Manifestações patológicas na construção - Casa D'Água · Devido à necessidade constante de...

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IX Congreso Internacional sobre Patología y Recuperación de Estructuras IX International Congress on Pathology and Repair of Structures João PessoaPB (Brasil), 2 a 5 de junho de 2013 Anais do IX Congresso Internacional sobre Patologia e Recuperação de Estruturas CINPAR 2013 Manifestações patológicas na construção Reservatórios em concreto armado: principais manifestações patológicas, diagnóstico e soluções para reabilitação e reforço. Reinforced concrete tanks: main pathological manifestations, diagnosis and solutions for rehabilitation and reinforcement Hênio Fernandes da Fonseca Tinoco (1); Arthur Silva de Morais (2) Engenheiro Civil, M.Sc. UnP – Universidade Potiguar / Caixa Econômica Federal Engenheiro Civil Cyrela Plano & Plano; arthursilva.m@hotmail.com Universidade PotiguarUnP / Departamento de Engenharia Civil Avenida Nascimento de Castro, n. o 1597, DixSeptRosado. CEP:59054180; NatalRN / Brasil. Resumo O objetivo deste trabalho consiste em apresentar os resultados de investigações realizadas em reservatórios de água em Concreto Armado, localizados no estado do Rio Grande do Norte/Brasil, no intuito de possibilitar sua recuperação. Ao longo dos últimos onze anos foram inspecionadas cerca de 50 (cinquenta) estruturas, espalhadas em todo o estado, desde a região litorânea até o agreste e o sertão. A metodologia consistiu, essencialmente, em análises visuais, muito embora, em alguns casos, tenha sido necessária a utilização de equipamentos e ensaios tecnológicos em inspeções mais detalhadas. A grande maioria das estruturas então examinadas já se encontrava em um processo de deterioração avançado, o que motivava a realização de Laudo Técnico por parte da concessionária responsável. As estruturas avaliadas possuem diferentes idades, estão inseridas em ambientes de diferentes classes de agressividade, foram projetadas em épocas distintas e executadas, muitas vezes, através de sistemas construtivos também distintos. Além da identificação da origem dos problemas e de sua extensão, foram fornecidas recomendações das técnicas e materiais, bem como indicados os equipamentos mais adequados para os serviços de recuperação e reforço estrutural. De uma maneira geral, os diagnósticos indicam que as principais manifestações patológicas registradas são a corrosão das armaduras, fissuras e desplacamento de cobrimento do concreto, entre outros. Tais problemas estão quase sempre relacionados às falhas executivas, ao não atendimento aos projetos e, principalmente, à ausência de manutenção periódica. PalavraChave: reservatórios, corrosão de armaduras, reabilitação estrutural Abstract The objective of this work is to present the results of investigations carried out in water tanks in concrete, located in the state of Rio Grande do Norte / Brazil, in order to promote their recovery. Over the last eleven years were inspected approximately fifty (50) structures, scattered throughout the state, from the coastal region to the interior and wilderness. The methodology consisted essentially of visual analysis, although in some cases it has been necessary to use equipment and technological tests on more detailed inspections. The vast majority of structures then examined already in a process of deterioration advanced, what motivated the realization of Technical Report by the concessionaire responsible. The structures have evaluated different ages are located in environments of different classes of aggressiveness, were designed and implemented at different times, often by building systems also distinct. Apart from identifying the source of problems and their extent, were provided recommendations of techniques and materials, as well as indicated the most appropriate equipment for the recovery services and structural reinforcement. Generally, the diagnostics indicate that the key pathological manifestations are recorded reinforcement corrosion, cracking and peeling of the concrete cover thickness, among others. Such problems are almost always related to failures executive, not the service projects and, especially, the lack of periodic maintenance. Keywords: tanks, reinforcement corrosion, structural rehabilitation

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IX Congreso Internacional sobre Patología y Recuperación de EstructurasIX International Congress on Pathology and Repair of Structures

João Pessoa‐PB (Brasil), 2 a 5 de junho de 2013

Anais do IX Congresso Internacional sobre Patologia e Recuperação de Estruturas – CINPAR 2013 

Manifestações patológicas na construção  

Reservatórios em concreto armado: principais manifestações patológicas, diagnóstico e soluções para reabilitação e reforço. 

 

Reinforced concrete tanks: main pathological manifestations, diagnosis and solutions for rehabilitation and reinforcement 

 Hênio Fernandes da Fonseca Tinoco (1); Arthur Silva de Morais (2) 

 Engenheiro Civil, M.Sc. ‐ UnP – Universidade Potiguar / Caixa Econômica Federal 

Engenheiro Civil ‐ Cyrela Plano & Plano; [email protected] Universidade Potiguar‐UnP / Departamento de Engenharia Civil ‐ Avenida Nascimento de Castro, n.o 1597, Dix‐Sept‐ 

Rosado.  CEP:59054‐180; Natal‐RN / Brasil. 

 

Resumo  

O objetivo deste trabalho consiste em apresentar os resultados de  investigações realizadas em reservatórios de água em Concreto Armado, localizados no estado do Rio Grande do Norte/Brasil, no intuito de possibilitar sua recuperação. Ao  longo  dos  últimos  onze  anos  foram  inspecionadas  cerca  de  50  (cinquenta)  estruturas,  espalhadas  em  todo  o estado,  desde  a  região  litorânea  até  o  agreste  e  o  sertão.  A metodologia  consistiu,  essencialmente,  em  análises visuais, muito embora, em alguns  casos,  tenha  sido necessária  a utilização de equipamentos e ensaios  tecnológicos em  inspeções mais detalhadas. A grande maioria das estruturas então examinadas  já se encontrava em um processo de deterioração avançado, o que motivava a realização de Laudo Técnico por parte da concessionária responsável. As estruturas avaliadas possuem diferentes  idades, estão  inseridas em ambientes de diferentes classes de agressividade, foram projetadas em épocas distintas e executadas, muitas vezes, através de sistemas construtivos também distintos. Além da  identificação da origem dos problemas e de  sua extensão,  foram  fornecidas  recomendações das  técnicas e materiais,  bem  como  indicados  os  equipamentos  mais  adequados  para  os  serviços  de  recuperação  e  reforço estrutural. De uma maneira geral, os diagnósticos indicam que as principais manifestações patológicas registradas são a corrosão  das  armaduras,  fissuras  e  desplacamento  de  cobrimento  do  concreto,  entre  outros.  Tais problemas  estão quase  sempre  relacionados  às  falhas executivas, ao não  atendimento  aos projetos e, principalmente,  à  ausência de manutenção periódica. 

 Palavra‐Chave: reservatórios, corrosão de armaduras, reabilitação estrutural

Abstract 

 

The objective of this work  is to present the results of  investigations carried out  in water  tanks  in concrete,  located  in the  state  of  Rio  Grande  do  Norte  /  Brazil,  in  order  to  promote  their  recovery.  Over  the  last  eleven  years  were inspected approximately  fifty  (50)  structures,  scattered  throughout  the  state,  from  the coastal  region  to  the  interior and wilderness. The methodology consisted essentially of visual analysis, although in some cases it has been necessary to use equipment and technological tests on more detailed inspections. The vast majority of structures then examined already  in  a  process  of  deterioration  advanced,  what  motivated  the  realization  of  Technical  Report  by  the concessionaire  responsible.  The  structures  have  evaluated  different  ages  are  located  in  environments  of  different classes of aggressiveness, were designed and  implemented at different times, often by building systems also distinct. Apart  from  identifying  the  source of problems and  their extent, were provided  recommendations of  techniques and materials, as well as indicated the most appropriate equipment for the recovery services and structural reinforcement. Generally,  the  diagnostics  indicate  that  the  key  pathological manifestations  are  recorded  reinforcement  corrosion, cracking  and  peeling  of  the  concrete  cover  thickness,  among  others.  Such  problems  are  almost  always  related  to failures executive, not the service projects and, especially, the lack of periodic maintenance. 

 Keywords: tanks, reinforcement corrosion, structural rehabilitation 

IX Congreso Internacional sobre Patología y Recuperación de EstructurasIX International Congress on Pathology and Repair of Structures

João Pessoa‐PB (Brasil), 2 a 5 de junho de 2013

Anais do IX Congresso Internacional sobre Patologia e Recuperação de Estruturas – CINPAR 2013 

 

 

1   Introdução  

A CAERN ‐ A Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte ‐ incorpora e põe em prática sua missão  de  atender  toda  a  população  do  Rio  Grande  do  Norte  com  água  potável,  produto indispensável à saúde humana, procurando cuidar de sua qualidade com esmero e compromisso, contribuindo, assim, para a melhoria da qualidade de vida dos seus usuários. 

 

Para atender a maior parte da população do estado  (mais de 2 milhões de habitantes com água tratada), a CAERN dispõe de 165 sistemas de abastecimento de água, distribuídos em 152 sedes de municípios e 13 localidades. 

 

Devido  à  necessidade  constante  de  manutenção  dos  sistemas,  a  Companhia  tem  procurado realizar  avaliações  técnicas,  especialmente  nas  estruturas  de  concreto  de  seus  reservatórios, priorizando, na medida do possível, aqueles que representam um maior grau de risco. O programa é supervisionado pela Gerência de Desenvolvimento Operacional e Controle de Perdas de Água da CAERN, a qual responde pelo setor de manutenção de equipamentos, estrutura física e operação dos sistemas. 

 

Atendendo ao plano de manutenção que a companhia procura  implantar, as atividades realizadas pela  empresa  Hormigon  Engenharia  e  Consultoria  LTDA.,  buscam  contemplar  vistorias  técnicas para  identificação  e  registro  dos  problemas  patológicos,  definição  das  causas  dos  problemas (diagnóstico) e  as  ações para  reparo e  recuperação estrutural, além de auxiliar na quantificação dos recursos necessários para realização dos serviços de intervenção. 

 

Dos mais de 300 reservatórios em operação no estado, foram  inspecionados, até o mês de Junho de 2011, 45, ou seja, cerca de 15% do total.  O banco de dados obtido por meio das análises nos relatórios  da  empresa  de  consultoria  trouxe  informações  extremamente  importantes,  as  quais permitiram um melhor entendimento acerca das razões que  levam esse tipo de estrutura a níveis tão avançados de deterioração. 

 

 2  Referencial Teórico 

 

Por causa dos efeitos do ambiente, um elemento de uma construção qualquer sofre, ao  longo do tempo, uma decadência progressiva do seu desempenho, à medida que se alteram os materiais de que é feito. As normas européias de projeto e, mais recentemente, as normas brasileiras, exigem que o projetista  leve em  conta a evolução da deterioração do material ao  longo do  tempo e os seus efeitos no desempenho da estrutura, estabelecendo ou classificando o ambiente com relação a sua agressividade. 

 

BERTOLINI  (2010) define vida útil como o período durante o qual a estrutura é capaz de garantir não  apenas  sua  estabilidade mas  todas  as  funções  para  as  quais  foi  projetada.  O  conceito  de durabilidade é estreitamente associado à definição de vida últil do projeto  (ou expectativa): uma estrutura  só  pode  ser  considerada  durável  se  sua  vida  útil  for  pelo  menos  igual  à  vida  útil requerida na fase do projeto. 

 

Já para CARMONA  (2010)  vida  útil  é  comumente definida  como o período de  tempo no  qual  a estrutura ou componente estrutural pode cumprir sua função  projetada sem custos  importantes de  manutenção,  ou  seja,  deverá  estar  sob  manutenção  preventiva  mas  não  deverá  sofrer manutenção corretiva durante esse período. 

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João Pessoa‐PB (Brasil), 2 a 5 de junho de 2013

Anais do IX Congresso Internacional sobre Patologia e Recuperação de Estruturas – CINPAR 2013 

 Pode‐se  definir  como  manutenção  de  obra,  a  garantia  ou   restabelecimento  das  condições necessárias  para  que  se  desempenhe,  eficazmente,  as  funções  para  as  quais  a  mesma  foi concebida.    Quanto à etapa de  intervenção ou ao grau de conservação, classifica ‐se a  forma de manutenção como preventiva e corretiva. 

 

Com  relação  à manutenção  preventiva, pode‐se  dizer que  a  inspeção periódica  é  um  elemento indispensável na metodologia deste  tipo de manutenção. Quando bem executada, é  instrumento importantíssimo para a garantia da durabilidade da estrutura, tendo como objetivo registrar danos e  anomalias  e  de  avaliar  a  importância  que  os  mesmos  podem  ter  do  ponto  de  vista  do comportamento e da segurança estrutural, devendo ser adequada ao  tipo de estrutura (SOUZA E RIPPER, 1998). 

 

Faz parte da manutenção preventiva de uma edificação, por exemplo, a aplicação de pinturas de proteção,  as  quais  são  utilizadas  para  oferecer  resistência  aos mecanismos  de  degradação mais comuns,  como  carbonatação,  lixiviação,  retração,  fuligem,  fungos,  concentração  salina  e  outros, freqüentemente encontradas em atmosferas  industriais, urbanas e marinhas. Têm como  função a redução de uma eventual queda do nível de segurança estrutural do componente e, muitas vezes, a finalidade de manter o aspecto superficial do concreto, ou seja, a estética da estrutura (HELENE, 1992). 

 

Além  dessas  ações  outras  podem  ser  adotadas,  como  é  o  caso  da  utilização  de  inibidores  de corrosão  superficiais,  os  quais  atuam  sobre  a  superfície  da  armadura  e  dificultam  as  reações anódicas ou catódicas(HELENE, 1986). 

 

A  proteção  catódica  também  pode  ser  utilizada  para  prevenir  a  corrosão  das  armaduras.  De acordo com GENTIL (1996) a armadura de aço tem o papel de um cátodo em um sistema elétrico de corrente contínua, onde também são utilizados ânodos inertes em forma de tela. 

 

A manutenção corretiva corresponde ao  reparo propriamente dito.  A escolha de um método ou sistema específico para uma situação vai depender de uma série de variáveis nas quais  intervêm fatores  tais como a possibilidade de acesso à zona a ser  reparada,  fatores econômicos e aqueles meramente técnicos (ANDRADE, 1992). 

 

É obrigação do especialista, nestes casos, esclarecer para o proprietário ou contratante as diversas hipóteses que possam vir a existir, pois, desta forma, estará o proprietário apto a decidir, sempre aconselhado pelo especialista, pela execução dos  serviços de  recuperação e/ ou  reforço, ou, por outro  lado,  pela  não  intervenção,  ou  ainda  pela  demolição  e  reconstrução,  total  ou  parcial,  da estrutura (SOUZA E RIPPER, 1998). 

 

HERVÉ NETO (2002) discute sobre a nova engenharia do concreto, mostrando preocupação com a durabilidade das estruturas a fim de se obter uma maior redução de custos.  Neto diz ainda que a Europa e a América contabilizaram seus custos de manutenção em estruturas de concreto em um passado  recente e  se  verificou a  importância em  adotar novos procedimentos  tecnológicos  com ênfase em durabilidade. 

 

A possibilidade de redução de custos de manutenção sempre foi uma busca  importante por parte dos  responsáveis  pelas  obras  públicas  ou  particulares.  Independentemente  do  que  é responsabilidade dos usuários, mas principalmente pela responsabilidade que cabe ao construtor, ter  que  voltar  à  obra  já  concluída  para  realizar  manutenção  corretiva  é  sempre  indesejável, demandando trabalho especializado e dispendioso, além dos transtornos aos usuários e desgaste de imagem (HERVÉ NETO, 2002). 

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João Pessoa‐PB (Brasil), 2 a 5 de junho de 2013

Anais do IX Congresso Internacional sobre Patologia e Recuperação de Estruturas – CINPAR 2013 

 3  Metodologia 

 

As  atividades  realizadas  para  confecção  dos  Laudos  contemplaram  a  realização  de  vistorias,  as quais  permitiram  a  identificação  e  o  registro  das  anomalias  por meio  da  observação  dos  seus sintomas. Nessa perspectiva, o estudo  forneceu análises bastante completas, com diagnóstico do quadro  patológico,  e  a  avaliação  da  sua  gravidade  ou  do  seu  grau  de  criticidade,  visando  a segurança  das  estruturas.  O  trabalho  indica,  ainda,  dependendo  do  caso,  a  necessidade  de intervenções que  visam erradicar os  problemas, muitas  vezes por meio de  recomendações para corrigir  danos  superficiais  ou  pequenos  reparos;  também  recomendações  para  devolver  ou restabelecer o desempenho original perdido (recuperação) ou, ainda, a proposição de reforço dos elementos estruturais, no  caso de  risco de  colapso ou até pela  identificação de alguma  falha de projeto ou execução que possa  comprometer a  estabilidade da estrutura dos  reservatórios.    Em casos extremos, até a demolição parcial ou total pode vir a ser sugerida.  A tabela 1 indica os tipos de reservatórios analisados, totalizando 45 estruturas de concreto armado. 

 

  

Tabela 1 – Classificação dos reservatórios analisados por tipo de estruturas  

Tipo de reservatório Quantidade

Reservatório Apoiado 5

Reservatório Elevado 39

Reservatório Semi‐Enterrado 1

Total de estruturas analisadas 45

A  investigação  consistia  primeiramente  numa  análise  do  histórico  das  estruturas,  ou  seja,  uma anamnese,  a  qual  é  imprescindível  para  o  conhecimento macro  e  aprofundado  dos  problemas. Nesta etapa se verificava, por exemplo, a  idade da estrutura, o histórico de manutenções/reparos realizados, os materiais e técnicas empregados durante a obra, o tipo e os produtos utilizados no tratamento  da  água,  eventos  que  podem  interferir  na  estrutura,  ocorrência  e  localização  de vazamentos, operações diárias, etc. Em seguida, é realizada uma inspeção preliminar que consiste em  exame  visual  para  caracterizar  todos  os  sintomas.  Em  alguns  casos  são  necessários  alguns ensaios  tecnológicos  complementares,  os  quais  permitem  auxiliar  na  avaliação  dos  problemas. Alguns desses ensaios podem ser citados: 

 

a) Profundidade de carbonatação: realizado de acordo com as recomendações da RILEM (Reunion Internationale  de  Laboratoires  D'essais  et  Materiaux):  “Measurement  of  Hardened  Concrete Carbonation Depth”,  recommendation CPC‐18.     Neste método, a profundidade de  carbonatação foi determinada através da aspersão de  indicadores apropriados de pH  sobre o  concreto  recém quebrado.  O indicador utilizado neste caso foi a fenolftaleína diluída em álcool (1%) . 

 

b) Atividade e abertura de fissuras: Através da aplicação de selos de gesso transversais às fissuras. Ocorrendo movimentação da  fissura, a  tendência é o da  fissuração do  selo de gesso por ser um material frágil. Para determinação da abertura da fissura utiliza‐se fissurômetros ou paquímetros. 

 

c) Perda de seção da armadura: Com a utilização do paquímetro e conhecendo o projeto estrutural original do reservatório, determina‐se a perda de seção causada pela corrosão. 

 

d) Testes de percussão: Com a utilização de um martelo de borracha,  são  realizadas batidas na estrutura, com a finalidade de auscultar e definir se o concreto apresenta boas condições. 

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 e)  Espessura  de  cobrimento  do  concreto:  Com  a  utilização  de  uma  régua  ou  até mesmo  um paquímetro, é possível verificar se o cobrimento está executado de acordo com o que consta no projeto original. 

 

Inspeções mais detalhadas, na maioria dos  casos, não  são necessárias, uma  vez que  as  vistorias são solicitadas quase sempre em situações limites. 

 

Os reservatórios também são classificados com relação à classe de agressividade do ambiente, de acordo  com  a  NBR  6118/2007,  com  o  objetivo  de  auxiliar  na  determinação  das  causas  dos problemas identificados. Sabendo que o RN possui uma vasta área litorânea e que se encontra em uma  região  predominantemente  semi‐árida,  o  trabalho  também  tem  como  objetivo  justificar  o fator temperatura e concentração de cloretos no ambiente como fatores importantes no processo de deterioração do concreto e despassivação da armadura. 

 

O trabalho mostra, portanto, as principais manifestações patológicas em reservatórios de água no estado do Rio Grande do Norte, além de mostrar os principais caminhos para sua recuperação. O estudo  teve  início  no  ano  de  2001,  através  de  consultorias  realizadas  pela  empresa  Hormigon Engenharia e Consultoria LTDA, tendo continuidade até o ano de 2011. 

 

   

3  Apresentação e análise dos resultados   

O critério adotado para avaliação técnica das estruturas  foi escolhido em  função da vida útil, das condições  de  risco  e  grau  de  urgência  para  intervenção,  no  que  se  refere  aos  fatores  de conservação,  depreciação,  saúde,  segurança  e  funcionalidade  dos  elementos  e  sistemas  da edificação. A  tabela 2 mostra a classificação das estruturas de acordo com a  situação em que se encontram. 

  Tabela 2 – Classificação das estruturas analisadas por grau de risco, seguindo recomendações da Norma do 

IBAPE/SP (com adaptações). 

Classificação da estrutura (Grau de Risco)

Critério adotado

Mínimo Impacto recuperável, sem probabilidade de riscos, intervenção a médio prazo.

Regular Impacto parcialmente recuperável, relativo a probabilidade de riscos, intervenção a curto prazo.

Regular a crítico Impacto parcialmente recuperável, relativo a probabilidade de riscos, intervenção imediata.

Crítico Impacto irrecuperável, relativo a probabilidade de riscos, intervenção imediata.

Muito crítico Impacto irrecuperável, com probabilidade de riscos, intervenção imediata.

Durante as avaliações de classificação da estrutura é necessário definir o impacto que se encontra a estrutura, que pode ser: recuperável, quando causa pequenos prejuízos à estética ou atividade programável  e  planejada  do  sistema;  parcialmente  recuperável,  quando  provoca  a  perda  de funcionalidade ou perda pontual de desempenho e deterioração precoce;  irrecuperável, quando provoca perda excessiva do desempenho, causando paralisações, além de um comprometimento da vida útil da estrutura. A partir daí é que se determinam as probabilidades de riscos à saúde e 

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João Pessoa‐PB (Brasil), 2 a 5 de junho de 2013

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segurança dos usuários e do meio ambiente. Por conseguinte, é definido se a estrutura necessita de uma intervenção imediata, ou a médio ou curto prazo. 

 

A  figura  1 mostra  relação  percentual  de  acordo  com  a  classificação  das  estruturas  por  grau  de risco, de todos os reservatórios analisados. 

  

Figura 1 – Classificação das estruturas por grau de risco 

 Analisando o  gráfico,  constatou‐se que  44% das  estruturas  analisadas  apresentam grau  de  risco crítico,  ou  seja,  estes  reservatórios  necessitariam de  um  uma  intervenção  imediata,  para  que  o sistema  continue  trabalhando  normalmente  e  com  segurança. Observa‐se,  ainda,  que  7%  delas precisam ser urgentemente recuperadas e  imediatamente  interditadas.   Em ambos os casos uma medida prudente é o esvaziamento ou redução da capacidade do reservatório. 

 

Os dados obtidos na anamnese abrangem desde o  início da obra até as condições atuais, porém, devido à dificuldade de informações sobre essas obras, o estudo teve como base três informações essenciais em função da  idade: se a estrutura já passou por alguma  intervenção estrutural, pois a partir  desta  informação  pode‐se  analisar  se  tais  intervenções  foram  adequadas  e  se  foram realizadas de  acordo  com  as  normas  técnicas  vigentes e  com  as boas práticas da  engenharia; A figura 2 mostra as análises de estudo da anamnese nos reservatórios inspecionados. 

 

  

Figura 2 – Gráfico mostrando informações colhidas na anamnese das estruturas analisadas. 

 Constatou‐se  que  60%  das  estruturas  analisadas  nunca  passaram  por  nenhum  tipo  de reparo/recuperação estrutural. 

 

Diante dos dados obtidos na anamnese, o gráfico da figura 3 apresenta a idade das estruturas em relação a data da vistoria, auxiliando na determinação das causa e da vida útil da estrutura, já que as mesmas foram analisadas tendo em vista uma possível intervenção. 

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Figura 3 – Gráfico com a idade dos reservatórios em relação à data da vistoria. 

 

  

De acordo com o gráfico (figura 3), 53% das estruturas apresentaram idade entre 21 e 30 anos e 79% destas estruturas necessitaram de uma intervenção imediata. 

 

Sabendo  que  o  clima  interfere  nas  ocorrências  patológicas  em  estruturas  de  concreto,  os reservatórios  inspecionados  foram  classificados  com  relação  à  sua  classe  de  agressividade.  O estado do Rio Grande do Norte é dividido em 5 tipos de clima, quais sejam: úmido, sub úmido, sub úmido seco, semi árido e semi árido rigoroso. O clima determina a temperatura e umidade relativa do  ar  (UR),  fatores  que  influenciam  na  classificação  do  macroclima,  a  partir  daí  calcula‐se  a concentração  de  CO2  (gás  carbônico)  no  ar,  por  exemplo.  Para  finalizar,  determina‐se  se  a estrutura  encontra‐se  próxima  ao  mar  ou  em  outros  ambientes  potencialmente  agressivos.  A tabela 3 apresenta a classificação do ambiente com relação à sua agressividade. 

  

Tabela 3 – Classificação por agressividade ambiental – NBR 6118/2007  

Classe de 

Agressividade Ambiental

Agressivid 

ade

Macroclima

Clima Microclima

Gás carbônico, CO2, no 

ambiente(%)

Proximidade do mar (km)

Risco de 

deterioração da estrutura

I

Fraca

rural

Sub úmido; Sub úmido seco; 

Semi árido; Semi árido rigoroso

UR(*) ≤ 60 % ‐ regiões 

secas

≤ 0,3

> 10

Insignificante

II

Moderada

urbano

Úmido; Sub úmido; Sub úmido seco; 

Semi árido; Semi árido rigoroso

60 % ≤ UR.≤95 %  ‐ U.R.= 100 %

≤ 0,3

Pequeno

III

Forte

marinho

Úmido; Sub úmido; Sub úmido seco; Semi árido

65 % ≤ UR≤100 % 

(variável)

≥ 0,3

< 10

Grande

IV

Muito Forte

industrial

Úmido; Sub úmido; Sub úmido seco; 

Semi árido; Semi árido rigoroso

próximo deindústria com 

agentes agressivos

≥ 0,3

Elevado

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A tabela 4 determina como as estruturas dos reservatórios são classificadas, de acordo com a NBR 6118/2007. 

 

Figura 4 – Classificação das estruturas por classe de agressividade ambiental 

 Apesar de 71% das estruturas analisadas estarem  inseridas em ambientes  tipicamente  rurais, ou seja,  com  risco  insignificante  de  sua  deterioração,  boa  parte  delas  apresentaram  deterioração avançada. A seguir são apresentadas as causas que levaram a este resultado. 

    

3.1      Análise das manifestações patológicas   

A partir do estudo realizado, pode‐se determinar a ocorrência simultânea de dois ou mais tipos de manifestações patológicas do concreto em uma mesma estrutura. Essa analogia pode indicar uma forte  tendência  de  interdependência  entre  elas,  estando  uma  falha  diretamente  ligada  ao surgimento de outra. A figura 05 mostra o gráfico do quadro patológico instalado nas estruturas. 

 

Figura 5 – Principais manifestações patológicas evidenciadas nas estruturas analisadas. 

 Verifica‐se que 98% das estruturas analisadas apresentaram fissuras. 

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BERTOLINI (2010) diz que o concreto pode fissurar‐se já nas primeiras horas ou nos primeiros dias depois  de  seu  lançamento.  Como  o  Rio Grande  do Norte  apresenta  fortes  incidências  de  raios solares em todo o seu território, atingindo temperaturas médias superiores a 30 graus, este fator favorece  o  surgimento  da  retração  plástica  (primeiras  horas  depois  do  lançamento)  e  retração higrométrica  (final da cura) no concreto, apresentando o surgimento de  fissuras. A mão de obra pouco  qualificada  e  o  aumento  da  relação  água/cimento,  resultando  em uma  cura  inadequada, beneficia estes processos. 

 

Ainda segundo BERTOLINI (2010) estas fissuras, mesmo quando não produzem danos relevantes à estrutura, favorecem a penetração dos agentes agressivos e tornam a estrutura mais vulnerável à subsequente ação do ambiente. 

 

CÃNOVAS  (1988) relata que nas  regiões em que o concreto não é adequado, ou não recobre, ou recobre  deficientemente  a  armadura,  a   corrosão   torna‐se  progressiva  com  a   consequente formação de óxido‐hidróxido de ferro, que passam a ocupar volumes de 3 a 10 vezes superiores ao volume de aço da armadura, podendo causar pressões de expansão superiores a 15 MPA. Essas tensões provocam  fissuras no  concreto.  Isso explica  a  grande  incidência de  fissuras  encontradas nos reservatórios. 

 

Outra  manifestação  patológica   incidente   foi  a   corrosão  nas  armaduras.  Cerca  de  93%  das estruturas analisadas apresentaram este tipo de problema. Os reservatórios que  fizeram parte do universo  deste  trabalho  foram  concebidos  conforme  as  normas  anteriores  à  NBR  6118/2007. Nesta nova norma, por exemplo, o cobrimento para a face inferior das lajes e vigas de tampa para reservatórios  d’água  não  deve  ser menor  que  4,5  cm.  As  baixas  espessuras  de  cobrimento  e  a elevada  porosidade  do  concreto  (características  do  material  utilizado  na  época)  interferem negativamente sobre a vida útil da estrutura, uma vez que a barreira física proporcionada por este cobrimento  é  menor  e  mais  fraca.  As  fotografias  1  e  2  mostram  pilares  de  reservatórios apresentando corrosão nas armaduras em estágios bastante avançados. 

  

Fotografia  1  –  Pilar  de  reservatório  elevado  do Município    de    Jardim    de    Angicos    apresentando corrosão  intensa  nas  armaduras,  seccionamento  dos estribos  e  início  de  deformação  das  armaduras longitudinais, além de desplacamento de concreto, 

Fotografia   2  –  Pilar  de  reservatório  do município  de São  Tomé,  também  apresentando  corrosão  nas armaduras,  perda  de  seção  e  intenso  desplacamento de concreto. 

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A  carbonatação  ocorre  pela  redução  da  alcalinidade  do  concreto,  provocada  pela  reação  dos componentes ácidos da  atmosfera, principalmente o dióxido de  carbono  (CO2),  com o Ca(OH)2, resultando na  formação de  carbonatos e água. Pelo  fato do concreto  ser um material poroso, o CO2  presente  no  ar  penetra,  com  certa  facilidade,  através  dos  poros  e  de  fissuras  até  o  seu interior.  Quando  a  frente  de  carbonatação  atinge  a  armadura,  o  processo  de  corrosão  é desencadeado. As  consequências  da  carbonatação  são  a  diminuição  da  estabilidade  química  da capa  protetora  ou  película  passivadora  do  aço,  provocando  ou  propiciando  condições  para  a corrosão do aço, e a retração por carbonatação, a qual conduz a tensões de tração adicionais, na camada  de  superfície,  aumentando  sua  tendência  a  fissurar.  A  carbonatação  gera  alteração  na estrutura da pasta de cimento, facilitando assim o desplacamento do concreto, que foi constatado em 91% das estruturas analisadas. 

 

A água que chega em 40% dos reservatórios é captada através de poços locais, e vem tratada com a presença de cloretos (hipoclorito de cálcio), isso também explica a forma com qual a corrosão se manifestou.  A  água  clorada,  dentro  do  reservatório,  faz  com  que  os  cloretos  combinem  com alguns produtos de hidratação do cimento, e também se fixem nas paredes dos poros capilares.  O restante  ficará  livre  na  solução  aquosa  dos  poros.  Estes  aumentam  a  condutividade  elétrica  da água dos poros, aumentando a taxa de dissolução do aço, formando, assim, produtos de corrosão. Os  íons mais  agressivos  serão aqueles que penetrarem do meio externo,  como nestes  casos. Os cloretos  têm  a  propriedade  de  destruir  de  forma  pontual  a  capa  passivante,  provocando  uma corrosão  localizada conhecida por pite. Os pites são crateras que constituem o ânodo da pilha de corrosão,  que  progridem  em  profundidade,  podendo  chegar  a  produzir  a  ruptura  pontual  das barras. As fotografias 3 e 4 mostram este tipo de situação. 

 

                      Fotografia  3  –  Viga  do  reservatório  apoiado  do município  de João  Câmara  apresentando  corrosão  da  armadura  e desplacamento  de  concreto  no  ponto  de  chegada  da  água tratada. 

Fotografia  4  –  Laje  de  tampa  do  reservatório  do  bairro  cidade satélite  em  Natal,  apresentando  armaduras  expostas  e seccionadas devido à corrosão. 

  

Convém observar, ainda, que 13% dos reservatórios estão situados em ambientes marinhos. Neste tipo de situação, segundo CÁNOVAS (1988) ‐ quando a estrutura encontra‐se nas proximidades do mar ‐ o ar, por possuir uma grande concentração de sais e uma umidade relativa, que geralmente 

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é elevada, penetra pelos poros do concreto, favorecendo, assim, o processo de deterioração da estrutura. 

 

Foram observados  vazamentos  em  64% dos  reservatórios,  localizados,  geralmente, nas  posições da  junta de  concretagem.    A pressão hidrostática exercida  sobre  a parede do  reservatório pode provocar o carreamento de  sais e hidróxidos através da  trinca.   Os hidróxidos  lixiviados, como o Ca(OH)2, são  levados até o exterior da  laje e, em contato com a atmosfera, reagem com o CO2, formando  CaCO3  (carbonato  de  cálcio),  de  coloração  branca/amarelada.      Cerca  de  30%  dos reservatórios apresentaram este  tipo de problema.  Em princípio, além de  fatores estéticos, este fenômeno parece não  representar risco à estrutura, porém provoca a diminuição da alcalinidade do   concreto,   deixando   as   armaduras   desprotegidas,   favorecendo,   assim,   a   iniciação   e   a propagação do processo de corrosão das armaduras. 

 

Diante    das    manifestações    patológicas    encontradas,    foi    possível    analisar    visualmente (levantamento  expedito)  o  nível  de  comprometimento  em  função  da  área  (superfície)  dos elementos estruturais. 

  

Figura 6 – Gráfico apresentando nível de comprometimento em função da área superficial. 

 Diante das estruturas analisadas, 47% das áreas de  todos os pilares apresentaram algum  tipo de manifestação patológica. 

 

    

4.3      Análise das soluções adotadas   

Para  resolver  os  problemas  evidenciados,  a  figura  7 mostra  os  tipos  de  soluções  adotadas  nos sistemas estruturais analisados. 

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Figura 7 – Gráfico de soluções adotadas para resolução das manifestações patológicas. 

 O  tipo  de  solução  adotada  para  a  recuperação  das  estruturas  levou  em  consideração  as  suas características e  o  estágio da  deterioração. De  acordo  com  o  gráfico  da  figura  7,  para  64%  das estruturas analisadas foi recomendada a recuperação, tratando e repondo as seções deterioradas, através de um reparo localizado com a utilização de graute ou argamassa polimérica tixotrópica. O graute,  por  ter  alta  fluidez,  composto  por  aditivos  que  controlam  a  retração,  a  pega  e  a consistência,  foi o material mais  indicado.  Já a argamassa polimérica  tixotrópica, é  indicada para fundo  de  vigas  e  lajes  e  locais  onde  não  é  possível  a  aplicação  do  graute.  A  utilização  destes materiais otimizaram o resultado esperado. 

 

Quanto  às  fissuras  e  infiltrações  existentes  na  câmara  de  água,  em  53%  das  estruturas,  foi recomendada a injeção em fissuras através da aplicação de gel de poliuretano bi componente para injeção. Sendo este sistema  indicado para trincas e fissuras com movimentação ou não e com ou sem a presença de água. 

 

   

5 Considerações finais   

Conforme demonstrado no presente  trabalho, o processo construtivo  realizado de uma maneira adequada é essencial para  a obtenção da  vida útil prolongada das mais diversas estruturas. Em contrapartida,  de  acordo  com  os  resultados  obtidos,  as manifestações  patológicas  encontradas são  resultados de execução com baixa qualidade. Diante desta  situação, os principais problemas apresentados foram as fissuras e as corrosões das armaduras, as quais, aliadas a fatores externos –  como  umidade   relativa  alta,  temperaturas  favoráveis  e  presença  de  cloretos  na  água   ‐, aumentam a velocidade de deterioração nos sistemas estruturais. 

 

  

Contribuindo negativamente para  todo  este quadro,  a  realidade  evidencia  que  para  a  execução dos  reservatórios de mesma capacidade  foram  utilizados projetos estruturais  idênticos, mesmo 

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quando   aqueles   estavam    localizados   em  regiões   distintas.  Esse fator    influencia   de   maneira negativa na  durabilidade  da  estruturas, principalmente quando  se  tem  em  vista  que  regiões de diferentes características climáticas apresentam classes de agressividade também distintas. 

 

Desse  modo,  pode‐se  perceber  que  a  especificação  correta  do  cobrimento  da  armadura,  a utilização  de  materiais  de  boa  qualidade,  a  cura  realizada  de  acordo  com  as  recomendações técnicas  e  a  utilização  de  relação  água/cimento  baixa,  são  condições  imprescindíveis  para  uma estrutura  atingir  a  durabilidade  desejada.  Além  disso,  a  utilização  de medidas  preventivas  para minimizar as manifestações patológicas é, inquestionavelmente, prática que deve ser estimulada. 

 

 6 Referências 

 

[1] Bertolini, L.  Materiais de construção.  São Paulo, Oficina de Textos, 2010..  

[2] Carmona, A.   Diagnóstico – Reparos – Reforços e Proteção de estruturas de  concreto. Santa Catarina, 2000, 102p. AREA – Associação Regional de Engenheiros e Arquitetos.  

[3] Souza,V.C.M.; Ripper, T. Patologia, recuperação e reforço de estruturas de concreto. São Paulo, PINI, 1998.  255p. 

 

[4] Helene, P. R. L.  Manual prático para  reparo e reforço de estruturas de concreto.   2.ed.   São Paulo, PINI, 1992.  213p.  

[5] Helene, P.R.L.  Corrosão em armaduras para concreto armado.  São Paulo, PINI, 1986.  47p. 

[6] Gentil, V.  Corrosão.  3.ed.  Rio de Janeiro, LTC editora, 1996.  345p. 

[7] Andrade, C.  Manual para diagnóstico de obras deterioradas por corrosão de armaduras. Trad. e adaptação de Antonio Carmona e Paulo Helene. São Paulo, PINI, 1992a.  104p. 

 

[8]  REUNION  INTERNATIONALE  de  LABORATOIRES  D’ESSAIS  et  MATERIAUX.      Measurement  of hardened  concrete  carbonation  depth:  recommendation  CPC‐18.    Materials  and  Structures, v.21, n.126, p.453‐55, Nov.  1988. 

 

[9] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS  TÉCNICAS.    NBR  6118/2003.     Projeto de  estruturas de concreto.  Procedimento.  Rio de Janeiro, 2003. 

 

[10] IBAPE‐SP.  Inspeção  Predial.  São Paulo, IBAPE, 2009.  

[11] CÁNOVAS, M. F.  Patologia e Terapia do Concreto Armado.  São Paulo, PINI, 1988.