proporcionada pela ocupao dos ambientes ou edifcio e pelo uso de equipamentose da iluminao.

    1.22 DENSIDADE DE POTNCIA DE ILUMINAO (DPI) (W/ m2)

    Razo entre o somatrio da potncia de lmpadas e reatores e a rea de um ambiente.

    1.23 DENSIDADE DE POTNCIA DE ILUMINAO LIMITE (DPIL)

    (W/ m

    2

    )Limite mximo aceitvel de DPI.

    O mtodo de determinao do nvel de eficincia do sistema de iluminao baseado na

    Densidade de Potncia de Iluminao. Esta se refere potncia instalada nos ambientes

    internos exclusivamente e, portanto, est relacionada definio de ambientes.

    A Densidade de Potncia de Iluminao Limite (DPIL) est diretamente relacionada ao

    nvel de iluminncia necessrio nos planos de trabalho, ou seja, necessrio identificar

    qual a atividade a ser executada em cada ambiente ou edifcio (escritrios, banheiros,

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    rea de refeio de restaurantes, cozinhas de restaurantes, etc.) para identificar qual a

    densidade considerada eficiente.

    1.24 EDIFCIOS COMERCIAIS, DE SERVIOS E PBLICOS

    Edifcios pblicos e/ou privados usados com finalidade que no a residencial ou industrial. So

    considerados comerciais, de servios e pblicos: escolas; instituies ou associaes de

    diversos tipos, incluindo prtica de esportes; tratamento de sade de animais ou humanos, tais

    como hospitais, postos de sade e clnicas; vendas de mercadorias em geral; prestao de

    servios; bancos; diverso; preparao e venda de alimentos; escritrios e edifcios

    empresariais, de uso de entidades, instituies ou organizaes pblicas municipais, estaduais

    e federais, incluindo sedes de empresas ou indstrias, desde que no haja a atividade de

    produo nesta ltima; meios de hospedagem. As atividades listadas nesta definio no

    excluem outras no listadas.

    O RTQ-C no apresenta uma definio exaustiva de edifcio comercial, afirmando que os

    edifcios comerciais no se limitam aos exemplos contidos na definio. Uma definio

    prescritiva implicaria na excluso de diversos edifcios que devem ser objeto da aplicao

    do RTQ-C.

    Por este motivo, o RTQ-C define edifcio comercial e de servios por excluso: o que no

    so edifcios residenciais ou industriais. Partindo desta premissa, vrios exemplos de

    edifcios considerados comerciais so apresentados, analisando para qual atividade oedifcio concebido.

    Como a definio de edifcios comerciais, de servios e pblicos por excluso, escolas,

    hospitais e edifcios contendo outras atividades institucionais esto abrangidos pelo RTQ-

    C. No caso de edifcios de atividade mista, a definio do tipo de edifcio deve ser

    realizada determinando o uso principal, cuja rea deve ser superior a 500m. Caso as

    atividades sejam claramente separadas, possvel considerar a parte comercial do

    edifcio e classificar a eficincia somente da rea comercial.

    Exerccio 1.5

    Uma ONG ocupa um edifcio com mais de 500 m de rea til. Este edifcio comercial?

    Resposta: Sim. Ele pode ser considerado um edifcio de escritrios e, portanto comercial

    ou de prestao de servios.

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    Exerccio 1.6

    Uma fbrica de sofs faz tambm venda direta ao pblico dos seus produtos nas suas

    instalaes. Esta fbrica deve ser considerada um edifcio comercial?

    Resposta: O uso da fbrica industrial: a produo de sofs. Caso a rea de vendas

    seja superior a 500 m, esta parcela considerada comercial. Caso a rea de vendas

    esteja em um anexo ou edifcio em separado com rea superior a 500 m 2, este anexo

    considerado um edifcio comercial. Da mesma forma, se existir um escritrio na fbrica

    com rea superior a 500 m2 este escritrio pode ser considerado um edifcio comercial.

    Exerccio 1.7

    Um banco ocupa um edifcio com mais de 500 m de rea til. Este edifcio comercial?

    Resposta: Ele pode ser considerado um edifcio de prestao de servios e, portanto,

    est submetido ao RTQ-C.

    1.25 ENCE

    Etiqueta Nacional de Conservao de Energia.

    1.26 ENCE GERAL

    Etiqueta Nacional de Conservao de Energia fornecida para edifcios, ou parcela dos edifcios,

    que passaram pela avaliao dos trs sistemas.

    A ENCE Geral fornecida aps serem avaliados os trs sistemas individuais que a

    compe, os quais so: Envoltria, Iluminao e Condicionamento de Ar. Cada um dessessistemas recebe uma classificao, conforme seu desempenho. Aps essa anlise, o

    edifcio recebe uma ENCE Geral, a qual apresenta o seu desempenho energtico, que

    uma mdia que considera a classificao de cada um dos trs sistemas analisados. A

    Figura A. 2 apresenta a ENCE Geral de projeto e de inspeo.

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    Exemplo 1.3

    Um edifcio comercial passou pela avaliao de requisitos relativos ao desempenho da

    envoltria, eficincia e potncia instalada do sistema de iluminao e eficincia dosistema de condicionamento do ar. Ao fim da avaliao, este edifcio receber uma

    ENCE Geral, que indicar qual o nvel de eficincia energtica alcanado pelo seu

    conjunto de sistemas.

    1.27 ENCE PARCIAL

    Etiqueta Nacional de Conservao de Energia fornecida para edifcios com avaliao de um ou

    dois sistemas. A avaliao dos sistemas de iluminao e condicionamento de ar pode serrealizada para apenas uma parcela do edifcio.

    A ENCE Parcial fornecida aps serem avaliados um ou dois sistemas individuais que a

    compe. A ENCE Parcial pode ter uma das seguintes combinaes:

    Envoltria,

    Envoltria e Sistema de iluminao, e

    Envoltria e Condicionamento de Ar.

    Assim, o edifcio no receber uma etiqueta que indica o desempenho do seu conjunto

    de sistemas, e sim, uma que indica o desempenho de cada sistema avaliado

    isoladamente. importante ressaltar que a avaliao da envoltria s pode ser realizada

    para todo o edifcio. As Figura 1.16 a Figura 1.18 mostram as ENCES parciais.

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    Figura 1.16.ENCE Parcial da Envoltria Figura 1.17.ENCE Parcial da Envoltria e

    Iluminao

    Figura 1.18.ENCE Parcial da Envoltria e Condicionamento de Ar

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    Exemplo 1.4

    Um edifcio comercial de cinco andares passou pela avaliao de requisitos

    relativos ao desempenho da envoltria e eficincia e potncia instalada no

    sistema de iluminao do 5 pavimento. Ao fim da avaliao, este edifcio receber

    uma ENCE Parcial, que indicar o nvel de eficincia energtica da Envoltria e

    outra ENCE Parcial com indicao do nvel de eficincia energtica da Envoltria e

    do sistema de iluminao do 5 pavimento.

    1.28 ENERGY EFFICIENCY RATIO (EER)

    A razo entre a capacidade total de resfriamento (em Btu/h) e a potncia requerida (em W) sob

    condies operacionais estabelecidas.

    1.29 ENVOLTRIA (ENV)

    Planos que separam o ambiente interno do ambiente externo.

    A envoltria pode ser entendida como a pele do edifcio. Isto , o conjunto de elementos

    do edifcio que esto em contato com o meio exterior e compem os fechamentos dos

    ambientes internos em relao ao ambiente externo. Meio externo, para a definio de

    envoltria, exclui a parcela construda do subsolo do edifcio, referindo-se exclusivamente

    as partes construdas acima do solo. Esta definio independe de material ou funo no

    edifcio. Qualquer tipo de elemento acima do solo, que pertena ao edifcio e que

    permanea em contato prolongado com o exterior, ou com outra edificao, pertence

    envoltria.

    Figura 1.19 Partes do edifcio que compem a envoltria. O piso pode ser considerado envoltria

    quando est em contato com o meio exterior. No RTQ-C, o contato com o piso no computado na

    rea da envoltria.

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    Em geral, pisos e paredes em contato com o solo, no caso de ambientes localizados no

    subsolo (garagens e depsitos, por exemplo), no so considerados envoltria, assim

    no fazem parte do clculo da rea da envoltria (Aenv). No caso da Figura 1.20, apenas a

    superfcie envidraada considerada como envoltria.

    Figura 1.20. Subsolo com algumas paredes em contato com o solo. As paredes do subsolo que esto

    em contato com o ar so consideradas como parte da envoltria.

    1.30 EqNum - EQUIVALENTE NUMRICO

    Nmero representativo da eficincia de um sistema.

    1.31 EqNumAC

    Nmero representativo da eficincia do sistema de condicionamento de ar.

    1.32 EqNumDPI

    Nmero representativo da eficincia do sistema de iluminao.

    1.33 EqNumEnv

    Nmero representativo da eficincia da envoltria.

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    Definies, Smbolos e Unidades

    33

    1.34 EqNumS

    Nmero representativo da eficincia de um edifcio condicionado artificialmente, avaliado pelo

    mtodo da simulao.

    1.35 EqNumV

    Nmero representativo do conforto dos ambientes no condicionados artificialmente.

    1.36 FACHADA

    Superfcies externas verticais ou com inclinao superior a 60o em relao horizontal. Inclui

    as superfcies opacas, paredes, translcidas, transparentes e vazadas, como cobogs e vos

    de entrada.

    Fachadas so compostas de elementos como paredes, aberturas, vos sem

    fechamentos, protees solares e quaisquer outros elementos conectados fisicamente a

    elas.

    Deve-se diferenciar fachadas de paredes externas. Estas ltimas referem-se a elementos

    opacos, e so citadas ao longo do texto quando aberturas e outros elementos da fachada

    no esto includos na citao. Paredes externas so usadas principalmente no clculo

    da transmitncia trmica e absortncia (assim como as coberturas). J as fachadas

    referem-se ao Percentual de rea de Aberturas nas Fachadas (PAF) e so parte da

    envoltria para clculo de Fator de Forma.

    A orientao das fachadas influencia na eficincia da envoltria. Por este motivo

    necessrio definir a orientao de cada fachada. Esta determinao feita atravs da

    implantao de um edifcio dentro de um quadrante definido da seguinte forma:

    I. De 0 a 45,0 e de 315,1 a 360,0 a orientao geogrfica Norte;

    II. De 45,10 a 135,0, a orientao geogrfica Leste;

    III. De 135,10 a 225,0, a orientao geogrfica Sul;

    IV. De 225,10 a 315,0, a orientao geogrfica Oeste.

    A Figura 1.21 apresenta a rosa dos ventos com os quadrantes. Convm realar que o

    regulamento indica expressamente o uso do norte geogrfico e no do norte magntico.

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    Manual de Aplicao dos Requisitos Tcnicos da Qualidade RTQ-C

    Figura 1.21. Quadrantes para definio da orientao de fachada.

    O exemplo mostrado na Figura 1.22. Nela, possvel ver a implantao da planta de

    um edifcio retangular, com a marcao do norte geogrfico e de retas perpendiculares

    aos planos de fachada. As imagens sobrepostas permitem o posicionamento de cada reta

    perpendicular sua fachada, mostrando a que orientao cada fachada est direcionada.

    Figura 1.22. Sobreposio da edificao sobre a rosa dos ventos para definio da

    orientao de fachadas. Ver projeo da reta perpendicular fachada leste identificando

    sua orientao.

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    Definies, Smbolos e Unidades

    35

    Exemplo 1.5

    A Figura 1.23 mostra um exemplo para a determinao da orientao de fachadas. As

    fachadas 1 a 8 esto marcadas em perspectiva e em planta. A planta utilizada paradefinir a orientao das fachadas 1 e 8. A partir da sobreposio da planta tem-se que a

    fachada 1 possui orientao leste, e a fachada 8 com orientao sul.

    Figura 1.23. Fachadas de edifcio marcadas em perspectiva e em planta.

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    1.37 FACHADA OESTE

    Fachada cuja normal superfcie est voltada para a direo de 270 em sentido horrio a

    partir do norte geogrfico. Fachadas cuja orientao variar de +45 ou -45 em relao a essa

    orientao sero consideradas como fachadas oeste.

    1.38 FATOR ALTURA (FA)

    Razo entre a rea de projeo da cobertura e a rea total construda (Apcob/Atot), com exceo

    dos subsolos.

    O Indicador de Consumo (IC) calculado especificadamente para cada edifcio

    analisado. Para tanto, so utilizados ndices, como FA e FF, para caracterizar o edifcio e

    possibilitar avaliar de forma comparativa a eficincia da envoltria dos edifcios.

    Desta forma, o Fator Altura representa o nmero de pavimentos, o Exemplo 1.6

    apresenta o clculo do FA para quatro edifcios.

    1.39 FATOR DE FORMA (FF)

    Razo entre a rea da envoltria e o volume total da edificao (Aenv/Vtot).

    ndice representativo das propores do edifcio, utilizado para o clculo do Indicador de

    Consumo (IC), da avaliao da envoltria. O Exemplo 1.6 apresenta o clculo do FA para

    quatro edifcios.

    A equao do IC apresenta limites para o FF, edifcios com valores diferentes dos limites

    estipulados devero usar o FF limite da equao.

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    Definies, Smbolos e Unidades

    37

    Exemplo 1.6

    Figura 1.24. Fator Altura e Fator de Forma.

    1.40 FATOR SOLAR (FS)Razo entre o ganho de calor que entra num ambiente atravs de uma abertura e a radiao

    solar incidente nesta mesma abertura. Inclui o calor radiante transmitido pelo vidro e a radiao

    solar absorvida, que re-irradiada ou transmitida, por conduo ou conveco, ao ambiente. O

    fator solar considerado ser relativo a uma incidncia de radiao solar ortogonal abertura. A

    ISO 15099: 2003 e a ISO 9050: 2003 apresentam procedimentos de clculos normalizados

    para o FS e outros ndices de desempenho energtico de vidros e janelas. A NFRC 201:2004

    apresenta procedimentos e especificaes tcnicas normalizadas para aplicao de um

    mtodo calorimtrico de medio de ganho de calor solar em janelas.

    Segundo a NBR 15220 -2 (ABNT, 2005) o fator solar de elementos transparentes ou

    translcidos pode ser calculado atravs da Equao 1.3.

    Equao 1.3Onde:

    FST o fator solar de elementos transparentes ou translcidos, [J/mK];U a transmitncia trmica do componente, [W/(m2.K)];

    25x25m

    FA: 0,1FF: 0,19

    FA: 0,1FF: 0,09

    FA: 1FF: 0,49

    100x50m

    FA: 1FF: 0,39

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    a absortncia radiao solar;

    Rse a resistncia superficial externa, [(m2.K)/W];

    a transmitncia radiao solar.

    Para se obter o FS atravs desta equao necessrio que se tenha todos os dados

    medidos. A forma mais comum de obt-lo atravs de catlogos de fabricantes. Eles

    normalmente so representados em porcentagem, mas para o RTQ-C deve-se adotar o

    nmero fracionrio.

    Exerccio 1.8

    Determinar o Fator solar de um vidro de 4 mm, cujas propriedades esto descritas no

    Quadro 1.2.

    Quadro 1.2. Propriedades do vidro especfico para o exemplo acima.

    Propriedades do vidro

    Transmitncia trmica 5,8 W/(m2.K)

    Transmitncia a radiao solar 28%

    Absortncia solar 54%

    Resistncia superficial externa 0,04 (m2.K)/W

    Assim:

    1.41 FRAO SOLAR

    Parcela de energia requerida para aquecimento da gua que suprida pela energia solar, em

    mdia anual.

    1.42 HEATING SEASONAL PERFORMANCE FACTOR(HSPF)

    Segundo a norma ASHRAE 90.1, a razo entre o calor fornecido por uma bomba de calor

    durante o perodo em que normalmente est em uso ao longo de um ano (em Wh) e a energia

    eltrica total durante o mesmo perodo.

    1.43 ICENV

    Indicador de Consumo da envoltria.

    O Indicador de Consumo um parmetro para avaliao comparativa da eficincia da

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    Definies, Smbolos e Unidades

    39

    envoltria. As equaes que determinam o IC foram geradas atravs de resultados de

    consumo de energia simulados no programa computacional EnergyPlus para diversas

    tipologias construtivas de edificaes comerciais brasileiras. So equaes de regresso

    multivariada especficas para as zonas bioclimticas brasileiras. O Indicador de Consumo

    no pode ser considerado como consumo de energia da edificao, pois este

    significativamente dependente de parmetros no includos nas equaes, como cargas

    internas e tipo e eficincia do sistema de condicionamento de ar. Assim, deve ser

    considerado apenas um indicador para comparao entre edificaes cuja volumetria

    idntica (Fator de Forma e Fator Altura), de forma que represente as variaes de

    eficincia decorrentes somente da envoltria.

    1.44 ILUMINAO DE TAREFA

    Iluminao direcionada a uma superfcie ou rea especfica, que proporciona o nvel de

    iluminamento adequado e sem ofuscamento para realizao de tarefas visuais especficas. A

    iluminao de tarefa diferenciada da iluminao geral por no abranger todas as superfcies e

    deve ter controle independente.

    1.45 INTEGRATED PART-LOAD VALUE(IPLV)

    Nmero de um dgito baseado em COP, ou kW/TR expressando eficincia em carga parcial

    para equipamento de condicionamento de ar e bomba de calor na base de pesos ponderadosde operao a vrias capacidades de carga.

    1.46 MDULO FOTOVOLTAICO

    Unidade bsica formada por um conjunto de dispositivos fotovoltaicos, interligados

    eletricamente e encapsulados, especificamente desenvolvida para realizar a converso direta

    de energia solar em energia eltrica.

    1.47 PAREDES EXTERNASSuperfcies opacas que delimitam o interior do exterior da edificao; esta definio exclui as

    aberturas.

    Esta definio visa diferenciar as paredes externas das fachadas. Como visto, paredes

    externas so as superfcies opacas, compostas de tijolos, blocos, painis ou similar,

    enquanto as fachadas contm as paredes e ainda incluem outros componentes como

    aberturas, protees solares, cobogs e vos sem fechamentos.

    Ao longo do texto do RTQ-C, h diversas citaes de paredes ou fachadas, que

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    apresentam objetivos distintos. O clculo de transmitncia trmica refere-se a

    componentes opacos, assim, cita-se transmitncia trmica das paredes externas. Em

    contraste, o clculo do PAF refere-se a fachadas, pois inclui aberturas e componentes

    vazados.

    1.48 PADRO DE USO (PU) (h)

    Horas e taxas de ocupao e operao do edifcio. Horas de ocupao interna, horas em que

    um sistema de condicionamento de ar est ligado ou horas em que um edifcio utilizado.

    1.49 PERCENTUAL DE ABERTURA ZENITAL (PAZ) (%)

    Percentual de rea de abertura zenital na cobertura. Refere-se exclusivamente a aberturas em

    superfcies com inclinao inferior a 60 em relao ao plano horizontal. Deve-se calcular aprojeo horizontal da abertura. Acima desta inclinao, ver PAFT.

    O PAZ o ndice utilizado para representar as aberturas zenitais, aberturas em

    superfcies que formam um ngulo inferior a 60C ao plano horizontal, no

    necessariamente localizadas na cobertura. Para mais detalhes ver PAFT.

    Figura 1.25. Clarabia contabilizada no PAZ.

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    Definies, Smbolos e Unidades

    41

    Figura 1.26. Clarabia contabilizada no PAZ: embora a rea de vidro seja maior, deve-se considerar a

    rea da projeo horizontal da abertura.

    1.50 PERCENTUAL DE REA DE ABERTURA NA FACHADA

    OESTE (PAFO) (%)

    calculado pela razo entre a soma das reas de abertura envidraada, ou com fechamento

    transparente ou translcido, da fachada oeste e a rea da fachada oeste.

    1.51 PERCENTUAL DE REA DE ABERTURA NA FACHADA

    TOTAL (PAFT) (%)

    calculado pela razo entre a soma das reas de abertura envidraada, ou com fechamento

    transparente ou translcido, de cada fachada e a rea total de fachada da edificao. Refere-

    se exclusivamente a aberturas em paredes verticais com inclinao superior a 60em relao

    ao plano horizontal, tais como janelas tradicionais, portas de vidro ou sheds, mesmo sendo

    estes ltimos localizados na cobertura. Exclui rea externa de caixa dgua no cmputo da

    rea de fachada, mas inclui a rea da caixa de escada at o ponto mais alto da cobertura

    (cumeeira). Neste RTQ, sua insero nas equaes 3.3 a 3.12 deve ser sob forma de frao (0

    a 1).

    Assim como o PAZ, o PAFT um ndice que representa o tamanho das aberturas. PAFT e

    PAZ transformam em nmeros o conceito qualitativo de abertura, para posteriormente ser

    usado em clculo.

    Qualquer superfcie de um edifcio acima do solo, que tenha aberturas, terobrigatoriamente um PAZ ou PAFT. Para diferenciar estes percentuais, superfcies

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    horizontais (coberturas) de superfcies verticais (fachadas). O PAF refere-se apenas as

    aberturas localizadas em superfcies que formam um ngulo superior a 60C ao plano

    horizontal. Esta distino, entre PAZ e PAF, est relacionada ao ngulo de incidncia da

    radiao solar nas aberturas da edificao, ilustrada na Figura 1.27.

    O clculo do PAZ e PAFTdeve excluir as reas dos caixilhos. PAZ e PAFT referem-se

    s partes com materiais transparentes ou translcidos, exceto no caso de juntas entre

    folhas de vidro (borracha, selantes ou similares). Deve-se assim descontar a rea de

    caixilhos da rea do vo da fachada ou da cobertura.

    Convm salientar que as reas de abertura so calculadas de modos diferentes para PAZ

    e PAFT. No caso do PAFT a rea da abertura calculada em vista, com exceo de

    aberturas em paredes curvas, enquanto para o PAZ utiliza-se a projeo horizontal da

    rea da abertura. Como pode-se verificar na Figura 1.28 , as duas aberturas possuemdimenses em corte diferentes, mas a projeo igual para os dois casos. Resumindo,

    para o clculo de PAZ, utiliza-se a projeo horizontal da abertura, enquanto no clculo

    de PAFT, utilizam-se as medidas da abertura.

    Figura 1.27. Diferena entre PAFT e PAZ. Abertura com ngulos entre A e B, so consideradas no PAF T.

    Aberturas com ngulos entre B e C, so consideradas no PAZ.

    Figura 1.28. PAZ contabilizado atravs da projeo horizontal. Aberturas com dimenses diferentespodem ter a mesma projeo.

    90 60 0B CA

    Abertura A

    Abertura B

    Projeo de A e B

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    Definies, Smbolos e Unidades

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    PAFT

    Janelas de vidro;

    Paredes de vidro;Paredes de tijolo de vidro;

    Vo fechado com placas de

    policarbonato ou acrlico;

    Sheds;

    Mansardas;

    ngulo com o plano horizontal: igual

    ou superior a 60.

    PAZ

    Janelas de vidro;

    Paredes de vidro;Paredes de tijolo de vidro;

    Vo fechado com placas de

    policarbonato ou acrlico;

    Sheds;

    Mansardas;

    ngulo com o plano horizontal:

    inferior a 60.

    Para clculo de PAZ e PAFT, deve-se determinar as reas de materiais transparentes ou

    translcidos de cada abertura, excluindo os materiais opacos dos caixilhos. O

    procedimento :

    Determinar as reas de todas as aberturas: das fachadas, para PAFT, e das

    coberturas, para PAZ;

    Somar todas as reas das aberturas das fachadas e as reas das projees

    horizontais das aberturas das coberturas;

    Dividir o somatrio das aberturas presentes nas fachadas pela rea total de

    fachadas (PAFT), e o somatrio das aberturas presentes na cobertura pela rea

    total das coberturas, em projeo, (PAZ). As reas totais das coberturas ou plano

    das fachadas incluem a rea das prprias aberturas. Segundo o RTQ-C, o clculo

    do PAFT deve ser realizado determinando o PAF parcial da(s) fachada(s) oeste e o

    PAFT de todas as fachadas. O PAFO (Percentual de rea de Abertura dasfachadas oeste) deve ser nico, calculado para todas as fachadas oeste. Caso o

    PAF parcial da(s) fachada(s) oeste seja superior ao PAFT (todas as fachadas do

    edifcio incluindo a(s) fachada(s) oeste) em 20% ou mais, deve-se adotar o PAF O

    onde houver PAFT nas equaes do item envoltria.

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    ATENO NO CLCULO DO PAF

    PRTICOS

    Prticos frente de grandes aberturas fechadas por planos de vidro so consideradosfachadas (parte opaca + vo) quando:

    estes esto conectados fisicamente ao edifcio e

    a sua distncia ao plano de vidro no ultrapassa a altura do vo (d h). Quando

    esta condio no for verdadeira, e houver uma proteo horizontal entre a

    fachada e o prtico, o mesmo ser considerado como fachada, conforme a Erro!

    onte de referncia no encontrada..

    A abertura a ser contabilizada no PAF a parcela de vidro vista ortogonalmente atravs

    do prtico, descontando as esquadrias. No h proteo solar a ser contabilizada como

    AVS e AHS.

    Esta regra tambm vale para placas perfuradas que ocupam toda a fachada frente de

    aberturas ou planos de vidro, brises fixos de aletas ou similares.

    Obs.: este tipo de superfcie no precisa atender a exigncia de transmitncia trmica,

    exceto a parcela opaca atrs do prtico, quando houver. Ver pr-requisitos especficos

    da envoltria.

    Figura 1.29. Relao entre distncia e altura do vo para prticos e brises paralelos fachada.

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    Definies, Smbolos e Unidades

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    ATENO NO CLCULO DO PAF (CONTINUAO)

    PROTEES SOLARES (BRISES) PARALELAS FACHADA

    Protees fixas devem seguir o descrito para prticos.

    Protees mveis frente de planos de vidro ou aberturas so considerados fachadas

    quando:

    estes esto conectados fisicamente ao edifcio e

    a sua distncia ao plano de vidro no ultrapassa a altura do vo entre as aletas,

    para protees horizontais, e a largura do vo entre as aletas, para protees

    verticais.

    A abertura a ser contabilizada no PAF a parcela de vo envidraado vistaortogonalmente atravs das aletas em sua abertura mxima, conforme a Erro! Fonte

    de referncia no encontrada.. As esquadrias vistas nesta condio devem ser

    descontadas.

    Figura 1.30. Parcela da abertura a ser contabilizada para o clculo do PAF.

    VARANDAS INTERNAS PROJEO HORIZONTAL DO EDIFCIO

    As portas ou janelas voltadas para a rea externa atravs de varandas internas

    projeo do edifcio podem ser contabilizadas para PAF desde que a profundidade

    desta varanda no ultrapasse 2 vezes a altura do vo (considerar o piso at o forro ou

    teto). Entretanto, somente a parte vista ortogonalmente em fachada deve ser

    considerada para o clculo do PAF, descontando as esquadrias. Como este fator reduz

    a rea de vidro contabilizada no PAF, o sombreamento causado por esta varanda no

    deve ser considerado. Ver ngulos de Sombreamento neste captulo de definies.

    VARANDAS EXTERNAS PROJEO HORIZONTAL DO EDIFCIO

    Varandas localizadas na parte externa do alinhamento do edifcio (fora da projeo

    horizontal do edifcio) so consideradas protees solares. Ver ngulos de

    Sombreamento.

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    Figura 1.31. Mansarda contabilizada no PAFT.

    Figura 1.32. Superfcies opacas atrs de vidros no so contabilizadas no PAF, como as lajes dos trs

    pavimentos marcadas em vermelho.

    1.52 PERCENTUAL DE HORAS OCUPADAS EM CONFORTO

    (POC)

    Razo entre as horas ocupadas com comprovao de conforto e total de horas ocupadas.

    1.53 PONTUAO TOTAL (PT)

    Pontuao total alcanada pelo edifcio.

    reas envidraadas que nofazem parte do clculo doPAF.

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    Definies, Smbolos e Unidades

    47

    1.54 SEASONAL ENERGY EFFICIENCY RATIO(SEER)

    Segundo a norma ASHRAE 90.1, a razo entre a quantidade de calor removido de um

    condicionador de ar durante o perodo em que normalmente est em uso ao longo de um ano e

    a energia eltrica consumida neste mesmo perodo (em Wh).

    1.55 SISTEMA DE CONDICIONAMENTO DE AR (CA)

    Processo de tratamento de ar destinado a controlar simultaneamente a temperatura, a

    umidade, a pureza e a distribuio de ar de um meio ambiente.

    1.56 TAREFAS VISUAIS

    Designa as atividades que necessitam identificar detalhes e objetos para o desenvolvimento de

    certa atividade, o que inclui o entorno imediato destes detalhes ou objetos.

    1.57 TRANSMITNCIA TRMICA (W/(mK))

    Transmisso de calor em unidade de tempo e atravs de uma rea unitria de um elemento ou

    componente construtivo, neste caso, de componentes opacos das fachadas (paredes externas)

    ou coberturas, incluindo as resistncias superficiais interna e externa, induzida pela diferena

    de temperatura entre dois ambientes. A transmitncia trmica deve ser calculada utilizando o

    mtodo de clculo da NBR 15220 - Parte 2 ou determinada pelo mtodo da caixa quente

    protegida da NBR 6488.

    De acordo com a NBR 15220-2 (ABNT, 2005) a transmitncia trmica de componentes

    o inverso da resistncia trmica total, conforme a Equao 1.4.

    Equao 1.4Onde:

    UT a transmitncia trmica de componentes, [W/mK];

    RT a resistncia trmica de componentes, [(m2

    .K)/W].

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    Exerccio 1.9

    O exerccio a seguir faz parte da NBR15220-2, anexo C, onde se encontram outrosexemplos de clculo.

    Exerccio C.1 - NBR15220-2, anexo C:

    Calcular a transmitncia trmica de uma parede de tijolos macios rebocados em ambas

    as faces, conforme a Figura 1.15.

    Dados:

    RTse: 0,1296 (m2.K)/W

    Assim:

    1.58 TRANSMITNCIA TRMICA DA COBERTURA (Ucob)

    (W/(mK))

    Transmitncia trmica das coberturas do edifcio.

    1.59 TRANSMITNCIA TRMICA DAS PAREDES (Upar) (W/(mK))

    Refere-se transmitncia de paredes externas somente.

    1.60 VOLUME TOTAL DA EDIFICAO (Vtot) (m3)

    Volume delimitado pelos fechamentos externos do edifcio (fachadas e cobertura), com

    exceo de ptios internos descobertos.

    1.61 ZONA BIOCLIMTICA

    Regio geogrfica homognea quanto aos elementos climticos que interferem nas relaes

    entre ambiente construdo e conforto humano de acordo com a NBR 15220 Parte 3.

    A Zona Bioclimtica tem por objetivo determinar as estratgias que um edifcio deve

    seguir para obter o conforto trmico dos seus ocupantes. Desta forma, uma Zona

    Bioclimtica o resultado geogrfico do cruzamento de trs tipos diferentes de dados:

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    Definies, Smbolos e Unidades

    49

    zonas de conforto trmico humano, dados objetivos climticos e estratgias de projeto e

    construo para atingir o conforto trmico.

    H 8 zonas bioclimticas no Brasil, definidas segundo dados climticos (de temperatura e

    umidade) para a determinao de estratgias de projeto necessrias para atingir o

    conforto trmico de moradias de interesse social. Alm do mtodo de definio do

    zoneamento pelas normais climatolgicas brasileiras, a norma NBR 15.220-3:

    Zoneamento Bioclimtico Brasileiro apresenta a lista de 330 cidades brasileiras

    pertencentes sua Zona Bioclimtica, disponvel tambm no anexo deste manual. Alm

    destas, outras cidades tiveram suas zonas definidas por interpolao e esto disponveis

    em www.labeee.ufsc.br. A Figura 1.33 apresenta um mapa com o zoneamento

    bioclimtico brasileiro.

    Determinadas as estratgias adequadas para cada cidade ou localidade geogrfica, asmesmas so agrupadas por uso de estratgias comuns criando assim uma Zona

    Bioclimtica.

    Figura 1.33. Zoneamento bioclimtico brasileiro (fonte: NBR 15.220-3).

    http://www.labeee.ufsc.br/http://www.labeee.ufsc.br/
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    Manual de Aplicao dos Requisitos Tcnicos da Qualidade RTQ-C

    1.62 ZONA DE CONFORTO

    Zona onde existe satisfao psicofisiolgica de um grupo de indivduos com as condies

    trmicas do ambiente. Para especificar a hiptese de conforto adotada, utilizar uma das

    seguintes normas: ASHRAE Standard 55/2004 ou ISO 7730/2005.

    Segundo a ASHRAE 55-2004, conforto trmico a condio da mente que expressa

    satisfao com o ambiente trmico. Esta satisfao, no entanto, depende de pessoa para

    pessoa, o que dificulta a determinao de parmetros que definam estas condies.

    Algumas normas, como a ISO 7730/2005, ASHRAE 55-2004 e EN 15251, estabelecem

    parmetros que procuram avaliar esta situao.

    A ISO 7730/2005, determina, atravs do modelo do Fanger, o clculo do PMV, Voto

    Mdio Estimado, ndice que prev o valor mdio do voto de um grupo de pessoas para ascondies do ambiente, de acordo com a escala mostrada na Quadro 1.3. O clculo do

    PMV realizado a partir das seguintes variveis: atividade metablica, roupas,

    temperatura do ar, temperatura radiante mdia, velocidade relativa do ar e presso

    parcial do vapor de gua.

    Quadro 1.3. Escala de determinao das sensaes trmicas

    Sensao Trmica

    +3 Muito quente+2 Quente

    +1 Levemente quente

    0 Neutro

    -1 Levemente frio

    -2 Frio

    -3 Muito frio

    A ASHRAE 55-2004 apresenta, alm do clculo do PMV, outro mtodo para determinaoda zona de conforto, assim como alguns parmetros que ajudam a determinar se um

    ambiente est propcio a apresentar conforto ou no. O mtodo grfico um mtodo

    simplificado que pode ser aplicado em ambientes onde os ocupantes tem uma atividade

    entre 1 e 1,3 met, com roupas entre 0,5 e 1 clo. Nos anexos A e B, a norma identifica a

    atividade desempenhada e isolamento trmico das roupas. A Figura 1.35 mostra o grfico

    com as reas de conforto, estas so formadas pelas temperaturas mnimas e mximas,

    assim como pela umidade. Este grfico vlido somente para velocidades do ar menores

    que 0,2 m/s.

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    Definies, Smbolos e Unidades

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    Figura 1.34. PPD em funo do PMV

    Figura 1.35. Temperatura operativa e umidade aceitvel para determinao da zona de conforto

    (ASHRAE 55)

    Segundo estas normas outros parmetros tambm devem ser observados:

    UMIDADE: deve ser mantida abaixo de 0,012, que corresponde presso de vapor de

    gua de 1,910kPa, para uma temperatura de orvalho de 16,8C.

    AUMENTO DA VELOCIDADE DO AR: o aumento da velocidade do ar pode aumentar a

    temperatura mxima da rea de conforto, definida na Figura 1.35, conforme as linhas

    definidas na Figura 1.36. Esta figura ainda mostra que para manter o conforto, a

    velocidade do ar no deve passar de 0,8m/s; velocidades maiores que esta devem ser

    controladas pelo usurio do ambiente.

    DESCONFORTO TRMICO LOCAL: pode ser causado pela diferena de temperatura entre a

    cabea e o p, causada pela assimetria da radiao trmica; corrente de ar; contato com

    piso aquecido ou resfriado.

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    Manual de Aplicao dos Requisitos Tcnicos da Qualidade RTQ-C

    Figura 1.36. Velocidade do ar necessria para o aumento da temperatura (ASHRAE 55)

    1.63 ZONA TRMICA

    Espao ou grupo de espaos dentro de um edifcio condicionado que so suficientemente

    similares, onde as condies desejadas (temperatura) podem ser controladas usando um nico

    sensor (termostato ou sensor de temperatura).

    Uma zona trmica uma diviso interna de um edifcio. Da mesma forma que o conceito

    de ambiente a base do clculo de eficincia do sistema de iluminao, a zona trmica

    uma das bases do clculo de eficincia do sistema de condicionamento de ar. No caso de

    posicionamento de sensores ou termostatos, para o sistema de condicionamento de ar,

    os ambientes no so necessariamente contguos. No caso de simulaes comambientes condicionados, ambientes contguos de um mesmo piso e com a mesma

    orientao costumam fazer parte de uma mesma zona trmica. Em simulaes de

    ambientes no condicionados (ventilados naturalmente), no vlido unificar ambientes

    em zonas trmicas, salvo casos especiais a critrio do simulador.

    Figura 1.37. Ambientes contguos de mesma orientao podem ser unificados em uma zona trmica

    para a simulao com condicionamento de ar. Na figura, v-se 4 zonas trmicas: 3 perimetrais e uma

    central.

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    Definies, Smbolos e Unidades

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    Exerccio 1.10

    Um espao vedado do piso ao teto por divisrias compostas de madeira compensada

    at 2,2 m e vidro a partir dessa altura at ao teto. O espao forma um escritrio

    independente. Este espao uma zona trmica?

    Resposta: Sim. Este espao encerra um volume de ar de uma forma razoavelmente

    estanque criando assim uma zona trmica. Caso uma unidade de janela fosse instalada

    com certeza criaria uma zona com temperatura diferente do resto do edifcio.

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    2 NTRODUO

    O RTQ-C especifica requisitos tcnicos, bem como os mtodos para classificao de edifcios

    comerciais, de servios e pblicos quanto eficincia energtica. Os edifcios submetidos a

    este RTQ devem atender s normas da Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT)

    vigentes e aplicveis. Cabe ressaltar que a viso deste RTQ a eficincia energtica da

    edificao e que este, os organismos de inspeo acreditados e o Inmetro se eximem dos

    problemas que porventura possam ser causados edificao pela no observncia das

    normas da ABNT, que so de exclusiva atribuio do projetista.

    2.1 OBJETIVO

    Criar condies para a etiquetagem do nvel de eficincia energtica de edifcios comerciais, de

    servios e pblicos.

    O RTQ-C visa estabelecer as condies para classificao do nvel de eficincia

    energtica de edifcios comerciais, de servios e pblicos, a fim de obter a Etiqueta

    Nacional de Conservao de Energia (ENCE) emitida pelo Instituto Nacional de

    Metrologia, Normalizao e Qualidade Industrial (INMETRO).

    O carter voluntrio do RTQ-C visa preparar o mercado construtivo, de forma gradativa, a

    assimilar a metodologia de classificao e obteno da etiqueta. A metodologia de

    classificao est presente no texto do Regulamento Tcnico da Qualidade (RTQ-C) do

    Nvel de Eficincia Energtica de Edifcios Comerciais, de Servios e Pblico, enquanto a

    metodologia de obteno da etiqueta refere-se aos procedimentos para avaliao junto

    ao INMETRO, e est presente no Regulamento de Avaliao da Conformidade do Nvel

    de Eficincia Energtica de Edifcios Comerciais, de Servios e Pblicos (RAC-C).

    A ENCE poder ser fornecida em trs momentos: para o projeto da edificao, para a

    edificao pronta, aps obtido o alvar de concluso da obra e para a edificao

    existente, aps reforma. A avaliao do projeto pr-requisito para a avaliao dosrequisitos presentes na edificao nova ps Habite-se e na edificao existente ps

    reforma. Neste ltimo caso, necessrio apresentar os projetos de reforma da

    edificao.

    Edifcios de uso misto, referentes ao uso residencial e comercial/de servios em uma

    mesma edificao tero suas parcelas comerciais ou de servios avaliadas

    separadamente. Como exemplo, edificaes multi-residenciais (de apartamentos) na

    torre de edifcios enquanto a base desta torre contm lojas. A parcela de estacionamento

    ir pertencer parcela residencial ou comercial de acordo com o usurio do espao: se

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    Introduo

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    o morador dos apartamentos ou o funcionrio/consumidor das lojas. Para tanto, basta

    que a parcela comercial ou de servios tenha rea til igual ou superior a 500 m2.

    H dois mtodos de classificao do nvel de eficincia energtica:

    Mtodo prescritivo: atravs da aplicao de uma equao fornecida, vlida paraedifcios condicionados;

    Mtodo de simulao: usando o mtodo prescritivo e a simulao do desempenho

    termo-energtico de edifcios condicionados e no condicionados.

    2.2 PROCEDIMENTOS PARA DETERMINAO DA EFICINCIA

    O RTQ-C aplica-se a edifcios com rea total til mnima de 500 m2 e/ou com tenso de

    abastecimento superior ou igual a 2,3 kV (subgrupos A1, A2, A3, A3a, A4 e AS), incluindoedifcios condicionados, parcialmente condicionados e no condicionados. Edifcios de uso

    misto, tanto de uso residencial e comercial, como de uso residencial e de servios ou de uso

    residencial e pblico, devem ter suas parcelas no residenciais avaliadas separadamente caso

    estas, exclusivamente, ultrapassem 500 m2.

    O Grupo A refere-se a tarifas de energia eltrica de pontos de consumo abastecido

    por alta tenso, cujo limite exatamente 2,3 kW, limite estabelecido no RTQ-C. Os

    seus subgrupos indicam outros limites de tenso:

    A1: igual ou superior a 230 kV;

    A2: de 88 a 138 kV;

    A3: para 69 kV;

    A3a: de 30 a 44 kV;

    A4: de 2,3 a 25 kV;

    AS: para rede de abastecimento subterrneo.

    A etiquetagem de eficincia energtica de edifcios deve ser realizada atravs do mtodo

    prescritivo ou de simulao. Ambos devem atender aos requisitos relativos ao desempenho da

    envoltria, eficincia e potncia instalada do sistema de iluminao e eficincia do sistema

    de condicionamento do ar.

    O mtodo prescritivo um mtodo simplificado que avalia as edificaes atravs de

    equaes e tabelas. O mtodo de simulao uma alternativa para avaliao da

    eficincia de forma mais completa e/ou flexvel. indicado para permitir:

    a liberdade de projeto, seja na forma do edifcio, na natureza de suas aberturas ou

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    protees solares ou nos sistemas utilizados;

    a incorporao de inovaes tecnolgicas, comprovando nveis de eficincia

    elevados;

    o uso de estratgias passivas de condicionamento, possibilitando edifcios nocondicionados ou parcialmente condicionados;

    a incorporao de solues no previstas no RTQ-C.

    Este ltimo item abrange todas as solues arquitetnicas ou dos sistemas que

    porventura possam existir no projeto e que no so possveis de serem analisadas

    atravs do mtodo prescritivo. No RTQ-C, o item 6 apresenta os requisitos a serem

    atendidos para realizar a simulao e para comprovar o nvel de eficincia energtica do

    edifcio. O mtodo de simulao vlido para alcanar a etiqueta completa do edifcio,sem a necessidade das etiquetas parciais.

    O RTQ especifica a classificao do nvel de eficincia de edificaes, dividida nesses trs

    sistemas individuais, conforme as metodologias descritas nos itens correspondentes:

    item 3: Envoltria

    item 4. Sistema de Iluminao

    item 5: Sistema de Condicionamento de Ar

    Todos os sistemas individuais tm nveis de eficincia que variam de A (mais eficiente) a E

    (menos eficiente).

    H trs grupos principais de requisitos que estabelecem o nvel de eficincia energtica:

    envoltria, sistema de iluminao e sistema de condicionamento de ar. Estes so

    avaliados separadamente, obtendo-se nveis de eficincia parciais cuja combinao em

    uma equao resulta em uma pontuao que indica o nvel de eficincia geral da

    edificao. H cinco nveis de eficincia, tanto para classificaes parciais como para

    totais, e so: A (mais eficiente), B, C, D e E (menos eficiente).

    Parcelas de edifcios, com rea mnima de 500 m2 e/ou com tenso de abastecimento superior

    ou igual a 2,3 kV, podem tambm ter o sistema de iluminao e o sistema de condicionamento

    de ar avaliados, porm separadamente, recebendo uma classificao parcial do nvel de

    eficincia referente a cada um destes itens. Nestes casos, as parcelas a serem classificadas

    devem ser:

    para classificao da envoltria, o nvel de eficincia energtica deve ser estabelecido

    para a edificao completa;

    para classificao do sistema de iluminao, o nvel de eficincia energtica pode ser

    estabelecido para um pavimento ou um conjunto de salas, assim como para os

    subsolos;

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    Exemplo 2.1

    O construtor/incorporador obtm uma ENCE parcial para a envoltria. Depois de

    vender os pavimentos em planta livre de sua edificao, a empresa proprietria do 5pavimento submete os seus sistemas de iluminao e condicionamento de ar para

    obter a classificao geral do seu pavimento. O 5 pavimento ter uma ENCE com a

    classificao geral do pavimento.

    Exemplo 2.2

    O construtor/incorporador obtm uma ENCE parcial para a envoltria. Depois de

    vender os pavimentos em planta livre de sua edificao, o condomnio decide em

    conveno submeter o sistema de iluminao das reas comuns do edifcio classificao geral. Ser obtida assim uma ENCE para as reas comuns com duas

    etiquetas parciais: da envoltria e da iluminao. Caso o condomnio submeta

    tambm o sistema de condicionamento de ar, ser obtida uma ENCE geral para as

    reas comuns.

    Exemplo 2.3

    O construtor/incorporador vende pavimentos em planta livre de sua edificao. A

    empresa proprietria do 5 pavimento submete os seus sistemas de iluminao e

    condicionamento de ar para obter a classificao geral do seu pavimento. Como no

    h classificao prvia da envoltria, esta tambm deve ser obtida. Assim, o

    proprietrio do 5 pavimento deve solicitar ao condomnio que este solicite uma

    ENCE para a envoltria. Caso os condminos no concordem, no possvel obter

    uma ENCE para os sistemas de iluminao e condicionamento de ar para o 5

    pavimento.

    A classificao geral poder ser obtida aps a avaliao dos trs sistemas parciais, desde que

    as avaliaes parciais tenham sido realizadas a partir de uma das combinaes apresentadas

    na Tabela 2.1.

    Tabela 2.1. Combinaes de mtodos de avaliao para obteno da classificao Geral

    Envoltria Sistema deIluminaoSistema de

    Condicionamento de Ar Ventilao Natural

    Mtodo Prescritivo Mtodo Prescritivo Mtodo Prescritivo Mtodo Simulao

    Mtodo Simulao Mtodo Simulao Mtodo Simulao Mtodo SimulaoMtodo Simulao Mtodo Prescritivo Mtodo Prescritivo Mtodo Simulao

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    Introduo

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    A avaliao dos trs sistemas pode ser realizada por qualquer um dos dois mtodos de

    avaliao, no entanto, para a obteno da ENCE Geral necessrio os sistemas sejam

    avaliados atravs de uma das combinaes listadas na Tabela 2.1. Ou seja, se um

    edifcio possui a ENCE parcial de envoltria e sistema de iluminao, pelo prescritivo, edeseja obter a ENCE geral, necessrio que a avaliao do sistema de condicionamento

    de ar seja realizada pelo mesmo mtodo, ou reavaliar todos os sistemas pelo mtodo da

    simulao.

    Para a classificao geral as avaliaes parciais recebem pesos, distribudos da seguinte

    forma:

    Envoltria = 30%

    Sistema de Iluminao = 30%

    Sistema de Condicionamento de Ar = 40%

    A avaliao de cada sistema individual utiliza equivalentes numricos, um nmero de pontos

    correspondente a determinada eficincia, atribudos de acordo com a Tabela 2.2:

    Tabela 2.2. Equivalente numr