Mais Basquete

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Volume 1—N° 1 — Agosto/2011 COMO FORMAR ARMAODRES? BERRO DESCREVE SUA FILOSOFIA NA FORMAÇAO DE ARMADORES. POLÊMICA FABRICIO BOSCOLO PERGUNTA: 24 ANOS DE INDIANÁPOLIS! JOSE MEDALHA FALA DE UMA CONQUISTA HISTO RICA. COMO CHEGAR A LONDRES? VEJA INFOGRAFICO E TORNEIOS QUE LEVARAO AOS JOGOS OLIMPICOS DE MINHA VIDA NO BASQUETE MARRAMARCO DESTACA A IMPOR- TANCIA DE FORMAR, NA BASE, PESSOAS ALEM DE ATLETAS. E MUITO MAIS...

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Revista de Basquete

Transcript of Mais Basquete

Page 1: Mais Basquete

Volume 1—N° 1 — Agosto/2011

COMO FORMAR ARMAODRES?

BERRO DESCREVE SUA FILOSOFIA NA

FORMAÇA O DE ARMADORES.

POLÊMICA

FABRI CIO BOSCOLO PERGUNTA:

24 ANOS DE INDIANÁPOLIS!

JOSE MEDALHA FALA DE UMA

CONQUISTA HISTO RICA.

COMO CHEGAR A LONDRES?

VEJA INFOGRA FICO E TORNEIOS QUE

LEVARA O AOS JOGOS OLI MPICOS DE

MINHA VIDA NO BASQUETE

MARRAMARCO DESTACA A IMPOR-

TA NCIA DE FORMAR, NA BASE,

PESSOAS ALE M DE ATLETAS.

E MUITO MAIS...

Page 2: Mais Basquete

SUMÁRIO

Apresentação: Em busca de mais basquete

Carlos Alex Martins Soares 3

Treinador de basquete e os aspectos que envolvem a formação de jovens atletas

Dante de Rose Júnior 6

Pan-87: uma conquista histórica

José Medalha 13

Charge 1 — Alessandro Trindade 16

Seria o Basquete um jogo desportivo coletivo aeróbio

Fabrício Boscolo del Vecchio 17

Como formar um armador?

Marcello Berro 23

Esporte, Escola e Educação Física: pensando na história para buscar novos cami-

nhos

Ronaldo Pacheco

29

Formando atletas e técnicos através do esporte universitário

Carlos Alex Martins Soares 32

Ideias sobre a gestão do basquete brasileiro

José Alberto F. Pereira 38

Coluna Minha Vida no Basquete: ―Formando Pessoas‖

Cesare Augusto Marramarco 40

Especial: ―Quando o basquete derruba barreiras e fronteiras!‖

Álvaro Guimarães 46

Como Chegar a Londres 2012? 53

Charge 2 — Alessandro Trindade 63

Coluna Eu fui! 4ª Clínica Internacional para técnicos de basket — Score Brasil 65

Liga Nacional Sub-21 Anos 68

Por Técnicos. Para Técnicos.

Page 3: Mais Basquete

3

APRESENTAÇÃO

Em Busca de Mais Basquete Carlos Alex Martins Soares

Estamos lançando a Re-

vista Mais Basquete nesse dia

histórico para o basquete bra-

sileiro com o claro objetivo de

homenagearmos os 24 anos

da magnífica vitória do Brasil

sobre os EUA no Pan-

Americano de Indianópolis.

Minha gratidão eterna pela

forma como, ano após ano,

competição após competição,

aquela seleção foi formando

um sentido de corpo capaz de

ousar com tamanha proeza.

Não são apenas os doze atle-

tas e os cinco membros da

comissão técnica, mas todos

os que passaram por aquele

grupo no decorrer da década

de 1980 e levaram o Brasil a

ser protagonista de uma

grande vitória e gerar a mu-

dança na trajetória do bas-

quete mundial. O basquete foi

outro a partir daquele dia e

vivemos essa mudança cotidi-

anamente.

Pois bem, Rubem Alves

coloca que o conhecimento

deve ser antropofagicamente

saboreado. Come-o. Incorpo-

ra a teu ser esse novo apren-

dizado. Mas há que ter cuida-

do, pois esse desejo de pos-

suir o conhecimento pode se

confundir com poder e este

levar a tirania. Ter o conheci-

mento pressupõe saber usá-

lo, saber leva-lo aos mais dis-

tantes pagos e, nessa cami-

nhada, retornar ao lar com

novos aprendizados que nos

façam evoluir como seres hu-

manos. E isso reflete em nos-

sa ação profissional.

Por isso a ideia de pro-

duzirmos uma revista em por-

table document format, o po-

pular PDF, é parte disso e do

que tenho feito ao longo dos

anos em prol do desenvolvi-

mento do basquete em meu

microcosmo. Essa revista é

um processo natural de evo-

lução para continuar constru-

indo o basquete nesse espa-

ço, passar a contribuir com

uma agenda positiva na for-

mação de todos os técnicos

de basquete, estudantes e

professores de educação física

do Brasil e agregar mais ali-

mento aos nossos espíritos.

Se formos pensar uma revista

impressa ficaria no campo dos

sonhos por muitos anos – as

próprias instituições desisti-

ram desse processo. Mas eis

que na atualidade temos fer-

ramentas capazes de nos le-

var a qualquer parte do mun-

do em uma velocidade es-

trondosa. Assim vamos usa-

las, essas novas tecnologias e

a internet, para compartilhar

o conhecimento, agregar va-

lores humanos e esportivos e

quanti-qualificar a função de

técnico de basquete no Brasil,

visando o crescimento de to-

dos.

A produção aqui exposta

foi elaborada por técnicos da

modalidade de diversas par-

tes do país e a Revista Mais

Basquete só terá significado

se continuar sendo construída

dessa forma: por todos nós.

Queremos contribuir com o

basquete brasileiro e encon-

tramos nesses autores a mes-

ma disposição e objetivos.

São técnicos conhecidos dos

brasileiros e alguns com pro-

jeção internacional. São pro-

fissionais que demonstram o

interesse e o desprendimento

Page 4: Mais Basquete

4

Quem é Carlos Alex Martins Soares? Conheceu o basquete aos 8/9 anos

de idade, quando viu o mundial das Filipinas na TV e logo começou a dar os

primeiros arremessos. É Graduado (Licenciatura Plena em Educação Física -

1997) e Pós-Graduado (Especialista em Educação - 2002, PPGE da Faculda-

de de Educação) pela UFPel. Profissionalmente é professor da Secretaria de

Estado da Educação do Rio Grande do Sul e Fundador e Técnico do Pelotas

Basketball Clube (PBC). Atua no Centro Esportivo Virtual (www.cev.org.br)

como Moderador das Comunidades "Basquete" e "Sociologia do Esporte -

Área Etnia e Esporte", "Consultor Técnico na Área de Basquetebol" desde

dezembro de 1997 e autor do Blog do Carlos Alex. Possui experiência na

área de Educação Física, com ênfase em esporte escolar e organização de

eventos pedagógico-esportivos. Foi atleta de basquete por 10 anos e árbitro

1ª Categoria e Mesário de 1ª categoria. Edita o Blog Mais Basquete. Mais

informações no quem é quem do CEV em http://cev.org.br/qq/carlosalex e

no currículo Lattes http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?

metodo=apresentar&id=K4706473U6

em prol do crescimento do

basquete brasileiro. São pro-

fissionais, mas não são ga-

nanciosos. Sabem da situa-

ção de nosso modalidade e

por isso pedi-lhes doação de

tempo e conhecimento, re-

flexões e propostas, um

pouco de suas práxis e mui-

to de seu talento. Eles não

se negaram a fazê-lo, abra-

çaram a ideia e socializaram

seus textos e pensamentos

com uma humildade que

surpreendeu e me deixa

muito feliz. Tudo isso na

tentativa incansável de au-

torreflexão, qualificação e

desenvolvimento do esporte

que amamos.

Quando falo de antro-

pofagia, não de canibalismo,

de gastronomia, mas falando

da magia da incorporação do

conhecimento novo ao que

já sou. Espero que todos

também se sintam da mes-

ma forma, tenham uma ex-

celente digestão e que nas-

çam novos e frondosos fru-

tos dessa sementinha cha-

mada Revista Mais Basque-

te.

Apresentação

Carlos Alex Martins Soares

Page 5: Mais Basquete

5

Foto-divulgação da Liga Na-

cional de Basquete. Brasília

x Unitri, NBB32010/2011

Page 6: Mais Basquete

6

Treinador de basquete e os aspectos que

envolvem a formação de jovens atletas

Dante de Rose Ju nior

A prática esportiva infantil, independen-

temente do esporte praticado, é permeada por

ações adultas – pais, dirigentes, professores,

treinadores e árbitros que, de alguma forma,

interferem nas experiências esportivas dos

praticantes.

Nesse processo, o treinador tem uma

importância fundamental, pois além de ser a

pessoa que atuará diretamente sobre os futu-

ros comportamentos esportivos dos jovens, ele

também poderá influenciá-los fora dos campos

de jogo. O poder de um treinador sobre um

jovem esportista é muito grande a ponto de

vários estudos o apontarem como dos princi-

pais motivos para a escolha de uma modalida-

de esportiva e, ao mesmo tempo, como um

dos mais destacados fatores de abandono des-

ta prática. Além disto, o treinador pode ter

uma grande influência sobre as atitudes e

comportamentos, valores e sentidos de vida de

seus atletas, sendo ele o co-responsável pelo

desenvolvimento da personalidade de seus

atletas e também pelo seu futuro, após o final

de sua carreira esportiva.

A prática esportiva competitiva envolve

diferentes aspectos que afetam diretamente

seus adeptos (principalmente quando se trata

de atletas em formação) e o conhecimento

deste contexto por parte dos treinadores é

fundamental para a realização de um trabalho

adequado. São eles:

Os aspectos biológicos relacionados aos

estágios desenvolvimento dos jovens,

desde suas etapas iniciais até as fases

mais agudas como a puberdade e adoles-

cência e que são essenciais para a deter-

minação das cargas de trabalho adequa-

das a cada uma das fases:

Os aspectos cognitivos que definirão os

níveis de compreensão das tarefas pro-

postas e interferirão na sua execução;

Os aspectos técnico-táticos de cada es-

porte, no caso o basquetebol, representa-

dos pelas ações individuais e coletivas

que nortearão a proposta de trabalho de

cada treinador;

Os aspectos psicológicos que envolvem o

conhecimento dos traços de personalida-

de desses jovens e de seus limites em

relação às exageradas cobranças, muito

comuns no ambiente esportivo competiti-

vo e também a demanda específica do

esporte, em função das características de

cada um deles; e

Page 7: Mais Basquete

7

Os aspectos pedagógicos que envolvem o

conhecimento de todos os conteúdos an-

teriores para que sejam elaborados os

métodos e estratégias adequados para

cada momento das fases de desenvolvi-

mento do jovem.

Os treinadores, especialmente aqueles

envolvidos com o trabalho formativo, devem

ter uma preparação mínima já que vão traba-

lhar com jovens que têm somente um conheci-

mento básico do esporte que irão praticar.

Sem dúvidas, é precisamente o treinador das

etapas iniciais de iniciação esportiva que deve

ter uma formação sólida que lhe sirva de ins-

trumento para planejar o ensino do esporte

respeitando as etapas evolutivas desses jo-

vens.

No âmbito pedagógico o papel do treina-

dor deve transpassar a simples barreira do en-

sinar movimentos específicos ou movimenta-

ções táticas para suplantar os adversários. As

ações pedagógicas direcionadas principalmente

para a formação esportiva sugerem o domínio

de várias áreas de conhecimento sobre o indi-

víduo e sobre a atividade para que sejam apli-

cadas de forma adequada às necessidades do

jovem praticante, respeitando suas caracterís-

ticas.

Treinador de basquete e os aspectos que

envolvem a formação de jovens atletas

Dante de Rose Júnior

Page 8: Mais Basquete

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Entre esses domínios podemos citar o

biológico, psicológico, técnico, tático, social e

cultural. Ou seja, conhecer a criança nos seus

mais diferentes aspectos (físicos, intelectuais,

personalidade, inserção social) e a atividade

(demandas energéticas, demandas psicológi-

cas, demandas técnico/táticas e impacto cultu-

ral da mesma sobre a comunidade) é fator

preponderante para determinar a ação peda-

gógica do profissional que atuará sobre um de-

terminado grupo de jovens.

Como estabelecer filosofias de trabalho,

programas de treinamento, planos diário de

atividades ou estratégias para competição sem

o conhecimento de todos os aspectos citados?

As oportunidades que são oferecidas ao

jovem para entender o basquetebol de forma

global são determinantes para seu futuro como

atleta. Por isto é fundamental que se pense

numa formação integrada e que coloque os

elementos do jogo de forma contextualizada.

O técnico como fonte geradora de stress

nos jovens atletas

Estudo realizado com atletas brasileiros

sobre os motivos de abandono do esporte in-

fanto-juvenil apontam alguns dos aspectos ne-

gativos do contexto esportivo que levaram os

jovens a interromper a prática de determinada

modalidade: a ênfase exagerada na necessida-

de de vitória, o stress gerado pela competição

e o fato de não gostarem do técnico. Curiosa-

mente, o técnico é comumente citado pelos

jovens como uma das principais razões que

justificam a adesão à prática esportiva, mas

também para o abandono da mesma. Este da-

do é bastante preocupante quando percebe-

mos que o técnico como principal responsável

por fomentar a prática esportiva dos seus atle-

tas, acaba, por muitas vezes, afastando-os do

esporte, sem ter consciência da repercussão

dos seus atos entre os jovens esportistas.

Pesquisas feitas com atletas de categori-

as de base no Brasil (14 a 18 anos) mostram

que as atitudes de técnicos relacionadas à sua

comunicação com os jovens atletas podem ser

entendidas como prejudiciais e causadoras de

stress nos esportistas que buscam, na verda-

de, por orientação e solução de problemas e

não, simplesmente a crítica desmesurada e

sem objetivos.

Treinador de basquete e os aspectos que

envolvem a formação de jovens atletas

Dante de Rose Júnior

Page 9: Mais Basquete

9

Nesses estudos que

abrangeram cerca de 500

atletas de basquetebol, han-

debol, natação e voleibol, o

objetivo principal era detectar

situações causadoras de

stress em competição. Nele,

os técnicos aparecem com

destaque como provocadores

de stress quando apresentam

comportamentos tais como:

não reconhecer o esfor-

ço dos atletas;

gritar ou reclamar muito;

enfatizar somente os aspectos negativos

cometer injustiças;

não apontar soluções frente aos proble-

mas provenientes das situações específi-

cas do jogo ou da competição;

privilegiar determinados atletas.

Isso indica que o efeito do comporta-

mento do técnico é mediado pelo significado

que os atletas atribuem a ele, e pelo o que os

atletas lembram desse comportamento, sendo

que a forma de interpretação dessas ações pe-

las crianças e adolescentes afeta a maneira co-

mo eles avaliam sua participação esportiva.

Atitudes frente ao processo de formação esportiva e o que se espera de um bom

técnico

Pode-se considerar que há dois tipos de

atitudes de técnicos que atuam no esporte in-

fanto-juvenil, dirigindo equipes das categorias

de base:

O técnico que tem como objetivo principal

a vitória, enfatizando o produto final e

privilegiando os resultados imediatos.

O técnico que visa a participação do jo-

vem, enfatizando o processo e buscando

resultados a longo prazo.

Em qualquer uma delas os técnicos po-

dem, dependendo de suas atitudes e da forma

de comunicar-se com os atletas, provocar situ-

Treinador de basquete e os aspectos que

envolvem a formação de jovens atletas

Dante de Rose Júnior

Page 10: Mais Basquete

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ações causadoras de stress que

tendem a influenciar negativa-

mente o desempenho dos jovens

e provocar comportamentos que

poderão migrar desde o desinte-

resse pela modalidade e até mes-

mo o abandono.

Seria razoável que se pen-

sasse que, em um processo de

formação, estas últimas atitudes

seriam as mais adequadas. No

entanto, muitos técnicos, por di-

ferentes razões privilegiam as pri-

meiras, atropelando este proces-

so e antecipando uma série de

eventos que, a curto prazo, po-

dem até ser interessantes, mas

que poderão, por sua vez acelerar

o processo de abandono dos jo-

vens atletas.

Assim sendo, quatro princí-

pios devem nortear a conduta dos

treinadores:

Vencer não é tudo, nem so-

mente a única coisa: os atle-

tas não podem extrair o má-

ximo do esporte se pensarem

que o único objetivo é vencer

seus oponentes. Apesar de a

vitória ser uma meta impor-

tante, ela não é o objetivo

mais importante;

Fracasso não é a mesma coi-

sa que perder: é importante

que os atletas não vejam per-

der como sinal de fracasso ou

como uma ameaça aos seus

valores pessoais;

Sucesso não é sinônimo de

vitória: nem o sucesso nem o

fracasso precisam depender

do resultado da competição

ou do número de vitórias e

derrotas. Vitória e derrota

pertencem ao resultado da

competição, enquanto suces-

so e fracasso não;

Os jovens devem ser ensina-

dos que o sucesso é encon-

trado através do esforço pela

vitória, eles devem aprender

que nunca são perdedoras

esforçam-se ao máximo.

Conclusão

Fica evidente que o técnico deve

ter uma participação ativa no

processo de formação do jovem,

porém provido de conhecimen-

Treinador de basquete e os aspectos que

envolvem a formação de jovens atletas

Dante de Rose Júnior

Page 11: Mais Basquete

11

tos suficientes que permitam uma atuação se-

gura e benéfica para os futuros atletas. Esse

conhecimento deve ocorrer em quatro domí-

nios:

conhecimento do próprio jovem (sua rea-

lidade biológica, psicológica e social);

conhecimento da modalidade com a qual

irá trabalhar (aspectos físicos, técnicos e

táticos);

definição adequada de métodos e estraté-

gias de trabalho (planejamento, definição

de objetivos, escolha dos métodos de

treinamento e dos exercícios que farão

parte desta atividade, entre outros); e

Intervenção eficaz no processo (atitudes

positivas de oferecer condições dos atle-

tas aprenderem, apresentar possibilida-

des para a solução de problemas.

Leituras sugeridas

De Rose Jr., D.; Deschamps, S.R. e Korsakas,

P. O jogo como fonte de stress no basque-

tebol infanto-juvenil. Revista Portugue-

sa de Ciências do Desporto, 1, 2, 36-

44, 2001.

De Rose Jr., D.; Campos, R.R. ; Tribst, M. Mo-

tivos que llevan a la práctica del balonces-

to: um estudo com jóvenes atletas brasi-

leños. Revista de Psicologia del Depor-

te, 10, 2, 293-304, 2001.

Quem é Dante de Rose Júnior?

Licenciado em Educação Física pela Escola de Educação Física da

Universidade de São Paulo (USP), em 1974, possui doutorado em

Psicologia Social pelo Instituto de Psicologia da USP, em

1996. Atualmente é professor titular da Universidade de São Pau-

lo. Atuou por 28 anos na Escola de Educação Física e Esporte da

USP. Diretor da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Univer-

sidade de São Paulo de janeiro de 2006 a janeiro de 2010. Professor

do Curso de Ciências da Atividade Física da EACH-USP. Tem experi-

ência na área de Educação Física e Esporte, atuando principalmente

nos seguintes temas: basquetebol, análise de jogo esporte infantil,

stress esportivo e psicologia do esporte. Coordenador Pedagógico da

Escola Nacional de Treinadores de Basquetebol

Treinador de basquete e os aspectos que

envolvem a formação de jovens atletas

Dante de Rose Júnior

Page 12: Mais Basquete

12

Page 13: Mais Basquete

13

PAN–87: UMA CONQUISTA HISTÓRICA

Jose Medalha

Ao atender a um pedido da Direção desta

Revista relembrando a histórica vitória do PAN de

87, muito se pode escrever e relembrar daquele

título. Como ex-técnico, vou me ater a certos as-

pectos, para que os mais jovens possam conhecer

alguma coisa do que ocorreu naquele evento.

Muito se falou a respeito do incrível resulta-

do obtido pelo basquete masculino do Brasil nos

Jogos Pan-Americanos de 87 quando vencemos a

Seleção Norte Americana em seus próprios domí-

nios, Indianápolis, pelo marcador de 115 a 110. A

repercussão interna e externa do título obtido foi

uma das mais amplas dentro da história do basque-

tebol brasileiro. Apenas para citar um exemplo, o

resultado do jogo final, com direito a foto, foi maté-

ria central de capa do NEW YORK TIMES de 24 de

agosto de 1987.

A geração de OSCAR e MARCEL que havia

praticamente su-

cedido a de MAR-

QUINHOS, ADIL-

SON E CARIOQUI-

NHA, tinha como

seu técnico princi-

pal ARY VIDAL. Eu

atuei como Assis-

tente Técnico, ao

lado do Prof.

Valdyr Barbanti,

excelente prepa-

rador físico e,

também, um dos

grandes respon-

sáveis por aque-

la histórica con-

quista.

O resultado em si surpreendeu muita gente,

inclusive dentro do nosso Pais. A seleção masculi-

na já havia obtido uma boa colocação no Mundial

da Espanha no ano anterior, (4º. lugar). Porem um

resultado não muito convincente no Sul-Americano

de 87 (vice-campeã), ainda deixava dúvidas quan-

do ao poderio daquele grupo, bem como pela ma-

neira como o time atuava, com extraordinário po-

derio ofensivo, contrariando opinião de vários técni-

cos e parte da imprensa.

Havíamos (Comissão técnico sob a liderança

do Ary) feito uma programação de treinos no Brasil,

em cidades do interior, sem muito contato com

grandes centros, alguns amistosos após o Sul-

Americano e, como inovação um período de treina-

mento nos EUA na Universidade de Houston, local

onde já estava jogando um de nossos pivôs RO-

LANDO FERREIRA.

Percebeu-se sempre neste período uma von-

tade até certo ponto oculta de surpreender a tudo e

a todos. A dedicação aos treinamentos era muito

forte; OSCAR e MARCEL exerciam uma liderança

incrível sobre os demais atletas.

Page 14: Mais Basquete

14

A forma como a equipe atuava tanto na

parte defensiva como no ataque, não continha

muito segredo. Sistema individual com ajuda.

Duas variações de Defesa por Zona e muita

ênfase no jogo de transição. ARY dava total

liberdade aos jogadores no ataque. Tínhamos

apenas 04 jogadas muito simples, com todas

priorizando arremessos de curta e longa dis-

tância, nosso principal poder de fogo naquele

time.

A bem da verdade, analisando friamente

o que ocorria, estávamos à frente no tempo. A

linha dos três pontos havia sido introduzida 02

anos antes. A seleção brasileira foi talvez a pri-

meira a se utilizar desse recurso. Hoje equipes

da Europa e da NBA, além de muitas do Brasil,

tem como primeira opção a finalização quando

o jogador se sente em condições de arremes-

so. Na década de 80, arremessar sem a garan-

tia de ter um ou dois homens postados para

possível rebote, ou ainda antes de se esgotar

metade do tempo de posse de bola era consi-

derado como grande

irresponsabilidade tá-

tica. No entanto, essa

liberdade era perfei-

tamente ajustada a

nossa equipe. Fisica-

men te o t ime

―voava‖, taticamente

as coisas eram muito

simples. Jogadores

sabiam plenamente do seu papel naquela sele-

ção, ou seja,

a r m a d o r e s

armavam pa-

ra arremesso

da dupla OS-

CAR MARCEL

e seus imedi-

atos substitu-

tos, entre os

quais esta-

vam PAULI-

NHO VILAS

BOAS, ANDRE

STOFFEL, mesmo CADUM, e os nossos homens

altos encarregados de bloqueio de rebote, mui-

tas vezes recuperavam bolas no ataque e de-

volviam para o perímetro, para que os finaliza-

dores cumprissem seu papel à risca.

Uma característica da equipe consistia

em jogar e decidir com muita velocidade. Tem-

po de posse de bola raramente atingia 20 se-

gundos. Naquela época grandes equipes ti-

nham como número de ataques, resultante de

posses de bola, uma media de 75 posses por

jogo. A seleção brasileira ultrapassava 100.

Obviamente o time adversário tentando equili-

brar esses números e, não estando preparado

para tal, incorria em muito maior número de

erros. Esses são pequenos detalhes que podem

ser considerados como fundamentais inclusive,

no jogo final e decisivo contra a incrédula equi-

Pan-87: Uma Conquista Histórica

José Medalha

Page 15: Mais Basquete

15

norte-americana diante da avalanche de arre-

messos, bem sucedidos.

Outro aspecto a ser ci-

tado como consequência do

resultado final, foi o impacto

causado pela perda do título

em basquetebol dos EUA em

sua própria casa, tendo, pela

primeira vez, sua seleção der-

rotada por mais de 100 pon-

tos. A reação a esse aconteci-

mento provocou o início da

discussão da necessidade de

colocarem atletas da NBA pa-

ra defender o time america-

no, o que viria a se concreti-

zar cinco anos depois em 1992, com o surgi-

mento do ―Dream Team‖, formado por Michael

Jordan, Magic Johnson, Larry Bird e mais ou-

tros ícones do basquetebol profissional. Como

ex-treinador da seleção brasileira na época, fui

o técnico privilegiado a dirigir nossa seleção

masculina (quinta colocada)

contra a equipe norte-

americana em Barcelona,

mantendo uma boa base ain-

da dos atletas de 87. A perda

do título olímpico em 88 e a

má colocação no Mundial de

90 acrescentaram motivos pa-

ra essa inovação, o que con-

tribuiu demais para a divulga-

ção do basquetebol em escala

mundial. De certa forma, con-

tribuímos muito para que isso

acontecesse.

Muito se pode falar ainda so-

bre 87. Deixo apenas essas palavras como

contribuição e homenagem aos nossos atletas

e companheiros da Comissão Técnica, agora

que já se passam 24 anos do inesquecível 23

de agosto de 1987 para muitos de nós.

Quem é José Medalha?

Possui graduação em Educação Física (Licenciatura) pela Escola de Educa-

ção Física do Estado de São Paulo ( atual USP) (1967), Especialização em

Técnica Desportiva (Basquetebol ) pela Escola de Educação Física do Esta-

do de São Paulo (1968), Mestrado em Educação Física pela INDIANA UNI-

VERSITY, BLOOMINGTON, EUA (1979), Doutorado em Educação Física pe-

la INDIANA UNIVERSITY, BLOOMINGTON, EUA (1982) e Livre Docência

em Educação Física pela UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (1990). Técnico

de basquete, Agente FIBA e Consultor Técnico. Mantém o site http://

www.josemedalhabasketball.com/

Pan-87: Uma Conquista Histórica

José Medalha

Page 16: Mais Basquete

16

Quem é Alessandro Trindade?

Desenhista desde criança, , arquiteto gaúcho e foi

atleta da UFPel em Jogos Universitários Gaúchos

(JUGs) e agora é basqueteiro de final de semana.

Mudou-se para Bahia há dez anos. Quando não está

projetando, faz charges e ilustrações para Revista

Mais Basquete.

Page 17: Mais Basquete

17

Seria o basquetebol um jogo

desportivo coletivo aeróbio? Fabrí cio Boscolo Del Vecchio

O basquetebol, modalidade inserida no

rol dos Jogos Desportivos Coletivos de invasão,

provoca que jogadores, de duas equipes dife-

rentes, tentem encestar a bola. Para isto, con-

siderando a altura do conjunto cesta-tabela, e

por haver a invasão, espera-se que seus prati-

cantes exibam aptidão física elevada.

Dentre os componentes mais relevan-

tes, identificam-se dois: o componente aeróbio

e o neuromuscular. Quanto ao segundo, pon-

tua-se que níveis elevados de força e potência

são essenciais para arremessos, passes deslo-

camentos e saltos, mas esta variável não será

foco do presente texto. Nesta oportunidade,

será discutido o aspecto aeróbio da modalida-

de, e não o anaeróbio. Por quê? Quanto à con-

tribuição dos sistemas energéticos, muitos tra-

balhos, autores e treinadores tendem a indicar

que o basquetebol tem predominância anaeró-

bia. Para os que não se lembram das vias

energéticas, um

bom trabalho de

revisão recente foi

publicado (Baker,

McCormick, & Ro-

bergs, 2010). Nele,

são indicadas três

vias predominan-

tes: a derivada do

sistema dos fosfa-

tos, a glicólise e a

respiração mito-

condrial. No entanto, vale lembrar o ATP mus-

cular previamente disponibilizado, o qual não

foi considerado nesta perspectiva, devido ao

pouco tempo de manutenção do esforço por

este sistema.

E porque o basquetebol é predominan-

temente aeróbio? Apesar de os livros mais tra-

dicionais de fisiologia do exercício (McArdle...)

e treinamento esportivo (BOMPa) indicarem

que o sistema aeróbio é ativado após tempo

moderado de esforço, entre oito e doze minu-

tos, atualmente se sabe que isto não é verda-

de. Pensando no exercício contínuo, como ca-

minhadas, corridas, pedaladas com a mesma

Assim, um dos grandes

problemas, não tão atuais,

em prescrição do exercício

físico é acreditar que, para

ser aeróbia, a atividade

precisa durar mais de 20

minutos, ser de intensidade

leve ou moderada, e assim

por diante...

Page 18: Mais Basquete

18

moderado de esforço, entre oito e doze minu-

tos, atualmente se sabe que isto não é verda-

de. Pensando no exercício contínuo, como ca-

minhadas, corridas, pedaladas com a mesma

intensidade ao longo de todo o esforço, ou com

pequenas modificações sem muito significado,

o sistema aeróbio passa a ser predominante

após 75 segundos de atividade (Gastin, 2001).

Assim, mesmo que você corra na quadra, qui-

cando a bola, de modo muito intenso, o mais

forte que puder, e este esforço durar 1 min e

15 segundos, ele será predominantemente

mantido pela via aeróbia de fornecimento de

energia.

Assim, um dos grandes problemas, não

tão atuais, em prescrição do exercício físico é

acreditar que, para ser aeróbia, a atividade

precisa durar mais de 20 minutos, ser de in-

tensidade leve ou moderada, e assim por dian-

te... O que foi indicado por Gastin (2001) ex-

plica o exercício contínuo, no entanto, parece

que basquetebol não tem esta característica.

Investigação que quantificou a relação tempo-

movimento na modalidade observou que os

jogadores investem 8,8±1% do tempo total de

jogo com movimentos específicos de alta in-

tensidade, 5,3±0,8% com sprints e 2,1±0,3%

com saltos (Abdelkrim, Fazaa, & Ati, 2007). O

restante do tempo é dispendido com caminha-

das e trotes. Complementarmente, os mesmos

autores observaram que:

i) a frequência cardíaca média de jogo é de

171±4 bpm, embora haja diferenças sig-

nificantes entre pivôs e armadores; e

ii) a concentração de lactato sanguíneo che-

gou a 6,05±1,27 mmol (Abdelkrim, Fa-

zaa, & Ati, 2007)

Assim, com diferentes paradas bruscas,

mudanças de direção, saídas rápidas, passes e

toda a dinâmica envolvida na modalidade, ele

é tipicamente considerado um exercício inter-

mitente (Glaister, 2005). E, neste âmbito, a

Seria o basquetebol um jogo desportivo coletivo aeróbio?

Fabrício Boscolo Del Vecchio

Page 19: Mais Basquete

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fisiologia do exercício contínuo não ajuda, pois

não considera o acúmulo das diferentes pro-

porções de esforço:pausa e não considera a

amplitude desta relação. Como indicado anteri-

ormente, o metabolismo aeróbio é ativado de

modo muito mais precoce e esforços que jul-

gávamos serem predominantemente anaeró-

bios são, na verdade, predominantemente ae-

róbios. Para exemplificar isto, em 1996 um

grupo de investigadores canadenses propôs

que sete homens fizessem três séries de esfor-

ços cíclicos muito intensos que duravam 30 se-

gundos e, após estes esforços, descansassem

por quatro minutos (em relação de esfor-

ço:pausa de 1:8).

Na primeira série de esforços de 30 se-

gundos, o componente aeróbio foi responsável

por 16-28% da energia provida, a degradação

de fosfocreatina por 23-38% e a glicólise ana-

eróbia por 50-55%, o que caracteriza esta pri-

meira série como anaeróbia. No entanto, com

o acúmulo de mais duas séries, interceptadas

por quatro minutos de recuperação cada, as

coisas mudam. Ao final da terceira série, cons-

tatou-se que o sistema da fosfocreatina (ATP-

CP) foi responsável por, aproximadamente,

15% de toda energia produzida, a glicólise

anaeróbia foi responsável por percentual entre

10-15% e o componente aeróbio por, aproxi-

madamente, 70% de toda energia necessária

para se cumprir esta última série (Trump, Hei-

genhauser, Putman, & Spriet, 1996). Ou seja,

com o passar do tempo, e o acúmulo de esfor-

ços, como acontece no interior dos quatro pe-

ríodos do basquete e ao longo de todo o jogo,

certamente o predomínio energético desta

modalidade é aeróbio (Stone & Kilding,

2009).

Desta reflexão inicial, vale a pergunta: se

o componente aeróbio é predominante, o que

é determinante do êxito esportivo no basque-

tebol? Série de estudos brasileiros dá indicati-

vo de que força, potência e velocidade são es-

senciais (Moreira, Okano, Souza, Oliveira, &

Gomes, 2005; Moreira, Oliveira, Okano, Souza,

& Arruda, 2004). Outros trabalhos ainda dão

Seria o basquetebol um jogo desportivo coletivo aeróbio?

Fabrício Boscolo Del Vecchio

Page 20: Mais Basquete

20

elevada atenção ao componente aeróbio

(Stone & Kilding, 2009), realizado de modo

clássico, com corridas, ou de modo mais con-

temporâneo, usando condicionamento específi-

co da modalidade, como os jogos em espaços

reduzidos, principalmente os de meia quadra,

ataque-defesa (Montgomery, Pyne, & Minahan,

2010). Por fim, registra-se, ainda, o uso de

exercícios intermitentes de alta intensidade, os

quais, embora não simulem todas as situações

de jogo, contribuem para a rápida elevação da

aptidão física dos jogadores e adequada manu-

tenção da mesma ao longo da temporada com-

petitiva (Zadro, Sepulcri, Lazzer, Fregolent, &

Zamparo, 2011).

A título de exemplo, e sem envolver ne-

nhum tipo de atividade com bola, pode-se exe-

cutar a seguinte atividade:

i) 2 a 4 séries de 10 repetições de corridas

intermitentes.

ii) Uma série é composta por duas corridas

intermitentes. A primeira deve cumprir

espaço próximo de 40 metros em elevada

intensidade (10 segundos), realização de

30 segundos de recuperação ativa e, en-

tão, 180° de mudança de direção para

corrida intensa de mais 40 metros.

iii) Entre cada uma destas séries se dá inter-

valo próximo de 90 segundos, em corrida

de baixa intensidade.

Com o tempo, espera-se apresentar no-

vas atividades, em diferentes contextos, focan-

do o desenvolvimento e aprimoramento meta-

bólico de atletas com foco no basquetebol. E,

para um futuro próximo, novas temáticas

emergentes, como periodização do treinamen-

to e o controle e monitoramento das cargas de

treino serão destaque nesta coluna.

Seria o basquetebol um jogo desportivo coletivo aeróbio?

Fabrício Boscolo Del Vecchio

Page 21: Mais Basquete

21

Referências

Abdelkrim, N. B., Fazaa, S. E., & Ati, J. E. (2007). Time–motion analysis and physiological data of elite under-19-year-old basketball pla-

yers during competition. British Journal of Sports Medicine , 41 (2), pp. 69–75.

Baker, J. S., McCormick, M. C., & Robergs, A. R.

(2010, October). Interaction among SkeletalMus-cleMetabolic Energy Systems during Intense Exercise. Journal of Nutrition and Metabo-

lism , pp. 1-13.

Gastin, P. B. (2001). Energy system interaction and relative contribution during maximal exerci-

ses. Sports Medicine, 31 (10), pp. 725-741.

Glaister, M. (2005). Multiple sprint work: Phy-syology response, mechanisms of fatigue and de

influence of aerobic system. Sports Medicine, 35 (9), pp. 757-777.

Montgomery, P. G., Pyne, D. B., & Minahan, C. L.

(2010). The Physical and Physiological Demands of Basketball Training and Competition. Interna-tional Journal of Sports Physiology and Per-

formance, 5 (1), pp. 75-86.

Moreira, A., Okano, A. H., Souza, M., Oliveira, P. R., & Gomes, A. C. (2005). Sistema de cargas

seletivas no basquetebol durante um mesociclo de preparação: implicações sobre a velocidade e

as diferentes manifestações de força. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, 13 (2), pp. 7-15.

Moreira, A., Oliveira, P. R., Okano, A. H., Souza, M., & Arruda, M. (2004). A dinâmica de alteração das medidas de força e o efeito posterior dura-

douro de treinamento em basquetebolistas sub-metidos ao sistema de treinamento em bloco. Revista Brasileira de Medicina do Esporte,

10 (4), pp. 243-250.

Stone, N. M., & Kilding, A. E. (2009). Aerobic Conditioning for Team Sport Athletes. Sports

Medicine, 39 (8), pp. 615-642.

Trump, M. E., Heigenhauser, J. F., Putman, C. T., & Spriet, L. (1996). Importance of muscle phos-

phocreatine during intermittent maximal cycling. Journal of Applied Physiology, 80 (5), pp. 1574-1580.

Zadro, I., Sepulcri, L., Lazzer, S., Fregolent, R., & Zamparo, P. (2011). A protocol of intermittent

exercise (shuttle runs) to train young basketball players. Journal of Strength and Condition-ing Research, 25 (6), pp. 1767–1773.

Quem é Fabrício Boscolo Del Vecchio?

Bacharel (2001) e Licenciado (2004) em Educação Física pela UNICAMP, on-de também completou seus estudos de mestrado (2005) e doutorado (2008)

em Ciências do Esporte, o professor Fabrício Boscolo Del Vecchio circula nos grupos de estudos dos pós-graduações da FEF-UNICAMP, EEFE-USP e ESEF-

UFPel, além de ser membro da National Strength and Conditioning Associa-tion (EUA), do Comitê Científico do GTT12 - Treinamento Esportivo do CBCE e Moderador da Comunidade Judô do Centro Esportivo Virtual. Tem experiência na área de Educação Física, com ênfase em Modalidades de Combate, Treinamento Esportivo e Saúde Coletiva e Atividade Física. Autor

de artigos e livro, também foi preparador físico de lutadores de Judô, Brazili-an Jiu-Jitsu e Taekwondo. Atualmente é Professor da ESEF-UFPel (Pelotas-RS) onde tem contribuído com a preparação física de atletas e equipes (lutas e basketball) e conquistado resultados positivos em competições locais, es-taduais e nacionais.

Seria o basquetebol um jogo desportivo coletivo aeróbio?

Fabrício Boscolo Del Vecchio

Page 22: Mais Basquete

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Page 23: Mais Basquete

23

Como Formar um Armador? Marcello Berro

Considero o basquetebol, entre os es-

portes coletivos, o que exige a maior necessi-

dade dos atletas estarem permanentemente

sintonizados, conectados. Essa necessidade

requer desde a iniciação, um forte embasa-

mento do lado cognitivo e até espiritual dos

atletas. Sou adepto da teoria onde um atleta

com raciocínio lento e sem a ―presença de es-

pírito‖, não joga basquete! Ouvi do meu pri-

meiro técnico ( Professor Israel Washington de

Freitas) a seguinte frase:

“O xadrez e o basquetebol são os dois

únicos esportes, onde os atletas que se

destacam, usam mais o que existe acima

da sobrancelha do que o resto do corpo”.

Desde quando virei técnico, essa frase

ecoa em meus pensamentos. Tento transmitir

essa necessidade dos atletas possuírem uma

percepção (leitura) apurada de todos os movi-

mentos e variações, muitas vezes sutis (o que

faz a diferença), que acontecem durante uma

partida de basquetebol. Quando um técnico

consegue que seus atletas estejam focados,

atentos e interpretando o que o jogo propõe

um quarto do caminho para a vitória está ga-

rantida.

Outra parcela importante é a sintonia.

Existir unidade onde os atletas estejam interli-

gados, utilizando o lado racional, com uma co-

nexão espiritual, gerando energia positiva, que

tornará a equipe capaz de superar situações

adversas de qualquer espécie.

Entendo que o aspecto físico seja o mais

delicado de ser trabalhado. Quando pensamos

em treinamento físico automaticamente reme-

te a força, músculos, explosão. Principalmente

O armador necessita “ler” o

que sugere a defesa

adversária (veneno) e

preparar os movimentos

ofensivos (antídoto). O

armador precisa ser convicto,

seguro do que está fazendo e

dar a confiança aos atletas

das outras posições, onde eles

acreditem cegamente que o

que está sendo determinado é

o melhor para a equipe.

Page 24: Mais Basquete

24

na iniciação, o aspecto físico tem que ser pen-

sado em exercitar exaustivamente o lado coor-

denativo, com exercícios que leve a criança/

adolescente a dominar seu corpo, aliando a

maior quantidade possível de movimentos com

equilíbrio e velocidade. A força e explosão de-

ve ser consequência de uma boa base coorde-

nativa, jamais o inverso.

Todos esses aspectos, citados anterior-

mente, valerão muito pouco se os atletas não

dominarem os fundamentos (derivação mascu-

lina singular de FUNDAR, BASE PRINCIPAL,

FUNDAMENTAL) do basquetebol.

Em todas as equipes que dirigi (e em

todas que dirigirei) o armador é o capitão.

Penso que não pode haver um armador tímido

(dentro de quadra), ou que não possua o espí-

rito de liderar. Afinal, quem determina as

ações ofensivas? Corrige os posicionamentos?

Quem é o cérebro do time? Quem é o respon-

sável por interligar os quatro aspectos

(cognitivo, espiritual, físico e os fundamentos)

que resumem o basquetebol? Quem é o técni-

co dentro de quadra?

Como formar um Armador?

Marcello Berro

Page 25: Mais Basquete

25

O armador necessita ―ler‖ o que sugere

a defesa adversária (veneno) e preparar os

movimentos ofensivos (antídoto). O armador

precisa ser convicto, seguro do que está fazen-

do e dar a confiança aos atletas das outras po-

sições, onde eles acreditem cegamente que o

que está sendo determinado é o melhor para a

equipe. Ele precisa conhecer as capacidades

físicas, as qualidades e deficiência dos funda-

mentos de cada companheiro (se possível dos

adversários) para poder escolher o encaixe

(posicionamento) que seja adequado para su-

perar a defesa.

Por ser o atleta que normalmente faz a

transição e quem organiza a equipe, os funda-

mentos (bons ou ruins) do armador se tornam

evidentes. Os defensores (os inteligentes) não

darão espaço para o armador pensar, enxergar

o jogo e farão o possível para que ele não che-

gue na posição ideal para ―cantar‖ o movimen-

to de ataque, tentarão ―quebrar‖ o primeiro

passe.

Como formar um Armador?

Marcello Berro

Page 26: Mais Basquete

26

No ataque, o manejo de bola, domínio

com ambas as mãos, mudanças de direção, os

passes precisos de todos os tipos e a visão pe-

riférica são os fundamentos primordiais de um

bom armador.

Na defesa, o veloz

deslocamento de pernas,

o agressivo posiciona-

mento dos braços, o cos-

tume de sempre incomo-

dar quem tem a bola

sem jamais ser ultrapas-

sado e induzir o adver-

sário a driblar com a mão

―fraca‖ proporcionará um

grande conforto a todos

os demais defensores.

Na formação, a

troca de posições nos

treinamentos, é determi-

nante para que um en-

tenda como é a função do

outro, conheça as dificul-

dades e, assim, respeitar

quem joga naquela posi-

ção, até por que, invaria-

velmente, acontece de

um armador ter que usar

um giro de pivô (situação

de vantagem de altura

sobre seu marcador) ou

até mesmo marcar nessa situação. Todos os

atletas de uma equipe até SUB-15 devem trei-

nar (no mínimo) como armadores, exercitar a

liderança, a visão de jogo.

Como formar um Armador?

Marcello Berro

Page 27: Mais Basquete

27

A especialização precoce é o maior ―crime‖ que

um técnico pode cometer com os seus atletas,

embora em busca de resultados essa prática

seja muito comum. Provo essa visão com duas

perguntas:

1. Quantos ―super-pivôs‖ (cestinhas de cam-

peonatos nas categorias inferiores a SUB-

15) pararam de crescer e não tiveram o

embasamento de fundamentos de um la-

teral ou de um armador e acabaram pa-

rando de jogar?

2. Imagine uma seleção brasileira com um

armador de mais de dois metros, habili-

doso, veloz com bom arremesso e você

sendo lembrado como o técnico formador

desse talento. O que vale mais, o título

no Sub-15 ou ser o técnico formador de

um atleta diferenciado?

Quem é Marcello Berro?

Marcelo Berro é Técnico Provisionado pelo CREF-RJ em 2004, tra-

balhou em diversos clubes do Rio de Janeiro e da Bahia (Botafogo,

América F. C., Hebraica-RJ, Grajaú Country Clube, Flamengo, Ta-

lentos nativos e Faculdade Souza Marques). Atualmente é Coorde-

nador Técnico do Centro de Treinamento do Bábby.

E-mail: [email protected], Twitter: @coachberro,

Como formar um Armador?

Marcello Berro

Page 28: Mais Basquete

28

Conecte-se ao PBC e fique por dentro

do basquete no sul do Brasil.

www.pelotasbasketballclube.esp.br

www.twitter.com/pelotasbasket

Page 29: Mais Basquete

29

Esporte, Escola e Educação Física:

pensando na história para buscar novos caminhos Ronaldo Pacheco

Nesta minha primeira participação nesta

revista, gostaria de abordar um tema que tem

feito parte das discussões atuais (ainda mais

com a proximidade da realização da Copa do

Mundo de Futebol e das Olimpíadas no Brasil),

mas que na verdade foram iniciadas a partir da

década de 80. Penso ser importante realizar

uma reflexão sobre a questão do esporte na

escola, e nos artigos posteriores pretendo tra-

tar especificamente, sobre o basquetebol na

educação física escolar.

Antes de tudo, é importante esclarecer

que estas minhas reflexões se originam nas

minhas vivências e estudos nestes quase qua-

renta anos ligado à prática esportiva e ensino

escolar e universitário. Como toda reflexão,

está sujeita a contestação e ao debate de idei-

as que ao final é a base de todo o aprendizado.

Para iniciar estas reflexões é necessário

fazer um resgate histórico sobre o uso do es-

porte na educação física escolar. Para os mais

novos, é importante lembrar que nos meados

da década de 1960, com a implantação da di-

tadura militar no nosso país, o esporte foi utili-

zado como forma de melhorar a autoestima do

povo e também de proporcionar uma válvula

de escape para uma população que vivia sufo-

cada pela censura, e pela ausência de líderes,

que se refugiavam do país ou eram presos e

torturados, nos porões da ditadura.

O uso do esporte como principal e na

maioria das vezes único instrumento da educa-

ção física escolar, para o desenvolvimento es-

portivo, teve um lado altamente positivo, pois

nesta época, com o advento da criação dos Jo-

gos Escolares Brasileiros, houve um investi-

mento maciço na construção de instalações,

compra de materiais esportivos, e consequen-

temente o surgimento de vários atletas em di-

versas modalidades que se destacaram no es-

porte brasileiro e internacional. Oscar, Marcel,

Hortência, Paula, Joaquim Cruz, Bernard, Willi-

am, e muitos outros em diversas modalidades,

são exemplos claros desta fase. É bem verda-

de que muitos destes atletas não foram cria-

dos e desenvolvidos no ambiente escolar, mas

ao terem contato com a modalidade na escola,

buscavam clubes e/ou outros centros onde se

especializavam e tinham oportunidade de par-

ticipar de várias competições.

Por outro lado, não há como negar que

na educação física escolar, voltada para o trei-

namento das equipes colegiais, havia também

uma exclusão muito grande dos menos talen-

Page 30: Mais Basquete

30

tosos, pois com turmas grandes, não havia co-

mo os professores treinarem as equipes que

representavam as escolas. Esta exclusão afas-

tou muita gente de uma prática saudável da

atividade física, pois era quase que exclusiva-

mente voltada para os treinamentos. Muitos

dos que nos leem neste momento podem dis-

cordar do que foi dito acima, mas provavel-

mente foram aqueles que ou fizeram parte das

equipes colegiais ou tinham ojeriza, e por

qualquer destes fatos, não se sentiram discri-

minados ou excluídos.

Com o final da ditadura militar, vários

professores e autores da área da educação físi-

ca, que se sentiam incomodados com a utiliza-

ção indiscriminada dos esportes na educação

física escolar, começaram a contestar este uso.

Esta prática de forma excludente, e muitas ve-

zes irrefletida, levou estes estudiosos a contes-

tar o uso de esporte na escola de forma con-

tundente. As novas abordagens propostas su-

geriam concepções filosóficas, sociológicas e

políticas que tornassem a prática da educação

física mais fundamentada em uma visão crítica

e menos ―alienante‖ da cultura corporal de

movimento.

No meu modo de ver, a quase

―criminalização‖ do uso do esporte, foi um en-

gano que levou a tentativa de afastamento do

seu uso nas aulas de educação física escolar. O

problema nunca foi do esporte em si, mas do

uso que se fez dele de forma excludente e com

fins unicamente competitivos. Ressalto tam-

bém, que a competição quando bem dirigida é

um elemento altamente motivador e nos leva a

entender as nossas limitações e possibilidades,

mas por outro lado, é perniciosa quando leva

em conta apenas a separação entre vencedo-

res e perdedores. A competição foi taxada des-

ta forma para os críticos das modalidades es-

portivas.

Muitos professores formados nesta épo-

ca tomaram contato com um discurso político

ideológico que, incapaz de compreender de

forma ampliada o esporte, passou então a

paulatinamente negá-lo na escola.

A verdade é que somando a insuficiente

e míope preparação dos professores para a

formação esportiva, e a queda da valorização

da educação física no âmbito escolar, passa-

mos a viver uma época de alto índice de

―analfabetismo motor‖ devido ao abandono do

Será que antes de

pensarmos na formação

esportiva, não devemos

nos preocupar com a

alfabetização motora das

crianças, como passo

inicial?

Esporte, Escola e Educação Física: pensando

na história para buscar novos caminhos

Ronaldo Pacheco

Page 31: Mais Basquete

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papel indispensável que a prática de atividades

física deve ter na vida de todo ser humano.

É bem verdade que existem muitos pro-

fessores que, conscientes deste seu papel, tra-

vam uma luta hercúlea para conduzir seus alu-

nos para o alcance dos inúmeros objetivos que

a educação física pode promover, porém há

outros tantos que se acomodam e se escon-

dem atrás de discursos vazios sobre uma dita

prática socializadora, abandonando seus alu-

nos a meros momentos de recreação descom-

promissada e banal.

O que vemos atualmente nos momentos

de discussão sobre a prática esportiva no nos-

so país, é que a escola não tem cumprido o

seu papel de formadora de futuros esportistas.

Apesar de concordar que o papel da educação

física escolar está muito abaixo do esperado,

será que esta falta de formação esportiva inici-

al tem como única vilã a atuação dos professo-

res de educação física na escola? Será que an-

tes de pensarmos na formação esportiva, não

devemos nos preocupar com a alfabetização

motora das crianças, como passo inicial? Como

realizar isso se na fase de maior importância

para aquisição adequada da descoberta corpo-

ral e dos movimentos básicos (1º ao 5º ano),

não temos professores de educação física nos

colégios?

Penso que é possível uma convivência

harmoniosa entre o esporte introduzido na es-

cola e o esporte de rendimento, desde que se-

ja respeitada cada etapa do desenvolvimento

motor, cognitivo e afetivo do aluno e que o es-

porte não seja uma imposição e instrumento

único da educação física. Dar condições moto-

ras e atrair para o esporte em vez de impor a

prática esportiva, talvez seja o primeiro passo

para esta convivência.

Muitas são as maneiras de se promover

uma formação adequada e para isso vários au-

tores atuais ligados à pedagogia do esporte

têm apresentado caminhos. Sobre isso preten-

do discorrer no próximo artigo.

Quem é Ronaldo Pacheco?

Professor de educação física e técnico de basquetebol, com

mestrado na área de educação física e especialização em

psicologia do esporte. Professor da Universidade Católica de

Brasília e da Secretaria de Estado de Educação do Distrito

Federal, cedido à Universidade de Brasília.

Esporte, Escola e Educação Física: pensando

na história para buscar novos caminhos

Ronaldo Pacheco

Page 32: Mais Basquete

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Formando Atletas e Técnicos Através

do Esporte Universitário Carlos Alex Soares

Quando eu conheci o basquete eu só

queria atirar a bola na cesta, vê-la passar pelo

aro, sentir o som do quique na quadra... Logo

eu queria vestir a camiseta da seleção, aquele

uniforme listrado me encantava e minha equi-

pe também tinha um uniforme listrado, era da

Adidas, lembro bem dele com se fosse hoje...

Eu tinha um objetivo: aprender a jogar para

jogar pela seleção. Claro, eu desconhecia a po-

liticagem no esporte e como os atletas do inte-

rior são desvalorizados, mesmo com algum ta-

lento – eu realmente tinha pouco tempo de

quadra e quando me destaquei deixei, por um

tempo, o que todos chamamos de plano B,

mas que deve ser o plano A: os estudos. Minha

mãe não me deixou sair de Bagé quando a

proposta de Santa Cruz do Sul foi feita. E foi

justo. Perdi uma oportunidade, mas aprendi a

lição.

Mas quero falar dos sonhos. Vi um vídeo

da NBA (http://youtu.be/o801DCy_0DA) e fi-

quei pensando nos moleques americanos, so-

nhando em jogar na NBA. Ver um dos muitos

vídeos de Michael Jordan e de Magic Johnson

mostra como eles sonhavam em ir para a...

Universidade. O sistema de ensino, a segrega-

ção racial do passado e a pobreza dos afro-

americanos os fazia (ainda faz?) utilizarem o

talento esportivo como trampolim para uma

vida melhor e se o talento existir concretizam

o sonho de jogar na NBA (ou na NFL ou na

MLB), mas também serão seres humanos mui-

to melhores... Aí me lembro de outro vídeo

(http://youtu.be/G40g9RTxurw) que fala da

importância da NCAA e do modelo adotado pe-

lo esporte americano: mais de 300 mil estu-

dantes universitários com algum tipo de bolsa

universitária para jogar o esporte que os fazia

brilhar na infância/adolescência.

Então, eu me pergunto: com o que o jo-

vem brasileiro apaixonado pelo basquete so-

nha? Em ser igual ao Carioquinha, como eu

fazia? Em arremessar de longe e ouvir o baru-

lho da rede, vestindo aquele uniforme listrado?

Page 33: Mais Basquete

33

Sonham com cravadas magníficas? Sonham e

passar bolas para o arremesso certeiro do Mar-

celinho? Ou em deixar o Bábby livre em um

pick and roll? Não, primeiro eles nem sabem

os nomes dos jogadores brasileiros e segundo

eles sonham em jogar nos Estados Unidos, na

NBA. Assim eles poderão alcançar a mesma

fama que Nenê, Leandrinho, Varejão e, recen-

temente, o Splitter que obtiveram ao arriscar

muito e conseguiram jogar naquilo que os pró-

prios esportistas da NBA dizem no vídeo: o

melhor basquete do mundo!

Pelo menos sonhando com uma vaga na

NBA eles são obrigados a estudar e, conse-

quentemente, melhoram sua cultura e abrem o

leque para a aquisição de conhecimentos e de

outra língua que lhes fará muito bem no futu-

ro.

Mas na análise do que nossos jovens so-

nham – os sonhos de outra cultura – percebe-

mos como a influência americana é muito

grande em nossa cultura e, para concluir isso,

não precisa ser um grande gênio, nem mesmo

ser gênio, pois isso é óbvio. Mas só nos chega

o reflexo da coisa boa, pronta. O processo ár-

duo de construção é esquecido por nossos

Como formar um Armador?

Marcelo Berro

Formando Atletas e Técnicos Através

do Esporte Universitário

Carlos Alex Soares

Page 34: Mais Basquete

34

Não falo no vazio, sem experiência algu-

ma. Quando um pai libera um filho, com seus

14, 15 anos para estudar e jogar por um clube

em outra cidade ou mesmo estado, pressu-

põem-se que haja confiança nessas entidades

e que elas irão cumprir com a legislação brasi-

leira, especialmente no que diz respeito ao di-

reito e dever da criança e adolescente estar na

escola até os 18 anos. Os uruguaios fazem isso

com suas seleções: concentram em Montevi-

déu e os matriculam em algum liceu da capital

no período que estivem a serviço da seleção.

Não basta matricular, tem que acompa-

nhar frequência, desempenho, estudo e notas.

O que eu proponho é uma parceria entre

a Confederação Brasileira de Basketball (CBB)

e Confederação Brasileira de Desporto Univer-

sitário (CBDU) para fortalecer e dignificar os

Jogos Universitários Brasileiros (JUB’s), for-

mando parcerias com universidades em todo o

país, pois já é visível que as universidades que

apoiam o basquete no Brasil são retribuídas

com visibilidade midiática e retorno financeiro.

Então, nessa projeção de futuro e da

busca do sonho americano, o sonho dos norte-

americanos, a base é o que mais me preocupa.

Para chegar a NBA, Michael Jordan teve que

estudar no ensino médio, termina-lo dentro de

uma determinada faixa etária e cursar, efetiva-

mente, o curso de Geografia na Universidade

da Carolina do Norte. Sim, se é uma referência

dentro da quadra, ela foi construída e, nesse

processo, muita cultura foi adquirida antes dos

milhares de dólares que ainda acumula anual-

mente.

Nenê, Varejão, Leandrinho e Splitter fa-

zem o que gostam, mas sabem que a aposen-

tadoria esta nos contratos que firmarem nessa

fase produtiva e, se perderem tudo, terão ape-

nas a lembrança de um sonho realizado, mas

que não manteve as melhorias que fizeram

parte do cotidiano por algum tempo. Se, em

Como formar um Armador?

Marcelo Berro

Formando Atletas e Técnicos Através

do Esporte Universitário

Carlos Alex Soares

Page 35: Mais Basquete

35

uma hipótese remota, Jordan tivesse tido uma

lesão ou perdesse tudo, seria geógrafo ou pro-

fessor de geografia. Isso não é raro no esporte

norte-americano: fortunas vêm nos anos dou-

rados e se vão ao estalar dos dedos ou ao ro-

lar dos dados...

Esse modelo educativo-esportivo é fun-

damental para o crescimento do esporte no

Brasil. Pessoas que possuem habilidade media-

na poderiam estar na universidade por causa

de seu talento e, entre estes, alguns excelen-

tes jogadores poderão surgir. Aqueles que vi-

sualizarem no esporte uma oportunidade de

crescerem profissionalmente, como muitos jo-

vens fazem com o exército brasileiro, exigirão

aulas de educação física mais eficazes e o cír-

culo de importância de cada área se fechará,

elevando o nível da educação brasileira e o es-

porte se beneficiará desse processo.

Mas para isso nosso imediatismo teria

que dar lugar a um processo de planejamento

a médio e longo prazo, visando à continuidade

na formação de atletas e a formação de líderes

para diversas áreas entre aqueles que tiveram

a aquisição de hábitos saudáveis e levarão

consigo a ótima lembrança do esporte na fase

universitária, mas não serão atletas de elite.

Um grande exemplo disso é Barack Obama.

Como formar um Armador?

Marcelo Berro

Formando Atletas e Técnicos Através

do Esporte Universitário

Carlos Alex Soares

Page 36: Mais Basquete

36

Bom, dediquei um espaço a formação de

atletas, pois é uma temática que gera muito

debate, muitas ideias e possui um leque de te-

ses que o que sugiro é apenas uma fagulha

perto da necessidade de aquecer o esporte no

país.

Entretanto, a proposta aqui elencada

também gerará novos beneficiados: os profes-

sores/técnicos. Por quê? Simples. Nesse pro-

cesso, o crescimento exponencial de competi-

ções e equipes, agora no nível universitário,

multiplicará os espaços de trabalho para técni-

cos que mesmo que haja um corporativismo

seletivo entre os técnicos dos clubes de ponta

na atualidade, esse processo de massificação é

superior ao que podem responsabilizar-se. No-

vos técnicos surgirão.

E aí, com muitos técnicos em ação, tal-

vez a revitalização da ATEBA (Associação de

Técnicos de Basquete) seja viável e seríamos

perfeita capazes de formar os armadores, os

técnicos para comandar nossas seleções e ain-

da ―garimpar‖ atletas com potencial para tor-

nar-se referência em âmbito nacional.

Provavelmente possamos voltar a ter

grandes e ameaçadoras equipes nas disputas

de títulos no presente e não apenas históricos

e jurássicos vencedores do passado.

Como formar um Armador?

Marcelo Berro

Formando Atletas e Técnicos Através

do Esporte Universitário

Carlos Alex Soares

Page 37: Mais Basquete

37

Page 38: Mais Basquete

38

Ideias Sobre a Gestão do Basquete Brasileiro Jose Alberto Freyesleben Valle Pereira

Primeiramente parabéns aos que tive-

ram a idéia de lançar mais esse veículo de no-

tícias sobre o basquete e aqueles que terão a

sensibilidade e oportunidade de acessá-lo,

agradecendo o convite para poder expressar o

que penso.

Falar sobre gestão e funcionamento no

atual momento que atravessamos não é tarefa

fácil até porque não sou um especialista na

área, mas na tentativa de ajudar vou tentar

traçar uns parâmetros em cima do que estou

vendo na entidade que administra o basquete

e deveria ser a responsável por seu fomento

em todos os níveis.

O basquete e o esporte brasileiro em ge-

ral sofrem pela falta de bons dirigentes, e mui-

tos dos qualificados que temos não são apro-

veitados, por diversos motivos que não cabe

aqui elencar, mas que entendo seja do conhe-

cimento de todos.

Acredito que para iniciar uma gestão te-

mos que saber as condições da entidade que

estamos assumindo. Ver a saúde financeira, o

funcionamento administrativo, conhecer o qua-

dro funcional e sua capacitação, rever organo-

grama, se está adequado às atividades que a

entidade desenvolve e saber qual a missão de-

la.

No caso específico do basquete, está

mais do que na hora de termos um banco de

dados fidedigno, para que possamos mensurar

as ações. Saber quantos clubes cada federação

tem como filiados, quais competições promo-

ve, que categorias jogam no estado, e número

de atletas registrados por idade. Após, fazer-

mos esse raio-X nos clubes, até acredito que

muitos desses dados a CBB possui mas não

utiliza.

Contratar técnicos capacitados para as

áreas existentes, o que possibilitará o desen-

volvimento da gestão, estratégias de ação e do

planejamento geral da entidade, dentro da dis-

ponibilidade financeira existente.

Com o corpo técnico e funcional adequa-

do e capacitado a entidade passa a ter credibi-

lidade e desenvolver seus projetos, buscar re-

cursos, gerir as atividades para as quais foi cri-

ada.

Todos nós sabemos que existem cargos

políticos e técnicos, e devemos identificar as

pessoas que os ocuparão, para tanto as esco-

lhas tem que ser baseadas nos perfis de quem

queremos que ocupe uma função, seja ela po-

lítica ou técnica.

Page 39: Mais Basquete

39

Todos nós sabemos que existem cargos

políticos e técnicos, e devemos identificar as

pessoas que os ocuparão, para tanto as esco-

lhas tem que ser baseadas nos perfis de quem

queremos que ocupe uma função, seja ela po-

lítica ou técnica.

Existem várias fontes de incentivos go-

vernamentais que podem servir de instrumen-

tos de fomento ao basquete e a CBB deveria

ter um departamento específico para isso, in-

clusive auxiliando as próprias federações em

suas ações de captação de recursos.

Não há no momento atual em meu en-

tendimento, ações prioritárias, todas elas hoje

são, mas precisamos começar certo para ter

condições de definição o que deve ser feito e ai

sim eleger prioridades.

Estando a casa arrumada vamos ao que

interessa, fazer basquete.

Em linhas gerais é assim que entendo o

que deve ser feito na entidade maior do bas-

quete brasileiro, a partir daí seria possível pas-

sar a auxiliar as demais camadas que com-

põem essa pirâmide.

Saudações a todos.

Quem é José Alberto Freyesleben Valle Pereira ?

Beto, como é conhecido no meio do basquete, tem 49 anos,

é Bacharel em Direito, tem vínculos administrativos com o basquete catarinense há mais de 17 anos, tendo sido diretor

de árbitros, administrador e supervisor de seleções catari-nenses e brasileiras, Assessor Jurídico da Federação Catari-nense de Basketball, além de ter trabalhado no gerencia-

mento de quadra do Pan 2007.

Ideias Sobre a Gestão do Basquete Brasileiro

José Alberto Freyesleben Valle Pereira

Page 40: Mais Basquete

40

Formando Pessoas Cesare Augusto Marramarco

Quando recebi o convite

do Carlos Alex para escrever so-

bre basquete e, especialmente,

sobre iniciação, confesso que fi-

quei bastante envaidecido e ao

mesmo tempo preocupado. Ser

lembrado pelos colegas, ex-

atletas e pessoas com quem con-

vivemos é sempre muito impor-

tante e acredito ser este o me-

lhor reconhecimento, pois é feito

por pessoas que convivem neste

mesmo meio e sabem do seu tra-

balho. Porém, uma coisa é dar

um treino, uma palestra, uma

atividade prática, coisas que fa-

zem parte do teu cotidiano. Ou-

tra é colocar isso no papel, o que

não é absolutamente a mesma

coisa. Espero poder corresponder

a esta expectativa.

Nestes 34 anos como téc-

nico de basquete, praticamente

nunca me afastei do trabalho

com as categorias de base, espe-

cialmente o minibasquete. Mes-

mo quando técnico de equipes

adultas, sempre fiz questão de

continuar trabalhando com a gu-

rizada. Para mim sempre foi o

momento de descontração, de

alegria e onde eu realmente me

sentia útil. Não que ser técnico

de equipe adulta seja menos im-

portante, gratificante ou mais fá-

cil. Porém pelo meu tempera-

mento, o trabalho de formação

sempre foi onde me senti realiza-

do. Todos nós, técnicos, sabemos

onde somos melhores e conside-

ro isto fundamental não só para

o sucesso profissional como para

a nossa felicidade. Afinal felicida-

de é o que todas as pessoas bus-

cam alcançar e acredito que só

consigamos realmente sermos

felizes se isso acontece também

no trabalho.

Tanto quanto todas as ou-

tras profissões, ser técnico de

basquete exige amor e dedica-

ção. E trabalhar com crianças

exige que se goste e se tenha

paciência com elas. Não se con-

funda isso com falta de limites ou

de cobrança em busca de objeti-

Page 41: Mais Basquete

41

tivos. Porém o carinho e a paci-

ência em saber que cada um tem

um ritmo diferente de aprendiza-

gem são essenciais. E, essencial-

mente, sabermos que estamos

lidando com pessoas em um mo-

mento crucial de sua formação e

o que for feito neste momento

provavelmente ecoará por toda a

sua vida. E não estou falando so-

bre técnica individual, fundamen-

tos ofensivos e defensivos, pois

estes sabemos que, com um

pouco mais ou menos de traba-

lho, podem ser corrigidos em

qualquer fase da vida do atleta.

Entretanto, os valores e virtudes

morais encontram na iniciação o

seu melhor momento para serem

lapidados.

Formando Pessoas

Cesare Augusto Marramarco

Page 42: Mais Basquete

42

Talvez seja por isso que

considero tão importante o tra-

balho nesta fase. Costumo co-

mentar que, se fosse mudar al-

guma coisa na minha carreira

profissional, talvez tivesse estu-

dado um pouco menos sobre

basquete e um pouco mais sobre

pessoas. Quando fui fazer o mes-

trado com o meu querido e sau-

doso Prof. Ruy Krebs passáva-

mos muito tempo estudando as

teorias do desenvolvimento hu-

mano. Naquelas leituras e dis-

cussões eu consegui encontrar

explicações para os meus erros e

acertos e solidificar a minha opi-

nião para a importância do traba-

lho nesta fase. No seu modelo

de especialização motora, o Prof.

Ruy sempre salientou a impor-

tância do primeiro estágio, o de

Estimulação, na formação do fu-

turo atleta.

Desta forma, uma das coi-

sas que mais me empolga no tra-

balho é que, muito mais do que

atletas, formamos pessoas. O

que quero salientar é que alguns

que passarem por nós, muito

mais por suas capacidades pró-

prias do que por méritos nossos,

serão atletas durante um tempo

maior. Talvez sejam atletas de

seleções estaduais, brasileiras ou

até profissionais. Porém o maior

grupo será formado de pessoas

que praticaram o basquete por

algum tempo e seguiram o seu

rumo na vida, sendo profissionais

nas mais diferentes áreas. Prova-

velmente algumas das experiên-

cias do seu tempo de atleta lhes

ajudem nesta sua vida profissio-

nal e este será, provavelmente, o

nosso maior pagamento.

Por outro lado, se o foco

de nosso trabalho fosse essenci-

almente de formar atletas de alto

nível, provavelmente seríamos

tremendamente frustrados, pois

de cada dez atletas que come-

çam nas escolinhas e mini, talvez

um chegue a categoria juvenil.

Formando Pessoas

Cesare Augusto Marramarco

Page 43: Mais Basquete

43

Destes, a possibilidade de se

profissionalizar é bastante pe-

quena, dado ao número de equi-

pes que temos em nosso país.

Dependendo da região, esta

chance é ainda menor.

No entanto, tudo isso

acontece através da prática do

basquete. As crianças que vem

até nós estão com a sua atenção

voltada para a prática do esporte

e a nossa função primordial nes-

te momento é ensinar, o melhor

possível, a estes jovens. A moti-

vação deles para a prática vem

do êxito em conseguir realizar as

técnicas que constituem o jogo.

Porém, nós como técnicos deve-

mos ter esta visão a longo prazo

para sabermos da importância de

cada situação de nosso apaixo-

nante esporte.

Formado em Educação Física na UFRGS,

Especialista em Treinamento Desportivo-

Atletismo pela URCAMP- Bagé e Mestre em

Ciências do Movimento Humano, com ênfase

em Aprendizagem e Desenvolvimento Mo-

tor, pela UDESC. Técnico de basquete desde

1978, tendo atuado na SOGIPA, FUnBa

(hoje URCAMP), Clube Recreio da Juventu-

de, Clube Juvenil e escolas da rede munici-

pal, estadual e particular. Atualmente é pro-

fessor da Universidade de Caxias do Sul e

da rede municipal de ensino do município de

Farroupilha, trabalhando com escolinhas de

formação esportiva.

Quem é Cesare Augusto Marramarco?

Formando Pessoas

Cesare Augusto Marramarco

Page 44: Mais Basquete

44

Visite o Centro Esportivo Virtual

e participe do debate sobre o basquete.

www.cev.org.br/comunidade/basquete

Page 45: Mais Basquete

45

Franca: Ginásio “Pedrocão”

Jogo das Estrelas 2011.

Brasília: Ginásio Nilson Nelson.

Page 46: Mais Basquete

46

Entre os dias 29/7 e 1º/8,

o Rio de Janeiro foi palco de um

dos mais interessantes progra-

mas de transferência de conheci-

mento esportivo do mundo: o

Basketball Without Borders

(Basquetebol Sem Fronteiras ou

BWB).

Durante três dias 50 jo-

vens promessas do basquetebol

latino-americano participaram de

oficinas, treinos e jogos orienta-

dos por técnicos, atletas e ex-

atletas da NBA e da WNBA. Esta

foi a segunda vez que o progra-

ma, criado em 2001, passou pelo

Brasil.

A edição brasileira do BWB

foi dirigida pelo ex-jogador do

Atlanta Hawks, Dominique Wil-

kins, que veio ao Rio acompa-

nhado de outros craques da NBA,

como Sam Perkins (Seattle Su-

personics), Allan Houston (NY

Knicks) e Adonal Foyle (Orlando

Magic). Além dos jogadores, al-

Quando o Basquete Derruba

Barreiras e Fronteiras por A lvaro Guimara es

Page 47: Mais Basquete

47

guns dos principais treinadores

da liga norte-americana também

aportaram na capital fluminense:

Austin Ainge (Boston Celtics),

Kaleb Canales (Portland Trailbla-

zers), Alex English (Toronto Rap-

tors), Alvin Gentry (Phoenix

suns) e Phil Weber (NY

Knicks). O “dream team” do 10º

BWB foi completado com o pre-

parador físico Will Sevening (San

Antonio Spurs) e o vice-

presidente de atletas do Houston

Rockets, Gersson Rosas.

“Este programa representa

o compromisso da NBA de elevar

o jogo de basquete e atrair aten-

ção a importantes temas sociais

que afetam as comunidades ao

redor do mundo”, resumiu Kath-

leen Behrens, vice-presidente

Executivo de Programas Comuni-

tários e Jogadores da NBA.

Pratas da casa

Oito jogadores brasileiros

com menos de 19 anos foram se-

lecionados para participar do

evento: Henrique Coelho, Gusta-

vo Scaglia de Paula, Leonardo

Simões Meindl, Lucas Fernandes

Mariano, Felipe Braga, Deryk Ra-

mos, Leonardo Roese e Felipe

Rech.

Quando o Basquete Derruba

Barreiras e Fronteiras

por Álvaro Guimarães

Page 48: Mais Basquete

48

Nessa sua edição de estreia a

Mais Basquete apresenta o

perfil de dois destes jovens cra-

ques que têm tudo para orgu-

lhar o basquete brasileiro e,

quem sabe até vestir a camisa

que foi de um dos instrutores

do 10º BWB.

Henrique Coelho, armador

Mineiro de Uberlândia, Co-

elho é atualmente um dos ar-

madores da equipe Unitri Uber-

lândia e apesar de ter apenas 18

anos, já ostenta uma coleção de

títulos capaz de causar inveja em

muito marmanjo. Entre eles des-

tacam-se dois campeonatos mi-

neiros e um campeonato brasilei-

ro de seleções, além de repetidas

convocações para as seleções

brasileiras de base nos últimos

três anos.

Apesar da pouca altura

(1,82m) o garoto que começou a

jogar inspirado no irmão e no ar-

mador Valtinho, ―o maestro do

Uberlândia‖, não teme os desafi-

os do basquete profissional e al-

meja defender a seleção principal

no Rio em 2016.

“Todo atleta gostaria de servir à

Seleção Brasileira, em qualquer

competição. Minha história na

seleção começou quanto eu tinha

15 anos e foi tudo pra mim, pois

ouvir o Hino Nacional e saber que

estou representando milhões de

brasileiros não tem preço. Espe-

ro, sim, jogar as Olimpíadas do

Rio e muitas outras competições

e tenho certeza de que estarei

pronto quando minha hora che-

gar”, diz.

Sobre sua convocação pa-

ra o 10º BWB, Coelho não escon-

de a emoção: ―Fui avisado pelo

José Alves Neto e foi uma das

melhores notícias que já recebi.

Sempre via atletas indo pro Bas-

Quando o Basquete Derruba

Barreiras e Fronteiras

por Álvaro Guimarães

Page 49: Mais Basquete

49

Page 50: Mais Basquete

50

quete sem Fronteira, mas não

me imaginava lá e agora foi mi-

nha vez‖.

Gustavo Scaglia de Paula,

ala-armador

Aos 18 anos esse paulista

de Sorocaba está com as malas

prontas para embarcar rumo a

Yuma no estado do Arizona

(EUA), onde estudará e jogará no

Arizona Western College.

Gustavo é outro caso de

atleta que entre no basquete

conduzido pelas mãos de um ir-

mão mais velho, nesse caso es-

pecífico se trata de Rafael Scaglia

de Paula, ex-Pinheiros e ex-

Sorocaba, hoje no time universi-

tário da Universidade de São

Paulo (USP).

Seguindo os passos do ir-

mão, Gustavo trilha uma trajetó-

ria de sucesso no basquete brasi-

leiro e o pouco tempo de carreira

não o impede de colecionar tro-

féus entre os quais se destacam

o bi-Campeonato Paulista (2007-

Quando o Basquete Derruba

Barreiras e Fronteiras

por Álvaro Guimarães

Page 51: Mais Basquete

51

2008), o Campeonato Brasileiro

de Seleções (2010) e o terceiro

lugar no Campeonato Sul-

Americano (2008), este conquis-

tado com a camisa da Seleção

Brasileira.

Do alto de seu 1,94 metro

de altura Gustavo lança olhares

diretos às Olimpíadas do Rio-16.

A convocação para a Seleção de

Desenvolvimento reforça suas

esperanças. ―Tudo o que faço ho-

je, não é para me tornar o futuro

da Seleção e, sim, para me tor-

nar um atleta excepcional, para

isso mantenho meu corpo o mais

saudável possível e treino todos

os dias como se fossem meus

últimos dias, pois jogar uma

Olimpíada é um sonho, mas sei

que isso só será conquistado com

merecimento‖, pondera.

A seleção de São Sebasti-

ão do Paraíso, por sinal, é apon-

tada pelo jovem jogador como

uma das melhores iniciativas da

Confederação Brasileira de Bas-

quete (CBB) para contribuir na

formação de novos atletas.

―Deveria haver muitas dessas se-

leções pelo Brasil inteiro, pois to-

dos dessa seleção evoluíram

muito, e no Brasil acredito haver

muitos talentos perdidos por fal-

ta de investimento no basquete‖,

analisa com surpreendente ma-

turidade.

Quando o Basquete Derruba

Barreiras e Fronteiras

por Álvaro Guimarães

Page 52: Mais Basquete

52

Sobre a nova convocação

para o 10º BWB, Gustavo

comenta: “Foi muito bom ser

chamado mais uma vez para par-

ticipar do Basquete sem Fron-

teiras, pois é uma grande ex-

periência que se leva para vida

toda e nos motiva a continuar

correndo atrás do objetivo de ser

um grande jogador”.

Quem é Álvaro Guimarães?

Jornalista por profissão e vocação, fã

de esportes e colaborador da Revista

Mais Basquete.

Quando o Basquete Derruba

Barreiras e Fronteiras

por Álvaro Guimarães

Page 53: Mais Basquete

53

Cada país deverá jogar o Campeonato de seu continente e, em alguns casos, conquistaram

essas vaga em torneios de 2010 ou mesmo quando foi definido o país sede dos Jogos

Olímpicos. Estamos nos referindo ao basquete masculino. Em setembro, basquete feminino

a caminho de Londres/2012.

Os campeonatos continentais possuem vagas diretas para Londres 2012 e vagas para o

Pré-Olímpico mundial — serão doze (12) vagas para o Pré-Olímpico Mundial, que ocorrerá

em Londres (02 a 08 de julho de 2012) e disponibilizará as últimas três (03) vagas para os

Jogos Olímpicos. Veja no gráfico abaixo como funcionará a ―caça as vagas Olímpicas‖:

Page 54: Mais Basquete

54

AFROBASKET Madagascar

17 a 28/8/2011

COPA AMÉRICA Mar Del Plata—Argentina

30/8 a 11/9/2011

Page 55: Mais Basquete

55

EUROBASKET Lituânia

31/8 a 18/9/2011

Page 56: Mais Basquete

56

CAMPEONATO ASIÁTICO China

CAMPEONATO DA OCEANIA Austrália

07 a 09/11/2011

Page 57: Mais Basquete

57

Situação do Brasil

Depois da polêmica com os seguros dos atle-

tas, a seleção brasileira manteve os treina-

mentos e fez os dois cortes necessários: há

dez dias dispensou Raulzinho Neto e nesta ter-

ça liberou Paulão Prestes, que enfrenta proble-

mas com seu clube pelo peso acima do nor-

mal. O Brasil será representado no Pré-

Olímpico de Mar del Plata (Argentina) 2011 pe-

los atletas da lista ao lado.

Depois de quinze anos o Brasil quer evitar o

vexame de ficar vinte anos sem disputar os

Jogos Olímpicos—e só disputará 2016 por que

é sede.

Duas vagas para as América. Queremos uma.

Armadores Alas

Nezinho

Marcelinho Huertas

Rafael Luz

Alex

Marcelinho Machado

Marquinhos

Vitor Benite

Ala-pivô Pivô

Guilherme Giovanno-

ni

Caio Torres

Rafael Hettsheimer

Augusto Lima

Tiago Splitter.

Page 58: Mais Basquete

58

Page 59: Mais Basquete

59

DIA HORÁRIO EQUIPE A PLACAR EQUIPE B

24/08/11 19h Brasil X Canadá

24/08/11 21h15min República Domini-

cana X Porto Rico

25/08/11 19H Porto Rico X Canadá

25/08/11 21h15min Brasil X República Dominicana

26/08/11 19h Canadá X República Dominicana

26/08/11 21h15min Brasil X Porto Rico

Copa Tuto Marchando 2011

Entre 24 e 26/8/2011 o Brasil disputará a Copa Tuto Marchand, em Foz do Iguaçu. Canadá,

República Dominicana e Porto Rico serão os adversários do Brasil, antes do início do torneio

Pré-Olímpico. O torneio terá transmissão de todos os jogos pela internet, no canal da FIBA

Américas (www.fibaamericastv.com).

Page 60: Mais Basquete

60

PRÉ-OLÍMPICO DAS AMÉRICAS

Fase de Grupos

Terça-feira, 30 de agosto de 2011

Hora Local Visitante

11:30 Dominican Republic Cuba

14:00 Brazil Venezuela

18:00 Paraguay Argentina

20:30 Panama Puerto Rico

Quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Hora Local Visitante

11:30 Venezuela Dominican Republic

14:00 Puerto Rico Paraguay

18:00 Argentina Uruguay

20:30 Canada Brazil

Quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Hora Local Visitante

11:30 Paraguay Panama

14:00 Cuba Venezuela

18:00 Dominican Republic Canada

20:30 Uruguay Puerto Rico

Sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Hora Local Visitante

11:30 Canada Cuba

14:00 Panama Uruguay

18:00 Brazil Dominican Republic

20:30 Puerto Rico Argentina

Sábado, 3 de setembro de 2011

Hora Local Visitante

11:30 Venezuela Canada

14:00 Uruguay Paraguay

18:00 Cuba Brazil

20:30 Argentina Panama

Page 61: Mais Basquete

61

PRÉ-OLÍMPICO DAS AMÉRICAS

Quartas-de-final

Quartas-de-final

Segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Hora Local Visitante

11:30 Team X/8 Team X/1

14:00 Team X/2 Team X/7

18:00 Team X/6 Team X/3

20:30 Team X/4 Team X/5

Terça-feira, 6 de setembro de 2011

Hora Local Visitante

11:30 Team X/1 Team X/7

14:00 Team X/8 Team X/6

18:00 Team X/5 Team X/2

20:30 Team X/3 Team X/4

Quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Hora Local Visitante

11:30 Team X/6 Team X/1

14:00 Team X/7 Team X/5

18:00 Team X/4 Team X/8

20:30 Team X/2 Team X/3

Quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Hora Local Visitante

11:30 Team X/1 Team X/5

14:00 Team X/6 Team X/4

18:00 Team X/3 Team X/7

20:30 Team X/8 Team X/2

Page 62: Mais Basquete

62

PRÉ-OLÍMPICO DAS AMÉRICAS

Semi-Final | Final

Semi-final

Sábado, 10 de setembro de 2011

Hora Local Visitante

00:00 Team X/2 Team X/3

00:00 Team X/1 Team X/4

Final

Domingo, 11 de setembro de 2011

Hora Local Visitante

00:00 Loser of (37) Loser of (38)

00:00 Winner of (37) Winner of (38)

Page 63: Mais Basquete

63

Quem é Alessandro Trindade?

Desenhista desde criança, , arquiteto gaúcho e foi

atleta da UFPel em Jogos Universitários Gaúchos

(JUGs) e agora é basqueteiro de final de semana.

Mudou-se para Bahia há dez anos. Quando não está

projetando, faz charges e ilustrações para Revista

Mais Basquete.

Page 64: Mais Basquete

64

Page 65: Mais Basquete

65

Eu Fui! por Marcello Berro

Nos dias 5, 6 e 7 de agosto, foi realizada

no Clube Atlético Paulistano, a clínica de

basquete do Coach Brown (Larry Brown).

Tive o prazer de participar e aprender

bastante com um dos currículos mais res-

peitados do basquetebol mundial:

Campeão da NBA com o Detroit Pis-

tons em 2004;

Consagrado no ―Basketball Hall of

Fame‖ em 2002, como técnico;

Eleito técnico do ano da NBA em

2001;

4ª colocado na historia da NBA em

numero de vitorias com mais de

1089 vitorias;

Venceu 3 Títulos de Conferência da

NBA;

Venceu 10 Títulos de Divisão de Con-

ferência da NBA;

Levou seus times para os Play-Offs

18 das 22 temporadas que atuou co-

mo técnico;

Único técnico na história a vencer um ti-

tulo da NBA e da NCAA;

Único individuo a servir a seleção ameri-

cana como jogador e técnico e vencer a

medalha de ouro nas Olímpiadas;

Medalhista de Ouro como técnico da sele-

ção dos EUA em 2000 e jogador em

1964;

Medalha de Bronze nas Olimpíadas de

2004 como técnico da seleção dos EUA;

Eleito 3 vezes técnico do ano da ABA;

Eleito técnico do ano da NCAA 1988;

Eleito técnico do ano do Big Eight Confe-

rence da NCAA em 1986;

Page 66: Mais Basquete

66

Aos 71 anos, Coach Brown, fez questão

de lembrar, que é da quarta geração de ex-

atletas, que se tornaram coaches, onde o pri-

meiro deles foi ―simplesmente‖ James Nais-

mith (inventor do basquetebol).

Na viagem de retorno para o Rio de Ja-

neiro, verificando minhas anotações, notei a

diferença entre a filosofia americana e a escola

europeia de basquetebol.

Podemos fazer uma comparação entre o

basquete americano e o futebol brasileiro, on-

de a cultura e o talento são inerentes aos nati-

vos, onde exista uma certa soberba de que são

os melhores destas modalidades e consequen-

temente, favoritos em qualquer competição

que disputem.

Sem dúvida o basquete americano e o fu-

tebol brasileiro são os maiores formadores de

talentos, mas a soberba de achar que só o ta-

lento resolve, ultimamente anda acarretando

derrotas.

Seja no basquete ou no futebol, os euro-

peus, conseguem chegar próximos, estudando

os porquês de cada fundamento e situações de

jogo que lhe sejam favoráveis. Assim, acaba-

ram encontrando a filosofia onde a manuten-

ção da posse de bola, a melhor utilização das

regras e uma simples, porém eficiente execu-

ção dos fundamentos os leva a vitória.

O basquete brasileiro, não possui a cultu-

ra de basquetebol e consequentemente o mes-

mo talento dos americanos. Mesmo com o téc-

nico Rubén Magnano (escola europeia) ain-

Eu Fui!

por Marcelo Berro

Eu Fui!

por Marcello Berro

Page 67: Mais Basquete

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da joga o ―basquete caribenho‖ que é caracte-

rizado por uma correria desenfreada e os ex-

cessivos arremessos de 3 pontos. Acredito que

o trabalho do Magnano seja o início da mudan-

ça de filosofia no basquete brasileiro e torço

para que sigamos por muito tempo a filosofia

europeia.

Outro detalhe que me chamou a atenção

durante as palestras, foi a enorme diferença

entre os termos: técnicos, treinadores e coa-

ches.

Coach Brown, quando se referiu ao seu

passado como atleta, disse:

– Eu joguei para o Coach x, y e z.

Ao ouvir diversas vezes Coach Brown

reverenciando seus ex-coaches, fiz uma com-

paração com o Brasil onde, algum atleta se re-

ferindo ao seu passado, diz:

– Eu joguei no clube x,y e z...

Para entendermos melhor essa diferença

entre técnicos, treinadores e coaches, recorro

ao dicionário:

Técnico: Pessoa que conhece a fundo

uma arte, uma ciência, uma profissão

(=ESPECIALISTA, PERITO).

Treinador: Profissional que orienta e trei-

na uma equipe

Coach: Uma relação de parceria que re-

vela e liberta o potencial das pessoas de

forma a maximizar seu desempenho.

Penso que a tradução literal, revela e

deve permear a postura dos técnicos, treina-

dores ou coaches e de acordo com essa postu-

ra, o consequente tratamento que este profis-

sional receberá...

Quem é Marcello Berro?

Marcello Berro é Técnico Provisionado pelo CREF-RJ em 2004, tra-

balhou em diversos clubes do Rio de Janeiro e da Bahia (Botafogo,

América F. C., Hebraica-RJ, Grajaú Country Clube, Flamengo, Ta-

lentos nativos e Faculdade Souza Marques). Atualmente é Coorde-

nador Técnico do Centro de Treinamento do Bábby.

E-mail: [email protected], Twitter: @coachberro,

Marcelo Berro foi voluntário e acabou criando a coluna EU FUI! Conte você também sua participação em

cursos, clínicas, eventos e viagens em busca de mais basquete, no Brasil e no exterior. Assim você reflete mais

sobre o que fez e aprendeu e divide seus conhecimentos e impressões do evento com todo o basquete brasilei-

ro.

Eu Fui!

por Marcelo Berro

Page 68: Mais Basquete

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Liga Nacional Sub-21 Anos

Na semana de 15/8 o Ministério do Es-

porte aprovou o projeto da Liga Nacional de

Basquete Sub-21, parceira da LNB e CBB. É

uma grande notícia para o basquete brasileiro

e os clubes já estavam preparando-se para es-

sa competição, que tem o intuito de proporcio-

nar um maior desenvolvimento aos jovens

atletas na transição das categorias de base pa-

ra o adulto.

Mais do que um evento de um ano só, a

LNB tem a garantia da realização de duas edi-

ções, em 2011

e 2012, atra-

vés do aval do

Ministério do

Esporte e da

parceria com a

Confederação

Brasileira de

Basketball. A

parceria foi

necessária por

conta da buro-

cracia que en-

volve convênios do Ministério do Esporte e pa-

ra que o início da Liga Sub-21 não fosse adia-

da para 2012 – já o foi de 2010 para 2011 pe-

la dificuldade em captar os recursos isentados

pela Lei de Incentivo ao esporte. Para a LNB a

participação do ME foi fundamental para a rea-

lização desta primeira edição (veja detalhes no

quadro): “Temos a Lei de Incentivo ao Espor-

te, mas não havíamos conseguido os recursos

necessários para realização do campeonato.

Graças ao aporte financeiro do ministério, este

sonho torna-se realidade”.

“Daremos início ao campeonato com um

formato adequado as circunstâncias, mas a

partir da próxima temporada, devemos fazer

um formato que proporcione mais oportunida-

des a esses atletas de se desenvolverem", afir-

mou o gerente técnico da LNB, Lula Ferreira.

Além do desen-

v o l v i m e n t o

dentro de qua-

dra, a Liga pre-

tende com esse

projeto propor-

cionar uma sé-

rie de outras

atividades para

o crescimento

individual dos

atletas. Estão

previstas, em

cada uma das etapas, palestras com profissio-

nais de outras áreas e ex-jogadores de bas-

quete, além de clínicas técnicas e ações sociais

nas respectivas comunidades das cidades que

sediam o evento (Brasília-DF e São Sebastião

do Paraíso-MG).

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Para Kouros Monadjemi, presidente da

LNB, "embora a LNB não tenha a intenção de

fazer o trabalho de formação de atletas, essa é

a maneira que encontramos para colaborar

com o desenvolvimento dos jogadores que re-

presentarão nosso País na Olimpíada de 2016",

afirmou Monadjemi, complementando que "em

parceria com a CBB, estamos proporcionando

um campeonato forte para que os clubes pos-

sam dar rodagem a esses jovens talentos".

Sistema de Disputa

A Liga Sub-21 está prevista para ser dis-

putada em três etapas: duas classificatórias e

um hexagonal final. O campeonato deverá

contar com a participação de 16 equipes, que

serão divididas em dois grupos de oito. Em ca-

da chave, todos os times se enfrentarão entre

si e os três primeiros colocados de cada lado

se classificarão para o hexagonal final.

No hexagonal final todos jogarão contra-

to todos para definir quem será o campeão.

Um grupo estará, com até 8 equipes,

estará sediado em B Brasília (DF) e terá seus

jogos realizados entre os dias 23 de setembro

e 03 de outubro. O segundo grupo terá como

sede São Sebastião do Paraíso (MG) e as dis-

putas ocorrerão no período de 07 a 17 de ou-

tubro. Já o hexagonal final será também na

cidade mineira e ocorrerá entre os dias 26 de

outubro e 02 de novembro.

Liga Nacional Sub-21 Anos

por Carlos Alex Martins Soares

Page 70: Mais Basquete

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Esse espaço é para as notícias das federações. Todas foram

convidadas e continuam tendo espaço para socializar suas

ações, projetos, seleções, campeonatos estaduais, enfim, o

que quiserem divulgar. Lembrem-se de que este espaço é

gratuito. As opções de espaços publicitários estão disponí-

veis na página 62. Lá sim, possibilidades de desenvolver a

sua e a marca dos apoiadores por valores acessíveis.

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As imagens dessa edição foram utilizadas com autorização

da Assessoria de Imprensa da Liga Nacional de Basquete,

quando são referentes ao Novo Basquete Brasil.

As da Seleção Brasileira, Basquete Sem Fronteiras e Sele-

ção de Desenvolvimento são disponibilizadas pela Agência

InovaFoto (http://www.inovafoto.com/home.php ) com o

intuito de divulgação.

Há, ainda fotos recebidas em releases e dos próprios atle-

tas.

Page 73: Mais Basquete

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Revista Mais Basquete Por técnicos. Para técnicos.

Diretor

Carlos Alex Soares

[email protected]

Editor e Jornalista Responsável

Álvaro Guimarães

[email protected]

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http://www.revistamaisbasquete.com.br

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