LUTTE - Aula sobre BLS (06.11.14)
-
Upload
flavio-mendes-de-freitas -
Category
Health & Medicine
-
view
277 -
download
1
description
Transcript of LUTTE - Aula sobre BLS (06.11.14)
RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR
RCP: SUPORTE BÁSICO
ALLAN ANTONELLIISABEL ARAÚJO PEIXOTO
ISABELE PARENTE DE BRITO
PCR/RCP: Epidemiologia
• No Brasil: cerca de 200.000 PCR por ano• Metade dos casos em hospitais (deterioração
progressiva: assistolia/atividade elétrica sem pulso)
• A outra metade, extra-hospitalar: casas, shoppings, aeroportos, estádios etc. (arritmias decorrentes de quadros isquêmicos agudos ou problemas elétricos primários: fibrilação ventricular ou taquicardia ventricular sem pulso)
RCP: Sucesso?
• Depende de uma sequência de procedimentos sistematizada em uma corrente de sobrevivência
• Elos: ações com impacto na sobrevivência e que não podem ser consideradas isoladamente
• Evidências científicas recentes têm apontado para uma necessidade de mudança de foco e de fluxo, alterando toda a sequência de ações da RCP
RCP: Mudanças!
• Menos interrupções das compressões torácicas
• Foco em compressões torácicas de qualidade, com frequência e profundidade adequadas
• O sucesso de uma desfibrilação depende da qualidade das compressões torácicas realizadas
• Simplificação de procedimentos, principalmente para o socorrista leigo (maior aderência a possíveis tentativas de ressuscitação de sucesso)
RCP: Suporte Básico
• A realização imediata de RCP em uma vítima de PCR, ainda que apenas compressões torácicas no pré-hospitalar, aumenta as taxas de sobrevivência
• 56-74% das PCR, no âmbito pré-hospitalar, ocorrem em fibrilação ventricular (FV)
• O sucesso da RCP está relacionado à desfibrilação precoce (idealmente dentro dos primeiros 3 a 5 minutos após o colapso)
RCP: Suporte Básico
• A cada minuto transcorrido do início do evento arrítmico súbito, sem desfibrilação, as chances de sobrevivência diminuem em 7% a 10%
• Com a RCP, essa redução é mais gradual, entre 3% a 4% por minuto de PCR
RCP: Suporte Básico
• Em uma PCR, um mnemônico pode ser usado para lembrar os passos do SBV - “CABD primário”:• C: Checar responsividade e respiração da vítima, Chamar por
ajuda, Checar o pulso da vítima, Compressões (30 compressões)
• A: Abertura das vias aéreas
• B: Boa ventilação (2 ventilações)
• D: Desfibrilação
SBV: Sequência Completa
Segurança do local• Primeiramente, avalie a segurança do local• Certifique se o local é seguro para você e para a
vítima, para não se tornar uma próxima vítima• Caso o local não seja seguro (por exemplo, uma
via de trânsito), torne-o seguro (desviando o trânsito) ou remova a vítima para um seguro
• Se o local for seguro, prossiga o atendimento
SBV: Sequência Completa
Avalie a responsividade e a respiração da vítima• Avalie a responsividade da vítima, chamando-a
e tocando-a pelos ombros• Se a vítima responder, apresente-se e converse
com ela perguntando se precisa de ajuda• Se a vítima não responder, avalie sua
respiração, observando se há elevação do tórax, em menos de 10 segundos
SBV: Sequência Completa
Avalie a responsividade e a respiração da vítima• Caso a vítima tenha respiração, fique ao seu lado
e aguarde para ver sua evolução e, caso seja necessário, chame ajuda
• Se a vítima não estiver respirando ou estiver somente com “gasping”, chame ajuda imediatamente
SBV: Sequência Completa
Chame ajuda • Em ambiente extra-hospitalar, ligue para o número
local de emergência (por exemplo, SAMU - 192)• Se um DEA estiver disponível no local, vá buscá-lo• Se não estiver sozinho, peça para uma pessoa
ligar e conseguir um DEA, enquanto continua o SBV
• É importante designar pessoas para que sejam responsáveis em realizar essas funções
SBV: Sequência Completa
Chame ajuda • A pessoa que ligar para o Serviço de Emergência
deve estar preparada para responder às perguntas (local do incidente, condições da vítima, tipo de primeiros socorros que está sendo realizado etc.)
• Nos casos de PCR por hipóxia (afogamento, trauma, overdose de drogas e para todas as crianças), realizar cinco ciclos de RCP e depois chamar ajuda, se estiver sozinho (socorrista)
SBV: Sequência Completa
Cheque o pulso• Cheque o pulso carotídeo da vítima em <10 seg• Caso haja pulso, faça 1 ventilação a cada 6 seg
(10 vpm) e cheque o pulso a cada 2 min• Se não houver pulso ou houver dúvida, inicie
os ciclos de compressões e ventilações• Não é enfatizada a checagem de pulso: leigos e
profissionais têm dificuldade em detectar o pulso
SBV: Sequência Completa
Inicie ciclos de 30 compressões e 2 ventilações • Inicie ciclos de 30/2, considerando que existe um
dispositivo de barreira (por exemplo, máscara de bolso) para se ventilar
• Compressões torácicas efetivas são essenciais para promover o fluxo de sangue, devendo ser realizadas em todos pacientes em parada cardíaca
SBV: Sequência Completa
Ciclos de 30 compressões e 2 ventilações
SBV: Sequência Completa
Compressões torácicas• Posicione-se ao lado da vítima e mantenha seus
joelhos distantes um do outro (estabilidade)• Afaste ou corte a roupa que está sobre o tórax da
vítima, para deixá-lo desnudo• Coloque a região hipotenar de uma mão sobre o
esterno da vítima e a outra mão sobre a primeira, entrelaçando-a
SBV: Sequência Completa
Compressões torácicas• Estenda os braços• Posicione-os cerca de 90º acima da vítima• Faça, no mínimo, 100 compressões/minuto• Com profundidade de, no mínimo, 5cm• Ou seja, comprima rápido e forte!
SBV: Sequência Completa
Compressões torácicas
Posicionamento nas compressões torácicas
SBV: Sequência Completa
Compressões torácicas• Permita o retorno completo do tórax após cada
compressão, sem retirar as mãos do tórax• Minimize interrupções das compressões• Reveze com outro socorrista a cada dois
minutos (evita fadiga, mantém boas compressões)
SBV: Sequência Completa
Compressões torácicas• As manobras de RCP devem ser ininterruptas,
exceto: se a vítima se movimentar, durante a fase de análise do desfibrilador, na chegada da equipe de resgate, posicionamento de via aérea avançada ou exaustão do socorrista
• No caso de uma via aérea avançada instalada, faça compressões torácicas contínuas (>100/minuto) e 1 ventilação a cada 6 segundos
SBV: Sequência Completa
Compressões torácicas• Recomenda-se usar equipamentos que avaliam a
qualidade das compressões durante a RCP, fornecendo um parâmetro para os socorristas
• “Duty cycle” é o tempo gasto comprimindo o tórax, entre uma compressão e outra (proporção)
• Embora a média do “duty cycle” seja 20-50%, resultando em adequada perfusão coronariana e cerebral, um “duty cycle” de 50% é recomendado
SBV: Sequência Completa
Ventilações• Para não retardar as compressões torácicas, a
abertura das vias aéreas deve ser feita somente depois de aplicar trinta compressões
• Ventilações devem ser feitas em uma proporção de 30 compressões para 2 ventilações (30/2), com apenas um segundo cada, ofertando a quantidade de ar suficiente para promover a elevação do tórax
SBV: Sequência Completa
Ventilações
• Hiperventilação é contraindicada: gera insuflação gástrica, podendo causar regurgitação e aspiração; aumenta a pressão intratorácica e diminui a pré-carga, reduzindo débito cardíaco e a sobrevida
• É indicado que o socorrista utilize mecanismos de barreira para aplicar as ventilações, como o lenço facial com válvula antirrefluxo, máscara de bolso (“pocket-mask”) ou bolsa-válvula-máscara
SBV: Sequência Completa
Ventilações• Independentemente da técnica usada para aplicar
ventilações, será necessária a abertura de via aérea, que poderá ser realizada com a manobra da inclinação da cabeça e elevação do queixo ou, se houver suspeita de trauma, a manobra de elevação do ângulo da mandíbula
SBV: Sequência Completa
Inclinação da cabeça e elevação do queixo
Elevação do ângulo da mandíbula
SBV: Sequência Completa
Ventilações com lenço facial e válvula antirrefluxo (unidirecional)
• Atente para os lados indicados no lenço (um lado voltado para a vítima e outro para o socorrista)
• Posicione a válvula antirrefluxo na boca da vítima• Abra a via aérea, estabilize a mandíbula, vede o
máximo possível a boca com o lenço facial, pince o nariz da vítima e realize as ventilações
SBV: Sequência CompletaLenço facial com válvula unidirecional (exemplos)
SBV: Sequência Completa
Ventilações com máscara de bolso (pocket-mask)
• Máscara que envolve a boca e o nariz da vítima e pode ter formato redondo ou uma parte mais estreita, a qual fica voltada para o nariz da vítima
• Uma válvula unidirecional, geralmente, acompanha a máscara e deve ser encaixada na mesma
SBV: Sequência Completa
Ventilações com máscara de bolso (pocket-mask)
• Depois de pôr a máscara de na face da vítima, faça uma letra “C” com os dedos indicador e polegar de uma das mãos, na parte superior da máscara
• Com a outra mão, ponha o polegar na parte inferior da máscara e os outros dedos na mandíbula, vedando o máximo possível a máscara contra a face, sem pressionar as partes moles sob o queixo
SBV: Sequência Completa
Ventilações com máscara de bolso (pocket-mask)
SBV: Sequência Completa
Ventilações com máscara de bolso (pocket-mask)
• Outra técnica de vedação da pocket-mask é a do “duplo C”: com uma das mãos faça uma letra “C”, como já dito anteriormente; com a outra mão, faça outro “C” e posicione na parte inferior da máscara, ambos fazendo certa pressão para baixo a fim de vedar a máscara ao rosto da vítima; atente que os outros dedos da mão que está na parte inferior não pressionem as partes moles abaixo do queixo
SBV: Sequência Completa
Ventilações com bolsa-válvula-máscara • Usada com 2 socorristas, um responsável pelas
compressões, outro pelas ventilações
SBV: Sequência Completa
Ventilações com bolsa-válvula-máscara • Com uma das mãos, faça uma letra “C” com os
dedos polegar e indicador e posicione-os acima da máscara, e faça pressão contra a face da vítima a fim de vedá-la o melhor possível
• Posicione os outros três dedos na mandíbula para estabilizá-la e abra a via aérea da vítima
Ventilações com bolsa-válvula-máscara
SBV: Sequência Completa
Ventilações com bolsa-válvula-máscara • Pressione a bolsa: 1 segundo para cada
ventilação• Essa quantidade é suficiente para elevar o tórax e
manter a oxigenação em pacientes sem respiração• Se houver oxigênio complementar, conecte-o na
bolsa-válvula-máscara assim que possível, de modo que se ofereça mais oxigênio para a vítima
SBV: Sequência Completa
Ventilações com via aérea avançada
• Quando uma via aérea avançada estiver instalada (combitube, máscara laríngea, intubação traqueal), o primeiro socorrista fará compressões torácicas contínuas, e o segundo socorrista fará 1 ventilação a cada 6 segundos, em vítimas de qualquer idade
• Não se devem pausar as compressões para aplicar as ventilações, se houver via aérea avançada
SBV: Sequência Completa
Ventilações com via aérea avançada
SBV: Sequência Completa
Ventilações em vítima com parada respiratória• Parada respiratória: vítima não respira ou respira
de forma anormal (gasping), mas apresenta pulso• Nesse caso, faça 1 ventilação a cada 6
segundos para vítimas adultas• Para crianças e lactentes, faça 1 ventilação a cada
3 a 5 segundos (12 a 20 ventilações por minuto)
SBV: Sequência CompletaDesfibrilação• Desfibrilação precoce é o tratamento de escolha
para vítimas em FV de curta duração, como vítimas que apresentaram colapso súbito em ambiente extra-hospitalar (principal ritmo de PCR: FV)
SBV: Sequência Completa
Desfibrilação• Nos primeiros 3 a 5 minutos de uma PCR em FV, a
FV é grosseira, estando “propícia” ao choque• Após 5 minutos, por depleção do substrato
energético miocárdico, diminui a amplitude da FV• Logo, o tempo ideal para a aplicação do
primeiro choque é nos primeiros 3 a 5 minutos da PCR
SBV: Sequência Completa
Desfibrilação• A desfibrilação é o único tratamento para uma
PCR em FV/taquicardia ventricular sem pulso• Pode ser realizada com um equipamento manual
(somente manuseado pelo médico)• Ou pode ser feita com um DEA, que poderá ser
usado por qualquer pessoa, assim que possível
SBV: Sequência Completa
DEAEquipamento portátil
que interpreta ritmo cardíaco, seleciona carga e carrega “sozinho”
Cabe ao operador apenas pressionar o botão de choque, se indicado
SBV: Sequência Completa
Desfibrilação• Um socorrista: parar RCP para conectar o DEA• >1 socorrista: enquanto o primeiro realiza RCP, o
outro manuseia o DEA; nesse caso, só parar RCP quando o DEA emitir uma frase como:
“Analisando o ritmo cardíaco, não toque o paciente” ou “Choque recomendado, carregando, afaste-se da vítima”
SBV: Sequência Completa
Desfibrilação
Passos para a utilização do DEA• Ligue o aparelho apertando o botão ON-OFF
(alguns ligam automaticamente ao abrir a tampa)• Conecte as pás (eletrodos) no tórax da vítima,
observando o desenho contido nas próprias pás, que mostra o posicionamento correto das mesmas
SBV: Sequência Completa
Posicionamento das pás do DEA
SBV: Sequência Completa
Desfibrilação
Passos para a utilização do DEA• Encaixe o conector das pás (eletrodos) ao
aparelho (em alguns, já está conectado)• Quando o DEA disser “analisando o ritmo
cardíaco, não toque no paciente”, solicite que todos se afastem e veja se há alguém tocando na vítima (inclusive se houver outro socorrista)
SBV: Sequência Completa
Desfibrilação
Passos para a utilização do DEA• Se o choque for indicado, o DEA dirá “choque
recomendado, afaste-se do paciente”• O socorrista que estiver manuseando o DEA deve
solicitar que todos se afastem, ver se realmente não há ninguém (nem ele) tocando a vítima e, então, apertar o botão indicado para o choque
SBV: Sequência Completa
Desfibrilação
Passos para a utilização do DEA• A RCP deve ser iniciada pelas compressões
torácicas, imediatamente após o choque• A cada 2 minutos, o DEA analisará o ritmo e
poderá indicar outro choque, se necessário• Se não indicar choque, imediatamente reinicie a
RCP, caso a vítima não retome a consciência
SBV: Sequência Completa
Desfibrilação
Passos para a utilização do DEA
• Se a vítima retomar a consciência, o DEA não deve ser desligado e as pás não devem ser removidas ou desconectadas até que o SME assuma o caso
• Se não houver suspeita de trauma e a vítima já apresentar respiração normal e pulso, colocá-la em posição de recuperação até que o SME chegue
SBV: Sequência Completa
Posição de recuperação
SBV: Sequência Completa
Desfibrilação
DEA – Situações especiais• Portador de marca-passo (MP) ou cardioversor-
desfibrilador implantável: se estiver na região indicada para as pás, afaste-as, pelo menos, 8cm ou opte por outro posicionamento das pás (anteroposterior etc.), pois a proximidade destes pode prejudicar a análise do ritmo pelo DEA
SBV: Sequência Completa
Aparência do MP sob a pele
SBV: Sequência Completa
Desfibrilação
DEA – Situações especiais• Excesso de pelos no tórax:
• Remova o excesso de pelos, da região onde serão posicionadas as pás, com uma lâmina que geralmente está no Kit DEA
• Outra alternativa é depilar a região com um esparadrapo ou com as pás e, depois, aplicar um segundo jogo de pás
SBV: Sequência Completa
Desfibrilação
DEA – Situações especiais• Tórax molhado: seque por completo o tórax da
vítima; se a mesma estiver sobre uma poça d’água não há problema, mas se a poça também envolver o socorrista, remova a vítima para outro local
• Adesivo de medicamentos/hormonais: remova o adesivo se estiver no local onde será aplicada a pá
SBV: Sequência Completa
Desfibrilação
DEA – Situações especiais• Crianças (1-8 anos):
• Use pás pediátricas ou atenuador de carga
• Se houver apenas pás de adulto, use-as! (sobre o esterno e entre as escápulas)
• Pás infantis não devem ser usadas em adultos (choque aplicado será insuficiente)
SBV: Sequência Completa
Desfibrilação
DEA – Situações especiais• Lactentes (até 1 ano):
• Desfibrilador manual é preferível; se não houver, use DEA com pá pediátrica e atenuador de carga
• Na falta dos últimos, use pás de adulto, sobre o esterno e entre as escápulas; o prejuízo para o miocárdio é mínimo e há benefícios neurológicos
Algoritmo do atendimento à PCR pelo profissional de saúde
Algoritmo do atendimento à PCR pelo leigo
Obrigado!