MAIO/JUNHO-2001 25(156) IPEF APRESENTA RELATÓRIO ANUAL · 2001-06-28 · soal, em aprendizado e...

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IPEF APRESENTA RELATÓRIO ANUAL MAIO/JUNHO-2001 25(156) No œltimo dia 30 de maio foi realizada a trigØsima terceira AssemblØia Geral Ordi- nÆria (AGO) do IPEF, evento anual de deta- lhamento às empresas associadas das ativi- dades anuais desenvolvidas pelo Instituto. A reuniªo aconteceu na ESALQ, em Piracica- ba/SP e contou com a presença de represen- tantes da Duratex, Cenibra, Klabin, Pisa, CAF, Deforsa, Bahia Sul, VCP, Inpacel, Lwar- cel, International Paper e da ESALQ/USP. AlØm da tradicional apresentaçªo do Relatório Anual de atividades, foi entregue o Relatório Personalizado, que trouxe informa- çıes sobre as atividades desenvolvidas e os benefícios alcançados para cada uma das empresas associadas, indivi- dualmente. O Relatório Anual, que encerra o 32 o ano de atividades do Instituto, con- templa a descriçªo da maior parte de seus trabalhos, desenvolvidos no ano 2000, tendo como principal referŒncia o convŒnio mantido com a Universidade de Sªo Paulo, para contar com o apoio do Departa- mento de CiŒncias Florestais da ESALQ. O documento faz com que fique cada vez mais claro que o IPEF tem uma forma singular de promover o setor empresarial florestal com benefícios para a sociedade com um todo. Na continuidade da sua missªo de contribuir para o desenvolvimento científico e tecnológico, de forma a garantir a sus- tentabilidade do setor florestal, o IPEF prosseguiu com fortes açıes no campo da divulgaçªo do conhecimento, da formaçªo e capacitaçªo de recursos humanos e da viabilizaçªo de estudos e pesquisas. Na Ærea da divulgaçªo do conhe- cimento, o Insti- tuto atingiu a marca inØdita de 57 publicaçıes editadas no pe- ríodo de apenas um ano. Ocor- reram incremen- tos nas perfor- mances da revista Scientia Forestalis e do boletim IPEF Notícias e a estrØia do Instituto na linha da ediçªo literÆrio-científica, com o lançamento do livro Nutriçªo e Fertilizaçªo Florestal. O destaque maior, no entanto, ficou por conta da ediçªo do livro A Floresta e o Homem, em parceria com a Editora da USP, cujo impacto de lançamento se traduziu na premiaçªo recebida do Instituto Histórico e GeogrÆfico do Estado de Sªo Paulo, como sendo o melhor livro da Ærea de Geografia editado no Estado em 2000. Sªo ainda merecedores de destaque o incremento no nœmero de visitantes nas pÆginas do IPEF On Line e o lançamento do IPEF Mail, um conjunto de recursos, via Internet, que vem se consagrando como um dos mais importantes veículos de informaçªo no campo florestal. Na Ærea de formaçªo e capacitaçªo de recursos humanos, o Instituto continuou representando seu papel de forma consistente. Mais de 1200 pessoas tiveram a oportunidade de participar em eventos tØcnico-científicos, traduzidos em Simpósios, SeminÆrios, Workshop, Cursos e Reuniıes TØcnicas. No ano de 2000, foram estabelecidas 156 parcerias no campo da pesquisa e do desenvolvimento tecnológico, ressaltando mais uma vez o importante papel do Instituto no campo da cooperaçªo interinstitucional. Do total de projetos, 58% foram estabelecidos visando o atendimento das empresas associadas, sendo que, no caso específico dos projetos de pesquisa, esse nœmero atingiu 70%. Todo esse trabalho desenvolvido pelo IPEF proporcionou a integraçªo direta de 351 profissionais vinculados à pesquisa e ao desenvolvimento tecnológico. No seu papel adicional de tornar disponível sementes florestais de alto padrªo de qualidade, o IPEF atingiu a marca das 145 toneladas, computado o período desde a criaçªo do Instituto. As sementes distribuídas no ano de 2000 foram suficientes para o reflorestamento de 68 mil ha, devendo-se acrescentar ainda mais de 2 mil ha referentes à recuperaçªo ou restauraçªo de Æreas de florestas nativas. O ano de 2000 foi mais um ano de sucesso para o IPEF, tendo o resultado sido alcançado graças à atuaçªo da sua equipe de trabalho, composta de 50 pessoas e identificadas em suas trŒs estruturas principais: GerŒncia Administrativa e de Desenvolvimento, GerŒncia de Informaçªo e Difusªo e GerŒncia de Sementes Florestais. À elas devem ser adicionadas a colaboraçªo de vÆrios integrantes da equipe do Departamento de CiŒncias Florestais da ESALQ/USP. Evidentemente, nªo poderia ser esquecido que tudo isso só foi possível, graças à confiança e ao apoio depositados pelas empresas associadas e demais instituiçıes participantes. Nas fotos acima, da esquerda para direita e no sentido horÆrio, pesquisas desenvolvidas pelo IPEF: armadilha canadense (funil mœltiplo) e escandinada, ao fundo; equipe de campo do PTECA responsÆvel pelos levantamentos demogrÆficos na VCP; demonstraçªo da utilizaçªo da haste parabólica, sem asa durante evento do PTSM. Ao lado, imagem de pÆginas do IPEF On Line: informativo eletrônico IPEF Mail e livro A Floresta e o Homem.

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IPEF APRESENTA RELATÓRIO ANUALMAIO/JUNHO-2001 25(156)

No último dia 30 de maio foi realizadaa trigésima terceira Assembléia Geral Ordi-nária (AGO) do IPEF, evento anual de deta-lhamento às empresas associadas das ativi-dades anuais desenvolvidas pelo Instituto. Areunião aconteceu na ESALQ, em Piracica-ba/SP e contou com a presença de represen-tantes da Duratex, Cenibra, Klabin, Pisa,CAF, Deforsa, Bahia Sul, VCP, Inpacel, Lwar-cel, International Paper e da ESALQ/USP.

Além da tradicional apresentação doRelatório Anual de atividades, foi entregue oRelatório Personalizado, que trouxe informa-ções sobre as atividades desenvolvidase os benefícios alcançados para cadauma das empresas associadas, indivi-dualmente.

O Relatório Anual, que encerra o32o ano de atividades do Instituto, con-templa a descrição da maior parte deseus trabalhos, desenvolvidos no ano2000, tendo como principal referência oconvênio mantido com a Universidade de SãoPaulo, para contar com o apoio do Departa-mento de Ciências Florestais da ESALQ. Odocumento faz com que fique cada vez maisclaro que o IPEF tem uma forma singular depromover o setor empresarial florestal combenefícios para a sociedade com um todo.

Na continuidade da sua missão decontribuir para o desenvolvimento científicoe tecnológico, de forma a garantir a sus-tentabilidade do setor florestal, o IPEFprosseguiu com fortes ações no campo dadivulgação do conhecimento, da formação ecapacitação de recursos humanos e daviabilização de estudos e pesquisas.

Na área da divulgação do conhe-

cimento, o Insti-tuto atingiu amarca inédita de57 publicaçõeseditadas no pe-ríodo de apenasum ano. Ocor-

reram incremen-tos nas perfor-mances da revista Scientia Forestalis e doboletim �IPEF Notícias� e a estréia do Institutona linha da edição literário-científica, com olançamento do livro �Nutrição e FertilizaçãoFlorestal�. O destaque maior, no entanto,ficou por conta da edição do livro �A Florestae o Homem�, em parceria com a Editora daUSP, cujo impacto de lançamento se traduziuna premiação recebida do Instituto Históricoe Geográfico do Estado de São Paulo, comosendo o melhor livro da área de Geografiaeditado no Estado em 2000. São aindamerecedores de destaque o incremento nonúmero de visitantes nas páginas do IPEFOn Line e o lançamento do IPEF Mail, umconjunto de recursos, via Internet, que vemse consagrando como um dos maisimportantes veículos de informação no campoflorestal.

Na área de formação e capacitaçãode recursos humanos, o Instituto continuou

representando seu papel de formaconsistente. Mais de 1200 pessoastiveram a oportunidade de participar emeventos técnico-científicos, traduzidosem Simpósios, Seminários, Workshop,Cursos e Reuniões Técnicas.

No ano de 2000, foram estabelecidas156 parcerias no campo da pesquisa e dodesenvolvimento tecnológico, ressaltandomais uma vez o importante papel do Institutono campo da cooperação interinstitucional.Do total de projetos, 58% foram estabelecidosvisando o atendimento das empresas

associadas, sendo que, no casoespecífico dos projetos de pesquisa,esse número atingiu 70%. Todo essetrabalho desenvolvido pelo IPEFproporcionou a integração direta de 351profissionais vinculados à pesquisa e aodesenvolvimento tecnológico.

No seu papel adicional de tornardisponível sementes florestais de altopadrão de qualidade, o IPEF atingiu amarca das 145 toneladas, computado operíodo desde a criação do Instituto. Assementes distribuídas no ano de 2000foram suficientes para o reflorestamentode 68 mil ha, devendo-se acrescentar aindamais de 2 mil ha referentes à recuperaçãoou restauração de áreas de florestasnativas.

O ano de 2000 foi mais um ano desucesso para o IPEF, tendo o resultado sidoalcançado graças à atuação da sua equipede trabalho, composta de 50 pessoas eidentificadas em suas três estruturasprincipais: Gerência Administrativa e deDesenvolvimento, Gerência de Informação eDifusão e Gerência de Sementes Florestais.À elas devem ser adicionadas a colaboraçãode vários integrantes da equipe doDepartamento de Ciências Florestais daESALQ/USP. Evidentemente, não poderia seresquecido que tudo isso só foi possível,graças à confiança e ao apoio depositadospelas empresas associadas e demaisinstituições participantes.

Nas fotos acima, da esquerda para direita e nosentido horário, pesquisas desenvolvidas peloIPEF: armadilha canadense (funil múltiplo) eescandinada, ao fundo; equipe de campo doPTECA responsável pelos levantamentosdemográficos na VCP; demonstração dautilização da haste parabólica, sem asa duranteevento do PTSM. Ao lado, imagem de páginasdo IPEF On Line: informativo eletrônico IPEF Maile livro �A Floresta e o Homem�.

MAI-JUN/012

I N S T I T U C I O N A L

IPEF NOTÍCIAS

Publicação do Instituto de Pesquisas e EstudosFlorestais (IPEF), órgão conveniado com aUniversidade de São Paulo, por meio doDepartamento de Ciências Florestais da ESALQ/USP.

Presidente do IPEFAntonio Joaquim de Oliveira

Vice-PresidenteJosé Maria Arruda Mendes Filho

Reitor da Universidade de São PauloProf. Jacques Marcovitch

Diretor da Escola Superior de Agricultura Luizde Queiroz (ESALQ)Prof. Júlio Marcos Filho

Chefe do Depto. de Ciências Florestais daESALQ/USP e Diretor Científico do IPEFProf. José Otávio Brito

Coordenação de P & DProf. Antonio Natal GonçalvesProf. Fábio PoggianiProf. Fernando SeixasProf. Ivaldo Pontes Jankowsky

Gerência de Informação e DocumentaçãoCientíficaMarialice Metzker Poggiani

Gerência de Sementes FlorestaisIsrael Gomes Vieira

Jornalista ResponsávelBianca Rodrigues Moura (Mtb: 28.592)

RedaçãoAssessoria de Comunicação: Bianca RodriguesMoura e Maria Fernanda Kreling

DiagramaçãoBianca Rodrigues Moura

CorrespondênciaCaixa Postal 530 - 13400-970 � Piracicaba - SPFone: (19) 430-8600 Fax: (19) 430-8666E-mail: [email protected] Page: www.ipef.br/publicacoes/ipefnoticias

Tiragem: 8.000 exemplares

Gráfica: Gráfica Mococa

Distribuição Gratuita. Reprodução permitidadesde que citada a fonte.

GERENTE ANUNCIA SAÍDA DURANTE A AGO

Acima, Prof. Walter de

Paula Lima (Vice-

Diretor da ESALQ), Prof.

Marcus Vinícius

Folegatti (Prefeito do

Campus), Prof. Júlio

Marcos Filho (Diretor

da ESALQ), Antonio Joaquim de Oliveira (novo

Presidente do IPEF) e Prof. José Otávio Brito

(Diretor Cuientífico do IPEF), compondo a

mesa após a eleição da nova Presidência do

IPEF. À esquerda, Manoel de Freitas fala

sobre o crescimento do IPEF.

Quadragésimoengenheiro a ser contra-tado pelo IPEF, EdwardFagundes Branco anun-ciou durante a 33ª AGOseu desligamento doInstituto. Admitido em1992, Edward atuoucomo coordenador téc-nico dos atuais progra-mas PROTEF e PTSM.Desde 1996 assumiu aCoordenação Técnica do Instituto que,posteriormente, se transformou na GerênciaAdministrativa e de Pesquisa.

Engenheiro florestal e mestre emCiências Florestais pela UFPR, Edwardtambém possui MBA Executivo em gestãoempresarial pela FGV. Ele passa agora afazer parte da chilena Masisa (Maderas y

Sintéticos S.A.), que nomês de abril inaugurousua fábrica no Brasil, emPonta Grossa/PR.

�Trabalhar noIPEF foi uma oportuni-dade singular paradesenvolver diferentescompetências, tanto nocampo profissionalcomo no campo pes-soal, em aprendizado e

desenvolvimento�, afirma o engenheiro. �Todasas pessoas que passaram pelo IPEF sempredisseram que o Instituto foi uma escola e euacho que eles têm razão, porque o IPEF é oúnico lugar no mundo onde se convive aomesmo tempo com os diferentes setores dasociedade�, encerra o engenheiro Edward F.Branco.

Depois de nove anos no IPEF marcados por conquistas e inovações, oengenheiro florestal Edward Fagundes Branco se desliga do Instituto.

Manoel de Freitas, da Interna-tional Paper, presidiu a 33a AGO doIPEF, como último ato de sua gestãocomo Presidente do Ins-tituto, que vigorou no períodode 1995 a 2001. �Para-benizo o Instituto já que, anoa ano, percebe-se nitida-mente uma evolução nacondução de seus trabalhos.Nota-se, principalmente, ocrescimento surpreendentedo IPEF nesses 33 anos.Um fator essencial para onovo Conselho e novaPresidência é que haja uma reorganizaçãodo Estatuto do Instituto, para que essecrescimento esteja sempre bem conduzido�,declarou Manoel de Freitas.

O novo Presidente do Instituto passaa ser Antonio Joaquim de Oliveira, da empresaassociada Duratex, tendo como vice-presidente José Maria Arruda Mendes Filho,da Votorantim. Na AGO ocorreu também aRenovação do Conselho Deliberativo do IPEF,

MUDANÇAS NA PRESIDÊNCIADO IPEF

sendo eleitas as seguintes empresas: CAF,VCP, Cenibra e International Paper. Nasuplência foi eleita a empresa Eucatex.

IPEF NOTÍCIAS 3

· Velocidade de aplicação, permitindo que o cliente efetue a aduba-ção no tempo certo para o maior aproveitamento do fertilizante.

· Uniformidade na distribuição.· Pessoal envolvido no serviço é todo contratado da empresa de

aviação, evitando a contratação de um batalhão de pessoas ne-cessárias a uma adubação terrestre e, conseqüentemente reti-rando na totalidade a responsabilidade trabalhista do cliente.

· Não há compactação do solo.

ADUBAÇÃO AÉREA

AVIAÇÃO AGRÍCOLA JB MUMBACH LTDA.PERFECTO AVIAÇÃO AGRÍCOLA LTDA.

(62) 281-5052/8853 (Goiânia) / (62) 255-0343/5127 (Goiânia)(62) 9972-4040 (Bolivar) / (65) 421-8388/8517 (Rondonópolis-MT)

Nós conhecemossuas necessidades.Nós atendemos suasnecessidades.

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COMBATE A INCÊNDIOS

DESCARGA DE RETARDANTE QUÍMICO PARA ACEIRO HÍDRICO

APLICAÇÃO DE LÍQUIDOS

- Deposição excelente.- Ausência de vórtice.

- Alta penetração dos químicos.- Uniformidade de gotas.

- Múltiplas configurações de aplicação.- Utilização de DGPS.

- Alto rendimento.

MAI-JUN/014

A R T I G O

PROPAGAÇÃO VEGETATIVA DO EUCALIPTOA EXPERIÊNCIA DA INTERNATIONAL PAPER DO BRASIL

O Brasil ocupa hoje uma posiçãodestacada no cenário tecnológico mundial,em termos de silvicultura clonal de espéciesde Eucalipto, com ênfase na área depropagação vegetativa de clones de interessecomercial.

Nos últimos anos, o principal métodode multiplicação clonal, tem sido por meiodo sistema de macropropagação, introduzidono Brasil em 1974 (Campinhos e Ikemori,1983), onde são necessárias grandes áreasfora do viveiro, envolvendo elevados custoscom mão-de-obra e transporte. Por outro lado,vale ressaltar a grande dificuldade deobtenção de material vegetativo com grau derejuvenescimento e nutrição adequados parao processo de enraizamento em casa devegetação.

Paralelamente a este cenário,iniciaram-se dentro da International Paper doBrasil, as primeiras tentativas de produçãode mudas �in vitro�, por volta de 1986,culminando na implantação do laboratório demicropropagação (Xavier e Comério, 1996) emescala comercial no ano de 1995, suprindoassim, a necessidade de um processoalternativo que minimizasse os problemasdescritos anteriormente.

Microestaquia � O Primeiro Passo

Com a implantação do laboratório demicropropagação em escala comercial, foipossível produzir mudas �in vitro� dos clonesde interesse comercial da empresa, paraformação do microjardim clonal e, a partirdeste, produzir microestacas com nível derejuvenescimento adequado para formaçãode mudas de qualidade superior com melhorformação do sistema radicular e parte aérea,em menor espaço de tempo.

A operacionalização da micropro-pagação através do microjardim clonal emtubetes dentro do viveiro, representou grandesvantagens comparativas ao sistema demacropropagação através do jardim clonal,conforme descrito por Campinhos et al. 1999,tais como: controle mais efetivo de todo oprocesso, considerando-se o espaçoreduzido; redução da área necessária paraprodução de brotos; maior controle deirrigação, fertilização, pragas e doenças;redução e eliminação das operações comotransporte de brotos e tratos culturais;aumento da produtividade por área; maioreficiência do viveiro, com melhorenraizamento e qualidade das mudas;

redução do custo da muda em relação àmacroestaquia. Apesar disto, o sistemacomo um todo se tornou mais susceptívela variações ambientais durante o ano,prejudicando o equilíbrio nutricional dasmicrocepasmantidas emtubetes e nu-tridas atravésda fertirriga-ção, causan-do variaçõessazonais in-dese jáve isnas taxas deaproveitamen-to final dasmudas nos vi-veiros.

A Hidroponia como Ferramenta

Os estudos da hidroponia comotécnica potencial na produção demicroestacas dentro do processo demicropropagação iniciaram em 1997 epassaram, num primeiro momento, peladefinição da melhor estrutura de suporte,quando foram estudadas algumasalternativas: caixas de madeira com espumafenólica, brita, areia e NFT, telhas de amianto,tubulações de PVC de diferentes tamanhos(inteiros ou cortados ao meio) e canaletesde amianto, com areia e com o tubete imersona solução nutritiva. Em um segundomomento concentraram-se os trabalhos noajuste de soluções nutritivas, tendo comosolução inicial, uma comercialmente utilizadapara a alface, e avançando os estudos paraajuste de soluções específicas para gruposde clones e diferentes condições climáticas.Finalmente, com base nos resultados obtidosnas duas primeiras fases de experimentação,o próximo passo foi a implantação em escala

piloto nos três viveiros da empresano Brasil, em Mogi Guaçu � SP, TrêsLagoas � MS e Tartarugalzinho � AP,simultaneamente, em meados de1998.

Hidrojardim Clonal � Uma Realidade nosViveiros do Grupo International Paper doBrasil

Os resultados obtidos nos projetospilotos implantados nos três viveiros daempresa (tabela.1), confirmaram em escalasemi-comercial a potencialidade do sistemade produção de mudas por meio domicrojardim clonal em sistema hidropônicocom tubete imerso em solução nutritiva.

A migração do sistema de microjardimclonal convencional para o microjardim clonalem sistema hidropônico, definido comohidrojardim clonal, ocorreu no início de 1999nos viveiros de Tartarugalzinho e Três Lagoase em meados de 2000 no viveiro de MogiGuaçu (Tabela.2).

A implantação do hidrojardim clonal emescala operacional, proporcionou maiorfacilidade no manejo nutricional dasmicroestacas, melhorando de maneirasignificativa a produtividade e as taxas deenraizamento, eliminando os problemas

Luís Fernando Silva *

Hidrojardim Clonal � Viveirode Tartarugalzinho � AP.

Hidrojardim Clonal (Sistema de

movimentação das mesas para

coleta) � Viveiro de Mogi Guaçu - SP

TABELA 1 - Comparativo dos resultados obtidos no microjardim clonal, hidrojardim clonal em escala pi-loto e hidrojardim clonal em escala comercial, nos três viveiros de mudas do Grupo International Paper.

AP MS SP AP MS SP AP MS SP

Enraizamento (%) 50 75 85 70 85 85 92 89 87

Produtividade (Microestaca / Microcepa / Mês) 3 3 3 6 5 5 7 5 5

Mortalidade de Microcepas (%) 6 6 6 4 5 5 4 5 5(1) - Valores atualizados até março de 2001

Clonal Clonal Piloto Clonal Comercial (1)Microjardim Hidrojardim Hidrojardim

IPEF NOTÍCIAS 5

A R T I G O

sazonais no aproveitamento final no processode produção de mudas nos três viveiros daempresa no Brasil.

Considerações Finais

A tecnologia de produção de mudaspor meio da cultura de tecidos e microjardimem sistema hidropônico, representa hoje omaior avanço obtido na área de propagaçãovegetativa de espécies florestais. Essatécnica possibilita a expressão máxima deganhos genéticos alcançados pelo programa

* Pesquisador Florestal Sênior- Propagação e Produção de

Clones de EucalyptusInternational Paper

de melhoramento genético da empresa, umavez que vem eliminando os problemas depropagação, tanto sazonais, em função devariações climáticas, quanto de materiaisgenéticos superiores, porém de difícilpropagação nos sistemas convencionais.

Por outro lado, a International Paperdo Brasil, continua com pesquisas na áreade micropropagação por meio de Biorreatoresno laboratório de cultura de tecidos, esperan-do novos avanços para um futuro próximo,uma vez que dados preliminares com autilização deste processo vêm mostrando apotencialidade de aplicação dessa técnica,com ganhos significativos de produtividade,redução de tempo e conse-qüentemente redução doscustos de produção, mantenoassim a empresa na vanuardada tecnologia de produção demudas de espécies florestais.

Aspecto do sistema radicular de microcepasem hidrojardim clonal em sistema de tubete

imerso na solução nutritiva.

TABELA 2 - Evolução da produção de mudas (x1000) pelo sistema de hidrojardim clonal, nos três viveiros do Grupo International Paper, noperíodo de 1997 a 2000.

Viveiro 1.997 1.998 1.999 2.000 2.001 (1)

Mogi Guaçu - SP 20 115 220 2.800 7.500

Três Lagoas - MS - 35 970 3.800 5.000

Tartarugalzinho - AP - 300 4.100 12.600 6.300

7RWDO �������� ������ ��������� ���������� ����������(1) - Valores estimados.

Hidrojardim Clonal � Viveiro de Mogi Guaçu - SP

MAI-JUN/016

F

IPEF NOTÍCIAS 7

Fig. 4

MAI-JUN/018

P R A G A S F L O R E S T A I S

IPEF PROMOVEU WORKSHOP DEATUALIZAÇÃO DE FORMIGAS

CORTADEIRAS

Participantes do evento na Fazenda Bela

Vista, em Aguaí/SP.

Cerca de setenta pessoas participa-ram, nos dias 03 e 04 de maio, do 5ºWorkshop de Atualização no Manejo de For-migas Cortadeiras promovido pelo IPEF. Oevento contou com o patrocínio exclusivo daBASF e foi realizado na sede da fazenda BelaVista, da empresa International Paper doBrasil, no município de Aguaí/SP.

O principal objetivo do encontro foi de-bater e disponibilizar as mais recentes tecno-logias desenvolvidas para o manejo de formi-gas cortadeiras, indicando as melhores alter-nativas de acordo com as particularidadesde cada empresa florestal. �Desde a realiza-

ção do último encontro, em Aracruz/ES, em1998, ocorreu uma evolução significativa nomanejo de formigas cortadeiras, no entanto,boa parte desse conhecimento ainda não ha-via sido absorvido pelas empresas florestais�,afirma Rubens M. Louzada, do Programa deProteção Florestal do IPEF.

Entre as tecnologias desenvolvidas es-tão os sistemas de monitoramento e a utiliza-ção de formicida em função da infestação eatividade das formigas, que são fatores funda-mentais nas operações de controle, e preci-sam ser adequados às exigências dos pro-cessos de certificação florestal. Segundo opesquisador, aprimorar o controle das formi-gas cortadeiras é fator fundamental para aconvivência com essa praga, considerada co-mo a mais importante nas florestas de Pinuse eucalipto, consumindo grande parte dosrecursos financeiros e humanos destinadosà área de proteção florestal.

O público que compareceu ao evento

pôde, além de assistir à palestras de pesqui-sadores do setor, conhecer informações deempresas florestais como a CAF, Cia Suzano,Duratex, International Paper, Pisa, Ripasa eV&M, que exemplificaram o estado atual deseu manejo de formigas cortadeiras. O índicede satisfação dos participantes foi um fatorconsensual no Workshop, tanto em relaçãoaos temas, local e palestrantes. �As empre-sas estão mais conscientes da necessidadede se monitorar as infestações de formigascortadeiras e essa tecnologia é vista comonecessária para a maioria delas. O monitora-mento deve ser o mais prático possível e asinformações geradas de consumo rápido eobjetivo. O evento foi muito importante paraa reciclagem dos técnicos envolvidos no con-trole de formigas cortadeiras e para a difusãodas tecnologias existentes, posicionando asempresas da atual situação do manejo deformigas e possibilidades de sua evoluçãonos próximos anos�, conclui Louzada.

IPEF NOTÍCIAS 9

Realizado pelo IPEF com o apoio dasmais importantes instituições governamentaise de pesquisa do Brasil, o 1o Simpósio Ibero-Americano de Gestão e Economia Florestalpretende estabelecer um fórum constituídopor pesquisadores nacionais e internacionaispara a discussão de temas florestais nasáreas de economia, planejamento, sistemasde apoio à gestão e tecnologia da informação.Será uma mostra das novas perspectivascientíficas e tecnológicas que lidam com osproblemas do setor florestal nessas áreas euma oportunidade para realizar contatos eunir os interesses de institutos, empresas euniversidades florestais do mundo ibero-americano.

Além das palestras, dasapresentações de trabalho e do dia decampo, a programação do evento conta comtrês conferências-chave apresentadas porinstituições brasileiras para enriquecer oconteúdo do evento. Para falar sobre a políticaflorestal brasileira, o evento contará com aapresentação de Sebastião Kengen,

consultor e ex-Ibama.Angela Regina Pires Macedo, Chefe

do Departamento de Produtos Florestais daárea de Operações Industriais 2 do do BancoNacional de Desenvolvimento Econômico eSocial (BNDES), falará sobre o apoio dainstituição ao setor florestal. Sua palestraabordará a importância do segmento florestalpara o Brasil e o apoio do BNDES. Mostraráas principais linhas de financiamento e asdiretrizes de atuação do Banco, tanto paraapoio a projetos industriais quanto florestais.

O BNDES atualmente representa aúnica fonte de recursos de longo prazo noBrasil, fazendo o papel de indutor de políticase agente de mudanças. Os desembolsosno ano 2000 foram de pouco mais R$ 23,3bilhões e, para 2001, a previsão é de queeste investimento chegue a R$ 24 bilhões.�Esses desembolsos contribuem com odesenvolvimento do País e com o aumentodas exportações nacionais�, afirma AngelaMacedo.

Segundo ela, o setor florestal sempre

SIMPÓSIO TERÁ CONFERÊNCIASDO BNDES E DO WWF

G E S T Ã O E E C O N O M I A

�Muitas vezes acusados de corteilegal, inseguro e predatório, os madeireirosse ressentem dessa fama nada lisongeira.Um número expressivo dentre eles, noentanto, já descobriu que pode extrair,manufaturar e comercializar madeira de formasustentável e, com isso, não apenas melhorarsua imagem como também aumentar aprodutividade e obter novos mercados�. Essaé a afirmação de Garo Batmanian,representante do Forest Stewardship Council(FSC) no Brasil e secretário-geral no Brasilda World Wide Fund For Nature (WWF), umdos conferencistas do evento, que enfocaráa certificação florestal pelo FSC comoferramenta para o manejo florestal, o quadroda certificação no mercado brasileiro emundial, o papel dos grupos de compradores,e tendências do mercado mundial edoméstico. Ao fazer tal afirmação, ele refere-se à certificação florestal conforme o FSC.�Garantir a sustentabilidade da floresta é umatendência mundial para assegurar acontinuidade do empreendimento florestal eo retorno do investimento�, afirma Batmanian.

Entidade internacional independente e

CERTIFICAÇÃO ABRE NOVA PERSPECTIVAPARA O SETOR FLORESTAL

sem fins lucrativos, o FSC conciliouinteresses ambientais, sociais e econômicospara desenvolver princípios e critérios deexploração racional e duradoura dasflorestas. As exigências são as mesmas paratodas as florestas, independentemente dasespécies que abrigue ou do país onde seencontrem.

Hoje existem 300 florestas,totalizando mais de 22 milhões de hectarescertificados, em 40 países de todos oscontinentes e cerca de 20 mil produtos comselo FSC. �O mercado para produtoscertificados é atraente�, afirma GaroBatmanian. �Há mais de 8.500 empresas(grandes, médias e pequenas) que integramgrupos de compradores organizados em 16países que dão preferência a produtos como selo FSC�, explica.

No Brasil, a demanda atual pormadeira certificada já é superior à oferta eestá em torno de 1 milhão de metros cúbicosde madeira bruta certificada - podendo dobrarse houver garantia de abastecimento - e oproduto com selo FSC tem a preferência de64 organizações: 59 empresas (indústrias,

varejistas e designers), 2 governos estaduais(Acre e Amapá), uma prefeitura (Guarujá, SP)e 2 sindicatos moveleiros (Brasília e Pará).

Atentos a esse novo mercado, 15produtores e 52 indústrias brasileiras do setor�também grandes, médias e pequenas � jáaderiram ao FSC. Existem hoje 27 florestascertificadas no País, espalhadas por oitoEstados, desde o Rio Grande do Sul até oAmazonas, num total de 870.511 hectares.E os produtos fabricados no País com seloFSC já ultrapassam a centena, desde madeiraserrada, pré-cortada ou laminada para atenderas indústrias de construção civil e moveleiraaté produtos de prateleira, como carvão parachurrasco, martelos e outras ferramentasmanuais, tábuas de carne, luminárias, móveise objetos de decoração e utilidade domésticae até mesmo instrumentos musicais e redesde fibra. �Além de espécies madeireiras, asflorestas certificadas já incluem a palmeirade açaí para produção de palmito e polpa defruta com selo FSC. Num futuro próximo,teremos também castanha e borrachacertificadas�, encerra.

foi prioritário para o BNDES, que possuía,no final de dezembro de 2000, cerca de 3,2%do total de sua carteira de clientes aplicadosem empresas do segmento florestal, comênfase em celulose e papel. Este montanteera de R$ 3,2 bilhões, sendo R$ 2,1 bilhõesem financiamentos e R$ 1,1 bilhão emparticipação acionária. Os desembolsos doBNDES em 2000, para o segmento florestal,foram de R$ 549 milhões (R$ 433 milhõesem 1999). Até abril do ano 2001, osdesembolsos já acumularam R$ 431 milhões,mostrando a retomada dos investimentospor parte da indústria. �A previsão para o anode 2001 é de cerca de R$ 900 milhões�, diz.Engenheira química pós-graduada emengenharia econômica e com MBA emfinanças, Angela Macedo trabalha no BNDEShá 26 anos, 23 dos quais dedicados ao apoiode projetos do setor de celulose e papel e,há cerca de seis anos, também no setor deprodutos de madeira (principalmente indústriade painéis de madeira).

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E V E N T O

MAIO/JUNHO-2001 25(156)

Instituto de Pesquisas e Estudos FlorestaisDepartamento de Ciências FlorestaisEscola Superior de Agricultura �Luiz de Queiroz�Universidade de São PauloAv. Pádua Dias, 11 - Caixa Postal 53013.400-970 - Piracicaba - SP - BrasilE-mail: [email protected] Page: www.ipef.br

IPEF LEVA CIÊNCIA FLORESTAL PARA AGRISHOW 2001

Buscando levar um pouco do conheci-mento da ciência florestal e ambiental à pes-soas ligadas aos setores de pecuária e agro-nomia, o IPEF participou, mais uma vez, da

maior Feira Internacional de Tecnologia Agrí-cola em Ação, a Agrishow 2001.

Realizado de 30 de abril a 5 de maio,o IPEF participou de sua oitava edição emdois estandes: no da FINEP (Financiadorade Estudos e Projetos), no pavilhão de inova-ção tecnológica, junto aproximadamente a15 Instituições e Centro de Pesquisas e Uni-versidades, e no da ESALQ, que totalizavaaproximadamente 1,5 mil metros quadrados.

Esse ano, além de levar seus produtose serviços, que sintetizam as diversas áreas

(pesquisa, comunicação, sementes e even-tos), o IPEF expôs uma maquete de árvore,simbolizando a matéria bruta, e todos osprodutos do cotidiano da sociedade produzi-dos a partir dela. �A importância da participa-ção foi a oportunidade de divulgação de nossotrabalho. Apesar da maior parte do públicoestar ligado à área de agricultura e pecuária,é importante levar um pouco de temas ligadosà área florestal e ambiental�, explicou EdwardF. Branco, Gerente Administrativo e deDesenvolvimento do IPEF.

Um dos estandes do IPEF na Agrishow.