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GUIA DE ORIENTAçõES MÉDICAS PARA AUDITORIA EM ONCOLOGIA | 7 Nunca se falou tanto em farmacoeconomia, em medicina baseada em evidências, em custo- efetividade e em custos crescentes em saúde. Os temas econômicos, que antes pouco se apresentavam, agora figuram em grandes congressos e são motivos de intensos debates e análises. Dentro deste contexto a SBOC realizará o pré-congresso do XVII Congresso Brasileiro de Oncologia em conjunto com a Sociedade Americana de Oncologia (ASCO) versando sobre o tema de Farmacoeconomia. A “economia da saúde” é hoje um termo comumente utilizado também em documentos de políticas públicas e na imprensa em geral. Perguntas de cunho econômico são cada vez mais levadas em conta: o quanto deve ser gasto com a assistência médica? Como garantir que este valor seja gasto com eficiência? Por outro lado, também na pauta do momento estão a medicina individualizada, humanizada, a qualidade no atendimento, as certificações. Os recursos são finitos e é impossível hoje imaginarmos o fornecimento de todo e qualquer insumo de saúde a todos os que solicitem, sem critérios objetivos. Nas últimas décadas, a nossa capacidade de oferecer tratamentos aumentou exponencialmente , gerando, como consequência, exigências substanciais cada vez maiores aos nossos recursos limitados.Cada vez mais as fontes pagadoras deixam de ser meros agentes passivos de financiamento, procurando intervenções que busquem sustentabilidade para seus negócios e eficiência na utilização de recursos. Neste cenário, a auditoria médica em oncologia é inevitável e desejável. O trabalho do médico auditor, seja favorecendo a utilização das melhores evidências científicas, seja avaliando critérios contratuais, favorecem não só o equilíbrio atuarial das fontes pagadoras, mas também um instrumento para viabilizar assistência médica de qualidade. O foco deve ser o valor e não os custos. A auditoria deve estar próxima à assistência, deve ser comunicativa e pró-ativa, focada na qualidade e não só a serviço das fontes pagadoras, saneando e corrigindo falhas e buscando o melhor para todas as partes. Devemos passar de auditoria de glosas para auditoria de qualidade. Baseada neste entendimento, a diretoria da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) planejou este guia de orientações para auditoria médica em oncologia. Pensamos que a auditoria em saúde deve estar baseada nos seguintes pilares: a legislação, a ética e a ciência. Desta forma procuramos privilegiar artigos que deixem à mão do associado toda a legislação, com explicações legais e exemplos claros da sua aplicação. Ampliar o entendimento do âmbito ético e do funcionamento da comissão de ética da SBOC. Incluímos também um artigo que abrange a ciência da incorporação de tecnologias em saúde. Mais ainda, com este material, buscamos abrir um canal de diálogo acerca desta questão cada vez mais atual e urgente, com um objetivo final de atingir o bom senso necessário e benéfico ao cuidado do paciente oncológico. Dr . Enaldo Melo de Lima, Presidente da SBOC Dra. Ana Luiza Gomes de Morais Wiermann, Vice Presidente para Pesquisa Clínica e Estudos Cooperativos Dr. Augusto César de Andrade Mota, Vice Presidente para Assistência Médica e Defesa Profissional Editorial

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G U I A D E O R I E N tAçõ E S M É D I C A S PA R A AU D I tO R I A E M O N CO lO G I A | 7

Nunca se falou tanto em farmacoeconomia, em medicina baseada em evidências, em custo-efetividade e em custos crescentes em saúde. Os temas econômicos, que antes pouco se apresentavam,agora figuram em grandes congressos e são motivos de intensos debates e análises. Dentro destecontexto a SBOC realizará o pré-congresso do XVII Congresso Brasileiro de Oncologia em conjuntocom a Sociedade Americana de Oncologia (ASCO) versando sobre o tema de Farmacoeconomia.

A “economia da saúde” é hoje um termo comumente utilizado também em documentos depolíticas públicas e na imprensa em geral. Perguntas de cunho econômico são cada vez maislevadas em conta: o quanto deve ser gasto com a assistência médica? Como garantir que este valorseja gasto com eficiência?

Por outro lado, também na pauta do momento estão a medicina individualizada, humanizada,a qualidade no atendimento, as certificações.

Os recursos são finitos e é impossível hoje imaginarmos o fornecimento de todo e qualquerinsumo de saúde a todos os que solicitem, sem critérios objetivos. Nas últimas décadas, a nossacapacidade de oferecer tratamentos aumentou exponencialmente , gerando, como consequência,exigências substanciais cada vez maiores aos nossos recursos limitados.Cada vez mais as fontespagadoras deixam de ser meros agentes passivos de financiamento, procurando intervenções quebusquem sustentabilidade para seus negócios e eficiência na utilização de recursos.

Neste cenário, a auditoria médica em oncologia é inevitável e desejável. O trabalho do médicoauditor, seja favorecendo a utilização das melhores evidências científicas, seja avaliando critérioscontratuais, favorecem não só o equilíbrio atuarial das fontes pagadoras, mas também um instrumentopara viabilizar assistência médica de qualidade. O foco deve ser o valor e não os custos. A auditoriadeve estar próxima à assistência, deve ser comunicativa e pró-ativa, focada na qualidade e não sóa serviço das fontes pagadoras, saneando e corrigindo falhas e buscando o melhor para todas aspartes. Devemos passar de auditoria de glosas para auditoria de qualidade.

Baseada neste entendimento, a diretoria da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC)planejou este guia de orientações para auditoria médica em oncologia.

Pensamos que a auditoria em saúde deve estar baseada nos seguintes pilares: a legislação, aética e a ciência. Desta forma procuramos privilegiar artigos que deixem à mão do associado todaa legislação, com explicações legais e exemplos claros da sua aplicação. Ampliar o entendimentodo âmbito ético e do funcionamento da comissão de ética da SBOC. Incluímos também um artigoque abrange a ciência da incorporação de tecnologias em saúde.

Mais ainda, com este material, buscamos abrir um canal de diálogo acerca desta questão cadavez mais atual e urgente, com um objetivo final de atingir o bom senso necessário e benéfico aocuidado do paciente oncológico.

Dr . Enaldo Melo de Lima, Presidente da SBOC

Dra. Ana Luiza Gomes de Morais Wiermann, Vice Presidente para Pesquisa Clínica e Estudos Cooperativos

Dr. Augusto César de Andrade Mota, Vice Presidente para Assistência Médica e Defesa Profissional

Editorial

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