Maçonaria - Trabalho

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FACULDADE DE ESTUDOS ADMINISTRATIVOS DE MINAS GERAIS – FEAD MAÇONARIA BELO HORIZONTE

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FACULDADE DE ESTUDOS ADMINISTRATIVOS DE MINAS GERAIS – FEAD

MAÇONARIA

BELO HORIZONTE

2014

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Clotilde Nunes

Daniela Coelho

Jeanyce Araújo

Jordan Ramos

Marina Ramos

MAÇONARIA: VISITA COM UMA VISÃO ANTROPOLÓGICA

Trabalho apresentado à disciplina de Antropologia como atividade de A3 no Curso de Psicologia da Faculdade de Estudos Administrativos de Minas Gerais.

Profo: José Aparecido

BELO HORIZONTE

2014

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Maçonaria

Livre e de bons costumes, estes são os ingredientes primordiais para compor a argamassa para unir os tijolos de igualdade, liberdade e fraternidade, que esses “pedreiros” utilizam para alicerçar e construir o prédio de sua evolução enquanto individuo. Sem o conhecimento é impossível levantar uma parede, como sem leitura, afinco e dedicação ao caminho é impossível galgar os degraus rumo a sua própria evolução.

Todo o conteúdo apresentado aqui, fotos e dados, obtivemos estritamente através de visita e das entrevistas. São fotos tiradas por nós, e nenhum dado foi coletado na internet ou em livros e revistas que não fossem fornecidos por nossos entrevistados.

A visão que tivemos é a de que a Maçonaria é uma sociedade muito mais organizada politicamente do que imaginávamos. Até então, tínhamos uma visão de organização semelhante às das igrejas, de clubes de passatempo, como grupos de golfe, de esgrima, etc. Esta ideia persistiu até a portaria do Palácio Maçônico, situado na Avenida Brasil, em Belo Horizonte, e que logo mudou assim que entramos em sua administração.

Lá, podemos perceber que sua organização se dá como as repúblicas, governos e prefeituras, com departamentos, gerências e repartições. Inclusive com um poder judiciário de forte atuação.

Nossa visita foi facilitada graças a um amigo de um integrante do grupo que é membro maçom e pôde estabelecer o contato, nos levando ao Sérgio, que é o Relações Públicas de lá e nos recebeu muito gentilmente.

As pessoas que ali trabalham são todas da maçonaria, e fazem brincadeiras e piadas com relação aos mitos atribuídos a sociedade discreta, como eles gostam de falar “discreta sim, secreta não”. Na intenção de desmistificar e transmitir uma certa confiança, essas piadas são sobre o bode, o sangue, e até a morte/sacrifício.

Logo de cara podemos perceber que o “relações públicas” já tinha todo um material preparado sobre a maçonaria para nos apresentar, alegando que estão acostumados com grupos de estudantes, inclusive da Universidade Católica. Seria este material para facilitar o trabalho com estes grupos ou para já deixar um roteiro do que podemos e devemos saber sobre sua organização?

O departamento de relações públicas é também uma biblioteca, e seu responsável mesmo disse : “Não há nada que não possam ler, não há nenhum livro secreto, não há segredos!”, o que nos faz lembrar dos maçons conhecidos que guardam seus livros a “sete chaves”, contradizendo a fala do Sérgio.

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Seguimos para os templos, onde são celebradas as reuniões, os ritos. São espaços amplos, muito adornados de peças com significados simbólicos, tudo extremamente planejado para representar algo. Notamos que apesar de muito amplos, os salões possuem assentos para poucos homens, diferentemente das igrejas. Como os templos são usados por mais de uma Loja, sendo Loja o nome dado a um grupo de maçons que se reúnem regularmente, comparável às células da igreja Batista, existem bancos que funcionam também como baús, para que guardem seus materiais ou ferramentas. O banco que pertencia a Loja do Sergio, foi aberto para que o grupo pudesse ver o seu conteúdo. Muitas ferramentas ou figuras, que representam ferramentas, de pedreiros e arquitetos, para representar o “Grande Arquiteto do Universo” (GADU), além de uma espécie de altar, onde há o “Olho que tudo vê” (IODE). O piso preto e branco, simboliza a dualidade da vida, espadas e armas tem origem nos guerreiros templários, entre tantas outras simbologias que caberiam uma outra pesquisa. Os simbolismos, os rituais e os códigos são fundamentais para manutenção de um grupo, principalmente se isto é mantido somente entre eles, o que ajuda a também fortalecer sua sociedade, distinguindo-os dos demais que a ela não pertencem.

Ao falar de relações políticas o representante disse que a maçonaria se faz muito presente, contudo, por serem tão discretos, não há uma bancada maçônica no Senado como há uma evangélica. Isso se deve em parte, ao desmembramento da Maçonaria no Brasil em três grandes potências, o que dificulta a união de todos eles em um único propósito. Percebe-se atualmente, em virtude de movimentos passados, uma necessidade de engajamento mais forte da maçonaria em relação a política (ao menos em âmbito nacional), uma fraternidade que foi responsável por arquitetar e participar de movimentos como: Independência do Brasil, Proclamação da República, Golpe de 64, tendo como movimentação política, ao menos percebida pelo grupo atualmente o movimento de “Não venda o seu voto.” De acordo com o relações públicas para ser maçom a pessoa pode ter qualquer crença ou religião, só não pode ser ateu. Em nossa opinião, um grupo que valoriza tanto os rituais e simbolismos não poderia mesmo ter como um adepto um cético ou ateu, já eles alegam que é porque acreditam em um grande criador, o que também faz sentido. Existe toda uma idéia de que maçons são ricos o que nos impele primeiramente a acreditar numa padronização de elite social das cidades, bem como nos vem a mente primeiramente a idéia de racismo, contudo sejam em fotos, em visitas e encontros com maçons pudemos averiguar de fato que tal fraternidade não carrega nenhum tipo de preconceito de acordo com a raça do individuo, obviamente por uma questão social realmente em algumas lojas teremos um grupo de maçons homogeneamente de indivíduos brancos, contudo na visita a um maçon de Santa Luzia, o mesmo é negro e nos informou que em sua loja há membros de diversas classes sociais assim como raças, o que realmente seria incoerente caso tal fraternidade alimentasse algum preconceito racial, já que a mesma se engajou no processo de abolição da escravatura.

Foi notável uma certa vaidade em pertencer a uma organização que supostamente guarda um segredo ou vários deles, pois isso faz com que a pessoa se sinta importante, um pouco superior àqueles que não foram aceitos no grupo. É natural do ser humano

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querer ser aceito por um grupo, e se sentir ainda mais valorizado quando para pertencer a este grupo os critérios são maiores. É como você se sente quando te dizem “Vou te confiar um segredo”, você se sente aceito e valorizado.

Os critérios são rígidos e imutáveis: Perfeição e Justiça é a busca eterna de um Maçom. Todo Maçom deve ser Livre e de Bons Costumes. Ouvimos esta “expressão” várias vezes. Esta expressão remete à época da escravidão onde nem todos os homens eram livres e, sendo assim, não eram donos de suas vidas.

Apesar do representante dizer que não há segredo algum, ao mesmo tempo ele deixava um ar de mistério, uma dúvida, como se suas palavras dissessem algo e seu tom de voz e linguagem corporal dessem a entender o contrário, o que gera uma dúvida, talvez plantada propositalmente em nós, se há ou não algo que não possamos saber. Obviamente os rituais secretos, e como ocorrem, já são um segredo entre eles.

Pelas palavras dele, percebemos que estes homens fortalecem-se com a sociedade, sentindo-se amparados, valorizados, principalmente pelo código de ética que seguem “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”. Um maçom nunca abandona um “irmão”, que é como se chamam, e fazem disso uma grande família, um alicerce.

Salão de reuniões do Templo Maçônico

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Pinturas, instrumentos e esculturas simbólicas no Templo Maçônico

Documento comprobatório de iniciação dos membros

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Corda e pilar em templo maçônico

Visita de membros da equipe ao Templo Maçônico.

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Moldura expositiva dos grão-mestres do Templo Maçônico.

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