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CASIMIRO AMADO EDUCAÇÃO COMPARADA Guião para apoio ao estudo individual ( para uso exclusivo dos alunos da disciplina) Universidade de Évora versão 2010

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CASIMIRO AMADO

EDUCAÇÃO COMPARADA

Guião para apoio ao estudo individual

( para uso exclusivo dos alunos da disciplina)Universidade de Évora

versão 2010

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APRESENTAÇÃO

No ano lectivo de 2007-2008, quando leccionámos pela primeira vez a disciplina de Educação Comparada vimo-nos obrigados a constituir um conjunto consistente de textos de referência fundamentais para a iniciação aos grandes problemas desta Ciência da Educação. Uma vez seleccionados, foram digitalizados e distribuídos aos alunos electronicamente. Aliás, desde esse primeiro momento de trabalho nesta área se tornou claro que em Educação Comparada não pode hoje fazer-se nada de muito válido se não tirarmos partido das novas possibilidades que a Internet nos dá para acesso e intercâmbio de informação. Cada vez mais a informação essencial está e estará disponível online. E devemos também nós contribuir para essa fogueira partilhando o fruto do nosso trabalho e da nossa investigação.

As grandes dificuldades sentidas pelos alunos nesse ano (e que não pudemos contornar nessa primeira edição do curso de Educação Comparada) ficaram-se certamente a dever também ao facto de lhes ser proposto e exigido um tipo de trabalho autónomo de recolha e tratamento de informação para o qual a sua preparação anterior não os habilitara. Com efeito, para um aluno recém-chegado ao Ensino Superior não é nunca fácil a transição de um modelo de estudo assente em manuais para uma construção do conhecimento com base na iniciativa individual e na capacidade de selecção pessoal de documentação relevante para as aprendizagens a realizar.

Assim, na segunda edição do curso, em 2009, decidimos elaborar um “Guião para apoio ao estudo individual”. Tememos muito na altura e continuamos a temer que ele possa ser tomado como uma espécie de “voz do dono” e tenha como destino ser pasto de uma deglutição acrítica. Na verdade, trata-se apenas um exercício, ainda muito incipiente, de organização e sistematização da grande quantidade de informação com que temos de lidar na Educação Comparada. Que possa servir para apoio ao trabalho pessoal, que permita, com rapidez e eficácia, esclarecer este ou aquele aspecto, que dê uma noção geral dos temas abordados na leccionação da disciplina, esses são os nossos únicos objectivos.

Na versão presente, a de 2010, aqui e ali fazemos alguns acrescentos e alterações. Por outro lado, a ordem das partes foi modificada em função de uma lógica que agora nos parece mais adequada.

Apesar do cuidado posto na revisão do texto, ele comporta ainda, certamente, algumas gralhas e até mesmo erros materiais cuja detecção agradecemos nos seja comunicada. O mesmo se aplica aos links que possam aparecer “quebrados” em virtude da constante mudança no ciberespaço. Quanto à qualidade literária do texto, lamentamos que não seja ainda tão simples e claro quanto convém a qualquer texto e principalmente aos que têm uma finalidade didáctica.

Évora, Março de 2010

Casimiro Amado

Casimiro Amado, Educação Comparada. Guião para apoio ao estudo, Universidade de Évora, 2010 (documento para uso exclusivo dos alunos da disciplina)

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1. EDUCAÇÃO COMPARADA: UMA CIÊNCIA DA EDUCAÇÃO

Objectivos:

− Conhecer a origem etimológica do termo “Pedagogia”.− Explicar em que circunstâncias surgiu a noção de “Ciências da Educação”.− Compreender as razões dos que consideram “Pedagogia” e “Ciências da Educação”

como sinónimas.− Compreender as razões dos que não consideram “Pedagogia” e “Ciências da

Educação” como sinónimas e defendem a superioridade de cada uma das noções.− Definir o que são as “Ciências da Educação” e quais são.− Explicar em que consiste o risco de as mesmas se tornarem “saberes em mosaico” e

indicar como ele pode ser superado.− Explicar em que medida a educação é uma arte e simultaneamente uma técnica.− Explicar como a formação em Pedagogia/Ciências da Educação pode contribuir

para a formação dos educadores profissionais e dos especialistas/generalistas em Educação.

− Compreender que lugar tem a Educação Comparada no seio das Ciências da Educação.

1.1. Estatuto epistemológico dos saberes acerca da educação

Objectivos:

− Conhecer a origem etimológica do termo “Pedagogia”.− Explicar em que circunstâncias surgiu a noção de “Ciências da Educação”.− Compreender as razões dos que consideram “Pedagogia” e “Ciências da Educação”

como sinónimas.− Compreender as razões dos que não consideram “Pedagogia” e “Ciências da

Educação” como sinónimas e defendem a superioridade de cada uma das noções.− Definir o que são as “Ciências da Educação” e quais são.− Explicar em que consiste o risco de as mesmas se tornarem “saberes em mosaico” e

indicar como ele pode ser superado.− Explicar em que medida a educação é uma arte e simultaneamente uma técnica.− Explicar como a formação em Pedagogia/Ciências da Educação pode contribuir

para a formação dos educadores profissionais e dos especialistas/generalistas em Educação.

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BREVE ANTOLOGIA

"A pedagogia é a teoria prática da educação". (Durkheim)

"A educação é a matéria da pedagogia". (Durkheim)

"A pedagogia é a ciência e a arte da educação". (Émile Planchard)

"Perante as ambiguidades do termo Pedagogia, (...) certos pensadores de ontem e de hoje mostraram a sua preferência por uma noção que é simultaneamente mais extensa e menos ambiciosa: a de Ciências da Educação. (...) Empreendimento de equipas de especialistas que se encontram na encruzilhada das diversas ciências humanas, as Ciências da Educação realizam incontestavelmente uma promoção da pedagogia, assegurando-lhe condições de objectividade e de rigor científico. Mas, devido à diversidade dos seus objectos e à complexidade das técnicas que utilizam, as Ciências da Educação estão ameaçadas de constituir «saberes em mosaico», artificialmente justapostos e cujos resultados só podem ser efectivamente totalizados através de uma filosofia da educação". (Paul Juif e Fernand Dovero)

"As ciências da educação são constituídas pelo conjunto das disciplinas que estudam as condições de existência, de funcionamento e de evolução das situações e dos factos de educação". (Gaston Mialaret)

“Antigamente havia uma ciência educacional única: era a Pedagogia, na qual se englobavam todos os conhecimentos relativos à "arte de educar". A partir do século XX; porém, os conhecimentos sobre o educando e a sua educação se alargaram e aprofundaram de tal maneira que hoje não há mais uma ciência da educação e sim numerosas. A Pedagogia, assim, o conjunto das ciências pedagógicas.”. (Amaral Fontoura)1

Efectivamente, como escreve Amaral Fontoura, a antiga Pedagogia cedeu o lugar às mais modernas Ciências da Educação. Um saber que era uno e não especializado, de base mais filosófica e intuitiva deu lugar a uma pluralidade de saberes ou ciências cujo método se ancora

1 Autores há para que insistem em manter em conjunto as designações de Pedagogia e de Ciências da Educação com a agravante de a primeira abandonar o seu estatuto globalizante que historicamente teve e que, na prática continua a ter – tal como se reflecte no uso corrente do adjectivo “pedagógico” aplicado ao largo espectro das questões que de alguma forma versam ou têm uma dimensão educativa – e passar a ser uma das disciplinas que integram o novo conjunto das Ciências da Educação. Ou seja, mantém como designação de uma das partes do todo aquilo que outrora - e ainda continua a fazê-lo – designou o todo. Essa é a posição, por exemplo, de Quintana Cabanas: "A Pedagogia é uma ciência da educação, juntamente com as outras ciências da educação, embora distinguindo-se delas por causa do seu carácter científico e, por conseguinte, formando um grupo à parte. As ciências da educação incluem a Pedagogia: mas a Pedagogia não inclui as "Ciências da Educação". (...) tenhamos em conta que a pedagogia deve fundamentar-se nas "Ciências da educação" (...)".

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nas diversas ciências humanas e sociais. Na verdade, uma vez estas (sociologia, psicologia, etc) desenvolvidas e autonomizadas a partir do século XIX, chegámos a meados do século XX com ramos (psicologia da educação, sociologia da educação, etc) de cada uma delas aplicados ao estudo do fenómeno educativo. O velho pedagogo deu lugar aos especialistas sem que, entretanto, tenhamos deixado de sentir a necessidade de uma perspectiva holística e unificadora relativamente a esse fenómeno e às suas formas.

Em meados do século XX, quando a Ciência e a Técnica prometiam e cumpriam realizar o velho sonho de domínio humano da Natureza e do próprio mundo humano, a palavra “pedagogia” aparecia com um ar demasiado retro e demodé. Em seu lugar foi colocada a designação bem parecida de “Ciências da Educação”. Não foi difícil justificar a substituição. Por causa da “complexidade das situações e dos fenómenos que pertencem ao domínio da educação” é que, argumentava então Gaston Mialaret, há a “necessidade de fazer apelo a um grande número de disciplinas científicas, para tentar discernir os factores que entram em jogo, e as relações ou as leis que regem o conjunto do sistema.”

Este autor classificou as ciências da educação em três categorias:— as que estudam as condições gerais e locais da educação;— as que estudam a situação de educação e os próprios factos de educação;— as da reflexão e da evolução.

Essa classificação reflectiu-a Gaston Mialaret no quadro seguinte:2

Quadro enumerativo das ciências da educação1. Ciências que estudam

as condições gerais e locais da instituição escolar:

História da educaçãoSociologia escolarDemografia escolarEconomia da educaçãoEducação comparada

2. Ciências que estudam a relação pedagógica e o próprio acto educativo:

Ciências que estudam as condições imediatas do acto educativo:

- Fisiologia da educação- Psicologia da educação- Psicossociologia dos pequenos grupos- Ciências da comunicação

Ciências da didáctica das diferentes disciplinas.

Ciências dos métodos e técnicas

Ciências da avaliação

3. Ciências da reflexão e da evolução:

Filosofia da educaçãoPlanificação da educação e teoria dos modelos

2 Gaston MIALARET, As Ciências da Educação, Moraes Editores, Lisboa, 1976, p. 48.

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Mas o que poderia parecer apenas mais um aggiornamento festivo ao gosto da época, depressa levantou uma extensa sucessão de debates epistemológicos inconclusivos e, portanto, ainda hoje abertos.

A problemática epistemológica não é, naturalmente, longe disso, exclusiva de um qualquer tipo ou grupo de ciências. A verdade é que nalguns casos os problemas parecem mais vivos e de mais difícil “solução”. A forma diversa que assume a cientificidade das diversas ciências e os mecanismos de criação do conhecimento característicos de cada uma são matéria do debate especializado dos epistemólogos. Ora, no nosso caso, a discussão sobre o estatuto epistemológico dos saberes acerca da educação centra-se desde logo na discussão das designações de Pedagogia e de Ciências da Educação. Essa problemática revela-se muito superior a uma mera questão terminológica. Uma boa síntese dos principais problemas epistemológicos3 no campo das Ciências da Educação maiores oferece-no-la Maria de Jesus Fonseca4 no texto que segue:

[…] hoje, a expressão Ciências da Educação, introduzida por Gaston Mialaret, veio substituir o termo pedagogia, seja porque o termo estava carregado de ambiguidades e equívocos no seu uso tradicional, seja porque é inadequado, pois a educação já não é apenas o correspondente ao seu sentido etimológico "acção sobre as crianças", e estende-se a todos os indivíduos, ao longo de toda a vida. Tentou-se o termo andragogia mas o seu sentido é igualmente restritivo e, de qualquer forma, não fez moda. À falta de melhor, e apesar de se reconhecer que é problemática, lacunar e mesmo imprópria, vingou a terminologia "ciências da educação"; mas nela operou-se uma modificação essencial, a saber, abandonou o singular e instalou-se no plural. Esta "passagem do singular para o plural não é apenas um pormenor gramatical ou uma comodidade terminológica; ela tem um sentido e um alcance propriamente epistemológicos".5 Primeiro, não há uma única ciência da educação, mas várias; são, pois, plurais. Há quem defenda esta pluralidade blindando-se na amplitude e na complexidade do seu objecto, objecto esse que só uma abordagem pluridisciplinar pode esclarecer. Portanto, essa pluralidade é constitutiva e radica na própria natureza destas ciências. Para outros, pelo contrário, essa pluralidade é aporética e constitui o calcanhar de Aquiles destas ciências. Mas perguntar pelo estatuto epistemológico das ciências da educação exige recuar a questões anteriores a esta. Assim, começa-se por questionar se são ciências, o que é, para alguns, duvidoso6, pese embora o facto de as instâncias políticas e sociais as reconhecerem. De qualquer modo, a resposta a esta pergunta não é unânime: para uns são ciências, para outros não o são, e, enfim, para outros, ainda não o são mas sê-lo-ão num dia mais ou menos próximo; são, por enquanto, pré-paradigmáticas ou ciências em vias de constituição. Trata-se, a seguir, de saber porque são (ou não são) ciências. O que as sustém e justifica (ou 3 Adalberto Dias de Carvalho dedicou a esta temática uma obra fundamental:Epistemologia das Ciências da

Educação, Porto, Afrontamento, 1988. Um outro texto também essencial sobre esta matéria é o de Albano Estrela O Tempo e o lugar das Ciências da Educação, Porto Editora, Porto, 1999.

4 Disponível na Internet via WWW. URL: http://www.ipv.pt/millenium/pce6_mjf.htm. Arquivo capturado em 15 de Fevereiro de 2010.

5 Guy Avanzini (dir.), A Pedagogia no século XX, 2º vol., Lisboa, Moraes Editores,1978, p.1076 Entre nós, Albano Estrela é desta opinião. As ciências da educação ainda não possuem um autêntico estatuto

científico. São, antes, ciências "em vias de constituição". Albano Estrela, Pedagogia, ciência da educação?, Porto, Porto Editora,1992, p.11

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não) como ciências? Em que consiste a sua cientificidade ou a sua falta de cientificidade? E, se ainda não o são, o que é preciso para se constituírem como ciências?7 Para além destas questões, surge então o facto de, ademais, serem plurais. Esta pluralidade8 corresponde a uma simples soma do conjunto das disciplinas que integram as chamadas ciências da educação, sendo, nesse caso, a sua ordem arbitrária? E cada uma dessas disciplinas trata, do seu ponto de vista e com métodos específicos que são os seus, o seu objecto? Cada uma delas olha, a seu modo, para a educação e, portanto, é meramente casual o facto de todas elas se interessarem pelo mesmo objecto e, por isso, apenas ocasional o conjunto que formam? Ou, pelo contrário, trata-se de mais que de uma simples justaposição de disciplinas? Ou seja, há ou não uma unidade neste conjunto? Possuem ou não uma organicidade interna? Possuem ou não uma unidade substancial, funcional e fundante? Uma outra grande dificuldade, que se prende com o estatuto de cientificidade das ciências da educação, é a da sua autonomia. Consiste ela em saber se se tratam de ciências autónomas e independentes ou se, bem pelo contrário, são dependentes e tributárias de outras disciplinas que lhes estiveram na origem e das quais são simples extensões, diluindo-se nelas. Neste caso, não possuiriam autonomia e seriam, por consequência, absorvidas pela disciplina principal ou mãe. Igualmente, o seu objecto careceria de autonomia porquanto se tratava de um sub-produto, mais ou menos marginal, de um objecto principal.

1.2. O lugar da Educação Comparada no seio das Ciências da Educação

A Educação Comparada, sendo uma das Ciências da Educação, é solidária com o emaranhado de problemas epistemológicos que caracteriza estas Ciências. O seu estatuto epistemológico tem sido objecto de intermináveis discussões sem que, por isso, se possa considerar que estamos mais confortavelmente esclarecidos hoje do que ontem a esse respeito.

A respeito da Educação Comparada, Mialaret defende a sua necessidade com base no princípio segundo o qual não se pode compreender bem alguma coisa ou algum fenómeno a não ser através da comparação com outras coisas ou com outros fenómenos. Sendo assim, “A variedade dos sistemas de educação é de tal forma que uma análise comparativa fornece elementos preciosos para o estudo da evolução e para a compreensão da situação actual.”

Mialaret concorda com a perspectiva que J. Lauwerys9 tem acerca da educação comparada como sendo «a parte da teoria da educação que diz respeito à análise e às interpretações das diferentes práticas e políticas em matéria de educação nos diferentes países e

7 Entre nós, Albano Estrela é desta opinião. As ciências da educação ainda não possuem um autêntico estatuto científico. São, antes, ciências "em vias de constituição", Iidem, ibidem.

8 Estes mesmos problemas já se puseram noutras ciências. O caso mais típico, por um lado, e mais similar, por outro, é o da Medicina. Mas há outros, o da engenharia, por exemplo.

9 Joseph LAUWERYS, La pédagogie comparée: son développement, ses problémes, in Traité des sciences pédagogiques, t. III, cap. I.

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diferentes culturas. Preocupa-se em primeiro lugar em reunir e classificar todas as informações (do ponto de vista descritivo tal como do ponto de vista quantitativo) respeitantes aos sistemas escolares, às escolas, à administração e às finanças, aos professores e aos alunos, aos programas e aos métodos de ensino, às disposições legais, etc. Em seguida, a educação comparada tenta explicar por que razão as coisas são o que são, analisando os dados reunidos à luz da evolução histórica dos diferentes sistemas ou mostrando qual foi a influência dos fenómenos sociais, económicos, teenológicos, religiosos e filosóficos, bem como preconceitos raciais ou nacionais. O seu objectivo é tentar oferecer um conjunto de princípios gerais que auxiliariam os reformadores a predizer as consequências possíveis das medidas que propõem. A educação comparada não é normativa: não prescreve regras para o bom andamento das escolas e do ensino. Não prescreve o que deveria ser feito. Tenta apenas compreender o que se faz e por que é assim.»

Desde 1817 ao presente esta Ciência da Educação que é a Educação Comparada tem vindo a percorrer o seu caminho e tem vindo a constituir um corpus de conhecimentos acerca da educação que são hoje especialmente cultivados por organismos internacionais como a UNESCO e a OCDE.

No quadro seguinte podemos confirmar como esta Ciência que aqui nos interessa, ora designada como “Pedagogia Comparada” ora como “Educação Comparada”, é um dos elementos comuns a classificações propostas por diferentes autores:

QUADRO SINÓPTICO DAS CLASSIFICAÇÕES DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO

Elementos comuns V.

Garcia Hoz

R. Hubert Luzuriaga

Mialaret Nassif Oliveros

1.1. Biologia da Educação

Biologia Educativa

Factores biológicos

Fisiologia da Educação

Biologia Pedagógica

Biologia Educativa

1.2. Psicologia da Educação

Psicologia da Educação

Psicologia Educativa

Factores psicológicos

Psicologia da Educação

Psicologia Pedagógica

Psicologia da Educação

1.3. Sociologia da Educação

Sociologia da Educação

Sociologia Educativa

Factores sociológicos

Sociologia da Educação; Demografia; Economia

Sociologia Pedagógica

Sociologia da Educação

1.4. Filosofia da Educação

Filosofia da Educação

Filosofia da Educação

Pedagogia Normativa; Ideais, Fins, Estrutura da educação

Filosofia da Educação

Filosofia da Educação

Filosofia da Educação

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2. 1. Pedagogia Experimental

Ciência Experimental da Educação

Técnicas Investigação experimental estatística

2.2. Educação Comparada

Pedagogia Comparada

Educação Comparada

Educação Comparada

3.1. Organização escolar

Organização Escolar

Instituições Escolares

Organização, Instituições da Educação

Planificação da educação e Teoria dos modelos

Organização educativa; Legislação, Adm. escolar

Administração e Legislação

3.2. Didáctica geral

Didáctica Os Métodos Pedagógicos

Métodos da Educação

Ciência de Métodos e Técnicas. Avaliação

Metodologia educativa didáctica

Didáctica geral

3.3. Didácticas Especiais

Didáctica das diferentes disciplinas

Didácticas especiais, diferenciais

3.4. Orientação Escolar e Profissional

Orientação e Formação

Orientação Educativa

4.1. Pedagogia Geral

Pedagogia Geral

Elementos da Educação

Pedagogia Geral e Sistemática

Pedagogia Geral

4.2. História da Educação

História da Educação

História da Educação

Pedagogia Histórica; História da Educação, da Pedagogia

História da Educação

5.1. Pedagogia diferencial

Pedagogia diferencial

6. OUTROS Arte da Educação Acção Educativa Educabilidade Educador

Ciências da Comunicação; Psic. dos pequenos grupos

Moral Profissional; Problemas Educativos nacionais; Trabalho em comunidade

Adaptado de GIMENO, José Blat, e IBAÑEZ, Ricardo Marín, A formação do professorado de educação primária e secundária, C.L.B., Lisboa, 1982, pp., 54-55.

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Não é aqui o lugar para a discussão desses problemas epistemológicos mais gerais das Ciências da Educação10. Por um lado, tudo poderia resumir-se a um upgrade da antiga Pedagogia com o estudo da educação a deixar de ser obra de uma ciência generalista de pendor mais ou menos filosófico e a passar a ser feito por um conjunto de ciências sociais e humanas, todas elas de origem relativamente recente enquanto ciências autónomas. Ora, assim sendo, elas partilhariam um objecto comum – a educação – que tratam de estudar cada uma delas com os seus métodos próprios. E que métodos poderiam ser esses senão os métodos das Ciências-mãe de que cada uma delas emana: a Psicologia da Educação os métodos da Psicologia, a História da Educação os métodos da História, a Filosofia da Educação os métodos da Filosofia, a Sociologia da Educação os métodos da Sociologia, etc. Ora, no caso da Ciência da Educação que aqui nos ocupa – a Educação (ou Pedagogia?) Comparada - como se colocará o problema?

Em primeiro lugar, temos de resolver o problema de saber se se trata de educação ou de Pedagogia Comparada. Por analogia, de acordo com o princípio comum de designar as ciências a partir do método de estudo e não do objecto estudado, parece que deveria considerar-se mais correcta a designação “Pedagogia Comparada”. O único e importante senão é que, sendo o elemento “Pedagogia”, à partida, a designação do todo a que se passou a designar de “Ciências da Educação”, então a “Pedagogia Comparada” seria sinónimo de “Ciências comparadas da Educação”. Convenhamos que seria demasiado vago…e até mesmo confuso. Pelo contrário, a opção pela designação “Educação Comparada” apesar de ter um tom anglicista muito agradável ao ouvido comum dos tempos que correm, tem a desvantagem de desta forma uma disciplina do saber humana ser designada pelo objecto e não pela ciência que o estuda. Mas tem a vantagem de particularizar esse objecto que é alvo de uma abordagem [científica] comparativa: percebe-se que se trata de comparar a educação tal qual ela existe, tal qual se faz em contextos [nacionais] que, por serem diferentes mas também não serem absolutamente estranhos, podem ser objecto de um estudo comparativo. Esse estudo é o que se propõe fazer essa ciência da Educação a que, assim sendo, designamos como “Educação Comparada”.

A “resolução” do problema da designação não adianta grande coisa em termos de esclarecimento do estatuto epistemológico desta ciência da “Educação Comparada”. A pergunta é, basicamente, saber que tipo de ciência é essa. O que a caracteriza e faz a sua especificidade? Tal como as restantes Ciências da Educação ela deve ser caracterizada pelo seu método o qual neste caso não é o de nenhuma “Ciência-mãe” como designámos as Ciências Sociais e Humanas que são a matriz das demais Ciências da Educação.

Não adiantará muito, mas a leitura da pluralidade de definições de Educação Comparada que têm sido dadas pode ajudar a fazer luz sobre os fins e os meios desta ciência. Eis uma série de tais definições:

“Os comparatistas em educação encontram-se numa situação especial. Sabem que a Educação Comparada existe. Acaso não têm diante os seus olhos um número cada vez mais impressionante de obras relativas a esta disciplina?

E, no entanto, não sabem exactamente qual é a essência e os limites da sua especialidade Os comparatistas mais eminentes reuniram-se várias vezes, mas não chegaram, todavia, a pôr-se de acordo para formular uma definição. Haveria que

10 Duas obras de referência clássicas para o aprofundamento deste assunto: Gaston Mialaret, As Ciências Da Educação, Moraes Editores, Lisboa, 1980; e Adalberto Dias de Carvalho, Epistemologia Das Ciências Da Educação, Edições Afrontamento, Porto, 1988.

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começar, pois, por um estudo comparado das numerosas definições de Educação Comparada.

Enquanto chega esse momento, devemos contentar-nos em prosseguir empiricamente” (Rosselló, 1978, 17).

“O fim da Educação Comparada é o de descobrir as diferenças nas forças e causas que produzem diferentes sistemas educativos. Seu maior valor reside na análise das causas que determinam o desenvolvimento dos sistemas, na comparação das diferenças entre os distintos sistemas, nos motivos subjacentes e, por último, no estudo das soluções tentadas”. Isaac L. Kandel, Educação Comparada

“O principal objectivo da Educação Comparada consiste em estudar analiticamente esses factores [raça, língua, religião, politica...] de um ponto de vista histórico, e em comparar as soluções tentadas para os problemas resultantes”. Nicholas Hans, Educação Comparada

“Pedagogia comparada é a ciência que, mediante a comparação dos factos pedagógicos, no sentido estrito ou num sentido cultural mais amplo, pertencentes ao passado ou à actualidade, ao próprio país ou a países estrangeiros, trata de responder às questões pedagógicas individuais ou de estabelecer conceitos pedagógicos ou leis universais”. Friedrich Schneider, La Pedagogia de los Pueblos

“A Educação Comparada é o estudo comparado de uma das formas mais complexas da conduta humana: o processo educativo. A Educação Comparada não deve estar confinada ao estudo dos sistemas escolares ou ao estudo de qualquer outro tipo de ‘factos singulares’, assim como não é uma descrição inerte de práticas e instituições educativas estrangeiras, como se estas pudessem ser adoptadas e importadas para sua exibição em museus. Está interessada nas peculariedades do processo educativo, considerado como um processo total”. Edmund King, Comparative Education Review, n°3

“A Educação Comparada, em seu sentido mais amplo, pode ser definida como a comparação intercultural da estrutura, do processo, das metas, e dos métodos e dos rendimentos dos distintos sistemas educativos e seus elementos”. Arnold Anderson, International Review of Education, v. 7, 1101

“A Pedagogia Comparada é a parte da Teoria da Educação que concerne à análise e às interpretações das diferentes práticas e políticas em matéria de educação, nos diferentes países e diferentes culturas”. A. Lauwerys, in A. D. Márquez, Educación Comparada

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“A Pedagogia Comparada é uma disciplina que investiga e tende a extrair conhecimentos novos, de ordem teórica e prática, por meio da confrontação de dois ou mais sistemas de educação em uso em diversos países, regiões ou em distintas épocas históricas”. A.Vexliard, La Pédagogie Comparée

“Pedagogia Comparada é o estudo comparativo de questões pedagógicas de diverso tipo, e em particular dos sistemas educativos dos diferentes países”. J. M. Quintana Cabanas, Educar, n°3

“A Educação Comparada faz parte de um plano mais amplo para explicar os fenómenos, primeiro dentro dos sistemas e instituições educativas, e segundo, abraçando e vinculando a educação com o seu ambiente social”. Noah, M A. Eckstein, Towards a Science of Comparative Education

“A finalidade da Educação Comparada é o estudo das inter-relações que têm lugar entre a educação e a sociedade, não só na situação nacional mas, também, na internacional, com o propósito de entender problemas tanto locais quanto universais”. Kneller, in A. D. Márquez, Educación Comparada

“A Educação Comparada pode ser definida como a ciência que tem por objecto esclarecer, analisar e explicar as semelhanças e as diferenças entre os factos educativos, e/ou as suas relações com o ambiente que os rodeia (político, económico, social, cultural), e de investigar as leis eventuais que os determinam nas diferentes sociedades e em diferentes momentos da história humana”. Lê Thành Khôi, L’éducation comparée

“A Educação Comparada é: a) a componente pluridisciplinar das Ciências da Educação; b) que estuda os fenómenos e os factos educativos; c) nas suas relações com o contexto social, político, económico, cultural, etc.; d) comparando suas semelhanças e suas diferenças em duas ou mais regiões, países, continentes, ou a nível mundial; e) afim de melhor compreender o carácter único de cada fenómeno no seu próprio sistema educativo e de encontrar generalizações válidas ou desejáveis; f) com a finalidade de melhorar a educação” (Daele, 1993, 16-17)

[Extraído de FERREIRA, António Gomes Alves, Educação Comparada, FPCE, Coimbra, 1998, pp. 19-23.]

Há mais de duas décadas Epstein ousou considerar que as questões epistemológicas e metodológicas fundamentais no âmbito das Ciências da Educação e da Educação Comparada em particular estão na dependência de factores exógenos não menos decisivos para a disciplina:

“A capacidade de sobrevivência da nossa disciplina tem que ver mais com aspectos pragmáticos (casamentos de conveniência, por assim dizê-lo) numa situação caracterizada pelo pequenos número de investigadores, a escassez de recursos disponíveis para publicações e congressos e um interesse comum pela

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comparação (definida de formas muito diversas) do que com um universo de discurso e um conjunto de pressupostos epistemológicos compartilhados”11.

Passaram já mais de 25 anos sobre este diagnóstico sombrio de Epstein relativamente à nossa Ciência, mas não podemos garantir que ele não continue a fazer tanto sentido agora como em 1983. A pujança da Educação Comparada e a “empregabilidade” (para usar uma noção cara aos nossos dias) dos seus especialistas, designadamente no âmbito das instituições internacionais e transnacionais, continua, em nosso entender, a não ser suficiente para esconder mil fragilidades no domínio epistemológico. Mesmo se não temos nenhuma solução simples para o(s) problemas, nem assim nos escusamos de os tentar enunciar convictos de que iludi-los seria a pior política.

A tónica de Epstein em termos de debilidade epistemológica vai principalmente para o facto de, em seu entender, a Educação Comparada não ter conseguido evoluir como área de conhecimento unitária, mas como um agregado de tendências separadas mesmo se florescentes. Essas correntes - que ele considera serem nas últimas décadas principalmente três (neopositivismo, neomarxismo e neorelativismo) – procedendo de “teorias filosóficas da verdade” incompatíveis e de “ideologias irreconciliáveis”, acabam por produzir cada uma delas um conjunto de conhecimentos que acaba por ser mais o património da corrente do que da Educação Comparada enquanto tal. Os representantes de cada “tradição”, diz Epstein, recusam-se a aceitar a validade dos métodos dos das outras. E o que é pior ainda é que apesar da filiação dos especialistas em tradições incompatíveis, muito poucos de facto se aperceberam das incongruências ideológicas que os separam…

O que preocupava Epstein neste seu famoso texto, era que os sucessos da Educação Comparada não lhe pareciam ter uma base minimamente sólida. E as bases sólidas de uma ciência residem na consistência epistemológica que dá a assunção de uma teoria da verdade genericamente partilhada pelos seus especialistas. Parece que não chegou ainda o dia por que ansiava em que descubramos “um método e uma epistemologia óptimos para todos”12. Resta-nos continuarmos a tarefa que Epstein se/nos distribuiu: aprofundarmos a consciência dos pressupostos epistemológicos nossos e dos outros, para o que pode ser útil também a clarificação das ideologias que lhes estão associadas.

O próprio Epstein fez esse exercício de clarificação:

A) Os defensores do positivismo, aí incluídos os neopositivistas, “crêem na possibilidade de abstrair do tempo e do espaço configurações ordenadas e repetitivas de processos sociais relacionados com a educação e de verificar sistematicamente as suas proposições”13. Naturalmente, procurarão aplicar métodos empíricos sistemáticos às suas observações da educação, naturalmente, privilegiam a identificação de relações causais e em particular a

11 Erwin H. Epstein, “La izquierda y la drecha: la ideologia en la Educacion Comparada”, in ALTBACH, Philip G., e KELLY, Gail P., Nuevos Enfoques en la Educación Comparada, Mondadori, Madrid, 1990, p. 293 (tradução adaptada). Note-se que o texto original é um artigo publicado no volume 27, nº1, da Comparative Education Review, em Fevereiro de 1983.

12 Idem, p. 294.13 Idem, p. 278.

Casimiro Amado, Educação Comparada. Guião para apoio ao estudo, Universidade de Évora, 2010 (documento para uso exclusivo dos alunos da disciplina)

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perspectiva de a educação poder constituir uma variável independente e não apenas uma variável que co-varia com outras variáveis14.

B) Os marxistas

C) Os relativistas e neorelativistas (defensores de uma abordagem “por problemas”), tal como os marxistas, não aceitam o pensamento e o método dos positivistas. Duvidam da possibilidade e da validade de se estabelecerem teorias gerais relativas a vários países, por considerarem que elas se devem limitar a considerar contextos particulares e, tal como os marxistas acabam por concordar na ideia de que a comparação serve mais do que para explicar: serve para melhorar a educação em circunstâncias reais e concretas15.

14 Idem, p. 275.15 Idem, ibidem.

Casimiro Amado, Educação Comparada. Guião para apoio ao estudo, Universidade de Évora, 2010 (documento para uso exclusivo dos alunos da disciplina)

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ACTIVIDADES DE CONTROLE DA APRENDIZAGEM

I. Questionário

1. Comente a designação “Departamento de Pedagogia e Educação”.

2. Um professor /um educador de infância é um pedagogo ?

3. O que é a Pedagogia ? Qual a sua relação com as Ciências da Educação?

4. O que são as Ciências da Educação ? Qual a sua relação com a Pedagogia ?

5. Explique em que circunstâncias surgiram as Ciências da Educação.

6. Distinga “Pedagogia” e “Ciências da Educação”.

7. Em que caso podem as designações Pedagogia e Ciências da Educação ser tomadas como tendo o mesmo significado ?

8. Em que medida faz sentido a polémica “Pedagogia versus Ciências da Educação” ?

9. Explique as razões dos que preferem “Pedagogia” a “Ciências da Educação”. Têm razão?

10. Explique as razões dos que preferem “Ciências da Educação” em vez de “Pedagogia”. Têm razão?

11. Qual a relação entre a Pedagogia e as Ciências da Educação ?

12. Comente: “... as Ciências da Educação (...) devido à diversidade dos seus objectos e à complexidade das técnicas que utilizam, estão ameaçadas de constituir «saberes em mosaico», artificialmente justapostos”.(Paul Juif e Fernand Dovero)

13. Explique em que sentido se afirma que as Ciências da Educação correm o risco de se tornarem “saberes em mosaico”.

14. Diga por que é grande o risco que as Ciências da Educação correm de constituirem “saberes em mosaico” (Juif & Dovero), e explique como se pode combatê-lo.

15. Sendo a educação também uma arte, para que serve a formação pedagógica dos professores ?

16. Aprecie criticamente a pergunta "A Pedagogia é uma ciência ou uma arte".

Casimiro Amado, Educação Comparada. Guião para apoio ao estudo, Universidade de Évora, 2010 (documento para uso exclusivo dos alunos da disciplina)

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17. Qual o lugar da Pedagogia quando a educação for concebida como mera arte ?

18.Qual a melhor definição de Educação Comparada entre as que se transcrevem acima? Justifique.

19. A Educação Comparada tem alguma relação privilegiada com alguma das restantes Ciências da Educação? Se sim, diga qual ou quais e justifique. Se não, explique por quê.

II. Elabore textos articulando os seguintes conceitos e expressões. Intitule-os.

1. "Ciências da Educação", "arte de educar", "formação pedagógica".

2. "Pedagogia", "Ciências da Educação", “«saberes em mosaico»”," interdisciplinaridade", "arte de educar".

3. ”Contributo da Educação Comparada para o saber pedagógico.” - escreva um texto acerca deste tema.

BIBLIOGRAFIA(Leituras complementares/ Actividades de remediação)

CABANAS, José María Quintana, "Pedagogía, Ciencia de la Educación y Ciencias de la Educación", in AAvv, Estudios sobre Epistemología y Pedagogía, Salamanca, Ed. Anaya, 1983, pp. 75-107.CARVALHO, Adalberto Dias de, Epistemologia das Ciências da Educação, Porto, Afrontamento, 1988, pp. 69-97.CARRASCO, Joaquín García, As Ciências da Educação, Pedagogos para quê ?, Porto, Brasília Editora, 1987, pp. 80-98.JUIF, Paul, e DOVERO, Fernand, Guia do estudante das ciências pedagógicas, Lisboa, Estampa Editora, 1974, pp. 11-24.MIALARET, Gaston, As ciências da educação, Lisboa, Moraes Editores, 1976, pp. 7-18; 37-92.PLANCHARD, Émile, Introdução à Pedagogia, Coimbra, Coimbra Editora, 1979, pp. 11-24.

Casimiro Amado, Educação Comparada. Guião para apoio ao estudo, Universidade de Évora, 2010 (documento para uso exclusivo dos alunos da disciplina)