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Festas e Símbolos1 2 3 4 5

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Conhecendo a história do povo judeu

A Bíblia é a referência para entendermos a história deste povo. De acordo com as escrituras sagradas, por volta de 1800 AEC, Abraão recebeu uma sinal de Deus para abandonar o politeísmo e para viver em Canaã (atual Israel). Isaque, filho de Abraão, tem um filho chamado Jacó. Este luta , num certo dia, com um anjo de Deus e tem seu nome mudado para Israel. Os doze filhos de Jacó dão origem as doze tribos que formavam o povo judeu. Por volta de 1700 AEC, o povo judeu migra para o Egito, porém são escravizados pelos faraós por aproximadamente 400 anos. A libertação do povo judeu ocorre por volta de 1300 AEC.

A fuga do Egito foi comandada por Moisés, que recebe as tábuas dos Dez Mandamentos no monte Sinai. Durante 40 anos ficam peregrinando pelo deserto, até receber um sinal de Deus para voltarem para a terra prometida, Canaã. Jerusalém é transformada num centro religioso pelo rei Davi. Após o reinado de Salomão, filho de Davi, as tribos dividem-se em dois reinos : Reino de Israel e Reino de Judá. Neste momento de separação, aparece a crença da vinda de um messias que iria juntar o povo de Israel e restaurar o poder de Deus sobre o mundo.

Em 721 AEC começa a diáspora judaica com a invasão babilônica. O imperador da Babilônia, após invadir o reino de Israel, destrói o templo de Jerusalém e deporta grande parte da população judaica. No século I, os romanos invadem a Palestina e destroem o templo de Jerusalém. No século seguinte, destroem a cidade de Jerusalém, provocando a segunda diáspora judaica. Após estes episódios, os judeus espalham-se pelo mundo, mantendo a cultura e a religião. Em 1948, o povo judeu retoma o caráter de unidade após a criação do estado de Israel.

Festas Judaicas

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As datas das festas religiosas dos judeus são móveis, pois seguem um calendário lunisolar. As principais são as seguintes:Purim - os judeus comemoram a salvação de um massacre elaborado pelo rei persa Assucro.Pessach - comemora-se a libertação da escravidão do povo judeu no Egito, em 1300 AECShavuót - celebra a revelação da Torá ao povo de Israel, por volta de 1300 AECRosh Hashaná - é comemorado o  Ano-Novo judaico.Yom Kipur - considerado o dia do perdão. Os judeus fazem jejum por 25 horas seguidas para purificar o espírito.Sucót -  refere-se a peregrinação de 40 anos pelo deserto, após a libertação do cativeiro do Egito.Chanucá - comemora-se o fim do domínio assírio e a restauração do tempo de Jerusalém.Simchat Torá - celebra a entrega dos Dez Mandamentos a Moisés.

Símbolos

KearáA Keará é uma bandeja especial usada na noite do Sêder (jantar cerimonial em que recordamos a história do Êxodo) de Pessach (Páscoa judaica). Geralmente tem seis entalhes circulares, onde os alimentos simbólicos são colocados para serem exibidos. Enquanto a Hagadá é lida (um livro de orações para Pessach), os alimentos são apontados para que o simbolismo de cada um deles seja explicado. Os alimentos simbólicos são: Marór (ervas amargas), Carpás (uma verdura), Chazéret (uma verdura, mais amarga), Charósset (uma mistura de maçã com nozes), Zerôa (pé ou pescoço de uma ave, assado) e Betsá (ovo duro queimado na casca).  

ShofarÉ um dos instrumentos de sopro mais antigos do mundo. Em tempos bíblicos, seu uso mais importante era para intimidar o inimigo, declarar guerra e convocar a população para se reunir. Originalmente, o Shofar era tocado para anunciar o começo de cada mês (a lua nova). De acordo com a tradição, no primeiro dia de Elul (último mês do calendário judaico), um mês antes de Rosh Hashaná (ano novo judeu), Moisés subiu ao topo do Monte Sinai para receber os Dez Mandamentos pela segunda vez. Ele tocou o Shofar para fazer os hebreus se lembrarem de que não deveriam pecar e nem construir outro bezerro de ouro. Da primeira vez que Moisés subira ao Monte para receber os mandamentos, os filhos de Israel haviam construído um bezerro de ouro, que foi condenado por Moisés (por representar a idolatria a falsos deuses, Êxodo 32). Por esse motivo, o Shofar não é feito com chifres de vaca. Ao invés disso, é feito com chifres de carneiro, em comemoração à não ocorrência do sacrifício de Isaac. Há uma passagem que conta que Abraão deveria sacrificar seu filho único, Isaque, para provar sua fé. Mas, no último momento, Deus disse que o sacrifício não era necessário, e um carneiro foi sacrificado no lugar de Isaque. Para honrar esse animal, os judeus usam um chifre de carneiro nos serviços religiosos. A partir da passagem de Moisés, o Shofar, que até então era tocado somente no primeiro dia de Elul, passou a ser tocado durante todo o mês, para lembrar a todos que os Dias de Reverência estão chegando, e que se deve fazer um exame de consciência e aperfeiçoar o comportamento.

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Kós Eliahu Hanavi (Cálice de Elias, o Profeta)Elias foi um grande profeta, que dominou o cenário de Israel há vinte e oito séculos. Foi a “consciência” de Israel durante os dias do reinado de Acab e da rainha Jezebel. Com o tempo, o nome e a pessoa de Elias se tornaram sinônimos de messianismo, no Judaísmo. De acordo com a tradição, Elias não morreu; subiu ao céu numa carruagem e desapareceu. Seu retorno tem sido esperado por gerações de judeus, desde então. O retorno de Elias, acreditam alguns judeus, marcará o advento de uma era de harmonia, paz e entendimento entre os povos e as nações. O cálice de Elias, que se coloca na mesa do Sêder (jantar cerimonial em que recordamos a história do Êxodo) de Pessach (Páscoa judaica), simboliza que Elias será uma visita bem vinda. Conforme a tradição, na noite do Sêder , Elias visita todos os lares judaicos, com mensagens de fé, esperança, paz e harmonia. Em determinado momento da cerimônia, os judeus enchem a taça e abrem a porta da casa, para que Elias possa entrar. Esse ato representa a abertura para a volta da era messiânica. 

ToráA palavra “Torá” refere-se, originalmente, a uma instrução particular transmitida ao povo por um porta-voz de Deus, como um profeta ou sacerdote. É muitas vezes traduzida como “Lei”. Seus ensinamentos consistem na essência da primeira divisão da Bíblia, compreendendo os livros Gênese, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. A palavra “Torá” também serve para designar essa unidade, também conhecida como Pentateuco (da expressão grega para cinco pergaminhos), ou “os cinco livros de Moisés”, pois acredita-se que esses escritos tenham sido feitos por Moisés. Existem alusões à Torá nos últimos livros da Bíblia; os rabinos aceitavam-na como verdadeira.  O livro do Gênese começa com um relato da criação do mundo, do princípio da vida e da civilização humana. Seguem-se, e ocupam o restante do livro, as narrativas dos patriarcas. São histórias humanas, de proporções épicas e profundas introspecções. Tem um significado supra-histórico devido ao tema da Aliança de Deus com Abraão e seus descendentes. O livro do Êxodo move-se rapidamente da escravização dos descendentes de Jacó no Egito até sua libertação sob o comando de Moisés. Também fala sobre a manifestação de Deus no Monte Sinai, onde a Aliança é reafirmada, restabelecida e todo povo se compromete a obedecer às suas leis. Desse ponto em diante, por todo o restante do Pentateuco, a narração se torna mais dispersa e a legislação toma o seu lugar. O livro do Deuteronômio recapitula as leis, em menor escala, as narrativas dos livros precedentes, na estrutura dos discursos de Moisés, terminando com a sua morte.

ChamsaTalismã em formato de mão, com cinco dedos estendidos, como proteção contra a inveja e mau-olhado. O símbolo da mão era usado desde a antiguidade pelos fenícios, gregos e romanos, como um meio de afastar energias negativas. Mais tarde, esse amuleto tornou-se popular no norte da África e no Oriente Médio. Entre os Árabes, passou a ser conhecido como a “Mão de Fátima”, filha de Maomé. Os judeus, convivendo durante séculos como os povos árabes, incorporaram o costume. Junto ao povo judaico, é chamado de “Mão de Miriam” (irmã de Moisés e Aarão). O símbolo também pode ser associado à Torá, por esta ser composta por 5 livros, representados pelos 5 dedos. A Chamsa, porém, não tem fundamento algum na lei judaica. Possui uma simbologia cabalística, para proteção do ambiente. Tem valor numérico igual a cinco, valor que afasta a energia negativa e também representa os cinco dedos da mão de Deus

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nos protegendo. Pode aparecer com peixes pendurados, representando a prosperidade, ou com desenhos de olhos, pombos e estrela de David.

KidushKidush ("santificação") é a bênção recitada sobre o vinho ou suco de uva, para santificar o Shabat (dia santo de descanso semanal) ou as festas judaicas. O vinho era usado diariamente nos tempos talmúdicos, e uma bênção era recitada antes de tomá-lo. Como o Shabat é um dia santo, a santidade era reforçada recitando essa oração adicional. De acordo com o Talmud (compêndio das leis judaicas), o Kidush foi introduzido entre os séculos VI e IV AEC pelos membros da Grande Assembléia. Ele celebra dois eventos: a Criação e o Êxodo. O Kidush também é cantado na Sinagoga para as pessoas de fora, que estão na cidade passando o Shabat ou a festa distante de seus lares. A oração é para que eles tenham a oportunidade de ouvir a benção na companhia de outros judeus. 

Mezuzá (Caixa que protege o pergaminho)Mezuzá (do hebraico, umbral) é o nome da lei da Torá que ordena que seja fixado no umbral das portas um pequeno pergaminho com as passagens da Torá sobre essa lei ("Shemá" e "Vehaiá", Deuteronômio 6:4-9 e 11:13-21). Para se proteger o escrito, tornou-se costume enrolar o pergaminho e introduzi-lo em um recipiente com uma pequena abertura perto do extremo superior (Bait). O Klaf (pergaminho) deve ser guardado dentro da Bait de forma que a palavra "Shadai", escrita nele, fique visível através da abertura: o acrônimo "Shadai" deve aparecer no pergaminho da mezuzá porque suas três letras – shin, dalet e iud – são um sinônimo de Deus. O acrônimo foi criado a partir das primeiras letras da frase em hebraico “shomer dlatot Israel”, “guardião das portas de Israel”. Hoje em dia, muitas caixas para Mezuzá são desenhadas de modo elaborado e não têm aberturas para deixar que se veja a palavra Shadai. Para cumprir a finalidade de servir como lembrete aos judeus, para se conscientizarem e se elevarem na direção de Deus, a Mezuzá é fixada sempre no terço superior do batente direito da porta (altura dos olhos) da casa e da maior parte de seus cômodos. É da tradição judaica beijar um objeto sagrado como gesto de reverência. Muitos judeus seguem o costume (de origem talmúdica) de tocar a Mezuzá com a ponta dos dedos, beijá-los e dizer “Que Deus proteja minha saída e minha entrada, agora e para sempre”. 

Tefilin (Filactérios) Tefilin (com raiz na palavra “tefilá”, significando "prece") é o nome dado a duas caixinhas de couro, cada qual presa a uma tira também de couro, dentro das quais está contido um pergaminho com os quatro trechos da Torá em que se baseia o uso dos filactérios (Shemá Israel, Vehaiá Im Shamoa, Cadêsh Li e Vehayá Ki Yeviachá).Há quatro referências na Bíblia (Êxodo 13:9 e 13:16 e Deuteronômio 6:8 e 11:18) que enfatizam que os judeus devem usar um símbolo “sobre tua mão e como memória entre teus olhos”, que sirva como lembrete para obedecer aos mandamentos de D’us (Deus) e, em particular, como um lembrete de que Ele os redimiu da escravidão do Egito e os conduziu até a terra prometida.Os Tefilin são um símbolo de fé e devoção. A Tefilá (singular de Tefilin) colocada na cabeça simboliza a lealdade intelectual; a Tefilá colocada na mão recorda àquele que a coloca de que deve servir a Deus com todas as suas forças.  A raiz da palavra significa “julgar” ou “interceder”. As pessoas destras devem usar a Tefilá na mão esquerda, ao passo que as canhotas a usam na mão direita. Uma das interpretações para se usar a tefilá na mão mais fraca é que o livro Deuteronômio, onde se encontra a lei referente à mezuzá (caixa que protege o pergaminho; veja símbolo

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acima) e aos tefilin, estabelece que “... as atarás, como sinal na tua mão” (6:8), seguida por “e as escreverás nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas” (6:9). A partir da ordem destes versículos, os rabinos concluíram que “a mão que escreve deve ser a mesma que ata”. Portanto, se alguém escreve com a mão direita, deve enrolar as tiras de sua Tefilá sobre a mão esquerda, usando a mão direita. Os Tefilin são usados como um símbolo do desejo de afirmar a presença e o poder de D’us (Deus). Como o Shabat (dia santo de descanso semanal) e as festas, por si próprias, são observadas para demonstrar a devoção a Deus, é desnecessário usar os Tefilin nestes dias.

Talit (Xale de Orações)Acessório religioso em forma de um xale feito de seda, lã ou linho. Tem franjas em suas extremidades ("tsitsiot" ) . É usado na hora das preces judaicas, principalmente no momento da oração de Shacharit (primeiras orações feitas pela manhã). O Talit é usado por homens quando rezam, nos serviços religiosos matutinos, isto é, quando há luz suficiente para que as franjas sejam vistas com facilidade. De todas as vestimentas associadas com a vida judaica, nenhuma é mais importante que o Talit e os Tefilin (filactérios). A referência ao Talit na Bíblia aparece em 15:37-41, onde se diz a Moisés: “Fala aos filhos de Israel e dize-lhes que façam para eles as franjas sobre as bordas de suas vestes”, de modo que cada vez que virmos as franjas nos lembremos dos mandamentos de Deus. O Talit foi criado como uma vestimenta para conter as franjas (tsitsiót). Os cabalistas falam do Talit como uma vestimenta especial que inspira temor e reverência durante a oração. Originalmente, a palavra significava “túnica” ou “manto”. A benção recitada, ao envolver-se com o Talit, termina com as palavras “lehitatêf betsitsit” (envolver-se com o tsitsit - franja). Alguns Talitót (plural de Talit) têm listras pretas, outros azuis. A atará (literalmente, “diadema”) é uma faixa costurada na parte superior do Talit, para sabermos de que modo colocá-lo sobre os ombros, já que o Talit é retangular.  Para evitar a falta de respeito diante de um objeto sagrado, e para assegurar que não seja manuseado erroneamente, uma atará foi costurada em cada Talit.

Maguen David (Estrela de David)As palavras “Maguen David”, geralmente traduzidas por "Estrela de David", significam, na verdade, "Escudo de David".Em épocas antigas, o hexagrama (estrela de seis pontas) era empregado nos mosaicos romanos como desenhos decorativos, sem significado especial. Seu uso mais antigo em uma Sinagoga data de 1800 anos atrás, quando apareceu perto de uma estrela de cinco pontas (pentagrama). No século VI, na Itália, o emblema da estrela de David apareceu pela primeira vez em um túmulo.A origem da estrela de David é nebulosa e provavelmente não tem ligação alguma com o rei David. Achamos que entre os anos 1300 e 1700, os místicos judeus (cabalistas) usavam os termos “Escudo de David” e “Escudo de Salomão” de modo equivalente, em geral em conexão com as discussões sobre magia.A estrela de David aparece como emblema especificamente judaico em Praga, no século XVII, onde apareceu no selo oficial da comunidade e em livros de oração impressos. Em 1897, foi adotado com símbolo pelo Primeiro Congresso Sionista e em 1948, tornou-se a figura central do novo Estado de Israel. Para a maioria das pessoas que a usa, ele é um símbolo da identificação com o povo judeu.

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Kipá (Solidéu)Pequeno chapéu em forma de circunferência, utilizado pelos judeus como símbolo da religião e do "temor a Deus".Segundo o Judaísmo, o homem foi criado "à imagem de Deus". Portanto, ele deve vestir-se com dignidade. A cabeça, como fonte da moral, representa a parte mais importante do corpo humano. Cobrindo a cabeça, somos lembrados da onipresença divina e nos conscientizamos de que a humildade é a essência da religião. A verdade é que ninguém sabe ao certo como, quando e por que surgiu o costume. Durante muito tempo, as autoridades religiosas não consideravam obrigatório o usa da kipá. Somente no século XIX, face ao perigo da assimilação, os judeus ortodoxos adotaram a kipá como símbolo da particularidade judaica e fizeram do costume uma lei.

ChaiO Chai (que significa “vivo, vivente, vida”) é um amuleto muito popular, considerado uma expressão da identidade judaica por aqueles que o usam.Desde os tempos talmúdicos, os judeus de Israel e da Babilônia usavam amuletos para se proteger de energias negativas e mau-olhado.                                                              Já que o valor numérico combinado das duas letras hebraicas (o “chet” e o “iud”) que formam a palavra "chai" é dezoito (chet vale oito e o iud vale dez), costuma-se, entre os judeus, fazer contribuições para caridade de chai (dezoito) reais ou múltiplos de dezoito.

Menorá (Candelabro)A Menorá era, antigamente, um candelabro de sete braços: peça central no Tabernáculo do deserto e no Primeiro e Segundo Templos de Jerusalém. Após a destruição dos dois Templos, desenvolveu-se uma tradição de que seus objetos sagrados não deveriam ser reproduzidos. Portanto, qualquer Menorá construída posteriormente deveria ter um número de braços diferente de sete, geralmente seis.A proibição da Menorá de sete braços não é uma lei, mas sim um costume que é respeitado em algumas Sinagogas, a fim de não ferir a sensibilidade dos mais ortodoxos. Os que não seguem este costume argumentam que as Menorót (plural de Menorá) de sete braços não são cópias do candelabro existente no Templo, porque as Menorót modernas são elétricas, bem diferentes da original, que era limpa todos os dias, cujas mechas eram trocadas e à qual se adicionava azeite fresco. Uma estrela de David é comumente afixada no braço central da Menorá de seis braços.

Velas de HavdaláSão velas usadas em Havdalá (cerimônia realizada sempre no final do Shabat e das festas. Marca a passagem de um dia sagrado para um dia de rotina).Originalmente, mantinham-se duas velas acesas durante a cerimônia de Havdalá, porque a oração que se pronuncia usa a palavra "luz" no plural:  “Bendito sejas Tu...que criaste as luzes do fogo” (“borê meorê haesh”).Hoje em dia, em substituição, usamos uma única vela trançada com pavio duplo. Ela propicia uma chama semelhante à de uma tocha, para satisfazer o versículo se Salmos (19:9): “O mandamento do Eterno é puro, ilumina os olhos”. As combinações de cores mais comuns são azul e branco ou vermelho e branco.

Devem os cristãos hoje observar os festivividades judaicas? Que relação têm elas com o descanso do sétimo dia semanal? Que significado têm para os cristãos de hoje essas festividades/rituais do Antigo Testamento? Como deve a teologia adventista, que reconhece a validade do sábado, ver as festas levíticas?

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O assunto deve ser abordado. Este artigo propõe-se desenvolvê-lo em duas partes, A primeira examinará cinco argumentos geralmente empregues sobre a observância das festas: O valor pedagógico de sua interpretação tipológica, o proveito de lembrar a ligação histórica entre as festas de Israel e a proclamação cristã, o relacionamento entre as festas e o sábado, a relação entre festa da Lua Nova com o sábado, e o potencial para melhor relacionamento entre judeus e cristãos.No trato de cada questão, a proposta é examinar os problemas levantados pela observância cristã das festas e discutir os argumentos opostos a tal prática. A segunda parte do artigo sugerirá direções a ser tomadas, com algumas aplicações práticas, para a vida da igreja.Instrumento de Ensino.Os festividades bíblicas estavam intimamente ligadas ao sistema dos sacrificios. Os sacrifícios não eram simples rituais ou expressões culturais de fé; eram fundamentais para o significado dos festivais. Por exemplo, a festa da Páscoa tinha no cordeiro o seu significado fundamental e razão de ser (Gén. 12:3-10), não vice-versa. A Páscoa foi especificamente designada como lembrança do sacrifício do cordeiro oferecido no evento do Êxodo: a passagem de Deus pelo sangue do dilacerado animal, garantindo assim redenção (Êx 12:13). Essa ligação é tão forte que atualmente a Páscoa é identificada com o próprio cordeiro (2Cr 30:15).

Os movimentos da Lua estavamassociados às festas judaicas.

Não somente a Páscoa, mas também todos as outras cerimónias giravam em torno dos sacrifícios em ligação com a expiação. Os textos bíblicos que tratam das festas estipulam o sacrifício de um bode como oferta pelo pecado, oferecida para fazer expiação em favor do povo (Nm 28:15, 22, 30; 29:5, 11, 28). No Novo Testamento, os sacrifícios apontam para a vinda e função de Cristo Jesus, identificado como Cordeiro pascal (Jo 1:36; cf. 1Co 5:7), e todo o sistema sacrifical é visto como sombra de “coisas futuras’ (Hb 10:1; cf. Col 2:16, 17). Os sacrifícios transmitem uma mensagem profética sobre o processo da salvação: Deus viria e Se ofereceria em sacrifício para expiar o pecado e redimir a humanidade.O efeito do sacrifício de Cristo é definitivo e perpétuo. Nesse sentido temos que compreender a frase “estatuto perpétuo por vossas gerações” (Lv 23:14). Ela não significa perpétua estipulação, senão isso significaria que ainda temos de fazer todos os sacrifícios. Na verdade, a mesma frase também é usada para os sacrifícios (Lv 3:17) e todos os outros rituais associados com o tabernáculo: abluções (Êx 30:21), vestes sacerdotais (Êx 28:43), lâmpadas (Êx 27:20, 21) e assim por diante.

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Em outras palavras, o uso da expressão “perpétuo” não significa obrigação perpétua, mas deve ser compreendida dentro do contexto do templo, isto é, enquanto o templo permanecesse. Agora que os sacrifícios já não são necessários, por causa da ausência do templo e porque a profecia neles contida foi cumprida em Cristo, esses sacrifícios e os rituais a eles relacionados já não são obrigatórios. O tipo encontrou o Antítipo. Realizar sacrifícios com a ideia de que são compulsórios para nossa salvação torna irrelevante o Antítipo, o Messias.A mesma expressão “perpétuo” é usada para o concerto da circuncisão (Gn 17:13). Acaso, significa que a circuncisão continua válida? Se esse fosse o caso, estaria em contradição com a recomendação dos apóstolos em Atos 15. Essas observações nos ajudam a compreender por que a expressão “perpétuo”, relacionada às festas bíblicas, não apoia a ideia de requerimento eterno.Mas é precisamente essa função tipológica/profética das festas que inspira os que apoiam a observância delas. Eles argumentam que a observância das festas ajudará os cristãos a obter maior e mais rica compreensão do plano da salvação. O profundo significado das festas já foi atestado no Novo Testamento; elas não somente comemoravam eventos passados de salvação, especialmente a saída do Egito e os milagres do Êxodo, mas também apontavam à salvação cósmica e escatológica.Na verdade, é significativo que Jesus tenha morrido e ressuscitado durante o tempo da Páscoa, que Ele não apenas celebrava comemorando o Êxodo, mas também investido com o significado aplicado a Si mesmo (Mt 26:17-30). É também significativo o derramamento do Espírito, associado com a proclamação do evangelho às nações, durante o Pentecostes, tempo da colheita. Basicamente, as festas da primavera apontavam para o primeiro passo da salvação: a primeira vinda de Cristo, Sua morte, ressurreição e entronização à destra do Pai, e a expansão universal do concerto através da proclamação global do evangelho.

As festas do inverno apontavam para o segundo passo da salvação: o juízo no Céu e a proclamação das três mensagens angélicas sobre a Terra, preparando para a salvação cósmica e a segunda vinda de Cristo (Ap 14:6-13). Como Richard Davidson afirma: “As primeiras e as últimas festas do calendário cúltico de Israel parecem ligar a inauguração e a consumação da história da salvação de Israel, respectivamente”. 1 A progressão das festas no calendário anual, seguindo a progressão do plano histórico da salvação, tem sido usada como argumento em favor da adoção desses festivais como parte de nossa vida religiosa. Mas, a função pedagógica das festas não implica que elas sejam leis divinas para ser perpetuamente observadas.Entretanto, permanece o principal problema: Devem aquelas festas ser observadas pelos cristãos hoje?Ligação Histórica.Uma função das festas era sua aplicação à vida de Israel em Canaã. Quando o templo foi destruído e os judeus foram exilados, eles foram obrigados a criar e desenvolver novas tradições para observância das festas, adaptadas à situação do exílio, isto é, sem o templo e sem os sacrifícios. O fato de que Jesus e Seus discípulos também observaram

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os festivais e, depois, os primeiros cristãos (judeus cristãos), mesmo sem sacrifícios, sugere que não é inconcebível para os cristãos celebrarem tais festivais.Todavia, esse exemplo não pode ser usado como argumento para justificar a celebração cristã dessas festas desde que Jesus e os cristãos primitivos se abstiveram não apenas das festas judaicas, mas também de outras práticas culturais e cerimoniais que não foram adotadas pelos cristãos gentios, conforme Atos 15. Ademais, os cristãos, especialmente os adventistas do sétimo dia, não têm uma tradição histórica de festivais mostrando como celebrá-los. Como, então, o fariam? Em que bases justificariam isso? A ideia de observar as festas tropeça no fato de que o sistema bíblico requeria oferecimento de sacrifícios no templo (Dt 16:5).Sem apoio de tradição histórica e cultural, a observância de festivais levíticos está destinada a causar tensões e dissensões na igreja. Além disso, considerando que não existe nenhuma lei bíblica indicando como elas deviam ser observadas fora do templo, não há como produzir leis a esse respeito. Ángel Rodriguez adverte: “Aqueles que promovem a observância de festivais têm de criar sua própria maneira de celebrá-los e, nesse processo, criar tradições humanas que não estão baseadas na explícita expressão da vontade de Deus”.2Sábado e Festas.A observância das festas pode também afetar nossa teologia do sábado. A Bíblia explica claramente a principal diferença entre as duas coisas. Os festivais não são como o sábado semanal. O sábado, como sinal, nos lembra a criação do Universo, sendo, portanto, eterno em sua rerelevância. Deus estabeleceu o sábado no fim da semana da criação, quando ainda não havia pecado na Terra e, consequentemente, nem sacrifícios nem festas. Diferente dos festivais, o sábado é parte dos dez mandamentos e foi dado a toda humanidade. De fato, sua origem antedata a entrega da Torá a Israel no Sinai (Êx 16:23-28).

Além disso, Levítico 23:3, 4, que registra os festivais junto com o sábado, sugere que existe uma diferença essencial entre as duas categorias de dias santos. Ali, o sábado é mencionado no início da lista. Então, os outros dias são relacionados sob a designação: “São estas as festas fixas do Senhor” (v. 4), sugerindo que o sábado pertence à outra categoria diferente de “festas”. Embora o sábado também implicasse sacrifícios (Nm 28:9, 10), é significativo que a indicação de oferta pelo pecado, que sempre aparece relacionada aos festivais, esteja ausente na referência ao sábado. Essa clara distinção indica que a função dos sacrifícios no contexto do sábado é essencialmente diferente da função no contexto dos festivais.O sábado difere não apenas de qualquer outro dia da semana, mas também de qualquer dia de festa. É digno de nota que essa diferença, e até a superioridade do sábado em relação aos festivais, é sistematicamente indicada na leitura litúrgica da Torá. No sábado, há mais participação nessa leitura do que em qualquer dia de festa. Igualar o

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sábado aos festivais é fundamentalmente errado e afeta o verdadeiro significado desse dia, finalmente comprometendo seu caráter obrigatório.

A compreensão de que o sábado difere dos festivais, e é mais importante que eles, nos ajuda a compreender a natureza da ligação entre os dois mandatos. O fato de que Levítico 23 os relaciona juntos, embora destacando a diferença entre eles, sugere que o sábado é a coroa, o clímax dos festivais. Paradoxalmente, essa ligação especial contém uma lição sobre o valor relativo dos festivais e o valor absoluto do sábado. Em vez de levar à promoção da observância dos festivais, o estudo deles deve nos levar à maior compreensão, apreciação e experiência do sábado. Pois o sábado “é o fundamento de todo tempo sagrado”,3 e assim contém e cumpre todos os valores e verdades sugeridos pelos festivais.Sábado e Lua Nova.Entre as festas, a Lua Nova ocupa apenas lugar secundário. Diferente de outros dias santos da Bíblia, essa festa nunca é qualificada como dia sagrado em que todo o trabalho era proibido.4 No período do primeiro templo, era relegada à condição de “semifesta”, e sua observância desapareceu totalmente durante o período do segundo templo. Assim, na metade do quarto século, quando os sábios tinham estabelecido um calendário permanente, a proclamação do dia da Lua Nova foi desvalorizado.5 A tradição judaica geralmente designa um papel “menor” para essa festa.6Portanto, é surpreendente que a festa da Lua Nova tenha recebido renovada atenção ultimamente, por parte de alguns religiosos. Uma justificativa para isso é Isaías 66:23: “E será que, de uma Festa da Lua Nova à outra e de um sábado a outro, virá toda a carne a adorar perante Mim, diz o Senhor”. Esse texto é usado para sugerir que a festa da Lua Nova será observada no Céu juntamente com o sábado. Mas, o texto em si não fala tanto da observância dos dois dias. Ele enfatiza a continuidade da adoração, uma característica da Nova Terra. Com esse propósito, o autor bíblico se refere a duas extremidades de tempo: “de uma… à outra”; “de um…a outro”. O que esse texto realmente diz é que a adoração continuará como uma atividade da eternidade – “de uma Lua Nova à outra”; “de um sábado a outro”, como se dissesse: de mês a mês, de semana a semana.Uma segunda razão atualmente oferecida para a observância da Lua Nova é que a lua determina o dia de sábado. Com base em textos como Gênesis 1:14 e Salmo 104:19, os defensores dessa ideia argumentam que o sábado semanal estava originalmente ligado ao ciclo lunar. Realmente, esses dois textos relacionam à lua às estações (mo’adim). Desde que Levítico 23 inclui o sábado na categoria de mo’adim (estações, convocações; v. 2), e desde que a lua regula as estações (Gn 1:14), alguns concluem que ela também governa o sábado. Mas esse argumento suscita alguns problemas, incluindo os seguintes:

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♦ O significado da palavra hebraica mo’adim. Ela se relaciona ao verbo y’d (Êx 30:36; 2Sm 20:5) cujo significado é “designar” um tempo ou lugar (2Sm 20:5; Jr 47:7). Então, mo’adim se refere a “designação”, “reunião”, “convocação” no tempo ou espaço. Agora, nem todas as convocações (mo’adim) são reguladas pela lua. Quando Jeremias (8:7) usa esse termo para se referir aos tempos de migração da cegonha e outros pássaros migratórios, ele não implica que a migração da cegonha seja governada pela lua, uma vez que ela volta regularmente à Palestina em toda primavera. Mo’adim simplesmente se refere a um tempo específico ou lugar designado por seres humanos (1Sm 20:35) ou por Deus (Gn 18:14), podendo ser semanal (1Sm 13:8), mensal e anualmente (Gn 17:21), ou mesmo profeticamente (Dn 12:7). Assim, não depende necessariamente da lua.♦ A ideia de que o sábado depende da lua nova foi originalmente copiada da pressuposição histórico-crítica da influência de Babilônia sobre a Bíblia. De acordo com essa visão, o sábado foi originalmente tomado ou do costume babilônico sobre os dias lunares, dias proibidos associados às fases lunares, caindo nos dias 7, 14, 19, 21 e 28 do mês, ou do dia mensal de lua cheia (shab/pattu). Mas esse argumento não tem apoio na Escritura e já não é levado a sério pelos eruditos bíblicos.♦ A ideia de dependência do sábado da lua – colocando-o em qualquer dia da semana, dependendo do movimento desse satélite – contraria o testemunho da História. Primeiramente, contraria o testemunho dos judeus. Milhões deles têm guardado o sábado por milhares de anos, e essa prática nunca foi mudada nem perdida quer pelo calendário juliano, quer pelo gregoriano. A mudança apenas afetou o número de dias e não os dias da semana.8 Os judeus ainda guardam o mesmo sábado do sétimo dia, dado na criação, o mesmo dia ordenado no Sinai e observado por Jesus e os apóstolos, ou seja, nosso sábado. Essa é uma ideia baseada na especulação humana, assim como a tradição humana substituiu o sábado pelo domingo.♦ O argumento de que o dia da crucifixão de Jesus foi a Páscoa, ou seja, o 14º dia da lua nova (Êx 12:6) e, ao mesmo tempo, dia de sábado, não pode ser usado para apoiar a ideia de que o sábado depende da lua. De acordo com o testemunho dos evangelhos, Jesus foi crucificado no “dia da preparação” (sexta-feira) e não no sábado.♦ O fato de que a função da lua começou no quarto dia da semana da criação (Gn 1:14-19) torna impossível identificar o sábado, estabelecido três dias depois, como um dia de lua.Relacionamento judeu-cristão.A prática cristã dos festivais pode ser contraproducente para o relacionamento judeu-cristão. Os cristãos observadores dessas festas adotam tradições que pertencem a outra cultura, mostrando-se artificiais e falsos. Também serão ofensivos aos judeus que percebem nesse empenho uma armadilha para convertê-los. Os cristãos que imitam os judeus na observância dos festivais, tendem a fazer isso no contexto da liturgia da igreja, envolvendo toda a comunidade, como um evento público. Desnecessário é dizer que essa adaptação é ofensiva aos judeus que, tradicionalmente, sempre celebraram as festas no lar, no círculo íntimo da família. Portanto, a reprodução cristã pode se tornar

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uma caricatura ou errônea interpretação; na melhor das hipóteses, uma pálida imitação do original. Em lugar de ser meio para alcançar judeus, as adaptações cristãs dos seus festivais podem afastá-los.Por outro lado, a observância dos festivais pode aproximar os cristãos dos judeus, cujas tradições os primeiros têm sido ensinados a desprezar. Na verdade, o antissemitismo foi a principal motivação para o repúdio não apenas do sábado, mas também das festas. Aparentemente, pela observância dos festivais, os cristãos estariam fazendo não apenas uma declaração contra as vozes antissemíticas, mas também, ao mesmo tempo, produzindo uma forma de contextualização para alcançar os judeus. Todavia, a situação não é tão simples. A observância dos festivais encontra sérios problemas teológicos, culturais, éticos e práticos, diante dos quais devemos agir com reservas e bastante cuidado. (Continua)Referências:1 Richard M. Davidson, Symposium on Revelation-Book 1 (Silver Spring, MD: Biblical Research Institute, 1992), v. 6, p. 120.2 Ángel M. Rodriguez, Israelite Festivals and the Christian Church (Silver Spring, MD: Biblical Research Institute, 2005), p. 9.3 Roy E. Gane, Shabbat Shalom 50, nº 1 (2003), p. 28.4 Ibid., p. 414.5 The Oxford Dictionary of Jewish Religion (Oxford: Oxford University Press, 1997), p. 591.6 Irving Greenberg, The Jewish Way (Nova York: Simon & Schuster, 1993), p. 411.7 Gerhard Hasel, The Sabbath in Scripture and History (Washington, DC: Review and Herald, 1982), p. 21, 45.8 http://en.wikipedia.org/wiki/gregorian_calendar (acessado em 30/03/2009).Fonte: Revista Ministério Jul/Ago de 2010.