Manejo da Caatinga, a experiência do Assentamento Nova Canadá

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MANEJO DA CAATINGA: a Experiência do Assentamento Nova Canadá Canindé de São Francisco fica no alto sertão sergipano, tem uma beleza natural de dar inveja provocada pelo nosso lindo Rio São Francisco e é lá em meio a esse deslumbrante cenário que está localizado o Assentamento Nova Canadá com uma experiência de resistência e esperança: O Manejo da Caatinga. O processo de Manejo da Caatinga realizado no Assentamento teve início em 2009 e tinha como proposta a Experimentação pela Prática. Uma atividade formativa proposta pelo Projeto Dom Helder Câmara/MDA. O trabalho teve como meta inicial implantar 01 campo de aprendizagem com esses agricultores/as, técnicos e mobilizadores sociais experimentadores e realizar um processo de formação continuada em manejo da caatinga, com fins: pastoris bovinos (formação de bancos de proteínas e áreas para pastejo), apícolas e sistemas agroflorestais. Durante os dois primeiros anos a experiência se dava através da experimentação de práticas de manejo da caatinga e recuperação de áreas degradadas. Foram realizadas experimentações de manejo do solo com práticas destinadas a aumento da fertilidade, contenção e acumulação de água (cobertura vegetal, adubação verde, curva de nível, enleiramento de matéria orgânica para decomposição no solo, monitoramento e contenção de erosão laminar e voçorocas). Plantação de palmas. Assessoria Técnica- SASAC Boletim de Experiência Ano 7 . nº1336 Outubro/ 2013 Canindé de São Francisco- Sergipe

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MANEJO DA CAATINGA: a Experiência do Assentamento Nova Canadá

Canindé de São Francisco fica no alto sertão sergipano, tem uma beleza natural de dar inveja provocada pelo nosso lindo Rio São Francisco e é lá em meio a esse deslumbrante cenário que está localizado o Assentamento Nova Canadá com uma experiência de resistência e esperança: O Manejo da Caatinga. O processo de Manejo da Caatinga realizado no Assentamento teve início em 2009 e tinha como proposta a Experimentação pela Prática. Uma atividade formativa proposta pelo Projeto Dom Helder Câmara/MDA. O trabalho teve como meta inicial implantar 01 campo de aprendizagem com esses agricultores/as, técnicos e mobilizadores sociais experimentadores e realizar um processo de formação continuada em manejo da caatinga, com fins: pastoris bovinos (formação de bancos de proteínas e áreas para pastejo), apícolas e sistemas agroflorestais.

Durante os dois primeiros anos a experiência se dava através da experimentação de práticas de manejo da caatinga e recuperação de áreas degradadas.

Foram realizadas experimentações de manejo do solo com práticas destinadas a aumento da fertilidade, contenção e acumulação de água (cobertura vegetal, adubação verde, curva de nível, enleiramento de matéria orgânica para decomposição no solo, monitoramento e contenção de erosão laminar e voçorocas).

Plantação de palmas.

Assessoria Técnica- SASAC

Boletim de Experiência Ano 7 . nº1336Outubro/ 2013Canindé de São Francisco- Sergipe

Do processo, além do Campo Experimental de manejo de Caatinga medindo 1,2 hectare, com finalidade apícola, foi elaborado e implantado pe la SASAC- Soc iedade de Apoio Socioambientalista e Cultural, juntamente com 13 agricultores, um novo campo de caatinga com fins produtivos forrageiro (Palma) medindo 7 hectares.

A área é coletiva, e pertence à Associação Comunitária. Esta se encontrava totalmente degradada, e com a vegetação nativa em estágio de capoeira fina, com predominância apenas da catingueira, jurema e velame. No intuito de melhor executar o projeto a área foi ,dividida em faixas de 1 tarefa onde cada um se responsabiliza pelo o seu manejo. Mesmo considerando o terceiro ano de estiagem consecutivo, onde boa parte das mudas nativas introduzidas não resistiram, foi possível obter resultados como a ampliação das espécies de nativas arbóreas, (aroeira, caibreira, mororó, angico de caroço, angico manjôlo, ipê, umbu, sabiá, tamboril, mulungu, pau ferro, pereiro e juazeiro).

Contudo o maior ganho é o acúmulo de conhecimento absorvido pelos envolvidos na proposta, e sua multiplicação em áreas individuais.

Para o Sr. José Nunes, 39 anos, também conhecido como Calango, os maiores aprendizados trazidos pelo Manejo foram as técnicas de raleamento e poda de condução. Segundo ele, antes do processo tinha o hábito de tombar a terra limpando tudo, cortando, arrancando as árvores todas. Com o processo, ele aprendeu que se pode produzir e manter as árvores. Hoje ele possui 1 ha de caatinga manejada com palma, e as árvores podadas já lhe renderiam hoje aproximadamente 200 estacas, além de ter sido introduzido na mesma área aproximadamente 50 pés de umbu.

Já para o Sr. Claudimiro Lucena de Goes, 51 anos, também conhecido como Miro do Canadá, o maior ensinamento é a técnica de enriquecimento da caatinga, que vem propiciando a recuperação de espécies nativas extintas do Assentamento. Hoje ele possui 4 tarefas de Caatinga manejada (palma e Capim), além da introdução de gliricídia, ele vem enriquecendo a área com aroeira e sabiá.

Ele ainda nos relata que em sua área possui um córrego que antes se encontrava com as margens salinizadas e após ele realizar práticas de preservação do entorno a área encontra-se basicamente dessalinizada.

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Seu Miro sempre diz: “Eu estou ganhando e a natureza também, quem não acredita que venha ver de perto”.

O trabalho para alcançar resultados, precisa acontecer diariamente