MALU FONTES - Metro 1

12

Transcript of MALU FONTES - Metro 1

Jornal da Metrópole, Salvador, 07 de janeiro de 20212

Publisher Editora KSZDiretor Executivo Chico KertészEditor Matheus SimoniProjeto Gráfico Marcelo Kertész

Grupo Metrópole Rua Conde Pereira Carneiro, 226 Pernambués CEP 41100-010 Salvador, BA tel.: (71) 3505-5000

Editor de Arte Paulo BragaDiagramação Dimitri Argolo CerqueiraRedação James Martins, Juliana Rodrigues e Matheus SimoniRevisão Matheus Simoni

Comercial (71) 3505-5022 [email protected]

Jornal da

IURI SHEIK

ESTACIONAMENTOS FERRY-BOATCASO CARREFOUR

Aguardando ser julgado pela morte do empresário William Oliveira em 2019, o digital influencer Iuri Santos Abrão, conhecido como Iuri Sheik, continua aproveitando a liberdade e publi-cando nas redes sociais momentos de luxo e ostentação. Após passar o réveillon no Rio de Janeiro, ele divulgou também imagens em São Paulo comprando mercadorias. Agora ele utiliza o nome de Iuri Abrão, parecendo se despedir do apelido que antes o tornou famoso.

A liminar eterna sobre o preço cobrado nos estaciona-mentos da cidade ganhou mais um ano atormentando o soteropolitano. Enquanto a justiça se recusa a julgar, a cobrança fracionada segue como uma lenda em Salvador

Denunciados à Justiça, os seis suspeitos de participação no assassinato de João Alberto Silveira Freitas, morto na véspera do dia da Consciência Negra, ainda não foram julgados. Carrefour segue lavando as mãos.

As imagens que circulam nas redes sociais mostram o desrespeito das medidas de distanciamento social contra a pandemia. Enquanto isso, a Internacional Travessias faz de conta que fiscaliza o Ferry-Boat.

QUEREMOS RESPOSTASreproducao/instagram

tacio moreira/metropress reproducao/youtube foto do leitor/divulgacao

Jornal da Metrópole, Salvador, 07 de janeiro de 2021 3

MALU FONTES

OS COMUNISTAS CHEGARAM E O BRASIL QUEBROU

Jornalista, doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas, professora da Facom/UFBA e colaboradora da Rádio Metrópole

COLUNA

Nos primeiros dias úteis de 2021, os brasileiros receberam duas informações pesadas: o presidente da República, Jair Bolsonaro, jogou a toalha, lavou as mãos e anunciou que o Brasil está quebrado e que ele não pode fazer nada. A cantora Elba Ra-malho, após terminar a faxina de sua man-são em Trancoso, no sul da Bahia, contou ao mundo o que muita gente desconfiava, mas não tinha certeza: a pandemia é fichi-nha perto do que ninguém quer ver. Os co-munistas chegaram para matar os cristãos. 

Mas, numa coisa, Elba foi, diga-se, mais proativa que Bolsonaro. Diferentemente do presidente, que já fechou questão di-zendo que nada pode fazer diante do país quebrado, Elba agarrou um cordão de con-tas, algo que parece ser um jamapala, e ga-rantiu que vai rezar para resistir e impedir a destruição comunista. Para mostrar que não anda só, dividiu a tela do anúncio com o padre Marcos Belizario, da Paróquia de São Conrado, bairro da Zona Sul do Rio de Janeiro. Moradora do Joá, Elba frequenta as missas do padre Marcos, que acabou de se recuperar da Covid-19. No anúncio, o padre não se manifestou sobre a chegada dos comunistas. Só levantou um terço para dizer que também estava rezando pela re-sistência. Se o inimigo era o vírus ou o co-

munista, não disse.Já Bolsonaro foi, no mínimo, desele-

gante com Paulo Guedes, que, no final do ano, saiu fazendo um périplo por todas as plataformas midiáticas e noticiosas anun-ciando o quanto o Brasil havia avançado na economia e nas reformas do sepultado 2020. Escolheu a revista Veja para con-tar que nenhum país do mundo teria, em 2021, um crescimento tão grande como o Brasil. Segundo Guedes, seremos uma espécie de eldorado econômico global, “a maior fronteira de investimentos do mun-do”. Aí, menos de um mês depois, o presi-dente diz que o país está quebrado. E daí? Nada pode ser feito.

Diante do diagnóstico do Brasil quebra-do, os ‘Faria Limers’, a casta do mercado econômico que trabalha na Avenida Faria Lima, em São Paulo, e que virou meme no ano passado por viver numa cultura pró-pria, ficaram horrorizados. Como assim, o que o capital internacional vai pensar? Quebrado, em qualquer língua ou tradução, significa um país incapaz de honrar seus compromissos, o que, segundo a voz do mercado, não é verdade.PEIXINHOS - Enquanto os cientistas do mundo usam todo o conhecimento acu-mulado para descobrir como o vírus se

comporta, como se dão as mutações e como desenvolver antígenos, no Brasil, quem ou qual é o agente que potencializa a ação da Covid? “Essa mídia que nós temos. Essa mídia sem caráter”. Depois de nadar no raso e fazer ironia com o vírus, dizen-do a apoiadores que mergulhara de más-cara para não pegar Covid nos peixinhos, o presidente continua inspiradíssimo e sendo personagem de 10 entre cada 10 memes que mereciam ser roteirizados. No contexto do país quebrado e do desempre-go, simplificou: “O Brasil é um país difícil de trabalhar. Quando fala em desemprego, né, são vários motivos. Um é a formação do brasileiro. Uma parte considerável não está preparada para fazer nada”.

Na manhã seguinte, uma feira de em-pregos no Rio de Janeiro traduzia a quali-ficação do brasileiro que procura emprego e não encontra. Para 30 vagas de agente de limpeza, inscreveram-se 6 mil pessoas. A exigência era ter Ensino Médio. Muitos dos inscritos tinham nível superior. E mais um ps. do PR: menos de 24 horas após dizer que o país estava quebrado, Bolsonaro deu mais um dos seus giros de 180 graus, desdi-zendo-se. O Brasil, quebrado? Quem disse? “O Brasil está uma maravilha”. Quem disse o oposto? “Essa imprensa sem vergonha”.

Jornal da Metrópole, Salvador, 07 de janeiro de 20214

BAHIA

Educação

O mês de março de 2020 marcou a sus-pensão das aulas em toda a Bahia por con-ta da pandemia de coronavírus. Desde en-tão, reuniões e discussões entre membros do poder público, autoridades sanitárias e entidades educacionais tentam decidir sobre qual a melhor hora do retorno dos estudantes à sala de aula. Com os números da pandemia em queda no início do último trimestre do ano passado, a possibilidade de uma volta ainda em 2020 chegou a ser especulada. A realidade logo bateu na por-ta: a segunda onda da Covid-19 atingiu em cheio o estado, que registrou alta de casos e leitos cada vez mais escassos. Agora, o município trabalha com a hipótese de re-tornar com as aulas no dia 8 de fevereiro. “Tudo isso vai depender de como esteja o estágio da pandemia a partir de 20 de ja-neiro. Mantido os números da pandemia, manter a média de, no máximo, 70% na ocupação da UTI, a nossa ideia é retomar em fevereiro”, afirma o prefeito Bruno Reis. A prefeitura até aguardou que o go-verno federal elaborasse uma diretriz de retomada das aulas. No entanto, diante da inércia da gestão Bolsonaro, o município procurou o governo estadual para definir um protocolo. Uma reunião de Bruno Reis com o governador Rui Costa é esperada para esta semana para dar o próximo pas-so para uma retomada mais segura das au-las na rede pública.

Texto Matheus [email protected]

Suspensas desde março de 2020, atividades escolares ainda não sa-bem quando irão voltar a receber os estudantes

QUANDO ELAS VOLTAM?

Jornal da Metrópole, Salvador, 07 de janeiro de 2021 5

PANORAMA NACIONAL AINDA É INCERTO SOBRE VOLTA ÀS AULAS

BAHIA

A Bahia se soma a Amazo-nas, Minas Gerais, Rondônia e Roraima nos estados que ainda não definiram a reto-mada da educação.

Nos estados do Ceará, Mato Grosso do Sul, Mato Gros-so, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Norte, Santa Cata-rina e São Paulo a retomada

está prevista para fevereiro. No Acre e no Sergipe, as redes estaduais devem retornar em março. Espírito Santo, Mara-nhão, Paraíba, Rio de Janeiro e o Distrito Federal já têm o ca-lendário para o ano letivo em 2021 definido, mas ainda não há decisão sobre o formato dessa retomada.

Em Alagoas, a retomada será autorizada para a rede privada a partir de 21 de ja-neiro.

Na rede pública estadual, o retorno deve acontecer em 1º de março. Rio Grande do Sul e Tocantins sequer co-mentam a possibilidade de volta das aulas.

Para a retomada das aulas, a prefeitura estipula algumas medidas para evitar uma alta no contágio por Covid-19 na cida-de. Segundo o município, ações como rodízio de estudantes, distanciamento, higienização e parte das aulas na modalidade online estão entre estas me-didas adotadas. A proposta da prefeitura estipula um prazo de cerca de uma semana para as unidades de ensino municipais se adequarem aos protocolos.

“A gente vai ter dificuldade de recuperar o ano de 2020. Não podemos comprometer o ano de 2021. Nossa ideia é fazer algo sincronizado, até porque as crianças, quando saem da nossa rede, ingressam na rede estadual. É importante coincidir esse calendário”, disse o prefei-to nesta semana. O estado tam-bém avalia um formato híbrido na rede de ensino, com aulas pela internet e somente parte dos alunos em salas de aula.

15estados já têm previsão de retomada presencial

RECUPERAR 2020 E PENSAR EM 2021

fernando vivas/govba

camila souza/govba

paula froes/govba

Jornal da Metrópole, Salvador, 07 de janeiro de 20216

BAHIA

Saúde

As negociações da prefeitura de Salvador para garantir a va-cinação da população contra a Covid-19 avançam a passos lar-gos. Embora a estratégia de imu-nização seja de responsabilidade do governo federal, o município tem conversado com laborató-rios fabricantes de diversas va-cinas contra a doença causada pelo novo coronavírus e aguarda autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvi-sa) para pôr o plano em prática. O prefeito Bruno Reis afirmou que o município já tem um acordo para a aquisição de 103 mil doses da vacina Coronavac, produzida em parceria entre o Instituto Butantan e a farma-cêutica chinesa Sinovac. Além disso, as conversas estão adian-tadas com a Janssen-Cilag, sub-sidiária da Johnson & Johnson. “A equipe da Johnson ficou im-pressionada com o nosso plano de imunização. Inclusive, disse que era um dos melhores do Bra-sil, o que aumenta ainda mais o interesse em fazer uma parce-ria”, afirmou o prefeito, em even-to de inauguração da Lagoa dos Dinossauros, no Stiep. “Estamos

em conversas avançadas e na minha opinião é a melhor vacina que tem. Ela tem mais de 91% de eficácia, dose única e pode ser armazenada na temperatura de -2 a -8 graus, com isso, todas as unidades de saúde de Salvador têm condições de armazená-la”, completou. O município ainda negocia a aquisição das vacinas desenvolvidas pela Moderna, pela Universidade de Oxford e pelas farmacêuticas russas (Spu-tnik V). Foram reservados R$80 milhões no orçamento de 2021 para a aquisição de vacinas que sejam autorizadas pela Anvisa. “Para nós, não importa a nacio-nalidade da vacina. O importante é que ela seja autorizada, segura e tenha eficácia. Já temos recur-sos assegurados para a compra, e o ideal é que, de largada, Sal-vador tenha 380 mil doses para imunizar não apenas os profis-sionais de saúde, mas também os idosos acima de 60 anos”, disse.

Prefeitura estima 380 mil doses de vacinas

Texto Juliana [email protected]

Prefeitura e estado têm negociações avançadas para buscar vacinar população contra o coronavírus; nacionalidade do imunizante pouco interessa

A CORRIDA PELA VACINA

Jornal da Metrópole, Salvador, 07 de janeiro de 2021 7

VACINAS AINDA NA FASE DE TESTES

BAHIA

O prefeito mantém intenção de marcar, ainda nesta semana, uma reunião com o governador Rui Costa para discutir a crise sanitária e a aquisição de vaci-nas. “Esperamos que, além do governo federal, é claro, o Estado também avance nas negociações com os laboratórios para a aqui-sição das vacinas. Para mim não importa quem vai comprar as do-ses, mas sim que elas cheguem o

mais rápido possível”, frisou. Pelo Twitter, Rui informou que o estado já adquiriu 19,8 mi-lhões de agulhas e seringas para vacinar a população. “Estamos fazendo a nossa parte para asse-gurar a vacina. Cabe ao Governo Federal fazer a dela”, escreveu. Além disso, o governo já assegu-rou a aquisição de 50 milhões de doses da Sputnik V, vacina russa testada na Bahia.

Segundo informações dispo-níveis no site da Anvisa, das qua-tro vacinas consideradas pelo órgão como “em fase de testes”, três já receberam certificação de boas práticas de fabricação: AstraZeneca/Fiocruz, Pfizer e Sinovac/Butantan. A vacina da Janssen ainda não foi certifica-da. Ainda de acordo com a Anvi-

sa, o imunizante Sputnik V não aparece no quadro de análise porque o pedido de anuência do estudo ainda está em avaliação. “Não consideramos ainda como uma vacina em teste no Brasil”, diz a agência. Até o momento, nenhuma farmacêutica solici-tou uso emergencial dos imuni-zantes.

Em entrevista à Rádio-Metrópole, o secretário mu-nicipal de Saúde, Leo Pra-tes, reforçou que não há “preconceito” com nenhuma vacina que for utilizada no país. “Apesar do programa nacio-nal de imunização, estados e municípios estão autorizados. Iremos apoiar, e é uma decisão do prefeito Bruno Reis, todo o programa de imunização na-

cional. O que for bom para a população, estaremos aqui. O afinamento é quase que uma equipe só, em parceria com a Secretaria de Saúde do Estado. Não há preconceito de vaci-na aqui. Estamos preparados para vacinar com uma dose ou duas doses. Somos nós que te-mos que estar preparados para qualquer vacina e não a vacina que tem que estar preparada ao

nosso plano”, disse. Prates afirmou ainda que a

empresa Janssen-Cilag já co-municou que irá dar prioridade à capital baiana após atender ao governo federal. “Apresenta-mos o plano municipal de imu-nização, ficamos de ter uma reunião no fim de janeiro. Mas continuo acreditando nesta plataforma de ‘multi-esforços’, digamos assim”, pontuou.

PRATES PREVÊ PREPARAÇÃO PARA “QUALQUER VACINA”

COLABORAÇÃO CONTINUADA

carol garcia/govba

bruno concha/secom pms

Jornal da Metrópole, Salvador, 07 de janeiro de 20218

CIDADE

416crimes contra motoristas de aplicativo em 2020

MAIS DE UM CRIME CONTRA MOTORISTAS DE APP POR DIAAno de 2020 foi violento para categoria, que registrou mais de 400 ocorrências na Bahia; categoria cobra mais proteção

Violência

416 crimes foram registrados contra motoristas de aplicativo em toda a Bahia no ano de 2020. Os dados consolidados do ano

passado foram compilados pela Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA) e reflete a insegurança da categoria, mesmo com a pan-demia de coronavírus. Platafor-mas como Uber e 99 até tentam implementar ferramentas para incrementar a segurança a usu-ários do serviço e clientes. No

entanto, as queixas continuam. Um dos últimos casos do ano foi o assassinato do motorista identificado como Pedro Cha-gas Cordeiro, de 31 anos. Ele foi morto a tiros durante uma ten-tativa de assalto no final de linha do bairro de Vila Canária, no dia 10 de dezembro. Em janeiro do

ano passado, a SSP-BA criou um grupo de trabalho para dialogar com os motoristas e as empresas com as forças de segurança do estado. Na época, foram discuti-das ferramentas para aumentar a fiscalização dos usuários. Até mesmo um botão para compar-tilhar dados diretamente com a

polícia foi discutido. No entanto, um ano depois, pouco mudou no panorama dos motoristas de Uber. “Vivemos com medo, saí-mos para rodar e não sabemos se iremos concluir uma corrida com vida”, conta João Augusto, moto-rista do app Uber há cerca de um ano e meio.

Texto Matheus [email protected]

tacio moreira/metropress

Jornal da Metrópole, Salvador, 07 de janeiro de 2021 9

15 ANOS SEM O PINTO!Artigo

Há 15 anos, a Festa de Reis da Lapinha virou notícia na-cional. Com destaque no Jornal da Globo do dia 5 de janeiro de 2006, uma matéria exibia a per-formance do padre José de Sou-za Pinto à frente da celebração que ele ajudava a rejuvenescer desde o início da década de 1990, quando criara o Terno da Anunciação. Vestido de Oxum em plena praça, Padre Pinto chocou parte da comunidade católica e acabou, como conse-quência, afastado da paróquia e de suas atividades sacerdotais. Há quem jure até hoje que, se não tivessem repercutido além das fronteiras locais (onde, de fato, já eram bem conhecidas), as peripécias do Pinto não cau-sariam tanta celeuma nem re-sultariam na severa atitude da Igreja. Na citada matéria, ele mesmo garante que fez tudo sob consentimento — inclusi-ve do cardiologista. A reporta-gem, porém, também registra

que conflitos locais já havia, e termina com o apelo plangen-te do padre: “Eu não quero sair daqui. Eu quero morrer aqui”. Não adiantou.

O que infelizmente não foi mostrado, mas não podemos perder ocasião de abordar, é a importância realmente na-cional que as folias de reis baianas têm para a cultura nacional. E também o papel fundamental, muito além do

lado performático, do Padre Pinto para sua revivescência. Sobre o primeiro aspecto, bas-ta lembrar que foram os nos-sos ternos e ranchos de reis o paradigma para o desfile das escolas de samba. Quem tiver interesse, procure no Google os predestinados nomes de Hilário Jovino Pereira e Joana do Passinho, primeiros baliza e porta-estandarte do Reis de Ouro — por sua vez o primei-

ro rancho carnavalesco do Rio, espécie de Ilê Aiyê novecentis-ta da Guanabara.

Já sobre a atuação do Pa-dre Pinto, ela era antes de tudo comunitária. E por isso deu resultado. Muito próximo dos moradores, inclusive da ma-landragem, ele conseguiu or-ganizar a festa (hoje infestada de paredões e desordem) e de-volver-lhe o teor de prazer, não transtorno comunitário, fazen-

do as famílias frequentarem em vez de evadirem durante o ciclo. Além disso, promoveu palestras sobre a história e as histórias da manifestação com Cid Teixeira, Consuelo Pondé de Sena e Hildegardes Vianna. E, em 1993, deu uma cartada fundamental: fundou o já cita-do Terno da Anunciação, o pri-meiro da Lapinha.

Atualmente, a Festa de Reis só murcha, como tantas outras expressões culturais. O Pinto faz falta. Em silêncio na Paróquia São Caetano da Di-vina Providência, ele morreu em abril de 2019, aos 72 anos. Sua imagem, no entanto, cres-ce ano a ano como símbolo de criatividade, liberdade e irre-verência. Mas creio que deveria inspirar também exemplos de sensibilidade social e discipli-na. Afinal, além do estandarte aos reis magos ainda hoje ex-posto na Lapinha, Padre Pin-to também forjou ali a creche Tia Ziza, pois sabia que, assim como Jesus, todo menino é um rei e precisa de cuidados.

Texto James [email protected]

RESP

ONSÁ

VEL

TÉCN

ICO:

DRA

. SIL

VÂN

IA R

OCH

A CR

OBA

1401

1

Onde você vê um profissional, existe uma equipe de especialistas.

Clínico Geral, Cirurgia, Dentística, DTM, Endodontia,Ortodontia, Odontopediatria, Periodontia e Prótese

71. 3052-1880

reproducao

Jornal da Metrópole, Salvador, 07 de janeiro de 2021

BRUNO REIS

10

ENTREVISTA

Prefeito de Salvador

ENTREVISTA

PRIORIDADES

O prefeito de Salvador, Bru-no Reis (DEM), comentou sua carreira política até assumir a prefeitura de Salvador neste ano de 2021. Em entrevista a Mário Kertész na Rádio Me-trópole, ele falou que chega ao cargo com consciência do atual momento da cidade.

“Não esperava assumir a cidade em uma condição tão adversa como agora. É verdade, em 2013 nosso prefeito ACM

Neto pegou um pepino com a cidade destruída, au-

toestima baixa e as finanças impac-

tantes. O debate

e r a

se a cidade não tinha ilumina-ção, a rua estava esburacada e a coleta de lixo não funciona. Agora não, o debate é outro e os problemas são mais complexos. Imagino o meu desafio e de to-dos os prefeitos de assumir a sua cidade em plena pandemia”, diz.

O prefeito elegeu as priori-dades desse primeiro momen-to de gestão. “Eu confesso que esse enfrentamento é nossa maior preocupação, fora diver-sos outros problemas, efeitos colaterais da pandemia, como retomada da educação, questão

do transporte público que já era deficitário e se agravou

ainda mais e o desem-prego que sempre afetou nossa ci-

dade”, decla-rou Bruno.

valter pontes/secom pms

Jornal da Metrópole, Salvador, 07 de janeiro de 2021

BRUNO REIS

11

RICARDO CASTRO

ENTREVISTA

Maestro e fundador do Neojibá

Criados em 2007, os Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia, conhecidos pela sigla Neojibá, formam gru-pos de jovens com foco em mú-sica clássica e desenvolvimento pessoal de crianças e adoles-centes. Em entrevista a Mário Kertész na Rádio Metrópole, o maestro Ricardo Castro, res-ponsável pelo grupo, comentou o processo criativo e a iniciativa de desenvolver esse trabalho com os mais jovens. “Uma cha-mada no jornal para qualquer jovem que soubesse ler parti-tura e tocasse instrumento de orquestra. Apareceram mais ou menos 160 no TCA, onde ini-ciamos o Neojibá. Desses 160, fizemos uma seleção e ficaram 80 e poucos. Apareciam violão e viola caipira, que não são do mundo orquestral. Mas senti-mos na juventude baiana essa vontade de poder fazer parte de um grupo. Todo jovem gosta de fazer parte de um clube ou um grupo. Quando a gente não oferece nada, eles acabam en-trando no grupo errado, como o tráfico”, conta.

FUTURO

PRIORIDADES“Ele precisa fazer parte de

algo que ele se sinta pertencente. O Neojibá apareceu oferecendo essa oportunidade da criança e do adolescente tocar um instru-mento junto com seus colegas”, disse Castro.

Questionado sobre a situa-ção cultural, Ricardo Castro fez um panorama sobre o grupo e como os artistas são vistos pela sociedade. “Eu, como músico, se fosse só para tocar, eu ficaria na Europa. Aqui não faz muito sen-tido você só tocar. Só ser artista no Brasil não faz muito senti-do. Você vai acabar na situação atual, onde a cultura foi uma das mais afetadas pelo confina-mento. O Neojibá, no segundo dia de distanciamento social, estava online com atendimento psicossocial. A gente nunca pa-rou. A pandemia não abalou em nada nosso programa, a gente não parou de fazer o que a gen-te fazia, a não ser os ensaios or-questrais”, conta.

13anos do projeto Neojibá na Bahia

fernando vivas/govba

Jornal da Metrópole, Salvador, 07 de janeiro de 202112

Você pode daros melhores

presentes!

Para ajudar,escaneie o QR Code abaixo

ou acesse:aristidesmaltez.org.br/doacoes

Apoio: